o estado verde - edição 22273 - 10 de junho de 2014

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Problemas socioambientais têm sido agravados por ações impactantes vindas, em especial, dos agentes do Estado que privilegiaram as obras em prol da Copa do Mundo 2014. EUA aprovaram novas regras para limitar emissões das usinas a carvão, mas está previsto a construção de 1.200 usinas movidas a carvão no mundo. Verde ANO VI - EDIÇÃO N o 341 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 10 de junho de 2014 O grande desafio de um empreendimento sustentável é pensar em conjunto a solução de forma interdisciplinar, é ir além, como está fazendo o Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região que está construindo um Fórum considerando critérios socioambientais, em Juazeiro do Norte. Pág. 3 VISÃO GLOBAL Obama contra o aquecimento global OPINIÃO Queremos a Copa... Das árvores! Pág. 12 Págs. 9 e 10 CONSTRUÇÃO CIVIL O papel do setor é chave quando o assunto é sustentabilidade

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

Problemas socioambientais têm sido agravados por ações impactantes vindas, em especial, dos agentes do Estado que privilegiaram as obras em prol da Copa do Mundo 2014.

EUA aprovaram novas regras para limitar emissões das usinas a carvão, mas está previsto a construção de 1.200 usinas movidas a carvão no mundo.

Verde ANO VI - EDIÇÃO No 341FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 10 de junho de 2014

O grande desafio de um empreendimento sustentável é pensar em conjunto a solução de forma interdisciplinar, é ir além, como está fazendo o Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região que está construindo um Fórum considerando critérios socioambientais, em Juazeiro do Norte.

Pág. 3

VISÃO GLOBALObama contra o aquecimento global

OPINIÃO Queremos a Copa... Das árvores!

Pág. 12

Págs. 9 e 10

CONSTRUÇÃO CIVIL

O papel do setor é chave quando o assunto é sustentabilidade

Page 2: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Wevertghom B. Bastos. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Sheryda Lopes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

BAN KI-MOON NO BRASIL Na quinta-feira, dia 12 de junho de

2014, chega a São Paulo o secretário--geral das Nações Unidas, Ban Ki--moon. A convite do Governo do Brasil, o líder da ONU virá ao país para parti-cipar do jogo de abertura da Copa do Mundo. Logo após termine a partida, ele seguirá para a Bolívia, onde partici-pa da reunião de cúpula do G-77, que comemora seu 50o aniversário.

VIRA LIXOSegundo a Associação Brasileira de

Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), do total de 63 milhões de toneladas de lixo geradas por ano no Brasil, mais de 30% têm potencial de re-ciclagem, mas apenas 3% dos resíduos urbanos são efetivamente reciclados.

MUDANÇA NAS MULTAS AMBIENTAIS Projeto da Comissão de Constituição

e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados determina que metade do dinheiro arrecadado por órgãos federais resultado de multas por infrações am-bientais será investida no Fundo Nacio-nal do Meio Ambiente (FNMA). A outra metade será dividida entre projetos em unidades de conservação (como par-

ques nacionais), ações de educação ambiental, licenciamento ambiental, fi s-calização e gestão de recursos hídricos.

Já o arrecadado das multas cobradas por órgãos ambientais estaduais e mu-nicipais serão aplicados de acordo com leis de cada Estado e de cada Município. Projeto foi aprovado em caráter conclu-sivo dia 3, agora segue para o Senado.

EDUCAÇÃO AMBIENTALO RioMar Shopping, em parceria com

a Cagece, Semace e Seuma, realizaram na manhã do dia 8, uma série de ações de Educação Ambiental, no entorno da Lagoa do Papicu. Dentre as atividades, a limpeza do espelho d’água, exposi-ção de fotografi as da fauna e da fl ora local e ofi cinas de arte e produção de brinquedos a partir de material reciclá-vel. O RioMar está sendo construído em frente ao que restou daquela que foi uma grande lagoa, ou melhor, uma comprida lagoa. A palavra indígena, Pa-picu, signifi ca “Lagoa Comprida”.

REFLEXÃO: “A natureza continua seu caminho, e tudo o que nos parece uma exceção está realmente de acordo com a ordem”. Johann Wolfgang von Goethe.

A mensagem (We didn’t give de Amazon a Brazi-lian) “Nós não fi zemos na Amazônia uma depilação à brasileira”, divulgada no último domingo (8), foi cria-da pela empresa irlandesa Paddy Power, do ramo de apostas, para esclarecer que a mensagem postada anteriormente e que promovia a participação da Ingla-terra na Copa 2014 e que causou muita polêmica nas redes sociais, tratava-se apenas de uma montagem.

A postagem anterior trazia a mensagem “C’mon England PP” (Vamos Inglaterra PP, em inglês) e le-vou muitas pessoas a acreditarem que várias ár-vores haviam sido derrubadas. No entanto, tudo não passou de um susto, apenas usaram o velho e conhecido Photoshop. Ainda bem... A Inglaterra estreia contra a Itália na Arena da Amazônia, em Manaus, dia 14 de junho,

PHOTOSHOP POLÊMICO

Coluna Verde

GESTORA E EDUCADORA AMBIENTAL

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 10 de junho de 2014

VERDE

12 DE JUNHODIA MUNDIAL CONTRA O TRABALHO INFANTIL• Em 2020 a data foi instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência das Nações Unidas. O dia visa promover o direito de todas as crianças serem protegidas da exploração infantil e outras violações dos seus direitos humanos fundamentais e combater todos os tipos de trabalho infantil. Crianças no mundo inteiro ainda são obrigadas a trabalhar diariamente quan-do deveriam estar na escola. A Unicef estima que mais de 215 milhões de crianças são vítimas de trabalho infantil, a maioria trabalhando em condições de exploração e sendo envolvidas em confl itos armados.

15 DE JUNHODIA MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO CONTRA O ABUSO DE IDOSOS

• A Assembleia Geral das Nações Unidas, através da Resolução 66/127, designa 15 de junho como o Dia Mundial da Conscientização Contra o Abu-so de Idosos. Ela representa o único dia no ano em que o mundo inteiro manifesta a sua oposição ao abuso e sofrimento infl igido a algumas das gerações mais velhas.

HOJESEST/SENAT FORTALEZA PROMOVE CAMPANHA “MOVIMENTO DIREÇÃO LIMPA”

• Ainda como parte das comemorações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente (05/06), o Sest Senat Fortaleza em parceria com o Programa Despoluir, reali-za hoje (10), das 08h às 12h, no Posto da Policia Rodoviária Federal do muni-cípio de Itaitinga (BR 116 - KM 019), região metropolitana de Fortaleza, uma campanha denominada “Movimento Direção Limpa”. O objetivo da iniciativa é incentivar hábitos no trânsito menos poluentes.

Durante toda manhã, uma equipe de profi ssionais do Programa Despoluir, iniciativa da Federação dos Transportes (Cepimar), que promove o uso racio-nal de combustível no setor de transporte, estará presente no local fazendo aferições nos motores dos caminhões, bem como distribuindo panfl etos infor-mativos e brindes aos motoristas que passarem pelo estabelecimento.

AGENDA VERDE

INSCRIÇÕES ABERTAS

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), por meio do Núcleo de Meio Ambiente (Numa), coordenado por Renato Aragão, abriu, dia 2 de junho (2/6), as inscrições para a 11ª edição do Prêmio FIEC por Desempenho Ambiental. O objetivo é premiar empresas industriais, fi liadas aos sindicatos que integram o Sistema FIEC, as quais tenham se destacado na conservação do meio ambiente e implementado atividades que resultem na melhoria da qualidade ambiental, de acordo com os princípios do desenvolvimento sus-tentável e de modo a servirem de modelo para outras indústrias.

Os projetos podem ser inscritos até o fi nal de julho, nas seguintes modalida-des: Produção mais Limpa, Reuso de Água, Educação Ambiental e Integra-ção com a Sociedade. As empresas que participarem do certame, mesmo não sendo selecionadas, receberão diploma pela participação. Confi ra o edital completo neste link http://www.fi ec.org.br/meioambiente/premio_fi ec.asp

11O EDIÇÃO PRÊMIO FIEC DESEMPENHO AMBIENTAL

Page 3: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

POR TARCILIA [email protected]

O carvão é, de longe, a fonte que mais emite dióxido de carbono (CO2), pelas substân-cias que o compõem e o controle pouco efi -ciente das centrais que o usam. A Agência

Internacional de Energia (AIE) prevê que o consumo mundial de carvão poderá aumentar 70% até 2030, mantidas as políticas energéticas atuais, um cená-rio nada promissor, sob o ponto de vista ambiental. Mesmo assim, causou espanto decisão do governo americano de regular a indústria do carvão para cortar as emissões de dióxido de carbono, o principal gás causador do aquecimento global, no último dia 2.

A Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA, sigla em inglês) divulgou as medidas do pre-sidente Barack Obama para cortar as emissões do setor, fato que foi considerado inusitado nos Esta-dos Unidos. Pela primeira vez na história daquele país, uma medida desse tipo é tomada, decisão que foi comemorada por ONGs ambientalistas e consi-derada “histórica” pelo ex-vice-presidente dos Esta-dos Unidos, Al Gore, famoso pela série de livros e documentários sobre as mudanças climáticas.

A proposta defi ne que os estados americanos de-verão cortar em 30% as emissões de CO2 das usi-nas termelétricas a carvão até 2030. Para atingir essa meta, os estados poderão seguir quatro abor-dagens: usar tecnologia para melhorar a efi ciência

energética, substituir usinas a carvão por usinas a gás, investir em energias renováveis e atualizar as termelétricas já existentes.

As regras não são impossíveis de serem cumpri-das. Muitos estados americanos, especialmente os da costa leste do país, já estão no caminho e devem cumprir a meta muito antes de 2030. Isso aconte-ce por causa da revolução do gás de xisto nos EUA. Substituir o carvão pelo gás natural faz sentido do ponto de vista econômico e ambiental, mas o carvão ainda é o principal combustível na produção de ele-tricidade naquela nação. Para a representante da EPA, Gina McCarthy, “não se trata apenas da extin-ção de ursos polares ou do derretimento das gelei-ras. Trata-se de proteger a nossa saúde e as nossas crianças”, disse ao apresentar as novas medidas.

CHINA E ÍNDIAO setor do carvão representa 38% das emissões

dos Estados Unidos. Uma redução dessas emis-sões pode contribuir nos esforços para combater o aquecimento global e reacender as esperanças de que os Estados Unidos assinem um acordo global de redução de emissões na ONU? Talvez, mesmo se as emissões dos EUA forem reduzidas a zero, as emissões globais vão continuar a crescer, segundo o diretor do Programa de Economia do Ambiente da Universidade de Harvard, Robert Stavins, confor-me divulgado pelo jornal O Globo.

A meta de reduzir em 30% as emissões de carbo-no das usinas de geração de energia nas próximas décadas seria compensada pelo aumento de China e Índia, onde usinas de carvão estão se expandindo e cada vez mais novos carros estão sendo comercia-lizados. Segundo o Instituto de Recursos Mundiais, em Washington, há projetos para a construção de 1.200 usinas movidas a carvão no mundo, sendo que três quartos delas devem fi car na Índia e na China.

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 10 de junho de 2014

VERDE

EUA aprovaram novas regras para limitar emissões das usinas a carvão. Se depender da China e da Índia, a medida não vai fazer muita diferença a nível global

Obama contra o aquecimento global

VISÃO GLOBAL

Obama aprova novas regras contra o aquecimento global

DIVULGAÇÃO

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ÃO

Page 4: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 10 de junho de 2014

VERDE

POR ROBERTO ARAÚJO*

Quando falamos em medir a sus-tentabilidade, algumas perguntas que vêm à mente dos executivos

são: o que queremos medir exatamente? Com que “régua” ou metodologia de-vemos medir e avaliar a sustentabilidade? Como extrair valor desta informação? Para maior parte dos gestores, o ideal é que um estudo para medir e avaliar as-pectos de sustentabilidade possa ajudá-los a aumentar as vendas, melhorar as margens de lucro ou, na pior hipótese, mitigar riscos e evitar perda de mercado por não disponibilizar para seus clientes as informações sobre os impactos ambi-entais de seus produtos. Neste sentido, os estudos mais realizados para ajudar as empresas a reduzirem seus impactos ambientais são as pegadas de carbono, hídrica e a energética.

As ferramentas cujas metodologias são baseadas na Análise do Ciclo de Vida (ACV), proporcionam informações mais completas, pois é uma técnica que permite a quantifi cação dos impactos ambientais de um produto, sistema, ou processo durante todo o ciclo de “vida”, ou seja, desde o início (por exemplo, da extração das matérias-primas) até o fi -nal da vida (quando o produto deixa de ter uso e é descartado como resíduo ou é reciclado), passando por todas as etapas intermediárias (manufatura, transporte e uso). Por essa razão, esta avaliação é também chamada de “análise do berço ao túmulo” ou do “berço ao berço”.

De acordo com a Associação Brasilei-ra de Análise de Ciclo de Vida (ABCV), o número de especialistas em ACV no Brasil ainda é insufi ciente para atender a crescente demanda por estudos. Se-gundo especialistas, como a doutora Kelly Alonso Costa (Universidade Fed-eral Fluminense), em sua tese “A uti-lização da Avaliação do Ciclo de Vida no processo de tomada de decisão em sustentabilidade na indústria da con-strução no subsetor de edifi cações”, os trabalhos acadêmicos brasileiros contemplam diversos segmentos, tais como: químico, petroquímico, con-strução civil, energético, automobilísti-

co, agrícola, metalúrgico e eletrônico.Por outro lado, os dados exatos sobre a

realização de estudos no Brasil sobre ACV são incertos, mas segundo a especialista, nos últimos anos 10 anos foi possível en-contrar, em banco de dados nacionais e internacionais, cerca de 280 trabalhos entre dissertações, teses e artigos científi -cos publicados sobre o tema ACV. Com a criação de entidades e publicação das nor-mas, observa-se uma maior produção nos últimos anos e trabalhos para a consolida-ção do banco de dados brasileiro.

Cabe então às empresas entenderem - e algumas já têm feito isso como divulgado no Guia Exame de Sustentabilidade 2013 - que o tema eco efi ciência é cada vez mais estratégico para as organizações. Além disso, pode ser mais interessante realizar estudos que ofereçam informa-ções além das emissões de gases de efeito estufa ou apenas da pegada hídrica, pois possibilitam a melhoria de qualidade da gestão e a efi ciência operacional.

Ferramentas que avaliam, simultanea-mente, os impactos ambientais, sociais e econômicos são mais avançadas e com-pletas, pois podem analisar mais de uma dezena de categorias, mais de 50 indica-dores diferentes e mais de uma centena de fatores de avaliação. Aspectos como di-reitos humanos, consumo de energia, uso do solo, dentre outros fatores, são essen-ciais para uma análise mais consistente. Os critérios científi cos estão passando por constante evolução e o maior desafi o para os especialistas em avaliação de sustent-abilidade tem sido melhorar a qualidade dos bancos de dados locais.

Entramos na era da gestão sustentável compartilhada, por isso a necessidade de se pensar e planejar a sustentabilidade sob a perspectiva de toda cadeia de valor.

*Roberto Araújo é diretor-presidente da Fundação Espaço ECO®

A evolução da gestão para a sustentabilidade

ARTIGO

JORNALISTA E ESCRITOR

Ambiente e futuroAtualmente a temática ambiental

ocupa lugar de destaque nos fó-runs internacionais de discussão, não apenas quando se trata espe-cificamente de meio ambiente, mas, sobretudo, quando o debate se de-senvolve em torno do futuro da vida no nosso planeta. Até meados da segunda metade do século passa-do, não havia grandes preocupações com a preservação do planeta e seus recursos não renováveis. Daí é que as Cartas Magnas da maioria dos pa-íses pouco ou nada normatizavam a esse respeito. A partir da década de 1970, no entanto, os legisladores em quase todo o mundo começaram a se preocupar com o tema, especial-mente depois de grandes desastres ecológicos provocados pelo homem ou resultantes das forças naturais.

Marco ecológicoAs autoridades em todo o mundo,

a partir da década de 1970, come-çaram a se dar conta que somente definições constitucionais poderiam assegurar uma tutela eficaz para o meio ambiente. Daí por diante, em maior grau depois da Conferência de Estocolmo, na Suécia, grande mar-co no movimento ecológico mundial,

muitos legislativos nacionais toma-ram a decisão de elaborar leis que determinem os parâmetros de defe-sa e preservação do meio ambiente. Hoje, elenca-se um grande número de nações cujas Leis Fundamentais assentam a responsabilidade am-biental para todos os cidadãos.

Leis para a vidaEntre os textos constitucionais es-

trangeiros que asseguram proteção ao meio ambiente, destacamos os seguintes: a Constituição da Suíça, recebeu uma pioneira Emenda, em 1957, que prenunciava essa benfazeja preocupação; a Lex Magna da Bul-gária inseriu o dispositivo pertinente em 1971; Chile e Panamá o fi zeram em 1972; antiga Iugoslávia em 1974; Grécia, em 1975; Cuba, em 1976; an-tiga União Soviética, depois de muitos e grandes desrespeitos a tudo o que pregava sobre meio ambiente, inseriu mecanismos de defesa na sua Cons-tituição em 1977; a China fê-lo em 1978; o Peru em 1980 e a Argentina a partir da reforma constitucional de 1994. Toavia, foram as Constituições de Portugal (1976, art. 66) e da Espa-nha (1978, art. 45) que, pela primeira vez, correlacionaram o direito ao meio ambiente sadio com o direito à vida.

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL E CONSTITUIÇÕES ESTRANGEIRAS

A Preservação do meio ambiente não tem sido uma prerrogativa do Brasil, com suas potencialidades naturais e uma Constituição que definiu com vigor um ambiente saudável como direito fundamental do cidadão. Desde o limiar da década de 1970, muitos países se deram conta da necessidade de ela-borar uma legislação de defesa dos recursos naturais largamente agredidos e depredados pelo ser humano. Dessa consciência resultou uma espécie de consenso em torno do assunto, que tem ampliado sobremodo o ordena-mento legal da maioria das nações no respeitante à tutela do Estado sobre o meio ambiente, sendo que a adoção de medidas legais para dar suporte à ação do Estado no cuidado com a natureza ensejou um intercâmbio ações legislativas que culminou com vários tratados e protocolos assinados por diversas nações, nos quais se assentam as responsabilidades interpares e o caráter internacional dos deveres de preservação ambiental. As conferências de Estocolmo (Suécia), em 1972; e do Rio de Janeiro, em 1992, dão bem uma idéia da importância dessas iniciativas de colegiado de nações.

Page 5: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 10 de junho de 2014

VERDE

POR: SHERYDA [email protected]

As questões ligadas ao meio am-biente são fundamentais para o futuro da Indústria cearense nos próximos dez anos. A constata-

ção é de Guilherme Muchale, coordena-dor de Inteligência Industrial do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi), setor integrante da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), que divulgou na última segunda-feira, 26, a publicação do Projeto Portadores do Fu-turo para o Ceará com os setores e áreas estratégicas indicados em todas as sete mesorregiões do Estado, na Casa da In-dústria. No mesmo dia, a Federação lan-çou o Guia Industrial do Ceará 2014.

O Projeto Setores Portadores de Futuro (PSPF) identificou, de forma regionalizada, quais são os setores e áreas com maior potencial para con-tribuir na transformação da realidade social e industrial do Ceará. Segundo Guilherme, a equipe percorreu apro-ximadamente dois mil quilômetros em todo o Estado, entre os meses de fevereiro e março deste ano, realizan-do painéis de especialistas regionais com quase 300 representantes dos setores, produtivo, governo, acade-mia e terceiro setor de 54 municípios. Durante os encontros, foram apre-sentados estudos de tendências tec-nológicas de 22 setores ou áreas es-tratégicas, totalizando 198 aplicações de 66 tendências tecnológicas.

A iniciativa apresentou estudos de tendências tecnológicas mundiais para os principais setores industriais do Ce-ará, dividindo os Setores Portadores de Futuro em três partes: Setores in-dutores do desenvolvimento regional, setores e áreas transversais e setores e áreas estratégicos. Os fatores trans-versais, que devem ser trabalhados de forma global, são os que mais trazem temas ligados à sustentabilidade. São eles: água, logística, biotecnologia,

energia, meio ambiente, tecnologia da informação e comunicação. Os painéis foram realizados em todas as sete me-sorregiões (Sul, Centro-Sul, Sertões, Jaguaribe, Noroeste, Norte e RMF).

LEGISLAÇÃO E DECISÕES DO CONSUMIDOR INFLUENCIAM

Durante a realização do projeto, Gui-lherme afi rma que fi cou surpreso com os temas apresentados nos painéis, cada vez mais ligados à responsabilidade so-cial e ambiental, e também pelo interes-se dos empresários. A crescente preocu-pação com essas questões, segundo ele,

é um caminho sem volta, já que cada vez mais os consumidores tomam suas decisões de compra com base na credi-bilidade da cadeia produtiva, além de a legislação sobre o tema se tornar cada vez mais dura. Quem quiser abraçar as oportunidades de exportação, segun-do ele, também deve fi car atento. “Os europeus são muito preocupados com essas questões, por isso, os produtores cearenses precisam tomar ações concre-tas e apresentar dados relevantes para minimizar os impactos e contribuir com a sociedade”, afi rma.

A importância da biotecnologia é des-tacada por ele entre os temas apresenta-dos, por ter áreas que se dedicam espe-cifi camente ao meio ambiente. “Temos estudos aqui no Ceará desenvolvendo a captura de gás carbônico por meio do uso de algas, por exemplo”. Outro tema relevante é a água, assunto de grande atenção no Estado. “Tecnologias de go-tejamento na agroindústria, reaprovei-tamento de recurso hídrico, e até mes-

mo outras formas de desenvolvimento em regiões com baixos níveis pluvio-métricos, como a economia criativa, são ferramentas para o desenvolvimento in-dustrial cearense até 2025”, afi rma.

Após a identifi cação dos setores, o próximo passo é traçar treze rotas de desenvolvimento para o futuro da in-dústria. Água e meio ambiente terão rotas específi cas, devido à relevância dos temas. “Faremos divisões coletivas e elencaremos ações estratégicas, de-fi nindo quem seria responsável pelas ações, traçando o mapa do caminho para chegar nesse futuro desejado”, ex-plica Guilherme, destacando que em-

bora a iniciativa seja da Fiec, a Federa-ção conta com o apoio e envolvimento de todos os setores e órgãos envolvidos.

SERVIÇO:Acesse a publicação completa dos

Setores Portadores de Futuro para o Ceará 2025: www.fi ec.org.br/portalv2/sites/indi

Meio ambiente e sustentabilidade são fundamentais para a indústria, aponta Fiec

FUTURO

O desenvolvimento do setor cearense até 2025 depende, entre outros fatores, da aplicação de ações e tecnologias nessas áreas

Setores e ÁreasEstratégicas

Setores e ÁreasTransversais

Setores Indutoresdo Desenvolvimento

Regional

Construção Civil

Couro & Calçados

Economia Criativa

Economia do Mar

Indústria Agroalimentar

Saúde

Confecções

Madeira & Móveis

Metal-mecânico

Minerais Não-metálicos

Turismo

Água

Biotecnologia

Enérgia

Logística

Meio Ambiente

Tecnologia da Informação

& Comunicação

Setores Portadoresde Futuro para o Ceará

TIAGO STILLE

Guilherme Muchale - coordenador de Inteligência Industrial do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi)

Page 6: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 27 de maio de 2014

VERDE

UM GIRO NA SEMANA DO MEIO AMBIENTE

De um total de mais de 30, se-paramos algumas das ações e notícias que chegaram às nos-sas mãos e que estão relaciona-das ao Dia. Nós esperamos que esses exemplos continuem e se multipliquem independente de qualquer data comemorativa. E claro: que tais ações sejam con-cretas e tragam resultados reais. Afi nal, o meio ambiente merece.

Sest Senat Fortaleza (Serviço Social do Trans-porte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) e o Programa Despoluir realizam durante a manhã de hoje uma ação de aferição nos motores de caminhões e distribuição de material informativo aos motoristas que passa-rem pelo Posto da Polícia Rodoviária Federal na BR 116, KM 19, em Itaitinga. O objetivo do Despoluir é promover o uso racional de com-bustível no setor de transporte e realizar afe-rições periódicas nos veículos das frotas das empresas do Ceará, Piauí e Maranhão, além de orientar sobre o recebimento e armazena-mento do óleo diesel e realizar palestras sobre condução segura e econômica.

Para mobilizar o público interno, a Makro Engenharia realizou pa-lestras, ofi cinas, dinâmicas, ações promocionais durante a semana

do meio ambiente. O lançamento das cam-panhas Cadastro ao Ecoelce, em parce-

ria com a Coelce, no qual o colabora-dor cadastrado ganhará descontos em sua conta de energia; Não Deixe o Lixo Andar por Aí, onde foi apresentada a importância da coleta seletiva e Não ao desperdício de alimentos também inte-

graram as atividades.

Estimativas do Organics Brasil indicam que o mercado brasileiro de produtos orgânicos deve crescer em torno de 35% neste ano – contra os 22% de 2013 – e chegar a R$ 2 bilhões. Em linha a essa tendência, a as-sessoria do Grupo Pão de Açúcar afi rma que a oferta de tais produtos no supermercado deve registrar alta em torno de 40% se comparado a 2013. O grupo trabalha com orgânicos há 20 anos, e tais produtos são ofertadas em todas as lojas, informa a empresa.

O Beach Park Resort desenvolve um projeto de reciclagem que recolhe cerca de quatro toneladas

de resíduo reciclável mensalmente, que são deposita-dos nos diversos equipamentos de coleta seletiva espa-

lhados no Complexo. Segundo a empresa, todo o material reco-lhido nas lixeiras recicláveis é pré-triado para que permaneçam limpos e com maior potencial de reaproveitamento. Em seguida, é encaminhado para um Centro de Triagem licenciado, onde é feita a separação dos resíduos, a pesagem e a venda para em-presas de reciclagem. O dinheiro arrecadado com a comerciali-zação dos recicláveis é investido na manutenção do próprio ser-viço e na implantação de novos coletores seletivos.

A rede de supermercados Walmart come-mora a marca de mais de 140 milhões de sacolas plásticas que deixaram de circular no meio ambiente em função da redução do seu uso nas lojas da rede em todo o Brasil. A região Nordeste, onde a rede opera com as bandeiras Bompreço e Hiper Bompreço, cola-borou com a redução de 70 milhões de emba-lagens desde o início da campanha, informa a assessoria de comunicação do Grupo. Batiza-do de “Cliente Consciente merece desconto”, o programa consiste em dar descontos de R$ 0,03 (valor da sacola) a cada cinco produtos adquiridos para o consumidor que não utiliza a embalagem de plástico em suas compras.

O Brasil compensou sete vezes mais do que o estimado para as emissões diretas de gases de efeito estufa geradas pela realização da Copa do Mundo FIFA 2014 no país. O anúncio dos dados ocorreu terça-feira, 03, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Na ocasião, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, entregou o Selo Baixo Carbo-no aos representantes das 11 empresas que aderiram à Chamada Pública destinada a neutralizar as emissões causadas pelo Mundial. Foram elas: Aperam South America, Arcelormittal Brasil, Bunge Brasil, Estre Ambiental, Gerdau, Rhodia (Grupo Solvay), Rima Industrial, Sinobras, Tractebel Energia, Usiminas e Vallourec Tubos Do Brasil.

No Dia Mundial do Meio Ambiente, a Anheuser Busch InBev, maior grupo produtor de cerveja no mundo – do qual a Ambev faz parte – anunciou uma série de metas a serem cumpridas até 2017. Entre elas, reduzir em 15% as emissões de carbono nas operações de logística e diminuir o consumo interno de água para um índice de 3,2 para cada litro de bebida envasado. O compromisso inclui ainda trabalhar em parceria com stakehol-ders locais para melhorar a gestão da água em regiões-chave de cultivo de cevada e participar junto com parceiros locais de medidas de proteção de mananciais em todos os locais estratégicos nos sete países onde há fábricas do Grupo, incluindo o Brasil.

POR: SHERYDA [email protected]

No período próximo ao Dia Mun-dial do Meio Ambiente 2014 (WED 2014), comemorado no último 5 de junho, o Caderno O estado Verde re-

cebeu uma verdadeira enxurrada de e-mails de organizações dos mais diversos setores. Todas queriam divulgar ações que, durante a sema-na, visaram à sustentabilidade e celebraram a data, segundo seus realizadores. Algumas con-tinuam até o fim do mês ou envolvem metas para os próximos anos.

Essa preocupação é sinal de mudanças de pa-radigmas. Para o gerente executivo de negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) Erick Picanço, em outros tempos a sus-tentabilidade era algo tratado por empresários como algo “para inglês ver”, ou seja, sem obje-tivo real de obter resultados. Com o tempo, po-rém, não apenas o consumidor fi cou mais atento

e exigente quanto a essas questões, como a pró-pria legislação brasileira fi cou mais dura.

“Há um público que chamamos de embaixa-dores da marca. Adoram certo produto e o de-fendem com afi nco, mas se descobrem que a empresa responsável por ele fez algo antiético ou que atente contra questões que considerem importantes, fazem uma contracampanha igual-mente dedicada, promovendo o boicote e exi-gindo o posicionamento das empresas”, analisa. Esse tipo de repercussão negativa ganha força na Internet por meio de sites de relacionamento e geram prejuízo. Quando a legislação entra em cena, por meio de ações de fi scalização dos ór-gãos ambientais, multas e punições podem ser aplicadas à empresa.

Além de fugir das duas situações nocivas à imagem e à receita da empresa, ações em prol da sustentabilidade podem se converter em lu-cro e autonomia no futuro. “Imagine se você instala um procedimento de reuso de água ou de produção autônoma de energia elétrica. Num

possível momento de crise desses dois recursos, essa indústria mantém suas condições de desen-volvimento”, afi rma Picanço. Para ele, implan-tar processos sustentáveis é dar um passo a mais rumo a um futuro próspero nos negócios.

O diretor geral da Ecofor Hugo Nery e diretor de operações de serviços ambientais da Marquise, também considera que o empresário que deseja su-cesso não pode fechar os olhos para o meio ambien-te. “Quem tem visão a longo prazo está buscando transformar suas empresas. O tratamento dos resí-duos, é visto como custo, mas pode ser uma opor-tunidade de novo produto ou serviço, por meio da venda de material reciclado, reaproveitamento na própria cadeia produtiva, ou até mesmo oferecendo serviços ligados à transformação”, comenta.

Para Nery, as ações empresariais não terão consciência ambiental se o cidadão, antes de montar o próprio negócio, não for preocupado com essas questões. “Antes de ser empresária, a pessoa tem que ter noção de cidadania, pois ela faz parte do coletivo”, diz.

Organizações privadas se mobilizam pelo Dia Mundial do Meio Ambiente

BALANÇO WED 2014

A tendência está ligada ao mercado, cada vez mais preocupado com sustentabilidade, e também com o endurecimento da legislação ambiental, afi rmam especialistas

7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 10 de junho de 2014

VERDE

MOVIMENTO DIREÇÃO LIMPA

4ª SEMANA DO MEIO AMBIENTE NA MAKRO ENGENHARIA

MERCADO DE ORGÂNICOS NO BRASIL CRESCE ESTE ANO, SEGUNDO ORGANICS BRASIL

COMPLEXO AQUÁTICO REALIZA COLETA SELETIVA

140 MILHÕES DE SACOLAS A MENOS

BRASIL COMPENSA SETE VEZES MAIS A EMISSÃO DE GASES DURANTE A COPA

AMBEV SE COMPROMETE A REDUZIR EMISSÃO DE CO2 E CONSUMO DE ÁGUA ATÉ 2017

Page 7: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 27 de maio de 2014

VERDE

UM GIRO NA SEMANA DO MEIO AMBIENTE

De um total de mais de 30, se-paramos algumas das ações e notícias que chegaram às nos-sas mãos e que estão relaciona-das ao Dia. Nós esperamos que esses exemplos continuem e se multipliquem independente de qualquer data comemorativa. E claro: que tais ações sejam con-cretas e tragam resultados reais. Afi nal, o meio ambiente merece.

Sest Senat Fortaleza (Serviço Social do Trans-porte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) e o Programa Despoluir realizam durante a manhã de hoje uma ação de aferição nos motores de caminhões e distribuição de material informativo aos motoristas que passa-rem pelo Posto da Polícia Rodoviária Federal na BR 116, KM 19, em Itaitinga. O objetivo do Despoluir é promover o uso racional de com-bustível no setor de transporte e realizar afe-rições periódicas nos veículos das frotas das empresas do Ceará, Piauí e Maranhão, além de orientar sobre o recebimento e armazena-mento do óleo diesel e realizar palestras sobre condução segura e econômica.

Para mobilizar o público interno, a Makro Engenharia realizou pa-lestras, ofi cinas, dinâmicas, ações promocionais durante a semana

do meio ambiente. O lançamento das cam-panhas Cadastro ao Ecoelce, em parce-

ria com a Coelce, no qual o colabora-dor cadastrado ganhará descontos em sua conta de energia; Não Deixe o Lixo Andar por Aí, onde foi apresentada a importância da coleta seletiva e Não ao desperdício de alimentos também inte-

graram as atividades.

Estimativas do Organics Brasil indicam que o mercado brasileiro de produtos orgânicos deve crescer em torno de 35% neste ano – contra os 22% de 2013 – e chegar a R$ 2 bilhões. Em linha a essa tendência, a as-sessoria do Grupo Pão de Açúcar afi rma que a oferta de tais produtos no supermercado deve registrar alta em torno de 40% se comparado a 2013. O grupo trabalha com orgânicos há 20 anos, e tais produtos são ofertadas em todas as lojas, informa a empresa.

O Beach Park Resort desenvolve um projeto de reciclagem que recolhe cerca de quatro toneladas

de resíduo reciclável mensalmente, que são deposita-dos nos diversos equipamentos de coleta seletiva espa-

lhados no Complexo. Segundo a empresa, todo o material reco-lhido nas lixeiras recicláveis é pré-triado para que permaneçam limpos e com maior potencial de reaproveitamento. Em seguida, é encaminhado para um Centro de Triagem licenciado, onde é feita a separação dos resíduos, a pesagem e a venda para em-presas de reciclagem. O dinheiro arrecadado com a comerciali-zação dos recicláveis é investido na manutenção do próprio ser-viço e na implantação de novos coletores seletivos.

A rede de supermercados Walmart come-mora a marca de mais de 140 milhões de sacolas plásticas que deixaram de circular no meio ambiente em função da redução do seu uso nas lojas da rede em todo o Brasil. A região Nordeste, onde a rede opera com as bandeiras Bompreço e Hiper Bompreço, cola-borou com a redução de 70 milhões de emba-lagens desde o início da campanha, informa a assessoria de comunicação do Grupo. Batiza-do de “Cliente Consciente merece desconto”, o programa consiste em dar descontos de R$ 0,03 (valor da sacola) a cada cinco produtos adquiridos para o consumidor que não utiliza a embalagem de plástico em suas compras.

O Brasil compensou sete vezes mais do que o estimado para as emissões diretas de gases de efeito estufa geradas pela realização da Copa do Mundo FIFA 2014 no país. O anúncio dos dados ocorreu terça-feira, 03, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Na ocasião, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, entregou o Selo Baixo Carbo-no aos representantes das 11 empresas que aderiram à Chamada Pública destinada a neutralizar as emissões causadas pelo Mundial. Foram elas: Aperam South America, Arcelormittal Brasil, Bunge Brasil, Estre Ambiental, Gerdau, Rhodia (Grupo Solvay), Rima Industrial, Sinobras, Tractebel Energia, Usiminas e Vallourec Tubos Do Brasil.

No Dia Mundial do Meio Ambiente, a Anheuser Busch InBev, maior grupo produtor de cerveja no mundo – do qual a Ambev faz parte – anunciou uma série de metas a serem cumpridas até 2017. Entre elas, reduzir em 15% as emissões de carbono nas operações de logística e diminuir o consumo interno de água para um índice de 3,2 para cada litro de bebida envasado. O compromisso inclui ainda trabalhar em parceria com stakehol-ders locais para melhorar a gestão da água em regiões-chave de cultivo de cevada e participar junto com parceiros locais de medidas de proteção de mananciais em todos os locais estratégicos nos sete países onde há fábricas do Grupo, incluindo o Brasil.

POR: SHERYDA [email protected]

No período próximo ao Dia Mun-dial do Meio Ambiente 2014 (WED 2014), comemorado no último 5 de junho, o Caderno O estado Verde re-

cebeu uma verdadeira enxurrada de e-mails de organizações dos mais diversos setores. Todas queriam divulgar ações que, durante a sema-na, visaram à sustentabilidade e celebraram a data, segundo seus realizadores. Algumas con-tinuam até o fim do mês ou envolvem metas para os próximos anos.

Essa preocupação é sinal de mudanças de pa-radigmas. Para o gerente executivo de negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) Erick Picanço, em outros tempos a sus-tentabilidade era algo tratado por empresários como algo “para inglês ver”, ou seja, sem obje-tivo real de obter resultados. Com o tempo, po-rém, não apenas o consumidor fi cou mais atento

e exigente quanto a essas questões, como a pró-pria legislação brasileira fi cou mais dura.

“Há um público que chamamos de embaixa-dores da marca. Adoram certo produto e o de-fendem com afi nco, mas se descobrem que a empresa responsável por ele fez algo antiético ou que atente contra questões que considerem importantes, fazem uma contracampanha igual-mente dedicada, promovendo o boicote e exi-gindo o posicionamento das empresas”, analisa. Esse tipo de repercussão negativa ganha força na Internet por meio de sites de relacionamento e geram prejuízo. Quando a legislação entra em cena, por meio de ações de fi scalização dos ór-gãos ambientais, multas e punições podem ser aplicadas à empresa.

Além de fugir das duas situações nocivas à imagem e à receita da empresa, ações em prol da sustentabilidade podem se converter em lu-cro e autonomia no futuro. “Imagine se você instala um procedimento de reuso de água ou de produção autônoma de energia elétrica. Num

possível momento de crise desses dois recursos, essa indústria mantém suas condições de desen-volvimento”, afi rma Picanço. Para ele, implan-tar processos sustentáveis é dar um passo a mais rumo a um futuro próspero nos negócios.

O diretor geral da Ecofor Hugo Nery e diretor de operações de serviços ambientais da Marquise, também considera que o empresário que deseja su-cesso não pode fechar os olhos para o meio ambien-te. “Quem tem visão a longo prazo está buscando transformar suas empresas. O tratamento dos resí-duos, é visto como custo, mas pode ser uma opor-tunidade de novo produto ou serviço, por meio da venda de material reciclado, reaproveitamento na própria cadeia produtiva, ou até mesmo oferecendo serviços ligados à transformação”, comenta.

Para Nery, as ações empresariais não terão consciência ambiental se o cidadão, antes de montar o próprio negócio, não for preocupado com essas questões. “Antes de ser empresária, a pessoa tem que ter noção de cidadania, pois ela faz parte do coletivo”, diz.

Organizações privadas se mobilizam pelo Dia Mundial do Meio Ambiente

BALANÇO WED 2014

A tendência está ligada ao mercado, cada vez mais preocupado com sustentabilidade, e também com o endurecimento da legislação ambiental, afi rmam especialistas

7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 10 de junho de 2014

VERDE

MOVIMENTO DIREÇÃO LIMPA

4ª SEMANA DO MEIO AMBIENTE NA MAKRO ENGENHARIA

MERCADO DE ORGÂNICOS NO BRASIL CRESCE ESTE ANO, SEGUNDO ORGANICS BRASIL

COMPLEXO AQUÁTICO REALIZA COLETA SELETIVA

140 MILHÕES DE SACOLAS A MENOS

BRASIL COMPENSA SETE VEZES MAIS A EMISSÃO DE GASES DURANTE A COPA

AMBEV SE COMPROMETE A REDUZIR EMISSÃO DE CO2 E CONSUMO DE ÁGUA ATÉ 2017

Page 8: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 10 de junho de 2014

RECICLAGEM E COPA 2014

Unidade é parte do lançamento do Projeto Bioplanet que integra o Plano de Promoção do Brasil para a Copa do Mundo FIFA 2014

VERDE

Todos sabem que reciclar é pre-ciso, mas nem todos sabem que é possível reciclar muito mais do que plástico, papel ou

alumínio. Para estimular o reaprovei-tamento sustentável de resíduos como o óleo de cozinha usado, a Cooperativa Central dos Produtores de Algodão e Alimentos (Cocentral) inaugurou Usina Produtiva de Biodiesel e Sabão Ecológi-co na própria sede, localizada na Ave-nida Presidente Costa e Silva, no Mon-dubim. A ação é parte de uma iniciativa nacional, o Projeto Bioplanet, ligado à Copa do Mundo da FIFA 2014.

A empresa Biotechnos Projetos Auto--Sustentáveis é responsável por desen-volver a iniciativa. Tendo como base tecnologias de gestão ambiental, utiliza maquinários, que operam de forma sus-tentável, concretizando o Arranjo Produ-tivo Local (APL) na cadeia do biodiesel, a partir de óleos e gorduras residuais. Segundo declaração da presidente da Biotechnos, Márcia Werle, a técnica im-plantada não utiliza água ou ácidos, além de não gerar resíduos poluentes. “Uti-lizamos um sistema de lavagem a seco para a produção do combustível, assim, transformamos um elemento altamente poluente num produto que evita a emis-são de gases”, explica.

Serão produzidas 30 toneladas de combustível, a partir de setembro, com expectativa de crescimento de até pelo menos 70 toneladas, informa o presiden-te da Cocentral, Sérgio Britto. O biodiesel será utilizado para abastecer os veículos da Cocentral na própria sede, mas há previsão de que os caminhões de outras associações e cooperativas também se-jam benefi ciados, além de veículos de de-legações que virão para a Copa do Mun-do em Fortaleza. Para isso, ainda haverá ajustes entre órgãos envolvidos e a FIFA. A produção, em menor escala inicial-mente, começa a partir de junho.

A renda gerada pelo empreendimen-to, conforme Britto, deve injetar uma

Cocentral inaugura usina de biodiesel e sabão ecológico em Fortaleza

riqueza de pelo menos R$ 100 a 150 mil na cadeia, aumentando a renda dos co-operados. O óleo utilizado na produção da usina será recolhido de bares, res-taurantes, escolas públicas, entre outras instituições e empresas, interessadas em doar o resíduo.

O empreendimento foi fomentado com a realização da Copa do Mundo no Brasil, segundo Britto, mas conti-nuará após o Mundial. Os objetivos da iniciativa são: promover a coleta sele-tiva, estimular a educação ambiental, mitigar danos causados ao meio am-biente e fortalecer o associativismo e o cooperativismo no país.

BIOPLANETA inauguração da Usina Produtiva de

Biodiesel e Sabão Ecológico na Cocen-tral fez parte da programação de lan-çamento do Projeto em Fortaleza, no último dia 30/05. O Bioplanet prevê a constituição de 40 Arranjos Produtivos Locais nas cidades sedes e centros de treinamento da Copa para a produção, promoção e uso de biodiesel a partir de óleos e gorduras residuais, como o óleo de cozinha. Espera-se, em todo o país, a inclusão produtiva de 10 mil catadores de materiais recicláveis.

Segundo organizadores, trata-se de uma ação de responsabilidade ambien-tal que tem como objetivo envolver as lideranças públicas, empresariais e da sociedade civil na discussão de questões relativas ao relacionamento com o meio ambiente e implementação de ações baseadas nos conceitos de Desenvol-vimento Sustentável e Produção mais Limpa (P+L). O projeto foi selecionado no Edital da Chamada Pública de pro-jetos para a Promoção do Brasil para a Copa do Mundo Fifa 2014, pelo Grupo Executivo da Copa do Mundo - Geoco-pa - e chancelado para integrar a pro-gramação ofi cial do Governo Federal, publicada no Diário Ofi cial da União 24/08/12 - DOU Resolução no 13.

NAYA

NA M

ELO

Page 9: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

POR TARCILIA [email protected]

Como parte do esforço de criar cidades verdes, o papel da construção civil é chave. De acordo com a ONU, o setor

é um dos que mais contribui para as emissões globais de gases de efeito es-tufa – 8,6 bilhões de toneladas de CO2 eq. ou CO2e. equivalente de dióxido de carbono. O fato decorre, principal-mente, em razão de o setor consumir um terço do total da energia mundial. Diante deste cenário, empreendimen-tos que alinham modernidade, con-forto e preservação do meio ambiente, deixam de ser modismo e passam a ter um papel de destaque na agenda da ca-deia produtiva da Construção Civil.

Para o arquiteto Paulo Maurício D’arienzo, consultor da BS Design, não é modismo, mas um jeito inteligente de construir e quando se pensa neste tipo de empreendimento, o caminho é sem volta. “O grande desafi o de um empreendimento sustentável, é pensar em conjunto a solução interdisciplinar, é uma aproximação de elementos em busca de soluções que consideram o meio ambiente e elementos como água, energia, resíduos, materiais e sistemas, infraestrutura e desenvolvimentos ur-bano e humano”, explica o arquiteto.

“O BS Design, projeto da BSPAR In-corporação, é um bom exemplo. O pré-dio trará itens inéditos no mercado de imóveis comerciais de Fortaleza. Com duas torres e 20 pavimentos, entre sa-las comerciais e lajes corporativas, o empreendimento possuirá Certifi cado LEED (Leadership in Energy and En-vironmental Design) - selo que orienta e atesta o comprometimento de uma edifi cação com os princípios da susten-tabilidade para a construção civil. Ele tem um ciclo de vida mais longo”.

Uma construção em sintonia com o meio ambiente, mas com certeza mais cara, por quê? Perguntei ao especialis-ta, Paulo Maurício. Ele esclarece que certificar uma obra não custa barato, e também, depende do selo. “É impor-tante que o mercado entenda isso. O empreendimento sai um pouco mais caro, mas ao longo do tempo aumen-ta a taxa de retorno do investimen-to”. Reforça que é preciso entender que o primeiro investimento é o fato de o cliente está comprando um bem diferenciado. “É como comprar um Jaguar”, compara. Sustentabilidade é um tripé que envolve economia, meio ambiente e aspectos sociais.

Ainda que o preço de implementação de alguns sistemas ambientalmente sustentáveis em um edifício verde gere

um custo cerca de 5% a 10% maior do que um edifício convencional, sua uti-lização pode representar uma econo-mia signifi cativa de recursos, durante o uso e ocupação do imóvel. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a possibilidade de reúso de água ou a iluminação natural, dentre outras medidas, pode fazer com que a construção fi que mais cara, no entanto, ao longo de 50 anos, esse pré-dio gastaria menos 50% em operação e manutenção. A efi ciência energética das edifi cações é um dos indicadores de desempenho e um dos requisitos mais avaliados em construções sustentáveis.

No caso do imóvel da BS Design, o uso da tecnologia faz toda a diferença. “A adequação dos projetos ao clima do local para minimizar o consumo de

energia e otimizar as condições de ven-tilação, iluminação e aquecimento; e o uso de coletor solar térmico para aque-cimento de água garantem resultados surpreendentes, até mesmo a energia do elevador não será desperdiçada. A energia subproduto da frenagem será utilizada permitindo que parte da mes-ma seja devolvida para a rede elétrica interna da edifi cação, resultando em economia energética”.

2013Os empreendimentos certifi cados

crescem em Fortaleza. Em dezembro de 2013 foi inaugurado o LC Corporate Green Tower. Construção pioneira na região, com pré-certifi cação LEED for-necida pelo U.S. Green Building Coun-cil (USGBC).

9VERDE

Informação para a sustentabilidade

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 10 de junho de 2014

DICIONÁRIO ESTADO VERDESelo LEEDEmitido em mais de 130 países de todo

o mundo, o selo é considerado, hoje, a principal certifi cação de construção sus-tentável para os empreendimentos do Brasil, onde é representado ofi cialmente pelo GBC-Brasil - Conselho de Constru-ção Sustentável do Brasil, que foi criado no país em 2007. As edifi cações interes-sadas em conquistar o selo devem entrar com pedido de certifi cação na Plataforma LEED Online (www.leedonline.com), refe-rente ao seu tipo de empreendimento.

Selo Inmetro/PROCELDurante os anos de 2007 a 2010, o

Brasil contabilizou avanços importan-tes para a promoção do desenvolvi-mento sustentável, com o lançamento da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia em Edifícios Residenciais, Comerciais, de Serviços e Públicos (Inmetro/PROCEL) - e o Plano Nacio-nal de Energia 2030 - cujas premis-sas preveem uma meta de redução de até 10% no consumo de energia elétrica em 2030.

Empreendimento certificado já é uma realidade em Fortaleza

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Prédio verde, não é modismo. É um novo jeito de construir alinhando modernidade, conforto e preservação do meio ambiente

Arquiteto Paulo Maurício: “É importante que o mercado entenda que o empreendimento, é como comprar um Jaguar”.

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Page 10: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

POR TARCILIA [email protected]

A busca por alternativas para conciliar desenvolvimento com equilíbrio ambiental, che-ga aos prédios públicos. Folgo

em saber, ao que tudo indica a Constru-ção Sustentável ultrapassa as fronteiras da Capital e já começa a ser realidade em outros municípios do Estado como é o exemplo de Juazeiro do norte, onde está sendo construída sede do Fórum Trabalhista do Cariri, considerado um projeto pra lá de sustentável.

Com previsão de entrega para dezem-bro de 2014, o Projeto Fórum Cariri, “foge ao senso comum da arquitetura neoclás-sica e vai muito além do cumprimento de sua função social ao defi nir como diretriz fundamental a sustentabilidade ambien-tal e o respeito ao indivíduo. O edifício interage com o ambiente natural, nas condições climáticas e topográfi cas de forma harmônica e funcional”, segundo nota de apresentação do projeto.

MOTIVAÇÃOO que teria motivado o Tribunal a

construir um prédio verde? Segundo a funcionária, Silvana Maria Teixeira Dias, do Núcleo de Responsabilidade Socioambiental do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da7ª Região, a Justiça do Trabalho do Ceará decidiu assumir a responsabilidade de ser um referencial em edifi cação sustentável na Região do Cariri e servirá como fato gerador para a execução de novas obras públicas ou pri-vadas, seguindo padrões semelhantes.

“Além disso, há uma resolução do Conselho Superior da Justiça do Traba-lho que determina a inclusão de critérios de sustentabilidade nas contratações de bens e serviços no âmbito da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus.

Outra motivação importante é o fato de o planejamento estratégico do TRT do Ceará possuir metas relacionadas à res-ponsabilidade socioambiental da Insti-tuição”, explica Silvana.

O modelo de construção do novo Fó-rum do Cariri – Fórum Desembargador do Trabalho Paulo da Silva Porto – po-derá ser adotado em outras localidades, mas Silvana lembra que “é importante ressaltar que uma das premissas bási-cas da sustentabilidade é o fato de que o projeto deve se adequar às condições climáticas e topográfi cas e à disponibi-lidade de mão de obra local, para que não haja um grande impacto ambiental ou social, permitindo o uso dos recursos técnicos e humanos da região da onde será implantada a edifi cação”.

BOM PREÇO DA SUSTENTABILIDADE

É do conhecimento de muitos que o preço de implementação de alguns sis-temas ambientalmente sustentáveis em um edifício faz com que a construção fi -que mais cara e eleve entre 5% a 10% o custo da obra, mas ao longo do tempo e em decorrência da efi ciência energética característica de um prédio verde e in-teligente, o custo é absorvido e transfor-mado em ganhos. A obra do Fórum do Cariri, abrigará quatro varas do trabalho em uma área construída de 3.667,17 m² e custará em torno de R$ 5,5 milhões.

A proposta foi pensada em consonância com a ideia de sustentabilidade ambiental e econômica. Para Silvana, por se tratar de uma obra com critérios de sustenta-

bilidade, com técnicas e equipamentos e técnicas específi ca e ainda não são usuais nas edifi cações convencionais, já existia o conhecimento de que esse custo chegaria até R$ 1.800,00/m². “É muito importan-te destacar que o custo da obra foi aprova-do na sua totalidade pelo Conselho Supe-rior da Justiça do Trabalho”.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ECONOMIA

O Fórum Desembargador do Traba-lho, Paulo da Silva Porto, presidido pela desembargadora Roseli Mendes Alencar, pelo fato de ser a primeira construção dentro do critério de sustentabilidade, na Justiça do Trabalho do Ceará, ainda não tem mensurado o valor real do tamanho da economia com relação à utilização de alguns critérios de sustentabilidade. “Não temos dúvida de que haverá uma grande economia de recursos como, por exem-plo, energia e água. Por exemplo, ocorrerá economia com a utilização de aparelhos de ar-condicionado que trabalharão por demanda de usuários, tornando-se viável o retorno do investimento no prazo de cinco anos. Outro exemplo é o reúso das águas de chuvas com reservatório especí-fi co, o que reduzirá o consumo mensal do recurso”, encerra Silvana.

MAISO terreno já possui escritura de do-

ação e está em processo de registro na Secretaria do Patrimônio da União, lo-caliza-se próximo ao triângulo que aten-de as três cidades de maior expressão na Região do Cariri, bem como, a todos os municípios circunvizinhos. O Plano de Obras foi aprovado através da Resolu-ção TRT7 nO. 338, de 03/09/2013.

O escritório de projetos - Arquitetura do Sol, sob a coordenação do Arquiteto An-tônio Carvalho Neto é o responsável pelos projetos de arquitetura e de engenharia.

10 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 10 de junho de 2014

VERDE

Alguns critérios de sustentabilidade adotados na obra do novo Fórum

Fórum do Cariri busca justiça e sustentabilidade

ALÉM DE FORTALEZA

A gestão ambiental na área de construção civil é uma fi losofi a empresarial adotada, também, pelas organizações do setor público. No Ceará, o exemplo vem de Juazeiro do Norte

- Ventilação natural na praça central;- Iluminação com sensores de presença no estacionamento;- Captação de águas pluviais para reutilização;- Reservatório de águas pluviais, dispensando a utilização de bombeamento da água; - Sistema de climatização Inverter Driven Multi Split System;- Vagas para exclusivas para bicicletas e carro elétrico;- Um pomar na parte posterior do terreno.

DIVULGAÇÃO/TRIBUNAL

Page 11: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

O Prêmio “A Nova Cara do Sertão”, iniciativa da Agência de Desenvolvi-mento Econômico Local

(Adel), com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), por meio do Instituto de Desenvolvi-mento Industrial do Ceará (Indi), foi entregue dia 29 de maio, na sede da Fiec, a jovens empreendedores rurais do território do Médio Curu, que se destacaram pelo negócio que empre-endem e por sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social de suas comunidades.

A gestora de projetos do Indi, Mi-rian Fialho, que representou a Fiec na premiação, disse que a Adel executa o que o Indi acredita ser o caminho do desenvolvimento. “Pensar global-mente e agir localmente. Também é assim que trabalhamos”, enfatizou. Mirian lembrou que a Fiec empreen-dido esforço para interiorizar suas ações. Um dos projetos nesse sentido é a instalação de ca-sas da indústria em municípios do interior. A primeira já está em funcionamento em Limo-eiro do Norte, com oferta de todos os serviços prestados pelo Sistema Fiec. A segunda está prevista para ser instalada em junho, no Cariri.

OS GANHADORESEm primeiro lugar fi cou Giliard Gama, de 28

anos, do distrito rural de Serrota, no municí-pio de Pentecoste. Neto é fi lho de agricultores, ele também escolheu a profi ssão para sua vida. Após participar, em 2012, do Programa Jovem Empreendedor Rural da Adel, decidiu investir na produção de coco com seu pai. A unidade de produção familiar possui nove hectares de ter-ras, 1400 pés de coco que geravam uma produ-ção de 7000 cocos/mês, número considerado baixo. Ao analisar os motivos do baixo rendi-mento, Giliard percebeu que o problema era a infestação de pragas e irrigação inadequada. Ele acessou uma linha de crédito do Fundo Ve-redas da Adel para implantação de um sistema de irrigação por micro aspersão, que economi-za água e garante melhor desenvolvimento do plantio. Giliard também utiliza produtos orgâ-nicos como óleo de algodão e fumo através de defensivos agrícolas.

O segundo colocado foi Joilson Marques, de

25 anos, da comunidade de Lagoa das Pedras, no município de Apuiarés. Ele é sócio da As-sociação de Apicultores de Lagoa das Pedras e viu na apicultura, principal atividade desen-volvida na comunidade, e na serraria a opor-tunidade de montar o seu empreendimento. Joilson fabrica e comercializa equipamentos apícolas (colmeias, ninhos, melgueiras, qua-dros e telas excluidoras) e móveis (guarda roupas, mesas e cadeiras).

Alisson Bezerra, de 22 anos, da comunidade de Várzea Comprida, município de Pentecoste, conquistou o terceiro lugar com o empreendi-mento “Aves do Sertão”, que desenvolve em parceria com a tia, Jocileide Firmiano, após a participação no Programa Jovem Empreende-dor Rural da Adel. Hoje, possuem três galpões e fornecem 200 kg de carne mensalmente para o Programa Nacional de Apoio a Merenda Esco-lar de Pentecoste (PNAE) e vendem diretamen-te para o consumidor fi nal, na própria região.

CRITÉRIOSA escolha dos vencedores se deu por crité-

rios como criatividade, mobilização, articu-lação com o desenvolvimento local, visão de futuro e sustentabilidade. Os vencedores ga-nharam um notebook, prêmio em dinheiro e tutoria em gestão, marketing e comunicação estratégica para aceleração dos negócios.

(Fonte: Fiec)

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 10 de junho de 2014

VERDE

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A escolha dos vencedores se deu por critérios como criatividade, mobilização, articulação com o desenvolvimento local, visão de futuro e sustentabilidade

Entrega do Prêmio A Nova Cara do Sertão

INDICAÇÃO DE LEITURA

Resultado da refl exão de Luciano Cavalcante Filho, diretor da Luciano Cavalcante Imóveis, o livro “História Urbana e Imobiliária de Fortaleza: biografi a sintética de uma cidade” foi lançado, ontem (9), às 19 horas, em Fortaleza. Na ocasião, o livro foi vendido com 50% de desconto e toda a receita com a venda da obra, doada para a Santa Casa de Misericórdia.

“Fizemos parte do processo histórico de crescimento da Ca-pital, nós e as demais imobiliárias, incorporadoras e constru-toras locais. Este livro exigiu três anos de trabalho intenso e é um presente nosso para a cidade. Espero que a obra nos ajude a conhecer melhor a nossa capital, para que façamos escolhas acertadas no futuro, para deixarmos para nossos netos uma cidade mais justa, sustentável e ainda mais bonita”, comemo-ra Cavalcante Filho.

O processo de expansão urbana da capital cearense está descrito com riqueza de detalhes na obra escrita por Lira Neto e a jornalista Cláudia Albuquerque e traz um acervo fotográ-fi co de mais de 500 anos e linhas do tempo ao longo dos oito capítulos, divididos pela cronologia dos acontecimentos. O ce-arense Lira Neto é jornalista renomado, dedicou-se a escrever biografi as de nomes famosos: Rodolfo Teófi lo, Getúlio Vargas, Padre Cícero, Maysa, José de Alencar e Castello Branco.

Empresa lança livro sobre a história urbana e imobiliária de Fortaleza

LANÇAMENTO LIVRO

EMPREENDEDORISMO

Page 12: O Estado Verde - Edição 22273 - 10 de junho de 2014

O Ceará possui uma ampla his-tória de organização popular na qual diversos movimentos utilizam-se dos espaços públi-

cos para se manifestar sobre os proble-mas socioambientais. Esses problemas tem sido agravados por ações impac-tantes vindas, em especial, dos agentes do Estado que privilegiaram as obras em prol da Copa do Mundo 2014. Mui-tos impactos podem ser apontados, com destaque para a remoção de pessoas e de árvores para alargamento de vias, com a desculpa de implantação de sistemas de mobilidade urbana. Em Fortaleza, temos exemplos violentos de agressão à nature-za: devastação do Parque do Cocó, para a construção de viadutos; a retirada de mais de 200 árvores para a instalação de binário automobilístico nas avenidas Dom Luís e Santos Dumont; a remoção de mais 100 árvores da Av. Bezerra de Menezes para implantação de um BRT. Sem esquecer da remoção das comuni-dades por conta do VLT.

Outros tantos impactos podem ser apontados como aqueles contra as co-munidades tradicionais do Ceará, com o uso da violência, criminalização dos movimentos sociais e ambientais, vi-timização de lutadoras e lutadores, a exemplo da ameaça a João do Cumbe e dos assassinatos impunes de Carlos Guilherme e Zé Maria do Tomé. Citem--se os despejos violentos da ocupação do Cocó, da comunidade do Cumbe (em Aracati). Aponte-se também a ofensiva e perseguição contra os povos indíge-nas, suas terras e sua cultura; além do impacto do uso indiscriminado de agro-tóxicos, da mineração de urânio e da ex-tração de petróleo.

A Semana do Meio Ambiente teve a construção coletiva de uma agenda co-mum, dada por vários movimentos, dife-rentes entidades e companheiras e com-panheiros. Nela, foram realizadas uma série de atividades que procuraram ana-

lisar as questões ambientais, denunciar impactos e debater perspectivas para a superação da crise ambiental. Tal crise é refl exo de uma crise civilizatória, resul-tante de um sistema cuja lógica é de des-truição do ambiente em função do lucro.

Esses grupos reuniram-se novamente, com o objetivo de contribuir para o des-pertar da consciência ambiental. Para isso, pretende-se buscar também na arte e na intervenção urbana formas de diálogo sobre a relação entre a destrui-ção ambiental e as situações de margi-nalização vivenciadas pelas comunida-des situadas nas periferias urbanas, nas serras, no sertão e nas praias do Ceará.

A Semana do Meio Ambiente de 2014

teve como clímax o ato público unifi ca-do, na Praça do Ferreira, no dia 05 de junho de 2014, Dia Mundial do Meio Ambiente. Houve também uma progra-mação com rodas de conversa, interven-ções verdes, arte ambiental, apresenta-ções culturais, atividades de educação ambiental e a Festa da Vida.

Convocamos todos a participarem desta luta que se estende além desta semana de atividades, numa mobiliza-ção contínua para impedirmos novas agressões à Natureza! Para defender-mos as árvores, para defendermos as pessoas, para construirmos um mun-do mais verde, mais colorido, em prol de uma nova vida!

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 10 de junho de 2014

VERDE

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OPINIÃOQueremos a Copa... Das árvores!

ADUFCCáritas Arquidiocesana

de FortalezaColetivo Agrofl orestar

Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Fortaleza

Comitê Permanente em Apoio à Causa Indígena

Comitê Popular da Copa – Fortaleza

Instituto Ambiental ViraMundoInstituto Terramar

Mandato Ecos da CidadeMovimento Carlinhos Presente

Movimento Crítica RadicalMovimento Pró-ÁrvoreMovimento Pró-Parque

(Rio Branco)Núcleo Tramas/UFC

Observatório SocioambientalOcupe Cocó

Povo Indígena PitaguaryPovo Indígena Tapeba

Rede Brasileira de Justiça Ambiental

Rede de Catadores de Materiais Recicláveis do Estado do Ceará

Rede Jubileu Sul BrasilSOS Clima Terra

União das Mulheres Cearenses