o gafanhoto #57

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Page 1: O Gafanhoto #57

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IndíceEditorial – 2Português – 4Línguas – 6Matemática – 9Ciências – 10Expressões – 12Desporto – 14Moral – 18Comenius – 20Saídas – 22Ecoescolas – 34PES – 40Escola – 43CNO – 44Formação cívica – 46Escolíadas – 50Valores – 51Letras – 54Corais - 71

Edição nº57Junho 2012

Ficha TécnicaDiretora: Fernanda AlegreteColaboradoras: Fernanda Alegrete, Inês Ferreira, Paula JustiçaEdição: Fernanda AlegreteProfessoresAmélia Pinheiro, Anabela Sousa, Ana Paula Cebola, Ana Reis, António Mariano, António Rodruigues, Cláudia Ribau, Cristina Vidal, Dalva Domingues, Diana Santos, Dorabela Maia, Dulce Carlos, Ercília Amador, Eugénia Pinheiro , Fernanda Alegrete, Helena Maia Silva, Inês Ferreira, Isabel Campos, Isabel Sardo, Ivone Marques, João Henriques, João Paulo, Luísa Costa , Manuela Sequeira, Margarida Oliveira, Maria João Fonte, Nazaré Matos, Palmira Lou-renço, Paula Justiça, Paula Rocha, Rosa Agostinho, Teresa Figueiredo, Teresa Pacheco, Teresa Sarnadas, Tiago Lopes, Vera Fernandes, Equipa do Eco-escolas e do PESAlunosAna Almeida, Ana Amarante, Ana Beatriz Ferreira, Ana Carolina, Ana Sofia Pinto, Ana Teixeira, André Silva, Andreia Filipe Vieira, Beatriz Casqueira, Beatriz Graça, Beatriz Lourenço, Bruno Modesto, Bruno Silva, Carina Almeida, Carolina Rocha, Catarina Santos, Cátia Simões, David Barbosa, Diana Ferreira, Diogo Ferreira, Diva Sarabando, Eduardo Tavares, Fábio Maia, Fábio Neto, Fábio Maia, Filipe Loureiro, Francisco Almeida, Francisca Lima, Gonçalo Perna, Inês da Rocha Lopes, Inês Vaz, Jaime Oliveira, José Leal, João Fernandes, João Figueiredo, João Correia, João Pedro Neves, Karina Vicente, Lídia Nunes Almeida, Mariana Almeida, Mariana Vaz, Miguel Rochinha, Miguel Vieira, Pedro Guedes, Pedro Martins, Pedro Teixeira, Raquel Matos, Rita Peixoto, Rute Sofia, Sara Batista, Sara Gonçalves, Silvelys Nebraska, Silvério Pereira, Sofia Roque, Soraia Calisto, Vasilisa Kryzhanovska e os alunos das turmas 10ºE, 10ºF, 11ºC, 12ºC, 9ºA, 9ºC, 8ºD, 8ºE

Uma espécie de “magazine”Foi-nos pedido para que esta edição do “Gafanhoto” fosse uma revista.

Optámos por manter o grafismo característico do nosso jornal. Por isso, esta revista é apenas o nosso jornal com mais cor e impresso em papel melhor.

Tentámos, como é costume, refletir a vida da ESGN e espelhar os valo-res que a norteiam. Esperamos tê-lo conseguido!

A equipa do Gafanhoto

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Editorial

As fotografias são de alguns professores sa escola. De cima para baixo, Informática, Ciências Físico-Químicas, Biologia, Língua Portuguesa e Francês, Inglês e Espanhol, Ciências Sociais e Humanas, Educação Física , Matemática, e os elementos dos Serviços especializados de apoio educativo

Meus caros amigosApós meses de intenso trabalho e já com o novo

ano entre mãos é imperativo olhar para trás e rever o ano letivo que agora termina. Que melhor maneira de o fazer do que, em cada imagem e em cada texto do nosso Gafanhoto, relembrar como foi o nosso dia a dia, os momentos mais marcantes, os desafios que abra-çamos, as atividades que desenvolvemos.

O trabalho em sala de aula, que alimenta uma es-cola, foi complementado e enriquecido com um leque diversificado de atividades e projetos em que a ESGN se encontrou envolvida.

O sucesso e o bem - estar dos nossos alunos é o objetivo central de todos quantos exercem funções na ESGN. Todos os dias, dia a dia, trabalhamos nesse sentido. É um caminho que nenhuma escola pode per-correr sozinha. Pais e famílias, comunidade local e au-tarquia, instituições e organizações locais são o esteio em que nos temos de apoiar para trilhar um caminho seguro e consistente.

Temos sentido esse apoio que necessita, no-meadamente na área das famílias e encarregados de educação, de ser reforçado para ser mais sistemático e continuado.

A direção e demais estruturas da ESGN empe-nharam-se, de forma significativa e relevante, na cons-trução de um clima de escola acolhedor (pese embora a constante intranquilidade decorrente das sucessivas mudanças com que o sistema educativo português se confronta) e na intervenção, muito focalizada, na me-lhoria dos resultados escolares.

Nesse sentido foram consolidados mecanismos de apoios complementares, apoios personalizados, tutorias e salas de estudo, participámos em diversos projectos promovidos quer pelo Ministério da Educa-ção e Ciência quer por outras entidades e organismos; implementámos ofertas formativas diversificadas e pro-fissionalmente qualificantes com parcerias relevantes ao nível do tecido empresarial e autarquia.

Trabalhámos para o reforço da cidadania, a in-serção dos alunos na escola e promoção de hábitos de vida saudáveis – Epis, Desporto Escolar, Clube do Mar, Educação para a Saúde, Eco Escolas (da estufa já saem flores para embelezar o átrio da ESGN); para o desenvolvimento de uma consciência e cidadania eu-ropeia – Projeto Comenius e Clube Europeu.

Destacámo-nos na educação e formação de adultos através de diferentes modalidades concretiza-das pelo Centro Novas Oportunidades assim como nas múltiplas atividades do plano anual, na participação em concursos, viagens de estudo, animação da biblioteca, teatro, leitura, artes visuais e tecnológicas, na alegria do nosso “Corais”, entre outros exemplos.

A preocupação com o sucesso escolar e com comportamentos assertivos levou-nos a premiar os melhores alunos de cada turma com uma visita de es-tudo a Salamanca.

Em cada página desta edição especial do Gafa-nhoto sente-se esse dinamismo e envolvimento dos alunos, famílias, corpo docente e não docente.

O ano de 2012 trouxe-nos uma parte da tão de-sejada, nova, ESGN. Mas também a angústia da para-gem das obras, a ansiedade e novamente a esperança quando os trabalhos de requalificação recomeçaram. Com a conclusão dos trabalhos prevista para finais de novembro ficaremos dotados de todas as valências e espaços em falta: salas de aula, laboratórios e oficinas.

Quase a atingir 25 anos de idade a Escola Se-cundária da Gafanha da Nazaré prepara-se para no-vos desígnios: o da agregação.

A comunidade da Gafanha da Nazaré ficará do-tada de um único agrupamento de escolas – Agrupa-mento de Escolas da Gafanha da Nazaré, que resulta da agregação do atual agrupamento com a escola se-cundária. Será mais um desafio, imposto pela tutela, mas que espero possa ter algumas virtualidades em benefício da comunidade educativa que servimos. Neste momento a incerteza e as dúvidas sobrepõem-se a eventuais benefícios. Lamentavelmente não são os aspetos pedagógicos a presidir a esta agregação, antes os administrativo-financeiros.

Cada escola continuará a ter a sua identidade própria que servirá de base à identidade de agrupa-mento que necessita de ser criada e construída.

A preocupação da nova unidade de gestão será, com toda a certeza, a preocupação das atuais unida-des de gestão: trabalhar afincada e empenhadamen-te para formar cidadãos responsáveis e conscientes, socialmente interventivos, bem preparados humana e academicamente.

Um abraço amigo,Maria Eugénia Martins Pinheiro

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Com o objetivo de divulgar a obra de autores portugueses e lusófonos e de incenti-var os alunos e as famílias a adquirirem livros, decorreu, na semana de 21 a 25 de maio, uma Feira do Livro aberta a toda a comunidade. Desta forma, os leitores puderam tomar con-tacto com obras de clássicos portugueses e outras de autores mais recentes que fazem parte do panorama literário lusófono.

Para tornar esta feira mais viva, no dia do Autor português, 22 de maio, os alunos de Oficina de Teatro do 9º D “vestiram a pele” de Camões, Gil Vicente, Fernando Pessoa, entre outros, e “visitaram” a escola e a biblioteca, di-vulgando os seus textos.

Notícias da Biblioteca

O livro anda sempre comigo,Com ele aprendo a imaginar.É como um bom amigoQue me vai sempre ajudar.

Diva Sarabando

Toda a gente língua tem.Mas nem sempre é portuguesa.Como nem sempre se fala bem,Temos de estudá-la, com certeza!

Jaime Oliveira

A leitura é magiaPara quem quer aproveitar.Quando eu leio um livroFico logo a sonhar.

João Pedro Neves

Leitura e língua portuguesaAndam sempre de mãos dadas.Dão-se bem de certeza Com as palavras encaixadas.

Filipe Loureiro

À entrada da biblioteca, foi construído um painel interativo com alguns desenhos e fotografias de rostos de autores portugueses que marcaram e marcam a nossa literatura. Os alunos foram convidados a identificar cada um deles, testando os seus conhecimentos de cultura literária.

As comemorações da Semana do Autor português terminaram no dia da Escola Aberta com um concurso de leitura expressiva no pá-tio da biblioteca que foi o palco para esta inicia-tiva. A atividade registou uma grande adesão por parte dos alunos que, durante uma hora, deliciaram o público presente e os elementos

do júri com a leitura de textos em voz alta, nas modalidades de prosa e poesia.

No “pátio das leituras” foram divulgadas alguma das “quadras à solta” sobre o livro, a leitura e a língua portuguesa, de que deixamos aqui alguns exemplos.

Nesta manhã foram, ainda, conhecidos os vencedores do concurso “Histórias da Ter-ra”, onde alunos e professores mostraram os seus dotes artísticos nas modalidades de es-crita, ilustração e fotografia.

Boas férias e ótimas leituras!A equipa da biblioteca

português

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Mais uma vez, no dia 25 de maio, a Escola abriu-se à comunidade!Das múltiplas atividades realizadas, destaca-mos a vinda da Rádio Terranova à nossa escola! Num clima familiar, descontraí-do e ameno, falou-se, ouviu-se música, declamou-se…

Deu-se início à emissão, conduzi-da por Rosa Sardo, com uma agradável conversa com a nossa diretora, Eugénia Pinheiro, que nos falou das atividades do dia da Escola Aberta, da nossa nova escola e da vontade de ver as obras concluídas, para que o espaço venha a ser devida e condignamente usufruído na sua totalidade. O Ruben Teixeira do 8ºB deliciou-nos com uma rapsódia mu-sical, à guitarra. A D. Elsa, presença as-sídua da biblioteca, ofereceu-nos a sim-patia das suas palavras, demonstrando grande apreço pelo novo espaço, pelo trabalho que desenvolve e pelos alunos. O pequenino Guilherme da escola EB1 da Chave, futuro paleontólogo, maravi-lhou-nos com a sua intervenção, conten-te, por, naquele dia, estar na escola dos “grandes”! A Leandra e a Iara do 10ºF falaram-nos das razões da escolha do seu curso e das expectativas em rela-ção ao futuro em termos profissionais. Deixaram-nas a bonita mensagem de que, quando queremos, alcançamos os nossos sonhos! A Leandra, com expres-sividade e emoção, fez-nos saborear as palavras de Eugénio de Andrade, “É ur-gente o amor”. Um bem-haja a todos!

A propósito do apontamento se-manal “De acordo com o acordo”, nós, Amélia e Isabel, fizemos um balanço do trabalho desenvolvido ao longo do ano. Tem sido uma experiência bastante enri-quecedora e gratificante.

Já sabe… escreva bem, de acordo com o acordo!

Isabel Sardo e Amélia Pinheiro

“A Rádio vai à

Escola”

A Oficina de Teatro é uma disci-plina semestral, oferta de escola, que tem proporcionado aos alunos momen-tos para relaxarem, descontraírem e se exprimirem. Nas aulas, essencialmente práticas, fazem-se jogos de expressão e de improvisação e desenvolvem-se pro-jetos performativos para serem repre-sentados publicamente.

A biblioteca tem sido o palco onde se desvenda a magia do teatro com as representações das várias turmas. As-sim, no final de cada semestre, cada turno apresenta aos colegas e a outros elementos da comunidade educativa o trabalho desenvolvido ao longo do se-mestre. De uma forma amadora, mas muito trabalho e dedicação, têm-se re-velado vários talentos na arte de repre-sentar.

O último dia do 2º período foi um dia cheio de teatro. De manhã, os alunos de Oficina de Teatro das turmas C e D do 8º ano enriqueceram uma exposição pa-tente na Biblioteca Municipal de Ílhavo, dramatizando textos de Álvaro Maga-lhães, nomeadamente o poema “A Ilha do Tesouro” e quatro histórias do livro “O homem que não queria sonhar e outras histórias”. Ao fim da tarde, no âmbito da atividade da biblioteca “Poesia e teatro de mãos dadas”, os alunos de Oficina de Teatro das turmas A e E do 7º ano, D do 8º e D do 9º, fizeram um pequeno espetáculo aberto à comunidade. Foram dramatizados textos diversificados de autores portugueses: os poemas “Assim nasce um poema”, “Dia da Poesia”, “Dia do Teatro”, de José Jorge Letria; uma adaptação da história de Vanina da obra “O Cavaleiro da Dinamarca” de Sophia de Mello Breyner Andresen e “A Fada Palavrinha” e o “Gigante das Bibliotecas” de Luísa Ducla Soares. O 9º D apresen-tou algumas cenas da famosa obra de Gil Vicente, “Auto da Barca do Inferno”, tendo sido o ponto alto do seu percurso de três anos na disciplina pela qual op-taram no início do 7º ano. Na verdade, mostraram o seu grande talento e pro-porcionaram momentos muito divertidos.

No número anterior do “Gafanho-to”, ficámos a conhecer a opinião muito positiva de uma turma sobre esta dis-ciplina. Eu termino este texto com um aplauso para todos os alunos que têm representado na escola e para a escola.

Viva o teatro!Paula Rocha

O teatro e a

escola

português

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The Awesome Show

Online seduction Falling in Love with strangers on the Internet

The cartoon wants to convey a message, which is never believe what we see or read on the Internet because people can be dangerous and lie to us. The fish represents those peo-ple, and the girl represents the ones who believe in those people The internet can be very dangerous, and we should never talk with some-one who we don’t know in real life, we shouldn’t accept contacts from people we don’t know, on facebook, hi5, msn or other social networks. An advice to all of you: if your parents are trying to help, you should accept their help and don’t think they are an-noying because all they want is you to be safe and, we know, that’s their duty!

Beatriz Graça

On the 7th May of 2012, a group of 3 people called «Clever Pants» came to our school in order to make a theatrical performance. The show took place in the gym because there were a lot of secon-dary school students waiting to see it.

The actors performed 3 plays: a ter-ror, a romance and a thriller one. With a lot of jokes on each acting, they mentio-ned people we all know – for example Michael Jackson and Justin Bieber, whi-ch was the highest point of the perfor-mance.

To turn things a bit more interesting, the actors called 2 students to play their roles, which was quite fun for the public to watch. They were really nice because they made us laugh like crazy until we felt pain in our stomachs.

Personally, I think they did an awe-some job, and so all the students that had the opportunity to see this magnifi-cent show had a great time.

Rita Peixoto

Clever Pantslínguas

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25 de Maio Escola Aberta

Spelling Bee

Neste dia, realizou-se, pela segunda vez na nossa escola, o concurso Spelling Bee, que com-preendeu uma primeira parte para alunos do Básico e uma segunda para alunos do Secundário. Profes-soras e membros do júri estiveram compenetrados mas, ao mesmo tempo, divertidos nas suas tarefas. Os concorrentes estiveram à altura do acontecimento mas, claro, por vezes atraiçoados por algum nervo-sismo. Houve também alguns espe-tadores na assistência.

Saíram vencedores, por ano de escolaridade, os alunos:

Albano Matos (7ºA), Carolina Conceição (8ºD), Miguel Vilarinho (9ºA), Fábio Maia (10ºC) e Pedro Teotónio (11ºB).

Parabéns a todos! Obrigada pela vossa participação!

Como devem calcular, conta-mos convosco no próximo Spelling Bee!

Bee there!!!!Ana Paula Cebola

línguas

...contamos convosco no próximo Spelling Bee!

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Pela terceira vez, a nossa escola participou no Campeonato Escolar SuperTmatik 2011/2012, nas dis-ciplinas de Francês e Inglês. Foi, mais uma vez, uma experiência muito gratificante e positiva pela adesão da maior parte dos nossos alunos do 3º Ciclo e professores dessas disciplinas. Estamos orgulhosos dos resultados obtidos, uma vez que quatro dos nossos finalistas, a ní-vel de escola, se classificaram entre os dez melhores na Final Nacional Online (TOP 10). Foram eles:

Na disciplina de Francês (concorreram 15000 alunos):

Ana Corolina Santos (8ºC) - 1º lugar; Rita Vanessa Ferreira (9ºD)– 4º lugarGaëlle Costa Lopes (9ºD) – 8º lugar;Arnaldo Sá Cucu (8ºC) – 9º lugar.

SUPERTMATIK2011/2012

Francês / InglêsTambém estão de parabéns os restantes finalistas a

nível de escola que, na Final Nacional Online, alcança-ram excelentes posições:

Inês Jácome Silva (7ºB) – 25º lugar;Bruno Martins Vilarinho (7ºB) – 26º lugar.

Na disciplina de Inglês (concorreram 54 000 alunos):

Ana Cristina Ribau (8ºD) – 28º lugar;Arnaldo Sá Cucu (8ºC) – 32º lugar;Albano Miguel Matos (7ºA) – 38º lugar;Gonçalo Filipe Perna (7ºC) – 53º lugar.

Anabela Sousa

Parabéns a todos os par-ticipantes no campeonato escolar Super Tmatik FRANCÊS e INGLÊS 2011/2012! Continuem a treinar

línguas

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No dia 24 de abril foram à Uni-versidade de Aveiro, 28 alunos do ensino básico, para participar na 22ª edição das Competições Nacionais da Ciência do Projeto Matemática Ensino.

Pretendeu-se com esta ativida-de, desenvolver o gosto e o interes-se pela Matemática, ajudar a criar hábitos de trabalho, favorecer o uso da internet na escola e melhorar os conhecimentos específicos de Mate-mática.

Competiram no EQUAMAT, 6 alunos do sétimo ano, 10 alunos do oitavo ano e 12 alunos do nono ano. Todos eles mostraram um elevado grau de satisfação pela sua parti-cipação nesta atividade e alguns deles obtiveram bons resultados a nível nacional. Há a salientar que a ESGN ficou na 39ª posição, num total de 177 escolas. Nesta competi-ção, em que existem 20 níveis, uma equipa do sétimo ano atingiu o nível 18, uma equipa do oitavo, o nível 17 e duas equipas do nono, o nível 14.

Os alunos também tiveram a oportunidade de participar em al-gumas das atividades anunciadas e programadas para o dia das compe-tições.

Dalva Domingues

O Equamat deste ano foi giro. Chegámos por volta das 9:00 pelo que fomos dos primeiros a fazer as provas. Eu e o meu parceiro, Álvaro Miguel, chegamos ao nível 14!

Durante a manhã, optámos por não fazer nada de especial, apesar de haver muitas atividades no recin-to da Universidade. Havia escalada, e uma espécie de tiro ao alvo, entre muitas outras.

Chegou a hora de almoço. Co-memos sandes, fruta, um croissant e um sumo para acompanhar. No fim um kit kat como sobremesa.

Da parte da tarde vagueamos pelo campus e vimos um concurso de dança, num palco montado no recinto universitário. Por fim chegou a hora de voltar para a escola, por volta das três da tarde. Foi fixe esta ida ao Equamat!

Miguel Rochinha

Ida ao Equamat

2012

ESGN no Equamat em Aveiro

matemática

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No dia da Escola Aberta esteve patente, no corredor de acesso à biblio-teca, uma exposição de pósteres / car-tazes alusivos à “Água” com o objetivo de promover atitudes conducentes à re-dução do seu consumo.

Efetivamente, no decorrer do 2º pe-ríodo, os alunos do 8º ano de Ciências Naturais, com a ajuda dos diretores de turma, nas aulas de Formação Cívica, pesquisaram e elaboraram pósteres /cartazes relacionados com a preserva-ção da água, consequências da inter-ferência do Homem no ciclo da água, visando a estimulação da adoção de ati-tudes ambientalmente corretas, alertan-do para a necessidade de mudança de comportamentos individuais e sociais e compreender que a utilização desregra-da dos recursos naturais coloca em cau-sa a sustentabilidade do planeta Terra.

Muitos foram os alunos, professo-res e convidados, que observaram e le-ram os materiais afixados.

Ana Reis

No dia 25 de maio, dia da Esco-la Aberta, no âmbito das atividades e das áreas disciplinares de biologia/geologia, informática e de matemáti-ca, os alunos divertiram-se no peddy paper a tentar resolver jogos, ques-tões e a seguir pistas, relacionadas com diversas temáticas das diferen-tes disciplinas. Constatou-se uma grande adesão por parte dos alunos a esta atividade, de forma dinâmica e alegre, como mostram as fotogra-fias…

Professores das disciplinas envolvidas

PEDDY PAPEREscola Aberta

Escola Aberta

Exposição “ÁGUA”

ciências

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De olhos postos no céu

Com a ajuda do fotógrafo e astrónomo amador João Pereira, da Gafa-nha da Nazaré, foram realizadas duas atividades de observação do céu. A primeira, no início do ano letivo, foi uma observação noturna, em que fomos presenteados com imagens fantásticas de Júpiter e de algumas das suas luas. A segunda, decorreu no dia da escola aberta, 25 de maio. O objetivo era ver as manchas solares. O senhor João Pereira deslocou-se mais uma vez à escola com um dos seus telescópios, desta vez com filtro solar. Mas, nesse dia, as manchas solares estavam pouco visíveis.

Fica para a próxima...Fernanda Alegrete

Ciência na mochila

Pelo terceiro ano consecutivo, os professores de Ciências Físico-Químicas da ESGN realizaram a ati-vidade Ciência na Mochila, destina-da aos alunos do 4ºano das escolas do 1º ciclo da Gafanha da Nazaré.

Apesar de algumas dificuldades na realização desta atividade, mo-tivadas pelas obras na escola, que nos limitam o espaço, pois os labo-ratórios estão a funcionar em mo-noblocos, não quisemos deixar de proporcionar aos nossos convida-dos este contacto com as ciências experimentais.

Em quatro tardes de quartas feiras, a escola encheu-se de me-ninos e meninas mais pequenos do que o costume, que se divertiram bastante.

Os professores do grupo e ain-da os professores de Biologia, que este ano colaboraram connosco,

apresentaram aos alunos algumas atividades do seu agrado. Destaca-ram-se na Química a “pasta de den-tes de elefante”, a “bola saltitona”, a produção de sais de banho e as go-tas bailarinas, na Física a medição da condutividade elétrica do corpo humano e outras experiências com corrente elétrica, experiências com luz, e as observações de cristais, plantas e insetos no microscópio.

Esperamos que no próximo ano as obras na escola estejam concuí-das para podermos receber os me-ninos e as meninas nos novos labo-ratórios.

Fernanda Alegrete

ciências

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Numa escola do século XXI, o passado foi a nossa inspiração! Este ano, a Educação Tecnológica envolveu os alunos em sérios trabalhos:

A MODA NO SÉC. XIX

A ARTE DA CALÇADA PORTUGUESA

Por entre serras de rodear, gro-sas e limas, peças de madeira reutili-zada, gesso e cola e calcário branco e preto, tecemos lindos vestidos de sedas finas e cetins macios, cons-truímos caravelas pretas em mares brancos, estrelas e luas, salinas e figuras geométricas. Encontrámos as peças perfeitas para desenhar mosaicos minuciosos.

Como é habitual, os trabalhos nem sempre correram bem, mas, também como é costume, não nos pudemos permitir esmorecer e cor-remos sempre contra o tempo, que teimava em correr mais do que nós. Com esforço, ganhámos. No dia da Escola Aberta, mostrámos os nos-sos trabalhos, que mereceram elo-gios e que nos permitiram concluir que é possível dar vida nova a ma-teriais usados, aparentemente sem importância. Aprendemos a utilizar ferramentas, conhecemos técnicas de trabalho, decorámos e embele-zámos o nosso espaço e, num re-gresso ao passado, cuidámos ainda do ambiente do futuro! Parabéns a todos os meninos e meninas, pelo sucesso do trabalho realizado!

9º ano, turma C

REGRESSO AO PASSADO

MOSAICO

Aprendemos a utilizar ferramentas, conhecemos técni-cas de trabalho, decorámos e embelezámos o nosso espaço e, num regresso ao passado, cuidámos ainda do ambiente do futuro!

expressões

8º ano, turma E

8º ano, turma D

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Trabalhos expostos na cantina da nossa escola durante a semana da Escola Aberta.

Estes trabalhos ilustram 24 receitas de bacalhau e foram realizados pelos alunos da turma B do nono ano de escolaridade.

Bacalhau frito com escabeche de legumes, ilustração: Mariana CarvalhoBolinhos de Bacalhau encharcados, ilustração: Ana VerónicaCreme de Bacalhau, ilustração: FilipaCarpaccio de Bacalhau, ilustração: Ana Lúcia

Escola Aberta

Recriação dum painel da artista Maria Keill, existente na Cervejaria Trin-dade em Lisboa.

Maria Keil, autora de vários painéis de azulejos das primeiras estações do metropolitano de Lisboa, afirmava-se como “uma artista”: pintora, desen-hadora, ilustradora, decoradora de interiores, designer gráfica e de mobil-iário, ceramista, cenógrafa e figurinista, autora de cartões para tapeçaria “e, sobretudo, de composições azulejares”.

9/8/1914 – 10/6/2012

Bolo decorado pelo Departamento

de Expressões para o jantar da “Escola Aberta”

Exposição na cantina

expressões

Cláudia Ribau

8º ano, turma D

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Tal como vem sendo hábito, a nossa escola participou no Torneio de Basquetebol 3x3 Compal Air. Este torneio teve início com a fase escola, onde foram apuradas as equipas que iriam representar a es-cola nos escalões infantis, juvenis e juniores, feminino/masculino.

No dia 22 de Fevereiro realizou-se o torneio Compal Air Basket 3x3, em Calvão. Este torneio contou com a participação de várias escolas do concelho de Ílhavo, nomeadamente a Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, Escola EB 2,3 da Gafanha da Nazaré, Escola Secundária de Vagos, Escola Profissional de Va-gos, Escola Secundária de Ílhavo, Escola EB 2,3 de Ílhavo e Colégio de Calvão.

A nossa escola esteve repre-sentada com 5 equipas: 1 equipa do sexo feminino (escalão júnior) e 4 do sexo masculino (escalão infantil, iniciado, juvenil e júnior). Além das equipas participantes, a escola es-teve também representado com um árbitro, Diogo do Bem (11ºD).

No final do torneio os resultados superaram largamente as expectati-vas, uma vez que apurámos 3 equi-pas para representarem a escola na fase distrital: equipa de juniores

feminino, constituída pelas alunas Silvana Dias (11ºB), Maria Vechina (12ºA), Joana Peixinho (11ºA) e Be-atriz Paz (11ºA); equipa de juvenis masculinos, composta pelos alunos Andrew Costa (11ºC), Pedro Teotó-nio (11ºB), João Padilha (11ºA) e Tia-go Lopes (11ºA); finalmente a equi-pa de juniores masculinos, com os alunos Ivan (11ºC), Nathaniel Roque (11ºC) e Gonçalo Caçoilo (11ºB).

Posteriormente, face ao bom desempenho revelado pelos nossos alunos, estivemos representados na fase nacional do torneio que se re-alizou em Braga, nos dias 2 e 3 de Junho. A nossa escola esteve re-presentada pela equipa de juniores feminino, constituída pelas alunas Silvana Dias (11ºB), Maria Vechina (12ºA), Joana Peixinho (11ºA) e Be-atriz Paz (11ºA). Neste torneio esti-veram presentes, além da equipa da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, quinze equipas vindas de todo o país. Durante todo o torneio é importante enaltecer a entrega nos jogos, o companheirismo, o fair-play e a boa disposição, demonstrado pelas alunas durante toda a compe-tição. Além disso, só temos de estar orgulhosos do 4º lugar obtido (entre 15 equipas).

Tiago Lopes

COMPAL AIR

Grupo/Equipa FutsalDurante todo o ano letivo, o grupo/equipa de futsal treinou duas vezes

por semana com o intuito de se preparar para os jogos com outras escolas. Após os vários encontros com as diferentes escolas do grupo, a nossa equi-pa ficou em 4º lugar. Durante todo o ano, quer nos treinos quer nos jogos dis-putados, prevaleceu sempre a boa disposição e um bom espírito de grupo. No próximo ano letivo esperamos que a equipa continue a revelar a mesma atitude e os bons resultados desportivos.

João Paulo Sousa

desporto

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Clube do Mar

Os treinos foram iniciados na primeira semana de aulas e termi-naram na última semana de aulas do terceiro período. Num total de 31 treinos previstos, foram dados 31. Apenas não coincidiram com o nº de semanas de aulas, devido a terem existido 4 feriados às quintas-feiras, que é o dia do treino semanal.

Frequentaram os treinos um total de 19 alunos inscritos, mas a média de alunos presentes nos trei-nos foi inferior (próximo de dez). As baixas temperaturas e alguns dias de treino com chuva, foram as prin-cipais causas.

Foram organizadas duas com-petições, em 9 de maio e em 6 de junho, que tiveram a participação de todas as escolas da zona de Aveiro com oferta de Desportos Náuticos aos seus alunos: Secundária da Ga-fanha da Nazaré, EB 23 da Gafanha da Nazaré, EB 23 Aires Barbosa de Esgueira, Colégio de Calvão, Institu-to Duarte Lemos de Trofa-Águeda e EB 23 Fernando Caldeira de Águe-da. As provam realizadas foram de Canoagem (velocidade e resistên-cia), de barcos à vela modelo Opti-mist e barcos à vela modelo L’Equip.

As instalações e equipamento do Clube do Mar também serviram para as aulas de Educação Física de algumas turmas desta escola, bem como para algumas turmas de outras escolas que nos solicitaram.

António Mariano

O grupo/equipa de ténis de mesa Mesa do Desporto Escolar teve ao longo do ano uma grande adesão por parte dos alunos, em es-pecial os do ensino básico.

Apesar de existirem cerca de 30 alunos inscritos, nem todos iam regularmente aos treinos devido a incompatibilidades de horário. Por esse motivo, foram realizados al-guns treinos extra num dia diferente para dar oportunidade aos alunos, especialmente aos do ensino secun-dário que não tinham horário com-patível com os treinos regulares, de participarem em treinos e terem tam-bém hipótese de ir às competições.

Os alunos mais assíduos par-ticiparam em todas as competições para que foram convocados, mas apenas 1 aluno, o Daniel Encarna-ção, chegou à fase regional.

Os treinos decorreram num am-biente de boa disposição e de con-vívio saudáveis entre os alunos e a professora.

É de salientar e de louvar a ideia de se terem colocado mesas de Té-nis de Mesa na sala de convívio dos alunos, uma vez que esta medida, além de fomentar a prática despor-tiva, faz com que haja um maior envolvimento por parte dos alunos pertencentes ao grupo de Desporto Escolar, e também aos que não ti-veram disponibilidade horária para a sua frequência.

Penso que esta medida levará também a uma ainda maior adesão à modalidade no próximo ano letivo.

Dorabela Maia

Ténisde mesa

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ESCOLA ABERTA

No dia 25 de maio realizou-se o Dia da Escola Aberta. Seguindo a tradição de anos anteriores, durante este dia decorreram na escola di-versas atividades organizadas pelos diferentes grupos disciplinares. O grupo de Educação Física deu o seu contributo apresentando atividades de Montanhismo e um torneio de té-nis de mesa.

No montanhismo os alunos pu-deram realizar slide, rapel, parale-las e tirolesa. O torneio de ténis de mesa decorreu com um elevado es-pírito competitivo e de fair-play.

Todas as atividades apresenta-ram uma elevada adesão por parte dos alunos e professores, tendo de-corrido dentro de um espírito de con-vívio, alegria e entusiasmo.

Inês Ferreira

desporto

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No dia 5 de Maio de 2012, re-alizou-se no Complexo de piscinas Luís Conceição Lopes em Coimbra, o Campeonato Regional de Nata-ção Desporto Escolar. Esta prova destinou-se a alunos inscritos nos Estabelecimentos de Ensino repre-sentativos de cada Equipa de Apoio às Escolas que compõem a Direção Regional de Educação do Centro (Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Guarda e Viseu), de acordo com as qualificações em fase ante-cedentes, nos escalões de Iniciados e Juvenis, em ambos os sexos e no nível avançado (nível 3).

A organização desta prova foi da responsabilidade da Direção Regional de Educação do Centro (DREC) e da Equipa de Apoio às Escolas de Coimbra, contando com a colaboração do Agrupamento de Escolas de Coimbra e da Câmara Municipal.

A Equipa de Apoio às Escolas de Aveiro foi representada por 11 estabelecimentos de ensino, totali-

CAMPEONATO REGIONAL

No dia 5 de Maio de 2012 reali-zou-se o Campeonato Nacional Na-tação Desporto Escolar no Comple-xo de piscinas Municipais da Póvoa do Varzim, evento organizado pela DREN. A nossa escola foi represen-tada pelos alunos Oleksandr Myed-vyev do 9ºB e Cláudio Gomes do 11ºC. Este consagrou-se campeão Nacional na prova de 50 Mariposa e 3º lugar nos 100 livres. Caso a representação Portuguesa participe nos jogos FISEC a realizar em Malta, o Cláudio integrará a comitiva.

Manuela Sequeira

zando 45 alunos, dos quais 8 repre-sentaram a nossa escola – Andrei Zinca, Oleksandr Myedvyev, Sara Rocha, Cláudio Gomes, Maria Spi-nola, Mariana Machado, e 2 árbi-tros, Diogo do Bem e Adrian Ciu-pageanu. A nossa equipa (ESGN) realizou uma boa prestação, obten-do 1 primeiro lugar, 4 segundos, 2 quartos lugares e 1 quinto lugar. Ob-tivemos a qualificação de 2 juvenis para o Campeonato Nacional, que se realizaram nos dias 25 e 26 de Maio na Póvoa do Varzim –Cláudio Gomes e Oleksandr Myedvyev . Parabéns!

Em termos coletivos, o Campe-onato foi bem disputado, a equipa de Aveiro teve uma grande partici-pação, tendo sido a 1ª classificada, com 834 pontos, a 2ª classificada foi Coimbra, com 613 pontos, a 3ª classificada Viseu, com 384 pontos, 4ª classificada Castelo Branco, com 344 pontos, a 5ª classificada Guar-da, com 290 pontos, e a 6ª classifi-cada Leiria, com 136 pontos.

Manuela Sequeira

CAMPEONATO NACIONAL

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NATAÇÃO 2012

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Bela estreia! Chuva, chuva e mais chuva! Cinco mil e oitocentos alunos dentro do pavilhão aos gritos, aos saltos, a cantar. Lindo!

Feito o acolhimento, foi hora de encetar uma caminhada pelas ruas de Estarreja. Mas eis que S. Pedro ficou de mau humor e zás! Chuvada para cima de todos! Eis-nos quais pintos molhados da cabeça aos pés, mas felizes. Afinal, andávamos a

mais pesadas e a mensagem do Sr. Bispo deixou de ser ouvida… Cada um corria, o mais depressa que po-dia, à procura de um local de abrigo.

A partida aconteceu por volta das dezasseis horas. Se nessa altura havia chuva? Claro que havia chuva!

Apesar do mau humor de S. Pe-dro, foi um dia muito bem passado. Acreditem!

Dulce Carlos

mostrar o elevado número de alunos inscritos na disciplina de Educação Moral Religiosa Católica. Para o pró-ximo ano, esperamos que sejam ain-da mais.

Ao almoço partilhado, houve música, alegria e, imagine-se, sol, muito sol. Infelizmente tratar-se-ia de sol de pouca dura. Devagar, deva-garinho, as nuvens foram chegando, cada vez mais cinzentas, cada vez

Interescolas de EMRC – Estarreja 2012

moral

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O XII encontro inter-escolas de EMRC realizou-se em Estarreja, no passado dia quatro de maio de 2012. Este evento contou com a presen-ça de cerca de cinco mil alunos de EMRC, e nem a chuva os impediu de se divertirem. O tema principal foi a “Família, Porto de Abrigo” e todas as escolas pertencentes ao distrito de Aveiro representaram-no muito bem. O pavilhão municipal de Estarreja foi “invadido” por cartazes referen-tes ao nosso porto de abrigo, que é a família, e foi de muito agrado ver alguns trabalhos magníficos. É de

realçar a atuação que uns alunos da ESJE fizeram, foi simplesmente brilhante e nós aplaudimo-los de pé. Realmente a dança e o teatro podem retratar a família e o quanto impor-tante ela é para nós. No decurso do inter-escolas, muitas atividades se sucederam: desde a caminhada até à visita habitual do Bispo de Aveiro. A caminhada foi “molhada”, no entan-to foi muito festiva e as escolas par-ticiparam ativamente com palmas, bandeiras e cânticos, contagiando as ruas da cidade, pela manhã. A tarde foi recheada de festa, de ateliês, de

XII INTERESCOLAS

EMRCbarraquinhas e de jogos. Contudo, foi de desagrado de muitos jovens o cancelamento dos desportos radi-cais, devido à chuva. Eles espera-vam fazer algo que ainda não tinham feito nos outros encontros de EMRC e os desportos radicais marcariam a diferença, em Estarreja. Mas, os alu-nos divertiram-se bastante, apesar do mau tempo. Neste encontro, es-teve presente muita alegria e, acima de tudo, união e amizade. Este dia foi repleto de festa e de paz. Ser EMRC é ser diferente!

Mariana de Almeida

moral

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“Nossa, nossa” what an ama-zing week we had! All started on Sa-turday, the 26th when we arrived in Barcelona, and went to Artés to meet our hosts (Queralt, Anna Carol, Eva, Maria, and Jan).

On the next day, we went to Bar-celona, where we had the chance to visit the Sagrada Familia, which was amazing: all the detail work of Gau-di was expressed on that cathedral, even though, it’s not finished yet! After lunch we visited “La Pedrera”, one of Gaudi’s best know buildings and walked along “Passeig de Gra-cia”, and “Plaça Catalunya”.

Catalonia

All the students received us with love and care. On the first day, Sunday, we went to the school, whe-re we saw some of the Catalan stu-dents performing typical dances and music. After that, all the countries presented their works about the vi-sit to Portugal and Art Noveaux. This took longer than it was supposed to, and we could only think about lunch! Then we went to visit Artés.

comenius

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On Tuesday we went to the scho-ol, where we attended some classes , a very interesting experience, because we could see how different they were. As we were with different students, from different classes, we attended Biology, Technology, Math, Catalan and Latin. After classes, everybody went to Sant Benet Monastery where we did workshops on the origin of some kinds of food, and prepared hot chocolate, lemon juice, and a typical drink from Catalonia. To end the day, we walked through Manresa, while the Spanish students explained us the most beau-tiful modernism buildings.

On the fourth day of our visit, we worked in multinational teams on pre-defined outcomes (for a newspaper), and presented the results to every-body. After having lunch in the school canteen, we went together to “Forn de la Calç”, where we attended workshops on traditional dances, and painted tiles on the style of the artist Gaudi.

On Thursday, all the students and teachers went to Montserrat to visit the Choir of Escolania de Montserrat, a school where young boys go to study music, and to be part of the choir. Also, some people went for a long walk in the beautiful mountains of Montserrat; des-pite being very tiring, because it was re-ally hot, the walk was absolutely worth the effort.

On that same day, at 8:30 pm we had to go to a final dinner, which was a great party organized by our hosts and their families. There was a lot of mu-sic, and we all sang for the entire time, very happily, because on the next day we would have to say goodbye to our friends.

Sadly, the last day arrived. We went to Barcelona again, but this time we visited the Parc Güel (from Anto-ni Gaudi), and in the afternoon, we walked through the Rambles and went to see Barcelona sea port.

Finally we took the bus to the airport where, unfortunately, we had to say goodbye to our new friends. We arrived to Portugal more or less at midnight. We were tired but happy, with smiles in our faces and with the certainty that we had had a lot of fun and that we had made some great friends and been through awesome experiences together.

The only thing left to say is that it was a truly amazing week and that the will of going back to Artés to visit our friends is huge! A big thank you to the Comenius Project, for giving us the opportunity to meet amazing places and people!

Sofia Roque, João Correia, Mariana Vaz, Inês Vaz, Francisca Lima

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No passado dia 10 de Abril, os alunos do décimo ano deslocaram-se ao Porto numa visita de estudo, no âm-bito das disciplinas de Filosofia e Por-tuguês.

Museu de Arte Contemporânea de Serralves

Um dos museus visitados foi o de Arte Contemporânea, onde o assunto central era Raymond Roussel, um po-eta, dramaturgo e romancista francês do início do século passado (Paris, 1877-Palermo, 1933). Conhecido prin-cipalmente pela sua extravagância e singularidade, quer nas suas narrativas quer como pessoa, Raymond Roussel defendia a ideia de que toda a obra ar-tística ou literária deve partir apenas de elementos imaginários. Por isso mes-mo é que ele representou uma forte in-fluência para os surrealistas e dadaís-tas, que o tornaram conhecido, apesar de não ter sido um autor muito lido.

ciava VIctorien Sardou, Handel, Voltai-re, Shakespear, Camille Flrammarian e Victor Hugo, entre muitos outros, os quais considerava como “mentes bri-lhantes”. As personagens que inventou , tais como o ilustrado Martial Contarel na obra “Locus Solus” (que é o nome da exposição de Roussel), ou o Clube dos Incomparáveis em “Impressões de África”, ostentam a estrela na testa, que é a marca física da genialidade. Apesar de ter viajado muito, estas obras são o resultado da sua imaginação e não da realidade, mas como tinha bastante dinheiro, também fez as suas próprias produções teatrais, com o objetivo de educar os outros, ao ponto de pagar ao publico para assistir à representação das suas obras.

Entre os vários admiradores de Roussel encontra-se Marcel Duchamp, o dadaísta que criou a obra máquinas celibatárias, provavelmente influencia-do pelo escritor (seu percursor). Tam-bém Max Ernst e Francis Picabia foram influenciados por Roussel, exprimindo nas suas obras as sensações que ti-nham e o que lhes ia no inconsciente, como bons percursores do surrealis-mo, nomeadamente de Salvador Dali, outro admirador de Roussel.

Ana Almeida, André Silva, Carolina Rocha e Soraia Calisto

Jardim da Casa de Serralves

O jardim da casa de Serralves é dos maiores dos museus de Portugal e dos que se podem visitar no Porto, com exceção do jardim botânico e do parque da cidade. Foi criado em 1925 para servir de jardim para uma senhora francesa que veio morar para Portugal. A sua arquitetura foi influenciada pela Arte Nova e Arte Deco, daí que apare-çam linhas retilíneas e uma composi-ção simétrica com espaços geometri-zados. Foi considerado, em Portugal, um dos primeiros exemplos de arte do jardim da primeira metade do século passado. Este novo jardim ordena-se

em dois eixos perpendiculares entre si, o principal estrutura-se de norte a sul na direção do Rio Douro, enquanto que o outro liga a residência à aveni-da Marechal Gomes da Costa. A mata alberga o Lago da Quinta do Lordelo, assim como a Quinta do Mata-Sete, onde se encontram campos agrícolas para cultivo e pastoreio. A Parte sul do percurso, bem como o tanque em que desembocam os vários caminhos, dá para a casa agrícola, com a qual termi-na o jardim.

Uma vez por ano Serralves está em festa e este jardim enche-se de gente para assistir a espetáculos mu-sicais e de teatro de rua, incluindo circo (mas sem animais, com acrobatas ou palhaços), mas também a workshops e outros eventos. As portas do jardim ficam abertas durante 48 horas, permi-tindo também o acesso grátis ao Mu-seu, às feiras do livro e de artesanato urbano, assim como às lojas e à casa de Serralves. Mas também podemos ir visitar de borla os jardins e o Museu todos os domingos de manhã, sem a quantidade de pessoas que enche Ser-ralves em festa.

David Barbosa, Ana Carolina, Francisco Almeida, Silvelys Nebraska

Raymond nasceu numa família da alta burguesia, educada e culta. Depois da Guerra, em 1918, passa a evitar qualquer tipo de relação social e viaja à volta do mundo, influenciado pelas suas leituras, nomeadamente pela obra “Volta ao mundo em oitenta dias”, de Jules Verne. Também apre-

Visita de Estudo ao Porto

saídas

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Exposições de Fotografia na Cadeia da Relação

Na visita à cadeia da Relação foi-nos possibilitada a visualização de quatro exposições, entre as quais des-tacamos a: Way Home, as Mulheres de Camilo e as fotografias do Afeganistão.

A primeira procura deliberada-mente o confronto entre o mundo inte-rior e o mundo exterior, composto por tudo aquilo que rodeia materialmente a pessoa no seu percurso de regresso a casa, pois só através desse confronto é possível caracterizar a pessoa no seu caminho introspetivo. O percurso do regresso a casa carrega um profundo manto de solidão e algum alheamen-to, é um caminho que transporta um enorme sentimento de ansiedade para chegarmos de novo ao nosso espaço e estarmos junto daqueles de quem mais gostamos. O tempo parece mes-mo adquirir uma outra dimensão, os nossos movimentos são meras repro-duções mecânicas. Assim, Way Home encontra-se mais próximo de um regis-to concetual do que documental. Não interessam tanto os locais, os meios de transporte e os objetos que acom-panham a pessoa no seu regresso a casa, mas antes as experiências sub-jetivas quotidianamente repetidas por cada um de nós. É exatamente esse o objetivo dessa exposição, que cada uma das pessoas, que observa as ima-gens na sua singularidade, se reconhe-ça no seu próprio regresso a casa.

A exposição “Mulheres de Cami-lo” retrata as nove mulheres que mais marcaram a personalidade do escritor Camilo Castelo Branco, nomeadamen-te Ana Plácido, com quem ele esteve preso nesta cadeia, acusados de crime de adultério. É ela o mote para esta exposição, a mulher que mais tempo passou junto de Camilo, aquela que

supostamente reuniu o que todas as outras foram para ele. A homenagem a Ana Plácido não é só por ela ter sido a mulher cuja presença fez, em grande medida, que Camilo fosse como foi e que escrevesse como escreveu, mas é mais uma homenagem à mulher como Camilo a mitificou, assim como uma homenagem a um dos grandes escri-tores portugueses pela capacidade que teve em fazer viver na sua ficção as mulheres, nos seus múltiplos e infinitos comportamentos e sentimentos.

A última exposição é constituída por fotografias de João Silva no Afe-ganistão, tendo como objetivo sensibi-lizar as pessoas para o que acontece nesse país, assim como para todos os horrores relacionados com as guer-

ras e a fome. Este fotojornalista tem trabalhado, desde 2000, para o New York Times, em regime de exclusivida-de. Desenvolveu inúmeros trabalhos numa diversidade de países e locais, entre eles a Georgia, o Líbano, Israel, o Iraque, o Afeganistão, o Paquistão, a Somália, o Sudão, Angola e os Balcãs. Em Outubro de 2010 ficou gravemente ferido após pisar uma mina, quando in-tegrava uma patrulha a pé com solda-dos americanos, por isso se encontra atualmente a recuperar dos ferimentos num Centro Médico Militar nos Estados Unidos.

Sara Batista, Sara Gonçalves e Silvério Pereira

Centro Português de Fotografia

A Cadeia da Relação, onde hoje se encontra instalado o Centro Portu-guês de Fotografia, foi em tempos uma prisão, que começou a ser construída em 1767, tendo sido concluída 30 anos depois. Nessa prisão, distribuída por vários pisos, os prisioneiros da classe social mais baixa eram colocados ao nível do rés-do-chão, com as piores condições possíveis. À medida que su-bíamos de piso, as condições melho-ravam e os prisioneiros eram de uma classe social superior. Ao contrário do que se passa atualmente nas prisões portuguesas, até à segunda metade do século XX, nas prisões portuguesas não eram fornecidas aos prisioneiros formas para satisfazerem as necessi-dades básicas, como a alimentação e os cuidados médicos, pelo que tinham de contar com a ajuda de familiares.

O Centro Português de Fotogra-fia promove o conhecimento, a salva-guarda e a valorização do património fotográfico de documentos de elevada importância e interesse nacionais. Mas na atualidade, é no antigo edifício da cadeia que podemos assistir às expo-sições organizados pelo CPF, assim como à exposição permanente de má-quinas fotográficas, que se encontra no Núcleo Museológico de António Pedro Vicente, onde podemos observar uma rara e valiosa coleção de câmaras fo-tográficas, incluindo exemplares raros de câmaras de estúdio e câmaras de campo em madeira. Apresenta ainda uma variedade de materiais e equipa-mentos fotográficos, como flashes, ex-posímetros, químicos e equipamentos de laboratório.

Ana Teixeira, Fábio Maia, Mariana Almeida e Miguel Vieira

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Museu Nacional da Imprensa

O Museu foi inaugurado em abril de 1997, em homenagem a Guttenberg, e tem como objetivo mostrar outra for-ma de olhar para um museu tradicional. A missão deste museu é inventariar e recuperar o património tipográfico e da imprensa do país. A exposição perma-nente do museu tem o nome de Memó-rias Vivas da Imprensa e encontra-se na sala Rodrigo Álvares, chamado de Gutenberg português, por ter impres-so no Porto dois livros, a pedido de D. Diogo de Sousa, bispo do Porto. O vi-sitante poderá realizar um percurso his-tórico pelos equipamentos e peças que se encontram, muitos deles, prontos a ser utilizados e manuseados, verdadei-ras memórias vivas da imprensa, sendo algumas delas autênticas relíquias da indústria gráfica, conforma é divulgado no site do próprio Museu.

O museu é propriedade de uma entidade cultural privada e sem fins lu-crativos, sendo uma peça fundamen-tal para a história do desenvolvimento científico e tecnológico do país, pois nele se podem encontrar diferentes má-quinas para realizar uma diversidade de funções relacionadas com a impressão, a fundição, a encadernação e a com-posição. Na área da impressão, exis-tem uma série de prelos, sendo o mais emblemático o de madeira, do século XVIII, assim como máquinas cilíndricas e rotativas, sendo possível imprimir ma-nualmente textos e gravuras alusivas a atividades do Museu. Na parte da fundi-ção, existem coleções de posições, ma-trizes e moldes, para a execução ma-nual dos tipos, inclusive uma máquina francesa da marca Foucher, do inicio do século XX, que realiza a fundição auto-mática de carateres, o que possibilitou uma produção mais barata e abundan-te. Relativamente aos acabamentos, há a destacar as peças manuais france-sas, difíceis de encontrar noutro local. Na área da composição, dividida em manual e mecânica, há cavaletes com tipos em chumbo, galés, gravuras, vi-nhetas, etc.

No andar de cima, há também a exposição de miniaturas topográficas, com aproximadamente 160 miniaturas, que retrata alguns dos instrumentos

e impressoras utilizados quase até os nossos dias. Mas o que os visitantes mais novos costumam gostar mais é de manusear as máquinas e puderem ser eles próprias a fazerem a impressão. A visita ao Museu possibilita a aprendiza-gem sobre como eram feitos os jornais e revistas até a nossa época, daí que alguns alunos comentassem: estas má-quinas são o computador do passado!

Ana Amarante, Beatriz Casqueira, Catarina Santos, Diana Ferreira

PortocartoonCom início em 1999, o PortoCar-

toon é um evento que reúne centenas de cartunistas, que todos os anos con-correm com os seus desenhos originais, obedecendo a um tema previamente estipulado. Na galeria virtual aparecem os melhores desses trabalhos, que tam-bém são expostos na cave do Museu da Imprensa, com uma linguagem universal e com um apelo constante à mudança, para que a liberdade seja o principal valor numa democracia.

A exposição ainda patente no Mu-seu da Imprensa corresponde aos carto-ons que concorreram em 2011, cujo tema

etc. É claro que a utilização da tecnologia afeta a nossa comunicação, pois fica-mos tão agarrados a ela, que deixamos de comunicar com as pessoas em redor. Se os avanços da tecnologia por um lado são benéficos, por outro transformam as pessoas em viciadas, não conseguindo largar o telemóvel, o computador, a tablet, etc. Os cartoons podem ser considerados obras de arte, devido a serem muito cria-tivos, imaginativos, a transmitiram uma mensagem, que no entanto pode ser en-tendida por cada um da forma que quiser.

O Museu ainda tem uma pequena exposição sobre o Ambiente, acerca da forma como o tratamos, sugerindo que devemos mudar as nossas atitudes e representando os vários malefícios pro-vocados pela humanidade no meio am-biente, entre eles os oceanos manchados de petróleo. Nas salas interiores estão expostos os cartoons mais conhecidos das exposições dos anos anteriores, os premiados e também os utilizados na im-prensa portuguesa, assim como uma ex-posição de jornais do século passado, em que são destacados alguns dos grandes escritores portugueses. Logo à entrada dessas exposições, estão os espelhos do riso, que nos fazem parecer caricaturas e que realmente nos fazem rir!

Fábio Maia, João Fernandes, Pedro Martins e Vasilisa Kryzhanovska

foi “Comunicação e Tecnologias”. O gran-de vencedor foi Zygmunt Zaradkiewicz, sendo o segundo prémio atribuído a Jena Plantureux Plantu, com uma imagem que representa o poder, o da guerra e o da religião contra o da escrita, e o terceiro prémio foi atribuído a Fernando Saraiva, com a escultura do “Homem Digital”, de um ser com duas pernas e um dedo, o que serve para teclar!

O objetivo da exposição é criticar a nossa dependência exagerada das tec-nologias, como é demonstrado no cartoon de Zoran Petrovic, em que se apresenta um armário com várias pens e a cabeça de um senhor, que tem uma posta USB na cabeça, tendo cada pen informações diferentes: job, relax, funny, sex, sports,

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No dia 20 de Março, alunos de quatro turmas do 11ºano dirigiram-se ao Pavilhão do Conhecimento, em Lis-boa, no âmbito de uma visita de estudo da disciplina de Filosofia, com o objeti-vo principal de perceber as caraterísti-cas do conhecimento científico. Neste Pavilhão, foram visitar quatro salas, em que puderam fazer quase cem experi-ências. Mesmo logo à entrada, encon-traram uma mesa e cadeiras de gran-des dimensões, que lhes permitiram ter uma perspetiva diferente do mundo. As experiências que fizeram permitiram também que comprovassem muitos dos conhecimentos científicos já ob-tidos e por isso mesmo se depararam com as caraterísticas da ciência, que incluem ser: objetiva, factual, metódica, sistemática, verificável, falível, teórica, abstrata, crítica e rigorosa. Para que se garanta a validade das teorias científi-cas, é necessário comprová-las e são precisamente este tipo de experiências que nos permitem refutar ou apoiar as teorias em que acreditamos. Se elas forem refutadas, então reformulam-se, caso contrário a ciência não evoluía.

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No Museu de Farmácia depara-ram-se com a evolução do conheci-mento científico, desde o passado até ao presente, desde o senso comum à ciência. No passado, as farmácias eram baseadas na experiência de vida e nas crenças, por isso mesmo eram os feiti-ceiros e curandeiros que tratavam das doenças. Os primeiros medicamentos eram provenientes da natureza apenas, feitos com plantas, que ainda agora fa-zem parte da maioria dos medicamen-tos. Neste Museu constataram também uma série de curiosidades relativas à saúde, entre elas: na antiguidade, os frascos dos medicamentos tinham a forma das partes do corpo a que se destinavam, de modo a não existirem enganos quando fossem aplicados ou tomados; usavam-se excrementos de crocodilo para evitar gravidezes inde-sejadas, entre muitas outras coisas; os primeiros preservativos eram feitos com tripa e adornados, mas não evitavam nem as doenças sexualmente trans-missíveis nem a gravidez; a sua posse simbolizava um estatuto social elevado, por isso eram reutilizáveis e passavam

de geração em geração; no século passado, pensava-se que a radioativi-dade fazia bem à saúde, de modo que era uma das caraterísticas assinalada como positiva nas águas termais.

Foi um dia engraçado, apesar dos atrasos, do autocarro e dos alunos, da música pimba e do relato de futebol, do raspanete por causa dos guinchos no Pavilhão do Conhecimento, das corre-rias a subir para o Museu de Farmá-cia, e das visitas a este Museu terem tido demasiados alunos num só grupo, mesmo assim sentiram-se compensa-dos pelo convívio entre colegas, pela boa disposição do Senhor Zé Maria, natural de Guimarães, pela paciência dos guias, pelas experiências que fi-zeram e por tudo o que aprenderam de novo. Mesmo quando não se aper-cebem, aprendem e muitas vezes são estas aprendizagens, feitas sem esfor-ço, que podem vir a marcar o resto da vossa vida.

Todos os alunos do 11º C

Do Senso-comum à Ciência

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Durante cinco dias, no passa-do mês de março, treze alunos do 9º ano de escolaridade da ESGN (Escola Secundária da Gafanha da Nazaré), acompanhados por duas professoras, viveram uma experiência única na ca-pital Inglesa.

Tratou-se de uma visita de estudo a Inglaterra, focando aspetos relativos às várias disciplinas que completam o currículo do 9º ano.

De uma forma clara e objetiva, foram estudados temas relacionados diretamente com as disciplinas de In-glês, Matemática, História, Ciências Naturais e Geografia. De forma indi-reta, todas as outras disciplinas, que completam o 9º ano de escolaridade, foram também exploradas.

Foram apreciadas obras de arte de alguns dos nomes mais importan-tes da arte mundial no Tate Modern, espaço dinâmico para uma das princi-pais coleções de arte contemporânea. As alucinantes experiências vividas no Museu da Ciência e no Museu de História Natural constituíram um mo-mento em que a diversão e a cultura se misturaram de forma mais rica, propor-cionando aos alunos uma “viagem” no tempo e no espaço, simultaneamente

recheada de fantasia e conhecimento. Foi igualmente estabelecido contacto com novas culturas e criações, com a visita ao British Museum (Museu Britânico), um dos maiores e mais anti-gos museus do mundo, onde estavam patentes tesouros que datam desde a Pré-História até ao tempo presente e raros exemplares de várias culturas como por exemplo, a cultura egípcia, a grega e a asiática. As coleções apre-sentadas nestes museus e galerias criaram impacto em todos, quer pelas temáticas representadas, quer pela imponência de alguns dos exemplares expostos.

Além destes espaços, os alunos tiveram a oportunidade de desfrutar

rua, fizeram a delícia de todos, espe-cialmente em Covent Garden, onde visitantes, moradores e artistas de rua enchem a Piazza dia e noite, como acontecia há vários séculos.

Em Camden Market, a visuali-zação dos Punks, um fenómeno dos anos 70 e 80, causou impacto, pelas suas roupas e cabelos característicos.

dos mais emblemáticos cartões de vi-sita da capital inglesa, nomeadamen-te, Big Ben, Tower of London, Tower Bridge, St. Paul’s Cathedral, Trafal-gar Square, Downing Street, Houses of Parliament, entre outros.

Ficou também registado na me-mória de todos, a Westminster Abbey (Abadia de Westminster), em pleno centro de Londres, onde são coroados os reis de Inglaterra desde 1066.

Sendo Londres uma das cidades do mundo que possui mais verde, 1700 parques que cobrem uma área de 174 km 2, os parques e jardins também fo-ram alvo da curiosidade dos alunos. Em Green Park, Hyde Park e St. Ja-mes Park, tiveram a oportunidade de apreciar a natureza, as alamedas, os

ESGNem LONDRES

canteiros maravilhosos repletos de flo-res e também alimentar os pássaros e esquilos que circulavam livremente.

Piccadilly é a principal artéria do West End. Já se chamou Portugal Street. Por ser uma zona de compras e diversão, com multidões e vistosos anúncios com luzes de néon, Picca-dilly Circus foi uma das zonas mais apreciadas pelos alunos. De igual modo, foram também visitados e muito apreciados o Harrod’s, o mais famoso centro comercial londrino, que teve a sua origem em 1849 e o Hard Rock café.

Os passeios pelas zonas histó-ricas e os espetáculos gratuitos de

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Our trip to London last March was an experience we will not possibly for-get. Apart from the beautiful things we saw in this busy and bustling city, it was a unique time for learning, having fun, showing some more responsibility, sha-ring, in short, growing up. It was also a time for new experiences, I mean first time experiences (and do not get me wrong, please!).

Let me explain: it was the first time some of us were away from our families, travelled by plane, ate fish and chips in a typical British pub or went to Harrod’s. For many, it was the first time they took the crowded London under-ground, visited two museums and an art gallery on one day, bought a Hard Rock T-shirt or a few souvenirs on Oxford Street. At last, and for all of us, it was definitely the first time we took the Blackwall Tunnel underneath the River Thames, went on the London Eye (a symbol of modern England), fed the squirrels at St. James’s Park (the oldest of the Royal Parks in London) or walked along Camden Market.

I would say that we “flew higher” as a class because of students’ deter-mination. As the Chinese proverb goes “a journey of a thousand miles begins with a single step”. That’s how 9th A started about two years ago, selling their first cake in the school cafeteria to raise money for the trip.

For me, as a teacher, it was a very rewarding and inspiring moment.

I want to thank everyone who hel-ped this trip come true and that inclu-des the students who couldn’t join us for some reason. They were always here to lend a hand in the activities.

Ana Paula Cebola

Em várias situações e espaços sentiu-se que Londres será a anfitriã dos Jogos Olímpicos de 2012, pois os preparativos, restaurações, pinturas e novas construções, não deixaram dúvidas que está a ser preparado um grande evento.

Para o último dia ficou guardada uma das emoções mais excitantes para os jovens visitantes, a “viagem” no London Eye. Foi certamente um dos momentos que perdurará, pois permitiu visualizar numa roda gigante, a cidade de Londres, numa das 32 ca-bines, durante cerca de 30 minutos, a uma altura máxima de 135 metros.

Muito mais se poderia dizer, mas fica aqui o “bichinho” para incentivar outros grupos e outras visitas…

Dalva Domingues

Impressions of Londonsaídas

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Dia 10 de abril de 2012, céu en-coberto, temperatura amena e muito que contar dos dias de férias acaba-dos há pouco. O dia começa cedo e com entusiasmo. Em breve estare-mos a caminho de Lisboa para um dia que promete ser diferente.

Após cerca de três horas de via-gem, acompanhados pela chuva que insistia em envolver o autocarro, lá chegámos ao nosso destino. Primeira paragem, Centro Cultural de Belém, Museu Coleção Berardo. Edifício de linhas retas e modernas, estrutura im-ponente e cores claras, depressa nos deixamos embrenhar pelo ambiente.

Já com algum atraso, dirigimo-nos rapidamente ao encontro da guia que nos acompanhará na visita atra-vés da história da Arte Moderna, dos seus propósitos e das dificuldades em interpretá-las.

Entre Roy Lichtenstein, Andy Warhol, Jeff Koons e tantos outros ar-tistas, materializados em esculturas, pinturas ou instalações, espalhadas pelas diversas salas do museu, a vi-sita passou a correr, embrenhados pelas explicações da guia, que nos ia conduzindo a ver para além do per-cepcionado.

Algumas fotos depois e após mais de duas horas repletas de refle-xões, muita arte e já com uma visão mais alargada e esclarecida, a visita acaba. De volta ao exterior, onde o céu já está mais limpo, encaminha-mo-nos para o autocarro que nos espera e que nos transportará até à Praça de Espanha, onde almoçamos, recarregamos energias e nos prepa-ramos para a próxima visita, desta vez ao Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.

Visita de Estudo a Lisboa 12ºC

Já na Fundação Gulbenkian, somos recebidos pela guia. A visita decorre de forma diferente da do Mu-seu Berardo, desta vez de uma forma mais lúdica e reflexiva. Começamos por observar quatro grandes pinturas de cores alegres, passando depois para várias séries de fotografias e ins-talações de diferentes artistas.

Terminada a visita regressamos para o autocarro, preparando-nos para o regresso à escola.

Um dia diferente, cheio de bons momentos e agradável companhia, que chegara ao fim, mas que se man-terá interminável na memória. Um agradecimento especial à professora Eva Ferreira, por nos ter acompanha-do, e às professoras Cristina e Ana Luísa, que tornaram o dia mais agra-dável.

Alunos do 12º C

saídas

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oferta formativa

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Visita de estudoTurmas dos Cursos Profissionais 10.º E e 10.º F

14 de março de 2012

Seia

Características físicas e identidade cultural

Seia - É sede de um municí-pio com 435,7 km² de área e 24 702 habitantes. O município é li-mitado a norte pelos municípios de Nelas e Mangualde, a nordes-te por Gouveia, a leste por Man-teigas, a sueste pela Covilhã, a sudoeste por Arganil e a oeste por Oliveira do Hospital. Seia, é uma região de relevo acidentado e bastante montanhoso.

Neste município está locali-zado o ponto mais alto de Portu-gal continental, a Torre, na Ser-ra da Estrela, com 1 993 metros de altitude. Situada na vertente ocidental da serra da Estrela, a cidade de Seia fica a 550 m de altitude. O clima do concelho é temperado, com temperaturas moderadas no Verão e frio no In-verno, com temperaturas bastan-te baixas e ocorrência de neve, nas partes mais elevadas da Serra da Estrela. Quanto ao regi-me de precipitações, há uma pe-

quena estação seca que abrange os meses de Verão, de julho e agosto.

Devido à sua localização pri-vilegiada, na vertente ocidental da serra da Estrela, Seia é uma das suas entradas naturais e, por isso, um centro turístico de inte-resse, visitada anualmente por milhares de forasteiros. Possui instalações hoteleiras modernas, estabelecimentos de restauração e centros comerciais.

Tendo em conta a localiza-

ção privilegiada destas fregue-sias, que se encontram alojadas em vales cavados por rios e ribei-ras, que têm as suas nascentes no alto da serra, estas “aldeias” são, sem dúvida, palco para um encontro privilegiado com as ma-ravilhas naturais, e com as popu-lações, que mantêm ainda hoje as tradições de sempre.

Os rebanhos, o queijo, os enchidos, o azeite, as compotas, o pão e o artesanato, são o rosto da sua identidade cultural.

saídas

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Fornos comunitários: são feitos pelos habitantes dos povos em con-junto ou pelas juntas de freguesia.

Os fornos são aquecidos a le-nha para cozerem broa de milho, as-sarem carnes, etc.

Estes fornos são feitos com abóbada de pedra dura e rija. Como eram feitos para todos os habitan-tes, eram grandes, o que permitiam cozer de cada vez 5 a 6 alqueires de milho, de trigo ou centeio. Também se faziam bolos - pães leves.

Para se conhecer o pão de cada casa, o pão era marcado com símbolos, que estavam gravados em carimbos ou marcadores.

A distribuição do pão podia ser feita através de:

-burro;-bicicletas.

Fornos Comunitários

Para se conhecer o pão de cada casa, o pão era marcado com símbolos que estavam gravados em carimbos ou marcadores.

saídas

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Sabias que . . .No Egipto, o pão também ser-

via para pagar salários: um dia de trabalho valia três pães e dois vasos grandes de cerveja.

Na Europa, passou a ser cos-tume as mães darem para as filhas que se casavam um pouco de sua massa de pão, por achar que, as-sim, elas fariam um pão tão gostoso quanto o delas!

Ao longo da história, a posição social de uma pessoa podia ser dis-cernida pela cor do pão que ela con-sumia

Para os judeus, o fermento sim-boliza a corrupção. Por isso, eles só ofereciam a Deus pães ázimos, sem fermento

As pessoas que comem pão se chamam Artófagos e que essa de-signação foi dada aos egípcios?

Centeio“Tu pelas festas e pelas bodasE eu sou o que apago as faltas todas”

Dizem os cereais

Trigo“Eu ando nos palácios dos reisNas festas e nos jantaresEncho o celeiro dos ricosSou a história dos altares”

Aveia“Eu sou a areiaNegra e feia, mas quem me tiver em casaNão vai para a cama sem ceia”

Cevada“Pois eu não me gabo,Nem desgabo,Mas, quem me comer, engorda o rabo”

Milho“Sou dourado milhoQue afasta toda a po-brezaDe todas as terras sou filho,Comigo nunca falta o pão na mesa”

saídas

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No âmbito da disciplina de Serviço de Restaurante e Bar, vi-sitámos o Hotel H2O.

Este hotel pertence à cadeia hoteleira Natura IMB Hotels, com uma tipologia de 4 estrelas. Situ-ado em Unhais da Serra, dentro do Parque Natural da Serra da Estrela, este hotel dispõe de 90 quartos, dos quais 17 são suites e suites duplex com uma vista es-plêndida da vertente sudoeste da

Serra da Estrela.Possui também salas de con-

gressos e reuniões, salas de ban-quetes, Lounge bar com espla-nada, restaurante Alquimia, loja Gourmet, sala de jogos e ginásio. Além de todos estes espaços, a unidade integra um centro deno-minado Aquadome, constituído por 4 grandes áreas: AquaTermas, AquaFisio, AquaCorpus e AquaLu-dic, onde os clientes podem usu-

H2otel

fruir de diversos tratamentos.Esta unidade hoteleira aceita

estágios na área da Restauração e Hotelaria, o que seria uma mais-valia para os nossos alunos. Des-de logo, estes mostraram-se bas-tante entusiasmados com a ideia e o que lhes permitiu através desta visita terem uma visão mais am-pla do mercado de trabalho nesta área.

...mostraram-se bastante entusiasmados com a ideia e o que lhes permitiu através desta visita terem uma visão mais ampla do mercado de trabalho nesta área.

saídas

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A NOSSA ESTUFA

Imponente. Robusta. Vidros lar-gos. Branca, branca. Ei-la! Diante dos nossos olhos, aí estava a nossa estufa!

Abrimos uma das portas: um terreno, por cultivar, aguardava-nos. Organizámo-nos e agendámos tare-fas. Foi notório o empenho de todos e admirável a colaboração prestada: com esforço e saber, a terra ficou limpa e tronou-se fofa; pedra, a pe-dra, construiu-se o caminho central; as divisórias de madeira posicio-naram-se. Alfaces, cebolas, espi-nafres, cenouras, morangos, ervas aromáticas, flores, flores e flores… O espaço foi ocupado. Alguns alu-nos ajudaram nos trabalhos. A rega diária não podia falhar.

E, num instante, os malmeque-res abriram, as vistosas zínias colo-riram-se, as alstromérias cresceram. Desenvolveram-se as courgettes, os espinafres, as alfaces, os tomates e os morangos.

Os alunos da turma C, do 9º ano, trataram as divisórias, constru-íram placas identificadoras de plan-tas e fizeram um jardim suspenso, com garrafas pet.

A estufa está bonita! No seu in-terior cresceu a boa vontade de to-dos, em forma de folha verde recor-tada, flor alegre, ou fruto colorido. No próximo ano, havemos de ser mais. Não hão-de faltar ideias novas, ou-tros saberes e mais colaboradores, porque aquele espaço é importante para aprender e conviver, sem nos esquecermos de que continuamos a construir A NOSSA ESTUFA!

ECO-ESCOLAS

ecoescolas

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A Câmara Municipal de Ílhavo ofereceu a toda a comunidade edu-cativa sacos para a separação de resíduos- ECO BAGS. Na ESGN esta distribuição foi feita aos alunos pelos diretores de turma que dinami-zaram uma aula de formação cívica no sentido da prevenção e redução de resíduos e na necessidade de re-ciclagem para evitar impactos nega-tivos no meio ambiente. O pessoal não docente assistiu também a uma formação sobre a prevenção e sepa-ração de resíduos. Houve uma troca de partilha de experiências, que foi benéfica para todos os presentes.

No concelho de Ílhavo vamos aumentar a quantidade de separa-ção de resíduos e diminuir o impacte ambiental que estes produzem. Na ESGN já começámos com os nos-sos eco pontos seletivos, que se encontram espalhados pelo interior e no exterior, logo à saída da esco-la, temos os Eco Pontos, que se en-chem semanalmente.

Obrigada a todos os que cola-boram nesta proteção do ambiente e na melhoria da qualidade de vida futura.

Teresa Pacheco

ECO BAGS

ecoescolas

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Em Portugal o projeto foi en-quadrado pela AMO Portugal - As-sociação Mãos à Obra Portugal, que nasceu da organização do Projecto “Limpar Portugal”, concretizado por mais de 100 000 Voluntários no dia 20 de Março de 2010. Este evento pretende, essencialmente, promo-ver a educação ambiental e refletir sobre a problemática do lixo, do des-perdício, do ciclo dos materiais e do crescimento sustentável, por inter-médio da iniciativa de limpar as flo-restas, removendo todo o lixo depo-sitado indevidamente nos espaços verdes. A “AMO Portugal” lançou o desafio a todos os portugueses e a ESGN aceitou-o. E foi assim que um pequeno grupo de alunos da escola, maioritariamente do 10º C, alguns professores do grupo do PES e do

LIMPAR PORTUGAL

Eco Escolas, e elementos da ASPE-GA, se juntaram num sábado de ma-nhã para participar neste projeto na-cional. Os alunos deslocaram-se de bicicleta para a colónia agrícola. A responsável pelo projeto no conce-lho da Gafanha da Nazaré distribuiu os alunos, professores e encarre-gados de educação por equipas de trabalho, e foram distribuídos sacos e luvas de proteção. A responsável pelo grupo transmitiu algumas re-gras de segurança sobre a recolha e a separação dos resíduos. A ini-ciativa Limpar Portugal conseguiu, este ano, mobilizar 8.300 voluntários para recolherem 1.911 toneladas de lixo. E nós contribuímos para estes valores.

Obrigado aos que participaram! Teresa Pacheco

ecoescolas

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No âmbito do projeto Eco Es-colas, a Escola Secundária da Ga-fanha da Nazaré foi este ano agra-ciada com o Diploma de Excelência de Implementação do Programa Eco Escolas. A ESGN dinamiza este projeto há vários anos e tem sem-pre recebido o Galardão – Bandeira Verde do Eco Escolas. A avaliação externa do programa foi feita pela Direção Regional da Educação sob a supervisão da Associação da Ban-deira Azul da Europa (ABAE) e Cen-tro de Comissão Nacional das Eco Escolas. A Escola cumpriu com os 7 passos fundamentais do progra-ma que são: Conselho Eco Escolas, realização de uma Auditoria Am-biental, elaboração de um plano de ação, concretização e trabalho cur-ricular, monitorização e avaliação do programa, divulgação e elaboração do Eco Código. Das 225 escolas vi-sitadas em 2011, apenas 9,73% ob-tiveram pontuação superior a 90% e a ESGN foi uma delas.

Este foi um prémio que só foi conseguido devido ao trabalho e empenho de todos os elementos da comunidade.

Obrigado:- aos alunos que direta ou in-

diretamente participam nas ativida-des, que são propostas ao longo do ano letivo;

- aos professores da escola, em particular aos diretores de turma, pela divulgação, colaboração e em-penho nas atividades propostas;

- ao pessoal não docente, pela sua colaboração;

- aos Encarregados de Educa-ção, pelo apoio e motivação que dão aos seus educandos para a partici-pação no projeto;

- à Câmara Municipal de Ílhavo pelo apoio à concretização de algu-mas atividades;

- e ao órgão de Gestão pelo apoio que sempre deu ao projeto.

Diploma de Excelência de

Implementação do Programa Eco

Escolas

ecoescolas

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“Sim, vamos criar uma árvore”

Tal como nos foi sugerido pu-xámos pela imaginação e criámos uma árvore com embalagens da Te-tra Pak. O tema era a proteção da floresta” e o nosso tema foi “Árvore suporte vivo de vida”.

Participaram 348 escolas, em três escalões diferentes.

Depois da avaliação feita pelo Júri, a nossa escola voltou este ano a ganhar no concurso da Tetra Pak uma Menção Honrosa.

Teresa Pacheco

O Projeto Eco Escolas da ESGN inscreveu-se na campanha promovida pelo Continente “Rolhas que dão folhas”.

Esta campanha teve em vis-ta a sensibilização da comunidade escolar, seus familiares e amigos, para a recolha e reciclagem de ro-lhas de cortiça, bem como alertar

ecoescolas

“ Há Rolhas que dão Folhas”para as suas vantagens e através da qual se pretende plantar árvores no âmbito do Projeto “Floresta Co-mum”.

Até ao dia 18 de maio decorreu a recolha de rolhas e a participação empenhada de muitos fez com que muitos fossem os sacos cheios. Por cada saco de rolhas entregue, o Continente deu um vale, que ser-viu como comprovativo da entrega efetuada. Conseguimos encher 114 sacos.

Neste momento, ainda não sabemos quais as escolas ven-cedoras, correspondentes às que reuniram o maior número de vales, proporcionalmente ao número de alunos da escola.

No entanto, e independente-mente do resultado final, a equipa do Eco Escolas agradece a todos os que participaram nesta campa-nha e especialmente aos que, de uma forma tão empenhada, con-seguiram encher um tão grande número de garrafões de rolhas, no-meadamente: no ensino básico, ao 7ºE, 7ºB, 8ºA, 7ºC e 9ºC; no ensino secundário, ao 11ºD, 11ºA, 10ºA, 10ºC; e na educação e formação de adultos, ao CNO, ao EFA A e D.

Contamos sempre com a par-ticipação de todos em prol de um ambiente cada vez mais sustentá-vel! Obrigado!

ECO ESCOLAS

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ESGN participou na 2ª edição do concurso florestal europeu

YPEF – FORESTIS

Eco CódigosDe acordo com a planificação

de Formação Cívica do 7º ano, todas as turmas, por grupos, participaram na elaboração de pósteres para o Eco Código da ESGN. Os trabalhos estiveram expostos durante o mês de maio na Biblioteca da Escola e no dia da Escola Aberta, 25 de maio, os elementos do Júri constituído por diversos representantes da comu-nidade educativa elegeram os três

melhores pósteres. O póster que fi-cou em 1º lugar foi realizado pelas alunas, Beatriz Ferreira, Inês Silva Jéssica Varino e Rita Novo, do 7ºB. Este póster será enviado para a As-sociação da Bandeira Azul (ABAE) para concorrer a nível nacional com as outras escolas participantes. A realização desta atividade ajudou os alunos de todas as turmas a com-preenderem que a utilização desre-

grada dos recursos naturais colo-ca em causa a sustentabilidade do planeta Terra. Serviu também para ajudar a promover a adopção de atitudes ambientalmente corretas e revelou-se muito motivadora e muito positiva, para os alunos envolvidos e para a comunidade educativa que visitou a exposição.

Teresa Pacheco

ecoescolas

No dia 20 de abril de 2012, 15 alunos da ESGN, 12 do 12ºB e 3 do 10ºC, participaram na 2ª edição do Concurso Florestal Europeu YPEF – Forestis.

Esta atividade tinha como prin-cipais objetivos incrementar o co-nhecimento e a compreensão dos processos naturais, aumentar o in-teresse dos alunos pelas florestas e pela natureza em geral, alertar para a necessidade de uma gestão flores-tal sustentável e para a proteção dos espaços florestais contra incêndios, pragas e doenças, e contribuir para a formação de cidadãos cientifica-mente cultos capazes de participar construtivamente numa sociedade

democrática preocupada com a sus-tentabilidade.

A prova consistiu no preenchi-mento, em grupo, de um questioná-rio onde os alunos tinham de aplicar os seus conhecimentos sobre as flo-restas, parte deles obtidos da leitu-ra dos documentos facultados pela Forestis.

Os alunos do 12º B e 10ºC tra-balharam em equipa e tentaram ob-ter uma boa classificação. Apesar de não termos ficado em primeiro lugar, a nossa escola ficou bem classifica-da. Os alunos do 10ºC ficaram em 10º lugar num universo de 71 equi-pas!

Teresa Pacheco e Teresa Figueiredo

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PromoçãoeEducaçãoparaSaúdeendereço de e-mail: [email protected]

Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família

Alunos, professores e Encar-regados de Educação podem pro-curar o Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno (GAAF), no âmbito da Saúde, dinamizado pela Equipa de Educação para a Saúde e Edu-cação Sexual, para serem ouvidos, esclarecerem dúvidas, receberem informação e, caso seja necessário, serem encaminhados para um apoio fora da escola. O GAAF, localizado junto da loja escolar da nossa esco-la, disponibiliza o seguinte endereço de correio eletrónico: [email protected], que permite à comunidade escolar interagir com a equipa, disponibili-zando, também, informação no blo-gue www.esgn.pt/pes.

Equipa do PES

A equipa do projeto de educa-ção para a Saúde, em parceria com o Centro de Saúde de Ílhavo (Equi-pa de Saúde Escolar), GNR (Escola Segura e NIAVE), Cáritas Diocesana de Aveiro, Câmara Municipal de Ílha-vo e com apoio da direção executiva, professores, assistentes operacio-nais, Associação de Pais e Encar-regados de Educação e outros ele-mentos da Comunidade Educativa, promoveu ao longo deste ano letivo um conjunto de atividades direciona-das essencialmente para os alunos da ESGN. O objetivo deste projeto é o de contribuir, ajudando a desen-volver nos nossos jovens competên-cias que lhes permitam participar na vida social sem restrições e promo-ver oportunidades para dotá-los de aptidões, que lhes proporcionem tomadas de decisão concordantes com estilos de vida saudável, uma vez que os hábitos adquiridos du-rante a infância e a adolescência se repercutem na saúde dos adultos e determinam a qualidade de vida de cada um e da comunidade em que se inserem.

Esperamos que o nosso con-tributo tenha sido responsável por mudanças positivas junto da nossa comunidade escolar.

Maria João Fonte

“Projeto Saber

para Ser Mais”

Decorreu entre os dias 10 e 24 de Abril na ESGN, no âmbito do projeto de Educação Sexual, um workshop inserido no “Projeto Sa-ber para Ser Mais”, orientado pelo Dr. José Pedro Antunes, do Cen-tro de Saúde de Ílhavo e destinado aos alunos das turmas do 11º ano. Esta ação dividiu-se por 4 sessões e contou com a presença do Dr. José Pedro e da equipa de Saúde Escolar de Aveiro, na primeira e na última sessão, onde se fez respeti-vamente, a apresentação e a ava-liação do projeto. Nas duas sessões intermédias, os alunos em contexto de sala de aula, elaboraram com base em documentação previa-mente fornecida, trabalhos relacio-nados com a sexualidade e afetos. Pretendeu-se sensibilizar os alunos para os problemas éticos, sociais, afetivos e biológicos da sexualida-de, assim como promover a tomada de decisões face aos assuntos abor-dados, e que nos preocupam signi-ficativamente enquanto indivíduos e partes integrantes de uma socieda-de.

Equipa do PES

Campanha “ EU SEI

ESCOLHER!”Em comemoração do Dia Mun-

dial da Alimentação foi lançada na escola a Campanha “Eu sei esco-lher!”, cujo objetivo é promover e incentivar o consumo de lanches saudáveis. Nesse sentido, foram propostas várias combinações de menus, que se encontram disponí-veis no bar da nossa escola, a pre-ços acessíveis. Aproveita!

Equipa do PES

PES

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No dia 21 de março, pelas 15 horas, 56 alunos do 9º ano e do en-sino Secundário, deslocaram-se ao Centro Cultural de Ílhavo, para as-sistir à peça “Adolescentes na hora H“ dinamizada pela Companhia de Teatro O Dragoeiro. Esta iniciativa resultou de um trabalho colaborati-vo entre as Equipas de Promoção e Educação para a Saúde das escolas do 3º ciclo e ensino Secundário do Concelho de ílhavo, e da Câmara Municipal de ílhavo, que gentilmente cedeu o espaço de realização do es-petáculo e facultou o transporte aos alunos interessados.

Este espetáculo, que retrata o adolescente contemporâneo, abor-dou de uma forma divertida temas polémicos e delicados, como os afe-tos, a depressão, mudanças físicas, a 1ª vez, a gravidez, o aborto, o “cur-tir”, os conflitos entre pais e filhos, também entre professores e alunos, as drogas, as IST’s, entre muitos ou-tros. Os alunos revelaram interesse pela peça de teatro apresentada, tendo interagido ativamente duran-te a sua dinamização. Num primeiro momento, os alunos foram confron-tados com situações problema típi-cas do período da adolescência e no segundo momento, os alunos e alguns professores inseriram-se na peça e foram atores. A representa-ção de papéis pelos alunos permitiu a análise crítica e o reconhecimen-to da própria realidade dos alunos, bem como a proposta de vias ade-quadas para contornar esses mes-mos problemas.

“Na vida, não há tempo para ensaiar…” e durante o espetáculo, os nossos alunos, uns de uma forma mais direta do que outros, tiveram oportunidade de refletirem nas suas possíveis decisões.

Equipa do PES

O Projeto GENERUS (Cáritas Diocesana de Aveiro) promoveu na sala polivalente da biblioteca, para as turmas do 10º e 11º anos, durante o mês de fevereiro, ações de sen-sibilização/ workshops em Violência de Género/Igualdade de Género. A aposta num trabalho de prevenção nas escolas foi a base fulcral des-ta atividade, dado que a violência existente nas relações de intimidade inicia-se na fase do namoro, aumen-tando de frequência, intensidade e gravidade com o decorrer da rela-ção.

A Equipa do Projeto Generus pretende que os jovens percecionem e reconheçam os sinais de alerta de uma relação violenta. Muitos jovens desvalorizam a violência psicológica da qual são vítimas diariamente, in-terpretando e distorcendo a realida-de que estão a viver, adaptando-a, apesar do desconforto que sentem. O medo leva ao silêncio e a insegu-rança ao medo de perder e admi-tir que estão perante uma relação violenta. A forte dependência emo-cional existente nestas relações de intimidade torna-se assustadora e incompreendida aos olhos de todos aqueles que direta ou indiretamente assistem à destruição contínua das vítimas.

A violência nas relações de inti-midade é considerada um problema social sobre o qual devemos intervir e não ignorar, porque a violência não tem de ser vivida no silêncio e entre muros, podemos e devemos ajudar.

Equipa do PES

Teatro “Adolescentes

na Hora H”

Violência de Género / Igualdade de

Género

PES

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“ Saúde Oral”

A equipa do Projeto de Educa-ção e Promoção para a Saúde, em parceria com o núcleo “Escola Se-gura “ da guarda nacional republi-cana (GNR), promoveu um conjunto de ações de sensibilização sobre “Bullying” e “Riscos para a saúde do consumo de álcool e tabaco”. Com a presença dos agentes Isabel Rêgo e David Dias, especializados nestas matérias de sensibilização escolar e pertencentes ao Coman-do Territorial de Aveiro, estas ações decorreram ao longo do presente ano letivo e contemplaram diversas turmas dos 7º e 8º anos de escola-ridade.

A violência escolar entre alu-nos, as agressões e falta de respeito para com os professores, a partilha de fotos e dados nos espaços das redes sociais, os perigos que a Inter-net encerra quando se vai para além do essencial na troca de contatos e informação pessoal, a forma de tipificar o “bullying“ como crime no âmbito da violência escolar e o sen-timento de sofrimento de quem pas-sa por estas situações, os malefícios do tabaco e do álcool na saúde do indivíduo, foram alguns dos assun-tos que estiveram em destaque nes-ta análise, feita de forma simples e descomprometida, que cativou os alunos.

O Núcleo de Investigação e de Apoio a Vitimas Específicas (NIAVE) da Guarda Nacional Republicana, concebido no âmbito da reorganiza-ção da investigação criminal, tam-bém deu o seu contributo junto dos alunos do 9º ano, dinamizando nos dias 19 e 20 de abril, uma sessão de sensibilização sobre “Prevenção de situações de violência”, alertando os alunos para a problemática da violência cometida essencialmente sobre as mulheres, as crianças e ou-tros grupos específicos de vítimas.

Equipa do PES

Pílula. O que é?

A pilula é um método contracepti-vo muito eficaz. É um comprimido que contém hormonas sintéticas seme-lhantes às que são produzidas pelos ovários das mulheres: o estrogénio e a progesterona. As hormonas que compõem a pílula têm como função principal suspender a produção hor-monal normal, impedindo a ovulação, ou seja a libertação mensal do óvulo.

A pilula pode ser tomada a partir do momento em que se tem a primei-ra menstruação. Visto que a pilula não é utilizada só para prevenir a gravi-dez, mas também para regularizar a menstruação e acalmar as dores esta deverá ser receitada por um médico.

Pílula do dia seguinte. O que é?

A pílula do dia seguinte é um mé-todo contraceptivo de emergência que pode ser utilizado na falha de um outro método contraceptivo. É necessário tomar os dois comprimidos simultanea-mente o mais cedo possível depois de ter tido uma relação sexual não protegi-da, preferencialmente nas primeiras 12 horas, mas não depois de passadas 72 horas (3 dias), e quanto mais cedo forem ingeridas, melhor, pois a sua eficácia vai diminuindo conforme o tempo vai pas-sando.

Ainda que tomada nas primeiras 12horas (o mais recomendado), a pílula do dia seguinte tem apenas 75% de efi-cácia e portanto, apesar de reduzir muito as hipóteses de engravidar, há sempre essa possibilidade e deve-se ficar atenta nos próximos dias depois da toma.

Ana Maria Amarante, Catarina Santos, Diana Ferreira

PES

Uma boa higiene oral previne o aparecimento das doenças orais. Além da higiene é também neces-sário efetuar consultas periódicas junto dos profissionais de saúde para diagnóstico da cárie dentária. As turmas do 7º ano, entre os dias 6 e 8 de março, participaram numa sessão de informação sobre saúde oral promovida pela Dra. Emília Fer-nandes, higienista oral do Centro de Saúde de Ílhavo, a qual foi seguida de rastreios orais. Assim, os jovens nascidos em 1998 foram alvo de ras-treio oral pela mesma profissional, tendo-se procedido à triagem dos alunos com problemas dentários. Foram emitidos cheques-dentista para todos os alunos referenciados e que terão de ser submetidos a tra-tamentos.

O que são os cheques-dentis-ta? Os cheques-dentista são guias que dão acesso a um conjunto de cuidados de medicina dentária nas áreas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Através dos cheques-dentista, o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral (PNPSO) procura avaliar e diminuir a incidên-cia e a prevalência das doenças orais. Os utentes beneficiários têm liberdade de escolha do prestador de entre os médicos estomatologis-tas e médicos dentistas aderentes, que constam de uma lista nacional, disponível nas unidades funcionais dos agrupamentos de centros de saúde e no site http://www.saudeo-ral.min-saude.pt/.

Equipa do PES

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Escola Secundária da Gafanha da Nazaré: o combate ao insucesso e abandono escolar

Setembro de 2011 … o ME suspen-deu o prémio atribuído aos alunos que ter-minaram o ensino secundário com os me-lhores resultados.

Esta foi talvez a data que lançou o De-partamento de Ciências Sociais e Humanas para as atividades que realizou ao longo do ano letivo que agora termina. Considerando que é importante que a Escola reconheça os bons resultados escolares e o trabalho de-senvolvido pelos seus alunos, estudámos e discutimos a melhor forma de o fazer. A ideia de uma viagem foi ganhando força e Sala-manca surgiu como um destino possível.

Os critérios de seleção foram sen-

do aperfeiçoados e definiu-se que seriam distinguidos, no máximo, dois alunos por turma, com as melhores notas e bom com-portamento

Depois desta primeira fase era ne-cessário planificar as atividades que fariam parte do Plano Anual, pois os custos são consideráveis. Mas porque é lema do nos-so departamento o trabalho de equipa entre todos os elementos da Comunidade Esco-lar, convidámo-los a todos a participar num almoço de S. Martinho , de Carnaval e num jantar a realizar no dia de Escola Aberta. Neste dia realizámos também as designa-das Vendas de Baú, que foram possíveis com artigos oferecidos pelos diferentes ele-mentos das comunidades educativa e local.

Para comemorar a concretização de um “Sonho”, que é a nossa nova Escola,

convidámos os elementos das diferentes estruturas intermédias para confecionar e decorar um bolo a que demos o nome de “O Tamanho do nosso Sonho”, constituindo a sobremesa do jantar.

Em jeito de avaliação, consideramos que todas estas atividades terão sido o sím-bolo de uma Escola unida por um objetivo comum – o bem dos nossos Alunos.

Para além de reconhecer os bons re-sultados escolares , pretendemos que todo este nosso trabalho contribua para estimu-lar o gosto por aprender, a vontade de se auto-superar e o desenvolvimento de uma cidadania ativa e responsável.

A viagem irá ocorrer no dia 4 de Julho e os professores do Departamento de Ciên-cias Sociais e Humanas acompanharão os alunos premiados.

Rosa Agostinho

“O mérito é um reconhecimento que devemos a todos”

No presente ano letivo a ESGN integrou um projeto lançado pela Asso-ciação EPIS – Empresários Pela Inclu-são Social - criada em 2006, em parce-ria com o Ministério da Educação, para dar resposta ao convite feito por Sua Excelência o Senhor Presidente da Re-pública com o objetivo de todos os por-tugueses assumirem “um compromisso para a inclusão social”.

Esta associação tem como mis-são primeira concentrar a sua atividade, especificamente no combate ao insu-cesso escolar e ao abandono escolar, potenciando a inclusão social de jovens portugueses e não portugueses, resi-dentes em Portugal. Dedica uma aten-ção especial ao 3º ciclo, jovens entre os 13 e os 15 anos, focando-se em alunos que, de modo comprovado sistematica-mente, constituam “casos de risco” em termos de sucesso escolar.

Foi com o objetivo de melhorar as suas boas práticas, de potenciar novos paradigmas de desempenho, que espe-lhem a nossa realidade e as idiossincra-sias locais, que a ESGN se associou.

Constitui-se um grupo de trabalho que adotou como metodologia, numa primeira fase, proceder a uma autoava-liação, através da aplicação de inquéri-tos, de boas práticas tendo como base as propostas sistematizadas pelo Proje-to. Numa segunda fase, sintetizaram-se os contributos recolhidos e delinearam-se áreas de intervenção concretas. Na etapa seguinte estabeleceu-se um plano de ação para a melhoria do de-sempenho da escola, consolidando metodologias de trabalho. Neste mo-mento estudamos ações de melhoria nas áreas em que considerámos haver necessidade de intervenção prioritária, nomeadamente na implementação de um «modelo de solidariedade por ca-pacitação», que promova a inclusão social. Todo este caminho foi percor-rido envolvendo, desde logo, os pais e encarregados de educação, através de comunicados onde, inicialmente, se deu conhecimento deste novo projeto da escola, e, posteriormente, se dispo-nibilizaram, de forma sistemática, quer em folhetos, quer na página da escola,

conselhos claros e precisos para ajudar a acompanhar os alunos ao longo do 2º período letivo.

O mundo está a mudar e a esco-la deve acompanhar essa mudança, promovendo uma cultura de inovação e melhoria que só será possível se hou-ver um comprometimento de todos os agentes com os resultados escolares, o que significa calcorrear um caminho de forma determinada. Este projeto é um incentivo para um trabalho concertado e para uma partilha de boas práticas com outras escolas que, no seu conjun-to, espelham a realidade nacional.

Queremos uma escola atrativa onde exista pró-atividade dos pais, re-conhecimento e respeito pelo papel do professor, onde o alcançar do sucesso dos nossos alunos e a satisfação das suas necessidades e expectativas seja uma partilha de responsabilidades.

Este é o percurso que iniciámos com um novo companheiro de viagem - a Associação EPIS .

Nazaré Matos

escola

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Uma vez mais a escola foi palco de muitas atividades com o objetivo de dar a conhecer o que de melhor se faz neste ESPAÇO que é de todos.

A edição deste ano contou com uma presença expressiva dos adultos que frequentam ou frequentaram o processo de Reconhecimento, Valida-ção e Certificação de Competências do CNO da ESGN, que desta forma se juntaram aos alunos do ensino diurno num momento singular de par-tilha e convívio.

Com a imprescindível colabora-ção de toda a equipa do CNO e dos adultos do centro, as atividades dina-mizadas decorreram ao longo de todo o dia e culminaram com a entrega de prémios aos vencedores do I CON-CURSO LITERÁRIO do centro.

“Para lá dos Olhos” é o título de uma exposição de fotografia, onde podemos viajar pela cultura e patri-mónio local.

Cada fotografia reflete uma re-alidade muito próxima das gentes desta região: a água como elemento central materializado na ria e no mar. Podemos apreciar fotografias cujas temáticas principais são a dureza da vida de quem trabalha no sal, a liber-dade das aves, a nostalgia da arte xávega, a altivez do farol da barra, a

Escola Aberta pelos adultos do CNO

Resumo da participação do CNO no DIA ABERTO da ESCOLAAteliês de Talento - Imaginação para Reciclar Jornais António Rocha Artes DecorativasRolinda Ferreira A Arte do Macramé Arminda Magano Patchwork e Arte Urbana Sofia Gaspar Exposição de fotografia “ …Para lá dos Olhos …”, por Jorge Filipe PiresPalestra sobre A EscritA no sistEmA nAcionAl dE rVcc. rEprEsEntAçõEs E dEsEmpEnhos, por Eugénia TavaresCerimónia de entrega de prémios do I CONCURSO LITERÁRIO do CNO da ESGNParticipação no jantar da escola

Para Lá dos Olhos Fotografias por Jorge Filipe Pires

esperança do pescador, a elegância dos moliceiros, e não menos impor-tante, a solidez das dunas.

Cenários perfeitos que serviram de inspiração ao autor para captar imagens de uma beleza e singulari-dade extraordinárias.

Foi com enorme prazer que o CNO da ESGN apoiou esta iniciati-va que, devido ao seu sucesso, ain-da pode ser visualizada no átrio da ESGN.

Helena Silva

CNO

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Decorreu no passado dia 25 de maio, pelas 21 horas, na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, a cerimónia de en-trega de prémios aos grandes vencedores do I CONCURSO LITERÁRIO do CNO da ESGN. 1º Prémio – Miriam Eduarda Monteiro de Sá - Obra: Iria dos Santos Antunes 2º Prémio – Florbela Ribeiro de Azevedo Silva - Obra: O cavalo branco 2º Prémio – José Manuel Marreiros da En-carnação – Obra: Sentidos da Vida 3º Prémio – não atribuído

Após a realização desta primeira edição do Concurso Literário do CNO da ESGN, é já possível fazer uma reflexão sobre os resultados do evento face às in-tenções que presidiram à sua criação: va-lorizar a Língua Portuguesa, descobrindo os talentos ao nível da escrita dos adultos que frequentam ou frequentaram um Cen-tro Novas Oportunidades e, não menos importante, promover o reconhecimento so-cial de um processo de Reconhecimento e Validação de Competências, muitas vezes injustamente incompreendido.

Com efeito, a criatividade, dedicação e adesão dos adultos a quem este concur-so se dirigiu, permitiram que os trabalhos apresentados a concurso fossem de gran-de qualidade: textos em prosa e poesia sobre os quais o júri teve a difícil tarefa de selecionar os três magníficos. Iria dos San-tos Antunes de Miriam Eduarda Monteiro de Sá, O cavalo Branco de Florbela Ribeiro de Azevedo Silva e Sentidos da Vida de José Manuel Marreiros da Encarnação, são os grandes vencedores. A todos os concorren-tes apresentamos as nossas mais sinceras saudações e agradecimentos.

De igual modo deixamos uma palavra de apreço aos jurados deste concurso: pes-soas de prestígio e profissionalismo que nos deram a honra de participar no júri, conferin-do ao evento a independência e a imparcia-lidade que os critérios de seleção de quali-dade exigem. Para premiar os vencedores, não podem deixar de ser referidas as peças de prestígio de uma empresa de renome do concelho de Ílhavo: a Vista Alegre Atlantis, a grande patrocinadora desta primeira edição.

Mais se acrescenta a inquestionável cooperação entre o CNO e a Escola que o promove, que lhe tem permitido alcançar o objetivo que o motiva e justifica a sua exis-tência – a difusão de práticas de excelência no âmbito da educação de adultos, que têm obtido o reconhecimento oficial da socieda-de envolvente.

Que esta seja a primeira de muitas realizações futuras do CONCURSO LITE-RÁRIO do CNO da ESGN.

Isabel Campos e Cristina Vidal

Como profissionais de Reconheci-mento, Validação e Certificação de Compe-tências, contactamos diariamente com his-tórias de vida, contadas na primeira pessoa, cuja riqueza e singularidade se perderiam no passar dos dias e das gerações, não fos-se a frequência deste processo. Cada por-tefólio transforma-se num testemunho, que é mais do que o resumo das aprendizagens individuais adquiridas ao longo da vida. É um legado de um tempo e de modos de vida que hoje se encontram esquecidos e que só a memória de cada um conserva.

Muitas destas histórias são transpor-tadas para o domínio da escrita e resultam, desde logo, num exercício de ficção. Em al-guns casos despertam o gosto pela leitura e escrita, que se encontravam adormecidos.

A ideia do I Concurso Literário surgiu da vontade de dar a conhecer algumas des-tas histórias filtradas pelo crivo da ficção, va-lorizando o património biográfico dos nossos adultos.

Não podemos deixar de agradecer a todos os participantes pela ousadia de acei-tar este desafio e incentivar a que prossigam nesta aventura que é a escrita…

Os profissionais de RVC (Carina Almeida e João Henriques)

Ser júri, na essência, é tarefa assaz

árdua, porquanto para além dos aspetos estruturais em avaliação, há fatores vários a ter em conta que, não raro, dificultam deve-ras as decisões a tomar.

Ser júri deste concurso, se na sua vertente técnica não foi diferente, nos con-tornos que lhe deram forma e atendendo

ao teor literário que do seu título emanava, trouxe uma satisfação acrescida aos seus elementos, pelo prazer da descoberta de novos textos, de diferentes formas de escri-ta e apreciável originalidade plasmada em alguns trabalhos.

Aos vencedores do concurso, pela qualidade, rigor estrutural e originalidade dos seus escritos, um grande bem hajam, pois numa época de literatura empacota-da, saída de linhas de montagem de con-tornos estabelecidos pelas massas, onde o fator moda pesa por demais, descobrir textos diferentes, de uma frescura tocante, recheados de valores quase em desuso, é um prazer enorme de que disfrutámos com indizível deleite.

A finalizar, uma palavra de profundo apreço dirigida ao Centro Novas Oportuni-dades da ESGN e a todos quantos lhe dão alma, pela sua coragem na procura do di-ferente, do desafio constante, com que nos brindam a cada nova proposta que nos lan-çam.

Ercília Amador, Eugénia Pinheiro, Margarida Oliveira, Teresa Sarnadas

A equipa do CNO deixa aqui um profundo agradecimento a todos os que contribuíram para o sucesso desta iniciativa.

I Concurso Literário do CNO da ESGN

cerimónia de entrega de prémios

CNO

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No ano de 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU), reuniu-se e analisou os maiores problemas que a Humanidade e definiu oito ob-jetivos que deveriam estar cumpridos até 2015. A esta lista de objetivos chamam-se Objetivos do Milénio.

São eles:-Acabar com a fome e a miséria-Alcançar a educação básica para todos-Conseguir a igualdade de sexos -Reduzir a mortalidade infantil-Melhorar a saúde das gestantes-Combater a SIDA, a malária e ou-tras doenças-Conseguir um desenvolvimento sustentável-Conseguir uma cooperação mun-dial para o desenvolvimento

A data marcada aproxima-se, contudo, e compreensivelmente a maioria destes objetivos não está com-pletamente concluído pois existem muitas barreias ao seu cumprimento:

Existem hábitos e tradições nos países em desenvolvimento que impe-dem a progressão de alguns objetivos

Muitos governos são bastante contidos no que toca a ajudar econo-micamente outros países mais pobres.

A crise financeira/económica a nível mundial foi inesperada e veio atrasar muito a realização de alguns destes objetivos.

Existem alguns regimes políti-cos que não demonstram preocupa-ções com o nível de vida da popula-ção, sem o contributo deles torna-se

muito difícil atingir muitos objetivosMesmo que em 2015 ainda haja

muito trabalho pela frente, mesmo que nem todos os objetivos estejam cumpridos, a criação dos mesmos foi muito importante para melhorar as condições de vida da população mundial. Este projeto ajudou a tor-nar o mundo num local mais agra-dável: ajudou os mais desfavoreci-

dos, promoveu o desenvolvimento a todos os níveis dos países mais atrasados, mobilizou muita gente, e alterou muitas mentalidades.

Pedro Teixeira, Pedro Guedes

formação cívica

Objetivos do Milénio

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Um dos objetivos do milénio é alcançar o ensino primário universal. Cada vez mais o nível de instrução de uma sociedade é proporcional ao seu nível de vida: No entanto, a edu-cação não está só relacionada com o desenvolvimento, mas também é um direito humano do qual todos de-vem usufruir.

Nos países em desenvolvimen-to, nunca houve tantas crianças a frequentar o ensino primário como agora: de acordo com a campanha “Objetivo 2015”, as taxas de esco-larização básica aumentaram 88%! Assim, 570 milhões de crianças es-tão escolarizadas em todo o mun-do. Na África, a taxa de matrículas só atingiu os 71%.Nesta região, 38

Erradicar a extrema pobreza e a fome

Educação para Todos

A pobreza e a fome são hoje um dos maiores problemas sociais com que nos deparamos, não só no nosso país como também em todo o Mundo.

A pobreza extrema e a fome tor-nam o desenvolvimento muito mais difícil. A pobreza leva à subnutrição e à doença, o que diminui o rendi-mento e a produtividade económi-ca. Entra-se num ciclo de pobreza e fome agravadas, pois as pessoas não têm meios para ter uma alimen-tação, cuidados de saúde e habita-ção adequados, também não têm a possibilidade de acesso a água potável nem a saneamento básico e têm falta de condições de vida para uma vida plena.

Esta realidade de pobreza ex-trema e de fome traduz-se em vul-

nerabilidade às doenças, à incapa-cidade física e mental e à fraqueza, o que conduz à discriminação social e política das suas sociedades. As vítimas da fome são, com frequên-cia, as mais vulneráveis, aumentan-do assim a mortalidade infantil, pois são as crianças que são as mais vul-neráveis (anualmente seis milhões de crianças morrem e outros 161 mi-lhões sofrem de subnutrição).

Temos de ajudar estas crianças e pessoas, que são muito mal tra-tadas e é horrivel vermos toda esta crueldade e não colaborarmos em nada para tentar ajudar. Portanto, MUDA A TUA ATITUDE!

Andreia Filipe Vieira, Inês da Rocha Lopes, Lídia Nunes Almeida

milhões de crianças ainda se encon-tram fora da escola. No sul da Ásia, a taxa de matrículas subiu para os 90%. Porém, mais de 18 milhões de crianças ainda não se encon-tram matriculadas. Segundo as no-vas projeções, se não houver uma aceleração dos progressos, 58 dos 86 países que ainda não têm ensino primário universal não o alcançarão até 2015.

Os países em desenvolvimento devem melhorar o acesso à educa-ção e a qualidade da mesma. Para que este objetivo se torne realida-de, há que proteger a educação e dar-lhe prioridade nos orçamentos nacionais dos países em desenvol-vimento.

Os países desenvolvidos de-vem assegurar que os países em desenvolvimento dispõem dos re-cursos necessários à implementa-ção de reformas no setor da educa-ção. Para ajudar os países de baixo rendimento a alcançar este objetivo, o Banco Mundial e os principais do-adores para o setor educativo lança-ram, em 2002, “Educação para To-dos – Iniciativa Acelerada”(FTI).

Sabendo que este objetivo é crucial também para outras áreas, como a erradicação da pobreza ou a igualdade entre géneros, seria fundamental alcançar este objetivo para nos assumirmos como uma so-ciedade desenvolvida.

Diogo Ferreira, João Figueiredo

formação cívica

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Tráfico de Escravos

Igualdade entre os sexos

A Igualdade entre os sexos tem sido, desde sempre, um dos temas mais discutidos pela humanidade. A verda-de é que, quer as pessoas concordem quer não, o sexo feminino teve sempre um papel relativamente inferior ao sexo masculino, tendo apenas ganho o seu devido reconhecimento recentemente (emancipação da mulher).

Organizações humanísticas como a UNICEF têm qualificado a Igualdade entre os Sexos como um direito humano e que deverá de ser respeitado por todo o mundo.

Nós, pessoalmente, concordamos com a Igualdade entre os Sexos, pois ambos, sendo humanos, devem de re-ceber os mesmos privilégios.

Propomos, assim, a seguinte ques-tão: “Será que algum sexo excede a im-portância do outro? Afinal de contas, o homem não vive sem a mulher, nem a mulher sem o homem”.

Beatriz Lourenço e Bruno Silva

Escravidão moderna é uma ex-pressão genérica ou coletiva para aque-las relações de trabalho, particularmente na história moderna ou contemporânea, na qual pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra sua vontade, sob a ameaça de indigência, detenção, violên-cia (inclusive morte) ou outras formas de provação para si mesmos ou para mem-bros de suas famílias.

Alguns senhores costumavam pagar parte dos seus impostos anuais através da oferta de escravos e tinham igualmente o hábito de os utilizar como ofertas ao soberano ou aos governado-res provinciais. Contudo, o escravo nem sempre era uma “coisa” como estava instituído na lei romana, mas sim uma pessoa com direitos e deveres definidos no estatuto do escravo.

As formas de trabalho são também denominadas de trabalhos forçados, embora quase sempre impliquem o uso de violência. A escravidão moderna in-clui todas as formas de escravidão (em-bora a servidã0o seja tecnicamente uma forma de escravidão moderna, o termo "servo" é usado geralmente apenas em relação a sociedades pré-modernas, sob sistemas políticos feudais). Falamos dos 27 milhões de pessoas que, em todo o mundo, incluindo Portugal, são compra-das e vendidas, exploradas e brutaliza-das para dar lucro. São os escravos do século XXI.

Eduardo Tavares e Fábio Neto

formação cívica

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O conceito de ecologia foi desen-volvido pela primeira vez pelo cientista Ernst Haeckel para designar a parte da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente.

Porém este conceito só adquiriu im-portância quando profundos desequilíbrios ambientais provocados pelo desenvolvi-mento tecnológico acelerado obrigaram a refletir sobre a relação do ser humano com a natureza.

A ciência moderna foi o que conduziu à atual situação. No século XVII, cientistas como Francis Bacon, Galileu, Descartes e Newton começaram a aplicar os conheci-mentos científicos no sentido de aumentar o poder do ser humano sobre a natureza, isto é, dominar as forças naturais, explorar os recursos naturais, aumentar a produti-vidade, melhorar a qualidade de vida, etc.

Com efeito, a revolução industrial e o consequente desenvolvimento tecnoló-gico permitiram a exploração dos recursos em grande escala, conduzindo: ao au-mento da produtividade; ao aumento da riqueza; ao aumento do rendimento per capita; ao acesso a cuidados médico-sani-tários; ao aumento da esperança de vida; à melhoria das condições de trabalho; ao acesso à educação e à instrução.

Trazendo consigo, claro, óbvias con-sequências, tais como: o esgotamento de recursos; o aumento dos resíduos não biodegradáveis; a contaminação do ar, da água e dos solos; a eliminação das flores-tas; a extinção de espécies e a acentua-ção do fosso entre países ricos e pobres.

Foi este cenário preocupante que levou cientistas e intelectuais a darem-se conta dos desequilíbrios e dos prejuízos que a ação do ser humano estava a pro-vocar na natureza.

Começou portanto a desenvolver-se uma atitude política de consciencialização e de defesa do meio ambiente, tendo-se formado movimentos ecologistas como a Greenpeace e o WWF. Despertou-se en-tão a necessidade de inverter a situação, pelo que se organizaram conferências

Assegurar o desenvolvimento

sustentávelcomo: a reunião internacional de 1972 em Estocolmo; a ECO-92 de 1992 no Rio de Janeiro, onde se reuniram 170 países; a Convenção do Quadro das Nações Uni-das de 1997, no Japão.

Nesta última surgiu o Protocolo de Quioto, com o objetivo de limitar as emis-sões de gases com efeito de estufa pelos países industrializados. Este protocolo foi estabelecido em 1997 e tornou-se oficial do ponto de vista legal em 2005.

Quem é então responsável por esta degradação do ecossistema? Somos nós. Estamos no topo da cadeia alimentar e praticamente controlamos quais as espé-cies que sobrevivem ou não. Este tipo de situação não é favorável para nós, pois dependemos dos outros seres vivos e de toda a biosfera para sobrevivermos. Afinal de contas, o que é que vamos comer se extinguirmos todas as espécies de ani-mais?

Perante esta situação, o que pode-mos nós fazer? A única solução é aplicar o conceito de desenvolvimento sustentável, proposto na ECO-92, que se entende pela regulação da economia, pela preocupa-

ção de satisfazer as necessidades do pre-sente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras. Temos, portanto, de transformar drasticamente o nosso modo de viver:

● fazendo uma reestruturação dos padrões de produção;

● adotando novas atitudes de con-sumo;

● usando os recursos de forma mais racional e controlada.

A nível individual também é funda-mental nos empenharmos, começando por adotar novos valores e atitudes e as-sumir a nossa responsabilidade para a salvação do nosso planeta.

Assim, devemos lutar pela redução do consumo, exigir produtos funcionais, saudáveis, não poluentes e recicláveis, reciclar. No fundo, só temos que:

● reduzir;● reutilizar;● reciclar.

Fábio Maia, Miguel Vieira , José Leal

formação cívica

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A nossa escola fez mais uma vez parte das escoliadas, um pro-jecto que visa a participação das escolas secundárias dos distritos de Aveiro e Coimbra. As provas incluem performances de Teatro, Dança, Mú-sica, Pintura e Actuação de Claques.

Este encontro proporciona aos alunos a prática de atividades lúdi-co-culturais, desenvolvendo as ca-pacidades artísticas e criativas dos mesmos.

“A caixa dos afectos” foi o tema escolhido para ilustrar a participa-ção.

Foi dado o mote à comunida-de escolar, que logo se juntou para prontamente formar a equipa, cons-tituída por dezasseis alunos, três professores e um apresentador. Para além disso, era preciso ainda juntar uma claque que gritasse com todo o fôlego e coração. Os ensaios foram decorrendo na escola depois das aulas, e durante todos os tem-pos úteis dos professores e alunos.

A prova de teatro abordava cin-co afetos: a paixão, que aquece as almas e ilumina os dias daqueles que se amam; o amor filial, a pedra maior do muro familiar; o amor pela avó, a doce paciência e o tempo

sem horas; a amizade, o grande pi-lar da existência humana; e por fim, o amor à vida, que nos faz estar to-dos aqui, em festa, porque é preciso festejar a vida….

O momento musical foi uma in-terpretação de um tema original pela aluna Margarete, acompanhado com movimentos das nossas bailarinas, da Sofia, da Bia, da Ana e da Joana, ao som da guitarra da Juliana e do jambé do Pedro.

A claque fez a sua atuação, mostrando coreograficamente que é preciso desvalorizar os bens ma-teriais e aprender a dar valor aos afetos, que são o que nos prende à vida.

A escola participou na 3ª ses-são, que decorreu no dia 24 de Abril , com a Escola Secundária de Ílhavo e a Escola Secundária de Oliveira do Bairro.

Falar em escoliadas é entrar numa viagem ao mundo das artes, que consideramos sensacional por-que reencontramos velhos amigos e criamos novas amizades que preen-chem a nossa caixa dos afetos.

Diana Santos e Vera Fernandes

Escolíadas

escolíadas

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O conceito Liberdade pode ter dois sentidos:

-um sentido relativo, em que se pode entender liberdade como a capacidade humana de auto deter-minação, pois a vontade humana, embora condicionada, pode e tem de fazer opções; este sentido refere-se à capacidade ou possibilidade de agir num quadro de constrangimen-tos exteriores e interiores;

-um sentido absoluto ou meta-físico, que expressa a possibilidade ideal de agir na ausência de qual-quer coação e constrangimento, isto é, a possibilidade de fazer o que se quer independentemente das cir-cunstâncias e das condições concre-tas em que decorre a nossa integra-ção no mundo; aqui trata-se daquilo que, numa linguagem mais filosófica, designa o poder de agir independen-temente de quaisquer obstáculos, do determinismo, uma conceção de-signada por alguns filósofos como livre-arbítrio, que se traduz na pos-sibilidade inerente à nossa natureza humana de poder ou não fazer algu-ma coisa (por exemplo, podermos voar independentemente da nossa constituição física).

Ao falar de liberdade podemos distinguir a liberdade moral da jurídi-co-política, que é a possibilidade de agir no quadro das leis estabelecidas pela sociedade, que definem a res-ponsabilidade civil, o conjunto dos direitos e deveres. A liberdade moral manifesta-se na adesão a valores e implica a orientação da conduta pela razão, que estabelece metas para a própria existência. De acordo com os filósofos que estudam esta proble-mática, a liberdade implica a respon-

sabilidade, por isso só é livre quem for responsável, consciente das con-sequências dos seus actos.

Somos ou não somos livres? Por vezes surge-nos esta questão e não conseguimos responder-lhe ime-diatamente, pois os impedimentos e constrangimentos (a falta de condi-ções materiais, as normas sociais e jurídicas, as incapacidades físicas e psicológicas) limitam a nossa capaci-dade de escolha, mas a consciência de que há limites não nos tira essa capacidade, pelo contrário, é um de-safio e um apelo para superá-los. Tal como escreveu Sartre, o «importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós».

Depois destes conceitos filosó-ficos, passamos a dar a nossa opi-nião acerca do que é a liberdade. Ela não é sinónimo de fazer tudo o que nos apetece, uma vez que existem condicionantes e limites que nos im-pedem de o fazer, por exemplo, uma pessoa paraplégica não tem a liber-dade de correr, pois as suas limita-ções físicas impedem-na de o fazer. As condicionantes à nossa liberdade podem ser físicas, psíquicas, histó-ricas, culturais e socias, no entanto não são elas que nos impedem de escolher o nosso futuro, esse somos nós a fazê-lo.

Bruno Modesto, Sara Batista e Sara Gonçalves

valores

Liberdade

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No dia da Escola Aberta, o grupo de Fi-losofia montou, na esplanada do bar da Escola, um estendal com um conto, de-senhos e fotografias tiradas por alunos e ex-alunos. Para além do estendal, havia fotografias enormes pousadas em ca-deiras, do ex-aluno Filipe Roque. Todos podiam folhear ou ler uma série de livros de arte e estética, espalhados por duas mesas da esplanada. Durante o dia, para além da exposição dos trabalhos men-cionados, vários alunos tocaram desor-denadamente no bar da escola, uma alu-na dançou para o público e outras duas mostraram as suas habilidades na dança contemporânea. Já de tarde, duas outras alunas cantaram na esplanada e um gru-po de três guitarristas conseguiu fazer-se ouvir, apesar da barulheira provocada

pelos jogadores de cartas e de matrecos. Este evento, intitulado de Artes às Par-tes, teve a colaboração e participação de poucos alunos, mas muitos puderam ob-servar e maravilhar-se com o que os seus colegas fizeram, esperamos que para o ano apareçam mais!

filosofia

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filosofia

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JÚLIO DINIS

tureza, numa escrita muito simples e muito natural.

As suas narrativas desenrolam-se no campo, exceto Uma Família Inglesa, que é uma jubilosa análise da burguesia do Porto. Nelas so-bressai uma interessante galeria de tipos rústicos, onde se destacam figuras como a de João Semana, o bondoso médico rural, João da Es-quina, o dono da loja, e a sua esposa interesseira, a ti Zefa, a beata, ou as pupilas íntegras e inocentes do Se-nhor Reitor. O leitor acompanha as suas alegrias e desencantos, as bri-gas cândidas dos namorados que se entregam ao jogo amoroso guiados por inabaláveis princípios éticos. O amor é um sentimento mais da alma que dos sentidos, sem tragédia nem rasgos melodramáticos, vivido por criaturas ricas de bondade natural, que acreditam nesse sentimento como o supremo bem e que se com-portam com saudável ingenuidade.

A natureza, cenário destas vidas desambiciosas e plácidas,

Sobre o país e o mundo, Jorge de Sena diz que “(...) cumpre tê-lo com cuidado, como coisa que não é só nossa, que nos é cedida para a guardarmos respeitosamente em memória do sangue que nos corre nas veias (...)”.

É este respeito pela memória de um povo e pelos valores por ela veiculados que determinam a iden-tidade do país, que indubitavelmen-te se constrói no passado. Se esse passado não estiver claro, perturba-se o presente e compromete-se o futuro.

Daí o relembrar dos 140 anos da morte de Júlio Dinis, que se re-alizou no espaço da nossa Biblio-teca Escolar, no mês de dezembro. Numa exposição evocativa deu-se a conhecer aos alunos este talentoso escritor portuense, figura maior da panorâmica literária portuguesa e da sua cultura que, apesar de uma vida muito curta, nos legou alguns romances dum belo estilo bucólico, cheios de amor pela vida e pela na-

Evocação dos 140 anos da sua morte

guiadas por arreigadas certezas na bondade humana e numa ordem e justiça divinas, é palco de uma ru-ralidade assente em morgadios do interior que começava a desapare-cer com a chegada de novas ideias e novos ideais políticos a Portugal.

Numa escrita com simplicidade de estilo e realismo de representa-ção descobrimos o nosso Portugal rural na sua simplicidade e inocên-cia, recheado de situações imprevis-tas e de grande intensidade dramá-tica.

Para além do recordar da figura de Júlio Dinis, foram os valores pre-sentes na sua obra que pretende-mos veicular, através da afixação de pequenos excertos dos seus textos. Acreditamos, assim, ter conseguido aguçar a curiosidade para a leitura de um autor incontornável do realis-mo português.

Nazaré Matos

letras

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Maria acordou de madrugada sobressaltada por um pesadelo. So-nhara que o seu melhor amigo se ia embora, bem para longe, para onde nunca mais o poderia ver. No sonho, a razão pela qual o seu amigo ia em-bora era porque a sua família neces-sitava de dinheiro e a vida naquele país não estava fácil: continuavam a ganhar menos que o ordenado mí-nimo e tinham de alimentar os seus pobres cinco filhos. A vida daquela família era muito difícil. Havia dias em que a comida que colocavam na mesa não chegava para alimentar toda a gente.

Saturados e frustrados com o que estava a acontecer, os pais do amigo da Maria, resolveram pedir ajuda ao tio do rapaz, que estava a viver em Inglaterra e que ganhava bem. Este era dono de uma empre-sa de painéis solares, a qual dava muito lucro. O irmão do pai do rapaz concordara com o que lhe tinha sido proposto e ficara muito feliz por ter novamente o seu irmão ao pé dele e por poder receber a sua família.

Bernardo, amigo de Maria, só tinha quinze anos e não podia con-trariar o que os pais tinham ponde-rado e decidido, bem como Cristina, de dois anos, Madalena, de quatro, e Rúben, de onze. O seu irmão mais velho, Ricardo, de dezanove anos, já podia decidir o que fazer da sua vida mas, como ainda estava a mo-rar em casa de seus pais e como ti-nha desistido da escola por falta de dinheiro para pagar as propinas da faculdade, teria de concordar com o que a sua família decidisse. Júlia e António, pais de Bernardo, tinham assim uma grande oportunidade de dar à sua família tudo o que pre-cisavam. Mas, de uma coisa eles

estavam receosos. Era do facto de recorrer sempre ao tio de Bernardo e não poderem controlar as suas vi-das. Mesmo assim, sabiam que esta era a única forma de sair daquela pobreza e que, iriam fazer tudo para que não dependessem muito do ir-mão de António, visto que Júlia e An-tónio mantinham o seu próprio orgu-lho e acreditavam que eram capazes de fazer algo por eles próprios.

Maria não conseguiu dormir mais. Ficara acordada até à hora de ir para a escola, a pensar no que so-nhara. Tinha sido um sonho que ela nunca mais iria esquecer. Perder o seu melhor amigo era uma coisa que ela não queria que acontecesse.

Chegou então a hora de Maria ir para a escola. Foi uma correria de manhã. Ela queria contar a Bernardo o que sonhara. Chegara o momento. Maria sentou-se no banco que fica-va junto ao pinheiro, ao pé do por-tão de entrada da escola. Bernardo chegou. Maria abraçou-se a ele dum jeito tão amoroso, carinhoso e triste ao mesmo tempo, que o rapaz sen-tiu necessidade de lhe perguntar o que se estava a passar. A rapariga contou-lhe o que sonhara. Bernardo, ao ouvir aquilo, ficou perplexo. Era mesmo isso que iria acontecer, mas não tinha tido coragem de o contar à sua melhor amiga. De facto, a sua família ia viver para Inglaterra, tal como no sonho, e que eles iriam es-tar afastados um do outro.

A rapariga, triste e desespera-da, agarrou-se a Bernardo e disse-lhe que não queria que ele fosse embora, que ele era muito impor-tante para ela e que a amizade en-tre eles não podia ser destruída por causa do que estava a acontecer. O filho de Júlia compreendeu a angús-

tia da sua amiga. Ele também não queria perder a sua amizade, mas não podia fazer nada para impedir a partida para Inglaterra.

Maria, ao ver que o seu amigo não tinha outra alternativa senão ir embora, disse-lhe com um tom ca-rinhoso e confiante, mas triste ao mesmo tempo, que, por mais qui-lómetros que estivessem longe um do outro, nada iria apagar a amizade que tinha sido construída ao longo de dez longos e felizes anos. Nun-ca o iria esquecer e compreendia que a decisão tomada era o melhor para ele e para a família, que estava a passar por situações económicas difíceis. A rapariga garantiu também que gostava muito dele e que seria sempre a sua melhor amiga. O ra-paz ficou muito emocionado com as lindas palavras que a sua amiga lhe dissera e comoveu-se.

Passaram duas semanas e Jú-lia, António, Ricardo, Bernardo, Rú-ben, Madalena e Cristina estavam prontos para partir. Antes disso, os melhores amigos despediram-se num ambiente de emoções e de grandes recordações. Entregaram um ao outro velhas fotos de infância e prometeram que iriam continuar a falar, pela internet, e que a distância não iria impedir a amizade que havia entre eles.

Bernardo e Maria, daquele mo-mento em diante, perceberam que nem sempre a vida é como se quer e que é necessário fazer sacrifícios por ela. Por isso, grandes amizades não se destroem por causa da dis-tância.

Mariana Almeida

O PESADELO DA REALIDADE

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A PraiaLembra férias, Bom tempo,Alegria e diversão,Pequena ou grande,Enche o coração.As crianças felizesBrincam sem parar,Fazem castelos na areia,Saltam na água A chapinhar.Pessoas correndoOu a passear,Felizes e divertidasConversam junto ao mar.Olhos vermelhos De tanto nadarCabelos molhados De tanto mergulhar.Repousam agoraOlhando o mar.Outros olhos vermelhosPodemos encontrar,Choram por um amorQue pode não voltar.

Ana Sofia Pinto

Há vários aspectos sociais negativos na nossa sociedade, exemplos deles são a violência do-méstica, prostituição, etc. Não são obrigações, ninguém tem de os fa-zer. São apenas escolhas erradas, que representam os caminhos mais fáceis que cada um faz, mas estes caminhos nem sempre são os me-lhores. Podem tentar voltar atrás, mas nem sempre é uma decisão que cada um toma, apenas por acredi-tarem que para seguir um caminho mais correto não valerá a pena os riscos que por vezes corremos por eles, e por isso mesmo são vistos como os caminhos mais difíceis.

Mas isto pode acontecer a qual-quer um. Nem sempre escolhemos o caminho certo que devemos seguir. Mas não é por estes caminhos dis-tintos que escolhemos que devemos ser caracterizados, nem pelos ou-tros, nem mesmo por nós próprios, mas sim, quando temos a oportuni-dade de poder voltar atrás e assim, corrigir esses erros, e seguir o cami-nho mais acertado.

Não há ninguém que nos co-nheça melhor do que nós próprios, e sendo nós boas pessoas, só temos de trazê-las “cá para fora” quando essa parte de nós não é a que é vis-ta pelos outros.

Acredito que a maior parte dos problemas, por muito maus que se-jam, têm sempre solução, só é pre-ciso saber encontrá-la e mais im-portante que tudo, ter vontade de a encontrar e esforçar-se por isso. O melhor é vê-los sempre pelo lado positivo, tentar fazer com que esse problema que para nós é quase como que um vulcão prestes a ex-plodir se torne apenas num copo

que tombou, é fazer com que uma grande complicação se transforme num simples problema com uma so-lução óbvia.

Mas nem sempre as coisas correm bem, nem sempre podemos voltar atrás quando já fomos longe demais. Mas aí é que se prova o verdadeiro valor da pessoa, quando esta tem noção do que fez e prova que, independentemente disso, tem capacidades e vontade para o reme-diar. Percebe que o que fez está er-rado e tanta corrigi-lo para se tornar numa pessoa melhor.

Por isso o melhor que têm a fazer é pensar bem nas coisas an-tes de as realizar, pensar na vossa vida e na vida dos que vos rodeiam e se isso os afeta. Pensem se estão a fazer o melhor para vocês. Não é assim tão difícil. Apenas... pensem!

Não há decisão melhor do que aquela que é bem refletida e, se por acaso, não for a mais correta, têm sempre os vossos amigos, a vossa família e, sobretudo, os vossos pais, que de certeza estarão lá para vos ajudar sempre que precisarem!

É nestes momentos, os mo-mentos mais difíceis que vão decor-rendo ao longo da nossa vida, que aprendemos e crescemos.

Com este texto, quero somente que dêem valor ao que vos é mais querido, que dêem valor ao que mais vos orgulha. Lembrem-se dis-so e mostrem-no. Tentem passar esse sentimento, pois muitas vezes passamos toda a nossa vida sem o dizer, sem o mostrar, e só quando desaparecem da nossa vida é que lhes damos o devido valor. E aqui sim… já é demasiado tarde!

Cátia Simões

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Boas pessoas

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Não somos amigos de longa data, conhecemo-nos apenas no Verão passado. Mas chegámos a um ponto em que não dava mais para escondermos nem um pensa-mento, nem uma palavra. Sentía-mos felicidade por tanta confiança conquistada, por tantos problemas partilhados, por tanta ajuda dada e por tantas experiências de vida que passamos juntos.

Depois de tudo, dava por mim a ouvir pensamentos e ideias de um futuro relacionamento, de um pos-sível “nós”, no meio de uma história tão perfeita. Sim, era perfeita porque não havia contras, não havia proble-mas, não havia nada nem ninguém que estragasse algo tão verdadeiro como aquela amizade. Pelo menos era o que eu pensava, naquela al-tura!

Um dia, esse futuro relacio-namento nasceu. Passou de pen-samento a realidade. Foi o meu maior erro! Depois dos momentos perfeitos, chegaram os problemas. Facilmente discutíamos problemas sem nexo, sem uma explicação real-mente forte. Depois chegava o afas-tamento, as traições, as mentiras… Mas eu acreditava na suposta ver-dade e tudo voltava ao início! Estava cega, apaixonada, não ouvia o meu pensamento nem o dos outros. Pas-sámos por isto quatro vezes!

Cheguei então ao ponto em que foi preciso cair, não ter ninguém para me levantar, abrir os olhos e pensar: ”Isto não está certo. Não é isto que quero para mim!”

Cometi um erro, vezes sem conta, e não foi por falta de aviso, mas sim por falta de coragem para deixar para trás algo que me fazia bem. Passei por momentos de an-gústia, sozinha, quando ouvia falar em traições, em mentiras, e o que mais me custava era que não des-mentias e o que eu queria ouvir era um: “Não, isso não é verdade!”

Foi preciso um afastamento tão grande, como o de agora, para me fazer ver a realidade, para colocar uma pedra sobre o assunto, seguir em frente e ficar só com as boas me-mórias.

Hoje, dou por mim a relembrar o longo caminho que passámos, o que vivemos, o que prometemos e, acima de tudo, o que crescemos.

Vejo agora que tinha mais do que uma opção, embora não o pen-sasse naquela altura. Vejo que po-deria ter saído sem tanto sofrimen-to. Vejo que podia ter evitado muita coisa… Mas os momentos não são planeados, mas sim improvisados. Reagi da melhor maneira de que fui capaz.

Hoje não me arrependo de nada, nem mesmo do sofrimento. Hoje sou quem sou graças a ti e a tudo o que passámos. Prometo que nunca mais ficarei quieta à espera que a vida me traga respostas. A vida é minha, tenho de ser eu a vivê-la, não posso deixar que ela passe por mim. Eu é que tenho de passar por ela.

Silvelys Nebraska

Amor, amor, serás tu amor?Com coração e alma,Foi assim que por mim lutaste,O mais forte dos furacões culminas-te,E, em mim, este vago sentimento despertaste.

Um sorriso, um abraço,Uma carta sem precedente,Foi assim que me conquistaste,E, em mim, este vago sentimento despertaste.

Há muito que te desejava,E tanto te esforçaste,Mas por fim conseguiste,E, em mim, este vago sentimento despertaste…!

Amor, amor, serás tu amor?Pois com certeza que acertaste,Um sonhar de um vida irradiada de esplendor,E foi este o vago sentimento que em mim despertaste!

Karina Vicente

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TU

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A VIDADei por mim no último dia de

férias. Sim, aquelas férias longas e tão apetecidas por todas as pesso-as. As grandes e relaxantes férias de Verão.

Sempre é verdade. O tempo voa. Não soube bem ao certo como aconteceu, mas perdera a noção dos dias, das horas, dos minutos… Não sabia se tinha a certeza de ter conseguido carregar todas as bate-rias para enfrentar mais um ano de trabalho. Sim, ia ser, mais do que nunca, um ano de muito trabalho. Estava algo receoso acerca deste novo ano. Nova matéria, novos pro-fessores e novos amigos, assim es-perava. Era isso que, de certo modo, me deixava com um nervoso miudi-nho impossível de combater e de explicar. Como seria a minha nova turma? Iria conseguir fazer novos amigos?

No dia seguinte levantei-me mais cedo do que o habitual. Era o dia da receção aos alunos. Ia final-mente conhecer a minha nova tur-ma.

Por incrível que pareça, che-guei à escola quase em cima da hora. Um bom começo de ano, sem dúvida!

Tanta gente desconhecida! Conseguia contar pelos dedos

de uma mão as pessoas que conhe-cia na minha nova turma. Uns de vista, outros nem tanto, apenas que tinham frequentado a minha turma, no ano letivo anterior. Agora era pre-ciso começar tudo de novo. Agora era preciso estabelecer contactos, construir novas relações e fazer vo-tos para que tudo corresse bem.

As primeiras semanas de au-las foram difíceis. Não conhecer ninguém ou quase ninguém, não é fácil. Criar novas amizades leva o seu tempo… Muitas vezes, culpo a minha timidez por tal facto.

Mas à medida que os dias pas-

Amor é… Amor é magiaQue acontece quando se gosta de alguém.Por mais que seja fantasia,É bem realidade também.

Amor é uma melodia:Sentimos as batidasCertas vezes, em sintonia.

Amor é felicidadeQue nos satisfaz:Dá tranquilidade,E traz paz.

Amor é também sofrer.É ter de chorarQuando nos faz perder.

Amor não é paixãoA paixão é passageira,O amor é para a vida inteira.

Amor é uma música,Que se ouve,E sente, por vezes, eternamente.

Mariana Almeida

savam deixava de trocar umas sim-ples palavras como um “olá” e um “adeus” e passava a interagir de forma mais clara e intensa com os meus colegas. Rapidamente, formei novos amigos, com os quais posso contar e em quem posso confiar.

Seis meses passados já nos conhecemos minimamente bem. A turma é impecável. Uns mais desini-bidos do que outros. Cada um com a sua “mania”, com o seu feitio. Às vezes, embora raras, algumas dis-cussões acontecem mas, nada mais do que diferenças de opinião. No fim de contas o que realmente interessa é respeitarmo-nos uns aos outros.

Costumava recuar um pouco no tempo para recordar, com saudade, todas as aventuras passadas e das quais tinha bastante pena que já não voltassem. Mas agora, vivo todos os momentos bons que estas novas pessoas me dão.

Ao que parece, este ano tem-me dado muitas alegrias e não é, nem um pouco, tão mau quanto eu imaginava que iria ser.

Francisco Almeida

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CICLO SEM FIM

Era um típico fim de semana de Inverno: chovia, fazia frio e as ruas estavam praticamente vazias. Toda a gente queria ficar em casa a ver filmes que já passaram na televisão uma de-zena de vezes. Mas David, que es-tava cansado de estudar no quarto, sem saber o que fazer, desceu até à cozinha para beber um copo de água. Ao passar pela sala, de volta ao quar-to, observava os pais a verem o que parecia ser um filme. David não en-tendia como é que conseguiam estar tão descansados. Involuntariamente, voltou a descer as escadas, pegou nas chaves, num casaco e saiu na bi-cicleta para dar uma volta, apesar da chuva que caía intensamente.

Durante o «passeio» não se pas-sava absolutamente nada na cabeça de David. Mas algo lhe dizia para ficar afastado de casa, pelo que continuou a pedalar, desta vez um pouco mais rapidamente. A dado momento, as pernas de David não se aguentavam mais. Cansado, decidiu parar num café para lanchar. Ao entrar reparou que num canto estava uma pequena televisão, na qual passava o mesmo filme que os seus pais viam em casa. Desinteressado, David sentou-se no outro canto e rapidamente foi atendi-do por um jovem com mais ou menos a sua idade.

- Olá! O que vais querer? – per-guntou o jovem empregado.

- Boa tarde. Eu quero uma tosta mista e um leite chocolatado. – res-pondeu.

O empregado ainda disse mais qualquer coisa, mas David já tinha parado de ouvir e simplesmente de-volveu um sorriso, assumindo que ele dissera algo como «Certo! Eu trago já o teu pedido.». Permaneceu imóvel e a olhar fixamente para o chão, até que, sem dar por nada, o lanche esta-va na mesa. Assim que se apercebeu, não pensou nem duas vezes antes de enfiar aquela tosta na boca. Apesar de estar muito satisfeito com o lanche, David mantinha a mesma expressão desde que se sentara. Parecia estar a recordar algo aborrecido que tinha para fazer. O empregado, embora não se tenha pronunciado, reparou nisso. Era quase como que um coe-lho a comer a sua ração, caladinho, quietinho…

Tinha passado uma hora e na cabeça de David, ao contrário do que o empregado pensava, passava-se exatamente o mesmo: nada. Até que se levantou para pagar e, de repente, como que magia, se lembrou de tudo! Parou onde estava e meteu as mãos à cabeça, pensando:

- Bolas! Para que é que eu me fui lembrar disto?

David acabava de se lembrar que tinha escola no dia seguinte, e que, no dia seguinte, começava tudo outra vez. Quando pensava que tudo já tinha acabado, estava na verdade apenas a começar. A equação da su-perfície esférica, os números quân-ticos, os vetores, as configurações eletrónicas, o campo magnético ter-restre, a vulcanologia, o indeterminis-mo, o determinismo radical, a ética… Estava tudo a voltar para ele! Já para não falar do texto para o concurso e da prova de natação que tanto o preo-cupava. E as dezenas de trabalhos de casa? E as várias horas de estudo? E as atividades práticas que tinha de preparar? E os…

- Agh! – soltou David com grande angústia, após recordar tanta coisa.

As pessoas, no café, ficaram a olhar para ele, mas David nem repa-rou. Pagou e foi embora para casa na sua bicicleta. Pelo caminho voltou a relembrar algumas coisas, o que o deixou ainda mais frustrado. Apesar de não ter feito praticamente nada nas últimas horas, David sentia-se cansa-do. Cansado como quem passara a tarde toda a memorizar gigantescos

blocos de texto. A cabeça de David estava cheia de definições, fórmulas, teorias atómicas, e não se lembrava de absolutamente nada do que fize-ra no café. A mente de David estava agora concentrada na escola e em preparar-se para mais uma semana de atividades.

Chegado a casa, nem ouviu os pais às gargalhadas enquanto viam outro filme. Subiu imediatamente as escadas para rever as lições e or-ganizar o seu estudo. David perdera completamente a noção do tempo e nem se lembrava de ter jantando. Até no último momento do dia, em que era suposto ter ouvido música, ficou a pensar na escola:

- Será que vale a pena todo este trabalho? Quanto é que terei tirado no teste de Matemática? Oh meu Deus, e no de Física? Espero que tenha boa nota… Será que eu vou conseguir en-trar na faculdade de engenharia? O que será de mim?... – pensava David, preocupadíssimo com o seu futuro.

Algures, no meio dos seus pen-samentos, David acabou por adorme-cer por volta das dez horas da noite, lembrando aquilo que o avô cheio de sabedoria um dia lhe dissera:

- Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer.

No fim de semana seguinte pas-sou-se exatamente o mesmo. E no outro. E naquele a seguir a esse. E no outro depois desse. É um ciclo sem fim… ou será que não?

Fábio Maia

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Marco era um menino de 11 anos. Ele tinha olhos castanhos, ti-nha sardas e umas sobrancelhas fi-nas; era simpático e bondoso.

O pai de Marco era inventor. Ti-nha acabado o pai do Marco de lhe mostrar a máquina do tempo, uma das suas invenções, quando entrou Júlia, uma menina de 11 anos. Ela tinha olhos verdes e pele branca, ao contrário de Marco, cuja pele era mais escura. Digamos que era mo-reno. Júlia ela muito bela e cheirava a bolachas de baunilha. Ao ver o seu amigo, ela perguntou-lhe se ele que-ria ir jogar à bola. Ele disse que sim e despediu-se do pai.

Enquanto jogavam à bola, começou a chover; por isso, Jú-lia e Marco entraram na oficina do pai dele. Júlia ficou encantada com aquelas invenções todas. Nunca ti-nha visto nada assim! Uma vez que estavam cansados, os dois amigos sentaram-se na máquina do tempo e, sem querer, Marco tocou com a bola no botão de teletransporte e foram de imediato teletransportados para outro tempo.

Primeiro houve um clarão. De-pois, quando deram conta, os dois jovens viram-se ao lado de uma es-finge. Estavam no Egito! Júlia ficou preocupada, mas Marco acalmou-a dizendo-lhe para aproveitar o mo-mento, para se divertirem e explora-rem o lugar.

Logo saíram da máquina e pu-seram-se a explorar o local onde ti-nham ido parar: viram uma pirâmide a ser construída, estiveram no palá-cio do faraó e visitaram um santuá-rio que era encantador, maravilho-so. Depois, foram a um restaurante egípcio, onde tudo era magnífico. Disseram que eram muito pobrezi-nhos e que tinham muita fome e as-sim conseguiram que os consolas-sem com uma sopa muito quentinha e saborosa.

Depois foram para a máquina, clicaram novamente no botão e de-sapareceram. Ao fim de alguns se-gundos, deram conta de que esta-vam ao pé de um templo grego que também aproveitaram para visitar. Era um lugar onde havia muitos ma-pas e descobriram que estavam na antiga Atenas. Nesse tempo, Atenas era uma cidade calma, bela, rica, era uma metrópole branca e azul. Lá, passaram grandes momentos, tais como tentar entender os gregos! Eles divertiram-se muito.

Voltaram de novo para a máqui-na e puseram-se a conversar:

- Por que será que nós chega-mos sempre de manhã?- perguntou Marco.

- Sei lá! - disse Júlia, rindo-se.- E por que será que nós nunca

temos sono? – quis saber Marco. - Porque estamos tão maravi-

lhados, divertidos e espantados com tudo que nos rodeia, que nem nos dá o sono.

Clicaram novamente no botão e lá foram eles. Desta vez, foram pa-rar à cidade de Roma. Espantados com tanta beleza, apressaram-se a percorrer aquela maravilhosa e en-cantadora cidade. Experimentaram tudo e mais alguma coisa, ou seja, andar de quadrigas, foram às ter-mas e adoraram-nas, pois as suas águas eram relaxantes e terapêu-ticas. Foram à biblioteca ler livros mas, uma vez que não sabiam o la-tim, imaginavam o que estava lá es-crito através das imagens. Os livros eram muito velhos e cheiravam mal.

Quando estavam a desfrutar da visita à praça pública, ouviram um estrondoso pum!!! e o som de um edifício a ruir. Aquilo que eles viram deixou-os tão pálidos, que pareciam que tinham anemia: eles viram bár-baros a destruir tudo à sua passa-gem e com muito medo fugiram logo para a máquina, clicando rapida-

mente no botão. Então, apareceram num parque.

De repente, um carro voador passou por cima deles, eles olharam um para o outro e disseram em si-multâneo:

- Estamos no futuro!!! Primeiro, experimentaram as

bicicletas com turbos e com condu-tor automático. Depois, comeram comida do futuro e adoraram. Mas, quando foram ver a máquina, ela estava toda em pedacinhos muito pequeninos. Tinham sido três rufias que a tinham destruído.

Os miúdos ficaram muito preo-cupados e desanimados mas depois, chegaram à conclusão de que afinal havia uma solução. De seguida, fo-ram para casa do Marco para irem ter com o pai dele e assim tentarem resolver o problema. O pai disse que a máquina tinha arranjo, só teriam de esperar cerca de três horas. Ao fim desse tempo, o pai disse que a máquina já estava operacional; eles correram para a janela, gritaram de alegria, agradeceram-lhe e regres-saram ao presente.

Foi aí que ele percebeu que as invenções do pai não eram para brincar.

Gonçalo Perna

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A Máquina do Tempo

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Porque Porque quanto mais tu mentes Cada vez mais eu desisto. Por favor, não inventes! Não aguento mais isto. Porque tu pensas que as mentiras não falam Mas as pessoas vão atrás. E quando os teus lábios se calam Mais liberdade me dás. Porque toda a gente sossega Mas tu, não és capaz. Porque pensas que sou cega Mas sou muito perspicaz. Porque não dá para festejar Muito menos lançar um foguete. Porque a meio da nossa viagem Te esqueces sempre do bilhete. Porque as nossas brincadeirasEram como um passatempo. Mas a vida é um relógio Que passa depressa, como o vento.

Raquel Matos

Esta história pretende contar o modo de vida das batatas de Bata-tavill, a cidade de batatas mais co-nhecida, que não passava apenas de um pedaço de terra do quintal da dona Gertrudes.

Pode-se dizer que era uma cida-de calma, onde a maior alegria eram os gritos e os risos das brincadeiras das batatas mais pequenas, mais conhecidas pelos humanos como as batatas para assar Esta vida calma teve, contudo, o seu fim quando se verificou a invasão da temível frita-deira e do seu parceiro óleo.

A cada dia que passava o medo entre as batatas aumentava, tal como aumentavam os conflitos pro-vocados pelos grandes inimigos das batatas - a fritadeira e o óleo.

O agente Batata Vermelha, o polícia da cidade, tentava sempre arranjar maneira de diminuir os es-tragos. Para isso, expulsava os ini-migos e procurava trazer de volta a paz à cidade, que um dia fora cheia de batatas alegres.

Todas as noites as batatas re-zavam e pediam para que aquele pesadelo acabasse de uma vez por todas e de preferência o mais rápido possível a fim de evitar a emigração para o quintal da dona Alzira. Em-bora cheio de toupeiras, sempre era melhor que um quintal ocupado pe-los grandes inimigos das batatas.

Certa manhã de Verão, em que para não variar todas as batatas se encontravam fechadas em casa, ouviu-se o tão inesperado som da chegada de Batataman. De imedia-to, as ruas desertas de Batatavill en-

cheram-se de batatas a olhar para o céu para ver a grande estrela, a inesperada super batata, Batata-man, cuja capa era vermelha devido ao Ketchup que, por vezes, usava como super ataque.

No momento em que Batata-man apareceu, a fritadeira e o óleo tentaram fugir, uma vez que sabiam que se tentassem desafiá-la só eles sairiam a perder, mas não consegui-ram, uma vez que ela foi mais rápi-da e lançou o seu temível ataque: o esfregão que rapidamente começou a esfregar a fritadeira, sugando-lhe o óleo e deixando esta tão fraca que até uma pena seria capaz de a der-rubar.

Rapidamente o agente Batata Vermelha se encarregou de enviar a fritadeira e o esfregão encharcado em óleo para o caixote de lixo co-locado no ponto mais longínquo da-quela cidade.

Depois de vários dias de festa em Batatavill, Batataman teve de voltar ao seu trabalho - salvar outras cidades de batatas em perigo. As batatas que tinham emigrado para o quintal da dona Alzira voltaram para o quintal de dona Gertrudes e Bata-tavill voltou a ser aquela cidade cal-ma, onde cada dia era vivido numa alegria plena.

Sobre a fritadeira e o esfregão cheio de óleo, a única coisa que se sabe é que a cada dia que passa estes escalam quilómetros e quiló-metros de lixo para tentarem fugir daquela lixeira e voltar a atormentar Batatavill, a grande cidade de bata-tas.

Sara Batista

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BATATAVILL, A GRANDE CIDADE

DE BATATAS

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PRIMEIRA PAIXÃO

Um dia gostava que me respon-dessem a todas as minhas dúvidas, a todos os meus medos, a todos os meus pesadelos. Um dia gostava que aquele sonho que me preen-cheu a noite toda se tornasse real – aquele sonho que, após me terem acordado, fez com que eu quisesse voltar a dormir. Nesse sonho, entra-vas tu. Tu tinhas o papel principal. Tinhas o poder de me encantar e de me deixar pensativa, mesmo não sa-bendo quem eras.

Com o passar das noites, o tal sonho que eu tanto queria e deseja-va como realidade ou simplesmente voltar a revê-lo durante uma só noi-te, repetiu-se várias vezes no meu pensamento enquanto dormia e eu continuava sem saber quem tu eras, de onde vinhas e de onde vinha esse teu jeito de me encantar. Esse teu jeito que me deixava completamen-te rendida sem saber o que fazer e sempre que acordava só queria que chegasse a noite, para poder voltar a sonhar contigo e perceber quem eras tu. Não percebia o porquê des-se efeito que provocavas em mim sem eu saber nada de ti.

Durante dias, na escola, ten-tei procurar alguém como tu, com o teu jeito. Mas nunca obtive uma resposta concreta, até que cheguei a um ponto em que queria desistir de um sonho que me começava a fazer sofrer mesmo não sabendo eu o porquê nem o significado de tal palavra… Dei por mim a perguntar às minhas amigas o que era sofrer. Elas só me respondiam que tinha de haver um motivo para tal, e eu cala-va-me, pois nem eu própria sabia o motivo.

Uma certa noite, concretamen-te, num sábado, acabei de jantar, e fui-me deitar. Inventei uma desculpa aos meus pais, dizendo que estava com dores de cabeça, para ver se era naquela precisa noite que sabe-ria quem eras tu: o tal príncipe dos meus sonhos. Finalmente, nessa noite obtive uma resposta. Quando vi as linhas do teu rosto apercebi-me que eras um rapaz tão belo e tão jovem, lembrando-me que an-

O Dia de Aniversário de Marley

davas na mesma escola que eu. No sonho, nós passávamos muito tempo juntos. Vivíamos momentos inesquecíveis. Tu ensinavas-me a jogar futebol e eu tentava não desi-ludir-te, esforçando-me ao máximo. Mesmo cometendo os erros mais básicos, como não saber chutar à bola, tu permaneceste lá, apoiaste-me e nunca desististe de fazer com que eu evoluísse. Passei o domingo todo a tentar chegar a uma conclu-são, procurando respostas à minha principal pergunta: Porque sonhei eu contigo?

Era segunda de manhã. Con-fesso que tinha medo da minha re-ação quando te visse, mas tinha de superar esse tal medo. Quando te vi, tu ficaste a olhar para mim e eu, sem saber o que fazer, avancei em dire-ção à minha sala. Até que tu vieste na minha direção e sorriste, e eu, nesse momento, perdi-me. Parecia que o mundo que nos rodeava tinha parado completamente. Naquele momento éramos só tu e eu. Quan-do caí em mim, percebi que aquilo que, supostamente, tinha sonhado, não fora um sonho, mas sim a rea-lidade.

Quando dei por mim, estava a viver a minha primeira paixão com o príncipe dos meus sonhos.

Ana Carolina

Na época medieval, ou seja, há muito, muito tempo atrás, havia um rapaz chamado Marley, que estava prestes a fazer dezoito anos. Ele era especial, pois era filho do Rei Zaca-rias, o Rei dos reis, e, quando che-gasse esse dia, Marley subiria ao tro-no para suceder ao seu pai. A família abastada vivia no centro da floresta da Amazónia, em plena harmonia com a natureza.

Marley era um belo e esbelto ra-paz: tinha um metro e oitenta de al-tura, olhos verdes, cabelo castanho e um corpo atlético.

Os dias e as noites passavam e Marley esperava, ansioso, o dia do seu aniversário.

Uma noite, como não conseguia adormecer, decidiu ir dar uma volta pela floresta, para espairecer.

Quando ia a passar pela árvore encantada, ouviu um ruído que lhe pareceu ser a voz do seu pai. Mas pensou que estava a sonhar e dirigiu-se novamente para o palácio.

No dia seguinte, chegou final-mente o tão esperado dia: o dia do seu aniversário!

Marley levantou-se apressada-mente e foi chamar o seu pai. Bateu à porta dos aposentos reais, mas nin-guém lhe respondeu. Então, decidiu entrar. Nada! Procurou, depois, por todos os cantos do palácio, mas não o encontrou.

Exausto, sentou-se no sofá. Es-tava quase a adormecer... quando ouviu um batuque: era o pássaro do bico mágico!

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A SOCIEDADE DE HOJE

Ao longo dos tempos foram muitas as mudanças verificadas na sociedade.

Mudaram-se hábitos, costumes, perderam-se tradições, criaram-se novos conceitos. Todos os dias surgem novas tecnologias, que são marcas importantes nas gerações mais jovens. São estas tecnologias que hoje dominam todos os setores e sem os quais já não se sobrevive.

Vivemos num mundo no qual não necessitamos de sair de casa para ter acesso a toda a informação que julgamos ser necessária e fun-damental para a nossa vida, porque a Internet é a nossa grande aliada. Podemos ler o jornal, fazer compras, marcar uma viagem, conversar com alguém em qualquer parte do mun-do… tudo com um simples clicar. Aquilo que há alguns anos só farí-amos saindo de nossas casas, hoje é feito comodamente em qualquer hora a partir do conforto de nossas casas.

Os telemóveis são outro exem-plo da forma como fomos domina-dos pela evolução das tecnologias. Estes fazem parte das nossas vidas, permitindo-nos estar sempre con-tactáveis, se assim o desejarmos. Diríamos, mesmo, que eles fazem parte de nós próprios, como se uma extensão do nosso corpo se tratas-se. As gerações mais jovens dificil-mente têm a noção de como era a vida sem um computador ou um te-lemóvel.

Mas todas estas tecnologias tornam-nos demasiado consumis-tas e dependentes. O consumismo é uma das principais características da nossa sociedade, ficando de lado coisas importantes.

Temos então uma sociedade diferente com novos conceitos, no-vas ideias onde se esquece o que, por vezes, é mais importante para todos. Tornámo-nos pessoas menos atentas àqueles que podem neces-sitar da nossa ajuda. O tempo que temos é demasiado ocupado com coisas fúteis e o que nos resta não chega para a família ou amigos. Tor-na-se urgente pararmos um pouco e pensarmos que existem coisas na vida que são demasiado importan-tes para serem ignoradas. Perto de nós existem muitos males e, muitas vezes, nós não os queremos ver.

Se pertencemos a uma família, a um grupo de amigos, a uma so-ciedade temos, com certeza, deve-res e obrigações, por isso não seja-mos cúmplices de injustiças sociais. Sempre que nos calamos perante atitudes menos corretas, estamos a contribuir e a permitir para que o mal continue a acontecer.

É importante paramos um pou-co, abrandarmos o ritmo que leva-mos todos os dias, correndo de um lado para o outro, e começarmos a dar importância ao que realmente interessa.

A vida passa por nós de forma rápida e só damos por falta das coi-sas quando estas já não existem. Afinal não é preciso muito para ser-mos felizes, apenas temos de dar prioridade à amizade e ao amor, sermos fiéis e verdadeiros com nós próprios e com os outros.

Ana Beatriz Ferreira

- Porque estás tu a bater no vi-dro real? – quis saber o jovem, muito intrigado.

- Tinha de despertar a tua aten-ção! E tu, o que estás tu a fazer aí sentado, enquanto o teu pai está em perigo? – perguntou o pássaro, já muito inquieto.

- O quê? Ah? Como? – pergun-tou Marley.

- Sim, sim! O teu pai precisa da tua ajuda! – gritou o pássaro.

- Mas tu sabes onde ele está? – inquiriu Marley.

- Sim, segue-me! – disse o pás-saro, decidido.

Andaram longas horas pela flo-resta, até que foram ter à árvore en-cantada.

- Entra, ele está aqui! – informou o pássaro do bico mágico.

Marley reconheceu de imediato aquela árvore e lembrou-se então de que, na altura em que ele tinha ido dar uma volta e ouvira aquele estra-nho som, não lhe dera importância, pensando estar a sonhar. Mas agora, logo percebeu que estava enganado!

Corajosamente, eles entraram na árvore, lutaram com os «trolls», desceram um alçapão, resolveram enigmas... até que, por fim, encontra-ram o Rei Zacarias.

A reação de Marley foi abraçar de imediato o seu pai e foi um mo-mento comovente.

Depois de saírem daquela árvo-re, o jovem Marley e o seu pai volta-ram ao palácio, sendo recebidos em grande festa.

O velho Rei Zacarias coroou o seu valente filho como Rei dos Reis e agora sim, pode dizer-se que…«E viveram felizes para sempre!»

Rute Sofia

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Narrador: Há muitos e muitos anos, numa distante terriola do interior, San-ta Comba da Vilariça, vivia um homem viúvo com a sua filha, de nome Bran-colina. Era uma menina muito bonita.Mais tarde, o homem acabou por ca-sar com uma mulher belíssima, mas extremamente cruel, de nome Florbe-la, nascida numa aldeia vizinha.Florbela era feiticeira e, desde o pri-meiro dia, tratou muito mal a menina, por inveja da sua beleza.Infelizmente, o homem morreu cedo e Florbela passou a atormentar, diaria-mente, a vida de Brancolina.

Florbela: -Brancoliiiiina! Já lavaste as escadas? Este vestido está todo mal passado! De que esperas para apren-der de uma vez por todas a cuidar da minha roupa? Irraaaaa!Brancolina: - Desculpe Florbela, vou já tratar disso. Florbela: - E não te esqueças do jantar, estou farta de comer as mesma coisas, vê se fazes alguma coisinha diferente quando estiver chama-me para o jantar, que agora vou retirar-me para os meus aposentos, tomar uma

banho de espuma e relaxar.Narrador: Florbela retira-se para o seu quarto…Florbela: - Espelho meu, espelho meu, há alguém mais belo do que eu?Espelho: - És bela Florbela, mas Brancolina é mais bela ainda.Florbela: - Não pode continuar assim! Eu tenho de me ver livre dela para sempre, ou nunca serei a mais bela mulher destas terras! E acho que aca-bei de ter uma ideia!...Florbela: -Toni, preciso de um serviço teu. Leva a Brancolina para bem longe e mata-a. Receberás uma quantia tão elevada, que poderás fazer da tua vida o que quiseres.Toni: (para o público) Ela que nem pense, vou mas é levá-la para tão lon-ge que não consiga encontrar o cami-nho de volta, mas não posso matá-la! Nunca!Narrador: Toni dá um sonífero a Bran-colina e, depois de esta adormecer, leva-a para o meio da floresta.Brancolina:: - Mas o que faço eu aqui? Como vim parar aqui ao meio desta floresta? Estou cansada e não sei o que fazer Se ao menos o meu

telemóvel tivesse rede!Espera, o que é aquilo ali? Uma casa? Nem acredito no que estou a ver! É uma casa mesmo! Eu sabia que a sor-te não me abandonava. Vou entrar.Que horror, de quem serão estas rou-pas? Bem, isto não vê limpeza há uns largos meses! Deixa-me pôr mãos à obra…Narrador: Entretanto, na tasca do Zé Pavão, os sete motoqueiros termina-vam o seu dia de trabalho a beber umas cervejolas e a comer amen-doins.Os Motoqueiros falam e jogam Brancolina: - Bom, não aguento mais e acho que já mereço um descanso-zito…Brancolina deita-se no sofá e adorme-ce Brrrrrrrrrr! Brrrrrrrr! Brrrrrrrrrrrr! Os Motoqueiros entram em casa…Motoqueira Bia: Mas o que é que aconteceu aqui? Que tempestade passou por aqui e limpou esta coisa toda? Será que não demos com a por-ta da casa certa?Motoqueiro Francisco: - Hei, vejam só o que temos aqui estendido no nos-

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Brancolina e os Sete Motoqueiros

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so sofá! A oitava maravilha do mundo! Motoqueiro Miguel: - Uau! Brancolina: - Desculpem, mas quem são vocês? O que faço eu aqui?Motoqueiro Miguel: - Oi, eu sou o Manel Biliar.Motoqueiro Francisco: - Eu o …Motoqueiro Levi: - Olá! Eu cá chamo-me... Motoqueira Ana: - Ei, ei, ei, eu aqui sou o … Motoqueira Jéssica: - Gosto em co-nhecê-la, eu sou o…Motoqueira Luana: - Eu cá sou .. e tu quem és?M 7: - Bom dia, eu sou a …E afinal quem é a menina?Brancolina: - Calma meus, calma! Eu sou a Brancolina e vim aqui parar porque me perdi na floresta. Depois do meu pai morrer fiquei a viver com a minha madrasta, a Florbela, mas ela faz-me a vida negra e deve ter pedido a alguém para me dar sumisso. Será que me deixam ficar por aqui? Eu trato da casa, enquanto vocês trabalham; o que dizem?Todos: - Claro que sim! Motoqueira Ana e Luana: - Seria um

enorme prazer!Motoqueira Jéssica: -E que tal uma viagem até à cozinha para preparar-mos um pitéu?Motoqueiro Levi: - Ótimo, vamos a isso que já tenho a barriga a dar horas!Narrador: No castelo, Florbela, aguar-da finalmente pela tão desejada res-posta do seu espelho. Florbela: - Espelho meu, espelho meu, há alguém mais belo do que eu?Espelho: - És bela Florbela, mas Brancolina é mais bela ainda, e ago-ra vive no meio da floresta rodeada de homens lindos, que a tratam como uma rainha! Florbela: - Que raiva! Não pode ser! Vou ter de dar cabo dela pelas minhas próprias mãos. Ela nem sabe do que sou capaz! Uahhhhhhhh!Narrador: Florbela, disfarçada, dirige-se então para a floresta e encontra a casa dos Motoqueiros. Florbela: Truz-truz. Boa tarde, minha jóia, gostaria de lhe vender umas pe-ritas, será que me pode ajudar? Quer provar para ver como são boas?Brancolina: - Claro que sim, agrade-ço e tenho todo o gosto em ajudar. Os

meus amigos vão adorar fruta fresca!PUM! Faz Brancolina ao cair no chão depois de ter trincado uma pêra.Brrrrrrrrrr! Brrrrrrrr! Brrrrrrrrrrrr!Florbela: - Oh não! Tenho de desapa-recer daquiiiiiiiiiiiiii………. Narrador: E a bruxa Florbela móreu no fundo do buraco!Motoqueira Ana: - Hei pessoal, a Brancolina está aqui caída no chão, venham ajudar-me, ela parece morta Motoqueira Bia: - Oh, não! O que va-mos fazer?Motoqueiro Francisco: - Esperem, há aqui ainda uma lata de Red Bull no frigorífico; talvez seja melhor darmos-lhe uns golitos! Brancolina: - Hei, mas onde estou?.... Mmmmmm, o que me aconteceu?Motoqueiro Levi: - Ufa, não foi desta que lhe deu o badagaio!Motoqueira Luana: - Afinal a publici-dade não é enganosa, já viram?!Todos os motoqueiros: Red Bull dá-te Aaaasas!Todos, de mão dadas e em vénia: - Agradecemos à Red Bull o patrocí-nio que não foi capaz de nos oferecer para a elaboração desta peça!

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Em família

Elenco Nuno: Salvador-Pai, casado, tem um fi-lho e é homossexual. Beatriz: Amélia-Mulher do Salvador.Luana: Lurdes-Namorada do Bernardo. E filha da Melina.Yasmin: Melina-Amiga da Amélia.Pedro: Diogo- Amigo do Salvador.Quim: Francisco -Amigo do Salvador.Armando: Armando-Empregado de mesa.Raquel: Lucy - Colega do Bernardo.Miguel: Bernardo: Filho de Salvador.Gil: Ângelo-Homossexual com Salvador.Rui: Simão - Colega de Bernardo.

CenáriosCenário 1 - Casa da Amélia e do SalvadorCenário 2 – Café do Armando Cenário 3 – Escola do Bernardo

Na escola…Bernardo: Olá, pai!Salvador: Olá, filho, como foi o teu dia?Bernardo: Recebi o teste de história, tive satisfaz…Salvador: Ó filho, então vai estudar.Bernardo: Está bem, pai.Entretanto, em casa…Amélia: O teu pai já chegou?Bernardo: Sim, mãe, está na sala.Amélia: Só podia!Na sala…Amélia: É chegar e alapar! Eu limpo a casa, eu faço a comida, eu trato do nos-so filho, eu faço tudo!!!Salvador: Eu passo dez horas por dia a ar-ranjar carros. Eu pago tudo! Ele é gás, ele é luz, ele é água, ele é condomínio, … e no final do mês, incha o Salvador outra vez.Amélia: Isso, vai-te embora, foge dos problemas… (empurra o Salvador)Salvador: Tu não me voltas a fazer isso! (empurrando-a; vai para o café encon-trar-se com o Ângelo.)No café…Armando: Vão desejar alguma coisa?Salvador: Eu quero um whisky duplo.Ângelo: Eu quero um Ice Tea de limão.Ângelo (para Salvador): Então, como foi o teu dia?Salvador: Foi péssimo! Tive uma discus-são com ela…tive que me vir embora senão ainda me irritava.

(Entretanto, chega a Melina, pede pão ao Armando e começa a ouvir a conver-sa do Ângelo com o Salvador.)Ângelo: Finalmente vão resolver as coisas?Salvador: Não a posso abandonar ago-ra, eu tenho um filho, ela não tem ren-dimento nenhum e os pais dela já mor-reram. Não posso fazer isso… Então e como foi o teu dia?(Melina vai embora do café.)Ângelo: O costume,… fui às compras e vi duas malas tão giras mas mesmo tão giras e não sei qual é que hei-de com-prar. Qual é que achas, a verde ou a roxa com bolinhas amarelas?Salvador: Para que ocasião?Ângelo: Para o dia-a-dia.Salvador: A roxa às bolas amarelas.(Quim e Diogo chegam e interrompem a conversa.)Quim: “Atãããããooo?Salvador: Quim, vieste ver o jogo?Diogo: Claro, não o podia perder por nada!Salvador: (apresenta o Ângelo ao Diogo e ao Quim) Este é o Ângelo, é um amigo meu do emprego.Ângelo: Olá! Olá! Aí que camisola tão lin-da, onde é que a compraste (pergunta ao Diogo)?Salvador: (fica envergonhado com a per-gunta de Ângelo e tenta disfarçar.) Bem, sentem-se. (chama o Armando.)Armando: O que é que vão querer?Salvador: Pode ser três minis fresquinhas.Quim: E uns tremoços.Diogo: Pois, traga aí umas empalhadas.Salvador: (pergunta ao Ângelo) e tu o que vais queres?Ângelo: Tu sabes o que eu gosto… fresco.Salvador: (fica surpreendido com o que o Ângelo diz) Ok. Então é um Ice Tea de limão.(Começam a ver o jogo e a narrá-lo.)Ângelo: Entãããão, porque é que andam todos a correr atrás da bola?(Diogo e Quim ficam surpreendidos com o que o Ângelo disse.)Salvador: Porque o objetivo do jogo é correr atrás da bola e marcar golos.Ângelo: Ok…(pouco tempo depois, continuam a ver o jogo e, entretanto, um jogador sofre uma falta.)Diogo: Olha, é penalty!Ângelo: Coitado, ele deve-se ter aleijado? (Todos ficam surpresos com o que Ân-gelo disse; acaba o jogo e eles ficam no café a conversar.)(Entretanto, Melina vai com sua filha a casa da Amélia disposta a contar tudo à amiga sobre o que ouviu no café. Lurdes toca a campainha da casa da Amélia e o

Bernardo vem abrir a porta.)Bernardo: Olá! (para Melina) Olá, amor! (para Lurdes) Melina: Olá! Onde está a tua mãe?Lurdes: Olá! Bernardo: Tudo bem?(Bernardo leva Melina à sala para ir ter com Amélia. Sentam-se todos e Amélia diz a Ber-nardo e a Lurdes para irem para o quarto.)Amélia: Meninos, vão para o quarto e fi-quem com a porta aberta,Bernardo e Lurdes: Ok!Melina: Olá, amiga! Tudo bem?Amélia: Olá! Não, eu e o Salvador tive-mos uma discussão hoje, foi horrível! Melina: Então porquê? Amélia: Ele chega em casa e não me ajuda a fazer nada… mas então, como é que tu estás?Melina: Estou bem! Tenho uma coisa para te contar sobre o teu marido!(Amélia fica surpresa quando Melina diz que é sobre o Salvador.)Amélia: Sobre o Salvador?Melina: Sim… Eu vi-o hoje no café.Amélia: Com quem é que ele estava? Melina: Com um rapaz com um ar meio estranho, diferente… um ar de gay!(Amélia fica surpresa e, ao mesmo tem-po, confusa.)Amélia: Gay? O Salvador com um rapaz gay?Melina: Parecia…! Porque não lhe ligas e perguntas onde ele está?Amélia: Não… achas? Claro que não!Melina: Sim… liga! Não tem nada de mal!Amélia: Ok…!(Amélia liga a Salvador que está no café… ele rejeita a primeira chamada.)Amélia: Ele não atendeu! Melina: Liga de novo! Quem sabe ele atende agora!Amélia: Não! … Achas que devo ligar?Melina: Sim, tenta de novo.Amélia: Ok!(Amélia tenta ligar de novo a Salvador e ele atende.)Amélia: Onde estás?Salvador: Estou no café com uns amigos…Amélia: Que amigos?Salvador: O Quim, o Diogo e o Ângelo.

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Amélia: Quem é o Ângelo? Não o conheço!Salvador: É um amigo meu! Amélia: Então convida-o para vir cá a casa para eu o conhecer e para tomar um café!Salvador: Não. Não é preciso!Amélia: Ok… demora muito?Salvador: Não, já estou a ir!Amélia: Ok!(Amélia desliga o telemóvel e volta a fa-lar com Melina.)Melina: Então?Amélia: Ele já está a vir para casa!(Salvador chega a casa.)Salvador: Olá! Amélia: Olá. Precisamos de falar!Salvador: Sim!Melina: Ok. Amiga, vou embora! (Melina chama a filha Lurdes para ir em-bora. Lurdes chega à sala de mãos da-das com Bernardo.)Lurdes: Olá!Salvador: Olá!Lurdes: Então, mãe, vamos embora?Melina: Sim, filha! Já vamos!(Melina despede-se de Amélia, Salvador e Bernardo.)Melina: Tchau! Lurdes: Tchau! Até amanhã, Bernardo!Bernardo: Até amanhã!(Amélia e Salvador começam a falar…)No dia seguinte, na escola, Lurdes, Ber-nardo, Simão e Lucy encontram-se e co-meçam a falar.)Bernardo: Olá!Todos (em coro): Olá!Lucy: Então, tudo bem?Bernardo: Bem… nem por isso! Meu pai já quase não aparece em casa, a minha mãe anda triste por causa dele... Enfim!Simão: O teu pai é gay! (gozando.)(Bernardo começa a brigar com o Si-mão; toca a campainha para as aulas; mais tarde, Bernardo chega a casa.) Bernardo: Mãe, o pai está em casa?Amélia: Sim, deve estar na sala.(Bernardo sai da cozinha sem agradecer à mãe. Já na sala…)Bernardo: Pai, preciso de falar contigo!Salvador: Está bem! Diz lá!Bernardo: Pai, é complicado…Salvador: O que é que se passa?

Bernardo: Andam a gozar comigo na es-cola, e dizem que tu és…Salvador: Que eu sou o quê?Bernardo: Andam a dizer… a dizer que tu és…gay.Salvador: Filho, sabes que eu não era capaz de vos fazer isso.Bernardo: És?Salvador: É complicado…Bernardo: És ou não? Diz-me!Salvador: Há coisas que não podemos escolher…Bernardo: O quê? Então é verdade?(Bernardo sai da sala a chorar. Amélia vai ter com o filho ao quarto e vê-o a chorar.)Amélia: Filho! O que se passa?Bernardo: Não é nada, mãe! Sai do meu quarto!(Amélia vai ter com o marido à sala e re-solve tirar satisfações.)Amélia: O que já fizeste ao Bernardo? Ainda agora chegaste e já estás a cau-sar problemas?Salvador: Amélia, calma! Senta-te!(Amélia senta-se no sofá.)Salvador: Amélia, preciso de falar contigo!Amélia: Mas o que é que se passa?Salvador: É difícil… eu apaixonei -me por outra pessoa…(Amélia começa a chorar.)Amélia: Quem é ela?Salvador: Hummmm, não é ela, é ele! Amélia: O quê?! Como é que ele se chama? Salvador: Ângelo… Eu conheci-o no tra-balho…(Amélia expulsa Salvador de casa e este vai para o café ter com Ângelo.)Ângelo: Então já resolveste o teu proble-ma com a Amélia?Salvador: Sim, já lhe contei tudo! Ângelo: Boa! Traga um champanhe, por favor!(Ângelo e Salvador comemoram felizes.)Passadas três semanas, Bernardo reen-contra o pai. Bernardo: Pai, já tinha saudades tuas! E tenho uma boa notícia para te dar…Salvador: Sim, filho, também já tinha muitas saudades tuas! Então diz-me que boa notícia é essa…Bernardo: Nessas ultimas três semanas, eu pensei muito e vi que estava a ser muito estúpido contigo e resolvi aceitar a tua relação com outro homem.Salvador: Fico muito feliz por teres con-seguido aceitar… Sei que não foi fácil para ti e para a tua mãe…Bernardo: Sim, pai! Agora quero fazer-te um convite, acho que vais gostar…Salvador: Hoje são só notícias boas?! Diz la que convite é esse…

Bernardo: Eu falei com a diretora da minha escola e nós achamos uma boa ideia você ir lá dar um depoimento sobre a homossexualidade.(Salvador fica surpreso com o convite.)Salvador: Acho uma boa ideia, filho! Con-fesso que fiquei surpreso, mas eu aceito porque hoje em dia há muito preconceito!(Bernardo fica muito feliz com a decisão do pai.)Bernardo: Que bom, pai! É na quarta-feira às 15 horas. Ah! Prepara o teu depoimen-to, tens de pensar no que vais dizer…Salvador: Ok, filho, não te preocupes, vou dizer o que penso e não te vou dei-xar mal em frente aos teus amigos.Bernardo: Fixe!(Chega quarta- feira; Bernardo chega à escola com a mãe, a namorada, Melina, Simão, Lucy, Armando, Diogo e Quim; Salvador vai ter com o filho e apresenta-lhe o namorado.)Bernardo: Mãe, olha o namorado do pai!Amélia: Sim, filho! Ele é giro!(Salvador e Ângelo cumprimentam o pessoal.)Salvador: Olá, boa tarde.Ângelo: Olá.Todos: Olá.(Amélia, Melina e Lurdes ficam a olhar para o Ângelo.)Salvador: Esse é o meu namorado, Ângelo.Melina: Tudo bem, Ângelo?Ângelo: Sim. Bernardo: Pai! Já está na hora, vamos?Salvador: Sim, filho.(Salvador começa a discursar.)Salvador: Boa tarde, sou o pai do Bernardo e chamo-me Salvador… (pausa) Começo por vos dizer que é a primeira vez que venho dar um depoimento sobre a minha homos-sexualidade, antes de tudo isso acontecer eu tinha medo, vergonha de dizer a alguém que estava a gostar de um homem, mas com o tempo isso foi mudando e quando dei por mim estava apaixonado pelo Ângelo; hoje, graças a deus, estamos bem e felizes; dou-me bem com o meu filho, e eu e a minha ex-mulher estamos bem. O meu filho demorou um tempo a aceitar e eu sei que não é fácil para ele ouvir as pessoas a dizerem -lhe “o teu pai é gay”; sim, sou e não tenho mais vergonha de assumir a minha orientação sexual, ser gay ou lésbica não é doença, continuamos a ter sentimentos como vocês, não é por isso que eu vou ser diferente… Espero que vocês tenham tirado alguma lição de vida de tudo isso que estive aqui a dizer, não é preciso ter medo de dizer que somos gays, devemos ter orgulho! (Todos aplaudem.) FIM

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Elenco

Juízes – Joana Oliveira, Rui LemosPolítico – Pedro SoeiroAssessor – Armando SantosMédica – Raquel CravoHomossexuais–Filipa Miranda, Patrícia Silva Capitão – Levi CamposPraça – Miguel VilarinhoProxeneta – Nuno MartimProstituta – Beatriz MonteiroProstituto – Ricardo OliveiraPedófilo – Gil CardosoCriança – Ana Filipa PiresSem-Abrigo – Francisco Garrelhas Guarda – Rafael SousaEncenação, cenografia, guarda-roupa e maquilhagem – Luana Fernandes, Maria Spínola, Sara Rocha, Yasmim Paixão e Joana Ribau

Cena I(Os juízes entram e dirigem-se, respetiva-mente, para as suas mesas.)(O Político entra)Político: É aqui o nosso local de comício? Armando! Armando!(O Assessor entra.)Assessor: É sim, meu senhor.Político: Então, traga as caixas, pois va-mos fazer campanha!(Começa a campanha e o discurso.)Juiz 1: Para tudo! (Batendo na mesa)Político: Armando, arruma tudo que este não é o nosso local de comício.Assessor: Mas aqui no mapa diz que es-tamos certos!Político: Mas tem a certeza que viu bem? O mapa não estará ao contrário?Assessor: Desculpe, por acaso estava.Juiz 1: Calem-se todos porque estão a ser julgados!Político: Eu?! Um homem tão honesto que foi eleito por todos os portugueses?Assessor: Não foram bem todos…Político: Adiante, adiante.Juiz 2: Não te esqueças que falsificaste os votos!Político: O quê? Um homem que defendeu o país?!

Juiz 1: Não te esqueças das notícias sobre corrupção, onde tu estavas metido.Político: Não, isso foi engano dos jornais!Juiz 2: Ah! E por falar em jornais, e então os amigos para os quais arranjaste cargos nas direções, jornais e rádios?Político: Isso foram coisas que eu estava a deverJuiz 1: Então estavas a dever carros de luxo, carros, …Juiz 2: Senhor deputado, declaro que daqui em diante nunca mais se recandidatará.Político: Não é possível!Juiz 2: Guarda! Faça o favor. (Entra o guarda e leva o politico para o infer-no, para a sua condenação.)

Cena IIMédica: (Apressada) Onde está o pacien-te?Juiz 1: Agora é que te preocupas com os pacientes?Médica: É claro que me preocupo! É o meu dever! (Apressada) Onde está ele?Juiz 2: Mas o dever deve ser cumprido sempre.Médica: E não cumpri sempre?! Juiz 2: E aqueles que mandaste para casa sem sequer os examinares?Médica: Isso foi há muito tempo quando ainda não tinha muita experiência. E essas são das poucas pessoas que eu não con-segui salvar.Juiz 2: Mas podias ter salvado todos!Médica: Pois podia mas, como todos os médicos, também tenho pontos fracos.Juiz 1: Ah! E passares os dias no hospital “a namorar” com o Dr. Saraiva é o teu ponto fraco?(A médica fica sem resposta e encolhe os ombros.) Juiz 2: Então e agora? Não tens resposta? Devias ter, já que tens resposta sempre para tudo…Juiz 1: Pois, pois! Passar os dias “a namo-rar”, é um ponto fraco! (para Juiz 2) É o que lhe chamam agora!Médica: Mas então aquelas viagens que fiz a África, para ajudar aqueles que não têm nada, não têm lugar neste julgamento?

Juiz 2: Claro que tem! Mas isso foi muito pouco.Juiz 1: Tão pouco que não é suficiente para ires para o céu.Médica: Não é suficiente? Como é que não é suficiente? Sacrifiquei a minha vida du-rante dois anos! Deixei os meus filhos sem mãe para ajudar os outros e agora vêm-me dizer que não é suficiente?Juiz 1: Não, não é suficiente!Juiz 2: Eu acho que é suficiente. Arriscar a vida e deixar a família para ajudar os outros é uma boa ação. Quando morreste, o que estavas a fazer?Médica: A alimentar e a tratar dos pobres dos idosos que não têm casa e que dor-mem na rua.Juiz 1: Mas como é que morreste?Médica: Enquanto entregava um saco com alimentos e um cobertor a uma pobre ve-lho, apareceu um grupo de miúdos arma-dos para nos roubar a comida e desataram a balear toda a gente. E para tentar salvar a criança já órfã pus-me à frente dela e, quando dei por mim, já tinha sido baleada e deixada a morrer ali estendida no chão. Juiz 1: Afinal não eras tão má como pensá-vamos. És uma boa pessoa.Juiz 2: E morreste a salvar aqueles que não têm nada na vida. Tens um bom co-ração!Juiz 1: Vamos dar-te um lugar no céu.Médica: Muito obrigada, eu sei que cometi muitos erros na minha vida e no final dela vejo-me como uma heroína, pois ajudei os que mais precisavam até ao último segun-do.

Cena III(Duas raparigas homossexuais chegam ao local e ficam surpreendidas.)Homossexual 1: Que coisa é esta?Homossexual 2: Não sei, mas não estou a gostar.Homossexual 1: Não acredito que me vais levar a um bar de lésbicas outra vez. Mesmo sendo tua namorada não me podes obrigar a assumir perante toda a gente.

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Novo Auto da Barca do Inferno

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Homossexual 2: Eu não te trouxe a lugar nenhum, eu não sei onde estou. Não tens de ter vergonha.Juiz 1: Chegou o casalzinho que tem medo de se assumir (risos)Homossexual 2: Eu sempre lutei pelos nossos direitos, já ela…Homossexual 1: Já eu o quê? Sabes muito bem que os comentários que fazem mago-am muito.Juiz 1: Mas porquê tanta vergonha em as-sumir aquilo que realmente és?Homossexual 1: Eu nunca imaginei que as pessoas fossem tão preconceituosas… tenho medo dos comentários…Juiz 1: Ou será que tu não gostas da tua namorada? (riso desconfiado.)Homossexual 2: Para mim já chega, va-mos embora.(Vão para o Bem a discutir.)Homossexual 2: Só queria perceber se tu tens mesmo medo de te assumir, ou se é vergonha de mim?!Homossexual 1: Para mas é de falar e va-mos procurar o caminho de volta!Homossexual 2: Mas não tens motivos para ter vergonha, somos todos iguais… independentemente da nossa orientação sexual.Juiz 2: Ela tem razão. (Vira-se para Homos-sexual 1) Não precisas de ter vergonha, há muita gente que deixa a felicidade passar ao lado por causa da vergonha e do medo…Homossexual 1: Mas…Homossexual 2: (interrompe) Mas o quê? Temos de lutar pelos nossos sonhos, pelos nossos direitos…Juiz 2: Muito bem. Se ela realmente só sente vergonha não vai ser castigada por isso…Dou-vos outra oportunidade para tu (aponta para a Homossexual 1) mostrares que realmente gostas dela, e tu (aponta para a Homossexual 2) conti-nua assim, lutando pelos vossos direitos. Homossexual 1: Vou tentar assumir, pois não tem sentido nenhum continu-ar assim se realmente quero ser feliz… Juiz 2: Fico muito feliz em saber que já mu-daste a tua maneira de pensar.(Saem pela entrada.)

Cena IV(Entra o Praça, desconfiado, inspecionando o lugar, quando aparece o capitão.)Capitão: Soldado! Soldado! (o Praça faz continência) O que está a fazer? Praça: A inspecionar a área, capitão!Capitão: Continue!(Passado um bocado.)Praça: Localizei um tribunal!Capitão: Vamos lá ver melhor o que é.Praça: Sim, senhor!(Entram no tribunal e o juiz dá início ao jul-gamento.)Juiz 2: Vamos dar início ao julgamento!Capitão: Mas que ultraje é este? O que fiz eu de mal?Juiz 2: Vocês mataram muitas pessoas ino-centes!Capitão: Nós matámos para viver.Praça: Concordo!Capitão: Tu não tens de falar!Juiz 1: Aqui neste tribunal quem manda so-mos nós! Deus, até agora, decide o destino dos homens.Capitão: Nós matámos para defender a pátria.Praça: Nem sempre!Juiz 1: Pois, mesmo para defender a pátria não o deveriam ter feito.Juiz 2: (para o capitão) Tu governaste mal as tuas tropas, mandaste-as lutar e escon-deste-te. Morreste por acaso, nem foi na guerra. Não és digno de ir para o paraíso!Juiz 1: Concordo consigo! O capitão vai para o lado do mal! (Diz com voz mais alta) Quanto ao soldado: foste obrigado a ir para a guerra e confessaste diante nós que nem sempre mataram para defender a pátria, foste sincero. Por mim vais para o céu e vais ter uma vida eterna de descanso.Juiz 2: Também concordo com a sua deci-são! (Chama o guarda para levar o capitão) Guarda, faça o favor!(Vai o capitão para o Inferno, enquanto que o Praça vai para o Paraíso)

Cena V(Proxeneta entra)Proxeneta (Virando-se para o Juiz 1): Nun-ca viste? Tira foto! (Passado um bocado.) Que merda é esta? Eu aqui não faço dinhei-ro, ó Tânia, (gritando) Tânia, vai para a beira da estrada!(Entram a prostituta e o prostituto)Prostituta: Ó boi! Não vês que aqui não há estradas?!

Prostituto: Ó Tone, se eles não vêm até nós, vamos nós até eles!Prostituta: Não é tarde nem é cedo, olhem ali aqueles dois!Proxeneta: Vamos lá faturar mais uns!Prostituta: Olha que eu não faço o servici-nho por tuta e meia…Proxeneta: Cala-te, que acertamos contas no final.Prostituto: Não é a falar que enchemos o bolso. Vamos lá mas é!(Vão ter com o Juiz 1)Prostituto: (virando-se para a Joana) Oi, gatinha!Proxeneta: Olha lá, mas quem é que fala com os clientes?!Juiz 1 : Aqui não há clientes nem vendedo-res. Há o bem e o mal.Prostituta: Esta deve andar a vender bí-blias, não?Juiz 1: Gozem, gozem pois no Inferno vão arder.Proxeneta: ‘Tá bem,’ tá bem, mas primeiro tenho aqui um homem que te quer dar de comer.Prostituto: Então, moça? Alinhas? (Mete-lhe a mão)Juiz 1: Tira as patinhas para não piorarem a vossa situação. (Virando-se para a Pros-tituta.) Tu, rameira de Beduído, que depois de dois filhos teres parido, nessa vida foste entrar!Prostituta: Não tinha como os sustentar…Juiz 1: Então o corpo foste dar! Mas não és a pior! Este homem que te vende, vindo de Resende, também tem muito para contar.Proxeneta: (riso irónico) Felicidade fomos dar àqueles que mais precisaram. Vá, mas falando de negócios, queres ou não?Prostituto: Oh, esta aqui não quer que lhe ponha as mãozinhas…Prostituta: Vamos embora, que tempo é dinheiro.(Vão ao lado do Bem.)Juiz 2: O que é que fazem aqui? Vocês não são bem-vindos!Proxeneta: Quanto a eles não sei, mas é aqui que eu pertenço.Prostituto: Então, estás armado em ca-brão ou quê?! Estamos todos juntos nisto!Juiz 2: Aqui não entram cabrões! Saiam é daqui! Vão-se é embora. Daqui não levam nada.Prostituto: Ninguém merece esta vida…Prostituta: …depois de tanto darmos prazer…Prostituto: …vamos direitinhos p’ró Infer-no!Proxeneta: Pode ser que até se ganhe bem!

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Cena VI(Entra o pedófilo e traz a criança por um braço. A criança vem a queixar-se.)Pedófilo: Vem, querida. Vem escolher o sabor do gelado que queres hoje.Juiz 2: Oh! Este não é o famoso pedó-filo que seduz as crianças com simples geladinhos?Pedófilo: Mas quem é este otário?Juiz 2: O senhor é acusado de pedofi-lia. Acha isso bem? Ser pedófilo?Pedófilo: Há algum mal nisso? Para sua informação, é perfeitamente nor-mal. Preparo a miudagem para o futuro.Criança: Então? O meu gelado? Pro-meteste que hoje ia ser diferente!Pedófilo: Cala-te, garota! Não vês que está aqui um casmurro a impedir a nos-sa passagem? (A criança começa a chorar.)Juiz 2: Mau! Tenha modos. (o pedófi-lo ignora) A sua passagem será para o inferno!Pedófilo: Ó seu cabrão! Eu não ponho lá os pés!Juiz 2: Ai não? Isso é o que nós vamos ver.Pedófilo: Eu só ponho lá os pés com uma condição: esta criança vem comi-go. Tenho que partilhar os meus dotes com alguém.Juiz 2: É que nem pensar!Pedófilo: Então recuso-me a entrar.Juiz 1: Bom, vamos ver o que é que a rapariga acha! (sorridente) Olá! Está tudo bem contigo?Criança: Sim.Juiz 1: Olha, o que achas deste se-nhor?Criança: Ele é simpático. E até nos oferece gelados!Juiz 1: Nós? A quem?Criança: Sim, a mim e aos outros me-ninos lá na escola.Pedófilo: Está a ver?! Há algum pro-blema com isso?Juiz 2: Cale-se, a conversa não é con-sigo.Juiz 1: O que é que costumam fazer?Criança: Nós brincamos muito.Juiz 1: E que tipo de brincadeiras?Criança: Ele pede-me para jogarmos aos doutores.Juiz 1: Aos doutores? E que mais?Criança: Às vezes ele põe-me uma venda nos olhos e eu tento adivinhar o sabor dos gelados.

Juiz 1: Pronto, não me digas mas nada. Nós já percebemos. (virando-se para o Pedófilo) Como vês, o teu desti-no já está decidido.Juiz 2: Para o Inferno irás. Guarda!(O pedófilo pega na criança)Juiz 2: A miúda fica comigo.(O pedófilo vai para o Inferno e a criança fica sentada ao pé da mesa do Juiz 2.)

Cena VII(Entra o sem- abrigo a cantar e a tocar na sua guitarra.)Sem-abrigo: Existe aqui alguém que ajude este velho e humilde homem?Juiz 2: Oh, olha-me este. Além de pobre, é mentiroso!Sem-abrigo: Olhe lá, você sabe com quem está a falar?Juiz 1: Diga-me você…Sem-abrigo: Eu sou… (Fica triste.)Juiz 2: Bem me parecia!!Sem-abrigo: Sabe, posso não ter sido uma pessoa rica, importante ou sábia, mas sofri muito e fiz sacrifícios incontáveis enquanto vivia naquelas ruas frias e solitárias.Juiz 1: Ai que comovente…Não me venha com lamechices!Sem-abrigo: Lamechices?! Acha?! Isto é a realidade que muitas pessoas não querem ver, ou não querem ouvir, como vocês!Juiz 2: Viveste dessa maneira porque as-sim quiseste!Sem-abrigo: Quando a vida se vira contra nós, há que tomar decisões, mesmo que essas nos custem muito.Juiz 1: Decisões como abandonares a tua família? Deixaste a tua mulher sozinha a cuidar dos vossos filhos… abandonaste-os! Sabes o que eles sofreram e ainda sofrem com a tua inesperada partida?Sem-abrigo: E vocês? Sabem o que eles sofriam antes de eu partir?Juiz 2: De que falas?Sem-abrigo: Do meu vício, que foi sempre o álcool. Todas as noites ia para os cafés e “encharcava-me” de álcool, gastava imenso dinheiro por dia. Quando chegava a casa, era instantâneo, não sei o que me dava, aquela pessoa não era eu…Juiz 1: Importas-te de nos explicar isso me-lhor? É que não conseguimos perceber o que queres dizer!Sem-abrigo: Como chegava sempre a casa bêbado, eu batia-lhes muito e foi até ao dia em que me apercebi do “monstro” que era e foi por isso que decidi sair de casa. Achei que era o melhor para eles.Juiz 2: Bem…Nós não sabíamos disso.

Não sabemos o que havemos de fazer. Por um lado, foste bom mas, por outro, foste muito mau. Ah! Mas espera aí…E as coisas que tu roubaste??Sem-abrigo: Se eu não tivesse roubado, como é que eu ia sobreviver? Se eu não necessitasse, não teria roubado.Juiz 1: Fosses trabalhar!Sem-abrigo: Ahahahahahahaha, e com este aspeto quem e que me dava trabalho?Juiz 2: Vai ser uma decisão muito difícil. Deixa-nos falar a sós…(Passado um bocado…)Juiz 1: Já decidimos o que vamos fazer…Sem-abrigo: Bem, eu acho que já não pos-so fazer mais nada.Juiz 2 : Nós apercebemo-nos que viveste uma vida desordenada, mas também de muito sofrimento e pobreza. Sabemos que o que fizeste não foi por mal e que tam-bém não estavas consciente quando fazias aquelas maldades…mas tu apercebeste-te dos teus erros e tomaste uma decisão que te custou muito, mas foi para o bem da tua família. Por isso, vais ter um lugar no Pa-raíso. Desfruta ao máximo desta oportuni-dade!Sem-abrigo: Muito obrigado!

Cena VIIIJuízes: Bem, parece que por hoje já aca-bou. Foi um dia complicado…(Entra cada um na sua porta)

FIM

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Os textos das páginas 64 a 70 foram escritos pelos alunos do 9ºA, ao longo dos três anos da frequência da disciplina de Oficina de

Teatro.

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O grupo CORAIS, clube de mú-sica da Escola Secundária da Ga-fanha da Nazaré, tem 14 anos de existência.

Começando por ser um grupo de professores e alunos com interes-ses pela música e convívio, transfor-mou-se numa saudável mistura, que engloba hoje também gafanhenses, cujo objetivo continua a ser o de par-tilhar o gosto pela música e divulgar este interesse na comunidade.

Deste trabalho já resultou um CD e bons amigos, o que nos leva a concluir ser esta uma boa maneira de partilhar experiências e aproxi-mar pessoas.

São cerca de quinze elemen-tos que se integram em actividades várias – festas, saraus, sessões de índole cultural, apresentações de li-vros, etc, sendo a sua temática es-sencialmente música portuguesa de cariz popular.

No próximo ano, por ocasião do seu 15º aniversário está a ser prepa-rado um espetáculo comemorativo.

Nesta Escola o caminho é de paz,De partilha e fraternidade.Juventude, mostra que és capazDe criar um mundo de verdade. (BIS) REFRÃOResponsáveis e livres na vida,A crescer no saber e na fé.É o lema da Escola nascidaNa Gafanha da Nazaré (BIS)

Nesta Escola queremos sonharQue é gostoso viver cada diaE o futuro, juntos, prepararCom sucesso, Saúde e Alegria. (BIS)

Hino da E.S.G.N.O Hino da ESGN foi escritoem 1998 pelo professor Manuel Raimundo e reflete bem o espírito da escola.

corais

António Rodrigues

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