o estado verde 04/08/2015

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Simulador mostra os impactos de se deixar o carro em casa. Equipamento considera além do tempo de deslocamento, o gasto de energia e a emissão de poluentes e de gases do efeito estufa. PÁGINA 5 Cecil: o mundo chora por um leão. Vítima do caçador Walter Palmer, que passou a ser alvo de críticas e ofensas nas mídias sociais. A morte do felino está acendendo um movimento para salvar animais vulneráveis à caça. PÁGINA 9 Ucuuba, o novo tesouro da Amazônia e da Natura. A semente é fonte de uma manteiga leve, com alto poder hidratante, e o manejo sustentável evita a derrubada da Ucuubeira mantendo a floresta em pé. PÁGINA 10 O ESTADO Ano VI Edição N o 400 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 4 de agosto de 2015 LÂMPADAS FLUORESCENTES Duráveis e econômicas, hospedam um inimigo Páginas 6, 7 e 8

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde 04/08/2015

Simulador mostra os impactos de se deixar o carro em casa.Equipamento considera além do tempo de deslocamento, o gasto de energia e a emissão de poluentes e de gases do efeito estufa.PÁGINA 5

Cecil: o mundo chora por um leão.Vítima do caçador Walter Palmer, que passou a ser alvo de críticas e ofensas nas mídias sociais. A morte do felino está acendendo um movimento para salvar animais vulneráveis à caça.PÁGINA 9

Ucuuba, o novo tesouro da Amazônia e da Natura.A semente é fonte de uma manteiga leve, com alto poder hidratante, e o manejo sustentável evita a derrubada da Ucuubeira mantendo a fl oresta em pé.PÁGINA 10

O ESTADO Ano VI Edição No 400 Fortaleza, Ceará, Brasil

Terça-feira, 4 de agosto de 2015

LÂMPADAS FLUORESCENTES

Duráveis e econômicas, hospedam um inimigo

Páginas 6, 7 e 8

Page 2: O Estado Verde 04/08/2015

2 VERDE

Denuncie a corrupçãoO Brasil está afogado em um mar nebuloso de corruptos e corruptores. Se-

gundo o Ministério Público Federal (MPF), existe uma cultura deturpada e ra-cionalizadora em que, de um lado, muitos particulares aceitam a corrupção como um modo de fazer negócios, enquanto de outro lado os agentes públi-cos aceitam a corrupção porque foram empregados para “garantir a propina de quem os colocou lá” ou porque querem “garantir participação no esquema”. Na realidade, os juízes federais do Paraná “estão trabalhando em cima dos efeitos”, e nós, como sociedade, precisamos, agora, exigir que se descortinem as causas.

A hora é de indignação e de pressão. Temos que nos indignarmos e pressio-narmos a classe política a encontrar uma nova forma de fazer política, sobretu-do, com menos clientelismo e mais zelo com a coisa pública. Todos nós precisa-mos de mais educação e mais consciência cidadã. Até porque, não adianta nada ir para as ruas dia 16 e ou no próximo escrutínio eleitoral, chancelar com voto muitos dos senhores corruptos que se colocam como cordeiros, mas que não passam de verdadeiros ferozes leões na hora de roubar o País.

A hora é de passar o País a limpo. Que venham dias melhores para nossa população. Para quebrar o círculo vicioso, o MPF propõe algumas mudanças legislativas. E o coordenador da força-tarefa da operação “Lava Jato” em Curi-tiba (PR), procurador Deltan Dallagnol, está empenhado em conseguir apoio popular para tornar Projeto de Lei as ideias do MPF contra a corrupção. Veja as medidas sugeridas pelo MP em http://www.dezmedidas.mpf.mp.br/.

Eu estou participando da campanha, já comecei a colher assinaturas; estou fazendo a minha parte. Conheça a campanha do MPF, vale a pena, e acredite, ainda é possível tirar o Brasil desse mar de corrupção.

Veja o exemplo de Hong Kong, um país extremamente corrupto que passou ao 17o mais honesto no ranking de percepção da corrupção da Transparência Internacional por meio de uma estratégia de combate à corrupção. O primeiro “slogan” da agência anticorrupção daquele país foi: “denuncie a corrupção”.

Um dos grandes entraves para a utilização da biomassa na produção energética, no Brasil, é a falta de políticas governamentais. Há um bom tempo (15 anos?), estamos envolvidos com a biomassa, mas o avanço é pouco. Não me lembro de nenhum presidente ou ministro do setor de energia que tenha levado o assunto de maneira mais séria. Basta comparar com o tratamento que é dado à energia nuclear.

Eu nunca vi ou ouvi, o ex-ministro Edson Lobão dedicar esforços à biomassa como fez com a energia nuclear. Claro, que com a fase Radioatividade da Lava Jato, consigo entender o porquê. O fato é que o País precisa de uma legislação e de uma política de utilização e produção de biomassa; Isso tem a ver com

sustentabilidade energética do Brasil.

Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Federal realiza amanhã (5), audiência pública para discutir o aumento do roubo de celulares no País e as consequências para o comércio e o consumidor.

UFC e o Instituto Teatro Público convidam para a abertura do Projeto Ocupação Benfica que acontece, hoje, às 19h30, no Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno. O evento cultural se estenderá pelo mês de agosto, com rica programação composta por apresentações musicais, teatro, cinema, exposição e shows de humor e que podem ser conferidas no sitewww.ocupacaobenfica.com.br.

O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Katy Araújo DIAGRAMAÇÃO E DESIGN J. Júnior e Vladimir Pezzole TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

De 3 a 6 de agosto - ABAD 2015Ontem, começou em Fortaleza, no Centro

de Eventos do Ceará, a 35ª Convenção Anu-al do Atacadista Distribuidor (Abad 2015). Evento reconhecido como um dos princi-pais encontros do trade do Brasil e con-siderada o maior evento do segmento na América Latina. A ABAD reúne em um só lugar os gigantes da indústria com os maiores atacadistas, distribuidores nacionais e o varejo.

05 de agosto - Dia Nacional da Saúde O Brasil celebra a “Saúde” neste dia, em homenagem ao médico sanitaris-ta Oswaldo Cruz, nascido em 05 de agosto de 1872 e considerado o pionei-ro nos estudos das doenças tro-picais e da medicina experimental no País. A Lei Nº 5.352, 8/11/1967 criou a data que convida a uma reflexão de como estamos cuidando da nossa saúde. Ser saudável não é apenas não estar doente, é um estado que deve ser mantido dia a dia através do equilíbrio orgânico, físico e men-tal, decorrente de alimentação saudá-vel, boas atividades físicas, cuidados com a higiene pessoal e descanso.

06 de agosto - Dia de Hiroshima Um dia para nunca ser esquecido: 6 de agosto de 1945, quando explodiu a primeira bomba atômica da história da humanidade. Às 8h15m da manhã, o bombardei-ro ameri-cano Enola Gay, um avião B29, lançou uma bomba apelidada de “Little Boy” (Garotinho), contendo 50 quilos de urânio 235, com potencial destrutivo equivalente a 12,5 mil toneladas de TNT, sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, que resultou destruída. Nos 20 primeiros segundos, morreram 70 mil pessoas, número que chegaria a 210 mil nas semanas seguintes.

A população local era de aproxi-madamente 300.000 mil pessoas.

09 de agosto - Dia dos Povos Indí-genas Proclamado em dezembro de 1994 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (Resolução 49/214, de 23/12/1994) o dia tem como objetivo principal pro-mover e proteger os direitos dos povos indígenas do mundo.Na Declaração da ONU sobre os Di-

reitos dos Povos Indígenas

consta que “os povos e pessoas in-

dígenas têm o direito de perten-

cerem a uma comunidade ou nação indígena, em conformidade com as tradições e costumes da comu-nidade ou nação em questão. Ne-nhum tipo de discriminação poderá resultar do exercício desse direito”.

09 de agosto - Dia Interamericano de Qualidade do Ar Imperativo para a saúde do planeta e das pessoas que nele habitam, o Dia da Qualida-de do Ar foi criado, em 2002, pela

Associação Interamericana de Engenharia

Sanitária e Ambiental (Aidis), com o

objetivo de conscientizar

a sociedade global a adotar medi-das para contribuam para a me-lhoraria do ar que respiramos.REFLEXÃO: “Deus abre caminhos que a mente humana não pode conceber.”

Catherine Ponder, escritora.

3VERDE

Junho de 2015, o mês mais quen-te registrado desde 1880, se-gunda a Agência Espacial Norte Americana (Nasa). Certamente,

este foi um dos pontos levantados no encontro que reuniu cerca de dois mil cientistas, de mais de cem países, de 7 a 10 de julho, em Paris, com o objeti-vo de atualizar a situação da pesquisa climática. A cúpula denominada “O nosso futuro comum sob as alterações climáticas” e que aconteceu, cinco meses antes da Conferência das Par-tes (COP 21), propôs medidas para reduzir o nível atual de emissões de gases de efeito estufa entre 40% e 70% até 2050, com o intuito de limitar o aquecimento global a 2ºC em relação à época pré-industrial.

AR5 2015Esta meta consta do 5º Relatório (AR5

2015) do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) - corpo per-manente de cientistas criado em 1998, após a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Segun-do o AR5 2015, se o atual ritmo de emis-sões continuar avançando, a temperatura média do planeta aumentaria entre 3,7 e 4,8 °C, desfragmentando os ecossistemas terrestres, até o � nal do século XXI.

Ao todo, cerca de 160 sessões e painéis aconteceram na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciên-cia e a Cultura (Unesco) e no Campus da Universidade de Jussieu, na capital parisiense. Dentre as soluções propostas pelos participantes da cimeira destacam--se a eliminação dos subsídios a ener-gias fósseis, que hoje chegam a US$ 550 bilhões anuais, e a � xação de um preço

para o carbono emitido em qualquer parte. Tais proposituras signi� cam nada mais, nada menos, do que enfrentar a resistência de algumas das forças eco-nômicas mais poderosas, como as me-gaempresas de petróleo, gás e carvão e a indústria de veículos, entre outras.

Texto fi nalAs discussões foram encerradas, na

tarde do dia 10, pelo diretor interino do IPCC, o sudanês Ismail El Gizuli, os dois presidentes das negociações climáticas das Nações Unidas, o americano Daniel Reifsnyder e o argelino Ahmed Djoghlaf, e também com a participação do minis-tro francês das Relações Exteriores, Lu-arent Fabius, que presidirá, em dezem-bro, a COP21 que busca um ambicioso acordo mundial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e que será em Paris. O texto � nal da conferência da

Unesco, a� rma que a mudança climática é o maior desa� o do século XXI, e suas causas estão profundamente enraizadas no modo como produzimos e usamos a energia, como cultivamos alimentos, como manejamos as paisagens e que consumimos mais do que precisamos.

2°C A comunidade internacional estabeleceu

como objetivo limitar em 2°C o aumento do termômetro do aquecimento global, cujo fracasso implicaria impactos graves e irre-versíveis segundo os pesquisadores. Cien-tistas acreditam que, se não fossem supe-rados os dois graus Celsius de aumento de temperatura no planeta, as consequências da mudança climática seriam muito mais li-mitadas. No entanto, a cada dia, este objeti-vo torna-se menos possível para pesqui-sadores, já que as emissões aumentam constantemente.

O nosso futuro comum sob as alterações climáticas

CIMEIRA

Dois mil cientistas reunidos em Paris discutem o clima e propõem a eliminação dos subsídios a energias fósseis, que chegam a US$ 550 bilhões anuais

POR TARCILIA REGO do OeV

FOTO DIVULGAÇÃO

Page 3: O Estado Verde 04/08/2015

2 VERDE

Denuncie a corrupçãoO Brasil está afogado em um mar nebuloso de corruptos e corruptores. Se-

gundo o Ministério Público Federal (MPF), existe uma cultura deturpada e ra-cionalizadora em que, de um lado, muitos particulares aceitam a corrupção como um modo de fazer negócios, enquanto de outro lado os agentes públi-cos aceitam a corrupção porque foram empregados para “garantir a propina de quem os colocou lá” ou porque querem “garantir participação no esquema”. Na realidade, os juízes federais do Paraná “estão trabalhando em cima dos efeitos”, e nós, como sociedade, precisamos, agora, exigir que se descortinem as causas.

A hora é de indignação e de pressão. Temos que nos indignarmos e pressio-narmos a classe política a encontrar uma nova forma de fazer política, sobretu-do, com menos clientelismo e mais zelo com a coisa pública. Todos nós precisa-mos de mais educação e mais consciência cidadã. Até porque, não adianta nada ir para as ruas dia 16 e ou no próximo escrutínio eleitoral, chancelar com voto muitos dos senhores corruptos que se colocam como cordeiros, mas que não passam de verdadeiros ferozes leões na hora de roubar o País.

A hora é de passar o País a limpo. Que venham dias melhores para nossa população. Para quebrar o círculo vicioso, o MPF propõe algumas mudanças legislativas. E o coordenador da força-tarefa da operação “Lava Jato” em Curi-tiba (PR), procurador Deltan Dallagnol, está empenhado em conseguir apoio popular para tornar Projeto de Lei as ideias do MPF contra a corrupção. Veja as medidas sugeridas pelo MP em http://www.dezmedidas.mpf.mp.br/.

Eu estou participando da campanha, já comecei a colher assinaturas; estou fazendo a minha parte. Conheça a campanha do MPF, vale a pena, e acredite, ainda é possível tirar o Brasil desse mar de corrupção.

Veja o exemplo de Hong Kong, um país extremamente corrupto que passou ao 17o mais honesto no ranking de percepção da corrupção da Transparência Internacional por meio de uma estratégia de combate à corrupção. O primeiro “slogan” da agência anticorrupção daquele país foi: “denuncie a corrupção”.

Um dos grandes entraves para a utilização da biomassa na produção energética, no Brasil, é a falta de políticas governamentais. Há um bom tempo (15 anos?), estamos envolvidos com a biomassa, mas o avanço é pouco. Não me lembro de nenhum presidente ou ministro do setor de energia que tenha levado o assunto de maneira mais séria. Basta comparar com o tratamento que é dado à energia nuclear.

Eu nunca vi ou ouvi, o ex-ministro Edson Lobão dedicar esforços à biomassa como fez com a energia nuclear. Claro, que com a fase Radioatividade da Lava Jato, consigo entender o porquê. O fato é que o País precisa de uma legislação e de uma política de utilização e produção de biomassa; Isso tem a ver com

sustentabilidade energética do Brasil.

Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Federal realiza amanhã (5), audiência pública para discutir o aumento do roubo de celulares no País e as consequências para o comércio e o consumidor.

UFC e o Instituto Teatro Público convidam para a abertura do Projeto Ocupação Benfica que acontece, hoje, às 19h30, no Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno. O evento cultural se estenderá pelo mês de agosto, com rica programação composta por apresentações musicais, teatro, cinema, exposição e shows de humor e que podem ser conferidas no sitewww.ocupacaobenfica.com.br.

O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Katy Araújo DIAGRAMAÇÃO E DESIGN J. Júnior e Vladimir Pezzole TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

De 3 a 6 de agosto - ABAD 2015Ontem, começou em Fortaleza, no Centro

de Eventos do Ceará, a 35ª Convenção Anu-al do Atacadista Distribuidor (Abad 2015). Evento reconhecido como um dos princi-pais encontros do trade do Brasil e con-siderada o maior evento do segmento na América Latina. A ABAD reúne em um só lugar os gigantes da indústria com os maiores atacadistas, distribuidores nacionais e o varejo.

05 de agosto - Dia Nacional da Saúde O Brasil celebra a “Saúde” neste dia, em homenagem ao médico sanitaris-ta Oswaldo Cruz, nascido em 05 de agosto de 1872 e considerado o pionei-ro nos estudos das doenças tro-picais e da medicina experimental no País. A Lei Nº 5.352, 8/11/1967 criou a data que convida a uma reflexão de como estamos cuidando da nossa saúde. Ser saudável não é apenas não estar doente, é um estado que deve ser mantido dia a dia através do equilíbrio orgânico, físico e men-tal, decorrente de alimentação saudá-vel, boas atividades físicas, cuidados com a higiene pessoal e descanso.

06 de agosto - Dia de Hiroshima Um dia para nunca ser esquecido: 6 de agosto de 1945, quando explodiu a primeira bomba atômica da história da humanidade. Às 8h15m da manhã, o bombardei-ro ameri-cano Enola Gay, um avião B29, lançou uma bomba apelidada de “Little Boy” (Garotinho), contendo 50 quilos de urânio 235, com potencial destrutivo equivalente a 12,5 mil toneladas de TNT, sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, que resultou destruída. Nos 20 primeiros segundos, morreram 70 mil pessoas, número que chegaria a 210 mil nas semanas seguintes.

A população local era de aproxi-madamente 300.000 mil pessoas.

09 de agosto - Dia dos Povos Indí-genas Proclamado em dezembro de 1994 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (Resolução 49/214, de 23/12/1994) o dia tem como objetivo principal pro-mover e proteger os direitos dos povos indígenas do mundo.Na Declaração da ONU sobre os Di-

reitos dos Povos Indígenas

consta que “os povos e pessoas in-

dígenas têm o direito de perten-

cerem a uma comunidade ou nação indígena, em conformidade com as tradições e costumes da comu-nidade ou nação em questão. Ne-nhum tipo de discriminação poderá resultar do exercício desse direito”.

09 de agosto - Dia Interamericano de Qualidade do Ar Imperativo para a saúde do planeta e das pessoas que nele habitam, o Dia da Qualida-de do Ar foi criado, em 2002, pela

Associação Interamericana de Engenharia

Sanitária e Ambiental (Aidis), com o

objetivo de conscientizar

a sociedade global a adotar medi-das para contribuam para a me-lhoraria do ar que respiramos.REFLEXÃO: “Deus abre caminhos que a mente humana não pode conceber.”

Catherine Ponder, escritora.

3VERDE

Junho de 2015, o mês mais quen-te registrado desde 1880, se-gunda a Agência Espacial Norte Americana (Nasa). Certamente,

este foi um dos pontos levantados no encontro que reuniu cerca de dois mil cientistas, de mais de cem países, de 7 a 10 de julho, em Paris, com o objeti-vo de atualizar a situação da pesquisa climática. A cúpula denominada “O nosso futuro comum sob as alterações climáticas” e que aconteceu, cinco meses antes da Conferência das Par-tes (COP 21), propôs medidas para reduzir o nível atual de emissões de gases de efeito estufa entre 40% e 70% até 2050, com o intuito de limitar o aquecimento global a 2ºC em relação à época pré-industrial.

AR5 2015Esta meta consta do 5º Relatório (AR5

2015) do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) - corpo per-manente de cientistas criado em 1998, após a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Segun-do o AR5 2015, se o atual ritmo de emis-sões continuar avançando, a temperatura média do planeta aumentaria entre 3,7 e 4,8 °C, desfragmentando os ecossistemas terrestres, até o � nal do século XXI.

Ao todo, cerca de 160 sessões e painéis aconteceram na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciên-cia e a Cultura (Unesco) e no Campus da Universidade de Jussieu, na capital parisiense. Dentre as soluções propostas pelos participantes da cimeira destacam--se a eliminação dos subsídios a ener-gias fósseis, que hoje chegam a US$ 550 bilhões anuais, e a � xação de um preço

para o carbono emitido em qualquer parte. Tais proposituras signi� cam nada mais, nada menos, do que enfrentar a resistência de algumas das forças eco-nômicas mais poderosas, como as me-gaempresas de petróleo, gás e carvão e a indústria de veículos, entre outras.

Texto fi nalAs discussões foram encerradas, na

tarde do dia 10, pelo diretor interino do IPCC, o sudanês Ismail El Gizuli, os dois presidentes das negociações climáticas das Nações Unidas, o americano Daniel Reifsnyder e o argelino Ahmed Djoghlaf, e também com a participação do minis-tro francês das Relações Exteriores, Lu-arent Fabius, que presidirá, em dezem-bro, a COP21 que busca um ambicioso acordo mundial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e que será em Paris. O texto � nal da conferência da

Unesco, a� rma que a mudança climática é o maior desa� o do século XXI, e suas causas estão profundamente enraizadas no modo como produzimos e usamos a energia, como cultivamos alimentos, como manejamos as paisagens e que consumimos mais do que precisamos.

2°C A comunidade internacional estabeleceu

como objetivo limitar em 2°C o aumento do termômetro do aquecimento global, cujo fracasso implicaria impactos graves e irre-versíveis segundo os pesquisadores. Cien-tistas acreditam que, se não fossem supe-rados os dois graus Celsius de aumento de temperatura no planeta, as consequências da mudança climática seriam muito mais li-mitadas. No entanto, a cada dia, este objeti-vo torna-se menos possível para pesqui-sadores, já que as emissões aumentam constantemente.

O nosso futuro comum sob as alterações climáticas

CIMEIRA

Dois mil cientistas reunidos em Paris discutem o clima e propõem a eliminação dos subsídios a energias fósseis, que chegam a US$ 550 bilhões anuais

POR TARCILIA REGO do OeV

FOTO DIVULGAÇÃO

Page 4: O Estado Verde 04/08/2015

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A natureza ainda pulsa pujante na Serra de MaranguapeNo � nal de semana passado subi a serra de Maranguape onde a natureza

ainda pulsa pujante. A � oresta desvirginada resiste. Mas, felizmente a legisla-ção que trata da preservação e da conservação � orestal dá a seiva legal para que os iconoclastas não destruam um santuário tão belo como aquele que a natureza nos legou nos relevos mais altos do espaço geográ� co. É certo que o poder público não tem capilaridade su� ciente para desenvolver um trabalho de � scalização e de punição contra aqueles que agridem e destroem tão importante patrimônio do ecossistema e da vida dos seres que ali habitam e nas circunvizi-nhanças. O leviatã econômico, por outro lado, não tem como dobrar o espírito predador de alguns que ainda querem fazer de lugares tão aprazíveis com que a natureza nos legou a todos, um reduto somente seu e usado a seu bel prazer. Felizmente, aos poucos a legislação ambiental brasileira, mais moderna para as exigências do mundo atual, tem imprimido o rigor necessário para coibir os abusos. E há pessoas que contribuem de forma concreta e cotidianamente para a conservação do ecossistema em que vivemos, como é o caso da Dona Irondi-na, que faz da Pousada Encanto da Serra, no cocoruto da serra de Maranguape, um reduto exemplar de educação ambiental e de preservação na natureza.

Equilíbrio ecológicoOs objetivos que justi� cam as RPPNs são promover a conservação da diversi-

dade biológica, a proteção de recursos hídricos, o manejo de recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas cienti� cas, atividades de ecoturismo, educação, manutenção do equilíbrio climáticos e ecológico, bem como a preservação de belezas cênicas e ambientes históricos. A iniciativa para criação de uma RPPN é ato voluntário de pessoas físicas ou jurídicas proprietárias de imóveis rurais ou urbanos que demonstram um potencial para a conservação da natureza. Uma vez que uma área se torna uma RPPN, embora o direito de propriedade se man-tenha, ele não pode mais voltar atrás, o status de área protegida priva é perpé-tuo. (Fonte: http://www.oeco.org.br)

Titular da recém criada Sema - Secretaria de Meio Ambiente do Ceará, ex-deputado Artur Bruno, recebeu o presidente da Associação de Preservação da Natureza e da Cultura de Canindé - APRENAC, Joãozinho Caruca; e o secretário da entidade, Sérgio Pinto. Eles trataram de várias questões ambientais que afetam o ecossistema da adusta região, tais como a crescente poluição e assoreamento do Rio Canindé, o processo de degradação da área onde estão as nascentes daquele curso d´água, na Serra da Mariana; degradação da nascentes de riachos a� uentes do Canindé; a possibilidade se criar no município uma Reserva Particular de Patrimônio Ambiental - RPPN; ampliação do trabalho de arborização da cidade, que vem sendo realizado há vários anos pela APRENAC; mais e melhor uso dos instrumentos de educação ambiental no município. O Secretário Artur Bruno mostrou-se aberto a desenvolver um trabalho de parceria institucional com

o município e colaborar com a ação da APRENAC para a melhoria dos processos de preservação, conservação e sustentabilidade ambiental.

Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) institui entre as categorias de Unidades de Conservação, a possibilidade de criação de uma área protegida administrada não pelo poder público, mas por particulares interessados na conservação ambiental. Esta categoria é a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). As RPPNs foram criadas em 1990 através do Decreto 98.914, mais tarde substituído pelo Decreto nº 1.922/1996, que pretendiam promover a criação de áreas protegidas através da iniciativa dos proprietários particulares. Com a publicação da Lei no 9.985, que institui o SNUC, as RPPNs passaram a ser uma das categorias de Unidade de Conservação do grupo de uso sustentável. Elas são reguladas pelo Decreto nº 5.746/2006.

[email protected]

No último dia 29 de junho, assis-timos com bastante atenção, au-diência pública na Assembleia Legislativa do Ceará (AL), sobre

a gestão das águas no nosso Estado, � -camos surpresos com o absurdo que está acontecendo em termos de utiliza-ção do precioso líquido.

Colhemos com muita propriedade a história de quatro anos consecutivos de seca – 2012, 2013, 2014 e 2015 – e que pode se prolongar. Afora, uma seca par-cial no Vale do Rio Curu em 2011.

Evidentemente temos 184 municípios no estado do Ceará e destes, 176, segun-do o Decreto nº 31619/14, já estavam em situação de emergência. Apesar da forte evaporação reinante no nosso Semiári-do Equatorial de 2225mm anuais, água para matar a sede do Sol, estranhamos porque, chegamos a essa situação, sem se tomar uma providência preventiva de gestão visando as conseqüências fu-turas que é o hoje e o amanhã pois falta de aviso não foi uma vez que o Estado possui no seu aparelho administrativo uma instituição que realmente funcio-na e detentora de técnicos competentes, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Por que a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) na sua po-lítica de gestão não inseriu os gastos com a irrigação deixando para fazê-la tardiamente? E o que é mais crítico é o Projeto Jaguaribe-Apodi ainda está recebendo água de um único reserva-tório, e com apenas, 18% da sua capa-cidade, no caso o Açude Castanhão, o maior do Ceará.

Sabemos através daquela companhia do boletim de 14 de março de 2015 que dos 149 açudes monitorados por ela, 26 apresentavam volume abaixo de 1% ou estão secos, 105 com volume entre 1 e 30% e apenas 1 com o volume acima de 90% que é o Açude Gavião. Este porque recebe água do Açude Castanhão.

Há uma discrepância com rela-ção a acumulação de água no estado quando alguns técni-cos de outros estados dizem que o Ceará não precisa de água porque acumula 18 bilhões de m3

quando os açudes atingem a cota de sangria como água disponível. Entre-tanto, esquecem que deste total mais de 25% se perdem por evaporação e esta empurrada pelos efeitos do aquecimen-to global é de se esperar que tal água disponível esteja muito menor.

O que se observou daquela audiência pública é que a Lei nº 9433 de 8 de ja-neiro de 1997 conhecida como Lei das Águas não está sendo cumprida quando a� rma que “a água um bem de domínio público, um recurso natural limitado e em situação de escassez, o uso prioritá-rio é o consumo humano e a dessenden-tação animal”.

O que veri� camos, de acordo com os noticiários do cotidiano, é que as reservas hídricas do nosso Estado pra-ticamente acabaram e a solução está na dessalinização da água do mar ou na transposição da Bacia do Tocantins para as bacias carentes do Nordeste Se-tentrional; o que já deveria ter sido feito. Não � zeram, resta esperar que em 2016, Deus abra as torneiras do Céu.

A gestão implementada pela Cogerh, nesta hora de extrema agonia, mandan-do água para a termelétrica do Pécem [consome 6% da água existente], as per-das de água no abastecimento de Forta-leza e a irrigação na Chapada do Apodi, são uma contradição de princípios com a realidade em que vivemos.

Baseado na assertiva de que mais de 25% das águas represadas se perdem por evaporação e que na transposição do São Francisco não foram levadas em consideração o aquecimento global, o desmatamento e o secamento do rio, que já vinha sendo anunciado com con-� itos na Bacia do Velho Chico, o Ceará não tem água disponível para siderur-gia porque também não tem matéria

prima para tal, e nem mer-cado con-sumidor.

E agora qual vai ser a

providência?

Gestão das Águas

ARTIGOEvandro BezerraEngenheiro Agrônomo

estão secos, 105 com volume entre 1 e 30% e apenas 1 com o volume acima de 90% que é o Açude Gavião. Este porque recebe água do Açude Castanhão.

Há uma discrepância com rela-ção a acumulação de água no estado quando alguns técni-cos de outros estados dizem que o Ceará não precisa de água porque acumula 18 bilhões de m3

prima para tal, e nem mer-cado con-sumidor.

E agora qual vai ser a

providência?

5VERDE

MPCE reforça fi scalização contra poluição sonora em Assaré

V isando reforçar o comba-te à poluição sonora no Município de Assaré, o Ministério Público do Es-

tado do Ceará (MPCE), através do promotor de Justiça da comarca de Assaré, David Carlos Fagundes Filho, destinou, ao comando da Polícia Militar naquela cidade, re-presentado pelo sargento Araújo, o primeiro dos seis decibelíme-tros, com registrador eletrônico (data logger) e porta Universal Serial Bus (USB), previstos para serem entregues nos próximos 15 dias. A obtenção dos referidos aparelhos para Assaré, foi fruto de transações penais realiza-das pelo MPCE naquela cidade. Nesta semana, há a expectativa de que mais dois decibelímetros sejam destinados à Polícia Civil da localidade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) quer que o Comitê Olím-pico Internacional (COI) avalie

eventuais problemas virais nas águas de locais de competição no Rio de Janeiro para a Olimpíada do próximo ano. Essa atuação, porém, ganhará uma atenção extra, diante das revelações, nesta se-mana, sobre os problemas enfrentados para reduzir a poluição da Baía da Gua-nabara para os Jogos Olímpicos de 2016.

A OMS trabalha, desde 2014, para monitorar a situação na sede dos Jogos de 2016. Comunicado da agência de Saúde da ONU aponta que a “OMS su-geriu ao COI que amplie sua base de in-dicadores cientí� cos para incluir viro-ses”. Tanto os organizadores dos Jogos quanto o COI são solicitados pela OMS para que sigam suas recomendações no que se refere ao tratamento de lixo tanto de casas, quanto de hospitais.

Rio 2016: OMS cobra COI após relatório que alerta sobre poluição das águas

Simulador mostra os impactos de se deixar o carro em casa

MOBILIDADE

Equipamento considera além do tempo de deslocamento, o gasto de energia e a emissão de poluentes e de gases do efeito estufa

Um simulador virtual tenta res-ponder o que aconteceria se uma parte das pessoas deixasse o car-ro em casa e passasse a usar ôni-

bus, andar a pé ou de bicicleta. Trata-se de uma ferramenta que estima o impac-to de mudanças no uso de diferentes meio de transporte nas maiores cidades do país (acima de 60 mil habitantes).

Para fazer a análise, o equipamento considera cinco itens: tempo de desloca-mento, consumo de espaço viário, gasto de energia, emissão de poluição local e de gases do efeito estufa. Em São Paulo, por exemplo, se metade dos usuários de auto-móvel decidisse usar ônibus haveria um prejuízo e quatro ganhos. O lado ruim se-ria um aumento de 7% no tempo de des-locamento ¬mesmo nas congestionadas vias paulistanas, os carros são, em média, mais ágeis do que os veículos coletivos.

GanhosMas a mudança de meio de transpor-

te traria diversos benefícios à cidade: redução de 25% na emissão de poluen-tes locais, como monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e

material particulado, e de 19% na emis-são de gases do efeito estufa, como o gás carbônico. A poluição local é apontada por cientistas como responsável por agravar doenças respiratórias e como fator contribuinte de milhares de mor-tes todos os anos na cidade. Já o efeito estufa contribui para as mudanças cli-máticas que prejudicam todo o planeta.

Além desses ganhos de saúde e meio ambiente, o simulador aponta que have-ria resultado econômico direto à socie-dade, pois a energia necessária para mo-vimentar as pessoas em ônibus seria 32% menor do que em carros particulares. Por � m, o espaço viário necessário nas viagens seria reduzido em 39%. “O espa-ço liberado poderia ser usado, por exem-

plo, para o alargamento de calçadas e a implantação de ciclovias ou corredores de ônibus”, a� rmou o consultor Eduardo Vasconcellos, assessor técnico da Asso-ciação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) que coordenou o trabalho.

AlertaOs dados usados na conta fazem par-

te do Sistema de Informações de Mobi-lidade, que coleta as informações e faz projeções estatísticas sobre o transporte nos maiores municípios do país. Vas-concellos alertou que, por usar estimati-vas, o simulador não deve ser encarado como um retrato especí� co de cada ci-dade. O equipamento, apresentado em junho último, no Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, da ANTP, foi criado em parceria com a organização ambientalista World Wildlife Founda-tion (WWF). ‘O objetivo mais impor-tante, acima de tudo, é usar o simula-dor para sensibilizar as pessoas sobre os impactos sociais e ambientais de cada meio de transporte’, disse André Nahur, coordenador do programa de mudan-ças climáticas da ONG.

DecibelímetroI n s t r u m e n t o

utilizado para realizar Medi-ção de Nível de Pressão Sonora (MNPS), uma grandeza que re-presenta razoa-velmente bem a sensação auditiva de volume sono-ro. É muito usado para medição de níveis de ruído do ambiente.

extra, diante das revelações, nesta se-mana, sobre os problemas enfrentados para reduzir a poluição da Baía da Gua-nabara para os Jogos Olímpicos de 2016.

DecibelímetroI n s t r u m e n t o

utilizado para realizar Medi-ção de Nível de Pressão Sonora (MNPS), uma grandeza que re-presenta razoa-velmente bem a sensação auditiva de volume sono-ro. É muito usado para medição de níveis de ruído do ambiente.

AVCs Pesquisadores do Centro Médico Mangone, hospital da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, analisaram registros de mais de 300 mil pessoas que vivem em Nova York, Nova Jersey e Connecticut. Com os dados, eles descobriram que quem vivia em endereços com maior presença de poluição particulada � cou mais propenso ao estreitamento das artérias carótidas internas em relação a quem vivia em áreas menos poluídas.Signi� ca dizer, segundo o estudo, que a poluição do ar tem relação com um possível estreitamento das artérias carótidas, responsáveis por transportar o sangue arterial do coração para o cérebro. O entupimento delas pode provoca um acidente vascular cerebral (AVC).

Page 5: O Estado Verde 04/08/2015

4 VERDE4 VERDE

A natureza ainda pulsa pujante na Serra de MaranguapeNo � nal de semana passado subi a serra de Maranguape onde a natureza

ainda pulsa pujante. A � oresta desvirginada resiste. Mas, felizmente a legisla-ção que trata da preservação e da conservação � orestal dá a seiva legal para que os iconoclastas não destruam um santuário tão belo como aquele que a natureza nos legou nos relevos mais altos do espaço geográ� co. É certo que o poder público não tem capilaridade su� ciente para desenvolver um trabalho de � scalização e de punição contra aqueles que agridem e destroem tão importante patrimônio do ecossistema e da vida dos seres que ali habitam e nas circunvizi-nhanças. O leviatã econômico, por outro lado, não tem como dobrar o espírito predador de alguns que ainda querem fazer de lugares tão aprazíveis com que a natureza nos legou a todos, um reduto somente seu e usado a seu bel prazer. Felizmente, aos poucos a legislação ambiental brasileira, mais moderna para as exigências do mundo atual, tem imprimido o rigor necessário para coibir os abusos. E há pessoas que contribuem de forma concreta e cotidianamente para a conservação do ecossistema em que vivemos, como é o caso da Dona Irondi-na, que faz da Pousada Encanto da Serra, no cocoruto da serra de Maranguape, um reduto exemplar de educação ambiental e de preservação na natureza.

Equilíbrio ecológicoOs objetivos que justi� cam as RPPNs são promover a conservação da diversi-

dade biológica, a proteção de recursos hídricos, o manejo de recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas cienti� cas, atividades de ecoturismo, educação, manutenção do equilíbrio climáticos e ecológico, bem como a preservação de belezas cênicas e ambientes históricos. A iniciativa para criação de uma RPPN é ato voluntário de pessoas físicas ou jurídicas proprietárias de imóveis rurais ou urbanos que demonstram um potencial para a conservação da natureza. Uma vez que uma área se torna uma RPPN, embora o direito de propriedade se man-tenha, ele não pode mais voltar atrás, o status de área protegida priva é perpé-tuo. (Fonte: http://www.oeco.org.br)

Titular da recém criada Sema - Secretaria de Meio Ambiente do Ceará, ex-deputado Artur Bruno, recebeu o presidente da Associação de Preservação da Natureza e da Cultura de Canindé - APRENAC, Joãozinho Caruca; e o secretário da entidade, Sérgio Pinto. Eles trataram de várias questões ambientais que afetam o ecossistema da adusta região, tais como a crescente poluição e assoreamento do Rio Canindé, o processo de degradação da área onde estão as nascentes daquele curso d´água, na Serra da Mariana; degradação da nascentes de riachos a� uentes do Canindé; a possibilidade se criar no município uma Reserva Particular de Patrimônio Ambiental - RPPN; ampliação do trabalho de arborização da cidade, que vem sendo realizado há vários anos pela APRENAC; mais e melhor uso dos instrumentos de educação ambiental no município. O Secretário Artur Bruno mostrou-se aberto a desenvolver um trabalho de parceria institucional com

o município e colaborar com a ação da APRENAC para a melhoria dos processos de preservação, conservação e sustentabilidade ambiental.

Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) institui entre as categorias de Unidades de Conservação, a possibilidade de criação de uma área protegida administrada não pelo poder público, mas por particulares interessados na conservação ambiental. Esta categoria é a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). As RPPNs foram criadas em 1990 através do Decreto 98.914, mais tarde substituído pelo Decreto nº 1.922/1996, que pretendiam promover a criação de áreas protegidas através da iniciativa dos proprietários particulares. Com a publicação da Lei no 9.985, que institui o SNUC, as RPPNs passaram a ser uma das categorias de Unidade de Conservação do grupo de uso sustentável. Elas são reguladas pelo Decreto nº 5.746/2006.

[email protected]

No último dia 29 de junho, assis-timos com bastante atenção, au-diência pública na Assembleia Legislativa do Ceará (AL), sobre

a gestão das águas no nosso Estado, � -camos surpresos com o absurdo que está acontecendo em termos de utiliza-ção do precioso líquido.

Colhemos com muita propriedade a história de quatro anos consecutivos de seca – 2012, 2013, 2014 e 2015 – e que pode se prolongar. Afora, uma seca par-cial no Vale do Rio Curu em 2011.

Evidentemente temos 184 municípios no estado do Ceará e destes, 176, segun-do o Decreto nº 31619/14, já estavam em situação de emergência. Apesar da forte evaporação reinante no nosso Semiári-do Equatorial de 2225mm anuais, água para matar a sede do Sol, estranhamos porque, chegamos a essa situação, sem se tomar uma providência preventiva de gestão visando as conseqüências fu-turas que é o hoje e o amanhã pois falta de aviso não foi uma vez que o Estado possui no seu aparelho administrativo uma instituição que realmente funcio-na e detentora de técnicos competentes, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Por que a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) na sua po-lítica de gestão não inseriu os gastos com a irrigação deixando para fazê-la tardiamente? E o que é mais crítico é o Projeto Jaguaribe-Apodi ainda está recebendo água de um único reserva-tório, e com apenas, 18% da sua capa-cidade, no caso o Açude Castanhão, o maior do Ceará.

Sabemos através daquela companhia do boletim de 14 de março de 2015 que dos 149 açudes monitorados por ela, 26 apresentavam volume abaixo de 1% ou estão secos, 105 com volume entre 1 e 30% e apenas 1 com o volume acima de 90% que é o Açude Gavião. Este porque recebe água do Açude Castanhão.

Há uma discrepância com rela-ção a acumulação de água no estado quando alguns técni-cos de outros estados dizem que o Ceará não precisa de água porque acumula 18 bilhões de m3

quando os açudes atingem a cota de sangria como água disponível. Entre-tanto, esquecem que deste total mais de 25% se perdem por evaporação e esta empurrada pelos efeitos do aquecimen-to global é de se esperar que tal água disponível esteja muito menor.

O que se observou daquela audiência pública é que a Lei nº 9433 de 8 de ja-neiro de 1997 conhecida como Lei das Águas não está sendo cumprida quando a� rma que “a água um bem de domínio público, um recurso natural limitado e em situação de escassez, o uso prioritá-rio é o consumo humano e a dessenden-tação animal”.

O que veri� camos, de acordo com os noticiários do cotidiano, é que as reservas hídricas do nosso Estado pra-ticamente acabaram e a solução está na dessalinização da água do mar ou na transposição da Bacia do Tocantins para as bacias carentes do Nordeste Se-tentrional; o que já deveria ter sido feito. Não � zeram, resta esperar que em 2016, Deus abra as torneiras do Céu.

A gestão implementada pela Cogerh, nesta hora de extrema agonia, mandan-do água para a termelétrica do Pécem [consome 6% da água existente], as per-das de água no abastecimento de Forta-leza e a irrigação na Chapada do Apodi, são uma contradição de princípios com a realidade em que vivemos.

Baseado na assertiva de que mais de 25% das águas represadas se perdem por evaporação e que na transposição do São Francisco não foram levadas em consideração o aquecimento global, o desmatamento e o secamento do rio, que já vinha sendo anunciado com con-� itos na Bacia do Velho Chico, o Ceará não tem água disponível para siderur-gia porque também não tem matéria

prima para tal, e nem mer-cado con-sumidor.

E agora qual vai ser a

providência?

Gestão das Águas

ARTIGOEvandro BezerraEngenheiro Agrônomo

estão secos, 105 com volume entre 1 e 30% e apenas 1 com o volume acima de 90% que é o Açude Gavião. Este porque recebe água do Açude Castanhão.

Há uma discrepância com rela-ção a acumulação de água no estado quando alguns técni-cos de outros estados dizem que o Ceará não precisa de água porque acumula 18 bilhões de m3

prima para tal, e nem mer-cado con-sumidor.

E agora qual vai ser a

providência?

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MPCE reforça fi scalização contra poluição sonora em Assaré

V isando reforçar o comba-te à poluição sonora no Município de Assaré, o Ministério Público do Es-

tado do Ceará (MPCE), através do promotor de Justiça da comarca de Assaré, David Carlos Fagundes Filho, destinou, ao comando da Polícia Militar naquela cidade, re-presentado pelo sargento Araújo, o primeiro dos seis decibelíme-tros, com registrador eletrônico (data logger) e porta Universal Serial Bus (USB), previstos para serem entregues nos próximos 15 dias. A obtenção dos referidos aparelhos para Assaré, foi fruto de transações penais realiza-das pelo MPCE naquela cidade. Nesta semana, há a expectativa de que mais dois decibelímetros sejam destinados à Polícia Civil da localidade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) quer que o Comitê Olím-pico Internacional (COI) avalie

eventuais problemas virais nas águas de locais de competição no Rio de Janeiro para a Olimpíada do próximo ano. Essa atuação, porém, ganhará uma atenção extra, diante das revelações, nesta se-mana, sobre os problemas enfrentados para reduzir a poluição da Baía da Gua-nabara para os Jogos Olímpicos de 2016.

A OMS trabalha, desde 2014, para monitorar a situação na sede dos Jogos de 2016. Comunicado da agência de Saúde da ONU aponta que a “OMS su-geriu ao COI que amplie sua base de in-dicadores cientí� cos para incluir viro-ses”. Tanto os organizadores dos Jogos quanto o COI são solicitados pela OMS para que sigam suas recomendações no que se refere ao tratamento de lixo tanto de casas, quanto de hospitais.

Rio 2016: OMS cobra COI após relatório que alerta sobre poluição das águas

Simulador mostra os impactos de se deixar o carro em casa

MOBILIDADE

Equipamento considera além do tempo de deslocamento, o gasto de energia e a emissão de poluentes e de gases do efeito estufa

Um simulador virtual tenta res-ponder o que aconteceria se uma parte das pessoas deixasse o car-ro em casa e passasse a usar ôni-

bus, andar a pé ou de bicicleta. Trata-se de uma ferramenta que estima o impac-to de mudanças no uso de diferentes meio de transporte nas maiores cidades do país (acima de 60 mil habitantes).

Para fazer a análise, o equipamento considera cinco itens: tempo de desloca-mento, consumo de espaço viário, gasto de energia, emissão de poluição local e de gases do efeito estufa. Em São Paulo, por exemplo, se metade dos usuários de auto-móvel decidisse usar ônibus haveria um prejuízo e quatro ganhos. O lado ruim se-ria um aumento de 7% no tempo de des-locamento ¬mesmo nas congestionadas vias paulistanas, os carros são, em média, mais ágeis do que os veículos coletivos.

GanhosMas a mudança de meio de transpor-

te traria diversos benefícios à cidade: redução de 25% na emissão de poluen-tes locais, como monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e

material particulado, e de 19% na emis-são de gases do efeito estufa, como o gás carbônico. A poluição local é apontada por cientistas como responsável por agravar doenças respiratórias e como fator contribuinte de milhares de mor-tes todos os anos na cidade. Já o efeito estufa contribui para as mudanças cli-máticas que prejudicam todo o planeta.

Além desses ganhos de saúde e meio ambiente, o simulador aponta que have-ria resultado econômico direto à socie-dade, pois a energia necessária para mo-vimentar as pessoas em ônibus seria 32% menor do que em carros particulares. Por � m, o espaço viário necessário nas viagens seria reduzido em 39%. “O espa-ço liberado poderia ser usado, por exem-

plo, para o alargamento de calçadas e a implantação de ciclovias ou corredores de ônibus”, a� rmou o consultor Eduardo Vasconcellos, assessor técnico da Asso-ciação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) que coordenou o trabalho.

AlertaOs dados usados na conta fazem par-

te do Sistema de Informações de Mobi-lidade, que coleta as informações e faz projeções estatísticas sobre o transporte nos maiores municípios do país. Vas-concellos alertou que, por usar estimati-vas, o simulador não deve ser encarado como um retrato especí� co de cada ci-dade. O equipamento, apresentado em junho último, no Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, da ANTP, foi criado em parceria com a organização ambientalista World Wildlife Founda-tion (WWF). ‘O objetivo mais impor-tante, acima de tudo, é usar o simula-dor para sensibilizar as pessoas sobre os impactos sociais e ambientais de cada meio de transporte’, disse André Nahur, coordenador do programa de mudan-ças climáticas da ONG.

DecibelímetroI n s t r u m e n t o

utilizado para realizar Medi-ção de Nível de Pressão Sonora (MNPS), uma grandeza que re-presenta razoa-velmente bem a sensação auditiva de volume sono-ro. É muito usado para medição de níveis de ruído do ambiente.

extra, diante das revelações, nesta se-mana, sobre os problemas enfrentados para reduzir a poluição da Baía da Gua-nabara para os Jogos Olímpicos de 2016.

DecibelímetroI n s t r u m e n t o

utilizado para realizar Medi-ção de Nível de Pressão Sonora (MNPS), uma grandeza que re-presenta razoa-velmente bem a sensação auditiva de volume sono-ro. É muito usado para medição de níveis de ruído do ambiente.

AVCs Pesquisadores do Centro Médico Mangone, hospital da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, analisaram registros de mais de 300 mil pessoas que vivem em Nova York, Nova Jersey e Connecticut. Com os dados, eles descobriram que quem vivia em endereços com maior presença de poluição particulada � cou mais propenso ao estreitamento das artérias carótidas internas em relação a quem vivia em áreas menos poluídas.Signi� ca dizer, segundo o estudo, que a poluição do ar tem relação com um possível estreitamento das artérias carótidas, responsáveis por transportar o sangue arterial do coração para o cérebro. O entupimento delas pode provoca um acidente vascular cerebral (AVC).

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6 VERDE

LÂMPADAS FLUORESCENTES

Resíduos sólidos considerados perigosos, contém substâncias tóxicas, entre elas o mercúrio, um metal com alto grau de periculosidade

Uma ameaça para a saúde humana e para a saúde ambiental

A lâmpada � uorescente jamais deve ser descartada no lixo co-mum, muito menos, enviada aos aterros. Apesar de prática,

durável e econômica, o mercúrio contido no seu interior apresenta alto poder po-luidor. Cada lâmpada � uorescente tem potencial para contaminar até 15 mil litros de água, e em contato com o cor-po humano, pode causar intoxicação e graves lesões ao sistema nervoso. Por ser um metal pesado e tóxico, é classi� cado, segundo a norma da ABNT NBR 10004, como Resíduo Classe I – Perigoso.

Por isso, o caminho para o descarte ambientalmente sustentável das lâmpa-

das passa pelos pontos de coleta e pelos tratamentos especializados. O Progra-ma Reciclando Atitudes, da Prefeitura de Fortaleza, executado pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Am-biente (Seuma), recebe lâmpadas de geradores domiciliares em sua sede, e encaminha para empresa licenciada que trata devidamente o material. As em-presas geradoras desse tipo de resíduo devem seguir o que estabelece os acor-dos setoriais.

ACORDO SETORIALA Seuma informou à nossa repor-

tagem que, em atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os acordos setoriais com empresas, vi-sando aumentar a capacidade de cole-

ta, transporte e destinação � nal desses resíduos, estão sendo articulados. Os citados acordos estabelecem que fabri-cantes, importadores, distribuidores e comerciantes de determinado produto, que possa causar danos ao meio am-biente ou à saúde humana, criem um sistema de recolhimento e destinação � -nal, independente dos sistemas públicos de limpeza urbana.

Segundo o Ministério do Meio Am-biente (MMA), o Acordo Setorial para Implantação do Sistema de Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes de Vapor de Sódio e Mercúrio e de Luz Mista, objetiva garantir que a destina-ção � nal dos resíduos dessas lâmpadas seja feita de forma ambientalmente adequada e em conformidade com

a Lei Nº 12.305/2010 que instituiu a PNRS. “A discussão e negociação des-se acordo – começou a valer em mar-ço – foi longa e iniciou-se a 05/05/2011; estendeu-se, praticamente, até os mo-mentos imediatamente anteriores a sua referida assinatura.”

PASSOS LENTOSA decisão por descartar as lâmpadas

corretamente é uma das iniciativas que classi� cam uma empresa como susten-tável. Para o responsável pela Área de Meio Ambiente da Companhia Ener-gética do Ceará (Coelce), Sérgio Araújo, em Fortaleza, o acordo anda a passos lentos e ainda não há um sistema de re-colhimento feito pelos fabricantes, e que aqui, ainda não tem nenhum programa

POR KATY KAROLINEEDIÇÃO TARCILIA REGO

FOTO DIVULGAÇÃO

7VERDE

As fases do processo acontecem em ambiente controlado, com pressão negativa e enclausurado. Veja a seguir:

1 - em ambiente controlado, enclausurado, é feito o corte das extremidades das lâmpadas (soquetes de alumínio), que, descontaminados, são separados mecanicamente. A parcela volatilizada do mercúrio contido nas lâmpadas (aproximadamente 10% do total) é aspirado e aprisionado em filtros;

2 - tritura-se o vidro da lâmpada, em ambiente controla-do, com aspiração de parte do mercúrio nelas contido e seu aprisionamento em filtros;

3 - o vidro triturado com o pó fosfórico (pó branco) é encaminhado para um equipamento que separa o vidro do pó, este pó retém o restante do mercúrio contido na lâmpada

(90% do mercúrio);4 - as operações acima geram vidros e alumínio descon-

taminados que são encaminhados para a reciclagem; 5 - os filtros contaminados com o mercúrio (10%) e o pó

também contaminado (90%) são levados para tratamento térmico em um forno de alta temperatura que volatizará o mercúrio par ser resfriado, e voltar a sua forma elementar;

6 - o pó fosfórico vai para a indústria de cerâmica como agregado à argila;

Observação: O processo acima é o utilizado pelas lâmpa-das tubulares retilíneas. Lâmpadas compactas e outras lâm-padas com mercúrio são recicladas em processos semelhan-tes. Saiba mais em http://www.apliquimbrasilrecicle.com.br.

específico e por isso, “a sociedade fica totalmente desprovida de um descar-te correto para essas lâmpadas”. O acordo setorial foi publicado no Diá-rio Oficial da União (DOU), dia 12 de março de 2015.

De acordo com a gerente de Re-síduos Perigosos do MMA, Sabrina Gimenez Andrade, a fiscalização da política ambiental é competência do Ibama, Ministério Público (MP) e ór-gãos estaduais e municipais de meio ambiente, e que a implementação dos acordos não é instantânea e ainda está sendo estruturada. “As associações estão cumprindo o planejamento pre-visto”, disse.

“Já entraram com pedido no Con-selho Administrativo de Defesa Eco-nômica (Cade) para criação da enti-dade gestora; levantaram modelos de coletores que poderão ser utilizados e contrataram empresa para o desen-volvimento de software, entre outras atividades. O MMA receberá as infor-mações no relatório anual de monito-ramento e dará publicidade desse re-latório”, esclarece. O Cade é vinculado ao Ministério da Justiça.

DESCONTAMINAÇÃOPara evitar o efeito nocivo das

lâmpadas descartadas em decorrên-cia das atividades da Coelce [ilumi-nação pública, demandas internas e em projetos de eficiência energética] e considerando rotas mais responsá-veis de encaminhamento deste tipo de resíduo, a Companhia Energética adota, desde 2006, um sistema de des-carte no qual os resíduos passam por um processo de descontaminação que transforma a lâmpada fluorescente contendo mercúrio em Resíduo Classe II – Não perigoso.

As lâmpadas são armazenadas de forma correta até o seu transporte, que é realizado por uma empresa licencia-da, para posteriormente receberem o tratamento de descontaminação. Somente este ano, segundo Araújo, a Coelce já descontaminou mais de 50 mil lâmpadas. De acordo com nova le-gislação, a Companhia não será mais a responsável pela manutenção da ilu-minação pública e sim, a Prefeitura de cada município. “Com a nova legisla-ção, a nossa responsabilidade agora é apenas a descontaminação das lâmpa-das de uso interno das nossas instala-ções”, encerra Araújo.

São aqueles que apresentam periculosidade, conforme definições norma ABNT NBR 10004. São resíduos que apre-sentam características como: Corrosividade, Reatividade, Inflamabilidade, Toxicidade, e Patogenicidade.

Fonte: Norma ANBT NBR 1000.

RESÍDUOS CLASSE I – PERIGOSOS

Conheça dois processos de descontaminação

Apliquim

“Operação Papa Lâmpadas in Company”

Apesar de o Brasil ainda estar engatinhando nesse universo da coleta sustentável, algumas empresas já apresentam iniciativas interessantes de como lidar com a separação do vidro, alumínio e etc., do mercúrio, e dar um fim adequado para cada item. Neste ramo destacam-se a Apliquim Brasil Recicle e a Naturalis do Brasil que criou o Papa Lâmpadas®.

A Apliquim Brasil Recicle, fundada em 1985, é pioneira na tecnologia de descontaminar fluorescentes. O Proces-so Apliquim resume-se, basicamente, em separar os terminais (componentes de alumínio, soquetes plásticos e estruturas metálico-eletrônicas), o vidro, o pó fos-fórico e, principalmente, o mercúrio, que ao final da operação será recuperado em seu estado líquido elementar.

O presidente da Apliquim, Mario Seb-be, ao explicar o passo a passo da meto-dologia esclarece que as fases do proces-so acontecem em ambiente controlado, com pressão negativa e enclausurado. Veja quadro com o passo a passo da Me-todologia Apliquim.

Ele destaca que tão importante quanto o descarte das lâmpadas, é ter a certeza de que a descontaminação está sendo efetuada de forma legal e completa. “Isto

Um dos métodos de descon-taminação de fluorescentes, mais conhecido no país. Desenvolvido pela Naturalis Brasil, empresa de Jundiaí (SP), o “Papa Lâmpadas in Company” é distinto do método Apliquim, principalmente por rea-lizar processo de descontaminação na própria empresa contratante do serviço e “exclusivamente tes-tado para atender as normas da ABNT-NBR 10004 e O.S.H.A. método NIOSH 6099”.

Como a Apliquim, o méto-do garante “processo de des-carte 100% seguro aos pro-fissionais que manipulam a máquina e aos seus usuários”, assim como garante o desti-no ecologicamente correto do

METODOLOGIA APLIQUIM

país. “Transforma a lâmpada fluores-cente contendo mercúrio [Resíduo Pe-rigoso Classe I], em Resíduo Não Peri-goso Classe II.”

É composto de um tambor metáli-co de 200 litros, com capacidade para armazenar aproximadamente 900 lâm-padas trituradas, e que reduz drasti-camente a área de armazenagem e os riscos de estocagem. Combina a micro fragmentação e o sistema de filtragem em três estágios para tornar o descar-te das lâmpadas, seguro, fácil e conve-niente. Um filtro para os fragmentos de vidro e pó fosfórico e outro para os gases venenosos, como o mercúrio, devolvendo à atmosfera apenas o ar descontaminado. Saiba mais em www.naturalisdobrasil.com.br.

mercúrio, sem fazer uso de transporte de resíduos – o que levou a empresa a conquistar a dispensa do Certificado de Aprovação para Destinação de Resí-duos Industriais (Cadri), pela Agência Ambiental de São Paulo (Cetesb).

O método consiste em levar o Papa L âm- padas® , equipamento com

tecnologia americana “abrasileirado”, há mais

de quinze anos, pelo empre-sário Plinio Cesar di Masi (1946/2011), fundador da Naturalis do Brasil e que registrou a marca no

significa que o mercúrio deve ser 100% recuperado em sua forma líquida ele-mentar e os resíduos resultantes (vidro,

alumínio, etc.) devem ser enviados para a reciclagem e nunca para aterros, como acontece atualmente.”

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7VERDE

As fases do processo acontecem em ambiente controlado, com pressão negativa e enclausurado. Veja a seguir:

1 - em ambiente controlado, enclausurado, é feito o corte das extremidades das lâmpadas (soquetes de alumínio), que, descontaminados, são separados mecanicamente. A parcela volatilizada do mercúrio contido nas lâmpadas (aproximadamente 10% do total) é aspirado e aprisionado em filtros;

2 - tritura-se o vidro da lâmpada, em ambiente controla-do, com aspiração de parte do mercúrio nelas contido e seu aprisionamento em filtros;

3 - o vidro triturado com o pó fosfórico (pó branco) é encaminhado para um equipamento que separa o vidro do pó, este pó retém o restante do mercúrio contido na lâmpada

(90% do mercúrio);4 - as operações acima geram vidros e alumínio descon-

taminados que são encaminhados para a reciclagem; 5 - os filtros contaminados com o mercúrio (10%) e o pó

também contaminado (90%) são levados para tratamento térmico em um forno de alta temperatura que volatizará o mercúrio par ser resfriado, e voltar a sua forma elementar;

6 - o pó fosfórico vai para a indústria de cerâmica como agregado à argila;

Observação: O processo acima é o utilizado pelas lâmpa-das tubulares retilíneas. Lâmpadas compactas e outras lâm-padas com mercúrio são recicladas em processos semelhan-tes. Saiba mais em http://www.apliquimbrasilrecicle.com.br.

específico e por isso, “a sociedade fica totalmente desprovida de um descar-te correto para essas lâmpadas”. O acordo setorial foi publicado no Diá-rio Oficial da União (DOU), dia 12 de março de 2015.

De acordo com a gerente de Re-síduos Perigosos do MMA, Sabrina Gimenez Andrade, a fiscalização da política ambiental é competência do Ibama, Ministério Público (MP) e ór-gãos estaduais e municipais de meio ambiente, e que a implementação dos acordos não é instantânea e ainda está sendo estruturada. “As associações estão cumprindo o planejamento pre-visto”, disse.

“Já entraram com pedido no Con-selho Administrativo de Defesa Eco-nômica (Cade) para criação da enti-dade gestora; levantaram modelos de coletores que poderão ser utilizados e contrataram empresa para o desen-volvimento de software, entre outras atividades. O MMA receberá as infor-mações no relatório anual de monito-ramento e dará publicidade desse re-latório”, esclarece. O Cade é vinculado ao Ministério da Justiça.

DESCONTAMINAÇÃOPara evitar o efeito nocivo das

lâmpadas descartadas em decorrên-cia das atividades da Coelce [ilumi-nação pública, demandas internas e em projetos de eficiência energética] e considerando rotas mais responsá-veis de encaminhamento deste tipo de resíduo, a Companhia Energética adota, desde 2006, um sistema de des-carte no qual os resíduos passam por um processo de descontaminação que transforma a lâmpada fluorescente contendo mercúrio em Resíduo Classe II – Não perigoso.

As lâmpadas são armazenadas de forma correta até o seu transporte, que é realizado por uma empresa licencia-da, para posteriormente receberem o tratamento de descontaminação. Somente este ano, segundo Araújo, a Coelce já descontaminou mais de 50 mil lâmpadas. De acordo com nova le-gislação, a Companhia não será mais a responsável pela manutenção da ilu-minação pública e sim, a Prefeitura de cada município. “Com a nova legisla-ção, a nossa responsabilidade agora é apenas a descontaminação das lâmpa-das de uso interno das nossas instala-ções”, encerra Araújo.

São aqueles que apresentam periculosidade, conforme definições norma ABNT NBR 10004. São resíduos que apre-sentam características como: Corrosividade, Reatividade, Inflamabilidade, Toxicidade, e Patogenicidade.

Fonte: Norma ANBT NBR 1000.

RESÍDUOS CLASSE I – PERIGOSOS

Conheça dois processos de descontaminação

Apliquim

“Operação Papa Lâmpadas in Company”

Apesar de o Brasil ainda estar engatinhando nesse universo da coleta sustentável, algumas empresas já apresentam iniciativas interessantes de como lidar com a separação do vidro, alumínio e etc., do mercúrio, e dar um fim adequado para cada item. Neste ramo destacam-se a Apliquim Brasil Recicle e a Naturalis do Brasil que criou o Papa Lâmpadas®.

A Apliquim Brasil Recicle, fundada em 1985, é pioneira na tecnologia de descontaminar fluorescentes. O Proces-so Apliquim resume-se, basicamente, em separar os terminais (componentes de alumínio, soquetes plásticos e estruturas metálico-eletrônicas), o vidro, o pó fos-fórico e, principalmente, o mercúrio, que ao final da operação será recuperado em seu estado líquido elementar.

O presidente da Apliquim, Mario Seb-be, ao explicar o passo a passo da meto-dologia esclarece que as fases do proces-so acontecem em ambiente controlado, com pressão negativa e enclausurado. Veja quadro com o passo a passo da Me-todologia Apliquim.

Ele destaca que tão importante quanto o descarte das lâmpadas, é ter a certeza de que a descontaminação está sendo efetuada de forma legal e completa. “Isto

Um dos métodos de descon-taminação de fluorescentes, mais conhecido no país. Desenvolvido pela Naturalis Brasil, empresa de Jundiaí (SP), o “Papa Lâmpadas in Company” é distinto do método Apliquim, principalmente por rea-lizar processo de descontaminação na própria empresa contratante do serviço e “exclusivamente tes-tado para atender as normas da ABNT-NBR 10004 e O.S.H.A. método NIOSH 6099”.

Como a Apliquim, o méto-do garante “processo de des-carte 100% seguro aos pro-fissionais que manipulam a máquina e aos seus usuários”, assim como garante o desti-no ecologicamente correto do

METODOLOGIA APLIQUIM

país. “Transforma a lâmpada fluores-cente contendo mercúrio [Resíduo Pe-rigoso Classe I], em Resíduo Não Peri-goso Classe II.”

É composto de um tambor metáli-co de 200 litros, com capacidade para armazenar aproximadamente 900 lâm-padas trituradas, e que reduz drasti-camente a área de armazenagem e os riscos de estocagem. Combina a micro fragmentação e o sistema de filtragem em três estágios para tornar o descar-te das lâmpadas, seguro, fácil e conve-niente. Um filtro para os fragmentos de vidro e pó fosfórico e outro para os gases venenosos, como o mercúrio, devolvendo à atmosfera apenas o ar descontaminado. Saiba mais em www.naturalisdobrasil.com.br.

mercúrio, sem fazer uso de transporte de resíduos – o que levou a empresa a conquistar a dispensa do Certificado de Aprovação para Destinação de Resí-duos Industriais (Cadri), pela Agência Ambiental de São Paulo (Cetesb).

O método consiste em levar o Papa L âm- padas® , equipamento com

tecnologia americana “abrasileirado”, há mais

de quinze anos, pelo empre-sário Plinio Cesar di Masi (1946/2011), fundador da Naturalis do Brasil e que registrou a marca no

significa que o mercúrio deve ser 100% recuperado em sua forma líquida ele-mentar e os resíduos resultantes (vidro,

alumínio, etc.) devem ser enviados para a reciclagem e nunca para aterros, como acontece atualmente.”

Page 8: O Estado Verde 04/08/2015

8 VERDE

L ançado dia 28 de julho, projeto no Brasil promoverá a pesquisa sobre o ciclo do mercúrio e a capacita-ção do país em gerenciar os riscos

deste tipo de metal. O projeto intitulado “Desenvolvimento da Avaliação Inicial da Convenção de Minamata sobre Mer-cúrio no Brasil” é uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF, na sigla em inglês).

A iniciativa tem por objetivo facilitar a rati� cação da Convenção de Mina-mata, fornecendo dados e informações técnicas e cientí� cas, além de proteger a saúde humana e o meio ambiente dos riscos provenientes do uso, liberação e gerenciamento inadequados do mercú-rio. A ideia é que as recomendações deste projeto contribuam para reduzir as desi-gualdades no país em relação ao impacto da exposição ao mercúrio.

Para o subsecretário-geral das Nações Unidas e diretor executivo do Pnuma,

Projeto no Brasil promove pesquisa sobre ciclo do mercúrio

FOTO DIVULGAÇÃO

A Convenção de Minamata em Mercúrio é um tratado glo-bal para proteger a saúde huma-na e o meio ambiente dos efeitos do mercúrio. Os principais des-taques incluem a proibição da exploração de novas minas de mercúrio, eliminação progressi-va das minas em funcionamento, medidas de controle sobre emis-sões atmosféricas, regulamenta-ção internacional do setor infor-mal para mineração artesanal de ouro em pequena escala.

De acordo com o tratado, até 2020, o mercúrio deverá ser eli-minado de baterias, pilhas, lâm-padas, cosméticos, pesticidas e outros materiais. As normas para reduzir as emissões atmosféricas do metal incluem práticas am-bientais e as melhores técnicas disponíveis para novos empre-endimentos. O Brasil assinou a Convenção no dia 10 de outubro de 2013, mas ainda não rati� cou o tratado. Até o momento, apenas 12 países rati� caram a Conven-ção. Quando for rati� cado por 50 países, o tratado entrará em vigor.

O mercúrio é um metal natural-mente encontrado na crosta terrestre, ocorrendo no ar, no solo e na água, e que assume diversas formas químicas. O mercúrio metálico (Hg) é prateado e brilhante, ocorre em estado líquido na

temperatura ambiente e volatiliza facil-mente para a atmosfera, formando va-pores de mercúrio. Tem toxicidade que varia de acordo com a forma química, a concentração, a via de exposição e a vulnerabilidade do indivíduo exposto.

Convenção de Minamata

OS IMPACTOS DO MERCÚRIO

Achim Steiner., “a Convenção de Mina-mata abre caminho para uma maior co-operação internacional em relação à po-

luição por mercúrio e os esforços globais para eliminar as graves ameaças à saúde e ao meio ambiente em todo o mundo”.

Saúde humanaOs seres humanos podem estar ex-

postos ao mercúrio por diversas fon-tes, incluindo o consumo de pescado, a exposição ocupacional e o uso de amálgamas dentais. Os impactos do mercúrio no sistema nervoso do ser humano são conhecidos desde os tem-pos gregos e romanos. Os possíveis sintomas incluem danos à tireoide e à função hepática, irritabilidade, tremo-

res, perda de memória e problemas cardiovasculares e na visão.

Meio AmbienteQuando um curso de água é poluído

pelo mercúrio, parte deste se volatiliza na atmosfera e depois torna a cair, em seu estado original com as chuvas. Ou-tra parte absorvida direta ou indireta-mente pelas plantas e animais aquáticos circula e se concentra em grandes quan-tidades ao longo das cadeias alimenta-res. Além disso, a atividade microbiana

transforma o mercúrio metálico em mercúrio orgânico, altamente tóxico.

Page 9: O Estado Verde 04/08/2015

8 VERDE

L ançado dia 28 de julho, projeto no Brasil promoverá a pesquisa sobre o ciclo do mercúrio e a capacita-ção do país em gerenciar os riscos

deste tipo de metal. O projeto intitulado “Desenvolvimento da Avaliação Inicial da Convenção de Minamata sobre Mer-cúrio no Brasil” é uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF, na sigla em inglês).

A iniciativa tem por objetivo facilitar a rati� cação da Convenção de Mina-mata, fornecendo dados e informações técnicas e cientí� cas, além de proteger a saúde humana e o meio ambiente dos riscos provenientes do uso, liberação e gerenciamento inadequados do mercú-rio. A ideia é que as recomendações deste projeto contribuam para reduzir as desi-gualdades no país em relação ao impacto da exposição ao mercúrio.

Para o subsecretário-geral das Nações Unidas e diretor executivo do Pnuma,

Projeto no Brasil promove pesquisa sobre ciclo do mercúrio

FOTO DIVULGAÇÃO

A Convenção de Minamata em Mercúrio é um tratado glo-bal para proteger a saúde huma-na e o meio ambiente dos efeitos do mercúrio. Os principais des-taques incluem a proibição da exploração de novas minas de mercúrio, eliminação progressi-va das minas em funcionamento, medidas de controle sobre emis-sões atmosféricas, regulamenta-ção internacional do setor infor-mal para mineração artesanal de ouro em pequena escala.

De acordo com o tratado, até 2020, o mercúrio deverá ser eli-minado de baterias, pilhas, lâm-padas, cosméticos, pesticidas e outros materiais. As normas para reduzir as emissões atmosféricas do metal incluem práticas am-bientais e as melhores técnicas disponíveis para novos empre-endimentos. O Brasil assinou a Convenção no dia 10 de outubro de 2013, mas ainda não rati� cou o tratado. Até o momento, apenas 12 países rati� caram a Conven-ção. Quando for rati� cado por 50 países, o tratado entrará em vigor.

O mercúrio é um metal natural-mente encontrado na crosta terrestre, ocorrendo no ar, no solo e na água, e que assume diversas formas químicas. O mercúrio metálico (Hg) é prateado e brilhante, ocorre em estado líquido na

temperatura ambiente e volatiliza facil-mente para a atmosfera, formando va-pores de mercúrio. Tem toxicidade que varia de acordo com a forma química, a concentração, a via de exposição e a vulnerabilidade do indivíduo exposto.

Convenção de Minamata

OS IMPACTOS DO MERCÚRIO

Achim Steiner., “a Convenção de Mina-mata abre caminho para uma maior co-operação internacional em relação à po-

luição por mercúrio e os esforços globais para eliminar as graves ameaças à saúde e ao meio ambiente em todo o mundo”.

Saúde humanaOs seres humanos podem estar ex-

postos ao mercúrio por diversas fon-tes, incluindo o consumo de pescado, a exposição ocupacional e o uso de amálgamas dentais. Os impactos do mercúrio no sistema nervoso do ser humano são conhecidos desde os tem-pos gregos e romanos. Os possíveis sintomas incluem danos à tireoide e à função hepática, irritabilidade, tremo-

res, perda de memória e problemas cardiovasculares e na visão.

Meio AmbienteQuando um curso de água é poluído

pelo mercúrio, parte deste se volatiliza na atmosfera e depois torna a cair, em seu estado original com as chuvas. Ou-tra parte absorvida direta ou indireta-mente pelas plantas e animais aquáticos circula e se concentra em grandes quan-tidades ao longo das cadeias alimenta-res. Além disso, a atividade microbiana

transforma o mercúrio metálico em mercúrio orgânico, altamente tóxico.

9VERDE

C ecil, o líder de um bando de le-ões, deixou para trás 24 de seus � lhotes, após ser abatido por um caçador que está sendo chamado

de “um dos piores seres humanos do planeta”. O caçador americano, Walter James Palmer, dentista de Minessota, que acostumado a tirar dentes, tam-bém, costuma tirar vida de animais sel-vagens, indefesos.

Símbolo do Parque Nacional de Hwange, amado em todo o Zimbabwe pela distinta juba preta, e objeto de pes-quisa cientí� ca da universidade britâ-nica de Oxford sobre a longevidade dos leões, Cecil, era um verdadeiro Rei da Selva, bem ao estilo “amigos de Tarzan”. No entanto, acabou caçado e morto, sem dó nem piedade, depois da � echada e tiro certeiro, disparado pelo dentista caçador.

Arrependimento As � echas e balas de Palmer, além de

Cecil, atingiram, também, o coração de milhões de pessoas em todo o mundo, além de ter deixado sem pai – já que o abatido era o macho dominante de um bando – crias, que possivelmente, serão mortas por outro leão que tentará assu-mir o lugar de rei do Parque Nacional de Hwange.

Palmer sentenciou � lhotes à morte, assim como sentenciou a si mesmo. Por mais que o dentista de Minessota, que costumeiramente “curte” férias na Áfri-ca para praticar caça, a� rme arrependi-mento, agora, como falamos por aqui, a “Inês é morta” e ele vai ter que carregar esta culpa (será que sente?) pelo resto da vida e responder pelo crime.

As críticasO americano passou a ser alvo de crí-

ticas e ofensas nas mídias sociais desde que foi identi� cado como o responsá-vel pela morte de Cecil. Ele enfrenta a indignação de internautas anônimos e

famosos, entre eles Sharon Osbourne, mulher do roqueiro Ozzy Osbour-ne, e a modelo e atriz Cara Delevigne.

A página de seu consultório, River Blu� Dental, no site Yelp (http://www.yelp.com), que reúne rese-nhas de estabele-cimentos comer-ciais feitas por internautas e que registra média de 130 milhões de visi-tantes mensais, sofreu uma série de ataques in-dignados sem contar as inú-meras mensagens que estão sen-do deixadas na porta do estabelecimento que encontra-se fechado. Ninguém sabe para onde Palmer foi. Até a página no Facebook, foi retirada do ar.

A primeira crítica e a mais popu-lar foi publicada pelo internauta Luis R, para quem o americano é “um dos piores seres humanos do planeta e caça animais ameaçados por diversão. Não faça negócios com ele!” Outro internau-ta escreveu: “Walter precisa ser enviado de navio ao Zimbábue e colocado em um parque selvagem para que alguém possa caçá-lo ao longo de 40 horas e ver o quão durão e macho ele é.”

LicençasA morte de Cecil está acendendo um

movimento para salvar outros animais vulneráveis. Não é tão simples de acei-tar, mas, praticamente, todo animal pode ser legalmente caçado em diver-sas partes da África, contanto que o interessado esteja disposto a desembol-sar generosas quantias de dinheiro em troca da licença. O movimento global Earth Day Network, sempre empenha-do em promover a sustentabilidade am-biental e conservação do planeta, 365 dias do ano, e não apenas no Dia da Ter-ra, está à frente de uma ação mundial,

chamando atenção sobre o Zimbabué e pedindo para parar a emissão de

licenças que permitem que animais vulneráveis

como Cecil, apesar de Rei da Selva,

sejam caçados e mortos. Acesse: ht t p : //a c t i on .earthday.net/.

Segundo o portal Mega Curioso (http://w w w. me gac u-

rioso.com.br/), o assunto “emissão de

licenças para caçar” é polêmico, principal-

mente quando se trata de animais raros e/ou ameaçados de

extinção, como foi o caso de Cecil, e é o caso do Leopardo: o valor da licença pode chegar à casa dos milhares de dólares.

55 milDe acordo com a organização não

governamental, União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), as espécies listadas no livro vermelho da IUCN, despertam muito mais o interesse dos caçadores. É possível, contratar, em di-ferentes partes da África, por 20 mil dó-lares, licença para caçar um leopardo. Palmer desembolsou US$55 mil pela cabeça de Cecil.

O Zimbábue anunciou dia 1º, que apli-cará restrições imediatas à caça de gran-de porte, a animais como leões, elefantes, leopardos, nas cercanias da reserva de Hwange. “A morte ilegal do leão Cecil fora do parque de Hwange [...] em 1º de julho demonstra a necessidade de endu-recer ainda mais a regulação sobre a caça em todos os arredores do parque”, a� r-mou a autoridade dos Parques Nacionais Zimbabuenses (ZPWMA). O comunica-do também anuncia restrições imediatas parecidas para a caça com arco e � echa. O Zimbábue exigiu a extradição do ca-çador norte americano.

1. Um leão macho pode pesar entre 150 e 250 qui-los e medir entre 2,60 e 3,30 metros de comprimento. Já o peso de uma fêmea varia de 120 a 190 quilos, e ela pode medir entre 2,40 e 2,70 metros.

2. São muito velozes em pequenas distâncias, chegando a atingir 50 quilômetros por hora.

3. Seus dentes caninos medem até seis centíme-tros, e sua cauda pode ter 1 metro de comprimento.

4. A juba do leão tem até 24 centímetros de compri-mento, e ela costuma escurecer com o passar dos anos.

5. O rugido de um leão pode ser ouvido a nove quilômetros de distância. Por isso, ele é considerado o “Rei da Selva”.

6. A gestação de uma leoa leva de 100 a 119 dias. Normalmente, a ninhada é composta por dois ou três fi lhotes, podendo chegar a seis.

7. São os únicos felinos sociáveis, ou seja, que vivem em bandos.

8. Por causa de uma anomalia genética, podem existir leões brancos. Eles não são albinos e, por isso, não apresentam qualquer sensibilidade ao sol. Sua cor, no entanto, faz deles uma presa fácil nas savanas, já que não conseguem se camufl ar. Seus olhos são azuis ou dourados. São encontrados livres na reserva de Timbavati, na África do Sul, onde são considerados sagrados por algumas tribos.

9. Um leão é capaz de comer até 30 quilos de carne de uma só vez. Por dia, um macho precisa de 7 quilos de carne, e uma fêmea, de 5 quilos.

10. Normalmente a missão da caça é da fêmea. Os machos também caçam, mas, por causa do calor decorrente da juba, ele logo se cansa. Ademais, por serem grandes, são pouco habilidosos.

10 CURIOSIDADES SOBRE LEÕES

LEÕES

Vítima do caçador Walter Palmer, a morte de Cecil está acendendo um movimento para salvar outros animais vulneráveis à caça

Palmer: “Um dos piores seres humanos do planeta” POR TARCILIA REGO do OeV

FONTE: Fonte: Guia dos Curiosos

Page 10: O Estado Verde 04/08/2015

10 VERDE

Linha Ekos: Pense sustentabilidade!Segundo a gerente de marketing, a linha Natura Ekos Ucuu-ba é composta de seis produtos, lançados em duas fases, para respeitar os tempos da floresta: manteiga reparadora para o corpo, manteiga hidratante para as mãos e hidratan-te desodorante corporal. Tem, também, o sabonete líquido hidratante para as mãos, uma versão do sabonete líquido para o corpo e um sabonete em barra cremoso. “Os hidra-tantes são produzidos na fábrica de Cajamar, São Paulo, enquanto os sabonetes, na fábrica da Natura, na Amazônia”.A nova linha é o principal lançamento dos últimos cin-co anos de Natura Ekos, e levou cerca de três anos para ser desenvolvida. A pesquisa e a produção da Natura Ekos Ucuuba insere-se no Programa Amazônia, que tem como objetivo colocar a Natura a serviço da criação de propostas de desenvolvimento sustentável que acolham os habitantes da região e conservem a floresta em pé.O manejo da ucuuba também está alinhado ao compromisso da Natura expresso em sua Nova Visão de Sustentabilidade. A ambição da empresa é que 30% dos insumos consumidos pela companhia sejam provenientes da Amazônia até 2020. Atualmente, esse percentual está em 13,3%. Até lá, preten-de relacionar-se com 10 mil famílias na Pan-Amazônia até 2020, movimentando R$ 1 bilhão em negócios na região.

CURIOSIDADEUma árvore de ucuuba adulta chega a ser comercializada por R$ 5,00, a sua madeira sendo transformada em cabos de vas-soura, que são comercializados a R$ 0,40 a unidade nas fei-ras de Belém. Entretanto, as sementes, que são comercializadas por R$ 0,50/kg, podem dar um retorno de R$ 18,00 até R$ 25,00, supondo uma pro-dutividade de 30 – 50 kg/ano/árvore.

*Leia mais sobre ucuubeira em www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

BELEZA E SUSTENTABILIDADEA semente é fonte de uma manteiga leve, com alto poder hidratante e, o manejo sustentável mantém a floresta em pé

Ucuuba, o novo tesouro da Floresta Amazônica e da Natura

Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar resolu-ção que reconhece o uso

de métodos alternativos ao uso de animais em pesquisas para desenvolvimento de produtos. A medida pode reduzir o uso de ani-mais em alguns dos testes feitos por empresas das áreas reguladas pela agência, como cosméticos, remédios e outros produtos para a saúde. A nova resolução não faz a menor diferença para a Natura, considerada a maior multinacio-nal brasileira de cosméticos e pro-dutos de higiene e beleza.

E por quê? Porque a submar-ca Natura Ekos, criada em 2000, inaugurou um novo modelo de produção no setor de beleza . Há 15 anos, todos os produtos usam em suas fórmulas matérias-pri-mas naturais da biodiversidade brasileira. Quem não se lem-bra do lançamento do açaí, em 2009? E do cupuaçu, buriti?

A Natura acaba de lançar três itens da linha Ekos com um novo ativo: a ucuuba. O nome é estra-

nho, mas, a semente da Amazô-nia, além de preciosa, é mais um diferencial da empresa que não cansa de inovar quando o assun-to é beleza e biodiversidade ama-zônica, e de trabalhar e “gerar va-lores” para “manter a floresta em pé”, como disse a gerente de ma-rketing da marca, Lara Mereu, durante almoço para a imprensa, dia 30, em Fortaleza.

“O lançamento da Ekos trou-xe um modelo de negócios bem diferente e com ele a sustentabi-lidade. Trouxe a biodiversidade amazônica à vista, quando quase ninguém conhecia tais riquezas, os princípios ativos da floresta. O que era um açaí, por exem-plo... Praticamente nos apresen-tou a biodiversidade amazônica através da linha”, disse Lara.

Sobre a desconhecida Ucuu-beira, a executiva explicou que a semente da mesma é fonte de uma manteiga leve, com alto po-der hidratante e reparador. “A propriedade garante alto desem-penho aos produtos, ao mesmo tempo em que valoriza o fruto, contribuindo para a manuten-ção da floresta”, destacou.

Ela falou também, sobre a

nova linha de Ekos e a relação de sustentabilidade da mesma com o meio ambiente e a comunidade amazônica beneficiada pelo ma-nejo sustentável da ucuubeira, espécie vegetal rara, não só por suas propriedades hidratantes ou aromáticas, mas por que cor-re o risco de extinção pela explo-ração madereira.

“O nosso compromisso vai além da educação ambiental, é com a com a sustentabilidade, passa pela troca de conhecimento com a comunidade, leva conceitos e valores contribuindo para que a mesma descubra que cuidar da semente, agrega mais valor, dife-rente da venda da madeira, que derruba floresta e é insustentável. Capacitamos as comunidades para manejar espécies tão espe-ciais e esta começa a enxergar valores no extrativismo que man-tem a floresta em pé. Qual o va-lor agregado em manter a floresta em pé? Como fazer a extração da manteiga dessa semente?”

*A editora do Caderno O Estado Verde particpou de almoçoo com a

executiva Lara Mereu, a convite da as-sessoria de imprensa, local, da Natura.

POR TARCILIA REGO do OeV

Page 11: O Estado Verde 04/08/2015

11VERDE

INDICAÇÃOde Leitura

SUSTENTABILIDADEBrasil avança em ranking de edifícios verdes, mas certifi cação é limitadaO Brasil subiu três posições e hoje ocupa o quarto lugar mundial em projetos que receberam o selo de internacional de sustentabilidade, do Leed (Leadership in Energy and Environmental Design). Líder na América do Sul em número de edifí-cios verdes, o país fechou o primeiro trimestre deste ano com 991 edi� ca-

ções registradas para receber o certi� -cado, um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.O cenário será tema de debate na 6ª Greenbuilding Brasil, encontro que acontece em São Paulo entre os dias 11 e 13 de agosto. O evento é uma grande feira de negócios que reúne empresas nacionais e internacionais fornece-doras de tecnologia, equipamentos e serviços para os decisores da indústria da construção sustentável, instituições � nanceiras e associações do setor.

Empreendimentos sustentáveisSegundo Felipe Faria, diretor execu-tivo do GBC Brasil (Green Building Council), entidade que concede a

certi� cação aos edifícios, os proje-tos que recebem o selo apresentam redução de 40% no consumo de água e até 30% de energia. Segundo ele, o aumento de custo na constru-ção desses empreendimentos mais sustentáveis não ultrapassa 6%.Empreendimentos sustentáveis são aqueles que harmonizam aspectos ambientais, sociais e econômicos. Mas o professor de engenharia da Escola Politécnica da USP, Vanderley Moacyr John a� rma que os empreen-dimentos que recebem certi� cações como o Leed são minoria entre as edi� cações sustentáveis e os selos não são indicadores do impacto das construções como um todo.

Desastres naturais atingiram uma em cada cinco cidades do país em 2015E m menos de cinco minutos um

tornado destruiu metade de Xanxerê, cidade do oeste do Estado de Santa Catarina com

48.000 habitantes. Os ventos a 250 km/h atingiram quase 3.000 casas, fe-rindo e matando pessoas. O desastre natural que atingiu a pequena cidade catarinense em abril, já não é mais no-vidade e outras cidades brasileiras, já sofrem com os fenômenos.

Uma, em cada cinco dos municí-pios brasileiros, está com situação de emergência ou de calamidade pública reconhecida pelo governo federal, em decorrência desses desastres. Uma hora o problema é o excesso de chuvas e ven-tos, em outra, é a escassez de água e o calor intenso.

No total, 1.206 cidades do país tive-ram esse tipo de condição reconhe-cido pelo Ministério da Integração Nacional (MIN). Grande parte delas por conta da estiagem (período inter-mediário sem chuvas), que afetou 707

municípios, ou da seca (período pro-longado sem chuvas), um drama vivi-do por 358 cidades.

Os desastres causados por excesso de chuvas, ventos fortes e até granizo atin-giram outros 141 municípios no Brasil. Alguns dos mais recentes dos chama-dos eventos climáticos extremos atingi-ram os Estados da região Sul, incluindo um tornado em Francisco Beltrão (PR), a 386 km de Curitiba.

Aquecimento global “A frequência de eventos climáticos

extremos está aumentando no mundo todo”, explica o especialista em física at-mosférica, Paulo Artaxo. “Nós observa-mos, sim, um crescimento muito signi-� cativo na frequência e na intensidade deles. Isso está acontecendo no Brasil, nos Estados Unidos, na África, na Eu-ropa, e são dados muito sólidos”, acres-centa. Para o cientista, “o país, como um todo, tem que se preparar para lidar com essa questão”. Artaxo atribui a ten-

dência de aumento nos desastres natu-rais ao aquecimento global.

Nesse sentido, um relatório da agên-cia norte-americana NOAA (Adminis-tração Nacional Oceânica e Atmosféri-ca dos EUA), divulgado dia 21 de julho, apontou que o mês de junho deste ano foi o mais quente desde o � m do século 19 e o ano de 2015 deve ser o mais quen-te no mesmo período.

Nordeste A falta de água já provocou situações

de emergência ou calamidade públi-ca em 949 municípios do Nordeste em 2015. Outros oito municípios da região também sofreram com outros eventos climáticos extremos, tais como inunda-ções, especialmente na Bahia.

O recordista nacional em decre-tos desse tipo é o Estado da Paraíba, com 197 reconhecimentos federais de emergência ou calamidade. Piauí e Rio Grande do Norte aparecem em segundo lugar, com 153 reconhecimentos cada.

AQUECIMENTO GLOBAL

Junho deste ano foi o mais quente desde o fi m do século 19 e o ano de 2015 deve ser o mais quente no mesmo período

Quem vai salvar a vida? Ganha a segunda edição

O título traz a pergunta, mas a res-posta o leitor só vai encontrar den-tro do livro escrito por Ruth Rocha, sobre preservação do meio ambiente Quem vai salvar a vida? É o título da obra de Ruth Rocha que ganha sua segunda edição. Agora lança-da pela Editora Salamandra, traz ilustrações inéditas de Alcy, artis-ta que já ilustrou outros livros da autora, como Nicolau tinha uma ideia e O barbeiro de Sevilha.Com uma abordagem especial, a au-tora convida o leitor a re� etir sobre a importância da preservação ambiental e como podemos trabalhar esse as-sunto nas pequenas ações do dia a dia. Tendo como pano de fundo as mudan-ças de hábitos e atitudes dos pais de Tiago, o protagonista do enredo Quem vai salvar a vida?, Ruth atenta que a preservação do meio ambiente implica, a� nal, em salvar nossa própria vida.

Sobre a autoraA paulistana Ruth Rocha, nascida em 1931, já publicou mais de cem livros no Brasil e vinte no exterior, em dezenove diferentes idiomas. Educadora e editora, ela começou a escrever artigos sobre educação para a revista Cláudia, em 1967. Em 1969 começou a escrever histórias infan-tis para a revista Recreio e em 1976 teve seu primeiro livro editado.

Título: autoraAutora: Ruth RochaEditora: SalamandraPreço: R$ 40,00

Page 12: O Estado Verde 04/08/2015

12 VERDE

Opresidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou, ontem, o que chama de “o maior e mais importante passo já tomado” para

combater a mudança climática. A cinco meses da Conferência das Partes sobre o clima, em Paris (COP 21), a Casa Branca divulga a última versão de seu plano de energia limpa (“America’s Clean Power Plan”) que procurará reduzir as emissões de carbono do setor de energia.

As regulamentações ambientais limi-tam, pela primeira vez, as emissões de carbono nas centrais elétricas dos EUA (responsáveis por cerca de 40% das emis-sões de dióxido de carbono do país). A proposta � xa em 32% a meta de redução de emissão de gás carbônico nas usinas elétricas até 2030, com base nos níveis de 2005 - o plano inicial era de 30%.

Problema da geração atual O America’s Clean Power Plan exige,

ainda, que os estados americanos redu-zam as emissões de carbono, trocando o uso de carvão, por gás natural, e que invistam mais em energias renováveis, aumentando a fatia dessas fontes de

22% para 28%. Para Obama, a mudança climática já “não é mais uma ameaça da próxima geração, mas um problema da geração atual”.

No próximo ano, cada Estado americano será obrigado a apresentar o seu próprio plano para a Environmen-tal Protection Agency (EPA), esclarecendo através do mesmo, como vai atender as metas de redução de emissões que atribuídas de acordo com o planeja-do. Cinco governadores se pronunciaram contra a regra e já disseram que não vão cumprir.

CarvãoA poluição proveniente de usinas de

energia é a maior fonte de emissões de ga-ses de efeito estufa nos Estados Unidos. A EPA considera que agora será o início de uma transformação abrangente no setor elétrico daquele país, contribuindo para uma mudança “agressiva” na matriz ener-gética americana, a partir da redução da energia baseada no carvão.

No entanto, grupos industriais e al-

guns legisladores de estados que “de-pendem deste tipo de matriz energé-

tica”, disseram que vão desa� ar o novo plano através de ma-

nobras nos tribunais e no Congresso.

No entanto, para o governo, o plano será uma contribui-ção fundamental dos Estados Unidos, para um acordo glo-bal sobre o clima,

que deverá ser � rma-do em dezembro pró-

ximo, em Paris, e sobre o qual, a administração

Obama prometeu desempe-nhar um papel de liderança.

Papa FranciscoNesta semana e ao longo dos próxi-

mos meses, o presidente Barak Obama, será um ativista combatente da ques-tão climática. Ele vai reforçar o quan-to o aquecimento global e a mudança climática já estão prejudicando o povo americano. No próximo dia 24 de agos-to ele falará na oitava cimeira nacional de energia limpa (2015 - National Clean Energy Summit), em Nevada, e no � nal

do mês, irá ao Alasca Ártico. Será a pri-meira vez que um presidente americano empreende viagem à localidade.

Obama também está programado para falar sobre mudanças climáticas com o papa Francisco, durante a visita do pontí� ce, em setembro, à capital Wa-shington. E, � nalmente, em dezembro, ele participará da COP 21, a conferência das Nações Unidas que visa construir um novo acordo climático global em substituição ao Protocolo de Kyoto.

CLIMA EUAPara Barak Obama, mudança climática já “não é mais uma ameaça da próxima geração, mas um problema da atual”

Presidente americano anuncia plano que limita emissão de CO2Presidente americano anuncia

plano que limita emissão de CO2

l Vai “reduzir contas de energia para famílias de baixa renda” e reduzir o custo de tecnologias de energias renováveis.l Será criado um Programa de Incentivo a Energia Lim-

pa para recompensar os estados que implantaram projeto de energia renovável antes da regulação, em 2022.l Os estados que investirem em projetos de efi -

ciência energética, em comunidades de baixa renda, serão premiados com o dobro dos créditos.l O novo plano vai contribuir para uma economia

média de US$ 85 por ano, na fatura de eletricidade, até 2030, e uma queda de 8% nas mortes prematuras causadas por poluição decorrente emissões prove-nientes da energia movida a combustíveis fósseis.

PLANO CLEAN POWER DA AMÉRICA

POR TARCILIA REGO do OeV