o meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam....

27
O meu cão é meu amigo Projeto Educação Ambiental nas Escolas das Freguesias do Cacém e São Marcos

Upload: phungminh

Post on 10-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

O meu cão é meu amigo

Projeto Educação Ambiental nas Escolas das Freguesias do Cacém e São Marcos

Page 2: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Prefácio

Ao longo da evolução humana, a necessidade e o companheirismo contribuíram para que os cães

passassem a conviver com as pessoas, cuja relação teve fatores naturais e artificiais conduzidos pelos humanos.

Atualmente o cão está inserido como parte significativa da família, ganhando importância na comunidade.

Este foi o mote desta parceria: o de serem respeitadas todas as variáveis e especificidades que contribuam para mudanças de comportamentos, tendo como objetivo reforçar a ligação emocional entre o homem e o seu “melhor amigo”.Seguindo estes princípios superiores, os pelouros dos Espaços Verdes e da Educação da União das Freguesias do Cacém e São Marcos apresentam este livro, cuja elaboração foi realizada pelas crianças das escolas básicas sedeadas na freguesia e, cujo objetivo foi contribuir para mudanças de atitudes e comportamentos no espaço público.

Deseja-se que a mensagem transmitida seja assimilada, respeitada e cumprida por todos porque O MEU CÃO É MEU AMIGO.

O Vogal do Ambiente José Ranita

A Vogal da Educação Leonor Vieira

Page 3: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Ficha Técnica:

© 2015, União das Freguesias do Cacém e São MarcosTítulo: O meu cão é meu amigoTexto e ilustração dos cães: Alunos da Escolas das Freguesias do Cacém e São MarcosIlustração: Carlota Flieg1ª Edição: junho 2015ISBN: 978-989-20-5773-6Depósito Legal: 393597/15Impressão: Seleprinter - Sociedade Gráfica, Lda.

União das Freguesias do Cacém e São MarcosDepartamento de Intervenção Social Ação Social, Emprego, Educação, Cultura, Desporto e Juventude Av. Cidade de Lisboa, nº67-A - 2735-006 São Marcos Tel: 21 426 1974 E-mail: [email protected] www.uf-cacemsmarcos.pt Projeto Educação Ambiental nas Escolas da FreguesiaVogais: José Ranita e Leonor VieiraCoordenação Geral: Paulo Velez Ação de Sensibilização: Paula João (GMVM Sintra)Formação de Estrutura Narrativa: Eduardo AmaroFormação de Ilustração do Livro: Carlota FliegRevisão do Texto: Raquel Coelho O meu cão é meu amigo

Page 4: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Porém, certo dia, o Sr. Januário ficou doente e deixou de aparecer pela quinta. Os dias

iam passando, Zen começou a ficar inquieto e andava de um lado para o outro muito nervoso.

Quanto mais o tempo passava, mais agitado ficava o cãozinho e por isso decidiu fugir.

Pulou a cerca da quinta, correu pela rua abaixo a toda a velocidade, atravessou

aldeias, campos cultivados, montes, vilas, cidades e foi parar a uma pequena aldeia,

perto de uma floresta.Nesta aldeia vivia uma menina chamada Maria. Maria gostava muito de brincar.

Mal chegava da escola, lanchava, fazia os trabalhos de casa e ia brincar para a rua.

Zen, o cão do senhor Januário

Era uma vez, um cão chamado Zen. Ele vivia feliz com o seu dono, o Sr. Januário, numa quinta.Zen era um animal bom, dócil e adorava o dono.Sempre que o via chegar pulava cheio de alegria, abanando o rabo à procura de miminhos.

EB1

Rib

eiro

de

Car

valh

o 3º

A

Page 5: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Com o passar do tempo, Zen ficou cheio de fome e de frio, com um aspeto esquelético, com o pelo despenteado e sujo, mal tratado, feio, mau… muito mau….

Zen ficou doente. Os seus olhos encheram-se de lágrimas e era habitual ouvi-lo “chorar” baixinho, pedindo ajuda às pessoas que passavam. Mas ninguém ligava ao pobre animal. Uns passavam e faziam de conta que não o viam, outros enxotavam-no e outros até lhe batiam.

Certo dia, Maria viu sozinho e abandonado o nosso amigo que vagueava pelas ruas.Zen mostrava-se desconfiado com tudo e com todos. Sempre que alguém se aproximava ladrava ameaçadoramente, mostrando os dentes afiados. As pessoas tinham medo dele, andavam sempre com um pau para se defenderem caso fosse necessário.

Ninguém gostava do cão!

Page 6: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

As aventuras do cão Zen

Era uma vez um cão chamado Zen que vivia no Cacém com o seu dono. O seu dono chamava-se Alberto e era polícia. Durante o dia, enquanto o seu dono trabalhava, o Zen passeava pelas ruas da cidade e ia brincar com

os seus amigos no Parque do Avião.

Foi então que passou Maria. Viu o cãozinho, teve pena dele e ficou revoltada com as pessoas

que exercem violência contra os animais sabendo que eles

não se podem defender. Ela não conseguiu virar-lhe as costas, olhava para ele e os seus olhitos pareciam

pedir-lhe que o levasse dali e o ajudasse.

A menina era muito meiga e piedosa, e não resistindo àquele

pedido de ajuda levou o cãozinho consigo.

Zen ficou a viver com a menina e com a mãe, e

agradecido por tanto amor e carinho recebido voltou a

ser o cão bom e dócil que sempre fora.

EB1

do C

acém

3ºA

Page 7: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Passados uns dias, o Zen entusiasmado, queria ir a correr ajudar a Sra. Margarida, mas a Pipoca não o deixou e disse-lhe na fala dos cães:

Então, o Zen guiou a Pipoca através do parque mas, apareceu um cão que andava sempre por ali, chamado Mauzão e que só gostava de pregar partidas. Estava sempre a atrapalhar o Zen e a Pipoca quando eles tentavam passar. Isto repetia-se todos os dias e era muito difícil de treinar com todas as partidas que o Mauzão fazia. Ele era muito chato!

- Não podes ir já! Primeiro tens de treinar comigo para ver se já estás preparado.

Um dia, num dos seus passeios, encontrou uma senhora idosa chamada Margarida, que não conseguia ver e

precisava de ajuda para atravessar a estrada. A sua cadela-guia, chamada Pipoca, estava magoada numa pata e

por isso, não a podia ajudar. A senhora muito aflita dizia:

O Zen sentiu muita pena da senhora e da sua cadela e teve muita vontade de as ajudar, mas não sabia como. A Pipoca decidiu ensiná-lo a ser também um cão-guia. Todos os dias, o Zen ia ter com a Pipoca, que o ia ensinando como guiar as pessoas cegas.

- Ai, ai, a minha cadela-guia está ferida e eu não consigo ver!

Page 8: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Com o passar do tempo, a Pipoca curou-se e começou a acompanhar o Zen em todos os seus passeios. Quanto ao Mauzão, que estava no Canil, foi adotado por uma família que vivia perto da casa do Zen. Como estava feliz com o seu novo lar, o Mauzão deixou de ser mau e ficou amigo dos outros cães.

O dono do Zen, que andava por ali a patrulhar, viu o que se estava a passar e resolveu ligar para o Canil para vir buscar o Mauzão. Ele deu todas as informações necessárias e o Mauzão, que era um cão vadio, passou a morar no Canil.

Assim, o Zen pôde terminar o seu treino e passou a ajudar a

Sra. Margarida todas as tardes. Sempre que via uma pessoa cega

com dificuldades, ajudava-a.

Page 9: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

No dia seguinte, Zen chamou pela amiga, mas ela não lhe respondeu. Estava deitada com a cabeça entre as patas. Tinha o olhar triste e foi com dificuldade que levantou a cabeça.

- O que se passa, Quica?

- Não me sinto bem. Deve ter sido do banho ou de ter apanhado sol.

- Tens de ir ao médico!

- Como? Nunca saí daqui…

- Eu vou ajudar-te.

Com as patas abriu um buraco por baixo da cerca e entrou no jardim da casa da Quica. Saltou para cima de uma mesa que estava encostada ao muro e pediu:

- Vem Quica! Saltamos juntos e saímos daqui.Eu levo-te ao médico.

Uma vacina para a QuicaZen é um cão meigo e muito brincalhão. Vive numa casa com um grande jardim. Os donos construíram-lhe uma casota, são carinhosos, dão-lhe comida e água e levam-no a passear.Ao lado da casa, vive a sua melhor amiga, uma cadela branca que se chama Quica. Gosta de estar no jardim deitada ou a brincar à apanhada com as borboletas. Às vezes, Zen vê-a a escavar um buraco no canteiro à procura de um osso. De vez em quando, Zen corre até à cerca e conversam:

- No médico?! Para quê? Tu estás doente?

- Olá Quica. Como vais? - Eu estou bem. Hoje a minha dona deu-me banho e fiquei algum tempo deitada ao sol para secar o meu pelo. E tu, como vais? Já foste passear com os teus donos?

- Já. O meu dono levou uma bola e eu andei a correr atrás dela, no parque. Mas, quando apareceram algumas crianças

pôs-me de novo a trela com receio que elas me magoassem. Quando voltámos para casa, o meu dono apanhou e deitou

o saquinho no lixo. Ouvi-o conversar com a minha dona sobre uma consulta no médico para eu levar uma vacina.

- Não, mas é por isso mesmo, para não ficar doente.

O médico dá-me uma vacina e venho para casa.

- Eu nunca fui ao médico…

EB1

Rain

ha D

. Leo

nor

de L

enca

stre

3ºA

Page 10: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Passado algum tempo viram muitas pessoas a descer umas escadas. Numa placa dizia “Metro”. Seguiram as pessoas para dentro de uma carruagem. O gato dirigiu-se a um polícia que por ali passava, começou a miar muito alto e a olhar para a carruagem onde se encontravam os cães. O polícia viu-os e furioso gritou:

- Fora daqui! Não são permitidos animais no metro.

Corram antes que vos apanhe e vos leve para um canil.

Os dois amigos fugiram assustados. Quica estava cansada e com sede e deitou-se. O seu amigo incentivou-a a continuar.

Ao entardecer, encontraram um descampado onde estava colocado um helicóptero, no centro. Napoleão, sabendo da intenção dos dois amigos, antecipou-se e saltando, estatelou-se em cima da hélice do helicóptero. O piloto que se dirigia para o aparelho, ao ver o gato voltou a correr para pedir ajuda.

Seguiam cautelosamente pelo passeio, quando, Napoleão, um enorme gato ao vê-los passar, bufou e deitou as unhas de fora.

- Para onde pensam que vão?

- Vou levar a minha amiga ao médico para levar uma vacina, porque está doente.

- Ao médico?! Deixem-me rir! Ahahaha!

Os cães seguiram o seu caminho. O gato resolveu segui-los de perto, escondendo-se para não ser visto.

- Olha Quica, o dono do carro deixou a porta aberta.

Vamos entrar e quando ele vier leva-nos até ao consultório.

Napoleão ouviu e correndo entrou no carro. Com as patas começou a tocar a buzina. O dono do carro apareceu a correr e fechou a porta. O gato riu-se. Os dois cãezinhos ficaram desolados.

- Não te preocupes Quica.

Vamos encontrar outro

transporte que nos leve.

Page 11: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Quando se preparavam para continuar a viagem, Zen e Quica decidiram esperar pelo gato.

- Porque é que estás a fazer isto? Nós só queremos

ir ao médico. A minha amiga está muito doente!

- Isso não é verdade. Os meus donos levam-me

todos os anos ao médico para ele ver o meu

peso, para me desparasitar e para me vacinar.

- Isso são tretas. Não há médicos para os animais.

- Há sim! Chamam-se veterinários e tratam muito bem de nós.

Napoleão reparou nos olhos tristes da pequena cadela.

- O que tem a tua amiga? - Está doente. Ontem tomou banho e esteve ao sol ou comeu alguma coisa que lhe fez mal. Só o médico saberá.

- O meu irmão, Bonaparte, caiu ontem e também ficou assim.

- Então, vai buscá-lo e venham connosco. Mas precisamos de ajuda para lá chegarmos.

- Ok. Vou avisar os meus amigos.

Eles conhecem um parque de bicicletas

com cestinhos e ajudar-nos-ão.

- Os animais não vão ao médico. Só as pessoas é que vão ao hospital.

Quando chegaram à clínica o veterinário observou a cadela e o gato e medicou-os. Virou-se para o Napoleão e disse:

- Então, vamos tomar a vacina?

- Eu?! Não Sr. Doutor. Não preciso. – respondeu amedrontado o gato.

- Vamos sim. Isto não custa nada!O gato envergonhado e surpreendido entrou no gabinete. Quando saiu alegre e bem-disposto exclamou:

- Afinal, isto não custa nada!

Olharam uns para os outros e começaram a rir. Os animais tornaram-se bons amigos.

Page 12: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

E agora?! – pensei eu muito confuso olhando aquela estrada assustadora.

Sem saber o que fazer andei a vaguear vários dias. Passei fome, sede, frio, fui atacado por outros animais vadios e,

até, maltratado por pessoas que por mim passavam.Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do

carinho do Pedro e do conforto da “nossa” cama quentinha. Nesta minha nova vida, acabei por encontrar,

pouco tempo depois, outros cães, que, tal como eu, tinham sido ABANDONADOS!

Companheiros abandonadosOlá, amigos! Eu sou o Zen e estou aqui para vos contar a minha história.

Eu era um cão muito feliz pois fazia parte de uma família que cuidava de mim e me dava muito carinho.O meu melhor amigo era o Pedro, o filho dos meus donos que tinha 9 anos.Eu era o companheiro de todas as brincadeiras do Pedro: jogávamos à bola, fazíamos passeios sem fim, corríamos à beira mar e até dormíamos juntos!

Até que um dia os meus donos resolveram mudar de casa e decidiram que na nova casa não havia lugar para mim.

Naquele momento senti uma tristeza profunda… Também o Pedro ficou muito magoado com aquela decisão. Assim, num dia de passeio, e sem que o meu amigo Pedro se apercebesse, os meus donos abandonaram-me à beira de uma estrada muito movimentada.EB

1/JI

Val

e de

Mou

rão

3ºB

Page 13: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Por causa destes acontecimentos, acabámos por nos tornar conhecidos. Até diria mais, famosos!Digo isto porque fomos notícia na televisão e aparecemos como sendo os responsáveis por evitar alguns assaltos.A partir deste dia, as pessoas perceberam que os cães podem ajudar, enfrentando perigos, e até tornarem-se os seus melhores amigos!Entretanto e nesse mesmo dia, estava a família do Pedro a assistir às notícias quando o Pedro exclamou:

- O Zen está na televisão! Pai, Mãe, vejam o que ele fez. É um verdadeiro herói!

Após este facto, o Pedro teve uma conversa com os pais, onde lhes

falou da possibilidade do regresso do seu cão a casa e à “sua” família.

Foi o sentimento de tristeza que acabou por nos unir e, desta forma, tornarmo-nos companheiros inseparáveis.Estes meus novos amigos foram parar à rua por diferentes razões: férias dos donos, nascimento de um novo membro da família, doença do cão e até, simplesmente, porque estragavam tudo lá em casa!

Um dia, no local onde vivíamos, soubemos que se tinham registado vários assaltos a casas nas últimas semanas.

Então, decidimos que faríamos a vigilância das redondezas durante a noite, de forma a alertar as pessoas.

Após longas noites de guarda, conseguimos evitar alguns assaltos, ladrando sem nunca parar e com isto despertar

as pessoas que dormiam e, imaginem, afugentar os ladrões assustadiços!

TVnotícias

Page 14: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

De detetive… a apaixonado!Num bairro sossegado e pacato, vivia Dª. Idalina e a sua

cadela Sasha. Eram muito amigas e unidas, ajudavam-se uma à outra e já não sabiam viver separadas. A dona

de Sasha já não era nenhuma jovem e a sua cadela compreendia-a como ninguém. Sabia que tinha de ser paciente, andar devagar, ajudá-la a atravessar a rua, ouvi-la e ser obediente.Era habitual darem os seus passeios. Tinham sempre longas conversas, riam juntas e paravam aqui e ali para dois dedos de conversa com os vizinhos que iam encontrando pelo caminho.Tal como todos os dias, numa manhã solarenga de abril, Dª. Idalina e Sasha foram dar o seu passeio mas, aquele dia iria ser diferente e mudar a vida delas e do bairro para sempre.

Conseguiram, também, arranjar quem adotasse os outros cães que, com o Zen, partilharam aquela aventura.

Rapidamente os pais acederam ir buscar o Zen, pois eles próprios sabiam que não tinham procedido corretamente, ao ter abandonado o seu animal de companhia.

E mais, propuseram-se realizar sessões de sensibilização na escola do Pedro, relatando o episódio do Zen e apelando para o não abandono dos animais de companhia.

OS ANIMAIS DEVEM SER RESPEITADOS E NÃO ABANDONADOS! EB1/

JI d

e Sã

o M

arco

s nº

1 3º

F

Page 15: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

A situação agravou-se quando Nina, namorada do dono de Zen, entrou lá em casa aos berros, fora do controle.

- Pronto! Está estragado, arruinado, sem solução.

- O que se passa?

- Venho da biblioteca, estive lá horas perdidas a fazer este trabalho para a faculdade e, agora, ao vir para aqui, deixei-o cair sem querer. Está estragado, arruinado…

- Calma, eu ajudo-te

a apanhar.

- Obrigada, Jake! Apanhado está mas,

está é todo sujo, olhem. – mostrou a Nina,

sujo com dejetos de cão. Agora não vou

a tempo de voltar a fazer tudo, imprimir,

fazer montagens… só tenho uma hora até

à sua entrega ao meu professor.

Foi então que o Zen decidiu que ia montar guarda na rua. Não iria sair de lá sem encontrar o culpado.

Todos sabiam que Dª. Idalina se esquecia sempre de apanhar os dejetos da sua Sasha do chão. Apesar de tudo, e visto a senhora ter uma idade avançada, ninguém tinha coragem de chamar à atenção quanto ao seu erro. Foi então, nesse dia que Zen, o cão novo lá do bairro, ao dar o seu passeio com o seu dono, percebeu que alguma coisa estava errada.

- Esta rua está muito suja.

- É, já reparei, até sujei o meu sapato.

A investigação começou nesse dia. Zen farejava, analisava, procurava e cada vez se empenhava mais na descoberta do culpado pela situação tão pouco higiénica pela qual passava aquele bairro.

Zen era novo ali. Não conhecia ninguém, a não ser o dono, por isso não havia quem soubesse o que tanto fazia aquele cão à janela de sua casa e nos seus longos passeios pelo bairro.

Page 16: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

E assim foi, a Dª. Idalina ouviu com atenção os acontecimentos dos últimos dias, na vida de Zen, do seu dono e de Nina.Sabia estar errada mas, como nunca ninguém se tinha incomodado, acomodou-se e nada fez para manter o bairro mais bonito. Prometeu que, a partir daquele dia, tudo iria fazer para que não voltasse a acontecer uma situação tão constrangedora e grave no seu bairro.

A verdade é que, Dª. Idalina cumpriu a sua palavra. Mais do que isso, organizou uma comissão de limpeza no bairro que ela própria liderou. Tratou de arranjar caixotes e sacos próprios para dejetos que foram espalhados lá no bairro, pela câmara e ainda organizou uma festa de rua em que todos foram convidados.

Escusado será dizer que Zen, o nosso herói, até se perfumou. Ficou horas perdidas à conversa com Sasha e, nessa noite, nem dormiu bem à espera do dia seguinte,para voltar a ver a sua amada.

Ficou a conhecer o bairro e todos os que lá viviam. Rapidamente, acrescentou à sua missão, o objetivo de conhecer melhor Sasha, a nossa conhecida Sasha por quem se apaixonou à primeira vista.

Algum tempo depois de tudo aquilo ter começado e bem escondido por detrás de um caixote do lixo, apanhou a maior desilusão da sua vida…

- É ela, é ela…

- Calma Zen. Bebe um pouco de água e conta-me tudo. Até vens com a língua de fora.

- É a dona da cadela mais linda deste bairro que não

cumpre o seu dever, não percebes, é a dona dela que

não apanha os dejetos do chão… como é que eu lhe

vou dizer, ainda não me conhece e já não vai querer

ver-me à frente…

- Eu trato disso, vou falar com a dona dessa cadelinha que, ao que me parece, conquistou o teu coração.

Page 17: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Uma manhã entrou a correr no Parque Verde um cão grande que pôs logo tudo em alvoroço. Zen, sempre atento, foi ter com ele e perguntou-lhe se estava sozinho.

- Não! O Pedro vem aí atrás de bicicleta!- Tens dono e andas sem trela? O teu dono não

sabe que isso é perigoso para ti e para os outros?

- Deve saber, mas não se importa! Ele tem

que aproveitar o tempo para treinar para

a corrida no próximo fim-de-semana.- Não me parece nada boa ideia! Aqui no parque não podes andar a correr, por isso, cuidado!

- Max, Maax!

- Vês, aí vem ele!

Lá foi o Zen atrás dele para falar com o dono.

- Bom dia! Já viu que não há mais cães

à solta por aqui? É proibido, como diz o

sinal à entrada do parque!

- Ó cãozinho, mete-te na tua vida.

O Max não faz mal a ninguém!

- Até pode não fazer mal a ninguém, mas ao pneu da sua bicicleta, já não pode dizer o mesmo!

Enquanto o Zen e o dono do Max conversavam, o bom do cão tinha-se

deitado ao pé da bicicleta e muito entretido roía-lhe a roda!

- Maaaax!!!! O que est

ás a fazer

???

Um desastroso passeio no parqueZen era um cão azul e o herói do Parque Verde, sempre pronto a ajudar e a fazer tudo para que as coisas corressem lindamente. Ajudava pessoas, animais e até as plantas ele salvava. Tudo corria bem, graças ao Zen. Toda a gente gostava dele e confiavam nele, para que tudo corresse sobre rodas. Zen até tinha tempo para conversar com as pessoas mais velhas, que iam lá para passar o tempo.Até o Sr. João, dono da roulotte dos cachorros quentes, gostava dele.

- Bom dia Zen!

- Obrigado Sr. João, boas vendas!

– Bom trabalho!

EB1

Rib

eiro

de

Car

valh

o 3º

D

Page 18: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

E foi ver do Max que continuava a correr. O cão ia na direção da porta do parque, com o dono atrás dele sempre a gritar, e quanto mais gritava, mais o cão corria.

- Maax vem cá! - Se tives

se trela…

Max pisou todos os lindos canteiros do Parque Verde, esbarrou nas pessoas saltou a vedação, entrou no lago e aí é que foi! Patos assustados voavam por todo o lado...De repente Zen ouve o Sr. João, o dos cachorros quentes, a gritar:

- Tudo isto se evitava com uma trela!

Max olhou para o dono, que estava furioso, muito espantado.

- O que foi?

- Se tivesse trela…- Obrigada Zen! Sempre atento!

- De nada, mas tenho de ir!

Assustado com os gritos saiu a correr, indo logo contra uma senhora e fazendo-a cair.O Zen foi logo ajudar a senhora a levantar-se. Sentou-a num banco e viu se estava tudo bem com ela.

- Socorro! Ladrão!

O cão levou-me

as salsichas todas!

Ladrão! Apanhem-no!

- Max, vem cá!

- Max olha o que estás a fazer!

- Maax pára!

- Maax pára!

Page 19: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

De repente sentiu alguém tocar-lhe no ombro, era o Zen. Do outro lado da estrada estava o Max a abanar a cauda, todo contente com a boca cheia de gomas.

- Olha para ali…

- Já viram a confusão que aqui está? Até chovem doces! As pessoas não têm cuidado nenhum!

- Vês, ele nem sabe que a culpa

foi dele. Não fez nada por mal,

o seu instinto falou mais alto.

- Maax! Max! Nunca mais sais de casa sem trela, tu não vês que é perigoso para ti e para os outros?

- Ainda bem que aprendeste a

lição, Pedro! Pena que tenha sido

à conta desta confusão toda!

- Mas eu prometo que ajudo a consertar tudo! Vou só a casa buscar a trela do Max, para não acontecerem mais acidentes.

Passados poucos minutos, Pedro voltou com o Max pela trela, e tal como todas as pessoas que estavam por ali, ajudaram a limpar e a consertar tudo o que o Max tinha estragado.

Fora do parque, Max estava mesmo à beira da estrada, olhou para trás, viu o dono a correr e… Foi um desastre!!! Carros que bateram uns contra os outros, um que para se desviar, entrou pela montra da loja de doces, outro bateu numa boca-de-incêndio e jorrava água por todos os lados! Uma confusão!!!!Pedro parado à porta do parque, olhava à sua volta à procura de Max.

- Se lhe tivesse posto a trela, nada disto tinha

acontecido! Tudo estragado no parque, os carros

todos batidos e o meu cão debaixo de algum deles!

Page 20: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Correu para o poste e viu que estava uma pontinha de um dos sacos de plástico a sair da caixa. Saltou entusiasticamente, mas não conseguiu chegar até lá. Sentou-se, desiludida, tendo no entanto a esperança de que com uma rajada de vento o saco caísse. Esperou e acabou por perceber que nem uma pequena brisa corria nesse dia. Então surgiu uma ideia: juntar dois dos vários caixotes do lixo que existiam no parque, de modo a simular uma escada para chegar até ao saco. Com o focinho, foi empurrando os dois caixotes, com a cabeça colocou-os um em cima do outro. De seguida subiu para cima dos caixotes do lixo, e… pumba!!! Caíram os caixotes e a Vanessa! Eram demasiado escorregadios. Vanessa, espalmada no chão, olhou para cima e o saco continuava dentro da caixa, no alto do poste.

Vanessa e o saquinhoVanessa, era uma cadela chiquérrima. Brincalhona, divertida e simpática, Vanessa, gostava de passar as suas manhãs no seu parque preferido.

Pois, não aguentou e…Puf!!!! Saiu uma grande bolinha acastanhada. Vanessa sentiu-se envergonhada, mas ao mesmo tempo bastante aliviada, e tentou esconder a sua bolinha acastanhada, mas era impossível devido às suas generosas proporções. Enquanto olhava em redor, procurando uma solução para resolver o seu problema, Vanessa reparou que num dos candeeiros do parque existia uma pequena caixa com sacos de plástico.O problema estava resolvido, pensou alegremente a cadela.

Certo dia no parque, Vanessa sentiu uma grande dor de barriga, o que a fez lembrar que se tinha esquecido dos sacos para apanhar os dejetos. Tentou não pensar muito no assunto, achando que conseguiria aguentar até casa. Mas enganou-se…

EB1/

JI d

e Sã

o M

arco

s nº

2 3º

C

Page 21: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Foi então que viu Vanessa com ar de arrependida e envergonhada pela sua falta de jeito. Vanessa aproximou-se de Zen pedindo desculpa e ao mesmo tempo explicando-lhe toda a situação. Zen mostrou-se disponível para a ajudar, sugerindo-lhe que subisse para as suas costas e que fosse saltando até conseguir agarrar a pontinha do saco que se encontrava a sair da caixa no alto do poste. Mais uma tentativa falhada, pois Vanessa era demasiado pequena e nem assim conseguia chegar tão alto. Zen, ficou surpreendido consigo próprio. Não conseguiria ele ajudar uma cadela tão gira numa simples tarefa de puxar um saco de plástico de uma caixa???….Foi então que lhe surgiu na cabeça uma nova solução.

Lembrou-se então do seu programa de televisão favorito, que tinha diferentes tipos de catapultas. Assim foi procurar o que necessitava para construir uma.

Tinha já um caixote que poria no meio de uma tábua, procurou uma tábua de madeira e uma pedra que tivesse mais ou menos um peso semelhante ao seu.

Montou a catapulta, sentou-se em cima de uma das extremidades da tábua e atirou a pedra para a extremidade oposta para que

pudesse ser lançada até aoalto do poste, onde estava

o desejado saco. Ao lançara pedra, Vanessa

desequilibrou-se e a trajetória da pedra

alterou-se caindo mesmo ao lado

de Zen.

Quando Zen viu a pedra vir na sua direção assustou-se, mas rapidamente se desviou. Zen era um cão esperto e muito ágil,

e pensou que alguém estaria a ameaçá-lo. Pôs-se a olhar em todas as direções procurando quem o estaria a fazer.

“E se com a corda tentássemos subir o poste?”

Page 22: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Quando se levantou deu de caras com Vanessa, que tentava disfarçar a vontade de rir. O guarda ainda tentou despejar a sua fúria em Vanessa, mas esta, usando todo seu charme, explicou-lhe que enquanto as caixas com os sacos de plástico estiverem no alto dos postes dos candeeiros poucos conseguem lá chegar e não se tendo acesso aos sacos o chão fica sempre sujo com dejetos de animais. O guarda refletiu sobre as palavras de Vanessa e deu-lhe razão. E assim, pouco tempo depois, já se tinham organizado e os três andavam pelo parque a descer a altura das caixas com os sacos de plástico e deixando sinalização para que todos cumprissem as regras de boa utilização do parque.

O cão correu de imediato até ao outro lado do parque, tentando trazer consigo a corda. Não reparou que ao puxar uma das pontas da corda, do outro lado estava uma mão, acabou assim por puxar também a mão do guarda-florestal que dormitava no banco do parque. E pum!!! O guarda caiu de nariz no chão. Levantou-se e tentou perceber o que se tinha passado, mas não teve tempo, sentiu um forte puxão e foi de imediato arrastado pela corda. O guarda tentava levantar-se, mas não conseguia, Zen puxava a corda com toda a sua força, eis senão quando se distrai ao ver o seu brinquedo preferido, uma bola!!!

Zen era louco por bolas, adorava correr atrás delas, mordê-las, furá-las…

Perante o aparecimento de uma bola, Zen largou de imediato a corda, não pensando

mais na urgência de resolver o problema da sua amiga Vanessa. Largou a corda e correu atrás da bola, não reparando que agarrado à

outra ponta da corda estava o guarda florestal completamente fora de si...

Furioso, pois para além de ter sido interrompido no seu descanso, tinha atropelado uma série

de bolinhas acastanhadas e mal cheirosas que estavam espalhadas pelo chão do seu parque.

Page 23: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

No dia seguinte, Zen voltou a abanar a cauda com quanta força tinha, ao ver que o seu dono estava a levá-lo outra vez para o parque. Mas mais uma vez, ao chegar perto dos seus amigos, estes fugiram sem lhes fazerem festas, ou ligar-lhe nenhuma…

Foi então que a tristeza e a angústia invadiram o coração de Zen. Que teria ele feito para ser abandonado pelo seu grupo?Durante uma semana, Zen sentiu no dia-a-dia aquela separação acentuar-se cada vez mais... Então pensou que teria de os enfrentar e resolver aquele mal-entendido.

Sentia-se nervoso a pensar como seria e como teria de enfrentar os seus amigos, quando chegasse ao parque, no dia

seguinte. Entrou no parque, e foi logo enfrentá-los. Abriu bem a boca e sentiu-se logo, um hálito horrível!

Rosnou e ladrou para os seus amigos, e estes decidiram dizer-lhe quais os motivos que os levaram ao afastamento:

não escovava o pêlo, não tomava banho, não tratava da higiene da boca e não era tosquiado!

O seu mau aspeto e o seu odor eram impossíveis de suportar.

O cuidado com a higieneZen, Rói-Rói, Piloto e Tim-Tim fazem muitas festas, uns aos outros sempre que se encontram e juntos brincam, no parque, enquanto os seus donos conversam. É mesmo o momento mais importante do dia!Zen naquele dia correu muito depressa, em direção dos seus amigos, mas estes, disfarçadamente, foram para o outro lado do parque, sem lhe fazerem as festas habituais. Zen não estava a perceber o que se estava a passar… Afinal esperou tanto por aquele momento, e não estava a divertir-se nada!

EB1/

JI C

asal

do

Cot

ão 3

ºG

Page 24: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Na manhã seguinte, perante todos aqueles estragos feitos por Zen, o seu dono muito zangado decidiu abandoná-lo nas ruas do bairro.E agora, o que lhe restaria fazer? Qual a solução que Zen pensaria tomar para voltar a ter um dono cuidadoso e ter novamente os seus amigos?

Passaram-se três dias e Zen andava sozinho no bairro, cheio de fome e pulgas. O seu odor era cada vez mais intenso e para matar a fome teve de ir procurar comida junto aos caixotes do lixo. Lá, ao encontrar outros cães vadios, viu-se obrigado a lutar com eles para conseguir comer alguma coisa…No meio de uma luta com um cão de maior porte, ficou gravemente ferido numa pata.

Por isso ele teria de fazer com que o seu dono tomasse as devidas precauções, o mais depressa possível. Caso contrário, ele nunca mais faria parte do grupo. Pensou fazer algo para o chamar à atenção e para lhe dar o cuidado e carinho devidos.

Deitou-se na carpete da sala, coisa que nunca fazia. Como não resultou, saltou para cima do sofá, enquanto o seu dono via televisão. Ao ouvir um ralhete, resolveu ir à

cozinha e espalhar a sua comida pelo chão. Com as patas tirou a terra dos vasos, rasgou algumas peças de roupa que encontrou, roeu os chinelos do seu dono e durante a

noite ladrou tanto que incomodou toda a vizinhança!

Page 25: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Ficou a receber cuidados do “novo dono” e aos poucos os seus

três amigos foram aceitando as suas tentativas de brincadeiras.

Chegou o dia, em que os quatro cães foram à rua juntos e foram

finalmente brincar no parque, que tanto gostavam.

E Zen avistou o seu verdadeiro dono! As lágrimas vieram-lhe aos olhos, pois já tinha saudades. O seu coração disparou, e teve vontade de correr e lhe fazer festas. Viu avançar o seu dono, até junto dele, e como gostava muito dele, perdoou-lhe.Arrependido, o dono prometeu que a partir daquele dia, tudo seria diferente e que Zen teria todos os cuidados e seria um cão feliz.

Com muitas dores e com muita dificuldade em andar, resolveu aninhar-se na entrada da casa do amigo do seu dono, que tratava com muito cuidado dos seus três cães.No final da tarde, o amigo do seu dono voltou para casa, e deparou com Zen em muito mau estado… Mal o reconheceu, mas não conseguiu deixá-loassim, sem o tratar. Levou-o para dentro e deu-lhe um bom banho, e comida.

Os seus três amigos continuaram sem lhe fazerem grandes festas. Como estavam deitados num terraço, lá ficaram sem grande agitação. Zen parecia outro, mas a sua alma continuava destroçada… pois continuavaa pensar em reatar a sua amizade.

Page 26: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Alunosparticipantes:

EB1 do Cacém - 3ºA, 4ºA e 4ºBEB1/JI Vale de Mourão - 3ºB

EB1 Ribeiro de Carvalho - 3ºA, 3ºD, 4ºB e 4ºDEB1/JI de São Marcos nº 1 - 3º F

EB1/JI de São Marcos nº 2 - 3ºC e 3ºBEB1 Rainha D. Leonor de Lencastre - 3ºA

EB1/JI Casal do Cotão - 3ºG

Page 27: O meu cão é meu amigo - uf-cacemsmarcos.pt · até, maltratado por pessoas que por mim passavam. Mas, ainda assim, era à noite que eu mais sentia falta do carinho do Pedro e do

Agradecimentos:Aos alunos e professores do

1º ciclo dos Agrupamentos de Escolas D. João II e D. Maria II, ao Gabinete Médico Veterinário Municipal de Sintra e aos

funcionários da Junta de Freguesia.

www.uf-cacemsmarcos.pt

Caros leitores,A Educação Ambiental é considerada

um dos vetores estratégicos de intervenção para o desenvolvimento ambiental da nossa freguesia.

Neste contexto, seguindo os princípios de cidadania e tendo sempre como objetivos prevenir e mudar atitudes,

levámos a cabo uma série de ações e projetos de sensibilização social e ambiental. Desta forma, procurámos não só proporcionar

um meio ambiente mais limpo, saudável e agradável para todos como também contribuir para a adoção de práticas cívicas que promovessem o bem-estar comum das pessoas e dos animais.Posto isto, é com gosto que me associo a este projeto tão importante para a vida em comunidade: nós sensibilizamos para que não sujem a nossa freguesia!

Em verdade, não só em meu nome como dos meus companheiros lá de casa, o Rafa e o Teco, desejo que apreciem esta

leitura e que este livro e as suas ideias frutifiquem.

José Estrela DuartePresidente da União das Freguesias

do Cacém e São Marcos