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10 anos de ensino, pesquisa e extensão

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10 anos de Ensino, Pesquisa e Extensão.

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Page 1: Livro Parque do Gafanhoto

10 anos de ensino,pesquisa e extensão

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Presidente da FUNEDI/UEMG Professor Gilson Soares

Vice-presidente da FUNEDI/UEMG Professora Miriam Fonseca

Coordenadora-geral do Instituto Superior de Educação de Divinópolis (ISED) Professora Ana Cristina Franco da Rocha Fernandes

Coordenador-geral do Instituto de Ensino Superior e Pesquisa (INESP) Professor Fabrízio Furtado de Sousa

Coordenador do Centro de Educação e Pesquisa Ambiental Parque do Gafanhoto – Campus Avançado da FUNEDI/UEMGMárcio Cleib Pereira

OrganizaçãoProfessora msc. Ana Cristina Franco da Rocha Fernandes, professor dr. Alysson Rodrigo Fonseca (referência técnica em Pesquisa da FUNEDI/UEMG e professor do curso de Ciências Biológicas do ISED) e professora dra. Denise M. Rover da Silva Rabelo (coordenadora e professora do curso de especialização em Gestão Ambiental da FUNEDI/UEMG e do curso de Ciências Biológicas do ISED)

Projeto gráfico e diagramaçãoDiêgo Garcia

FotografiasArquivo do Parque do Gafanhoto

RevisãoElvis Gomes

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Page 4: Livro Parque do Gafanhoto

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

HISTÓRICO DA FUNEDI

HISTÓRIA DO PARQUE DO GAFANHOTO

COMPETÊNCIAS E OBJETIVOS DO CONVÊNIO FIRMADO ENTRE A FUNEDI E O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

ESTRUTURA DO PARQUE DO GAFANHOTO

ÁREA DO PARQUE DO GAFANHOTO

1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PARQUE DO GAFANHOTO1.1 Atividades de ensino1.1.1 Atividades de ensino desenvolvidas pelo curso de Ciências Biológicas1.1.2 Atividades de ensino desenvolvidas pelo curso de Química1.1.3 Atividades de ensino: cursos extracurriculares1.1.3.1 Processo de Licenciamento Ambiental (20h)1.1.3.2 Avaliação Ambiental – Módulo I: Técnicas de Avaliação Ambiental (32h)1.1.3.3 Avaliação Ambiental – Módulo II: Perícias Ambientais (20h)1.1.3.4 Monitoramento Ambiental – Módulo I: Recursos Hídricos (8h)1.1.3.5 Monitoramento Ambiental – Módulo II: Solo (8h)1.1.3.6 Monitoramento Ambiental – Módulo III: Ar (8h)1.1.3.7 Monitoramento Ambiental – Módulo IV: Fauna e Flora (8h)

2 ATIVIDADE DE EXTENSÃO2.1 Ciências no Parque2.2 Parque da Ciência2.3 Trilhas interpretativas2.4 “Música Ambiente”2.5 Minhocário como prática de educação ambiental2.6 Jardim Gourmet – Espaço temático para a educação ambiental

3 ATIVIDADES DE PESQUISA3.1 Fauna de insetos associados à decomposição cadavérica no Parque do Gafanhoto, em Divinópolis (MG)3.2 Parasitóides de dípteros associados à decomposição cadavérica no Parque do Gafanhoto, Divinópolis (MG)3.3 Estudos entomológicos e biogeográficos do Parque do Gafanhoto visando à vigilância epidemiológica das leishmanioses no município de Divinópolis (MG)3.4 Interação entre formigas e diásporos no Parque do Gafanhoto3.5 Aspectos florísticos e ecológicos do Parque do Gafanhoto, Divinópolis (MG)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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APRESENTAÇÃO

Este trabalho apresenta um relato geral das atividades desenvolvidas no Centro de Educação e Pesquisa Ambiental Parque do Gafanhoto – Campus Avançado da FUNEDI/UEMG, nos 10 anos de parceria estabelecida entre a Fundação Educacional de Divinópolis (FUNEDI/UEMG) e o Ministério da Agricultura. Nestes 10 anos, diversas atividades de ensino, pesquisa e extensão foram desenvolvidas no Parque do Gafanhoto, sempre valorizando e priorizando a educação ambiental, o envolvimento com a comunidade e o crescimento acadêmico dos estudantes. Pretende-se, com esta publicação, a apreciação de parte do trabalho realizado pela equipe da FUNEDI, que conta, cada vez mais, com a participação da comunidade e de outros, em uma parceria mútua a favor da preservação ambiental.

HISTÓRICO DA FUNEDI

A Fundação Educacional de Divinópolis (FUNEDI) é uma das unidades associadas à Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), criada pelos constituintes mineiros em 1989 e credenciada em abril de 1999 pelo Decreto n° 40.359 do governador do Estado. As origens da Fundação remontam a 1964, com a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis (FAFID).

A inserção da Fundação, tanto em Divinópolis quanto na região, dá-se através dos diferentes cursos nas áreas das Ciências Biológicas, exatas e humanas; de parcerias com instituições públicas e privadas para o desenvolvimento de projetos de interesse local e regional, dentre outros. Neste sentido, a criação dos Institutos Superiores de Educação em Divinópolis, Cláudio, Abaeté e Pitangui apresenta-se como um dos resultados da experiência e influência regional da FUNEDI ao longo do tempo. Atualmente, a instituição abriga cerca de 3.000 alunos e 200 professores em cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, com destaque para o Mestrado Profissional em Desenvolvimento Regional.

Além do ensino, a FUNEDI entende a pesquisa e a extensão como atribuições indissociáveis em uma IES, sendo, portanto, uma exigência intrínseca para a constituição de uma universidade que possa ser realmente importante para a sociedade. Assim, uma instituição que se comprometa com a produção do conhecimento através da prática da pesquisa poderá desenvolver, com êxito, sua tarefa pedagógica de ensino e sua tarefa social de extensão, tornando-se centro de transformação da sociedade e contribuindo para a construção da democracia, bem como possibilitando a instauração de uma nova consciência social e cidadã. É a partir desta perspectiva que várias ações de pesquisa e extensão são estimuladas e desenvolvidas na FUNEDI.

Neste contexto da investigação científica e extensão, o Centro de Educação e Pesquisa Ambiental Parque do Gafanhoto – Campus Avançado da FUNEDI tem se constituído como um importante espaço de formação para a ensino, pesquisa e extensão, uma vez que se trata de um centro cujo objetivo é, dentre outros, proporcionar estudos em uma área de conservação do bioma cerrado. A implantação deste centro se deu por meio de termo de cooperação técnica entre a FUNEDI e o Ministério da Agricultura. O Parque do Gafanhoto possibilita a execução de projetos de iniciação científica, envolvendo diretamente alunos e professores do curso de Ciências Biológicas, dentre outros.

HISTÓRIA DO PARQUE DO GAFANHOTO

A área de abrangência do atual Parque do Gafanhoto foi delimitada a partir da construção da Usina de Gafanhoto, a qual, por sua vez, foi o ponto de partida de criação da Cemig (Centrais Elétricas de Minas Gerais). Construída pelo Governo do Estado, em 1946, e transferida à Cemig em 1952, a Usina do Gafanhoto tem grande significado econômico, pois permitiu a implantação da Cidade Industrial de Contagem, o maior polo industrial de Minas Gerais.

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Posteriormente, a área abrigou a sede do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, atualmente Ibama. Em 13 de novembro de 1959, o imóvel passou para o município de Divinópolis, sob administração do prefeito Sebastião Gomes Guimarães. Em 1963, sob administração do prefeito Fábio Botelho Notini, foi inaugurado o Parque Florestal do Gafanhoto, que teve como objetivo fornecer uma área de lazer para a comunidade e abrigar o Posto de Fomento Florestal (Pofom), o qual implantou na área um viveiro de mudas para arborização da cidade. Em 1986, o Parque Florestal do Gafanhoto passou a abrigar um minizoológico, chegando, na época, a receber mais de 5.000 pessoas no final de semana.

A partir de meados da década de 1990, o Parque fechou as portas para o público. Com a falta de fiscalização e uso da população, as árvores do Parque foram gradativamente derrubadas de forma ilegal para utilização em fornos a lenha. Aos poucos, as estruturas ora construídas foram depredadas, e o local passou a apresentar risco para a comunidade em geral, por se tornar um local de consumo de drogas e prostituição.

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Atualmente, o Centro de Educação e Pesquisa Ambiental Parque do Gafanhoto – Campus Avançado da FUNEDI tem se constituído como um importante espaço de formação para o ensino, a pesquisa e a extensão, uma vez que se trata de um centro cujo objetivo é, dentre outros, proporcionar estudos e popularização de conhecimentos acerca do meio ambiente. A implantação do centro se deu por meio de termo de cooperação técnica entre a FUNEDI e o Ministério da Agricultura.

Desde a sua implantação, em 2005, o centro já recebeu mais de 50 escolas das redes pública e particular de Divinópolis e região, cujas visitas monitoradas para o desenvolvimento de atividades ambientais atingiram cerca de 60.000 alunos. Em dois anos, foram capacitados cerca de 600 professores, através das oficinas nas áreas de ciências, matemática, física, química, solos e meio ambiente. Os laboratórios do Parque da Ciência receberam alunos e professores das diversas instituições de ensino de Divinópolis e região, para a realização de aulas práticas, que sempre foram acompanhadas de discussões e reflexões sobre o meio ambiente.

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COMPETÊNCIAS E OBJETIVOS DO CONVÊNIO FIRMADO ENTRE A FUNEDI E O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

Diante da relevância ambiental da área do Parque do Gafanhoto, em termos de localização estratégica, remanescente de vegetação e refúgio de fauna, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a FUNEDI propuseram assumir, através dos dois Termos de Cooperação Técnica já firmados, a recuperação e a conservação da área em questão e, ainda, o desenvolvimento de projetos de pesquisa, ensino, extensão e educação ambiental, visando a atender Divinópolis e região. São objetivos deste acordo a execução de atividades de apoio técnico/educacional e o desenvolvimento de pesquisas científicas voltadas para a área da agricultura e do meio ambiente, de interesse específico da comunidade acadêmica e dos órgãos públicos envolvidos. O acordo visa, ainda, à disseminação do conhecimento produzido, buscando agregação de recursos humanos e materiais para a pesquisa e difusão de tecnologias ambientais através da atuação de estudantes, pesquisadores e técnicos das partes atuantes.

ESTRUTURA DO PARQUE DO GAFANHOTO

A ideia de que a humanidade deve construir novos valores e atitudes para voltar a interagir com o ambiente sem agredi-lo torna-se cada vez mais importante em nossa sociedade. A educação ambiental, uma grande aliada na busca deste objetivo, alerta para os problemas do meio ambiente, tanto atuais quanto futuros, e auxilia no encontro de soluções para os mesmos. Neste sentido, alunos e professores da FUNEDI/UEMG, através da parceria com outras instituições, têm se envolvido em diversas atividades ligadas às questões ambientais. Neste contexto, o Parque do Gafanhoto tem sido utilizado como um importante espaço para a realização de ações de cunho ambiental, sejam essas ações de ensino, pesquisa ou extensão.

Para atender a estes propósitos, o Parque do Gafanhoto conta, atualmente, com uma estrutura que permite o acolhimento de estudantes e visitantes e apresenta os seguintes espaços construídos:

– Laboratórios – Museu Didático de Zoologia e História Natural– Auditório – Anfiteatro – Salas de aula– Banheiros– Sede administrativa

Os laboratórios do Parque do Gafanhoto são estruturados para a realização de práticas de biologia, química e física. A edificação compreende um espaço de aproximadamente 40 m². O Museu Didático de Zoologia e História Natural foi implantado em um espaço de 80 m² e apresenta diversos animais taxidermizados. Estes animais foram doados pelo Ibama através de uma parceria firmada com a FUNEDI/UEMG. Os animais taxidermizados podem ser disponibilizados para a realização de oficinas em escolas de Divinópolis, além de estarem expostos para visitações no Parque.

O auditório e o anfiteatro do Parque do Gafanhoto comportam, aproximadamente, 100 pessoas, sendo destinados a recepções, palestras e práticas de educação ambiental.

As salas de aula são utilizadas para ministração de aulas teóricas e oficinas que podem ser seguidas por práticas realizadas em campo.

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ÁREA DO PARQUE DO GAFANHOTO

O Parque do Gafanhoto situa-se às margens da Rodovia MG-050, na altura da ponte sobre o Rio Pará, divisa com o município de Carmo do Cajuru. Trata-se de imóvel rural do Patrimônio da União, doado pelo município de Divinópolis na década de 1950, tendo como confrontantes: (i) a margem esquerda do rio Pará, junto à Usina do Gafanhoto da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a montante da ponte de concreto; (ii) a Rodovia MG-050, que interliga Divinópolis e Belo Horizonte; e (iii) o Córrego do Cesarinho, perfazendo o total de 19,2 ha.

A sede administrativa é utilizada para recepcionar os visitantes e encaminhá-los às dependências do parque.

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1.1 Atividades de ensino

A FUNEDI/UEMG tem como um de seus objetivos voltados para o ensino proporcionar uma formação acadêmica que envolva a criação cultural, o desenvolvi

mais solidários e participativos, críticos, criativos, competentes, ousados e empreendedores, capazes de inovar e serem competentes; dedicando-se, ainda, a programas de extensão e prestação de serviços à comunidade, sempre voltada, em todos os seus procedimentos, para atendimento às necessidades básicas do contexto regional em que se insere e a participação no processo de desenvolvimento nacional. Neste sentido, o Centro de Educação e Pesquisa Ambiental Parque do Gafanhoto – Campus Avançado da FUNEDI/UEMG tem contribuído para a formação acadêmica dos estudantes, propiciando um espaço preservado para o desenvolvimento

mbiente. Além disso, a área do parque e os laboratórios têm sido utilizados pelos alunos para o desenvolvimento de atividades

ambiente e proporcionando aos alunos um ambiente de interação e difusão de conhecimentos.

1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PARQUE DO GAFANHOTO

Em seus 10 anos de existência como centro de pesquisa e educação ambiental, diversas ações de ensino, pesquisa e extensão foram desenvolvidas no Parque do Gafanhoto.

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1.1.1 Atividades de ensino desenvolvidas pelo curso de Ciências Biológicas

Para aprimorar a formação de campo dos estudantes, o curso de Ciências Biológicas desenvolve atividades de campo no parque, abrangendo conteúdos das áreas de Ecologia, Botânica, Zoologia, Microbiologia, Geologia e Meio Ambiente.

As atividades desenvolvidas possuem os seguintes objetivos: – Avaliar formas de levantamento e controle da poluição ambiental sobre os meios físico, biótico e antrópico; – Disponibilizar conhecimentos básicos sobre o desequilíbrio ecológico e as doenças e características especiais do ambiente que interferem no padrão de saúde da população; – Estudar os impactos ocasionados pela poluição sobre os ecossistemas; – Permitir ao aluno vislumbrar aplicações práticas dos vários conceitos e conhecimentos da Ecologia; – Gerar conhecimentos básicos sobre técnicas de avaliação de impacto ambiental, questões práticas relativas ao desenvolvimento de projetos na área ambiental e às respectivas implementações;

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– Coletar, herborizar, montar e preservar material botânico; – Conhecer e aprender os métodos de preparação de material didático e científico de vertebrados e invertebrados; – Elaborar, testar hipóteses e desenvolver experimentos de rápida investigação; – Fornecer subsídios básicos à elaboração de estudos de impacto ambiental; legislação e licenciamento ambiental; – Gerar base teórica e uma visão crítica sobre ecologia e conservação de populações, comunidades e ecossistemas; – Gerar informações que possibilitem prever possíveis influências causadas por alterações ambientais; – Fornecer noções básicas e conceitos fundamentais para identificação, caracterização e metodologias para avaliação de impactos ambientais; – Perceber a influência do ambiente na anatomia dos vegetais; – Promover a capacitação dos estudantes para investigar processos ecológicos e de biodiversidade; – Reconhecer e identificar os principais tipos de solos e suas características físicas e químicas; Subsidiar planos de manejo e conservação.

As atividades que são desenvolvidas no parque estão inseridas nos conteúdos das disciplinas do curso de Ciências Biológicas. Além disso, são desenvolvidos, no parque, minicursos extracurriculares com os mesmos objetivos supracitados.

1.1.2 Atividades de ensino desenvolvidas pelo curso de Química

O curso de Química desenvolve, no parque, atividades práticas relacionadas com a análise química de água e dos solos e produção de extratos fitoterápicos. Essas atividades são ministradas na forma de minicursos extracurriculares oferecidos aos alunos do curso.

1.1.3 Atividades de ensino: cursos extracurriculares

A dimensão ambiental no processo educativo tem um papel preponderante. As organizações buscam a alta produtividade e devem conciliá-la com o controle ambiental em seu sentido mais amplo, ou seja, compatibilizando os aspectos sociais, culturais e econômicos aos do meio ambiente. O crescimento da população humana exerce forte pressão sobre o meio ambiente. As mudanças das últimas décadas vêm alterando o relacionamento das organizações, considerando os cuidados com o capital natural. A legislação ambiental exige, cada vez mais, respeito e cuidado com o meio ambiente. Essa exigência conduz a uma maior preocupação ambiental, buscando a melhoria da qualidade de vida das populações atuais sem comprometer as futuras gerações.

Como resposta aos anseios da sociedade e considerando que a construção do saber humano deve apontar para áreas de preservação, conservação, recuperação e controle do meio ambiente, como forma de proporcionar a melhoria da qualidade de vida da população, é que a FUNEDI, que se consolidou como um centro de referência educacional para a região Centro-Oeste de Minas Gerais, tem como uma de suas políticas institucionais prioritárias as questões ambientais.

A educação ambiental, segundo a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, é um componente essencial e permanente da educação, devendo estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo formal e não-formal.

Dentro desta perspectiva, o Centro de Educação e Pesquisa Ambiental Parque do Gafanhoto – Campus Avançado da FUNEDI/UEMG oferece cursos de extensão na área ambiental que visam a contribuir para a formação de profissionais e cidadãos que estejam envolvidos no contexto dos diversos processos urbanos, buscando a sustentabilidade através de ações preventivas corretivas.

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Dentre os diversos cursos que já foram oferecidos no parque, destacamos os seguintes listados abaixo:

1.1.3.1 Processo de Licenciamento Ambiental (20h)

Este minicurso teve como objetivo a análise de empreendimentos passíveis de licenciamento ambiental, a compreensão das etapas do licenciamento ambiental, licenças ambientais e autorização de funcionamento, os processos e metodologia de licenciamento, DN COPAM 74/2004, os termos de referência utilizados pelo órgão ambiental para elaboração de RCA/PCA e EIA/RIMA para obras de saneamento, os procedimentos de monitoramento e revalidação de licenças e o ICMS – Ecológico.

1.1.3.2 Avaliação Ambiental – Módulo I: Técnicas de Avaliação Ambiental (32h)

Este minicurso visou ao estudo das ferramentas do planejamento ambiental, bem como aos atores do planejamento ambiental, além das estruturas do planejamento ambiental, do planejamento ambiental e definição de área de estudo, da escala de trabalho em planejamentos ambientais, da formação de bancos de dados, dos indicadores do meio e ponderação, das técnicas ou métodos utilizados em planejamento ambiental, dos critérios para estudo prévio de impacto ambiental, dos equívocos e uma proposta para avaliação ambiental, do gerenciamento ambiental e da educação ambiental.

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1.1.3.3 Avaliação Ambiental – Módulo II: Perícias Ambientais (20h)

Este minicurso objetivou o estudo acerca das perícias ambientais, como definição, conceito, legislações aplicáveis e em que circunstâncias se instalam, além dos seguintes temas: o perito e o assistente técnico: definição, papel e responsabilidades; quesitos a serem abordados, laudo e parecer técnico; instrumentos e metodologias aplicáveis; estudos de caso; e responsabilidade civil na degradação, poluição e dano ambiental.

1.1.3.4 Monitoramento Ambiental – Módulo I: Recursos Hídricos (8h)

Este minicurso teve como objetivo principal o estudo acerca dos recursos hídricos e sua importância, além dos seguintes conteúdos: o ciclo hidrológico ambiental; a disponibilidade hídrica em bacias hidrográficas; as fontes de poluição pontuais e difusas; os parâmetros de qualidade de água; os caminhos de poluição; e a variação temporal e espacial de qualidade de água: monitoramento de fontes e corpos receptores e a avaliação da qualidade da água.

1.1.3.5 Monitoramento Ambiental – Módulo II: Solo (8h)

Este minicurso visou ao estudo sobre gênese e composição do solo e aos seguintes tópicos: as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo; o sistema de classificação de solo; o estudo da importância do nitrogênio, fósforo e enxofre no solo e a qualidade ambiental; o comportamento dos agrotóxicos no solo, e erosão do solo e métodos de controle; e a utilização do solo como destino final de resíduos orgânicos e os parâmetros indicadores de qualidade.

1.1.3.6 Monitoramento Ambiental – Módulo III: Ar (8h)

Este minicurso teve como objetivo o estudo dos padrões de qualidade do ar e os limites máximos de emissão, além dos seguintes conteúdos: a estatística da poluição do ar; os processos industriais potencialmente poluidores; os processos de combustão; e os princípios de funcionamento de equipamentos de controle da poluição do ar proveniente de fontes estacionárias e móveis: equipamentos coletores de partículas, de gases e de vapores e os fatores que afetam o rendimento da coleta.

1.1.3.7 Monitoramento Ambiental – Módulo IV: Fauna e Flora (8h)

Este minicurso objetivou capacitar os alunos quanto às técnicas de diagnóstico das condições ambientais com base no meio biótico em relação à caracterização da flora e fauna, além dos seguintes tópicos: as características das formações vegetacionais; as técnicas de levantamento faunístico qualitativo da avifauna e mamíferos não-voadores; o estudo das possíveis correlações entre fauna e vegetação; a determinação de espécies-chave para a fauna e flora; as técnicas de diagnóstico de estrutura das paisagens; e a avaliação de áreas importantes do ponto de vista de conservação.

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2 Atividades de extensão

A extensão universitária é um processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável, viabilizando a relação transformadora entre a academia e a comunidade. Trata-se de um processo acadêmico definido e efetivado em função de demandas sociais indispensável na formação do aluno, na qualificação do professor e no intercâmbio com a sociedade, constituindo-se, portanto, em um espaço de troca e produção de conhecimento e estabelecendo uma relação voltada ao atendimento das demandas sociais, na perspectiva de promover a educação de forma permanente e de contribuir para o desenvolvimento social, cultural e científico da comunidade e da região onde se localiza.

Abaixo, estão listadas algumas atividades de extensão que já foram desenvolvidas no parque.

2.1 Ciências no Parque

O projeto Ciências no Parque teve como objetivo principal o desenvolvimento de atividades práticas, relacionadas aos conteúdos teóricos lecionados aos alunos do ensino fundamental das escolas públicas do município de Divinópolis (MG). Através deste trabalho, foi possível criar um importante instrumento que auxiliou o processo de ensino-aprendizagem, além de ter possibilitado o desenvolvimento de habilidades e capacidades

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dos alunos, como raciocínio, argumentação e ação. O projeto foi desenvolvido pelos cursos do Instituto Superior de Educação de Divinópolis (ISED), mantido pela FUNEDI.

2.2 Parque da Ciência

Cada vez mais têm sido criados espaços que democratizam o conhecimento e oportunizam às crianças o contato com a ciência e tecnologia e atualizam os adultos no mundo científico. São museus e parques de ciência interativos que favorecem a inclusão social na “sociedade do conhecimento”, por meio da promoção de oportunidades de maior aproximação entre a ciência e a sociedade. Através deste projeto fomentado pela Fapemig, foi possível:– Promover a popularização do conhecimento científico, visando à democratização da informação sobre a produção do conhecimento em ciência e tecnologia, bem como suas implicações no dia a dia dos cidadãos; – A estruturação de um espaço interativo de educação científica no Centro de Educação e Pesquisa Ambiental Parque do Gafanhoto – Campus Avançado da FUNEDI/UEMG; – A promoção da formação de professores da educação básica; Despertar nas crianças e nos jovens o espírito científico e da educação científica, bem como a curiosidade e o gosto pela ciência.

Para o desenvolvimento do projeto Parque da Ciência, o Centro de Educação e Pesquisa Ambiental Parque do Gafanhoto – Campus Avançado da FUNEDI/UEMG contou com as seguintes estruturas: Museu Didático de Zoologia, Laboratório de Biologia e Laboratório de Física.

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2.3 Trilhas interpretativas

As trilhas, quando usadas como meios de interpretação ambiental, além de propiciarem a transmissão de conhecimentos, permitem o desenvolvimento de atividades que revelam os significados e as características do ambiente por meio do uso de elementos originais, por experiência direta e por meios ilustrativos, sendo claramente um processo educativo. De forma bastante concisa, as trilhas auxiliam na percepção das pessoas através do contato direto com o ambiente natural, sensibilizando e despertando o interesse pela preservação do espaço ao qual elas têm acesso. Portanto, elas se constituem como uma importante ferramenta da educação ambiental.

Sendo assim, uma das atividades desenvolvidas no parque foi a visitação ao local através de trilhas, guiadas por monitores do curso de Ciências Biológicas do ISED, com temas relacionados à educação ambiental, como preservação de matas ciliares, recuperação de áreas degradadas e estudos de biodiversidade em áreas de mata nativas.

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2.4 “Música Ambiente”

Produzido desde maio de 2005, o “Música Ambiente” é um programa de TV que tem como objetivo difundir a ciência, dando visibilidade à presença da ciência em nosso cotidiano e às produções e aos processos tecnológicos desenvolvidos dentro da Universidade, enfatizando o meio ambiente como um importante espaço para o contato e o reconhecimento da importância da ciência na atualidade.

Com 30 minutos de duração e produzido semanalmente, o “Música Ambiente” é exibido aos domingos, às 11h30, e reapresentado aos sábados, às 13h, na TV Candidés, em Divinópolis. Seu formato é um programa musical de auditório, compreendendo apresentação de um grupo cultural, prioritariamente de expressão musical, intercalada com uma discussão temática, com foco em meio ambiente e ciência em quadros previamente gravados, aliando entretenimento e informação.

2.5 Minhocário como prática de educação ambiental

Atualmente, 22 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados nas grandes cidades brasileiras. Isso contribui para o crescimento do volume de resíduos orgânicos que representam um problema para a qualidade ambiental dessas cidades. Visando ao melhor aproveitamento deste lixo, foi desenvolvido um projeto com o objetivo da construir um minhocário para reciclagem do lixo orgânico e transformação em adubo, que foi depositado em uma horta. Essa prática de educação ambiental aconteceu no Parque do Gafanhoto com o intuito de conscientizar crianças e adolescentes de escolas públicas sobre a importância do reaproveitamento dos resíduos orgânicos.

O projeto consistiu na construção do minhocário, na visita de alunos que receberam explicações sobre vermicompostagem e, ainda, na oficina de criação de uma horta vertical feita com garrafas pet, que continha húmus proveniente do minhocário. Por fim, foi oferecido um questionário, para a verificação do conhecimento adquirido em todo o processo. A visita contou com a presença de alunos do ensino fundamental de escolas públicas estaduais, dos municípios de Divinópolis (MG) e Santo Antônio do Monte (MG).

O trabalho realizado mostrou a eficácia do projeto de educação ambiental, já que, em sua grande maioria, os conceitos acerca do tema foram compreendidos pelos alunos, que conseguiram explicar o que era a educação ambiental, vermicompostagem e, principalmente, diferenciar o lixo orgânico de lixo inorgânico. Verificamos que o projeto atuou como um instrumento que pode auxiliar a sociedade a solucionar os problemas relacionados ao lixo orgânico.

Este trabalho teve o apoio financeiro do PAEx e foi desenvolvido pelas alunas Débora Aparecida de Aquino Lima e Fernando Vieira Sousa e orientado pela professora Catarina Teixeira.

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2.6 Jardim Gourmet – Espaço temático para a educação ambiental

Jardins temáticos são ótimas ferramentas para a educação não-formal, possibilitando desenvolver atividades interdisciplinares nas áreas de ciências, ecologia e educação ambiental. O Jardim Gourmet no Parque do Gafanhoto foi criado como proposta de extensão junto às instituições educacionais e à comunidade.

Os objetivos foram desenvolver um espaço adequado para atividades educativas e incentivar a alimentação saudável. Para validar o espaço como local de aprendizagem, foi realizada uma avaliação do roteiro de visita ao jardim, através de um questionário antes e depois da visitação, com posterior análise comparativa dos acertos com o uso do teste t student. Para a construção do Jardim Gourmet, foram escolhidas plantas condimentares, alternativas para a redução do consumo de sal, permitindo,

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desta forma, o incentivo aos bons hábitos alimentares. A estrutura do jardim foi feita com materiais recicláveis como paletes e vasos plásticos usados. O jardim recebeu, em seus três meses de funcionamento, a visita de escolas da rede pública e particular de ensino, além de grupos de jovens aprendizes.

Durante as visitas, foi observado um grande interesse do público, inclusive dos jovens, acerca dos temas tratados durante a visitação. Em relação à validação do espaço como local de aprendizado, o jardim demonstrou ser adequado para o ensino, uma vez que a avaliação demonstrou uma média de 81,26% de aumento nos acertos da avaliação da visitação. Desta forma, o Jardim Gourmet possibilitou o incentivo ao uso de plantas frescas na alimentação e o resgate do cultivo de plantas nos domicílios, além de apresentar alternativas saudáveis para a diminuição do consumo excessivo de sal.

Este trabalho teve o apoio financeiro do PAEx e foi desenvolvido pelas alunas Raíssa Caprin Costa Nunes, Geisiele Rita de Oliveira e Silvia Rabelo de Sousa e orientado pela professora msc. Graziela Fleury Coelho de Araújo.

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3 ATIVIDADES DE PESQUISA

A pesquisa no âmbito da Instituição de Ensino Superior (IES), integrada ao ensino e à extensão, visa a consolidar a produção do conhecimento, buscando contribuir para o desenvolvimento regional. Neste sentido, a IES concebe a pesquisa como instrumento de desenvolvimento acadêmico que assegura aos estudantes maior clareza em seus modos de pensar e ver o mundo, com poder crítico, construtivo e independente.

Nos últimos anos, inúmeros projetos de pesquisa foram desenvolvidos no Centro de Educação e Ambiental Parque do Gafanhoto – Campus Avançado da FUNEDI/UEMG, principalmente por professores e alunos do curso de Ciências Biológicas. Abaixo, serão citados alguns dos trabalhos científicos desenvolvidos que foram aprovados por órgãos de fomento.

3.1 Fauna de insetos associados à decomposição cadavérica no Parque do Gafanhoto, em Divinópolis (MG)

Projetos faunísticos e ecológicos, visando ao estudo da fauna de insetos associada à decomposição de carcaças de vertebrados, são fundamentais para se conhecer a dinâmica de ciclagem de nutrientes nos ecossistemas, assim como para se conhecer a biodiversidade relacionada a estes processos. No Brasil, o destino do vasto número de carcaças de animais grandes e pequenos em alguns habitats, bem como os parâmetros que conduzem este processo, ainda são pouco estudados, especialmente na região Centro-Oeste de Minas Gerais, onde praticamente não foram detectados trabalhos dessa natureza. Sendo assim, o estudo teve por finalidade relatar a ocorrência de formigas (Hymenoptera: Formicidae) e besouros (Coleoptera) associados às fases de decomposição de carcaças de rato (Rattus norvegicus) no Parque do Gafanhoto, Divinópolis (MG).

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Para o desenvolvimento do estudo, uma carcaça de rato foi disposta a cada estação do ano, em gaiola metálica, dentro de uma bandeja plástica. A coleta dos insetos foi realizada em todas as fases de decomposição. Os espécimens coletados foram montados em alfinete entomológico e, posteriormente, identificados.

A coleta evidenciou a presença de seis subfamílias de formigas, sendo elas Formicinae, Ponerinae, Ectatomminae, Myrmicinae, Dolichoderinae e Ecitoninae, distribuídas em 23 morfoespécies, evidenciando a importância desse grupo na decomposição de matéria orgânica, especialmente a cadavérica.

O número de representantes das espécies variou em função das estações do ano e dos estágios de decomposição. No geral, os estágios de putrefação inicial e putrefação escura evidenciaram a maior abundância de representantes das subfamílias coletadas. A duração dos estágios de decomposição foi semelhante nas estações de outono, primavera e verão, enquanto a maior duração foi observada no experimento de inverno. No que se refere aos Coleópteros (besouros), a coleta evidenciou a presença de sete famílias, sendo elas Staphylinidae, Scarabaeidae, Carabidae, Hydrophilidae, Histeridae, Curculionidae e Dermestidae, evidenciando a importância desse grupo na decomposição de matéria orgânica e especialmente cadavérica. A ordem Coleoptera teve como principal representante a família Staphylinidae, que apresentou uma maior frequência em todas as estações, totalizando 100; 94,4; 41 e 68,7% de exemplares coletados nos experimentos de outono, inverno, primavera e verão, respectivamente. Uma maior diversidade de famílias foi observada na estação da primavera.

Este trabalho teve o auxílio financeiro da Fapemig e do PAPq/UEMG, tendo sido desenvolvido pelos alunos Geiziane Ferreira Silva, Natália Ribeiro Alves, Débora Silva Teixeira Borges e Márcio Cleib Pereira e orientado pelo professor dr. Alysson Rodrigo Fonseca.

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3.2 Parasitóides de dípteros associados à decomposição cadavérica no Parque do Gafanhoto, Divinópolis (MG)

As moscas da superfamília Muscoidea apresentam grande importância ecológica, uma vez que as suas larvas possuem a capacidade de atuarem como decompositores de matéria orgânica, podendo, também, atuar como polinizadores. Contudo, algumas espécies podem causar problemas ao ser humano, especialmente por serem vetores mecânicos e biológicos de organismos patogênicos. Dentre os inimigos naturais das moscas, destacam-se os parasitóides, que são organismos que parasitam outros indivíduos e, geralmente, os matam durante esse processo. Considerando-se a relevância que os dípteros muscóideos assumem em saúde pública e a resistência aos inseticidas já constatada para algumas espécies, existe, portanto, a necessidade do desenvolvimento de programas alternativos de controle desses organismos, como o controle biológico. Sendo assim, torna-se importante conhecer quais são os principais grupos de parasitóides, assim como as preferências destes por determinados habitats e hospedeiros.

Tendo em vista que as áreas naturais são importantes locais de origem de parasitóides, o estudo apresentou como objetivo realizar o levantamento de dípteros muscóideos associados à decomposição cadavérica e seus parasitóides, em área de pastagem, no Parque do Gafanhoto, município de Divinópolis (MG). Para a realização do estudo, foi utilizada uma carcaça de porquinho da índia (Cavia porcellus), mantida em uma bandeja plástica coberta por armadilha Shannon, modificada e enterrada ao nível do solo para possibilitar a colonização por insetos. As pupas foram coletadas manualmente, com o uso de pinças, oito dias depois de expor o corpo do roedor, sendo posteriormente acondicionadas em potes de plástico (pupas semelhantes), até a emergência dos adultos de dípteros e/ou seus parasitóides.

As moscas adultas encontradas pertenciam às famílias Sarcophagidae e Calliphoridae. Entre os parasitóides, foram encontradas as famílias Scelionidae e Braconidae, sendo esta última a mais representativa, apresentando maior número de espécimens. Os resultados revelaram padrões importantes relacionados à biodiversidade e ecologia de insetos necrófagos e seus inimigos naturais, e apontam para a necessidade de novos estudos, buscando abranger uma maior área com maior número de repetições.

Este trabalho teve o auxílio financeiro do PAPq/UEMG, tendo sido desenvolvido pelos alunos Débora Silva Teixeira Borges, Márcio Cleib Pereira e Lívia Alvarenga Sidney e orientado pelo professor dr. Alysson Rodrigo Fonseca.

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3.3 Estudos entomológicos e biogeográficos do Parque do Gafanhoto visando à vigilância epidemiológica das leishmanioses no município de Divinópolis (MG)

O potencial do Parque do Gafanhoto como área de transmissão da leishmaniose tegumentar americana (LTA) foi avaliada por meio de exame dos vetores do parasita Leishmania. Portanto, o estudo teve como objetivo conhecer a fauna flebotomínica do parque. Os flebotomíneos foram monitorados ao longo de um período de dois anos (2006-2008), usando armadilhas luminosas (HP e Shannon). A armadilha HP foi disposta sistematicamente em seis locais do Parque do Gafanhoto, durante quatro dias consecutivos por mês, durante dois anos (2006 e 2008). Posteriormente, os insetos foram identificados no laboratório CRNIF da Fiocruz. Foram, também, capturadas fêmeas de flebotomíneos com armadilha luminosa de Shannon. Foi extraído o DNA desses insetos para a verificação de infecção natural de Leishmania sp. através de uma técnica de amplificação do DNA (PCR seguido de RFLP).

Durante coletas sistemáticas com armadilhas HP, 824 amostras no total (342 machos e 482 fêmeas) de 21 espécies foram capturadas. As espécies capturadas foram: Brumptomyia brumpti (Larrouse), Lutzomyia aragaoi (Costa Lima), Lutzomyia lutziana (Costa Lima), Lutzomyia sordellii (Shannon & Del Ponte) e Lutzomyia whitmani (Antunes & Coutinho). Usando armadilhas de Shannon, 257 espécimes de 15 espécies diferentes foram coletadas (159 fêmeas e 98 machos), apresentando uma alta prevalência de L. whitmani e Lutzomyia neivai (Pinto). A infecção natural por Leishmania braziliensis e Leishmania infantum foi analisada através da Reação da Cadeia de Polimerase, seguida de Polimorfismo no Comprimento de Fragmentos de Restrição, no qual 39% dos insetos foram positivos. As espécies mais infectadas foi L. whitmani (29 insetos – 18,2%), seguido por L. neivai (21; 13,2%), Lutzomyia christenseni (Young & Duncan) (3; 3,1%), Lutzomyia pessoai (Coutinho & Barreto) (três, 1,9%), L. aragaoi (1, 0,6%), Lutzomyia fischeri (Pinto) (1, 0,6%), Lutzomyia lenti (Mangabeira) (1, 0,6%), L. lutziana (1; 0,6 %) e Lutzomyia monticula (Costa Lima) (1; 0,6 %). Esses resultados, quando comparados com os dados climáticos, demonstraram uma tendência do aumento de flebotomíneos em períodos mais quentes e úmidos. O encontro de vetores e áreas naturalmente infectados com Leishmania reforça a necessidade de vigilância epidemiológica na área.

Verificou-se, no estudo, que há fortes indícios de que a área do Parque do Gafanhoto representa um foco de leishmaniose tegumentar, em função da grande biodiversidade na fauna flebotomínica verificada em uma área relativamente pequena.

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Este trabalho teve o auxílio financeiro da PAPq/UEMG, tendo sido desenvolvido pela equipe constituída pelo dr. Rodrigo Soares, dr. José Dilermando Andrade-Filho, Maria Norma Melo, Daniela Xavier, Amanda Fonseca, Reysla Silva, Michael Oliveira, Elton Borges, Lara Saraiva, Cristiane Sanguinette e coordenado pela professora dra. Carina Margonari (profa. orientadora).

3.4 Interação entre formigas e diásporos no Parque do Gafanhoto

Depois dos vertebrados, as formigas são consideradas os principais dispersores de sementes em ecossistemas terrestres. Esse processo é denominado mirmecocoria. Como nem sempre a semente é a unidade dispersa, utiliza-se o termo diásporo, que designa a unidade de dispersão. Interações entre formigas e plantas, cujas sementes não estão adaptadas para a dispersão por formigas, são pouco documentadas.

Este projeto abordou a relação entre formigas e diásporos não mirmecocóricos em ambiente natural, com o objetivo de quantificar a remoção de diásporos por formigas em ambiente de cerrado e testar a hipótese de que formigas removem com maior frequência diásporos mais abundantes. Para tanto, foram marcados dez pontos, nos quais foram instalados coletores de sementes, a fim de receber os diásporos que caíam da vegetação. Os coletores permaneceram em campo por sete dias, por campanha de amostragem. Após esse intervalo de tempo, todos os diásporos coletados eram retirados e disponibilizados para as formigas por 48 horas, sendo revisadas depois de 12, 24 e 48 horas. Durante cada revisão, foi registrada a quantidade de diásporos removidos, bem como observado se

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havia ou não alguma formiga interagindo com eles. Tal procedimento foi repetido uma vez por mês, durante seis meses, sendo três na estação seca (maio, junho e julho) e três na estação chuvosa (outubro, novembro e dezembro).

Foram coletados 308 diásporos, 103 na estação seca e 205 na estação chuvosa. Aproximadamente 20% dos diásporos foram removidos por formigas (19,81%). Apenas formigas dos gêneros Atta (formigas cabeçudas) e Acromyrmex (quem-quem) foram visualizadas removendo os diásporos nas estações de observação. Embora essas formigas sejam consideradas pragas em agroecossistemas e florestas implantadas, elas já foram observadas promovendo a germinação de sementes em áreas de florestas e cerrado.

A presença ou não de polpa foi mais importante que a abundância para a remoção dos diásporos, ou seja, de alguma forma, as formigas escolhem os diásporos a serem por elas removidos, em vez de simplesmente removerem o tipo mais frequente. A dispersão de diásporos por formigas pode ter importantes implicações, uma vez que outros dispersores, como aves e pequenos mamíferos, são afetados diretamente pelo desmatamento e urbanização, como é o caso do parque estudado e áreas com características semelhantes às deste. Nesses casos, as interações entre formigas e diásporos podem ser ainda mais importantes, e é fundamental compreender as condições em que essas interações ocorrem tanto para a conservação quanto para a recuperação de ambientes.

Este trabalho teve o auxílio financeiro da Fapemig e do PAPq/UEMG, tendo sido desenvolvido pelos alunos Gustavo Augusto da Fonseca e Fernanda do Santos Farnese e orientado pela dra. Renata Bernardes Faria Campos.

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3.5 Aspectos florísticos e ecológicos do Parque do Gafanhoto, Divinópolis (MG)

Os inventários de espécies constituem a base de qualquer estudo comprometido com a avaliação do valor de um ecossistema, sua conservação e gerenciamento. Em Divinópolis (MG), há pouquíssimos parques urbanos, como os parques da Ilha e do Gafanhoto. A vegetação destes parques é desconhecida, e inventários florísticos para a região são bastante limitados.

O objetivo deste trabalho foi identificar a flora do Parque do Gafanhoto e contribuir para a elaboração de um plano de manejo para o parque. Visitas durante os meses de março a setembro de 2013 foram realizadas para a coleta das fanerógamas em estado reprodutivo. Até o momento, o levantamento

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florístico registrou 64 espécies pertencentes a 30 famílias. As famílias com maior riqueza de espécies são Rubiaceae (16%), Asteraceae (13%) e Fabaceae (11%). Dentre os hábitos encontrados, o herbáceo predomina (41,37%), seguido do arbóreo (25,86 %) e arbustivo (32,75%). Das espécies amostradas, 93,75% são nativas do Brasil. Espécies tipicamente encontradas no cerrado, em especial em matas de galeria, foram registradas. O parque apresenta, além de áreas de mata, alguns pontos com vestígios de jardinagem, com predominância de espécies comumente usadas no paisagismo, sendo estas introduzidas e/ou invasoras. Estas variações podem ser atribuídas ao histórico do parque, que se situa ao lado da rodovia MG-050, tendo sofrido muitas intervenções antrópicas.

Este trabalho teve o auxílio financeiro do PAPq/UEMG, tendo sido desenvolvido pelos alunos Felipe Soares Chagas, Silvia Rabelo de Sousa, Daniela Amorim e Andreza Marinho Moraes, orientados pela professora msc. Graziela Fleury Coelho de Araújo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Parque do Gafanhoto, há 10 anos consolidado como Campus Avançado da FUNEDI/UEMG, possui um grande potencial para o ensino, pesquisa e extensão.

As ações apontadas nesta publicação evidenciam os esforços da FUNEDI e de seus parceiros a fim de utilizá-lo como Centro de Estudos Ambientais, preservando o ecossistema existente e se estabelecendo como um local propício para o desenvolvimento de atividades educativas relacionadas às questões ambientais com envolvimento da comunidade de Divinópolis e região.

10 anos de ensino,pesquisa e extensão

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