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1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA TURMA UFF O FÓRUM DE DIRETORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA GESTÃO UNIVERSITÁRIA ALUNO: Nathalia Machado Lima Ferreira ORIENTADOR: Marcelo Gonçalves do Amaral CO-ORIENTADOR: Josiane Aparecida da Silva Sacramento FILIAÇÃO: Especialização em Gestão em Administração Pública - Universidade Federal Fluminense RESUMO O objetivo desta pesquisa é contextualizar a trajetória do Fórum de Diretores da UFF, observando a descentralização no que tange as decisões de utilização dos recursos orçamentários disponibilizados às unidades acadêmicas, levantando os pontos positivos e negativos de descentralizá-lo. A pesquisa será aplicada com abordagem qualitativa e finalidade descritiva. Os procedimentos técnicos serão feitos através de pesquisa documental e bibliográfica, utilizando-se, para coleta de dados, a entrevista e análise de documentos. As limitações da pesquisa acontecem devido à informalidade do Fórum, que dificultou a busca de documentos, como atas e decisões, e na pouca disponibilidade dos participantes do Fórum para entrevista. Este trabalho torna- se relevante, pois ainda não há estudos a respeito da funcionalidade, motivação e atividades deste Fórum e suas contribuições para a gestão da UFF. Palavras-chave: Descentralização. Fórum de Diretores. Gestão Universitária. 1. INTRODUÇÃO A educação superior do país vem avançando no sentido de expansão e facilidade de acesso às universidades. Com o aumento na oferta de vagas e cursos nas universidades federais, através do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - Reuni -, e pela Universidade Aberta do Brasil - UAB -, que é responsável pelo ensino público à distância no país, observou-se um aumento da demanda por profissionais e materiais de insumo, bem como das atividades administrativas que os acompanham (SACRAMENTO et al., 2014). No caso da Universidade Federal Fluminense - UFF -, diversas reformas administrativas foram feitas em uma instituição que praticamente dobrou de tamanho. Dentre as reformas podemos citar o fim dos Centros Universitários, a partir do qual a universidade passou a ser organizada pelas Unidades Universitárias, Departamentos e Órgãos Suplentes, que passaram a funcionar de forma flexível conforme as demandas de ensino, pesquisa e extensão (UFF, 2008). A partir deste fato, observou-se a necessidade de se descentralizar as decisões acerca do orçamento da universidade e garantir a equidade de acordo com critérios específicos definidos em reunião pelos diretores de cada unidade acadêmica. Com o fim dos centros, estas reuniões se tornaram rotina entre os diretores para debate e tomada de decisões e foi denominada “Fórum de Diretores da UFF”. Assim, o presente trabalho visa responder a seguinte questão: qual o papel do Fórum de Diretores da UFF no processo de descentralização da decisão orçamentária?

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

TURMA UFF

O FÓRUM DE DIRETORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE E

SUAS CONTRIBUIÇÕES NA GESTÃO UNIVERSITÁRIA

ALUNO: Nathalia Machado Lima Ferreira

ORIENTADOR: Marcelo Gonçalves do Amaral

CO-ORIENTADOR: Josiane Aparecida da Silva Sacramento

FILIAÇÃO: Especialização em Gestão em Administração Pública - Universidade Federal Fluminense

RESUMO

O objetivo desta pesquisa é contextualizar a trajetória do Fórum de Diretores da UFF, observando a

descentralização no que tange as decisões de utilização dos recursos orçamentários disponibilizados às unidades

acadêmicas, levantando os pontos positivos e negativos de descentralizá-lo. A pesquisa será aplicada com

abordagem qualitativa e finalidade descritiva. Os procedimentos técnicos serão feitos através de pesquisa

documental e bibliográfica, utilizando-se, para coleta de dados, a entrevista e análise de documentos. As

limitações da pesquisa acontecem devido à informalidade do Fórum, que dificultou a busca de documentos,

como atas e decisões, e na pouca disponibilidade dos participantes do Fórum para entrevista. Este trabalho torna-

se relevante, pois ainda não há estudos a respeito da funcionalidade, motivação e atividades deste Fórum e suas

contribuições para a gestão da UFF.

Palavras-chave: Descentralização. Fórum de Diretores. Gestão Universitária.

1. INTRODUÇÃO

A educação superior do país vem avançando no sentido de expansão e facilidade de acesso às

universidades. Com o aumento na oferta de vagas e cursos nas universidades federais, através

do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais -

Reuni -, e pela Universidade Aberta do Brasil - UAB -, que é responsável pelo ensino público

à distância no país, observou-se um aumento da demanda por profissionais e materiais de

insumo, bem como das atividades administrativas que os acompanham (SACRAMENTO et

al., 2014).

No caso da Universidade Federal Fluminense - UFF -, diversas reformas administrativas

foram feitas em uma instituição que praticamente dobrou de tamanho. Dentre as reformas

podemos citar o fim dos Centros Universitários, a partir do qual a universidade passou a ser

organizada pelas Unidades Universitárias, Departamentos e Órgãos Suplentes, que passaram a

funcionar de forma flexível conforme as demandas de ensino, pesquisa e extensão (UFF,

2008). A partir deste fato, observou-se a necessidade de se descentralizar as decisões acerca

do orçamento da universidade e garantir a equidade de acordo com critérios específicos

definidos em reunião pelos diretores de cada unidade acadêmica. Com o fim dos centros, estas

reuniões se tornaram rotina entre os diretores para debate e tomada de decisões e foi

denominada “Fórum de Diretores da UFF”.

Assim, o presente trabalho visa responder a seguinte questão: qual o papel do Fórum de

Diretores da UFF no processo de descentralização da decisão orçamentária?

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Destaca-se que o Fórum de Diretores da Universidade Federal Fluminense consiste em um

órgão não institucionalizado, porém que possui legitimidade perante suas decisões. É

composto pelos diretores das trinta e oito unidades da UFF, sendo suas reuniões ocorridas

sempre na segunda quarta-feira de cada mês.

O objetivo geral deste trabalho consiste em contextualizar a trajetória do fórum de diretores

da UFF, identificando sua importância no processo de descentralização da decisão

orçamentária. Para tanto, tem-se como objetivos específicos:

- Contextualizar a trajetória do Fórum de Diretores;

- Levantar os pontos positivos e negativos da descentralização da decisão no contexto da

Universidade e;

- Observar a evolução do Fórum e levantar suas contribuições para as unidades acadêmicas da

Universidade;

Com o aumento da quantidade de cursos ofertados, de alunos e servidores nas unidades da

UFF, tornou-se relevante pesquisar sobre a trajetória de seu Fórum de Diretores, onde

algumas das decisões orçamentárias são tomadas, como a divisão da Livre Ordenação - LO -1

e a avaliação dos projetos do Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI -, uma vez que

não existem estudos a respeito do funcionamento, objetivos e resultados desta reunião entre os

diretores de unidade. Para tanto, será realizada uma pesquisa descritiva por meio da análise de

documentos e entrevista com diretores das unidades da Universidade Federal Fluminense.

Espera-se com esta pesquisa, tornar pública a trajetória do Fórum de Diretores da UFF,

observando-se as decisões orçamentárias e suas possíveis contribuições para as unidades da

universidade.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este tópico abordará os seguintes temas relacionados à pesquisa: Descentralização e

Desconcentração na Gestão Pública; Orçamento Participativo e Gestão Universitária e; UFF e

Plano de Desenvolvimento Institucional.

2.1 Descentralização e Desconcentração na Gestão Pública

Há um interesse relativamente recente em estudos sobre o quanto uma organização deve ser

centralizada ou descentralizada e, também, sobre a desconcentração, que alguns autores

acreditam ser uma das formas de descentralização (BRESSER-PEREIRA, 2004). Pode-se

considerar o termo “Descentralização” como a transferência do poder decisório da alta

administração para os agentes locais, enquanto que o termo “Desconcentração” está associado

à transferência de parte das atribuições de execução das atividades para os órgãos regionais

(HACK; FILIPPIM, 2010).

1 A Livre Ordenação refere-se à verba destinada ao custeio das despesas das unidades da Universidade (UFF,

2012).

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O processo de desconcentração outorga as atribuições administrativas aos vários órgãos que

compõem a hierarquia, desconcentrando-se, assim, um grande volume de atribuições que

permitem um melhor desempenho e criam uma relação de coordenação e subordinação entre

os órgãos (USP, 2009).

Bresser-Pereira (2004) afirma que a centralização ou a descentralização podem se dividir em

três sentidos diferentes, definindo-os como geográfico, funcional e decisório. No sentido

decisório, mais ligado ao contexto dessa pesquisa, temos que a descentralização acontece

quando as decisões são tomadas pelo nível mais abaixo na hierarquia organizacional. Ele

explica, porém, que nenhuma organização é totalmente centralizada ou totalmente

descentralizada, e evidencia a importância de se elevar a autonomia dos gestores públicos, os

pressupostos da confiança limitada e o controle por resultados.

Podem-se analisar, ainda, algumas vantagens e desvantagens da gestão descentralizada,

conforme ilustra o quadro comparativo de Sacramento (2015, pg. 36):

Quadro 1 – Vantagens e Desvantagens da Descentralização Administrativa

DESCENTRALIZAÇÃO ADMNISTRATIVA

VANTAGENS DESVANTAGENS

Maior proximidade dos

administradores locais, possibilitando

maior agilidade e qualidade nas respostas.

Falta de acesso e uniformidade nas

decisões.

Melhor aproveitamento da

capacidade dos administradores locais,

reduzindo os trâmites burocráticos e

gastos.

Risco de ênfase a objetivos

superficiais, focados nos objetivos mais

locais.

Melhor qualidade nas decisões,

tendo em vista que estas ocorrem no local

de ocorrência, com conhecimento de

causa.

Fonte: Sacramento et al (2015) com base no texto de Klering, Kruel, Stranz (2012)

Na visão de Bresser-Pereira (2004), a organização funcional descentralizada parece ser o

modelo ideal para as organizações que obtiveram crescimento considerável em seu tamanho e,

em sua maioria, necessitam de urgência nas decisões, possuem maior amplitude de controle,

sendo essencial, portanto, um grupo de gestores locais de alto gabarito.

2.2 Orçamento Participativo e Gestão Universitária

Um dos caminhos para a participação da sociedade na implementação do orçamento público é

o Orçamento Participativo. O orçamento participativo requer uma forma de participação no

processo de elaboração, aprovação, execução, controle e avaliação orçamentária que respeite

a democracia representativa tradicional (PIRES, 2001). O orçamento participativo trás ao

cidadão um novo papel no orçamento, intervindo nas definições de políticas públicas e na

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condução das finanças e suas aplicações, exigindo-se assim transparência e responsabilidade

(ARAÚJO; MAIA, 2012).

Costa (2010), trás uma importante observação a respeito do orçamento participativo quando

salienta que a Constituição de 1988 assumia um compromisso de reestruturar o país através da

descentralização político-administrativa, com o fortalecimento da participação popular,

através da democracia, cedendo poder às comunidades locais junto ao processo decisório do

orçamento de políticas públicas, uma vez que o objetivo do orçamento participativo é

justamente atender as necessidades e prioridades demandadas pela população.

Nesse sentido, existem evidências de que o orçamento participativo está inserido num

contexto de planejamento descentralizado, onde as decisões são desenvolvidas pelas

instâncias populares e cobradas aos gestores públicos que devem aplicar essas decisões de

forma responsável e dentro de sua capacidade financeira. E afirmam que, para isso, o governo

deveria criar uma sistematização de execução do orçamento, de forma que seja exigido

também dos cidadãos discernimento e esclarecimento, através de campanhas educativas, que

tragam a noção de coletividade para o individualismo e jamais o contrário (ARAÚJO; MAIA,

2012).

Entrando na realidade das universidades que possuem autonomia financeira para decidir os

caminhos de seu orçamento, pode-se dizer que são consideradas como um campo privilegiado

na geração e produção de conhecimentos inovadores, as quais prestam serviços a determinado

público num cenário de democratização e disseminação de conhecimento. Diante disso, há

uma preocupação dos profissionais em estudar e questionar os modelos de gestão adotados

pelas universidades, que hoje convivem com as exigências cada vez maiores da sociedade e

uma política de ensino calcada em visões imediatistas e quantitativas, que sufocam e

restringem o financiamento por parte do governo (TAKAHASHI, 2014).

Conforme Silva (2012) aponta, os estudos sobre a gestão universitária brasileira são ainda

escassos e existe, também, certa carência de estudos relacionados ao desenvolvimento de

professores com o papel de gestores nas universidades. Aliado a isso, o autor define a gestão

universitária como uma atividade acadêmica de cooperação do professor junto à instituição de

ensino superior, pois a atividade principal do professor universitário é o ensino, a pesquisa e

extensão, ficando a administração da universidade como atividade paralela, porém não menos

importante.

As funções das universidades, a capacidade de inovar e as estratégias adotadas por elas

formam os limites de sua capacidade de mudança e tornaram-se o tema central de abordagem

gerencial das instituições. A principal ameaça a universidade encontra-se em seu interior,

onde são observadas práticas obsoletas, dificuldades em adequar-se a um novo contexto de

relações sociais e certo conservadorismo resiliente (SANTOS, 1999).

Pode-se observar que existe a necessidade de renovação dos modelos administrativos da

gestão universitária, que são ratificados com as críticas a burocratização exacerbada, a

fragmentação departamental, mecanismos de participação e decisão colegiados, a eficiência

na alocação de recursos, qualificação de pessoal, entre outros (SANTOS, 1999). Este cenário

encontra-se apoiado por Colombo (2013), que afirma que a universidade precisa de um novo

modelo de gestão que seja mais flexível, com processos decisórios ágeis e processos

gerenciais eficientes e eficazes, capazes de atuar em cenários de ambigüidade e

imprevisibilidade.

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2.3 UFF e Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)

A UFF foi criada em 18/12/1960 com a denominação de Universidade Federal do Estado do

Estado do Rio de Janeiro - UFERJ -, tendo seu nome alterado para Universidade Federal

Fluminense - UFF - apenas em 05/11/1965 (BRASIL, 1965). A UFF se configura na seguinte

realidade:

A Universidade Federal Fluminense, com sede na cidade de Niterói e âmbito em

todo o Estado do Rio de Janeiro, é uma entidade federal autárquica, de regime

especial, com autonomia didático-científica, administrativa, disciplinar, econômica e

financeira. Em 52 anos de vida a UFF tornou-se uma universidade de grande porte,

com ensino, pesquisa e extensão em quase todas as áreas do conhecimento. Conta

com 129 cursos de graduação presencial, 84 deles em Niterói e 45 no interior. Conta

também com 03 cursos de graduação à distância, 83 cursos de mestrado e 49 cursos

de doutorado, os quais atendem 16 cidades. Conta ainda com 38 unidades de Ensino

superior, 116 departamentos de ensino e 01 colégio de aplicação. Possui 2960

docentes, sendo 2074 doutores e 717 mestres, dos quais 2370 estão em regime de

dedicação exclusiva e 121 em regime de 40 horas. Possui 4695 servidores técnico-

administrativos, 49.363 alunos de graduação e 4.166 de pós-graduação stricto sensu,

e cerca de 16260 de pós-graduação lato sensu (dados 2011). (UFF, 2012, pg. 19).

O Plano de Desenvolvimento Institucional é uma ferramenta de gestão e governança, que

promove um desenvolvimento institucional tornando claros os objetivos organizacionais

através da definição de seus objetivos estratégicos (UFF, 2013).

Segundo o PDI da UFF (2012), a Universidade passou a realizar fomento interno ao ensino,

pesquisa e extensão, por meio dos “Programas do PDI”, a partir de 2004, acelerando o

incremento da qualidade acadêmica, expandindo o número de vagas e melhorando

qualitativamente os cursos. Conforme destaca o próprio PDI:

O PDI 2013/2017 foi elaborado com o intuito de servir como base para o

desenvolvimento de uma Universidade mais robusta, inteligente e inovadora,

priorizando a excelência e qualidade em todas as suas perspectivas. Esse trabalho foi

proposto pela Comissão Mista de Orçamento e Metas (CMOM) por meio da adoção

de uma metodologia de planejamento estratégico que considerou o contexto

socioeconômico e político, a comunidade ao entorno e tendências. (UFF, 2012, pg.

10).

Ainda de acordo com dados do PDI, a universidade possui a maior entrada de estudantes, por

ano, se comparada às demais universidades federais do Brasil e, com a adesão ao projeto de

Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (projeto Reuni), apresentou o maior

projeto de expansão do país que gerou investimentos elevados tanto de infraestrutura quanto

de recursos humanos (UFF, 2012).

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A fim de atender aos objetivos propostos, a pesquisa será aplicada com abordagem qualitativa

e finalidade descritiva. De acordo com Gil (2002), a pesquisa descritiva consistirá em

descrever as características de determinada população ou grupo, utilizando-se técnicas de

coleta de dados que podem ser o questionário, a observação e a entrevista.

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Para Triviños (1987), a pesquisa qualitativa, que não se apóia em informações estatísticas,

utiliza-se da análise de conteúdo e de discursos, detalhando-se o que acontece no ambiente e

interpretando os dados utilizando descrições e narrativas.

Os procedimentos técnicos serão feitos através da pesquisa documental e bibliográfica que,

segundo Gil (2002), ambas se assemelham, porém a diferença entre elas está na natureza das

fontes, uma vez que a pesquisa bibliográfica fundamenta-se nas contribuições de autores e a

documental utiliza documentos não tratados analiticamente. Além do estudo de caso que,

segundo o autor, é uma técnica utilizada para estudar um objeto de forma a permitir seu

amplo e detalhado conhecimento, investigando-o dentro de seu contexto real.

Do universo de trinta e oito diretores de unidade (UFF, 2012), será utilizado o método não

estatístico de escolha dos diretores que serão entrevistados de acordo com os critérios

relacionados abaixo:

Quadro 2 – Critério de escolha dos diretores selecionados para a pesquisa

DIRETOR PERÍODO CRITÉRIO DATA DA

ENTREVISTA

Alberto Di Sabbato (ex-Diretor da

Faculdade de Economia) 2007-2014

Participou do período

inicial do fórum 06/11/2015

Emmanuel Paiva Andrade (Ex-

Diretor da Escola de Engenharia,

ex-Vice-Reitor, ex-Pro-Reitor de

Planejamento e ex-Presidente da

Comissão Mista do PDI)

2004-2007

Participou da

Comissão do PDI

04/11/2015

José Augusto Oliveira Huguenin

(Ex-Diretor do Instituto de

Ciências Exatas - ICEX)

2010-2014

Participou da

Comissão da LO 28/10/2015

Marcelo Gonçalves do Amaral

(Ex-Diretor e atual Vice-Diretor do

Instituto de Ciências Humanas e

Sociais - ICHS)

2011-2015

Diretor de unidade do

interior 30/10/2015

Fonte: Elaborado pela autora.

A coleta de dados será realizada através da análise de arquivos digitais, como atas das

reuniões e outros documentos relativos ao fórum e entrevista com os diretores relacionados no

Quadro 2, mediante um roteiro semiestruturado que auxilia na coleta de informações mais

profundas a respeito do objeto pesquisado (TRIVIÑOS, 1987).

4. DESENVOLVIMENTO

4.1 Histórico do Fórum de Diretores da UFF

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Tendo por base as entrevistas realizadas e a análise documental, levantou-se um histórico do

Fórum de Diretores, contextualizando o objetivo proposto por esta pesquisa. O Fórum de

Diretores da UFF foi criado antes do fim dos Centros Universitários, que eram compostos por

quatro centros, sendo eles: o Centro Tecnológico - que abrigava as escolas de Engenharia,

Arquitetura e Urbanismo; o Centro de Ciências Médicas - que abrigava os institutos de

Medicina, Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Odontologia, Veterinária e Biomédico; o Centro

de Estudos Sociais Aplicados - que abrigava as faculdades de: Serviço Social, Administração

e Ciências Contábeis, Direito, Economia e Educação e o Centro de Estudos Gerais - que

abrigava os institutos de: Arte e Comunicação Social, Biologia, Ciências Humanas e

Filosofia, Física, Geociências, Letras, Matemática e Química. Nesta época, os diretores de

unidade e os coordenadores de curso se reportavam ao diretor de centro, e este se reportava à

instância máxima, a Reitoria. Entretanto, já existia certo interesse na extinção da configuração

dos centros universitários, onde os coordenadores de curso passariam a se reportar aos

diretores de unidade e estes à Reitoria. O Fórum de Diretores foi, portanto, uma importante

ferramenta utilizada pelos diretores de unidade tanto para comunicação entre eles como entre

os diretores de centro, e contribuiu também para impulsionar a extinção dos próprios centros

universitários.

As principais motivações para criação deste fórum, além de fortalecer o movimento de

extinção dos centros universitários, era promover maior interação entre os diretores de

unidade, homogeneizar as informações e delegar algumas decisões que precisavam ser

colegiadas. Com o fim dos centros universitários, o fórum de diretores se tornou o principal

interlocutor entre as unidades e a reitoria, pois mesmo não sendo um órgão institucionalizado,

suas decisões possuem legitimidade perante a universidade.

A partir da pesquisa documental, dos relatos e atas do Fórum, foi possível identificar alguns

temas como: PDI, LO, gratificação por cargo de direção - CD -, festa nos campi da UFF,

Infrapredial (recurso financeiro disponibilizado às Unidades Acadêmicas para melhorias na

infraestrutura), Terceirização e Superintendência de Documentação - SDC -. Encontraram-se

registros de debate dos assuntos acima citados nos anos descritos abaixo. Ressalta-se, porém,

que nem todas as atas das reuniões foram encontradas para análise.

Quadro 3 – Discussões do Fórum de Diretores

Assunto Anos debatidos Observação

PDI 2012 e 2015 -

LO 2012 e 2015 -

CD 2011 e 2015 -

Festas nos

campi

2012, 2013 e 2015 -

Infrapredial 2012, 2014 e 2015 -

Terceirização 2012, 2013 e 2015 As discussões geraram uma minuta ao GAR

(Gabinete da Reitoria) e uma indicação através de

documento redigido pelo fórum.

SDC 2013 e 2015 Em 2013 foi gerada uma minuta ao SDC para

solucionar questões debatidas no fórum. Fonte: Elaborado pela autora a partir da análise documental.

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Na análise de documentos gerados pelas comissões, observou-se que o fórum se posicionou a

respeito da gestão de recursos do Infra-Unidade e da Livre Ordenação - LO -, mediante

documento enviado à Proppi (Pró-Reitoria de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação) e Proad

(Pró-Reitoria de Administração), no dia 21/11/2012, aprovando a proposta de parâmetro para

as compras das unidades. Em 12/06/2013, redigiu uma moção à comissão de reestruturação da

Proplan (Pró-Reitoria de Planejamento) sobre as unidades do interior, onde o fórum

demonstra apoio à resolução do Conselho Universitário - CUV -, que confere às unidades fora

de sede autonomia acadêmica e administrativa, promovendo isonomia com as unidades da

sede.

O Fórum de Diretores da UFF também mostrou-se aberto a receber os setores da universidade

para debate ou apresentação de alguns temas, como foi o caso da Progepe (Pró-Reitoria de

Gestão de Pessoas) com o projeto de mapeamento de competências e da Superintendência de

Documentação. Temas como o levantamento do número de laboratórios e volume de dejetos

químicos e apresentações do Coluni (Unidade Acadêmica vinculada à Pró-Reitoria de

Graduação e destina-se ao atendimento da demanda de Educação Infantil e de Educação

Básica na UFF) também marcaram presença. Além disso, reuniões com a Reitoria resultaram

em dois eventos específicos das unidades do interior, um em Volta Redonda e o outro em

Teresópolis, ambos em 2012.

É importante salientar que esta pesquisa encontrou dificuldades pela pouca formalização do

Fórum. Poucas atas e documentos foram recuperados, mais centrados no período 2012-2015.

4.2 Descrição das Entrevistas

Conforme metodologia proposta por este estudo foram entrevistados quatro diretores a

respeito de suas visões no tangente às contribuições do Fórum à universidade. Verificou-se

que sua participação é ativa nas diversas questões em que a Universidade se depara. Dentre as

principais contribuições foram citadas: participação na ampliação da universidade através do

projeto Reuni, levantamento da necessidade de se ter um Plano de Desenvolvimento

Institucional - PDI - alinhado com as necessidades das unidades; definição de como seriam

feitas as distribuições de recursos entre as unidades acadêmicas - LO -; e discussão e

consolidação das demandas das unidades que deveriam ser levadas à instância superior.

As comissões são criadas a fim de discutir e consolidar decisões a cerca de um determinado

tema, sendo as principais: a Comissão que analisa os projetos do PDI e a Comissão da LO.

Neste contexto, a pesquisa priorizou a análise da avaliação dos projetos do PDI e a divisão da

Livre Ordenação. De acordo com o Modelo de elaboração do PDI, a Livre Ordenação - LO - é

realizada por meio da distribuição de recursos entre as unidades acadêmicas com base nos

dados promovidos pela Comissão de Indicadores, garantindo conformidade com o interesse

institucional e tomando por base os dados de gastos realizados em anos anteriores (UFF,

2007).

Com relação à descentralização das decisões orçamentárias, os diretores enxergam a

descentralização das decisões, porém, alguns enfatizam que sentem a necessidade de também

se desconcentrar a execução orçamentária. Conforme evidencia-se abaixo nas entrevistas:

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“Não, no plano teórico sim, mas para executar não existe essa descentralização.

[...] Do ponto de vista de distribuição orçamentária é descentralizado, porém a

execução é altamente centralizada, o que dificulta o processo” (José Huguenin)

“Não, não diria que são completamente descentralizadas [...] Talvez a gente

pudesse pensar numa discussão mais participativa do orçamento... [...] Nos

recursos que se tem algum nível de liberdade, como a LO, nós encontramos a

descentralização sim.” (Alberto Di Sabbato)

“Não, eu acredito que não. Eu acho que a descentralização na universidade não

progrediu. Nós fizemos uma experiência de descentralização intensa nessa época

que eu tava lá, isso eu posso garantir... Ela foi plena? Não, porque tem pressões.

[...] Até 2010 estava em processo de descentralização, após esse período não se

sabe. [...] Eu acho que todos os investimentos da universidade, mesmo os

executados pelas pró-reitorias deveriam passar pela comissão mista e ser refletido

no PDI. (Emmanuel Andrade)

Sobre os aspectos positivos e negativos de se descentralizar as decisões orçamentárias, tem-se

os relatos abaixo:

“A descentralização é sempre boa, eu não acredito na idéia de que você fazer

coisas centralizadas é melhor, não consigo ver aspectos negativos em geral [...] Um

ponto negativo é que a descentralização pressupõe um nível de organização, de

planejamento estratégico, porque é um processo muito grande, complexo” (Alberto

Di Sabbato)

“A descentralização trás para mais próximo de quem tem a demanda e é um

instrumento da democracia [...] Como ponto negativo, a descentralização requer

um nível de capacitação mais generalizado, com pessoas capacitadas para planejar

e aplicar o recurso e uma infra-estrutura suficiente” (Emmanuel Andrade)

“Negativo não vejo nenhum, positivo todos. O importante é todo mundo participar

[...] Eu vejo também um outro problema, talvez um receio da própria reitoria, e não

só da reitoria, em descentralizar. Tem um lado político [...] porque se apoiando a

situação já é difícil, imagina se eu for da oposição [...] e tem outro aspecto também,

é que hoje a complexidade da contabilidade pública é enorme [...] processo

licitatório e etc não são coisas simples né [...] e o receio da reitoria é um receio

legítimo, porque como eu te disse, sei lá Campos, Rio das Ostras, Angra dos Reis,

não tem estrutura pra fazer...” (Marcelo Amaral)

Quando perguntados se acreditavam que as decisões tomadas no âmbito do Fórum podiam ser

consideradas uma forma de orçamento participativo, os entrevistados concordaram que as

decisões de alocação de recursos orçamentários são, de fato, uma forma de orçamento

participativo, já que são discutidas e aprovadas nas reuniões do fórum. Com relação ao PDI, a

Comissão Mista de Orçamento e Metas analisa e aprova o edital e as pró-reitorias e

superintendências apresentam programas e projetos para o PDI. No final de cada ano, é

realizada a avaliação dos projetos pelos diretores, a partir de critérios estabelecidos

previamente no edital. Assim como a avaliação dos projetos do PDI, temos a distribuição da

Livre Ordenação - LO - que é feita através da avaliação do tamanho de cada unidade,

medindo o esforço acadêmico (quantidade de alunos, aluno equivalente e disciplinas

ofertadas) e observando a estrutura física necessária para cada unidade, para que seja feita

uma planilha com os dados a serem apresentados à Pró-Reitoria de Planejamento. Alguns

diretores são membros da Comissão da LO, então a discussão da distribuição de recursos para

custeio é levada para o fórum. Portanto, tanto as avaliações dos projetos do PDI quanto a

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distribuição de recursos da LO podem ser considerados uma forma de orçamento

participativo.

Com relação à gestão universitária, os diretores acreditam que os professores deveriam ser

mais abertos a participar da gestão, do mesmo modo que enxergam que a gestão da

universidade deve ser feita de maneira eficiente, por profissionais preparados, porém, os

professores, na maioria das vezes, não estão preparados para assumir cargos de gestão.

Alguns motivos mencionados foram: nos concursos para docentes não são cobrados

conhecimentos administrativos e de legislação e não são ofertados cursos de capacitação na

área de gestão para os professores que assumem esses cargos.

4.3 Análise dos Resultados

Em consonância com a análise da descentralização das decisões, o PDI (2007) ressalta que a

descentralização na UFF ocorre na gestão orçamentária e financeira quanto às decisões de

utilização de recursos, pois cada diretor de unidade possui autonomia para definir como

executar a verba destinada ao seu instituto, conforme informado no modelo de elaboração do

PDI (UFF, 2007).

Conforme apresentado por Sacramento et al (2015) em seu quadro comparativo, confirmou-se

que a descentralização possibilita que os diretores, no caso desta pesquisa, possam definir

com mais conhecimento e clareza as suas necessidades, aproveitando suas capacidades

enquanto gestores e proporcionando maior assertividade nas decisões tomadas. Por outro

lado, não seria possível ou viável descentralizar todas as atividades e decisões, conforme

Bresser-Pereira (2004) sugere, uma vez que as unidades deveriam possuir pessoal qualificado

e ferramentas necessárias para implementar as decisões em suas unidades, e esta não é a

realidade de todas as unidades da UFF.

Observa-se, como Araújo e Maia (2012) apontam, a participação dos diretores quando estes

intervêm nas decisões orçamentárias, de forma responsável e dentro da capacidade financeira

de sua unidade, reconhecendo-se conceitos de orçamento participativo nas ações do Fórum de

Diretores da UFF.

Fazendo uma alusão ao argumento de Silva (2012), observa-se a falta de estudos relacionados

ao desenvolvimento dos professores que assumem cargos de gestão nas universidades e

também de incentivos, através de cursos de capacitação, por exemplo, para que esses

professores possam aliar suas atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão a uma

gestão universitária de qualidade e eficiência. Portanto, como sugere o autor e concordam os

entrevistados, diretores de unidade da UFF, há a necessidade de reestruturação dos modelos

administrativos de gestão universitária, de refletir sobre a estrutura organizacional da

universidade e de valorizar a profissionalização.

5. CONCLUSÃO

Acredita-se que a pesquisa contribuiu para atingir os objetivos específicos e para responder a

problemática sobre o papel do Fórum de Diretores da UFF no processo de descentralização da

decisão orçamentária. Este papel é observado, em partes, por suas decisões acerca da

distribuição de recursos, que são disponibilizados para discussão no Fórum e pela avaliação

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dos projetos do PDI, onde os diretores participam tanto da análise e discussão sobre os

projetos como também da Comissão Mista de Orçamento e Metas que analisa e aprova o

edital do PDI.

Foi possível contextualizar a trajetória do Fórum de Diretores da UFF, identificando a

importância de suas decisões perante a universidade e observando-se sua participação na

gestão orçamentária, no que tange a distribuição de recursos e na aprovação de projetos

contemplados pelo PDI, o que confere com os objetivos do próprio PDI.

Ressalta-se a questão levantada pelos entrevistados sobre a importância de uma boa gestão

universitária calcada em princípios administrativos que não são cobrados em concursos ou

mesmo ofertados, através de cursos de capacitação, para os novos gestores, a fim de auxiliá-

los no desenvolvimento de suas atribuições.

Como limitação à pesquisa identificou-se que a informalidade do Fórum e a falta de uma

secretaria para auxiliá-lo na organização dos documentos tornou difícil a pesquisa

documental, por indisponibilidade dos documentos redigidos e atas de reuniões. Outro ponto

negativo foi a falta de disponibilidade de mais entrevistados à pesquisa. O momento de greve

e depois de retomada das atividades do segundo semestre de 2015 prejudicou uma maior

participação dos diretores.

Como sugestão para trabalhos futuros, pode-se aprofundar a pesquisa analisando os impactos

dos projetos do PDI na evolução das unidades; analisar os impactos da desconcentração de

algumas atividades ainda concentradas na Reitoria; e investigar os impactos de uma

descentralização orçamentária que compreendesse todos os gastos de cada unidade, que hoje

se encontram centralizados, para a universidade como um todo.

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