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DECRETO Nº 44.747, DE 3 DE MARÇO DE 2008. (Texto consolidado) Estabelece o Regulamento do Processo e dos Procedimentos Tributários Administrativos (RPTA). O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de atribuição que lhe confere o inciso VII do art. 90, da Constituição do Estado, e tendo em vista o disposto no art. 2º da Lei nº 17.247, de 27 de dezembro de 2007, DECRETA: CAPÍTULO I DISPOSIÇOES GERAIS Art. 1º Este Decreto estabelece o Regulamento do Processo e dos Procedimentos Tributários Administrativos (RPTA), no âmbito da Secretaria de Estado de Fazenda. Art. 2º Serão autuados em forma de Processo Tributário Administrativo (PTA): I - a formalização de crédito tributário; II - o pedido de reconhecimento de isenção concedida em caráter individual; III - o pedido de restituição de indébito tributário, exceto em se tratando de devolução por iniciativa da Secretaria de Estado de Fazenda; IV - a formulação de consulta sobre aplicação da legislação tributária; V - o pedido de regime especial de caráter individual; VI - a avaliação para fins de cálculo do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos - ITCD. Art. 3º Sem prejuízo das informações peculiares a cada processo, a petição do interessado será apresentada em duas vias e conterá: I - o nome do órgão ou da autoridade administrativa a que seja dirigida; II - a identificação do interessado e, se representado, de quem o represente; III - o domicílio do interessado ou o local para recebimento de correspondência, observado o disposto no art. 10, § 2º; IV - a exposição dos fatos, o fundamento legal e a formulação do pedido, com clareza; V - a data e a assinatura do interessado ou de seu representante.

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Page 1: O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS · nulidade do procedimento fiscal, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar do funcionário que lhe der causa. Art. 19. Para fins de garantir

DECRETO Nº 44.747, DE 3 DE MARÇO DE 2008.

(Texto consolidado)

Estabelece o Regulamento do

Processo e dos Procedimentos

Tributários Administrativos (RPTA).

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de atribuição que lhe

confere o inciso VII do art. 90, da Constituição do Estado, e tendo em vista o disposto no

art. 2º da Lei nº 17.247, de 27 de dezembro de 2007,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇOES GERAIS

Art. 1º Este Decreto estabelece o Regulamento do Processo e dos Procedimentos

Tributários Administrativos (RPTA), no âmbito da Secretaria de Estado de Fazenda.

Art. 2º Serão autuados em forma de Processo Tributário Administrativo (PTA):

I - a formalização de crédito tributário;

II - o pedido de reconhecimento de isenção concedida em caráter individual;

III - o pedido de restituição de indébito tributário, exceto em se tratando de devolução por

iniciativa da Secretaria de Estado de Fazenda;

IV - a formulação de consulta sobre aplicação da legislação tributária;

V - o pedido de regime especial de caráter individual;

VI - a avaliação para fins de cálculo do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e

Doação de Quaisquer Bens ou Direitos - ITCD.

Art. 3º Sem prejuízo das informações peculiares a cada processo, a petição do interessado

será apresentada em duas vias e conterá:

I - o nome do órgão ou da autoridade administrativa a que seja dirigida;

II - a identificação do interessado e, se representado, de quem o represente;

III - o domicílio do interessado ou o local para recebimento de correspondência,

observado o disposto no art. 10, § 2º;

IV - a exposição dos fatos, o fundamento legal e a formulação do pedido, com clareza;

V - a data e a assinatura do interessado ou de seu representante.

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§ 1º Na hipótese de representação, será juntado à petição o respectivo instrumento,

especialmente no que se refere ao representante de pessoa jurídica.

§ 2º Na protocolização da petição, o servidor responsável indicará em ambas as vias os

dados relativos ao protocolo, inclusive data e hora, devolvendo uma via ao interessado.

Art. 4º O PTA será autuado na repartição fazendária competente com páginas numeradas

seqüencialmente e rubricadas.

Art. 5º Os documentos adicionais ao PTA serão a ele juntados pelo servidor responsável

na repartição em que tramitar, segundo a ordem cronológica de formação do processo,

numerando-se e rubricando-se as páginas relativas aos documentos juntados.

Art. 6º A intervenção do interessado no PTA far-se-á diretamente ou por intermédio de

procurador munido de instrumento de mandato regularmente outorgado.

Parágrafo único. A intervenção direta do interessado far-se-á por ele mesmo, ou por meio

de seus representantes legais na forma que dispuser a legislação processual civil.

Art. 7º Os atos promovidos no PTA pelos servidores fazendários serão fundamentados e

formalizados mediante termos impressos, datilografados ou manuscritos.

Art. 8º É assegurado ao interessado ampla defesa na esfera administrativa, aduzida por

escrito e acompanhada de todas as provas que tiver, desde que produzidas na forma e

prazos legais.

Art. 9º A errônea denominação dada à defesa, recurso ou reclamação não prejudicará a

parte interessada, salvo na hipótese de má-fé.

Art. 10. As intimações do interessado dos atos do PTA devem informar a sua finalidade

e serão realizadas, a critério da Fazenda Pública Estadual, pessoalmente, por via postal

com aviso de recebimento ou por meio de publicação no órgão oficial.

§ 1º Quando o destinatário se encontrar em local ignorado, incerto ou inacessível ou

ausente do território do Estado, ou quando não for possível a intimação por via postal,

inclusive na hipótese de devolução pelo correio, a intimação será realizada mediante

publicação no órgão oficial.

§ 2º É facultado ao interessado receber as intimações relativas ao PTA por meio de correio

eletrônico, hipótese em que deverá deixar expressa a opção e informar o endereço,

inclusive as alterações posteriores.

Art. 11. Na hipótese em que a representação do interessado no PTA se der através de

procurador, as intimações serão realizadas diretamente a este, salvo disposição em

contrário constante do instrumento de mandato.

Art. 12. As intimações dos atos do PTA serão consideradas efetivadas:

I - em se tratando de intimação pessoal, na data do recebimento do respectivo documento;

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II - em se tratando de intimação por via postal com aviso de recebimento:

a) na data do recebimento do documento, por qualquer pessoa, no domicílio fiscal do

interessado, ou no escritório de seu representante legal ou mandatário com poderes

especiais, ou no escritório de contabilidade autorizado a manter a guarda dos livros e

documentos fiscais; ou

b) no 11º (décimo primeiro) dia a contar do dia em que foi postado o documento caso no

recibo não conste a assinatura ou a data de seu recebimento;

III - em se tratando de intimação por meio de publicação no órgão oficial, na data de sua

publicação;

IV - em se tratando de intimação por meio de correio eletrônico, no 6º (sexto) dia a contar

do envio da mensagem.

Parágrafo único. A intimação realizada em dia que não haja expediente normal na

repartição em que tramita o PTA ou deva ser praticado o ato considera-se realizada no

primeiro dia seguinte em que houver expediente normal.

Art. 13. Os prazos do PTA serão contínuos, excluindo-se na contagem o dia do início e

incluindo-se o dia do vencimento, e só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal

na repartição em que corra o PTA ou deva ser praticado o ato.

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, os prazos contar-se-ão da intimação, do

recebimento do PTA ou da prática do ato.

Art. 14. São válidos os atos do PTA praticados antes do prazo estabelecido, renunciando

aquele que o praticar ao prazo estabelecido em seu favor.

Art. 15. Na hipótese de instrução incompleta de requerimento pelo interessado, a

repartição fazendária o intimará para complementá-lo no prazo de 10 (dez) dias, sob pena

do não conhecimento do pedido.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica nos casos de impugnação,

reclamação ou recurso de revisão, relativos ao contencioso administrativo fiscal.

Art. 16. Não havendo prazo previsto neste Decreto para a prática de ato do PTA, a

autoridade competente o estabelecerá, não podendo exceder a 15 (quinze) dias.

Art. 17. O Secretário de Estado de Fazenda estabelecerá, em resolução, os casos em que

se aplicará a tramitação prioritária do PTA, hipótese em que os prazos estabelecidos para

a Administração Pública estadual serão reduzidos.

Art. 18. A inobservância dos prazos do PTA pela Administração Pública não acarretará a

nulidade do procedimento fiscal, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar do

funcionário que lhe der causa.

Art. 19. Para fins de garantir a celeridade na tramitação do PTA, a autoridade fazendária

poderá determinar a reunião ou separação de processos.

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Art. 20. É dever do interessado facilitar a entrega e o recebimento de documentos que

interessem à instauração e ao andamento do PTA.

Art. 21. Os atos de delegação de competência serão estabelecidos em ordem de serviço

expedida pela autoridade competente, ressalvada a hipótese do art. 56, parágrafo único.

Parágrafo único. As decisões adotadas por delegação mencionarão explicitamente essa

qualidade.

Art. 22. Para fins deste Decreto:

I - procedimentos fiscais auxiliares são as atividades de que trata o art. 66, para verificação

do cumprimento de obrigações tributárias;

II - considera-se sob ação fiscal desde a intimação da lavratura dos documentos indicados

no art. 69 até a extinção do respectivo crédito tributário, se for o caso.

II - considera-se sob ação fiscal da data da intimação da lavratura dos documentos

indicados no art. 69 até a extinção do respectivo crédito tributário, salvo se realizada a

denúncia espontânea após o exaurimento do prazo de validade dos documentos a que se

referem os incisos I a IV do art. 69, e desde que não tenha sido intimado da lavratura do

Auto de Infração;”.

(Inciso II do art. 22 alterado pelo Decreto nº 47.049, de 26 de setembro de 2016.)

Art. 23. Ressalvados o casos previstos na Lei Federal nº 5.172, de 25 de outubro de 1966

- CTN, é vedada a divulgação, para fins extrafiscais, por parte da Fazenda Pública ou de

seus funcionários, de qualquer informação obtida, em razão do ofício, sobre a situação

econômica ou financeira dos sujeitos passivos ou de terceiros e sobre a natureza e o estado

dos seus negócios ou atividades.

CAPÍTULO II

DO PROCESSO DE RECONHECIMENTO DE ISENÇÃO

Art. 24. O reconhecimento de isenção de tributo estadual concedida em caráter individual

depende de requerimento do interessado, protocolizado na Administração Fazendária a

que estiver circunscrito, indicando o dispositivo legal em que se ampare o pedido e a

prova de nele estar enquadrado.

Parágrafo único. Para os efeitos do disposto neste artigo o interessado:

I - recolherá a taxa de expediente devida relativa ao reconhecimento de isenção;

II - deverá estar em situação que possa ser emitida certidão de débitos tributários negativa

para com a Fazenda Pública Estadual.

Art. 25. Salvo nos casos em que o regulamento do tributo estabeleça outra autoridade, o

pedido de reconhecimento de isenção será decidido pelo Superintendente Regional da

Fazenda.

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Art. 26. Na hipótese de indeferimento do pedido de reconhecimento de isenção pela

autoridade fazendária competente caberá recurso à autoridade hierarquicamente superior,

sem efeito suspensivo, no prazo de 10 (dez) dias contados da ciência da decisão.

Parágrafo único. O recurso será protocolizado na Administração Fazendária a que estiver

circunscrito o interessado e decidido no prazo de 10 (dez) dias contados do recebimento

do PTA.

Art. 27. Os pedidos de reconhecimento de isenção do Imposto sobre a Propriedade de

Veículos Automotores (IPVA) e do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de

Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal

e de Comunicação (ICMS) relativos a veículo destinado a pessoa portadora de deficiência

física ou a condutor profissional autônomo de passageiros na categoria de aluguel (táxi),

serão formalizados no mesmo PTA, por interessado.

CAPÍTULO III

DO PROCESSO DE RESTITUIÇÃO

Art. 28. O pedido de restituição de indébito tributário depende de requerimento do

interessado, protocolizado na Administração Fazendária a que estiver circunscrito,

indicando as informações relativas ao recolhimento indevido e, sempre que possível, o

valor a ser restituído.

Parágrafo único. Para os efeitos do disposto neste artigo o interessado:

I - instruirá o requerimento com:

a) cópia do comprovante de recolhimento indevido, se for o caso;

b) documentos necessários à apuração da liquidez e certeza da importância a restituir;

II - deverá estar em situação que possa ser emitida certidão de débitos tributários negativa

para com o Estado, salvo na hipótese de restituição na forma do inciso I do art. 35.

Art. 29. A restituição de valor pago a título de tributo dá lugar à restituição, na mesma

proporção, do valor das penalidades, salvo as referentes à infração de caráter formal não

prejudicadas pela causa assecuratória da restituição.

Art. 30. A restituição de indébito tributário relativo a tributos que comportem

transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove havê-lo

assumido, ou, no caso de o ter transferido a terceiro, estar por este expressamente

autorizado a recebê-la.

Art. 31. O notário ou registrador poderá requerer restituição de valor relativo à Taxa de

Fiscalização Judiciária por ato não praticado, instruindo o requerimento com:

I - comprovante de ressarcimento do respectivo valor ao usuário;

II - demonstrativo dos atos, e seus respectivos valores, relativos ao documento de

arrecadação objeto de pagamento indevido;

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III - o documento relativo à declaração de apuração e informação da taxa.

Art. 32. No caso de pedido de restituição de importância paga a título de ITCD, em virtude

de não efetivação de doação de bem imóvel, o requerimento deverá estar instruído com

os seguintes documentos:

I - certidão do cartório de notas, que tenha expedido o documento de informação do

imposto, de que a escritura não foi lavrada ou, se o foi, de ter sido declarada judicialmente

a nulidade do ato;

II - certidão do cartório de registro de imóveis da situação do bem de que ele não foi

transferido.

Art. 33. O pedido de restituição de indébito tributário será decidido pelo Superintendente

Regional da Fazenda.

Art. 34. Instruído regularmente o pedido, a decisão será proferida no prazo de 30 (trinta)

dias.

Parágrafo único. Caso a apuração do valor a restituir não seja concluída no prazo previsto

no caput, a autoridade competente poderá prorrogá-lo por uma vez e por até igual período.

Art. 35. Deferido o pedido de restituição, esta se efetivará:

I - sob a forma de dedução de valores devidos pelo sujeito passivo à Fazenda Pública

Estadual;

II - sob a forma de aproveitamento de crédito, no caso de contribuinte do ICMS que

apresente saldo devedor do imposto regularmente;

III - em moeda corrente, nos demais casos.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso I do caput:

I - não serão deduzidos créditos tributários com exigibilidade suspensa;

II - a dedução será realizada de ofício pela autoridade competente, restituindo-se eventual

saldo nas formas estabelecidas nos incisos II e III do caput.

Art. 36. Do indeferimento de pedido de restituição de indébito tributário cabe impugnação

ao Conselho de Contribuintes.

CAPÍTULO IV

DO PROCESSO DE CONSULTA

Art. 37. O sujeito passivo ou a entidade representativa de classe de contribuintes poderá

formular consulta escrita à Superintendência de Tributação sobre aplicação de legislação

tributária, em relação a fato de seu interesse, que será completa e exatamente descrito na

petição.

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Parágrafo único. O sujeito passivo informará na petição sobre as obrigações acessórias

relacionadas ao fato, se este já ocorreu, e se algum de seus estabelecimentos encontra-se

sob ação fiscal em relação ao objeto da consulta.

Art. 38. A solução à consulta será dada no prazo de 30 (trinta) dias contados do

recebimento do PTA na Superintendência de Tributação.

§ 1º Tratando-se de matéria complexa, o prazo referido no caput poderá ser prorrogado

por uma vez e por até igual período, a critério do diretor da Superintendência.

§ 2º O prazo previsto no caput interrompe-se a partir da data em que for determinada

qualquer diligência, reiniciando-se a partir do novo recebimento do PTA na

Superintendência.

Art. 39. A consulta será protocolizada na Administração Fazendária a que estiver

circunscrito o interessado acompanhada de cópia do comprovante de recolhimento da

taxa de expediente devida, sem a qual a tramitação do processo não terá curso.

Art. 40. O PTA relativo à consulta será instruído com manifestação fiscal.

Art. 41. Nenhuma ação fiscal será promovida, em relação à espécie consultada, contra

sujeito passivo, no período entre a protocolização do requerimento de consulta e a ciência

da resposta, desde que:

I - a protocolização da petição tenha ocorrido até o vencimento da obrigação a que se

refira; e

II - a taxa de expediente respectiva tenha sido devidamente recolhida.

Art. 42. O tributo devido conforme resposta dada à consulta será pago sem imposição de

penalidade desde que:

I - seja efetuado o recolhimento dentro do prazo de 15 (quinze) dias contados da data em

que o consulente tiver ciência da resposta; e

II - a protocolização da petição de consulta tenha ocorrido até o vencimento da obrigação

a que se refira.

Art. 43. O disposto nos arts. 41 e 42 não se aplica à consulta:

I - que seja meramente protelatória, assim entendida a que versar sobre disposição

claramente expressa na legislação tributária ou sobre questão de direito já resolvida por

decisão administrativa ou judicial relativamente ao consulente;

II - que não descrever exata e completamente o fato que lhe deu origem;

III - que deixe de observar qualquer exigência formal e não seja suprida no prazo

estabelecido pela autoridade fazendária;

IV - após o início de ação fiscal relacionada com o seu objeto;

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V - que versar sobre argüição de inconstitucionalidade ou sobre negativa de aplicação de

lei, decreto ou ato normativo.

Parágrafo único. Nas hipóteses do caput, a consulta será declarada inepta e determinado

o arquivamento do processo:

I - pelo titular da Delegacia Fiscal da circunscrição do interessado nos casos dos incisos

II a IV;

II - pelo diretor da Superintendência de Tributação nos casos dos incisos I e V e,

supletivamente, nos casos do incisos II a IV.

Art. 44. Da resposta dada à consulta pela Superintendência de Tributação cabe recurso,

com efeito suspensivo, ao Secretário de Estado de Fazenda, no prazo de 15 (quinze) dias

contados da data em que o consulente tiver ciência da resposta.

§ 1º O recurso será protocolizado na Administração Fazendária a que estiver circunscrito

o recorrente.

§ 2º No prazo de 20 (vinte) dias, o diretor da Superintendência de Tributação:

I - se entender que assiste razão ao recorrente, reformulará a resposta;

II - entendendo que a resposta deva ser mantida, emitirá parecer sobre o mérito da questão

e encaminhará o processo ao Secretário de Estado de Fazenda, para decisão.

Art. 45. A observância pelo consulente da resposta dada à consulta, enquanto prevalecer

o entendimento nela consubstanciado, exime-o de qualquer penalidade e o exonera do

pagamento do tributo considerado não devido no período.

Parágrafo único. A reforma de orientação adotada em solução de consulta prevalecerá em

relação ao consulente após cientificado da nova orientação.

Art. 46. Serão publicadas no órgão oficial:

I - a ementa da resposta à consulta;

II - a íntegra da resposta à consulta nos casos de orientação sobre situação nova ou por

decisão do diretor da Superintendência de Tributação.

Art. 47. A resposta à consulta fica revogada com a superveniência de norma de legislação

tributária naquilo que esta com aquela conflitar, independentemente de comunicação ao

consulente.

Art. 48. Qualquer informação ou esclarecimento sobre dispositivos da legislação

tributária que não se revista das características e dos requisitos próprios da consulta será

prestado verbalmente ao interessado pela Administração Fazendária a que estiver

circunscrito.

CAPÍTULO V

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DOS REGIMES ESPECIAIS

Art. 49. Os regimes especiais de tributação e os que versem sobre emissão, escrituração

e dispensa de documentos fiscais, de caráter individual, dependem de requerimento do

interessado.

Art. 50. O regime especial será concedido:

I - para atender às peculiaridades do interessado no que se refere às operações ou

prestações envolvidas, caso em que o interessado demonstrará as circunstâncias que

justifiquem o procedimento que se pretende adotar;

II - nas hipóteses previstas no regulamento do tributo.

Art. 51. É vedada a concessão de regime especial:

I - que possa dificultar ou impedir a ação do Fisco;

II - a sujeito passivo:

a) cujo titular, gerente, diretor ou sócio tenha sido denunciado por crime contra a ordem

tributária;

b) que tenha regime especial cassado por dificultar a ação do Fisco nos 5 (cinco) anos

anteriores ao pedido;

c) em situação que possa ser emitida certidão de débitos tributários positiva para com a

Fazenda Pública Estadual.

Art. 52. O requerimento do pedido de regime especial será protocolizado na

Administração Fazendária a que estiver circunscrito o interessado acompanhado de:

I - sua cópia em meio eletrônico, inclusive dos modelos de documentos que se pretende

adotar;

II - caso possua crédito tributário inscrito em dívida ativa, comprovação da existência de

garantia do mesmo, expedida pela Advocacia-Geral do Estado;

III - cópia do comprovante de recolhimento da taxa de expediente devida.

§ 1º O requerimento do interessado informará:

I - o ramo de atividade;

II - o sistema atual adotado relativamente à operação ou prestação a que se refere o pedido,

inclusive sobre as obrigações acessórias;

III - o sistema que se pretende adotar, e em quais estabelecimentos;

IV - ser ou não contribuinte de outro tributo;

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V - se há regime especial em vigor ou pedido indeferido que trate da mesma matéria,

ainda que de outro estabelecimento do mesmo titular, juntando ao requerimento cópia do

regime ou do despacho de indeferimento.

§ 2º Não será tramitado o PTA que não atenda às disposições deste artigo.

§ 3º O requerimento de pedido de regime especial formulado por sujeito passivo

estabelecido em outra unidade da Federação será protocolizado em qualquer repartição

fazendária neste Estado.

Art. 53. O PTA relativo ao pedido de regime especial será instruído com manifestação

fiscal.

Art. 54. O não-atendimento à intimação relativa ao pedido de regime especial no prazo

estabelecido implica o arquivamento do PTA.

Art. 55. O sujeito passivo deverá manter uma via do regime especial que lhe for concedido

e registrar o número, objeto, data de concessão, vigência e eventuais prorrogações e

alterações no livro Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de

Ocorrências (RUDFTO).

Art. 56. Salvo nos casos em que o regulamento do tributo estabeleça outra autoridade

hierarquicamente superior, o regime especial será concedido e prorrogado pelo diretor da

Superintendência de Tributação.

Parágrafo único. Em se tratando de delegação para a prorrogação do regime especial, o

ato poderá constar do próprio regime.

Art. 57. O regime especial concedido:

I - não desobriga o beneficiário do cumprimento das demais obrigações previstas na

legislação tributária e não expressamente excepcionadas;

II - não dispensa o sujeito passivo da observância da legislação relativa a tributos federais

ou municipais.

Art. 58. O beneficiário do regime especial fica obrigado ao cumprimento das disposições

nele previstas durante o período de sua vigência, podendo a ele renunciar mediante prévia

comunicação à autoridade fiscal concedente.

Art. 59. O regime especial terá eficácia de um ano, a contar da data de sua concessão,

caso não seja fixado outro prazo.

Art. 60. O prazo de vigência do regime especial poderá ser prorrogado, a critério da

autoridade competente, desde que o requerimento de prorrogação seja protocolizado na

vigência do regime.

§ 1º O requerimento de prorrogação do prazo de vigência do regime especial deverá

conter a relação dos estabelecimentos beneficiários do regime.

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§ 2º A protocolização do requerimento nos termos deste artigo assegura a vigência do

regime especial até a data de ciência da decisão do pedido.

Art. 61. O regime especial concedido poderá ser:

I - cassado ou alterado pela autoridade competente quando:

a) se mostrar prejudicial ou inconveniente aos interesses da Fazenda Pública Estadual;

b) ocorrer descumprimento de obrigação tributária por parte do beneficiário;

c) ocorrerem fatos que aconselhem tais medidas;

II - alterado, mediante requerimento do interessado, inclusive para estendê-lo a outro

estabelecimento do titular.

Parágrafo único. A cassação ou alteração poderá ser solicitada pelo Fisco de qualquer

unidade da Federação à autoridade competente, quando a aplicação do regime em

estabelecimento situado fora do Estado depender de sua aprovação.

Art. 62. Naquilo que lhe for aplicável, será observado o disposto nos arts. 52 a 54

relativamente aos pedidos de alteração e de prorrogação de regime especial.

Art. 63. O regime especial fica revogado com a superveniência de norma de legislação

tributária naquilo que esta com aquele conflitar, independentemente de comunicação.

Art. 64. Incumbe ao titular da Delegacia Fiscal a que o contribuinte estiver circunscrito

acompanhar a fiel observância do regime especial concedido, devendo, se for o caso, em

exposição fundamentada, propor sua alteração ou cassação.

Parágrafo único. Em se tratando de regime especial concedido a sujeito passivo

estabelecido em outra unidade da Federação a competência de que trata este artigo será

da Superintendência de Fiscalização.

CAPÍTULO VI

DA AVALIAÇÃO PARA FINS DE CÁLCULO DO ITCD

Art. 65. Os procedimentos para a avaliação de bens, direitos e obrigações para fins de

cálculo do ITCD serão estabelecidos no regulamento do Imposto.

CAPÍTULO VII

DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Seção I

Dos Procedimentos Fiscais Auxiliares

Art. 66. A realização dos procedimentos fiscais auxiliares abaixo mencionados não

caracterizam o início da ação fiscal:

Page 12: O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS · nulidade do procedimento fiscal, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar do funcionário que lhe der causa. Art. 19. Para fins de garantir

I - monitoramento, assim considerada a avaliação do comportamento fiscal-tributário de

sujeito passivo, de carteira de contribuintes ou de setor econômico, mediante o controle

corrente do cumprimento de obrigações e análise de dados econômico-fiscais,

apresentados ao Fisco ou obtidas mediante visitação in loco; e

II - exploratório, assim considerada a atividade destinada a aumentar o grau de

conhecimento sobre as atividades econômicas ou o comportamento fiscal-tributário de

sujeito passivo, de carteira de contribuintes ou de setor econômico, mediante visitação in

loco, verificação de documentos e registros, identificação de indícios sobre

irregularidades tributárias ou análise de dados e indicadores;

III - cruzamento eletrônico de dados, assim considerado o confronto entre as informações

existentes na base de dados da Secretaria de Estado de Fazenda, ou entre elas e outras

fornecidas pelo sujeito passivo ou terceiros.

Art. 67. Na realização dos procedimentos de monitoramento ou exploratório será

observado o seguinte:

I - identificado indício de infração à legislação tributária, o titular da Delegacia Fiscal

encerrará o procedimento e incluirá o sujeito passivo na programação fiscal para apuração

das possíveis irregularidades, podendo a referida inclusão e a possibilidade de denúncia

espontânea serem comunicadas ao sujeito passivo;

II - constatada infração à legislação tributária, será lavrado o Auto de Início de Ação

Fiscal, exceto nos casos de dispensa deste para a lavratura de Auto de Infração;

III - relativamente ao procedimento exploratório, o sujeito passivo será cientificado do

seu início e encerramento.

Art. 68. Na realização do procedimento de cruzamento eletrônico de dados será observado

o seguinte:

I - detectadas inconsistências, o sujeito passivo poderá ser intimado a justificá-las ou

apresentar documentos, constando da intimação o prazo e a informação da possibilidade

de denúncia espontânea;

II - vencido o prazo de que trata o inciso anterior:

a) se atendida a intimação e constatada infringência à legislação tributária, será lavrado o

Auto de Início de Ação Fiscal;

b) se não atendida a intimação, o sujeito passivo será incluído na programação fiscal para

verificação das possíveis irregularidades.

Seção II

Dos Procedimentos Preparatórios Para o Lançamento

Subseção I

Do Início da Ação Fiscal

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Art. 69. Para os efeitos de documentar o início de ação fiscal, observados os modelos

estabelecidos pela Secretaria de Estado de Fazenda, a autoridade lavrará, conforme o

caso:

I - Auto de Início de Ação Fiscal (AIAF);

II - Auto de Apreensão e Depósito (AAD);

III - Auto de Retenção de Mercadorias (ARM);

IV - Auto de Lacração de Bens e Documentos (ALBD);

V - Auto de Infração (AI), nas hipóteses do art. 74.

Art. 70. O Auto de Início de Ação Fiscal será utilizado para solicitar do sujeito passivo a

apresentação de livros, documentos, dados eletrônicos e demais elementos relacionados

com a ação fiscal, com indicação do período e do objeto da fiscalização a ser efetuada.

§ 1º A solicitação deverá ser cumprida pelo sujeito passivo imediatamente, ou no prazo

estabelecido pela autoridade solicitante.

§ 2º Excepcionalmente, o Auto poderá ser lavrado no livro Registro de Utilização de

Documentos Fiscais e Termos de Ocorrência (RUDFTO), considerando-se intimado o

sujeito passivo no ato da lavratura.

§ 3º O Auto terá validade por 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado por uma vez e

por até igual período, pela autoridade fiscal, ou, automaticamente, por fatos que

evidenciem a continuidade dos trabalhos, desde que justificável em razão da extensão ou

complexidade das tarefas de fiscalização.

§ 3º O Auto terá validade por 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado por iguais e

sucessivos períodos pela autoridade fiscal.”.

(§ 3º alterado pelo art. 2º do Decreto nº 47.049, de 26 de setembro de 2016.)

§ 4º Esgotado o prazo previsto no parágrafo anterior, é devolvido ao sujeito passivo o

direito a denúncia espontânea, o qual, entretanto, não exercido, ensejará a lavratura de

AI, independentemente de formalização de novo início de ação fiscal.

Art. 71. O Auto de Apreensão e Depósito será utilizado para a formalização da apreensão

de mercadorias, bens e documentos, inclusive de programas, meios e dados eletrônicos.

Parágrafo único. O Auto conterá a descrição do objeto da apreensão e, em se tratando de

bem ou mercadoria, a respectiva avaliação.

§ 1º O Auto conterá a descrição do objeto da apreensão e do depósito e, tratando-se de

bem ou mercadoria, a respectiva avaliação.

§ 2º O Auto de Apreensão e Depósito terá validade de 90 (noventa) dias, podendo ser

prorrogado por iguais e sucessivos períodos pela autoridade fiscal.

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§ 3º Expirado o prazo a que se refere o § 2º, a apreensão e o depósito permanecerão

válidos até a devolução, devidamente documentada, do objeto apreendido ao seu titular.

§ 4º Na hipótese em que o objeto da apreensão e do depósito não seja passível de cópia e

se mostre indispensável à instrução processual, a apreensão e o depósito perdurarão até a

extinção do processo administrativo ou judicial, inclusive para efeito de prova pericial.”

(Parágrafo único transformado em §1º e §§ 2º a 4º acrescidos pelo art. 3º do Decreto nº

47.049, de 26 de setembro de 2016.)

Art. 72. O Auto de Retenção de Mercadorias será utilizado para a formalização da

retenção de mercadorias para apuração, isolada ou cumulativamente:

I - da sujeição passiva;

II - do local da operação ou da prestação para efeito de determinação da sujeição ativa;

III - dos aspectos quantitativos do fato gerador;

IV - da materialidade do fato indiciariamente detectado;

V - de outros elementos imprescindíveis à emissão do Auto de Infração.

Art. 73. O Auto de Lacração de Bens e Documentos será utilizado para fins de lacração

de veículos, documentos, móveis, equipamentos ou estabelecimentos.

Art. 74. Nas hipóteses abaixo relacionadas o Auto de Infração documentará o início da

ação fiscal, ficando dispensada a lavratura prévia do Auto de Início de Ação Fiscal, Auto

de Apreensão e Depósito, Auto de Retenção de Mercadorias ou Auto de Lacração de Bens

e Documentos:

I - constatação de flagrante infração à legislação tributária, bem como na fiscalização no

trânsito de mercadorias;

II - em se tratando de crédito tributário de natureza não-contenciosa que independa de

informações complementares do sujeito passivo para a sua formalização;

III - quando o obrigado deixar de entregar arquivos eletrônicos, ou entregá-los em

desacordo com a legislação tributária;

IV - falta de pagamento do ITCD, após decisão administrativa relativa à avaliação.

Art. 75. Na lavratura de Auto de Início de Ação Fiscal, Auto de Apreensão e Depósito,

Auto de Retenção de Mercadorias ou Auto de Lacração de Bens e Documentos, em se

tratando de intimação pessoal, será colhida a assinatura do sujeito passivo, seu

representante legal, mandatário, preposto, ou contabilista autorizado a manter a guarda

dos livros e documentos fiscais.

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Parágrafo único. Para os efeitos do disposto no caput considera-se preposto a pessoa que,

no momento da ação fiscal, encontrar-se responsável pelo estabelecimento ou veículo

transportador.

Art. 76. Na hipótese de recusa de recebimento de qualquer dos documentos referidos no

artigo anterior, será registrado tal fato no próprio documento, procedendo-se à intimação

por via postal com aviso de recebimento ou por meio de publicação no órgão oficial.

Subseção II

Da Solicitação de Informações às Instituições Financeiras

Art. 77. A autoridade fiscal poderá examinar livros e registros de instituições financeiras,

inclusive os referentes a contas de depósito e aplicações financeiras de pessoa física ou

jurídica, desde que iniciada a ação fiscal e o exame da referida documentação seja

considerado indispensável para a confirmação ou comprovação de ilícitos fiscais e

tributários.

Art. 78. Para os efeitos do disposto no artigo anterior:

I - o exame da documentação poderá ser tido por indispensável, entre outras hipóteses,

quando:

a) existir fundada suspeita de que os documentos não reflitam os valores reais de operação

ou prestação de serviços, inclusive de comércio exterior, de aquisição ou alienação de

bens ou direitos, tendo por base os correspondentes valores de mercado;

b) tiver ocorrido obtenção ou concessão de empréstimos de pessoas jurídicas não-

financeiras ou de pessoas naturais e o sujeito passivo ou a pessoa envolvida omitir-se na

comprovação do efetivo recebimento ou transferência de recursos;

c) existir fundada suspeita de omissão de receitas, rendimentos ou ganhos líquidos

sujeitos à tributação estadual;

d) tiver sido constatada a realização de gastos ou investimentos em valor superior à

disponibilidade financeira;

e) não tiver sido documentada qualquer situação que dê ensejo à incidência de tributo

estadual;

f) existir fundada suspeita de dissimulação da ocorrência do fato gerador do tributo ou

dos elementos constitutivos da obrigação tributária mediante:

1. estruturação fraudulenta de operações mercantis, financeiras ou de serviços;

2. interposição fictícia de sociedade ou de pessoas.

g) existir fundada suspeita de simulação da ocorrência do fato gerador de tributo estadual;

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h) ocorrer a realização de operação ou prestação de serviços por pessoa natural ou jurídica

não inscrita no Cadastro de Contribuintes da Secretaria de Estado de Fazenda, quando

obrigada, ou em situação cadastral irregular;

i) ocorrer identificação incorreta, falta de identificação ou recusa de identificação dos

controladores ou beneficiários de empresas de investimento sediadas no exterior, que

figurem no quadro societário ou acionário de empresa;

j) houver indícios de inadimplência fraudulenta relativa a tributo estadual, em decorrência

de fundada suspeita de:

1. existência de recursos não regularmente contabilizados; ou

2. transferência de recursos para empresas coligadas ou controladas, ou para sócios.

l) ocorrer a prática de atos ou fatos supervenientes ao lançamento, tendentes a obstar ou

dificultar a cobrança do crédito tributário, de modo a ensejar a aplicação, pelo Fisco, de

norma de responsabilidade solidária de terceiro em razão de interesse comum, em especial

de sócios e administradores, ocultos ou não;

m) houver indícios de atos ilícitos praticados por pessoas físicas associadas a pessoa

jurídica contribuinte do imposto, de modo a ensejar a aplicação, pelo Fisco, de norma de

responsabilidade solidária de terceiro em razão de interesse comum, em especial de sócios

e administradores, ocultos ou não.

II - considera-se também instituição financeira a entidade a ela equiparada.

Art. 79. O exame de livros e registros de instituições financeiras depende de intimação da

instituição financeira realizada pelo Superintendente Regional da Fazenda, observado o

seguinte:

I - a requisição será realizada, por meio de formulário denominado Requisição de

Informações Sobre Operações Financeiras (RIOF), às pessoas adiante indicadas:

a) Presidente do Banco Central do Brasil;

b) Presidente da Comissão de Valores Mobiliários;

c) Presidente de instituição financeira ou entidade a ela equiparada;

d) Gerente de agência de instituição financeira ou entidade a ela equiparada;

II - a requisição será proposta pelo Delegado Fiscal, acompanhada de relatório

circunstanciado, demonstrando, com precisão e clareza, as razões pelas quais tais exames

são considerados indispensáveis, bem como o período abrangido e a identificação das

pessoas físicas ou jurídicas cujos ilícitos estão sendo apurados.

Art. 80. Os dados e informações a serem fornecidos pela instituição:

I - compreenderão:

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a) dados cadastrais da pessoa titular da conta;

b) valores individualizados dos débitos e dos créditos efetuados no período indicado na

requisição;

c) outros dados e informações constantes em documentos, livros e registros, inclusive

eletrônicos, bem como os referentes a contas de depósito e de aplicações financeiras;

II - serão apresentados em meio eletrônico, no local e prazo estabelecidos na requisição,

observado o disposto em portaria do Subsecretário da Receita Estadual;

III - alcançam, inclusive, cópias impressas de documentos relativos a informações

indicadas no inciso I, bem como esclarecimentos sobre operações efetuadas,

nomenclaturas, codificações ou classificações utilizadas pela instituição ou entidade.

Art. 81. Sem prejuízo das disposições anteriores, poderão ser utilizados para apuração do

crédito tributário dados de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de

depósito e aplicações financeiras, obtidos diretamente do contribuinte, do responsável, ou

de terceiro, mediante intimação, ou mediante regular procedimento de apreensão.

Parágrafo único. As informações obtidas nos termos deste artigo poderão ser objeto de

confirmação junto às instituições financeiras, inclusive por intermédio do Banco Central

e da Comissão de Valores Mobiliários.

Art. 82. Os documentos recebidos da instituição financeira que não forem aproveitados

na ação fiscal serão devolvidos à instituição ou ao sujeito passivo, mediante comprovante

de recebimento ou, na inviabilidade de sua devolução, destruídos ou inutilizados, com

lavratura de termo próprio.

Subseção III

Da Desconsideração do Ato ou Negócio Jurídico

Art. 83. Para efeitos de desconsideração do ato ou negócio jurídico o servidor, após o

início da ação fiscal, deverá:

I - intimar o sujeito passivo a prestar esclarecimentos, no prazo de 20 (vinte) dias, sobre

os fatos, causas, motivos e circunstâncias que levaram à prática do ato ou do negócio

jurídico com indício de dissimulação;

II - após a análise dos esclarecimentos prestados, caso conclua pela desconsideração,

discriminar os elementos ou fatos caracterizadores de que os atos ou negócios jurídicos

foram praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência de fato gerador de tributo

ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária;

III - descrever os atos ou negócios equivalentes aos praticados, com as respectivas normas

de incidência dos tributos; e

IV - demonstrar o resultado tributário produzido pela adoção dos atos ou negócios

equivalentes referidos no inciso anterior, com especificação, por imposto, da base de

cálculo, da alíquota incidente e dos acréscimos legais.

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Art. 84. A desconsideração do ato ou negócio jurídico praticado com a finalidade de

dissimular a ocorrência do fato gerador do imposto ou a natureza dos elementos

constitutivos da obrigação tributária ensejará o lançamento de ofício do respectivo crédito

tributário.

Seção III

Da Formalização do Crédito Tributário

Art. 85. A exigência de crédito tributário será formalizada mediante:

I - Termo de Autodenúncia (TA), no caso de denúncia apresentada pelo sujeito passivo;

II - Auto de Infração (AI), nas hipóteses de lançamentos relativos ao ICMS, ao ITCD, às

taxas, e respectivos acréscimos legais, inclusive de penalidades por descumprimento de

obrigação acessória;

III - Notificação de Lançamento (NL), no caso de IPVA e respectivos acréscimos legais,

inclusive de penalidades por descumprimento de obrigação acessória.

Art. 86. Prescinde de assinatura, para todos os efeitos legais, o Auto de Infração ou a

Notificação de Lançamento emitidos por processamento eletrônico e destinados a

formalizar o lançamento de crédito tributário de natureza não-contenciosa.

Art. 87. O Termo de Autodenúncia será composto por dois documentos distintos e

complementares entre si, contendo o primeiro a denúncia preenchida e entregue pelo

sujeito passivo em formulário próprio e o segundo as informações geradas pelo Fisco para

fins de lançamento, e conterá, no mínimo, os seguintes elementos:

I - Termo de Autodenúncia:

a) número de identificação do Termo;

b) identificação do sujeito passivo e do responsável pelas informações;

c) descrição detalhada dos fatos e circunstâncias denunciados com indicação de períodos

e valores oferecidos à tributação;

d) localidade, data e assinatura do responsável pela confissão do débito;

II - Termo de Autodenúncia - Extrato de Débito:

a) número de identificação do Termo;

b) data e local do processamento;

c) identificação do sujeito passivo;

d) valor total devido, discriminado por tributo e multa, com indicação dos períodos a que

se refira;

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e) capitulação legal da infringência e da penalidade; e

f) identificação da repartição fazendária responsável pelo processamento.

Parágrafo único. O Termo de Autodenúncia - Extrato de Débito será emitido nos limites

das informações prestadas pelo contribuinte no documento de confissão de dívida, não se

fazendo necessária sua intimação.

Art. 88. Na hipótese de Termo de Autodenúncia sem o pagamento integral ou efetivação

do parcelamento do débito no prazo de 30 (trinta) dias contados de sua protocolização, a

multa de mora ficará automaticamente majorada até o limite estabelecido para a multa

aplicável ao crédito tributário de natureza não-contenciosa em caso de ação fiscal,

observadas as reduções legais previstas, e o crédito tributário será encaminhado para

inscrição em dívida ativa.

§ 1º Quando o montante do crédito tributário depender de apuração pelo Fisco, o prazo

será contado a partir da data da ciência ao interessado.

§ 2º O disposto no caput aplica-se, também, no caso de descumprimento pelo sujeito

passivo das disposições que regem o parcelamento do crédito tributário.

§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, a Administração Fazendária providenciará

certidão do não-cumprimento do parcelamento e o encaminhamento do PTA, no prazo de

30 (trinta) dias contados da data em que ocorreu a desistência do parcelamento, para

inscrição em dívida ativa.

Art. 89. O Auto de Infração e a Notificação de Lançamento conterão, no mínimo, os

seguintes elementos:

I - número de identificação;

II - data e local do processamento;

III - nome, domicílio fiscal ou endereço do sujeito passivo e os números de sua inscrição

estadual e no CNPJ ou CPF;

IV - descrição clara e precisa do fato que motivou a emissão e das circunstâncias em que

foi praticado;

V - citação expressa do dispositivo legal infringido e do que comine a respectiva

penalidade;

VI - valor total devido, discriminado por tributo ou multa, com indicação do período a

que se refira;

VII - os prazos em que o crédito tributário poderá ser pago com multa reduzida, se for o

caso;

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VIII - intimação para apresentação de impugnação administrativa, se cabível, com

indicação do respectivo prazo, ou anotação de se tratar de crédito tributário não-

contencioso;

IX - a indicação da repartição fazendária competente para receber a impugnação, em se

tratando de crédito tributário contencioso.

Art. 90. Na hipótese de lavratura de Auto de Infração precedido de lavratura de Auto de

Apreensão e Depósito ou de Auto de Retenção de Mercadorias, uma via destes será

juntada àquele.

Art. 91. Na hipótese de apreensão de mercadorias com nomeação de depositário estranho

à relação processual, a ele serão entregues cópias do Auto de Infração e do Auto de

Apreensão e Depósito, contra recibo.

Art. 92. As incorreções ou as omissões da peça fiscal não acarretarão a sua nulidade,

quando nela constarem elementos suficientes para determinar com segurança a natureza

da infração argüida.

Parágrafo único. Verificada a insubsistência ou vício não sanável do Auto de Infração ou

Notificação de Lançamento, antes da intimação do sujeito passivo, a autoridade

incumbida do controle de qualidade determinará a reformulação parcial ou total do crédito

tributário.

Art. 93. Ressalvada a hipótese de intimação por edital, uma via do Auto de Infração ou

da Notificação de Lançamento serão entregues ao sujeito passivo.

§ 1º A intimação pessoal do Auto de Infração ou da Notificação de Lançamento será

realizada mediante entrega do documento, contra recibo na 1ª via do mesmo pelo sujeito

passivo, seu representante legal, mandatário com poderes especiais ou contabilista

autorizado a manter a guarda dos livros e documentos fiscais.

§ 2º A assinatura e o recebimento da peça fiscal não importam em confissão da infração

argüida.

Art. 94. Nenhum processo por infração à legislação tributária será sobrestado, ou

arquivado sem decisão final proferida na esfera administrativa.

Seção IV

Do Cancelamento do Crédito Tributário

Art. 95. O cancelamento, total ou parcial, do lançamento regularmente notificado ao

sujeito passivo poderá ser efetivado de ofício, na hipótese de sua insubsistência, mediante

decisão:

I - do titular da repartição fazendária lançadora do crédito tributário, aprovada pelo

Superintendente Regional da Fazenda; ou

II - do titular da Superintendência Regional da Fazenda a que a repartição fazendária

lançadora estiver circunscrita, aprovada pelo Subsecretário da Receita Estadual.

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§ 1º O disposto no caput não se aplica ao lançamento para o qual exista decisão de mérito

proferida pelo Conselho de Contribuintes, ainda que passível de recurso.

§ 2º Na hipótese de revelia, o cancelamento poderá ser efetivado até o exercício do

controle administrativo da legalidade de que trata o art. 2º, § 3º, da Lei Federal nº 6.830,

de 22 de setembro de 1980.

Art. 96. A autoridade que requisitar PTA para fins de cancelamento, inclusive quando

este se encontre em outra repartição fazendária, decidirá no prazo de 30 (trinta) dias,

admitida uma prorrogação por igual período.

§ 1º Relativamente ao PTA em tramitação no Conselho de Contribuintes será observado

o seguinte:

I - não poderá ser objeto de requisição para cancelamento o PTA incluído em pauta para

julgamento;

II - não havendo, por qualquer motivo, decisão de mérito do PTA na sessão de julgamento

para a qual tenha sido pautado, o mesmo poderá ser requisitado para fins de cancelamento,

ressalvado no caso de nova marcação de julgamento nos termos do art. 159, I.

§ 2º A tramitação do PTA fica suspensa no período entre a requisição e a decisão sobre o

cancelamento.

Art. 97. O Auto de Infração ou a Notificação de Lançamento não poderão ser cancelados

de ofício por autoridade hierarquicamente inferior quando a sua lavratura tenha decorrido

de decisão de autoridade hierarquicamente superior.

Art. 98. No caso de cancelamento parcial do lançamento, ao sujeito passivo será

concedido prazo de 10 (dez) dias para o pagamento do crédito tributário remanescente

com os mesmos percentuais de redução de multas aplicáveis no prazo de 10 (dez) dias do

recebimento do Auto de Infração ou da Notificação de Lançamento.

Art. 99. O exercício do controle administrativo da legalidade a que se refere o art. 2º, §

3º, da Lei Federal nº 6.830, de 1980, poderá alcançar o mérito do lançamento, por

provocação fundamentada do Advogado-Geral do Estado, observado o seguinte:

I - se o parecer conclusivo do Advogado-Geral do Estado for pelo cancelamento parcial

ou total do crédito tributário formalizado, o processo será submetido ao Secretário de

Estado de Fazenda para decisão, devendo ser inscrito em dívida ativa, em caso de

confirmação do lançamento;

II - a decisão pelo cancelamento total ou parcial somente produzirá efeitos legais após sua

publicação no órgão oficial.

Art. 100. O Advogado-Geral do Estado, mediante ato motivado, poderá reconhecer de

ofício a prescrição do crédito tributário.

Art. 101. O Secretário de Estado de Fazenda poderá, por meio de resolução, determinar a

não-constituição ou o cancelamento de crédito tributário:

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I - em razão de jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo

Tribunal Federal contrária ao Estado, observado parecer normativo da Advocacia-Geral

do Estado;

II - de valor inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), ressalvados os relativos a taxas,

ITCD e IPVA.

Seção V

Do Crédito Tributário Não-Contencioso

Art. 102. Não será objeto de impugnação o crédito tributário resultante das situações a

seguir indicadas, hipótese em que será denominado crédito tributário de natureza não-

contenciosa:

I - do ICMS incidente sobre operação ou prestação escriturado em livro oficial ou

declarado ao Fisco em documento instituído em regulamento para esta finalidade;

II - do tributo de competência do Estado, apurado em decorrência de escrituração em livro

fiscal adotado pelo contribuinte ou por responsável ou formalmente declarado ao Fisco;

III - do ICMS, proveniente do aproveitamento indevido do crédito decorrente de operação

ou prestação interestadual, calculado mediante aplicação de alíquota interna;

IV - do descumprimento de obrigação acessória, pela falta de entrega de documento

destinado a informar ao Fisco a apuração do ICMS;

V - do não-pagamento do IPVA;

VI - do não-pagamento de taxa:

a) em que o fato gerador se tenha materializado a partir de requerimento formal do

contribuinte ao órgão prestador do serviço ou titular do exercício do poder de polícia; ou

b) cujo valor tenha sido apurado com base em informações fornecidas pelo próprio

contribuinte.

§ 1º Considera-se também declarado ao Fisco o valor do ICMS destacado:

I - em nota fiscal de produtor ou em outro documento fiscal, nos casos em que o

contribuinte esteja dispensado de escrituração;

II - em documento não registrado em livro próprio por contribuinte do imposto obrigado

à escrituração fiscal.

§ 2º O pedido de parcelamento, bem como o pagamento de crédito tributário por meio de

cheque sem a suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou cujo pagamento seja

frustrado por circunstância diversa que impeça o recebimento de seu valor, implicam o

reconhecimento do crédito tributário, excluem a possibilidade de apresentação de

recursos, inclusive impugnação, e importam a desistência dos já interpostos.

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§ 3º Nas hipóteses deste artigo, o crédito tributário não pago no prazo de 10 (dez) dias

contados da intimação do AI será encaminhado para inscrição em dívida ativa, sem

prejuízo dos procedimentos de cobrança administrativa.

Seção VI

Da Revelia

Art. 103. Em se tratando de crédito tributário de natureza contenciosa, findo o prazo de

30 (trinta) dias da intimação do Auto de Infração sem pagamento do débito nem

apresentação de defesa, o sujeito passivo será declarado revel, importando em

reconhecimento do crédito tributário.

Parágrafo único. Nos 10 (dez) dias subseqüentes ao término do prazo estabelecido no

caput, a Administração Fazendária certificará a revelia, mediante lavratura do Auto de

Revelia, ficando dispensada a intimação do sujeito passivo.

Seção VII

Da Cobrança Administrativa

Art. 104. O crédito tributário, cujo pagamento não for realizado no respectivo

vencimento, sujeita-se à cobrança administrativa, disciplinada em resolução do Secretário

de Estado de Fazenda.

§ 1º A cobrança administrativa não ultrapassará 30 (trinta) dias contados do vencimento

do prazo para impugnação ou para pagamento com redução de multas ou da decisão

irrecorrível na esfera administrativa, findos os quais deverá o PTA não liquidado ou que

não tenha sido objeto de parcelamento ser encaminhado à Advocacia-Geral do Estado

para inscrição em dívida ativa e execução judicial.

§ 2º O encaminhamento previsto no parágrafo anterior será efetuado independentemente

da existência de declaração de abandono de mercadoria apreendida.

Seção VIII

Dos Efeitos da Ação Judicial Contra A Fazenda Pública

Art. 105. A ação judicial proposta contra a Fazenda Pública Estadual sobre matéria

tributária, inclusive mandado de segurança contra ato de autoridade, prejudicará,

necessariamente, a tramitação e o julgamento do respectivo PTA, importando em solução

final do caso na instância administrativa, com referência à questão discutida em juízo.

§ 1º Na ocorrência do disposto no caput deste artigo, os autos ou a peça fiscal serão

remetidos, com urgência e independentemente de requisição, à Advocacia-Geral do

Estado para exame, orientação e instrução da defesa cabível.

§ 2º Caso exista no PTA questão não abrangida pelo pedido judicial, a Advocacia-Geral

do Estado encaminhará o processo à repartição fazendária competente para

desmembramento e continuidade da tramitação na esfera administrativa.

CAPÍTULO VIII

DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL

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Seção I

Disposições Gerais

Art. 106. Instaura-se o contencioso administrativo fiscal:

I - pela reclamação contra decisão que negar seguimento à impugnação;

II - pela impugnação regular contra lançamento de crédito tributário ou contra

indeferimento de pedido de restituição de indébito tributário.

Parágrafo único. A reclamação não terá seguimento quando a causa que der origem aos

procedimentos nela referidos for liminarmente removida pelo setor preparador do PTA.

Art. 107. Instaurado o contencioso administrativo fiscal, o PTA, preparado pelo setor

competente, desenvolve-se na forma deste Capítulo, para instrução, apreciação e

julgamento das questões nele suscitadas.

§ 1º A tramitação e o julgamento do PTA poderão ser diferenciados em razão do menor

valor do crédito tributário ou da menor complexidade da matéria discutida, hipóteses em

que o procedimento será denominado rito sumário.

§ 2º É vedada a mudança de rito, salvo nas hipóteses previstas no art. 150, § 3º.

Art. 108. É assegurado ao sujeito passivo intervir no PTA para defesa de seus direitos,

ainda que a impugnação tenha sido apresentada por outrem.

Art. 109. Na hipótese de erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, ou em virtude

de condições peculiares a determinada região do território do Estado, a apresentação de

petição à autoridade fazendária incompetente, desde que dentro do prazo legal, não

importará intempestividade.

Parágrafo único. O funcionário certificará na petição a data em que a recebeu e a remeterá,

até o primeiro dia subsequente, à repartição competente.

Art. 110. Não se incluem na competência do órgão julgador:

I - a declaração de inconstitucionalidade ou a negativa de aplicação de ato normativo,

inclusive em relação à resposta à consulta a que for atribuído este efeito pelo Secretário

de Estado de Fazenda;

II- a aplicação de eqüidade.

Art. 111. Põem fim ao contencioso administrativo fiscal:

I - a decisão irrecorrível para ambas as partes;

II - o término de prazo, sem interposição de recurso;

III - a desistência de impugnação, reclamação ou recurso de revisão;

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IV - o ingresso em juízo, sobre a matéria objeto do PTA, antes de proferida ou de tornada

irrecorrível a decisão administrativa;

V - o pagamento do crédito tributário;

VI - o cancelamento da exigência fiscal.

Parágrafo único. Independentemente de comunicação ao sujeito passivo, considera-se,

também, como desistência de impugnação, reclamação ou de recurso de revisão, a não-

comprovação ou o não-recolhimento integral da taxa de expediente devida.

Art. 112. As falhas materiais decorrentes de lapso manifesto e os erros de escrita ou de

cálculo existentes na decisão do Conselho de Contribuintes poderão ser corrigidos, a

qualquer tempo, pelo seu presidente ou pelo chefe da repartição fazendária em que se

encontrar o PTA, de ofício ou a requerimento do sujeito passivo da obrigação tributária.

Art. 113. A assistência da Fazenda Pública Estadual junto ao Conselho de Contribuintes,

nas sessões de julgamento, será exercida por advogado do Estado, nas seguintes

hipóteses:

I - inscrição do sujeito passivo ou seu procurador para fazer defesa oral;

II - inclusão em pauta de PTA que contenha matéria complexa ou elevado valor do crédito

tributário, a critério da Secretaria de Estado de Fazenda;

III - interposição de recurso de revisão, pela Advocacia-Geral do Estado ou de ofício pela

Câmara de Julgamento;

IV - outras, a critério do Advogado-Geral do Estado.

Seção II

Da Negativa de Seguimento De Impugnação

Art. 114. O chefe da repartição fazendária, ou funcionário por ele designado, negará

seguimento à impugnação que:

I - for apresentada fora do prazo legal ou for manifesta a ilegitimidade da parte, devendo

a negativa de seguimento ser formalmente comunicada ao impugnante no prazo de 5

(cinco) dias;

II - estiver desacompanhada do comprovante de recolhimento integral da taxa de

expediente devida ou não seja comprovado o recolhimento desta no prazo estabelecido,

independentemente de comunicação ao impugnante.

Art. 115. No caso de irregularidade de representação, o chefe da repartição fazendária

intimará o sujeito passivo a sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não-

seguimento da impugnação.

Art. 116. No caso de negativa de seguimento de impugnação, caberá reclamação à

Câmara de Julgamento, no prazo de 10 (dez) dias.

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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de negativa de

seguimento de impugnação em razão de não-recolhimento ou não-comprovação de

recolhimento da taxa de expediente devida.

Seção III

Da Impugnação

Art. 117. A impugnação será apresentada em petição escrita dirigida ao Conselho de

Contribuintes e entregue na Administração Fazendária a que estiver circunscrito o

impugnante ou na Administração Fazendária indicada no Auto de Infração, no prazo de

30 (trinta) dias contados da intimação do lançamento de crédito tributário ou do

indeferimento de pedido de restituição de indébito tributário.

Parágrafo único. O impugnante poderá remeter a impugnação à repartição indicada no

caput por via postal com Aviso de Recebimento, hipótese em que a data da postagem será

considerada como a de protocolização.

Art. 118. Na hipótese de protocolização de impugnação desacompanhada do comprovante

de recolhimento integral da taxa de expediente devida, o impugnante deverá, no prazo de

5 (cinco) dias contados do protocolo, comprovar o seu recolhimento ou fazê-lo com os

acréscimos legais, independentemente de intimação.

Parágrafo único. Vencido o prazo previsto no caput sem que tenha havido comprovação

do recolhimento integral da taxa, o impugnante será considerado desistente da

impugnação e, após a lavratura, nos autos, do termo referente a essa circunstância, o PTA

será encaminhado para inscrição do crédito tributário em dívida ativa.

Art. 119. Na impugnação será alegada, de uma só vez, a matéria relacionada com a

situação fiscal de que decorreu o lançamento, inclusive a desconsideração de ato ou

negócio jurídico, se for o caso, ou o pedido de restituição, com a indicação precisa:

I - do número do PTA;

II - da matéria objeto da discordância, inclusive quantidades e valores;

III - dos quesitos, quando requerida a prova pericial, sob pena desta não ser apreciada

quanto ao mérito;

IV - de assistente técnico, caso queira, ficando vedada a indicação em etapa posterior.

Parágrafo único. Os documentos que constituam prova serão anexados à impugnação,

inclusive os arquivos eletrônicos com certificado de integridade das informações, sob

pena de preclusão.

Art. 120. Recebida e autuada a impugnação com os documentos que a instruem, a

repartição fazendária competente providenciará, conforme o caso:

I - a manifestação fiscal, no prazo de 15 (quinze) dias, e encaminhará o PTA ao Conselho

de Contribuintes;

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II - a reformulação do crédito tributário.

§ 1º Caso o lançamento seja reformulado e resulte em aumento do valor do crédito

tributário, inclusão de nova fundamentação legal ou material ou alteração da sujeição

passiva, será aberto ao sujeito passivo o prazo de trinta dias para impugnação, aditamento

da impugnação ou pagamento do crédito tributário com os mesmos percentuais de

redução de multas aplicáveis nos 30 (trinta) dias após o recebimento do Auto de Infração.

§ 2º Nas hipóteses de reformulação do lançamento não alcançadas pelo § 1º, será aberto

prazo de 10 (dez) dias para aditamento da impugnação ou pagamento do crédito tributário

com os mesmos percentuais de redução de multas a que se refere o parágrafo anterior.

§ 3º Na hipótese de acatamento integral da impugnação pelo servidor responsável pela

manifestação fiscal, este proporá ao titular da repartição fazendária lançadora do crédito

tributário o cancelamento da exigência fiscal.

§ 4º O Auto de Infração lavrado por decisão do Superintendente Regional da Fazenda ou

do Subsecretário da Receita Estadual poderá ser reformulado ou cancelado nos termos

deste artigo.

Seção IV

Da Reclamação

Art. 121. A reclamação contra negativa de seguimento de impugnação será apresentada

em petição escrita, dirigida ao Conselho de Contribuintes, e entregue na repartição

fazendária que proferiu a decisão, no prazo de 10 (dez) dias contados da intimação do ato

contra o qual se reclama.

Parágrafo único. O sujeito passivo poderá remeter a reclamação à repartição indicada no

caput por via postal com Aviso de Recebimento (AR), hipótese em que a data da

postagem será considerada como a de protocolização.

Art. 122. Na hipótese de protocolização de reclamação desacompanhada do comprovante

de recolhimento integral da taxa de expediente devida, o reclamante deverá, no prazo de

5 (cinco) dias contados do protocolo, comprovar o seu recolhimento ou fazê-lo com os

acréscimos legais, independentemente de intimação.

Parágrafo único. Vencido o prazo previsto no caput sem que tenha havido comprovação

do recolhimento integral da taxa, o reclamante será considerado desistente da reclamação

e, após a lavratura, nos autos, do termo referente a essa circunstância, o PTA será

encaminhado para inscrição do crédito tributário em dívida ativa.

Art. 123. A reclamação será acompanhada de documentos ou de indicação precisa de

elementos que comprovem, quando for o caso:

I - a apresentação da impugnação dentro do prazo legal;

II - a falta ou nulidade da intimação;

III - a legitimidade da parte;

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IV - a regularidade na representação.

Art. 124. O chefe da repartição fazendária competente poderá:

I - reformar sua decisão, hipótese em que a reclamação não terá seguimento por exauridos

os seus efeitos;

II - manter a decisão e encaminhar o PTA à apreciação da Câmara de Julgamento.

Seção V

Do Arrolamento Administrativo

Art. 125. Considera-se arrolamento administrativo o levantamento de bens e direitos

realizado pelo Fisco com o objetivo de evitar a deterioração do patrimônio do sujeito

passivo ou qualquer outro ato tendente a frustrar a liquidação do crédito tributário.

Art. 126. O arrolamento administrativo será realizado sempre que o valor total dos

créditos tributários de responsabilidade do sujeito passivo, vencido e não pago, ainda que

suspensa sua exigibilidade, for maior que 30% (trinta por cento) do seu patrimônio

conhecido, observado o seguinte:

I - serão considerados somente créditos tributários de natureza contenciosa formalizados

a partir de 7 de agosto de 2003;

II - o montante dos créditos tributários deve ser superior a 100.000 (cem mil) Unidades

Fiscais do Estado de Minas Gerais (UFEMGs);

III - será realizado por servidor fiscal, após a impugnação.

Art. 127. Para os efeitos do arrolamento administrativo, patrimônio conhecido será:

I - relativamente à pessoa jurídica, a totalidade de bens e direitos constantes de seu ativo

permanente, conforme balanço patrimonial mais recente ou aqueles constantes da última

declaração relativa ao Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza

apresentada à Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda;

II - tratando-se de pessoa física, inclusive o empresário, a totalidade de bens e direitos

constantes da última declaração relativa ao Imposto sobre a Renda e Proventos de

Qualquer Natureza apresentada à Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda,

ressalvada a meação relativamente aos bens e direitos comuns do casal.

Parágrafo único. Para os efeitos do arrolamento, bem como do cálculo do percentual a

que se refere o caput do artigo anterior, identificados indícios de sonegação de

informações no balanço patrimonial ou na declaração apresentada à Secretaria da Receita

Federal, serão verificadas outras fontes disponíveis, tais como certidões de registro de

imóveis, certificados de registro de veículos, aeronaves, embarcações e de propriedade

industrial.

Art. 128. O arrolamento administrativo será precedido de intimação ao sujeito passivo

para que, no prazo de 10 (dez) dias, se o desejar, substitua o arrolamento pelas garantias

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previstas no art. 9º, I a IV, da Lei Federal nº 6.830, de 1980, ou pelo parcelamento do

crédito tributário, observado o seguinte:

I - a substituição por depósito em dinheiro será feita na forma de depósito administrativo;

II - na substituição por parcelamento, será exigida garantia sob a forma de hipoteca ou

fiança bancária.

Parágrafo único. Na hipótese do sujeito passivo descumprir as condições do

parcelamento, será realizado o arrolamento administrativo, ressalvado o caso de

existência de garantia real.

Art. 129. O sujeito passivo será intimado do arrolamento, mediante a entrega pelo Fisco

de cópia do respectivo termo.

§ 1º O interessado poderá interpor recurso dirigido ao Superintendente Regional da

Fazenda a que estiver circunscrito no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 2º O Superintendente Regional da Fazenda decidirá sobre o recurso no prazo de 5

(cinco) dias e comunicará ao recorrente o teor da decisão.

Art. 130. O Fisco solicitará a averbação ou registro do arrolamento administrativo,

conforme a natureza do bem:

I - no registro imobiliário competente;

II - no órgão de trânsito estadual;

III - na Capitania dos Portos;

IV - na Agência Nacional de Aviação Civil;

V - na pessoa jurídica emissora das ações;

VI - na Bolsa de Valores, Bolsa de Mercadoria, Bolsa de Mercadorias e Futuros, ou

Entidade de Liquidação e Custódia ou assemelhadas;

VII - na Junta Comercial;

VIII - no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas;

IX - no Cartório de Títulos e Documentos; ou

X - na entidade de Registros Especiais.

§ 1º Os responsáveis pela administração dos órgãos relacionados neste artigo

comunicarão à repartição fazendária de seu município a alienação, oneração ou

transferência, a qualquer título, dos bens e direitos arrolados, registrados ou averbados.

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§ 2º Ficam isentos do pagamento de custas ou emolumentos os serviços de averbação e

registro de que trata este artigo.

Art. 131. O sujeito passivo, a partir da intimação do arrolamento administrativo,

comunicará à repartição fazendária de seu domicílio tributário a transferência, alienação

ou oneração dos bens ou direitos arrolados, no prazo de 3 (três) dias contados do ato ou

do negócio jurídico.

Art. 132. Na hipótese de a repartição fazendária tomar conhecimento de alienação,

oneração ou transferência, a qualquer título, dos bens e direitos arrolados, inclusive no

caso do artigo anterior, deverá o fato ser comunicado à Advocacia-Geral do Estado, para

que, se for o caso, seja impetrada medida judicial de proteção do crédito tributário ou

medida cautelar fiscal de que trata a Lei Federal nº 8.397, de 6 de janeiro de 1992.

Art. 133. Em caso de extinção, nulidade, improcedência ou retificação de lançamento do

crédito tributário, que importe diminuição do montante exigido, passando o seu valor a

ser igual ou inferior a 100.000 (cem mil) UFEMGs, o Fisco comunicará o fato ao cartório

ou ao órgão de registro e controle em que o termo de arrolamento tenha sido registrado

ou averbado, para que sejam invalidados seus efeitos.

Parágrafo único. A comunicação de que trata este artigo será efetivada no prazo de 8

(oito) dias contados:

I - da decisão irrecorrível no processo administrativo, quando se tratar de ato praticado

no âmbito do Conselho de Contribuintes do Estado de Minas Gerais, pela

Superintendência de Fiscalização;

II - da extinção de crédito tributário inscrito em dívida ativa, inclusive em razão de

prescrição, ou da efetivação de garantia nos termos da Lei Federal nº 6.830, de 1980, pela

Advocacia-Geral do Estado.

III - da decisão administrativa não enquadrada nos incisos anteriores, pelo chefe da

repartição em que for praticado o ato.

Art. 134. O arrolamento administrativo será documentado em termo próprio, denominado

Termo de Arrolamento Administrativo de Bens e Direitos, conforme modelo instituído

nos termos do artigo seguinte.

Art. 135. A Secretaria de Estado de Fazenda e a Advocacia-Geral do Estado, conjunta ou

isoladamente, no âmbito de suas competências, por meio de resolução, estabelecerão

procedimentos complementares às disposições deste Capítulo.

Seção VI

Da Instrução Processual

Subseção I

Das Provas

Art. 136. Quando nos autos estiver comprovado procedimento do contribuinte que induza

à conclusão de que houve saída de mercadoria ou prestação de serviço desacobertada de

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documento fiscal, e o contrário não resultar do conjunto das provas, será essa

irregularidade considerada como provada.

Art. 137. Em se tratando de prova documental com elevado número de documentos, o

Fisco poderá fazer a prova mediante:

I - amostragem, observado o seguinte:

a) a amostra deverá ser significativa em relação ao universo;

b) os documentos, inclusive arquivos eletrônicos, e outras provas não juntados

integralmente serão mantidos na repartição fazendária pelo prazo prescricional;

II - anexação de arquivos eletrônicos com certificado de integridade das informações.

Art. 138. Poderá ser pedida a entrega ou exibição de documento ou de coisa que se ache

em poder da parte contrária, devendo o pedido conter:

I - a individualização, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa;

II - a finalidade da prova, com a indicação dos fatos que se relacionam com o documento

ou a coisa;

III - as circunstâncias em que o requerente se baseia para afirmar que o documento ou

coisa existe e se acha em poder da parte contrária.

Art. 139. A entrega ou exibição do documento ou coisa não poderá ser negada:

I - se houver obrigação de entregá-los ou exibi-los, prevista na legislação aplicável;

II - se aquele que o tiver em seu poder a eles houver feito referência com o propósito de

constituir prova.

Parágrafo único. A recusa de exibição de documento ou coisa faz prova contra quem a

deu causa.

Art. 140. Ocorrendo a juntada de documentos ao PTA, será dada à parte contrária vista

aos autos pelo prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. No caso de juntada de documentos pelo Fisco, a abertura de vista se

efetivará nas dependências da Administração Fazendária a que estiver circunscrito o

autuado ou o interessado, facultado o fornecimento de cópia.

Art. 141. As partes não poderão juntar documentos após o encerramento da fase de

instrução processual, salvo motivo de força maior comprovado perante a Assessoria ou

Câmara do Conselho de Contribuintes.

Parágrafo único. O requerimento de juntada de documento nos termos do caput será

liminarmente indeferido, caso não esteja acompanhado de prova da ocorrência de força

maior.

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Art. 142. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação, e será realizada

quando deferido o pedido do requerente pela Câmara ou quando esta a determinar,

observado o seguinte:

I - se determinada pela Câmara, esta formulará seus quesitos, e as partes, no prazo de

5(cinco) dias contados da intimação do despacho de designação do perito, poderão

formular os seus e indicar assistente técnico;

II - se deferido pedido do requerente:

a) o mesmo será intimado a recolher, no prazo de 5 (cinco) dias, a taxa de expediente

devida para a realização da perícia;

b) a repartição fazendária lançadora do crédito tributário, no prazo de 5 (cinco) dias

contados da intimação do despacho de designação do perito, poderá formular seus

quesitos e indicar assistente técnico;

c) a Câmara poderá apresentar seus quesitos, sem prejuízo do disposto na alínea anterior.

§ 1º Relativamente ao pedido de perícia do requerente:

I - não será apreciado quando desacompanhado da indicação precisa de quesitos;

II - será indeferido quando o procedimento for:

a) desnecessário para a elucidação da questão ou suprido por outras provas produzidas;

b) de realização impraticável;

c) considerado meramente protelatório.

§ 2º Vencido o prazo previsto no caput, II, "a", sem que tenha sido efetuado o

recolhimento integral da taxa, o julgamento do contencioso administrativo fiscal seguirá

sua tramitação sem a realização da perícia.

Art. 143. A designação de perito será feita:

I - pelo titular da repartição fazendária lançadora do crédito tributário, ou pelo diretor da

Superintendência de Fiscalização em se tratando de assunto que envolva conhecimento

fisco-contábil;

II - pelo titular da repartição na qual o técnico a ser designado exerce suas atividades,

mediante solicitação do diretor da Superintendência de Fiscalização, quando a perícia a

ser efetuada versar sobre assunto que envolva conhecimento técnico específico de outro

órgão.

Parágrafo único. O perito será designado entre funcionários do Estado que não tenham

nenhuma vinculação com o feito fiscal, de reconhecida capacidade e conhecimento

técnico sobre a matéria.

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Art. 144. O perito apresentará o laudo no prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência da

designação, facultado aos assistentes técnicos acompanhar os trabalhos de perícia e, se

for o caso, apresentar parecer no mesmo prazo.

Art. 145. Sobre o laudo do perito e o parecer do assistente técnico manifestar-se-ão:

I - o sujeito passivo, no prazo de 5 (cinco) dias contados da intimação;

II - o servidor fiscal designado pelo titular da repartição fazendária, no prazo de 5 (cinco)

dias contados do recebimento do PTA.

Subseção II

Da Assessoria do Conselho de Contribuintes

Art. 146. São atribuições da Assessoria do Conselho de Contribuintes a instrução e o

parecer de mérito, inclusive sobre o resultado das diligências, dos despachos

interlocutórios e das perícias deliberados em sessão de julgamento, no PTA em tramitação

no Conselho, nas seguintes fases:

I - de impugnação, relativamente ao PTA submetido ao rito ordinário;

II - de recurso de revisão, quando este tenha como pressuposto divergência entre decisões

do Conselho de Contribuintes quanto à aplicação da legislação tributária, proferidas por

meio de acórdão.

Parágrafo único. Compete também à Assessoria do Conselho de Contribuintes:

I - declarar a deserção de recurso de revisão, na hipótese de não indicação da decisão

divergente pelo recorrente;

II - outras atividades relativas ao contencioso administrativo estabelecidas em resolução

do Secretário de Estado de Fazenda.

Art. 147. Nas hipóteses dos incisos I e II do caput do artigo anterior, a Assessoria do

Conselho de Contribuintes:

I - proferirá, dentro de 20 (vinte) dias, despacho interlocutório ou determinação de

diligência quando considerá-los necessários ao esclarecimento da lide;

II - emitirá, dentro de 30 (trinta) dias, parecer conclusivo sobre as questões preliminares

e de mérito e o encaminhará à Câmara, acompanhado, quando necessário, de cópias dos

atos normativos aplicáveis à matéria.

§ 1º Versando a impugnação sobre matéria sumulada pelo Conselho de Contribuintes, a

Assessoria fica dispensada da elaboração do parecer de mérito, cabendo-lhe indicar a

respectiva súmula.

§ 2º Quando a Assessoria considerar necessária a realização da prova pericial requerida,

manifestará somente sobre esta preliminar e, após decisão da câmara, emitirá o parecer

de mérito.

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§ 3º Excetuado o caso de PTA submetido ao rito sumário, a diligência, o despacho

interlocutório e a perícia, ainda que deliberados em sessão de julgamento, serão

cumpridos sob a direção de servidor da Assessoria do Conselho de Contribuintes, que se

pronunciará sobre o seu resultado, bem como sobre documentos juntados aos autos.

Art. 148. Proferido o despacho a que se refere o incisos I do caput do artigo anterior, será

aberta vista às partes, pelo prazo de 5 (cinco) dias contados da intimação, para exame.

Art. 149. A Assessoria, após emitir parecer sobre o mérito, dará por encerrada a instrução

processual.

Seção VII

Do Rito Sumário

Art. 150. O rito sumário aplica-se ao:

I - PTA com valor igual ou inferior a 600.000 (seiscentas mil) Unidades Fiscais do Estado

de Minas Gerais (UFEMGs);

II - PTA que, independentemente do valor, relacione-se exclusivamente com as seguintes

infrações:

a) aproveitamento, a título de crédito, do imposto destacado em documento fiscal

declarado falso, ideologicamente falso ou inidôneo;

b) emissão de documento fiscal consignando valores diferentes nas respectivas vias;

c) realização de operação de circulação de mercadoria ou prestação de serviço de

transporte desacobertada de documentação fiscal, constatada no exercício do controle do

trânsito de mercadorias e prestações de serviço de transporte, exceto quando se tratar de

desclassificação de documento fiscal;

d) aproveitamento indevido de crédito de ICMS relativo à correção monetária de valores

decorrentes de operações e prestações de serviços de transporte e comunicação quando

não escriturados tempestivamente, bem como de valores decorrentes de atualização

monetária de saldo credor.

e) aproveitamento indevido de crédito de ICMS, equivalente ao montante do imposto que

corresponder a vantagem econômica decorrente da concessão de incentivo ou benefício

fiscal em desacordo com o disposto no art. 155, § 2º, XII, "g", da Constituição Federal;

f) descumprimento de obrigação acessória, exceto na hipótese de aproveitamento

indevido de crédito de ICMS cujo estorno não resulte saldo devedor do imposto;

III - PTA relativo a pedido de restituição de importância paga indevidamente a título de

tributo ou penalidade.

§ 1º Para os fins do disposto no inciso I do caput, será considerado o somatório das

parcelas relativas ao tributo, multas e juros na data de lavratura do AI.

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§ 2º Na hipótese de PTA complementar, o rito procedimental será definido considerando-

se o somatório de seu valor e do valor do PTA originário.

§ 3º Será convertido em rito sumário o PTA que antes da primeira decisão de mérito

proferida por Câmara de Julgamento vier a enquadrar-se nas situações nos incisos I ou II

do caput.

Art. 151. Na tramitação e julgamento de PTA submetido ao rito sumário será observado

o seguinte:

I - não haverá, na fase de impugnação, saneamento, instrução e parecer de mérito pela

Assessoria do Conselho de Contribuintes;

II - compete à repartição fazendária competente fazer cumprir a diligência, o despacho

interlocutório ou a perícia determinados pelas Câmaras do Conselho de Contribuintes;

III - da decisão da Câmara de Julgamento caberá, para as partes, apenas o recurso de

revisão com fundamento em decisão proferida pelo voto de qualidade.

Art. 152. Aplicam-se ao PTA submetido ao rito sumário, no que não for incompatível

com o disposto no artigo anterior, as demais disposições deste Decreto.

Seção VIII

Do Julgamento

Art. 153. O PTA será incluído em pauta de julgamento publicada com antecedência

mínima de 11 (onze) dias úteis contados da data da respectiva sessão, tendo vista dos

autos, a partir da publicação:

I - o sujeito passivo, nos 2 (dois) primeiros dias úteis, no Conselho de Contribuintes;

II - o revisor, nos 2 (dois) dias úteis subseqüentes;

III - o Procurador do Estado, nos 2 (dois) dias úteis subseqüentes aos do inciso anterior;

IV - o relator, nos dias úteis remanescentes.

Art. 154. Na sessão de julgamento, a Câmara, antes da apreciação do mérito, decidirá:

I - a reclamação;

II - as questões relativas ao saneamento não contidas na reclamação;

III - o pedido de produção de prova;

IV - a desconsideração de ato ou negócio jurídico;

V - os incidentes processuais suscitados no PTA.

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Art. 155. Se rejeitadas as questões mencionadas no artigo anterior ou não houver

incompatibilidade com apreciação do mérito, a Câmara proferirá decisão relativa à

matéria principal.

Art. 156. A decisão resolverá as questões suscitadas no processo e concluirá pela

procedência ou improcedência, total ou parcial, do lançamento do crédito tributário ou do

pedido do contribuinte, definindo expressamente os seus efeitos e determinando a

intimação das partes.

Parágrafo único. O órgão julgador formará o seu convencimento atendendo aos fatos e

circunstâncias constantes do processo, às alegações das partes e à apreciação das provas.

Art. 157. Não estando os autos devidamente instruídos, determinar-se-ão as medidas

convenientes, convertendo-se o julgamento em diligência ou proferindo-se despacho

interlocutório.

§ 1º As repartições do Estado terão o prazo de 10 (dez) dias contados da data em que

receberem o pedido, para prestarem os esclarecimentos solicitados pelo Conselho de

Contribuintes.

§ 2º Ao sujeito passivo será dado o prazo de 10 (dez) dias para cumprimento de despacho

interlocutório, findo o qual, verificado o não-atendimento, julgar-se-á a questão de acordo

com os elementos de prova constantes dos autos.

Art. 158. É facultado a cada Conselheiro, durante o julgamento, exceto ao Relator e ao

Revisor, pedir vista do processo pelo prazo de 3 (três) dias, fundamentando o pedido.

Parágrafo único. O Presidente da Câmara somente deferirá o pedido de vista se relevante

a sua fundamentação.

Art. 159. Nas hipóteses de deferimento de pedido de vista ou de retirada de pauta do PTA,

o processo será:

I - diretamente encaminhado para julgamento em data estabelecida pela Câmara,

independentemente de publicação; ou

II - novamente incluído em pauta, observando-se o disposto no art. 153.

Art. 160. Será admitida a defesa oral na sessão de julgamento do PTA, desde que

requerida, no prazo previsto no art. 153, I, e na forma prevista no Regimento Interno do

Conselho de Contribuintes.

Art. 161. As decisões das Câmaras serão proferidas por meio de acórdãos, salvo nas

hipóteses previstas no Regimento Interno do Conselho de Contribuintes.

Parágrafo único. Em se tratando de decisão relativa à desconsideração de ato ou negócio

jurídico, a mesma deverá ser consubstanciada em acórdão, cabendo contra ela o recurso

previsto no art. 163.

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Art. 162. Os acórdãos serão redigidos pelo Conselheiro Relator, no prazo de 5 (cinco)

dias úteis contados da data de julgamento do PTA.

§ 1º O acórdão será assinado pelo Presidente e pelo Relator que tiverem participado do

julgamento, nele sendo lançado o voto vencido.

§ 2º Vencido o Relator, ou no caso de seu impedimento, o Presidente designará um dos

Conselheiros cujo voto tenha sido vencedor, preferencialmente o Revisor, para redigir e

assinar o respectivo acórdão.

§ 3º O acórdão será, até 48 (quarenta e oito) horas após a sua assinatura, encaminhado ao

órgão oficial do Estado para publicação.

Seção IX

Do Recurso de Revisão

Art. 163. Das decisões da Câmara de Julgamento cabe Recurso de Revisão para a Câmara

Especial, no prazo de 10 (dez) dias contados da intimação do acórdão, mediante

publicação da decisão no órgão oficial, nas seguintes hipóteses:

I - quando a decisão da Câmara de Julgamento resultar de voto de qualidade proferido

pelo seu Presidente;

II - no caso de PTA submetido ao rito ordinário, quando a decisão recorrida seja

divergente, quanto à aplicação da legislação tributária, de outra proferida por câmara do

Conselho de Contribuintes.

§ 1º Não ensejará recurso de revisão:

I - a decisão tomada pelo voto de qualidade, relativa à:

a) questão preliminar, exceto a referente à desconsideração do ato ou negócio jurídico;

b) concessão de dedução de parcela do crédito tributário escriturada ou paga após a ação

fiscal;

II - a decisão relativa ao cancelamento ou redução de multa isolada, pelo órgão julgador,

conforme estabelecido em lei.

§ 2º Em se tratando de decisão da Câmara de Julgamento que resultar de voto de qualidade

do Presidente desfavorável à Fazenda Pública Estadual, o Recurso de Revisão será

interposto de ofício pela própria Câmara de Julgamento, mediante declaração na decisão.

§ 3º O disposto no parágrafo anterior não prejudicará a interposição de Recurso de

Revisão pela Fazenda Pública Estadual.

§ 4º O Recurso de Revisão interposto pela Fazenda Pública Estadual, se admitido,

prejudicará o Recurso interposto de ofício pela Câmara de Julgamento.

Page 38: O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS · nulidade do procedimento fiscal, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar do funcionário que lhe der causa. Art. 19. Para fins de garantir

§ 5º Havendo pelo menos uma matéria decidida pelo voto de qualidade, excetuadas as

mencionadas no SS 1º, o recurso de revisão poderá versar sobre as matérias não decididas

com o referido quórum.

§ 6º A intimação da Fazenda Pública Estadual será feita pessoalmente mediante remessa

do PTA à Advocacia-Geral do Estado, observado o transcurso do prazo de que trata o

caput deste artigo, se a decisão for desfavorável ao impugnante.

Art. 164. O Presidente do Conselho de Contribuintes negará seguimento ao Recurso de

Revisão interposto indevidamente:

I - com base nos pressupostos de cabimento relativos ao quórum de decisão ou ao rito de

tramitação do PTA;

II - fundamentado nas vedações de que trata o SS 1º do artigo anterior.

Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se também no caso de protocolização de

petição de recurso sem a juntada ou comprovação, no prazo estabelecido, do pagamento

integral da taxa de expediente devida, independentemente de comunicação ao sujeito

passivo.

Art. 165. Relativamente ao Recurso de Revisão interposto com fundamento no art. 163,

II, será observado o seguinte:

I - a petição indicará de forma precisa a decisão divergente, cujo acórdão tenha sido

publicado no máximo há 5 (cinco) anos da data da publicação da decisão recorrida, sob

pena de ser declarado deserto;

II - não será conhecido se versar, exclusivamente, sobre:

a) questão iterativamente decidida ou sumulada pelo Conselho de Contribuintes ou

solucionada em decorrência de ato normativo;

b) incompetência do órgão julgador para conhecimento da pretensão;

c) decisão tomada com fundamento no art. 112 do CTN;

III - manifestar-se-á em relação ao recurso servidor diverso daquele que já se tenha

manifestado na fase de impugnação.

Art. 166. O relator do Recurso de Revisão será de representação diversa daquela do relator

do acórdão recorrido.

Art. 167. O recurso será apresentado em petição escrita dirigida à Câmara Especial, com

os fundamentos de cabimento e as razões de mérito, e entregue no Conselho de

Contribuintes.

§ 1º O sujeito passivo poderá remeter o recurso ao Conselho de Contribuintes por via

postal com Aviso de Recebimento, hipótese em que a data da postagem será considerada

como a de protocolização.

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§ 2º Na hipótese de protocolização do recurso desacompanhado do comprovante de

recolhimento integral da taxa de expediente devida, o recorrente deverá, no prazo de 5

(cinco) dias contados da data do protocolo, comprovar o recolhimento respectivo, ou fazê-

lo com os acréscimos legais.

§ 3º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também quando o recorrente encaminhar

o recurso por via postal sem o documento comprobatório do recolhimento da taxa.

§ 4º No caso de irregularidade de representação, o sujeito passivo será intimado a sanar o

vício, no prazo de 5 (cinco) dias contados do recebimento da intimação, sob pena de ser

considerado desistente do recurso.

§ 5º Recorrendo a Fazenda Pública Estadual de decisão da Câmara de Julgamento, o

recorrido poderá apresentar contrarrazões no prazo de 10 (dez) dias contados da intimação

do recurso interposto.

Art. 168. O Recurso de Revisão admitido devolve à Câmara Especial o conhecimento da

matéria nele versada.

Parágrafo único. O recurso interposto com fundamento no art. 163, § 2º, devolverá à

Câmara Especial o conhecimento de toda a matéria cuja decisão tenha sido contrária à

Fazenda Pública Estadual, inclusive aquela não decidida pelo voto de qualidade.

Art. 169. O julgamento do recurso obedecerá, no que for aplicável, ao disposto na Seção

anterior.

Art. 170. São irrecorríveis, na esfera administrativa:

I - a decisão de Câmara de Julgamento:

a) sobre incidente processual;

b) reclamação;

c) questões de saneamento não contidas na reclamação;

d) pedido de produção de prova;

c) cancelamento ou redução de multa isolada conforme estabelecido em lei;

II - a declaração de deserção do Recurso de Revisão;

III - a negativa de seguimento do Presidente do Conselho de Contribuintes;

IV - a decisão proferida pela Câmara Especial.

Seção X

Da Representação Fiscal Para Fins Penais

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Art. 171. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem

tributária definidos nos arts. 1º e 2º da Lei Federal nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990,

será encaminhada ao Ministério Público para o procedimento criminal cabível, após

proferida decisão final na esfera administrativa sobre a exigência fiscal do crédito

tributário correspondente.

CAPÍTULO IX

DO CONSELHO DE CONTRIBUINTES

Seção I

Da Organização

Art. 172. O Conselho de Contribuintes do Estado de Minas Gerais, integrante da estrutura

administrativa da Secretaria de Estado de Fazenda, colegiado de composição paritária,

formado por representantes da Fazenda Pública Estadual e de entidades de classes de

contribuintes, é o órgão a quem compete dirimir as questões de natureza tributária

suscitadas entre o sujeito passivo e a Fazenda Pública Estadual no âmbito do contencioso

administrativo fiscal.

Art. 173. O Conselho de Contribuintes compõe-se de 12 (doze) membros efetivos e igual

número de membros suplentes, com representação paritária da Fazenda Pública Estadual

e de classes de contribuintes.

Art. 174. O Conselho de Contribuintes é organizado em:

I - Câmaras de Julgamento;

II - Câmara Especial;

III - Conselho Pleno.

Art. 175. Os membros do Conselho de Contribuintes serão nomeados pelo Governador

do Estado, para mandato de dois anos, entre:

I - representantes dos contribuintes indicados em listas tríplices pela Federação das

Associações Comerciais, Industriais, Agropecuárias e de Serviços do Estado de Minas

Gerais - FEDERAMINAS -, pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais -

FECOMÉRCIO -, pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG -,

pela Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais - FAEMG -, e pela Federação

das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Minas Gerais - FETCEMG;

II - representantes da Fazenda Pública Estadual indicados pelo Secretário de Estado de

Fazenda.

§ 1º Para efeitos de nomeação, será observado o seguinte:

I - relativamente aos membros efetivos representantes dos contribuintes:

a) serão mantidos no mínimo dois e no máximo cinco membros efetivos que tenham

atuado no mandato anterior;

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b) é vedada a nomeação de um mesmo representante por mais de cinco mandatos

consecutivos;

II - relativamente aos membros efetivos representantes da Fazenda Pública Estadual:

a) serão mantidos no mínimo dois e no máximo quatro membros efetivos que tenham

atuado no mandato anterior;

b) é vedada a nomeação de um mesmo representante por mais de três mandatos

consecutivos, salvo o Presidente do Conselho;

III - relativamente aos membros suplentes, é vedada a nomeação de representante que

tenha exercido como membro efetivo os cinco mandatos imediatamente anteriores.

§ 2º Para os efeitos do disposto no inciso I do caput:

I - sempre que houver necessidade em razão do número de vagas disponíveis, a indicação

será feita de forma alternada com relação ao mandato anterior, observada a ordem

seqüencial estabelecida no inciso I do caput.

II - considera-se renúncia ao direito de indicação de Conselheiro a não-apresentação da

lista tríplice;

III - as listas tríplices serão apresentadas ao Secretário de Estado de Fazenda.

§ 3º Para os efeitos do disposto no inciso II do caput, o Subsecretário da Receita Estadual

apresentará ao Secretário de Estado de Fazenda lista indicando vinte e quatro funcionários

fiscais da ativa, incluídos os nomes dos conselheiros efetivos em exercício no mandato

corrente.

Art. 176. O mandato dos membros efetivos e suplentes do Conselho de Contribuintes terá

início em 1º de julho de um ano civil e término em 30 de junho do segundo ano civil

subseqüente.

Art. 177. Para subsidiar a nomeação dos membros do Conselho de Contribuintes será

realizada avaliação prévia de conhecimentos e de experiência em matéria fiscal-tributária,

que consistirá, isolada ou cumulativamente, em:

I - análise curricular;

II - simulação de julgamento;

IV - entrevista individual ou em grupo;

V - outros testes relativos à função.

Parágrafo único. A avaliação será realizada pelo Conselho de Contribuintes, sob

coordenação do Secretário de Estado de Fazenda.

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Art. 178. O Governador do Estado designará, entre os membros efetivos, para o período

de um ano:

I - o Presidente do Conselho de Contribuintes entre os membros de representação

fazendária;

II - o Vice-Presidente do Conselho de Contribuintes entre os membros de representação

classista;

III - o Presidente da Terceira Câmara de julgamento entre os membros de representação

fazendária;

IV - os Vice-Presidentes das Câmaras de Julgamento, observando-se que, quando a

Presidência de uma Câmara recair em membro de uma representação, a Vice-Presidência

será exercida por membro representante da outra.

Parágrafo único. Presidirão a Primeira e a Segunda Câmaras de Julgamento,

respectivamente, o Presidente e o Vice-Presidente do Conselho.

Art. 179. As Câmaras de Julgamento, em número de três, são compostas cada uma de

quatro membros, sendo dois representantes dos contribuintes e dois representantes da

Fazenda Pública Estadual, e terão igual competência, admitida a especialização por

matéria ou rito.

§ 1º Sempre que a necessidade do serviço exigir, poderão ser criadas câmaras

suplementares, mediante representação do Presidente do Conselho de Contribuintes ao

Secretário de Estado de Fazenda, observado o seguinte:

I - as câmaras serão instaladas por meio de resolução do Secretário de Estado de Fazenda

e convocação de membros suplentes, podendo ser nomeados novos membros, na forma

estabelecida neste Decreto;

II - os mandatos dos membros terminarão juntamente com os dos demais conselheiros;

III - as câmaras terão duração limitada ao término do mandato dos respectivos membros,

prorrogável, se necessário.

§ 2º A Câmara de Julgamento só funcionará quando presente a maioria de seus membros.

Art. 180. A Câmara Especial é composta pelos Presidentes e pelos Vice-Presidentes da

Primeira, da Segunda e da Terceira Câmaras de Julgamento e presidida pelo Presidente

do Conselho.

§ 1º Respeitado o limite de oito membros, comporão ainda a Câmara Especial o

Presidente e o Vice-Presidente de cada Câmara de Julgamento suplementar, mediante

sistema de rodízio.

§ 2º A Câmara Especial somente deliberará quando presente a maioria dos membros de

cada representação.

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Art. 181. Nas sessões de julgamento, o Presidente da Câmara tem, além do voto ordinário,

o de qualidade, no caso de empate.

Art. 182. Os membros do Conselho e os advogados do Estado são remunerados por sessão

a que comparecerem, na forma e nas condições estabelecidas em decreto do Poder

Executivo, em atendimento à necessidade dos serviços.

Art. 183. É vedada a realização de mais de uma sessão de julgamento por dia em cada

Câmara, independentemente da quantidade de PTAs incluídos em pauta.

Art. 184. Caracteriza renúncia tácita ao mandato de Conselheiro:

I - o descumprimento, por duas vezes a cada semestre, do prazo fixado para a redação do

acórdão;

II - o não-comparecimento a três sessões consecutivas.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica quando apresentada justificativa

prévia, fundamentada e por escrito, e esta seja aceita pelo Presidente do Conselho.

Art. 185. Perderá a qualidade de membro do Conselho de Contribuintes o representante

da Fazenda Pública Estadual que durante o mandato se licenciar para tratar de interesses

particulares, exercer cargo em comissão, se aposentar, for exonerado ou demitido de seu

cargo efetivo, ou suspenso de suas atividades.

Art. 186. O funcionamento das Câmaras e do Conselho Pleno, bem como a composição

e a competência deste serão estabelecidas no Regimento Interno do Conselho de

Contribuintes.

Seção II

Da Competência

Art. 187. Compete ao Conselho de Contribuintes:

I - julgar as questões de natureza tributária suscitadas entre o sujeito passivo e a Fazenda

Pública Estadual, nos casos e prazos previstos neste Decreto;

II - elaborar o seu Regimento Interno, sujeito à homologação pelo Secretário de Estado

de Fazenda e aprovação mediante decreto do Poder Executivo;

III - sumular decisões reiteradas das Câmaras de Julgamento e da Câmara Especial, nos

termos do Regimento Interno.

Parágrafo único. À súmula de que trata o inciso III do caput poderá ser atribuída eficácia

normativa pelo Secretário de Estado de Fazenda, mediante proposta fundamentada de

Conselheiro, do Advogado-Geral do Estado, do Subsecretário da Receita Estadual ou de

entidade de classe representativa dos contribuintes.

Seção III

Da Administração Das Câmaras

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Art. 188. Sem prejuízo das demais competências previstas na legislação tributária,

compete ao Conselho de Contribuintes gerir as atividades:

I - administrativas, relativas à tramitação do Processo Tributário Administrativo, a partir

de seu recebimento e enquanto o mesmo permanecer no órgão;

II - desenvolvidas pela Assessoria, relativas à instrução e ao parecer de mérito.

§ 1º A Assessoria subordina-se ao Gabinete do Secretário de Estado de Fazenda e exercerá

as atividades previstas neste Decreto e outras que lhe forem atribuídas, sob supervisão e

orientação técnica do Presidente do Conselho de Contribuintes.

§ 2º O pessoal de apoio administrativo do Conselho de Contribuintes subordina-se ao

Gabinete do Secretário de Estado de Fazenda e suas atividades serão executadas sob

supervisão e orientação técnica do Presidente do Conselho de Contribuintes.

§ 3º O pessoal de apoio administrativo, os ocupantes de cargos comissionados e a

Assessoria, em exercício no Conselho de Contribuintes, serão lotados no Gabinete da

Secretaria.

CAPÍTULO X

DO DEPÓSITO ADMINISTRATIVO

Art. 189. É facultado ao sujeito passivo, durante a tramitação do PTA, garantir o crédito

tributário mediante depósito administrativo, na forma estabelecida em resolução do

Secretário de Estado de Fazenda.

§ 1º O depósito administrativo compreenderá o montante total do crédito tributário, assim

considerado o tributo, monetariamente atualizado, se for o caso, acrescido das

penalidades e dos juros moratórios cabíveis no momento da efetivação do depósito.

§ 2º No caso de impugnação parcial do crédito tributário, o depósito corresponderá ao

valor impugnado.

Art. 190. Após decisão irrecorrível na esfera administrativa:

I - caso se verifique ser indevido ou excessivo o valor depositado, será este, ou a diferença,

devolvido ao sujeito passivo, incidindo juros à mesma taxa incidente sobre os créditos

tributários em atraso, calculados da data do depósito até o mês anterior ao da efetiva

devolução;

II - caso a decisão seja favorável à Fazenda Pública Estadual, o valor depositado será

convertido em renda ordinária.

Parágrafo único. A devolução a que se refere o caput ocorrerá no prazo máximo de 30

(trinta) dias úteis contados da data do requerimento de restituição, em espécie, sob a forma

de crédito na escrita fiscal em se tratando de contribuinte do ICMS, ou sob a forma de

compensação com créditos tributários de sua responsabilidade, a critério do depositante.

CAPÍTULO XI

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DA TRANSAÇÃO

Art. 191. A transação será realizada em casos excepcionais, no interesse da Fazenda

Pública Estadual, mediante concessões mútuas, para extinguir litígio, quando se tratar de

matéria de alta indagação jurídica, de fato ou de direito.

Parágrafo único. A transação dependerá:

I - de parecer da Advocacia-Geral do Estado e, em se tratando de matéria de fato, de

parecer técnico emitido pelas Superintendências de Fiscalização, de Tributação, e de

Arrecadação e Informações Fiscais, no âmbito de suas competências, ratificado pelo

Subsecretário da Receita Estadual e pelo Secretário de Estado de Fazenda;

II - de parecer aprovado por resolução conjunta do Secretário de Estado de Fazenda e do

Advogado-Geral do Estado, publicado no órgão oficial.

Art. 192. O crédito tributário objeto de transação poderá ser extinto mediante dação em

pagamento, observado o disposto no Capítulo XII, ou compensação, nos termos da

legislação que disciplina este instituto.

Art. 193. No despacho que autorizar a transação ou a compensação serão especificadas

as condições e garantias de sua efetivação.

CAPÍTULO XII

DA DAÇÃO EM PAGAMENTO

Art. 194. O crédito tributário inscrito em dívida ativa poderá ser extinto, mediante dação

de bens móveis novos ou imóveis.

Art. 195. A dação em pagamento será efetivada após verificada sua viabilidade

econômico-financeira, conveniência e oportunidade e desde que:

I - o devedor comprove a propriedade do bem e esteja na sua posse direta, exceto daqueles

de que o Estado ou entidade de sua Administração indireta esteja na posse direta;

II - a avaliação do bem, realizada por servidor estadual ou profissional habilitado e

cadastrado para essa função na Administração Pública Estadual, não seja superior ao valor

do crédito objeto da extinção;

III - não existam ônus sobre o bem, exceto de garantias ou penhoras estabelecidas em

favor da Fazenda Pública Estadual;

IV - seja efetuado o pagamento do valor remanescente do crédito objeto da extinção; e

V - seja efetuado o pagamento dos honorários advocatícios devidos, bem como das custas

judiciais, se for o caso, quando se tratar de crédito inscrito em dívida ativa em execução

ou sujeito à demanda judicial.

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Parágrafo único. Poderá ser aceito bem com valor superior ao limite estabelecido no

inciso II do caput, implicando, pelo simples oferecimento do bem para dação, renúncia

do devedor ao valor excedente.

Art. 196. Na dação em pagamento, a extinção do crédito será homologada após o registro

no cartório competente e a imissão na posse do imóvel pelo Estado, ou a tradição do bem

móvel e o registro de transferência, se for o caso, além da comprovação do pagamento do

valor remanescente do crédito objeto da extinção, dos honorários advocatícios e das

custas judiciais, se devidos.

§ 1º Considerar-se-á extinto o crédito tributário na data do instrumento público de dação.

§ 2º As despesas com instrumentos públicos e particulares, registro e imissão na posse ou

tradição do bem objeto da dação serão de responsabilidade do devedor.

Art. 197. Nos casos em que a lei ou a Constituição exija repasse obrigatório a fundo ou

entidade pública, a dação somente será admitida na hipótese de haver recurso financeiro

e dotação orçamentária suficientes para se efetivar o repasse das respectivas cotas-parte.

Art. 198. O bem adquirido em dação em pagamento será submetido a processo de

patrimonialização sumário e alienação ou incorporação ao serviço público estadual, na

forma prevista em legislação específica.

Art. 199. O sujeito passivo interessado em liquidar crédito tributário mediante dação em

pagamento encaminhará à Advocacia-Geral do Estado requerimento instruído com a

seguinte documentação:

I - certidão recente do cartório de registro de imóveis que comprove a sua propriedade,

nota fiscal ou qualquer outro comprovante de propriedade, no caso de bens móveis;

II - certidão negativa da existência de ônus sobre o bem oferecido em pagamento;

III - certidão negativa de tramitação de processo de execução fiscal pelas Fazendas

Públicas federal e municipal;

IV - certidão negativa de distribuição de ações e protestos contra o requerente, excetuada

a execução objeto da dação; e

V - termo de confissão irretratável do total da dívida e da responsabilidade por seu

pagamento, com renúncia formal a eventuais direitos demandados em juízo, compromisso

de desistência da ação e recursos judiciais ou administrativos e de responsabilização pelas

despesas com instrumentos públicos ou particulares, registro e imissão na posse ou

tradição do bem objeto da dação, assinado pelo sujeito passivo ou seu representante.

§ 1º O Procurador Regional apreciará o requerimento a que se refere o caput no prazo de

até 180 (cento e oitenta) dias contados da data de sua protocolização regularmente

instruído.

§ 2º Na hipótese de indeferimento do pedido de que trata este artigo pela Advocacia-Geral

do Estado, o sujeito passivo poderá interpor recurso dirigido ao superior hierárquico da

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autoridade que proferiu a decisão, no prazo de 5 (cinco) dias contados da ciência do

indeferimento.

§ 3º A autoridade a que se refere o parágrafo anterior deverá, no prazo de 5 (cinco) dias

contados do recebimento do recurso, reconsiderar a decisão ou encaminhá-lo ao seu

superior hierárquico para decisão.

CAPÍTULO XIII

DA ADJUDICAÇÃO DE BEM MÓVEL OU IMÓVEL

Art. 200. O bem móvel ou imóvel penhorados em execução judicial promovida pela

Fazenda Pública Estadual poderão ser adjudicados, desde que:

I - a penhora tenha sido registrada no cartório ou repartição competente, quando for o

caso, nos termos da lei;

II - o valor da adjudicação seja igual ou inferior ao valor do crédito em execução na data

do pedido de adjudicação, permitida, para esse fim, a reunião de processos de execução

contra o mesmo devedor;

III - haja certidão nos autos comprovando a não-interposição de embargos ou a rejeição

dos embargos interpostos, ainda que pendente o recurso do devedor; e

IV - a penhora tenha sido precedida por, pelo menos, dois leilões judiciais frustrados ou

o bem tenha sido arrematado por valor inferior ao da avaliação judicial.

§ 1º Para fins do disposto no inciso II do caput, considera-se valor da adjudicação o valor

da avaliação judicial ou o da arrematação, se este for inferior ao da avaliação, atualizado

até a data do pedido da adjudicação, conforme a tabela da Corregedoria-Geral de Justiça

de Minas Gerais.

§ 2º Observados os requisitos estabelecidos nos incisos I a III do caput, será permitida a

adjudicação antes da realização de qualquer leilão, desde que comprovado o interesse

público relevante ou o periculum in mora em se aguardar a ultimação dos atos de

alienação judicial, nos termos do art. 24, I, da Lei Federal nº 6.830, de 1980.

Art. 201. O bem adquirido em adjudicação judicial será submetido a processo de

patrimonialização sumário e alienação ou incorporação ao serviço público estadual, na

forma prevista em legislação específica.

CAPÍTULO XIV

DO PARCELAMENTO

Art. 202. O crédito tributário poderá ser pago parceladamente conforme estabelecido em

resolução conjunta do Secretário de Estado de Fazenda e do Advogado-Geral do Estado.

Art. 203. O crédito tributário objeto de parcelamento se sujeitará a juros moratórios

equivalentes à Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC),

estabelecida pelo Banco Central do Brasil.

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Art. 204. O pedido de parcelamento implica a confissão irretratável do débito e a expressa

renúncia ou desistência de impugnação ou qualquer recurso, administrativo ou judicial,

ou de ação judicial.

Art. 205. No caso de cancelamento de parcelamento de crédito tributário inscrito em

dívida ativa e ajuizada a execução fiscal, o débito remanescente será apurado e dado o

prosseguimento da execução fiscal.

Art. 206. Presume-se fraudulenta a alienação ou a oneração de bens e rendas, ou o seu

início, por sujeito passivo que tenha requerido o parcelamento do débito tributário ou

possua parcelamento em curso, salvo quando reservar bens ou renda suficiente para o

integral pagamento do crédito tributário.

CAPÍTULO XV

DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA

Art. 207. O contribuinte poderá, mediante denúncia espontânea, procurar a repartição

fazendária a que estiver circunscrito para comunicar falha, sanar irregularidade ou

recolher tributo não pago na época própria, desde que não relacionados com o objeto e o

período de ação fiscal já iniciada.

Art. 208. Para os efeitos do disposto no artigo anterior, a comunicação deverá ser instruída

com:

I - o comprovante do recolhimento do tributo, acrescido de multa de mora e juros cabíveis;

II - o requerimento de parcelamento, hipótese em que as garantias, se for o caso, e o

recolhimento da primeira parcela deverão ser efetuados conforme estabelecido na

legislação específica; ou

III - a prova do cumprimento da obrigação acessória a que se referir.

§ 1º Quando o montante do crédito tributário depender de apuração pelo Fisco será

observado o seguinte:

I - o sujeito passivo justificará na comunicação a necessidade de apuração do crédito pelo

Fisco;

II - a apresentação do comprovante de recolhimento ou do requerimento de parcelamento

será realizada no prazo de 2 (dois) dias contados da ciência do valor apurado;

III - caso o sujeito passivo discorde do valor apurado pelo Fisco, recolherá, no prazo

previsto no inciso anterior, o valor que entender devido, sendo a diferença exigível

mediante lavratura de Auto de Infração.

§ 2º Considera-se dependente de apuração o tributo cuja base de cálculo deva ser arbitrada

ou quando para o seu cálculo bens e direitos dependam de avaliação realizada pelo Fisco

ou submetida à concordância deste.

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Art. 209. O instrumento de denúncia espontânea será protocolizado na Administração

Fazendária a que estiver circunscrito o estabelecimento do sujeito passivo, sendo vedado

ao funcionário recusar o seu protocolo.

Art. 210. Nas hipóteses abaixo relacionadas, fica dispensada a comunicação para efeitos

de denúncia espontânea:

I - escrituração intempestiva de nota fiscal nos livros Registro de Entradas e Registro de

Saídas de mercadorias, desde que feita no período de apuração do imposto e sem

finalidade de burlar o Fisco;

II - pagamento de tributo e acréscimos legais relativos a imposto declarado em documento

instituído para este fim pela Secretaria de Estado de Fazenda;

III - entrega intempestiva de documento instituído pela Secretaria de Estado de Fazenda.

Art. 211. Recebida a denúncia espontânea, o Fisco realizará:

I - a conferência do valor recolhido pelo sujeito passivo, ou que tenha sido objeto de

pedido de parcelamento, lavrando Auto de Infração relativo à diferença, se for o caso, e

aplicando as multas exigíveis na ação fiscal;

II - a apuração do débito, quando o montante depender desse procedimento.

CAPÍTULO XVI

DA ATUALIZACÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO E DOS JUROS MORATÓRIOS

Art. 212. Os débitos decorrentes do não-recolhimento de tributo e multa nos prazos

fixados, terão, se for o caso, seu valor corrigido em função da variação do poder aquisitivo

da moeda, observado o disposto em resolução da Secretaria de Estado de Fazenda.

Art. 213. A atualização monetária abrange inclusive o período em que a exigibilidade do

crédito tributário esteja suspensa, e terá como termo inicial a data do vencimento da

obrigação.

Parágrafo único. Em se tratando de imposição de penalidade por descumprimento de

obrigação acessória, o termo inicial será a data da intimação do sujeito passivo.

Art. 214. O depósito administrativo do montante total do crédito tributário suspende a

atualização monetária a partir da data em que for efetuado o depósito.

Art. 215. Sobre os débitos decorrentes do não-recolhimento de tributo e multa nos prazos

fixados na legislação, incidirão juros de mora, calculados do dia em que o débito deveria

ter sido pago até o dia anterior ao de seu efetivo pagamento, com base no critério adotado

para cobrança dos débitos fiscais federais.

CAPÍTULO XVII

DA CERTIDÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS

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Art. 216. A Certidão de Débitos Tributários (CDT) para com a Fazenda Pública Estadual

será emitida mediante requerimento no endereço eletrônico da Secretaria de Estado de

Fazenda na rede mundial de computadores (www.fazenda.mg.gov.br) ou em qualquer

Administração Fazendária.

Parágrafo único. Na hipótese de certidão positiva, será ela entregue somente à pessoa

sobre a qual se pede a informação ou ao seu procurador no prazo de 10 (dez) dias contados

da data do pedido.

Art. 217. A Certidão de Débitos Tributários conterá, além de outros dados, o nome ou

nome empresarial da pessoa sobre a qual se pede a informação, seu endereço, domicílio

fiscal e números de inscrição estadual e no CNPJ ou no CPF, conforme o caso.

Art. 218. O prazo de validade da Certidão de Débitos Tributários é de 90 (noventa) dias

contados da sua emissão pela Secretaria de Estado de Fazenda.

Art. 219. A Certidão de Débitos Tributários será:

I - positiva, quando em nome da pessoa sobre a qual se pede a informação houver créditos

tributários;

II - negativa, quando em nome da pessoa sobre a qual se pede a informação não houver

créditos tributários.

Art. 220. Tem os mesmos efeitos da Certidão de Débitos Tributários negativa quando

constar em nome da pessoa sobre a qual se pede a informação créditos tributários:

I - não vencidos;

II - com exigibilidade suspensa, conforme art. 151 da Lei Federal nº 5.172, de 1966;

III - em curso de cobrança executiva com penhora suficiente de bens;

IV - de natureza contenciosa, estando em curso prazo para oferecimento de impugnação.

§ 1º Terá também os efeitos da Certidão de Débitos Tributários negativa a certidão

referente a responsável subsidiário, antes do despacho do juiz que ordenar sua citação em

processo de execução fiscal.

§ 2º Para os efeitos de emissão da certidão nos casos dos incisos II e III do caput, o

interessado deverá comprovar a situação perante a administração, se for o caso.

Art. 221. A Certidão de Débitos Tributários negativa será exigida nos seguintes casos:

I - pedido de incentivos, benefícios ou favores fiscais ou financeiros de qualquer natureza;

II - transação de qualquer natureza com órgãos públicos ou autárquicos estaduais;

III - recebimento de crédito decorrente das transações referidas no inciso anterior;

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IV - baixa de registro na Junta Comercial;

V - encerramento de processo de inventário ou arrolamento.

Art. 222. Não será exigida a apresentação de Certidão de Débitos Tributários negativa,

ficando o deferimento do pedido condicionado a estar o requerente em situação que

permita a sua emissão, nas seguintes hipóteses:

I - pedido de restituição de indébito tributário;

II - pedido de reconhecimento de isenção;

III - a inscrição como contribuinte, a alteração cadastral que envolva inclusão ou

substituição de sócio e a reativação da inscrição estadual;

IV - baixa de inscrição como contribuinte;

V - nos casos previstos nos incisos I a III do caput do artigo anterior se a decisão estiver

a cargo da Secretaria de Estado de Fazenda.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do caput, conforme dispuser o Regulamento

do ICMS, poderá ser dispensada a situação a que se refere o caput.

CAPÍTULO XVIII

DO ATESTADO DE REGULARIDADE FISCAL

Art. 223. O Atestado de Regularidade Fiscal (ARF) será emitido pela Administração

Fazendária a que estiver circunscrito o interessado, mediante requerimento, e será

utilizado para comprovação do cumprimento das obrigações tributárias acessórias.

Parágrafo único. O Atestado será expedido no prazo de 10 (dez) dias úteis contados da

data do pedido.

Art. 224. O Atestado de Regularidade Fiscal conterá:

I - numeração seqüencial;

II - data da emissão;

III - Administração Fazendária emitente;

IV - o nome do interessado, seu endereço, domicílio fiscal e números de inscrição estadual

e no CNPJ ou no CPF, conforme o caso;

V - informação sobre existência de arrolamento administrativo de bens e direitos, se for

o caso; e

VI - declaração da regularidade fiscal.

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Art. 225. O prazo de validade do Atestado de Regularidade Fiscal é de 90 (noventa) dias

contados da sua emissão pela Administração Fazendária.

Art. 226. Para a emissão de Atestado de Regularidade Fiscal, a Administração Fazendária

procederá à verificação das obrigações acessórias do interessado por intermédio do

sistema de processamento de dados da Secretaria de Estado de Fazenda.

Parágrafo único. O servidor fazendário que tiver conhecimento de descumprimento pelo

interessado de obrigação acessória não controlada pelo sistema de processamento de

dados da Secretaria de Estado de Fazenda deverá informar o fato à chefia imediata.

Art. 227. O Atestado de Regularidade Fiscal não será emitido quando:

I - identificado o descumprimento de obrigação acessória a cargo de qualquer dos

estabelecimentos do interessado;

II - o nome da pessoa física ou jurídica ou de seu representante legal constar do Cadastro

Informativo de Inadimplência em Relação à Administração Pública do Estado de Minas

Gerais (CADIN-MG);

III - a inscrição estadual do contribuinte estiver suspensa de ofício ou cancelada.

Art. 228. O Atestado de Regularidade Fiscal será exigido na concessão de incentivos,

benefícios ou favores fiscais e financeiros de qualquer natureza.

Art. 229. Quando a decisão estiver a cargo da Secretaria de Estado de Fazenda não será

exigida a apresentação do Atestado de Regularidade Fiscal, ficando o deferimento do

pedido condicionado a estar o interessado em situação que permita a sua emissão.

Art. 230. O disposto neste Capítulo não se aplica ao Atestado de Regularidade Fiscal

emitido para fins de concessão de financiamento vinculado ao Fundo de Incentivo à

Industrialização (FIND), de que trata a Lei nº 11.393, de 6 de janeiro de 1994, e ao Fundo

de Desenvolvimento de Indústrias Estratégicas (FUNDIEST), de que trata a Lei nº

12.228, de 4 de julho de 1996, que atenderá ao seguinte:

I - deverá considerar o cumprimento das obrigações acessórias pelo contribuinte, bem

como a natureza das autuações eventualmente existentes, independentemente da emissão

de certidão de débitos tributários positiva com efeitos de negativa, a existência de débitos

ainda não lançados e outros elementos relativos à conduta fiscal do contribuinte que

recomendem a não-concessão do financiamento;

II - informação sobre existência de arrolamento de bens e direitos, se for o caso;

III - observará a legislação específica do FIND e do FUNDIEST;

IV - não será emitido quando constatadas quaisquer das ocorrências previstas no art. 227,

caput.

Parágrafo único. O atestado de que trata este artigo será emitido pela Subsecretaria da

Receita Estadual, que estabelecerá os procedimentos para sua emissão.

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CAPÍTULO XIX

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 231. A Superintendência de Tributação expedirá instrução normativa sobre a

aplicação da legislação tributária, especialmente quando houver reiteradas formulações

de consultas sobre a mesma matéria.

Art. 232. As Superintendências de Tributação, de Fiscalização e de Arrecadação e

Informações Fiscais, no âmbito de suas competências, expedirão manual de orientação

sobre autuação, formação e tramitação do PTA.

Art. 233. O Secretário de Estado de Fazenda:

I - poderá, mediante solicitação do Subsecretário da Receita Estadual, atribuir eficácia

normativa à resposta proferida à consulta;

II - instituirá os modelos dos documentos de que trata este Decreto;

III - disciplinará sobre:

a) a certificação da integridade das informações constantes de arquivos eletrônicos;

b) a representação fiscal para fins penais;

IV - fica autorizado a disciplinar quaisquer matérias de que trata este Decreto.

Art. 234. Quando o sujeito antecipar-se a procedimento administrativo e promover ação

judicial contra a Fazenda Pública Estadual, a Advocacia-Geral do Estado solicitará à

repartição fazendária:

I - o fornecimento de informação que possa facilitar a defesa judicial;

II - a verificação da situação tributária do sujeito passivo relativamente à questão discutida

em juízo, para a efetivação de lançamento de crédito tributário porventura existente e

requisição ao sujeito passivo, se efetuados depósitos judiciais, dos comprovantes

respectivos, para instruir o PTA; e

III - a realização de verificações periódicas, na forma e para os fins do inciso anterior, se

a matéria discutida envolver procedimentos futuros.

Art. 235. A Advocacia-Geral do Estado poderá ter vista dos autos, no prazo de 10 (dez)

dias, fora das dependências do Conselho de Contribuintes, mediante carga registrada em

controle destinado a esta finalidade.

Art. 236. A Fazenda Pública Estadual, por intermédio da Advocacia-Geral do Estado,

deverá requerer a conversão do depósito judicial em depósito administrativo.

Art. 237. A Assessoria do Conselho de Contribuintes de que trata este Decreto será

exercida pelo servidor ocupante do cargo de Auditor Fiscal, Código EX-12, Grau F 6 B,

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constante do Anexo I da Lei nº 6.762, de 23 de dezembro de 1975 e, excepcionalmente,

por servidor designado mediante ordem de serviço do Secretário de Estado de Fazenda.

Art. 238. Compete ao Superintendente Regional da Fazenda decidir sobre pedidos de

reconhecimento de isenção ou não-incidência do ICMS, do IPVA, ou de taxa, nas

hipóteses em que legislação do respectivo tributo estabeleça a necessidade de

reconhecimento pela autoridade fazendária.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica quando a competência para decidir

sobre o pedido for do Subsecretário da Receita Estadual.

Art. 239. As competências para decidir sobre pedido de regime especial previstas no

regulamento do tributo atribuídas a outras autoridades passam a ser do diretor da

Superintendência de Tributação.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica quando a competência para decidir

sobre o pedido de regime especial for do Subsecretário da Receita Estadual.

Art. 240. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação para produzir efeitos a

partir de 1º de março de 2008.

Art. 241. Ficam revogados

I - o Decreto nº 23.780, de 10 de agosto de 1984; e

II - o Decreto nº 43.782, de 15 de abril de 2004.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 3 de março de 2008; 220º da Inconfidência

Mineira e 187º da Independência do Brasil.

AÉCIO NEVES

Danilo de Castro

Renata Maria Paes de Vilhena

Simão Cirineu Dias

José Bonifácio Borges de Andrada

Obs.: Este texto não substitui o publicado no ‘Minas Gerais’ em 4.3.2016.