companheiros do verde 04

12
VERDE Companheiros do Informativo do Meio Ambiente e Cidadania Ano I.: Nº 4.: 2ª Quinzena DEZEMBRO 2009 Quelônio Por determinação do Superior Tribunal Federal, desde junho deste ano, o Brasil não mais importa pneus usados. A maioria dos ministros concluiu que a Constituição estabelece que o Estado tem de zelar pela saúde e pelo meio ambiente. Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), de 2002 a 2005, entraram 40 milhões de pneus no País. Desses, cerca de 30% já chegavam como lixo ambiental. Em entrevista, a ministra do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Rocha, define a decisão do STF como “uma vitória da sociedade brasileira”. Pág. 6 Empregos verdes crescem no Brasil Pág. 3 Copenhague – Acordo sobre clima fica para 2010 Pág. 4 Catadores de lixo recebem terrenos para instalar atividades de reciclagem Pág. 8

Upload: companheiros-do-verde

Post on 27-Mar-2016

229 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Companheiros do verde número 04

TRANSCRIPT

Page 1: Companheiros do verde 04

VERDECompanheiros do

Informativo doMeio Ambiente e

Cidadania

Ano I.: Nº 4.: 2ª Quinzena DEZEMBRO – 2009

Quelônio

Por determinação do Superior Tribunal Federal, desde junho deste ano, o Brasil não mais importa pneus usados. A maioria dos ministros concluiu que a Constituição estabelece que o Estado tem de zelar pela saúde e pelo meio ambiente. Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), de 2002 a 2005, entraram 40 milhões de pneus no País. Desses, cerca de 30% já chegavam como lixo ambiental. Em entrevista, a ministra do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Rocha, define a decisão do STF como “uma vitória da sociedade brasileira”. Pág. 6

Empregos verdes crescem no Brasil

Pág. 3

Copenhague – Acordo sobre clima fica para 2010

Pág. 4

Catadores de lixo recebem terrenos para instalar

atividades de reciclagemPág. 8

Page 2: Companheiros do verde 04

Companheiros do

VERDE Dezembro 20092 Ano I.: Nº 4 – 2ª Quinzena

dezembro21 Início do verão

31 Dia da esperança

AGENDA ECOLÓGICA

DEBATE Helen Assumpção

A edição 2.093 da revista Istoé, traz uma matéria sob o título “Um novo paradigma” que discorre sobre um assunto que passou a fazer parte do discurso dos pré-candidatos à su-

cessão de Lula em 2010: o meio ambiente.Tema esse que tem gerado interesse no próprio eleitor que

está atento aos discursos dos presidenciáveis.Outrora, as propagandas eleitorais mostravam o meio am-

biente apenas como peça que ilustrava os programas ou por con-veniência das coligações com a única legenda que defendeu vee-mentemente essa bandeira, o Partido Verde.

A conquista de uma cadeira no primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios foi em 1993, após a Eco92, cuja sede foi o Rio de Janeiro.

De lá para cá, o meio ambiente conquis-tou mais espaço no governo e nas pautas midiá-ticas, embora com muitos percalços, mas com maior evidência.

A presença dos principais pré-candidatos à Presidência na COP15, em Copenhague, foi uma mostra de que eles fazem questão de se associar à causa ambientalista e ao desenvolvimento sus-tentável, sem correr o risco de desafinar. Fo

to:

Wer

les

Nev

es

É hora de afinar o discurso

EDITORIALNa semana do Natal, o COMPANHEIROS

DO VERDE vem com boas notícias numa entrevista exclusiva com a ministra Maria Eli-

zabeth Rocha, do Superior Tribunal Militar, sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que proibiu a importação de pneus usados, informando aos nossos leitores sobre a resolução do CONAMA que obriga o mercado a dar destinação final ambientalmente ade-quada aos pneus velhos.

A expectativa criada em torno da 15ª Confe-rência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáti-cas (COP-15), em Copenhague, foi desanimadora, não resultando em grandes acordos e participação positiva de todas as potências mundiais - diga-se, as maiores responsáveis pela emissão de gases poluen-tes. Saiba mais na página INTERNACIONAL.

Na coluna DOIS PONTOS, o professor João Câmara, especialista em Desenvolvimento Sustentá-vel, nos honrou com a sua participação em um tema atualíssimo: aterro sanitário e suas implicações, assunto que vem preocupando todos os governos, por estar presente em todo País.

Conheça a história curiosa do panetone em GASTRONOMIA e aproveite a receita na sua ceia de Natal.

Agradecemos aos parceiros que acreditam no nosso trabalho, dando continuidade ao apoio, e aos novos, desejando muitas alegrias com suas famílias nesta data festiva.

Boas Festas! E boa leitura!

Christina PedraDiretora

Foto

: Je

ssé

Viei

ra

Publicação: Solução Audio Visual Ltda.End.: Condomínio San Diego, Lt. 15, sobreloja 03 Jardim Botânico - CEP 71.680-362Fone/fax: (61) 3335 3584 / 9666 2947Email: [email protected]

[email protected]ção Geral: Olga Christina PedraDireção Administrativa e Financeira: Evelynne PedraJornalista Responsável: Helen Assumpção - Registro nº: 7618/DFProjeto Gráfico / Diagramação: Sérgio Linhares

Contatos para consultas sobre espaço publicitário: [email protected] Colaboradores: André Gubert e Leonardo Barreto.Webmaster: Felipe GelbckeFontes de pesquisas: Ag. Câmara, Ag. Senado, Ag. Brasil, Embrapa, Adasa e Ministério do Meio Ambiente.A imagem do quelônio da capa e a capivara da página 8 pertencem ao banco de imagens do IBAMA.

Distribuição gratuita: Órgãos do GDF, Administração do Lago Sul, Adminis-tração do Jardim Botânico, Câmara Legislativa, Câmara Federal e Senado, Esplanada dos Ministérios, Campus do Uniceub, Rodoviária do Plano Piloto e locais de grande circulação em Brasília e na cidade de Goiânia.*Os artigos assinados não traduzem a opinião do jornal ‘Companheiros do Verde’.

EXPE

DIE

NTE

COMPANHEIROS DO [email protected]

TELEFONES PÚBLICOS DE EMERGÊNCIACorpo de Bombeiros..............................193Defesa Civil..........................................199Disque-denúncia...................................181Polícia civil..........................................197Polícia Militar.......................................190Secretaria dos Direitos Humanos............100Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher.................................................180

TELEFONES ÚTEISCentral De Serviços Alcoólicos Anônimos..................................3226.0091

CVI – Centro de Valorização do Idoso.................................0800 644 1401Delegacia de Proteção ao Menor e Adolescente..............................3361.1049Promotoria de Defesa do Consumidor.............................. 3343.9851

SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICACEB....................................0800 61 0196CAESB................................................115PROCON.............................................151DETRAN..............................................154

Page 3: Companheiros do verde 04

Companheiros do

VERDEDezembro 2009 3Ano I.: Nº 4 – 2ª Quinzena

MEU BRASIL

brasil tem 2,6 milhões de empregos verdes, diz relatório da OIT

A reunião mundial do clima que acon-tece em Copenhague decidirá como combateremos o aquecimento glo-

bal. O momento não permite conservadoris-mo. É preciso ousar e oferecer soluções de efeito imediato, pois não há mais oportuni-dades a perder.

Há duas questões principais. A primeira é estabelecer uma agenda de medidas que di-minuam a emissão de CO2 na atmosfera. O problema é que nosso modelo tradicional de desenvolvimento está ligado umbilicalmente às práticas poluentes. Dessa forma, a ques-tão do aquecimento ganha muita complexi-dade: como preservar sem gerar pobreza?

Para complicar, os países não estão em um bom momento para discutir limitações ao crescimento econômico. Os países ricos estão desesperados para saírem da crise econômica internacional. Os países pobres não aceitam frear o crescimento econômico e manter suas populações na miséria.

A resposta passa pela criação de um mo-delo de desenvolvimento ambientalmente sustentável. Mas é difícil abandonar velhas fórmulas e as empresas preferem uma longa transição à ruptura brusca que o momento está pedindo.

A segunda questão é o preço que cada país deve pagar. Mais uma vez, ricos e po-bres estão em lados opostos. Países subde-senvolvidos não se sentem responsáveis pelo aquecimento global e exigem ficar de fora do rateio e ainda serem compensados pelos danos causados pelas grandes economias.

Ainda não há respos-ta para esses impasses. Mas é importante que elas venham rapidamen-te. Passado e futuro es-tão decisivamente juntos em Copenhague e exi-gem governantes cora-josos, sob pena do com-prometimento definitivo de toda humanidade.

o dever de ousarLeonardo Barreto – Cientista Político e autor do blog

www.casadepolitica.blogspot.comO Brasil já tem 2,6 milhões de empregos verdes e a transição para uma economia que leve a menores emissões de gases

de efeito estufa pode aumentar a criação desses postos de trabalho, segundo o relatório Empregos Verdes no Brasil: Quantos São, Onde Estão e Como Evoluirão nos Próximos Anos, que lançado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O levantamento considera verdes os postos de trabalho em atividades econômicas que contribuem para a redução de emissões e para a melhoria da qualidade ambiental. Em 2008, o total de empregos verdes no país – 2.653.059 – representava 6,73% do total de postos de trabalho formais.

A conta da OIT considerou dados da Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério do Trabalho e Emprego, e agregou os empregos verdes em seis categorias: produção e manejo florestal; geração e distribuição de energias renováveis; saneamento, gestão de resíduos e de riscos ambientais; manutenção, reparação e recuperação de produtos e materiais; transportes coletivos alternativos ao rodoviário e aeroviário; telecomunicações e teleatendimento.

Entre as ocupações listadas estão a produção de mudas, a gestão de manejo florestal, a reciclagem, a

fabricação de biocombustíveis e atividades menos óbvias do ponto de vista ambiental, como as telecomunicações (evitam deslocamentos e emissão de poluentes com transporte) e a manutenção de equipamentos eletrônicos (reduzem necessidade de fabricação de novos e aumentam eficiência energética).

De acordo com a OIT, “a geração de empregos verdes não pode estar dissociada da noção de trabalho decente”. Por isso, o levantamento exclui da conta o enorme contingente de catadores de materiais recicláveis, pela falta de proteção social da atividade e pelo grau de insalubridade a que estão expostos. “Embora atualmente não restem muitas dúvidas quanto ao papel positivo desempenhado por esses trabalhadores em relação ao meio ambiente, o fato é que certamente não é esse

tipo de postos de trabalho que a OIT pretendia promover”, justifica o relatório.

No documento, a OIT lista o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, a redução do Imposto sobre

Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha

branca, a obrigatoriedade de inspeção veicular para controle de emissões, a regularização fundiária na Amazônia e a Política Nacional de Resíduos como medidas que poderão impulsionar a geração de empregos verdes no Brasil nos próximos anos.

O acesso à internet no Brasil cresceu 75,3% de 2005 a 2008 e compreendeu cerca de 56 milhões de pessoas com 10 anos de idade ou mais. O percentual de brasileiros que acessou a

rede pelo menos uma vez na vida passou de 20,9% para 34,8%.Antes usada como fonte de conhecimento e auxiliar na

educação, a internet tem sido mais acessada para facilitar a comunicação entre as pessoas no Brasil.

Essa foi a principal conclusão do Suplemento sobre o Acesso à Internet e Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal sobre o uso da rede no período entre 2005 e 2008.

O estudo, divulgado no dia 11 de novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), também do IBGE.

O documento do IBGE também revela que o uso do telefone celular é uma realidade para mais da metade dos brasileiros. Entre 2005 e 2008, o percentual de usuários passou de 36,6% para 53,8%.

em três anos, acesso à internet no brasil cresceu 75,3%

Foto

: Je

ssé

Viei

ra

Política sustentável!

Page 4: Companheiros do verde 04

Companheiros do

VERDE Dezembro 20094 Ano I.: Nº 4 – 2ª Quinzena

INTERNACIONAL

dicas para um Natal ecológicoAcordo sobre o clima fica para 2010

Cronologia de Conferências do Clima

• os 3 rs no Natal

* Você não precisa comprar. Pode fa-bricar seus presentes. Que tal preparar uma receita culinária, por exemplo, reaproveitando folhas e talos de hortaliças num exclusivo suflê para a ceia dos amigos? Biscoitos e docinhos também fazem o maior sucesso.

* Suas plantas se reproduziram muito na primavera? Faça novos vasos bem caprichados para presentear os amigos. Custa pouco, além de ser presente simpático e duradouro.

* Outra boa idéia é inventar seu próprio cartão. Por que não fazer uma colagem com folhas secas? O charme fica ainda maior se a base for papel reciclado.

* E como a natureza é a forma mais ba-rata e sincera de presentear, olhe à sua volta. Que tal usar flores e folhas secas para compor um belo quadro? Com uma moldura simples, você terá um presente bem seu.

Leia mais, conheça e participe do COMPANHEIROS DO VERDE também na Internet:

www.companheirosdoverde.com.br

* Ao ganhar um presente, não rasgue o pacote. Abra cuidadosamente e separe a em-balagem. Procure reutilizá-la. Por exemplo, um belo papel pode servir para encapar um livro. Uma caixa pode ser usada para guardar obje-tos.

* Se não der para reutilizar a embalagem do presente que ganhou, faça a separação. Num monte, junte os papéis. Em outro, co-loque os plásticos. Num terceiro, deixe o que for vidro e o que for metal. Depois, encaminhe estes materiais para quem recicla.

* Mas o melhor mesmo, é evitar desper-dício. Recuse embalagem que não seja reutili-zável, na hora de comprar o presente. E apro-veite para, antes da festa, discutir e divulgar esta idéia com quem for participar. Afinal, não desperdiçar pode ser o maior presente de Na-tal para o meio ambiente.

(fonte: Rede AIPA)

A decisão sobre um novo acordo climático, que deveria sair da 15° Conferência das Na-ções Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhague, na Dinamarca, vai ficar para 2010. Os 192 países que participaram da reunião não chegaram a um

consenso sobre um novo instrumento legal e vinculante para limitar as emissões de gases de efeito estufa e enfrentar o aquecimento do planeta.

Um acordo parcial foi fechado entre os Estados Unidos, a China, Índia, o Brasil e a África do Sul com apoio de outros países, mas ainda depende de aprovação formal e deixa muitos pontos da negociação em aberto.

Uma nova reunião, em seis meses, deve ser realizada em Bonn, na Alemanha, para pre-parar a próxima conferência sobre o clima, no México, no fim de 2010. O anúncio foi feito pela chanceler alemã, Angela Merkel. As informações são da agência de notícias portuguesa Lusa.

De acordo com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, todos os países industrializados “aceitaram informar por escrito” seus compromissos para a redução das emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa até 2020.

Segundo Sarkozy, a ausência de objetivos de redução das emissões mundiais em 50% até 2050, necessária para limitar o aumento da temperatura do planeta em 2 graus Celsius, é uma “decepção”.

1972: Estocolmo (Suécia), PNUMA Conhecida como a Primeira Conferência da ONU

(Organização das Nações Unidas) sobre o Meio Ambien-te [ou Ambiente Humano], elaborou 26 princípios para guiar os povos do mundo na preservação e melhoria do meio ambiente”. É o marco para o início das discussões em nível mundial sobre questões ambientais.

No mesmo ano, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que tem sede no Quênia.

1988: Toronto (Canadá), IPCC 1990: Genebra (Suíça), 1º relatório do IPCC 1992: Rio de Janeiro (Brasil), Eco-92 e criação

da UNFCC

1995: Berlim (Alemanha), COP-1 1996: Genebra (Suíça) 1997: Kyoto (Japão), Protocolo de Kyoto 1998: Buenos Aires (Argentina) 2000: Haia (Bélgica), EUA abandonam Kyoto 2001: Bonn (Alemanha) e Marrakesh (Marrocos) 2002: Nova Déli (Índia) 2003: Milão (Itália) 2004: Buenos Aires (Argentina) 2005: Montreal (Canadá) 2006: Nairóbi (Quênia), Redd 2007: Bali (Indonésia), Mapa do Caminho 2008: Poznan (Polônia)2009: Copenhague (Dinamarca)

Page 5: Companheiros do verde 04

Companheiros do

VERDEDezembro 2009 5Ano I.: Nº 4 – 2ª Quinzena

COMUNIDADE

exposição reúne mestres da arte no museu NacionalEstá aberta até o dia 30 de janeiro a exposição EntreSéculos, no Museu Nacional. A mostra

reúne 170 peças dos mais expoentes artistas brasileiros. O público poderá conferir obras de Di Cavalcanti, Portinari, Tarsila do Amaral, Djanira, Volpi, Amilcar de Castro, Anita Malfati, Carybé, Antonio Bandeira, Ismael Nery, Vicente do Rêgo Monteiro, Pancetti e outros. As obras fazem parte dos acervos do Itamaraty, Caixa, Banco Central, Museu de Arte de Brasília, Museu da República e Universidade de Brasília.

O horário de visitação é de terça a domingo, das 9h às 18h30. Entrada franca. Informações: 3325-5220.

marque na agenda

Procuradoria Jurídica do IBRAM apresenta balanço das atividades de 2009

O Instituto Brasília Ambiental (IBRAM) re-cebe em média oito ações civis públicas propostas pelo Ministério Público por se-

mana. Trata-se de processos relativos a licencia-mentos de empreendimentos, invasão e poluição de áreas de preservação ambiental, entre outros. Uma das atribuições da Procuradoria Jurídica (PROJU) é receber e analisar essas documenta-ções e preparar a defesa do órgão juntamente com as áreas técnicas.

Este ano foi firmado termo de compromisso entre o IBRAM e a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (METRÔ), com o objetivo de definir a compensação ambiental e viabilizar o li-cenciamento do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Mas isso não foi o suficiente para evitar a trami-tação de seis ações civis públicas relativas a esse processo. Nesse caso, o IBRAM atua em conjunto com a Procuradoria Jurídica do GDF e com o Me-trô para esclarecer as medidas tomadas na emis-são da licença para o empreendimento.

Nos processos de licenciamento, a PROJU assessora os técnicos da área na análise da le-gislação pertinente e na legalidade dos atos. “To-das essas ações são desenvolvidas para garantir a celeridade dos processos e conferir maior trans-parência às ações do órgão”, disse a assessora jurídica do IBRAM, Ruth Pompeu Nogueira.

Todas as notificações e autuações realiza-das pelos fiscais do órgão são encaminhadas à PROJU. Os técnicos dessa área têm a atribuição de analisar, realizar negociações e acordos, emitir pareceres e publicar as decisões do Instituto.

De janeiro a novembro de 2009, o IBRAM elaborou, por meio da PROJU, 203 pareceres re-ferentes às notificações e autos de infração emiti-dos pela área de fiscalização. Entre as principais reclamações estão às relativas à poluição sonora e de recursos hídricos; maus tratos a animais; des-matamento, entre outras irregularidades.

Nestas férias, respeite a natureza

Quem decidir fazer trilhas ou acampar para aproveitar as férias deve adotar medidas de segu-rança para evitar acidentes, além de tomar cuidados para preservar o meio ambiente, orienta a Defesa Civil.

Acondicionar as roupas em sacos plásticos bem fechados, escolher calçados adequados à ati-vidade escolhida e levar um kit básico de primeiros socorros são essenciais.

A Defesa Civil alerta também para que se verifiquem os calçados antes de usá-los pela manhã, por-que algum inseto ou pequeno animal pode ter se alojado no interior deles durante a noite, para se aquecer.

É importante lembrar que as bebidas alcoólicas diminuem a resistência física, então o ideal é evitá-las. Outra dica da Defesa Civil é deixar com algum conhecido o roteiro da atividade, com informações como localização e duração do passeio. Na alimentação, dê preferência a alimentos não-perecíveis como biscoitos, leite em pó, café solúvel e frutas.

Em relação aos cuidados com o meio ambiente, uma das recomendações da Defesa Civil é não acender fogueiras, dando preferência ao uso de fogareiro ou similar. Se não houver alternativa, a orientação é manter a fogueira em pequenas dimensões e apagá-la totalmente ao deixar o local.

O turista não deve tomar banho com sabonete nem lavar louças com detergente em rios, lagos e nas-centes, para evitar poluição dos recur-sos hídricos, e recolher todo o lixo que produzir. Os atalhos também devem ser evitados, porque contribuem para a erosão do solo. O ideal é continuar sempre na trilha.

DICAS DE ECONOMIA→ Evite usar aparelhos elétricos no horário de pico, entre as 18hs e 21hs.

→ Incentive o condomínio a instalar temporizadores para controle de iluminação.

O que é?Desenvolvimento sustentável: → é o modelo de crescimento econômico global que satisfaz as necessidades atuais da humanidade sem comprometer a capacidade das futuras gerações para satisfazer suas

próprias necessidades.

SISTEMA DE RÁDIOS

/

Page 6: Companheiros do verde 04

Companheiros do

VERDE Dezembro 20096 Ano I.: Nº 4 – 2ª Quinzena

ENTREvISTA

ENTREVISTAMaria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha

A gestão adequada de pneus é complexa para

todos os países, pois não existem alternativas

de destinação final consideradas totalmente adequadas sob o ponto

de vista ambiental

Primeira mulher a ser nomeada para o Su-perior Tribunal Militar, a ministra Maria Eli-zabeth Guimarães Teixeira Rocha traz, nes-

ta entrevista, uma abordagem diferenciada quanto à decisão do Superior Tribunal Federal que proibiu a importação de pneus usados desde junho deste ano, que, segundo ela, é “uma vitória da socie-dade brasileira”. A ministra também faz comen-tários sobre a resolução do CONAMA que obriga o mercado a dar destinação final ambientalmente adequada aos pneus velhos.

Companheiros do verde - Como a senhora defi-ne a decisão do Supremo Tribunal Federal que proibiu, em junho deste ano, a importação de pneus usados?

Maria Elizabeth - Defino, primei-ramente, como uma vitória da sociedade brasileira. O pronun-ciamento da Suprema Corte asse-gurou a força normativa da Cons-tituição por dar operatividade ao direito fundamental concernente ao meio ambiente ecologicamen-te equilibrado e à saúde, conse-quentemente do direito à vida, previstos na Lei Fundamental.Num segundo plano, tal decisão constitui um indicador relevante da conscientização do Poder Ju-diciário acerca das sanções inter-nacionais, em caso de descumpri-mento dos Tratados e Pactos dos quais o Brasil seja signatário.

CV - O ministro Carlos Ayres Brito chegou a declarar que a condição de importador de pneus usados fazia do Brasil o “quintal do mundo”. Por que o país importou esses pneus por tanto tempo?

ME - O ministro Carlos Ayres definiu com muita propriedade a situação dos países que importam pneumáticos usados, dentre os quais, lamenta-velmente, incluía-se o Brasil. A gestão adequada de pneus é complexa para todos os países, pois não existem alternativas de destinação final consideradas totalmente ade-quadas sob o ponto de vista ambiental. Inadmis-sível, contudo, a solução que os países desen-volvidos querem fazer prevalecer que consiste em “exportá-los” para os países periféricos, tal como fazem com a África, alçando-os à condição de lixo do mundo. Daí a indigna-

ção do ministro Ayres Brito e da mi-nistra Carmen Lúcia, como

de resto da própria Divisão de Contenciosos do Itamaraty que articulou a defesa do Brasil jun-to à Organização Mundial de Comércio (OMC). Como representantes e porta-vozes do Estado, eles expurgaram, com veemência, a afronta que se queria perpetrar contra a soberania nacional.Com respeito à razão de o Brasil ter importa-do pneus durante tanto tempo, eu atribuo pri-mordialmente às divergências entre os órgãos estatais nos diversos níveis federativos. Efetiva-mente, a orientação legislativa da União Federal sempre se pautou no sentido de obstaculizar a importação de usados em geral, e em particu-lar os pneumáticos, devido ao perigo latente que representa seu descarte ao meio ambiente e à saúde pública.

CV - Como o Brasil lida com os pneus usados? O que é feito deles?

ME - Os métodos de eliminação de pneumá-ticos inservíveis são complexos e apresentam alta periculosidade. A incineração e o co-pro-cessamento em fábricas de cimento e em usi-nas de xisto-betuminoso comumente adotados, produzem gases tóxicos cancerígenos. Ade-mais, tal técnica possui capacidade limitada de eliminação e demanda filtros especiais para não comprometer a qualidade do ar. Uma outra modalidade é o aterro, que provoca a operação de separar de certas substâncias por meio de lavagem, os sais nela contidos e ocupa espaços muitos grandes. Desta forma, quando os pneus são depositados inteiros, desestruturam sua base, razão pela qual, muitos países proíbem tal disposição, incluindo a própria Comunidade Européia e o Brasil. Presentemente, avalia-se a utilização de pneus triturados na composição da manta asfáltica. Porém, por se tratar de um processo recente, ainda em fase de testes e não estando a tecno-logia totalmente dominada, seu manejo torna-se

difícil, insuficiente e oneroso para um país em desenvolvimento como o Brasil, com tantas prioridades.

CV - Uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA obriga o mercado a armazenar adequadamente pneus velhos. Como a senhora avalia essa decisão?

ME - A gestão ambiental dos pneus envolve eta-pas de produção, consumo, coleta e destinação fi-nal dos resíduos. Conforme salientei, não existem alternativas consideradas totalmente adequadas. Em alguma medida, todas as existentes, tanto no Brasil, quanto no mundo, causam impactos ne-fastos. Neste sentido, a Resolução do CONAMA 258/99 ao consagrar o princípio da responsabi-lidade do produtor e do importador, obrigando-os a coletarem e darem destinação final ambiental-mente adequada aos pneus inservíveis, propor-cionalmente ao volume de pneus fabricados ou introduzidos no mercado doméstico, é louvável. A implementação de normas pós-consumo me pare-ce fundamental por atender, ao menos formalmen-te, as disposições constitucionais que resguardam o meio ambiente e a saúde pública.

CV - E o cidadão, como deve proceder para des-cartar pneus inservíveis?

ME - O cidadão, no momento em for trocar os pneus de seu carro, deve deixá-los na loja ou revendedor onde efetuou a compra, a fim de que eles dêem a destinação adequada aos pneumá-ticos inservíveis. No Brasil, existem entidades criadas por fabricantes de pneus que cuidam, exclusivamente, de sua coleta, a exemplo da Associação Nacional da Indústria de Pneumá-ticos - ANIP. As pessoas levam os pneus usa-dos aos postos de coleta, também conhecidos como ecopontos, que se responsabilizam pelo encaminhamento e eliminação do produto de forma adequada. Por fim, há, também, artesãos organizados em cooperativas e ONGs que apro-veitam os pneus inservíveis para reciclagem e fabricação de cadeiras, mesas, lixeiras e puffs. Infelizmente, a dimensão territorial brasileira, aliada à ausência de conscientização ambiental, dificulta a coleta de pneus e seu encaminha-mento a ecopontos e destinadoras finais, quer por problemas logísticos – dificuldades de trans-portes – e de custos, quer por puro desinteres-se. É fundamental, porém, que tais resíduos não sejam descartados em lixões, ruas, rios e lagos nem, tampouco, queimados.

Page 7: Companheiros do verde 04

www.uniceub.br

•*OmelhorCentroUniversitáriodoCentro-Oestepela 4ªvezconsecutiva•OsegundoCentroUniversitáriodoBrasilcommaisestrelas,

conformeoGuia do Estudante,pela3ªvezconsecutiva•OmelhorcursodePropagandaeMarketingdoBrasilpela 2ªvezconsecutiva•4estrelas:Direito,RelaçõesInternacionaiseBiomedicina•3estrelas:Administração,ArquiteturaeUrbanismo,Ciências

Contábeis,EngenhariadeComputação,Fisioterapia,Nutrição,Pedagogia,PsicologiaePublicidadeePropaganda

AsinscriçõesparatransferênciaeretornoaosestudosnoUniCEUBestãoabertas.VocêtemmotivosdesobraparaserCEUB.

FaçasuatransferênciaparaoMelhorCentroUniversitáriodoCentro-Oeste*.

Page 8: Companheiros do verde 04

Companheiros do

VERDE Dezembro 20098 Ano I.: Nº 4 – 2ª Quinzena

RECICLAGEM

Pela primeira vez na capital da República, terrenos que fazem parte do patrimônio da União foram doados pelo governo aos catadores de lixo do Distrito Federal, por meio dos Catadores de Mate-riais Recicláveis do DF (Cencoop), para que eles passem a contar com uma infraestrutura que

poderá garantir uma renda mensal de R$ 1 mil a cada trabalhador, segundo estudos que o presidente da entidade, Ronei Alves da Silva, dispõe. “O catador, organizado, jamais será pisado”, defende.

A transferência dos terrenos foi feita pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU), do Minis-tério do Planejamento, e os terrenos somam 16 hectares, com um valor estimado em R$ 80 milhões pela própria Cencoop. As áreas transferidas estão situadas nas localidades de Riacho Fundo 2 (40 mil metros quadrados), Planaltina (40 mil metros quadrados), Setor Oeste/Cidade Estrutural (60 mil metros quadrados) e Lago Oeste (20 mil metros quadrados).

Para a coordenadora-geral de Bens da Administração Pública Federal da Secretaria de Patri-mônio da União, Marizete Bandini, a iniciativa se tornará uma referência mundial na questão de reciclagem de materiais, pela forma como os catadores locais estão estruturados em cooperativas reunidas em uma central.

Além disso, as centrais de materiais recicláveis que serão instaladas nesses terrenos vão ajudar o governo do Distrito Federal a resolver o problema do lixão da Via Estrutural, do qual dependem mi-lhares de pessoas que trabalham em condições precárias e estão organizadas em oito cooperativas, das 22 que fazem parte da central em todo o DF.

Marizete Bandini explicou que a doação foi feita por meio de um instrumento precário, para ga-rantir a posse dos terrenos aos catadores, enquanto o processo definitivo é preparado pelo governo. Esta foi a forma adotada para que os órgãos com recursos envolvidos pudessem liberá-los ainda este ano.

Entre esses órgãos, está o BNDES, que vai financiar os equipamentos e os galpões por meio da Fundação Banco do Brasil.

A transferências das áre-as é o resultado de uma série de ações iniciadas em maio de 2009, quando a SPU passou a integrar o Comitê Interministe-rial de Inclusão Social dos Ca-tadores de Material Reciclável.

Catadores de lixo recebem terrenos para instalar unidades de reciclagem

“Se soubesse que o mundo se acaba amanhã, eu ainda hoje plantaria uma árvore.”Martín Luther King

O Companheiros do Verde convidou o professor João Câmara* para responder a duas questões sobre aterro sanitário. Nesta edição, ele fala sobre as características de um aterro sanitário adequado e os temidos lixões que se formam pelas cidades.

1 – Nos aterros são depositados resíduos que não podem ser reaproveitados, nem reciclados. Cite algumas características de um aterro sanitário

adequado?O aterro é um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos (lixo domiciliar) no solo e precisa seguir critérios de engenharia e normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais. Por exemplo, o aterro precisa ocupar uma área adequada - sendo geralmente precedida de licenciamento ambiental realizado pelo órgão ambiental competente -, os aterros sanitários não devem ser construídos em áreas sujeitas à inundação, devem estar a uma distância mínima de 200 metros de qualquer curso d’água e deve ter fácil acesso para os caminhões coletores.O gerenciamento de um aterro deve incluir estações de poços de monitoramento da qualidade do ar e da água, para verificação de possíveis vazamentos e contaminação do lençol freático e corpos de água receptores dos efluentes líquidos tratados no aterro.Recomenda-se, sempre que possível, uma arborização adequada ao redor do aterro de modo a evitar erosões, dispersão da poeira e retenção dos odores.

2 – E o que caracteriza um lixão?Um lixão pode ser definido como um local onde há uma disposição final inadequada de resíduos

sólidos, caracterizada pela simples descarga sobre o solo sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. Neste caso, a descarga de resíduos a céu aberto é feita sem levar em consideração as características ambientais da área, como tipo de solo, vegetação, localização, drenagem, entre outras características importantes, havendo degradação ambiental localizada, destruição da flora e fauna, contaminação do lençol freático, liberação de gases com odores desagradáveis, espalhamento do lixo na superfície, com problemas sérios em épocas de chuva ou de ventos fortes, além de ocorrer presença de catadores em condições desumanas de trabalho e criação de animais, como porcos, cabras, galinhas, gado, que se alimentam de material contaminado, disseminando doenças.Os lixões sempre acarretam problemas à saúde pública, como proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos etc.), geração de maus odores e, principalmente, a poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas através do chorume (líquido de cor preta, com odor desagradável e de elevado potencial poluidor produzido pela decomposição da matéria orgânica contida no lixo), comprometendo os recursos hídricos. Agrava esses problemas nos lixões, a falta de controle de resíduos lançados, incluindo a disposição de dejetos originados dos serviços de saúde e das indústrias, com substâncias perigosas. Os lixões geralmente são localizados às margens de estradas, sobre manguezais (no litoral), em bairros de população de baixa renda, beira de lagoas e rios.*João Batista Drummond Câmara é graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Minas Gerais, mestre em Ecologia pela UnB, Doutorando em Desenvolvimento Sustentável pelo CDS/UnB (2006-2010) e professor do UniCeub.

DOIS PONTOS

CAPIvARA

– o maior roedor herbívoro do mundo– comum em várzeas e alagados– chega a pesar até 80 kg– encontrada na América do Sul e Central

Page 9: Companheiros do verde 04

Companheiros do

VERDEDezembro 2009 9Ano I.: Nº 4 – 2ª QuinzenaCIDADANIA

Curitiba - Na Ilha da Cotinga, em Paranaguá, 14 crianças estão sendo alfabetizadas em dois idiomas, o português e o guarani. No local, de importância histórica, onde os

colonizadores portugueses fizeram o primeiro contato com os ín-dios Carijó no Paraná, em 1524, vivem atualmente 12 famílias indígenas que sobrevivem da venda de artesanato.

A educação na ilha é de responsabilidade do Departamento da Diversidade da Secretaria de Estado da Educação (Seead). Segundo a coordenadora da área, Cristina Cremoneze, em todo o estado há 35 escolas de educação indígena que atendem aproxi-madamente 3 mil estudantes.

O filho do cacique da aldeia, Dionísio Rodrigues, - ou Kua-ray, seu nome indígena - conta que, antigamente, quando iam para a cidade sem estar preparados, os Guarani desistiam de estudar devido ao choque cultural. Segundo ele, na ilha, os pro-fessores não apenas ensinam, mas também aprendem o jeito de ser e os costumes indígenas.

De acordo com Cristina Cremoneze, as políticas públicas de inclusão permitem não só a preservação da cultura do povo indígena, mas também o respeito à diversidade. O governo possi-bilita a formação de professores indígenas que, após concluírem o curso do magistério, exercem a profissão nas próprias aldeias.

A professora Vânia Lúcia e a pedagoga Dinai Raquel contam que chegam à ilha diariamente com a preocupação de “deixar no continente as coisas que são do continente”. E garantem que quem vem trabalhar nas ilhas não quer mais sair porque o envol-vimento é muito grande. A maioria das aulas é dada ao ar livre, aproveitando a riqueza local para fazer o casamento entre conhe-cimentos universais e as tradições do povo indígena.

Na escola local, por enquanto, só existem as primeiras qua-tro séries do ensino fundamental. Kuaray reclama da dificuldade dos alunos em continuar os estudos porque têm que sair da ilha. “Há 200 anos não deixávamos o povo branco entrar em nossas terras, hoje sabemos o valor do conhecimento, temos que conhe-cer nossos direitos”, disse em tom de discurso.

em ilha no Paraná, crianças são alfabetizadas em dois idiomas

Page 10: Companheiros do verde 04

Companheiros do

VERDE Dezembro 2009Ano I.: Nº 4 – 2ª Quinzena10PARqUE DA MINhA CIDADE

Sou o Lupo. Adoro pular bem alto e lamber a cara das visitas que vão lá em casa. Quando são crianças que visitam, eu gosto de derrubá-las e ficar lambendo a carinha delas. Até o meu dono socorrer o visitante, já dei umas boas lambidas. Se me prendem quando chega uma pes-soa, acabo estragando o sapato de alguém. Sou muito legal. Só não venham me prender.

Philippe Alexis

BICHO AMIGO

•Envie a foto e a história do seu bicho amigo para [email protected]

Submeter um animal a maus-tratos é crime previsto no Artigo 32, da Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9.605), e pode acarretar em multa ou pena de três meses a um ano de prisão. Denunciar é sim-ples e quem procura ajuda não fica exposto a represálias do agressor.

No Distrito Federal, é possível denunciar maus tratos na Associa-ção Protetora dos Animais do Distrito Federal (ProAnima) pelo tele-fone 3032 3583 ou na Delegacia do Meio Ambiente da Polícia Civil, pelo número 3234 5481.

Latu sensuPós-graduação em Análise Ambiental e

Desenvolvimento Sustentável

A ação antrópica sobre o meio ambiente não é um fenômeno a ser entendido apenas do ponto de vista ambiental. Trata-se de uma relação

complexa, originada por demandas individuais e coletivas, que se fundamentam em aspectos culturais e sociais, e cujos reflexos são observados no modo como são explorados os recursos naturais.

Atualmente, muitas atividades econômicas necessitam da aprovação dos órgãos ambientais para a liberação de seus projetos. O estudo e avaliação da viabilidade desses empreendimentos geram demanda de profissionais capacitados para promover, tanto a elaboração destes estudos, como avaliar a qualidade dos estudos apresentados.

Os estudos ambientais envolvem o diagnóstico das condições ambientais e o prognóstico dos impactos gerados pela atividade antrópica. Ambos necessitam de informações cientificamente coletadas, adequadamente analisadas e interpretadas. Esses estudos devem ser ainda capazes de prever os riscos de degradação ambiental e as consequências para a qualidade de vida e a saúde das populações humanas afetadas.

Dos profissionais que atuam neste campo, é requerido conhecimento de biologia, ecologia, geologia, toxicologia, biodiversidade, química, agronomia, saúde, direito, entre outros. Dificilmente se encontram no mercado de trabalho, profissionais capazes de gerenciar tal volume de informações e integrá-las de forma a obter visão holística do meio ambiente.

Por outro lado, um grande número de profissionais está no mercado e demandam atualização e aprimoramento dos seus conhecimentos para o melhor exercício das suas atividades. Outros tantos chegam a este mercado sem que em sua formação tenha sido direcionada para este modelo de visão holística.

Assim sendo, para atender a essa demanda a Pós-Graduação do UniCeub oferece a pós-graduação lato sensu em Análise Ambiental e Desenvolvimento Sustentável como proposta de melhorar a qualificação dos profissionais que trabalham ou pretendem iniciar carreira em avaliação ou elaboração de projetos ambientais. Uma oportunidade aos portadores de diploma de nível superior nas diferentes áreas do saber.

*Assessor da Diretoria do ICPD, Centro Universitário de Brasília - UniCEUB

Em breve, os moradores de São Sebastião contarão com mais um espaço de lazer. As obras de revitalização do Parque Ambiental do Bosque da cidade estão a todo vapor. O Parque, criado há 15 anos, não contava com infraestrutura adequada para a prática de lazer. A parceria entre

a Novacap e a Administração Regional da cidade permitiu a mudança. No local, está em construção uma pista de cooper, uma ciclovia, parques infantis e um núcleo

ambiental. Cerca de 80% da primeira etapa das obras foram concluídas. A previsão é que o espaço seja entregue à comunidade, em 2010.

Segundo o administrador da cidade, Alan Valim, um dos objetivos da revitalização foi responder os pedidos da população. “A manutenção do espaço é importante para levar qualidade de vida para o morador de São Sebastião”, justificou o administrador. “Queremos conscientizar a comunidade para a importância que a manutenção do parque tem para cidade.”

De acordo com o administrador do parque, José Carlos Maciel, o espaço de São Sebastião tem características vege-tais distintas dos outros parques do Distrito Federal. Um dos diferenciais é a mata de galeria com grande potencial de umidade. Além de São Sebastião, esse tipo de ve-getação é encontrado apenas no parque de Sobradinho. “Essa vegetação nativa é da bacia hidrográfica do Rio São Bartolomeu”, explicou. “Além da mata nativa, mais 150 mudas de árvores foram plantadas no espaço”, disse.

ComunidadeO parque está localizado entre os bairros Vila Nova e Residencial do Bosque. A revitalização era

uma velha reivindicação da comunidade. Desde o início das obras, os moradores estão sensibilizados com a proposta de melhorias. Antes, a área era utilizada para jogar entulhos e refúgio de marginais.

Além de ter mais um espaço de lazer na cidade, os moradores esperam que a revitalização venha valorizar as casas que ficam nas proximidades. “A comunidade está bem acessível e aberta às questões ambientais. Queremos melhorias”, disse a moradora Ana Cristina Nascimento.

“A comunidade está empolgada. Já está mostrando iniciativa de zelo com o parque e, princi-palmente, com os cuidados contra a degradação ambiental”, lembrou José Carlos. “Eles não jogam lixo e quando observam alguém jogando, logo reclamam”, testemunha.

Em outra etapa do projeto, está prevista a instalação de bancos feitos com madeira de reflores-tamento, um anfiteatro, plantio de flores e espaço para atividades físicas.

Construção de uma pista de cooper, de ciclovias, parques infantis e de um núcleo ambiental atendem às principais reivindicações da comunidade de São Sebastião. Quiosque da Natureza será em breve mais uma atração

Transformação do Parque Ambiental do Bosque está próxima de ser concluída

Page 11: Companheiros do verde 04

Companheiros do

VERDEDezembro 2009 11Ano I.: Nº 4 – 2ª Quinzena

GASTRONOMIA

Comida e religião quase sempre caminha-ram juntas na história da humanidade. O Natal, a data mais tradicional do mundo ocidental, tem sua origem na celebração do nascimento de Jesus Cristo. Diversas culturas ao redor do mundo a celebram com suas particularidades, por exemplo, nos países latino-americanos, de

colonização predominantemente européia, a in-fluência da religião católica acabou sendo incorporada

aos hábitos de cada uma dessas culturas, principalmente na alimentação. No Chile, as galletas de navidad (biscoitos coloridos) são tradicionais; na Argentina, a torta de turrón (um tipo de alfajor enorme) é muito comum nessa época; um dos principais pratos natalinos na Venezuela é a hallaca, prima distante da nossa pamonha, que é uma massa de milho recheada com diver-sas carnes e outros ingredientes (pescados, frango, carne bovina, porco, passas, azeitonas, alcaparra, cebola, etc.) envoltas em folha de bananeira; no Peru, os tamales, outro primo distante da nossa pamonha, massa de milho recheada com os mais diversos ingredientes envoltos em casca de milho e cozidos em água. Eu poderia citar centenas de outros exemplos, mas nesse momento não é nosso foco.

O que ninguém pode negar é que, atualmente, o pa-netone é o mais tradicional, tanto na Europa como em toda América. A origem do panetone ainda é misteriosa e dentre as várias, ficaremos com a mais romântica. Trata-se da história de Ughetto Degli Antellari, ou apenas Ugo, um criador de fal-cões do duque e governante Ludovico Sforza, de Milão, capital da Lombardia, na Itália, no final do século XV. Ugo conheceu Adalgisa por quem se apaixonou, mas sua origem humilde dificultou seu relacionamento com a amada, proibida de en-

contrá-lo pelo pai, um padeiro chamado Toni. Mesmo assim, o jovem casal se encontrava em segredo quando nesse período o padei-ro Toni acabou adoecendo, comprometendo assim os negócios de sua família, o que fez com que Adalgisa ampliasse sua força de tra-balho na tentativa de manter o negócio.

Contra todos, Ugo resolveu ajudar a amada nas tarefas. Foi quando aprendeu que deveria utilizar mais manteiga para melhorar a qualidade dos pães, mas como era um produ-to muito caro, Ugo vendeu alguns de seus falcões e

comprou toda manteiga necessária. Imediatamente as vendas melhoraram e na tentativa de um resultado ainda

melhor, Ugo acrescentou açúcar na massa original, tornando o pão ainda mais popular. Como recompensa, ele recebeu a

felicidade de sua amada, o que o incentivou a evoluir e so-fisticar ainda mais o pão. Foi quando ele acrescentou cidra cristalizada (não confundir com a bebida Sidra) e na che-gada do natal ele acrescentou ainda passas. A partir desse momento, o que era famoso, ficou ainda mais. A cidade de Milão queria conhecer o famoso pão da padaria do Toni. A partir daí, o pão ficou conhecido como pão do Toni (em italiano: pan de Toni), se tornando, então, panetoni. Com o sucesso nos negócios, Toni e sua padaria prosperaram e sem hesitar aprovou o casamento da filha com Ugo.

Pelo formato semelhante a uma cúpula de igreja e uma marca de cruz resultante na forma de assar, a ligação entre a religião e a comida tornou o panetone uma das prin-cipais tradições do natal italiano e posteriormente mundial.

CURIOSIDADES DA GASTRONOMIAcom André Gubert [email protected]

A história do panetone

• 1xícaradeaçúcar

• 30gramasdefermentobiológico

• 2xícarasdeleitemorno

• 1kgdefarinhadetrigo

• 1colherdechádeSal

• 2ovosinteirose3gemas

• 5colheresdesopademargarina

• 200gdefrutascristalizadas

• 150gramasdeuvaspassas

• 2colheresdesopadeessênciade

panetone

Ingredientes

Foto

: C

edid

a

Page 12: Companheiros do verde 04

Companheiros do

VERDE Dezembro 200912 Ano I.: Nº 4 – 2ª Quinzena

ESPAçO DA ÁGUA

Dos 2.965 municípios pesquisados pela Agência Na-cional de Águas (ANA) para montar um atlas sobre o abastecimento no país, 64% – ou 1.896 – precisam

investir, até 2015, R$ 18,2 bilhões. Só assim a oferta de água estará garantida até 2025.

“Desses 18,2 bilhões, que atingem diretamente uma população de 100 milhões de habitantes, R$ 15,7 teriam como destino o investimento em mananciais e sistemas de produção de 752 municípios com mais de 50 mil habitan-tes, e R$ 2,5 bilhões, de 1.144 municípios com até 50 mil habitantes”, informou o presidente da ANA, José Machado.

Segundo ele, os maiores problemas apontados pelo estudo foram identificados nas regiões metropolitanas, com 286 dos 430 municípios apresentando problemas. “Isso re-presenta 66% dos municípios pesquisados, e um total de R$ 12 bilhões a serem investidos”.

“É nas regiões metropolitanas que encontramos a maior concentração populacional e o esgotamento dos recur-sos hídricos. Já os municípios pequenos carecem de respaldo institucional e técnico”, disse Machado. “As decisões preci-sam ser tomadas com rapidez, para que haja esforço con-centrado, porque a situação é emergencial em muitas dessas localidades”, acrescentou.

Dos 789 municípios pesquisados pela ANA na Re-gião Sul, 338 necessitam de investimentos – um montante de R$ 3,43 bilhões. E dos 1.892 municípios nordestinos, 1.388 estão na mesma situação e precisam de R$ 9 bilhões em investimentos.

Esses valores ainda não incluem os investimentos ne-cessários para os sistemas de esgotos. “Para melhorar a cap-tação de água é fundamental que invistamos também em sistemas de esgotos, de forma a evitar a contaminação. Isso representaria mais R$ 23 bilhões em investimentos, a serem destinados a 1.517 municípios, e totaliza um montante de R$ 41,1 bilhões a serem investidos”, disse o presidente da ANA.

O estudo apresentado pela agência abrange as regiões Nordeste e Sul do país, além das principais regiões metropoli-tanas. “Mas, hoje mesmo, vamos assinar um contrato visando à complementação do trabalho, para atingir todos os municí-pios do país no prazo de um ano”, anunciou Machado, que de-fende a constante atualização do atlas, de forma a ser utilizado para auxiliar as autoridades a tomar as decisões necessárias.

“Há municípios que sequer têm projetos, apesar de haver necessidade imediata de tomada de decisão. E esse atlas é uma ferramenta de aju-da aos governantes justamente para isso”, argumentou o diri-gente da ANA.

As informações sobre a situação de todos os 2.965 mu-nicípios pesquisados pela ANA já estão disponíveis no portal da agência (www.ana.gov.br/atlas). Ao selecionar a unidade federati-va desejada, o gestor terá acesso a toda a lista de municípios deta-lhados pelo estudo.

País precisa investir r$ 41 bilhões em água e esgoto até 2015, alerta ANA

“A sabedoria da natureza é tal que não produz nada de supérfluo ou inútil. ”

Nicolau Copérnico