o inesquecível ano de 2016 - brasil imperial

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IMPERIAL GAZETA Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Agosto de 2016 Ano XXI Número 247 www.brasilimperial.org.br O inesquecível ano de 2016

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IMPERIAL GAZETA

Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Agosto de 2016 Ano XXI Número 247 www.brasilimperial.org.br

O inesquecível ano de 2016

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2 Entrevista

Dom Rafael trabalha, há seis anos, na maior produtora de bebidas do mundo, a Anheuser-Busch Inbev [AmBev], inicialmente no Rio de Janeiro e, já há dois anos, em São Paulo. Entre os produtos produzidos pelo grupo, e consumidos no mundo todo, estão a americana Budweiser e a mexicana Corona, além de bebidas não-alcoólicas, com o brasileiro Guaraná Antarctica, produzido com as sementes da fruta amazônica de mesmo nome. Dom Rafael se formou em Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 2010. Na AmBev, o jovem de trinta anos é o Pricining Manager, responsável por gerenciar os preços dos refrigerantes. Há vinte e três anos, os brasileiros tiveram a chance de restaurar a Monarquia. Na época, Fernando Collor de Mello foi forçado a renunciar à presidência. O tio de

“Nós estamos com as pessoas nas

ruas”

Peter-Philipp Schmitt Publicado no Portal Franfurter Allgemeine e reproduzida pelos Herdeiros do Porvir

Dom Rafael tentou convencer os brasileiros a votarem pela Monarquia. No fim, o resultado do Plebiscito foi: 86,6% dos votos pela República, 13,4% para a Monarquia. A mãe de Dom Rafael, Dona Christine de Orleans e Bragança, é nascida Princesa de Ligne. A mãe dela, Alix de Luxemburgo, é irmã do antigo Grão-Duque Jean e, portanto, tia do atual Grão-Duque Henri de Luxemburgo. [Frankfurter Allgemeine] Dom Rafael, como os seus colegas de trabalho te chamam? De Vossa Alteza? [Príncipe Dom Rafael] Definitivamente não no trabalho. Lá, eu sou apenas Rafael. Oficialmente, alguns me chamam de “Königliche Hoheit”, “Sua Alteza Real”, em português; mas, na maior parte das vezes, apenas de Dom Rafael. [Frankfurter Allgemeine] Seu nome completo é Rafael Antonio Maria José Francisco Miguel Gabriel Gonzaga de Orleans e Bragança e Ligne. É um monte de nomes.

O Brasil já foi um Império. Em tempos de instabilidade política, alguns buscam trazer a Monarquia de volta. Dom Rafael, tetraneto do Imperador Dom Pedro II (1825-1891), sabe como reinaria pelo bem de seu País

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[Príncipe Dom Rafael] Sim. Os nomes são parte de nossa tradição familiar e da nossa fé católica. Meu nome próprio é Rafael Antonio. Maria e José representam a Santíssima Virgem e São José; Francisco é o nome do meu padrinho, irmão do meu pai. Miguel e Gabriel, assim como Rafael, são os três Arcanjos. Orleans e Bragança e Ligne é a combinação dos sobrenomes de meus pais. [Frankfurter Allgemeine] Como é a vida de um membro da Família Imperial do Brasil? [Príncipe Dom Rafael] Eu levo uma vida bastante normal. Obviamente, tenho certas responsabilidades, e represento, regularmente, minha Família em eventos. Mas, de qualquer maneira, tenho que conseguir o meu sustento como qualquer outro brasileiro. E eu tenho um patrão, que me diz o que eu posso e o que eu não posso fazer. [Frankfurter Allgemeine] Tradições familiares são importantes para o senhor? [Príncipe Dom Rafael] Sim. Muito. [Frankfurter Allgemeine] Atualmente, o senhor é o quarto na Linha de Sucessão. Seu pai, Dom Antonio, tem dois irmãos mais velhos, Dom Bertrand e Dom Luiz, o Imperador do Brasil por direito, Dom Luiz I, como alguns o chamam. Quando foi que o senhor se deu conta de que não é um brasileiro comum? [Príncipe Dom Rafael] Quando criança, eu acompanhava meu pai em eventos. Assim sendo, eu

cresci conhecendo a história da Família. Mas houve um momento na escola, do qual eu me recordo em particular; falávamos sobre a história do Brasil Império, e a professora me chamou na frente da sala e me pediu para falar sobre a minha Família. Aquilo não foi particularmente prazeroso, já que, obviamente, eu sabia um pouco mais sobre os meus ancestrais do que os outros alunos. Mas eu sempre fui tímido e, já naquela época, ficava nervoso ao ter que falar diante da turma. [Frankfurter Allgemeine] Hoje em dia, o senhor tem que se manter determinado a falar bastante.

Príncipe Dom Rafael do Brasil e o Príncipe Dom Luiz Philippe de Orleans e Bragança, líder do Movimento Acorda Brasil, na Av. Paulista.

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[Príncipe Dom Rafael] Sim. Especialmente no Encontro Monárquico anual, no aniversário do meu tio Luiz. [Frankfurter Allgemeine] Quantos os irmãos o seu pai tem? [Príncipe Dom Rafael] Sete irmãos e quatro irmãs. [Frankfurter Allgemeine] De fato, originalmente, o senhor não estava destinado a suceder como Chefe da Casa Imperial. [Príncipe Dom Rafael] Isso é verdade. Mas meu irmão mais velho, Pedro Luiz, veio a falecer em 2009, na

queda do vôo Rio-Paris da AirFrance. [Frankfurter Allgemeine] O senhor cresceu como o segundo filho, um tipo de Príncipe Harry do Brasil. [Príncipe Dom Rafael] De fato, algumas vezes nós éramos comparados com os Príncipes britânicos, que são só alguns anos mais velhos. Mas eu também sei o quão a sério meu irmão levava a tradição. Mais de uma vez, ele me disse: “Você não pode deixar de levar a sério, você não sabe se algo pode acontecer comigo”. Meu pai me alertava para estar preparado para tudo. [Frankfurter Allgemeine] O que mudou com a morte do seu irmão? [Príncipe Dom Rafael] Subitamente, eu passei a estar na linha de frente. Especialmente nestes tempos de instabilidade política, em que se discute se o sistema presidencialista é bom para o nosso País, eu tenho que estar disposto a assumir as minhas responsabilidades. [Frankfurter Allgemeine] O senhor vê isso como uma honra? [Príncipe Dom Rafael] Sim. Mas, também, como um fardo. [Frankfurter Allgemeine] Qual sistema de governo o senhor prefere? [Príncipe Dom Rafael] Uma democracia parlamentar com uma Monarquia hereditária. [Frankfurter Allgemeine] Assim como em muitos países europeus?

S.A.I.R. o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, e seu sobrinho, o Príncipe Dom Rafael do Brasil, seguem à frente da Bandeira do Império, na Av. Paulista.

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[Príncipe Dom Rafael] Exato. Um Imperador ou um Rei não pertenceriam a nenhum partido político ou grupo econômico. Ele seria completamente independente. Ele garantiria a continuidade e a ordem, enquanto um Primeiro Ministro, eleito pelo voto popular, cuidaria do Governo. [Frankfurter Allgemeine] O senhor realmente acredita que o Brasil pode voltar a ser uma Monarquia? [Príncipe Dom Rafael] Sempre existiram forças lutando pela Monarquia. Eu acredito que muito poucos brasileiros sabem que existe essa alternativa. Nós poderíamos, assim, retornar à forma de governo que existia anteriormente. O Brasil foi criado como uma Monarquia. [Frankfurter Allgemeine] O que impede o senhor de entrar para a política? [Príncipe Dom Rafael] Como político, eu perderia minha independência. Eu me juntaria a um partido ou criaria um partido. E o Monarca deve permanecer imparcial – especialmente na atual situação. [Frankfurter Allgemeine] Seu tio, Dom Bertrand, estava presente nas manifestações contra Dilma Rousseff, que pediam o impeachment. [Príncipe Dom Rafael] Eu também fui para as ruas. Mas nós não estávamos protestando contra Dilma ou Lula, mas contra a corrupção. É inaceitável, irresponsável e desrespeitoso como os governantes se.

comportam com relação à população. Eles não têm moral e ética [Frankfurter Allgemeine] A Família Imperial leva uma vida modesta; o senhor tem um pequeno apartamento aqui, no Itaim Bibi, e seus tios moram juntos em uma casa em São Paulo. O que aconteceu com as propriedades do passado? [Príncipe Dom Rafael] Após Dom Pedro II ser exilado na Europa, em 1889, o Governo confiscou todas as propriedades. Há muito tempo, corre um processo na justiça, para reaver algumas propriedades; é, pelo que eu sei, a mais longa batalha legal do Brasil. Mas se tratam de um ou dois palácios, que não são muito grandes. Nós fomos criados para sermos modestos. Modestos como Dom Pedro II, que dizia que seu salário era muito alto; então, ele doava metade para a caridade. [Frankfurter Allgemeine] Há dois anos, sua irmã mais velha se casou com um plebeu e, portanto, teve que renunciar ao seu título e direitos ao Trono. Como Príncipe do Brasil e futuro Chefe da Casa Imperial, o senhor deve se casar com uma Princesa de sangue. [Príncipe Dom Rafael] Isso faz parte da tradição da nossa Família. Eu ainda estou procurando pela noiva certa. [Frankfurter Allgemeine] Não existem opções no Brasil. O senhor terá de ir à Europa para encontrar uma esposa. [Príncipe Dom Rafael] Isso é verdade. [Frankfurter Allgemeine] Sua mãe descende da Família Grã-Ducal de Luxemburgo, sua avó era neta de Ludwig III, o

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último Rei da Baviera. O quão próximo o senhor é de seus parentes da nobreza européia? [Príncipe Dom Rafael] Sou especialmente próximo dos meus primos de Luxemburgo e da Baviera. Somos amigos, mas ainda não tenho planos de me casar. [Frankfurter Allgemeine] Na Europa, muitos Príncipes Herdeiros se casaram com plebéias. Por que sua Família permanece firme com relação a exigir casamentos dinásticos? [Príncipe Dom Rafael] Porque faz parte da nossa tradição dinástica. [Frankfurter Allgemeine] O senhor mudaria essa regra antiga, quando for Chefe da Casa Imperial? [Príncipe Dom Rafael] Eu não posso dizer que mudaria. Precisaria do consentimento de toda a Família para mudar nossas regras dinásticas. [Frankfurter Allgemeine] O senhor se sente forçado, por sua família, a fazer algo que não quer? [Príncipe Dom Rafael] Não, não sou forçado. Meu pai acredita que devemos ser felizes, antes de tudo. Mas ele também diz que seria bom para mim e para o nosso País, se eu pudesse encontrar uma Princesa. [Frankfurter Allgemeine] Esse seria parte do fardo ao qual o senhor se referiu mais cedo? [Príncipe Dom Rafael] Sim, não é muito fácil. [Frankfurter Allgemeine] Poderia ser uma Princesa

alemã? [Príncipe Dom Rafael] Talvez, por que não? [Frankfurter Allgemeine] O senhor fala alemão? [Príncipe Dom Rafael] “Ein bisschen” (“um pouco”, em alemão). Estou tentando aprender. [Frankfurter Allgemeine] Quais outras línguas o senhor fala? [Príncipe Dom Rafael] Português, francês e inglês, e espanhol o suficiente para ser entendido. [Frankfurter Allgemeine] Com que freqüência o senhor vai à Europa? [Príncipe Dom Rafael] Antes de entrar para a faculdade, vivi por seis meses com minha tia, em Paris. Agora, passo minhas férias na Europa, todos os anos. Uma das minhas irmãs vive em Madri, a outra, em Bruxelas, onde mora a minha avó. Em meados de junho, eu fui ao casamento de minha prima, Alix de Ligne, na Bélgica. [Frankfurter Allgemeine] O senhor é do Rio de Janeiro. O que pode ser visitado na cidade em apenas um dia? [Príncipe Dom Rafael] Há tanta coisa. Você deveria pegar um táxi para a estátua do Cristo Redentor, no Corcovado, ir ao bondinho do Pão-de-Açúcar e, claro, você deveria ir a Copacabana. [Frankfurter Allgemeine] O que há de tão especial sobre o Rio de Janeiro? [Príncipe Dom Rafael] Os moradores do Rio, chamados de

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cariocas, têm um estilo de vida único. Principalmente com relação às praias e ao sol, todo carioca gosta de estar ao ar livre. Eles vão nadar em Ipanema, jogar vôlei em Copacabana e correr na Lagoa. Em São Paulo, a capital econômica do País, as coisas são bem diferentes; aqui, nós estamos trabalhando, gerando dinheiro e construindo carreiras. Uma ou duas vezes por mês, eu vou visitar meus pais, no Rio de Janeiro. [Frankfurter Allgemeine] Como é viver em cidades onde os assaltos e homicídios são constantes? [Príncipe Dom Rafael] Em São Paulo, eu não tive nenhuma experiência ruim; no Rio, já fui assaltado uma vez. Um homem queria meu celular, e eu o dei para ele. Foi isso. Mas é assim em qualquer cidade grande; você tem que estar atento a que lugar vai e a que horas. Em Nova York, você não anda na rua à noite, ainda mais no Bronx. [Frankfurter Allgemeine] Como o número de crimes no Brasil pode ser explicado? Seria, principalmente, porque, no seu País, há alguns que são muito ricos, enquanto outros são muito pobres? [Príncipe Dom Rafael] Não acho que seja por isso. A rivalidade entre ricos e pobres é mantida viva de forma artificial. Os brasileiros são um povo gracioso, que se dão muito bem. Ainda assim, é claro que os menos privilegiados têm direito a uma vida melhor; deve haver oportunidades iguais. No entanto, eu acredito que alguns nascem para conduzir, enquanto outros nascem para serem conduzidos. Mas dizer que nossa

sociedade é dividida entre duas classes, e que os pobres são criminosos, está errado, em minha opinião. [Frankfurter Allgemeine] Mas parece que muitos dos ricos por aqui são criminosos. O Brasil conseguirá por a corrupção sob controle? [Príncipe Dom Rafael] Eu estou convencido de que sim. O que está acontecendo é pelo melhor para o País; ninguém acha que isso é ruim. Agora estão mostrando o tamanho real da corrupção, e as pessoas estão indo às ruas. [Frankfurter Allgemeine] Mas, por outro lado, os protestos estão ocorrendo há anos. Antes da Copa do Mundo de 2014, centenas de milhares tomaram as ruas. [Príncipe Dom Rafael] Mas não se tinha, provavelmente, a menor ideia do quão ruim a situação realmente era. Agora, pela primeira vez, chega-se a conclusões. Eu acredito que a corrupção em nosso País será cada vez menos tolerada, com o passar dos anos. E isso vai levar a menos corrupção – na política, mas também nos esportes. [Frankfurter Allgemeine] O senhor está ansioso para os Jogos Olímpicos em sua cidade natal? [Príncipe Dom Rafael] Ah, sim. Eu sou um grande fã do esporte. [Frankfurter Allgemeine] O senhor vai aos estádios? [Príncipe Dom Rafael] Vou tentar. Na Copa do Mundo, assisti a alguns jogos ao vivo. [Frankfurter Allgemeine] Incluindo o 7 x 1 da seleção

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alemã contra a brasileira? [Príncipe Dom Rafael] Não. Eu assisti esse pela televisão, com amigos. A cada gol da Alemanha, meus primos da Baviera me mandavam mensagens de texto, perguntando: “O que está acontecendo com os jogadores brasileiros?” [Frankfurter Allgemeine] O senhor considera aquele jogo uma humilhação? [Príncipe Dom Rafael] Foi realmente embaraçoso, mas o futebol é assim. O que nos surpreendeu foi como os alemães se comportaram; todos os jogadores foram respeitosos, havia piadas sobre o jogo, mas nenhuma animosidade entre as duas Nações. Entre o Brasil e a Argentina, no entanto, a rivalidade tem sido mais agressiva; tal como foi, por exemplo, na Copa do Mundo, quando Neymar foi gravemente ferido por um jogador colombiano, e os argentinos comemoraram abertamente. [Frankfurter Allgemeine] O senhor joga futebol? [Príncipe Dom Rafael] Todo bom brasileiro tem que jogar futebol. Eu jogo toda semana. [Frankfurter Allgemeine] E o que mais? [Príncipe Dom Rafael] Golfe, tênis e squash. Quando eu era pequeno, cavalgava com os meus avós. [Frankfurter Allgemeine] O Rio de Janeiro está preparado para os Jogos Olímpicos? [Príncipe Dom Rafael] Eu diria que estamos indo bem.

Os brasileiros, comparados aos alemães, adotam uma postura mais tranquila, quando se trata de planejamento e organização. Aqui, algumas coisas ficarão prontas a tempo, outras serão concluídas mais tarde; mas, no final, tudo vai ficar bem. Eu tenho certeza.

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Um amigo me perguntou se acho possível a volta da monarquia no Brasil. A minha resposta foi: somente se acontecer algo totalmente imprevisto; um acontecimento tão imprevisível que só tenha explicação ex post facto; enfim, um Cisne Negro¹. Apesar de termos um movimento monarquista dotado de pessoas inteligentes, podemos dizer que ainda estamos na etapa “pré-imaginativa” do processo de implantação de uma monarquia brasileira, pois sequer existe romance, peça de teatro, filme ou obra artística que possa colocar no campo da imaginação a existência de uma Casa Imperial governando o Brasil em pleno século XXI. Como disse Hugo von Hofmannsthal, sempre lembrado nas colunas do professor Olavo de Carvalho, “Nada está na realidade política de um país se não estiver primeiro na sua literatura”. Talvez meia dúzia dos que frequentam o encontro monárquico anual consigam imaginar um governo imperial, mas e o povo? Não é possível exigir do povo algo que ainda é inimaginável. Seria até macabra tal exigência.

A possibilidade da volta da monarquia no Brasil

Leonildo Trombela Júnior Jornalista e tradutor. Publicado no Portal Mídia sem Máscara

Se um dia for transpassada essa barreira artística do discurso poético, há ainda o desafio do discurso retórico, isto é, o discurso que trata da verossimilhança. Como diz o professor Olavo de Carvalho, enquanto o primeiro discurso aristotélico opera em camadas muito mais profundas a ponto de predispor-nos de longe a certas atitudes, o segundo discurso é menos profundo, porém mais imediato; é um comando “prático” que pode ser entendido graças à disposição imaginativa proporcionada pelo primeiro discurso. Para a segunda etapa, Olavo também já deu a dica para a casa monárquica brasileira: façam um shadow cabinet². Até o presente momento, parece que o conselho foi solenemente ignorado (ou pior: talvez sequer tenha sido repassado aos responsáveis)… Essa superação imaginativa e prática, todavia, é apenas a inscrição para a “batalha rumo ao trono”, pois sabemos que o mundo de hoje é bem mais complexo do que era no século XIX. Há hoje um número muito maior de variáveis que aumentam formidavelmente a complexidade e a imprevisibilidade dos campos político e econômico. Para citar apenas um exemplo, existem hoje sociedades e poderes secretos internacionais com alcance e influência política e social praticamente inimagináveis 130 anos atrás.

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Há também literalmente milhares de outros obstáculos gigantescos (a ocupação de espaço perpetrada pelos comunistas nas últimas décadas, os psicopatas no poder, a inexistência de uma cultura católica que daria suporte moral ao regime imperial, o problema dos militares, etc. etc.). Desnecessário dizer que ele, Olavo de Carvalho, também já deu o caminho das pedras para combater esses problemas. E se essa monarquia ascender ao poder, ela poderia dar certo? Que a monarquia é o melhor regime para o Brasil pouco duvido, considerando a história do país. O Segundo Reinado — um modelo monárquico inspirado no britânico, mas completamente adaptado à realidade local — foi o modelo que fez o país “dar certo”³. Durante as décadas de Segundo Reinado houve maior predomínio da ordem política e econômica e da superação dos conflitos, se comparadas às demais décadas. (Há, evidentemente, o risco de cairmos numa falácia indutiva ao supormos que uma experiência passada prova um prognóstico; todavia, considerando a formação, o patriotismo, a envergadura moral e os interesses da Casa Imperial atual, tudo leva a crer que eles têm o potencial para fazer um trabalho muitíssimo melhor que qualquer opção republicana disponível.) Ademais, como mostrou José Pedro Galvão de Sousa em Raízes Históricas da Crise Política Brasileira, a república brasileira é fruto do apriorismo político⁴; daí podemos concluir que a república foi coisa empreendida por pessoas que obviamente sofriam da incapacidade cognitiva chamada efeito Dunning-Kruger. Esse

apriorismo político resultou num sistema de governo cuja base é um amálgama de “Revolução de 1789, instituições americanas e filosofia de Augusto Comte”. Assim, por conta desse sistema criado por sujeitos “Dunning-Kruger”, vivemos desde 1889 uma sucessão de golpes, crises econômicas e instabilidades que já beira os 130 anos. Difícil imaginar que uma monarquia possa ser pior que isso. Notas: 1. Aqui, o termo Cisne Negro tem a acepção dada pelo ensaísta Nassim Nicholas Taleb, no livro The Black Swan — The Impact of the High Improbable, para referir-se a acontecimentos que estão fora do âmbito das expectativas comuns e que não poderiam ser previstos no presente estado de coisas, embora esses acontecimentos sejam caracteristicamente explicáveis retroativamente. O termo, que já foi usado por outros autores para tratar do problema da indução, faz referência à crença de que, até dado momento da história acreditava-se que todos os cisnes eram brancos, até o dia em que descobriram a Austrália e, respectivamente, seus cisnes negros. 2. O conselho foi dado por Olavo numa teleconferência do canal Terça Livre. Shadow cabinet é um gabinete paralelo — uma espécie de “gabinete espelho” do gabinete oficial — com os melhores nomes da oposição. Cada um dos seus integrantes analisa seu contraparte oficial e propõe medidas alternativas. Desnecessário enfatizar que o shadow cabinet teria de ser um modelo próprio, e não um modelo copiado de maneira apriorística de modelos internacionais — como foi nosso modelo de República. Outra das razões de ser de um shadow cabinet é combater o discurso único imposto pelo governo. 3. Espero que ninguém interprete “dar certo” como um “dar-certo-como-o-Canadá-deu-certo”. Sejamos modestos. 4. Nas palavras do próprio Galvão de Sousa, “O raciocínio apriorístico, em matéria política, é aquele que desdenha da realidade e dos conhecimentos da história para construir sistemas baseados tão somente em princípios jurídicos.”

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Agosto será decisivo nesse inesquecível ano de 2016, a começar pelo final, quando uma página será virada e o engodo petista (Dilma et caterva) desmascarado, a página do engodo Eduardo Cunha ficará para setembro, então a presidente(a) ficará liberada para responder pela lambança à frente do Conselho de Administração da Petrobras, pois ela disse ter sido enganada por Nestor Cerveró, mas hoje sabemos que Cerveró era membro de um esquema espúrio elaborado para espoliar a empresa, Dilma era a braço direito do chefe do esquema, então fica difícil ela conseguir tirar o corpo fora. Com relação ao chefe do esquema, uma revelação de um engenheiro que foi destacado para assessorar o casal Lula, na reforma das instalações do sítio que não lhes pertence, declarou ele que passou um dia com o Lula no dito sítio, e que juntos beberam uma garrafa de cachaça e umas doze cervejas, então podemos deduzir que nos próximos desdobramentos da Operação Lava Jato, teremos a Operação Pé de Cana. Eduardo Cunha também pode

2016 - Inesquecível – Momentos Decisivos

Luís Severiano Soares Rodrigues Economista, pós-graduado em história, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói, Conselheiro Consultivo do Instituto Cultural Dona Isabel I – A Redentora e membro do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro (IPHARJ).

esperar, pois sua hora em breve vai chegar, e ele terá de responder pela sua atuação nos fatos investigados pela Operação Lava Jato. Recentemente houve uma certa retomada de lucidez por parte da senadora petista Gleise Hoffman, ao afirmar na tribuna do Senado que metade dos senadores estão envolvidos na Lava Jato, ela inclusive, e o seu marido já foi indiciado. No tocante ao iminente impeachment, a futura ex-presidente(a), continua fazendo papel de coitada, mas já fez a mea culpa, a culpa inteira ela deve atribuir ao seu criador. A CUT, com dinheiro dos trabalhadores, continua fazendo as suas manifestações de claque em defesa da presidente(a). Só que, como eu previra, o marqueteiro João Santana, abriu o bico e confirmou que aqui também existe Caixa Dois de campanha, e não só no exterior, onde as empreiteiras brasileiras bancaram campanhas eleitorais com dinheiro desviado, é claro, para eleger candidatos de seus interesses, dentro de esquemas montados no BNDES de financiamento de obras no exterior, com o beneplácito do sr. Lula da Silva, que se colocava como o chefe do grande esquema, como traficante de influência. Essa história ainda vai dar pano pra manga. Retornando a um assunto comentado no artigo do mês passado, de fato o governo anterior, muito contestava o

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processo de privatização tucana, mas em nenhum momento cobrou explicações nem responsabilidades pela “privataria”, nem mesmo re-estatizou nada, ou seja, algo está errado nesse script, pois se houve uma privataria alguém teria de responder por isso. Mas não, o governo petista simplesmente se aproveitou da estrutura tucana que usou e abusou dos recursos dos fundos de pensões das estatais no processo de privatização inclusive pressionando acionistas como o Bradesco para tirar o presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, que caiu no desagrado da alta cúpula petista, com o detalhe de esse ex-presidente ter morrido, há pouco tempo, juntamente com toda a família em acidente de avião. Será que tem a mão do PT de Santo André nesse fato? Esse detalhe do uso e abuso dos fundos de pensões das estatais para beneficiar amigos com operações lesivas para esses fundos, terá de ser cobrado efetivamente e punir os envolvidos, pois se assim não for a desmoralização da república, que efetivamente não tem moral, ficará mais exposta. Então à privataria tucana o PT contrapôs a pirataria ou podemos dizer que foi uma pttaria, que roubou as grandes estatais, corrompendo altos funcionários, sem caráter, e desviando recursos para apropriação privada e para o partido principal (PT), e para os satélites, inclusive o PC do B, que quer tirar onda de honesto, quando na verdade são apropriadores vermelhos, mas segundo eles, são ingênuos vermelhos, caberá ao povo dizer qual das máscaras deverá cair, até porque eles defendem a presidente(a) com unhas e dentes, na ilusão de que tudo será como antes, mas

não, eles verão o barco afundando e eles que se associaram a esses ímpios vão afundar junto. O atual governo, que também não inspira grande confiança, tem o mérito de, na atual circunstância, ser o mal menor. No entanto, vemos nele um certa vontade de acertar. A base de apoio não ajuda muito, pois no caso das finanças estaduais estamos vendo que da administração dos Estados só vem irresponsabilidade, e o detalhe da questão dos limites das folhas de pagamento estaduais fala por si só. Logo as burocracias estaduais que podem dar as mãos quando se fala em falta de eficiência. Outro ponto que deve ser observado é o caso das Agências Reguladoras, que até aqui foram desvirtuadas, e como disse recentemente o competente governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, elas não deveriam ser apanágio de políticos derrotados nas eleições. Assim se a base de apoio do governo não colocar a mão na consciência e trabalhar para acertar esse país, a vaca, quer dizer, a república vai para o brejo mais rápido do que se espera. Portanto o inesquecível ano de 2016 continua, vamos ver se o Brasil resiste à ele.

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O Instituto Brasil Imperial, presta aqui uma homenagem a um grande estudioso do período imperial brasileiro, que foi um grande servidor do Brasil, tanto na sua carreira diplomática quanto nas suas contribuições à cultura brasileira, que nos deixou recentemente em julho último,aos 90 anos de idade. Carioca, o embaixador João Hermes Pereira de Araújo, se formou na PUC do Rio em direito,em 1948, entrando pouco depois, por concurso, na carreira diplomática, carreira essa onde alcançou postos significativos, tendo sido embaixador na Colombia (1981-83), na Argentina (1984-87) e na França (1988-91). Retornando ao Brasil, já no quadro especial do Itamaraty, é nomeado em 1992 (até 2005), diretor do Museu Histórico e Diplomático do Itamaraty, cargo que acumulou com a presidência da Comissão de Estudos de História Diplomática. No Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual era sócio, foi vice-presidente no biênio 2008-09. O embaixador João Hermes foi casado com a sra. Maria Amélia da Fonseca Costa, descendente do visconde da Penha, do marquês da Gávea e do marquês da Vila Real da Praia Grande, com quem teve 4 filhos. Da sua obra destacamos:

Embaixador João Hermes Pereira de Araújo Redação IBI

A processualística dos atos internacionais (1958). A Ordem de Malta e o Brasil Imperial (1956 pela Associação dos Cavaleiros da Ordem Militar de Malta – SP) e (inAnuário do Museu Imperial, v.17, 1957). El Arte Luso Brasileño En El Rio da La Plata (1966) - catálogo de exposição. Três Ensaios Sobre Diplomacia Brasileira (1989), com Marcos Azambuja e Rubens Ricupero. Palácio Itamaraty : Brasília. Edição Banco Safra (1993). (Organizador). Oswaldo Aranha: a Estrela da Revolução (1998), com Aspásia Camargo e Mario Henrique Simonsen. José Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio Branco : uma biografia fotográfica. Funag. (2002), Organizador com Rubens Ricupero. A Fazenda dos Três Poços: do café à universidade (2007).

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Na sessão da Cephas (Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas) do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, de 03/08 foram abordados dois temas de interesse dos leitores da Gazeta Imperial, sendo o primeiro: A catedral de Petrópolis - santuário de mamória da cidade imperial, tema desenvolvido pelo sócio honorário, dom Gregório Paixão OSB, bispo de Petrópolis, que relatou a saga da construção desse templo importantíssimo da cidade imperial, bem como mobilização da população e dos clérigos daquela cidade e também o incentivo de Dona Isabel I, mesmo no exílio; outra grande benemérita nessa obra foi a baronesa de São Joaquim, a quem o acervo cultural do Estado do Rio de Janeiro, também tem uma grande dívida. Por intervenção do conselheiro Luís Severiano Soares Rodrigues sua eminência esclareceu que o mausoléu imperial, dentro da catedral, foi feito mediante uma adaptação do projeto inicial. A segunda conferência abordou o centenário de um grande monarquista brasileiro e grande estudioso das instituições políticas ao longo da história do nosso país, a palestrante foi a sra. Maria Luiza Penna, sócia

Centenário de João Camilo de Oliveira Torres

Redação IBI

honorária e também sobrinha do homenageado, que também era sócio do IHGB. O centenário efetivamente se deu em 2015, mas somente agora foi possível a realização dessa comemoração, desse mineiro de Itabira, oriundo de uma antiga família liberal das Minas Gerais. O título da palestra foi: O Homem Interino e a Monarquia, onde a palestrante aborda essa característica do ideário político desse grande pesquisador, que como pensador

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político elaborou todo uma análise das instituições políticas brasileiras, assinalando as vantagens e superioridade só parlamentarismo monárquico sobre o presidencialismo. Sua obra é de grande envergadura (27 títulos), na qual destacamos – A Democracia Coroada (1957), como livro de referência para os defensores do binômio Monarquia e Democracia, como a solução para se superar a precariedade institucional da república brasileira, e se instaurar uma democracia responsável nesse país. Coube ao nosso conselheiro Luís Severiano, lembrar a ação do homenageado durante a vigência do parlamentarismo no período de 1961/63, como uma possibilidade de aprimorá-lo com a restauração da Monarquia e a superação dos impasses que já se assinalavam e que levariam a república a mais uma ditadura, dessa vez longa e tão ou mais cruel quanto as anteriores; desse período destacamos na obra desse autor: Cartilha do Parlamentarismo (1962), do qual extraímos a seguinte passagem para mostrar a atualidade do pensamento de João Camilo, quando este fala de aspectos do presidencialismo antes da mudança de 1961 e válido para os dias atuais: "O presidencialismo, sendo um sistema que provoca agitações periódicas, que faz de cada situação política um mundo à parte, que transforma as lutas políticas em competições entre indivíduos ambiciosos, era um obstáculo ao progresso, que assumira formas espamódicas, com estrangulamentos sucessivos. E, como todo candidato, pelo custo de sua campanha, termina, de um modo ou de outro, dependentes de

grupos econômicos, uma reforma em profundidade nunca seria possível. O parlamentarismo, sistema político mais barato, mais plástico, mais prático, permite reformas continuadas e progressivas, sem abalos nem confusões". (pag.87). Assim o Instituto Brasil Imperial, parabeniza a sra. Maria Luiza Penna pelo sua brilhante palestra e o IHGB, por mais essa importante iniciativa.

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Retomo o tema da conservação do patrimônio artístico e histórico como fator de alavancagem do turismo cultural em todo o nosso país. Porém analiso o caso gaúcho, uma vez que por lá viajando tive a surpresa de observar que as pessoas de uma forma geral quando pensam em turismo no Estado se referem unicamente em duas cidade: Gramado e Canela, que são de fato destinos turísticos excelentes. No entanto o potencial de turísmo histórico-cultural do Estado é enorme para ser divulgado nacionalmente. Para isso destaco dois exemplos importantíssimos de patrimônio histórico/arquitetônico a serem trabalhados mais consistentemente. O primeiro na região das Missões, o conjunto da Missão de São Miguel no município de igual nome, que vem a ser o maior e mais preservado conjunto jesuítico no Brasil, que também vem a ser um Patrimônio da Humanidade da Unesco. Conjunto notável, que pela sua importância e imponência merece ser conhecido de todo o povo brasileiro. Anexo à ele temos o Museu das Missões, com um acervo de arte sacra do período áureo do sonho jesuítico de se contrapor à Portugal e Espanha.

Tesouros Históricos Gaúchos Luís Severiano Soares Rodrigues Economista, pós-graduado em história, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói, Conselheiro Consultivo do Instituto Cultural Dona Isabel I – A Redentora e membro do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro (IPHARJ).

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O segundo no sul do Estado, o conjunto arquitetônico do centro histórico da cidade de Pelotas, talvez o maior e mais preservado do Estado, onde a municipalidade optou sábiamente por preservar imponentes prédios históricos que preservam um passado glorioso e orgulho do seu povo. Embora nem todos os prédios estejam em perfeito estado o conjunto é excelente Valendo ressaltar que a catedral pelotense é uma das mais bonitas do sul do Brasil. Como auxiliar nessa missão a Universidade Federal de Pelotas também vem adquirindo prédios de interesse histórico para melhor preserva-los e usá-los no conjunto universitário. Para ilustrar o caso pelotense, na Coleção Luís Severiano

Soares Rodrigues, destaco fotos de duas fachadas armoriadas, a da Santa Casa de Misericórdia, com o brasão do Império e a Beneficência Portuguesa com as armas reais de Portugal. Nos arredores da cidade destaco imagens da Chácara da baronesa dos Três Serros, um dos belíssimos palacetes aristocráticos da orgulhosa nobreza pelotense, de muitos serviços prestados ao país. Do Museu de História Natural Carlos Ritter, museu vinculado à UFPel, destaco fotos de trabalhos do naturalista amador e empresário Carlos Ritter que dá nome ao museu, que são os brasões de armas do Império do Brasil e do Império Alemão feitos com insetos com perfeita simetria.

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