o imortal - o consolador · boa aceitação pelos espíritas da cidade e cidades vizinhas. o curso...

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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 58 Nº 686 Abril de 2011 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec Um exemplo de como deve agir um médico de verdade O professor Alan Krambeck pede que vejamos com maior simpatia a Filosofia Espírita Autor de 4 livros, publicados nos anos de 2008 e 2009, todos eles so- bre Filosofia Espírita, o confrade Alan Krambeck concedeu ao nosso colaborador Orson Peter Carrara in- teressante entrevista na qual diz que, segundo seu ponto de vista, “somen- te a Filosofia Espírita pode fazer de nossa crença uma convicção”. Graduado em Engenharia e Fi- losofia, profissionalmente professor e espírita desde 1990, Alan Krambeck (foto) é natural de Pal- meira, cidade situada no interior do Paraná, mas reside atualmente em São José dos Campos, no interior paulista, onde atua como espírita no Grupo Espírita Francisco de Assis. Um dos assuntos tratados na entrevista é o Curso de Filosofia Espírita, por ele criado em 2004 em São José dos Campos, nos moldes do que já era desenvolvido na FEESP pelo prof. São Marcos. Inicialmente formou-se ali uma turma piloto e posteriormente ou- tras turmas se seguiram, devido à boa aceitação pelos espíritas da cidade e cidades vizinhas. O curso tem duração de 2 anos com aulas semanais de 2 horas, num total de 96 aulas. Pág. 3 O jovem médico Leonardo Machado, de Recife-PE, escreve sobre o tema medicina da alma e conta um episódio de sua experi- ência na faculdade de medicina que muito o marcou. O fato se passou dentro do hospital univer- sitário a que estava vinculado. Ele iria acompanhar consultas na área da psiquiatria. A preceptora, diz ele, já era por ele conhecida, pois, além de lhe ter ministrado aulas teóricas, liderava importantes pes- quisas na área da saúde mental dentro daquela academia. Naque- le momento, porém, ele estava ansioso por vê-la atuar na arte médica. Pág. 16 Chega aos cinemas do Brasil o filme “As mães de Chico Xavier” Baseado em fatos reais, estreia no dia 1º de abril, nos ci- nemas do País, o filme “As mães de Chico Xavier”, que conta a história de três mães que vivem momentos distintos de suas vidas e veem sua realidade transformar- se repentinamente: Ruth (Via Ne- gromonte), cujo filho jovem en- frenta problemas com drogas; Elisa (Vanessa Gerbelli), que ten- ta superar a ausência do marido em casa dedicando-se integral- mente ao filho, o pequeno Theo (Gabriel Pontes); e Lara (Tainá Muller), uma professora que en- frenta o dilema de uma gravidez não planejada. Pág. 6 Conferência espírita reúne no Paraná um público numeroso Realizada nos dias 18, 19 e 20 de março, sob os auspícios da Federação Espírita do Paraná, a XIII Conferência Estadual Espí- rita reuniu em Pinhais-PR um público numeroso estimado em 10 mil pessoas (fotos). O tema geral foi “Mediuni- dade com Jesus”, em homena- gem aos 150 anos de publicação de O Livro dos Médiuns , de Crônicas de Além-Mar .............................. 12 De coração para coração ............................. 4 Divaldo responde ...................................... 13 Editorial ....................................................... 2 Emmanuel ................................................... 2 Espiritismo para as crianças ..................... 14 Estudando a série André Luiz ..................... 5 Grandes vultos do Espiritismo ................... 7 Histórias que nos ensinam ........................ 15 Jane Martins Vilela ................................... 13 Joanna de Ângelis ....................................... 2 José Soares Cardoso .................................... 7 Seminários, palestras e outros eventos ..... 11 Ainda nesta edição Histórias que nos ensinam Nesta edição o lei- tor terá uma surpresa ao ler a coluna “Histó- rias que nos ensinam”, porque, em vez de con- tar histórias sobre ou- tros personagens do Espiritismo, a coluna conta desta vez – em forma de entrevista – parte da história de quem normalmente a escreve: nosso compa- nheiro José Antônio Vieira de Paula, radica- do em Cambé, um dos colaboradores deste jornal, que está com- pletando neste mês 25 anos de participação ininterrupta neste peri- ódico. Pág. 15 Allan Kardec. Na abertura, an- tes da conferên- cia proferida por Divaldo Franco, o maestro e compositor Plínio Oliveira, com sua Or- questra da Paz, apresentou um belíssimo mo- mento musical. Em seguida, o Secretário da Comissão Regi- onal Sul da Fe- deração Espíri- ta Brasileira e Presidente da Federação Es- pírita do Para- ná, Francisco Ferraz Batista, apresentou suas boas vindas ao público e aos expositores, e Nestor João Masotti, presiden- te da FEB, proferiu breves pa- lavras sobre o atual momento vivenciado no planeta Terra e a contribuição da Doutrina Espí- rita para a transformação do pla- neta para um mundo de regene- ração. Págs. 8, 9 e 10

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 58 Nº 686 Abril de 2011 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

Um exemplo de como deveagir um médico de verdade

O professor Alan Krambeck pede que vejamoscom maior simpatia a Filosofia Espírita

Autor de 4 livros, publicados nosanos de 2008 e 2009, todos eles so-bre Filosofia Espírita, o confradeAlan Krambeck concedeu ao nossocolaborador Orson Peter Carrara in-teressante entrevista na qual diz que,segundo seu ponto de vista, “somen-te a Filosofia Espírita pode fazer denossa crença uma convicção”.

Graduado em Engenharia e Fi-losofia, profissionalmente professore espírita desde 1990, AlanKrambeck (foto) é natural de Pal-meira, cidade situada no interior doParaná, mas reside atualmente emSão José dos Campos, no interiorpaulista, onde atua como espírita noGrupo Espírita Francisco de Assis.

Um dos assuntos tratados naentrevista é o Curso de FilosofiaEspírita, por ele criado em 2004 emSão José dos Campos, nos moldesdo que já era desenvolvido na

FEESP pelo prof. São Marcos.Inicialmente formou-se ali uma

turma piloto e posteriormente ou-tras turmas se seguiram, devido àboa aceitação pelos espíritas dacidade e cidades vizinhas. O cursotem duração de 2 anos com aulassemanais de 2 horas, num total de96 aulas. Pág. 3

O jovem médico LeonardoMachado, de Recife-PE, escrevesobre o tema medicina da alma econta um episódio de sua experi-ência na faculdade de medicinaque muito o marcou. O fato sepassou dentro do hospital univer-sitário a que estava vinculado. Eleiria acompanhar consultas na área

da psiquiatria. A preceptora, dizele, já era por ele conhecida, pois,além de lhe ter ministrado aulasteóricas, liderava importantes pes-quisas na área da saúde mentaldentro daquela academia. Naque-le momento, porém, ele estavaansioso por vê-la atuar na artemédica. Pág. 16

Chega aos cinemas do Brasil ofilme “As mães de Chico Xavier”

Baseado em fatos reais,estreia no dia 1º de abril, nos ci-nemas do País, o filme “As mãesde Chico Xavier”, que conta ahistória de três mães que vivemmomentos distintos de suas vidase veem sua realidade transformar-se repentinamente: Ruth (Via Ne-gromonte), cujo filho jovem en-

frenta problemas com drogas;Elisa (Vanessa Gerbelli), que ten-ta superar a ausência do maridoem casa dedicando-se integral-mente ao filho, o pequeno Theo(Gabriel Pontes); e Lara (TaináMuller), uma professora que en-frenta o dilema de uma gravideznão planejada. Pág. 6

Conferência espírita reúne noParaná um público numeroso

Realizada nos dias 18, 19 e 20de março, sob os auspícios daFederação Espírita do Paraná, aXIII Conferência Estadual Espí-rita reuniu em Pinhais-PR umpúblico numeroso estimado em10 mil pessoas (fotos).

O tema geral foi “Mediuni-dade com Jesus”, em homena-gem aos 150 anos de publicaçãode O Livro dos Médiuns, de

Crônicas de Além-Mar .............................. 12

De coração para coração ............................. 4

Divaldo responde ...................................... 13

Editorial ....................................................... 2

Emmanuel ................................................... 2

Espiritismo para as crianças ..................... 14

Estudando a série André Luiz ..................... 5

Grandes vultos do Espiritismo ................... 7

Histórias que nos ensinam ........................ 15

Jane Martins Vilela ................................... 13

Joanna de Ângelis ....................................... 2

José Soares Cardoso.................................... 7

Seminários, palestras e outros eventos ..... 11

Ainda nesta ediçãoHistórias quenos ensinam

Nesta edição o lei-

tor terá uma surpresa

ao ler a coluna “Histó-

rias que nos ensinam”,

porque, em vez de con-

tar histórias sobre ou-

tros personagens do

Espiritismo, a coluna

conta desta vez – em

forma de entrevista –

parte da história de

quem normalmente a

escreve: nosso compa-

nheiro José Antônio

Vieira de Paula, radica-

do em Cambé, um dos

colaboradores deste

jornal, que está com-

pletando neste mês 25

anos de participação

ininterrupta neste peri-

ódico. Pág. 15

Allan Kardec.Na abertura, an-tes da conferên-cia proferida porDivaldo Franco,o maestro ec o m p o s i t o rPlínio Oliveira,com sua Or-questra da Paz,apresentou um

belíssimo mo-mento musical.

Em seguida,o Secretário daComissão Regi-onal Sul da Fe-deração Espíri-ta Brasileira ePresidente daFederação Es-pírita do Para-

ná, Francisco Ferraz Batista,apresentou suas boas vindas aopúblico e aos expositores, eNestor João Masotti, presiden-te da FEB, proferiu breves pa-lavras sobre o atual momentovivenciado no planeta Terra e acontribuição da Doutrina Espí-rita para a transformação do pla-neta para um mundo de regene-ração. Págs. 8, 9 e 10

O IMORTALPÁGINA 2 ABRIL/2011

EditorialEMMANUEL

Os fenômenos espíritas consti-tuem, sem contradita, um poderosoinstrumento de conversão dos incré-dulos, sobretudo quando demons-tradas suas causas e finalidades.

É por isso que o Espiritismo,na expressão de Allan Kardec,“vem em apoio da religião”, aomostrar e explicar certos fatos que,embora nada tenham de miraculo-sos, nem por isso são menos ex-traordinários. Aí se contam as apa-rições, os fenômenos de movimen-tação de objetos, a levitação, abicorporeidade, a psicografia e tan-tos outros fatos que passaram, aolongo da história, por prodígios e,todavia, dizem respeito tão-somen-te à ação dos Espíritos sobre o nos-so mundo.

A vida é complexa; ninguém oignora. Não existe uma só pessoaque encontre na Terra apenas flo-res e sorrisos. A dor visita todos oslares, e a morte, quando menos seespera, vem ceifar em nosso meio,levando consigo os seres amadose deixando, à sua passagem, umrastro de dor e de saudades.

O mistério da vida não recebeuaté hoje, seja da ciência, seja da

A alegria espontânea, que decor-re de uma conduta digna, é gerado-ra de saúde e bem-estar.

O homem que executa com pra-zer os seus deveres e sabe transfor-mar as situações difíceis, dando-lhescor e beleza, supera os impedimen-tos e facilita a realização de qual-quer empresa.

A alegria, desse modo, resulta deuma visão positiva da vida, que seenriquece de inestimáveis tesourosde paz interior.

Muitas vezes, por semana, repeti-mos a palavra “amanhã”.

Costumamos dizer «amanhã» parao vizinho que nos pede cooperação econsolo.

Habitualmente relegamos paraamanhã toda tarefa espinhosa.

Sempre que surge a dificuldade,pedindo maior esforço, apelamos paraamanhã.

Sem dúvida, o “amanhã” constituiluminosa esperança, com a renovação doSol no caminho, mas também represen-ta o serviço que deixamos de realizar.

É da lei que a conta durma com odevedor, acordando com ele no dia se-guinte.

No instituto da reencarnação, des-se modo, transportamos conosco, sejaonde for, as oportunidades do presentee os débitos do passado.

É assim que os ricos de hoje,enquistados na avareza e no egoísmo,voltarão amanhã no martírio obscuro dospobres, para conhecerem, de perto, asgarras do infortúnio e as duras lições danecessidade; e os pobres, envenenadosde inveja e ódio, retornarão no confortodos ricos, a fim de saberem quanto cus-tam a tentação e a responsabilidade depossuir; titulados distintos do mundo,quais sejam os magistrados e os médi-cos, quando menosprezam as concessõescom que o Senhor lhes galardoa o cam-po da inteligência, delas fazendo instru-mento de escárnio às lutas do próximo,ressurgirão no banco dos réus e no leito

Fazer o bem, e não o mal,eis o que ensina o Espiritismo

filosofia, uma explicação razoável.Afinal, todas as conjecturas emtorno dos objetivos da existênciahumana não têm passado de espe-culações. A filosofia clássica nosreconhece como seres espirituais,mas nada nos diz acerca de nossaorigem e de nosso destino.

Coisa não muito diversa ocor-reu com a religião. O fantasma doinferno e a utopia do paraíso povo-am a imaginação humana. “É pre-ciso sofrer para subir aos céus. Bas-ta crer para adentrar o paraíso. A féé a chave que nos abrirá tal porta”– eis o que, em nome da religião, setem ensinado aos homens.

Diante de tais ideias, vem oEspiritismo, pela voz dos homensdesencarnados, dizer que somosEspíritos, sim, tal como ensina afilosofia, com a diferença de quefomos criados simples e ignoran-tes, com iguais possibilidades parao bem e para o mal e tendo pormeta o progresso infinito.

Não há inferno e inexiste o céu,pois um e outro são estados d’alma.

Não é a fé que nos levará à sal-vação.

É a caridade mais desinteres-sada que nos permitirá galgar umdegrau a mais no caminho da evo-lução.

Ninguém foi posto no mundopara sofrer. A dor é contingêncianatural que decorre do nosso esta-do evolutivo.

É no meio da luta, das vicissi-tudes, das experiências da vida queo homem cresce e se agiganta paraalçar voos mais altos.

A finalidade da existência é oprogresso do ser humano, vistoque, concorrendo para a obra ge-ral, os homens igualmente progri-dem.

Somos dotados de livre-arbí-trio.

Podemos praticar o mal, tantoquanto somos livres para fazer obem. A escolha unicamente a nóspertence, mas é claro que dessaopção resultarão consequênciasque não poderemos evitar, comodemonstram inúmeros exemplosreunidos nas obras espíritas, espe-cialmente em “O Céu e o Inferno”,livro publicado por Allan Kardec,o codificador da Doutrina Espíri-ta, em 1865.

Um minuto com Joanna de ÂngelisViver deve ser um hino de júbilo

para todos quantos se movimentam naTerra. Oportunidade superior de as-censão, pode ser considerada uma bên-ção de alto porte, que somente umaconduta jubilosa e reconhecida podeexteriorizar como forma de gratidão.

*Quanto faças, realiza-o com ale-

gria. Põe estrelas de esperança no teucéu de provações e rejubila-te peloensejo evolutivo. Abre-te a outroscorações que anelam por amizade e

Amanhãdos nosocômios, de modo a experimen-tarem os problemas e as angústias dopovo; filhos indiferentes e ingratos tor-narão como servos apagados e humildesno lar que enlameiam, e pais insensatose desumanos regressarão no tronco do-méstico, recolhendo nos descendentes osfrutos amargos da crimi-nalidade e dovício que cultivaram com as própriasmãos; mulheres enobrecidas que fogemao ministério familiar, provocando oaborto delituoso pela fome de prazer, re-aparecerão enfermas e estéreis, tantoquanto homens válidos e robustos, queenvilecem a vida no abuso das forças res-peitáveis da natureza, ressurgirão na ri-balta do mundo, carregando no própriocorpo o desequilíbrio e a moléstia queadquiriram, invigilantes.

Não te esqueças, portanto, de que obem é o crédito infalível no livro da eter-nidade, e recorda que o «depois» serásempre a resultante do «agora».

Todo dia é tempo de renovar o des-tino.

Todo instante é recurso de começaro melhor.

Não deixes, assim, para amanhã obem que possas fazer.

Faze-o hoje.

JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros livros,de Episódios Diários, do qual foiextraído o texto acima.

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EMMANUEL, que foi o mentor es-piritual de Francisco Cândido Xavier ecoordenador da obra mediúnica do sau-doso médium mineiro, é autor, entre ou-tros livros, de Religião dos Espíritos,do qual foi extraído o texto acima.

aumenta o teu círculo de companhei-ros, transmitindo-lhes as emoçõesgratas do ato de viver.

Qualquer ação inspirada pelaalegria torna-se mais fácil de serexecutada e aureola-se da miríficaluz do bem. Nem sempre é o fato,em si, o grande problema, mas o es-tado de ânimo e a forma de o enca-rar por aquele que o deve enfrentar.

Coloca o toque de alegria nastuas realizações e elas brilharão,atraindo outras pessoas, que se sen-tirão comprazidas em poder ajudar-te, estar contigo, participar das tuastarefas.

O Evangelho é uma Boa Novade alegria, pois que ensina a superara dor, a sombra da saudade, e aclarao enigma da morte.

Neste, como em todos os teusdias, sê alegre, demonstrando grati-dão a Deus por estares vivendo.

O IMORTALABRIL/2011 PÁGINA 3

Graduado em Engenharia eFilosofia, profissionalmenteprofessor, espírita desde 1990,Alan Krambeck (foto) nasceuem Palmeira-PR e reside atu-almente em São José dos Cam-pos, no interior paulista. Vin-culado ao Grupo Espírita Fran-cisco de Assis e autor de qua-tro livros, traz em suas respos-tas a experiência e a importân-cia da filosofia espírita.

De onde surgiu seu vivointeresse sobre a Filosofia Es-pírita?

Após um período de inten-sas leituras a respeito da Dou-trina veio em seguida a reali-zação de cursos (curso básico,COEM, EAE, curso de passes).Foi a partir de 2000 que houveinteresse em nos aprofundar noestudo da Doutrina. Em 2002foi iniciado o Curso de Filoso-fia Espírita na FEESP e a partirdaí o interesse foi sempre cres-cente nessa área do conheci-mento. Veio a graduação e emseguida a pós-graduação.

Quantos livros você tempublicados até o momento?

Temos até o momento 4 li-vros publicados: FILOSOFIAESPÍRITA – História da Filo-sofia e os Principais Filósofos– Nov.2008; FILOSOFIA ES-PÍRITA – Temas da Filosofia –

ORSON PETERCARRARA

[email protected] De Matão, SP

Um olhar sobre a filosofia espírita

O curso tem duração de 2 anoscom aulas semanais de 2 horas,num total de 96 aulas. Mais in-formações podem ser obtidas nosite www.filosofiaespirita.net.br

Como a Filosofia acadêmi-ca em si é influenciada pela Fi-losofia Espírita?

Entendemos que a Filosofiaacadêmica nasceu na Grécia An-tiga. Teve seus anos douradosantes da Era Cristã. Passou porum período de obscuridade du-rante os primeiros 15 séculos denossa era para renascer com for-ça intensa na Idade Moderna. Osurgimento da Filosofia Espíritasó se deu no século 19, porém,tal como a Ciência Espírita, sem-pre teve o olhar desconfiado,para não dizer preconceituoso,por parte da Academia. Hoje,ousamos dizer que as raízes daFilosofia Espírita se encontramna Filosofia acadêmica, e mais,que muitos filósofos da academiaforam inconscientemente os pre-cursores da Filosofia Espírita.

Dentre estes, citamos: Pitágoras,Parmênides, Sócrates, Platão,Plotino, Giordano Bruno, Des-cartes, Leibniz, Bergson, paracitar somente alguns. E respon-dendo à sua pergunta: a Filoso-fia Espírita não influenciou a Fi-losofia acadêmica, mas estevesempre no seu cerne, pois estasempre buscou um maior enten-dimento do Ser, da Essência. Nacontemporaneidade vemos a Fi-losofia acadêmica desaguar naFilosofia Espírita, conforme di-zia o prof. São Marcos.

O movimento espírita daatualidade não está um poucorelapso com relação aos postu-lados filosóficos do Espiritis-mo?

Não está relapso. A vida mo-derna é que fornece atrativoscompetitivos à reflexão. Aliás, aDoutrina Espírita, podemos afir-mar sem margem de erro, é nacontemporaneidade uma grandealavancadora da leitura e da re-flexão. Os homens adquirem ohábito salutar da leitura e da re-flexão ao adentrar a Doutrina.

Que obras você gostaria deindicar ao leitor estudioso doaspecto filosófico do Espiritis-mo?

1. O PROBLEMA DO SER,DO DESTINO E DA DOR –Léon Denis; 2. INTRODUÇÃOÀ FILOSOFIA ESPÍRITA – J.Herculano Pires; 3. NOÇÕESDE HISTÓRIA DA FILOSOFIA– Manoel P. São Marcos; 4. SER

Fev.2009; FILOSOFIA ESPÍRI-TA – Jun. 2009; e AS RELIGI-ÕES E A DOUTRINA ESPÍRI-TA (ALTERIDADE) –Nov.2009.

A literatura espírita produ-zida por Léon Denis, especial-mente, teve influência em suainclinação para este aspectodoutrinário? Por quê?

Sim. Léon Denis sempre foium autor que nos atraiu e inspi-rou pela sua capacidade pedagó-gica, clareza e principalmentepor sua característica de profun-didade nos assuntos que aborda.

Os livros que publicou sãoresultantes de grupos de estu-dos ou foram publicados parauso nesses estudos?

Os livros nasceram com o ob-jetivo de atender as aulas do Cur-so de Filosofia Espírita que foiimplantado em São José dosCampos. Portanto os livros sãoresultantes das aulas dadas nocurso e após sua publicação ser-vem de livros-texto ao curso.

Pode descrever um poucomais o que é o Curso de Filoso-fia Espírita?

Em 2004 foi criado o Cursode Filosofia Espírita em São Josedos Campos, nos moldes daque-le desenvolvido na FEESP peloprof. São Marcos. Houve umaturma piloto e posteriormenteoutras turmas se seguiram devi-do à boa aceitação pelos espíri-tas da cidade e cidades vizinhas.

Segundo o conhecido autor e professor, somente a Filosofia Espírita pode fazer de nossa crença uma convicção

Alan Krambeck

Entrevista: Alan Krambeck

PARA CONHECER, CONHE-CER PARA SER – AstridSayegh e 5. DEUS, ESPÍRITOE MATÉRIA – ManuelPortásio Jr.

De suas obras, qual vocêdestaca para um estudo maisaprofundado?

FILOSOFIA ESPÍRITA, oterceiro volume dos nossos 4livros. Os 2 primeiros formamo alicerce necessário para nos-sa iniciação no campo da Fi-losofia e o último volume nosleva a um maior conhecimen-to das religiões, fazendo umestudo comparado. Lembra-mos que as religiões deveriamser fortes aliadas da Metafísicae da Antropologia Filosófica,campos estes da Filosofia.

Algo mais que gostaria deacrescentar?

Sim. Gostaria de convidar atodos os espíritas a terem umolhar com maior simpatia pelaFilosofia Espírita, pois só elapode fazer da nossa crença umaconvicção. E mais, ela nos mos-trará como Kardec foi feliz emseu conceito de “fé raciocina-da”.

O IMORTALPÁGINA 4 ABRIL/2011

De coração para coração

Por que Jesus veio ao mundo?A resposta a tal pergunta podemos

encontrar em Isaías. Segundo esseextraordinário profeta, Jesus viria aomundo para fazer raiar a luz aos quese achavam na região da morte, darcrença aos que não a tinham, guiar osque se haviam perdido e se achavamdesviados da estrada da vida e, final-mente, apresentar-se a todos como omodelo, o paradigma, o enviado deDeus, o único capacitado a legar a nósum ensino puro e perfeito. É daí quesurgiria mais tarde a conhecida fraseque o evangelista João lhe atribuiu:“Eu sou o Caminho, a Verdade e aVida; ninguém vai ao Pai senão pormim” (João, 14:6).

Descendo de Esfera Superior, Je-sus surgiu entre os terráqueos, nãoentre sedas, mas em uma singela e tos-ca estrebaria. Apresentando-se comoo Messias anunciado pelos profetas daAntiguidade, foi recebido com des-

confiança, até mesmo por João Batis-ta, o precursor, que certa vez envioudois emissários para saberem se eleera, realmente, o esperado Filho deDeus.

Iniciando a pregação do Reino doCéu, não conseguiu o entendimentoimediato nem ao menos de seus discí-pulos, e desse modo exerceria seuministério, entre incompreensões edesprezo, amargura e solidão.

Ninguém desconhece a extremasimplicidade, a completa humildade, apobreza e a singeleza com que Jesusmarcou sua presença em nosso planeta.Sem ter sequer onde reclinar a cabeça esem nada possuir em termos materiais,cercou-se de pessoas incultas e reuniuem torno de si amigos rudes e iletradosde uma das regiões mais pobres perten-centes ao Império Romano.

Peregrino paupérrimo, sem bolsanem cajado, jamais ocupou qualquercátedra e, sem nada haver escrito, di-

vidiu as eras terrestres em antes e de-pois dele, como ninguém jamais o fez,permanecendo para sempre como amaior presença, o mais alto marco, amais elevada e imorredoura expres-são de toda a história humana, emtodas as épocas do mundo.

Um fato, contudo, digno de nota éque, apesar da resistência dosisraelitas em reconhecê-lo como oMessias predito nas Escrituras, o povoque o escutava admirava sua doutrinaporque percebia que ele ensinavacomo quem tinha autoridade, umaqualidade que não se destacava nas ex-planações feitas pelos escribas(Mateus, 7:28-29).

Com efeito, os escribas e os rabi-nos do mosaísmo costumavam sermuito minudentes na explanação doscerimoniais e das práticas exterioresdo culto, mas nunca haviam expostoverdades tão profundas nem lhe sen-sibilizaram os corações com tão ex-

A missão de Jesus

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

pressivos apelos à retidão do caráter,à brandura, à caridade, à misericórdia,ao perdão, à tolerância e ao desapegodos bens terrenos, como Jesus fez nosermão do monte e em inúmeras ou-tras ocasiões.

Como sábio educador que semprefoi, o Mestre recorria com frequênciaàs parábolas a fim de melhor interes-sar e impressionar seus ouvintes. Esserecurso fez com que seus ensinamen-tos atingissem diretamente as mentese os corações dos homens e, além dis-so, se perpetuassem na memória dospovos ao longo dos séculos.

Verdades transcendentais e impor-tantes nos foram trazidas por Jesus e,assim, registradas nos Evangelhos.

O Cristo revelou-nos a amorosapaternidade do Deus Eterno, consci-entizou-nos de sua onipotente bonda-de, de sua misericórdia e infalível jus-tiça, de sua presença onímoda e pere-ne, ensinando-nos a elevar até Ele aforça do nosso pensamento e a confi-ar com filial devoção em sua infatigá-vel providência.

Ao proclamar esta síntese da justi-ça indefectível – “A cada um será dadosegundo suas obras” –, o Cristianismodo Cristo firma-se como a doutrina damoralização dos costumes e da ética emseus aspectos mais excelentes. Longede se constituir em uma nova seita ouum novo partido, é ele, em verdade, umcódigo de moral que abrange o direitode todos e estabelece, ao mesmo tem-po, a responsabilidade de cada indiví-duo segundo as condições em que seencontra e a influência que exerce noseio da coletividade.

Para ser cristão, no verdadeirosentido da palavra, é preciso, pois,

acima de tudo, ser fiel a Deus, nãoapenas nos momentos detranquilidade, mas sobretudo nas ho-ras tormentosas, em que tudo parecedesabar e perecer. O divino legado deJesus, que a Humanidade ainda nãoconseguiu entender, é o de um mundofeliz, de paz e de amor, sem injusti-ças, sem opróbrios, sem miséria, semorfandade, sem crimes, sem ódios,sem fratricídios e sem guerras.

No exercício de sua missão deamor, o Cristo operou fenômenos con-siderados milagrosos; no entanto, ascuras e os prodígios por ele realiza-dos pertencem em sua maioria à or-dem dos fenômenos psíquicos, ouseja, fenômenos que têm como causaprimária as faculdades e os atributosda alma, razão pela qual muitos delesforam repetidos ao longo da históriapor indivíduos diversos, confirmandoesta conhecida assertiva do Messias:“O que eu faço vós podeis fazer tam-bém, e muito mais”.

Espírito perfeito e sábio, Jesusoperava prodígios aos olhos dosterrícolas ainda ignorantes, semderrogar nenhuma lei da natureza.Manipulava os fluidos como lúcidoconhecedor de suas propriedades equalidades e, por isso, não há por quefalar em milagres nas curas que ope-rou.

O verdadeiro milagre de sua pas-sagem pela Terra foi outro, ou seja,foi ter conseguido em pouco mais detrês anos, sem nada haver escrito evivendo numa das regiões mais pobresde sua época, modificar a face espiri-tual do mundo em que vivemos, oqual, desde então, divide a sua histó-ria em “antes” e “depois” do Cristo.

Como devemos grafar: “Dê lem-branças à Márcia”ou “Dê lembran-ças a Márcia”?

Existe uma regra aplicável a estecaso?

Sim. Na correspondência dirigidaao sexo feminino, a indicação do sinalde crase é facultativa. A crase signifi-ca, em tais casos, uma maior intimida-de com a pessoa citada. A ausência decrase é sinal de respeito e de um certodistanciamento entre nós e o outro.

Igual tratamento ocorre no casode correspondência dirigida ao sexomasculino.

Jamais diríamos: “Dê lembran-ças ao Gorbachev”, mas sim “Dêlembranças a Gorbachev”.

No segundo caso usamos apenas

Pílulas gramaticaisa preposição (“a”), sem o artigo, paramarcar o distanciamento ou o respei-to entre nós e a pessoa citada, algoque, no meio espírita, fica bem níti-do quando nos referimos aos escri-tores e autores de um modo geral:

- Gosto muito dos livros de Her-culano Pires. (E não: “... dos livrosdo Herculano Pires”.)

- É de Emmanuel esta frase.- Gostaria de enviar um pensa-

mento elevado a Bezerra.- Li isto em Kardec.- Devemos reverência a Meimei

e a Auta de Souza.Concluindo, vê-se que é o artigo

definido (“o” ou “a”) que indica aproximidade ou intimidade entre nóse o indivíduo a que nos referimos.

Um amigo nos pede esclareci-mento sobre uma informação vei-culada em alguns jornais espíritasa respeito da frase atribuída a Je-sus: “Vós sois deuses”.

É verdade que Jesus não dissetal frase? Sim, é verdade.

Reafirmamos, portanto, o quefoi dito na época a um leitor. Estu-do feito pelo confrade MarlioLamha, do Grupo Rita de Cássiade Estudos Espíritas, localizado noLeblon, Rio de Janeiro, mostra quea frase citada não saiu dos lábiosde Jesus.

Escreveu o referido confrade:“Encontramos em: Salmo 82,6:

‘Eu disse: Vós sois deuses, e filhosdo Altíssimo.’ E em João: ‘34 –Tornou-lhes Jesus: Não está escri-to na vossa lei: Eu disse: Vós soisdeuses? 35 – Se a lei chamou deu-ses àqueles a quem a palavra deDeus foi dirigida (e a Escritura nãopode ser anulada), 36 – àquele a

‘Eu e o Pai somos um’. Com isso,ele queria dizer que estava inteira-mente unido a Deus, pois só faziaa Sua vontade. Seus adversários,porém, acharam que ele blasfema-va; que, embora homem, queria sefazer igual a Deus. Foi então queJesus lembrou-lhes o salmo deDavi (82:6): ‘Eu disse: sois deu-ses, sois todos filhos do Altíssimo.’Não temos o poder criador de nos-so Pai, mas Ele permite que traba-lhemos sobre o que criou, promo-vendo desenvolvimento e mudan-ças.” Este texto, ora transcrito,pode ser visto em http://www.omensageiro.com.br/entre-vistas/entrevista-17.htm na internet.

Percebe-se, assim, pelos textosacima, que Jesus não disse a frase“Vós sois deuses”, mas tambémnão a desmentiu e mesmo a men-cionou, reportando-se a um conhe-cido salmo de Davi, em que a fra-se pode ser lida.

O Espiritismo respondequem o Pai santificou, e enviou aomundo, dizeis vós: Blasfemas; por-que eu disse: Sou Filho de Deus?’Uma leitura atenta ao texto de Joãoleva a perceber que Jesus não faz aafirmativa (ainda que não a desmin-ta) “Vós sois Deuses” e sim que usaa afirmativa do salmo 82,6 (que éparte do Velho Testamento, portan-to da Lei judaica) como contra-ar-gumento aos doutores da Lei que oacusavam de blasfemar por se dizerFilho de Deus. Quem faz a afirma-ção é o salmista e não Jesus, ele ape-nas a utiliza para mostrar aos seusperseguidores como estavam sendocontraditórios ao acusá-lo de blas-femo.”

O texto acima pode ser visto emhttp://www.espacoespirita.net/marlio9.htm na internet e é confir-mado pela conhecida confreiraTherezinha Oliveira, que assim sereferiu ao assunto: “Seguiu-se umdebate e Jesus acabou por afirmar:

O IMORTALABRIL/2011 PÁGINA 5

mostrou então que os que gemem esofrem, em qualquer parte, estãomelhorando. “Toda lágrima sinceraé bendito sintoma de renovação”,disse o instrutor. (Os Mensageiros,cap. 27, pp. 144 a 148.)

C. Onde vivia Bacelar e comoele chegou ao Posto?

R.: Bacelar vivia na colônia“Campo da Paz” e chegou ao Postoem um belo carro, tirado por doissoberbos cavalos brancos. (Obra ci-tada, cap. 28, págs. 149 a 153.)

Texto para Leitura35. A prece de Ismália - No ho-

rário reservado à prece coletiva,Ismália foi convidada a orar. Os de-mais acompanhavam, em silêncio,a oração, mas André Luiz e Vicente– atendendo a uma recomendação deAniceto – seguiam a prece, frase porfrase, repetindo em pensamentocada expressão, a fim de imprimir omáximo ritmo e harmonia ao verbo,ao som e à ideia, numa só vibração.Ismália transfigurou-se. Luzesdiamantinas irradiavam de todo oseu corpo, em particular do tórax,cujo âmago parecia conter misteri-osa lâmpada acesa. As senhoras queacompanhavam Ismália estavamtambém quase semelhantes a ela,como se trajassem costumes radio-sos, em que predominava a cor azul.Depois delas, em brilho, vinha a luzde Aniceto, de um lilás surpreenden-te. Alfredo irradiava uma luz verdesuave, mas sem grande esplendor.Vicente e André mostravam fracaluminosidade, mas estavam felizes,porque a maioria dos cooperadoresem serviço apresentava o corpo obs-curo. (Cap. 24, págs. 129 a 132)

36. O efeito da prece - Suavecalor apossava-se de todos; era in-tensa a sensação de conforto. Foientão que do alto grande quantida-de de flocos esbranquiçados, de ta-manhos variadíssimos, caiu copio-samente sobre os que oravam, masnão sobre os que dormiam. Os flo-cos desapareciam ao tocá-los, mas

Continuamos a apresentar o tex-to condensado da obra “Os Mensa-geiros”, de André Luiz, psicografa-da pelo médium Francisco CândidoXavier e publicada pela editora daFederação Espírita Brasileira.

Questões preliminaresA. Que efeito teve, segundo

André, a prece de Ismália?R.: Ao orar, Ismália transfigu-

rou-se. Luzes diamantinas irradia-vam de todo o seu corpo, em parti-cular do tórax, cujo âmago pareciaconter misteriosa lâmpada acesa. Assenhoras que acompanhavamIsmália estavam também quase se-melhantes a ela, como se trajassemcostumes radiosos, em que predo-minava a cor azul. Suave calor apos-sava-se de todos; era intensa a sen-sação de conforto. Foi então que doalto grande quantidade de flocosesbranquiçados, de tamanhosvariadíssimos, caiu copiosamentesobre os que oravam, mas não so-bre os que dormiam. Os flocos de-sapareciam ao tocá-los, mas da fron-te e do peito dos cooperadores co-meçaram a sair grandes bolhas lu-minosas, com a coloração da clari-dade de que cada um estava reves-tido, bolhas essas que se elevavamno ar e atingiam os Espíritos emsono. As luzes emitidas por Ismáliaeram mais brilhantes, intensas e rá-pidas, e alcançavam vários enfer-mos de uma só vez. Vinham depoisas fornecidas por suas companhei-ras, por Aniceto e Alfredo. O alcan-ce ia-se reduzindo, mas todos emi-tiam vibrações. Os servos de corpoobscuro emitiam vibrações fracas,mas também luminosas. Cada qualrevelava, naquele instante, o valorpróprio da cooperação que podiaprestar. (Obra citada, cap. 24, págs.129 a 133.)

B. Que diferença existe, navida espiritual, entre os que dor-mem, os que estão loucos e os quesofrem?

R.: Foi Aniceto quem explicoua André Luiz a diferença existente,na vida espiritual, entre os que dor-mem, os que estão loucos e os quesofrem. Em “Nosso Lar” não havianenhum Espírito situado no primei-ro caso, que é o mais grave. Ele

da fronte e do peito dos cooperado-res começaram a sair grandes bolhasluminosas, com a coloração da cla-ridade de que cada um estava reves-tido, bolhas essas que se elevavamno ar e atingiam os espíritos emsono. As luzes emitidas por Ismáliaeram mais brilhantes, intensas e rá-pidas, e alcançavam vários enfer-mos de uma só vez. Vinham depoisas fornecidas por suas companhei-ras, por Aniceto e Alfredo. O alcan-ce ia-se reduzindo, mas todos emi-tiam vibrações. Os servos de corpoobscuro emitiam vibrações fracas,mas também luminosas. Cada qualrevelava, naquele instante, o valorpróprio da cooperação que podiaprestar. (Cap. 24, págs. 132 e 133)

37. Dois espíritos despertam -As luzes da prece inundaram o re-cinto. Uma claridade serena, doce,irradiante, diferente da luz artifici-al, palpitava em tudo. Os flocos ra-diosos que partiam dos cooperado-res multiplicavam-se no ar, como seobedecessem a misterioso processode segmentação, e caíam sobre oscorpos inanimados e enrijecidos,dando a impressão de lhes penetra-rem as células mais íntimas. As bo-lhas luminosas, que não cessavamde cair, pareciam agora dirigidassobre as frontes imóveis. Algunsespíritos começaram a dar sinais devida. Uns gemiam, outros falavamem voz alta. Muitos moviam pés emãos... Dois deles se levantaram,olharam para os trabalhadores,como loucos que acabassem deacordar e dispararam a correr, espa-voridos. Alfredo explica que elespensam que estão sonhando e é me-lhor assim, porque, não podendofugir às fortificações do Posto deSocorro, voltarão mais tarde a pe-dir socorro e serão então recolhidospara tratamento. (Cap. 25, págs. 134e 135)

38. Resultados do atendimen-to - Aniceto aproveitou a experiên-cia que todos tinham vivido, para

lembrar que dos 1.980 enfermos emsono, que recebiam diariamente ali-mento e medicação comuns, só 400são atendidos com alimento e me-dicação especializados, por se mos-trarem mais suscetíveis de justa me-lhora. Desses quatrocentos, apenas2/3 (dois terços) se revelaram aptosà recepção dos passes magnéticos.Muitos não puderam receber a águaefluviada, poucos foram contempla-dos com o sopro curativo e apenasdois se levantaram, ainda assim pro-fundamente perturbados. Ninguémesqueça esta lição: façamos o bem,sem qualquer ansiedade, sem exigirresultados. (Cap. 25, págs. 137 e138)

39. Cooperador com saudadedo lar - Alonso, um velhinho de hu-milde expressão, pede notícias aAlfredo sobre seus familiares. Eleresponde dizendo que sua viúvacontinua acabrunhada e os filhos,ansiosos, por motivo da ausência pa-terna. Revelando a saudade que sen-te da família, Alonso deseja permis-são para visitá-los. Alfredo nãonega, mas mostra a inconveniênciado pedido, relatando uma experiên-cia ocorrida com dois trabalhadoresdaquele Posto, que foram rever asviúvas e abraçar os filhinhos, e nun-ca mais voltaram, tanto que se en-volveram nos pesados fluidos doclima doméstico. Estavam lá comopássaros aprisionados pelo visgo dastentações. Alfredo temia que acon-tecesse com ele a mesma coisa eAlonso desistiu do pedido. (Cap. 26,págs. 140 a 143)

Frases e apontamentosimportantes

69. Quase todos os nossos asi-lados são vítimas de terríveis pesa-delos, por terem olvidado, no mun-do material, os vossos mandamen-tos de amor e sabedoria. (Ismália,em prece ao Senhor, cap. 24, pág.131)

70. Somos simples devedores,ansiosos de resgatar imensos débi-

MARCELO BORELA DEOLIVEIRA

[email protected] Londrina

Estudando a série André Luiz

Os MensageirosAndré Luiz

(8ª Parte)tos! Sabemos que vossa vontadenunca falha e esperamos confiantesa bênção de vida e luz!... (Ismália,em prece ao Senhor, cap. 24, pág.132)

71. Na prece encontramos aprodução avançada de elementos-força. Eles chegam da Providên-cia em quantidade igual para to-dos os que se deem ao trabalhodivino da intercessão, mas cadaEspírito tem uma capacidade di-ferente para receber. Essa capaci-dade é a conquista individual parao mais alto. (Aniceto, cap. 24, pág.133)

72. O trabalho da prece é maisimportante do que se pode imagi-nar no círculo dos encarnados. Nãohá prece sem resposta. E a oração,filha do amor, não é apenas súplica.É comunhão entre o Criador e a cri-atura, constituindo, assim, o maispoderoso influxo magnético queconhecemos. (Aniceto, cap. 25, pág.136)

73. Se a oração traduz ativida-de no bem divino, venha donde vier,encaminhar-se-á para o Além emsentido vertical, buscando as bên-çãos da vida superior, cumprindo-nos advertir que os maus respondemaos maus nos planos inferiores, en-trelaçando-se mentalmente uns comos outros. É razoável, porém, des-tacar que toda prece impessoal, di-rigida às Forças Supremas do Bem,delas recebe resposta imediata, emnome de Deus. (Aniceto, cap. 25,pág. 136)

74. Sobre os que oram nessastarefas benditas, fluem, das esferasmais altas, os elementos-força quevitalizam nosso mundo interior,edificando-nos as esperanças divi-nas, e se exteriorizam, em seguida,contagiados de nosso magnetismopessoal, no intenso desejo de servircom o Senhor. (Aniceto, cap. 25,pág. 136) (Continua na pág. 12 des-ta edição.)

O IMORTALPÁGINA 6 ABRIL/2011

O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

Baseado em fatos reais, o fil-me “As mães de Chico Xavier”estreia nos cinemas no dia 1º deabril de 2011. Ele conta a histó-ria de três mães que vivem mo-mentos distintos de suas vidas eveem sua realidade se transfor-mar repentinamente: Ruth (ViaNegromonte), cujo filho jovemenfrenta problemas com drogas;Elisa (Vanessa Gerbelli), que ten-ta superar a ausência do maridoem casa dedicando-se integral-mente ao filho, o pequeno Theo(Gabriel Pontes); e Lara (TaináMuller), uma professora que en-frenta o dilema de uma gravideznão planejada. Suas histórias secruzam quando elas recebemconforto e reencontram a espe-rança de vida depois do contatomantido com Chico Xavier.

Filmado em película 35mmnos meses de abril e maio de2010, com locações nas cidadesde Guaramiranga, Pacatuba, etambém em Fortaleza, no Ceará,tendo as filmagens sido concluí-das em Pedro Leopoldo (MG),terra natal de Chico Xavier, o fil-me é inspirado no livro “Por Trásdo Véu de Isis”, do jornalista eescritor Marcel Souto Maior.

Antes de sua estreia comerci-al, “As Mães de Chico Xavier”percorreu um histórico calendá-rio de 20 avant-premières em 18capitais brasileiras e nas cidadesde Uberaba e Pedro Leopoldo,ambas em Minas Gerais. Em pa-ralelo, o filme participou de umFestival e uma Mostra. No dia 24de março, o longa abriu o I Festi-val de Cinema Transcendental,realizado em Brasília (DF), ondelotou o Teatro Nacional (fotos).

O filme As mães de ChicoXavier estreia em abril

No dia 31 de março, véspera daestreia em circuito nacional, o fil-me encerrou a Mostra de CinemaTranscendental, realizada em For-taleza (CE).

Sinopse e elencoTrês mães veem suas vidas

mudarem completamente. Sãoelas: Ruth, que tem um filho ado-lescente com problemas sérios re-lacionado às drogas; Elisa, que ten-ta compensar a ausência do mari-do dedicando-se integralmente aoseu filho; e Lara, uma professoraque passa por um dilema após umagravidez não planejada. Estas trêsmulheres vivendo experiências tãofortes e distintas encontrarão oconforto por intermédio do mé-dium Chico Xavier.

O elenco do filme reuniu nomesconhecidos do público brasileiro:Nelson Xavier (Chico Xavier),Herson Capri (Mário), Caio Blat(Karl), Via Negromonte (Ruth),Tainá Muller (Lara), VanessaGerbelli (Elisa), Neuza Borges (go-vernanta), Paulo Goulart Filho(Cassiano), Daniel Dias (Raul),Joelson Medeiros (Guilherme),Gabriel Pontes (Theo), ChristianeGóis (Lica), Gustavo Falcão (San-tiago), e Silvia Bonet (Yvonne).

Produzido pela Estação LuzFilmes, com distribuição a cargoda Paris Filmes e com apoiopromocional da Globo Filmes edo Telecine, o filme traz na suadireção os diretores Glauber Fi-lho e Halder Gomes.

MARCELO BORELA DEOLIVEIRA

[email protected] De Londrina

O público lotou o Teatro Nacional para assistir à pré-estreia do filme

Cena do filme As Mães de Chico Xavier

O IMORTALABRIL/2011 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Manoel Philomeno de Miranda

Manoel Philomeno de Baptistade Miranda nasceu no dia 14 de no-vembro de 1876 em Jangada, Mu-nicípio do Conde, no Estado daBahia. Foram seus pais ManoelBaptista de Miranda e D. UmbelinaMaria da Conceição. Diplomou-sepela Escola Municipal da Bahia,colando grau na turma de 1910como Bacharel em Comércio eFazenda. Exerceu sua profissãocom muita probidade, sendo umexemplo de operosidade no cam-po profissional. Ajudava sempreaqueles que o procuravam, pudes-sem ou não retribuir os seus servi-ços. Debilitado por uma enfermi-dade pertinaz em 1914, e tendo re-corrido a diversos médicos, semqualquer resultado positivo, foicurado pelo médium SaturninoFavila, na cidade de Alagoinhas,com passes e água fluidificada,completando o tratamento com al-guns remédios da flora medicinal.

Nessa época, indo a Salvador,conheceu José Petitinga, que oconvidou a frequentar a União Es-pírita Baiana. A partir daí, Philo-meno de Miranda interessou-sepelo estudo e prática do Espiritis-mo, tornando-se um dos mais fir-mes adeptos de seus ensinamentos.Presidia as reuniões mediúnicas eos trabalhos do Grupo Fraternida-de, e a partir de 1921 passou a in-tegrar a Diretoria da União Espíri-ta Baiana, função que exerceu atéa sua morte.

Fiel discípulo de Petitinga, foiautêntico diplomata na trato como movimento espírita da Bahia,com capacidade para resolver to-dos os assuntos pertinentes às Ca-sas Espíritas. Delicado, educado,porém decidido na luta, não dava

trégua aos ataques descabidos, arre-metidos por religiosos e cientistasque tentavam destruir o trabalho dosespíritas. No campo da literatura foiautor de “Resenha do Espiritismo naBahia” e “Excertos que justificam oEspiritismo”, que publicou omitin-do o próprio nome. Em resposta aopadre Huberto Rohden, publicoutambém “Por que sou Espírita”.

Dedicou-se com muito carinhoàs reuniões mediúnicas, especial-mente as de desobsessão. Achavaimprescindível que as Instituiçõesespíritas se preparassem convenien-temente para o intercâmbio espiritu-al, sendo de bom alvitre que os tra-balhadores das atividades desobses-sivas se resguardassem ao máximona oração, na vigilância e no traba-lho superior. Salientava a importân-cia do trabalho da caridade, para seprecaverem de sofrer ataques dasEntidades que se sentem frustradasnos planos nefastos de perseguições.É o caso de muitas Casas Espíritasque, a título de falta de preparo, seomitem dos trabalhos mediúnicos.

Mesmo sofrendo do coração, su-bia as escadas a fim de não faltar àssessões, sorrindo e sempre animado.Queria extinguir-se no seu cumpri-mento. Sentia imensa alegria em daros seus dias ao serviço do Cristo. So-bre suas últimas palavras, assim es-creve A M. Cardoso e Silva: “Agorasim! Não vou porque não posso mais.Estou satisfeito porque cumpri o meudever. Fiz o que pude... o que me foipossível. Tome conta dos trabalhos,conforme já determinei.” Eraantevéspera da sua desencarnação.

Querido de quantos o conheceram,porque quem o conhecia não podia dei-xar de amá-lo, até o último instante de-monstrou a firmeza da tranquilidade dosjustos, proclamando e testemunhandoa grandeza imortal da Doutrina Espíri-ta. Sua desencarnação ocorreu no dia14 de julho de 1942.

Anos depois de sua desencarna-ção, ele passou a relacionar-se com o

médium Divaldo Franco, que assimdescreveu como se deu esse encontro:“Numa das viagens a Pedro Leopoldo,no ano de 1950, Chico Xavierpsicografou para mim uma mensagemditada pelo Espírito José Petitinga, eno próximo encontro uma outra dita-da pelo Espírito Manoel Philomeno.Eu era muito jovem e, como é com-preensível, fiquei muito sensibilizado.Guardei as mensagens, bebi nelas ainspiração, permanecendo confianteem Deus. No ano de 1970, no mês dejaneiro, apareceu-me o EspíritoManoel Philomeno de Miranda dizen-do que, na Terra, havia trabalhado naUnião Espírita Baiana, atual Federa-ção, tendo exercido vários cargos, de-dicando-se especialmente à tarefa doestudo da mediunidade e da desobses-são. Teve início, desse modo, uma par-ceria mediúnica que trouxe a públicodiversas obras enfocando o tema ob-sessão, visando a auxiliar o seu en-tendimento e oferecer suporte aos tra-balhos mediúnicos nessa área desen-volvidos pelos Centros Espíritas noBrasil”.

O relato de Divaldo prossegue:“Convidado por Joanna de Ângelis,para trazer a sua contribuição em tor-no da mediunidade, da obsessão e de-sobsessão, ele ficou quase trinta anosrealizando estudos e pesquisas e ela-borando trabalhos que mais tarde iriaenfeixar em livros”. “Ao me apare-cer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meuintermédio. Levou-me a uma reunião,no Mundo Espiritual, onde reside, eali mostrou-me como eram realiza-das as experiências de prolongamen-to da vida física através da transfu-são de energia utilizando-se doperispírito. Depois de uma convivên-cia de mais de um mês, aparecendo-me diariamente, para facilitar o in-tercâmbio psíquico entre ele e mim,começou a escrever Nos Bastidoresda Obsessão, que são relatos em tor-no da vida espiritual, das técnicas ob-sessivas e de desobsessão.”

Continua o relato de Divaldo: “Navisita que Manoel Philomeno me per-mitiu fazer à Colônia em que ele sehospedava, levou-me a uma curiosa bi-blioteca. Mostrou-me como são arqui-vados os trabalhos gráficos que se fa-zem na Terra. Disse-me que, quandoum escritor ou um médium, seja quemfor, escreve algo que beneficia a Hu-manidade - no caso do escritor - é umprofissional, mas, o que ele produz éedificante, nessa biblioteca fica inscri-to, com um tipo de letra bem caracte-rístico, traduzindo a nobreza do seuconteúdo. À medida que a mente, aqui,no planeta, vai elaborando, simultane-amente vai plasmando lá, nesses fichá-rios muito sensíveis, que captam aonda mental e tudo imprimem”.

“Quando a pessoa escreve por ide-al e não é remunerado, ao se abriremesses livros, as letras adquirem relevoe são de uma forma muito agradável àvista, tendo uma peculiarluminosidade. Se a pessoa, porém, ofaz por ideal e estando num momentodifícil, sofrido, mas ainda assim escre-ve com beleza, esquecendo-se de simesma, para ajudar à sociedade, a cri-

atura humana, ao abrir-se o livro, asletras adquirem uma vibração musi-cal e se transformam em verdadei-ros cantos, em que a pessoa ouve,vê e capta os registros psíquicos dequando o autor estava elaborando atese”. (...) “Eis por que vale a pena,quando estamos desalentados e so-fridos, não desanimarmos e continu-armos as nossas tarefas, o que lhesdá um valor muito maior. Porque otrabalho diletante, o desportivo, o doprazer, já tem, na própria ação, a suagratificação, enquanto o de sacrifí-cio e de sofrimento exige a abnega-ção da pessoa, o esforço, a renúnciae, acima de tudo, a tenacidade, paratornar real algo que gostaria queacontecesse, embora o esteja reali-zando por entre dores e lágrimas.”

Fonte: “Projeto Manoel P. deMiranda - Reuniões Mediúnicas” e“O Semeador de Estrelas”, de SuelyCaldas Schubert, ambos da EditoraLEAL; Antônio Souza Lucena, in“Reformador”, nov. 1990 e “A Ob-sessão: Instalação e Cura”, organiza-da por Adilton Pugliese, LEAL, 1998.

Divina presençaDeus sempre está presente em nossa vida,

Nas mínimas ações de cada dia,Nas expressões de amor e de alegria,

Que dão sentido e graça à humana lida.

Quando a criatura sente-se abatida,Desarvorada, trôpega e vazia,

Somente em Deus encontra uma guarida,Haurindo em seu amor nova energia.

Pensando em Deus, o ser se fortalece,Interioriza-se através da preceE tudo encara com serenidade.

Pois quando Deus fulgura em nossa mente,A vida se encaminha, de repente,

No rumo claro da felicidade.

José Soares Cardoso

Conferência espírita evoca os 150 anos de O Livro dos Médiuns

A Conferência Estadual Espí-rita, cujo tema geral foi Mediuni-dade com Jesus, teve o seu pontode culminância nos dias 18, 19 e20 de março de 2011, nas depen-dências da Expotrade, localizadaem Pinhais, região metropolitanade Curitiba-PR. Dias antes, no pe-ríodo de 14 a 17 de março, a XIIIConferência Estadual Espírita,com execução descentralizada, foilevada a algumas regiões do inte-rior do Paraná, quando, então, ex-positores de renome apresentarama proposta espírita dentro datemática Mediunidade com Jesus.

Na noite do dia 18 de março, oevento foi aberto solenemente, coma presença de todos os conferencis-tas e autoridades do MovimentoEspírita Brasileiro e do Paraguai.Destaque para a presença do Presi-dente da Federação Espírita Brasi-leira e Secretário do Conselho Es-pírita Internacional, Nestor JoãoMasotti; do Prefeito de Pinhais,Luiz Goularte Alves; e do Presiden-te da Federação Espírita do Para-guai, Milciades Lescano.

Preparando o ambiente dessemagnífico trabalho e a harmoniaentre os assistentes, estimados em10 mil pessoas, o maestro e com-positor Plínio Oliveira, com suaOrquestra da Paz, apresentou umbelíssimo momento musical. O Se-cretário da Comissão Regional Sulda Federação Espírita Brasileira ePresidente da Federação Espíritado Paraná, Francisco Ferraz Batis-ta, apresentou suas boas vindas aopúblico e aos expositores.

Nestor João Masotti proferiubreves palavras sobre o atual mo-

mento vivenciado no planeta Terrae a contribuição da Doutrina Espí-rita para a transformação do plane-ta para um mundo de regeneração.Destacou a profunda admiração daFederação Espírita Brasileira pelotrabalho que estava sendo desenvol-vido, saudando todos os presentese demais assistentes que puderamacompanhar o evento pelo rádio,pela televisão e pela internet.

Antes da conferência de abertu-ra, proferida por Divaldo Franco, foiapresentado um vídeo institucionalda Federação Espírita do Paranáenaltecendo as atividades desenvol-vidas ao longo dos 108 anos de suafundação.

A conferência de Divaldo Franco

O nobre conferencista, naturalde Feira de Santana-BA, apresen-tou o tema Mediunidade com Jesus.Inicialmente destacou que a histó-ria é a pedra de toque que desgastao tempo e revela a verdade. Histo-riou a caminhada da Humanidade eo trabalho de notáveis pensadores,filósofos e profetas, realizada notranscurso dos milênios, catalogan-do as experiências psíquicas e denatureza mediúnica.

Destacou o trabalho realizadopor Dante Alighieri, as experiênci-as vivenciadas por Emanuel Swe-denborg, pelo Papa Pio V, pelo Car-deal Eugênio Pacelli, entre outros.Relatando episódios anímicos emediúnicos, Divaldo Franco, ressal-tou, conforme Allan Kardec, que amediunidade é uma faculdade orgâ-nica e é inerente a todas as criaturashumanas. Exaltou o trabalho doCodificador da Doutrina Espíritaque examinou a mediunidade comapurado senso crítico, organizandoe escrevendo O Livro dos Médiuns,

salientando ser esse livro um ver-dadeiro tratado de ciência experi-mental.

Allan Kardec, continuou Dival-do, estabeleceu as bases com que amediunidade deve ser exercida, osprincípios éticos e morais que de-vem balizar a conduta dos media-neiros. O Livro dos Médiuns é a di-retriz básica para a compreensão dosfenômenos mediúnicos, oferecendosólidas bases para as atividades nasSociedades Espíritas, das quais é oguia seguro.

A mediunidade com Jesus é otrabalho de caridade. E neste mo-mento de transição, a mediunidadeestá contribuindo, por meio de mé-diuns capazes, fornecendo impor-tantes informações para a transfor-mação da Humanidade e para a li-bertação do Espírito de seusatavismos, asseverou Divaldo Fran-co, que exortou a que se coloque oamor acima de qualquer vicissitudee, se for possível, toda a vez que setenha uma grande problemática, quese ore a Deus, pedindo-Lhe a inspi-ração necessária. A mediunidadecom Jesus vai nos ensinar a carre-gar os que sofrem em nossos bra-ços, a ter paciência, compaixão emisericórdia, pois aquele que en-contra Jesus nunca mais será o mes-mo, concluiu o expositor de reno-me internacional.

O público, reconhecendo a im-portância do trabalho e a relevânciadas informações apresentadas pelonobre tribuno, aplaudiu-o de pé edemoradamente.

Seminário deSuely Caldas Schubert

Obsessão, Terapêutica e Pre-venção com Jesus foi o tema desen-volvido pela expositora de Juiz de

Fora-MG. Suely, com seu verbo ins-pirado e profunda conhecimento damediunidade e do tema que lhe foiproposto, trabalhou sua argumenta-ção, inicialmente, com base em OLivro dos Médiuns e em A Gênese,ambos de Allan Kardec.

Discorreu sobre o texto de Mar-cos, - Cap. V, 9 -; sobre as informa-ções de Manoel Philomeno deMiranda, contidas no prefácio dolivro Obsessão/Desobsessão, de suaautoria. Afirmou Suely Schubertque a obsessão realmente grassa deforma epidêmica. Como premissabásica para a reflexão proposta, aexpositora destacou a capacidade damente humana, uma verdadeira es-tação transmissora e receptora e dis-se que essa sintonia acontece de for-ma natural, sem que a criatura per-ceba. Tudo decorre dos pensamen-

PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL ABRIL/2011ABRIL/2011

PAULO [email protected]

De Porto Alegre, RS

tos, sejam eles do teor que forem.Enfatizou a estimada exposito-

ra de Juiz de Fora que a mudançade pensamentos, a prece, o exercí-cio da vontade, a transformaçãomoral em todos os aspectos, a tera-pia da caridade, libertam a criaturados grilhões da obsessão. O atendi-mento fraterno, a autodesobsessão,a fluidoterapia, o atendimento à fa-mília, quando ela o admite, as reu-niões de desobsessão, a participa-ção nos estudos regulares, a práticada caridade, quando assim desejaro envolvido no processo obsessivo,e as reuniões públicas são recursosespíritas para o tratamento das ob-sessões.

Suely, inspirada como sempre,encerrou seu magnífico trabalhorecitando o texto de Joanna de Ân-gelis intitulado Amorterapia. Aplau-

dida com grande intensidade, agra-deceu a oportunidade do trabalho.

Conferência de Alberto Almeida

Alberto Almeida, conferencistade Belém-PA, apresentou o temaMediunidade nas Relações Interpes-soais. O profitente espírita paraenseexplorou, com propriedade, ainteração entre os dois mundos e ainfluência na vida das criaturas combase na questão 459 de O Livro dosEspíritos, de Allan Kardec.

Apresentou, para que o enten-dimento se ampliasse, a definiçãode médium, de acordo com o expos-to por Allan Kardec no cap. XIV deO Livro do Médiuns. Ressaltou quea mediunidade, de forma geral, seapresenta no cotidiano de cada cri-atura humana e que a influência dos

as interferências no campo familiarou profissional e também na Insti-tuição Espírita, na qual podem tor-nar-se agente das sombras.

Alberto Almeida encerrou a con-ferência narrando um poema que atodos encantou. O público, agrade-cendo sua valiosa contribuição parao aclaramento das relações interpes-soais através da mediunidade,aplaudiu-o de pé.

Conferência deHaroldo Dutra Dias

O conferencista mineiroHaroldo Dutra Dias apresentou otema Mediunidade nos Evangelhos.Iniciou sua explanação citando aproibição contida em Deuteronô-mio. Afirmou que não se proíbemcondutas impossíveis, o que tornaclaro que a mediunidade e o inter-câmbio com o mundo espiritual eraexplorados pelos contemporâneosde Moisés. Salientou, então, que odireito só proíbe condutas reprová-veis.

Haroldo destacou que o Evan-gelho é uma riqueza de manifesta-ção espiritual. O Evangelho é Espí-rito puro, é a palavra eterna da LeiDivina falando ao coração dos se-res humanos. Com relação à pru-dência de Jesus sobre a mediunida-de, o orador buscou o esclarecimen-to em Mateus, cap. 17:9 e em Mar-cos, cap. 9:9, elucidando que Jesuspediu discrição, notadamente comrelação à transfiguração do monte,onde Moisés e Elias se manifesta-ram. Desse episódio destacou a li-ção importante, legada a todos osmédiuns, de que mediunidade é algosério, que exige seriedade, discriçãoe prudência.

Cada um é instrumento das for-ças que sintoniza. Mediunidade sem

Jesus é um grande risco. Cada pes-soa possui relações afetivas com omundo espiritual. A mediunidadenos Evangelhos, no Novo Testa-mento, no próprio Cristianismo é averdadeira mediunidade que tornaa criatura livre, que nos conscientizasobre a imortalidade e sobre os po-tenciais espirituais, e coloca a cria-tura em contato com o Criador.

Os aplausos irromperam fortese demorados, oferecendo ao jovemconferencista os agradecimentospelo muito que soube transmitir.

Conferência deSandra Borba Pereira

Natural do Rio Grande doNorte, Sandra Borba Pereira, ora-dora destacada, apresentou otema Mediunidade na Perspecti-va da Educação. Baseou a suaabordagem em quatro questões:1. Por que a mediunidade deveser educada? 2. Em que basesdeve ser proposta a educação damediunidade? 3. Que caminhos eestratégias podem fornecer essaeducação? 4. Que resultados po-dem proporcionar uma educaçãoda mediunidade?

Depois de responder às quatroquestões propostas, a palestrantedestacou, à guisa de conclusão, a se-guinte afirmação de Emmanuel:Não é a mediunidade que te distin-gue, é aquilo que fazes dela. SandraBorba Pereira adiu, ainda, que aofazer a luz brilhar diante dos ho-mens, a criatura está no processo daeducação que cada um pode reali-zar em si mesmo, construindo a har-monização consigo, com o próximoe com Deus.

O público, de pé e vivamenteatento, aplaudiu calorosamente aexpositora potiguar.

Realizada nos dias 18, 19 e 20 de março, sob os auspícios da Federação Espírita do Paraná, a XIII Conferência Estadual Espírita reuniu em Pinhais-PR um público numeroso

Espíritos se faz presente diuturna-mente na vida dos indivíduos.

No cotidiano, o médium deveestar muito atento para nãoviabilizar a comunicabilidade dosEspíritos só porque tenham vonta-de. Quando isso se estabelece, qua-se sempre surge o distúrbio na áreada mediunidade, caminhando nadireção das perturbações obsessivase dos quadros psiquiátricos.

Afirmou, em seguida, que AllanKardec e Jesus são os dois termosque compõem a equação que dá asolução para uma mediunidade vi-toriosa. Em determinadas circuns-tâncias e afastados do Evangelho deJesus, podem os médiuns experi-mentar situações desagradáveis, in-clusive de ordem orgânica, entran-do em processos obsessivos e tor-nando-se instrumento negativo para

Seminário comDivaldo Pereira Franco

O arauto do Evangelho DivaldoFranco, assomando novamente à tri-buna, apresentou o tema Transtor-nos Mediúnicos. Expôs dados his-tóricos, situando os assistentes, ávi-dos de informações, para a compre-ensão sobre a melancolia ou trans-torno maníaco-depressivo. Ilustran-do, apresentou dados sobre algumaspersonalidades e o correspondenteestudo do comportamento que apre-sentavam, sob a ótica dos estudio-sos do comportamento humano.

Os episódios de mediunidade deproeminentes nomes da HistóriaUniversal e da Bíblia foram expos-tos para ampliar o entendimento ecompreensão sobre os TranstornosMediúnicos. Em Jesus se dá o clí-max da mediunidade, dos fenôme-nos mediúnicos, estabelecendo anecessidade de o indivíduo se vin-cular a Deus a fim de se tornar ins-trumento da Divindade na conduçãodo mundo. Ressaltou o expositorque nas atividades de Jesus, em seuministério de amor e perdão, escla-recendo e consolando tantos quan-do Lhe buscavam ajuda, sempre es-tava presente o aspecto mediúnico.

Enriquecendo sua mensagem,Divaldo falou sobre as persegui-ções e martírios dos médiuns du-rante a Idade Média, sobre as ob-sessões na mediunidade cataloga-das por Allan Kardec, as obsessõescoletivas, os transtornos de ordemmediúnica, sobre o período típicode transição que a Humanidadeexperimenta na atualidade. (Con-tinua na pág. 10 desta edição.)

As fotos que ilustramesta reportagem são de

autoria de Jorge Moehlecke.

Mesa na abertura da Conferência Vista geral do público Divaldo com membros da Diretoria da FEP

Divaldo em sua conferência inicial Raul Teixeira durante sua conferência Divaldo, Francisco Ferraz e Masotti, presidente da FEB

O IMORTALPÁGINA 10 ABRIL/2011

A Doutrina Espírita, informouDivaldo, é a presença do Cristo Je-sus na vida das criaturas, abrindo apossibilidade para a ampliação doshorizontes inefáveis do amor. De-senvolver a ação da solidariedade,da fraternidade, da caridade, dobem, é a única alternativa que en-caminha a criatura para a plenitu-de. Diante das dificuldades de todaordem, a criatura não deve se quei-xar, mas fazer um pacto com oamor, pedindo a Deus as bênçãos eanelando por ser melhor do que naatualidade.

Encerrando sua participação, opúblico, tomado de emoção, dedi-cou-lhe uma vibrante salva de pal-mas, seguida de uma homenagemmusical. A homenagem foiconduzida pelo coordenador do Se-tor de Artes da Federação Espíritado Paraná, maestro e compositorPlínio Oliveira. O espetáculo, inti-tulado Estrela Solitária, foi desen-volvido por Plínio Oliveira e a Or-questra da Paz, com a apresentaçãodas seguintes canções: Será Melhor;O Amor; Onde Está Você?; ClaraEstrela; Depois da Tempestade;Jequitibá; Semente de Amor; O Queé Que Eu Faço?; O Fim da Tarde; eEstrela Solitária.

Conferência deJosé Raul Teixeira

Espiritismo e Mediunidade foi otema desenvolvido pelo conferencis-ta de Niterói-RJ, professor José RaulTeixeira. Apresentando estudos deantropólogos, o conferencista disseque em toda a parte existe a presen-ça dos Espíritos, mesmo em gruposque não têm nada a ver com as cren-ças cristãs e independentemente daconceituação filosófica/religiosa.

Os pesquisadores constataram apresença dos Espíritos em todas aspartes do mundo, em todas as épo-cas, e a faculdade mediúnica daí de-corrente. Graças à existência dosEspíritos e de criaturas encarnadas,há o intercâmbio entre os dois planosda vida. Discorreu, então, o nobreexpositor, sobre os fenômenos sub-jetivos e objetivos da mediunidade.

Segundo São Luís, em O Livrodos Médiuns, a figura do médium éde pouca importância para o mundo

espiritual. O expositor alinhou algu-mas ideias, tais como: A mediunida-de, segundo o Espiritismo, só existeapós a codificação realizada porAllan Kardec. Jesus sempre cuidoudos doentes e necessitados, atenden-do seu rebanho sem a necessidadede médiuns; são os médiuns que ne-cessitam de Jesus Cristo. A reuniãomediúnica é uma sala de aula ondeos participantes aprendem com asexperiências daqueles que se comu-nicam com os encarnados.

A faculdade mediúnica não de-pende da moralidade, o médiumpode ser possuidor de excelente fa-culdade mas dedicá-la ao mal. Há,porém, excelentes médiuns dedica-dos ao bem, auxiliares lídimos deJesus Cristo. O Espiritismo fazcompreender que o bom médium é,também, um bom indivíduo.Enfatizou igualmente o orador queé importante o aprimoramento mo-ral, tornar-se uma criatura nobilitan-te e mais apta a sintonizar com asentidades esclarecidas.

A mediunidade com Jesus, como Espiritismo, vai auxiliando o mé-dium a vencer, passo a passo, as lu-tas do médium e a superar as suasdificuldades. Finalizada a conferên-cia, José Raul Teixeira recebeu ocarinho do público que o aplaudiude pé e demoradamente.

Segunda conferência deSandra Borba Pereira

Sandra Borba Pereira, desenvol-vendo seu segundo trabalho na XIIIConferência Estadual Espírita,apresentou o tema Fenômeno Me-diúnico Através dos Tempos. Ini-ciou sua abordagem narrando al-guns episódios da vida de SantaTeresa D’Ávila, contados por ChicoXavier.

O fenômeno da mediunidadenão é exclusividade da Doutrina Es-pírita. A mediunidade é de todos osséculos e de todos os povos, segun-do Léon Denis. Sobre esta assertiva,Sandra Borba disse que desde omediunismo primitivo o homem seencontra em relação com os Espíri-tos que participavam da vida dosencarnados. Eles se apresentavamem todos os tipos de cultos, imis-cuindo-se em todas as atividades,como revelam dados históricos quea versátil expositora apresentou.

Graças ao trabalho de Allan Kar-dec, a mediunidade passou a ser ob-

Conferência espírita evoca os 150 anos de O Livro dos Médiuns(Conclusão da reportagem publicada nas págs. 8 e 9)

PAULO [email protected]

De Porto Alegre, RS

jeto de estudo e pesquisa, uma vezque o Codificador traçou, com a pu-blicação de O Livro dos Médiuns,um roteiro seguro para o exercíciomediúnico e para que, na práticamediúnica responsável, possa o mé-dium dignificá-la, exercitá-la de for-ma orientada pelo exercício do bem,da caridade, com cunho moral ele-vado, com zelo e de conformidadecom a Doutrina Espírita. Ao finali-zar a conferência, Sandra Borba Pe-reira recebeu o afago do público quelhe chegou na forma de calorosos edemorados aplausos.

Segunda conferência deAlberto Almeida

O conferencista paraenseAlberto Almeida retornou à tribu-na para expor o tema Mediunidadee Saúde. Iniciou sua explanação co-mentando a questão 474 de O Li-vro dos Espíritos, que ele afirmoutratar-se de uma questão emblemá-tica, pois há, segundo Allan Kardec,epilépticos ou loucos que precisammais de médico do que de exorcis-mos. Sobre essa afirmativa, AlbertoAlmeida informou que os espíritasprecisam resgatar o conteúdo kar-dequiano.

Há a necessidade de se discerniro verdadeiro fenômeno mediúnicodaqueles de ordem psicopatológica.Diferenciar as questões da mediu-nidade autêntica daquelas de outraordem, é de fundamental importân-cia, tanto quanto identificar se é deorigem obsessiva, de alucinação, dedelírio histérico, de fundo psicopa-tológico, psiquiátrico ou de fraude,advertiu o conferencista.

Os dotados de psiquismo sensí-vel precisam ser acolhidos para nãose fatigarem emocionalmente, dan-do um trato adequado para cadacaso. Há necessidade de ter muitaatenção para compreender, discernir.A proposta do Espiritismo não é,como sabemos, curar o corpo, mastratar o Espírito. O Espiritismo nãoveio para disputar com a medicina,não veio concorrer com a academiade parapsicologia, não veio negar oconteúdo das ciências; veio dar asmãos, deixando que cada um se ocu-pe com o seu mister.

Alberto finalizou sua brilhanteexposição dizendo que a mediuni-dade se nos afigura como uma bên-ção do Divino. E ao invés de, en-quanto religiosos sectários, olhar-

mos a mediunidade como algo queseja demoníaco, olhemos a mediu-nidade como uma bênção de con-cessão àqueles que fracassaram de-sastradamente e têm agora a possi-bilidade de se harmonizarem com aLei Divina. Desse modo, o exposi-tor concluiu sua participação naXIII Conferência Estadual Espíritae, em agradecimento, o públicoaplaudiu-o demoradamente.

Segunda conferência deHaroldo Dutra Dias

Assomando novamente à tribuna,Haroldo Dutra Dias discorreu sobre otema Mediunidade na Obra de Em-manuel. Informou, então, que Emma-nuel adotou o método de dispersão dasinformações do mundo superior em di-versas obras, exigindo de todos umacapacidade de leitura plural, vascu-lhando diversas obras para recolher asinformações necessárias.

Qual a maior necessidade do mé-dium? Respondendo a esta pergunta,Emmanuel diz-nos que a primeira ne-cessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo, antes de se entregar àsgrandes tarefas doutrinárias, pois deoutro modo poderá esbarrar semprecom o fantasma do personalismo, emdetrimento de sua missão.

Evangelizar significa o homemsintonizar o seu coração no coraçãodo Cristo, pensar como Jesus pensa-va. Isto é a evangelização da alma. Oreino de Deus é a obra divina no cora-ção dos homens. O expositor discor-reu sobre a questão 227, cap. XX, deO Livro dos Espíritos, e a questão 382,de O Consolador. Tratam estas duasquestões dos atributos que os médiunsdevem observar e desenvolver.

Encerrando sua contribuição noesclarecimento de tantos quantos oescutaram com atenção, HaroldoDutra Dias foi amplamente aplau-dido, recebendo, assim, o reconhe-cimento de seu profícuo trabalho.

Seminário de José Raul Teixeira

O notável conferencista deNiterói-RJ apresentou o Semináriointitulado Perigos e Inconvenientesda Mediunidade. Iniciou sua abor-dagem com a passagem do profetaJoel, no Velho Testamento, cap. 3:1,discorrendo sobre o seu conteúdo eelucidando o entendimento.

Depois, no item 159, cap. XV, deO Livro dos Médiuns, apresentou e

detalhou a definição de médiuns,adindo que as diversidades da mediu-nidade são tantas quantos são os in-divíduos. Ele abordou, então, a ques-tão do desenvolvimento da mediuni-dade, anotada por Allan Kardec, noitem 200, cap. XVII, do livro citado.

As questões envolvendo as pes-soas frágeis, débeis, excêntricas, queapresentem fragilidade das faculda-des mentais, foi outro ponto impor-tante abordado pelo expositor, quealertou para os cuidados que se deveter para com estas pessoas sensíveis,não convindo excitá-las. Outro pon-to importante foi o do desenvolvi-mento da mediunidade em crianças.Alertou para que os pais ajam comprudência quando envolvidos porprocessos mediúnicos em seus filhos.

Sobre a idade para o exercícioregular da mediunidade, RaulTeixeira informou que não há idadeprecisa, que depende do desenvolvi-mento físico, ético, moral, de sua ne-cessária maturidade. Há a necessida-de de o jovem renunciar, fazer opçõespositivas para bem servir à mediuni-dade. Tudo está submetido ao tem-peramento e o caráter do jovem.

A mediunidade com Jesus é umaexpressão que indica mediunidade aserviço do bem, mediunidade a ser-viço do amor, a serviço da dignida-de humana. Desta forma finalizou deforma magistral o seu trabalho naXIII Conferência Estadual Espírita.Pelo excelente trabalho apresentado,Raul Teixeira recebeu caloroso e de-morado aplauso dos participantes.

Considerações finais

Nas considerações finais, cadaexpositor centralizou sua explanaçãono agradecimento, no sentimento degratidão e reconhecimento dessegrandioso evento, desejando suces-so aos que participaram, aos dirigen-tes, voluntários e funcionários daFederação Espírita do Paraná. O Pre-sidente da Federação Espírita doParaná, Francisco Ferraz, agradeceu,com emoção e gratidão, aos exposi-tores, aos participantes e aos cola-boradores que se desdobraram paraatender, a tempo e hora, as necessi-dades do evento e dos participantes.Também agradeceu aos patrocinado-res e solicitou uma forte salva de pal-mas para os 30 funcionários e os 460voluntários solícitos e joviais,nominando nesse momento o com-panheiro Paulo Davi.

Realizada nos dias 18, 19 e 20 de março, sob os auspícios da Federação Espírita do Paraná,a XIII Conferência Estadual Espírita reuniu em Pinhais-PR um público numeroso

O IMORTALABRIL/2011 PÁGINA 11

Estado do ParanáCambé – Todas as quartas-feiras, às20h30, o Centro Espírita Allan Kar-dec promove em sua sede, na RuaPará, 292, um ciclo de palestras. Emmarço, o tradicional Mês Espírita, quehomenageou o saudoso confrade LuizPicinin, apresentou os seguintes pa-lestrantes: dia 2, José Samorano, deSanto Anastácio-SP; dia 9, CéliaXavier de Camargo, de Rolândia-PR;dia 16, Pedro Garcia, de Arapongas-PR; dia 23, Astolfo O. de OliveiraFilho, de Londrina-PR; e dia 30, JoséAntônio Vieira de Paula, de Cambé.– No dia 13 de abril, Isabel F.Andrian, de Sarandi-PR, será a pa-lestrante convidada.– O Lar Infantil Marília Barbosa pro-move no dia 3 de abril, a partir das11h30, uma nova promoção benefi-cente – o 3º Arroz Carreteiro. O con-vite custa R$ 15,00. O prato não seráservido mas retirado na sede do Lar,na Rua Dinamarca, 1288, em Cambé,ou na Loja Maçônica Regeneração III,na Rua Alagoas, 760, em Londrina.

Curitiba – Uma palestra com o tema“Escolhas” está prevista para acon-tecer no Teatro da FEP (AlamedaCabral, 300) no dia 10 deste mês. Apalestra será proferida pelo pales-trante Telmo Flores Santos e acon-tece às 10h. Entrada franca. – No dia 27 de março, às 10h, no Tea-tro da FEP, na Alameda Cabral, 300, oconfrade Francisco Ferraz Batista pro-feriu palestra sobre o tema Cristianis-mo sem o Cristo. A entrada foi franca.– Realizou-se nos dias 18 a 20 de mar-ço, em Pinhais (região metropolitanade Curitiba), na Expotrade, localizadana Rodovia Deputado João LeopoldoJacomel, 10454, a XIII Conferência Es-tadual Espírita. (Leia sobre o evento areportagem de Paulo Salerno publica-da nas págs. 8, 9 e 10 desta edição.)

Londrina – No dia 17 de março, às20h, Sandra Borba proferiu palestrano Centro Espírita Nosso Lar, à qualacorreu um público numeroso.– No dia 25 de março, às 20h, Fran-cisco do Espírito Santo proferiu pa-lestra no Centro Espírita Nosso Lar,em Londrina.– No período do carnaval, dias 5, 6,7 e 8 de março, realizou-se no Lar

Palestras, seminários e outros eventosAnália Franco de Londrina um Encon-tro da Juventude Espírita, promovidopela URE Metropolitana Londrina. Oevento reuniu jovens que participamdas instituições espíritas da cidade.– Iniciou-se no Centro Espírita NossoLar, no dia 12 de março, sábado, às18h30, mais um Curso sobre Passe, quevem sendo apresentado em 8 módulos,aos sábados, no mesmo horário.

Apucarana – No dia 15 de março, às20h, o Centro Espírita Joana d´Arcpromoveu palestra a cargo da confreiraSuely Caldas Schubert.

Campo Mourão - Realizou-se no dia26 de março, sob coordenação daEquipe do DIJ/FEP, o seminário A Ju-ventude e a Mediunidade, na Socie-dade Espírita Meimei. O seminário,que se desenvolveu no período das14h30 às 18h30, teve como públicopreferencial os jovens participantes detodos os ciclos de juventude, coorde-nadores de juventude e diretores doDIJ dos Centros Espíritas.

Cascavel – O prof. Raul Teixeira pro-feriu palestra no dia 15 de março, às20h, no Teatro anexo ao Centro deEventos de Cascavel, com entradafranca.

Cornélio Procópio – A confreiraSuely Caldas Schubert proferiu pales-tra no dia 14 de março, às 20h, noCentro Espírita Redenção.

Foz do Iguaçu – No dia 14 de março, às20h30, o prof. Raul Teixeira proferiu pa-lestra no Centro de Convenções do Ho-tel Foz do Iguaçu. A entrada foi franca.

Guarapuava – No dia 16 de março,às 20h, no Guaíra Country Clube, aconfreira Suely Caldas Schubert pro-feriu palestra, com entrada franca.

Ibiporã – A Fraternidade EspíritaMensageiros da Luz promove todomês palestras abertas ao público quese realizam sempre às quartas-feiras,pontualmente às 20h15. No dia 27 deabril, Marinei F. Rezende e o CoralEspírita Nosso Lar ali se apresentarão,tendo por tema “Benevolência, indul-gência e perdão das ofensas”.

Ivaiporã – O prof. Raul Teixeira pro-feriu palestra no dia 16 de março, às20h30, na Câmara de Vereadores deIvaiporã, com entrada franca.

Mandaguari – No dia 17 de março, às20h, Raul Teixeira proferiu palestra noCentro de Convenções Dr. Décio daSilva Bacelar, com entrada franca.

Paranaguá – Suely Caldas Schubertproferiu palestra no dia 17 de março,

às 20h, no Clube Atlético Seleto. Aentrada foi franca.

Ponta Grossa – Divaldo Francoproferiu palestra no dia 17 de mar-ço, às 20h, no Clube Princesa dosCampos, perante um público nume-roso, com entrada franca.

Santo Antônio da Platina – No dia16 de março, às 20h, Sandra Borbaproferiu palestra no ClubePlatinense, com entrada franca.

Umuarama - Realizou-se no dia 26de março, no Centro Espírita AllanKardec, sob coordenação da Equipedo DIJ, o seminário O Jovem e Mo-vimento Espírita.

União da Vitória – Realiza-se nodia 10 de abril a Inter-Regional Cen-tro. O evento será realizado das 9hàs 12h30, na Faculdade Estadual deFilosofia, Ciências e Letras (FAFI)que fica localizada na Praça Coro-nel Amazonas, Centro. Mais infor-mações pelos telefones (42) 3035-6482, 3523-3344 ou (46) 3225-5502.

Outras regiões do Brasil

Brasília – A trajetória mediúnica deFrancisco Peixoto Lins, o“Peixotinho”, as encarnaçõesmarcantes do Espírito “Joanna deÂngelis” e a história de quatro mé-diuns ostensivos e seus relatos des-de a infância serão os atrativos da 1ªMostra TVCEI de Vídeos Espíritas.O evento é promovido pela TV doConselho Espírita Internacional(TVCEI). A Mostra ocorrerá de 29de abril a 1º de maio no auditório daComunhão Espírita de Brasília: Av.L2 Sul, Qd. 604, Lt. 27. Ao final decada exibição o público poderá par-ticipar de um debate sobre osdocumentários. A entrada é gratuitae o evento será transmitido ao vivopela TVCEI: www.tvcei.com.

– A Casa Fabiano de Cristo, instituiçãoque presta atendimento às famílias ca-rentes no Conjunto João Turquino (ZonaNorte de Londrina), promoverá um“Fricassê de Frango” para arrecadar fun-dos para a entidade. O convite custa R$15,00. A retirada acontece no dia 15 demaio, a partir das 12h, no salão de fes-tas da Loja Maçônica Regeneração III,localizada na Rua Alagoas, 760.

– A programação de palestras feita pela URE Metropolitana Londrina parao mês de abril prevê as seguintes palestras:

75. O Pai visita os filhos necessi-tados, através dos filhos que procuramcompreendê-lo. (...) Compete ao neces-sitado caminhar ao reencontro d’ Ele.O Senhor, todavia, atende sempre a to-dos os homens de boa vontade, por in-termédio dos homens bons, que seedificam na casa divina. Todos os nos-sos desejos e impulsos razoáveis sãoatendidos pelas bênçãos paternais doEterno. (Aniceto, cap. 25, pág. 137)

76. Ainda que nos demoremosnas lágrimas e nas aflições, jamaispermanecemos ao desamparo. Ape-nas devemos salientar que as respos-tas de Deus vão sendo maiores emais diretas, à medida que se inten-sifique o nosso merecimento, com-petindo-nos reconhecer que, para se-melhantes respostas, são utilizadostodos quantos trazem consigo a luzda bondade, ou já possuem mérito econfiança para auxiliar em nome deDeus. (Aniceto, cap. 25, pág. 137)

77. Não esqueçam esta lição. Fa-çamos o bem, sem qualquer ansieda-de. Semeemo-lo sempre e em toda aparte, mas não estacionemos na exi-gência de resultados. O lavrador podeespalhar as sementes à vontade e ondequer que esteja, mas precisa reconhe-cer que a germinação, o crescimentoe o resultado pertencem a Deus. (Ani-ceto, cap. 25, pág. 138)

78. Nem sempre agimos no mun-do com a necessária visão; mas aqui

é possível sentir, de mais perto, os in-teresses imperecíveis daqueles queamamos. O sentimento elevado é sem-pre um caminho reto para nossa alma;todavia, não podemos dizer o mesmo,a respeito do sentimentalismo cultiva-do no círculo da Crosta. (...) A sauda-de que fere, impedindo-nos atender àVontade Divina, não é louvável nemútil. (Alfredo, cap. 26, pág. 140)

79. Tenho a impressão, Alonso, deque Deus nos deixa sozinhos, por ve-zes, a fim de refazermos o aprendiza-do, melhorando o coração. A soledade,porém, quando aproveitada pela alma,precede o sublime reencontro. Alémdisso, você não deve ignorar que osfilhos pertencem a Deus, que cada umdeles precisa definir responsabilidadese cogitar da própria realização.(Alfredo, cap. 26, pág. 142)

80. Os vôos de grande altura pe-dem asas fortes. (Alfredo, cap. 26,pág. 143)

81. É necessário reconheçamosque os que gemem e sofrem, em qual-quer parte, estão melhorando. Todalágrima sincera é bendito sintoma derenovação. (Aniceto, cap. 27, pág.145)

82. O criminoso nunca conseguefugir da verdadeira justiça universal,porque carrega o crime cometido, emqualquer parte. Tanto nos círculoscarnais, como aqui, a paisagem realdo Espírito é a do campo interior. Vi-veremos, de fato, com as criaçõesmais íntimas de nossa alma. (Anice-to, cap. 27, págs. 146 e 147)

83. O dever possui as bênçãosda confiança, mas a dívida tem osfantasmas da cobrança. (Aniceto,cap. 27, pág. 147)

84. Não julguem que o maridode Ismália conseguiu essa vitória es-piritual tão somente pelo fato dedesejá-la. Ele desejou-a, procurou-a, alimentou-a, e, agora, permanecena realização. (Aniceto, cap. 27, pág.148)

85. Como veem, o ensinamentode Jesus, quanto ao “batei e abrir-se-vos-á”, é muito extenso. No pla-no da carne, insistimos à porta dascoisas exteriores, procurando facili-dades e vantagens; mas, aqui, temosde bater à porta de nós mesmos, paraencontrar a virtude e a verdadeirailuminação. (Aniceto, cap. 27, pág.148) (Continua no próximo número.)

O IMORTALPÁGINA 12 ABRIL/2011

ELSA [email protected]

De Londres (Reino Unido)

Nem eu!Assim comecei a minha palestra

sobre “A contribuição das obras deChico Xavier para o mundo contem-porâneo”, na tarde de 13 de março,domingo, na Sir William CrookesSpiritist Society, de Londres, coorde-nada por nossa companheira de divul-gação espírita Ivonete Jessamy.

Sabemos que quem prepara uma pa-lestra, um seminário, ou outra tarefa dedivulgação, é quem mais aprende. Mes-mo que já saibamos algo, nunca sabemostudo e na pesquisa vamos descobrindomais e mais informações, enriquecendo-

nos primeiramente, para levar com cari-nho, aos que nos ouvirão, e que merecemo melhor de nós, o nosso cuidado em le-var as informações coerentes, pertinentes,com respaldo nas áreas necessárias.

Todo cuidado é pouco…Ao iniciarmos a pesquisa do que

iríamos mostrar, preparando os slidesem power point, íamos nos enchendode alegria e aumentando o número deslides. Telefonei para Ivonete e pedimais de uma hora pra falar, pois senãoteria de cortar muita coisa. Assim fei-to, falei 1 hora e 30 minutos e teria as-sunto para mais de três horas. O assun-to “Chico Xavier” é de uma riqueza dedetalhes, mensagens, curiosidades! Etudo o que se busca sobre ele é umcompêndio de sabedoria.

Crônicas de Além-Mar

Faculdades CHICO XAVIER, você sabia?

ELSA ROSSI, escritora e pales-trante espírita brasileira radicada emLondres, é membro da Comissão Exe-cutiva do Conselho Espírita Interna-cional, diretora do Departamento deUnificação para os Países da Europa,organismo do Conselho Espírita Inter-nacional, e atual presidente da BritishUnion of Spiritist Societies (BUSS).

lizar sempre que necessário, melhoran-do a cada pesquisa.

Falamos sobre a epífise ou glându-la pineal, cujas funções são relatadasno livro Missionários da Luz, compa-rado-as com a pesquisa cientifica dosdias de hoje. Lembramos o trabalho deCésar Vanucci, do deputado Freitas No-bre e de outros para indicação de ChicoXavier ao Prêmio Nobel em 1981, co-letando 2 milhões de assinaturas quetotalizaram 80 quilos de papel que fo-ram levados para Oslo-Noruega.

Falamos dos momentos importan-tes mostrando fotos de nosso Chicocom Dr. Hernani Guimarães Andrade,nosso saudoso e notável cientista quefoi quem apresentou Guy Lyon Playfairao nosso Chico.

Descobrimos que, se colocarmosna pesquisa do Google o nome ChicoXavier, em apenas 26 segundos apare-cerão 2.770.000 resultados!

E descobrimos, por fim, que exis-tem duas Faculdades Americanas quetêm o nome de Chico Xavier. Eis os

websites de ambas as instituições, paraaqueles que tiverem interesse em maisinformações sobre o assunto:www.csuchico.edu e www.xavier.edu

Para nossa felicidade, tivemos aconcessão da EDICEI, editora do Con-selho Espírita Internacional -www.edicei.com - para publicarmos aprimeira biografia em inglês sobreChico Xavier, de autoria de Guy LyonPlayfair, pela editora britânicaRoundtable Publishing de Londres -www.roundtablepublishing-uk.com

É por essas e outras pesquisas queestamos aprendendo sempre nas terrasde além-mar.

Mostramos fotos da Fazenda Mo-delo, mostramos fotos de Chico traba-lhando na venda do Sr. José FelizardoSobrinho, mostramos a ciência nasobras André Luiz, contamos a históriacontida nos romances que psicografou,relatamos depoimentos de pessoascomo Janet Duncan, e como ela conhe-ceu Chico e seu retorno a Londres; re-latamos um fato inédito dele com GuyLyon Playfair quando ele conheceuChico e teve o primeiro encontro, re-cebendo das mãos de Chico um livrode Isa Gray com dedicatória escrita porele diretamente em inglês.

Enfim, meus amigos leitores, foiuma riqueza de informações que paramim ficarão guardadas no computadorda mente e do coração para poder uti-

Estudando a série André LuizOs Mensageiros

André Luiz(Conclusão do texto publicado na pág. 5.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

Com o tema “Os Trabalhadores da Última Hora”, realiza-se nestemês de abril mais um Encontro de Jovens Espíritas na cidade deRolândia-PR. O evento ocorrerá no dia 10, domingo, no Lar InfantilJoão Leão Pitta, situado na Rua Rubi, 56 - Vila Oliveira.

O prazo para inscrição dos interessados encerrou-se no dia 27 de mar-ço, mas sempre existe um meio de os retardatários poderem participar.

Informe-se mais sobre o evento por meio dos telefones seguintes:Ilda - 3255-3136 / 96166492André - 99863570 / 84397386.

Vem aí o 3° Encontro de JovensEspíritas em Rolândia

Os leitores de todo o globo podem ler o jornal O Imortal por meioda internet, sem custo nenhum e sem necessidade de cadastro, senha ouinscrição. Estão disponíveis na rede mundial de computadores as edi-ções de 2006 em diante. Para ver o jornal basta clicar neste link:www.oconsolador.com/oimortal.html

A comunicação via internet com a Direção do jornal pode ser feitapor meio deste correio eletrônico: [email protected]

Os que quiserem ler as edições semanais da revista eletrônica O Con-solador, que está completando em abril 4 anos de existência, podemfazê-lo gratuitamente acessando o website www.oconsolador.com

O jornal O Imortalna internet

O IMORTALABRIL/2011 PÁGINA 13

Certa ocasião lemos que Ma-dre Teresa de Calcutá, em visitaa um lar de velhinhos na Euro-pa, muito limpo, muito rico,todo arrumado, percebeu que osvelhinhos ficavam com as por-tas de seus quartos abertas,olhando sempre para elas, comexpressão de tristeza e tambémde expectativa. Conversandocom a responsável de lá, esta lhedisse que, apesar de todos os

cuidados e conforto, os velhi-nhos acalentavam um sonho: ve-rem seus filhos.

Sonhavam em vê-los visitando-os todos os dias, com muitas sau-dades – e estes não vinham. Elareparou que na Índia, com tantapobreza, os velhinhos não tinhamaquele olhar triste porque se senti-am queridos.

Fomos visitar uma senhoraacamada, com sequela de um AVC(acidente vascular cerebral), aindalúcida. Momentos de lucidez entre-meados com momentos sem ela.Uma senhora bonita, muito magra,

cabelos muito brancos, quase 80anos. A história fez nosso coraçãoentristecer-se naquele momento. Aesperança brilha, sabemos que umdia o mundo será amor, mas preci-samos cultivá-lo sempre.

Essa senhora está morando nacasa de uma mulher que cuidoudela há muitos anos. Essa mulher,indignada, nos narrou que essa se-nhora, que chamaremos de DonaMaria, tem 6 filhos e nenhum quiscuidar dela.

Ela morava no apartamentodela mesma. Um neto, a quem elaama, a convenceu a vender o apar-

Nossos queridos velhinhosJANE MARTINS VILELA

[email protected] Cambé

Medicina da alma(Conclusão do artigo publicado na pág. 16.)

Por certo que sim.– Ela não precisava fazer tudo

isto! Ela já ajuda, contribuindocom a parcela de impostos quelhe compete pagar ao estado! –argumentarão tantos outros.

Sem dúvida.Ela, porém, conseguiu ver

além; aprendeu a fazer um pou-co mais; conquistou a capacida-de de se projetar no local do ou-tro; se deu conta que não se podeesperar somente...

Para muitos, ela é apenas co-nhecida por seus artigos científi-cos.

Para as pessoas que ela aten-de, entretanto, ela jamais vai seresquecida por seus gestos nobresde humanidade.

Na dinâmica da saúde, muitose tem escrito sobre a medicinada alma.

Religiosos teimam em brigarcom a ciência, defendendo exclu-sivamente seus métodos. Cientis-tas, a seu turno, insistem em ig-norar a realidade transcendental.

Nesta perspectiva, novas téc-nicas surgem – às vezes, um tan-to quanto estranhas – prometen-do a cura, a pretexto de seremespirituais, comprometendo, vezque outra, a credibilidade da pos-sível união entre a medicina docorpo e a da alma.

Certa feita, estava eu a desen-volver atividades no âmbito daDoutrina Espírita, quando me le-varam, muito entusiasmados, a

LEONARDO [email protected]

De Recife, PE

tamento, que ele juntaria com odinheiro que tinha e comprariauma casa maior, quando então elapoderia morar com ele. Dona Ma-ria concordou e assinou todos osdocumentos.

O neto, segundo a cuidadora,comprou uma casa que é uma man-são, com quatro quartos, enorme!Dona Maria foi morar lá. Duas se-manas depois a esposa dele lhe dis-se: “ou ela, ou eu”. Não queria cui-dar da velhinha.

Ela ficou sem o apartamento esem a família. Levaram-na para acasa dessa cuidadora enquanto pro-curam um asilo para ela. Tem 6 fi-lhos, só um a visita, eventualmen-te.

Enquanto estávamos lá, elasorria na cama, um sorriso lindoe perguntava: “Onde está meu fi-lho? Meu filho sumiu!” Daqui apouco conversava com lucidez,dizendo que antes ela fazia fisio-terapia em casa, pois podia pagar.Depois ela voltava a falar do fi-lho: “Meu filho é tão bom! Meufilho é bom”.

Lembramo-nos da história deMadre Teresa. Sem amor não háalegria. É o amor que dá vida atudo, que mantém a saúde, quemove os mundos, que envolve atodos. Foi por amor que no passa-do os mártires cristãos desceram aocirco. Hoje não precisamos maistestemunhar assim com sacrifício,mas precisamos testemunhar sem-pre compaixão, solidariedade, fra-ternidade. Quando vemos velhi-nhos assim, abandonados, pensa-mos em quanto fomos amados emnossa infância e que o mínimo quepodemos fazer é retribuir esse

amor, para que não fique uma dortriste na alma como a que retratauma conhecia canção: “Devia teramado mais...”

Amemos muito, meus amigosleitores, amemos os nossos velhi-nhos. São Espíritos que se pre-param para o retorno à verdadei-ra vida, a pátria verdadeira, queé o mundo dos Espíritos, muitosdeles heroicos, vitoriosos na con-duta, com exemplos extraordiná-rios que deixam para os que fi-cam, retratos de uma época queo mundo não vive mais. Outrossaem derrotados, com muitos er-ros, com ódios, com desacertos,mas é sempre uma vida, uma his-tória.

Tenhamos paciência com osnossos velhinhos, amemos muito,enchemo-los de beijos, de abraços,de carinho, de saudades enquantoestão conosco. Muitos deles serãoluzes que ascenderão às camadaselevadas do amor quando saíremdaqui, e quanto tempo de sauda-des viveremos até podermos revê-los?

A vida continua, a imortalida-de é um fato, a Doutrina Espírita éum derramar de bênçãos para aTerra, mas a saudade, quando seama, é dor na alma. Felizes sãoaqueles que encontram quemamam nos sonhos! É um reencon-tro de almas.

Amemos muito, amemos a to-dos indistintamente e olhemos comcarinho aqueles que chegaram àvelhice como vitoriosos, pois eleschegaram lá. Será que chegare-mos?

São vidas, são Espíritos, mere-cem respeito.

Divaldo responde– Qual o melhor caminho para

que desenvolvamos dentro de nóso amor cristão pelo próximo, abondade espontânea no coraçãoe foquemos nossas vidas maispelos caminhos da solidariedade,essa virtude ainda tão esquecida?

Divaldo Franco: Confessonão conhecer esse melhor cami-nho. Na minha experiência deuma longa existência e como de-corrência da convivência com osEspíritos amigos aprendi a com-preender o meu próximo, tentan-

do ser melhor, mesmo que, comdificuldades, permitindo que osoutros pensem de mim o quelhes aprouver, enquanto estareiprocurando pensar o melhor detodos...

Tenho aprendido a nãorevidar o mal com o mal, e em-bora sabendo que tenho inimigos– em ambos os planos da Vida –luto para não ser inimigo de nin-guém, e venho buscando cumprircom o dever com que sou honra-do na atual reencarnação.

conhecer determinada pessoa.Desejavam apresentar-me nova

ferramenta da espiritualidade queeles estavam desenvolvendo nosmecanismos de assistência aos Es-píritos sofredores e obsessores.

– Estamos, no momento – di-zia-me mais ou menos nestes ter-mos –, indo um passo à frente nanossa abordagem. Agora, realiza-mos cirurgias no perispírito (1) dosseres. Temos conseguido modificaro DNA e os genes espirituais. Comisto, mudamos a destinação, bemcomo a arquitetura das obsessões.

Intimamente, pensava:como argumentar diantede um delírio coletivo?

Enquanto os companheiros ver-savam empolgados, só me restavabalançar a cabeça como umcalango, pensando – Meu Deus,abençoe!

E porque insistissem para queeu participasse pessoalmente deuma das reuniões e verificasse a ve-racidade das narrações feitas, só mecoube responder reticente:

– Vamos ver a nossa possibili-dade... – enquanto, intimamente,pensava: como argumentar diantede um delírio coletivo?

Mesmo sem desejar, entretan-to, em outras oportunidades, emoutras instituições que me convi-davam, tive chance de ver – por-que eram feitas em público, depoisde nossas palestras – tratamentosde cirurgias espirituais que, embo-ra não fossem exatamente como adescrita acima, guardavam umadesajeitada semelhança.

Questiono-me, portanto, oque seria uma medicina da alma?

E, invariavelmente, não con-sigo ter o exemplo das técnicasde DNA espiritual como respos-ta. Concomitantemente, porém, aimagem de minha professora ga-nha espaço.

Como cuidar da alma, senão...Fazendo além do que se é

obrigado – isto é andar dois milpassos.

Olhando além de um cérebroou de um ser espiritual em desa-linho – isto é ter olhos de ver.

Doando e se dando mesmoque não seja em um templo ouem uma obra social – isto é cari-dade.

Colocando-se no lugar dooutro – isto é amor.

Foram justamente estes osingredientes que um Homem in-comparável ensinou.

E estas são as ferramentasfundamentais para se cuidar daalma.

O demais é apenas secundá-rio – quando não, delírios damente humana que sempre am-biciona ter o poder de tudo cu-rar.

(1) Termo espírita criado por AllanKardec em O Livro dos Espíritospara designar o envoltório do serespiritual que o liga ao corpomaterial. Em outras tradições fi-losóficas e religiosas, ele ganhaoutras denominações. Na Bíblia,por exemplo, vamos encontrá-loem uma das epístolas de Paulocomo sendo o corpo espiritual, ocorpo incorruptível.

Extraído de entrevista publicada em maio de 2008 no jornal OImortal.

O IMORTALPÁGINA 14 ABRIL/2011

O presente de PáscoaPaulinho estava sentado no tapete

da sala, assistindo ao seu desenho pre-ferido, quando o pai chegou para o al-moço.

Roberto vinha cansado. Tiverauma manhã difícil e cheia de problemas.Entrou na sala, nervoso, e despejou so-bre o filho sua irritação perguntando,sério:

— O que é isso, Paulinho?O garoto olhou em torno sem en-

tender.— O quê, papai?No meio dos brinquedos, havia uma

cesta de Páscoa e um pacote de balasaberto.

— Isto! — informou o pai, bravo,pegando do chão o pacote e mostrando-o ao filho.

Com largo sorriso, o menino infor-mou:

— É um presente! Ganhei da vovó,papai!

— Estou vendo! Mas isso é horade chupar balas? Estamos quase na horada refeição e já disse que não quero quevocê coma doces antes do almoço.

Com lágrimas nos olhos, a cri-ança resmungou:

— Eu sei, papai, mas chupei umasó!

— Sem conversa. E tem mais, a par-tir de hoje, vou proibir a entrada de ba-las nesta casa. Outro dia li numa revistaque o açúcar causa muitos males para asaúde, além de estragar os dentes. Voujogar tudo fora! — explodiu, cheio deraiva.

Espantado com a atitude severa dopai, o garoto colocou a cabeça entre asmãos e começou a chorar.

— Não, papai! Não faça isso!Caindo em si, o pai percebeu que se

excedera e arrependeu-se. Pegando omenino no colo, abraçou-o dizendo:

Este mês de abril vamos comemo-rar a Páscoa.

Meu amiguinho, você sabe o quea Páscoa representa?

Geralmente, nos lembramos logo decoelhinhos e de ovos de chocolate, não é?

Pois essa data, que é tão importan-te para os cristãos de todo o mundo,não tem nada a ver com coelhos e ovosde chocolate. Mesmo por que, você jáouviu falar que coelho bota ovo? Ain-da mais de chocolate?...

Originalmente, a Páscoa é uma fes-ta anual dos hebreus, que comemorama sua saída do cativeiro no Egito. Pos-teriormente, tornou-se uma festa anu-al dos cristãos, em memória da ressur-reição do Cristo.

Há dois mil anos, na época em queJesus de Nazaré andava pregando o seuEvangelho de amorpara todas as pessoasque O quisessem ouvir,Ele entrou com seusdiscípulos na cidade deJerusalém, na semanaque antecedia a come-moração da páscoa ju-daica.

Traído por um dosseus companheiros,Judas Iscariotes, Jesusfoi preso, julgado econdenado a morrercrucificado, entre doisladrões. Era sexta-fei-ra.

À tarde, naquele mesmo dia, Joséde Arimatéia, um homem muito rico,pediu a Pilatos, governador romano naJudéia, que lhe entregasse o corpo deJesus para ser enterrado.

Pilatos concordou. Então, levaramo corpo de Jesus e, após o terem pre-parado como de costume entre os ju-deus, o sepultaram.

No domingo, Maria Madalena e ou-tras duas mulheres, após comprarem aro-mas para embalsamar o corpo do Mestre,foram até o túmulo e o encontraram vazio.

Maria Madalena, que ficara sozinhachorando junto à entrada do túmulo, viuum homem de pé, que lhe perguntou:

— Mulher, por que choras?A princípio, Maria supôs ser ele o

jardineiro. Depois — oh maravilha! —percebeu que era seu querido Mestreque voltara à vida. Jesus conversou

Páscoa

— Não fique triste, filhinho. O pa-pai só quer o seu bem. Tudo o que eu e amamãe fazemos é pensando no seu bem-estar. Porque nós o amamos, queremoso melhor para você. Entendeu?

O menino parou de chorar e enxu-gou as lágrimas.

Envolvido pelo carinho do pai, fi-cou pensativo. Realmente, já tinha cin-co anos e era um homenzinho, tinha queentender certas coisas.

— Entendi, papai.— Ótimo. Então, agora vá brincar.E Paulinho, saltando do colo do pai,

distraiu-se com os brinquedos que aliestavam espalhados pelo chão.

Era noite quando Roberto voltou doserviço. Depois do jantar, perguntou àesposa:

— Hilda, você viu meus cigarros?— Não, querido, não vi. Devem es-

tar onde você sempre os coloca.— Não, não estão.— Procure no nosso quarto.

Pode ter deixado lá.Roberto procurou, procurou e

não encontrou. Revirou gavetas,armários, a casa toda, e nada. Irri-tado, acusou:

— Deve ter sido a Maria. Ondejá se viu empregada mexer nas mi-nhas coisas?

— Nem pense nisso, querido.Não creio que tenha sido a Maria.

com ela e até mandou um recado paraseus discípulos.

Cheia de alegria, Maria Madalenafoi correndo contar aos apóstolos, quepermaneciam inconsoláveis, a grandenovidade: Jesus não morrera; estavavivo e falara com ela!

Eles, porém, não acreditaram. Con-tudo, depois disso, apareceu Jesus tam-bém a dois deles que se encaminhavampara uma aldeia chamada Emaús, dis-tante alguns quilômetros de Jerusalém.

Alguns dias depois, à tarde,trancadas as portas da casa onde seachavam escondidos os discípulos, pormedo que tinham dos judeus, Jesus seapresentou no meio deles e disse-lhes:

— Paz seja convosco!No início, eles não podiam acre-

ditam em tamanha felicidade, mas Je-sus mostrou-lhes suaschagas, sentou-se en-tre eles e comeu peixeassado. Falou-lheslongo tempo, conso-lando-os e orientando-os como deveriamagir.

Muitas vezes maisJesus esteve com seusdiscípulos, fortalecen-do-lhes a fé e incenti-vando-os à divulgaçãoda Boa Nova.

Esse retorno deJesus, em espírito e

verdade, após sua morte, e que coinci-de com a festa judaica, é que os cris-tãos comemoram na Páscoa, como dosfatos mais importantes e decisivos,pois representa a prova da imortalida-de da alma, que o Mestre tanto haviapregado.

Quanto ao costume de presentearcom ovos de chocolate, vem de tem-pos antigos, em que os pagãos cele-bravam a volta da primavera oferecen-do uns aos outros ovos de galinha pin-tados de cores vivas, hábito que aindaexiste em certos países.

Quanto ao coelho, muitos povos otêm como símbolo da fecundidade, arenovação da vida, como o próprioovo.

O mais fica por conta dos comer-ciantes, que tudo fazem para incenti-var as vendas no período que antecedea Páscoa.

— Quem mais pode ter pegado meuscigarros? Foi ela, sim, tenho certeza.Mas amanhã, quando chegar, será des-pedida, pode apostar!

Paulinho, que ouvia a conversa ca-lado, com medo de que seu pai cumpris-se a ameaça de despedir a empregada,acabou confessando:

— Não foi a Maria, papai. Fui euque peguei seus cigarros e joguei nolixo.

Surpreso, o pai perguntou:— Você? Mas, por quê, meu filho?

Sabe que não gosto que mexa nas mi-nhas coisas! Justo os meus cigarros!

Um pouco temeroso, o menino ex-plicou:

— Fiz pelo seu bem, papai. Você nãodisse que quando a gente gosta de al-guém quer o melhor para ela?

— Disse.— Então, vi hoje na televisão que o

cigarro faz muito mal para a saúde daspessoas, provoca doenças e falaram atéque dá câncer! Fiquei preocupado. Nãoquero que fique doente.

Hilda olhou para o marido, como sedissesse: Eu não lhe disse? Depois, elaaproximou-se do filho, com ternura:

— Você tem toda razão, meu filho.O cigarro realmente faz muito mal paraa saúde e precisamos cuidar do papai,não é?

Roberto baixou a cabeça, envergo-nhado. O menino acercou-se do pai, co-locando a mão no seu joelho:

— Não fique triste, papai. Não fizpor mal, tive medo de perdê-lo.

Roberto sentiu um nó na gargantaante a lição que recebia do filho, garotode apenas cinco anos.

— Obrigado, Paulinho. Não volta-rei a fumar, acredite em mim. Recebi devocê hoje a maior lição da minha vida.Desculpe, meu filho, minha atitude dehoje pela manhã. Reconheço que fui

muito severo sem razão. Estava nervo-so, irritado e descontei em você. Podechupar balas, sim, desde que escove osdentes depois. Combinado? Mas nãoexagere!

Abriu os braços e aconchegou o fi-

lho e a esposa ao coração, com imensocarinho, e disse:

— Este é o maior tesouro que Deuspoderia me dar: minha família.

Tia Célia

O IMORTALABRIL/2011 PÁGINA 15

Histórias que nos ensinam

O leitor não se surpreenda, masneste mês, em vez de contar histó-rias sobre outros personagens doEspiritismo, vamos contar – emforma de entrevista – parte da his-tória do titular desta coluna, o con-frade José Antônio Vieira de Paula,um dos colaboradores deste jornal,que está completando neste mês 25anos de participação ininterruptaneste periódico, seja como articu-lista, seja como entrevistador.

Por muitos anos foi ele respon-sável pelas colunas “Em PoucasPalavras”, “Um Minuto com ChicoXavier”, “Nos Passos do Evange-lho”, entre outras. Atualmente, comobem sabe o leitor, assina a coluna“Histórias que nos ensinam”.

José Antônio Vieira de Paulanasceu em Itapetininga, Estado deSão Paulo, onde vivem seus pais eirmãos. Veio para Londrina paraestudar, e ali se formou em Medi-cina pela Universidade Estadual deLondrina. Médico clínico e home-opata, o confrade reside emCambé, com esposa, filhos e neta.

O Imortal: José Antônio, vocêé de família espírita?

– Não, sou de família católica.Vim a conhecer o Espiritismo aquina cidade de Cambé, através dasabençoadas mãos de nosso queri-do Hugo Gonçalves, responsávelpor este jornal.

Na primeira reunião pública deque participei, com minha esposa,no mês de setembro de 1983, noCentro Espírita Allan Kardec destacidade, fui surpreendido por umamensagem espiritual, recebida porHugo, que carinhosamente me cha-mou, dizendo estar ali o Espírito deum jovem, Ivan de Albuquerque,que gostaria de me ajudar.

A mensagem convidava-me àoração diária, prática da qual ha-via-me afastado já há muitos anos.

O Imortal: Você conhecia esseEspírito?

– Nunca tinha ouvido falar deleaté então. Mais tarde, quando mi-nha mãe soube que eu passara aestudar o Espiritismo e a frequen-tar o Centro Espírita, surpreendeu-me com uma foto de um jovem,

Da Redação

desencarnado com aproximada-mente 28 anos de idade, a quem elachamava “Ivanzinho”, dizendo queera um primo meu em segundograu, muito querido, muito cristãoe espírita dedicado. Meu irmãomais velho, o primogênito, chama-se Ivan em sua homenagem.

E mais ainda: minha mãe con-templou-me com o livro “O Evan-gelho segundo o Espiritismo” quefora dado pela mãe do Ivan de Al-buquerque, D. Laurinha, à sua mãe(minha avó), com dedicatória da-tada de 1959.

O Imortal: Como se deu o iní-cio do seu trabalho junto ao jor-nal “O Imortal”?

– Sempre pelo empenho deHugo Gonçalves, nosso Paizinho,como é conhecido em nossa re-gião, por ter dirigido por muitasdécadas um lar de meninas, o “LarInfantil Marília Barbosa”, ondecriou, até a maioridade, mais de200 crianças, junto com sua fielesposa, já na pátria espiritual, D.Dulce Gonçalves.

Hugo sempre foi a referência doEspiritismo em nossa região. Então,os mais conhecidos expositores es-píritas do Brasil passavam porCambé, ficando hospedados em suacasa: Divaldo Pereira Franco, He-loísa Pires, filha do professor JoséHerculano Pires, Jerônimo Men-donça, José Raul Teixeira, entreoutros... E o paizinho começou apedir que eu os entrevistasse.

O Imortal: E como foi paravocê essa experiência?

– Muito agradável e com mui-

to aprendizado. Conversar compessoas que caminhavam pelo mo-vimento espírita há tantos anos pro-porcionava-me um enriquecimen-to muito grande.

Em 1986 entrevistei HeloísaPires, na casa de Hugo, e, no mes-mo ano, tive a alegria de entrevis-tar o Dr. Cyro de Albuquerque, ir-mão do Ivan, quando se comemo-rava o 40º aniversário de sua de-sencarnação. Essa entrevista se deuna casa de meus pais, emItapetininga, cidade onde Dr. Cyrotambém vivia com sua família.

Entrevistar Divaldo, Raul, Je-rônimo e tantos outros só me esti-mulou a fazer mais pela Doutrina,a querer ser útil.

O Imortal: E isso aconteceu?

– Do lado do Hugo ninguémpode ficar parado.

Ele recebia propostas para au-mentar a divulgação do Espiritis-mo em nossa região e me confiavaessas tarefas. Assim, em abril de1987 convocou-me para minha pri-meira palestra, e nunca mais medeixou parar.

Pouco tempo depois, pediu-mepara dirigir um programa espíritana TV Classic, TV a cabo local denossa cidade, o que fiz por quatroanos consecutivos. Esse programachamava-se “Visão Espírita”.

Há aproximadamente 20 anos,ele me pediu para organizar e diri-gir um programa de rádio, na vizi-nha cidade de Londrina. Iniciamosesse trabalho, com o auxílio de bonscompanheiros, primeiro na RádioNorte e, um ano após, e até hoje, naRádio Londrina. Esse programa vaiao ar todos os domingos, das 8h30

às 9h30, sendo que hoje em cadadomingo é coordenado por umaequipe de voluntários bem prepa-rados. Eu participo do último, nosmeses que têm cinco domingos.

O Imortal: Você até hoje fre-qüenta o Centro Espírita AllanKardec, de Cambé?

– Quando recebi de Ivan de Al-buquerque a orientação para a prá-tica da oração, descobri que tinhamuita dificuldade para me concen-trar em momento que exige circuns-peção. Foi quando comecei, antesda prece, a ler trechos da vida deChico Xavier. Minha vida mudou.Passei a transcrever esses casos para“O Imortal”, na coluna “Um Minu-to com Chico Xavier”, que viria ase transformar, após aproximada-mente dez anos, no livro com omesmo nome editado em 1997.

Nessa época começamos a vi-sitar Uberaba e, estimulados pelotrabalho exemplar de Chico, aca-bamos conhecendo um trabalhoespírita na periferia da cidade deSacramento. Chamava-se “Belém,A Casa do Pão”. Na volta de umadessas viagens, procuramos umaregião muito humilde, nos bairrosmais simples de Londrina, e inici-amos trabalho semelhante.

Alguns anos depois, transfor-mamos a Casa do Pão em uma ins-tituição independente, que denomi-namos “Núcleo Espírita HugoGonçalves”, homenageando nossobenfeitor encarnado, que comple-tará 98 anos em outubro próximoe se encontra em plena atividade,servindo de exemplo edificantepara todos que o conhecem.

Em março deste ano, nosso

Núcleo completou 17 anos de ple-na atividade.

Nem por isso nos afastamos denossa Casa Mãe, o Centro Espíri-ta Allan Kardec, de Cambé. Duasvezes por ano, nos meses espíritasde março e outubro, participamoscom muito carinho, pagando nos-so tributo de gratidão ao Lar quenos albergou em nossas horas denecessidades.

O Imortal: José Antônio, vocêgostaria de deixar suas palavrasfinais para esta entrevista?

– Sim. Quando estava conclu-indo o livro “Um Minuto comChico Xavier”, tive a grande sa-tisfação de conhecer D. IracyKarpatti (hoje na pátria espiritual),uma espírita abnegada, paulistana,que aos 82 anos de idade, na épo-ca, ainda trabalhava sem cessarpela divulgação da Doutrina dosEspíritos.

Ela era amiga pessoal de Chicodesde a década de 1940 e conse-guiu que, após o término das tare-fas do dia, em Uberaba – atendi-mento na periferia e o trabalho depsicografia da noite –, eu pudesseadentrar a casa do querido médiume estivesse pessoalmente com elepor alguns instantes.

Quando chegamos diante dele,ela me apresentou dizendo assim:“Chico, este é José Antônio, deCambé, no Paraná”. E Chico respon-deu: “Do Hugo! Do Imortal! Gran-de trabalhador do Cristo é Hugo!”

Então, quero deixar aqui minhaeterna gratidão a este fiel trabalha-dor do Cristo e diretor deste jor-nal, que tanta oportunidade meconcedeu.

A foto mostra Divaldo Franco sendo entrevistado por nosso companheiro Um momento importante na vida da Casa do Pão, referida pelo confrade José Antônio

O IMORTALPÁGINA 16

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Aquele poderia ser mais umdia de aula na faculdade de me-dicina, não fosse o aprendizadoque dele tirei...

A tarde se iniciava caloro-sa, quando, juntamente comoutros colegas, adentrei o am-bulatório do hospital universi-tário a que me vinculava. Iría-mos acompanhar consultas naárea da psiquiatria.

A preceptora era conhecidanossa, pois, além de já nos terministrado aulas teóricas, lide-rava importantes pesquisas naárea da saúde mental dentrodaquela academia. Contudo,embora anteriormente já tivés-semos a ocasião de observá-lana excelência científica, parti-cularmente, estava ansioso paravê-la atuar na arte médica.

Isto porque, durante o cursomédico, tive a oportunidade deobservar – infelizmente, diga-sede passagem – exemplos varia-dos de dissociação entre o dis-curso e o fazer. Renomados pro-fessores nos falavam de princí-pios bioéticos e, na contramãodisto tudo, faziam uma medici-na precária nesse aspecto. Ou-tros versavam sobre a imperio-sa necessidade de se olhar o pa-ciente como um todo e, nocantochão de suas consultas,realizavam uma paródia patéti-ca de um ver holístico, fragmen-tando muito mais do que inte-grando.

Todo este cenário, portanto,levava-nos – pelo menos a mim– à moderada ansiedade – e, dequando em vez, pequenadesmotivação, sejamos hones-tos – diante das diversas aulaspráticas de que participávamos.

LEONARDO [email protected]

De Recife, PE

ABRIL/2011

Medicina da alma

Os minutos,entretanto, não sefizeram muitocéleres e, rapida-mente, pude perce-ber que aquela tar-de seria diferente.

– Como estás?Tens-te sentidomais disposta?

– Ah, doutora!Depois que come-cei o tratamentocom a senhora,sinto-me melhor.Porém, perceboque a melhora ini-cial foi maior eque nos últimostempos não consi-go progredir tan-to...

– Tens ido àpsicóloga?

– Não. Onde eumoro, só há istouma vez ao mês, equando há! E a ci-dade mais próximafica distante. Paraconseguir um transporte é umadificuldade!

– E as atividades? Estás tra-balhando?

– Também não. É muito difí-cil conseguir algum trabalho porlá...

– Tens conseguido, no entan-to, realizar algum lazer?

– Doutora, para ser sincera,em minha cidade não há o quefazer! Mesmo assim, tenho con-seguido sair de casa e andar con-versando até a pracinha com al-gumas amigas.

– E os estudos?– Graças a Deus consegui

acabá-los. Inclusive, eu vim pres-tar vestibular aqui nesta univer-sidade. E a senhora sabe que eupassei?

– Que maravilha! Qual cur-so?

– Pedagogia.– E quando começaram as au-

las?– Na verdade, eu só passei,

mas não fiz minha matrícula...– Como foi isto?!– Não tinha dinheirinho...,

além do mais, como eu iria con-seguir me sustentar?!

– Por que não me procuras-te? Por que não vieste aqui? Issoera o de menor importância! Omais difícil era passar e vocêconseguiu, apesar do seu estadode saúde. Você deveria ter vin-do, nós procurávamos uma solu-ção, encontraríamos uma formajuntas... E não há algo que nóspossamos fazer ainda?!

O interesse damédica ia por

outros aspectosalém dos

sintomas e dasposologias

Tratava-se deuma jovem pas-sando pelos tristesvales da depres-são. O tratamentopsiquiátrico lhehavia trazido mui-to benefício, mor-mente porque aospsicofármacos fo-ram adicionadasgotas medicinaisde atenção pornossa professora.Entretanto, para irprofundamente àsraízes do problemaera preciso mais.

Daí, o interesseda médica por ou-tros aspectos queiam bastante alémdos sintomas e das

posologias. E, por isto, em seusemblante havia o sentir real, aempatia verdadeira, a profundapreocupação com a vida daque-la moça. Enquanto que, no olhardesta, a emoção de se sentir aco-lhida.

O curso, é bem verdade, nãotinha mais como ser feito. A vagajá tinha sido ocupada por outracandidata. Um outro alguém fes-tejava a esperança, enquanto nos-sa paciente não sabiadimensionar ao certo a importân-cia que teria sido aquela ativida-de em sua vida e, consequente-mente, em sua saúde.

Sem que nossa preceptora sedesse conta, porém, aquele seumovimento de interesse haviamobilizado a vida daquela jo-

vem. E, energia acionada, cer-tamente, no futuro, outros ca-minhos se abririam no horizon-te daquela mulher. A partir dali,ela deixaria de ser uma paci-ente de sua doença, transfor-mando-se, paulatinamente, emagente de seu bem-estar men-tal.

Aquela cena simples dei-xou-me forte impressão.

Com a convivência, no en-tanto, outras se somaram.

No seu consultório, um ar-mário guardava remédios queeram doados àqueles que maisnecessitavam. A nobre médicaguardava várias amostras grá-tis – e quiçá comprava tantosoutros – e as distribuía comoverdadeiras sementes de espe-rança.

Em algumas ocasiões, dis-cretamente saía de suas mãoso dinheiro da passagem paraque os pacientes não deixassemde cuidar da saúde por falta decondução.

Oportunidades outras, o nú-mero de consultas era aumen-tado por necessidade de maisalguém ser atendido.

Em determinado momento,um paciente padecia grave mo-léstia psiquiátrica. O tratamen-to fê-lo melhorar sobremanei-ra. Contudo, porque faltasseum algo a mais, estando ele de-sempregado, nossa preceptoraarrumou alguns contatos e lheconseguiu um trabalho, já queo labor dignifica o ser, melho-rando, inclusive, as perspecti-vas de saúde. Especialmente,no caso em questão.

– Esta não é a função dela!O sistema único de saúde bra-sileiro, ou então o governo, éque tem esta obrigação! – di-rão alguns. (Continua napág.13 desta edição.)

Na dinâmica da saúde, muito se tem escrito sobre a medicina da alma; enquanto os religiosos teimam embrigar com a ciência, defendendo seus métodos, os cientistas insistem em ignorar a realidade transcendental

Leonardo Machado é o autor do presente artigo