os nobres companheiros do profeta muhammad (s.a.w.s.)

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  • 8/3/2019 Os Nobres Companheiros do Profeta Muhammad (s.a.w.s.)

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    OS NOBRES COMPANHEIROS DO PROFETA (ra)

    www.islamemlinha.com

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    Definindo os Companheiros do Profeta (radiallahu 'anhum)O significado lingustico do termo Sahaabah(companheiro) deriva da palavra Suhbah(amizade), que sugere, acompanhamento e estreita associao. No entanto, no Islam,a definio legal do termo sahaabah(companheiro) se refere a qualquer um que tenhase encontrado com o Profeta (sallallaahu 'alaihi wa sallam) em vida, mas depois de eleter recebido a misso de profeta e acreditado nele como Profeta e ento ter morrido nacondio de muulmano. Portanto, de acordo com esta definio, pode-se considerarum companheiro aquele/aquela que conheceu o Profeta (saw), por um longo perodoou no.

    Tambm, de acordo com esta definio, os Jinn(gnios) que se encontraram com oprofeta (saw) e acreditaram nele, tambm so considerados companheiros, assimcomo todos os anjos que se encontraram com o Profeta (saw).Excludos dessa definio esto aqueles que viram o Profeta (saw) em sonho ou queencontraram o Profeta (saw) mas no acreditaram em sua misso, mesmo que tenhamabraado o Islam depois de sua morte. Tambm esto excludos aqueles que seencontraram com Mohammad (saw) antes de ele receber a misso de Profeta, porm

    j acreditavam em sua (futura) misso como profeta. So exemplos, Buhaira, o mongeque se encontrou com Mohammad (saw) em Sham, na Sria, quando ele ainda era ummenino. Tambm excludos esto aqueles que abraaram o Islam durante a vida doProfeta (saw) mas nunca o viram. E tambm esto excludos aqueles que seencontraram com o Profeta (saw) depois de ele receber a misso como Profeta,acreditaram nele como Profeta, porm mais tarde renegaram a religio e morreram

    como infiis. No entanto, aquele que retornou para o Islam (de novo) ainda considerado um companheiro, mesmo que no tivesse encontrado o Profeta umasegunda vez.

    Formas de se Confirmar Corretamente Quem Um Companheiro do Profeta (saw)Al-Haafidh ibn Hajar Al-Asqalaani (rahimahullah) disse que so cinco as maneiras dese confirmar corretamente quem um Companheiro do Profeta (saw):1. Aquele que Suhbah(companheiro, amigo) do Mensageiro de Allah (saw) ficouamplamente conhecido de todas as geraes de muulmanos, seja pela evidncia de

    um texto no Alcoro ou pela evidncia de hadices autnticos extensamente narrados(mutawaatir).2. Aquele que Suhbah (companheiro, amigo) do Mensageiro de Allah (saw) ficouconhecido e firmemente estabelecido atravs de todas as geraes de muulmanospela evidncia de hadices autnticos que no foram narrados amplamente como oshadices da primeira categoria (hadeeth mash-hoor).3. Aquele que Suhbah(companheiro, amigo) do Mensageiro de Allah (saw), ficoufirmemente estabelecido por um dito autntico de um j conhecido Companheiro. Por

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    exemplo, seu dito: "Fulano um Companheiro (do Mensageiro de Allah). Ou seu dito:"Eu e fulano estvamos com o Mensageiro de Allah (saw)".4. Aquele que Suhbah(companheiro, amigo) do Mensageiro de Allah (saw), ficoufirmemente estabelecido por um dito autntico de um conhecido Taabi'ee (isto , ummuulmano de uma gerao aps a dos Companheiros, que encontrou um ou maisCompanheiros e morreu como muulmano.5. Aquele que Suhbah(companheiro, amigo) do Mensageiro de Allah (saw), ficoufirmemente estabelecido por um dito autntico de um Companheiro sobre ele mesmo,desde que atendidas as duas condies abaixo:1. Seu 'Adaalah(bom carter) foi firmemente estabelecido.2. Foi firmemente estabelecido que ele morreu durante o tempo de Mohammad comoProfeta (saw)O Bom Carter dos Companheiros do Profeta (saw)O significado lingustico de 'Adaalah(bom carter) ser consciente, escrupuloso. Noentanto, a definio legal de 'Adaalahno Islam se refere quele que protege suareligio, sempre se comporta de maneira virtuosa, evita aceitar os maneirismos quedesagradam as pessoas bem comportadas de seu tempo e lugar (desde que isto noacarrete abandonar qualquer coisa da sunnahou entrar em bid'ah). E tambm se referequele que fica longe, longe dos pecados maiores assim como dos menores e at de

    alguns atos permissveisAs pessoas de Ahl-us-Sunnah-wal-Jamaa'ahconcordam que todos os Sahaabah(Companheiros do Profeta) tinham um bom carter (ra). E isto porque Allah, o MaisElevado, os escolheu para serem os companheiros de Seu Profeta (saw). E as pessoasde Ahl-us-Sunnah-wal-Jamaa'ahusam como prova do bom carter de todos osCompanheiros as muitas evidncias do Alcoro e da sunnahautntica.

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    ALGUNS EXEMPLOS DE GRANDES PESSOAS

    Shaykh Abdullah bin Muhammad al-Mu'taz

    Existem grandes homens e mulheres na histria. Foram exemplos raros de justia,moral e das melhores qualidades que um ser humano pode ter.Deus, o Exaltado, nos falou bastante sobre esses homens e mulheres no SagradoAlcoro, estando acima de todos, o Mensageiro Mohammad, sallallahu`alaihi wa

    sallam, e os outros mensageiros, `alaihimus salaam, que foram grandes exemplos depacincia, f ejihadno caminho de Deus. Eles tambm lutaram contra as heresias eforam, na verdade, pessoas a serem seguidas. Deus, o Exaltado, descreveu ocomportamento moral e os modos do Profeta Mohammad, sallallahu`alaihi wa sallam,como:"Porque s ( Mohammad) de nobilssimo carter."(68:4)Narrado por Anas, radiyallahu `anhu:"Jamais toquei um veludo ou seda que fosse mais suave do que a mo do Mensageiro

    de Deus, sallallahu `alaihi wa sallam, e jamais senti aroma mais agradvel do que ocheiro do corpo do Mensageiro. Eu servi ao Mensageiro por 10 anos e ele nunca teveum gesto de irritao para comigo e nunca me pediu algo que eu no tivese feito (porque no?) e nunca me pediu algo que eu j tivesse feito (por qu?)" (Bukhari) O califa do Mensageiro, sallallahu `alaihi wa sallam, Abu Bakr, radiyallahu `anhu,ajudou o Mensageiro, sallallahu `alaihi wa sallam, com dinheiro ejihade foi o primeiro aacreditar no Profeta, sallallahu `alaihi wa sallam. Quando algumas pessoas renegaramo Islam, logo aps a morte do Profeta, Abu Bakr corajosamente ficou contra elas edisse: "(Por Deus, se eles se recusarem a pagar zakatpor conta de Deus) uma cabraque eles costumavam dar ao Mensageiro, sallallahu `alaihi wa sallam, lutarei contra

    eles."Umar ibn al-Khatab, radiyallahu `anhu, embora fosse Emir dos crentes, costumavacarregar farinha em suas costas para os muulmanos, e tambm costumava cozinharpara os rfos noite. Satans fugia do caminho de Omar, conforme relatado (emhadice), por causa de sua justia e proximidade com Deus.Uthman bin Affan, radiyallahu `anhu, terceiro califa, financiou uma expediomuulmana que foi chamada de "A Expedio dos Tempos Difceis", porque osmuulmanos eram muito pobres na poca. E Ali bin Abi Talib, radiyallahu `anhu, oquarto califa, foi indicado pelo Mensageiro, sallallahu `alaihi wa sallam, como o lder

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    dos muulmanos em uma guerra e ele, sallallahu `alaihi wa sallam, disse: "Darei aliderana a algum a quem Deus e Seu Mensageiro amam." Era Ali bin Abi Talib,radiyallahu `anhu, o grande e bravo guerreiro.Rabee` ibn Amir, radiyallahu `anhu, quando se dirigiu, como embaixador, ao chefe dospersas, recusou-se a curvar-se diante de Rustom, o monarca persa. E ele disse:"Viemos tir-lo da adorao criao para lev-lo adorao ao Criador."A f faz o impossvel parecer possvel.Na batalha de Badr, Umair ibn al-Hamam al-Ansari, radiyallahu `anhu, ouviu oMensageiro dizer: "Aquele que luta de frente para o inimigo e no (recuando)mostrando suas costas a ele, entrar no Paraso." Umar estava mastigando algumastmaras e ento ele as jogou fora e disse: "Ser uma vida longa ento, se eu esperarpara comer estas tmaras elas me impediro de entrar no Paraso." Ele lutou de frentecom o inimigo e morreu como um mrtir. Quando o Mensageiro recebeu a notcia, eledisse: "Agora ele est no Paraso, gozando de suas benesses." Amr ibn al Jamouh, radiyallahu `anhu, era aleijado. O Mensageiro,sallallahu `alaihi wasallam, disse a ele: "No se preocupe (com ojihad), voc est mancando e no pesaacusao sobre voc." E Deus revelou, com relao ao jihad dos deficientes: "Nohaver recriminao ao coxo..." (24:61)

    Mas isto no impediu que Ibn al Jamouh lutasse pela causa de Deus. Ele disse "Queroentrar no Paraso mancando" e ele foi e lutou at morte, como um mrtir.Um outrao exemplo de um grande homem Abu Dijana, que se transformou em umescudo para o Mensageiro na batalha de Uhud, para proteg-lo das setas do inimigo.Existem muitos outros grandes nomes para serem mencionados aqui, mas o espaono permite. Os livros sobre a histria islmica tm numerosos exemplos dessaspessoas, que se entregaram pelo prazer de Deus.Diz Deus, o Exaltado, a respeito"Entre os fiis, h homens que cumpriram o que haviam prometido, quando da suacomunho com Deus; h os que o consumaram (ao extremo) e outros que esperam,

    ainda, sem violarem a sua comunho, no mnimo que seja." (33:23)

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    Abu Bakr AssidikAbu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele), o companheiro mais prximo do profetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), no estava presentequando ele deu seu ltimo suspiro na casa de sua esposa Aicha, filha de Abu Bakr(que Deus esteja satisfeito com ele), mas foi ele quem deu a notcia para osmuulmanos de Madina.

    Aps os primeiros momentos de tristeza e dor pela morte do Profeta Muhammad(que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), Abu Bakr (que Deus estejasatisfeito com ele) foi para a mesquita e falou para as pessoas:" gentes, aquele que adora a Muhammad, eis que Muhammad est morto

    realmente. Mas, aquele que adore a Deus, eis que Ele est vivo e nunca morre."E concluiu com um versculo do Alcoro:"Muhammad no seno um Mensageiro, a quem outros mensageirosprecederam. Porventura, se morresse ou fosse morto, voltareies incredulidade? "(Alcoro Sagrado 3:144)Ao ouvirem essas palavras, as pessoas se consolaram, o abatimento cedeu lugar confiana e tranquilidade o momento crtico havia passado, mas a comunidademuulmana tinha agora um problema muito srio que era o de escolher um lder.

    Aps algumas discusses entre os companheiros do Profeta Muhammad (que a Paze a Bno de Deus estejam sobre ele), que tinham se reunido a fim de escolher older, ficou claro que ningum melhor e mais adequado para a responsabilidade do queAbu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele).Os muulmanos foram unnimes em eleg-lo como sucessor do Profeta Muhammad(que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), na hora da posse, ele proferiu umdiscurso no qual disse:''Fui eleito para liderar-vos e no sou o melhor dentre vs, se agir

    convenientemente, ajudai-me, e se errar, corrigi-me. O mais humilde entre vsser poderoso, pois estarei ao seu lado at que lhe seja feita justia; e o maisinfluente entre vs ser o mais humilde na minha considerao at que eureprima a injustia que ele cometer. Obedecei-me enquanto eu obedecer a Deus ea Seu Mensageiro. Se vier a desobedecer a Deus e a Seu Mensageiro, ento, euno tenho nenhum direito a que vocs me obedeam.''Antes do advento do Islam, Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele) eraconhecido como um homem de carter correto e de natureza afvel e compassivo, portoda sua vida ele foi sensvel ao sofrimento humano e gentil com os pobres enecessitados mesmo sendo rico, viveu muito simplesmente e usava seu dinheiro para a

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    caridade, libertao de escravos e pela causa do Islam, era comum passar noites emsplicas e oraes.

    Esse era o homem sobre quem o peso da liderana caiu, no perodo mais sensvel dahistria dos muulmanos, assim que a notcia da morte do Profeta Muhammad (quea Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), se espalhou, numerosas tribos serebelaram e se recusaram a pagar o Zakat, alegando que ele era devido somente aoProfeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele).

    Ao mesmo tempo, comearam a surgir numerosos impostores, alegando que acondio de profeta tinha passado para eles, alm disso, o Imprio Romano do Orientee o Imprio Persa comearam a ameaar o recm-nascido estado islmico de Madina.Diante de tais circunstncis, muitos companheiros do Profeta Muhammad (que a Paze a Bno de Deus estejam sobre ele), inclusive mar, aconselharam Abu Bakr (queDeus esteja satisfeito com ele) fazer concesses aos sonegadores do Zakat, pelomenos uma vez.

    O novo califa no concordou, ele insistia em que era uma lei divina que no podia serdesrespeitada, que no havia diferena entre as obrigaes do Zakat e o Salat e quequalquer acordo com as injunes de Deus acabariam por corromper as bases doIslam.

    As tribos revoltosas atacaram Madina mas os muulmanos estavam preparados, oprprio Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele) liderou um ataque que os forou

    a recuarem, a seguir, declarou uma guerra implacvel contra aqueles que seautoproclamavam profetas e ao final, muitos se submeteram e retornaram ao Islam.A ameaa do Imprio Romano na verdade tinha comeado mais cedo, com o ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), ainda vivo, oProfeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre), tinhaorganizado um exrcito liderado por Usama, filho de um liberto.

    O exrcito no foi muito longe porque o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bnode Deus estejam sobre ele), caiu doente, aps a morte dele, a questo apresentadaera se o exrcito deveria prosseguir ou ficar para defender a cidade de Madina, mais

    uma vez, Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele) mostrou uma firmedeterminao, ele disse:"Enviarei o exrcito de Usama da forma como o Profeta ordenou, ainda que eufique sozinho."As instrues finais dadas a Usama prescreviam um cdigo de conduta de guerra quepermanece at os dias de hoje:

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    "No desertem nem desobedeam. No matem um velho, uma mulher ou umacriana. No maltrate as palmeiras nem derrubem as rvores. No matemcarneiros e vacas ou camelos, a no ser para o alimento. Vocs encontraropessoas que passam a vida em monastrios. Deixai-as em paz e no asmolestem.''Em diversas ocasies, Khalid bin Walid tinha sido escolhido pelo Profeta Muhammad(que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), para chefiar os exrcitos, homemde grande coragem e nascido para chefiar, seu gnio militar acabou por destacardurante o califado de Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele), quando liderousuas tropas alcanando diversas vitrias sobre os romanos, uma outra contribuio deAbu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele) para a causa do Islam foi a coleo ecompilao dos versculos do Alcoro Sagrado.Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele) morreu no ano de 634 d.C, com a idadede 63 anos, e foi enterrado ao lado do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno deDeus estejam sobre ele), seu califado teve a durao de 27 meses mas, sob seucomando, a comunidade e o estado islmico foram consolidados.Disse o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele),sobre Abu bakr (que Deus esteja satisfeito com ele) :"Se eu tivesse que ter um amigo alm de meu Senhor, esse algum seria AbuBakr"

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    Umar Ibn Al Khattab

    Umar Ibn Al Khattab (que Deus esteja satisfeito com ele), foi escolhido sucessor deAbu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele), aps uma reunio dele com os maisproeminentes da comunidade, Umar (que Deus esteja satisfeito com ele), era de umafamlia coraixita respeitada, sabia ler e escrever, manejava bem a espada, tinha o domda oratria e sabia lutar, tinha uma personalidade dinmica, era franco e direto, jamaisescondia o que lhe ia mente, ainda que isso pudesse desagradar as pessoas.No incio da misso do Profeta as idias pregadas por Muhammad (que a Paz e aBno de Deus estejam sobre ele) o enfureciam da mesma forma que a outros

    notveis de Makkah e no aceitava que as pessoas se convertessem ao Islam. Quando sua escrava se converteu ele lhe bateu at ficar exausto e lhe disse: "Eu parei de bater porque estou cansado e no por pena de voc."A histria de sua converso interessante, certo dia, cheio de raiva contra o ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), ele pegou suaespada e saiu para mat-lo, um amigo o encontrou pelo caminho, quando Umar (queDeus esteja satisfeito com ele) lhe disse o que estava planejando fazer, seu amigo lhedisse que a prpria irm dele e o marido, haviam aceitado o Islam.

    Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) partiu direto para a casa de sua irm e aencontrou lendo pginas do Alcoro e lhe bateu sem d nem piedade, ferida esangrando, ela disse ao irmo:"Umar, voc pode fazer o que quiser mas no pode afastar nossos coraes doIslam."

    Essas palavras produziram um efeito estranho em Umar (que Deus esteja satisfeitocom ele) que f era aquela que fazia com que mulheres fracas ficassem to fortes? Elepediu a sua irm que lhe mostrasse o que estava lendo e imediatamente se rendeu s

    palavras do Alcoro Sagrado:1- Tudo quanto existe nos cus e na terra glorifica Deus, porque Ele oPoderoso, o Prudentssimo.2- Seu o reino dos cus e da terra; d a vida e d a morte, e Onipotente.3- Ele o Primeiro e o ltimo; o Visvel e o Invisvel, e Onisciente.4- Ele foi Quem criou os cus e a terra, em seis dias; ento, assumiu o trono. Elebem conhece o que penetra na terra e tudo quanto dela sai; o que desce do cu etudo quanto a ele ascende, e est convosco onde quer que estejais, e bem vtudo quanto fazeis.5- Seu o reino dos cus e da terra, e a Deus retornaro todos os assuntos.

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    6- Ele insere a noite no dia e o dia na noite, e Sabedor das intimidades doscoraes.7- Crede em Deus e em Seu Mensageiro, e fazei caridade daquilo que Ele vos fezherdar. E aqueles que, dentre vs, crerem e fizerem caridade, obtero umagrande recompensa.8- E que escusas tereis para no crerdes em Deus, se o Mensageiro vos exorta acrerdes no vosso Senhor?(Alcoro Sagrado 57: 1 ao 8)Ento ele se dirigiu casa onde o profeta estava e jurou fidelidade a ele. Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) no fez segredo de sua aceitao do Islam,reuniu-se aos muulmanos e rezou na Kaaba, essa coragem e devoo de um cidadoinfluente de Makkah levantou o moral da pequena comunidade de muulmanos. Mas, tambm Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) passou por privaes equando a permisso para migrar para Madina chegou ele deixou a cidade, a firmeza deseus julgamentos, sua devoo ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno deDeus estejam sobre ele), sua ousadia e correo angariaram para ele a confiana queo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), apenastinha dado ao companheiro Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele).O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), lhe deu ottulo de "Faruq", aquele que separa a verdade da falsidade, durante o califado de AbuBakr (que Deus esteja satisfeito com ele), Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) foi

    seu mais prximo ajudante e conselheiro quando Abu Bakr (que Deus esteja satisfeitocom ele) morreu, todos em Madina lhe juraram obedincia e ele foi proclamado Califa.Aps tomar posse, Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) falou aos muulmanos deMadina:" povo de Madina, vocs tm direitos sobre mim que devero sempre serreivindicados. Um desses direitos o de que quem vier at mim para pedir devesair satisfeito. Um outro direito que vocs devem exigir que eu no useinjustamente as receitas do estado. Tambm podem exigir que eu fortalea suasfronteiras e no os coloque em perigo. Tambm seu direito que, ao sarem para

    lutar, eu cuide de suas famlias como um pai faria na sua ausncia. povo deMadina, permaneam conscientes de Deus, perdoem minhas faltas e ajudem-meem minha tarefa. Orientem-me no bem e proibam-me o mal. Aconselhem-me emrelao s obrigaes que Deus me imps..."A caracterstica mas notvel do califado de Umar (que Deus esteja satisfeito com ele)foi a grande expanso do Islam, foram vrias as conquistas, alm da Arbia, o Iraque,a Palestina e o Ir ficaram sobre a proteo do governo islmico mas a grandeza deUmar (que Deus esteja satisfeito com ele) est na qualidade de seu governo, ele deuum sentido prtico s injunes Alcornicas.

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    " fiis, sede firmes em observardes a justia, atuando de testemunhas, poramor a Deus, ainda que o testemunho seja contra vs mesmos, contra os vossospais ou contra vossos parentes, seja o acusado rico ou pobre, porque a Deusincumbe proteg-los."(Alcoro Sagrado 4:135)Certa vez, uma mulher apresentou uma queixa contra Umar (que Deus esteja satisfeitocom ele) quando ele apareceu no julgamento perante o juiz, este se levantou em sinalde respeito por ele. Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) o repreendeu dizendo:"Este o primeiro ato de injustia que voc fez com esta mulher!"Ele insistia em que os governadores indicados por ele deviam viver uma vida simples eser acessveis queles que os procurassem e que ele prprio era o exemplo para elesmuitas vezes enviados e mensageiros mandados por outros dignitrios o encontraramdescansando debaixo de uma palmeira ou rezando na mesquita entre o povo, e eradifcil distinguir entre todos quem era o Califa.

    Muitas noites ele passava acordado percorrendo as ruas de Madina, para ver sealgum estava precisando de alguma coisa, o aspecto geral do ponto de vista social emoral da sociedade muulmana daquela poca est ilustrado nas palavras de umegpcio que havia sido enviado para espionar os muulmanos, durante a campanhaegpcia, ele contou:"Vi um povo, todos amam mais a morte do que a vida. Cultivam a humildade maisdo que o orgulho. Ningum tem ambio material. Seu modo de viver simples.

    Seu lder igual a eles. No fazem distino entre o superior e o inferior, entre osenhor e o escravo. Quando chega a hora da orao, ningum fica para trs ..."Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) deu ao seu governo uma estruturaadministrativa, criou os departamentos do tesouro, do exrcito e das receitas pblicas,estabeleceu salrios regulares para os soldado, fez um censo da populao, fezpesquisas no sentido de estipular taxas eqitativas.

    Novas cidades foram fundadas, as reas que ficaram sob o domnio muulmano ele asdividiu em provncias e indicou os governadores, novas estradas foram abertas ealojamentos foram construdos, foram criados fundos pblicos para amparar os pobres

    e necessitados.

    Ele definiu, de fato e pelo exemplo, os direitos dos no muulmanos, a seguir,mostramos um exemplo de um contrato com os cristos de Jerusalm:"Esta uma proteo que o servo de Deus, Omar, o governante dos crentes,concede s pessoas de Eiliya (Jerusalm). A proteo para suas vidas e bens,suas igrejas e cruzes, suas doenas e sade, e alcana a todos os seuscorreligionrios. Suas igrejas no devem ser usadas como habitao e nemdevem ser demolidas, nem qualquer ataque a elas ou a seus componentes ou s

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    suas cruzes e nem suas propriedades sero feitos de qualquer forma. No hcompulso em matria religiosa para essas pessoas e nem devem sofrerqualquer injria por conta da religio. O que est escrito aqui est de acordo comas ordens de Deus e a responsabilidade de Seu Mensageiro, dos califas e doscrentes e ser melhor, na medida em que paguem o Jizya (imposto devido para adefesa de no muulmanos) imposta a eles."Os no muulmanos que lutaram juntamente com os muulmanos, foram isentados dopagamento do Jizya e quando os muulmanos se retiravam da cidade em que cidadosno muulmanos tinham pago aquela taxa para sua defesa, o valor da taxa eradevolvido, o velho, o pobre, o deficiente, muulmano ou no, eram igualmenteamparados pelos recursos do tesouro e dos fundos do Zakat. No ano de 23, depois da Hgira, quando Umar (que Deus esteja satisfeito com ele)retornava da peregrinao a Madina, ele levantou as mos e orou:" Deus! Estou entrado nos anos, meus ossos esto gastos, minhas forasdeclinantes e o povo por quem sou responsvel se espalhou e foi longe. Chama-me de volta a Ti, meu Senhor!"Algum tempo mais tarde, o Califa Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) morreuassassinado por um cristo persa, enquanto dirigia a orao da alvorada, na mesquitado Profeta, em Madina, no final do ms de Dul Hijja, no ano 23 da Hgira, Abu LuluFeroze, que tinha ressentimentos contra ele, atacou-o dando-lhe diversas punhaladas,Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) cambaleou e caiu ao cho, quando ele

    percebeu quem era o assassino ele disse:"Graas Senhor, por ele no ser um muulmano."Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) morreu 24 anos depois da Hgira e foienterrado ao lado do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejamsobre ele).Disse o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele)sobre Umar (que Deus esteja satisfeito com ele):"Deus colocou a verdade na boca e no corao de Umar."

    Disse Abdallah Ibn Masd, companheiro do ProfetaMuhammad (que a Paz e aBno de Deus estejam sobre ele), sobre Umar (que Deus esteja satisfeito com ele):''A sua converso foi uma conquista, sua emigrao uma vitria e seu califadouma misericrdia.''

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    Uthman Ibn Affan

    Antes de morrer em decorrncia das punhaladas, as pessoas perguntaram a Umar(que Deus esteja satisfeito com ele) quem ele indicava como seu sucessor, Umar (queDeus esteja satisfeito com ele) indicou um comit composto por 6 dos dezcompanheiros que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejamsobre ele) tinha dito:"Eles so as pessoas do Cu"

    'Ali, Uthman, Abdul Rahman, Sa'ad, Az-Zubair e Tal'ha, para escolher o prximo califa

    dentre eles, ele tambm esboou os procedimentos a serem adotados no caso desurgir qualquer divergncia de opinio, Abdul Rahman retirou seu nome mas foiautorizado pelo comit a nomear o Califa.Depois de dois dias de discusso entre os candidatos e aps ouvida a opinio dosmuulmanos de Madina, verificou-se o empate entre Uthman (que Deus estejasatisfeito com ele) e Ali (que Deus esteja satisfeito com ele).Abdul Rahman veio at a mesquita junto com outros muulmanos e aps um brevediscurso e jurou fidelidade a Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) todos ospresentes fizeram o mesmo e Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) se tornou o

    terceiro Califa do Islam.Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) nasceu sete anos depois do ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) ele pertencia aoramo Omada da tribo coraixita, ele aprendeu a ler e a escrever muito cedo e jovemtornou-se um mercador de sucesso.

    Ele e Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com ele) eram amigos ntimos e foi Abu Bakr(que Deus esteja satisfeito com ele) quem o trouxe para o Islam quando ele estava com34 anos, alguns anos mais tarde, casou-se com a segunda filha do Profeta Muhammad

    (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), Ruqayya. Apesar de sua riqueza e posio, seus parentes submeteram-no tortura por causa desua converso ao Islam, o que o forou a migrar para a Abissnia, mais tarde ele voltoua Makkah, mas logo migra para Madina com outros muulmanos.

    Em Madina seus negcios comearam a florescer de novo e ele retomou sua antigaprosperidade, a generosidade de Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) notinha limites, em vrias ocasies usou de seus bens em prol do bem-estar dosmuulmanos e para equipar os exrcitos muulmanos, por isso passou a serconhecido com "Ghani", isto , "Generoso".

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    Um pouco antes da batalha de Badr, sua esposa, Ruqayya, ficou doente e, por causadisso, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) oisentou de participar da luta, a doena de Ruqayya foi fatal, deixando Uthman (queDeus esteja satisfeito com ele) profundamente mortificado, mais tarde casou-se comuma outra filha do Profeta, Kulthum, por causa do privilgio de ter-se casado com duasfilhas do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele),Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) passou a ser conhecido como "opossuidor de duas luzes".Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) participou das batalhas de Uhud e daTrincheira aps o confronto de Trincheira, o Profeta Muhammad (que a Paz e aBno de Deus estejam sobre ele) determinou a peregrinao a Makka e mandouUthman (que Deus esteja satisfeito com ele) como seu emissrio aos coraixitas,quando ele foi detido, o episdio terminou com o tratado com o povo de Makkah,

    conhecido como o tratado de Hudaibya.A descrio que temos de Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) a de umhomem modesto, honesto, suave, generoso e muito gentil, que se destacavaprincipalmente por sua modstia.

    Muitas vezes passava as noites em orao, jejuava todo segundo ou terceiro dia dasemana, fazia o Hajj (peregrinao) todo ano e cuidava dos necessitados de toda acomunidade.Apesar de sua fortuna, ele vivia muito simplesmente e dormia sobre a areia do ptio da

    mesquita do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele),Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) que havia decorado o Alcoro Sagrado econhecia o contexto e as circunstncias relacionados a cada versculo. Durante o governo de Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele), as caractersticasdos califados de Abu Bakr e de Umar (que Deus esteja satisfeito com eles) justiaimparcial para todos, polticas humanas e amenas, empenho no caminho de Deus eexpanso do Islam, continuaram.

    Os domnios de Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) se estenderam aoMarrocos, Afeganisto e ao norte da Armnia e Azerbaijo, durante seu califado, a

    marinha foi organizada, as divises administrativas do estado foram revisadas e muitosprojetos pblicos foram completados.Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) enviou os mais proeminentescompanheiros do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobreele) com delegados a vrias provncias para verificar a conduta dos oficiais e ascondies do povo.

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    A sua mais notvel contribuio para a religio islmica foi a compilao de um textocompleto do Alcoro Sagrado muitas cpias foram feitas desse texto e distribudas portodo o mundo muulmano.Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) governou por doze anos, os primeiros seisanos foram marcados por uma paz e tranqilidade internas, mas, na segunda metadede seu califado houve uma rebelio, os judeus e os magians, se aproveitando dainsatisfao entre as pessoas, comearam a conspirar contra Uthman (que Deus estejasatisfeito com ele), angariando tanta simpatia que ficou difcil distinguir os amigos dosinimigos.

    Pode parecer surpreendente que um governante de to vastos territrios, cujosexrcitos eram sem igual, fosse incapaz de lidar com aqueles rebeldes.

    Se Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) tivesse desejado, a rebelio poderia tersido esmagada logo no seu incio, mas ele relutou em ser o primeiro a derramar osangue de muulmanos, ainda que revoltosos, mas muulmanos. Ele preferiu persuadi-los com gentileza e generosidade, ele bem se lembrava do Profeta Muhammad(que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) dizer: "Uma vez que a espada seja desembainhada entre meus seguidores, ela no serembainhada at o ltimo Dia."Os rebeldes pediram a sua renncia e alguns dos companheiros o aconselharam nessesentido, certamente que ele teria seguido esse conselho, mas estava preso a um

    compromisso solene com o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deusestejam sobre ele)."Talvez Deus o vestir com uma camisa, Uthman"

    disse-lhe certa vez o Profeta:"E se as pessoas quiserem tir-la no permita."

    Um dia, quando sua casa estava cercada pelos revoltosos, Uthman (que Deus estejasatisfeito com ele) disse a um simpatizante do movimento:"O Mensageiro de Deus fez um acordo comigo e eu mostrarei firmeza".Aps um longo cerco, os rebeldes entraram na casa de Uthman (que Deus estejasatisfeito com ele) e o assassinaram, quando a primeira espada atravessou seu corpoele estava recitando o versculo"...Deus ser-vos- suficiente contra eles e Ele o Oniouvinte, o Sapientssimo."(Alcoro Sagrado 2:137)

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    Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) morreu na tarde de uma sexta-feira, aosoitenta e cinco anos, o fria dos rebeldes era to grande que seu corpo permaneceuinsepulto at a noite de sbado, quando foi enterrado com suas roupas sujas desangue, a mortalha que convm a todos os mrtires da causa de Deus. No respeitaram a sua velhice, a sua amizade com o Profeta Muhammad (que a Paze a Bno de Deus estejam sobre ele), o seu apoio incomparvel causa do Islamnos momentos mais difceis.Disse o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele)sobre Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele):"Todo Profeta tem um auxiliar e o meu ser Uthman"

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    'Ali Ibn Abu Talib

    'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) era primo e genro do Profeta Muhammad(que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), mais do que isso, ele havia sidocriado na casa do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejamsobre ele), mais tarde, casou-se com Ftima, a filha mais nova do Profeta Muhammad

    (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), e permaneceu prximo a elepor cerca de trinta anos.'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) tinha dez anos quando a mensagem chegouat o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), uma

    noite ele viu o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobreele) e sua esposa Khadija, se curvando e prostrando.

    Ele perguntou ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobreele) o que significava aquilo e o Profeta lhe disse que estavam rezando a Deus e queele poderia tambm aceitar o Islam, 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) respondeuque gostaria de primeiro perguntar a seu pai a respeito.

    Ele passou uma noite sem dormir e na manh seguinte dirigiu-se ao Profeta e disse:"Quando Deus me criou ele no consultou meu pai, portanto, porque deveria consult-

    lo para servir a Deus?"E aceitou a verdade da mensagem do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno deDeus estejam sobre ele) quando a ordem divina chegou "E admoesta os teusparentes mais prximos", Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejamsobre ele) convidou seus parentes para uma refeio. Quando terminou, dirigiu-se aeles e perguntou:"Quem se juntar a mim pela causa de Deus?"

    Por um instante, houve um silncio completo e ento 'Ali (que Deus esteja satisfeito

    com ele) se levantou."Sou o mais jovem de todos os presentes aqui, meus olhos me incomodamporque esto inflamados e minhas pernas so finas e fracas, mas juntar-me-ei a tie te ajudarei no que eu puder."

    Os presentes riram zombaram dele, mas, durante as difceis guerras em Makkah,'Ali(que Deus esteja satisfeito com ele) permaneceu fiel s suas palavras e enfrentoutodas as dificuldades a que foram submetidos os muulmanos.

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    Quando os coraixitas planejaram matar o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bnode Deus estejam sobre ele)), foi a 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) queencontraram dormindo na cama do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno deDeus estejam sobre ele), foi a ele que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bnode Deus estejam sobre ele), ao deixar Makkah, confiou os valores que estavam sobsua custdia para serem devolvidos a seus legtimos donos.

    'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) lutou em todas as batalhas no incio do Islamcom grande distino, especialmente na expedio a Khaybar, diz-se que na batalhade Uhud ele recebeu mais de dezesseis ferimentos.O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) tinhamuito carinho por ele e o chamava por diversos nomes afetuosos, certa vez o ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) o encontroudormindo na poeira, ele escovou as roupas de 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele)e disse carinhosamente; "levante-se Abu Turab (pai do p)" tambm tinha o ttulo de''Asadullah'', o leo de Deus.A humildade, austeridade, piedade, profundo conhecimento do Alcoro Sagrado e todaa sua sagacidade lhe deram grande distino entre os companheiros do ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele).Abu Bakr, Umar e Uthman (que Deus esteja satisfeito com eles) costumavam consult-lo freqentemente durante seus califados, muitas vezes Umar (que Deus estejasatisfeito com ele) o indicava como o vice-gerente em Madina quando se ausentava da

    cidade.

    'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) tambm foi um grande exegeta da literaturarabe e pioneiro no campo da gramtica e da retrica, seus discursos, sermes ecartas serviram por geraes como modelo de expresso literria apesar dessapersonalidade verstil, permaneceu um homem modesto e humilde.'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) e seus familiares viveram uma vidaextremamente simples e austera algumas vezes passavam fome por causa dagenerosidade de 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) e ningum que pedisse porsocorro ficava de mos vazias, e no mudou, mesmo quando se tornou o governante

    de um vasto domnio.Conforme citado antes, 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) aceitou o califado muitorelutantemente, a morte de Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) e os eventosao redor eram um sintoma e tambm se tornaram causa de conflitos civis em grandeescala.Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) sentia que a trgica situao devia-se,principalmente, a governadores ineptos, assim, ele demitiu todos os governadores quetinham sido indicados por Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele) e indicou novos.

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    Todos, com exceo de Muawiya, o governador da Sria, se submeteram s suasordens, Muawiya se esquivou de obedecer at que o sangue de Uthman (que Deusesteja satisfeito com ele) fosse vingado.

    A viva do Profeta, Aicha, tambm tomou a posio de que 'Ali (que Deus estejasatisfeito com ele) primeiro deveria punir os assassinos, devido s condies caticasdurante os ltimos dias de Uthman (que Deus esteja satisfeito com ele), era muito difcildescobrir os assassinos e 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) se recusou a punirqualquer um que no fosse comprovadamente culpado.

    A situao no Hijaz (a parte da Arbia onde Makkah e Madina se situam) tornou-se toproblemtica que 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) mudou a capital para oIraque.No entanto, ainda que o califado de 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) estivesseenvolvido em conflitos civis, ele conseguiu introduzir uma srie de reformas,particularmente na cobrana e arrecadao de receitas.Corria o ano 40 da Hgira, um grupo de fanticos, chamado de Kharijitas, que tinharompido com 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) devido a seu acordo comMuawiya, reivindicava que nem 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele), o Califa, nemMuawiya, o governante da Sria, nem Amr Bin Al-Aas, o governante do Egito, erammerecedores do governo.

    Na verdade, eles chegaram ao ponto de dizer que o verdadeiro califado tinha chegado

    ao fim com Umar (que Deus esteja satisfeito com ele) e que os muulmanos deveriamviver sem qualquer governante exceto Deus. Juraram matar os trs governantes eenviaram matadores nas trs direes.

    Os que tinham sido indicados para matar Muawiya e Amr no conseguiram o seuintento, foram capturados e executados, mas Ibn-i-Muljim, o assassino encarregado dematar 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele), conseguiu cumprir sua tarefa.Uma manh, quando 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele), estava orando namesquita, Ibn-i-Muljim golpeou-o com uma espada envenenada, e no vigsimo dia doms de Ramadan, 'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele) morreu, com ele termina o

    perodo dos Califas Probos.Depois de Ali (que Deus esteja satisfeito com ele), Muawiya assumiu o califado, que, apartir de ento, passou a ser hereditrio.Disse o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre) sobre'Ali (que Deus esteja satisfeito com ele)

    "Voc ('Ali) meu irmo neste mundo e no outro."

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    Salman o Persa

    Esta a histria de um homem que sempre buscou a Verdade, a histria de Salman, oPersa, tirada, em primeiro lugar, de suas prprias palavras:"Cresci na cidade de Isfahan, na Prsia, na vila de Jayyan. Meu pai era o Dihqan, ouseja, a autoridade maior da vila. Ele era o mais rico do lugar e sua casa a maior detodas.Meu pai sempre me amou, mais do que a qualquer outra pessoa. Com o passar dotempo, seu amor por mim se tornou to forte e maravilhoso que ele temia me perder ou

    que qualquer coisa pudesse me acontecer. Em decorrncia, ele me mantinha em casa,como um verdadeiro prisioneiro, da mesma forma que as jovens eram mantidas.Tornei-me devoto fervoroso do zoroastrismo e assim, alcancei a posio de guardiodo fogo, que adorvamos. Minha obrigao consistia em manter as chamas queimandosempre e que elas no se apagassem nem por uma nica hora. Meu pai tinha uma grande propriedade que produzia excelentes resultados. Ele mesmocuidava da propriedade e da colheita. Um dia ele estava muito ocupado com suasobrigaes como dihqanda vila e me disse:''Filho, como voc v, estou muito ocupado para ir at a propriedade agora. Portanto,hoje, v voc e cuide dos assuntos por mim.''No caminho para a propriedade, passei por uma igreja crist e as vozes em oraochamaram minha ateno. No sabia nada sobre o cristianismo ou sobre os seguidoresde qualquer outra religio, uma vez que meu pai me mantinha preso em casa, afastadodas pessoas. Quando ouvi as vozes dos fiis, entrei na igreja para ver o que elesestavam fazendo.Fiquei impressionado com o modo de eles rezarem e me senti atrado pela religiodeles. ''Por Deus" eu disse, "esta melhor do que a nossa. No os deixarei at que o

    sol se ponha.''Indaguei e me disseram que a religio crist tinha se originado em Ashsham (a GrandeSria). No fui para a propriedade de meu aquele dia e noite retornei para casa. Aoencontrar meu pai ele me perguntou o que eu havia feito. Contei-lhe sobre o meuencontro com os cristos e como eu havia ficado impressionado com a sua religio. Elese assombrou e disse:''Meu filho, no h nada de bom naquela religio. A sua religio e a de seus ancestrais melhor.''

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    ''No, a religio deles melhor do que a nossa''. Eu insisti.Meu pai ficou aborrecido e com medo que eu abandonasse nossa religio. Assim, eleme manteve trancado em casa e colocou correntes em meus ps. No entanto,consegui mandar uma mensagem aos cristos, pedindo-lhes que me informassemsobre qualquer caravana que estivesse partindo para a Sria.

    Logo eles entraram em contato comigo e me disseram que uma caravana estava indopara l. Consegui me soltar e, disfarado, acompanhei a caravana. Quando cheguei Sria, perguntei quem era o chefe da religio crist e me encaminharam ao bispo daigreja.

    ''Quero me tornar um cristo e gostaria de ficar a seu servio, aprender e rezar comvoc.''O bispo concordou e eu entrei para a igreja, a servio dele. Logo descobri, contudo,que o homem era um corrupto. Ele pedia dinheiro aos seus seguidores em troca dapromessa de abeno-los. No entanto, todo o dinheiro que ele recebia para ser gastoem nome de Deus, ele guardava consigo e no dava nada aos pobres e necessitados.E, assim, ele juntou uma grande quantidade de ouro. Quando o bispo morreu e oscristos vieram para enterr-lo, eu lhes falei sobre suas prticas corruptas e lhesmostrei onde ele guardava as doaes.

    Quando viram os enormes jarros cheios de ouro e prata disseram:''Por Deus, no o enterraremos.'' Prenderam-no numa cruz e atiraram-lhe pedras.Continuei a servio da pessoa que o substituiu. O novo bispo era uma pessoa asctica,que almejava o paraso e se ocupava da adorao dia e noite. Dediquei-me muito a elee passei um longo tempo em sua companhia."Depois da morte do bispo, Salman se ligou a vrios religiosos cristos em Mosul,Nisibis e em outros lugares, at que ele ouviu falar sobre o surgimento de um profetaem terras rabes, que tinha a reputao de ser uma pessoa muito honesta, queaceitava um presente mas nunca usava o produto da caridade (sadaqah) para si

    prprio.Salman continua sua histria.

    "Um grupo de chefes rabes da tribo de Kalb passou em Ammuriyah e eu lhes pedi queme levassem com eles terra dos rabes e eu lhes pagaria por isso. Eles concordarame eu lhes paguei. Quando alcanamos Wadi Al Qura (um lugar entre Medina e Sria),eles quebraram o trato e me venderam a um judeu. Trabalhei como escravo, masfinalmente ele me vendeu para um sobrinho que pertencia tribo de Banu Qurayzah.

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    Este sobrinho me levou com ele para Yathrib, a cidade das palmeiras, que era como oscristos de Ammuriyah chamavam a cidade.Naquela poca, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejamsobre ele) estava convidando seu povo em Makkah para aderir ao Islam, mas eumesmo ainda no tinha ouvido nada a respeito dele por causa das pesadasresponsabilidades que a escravido me impunham.Quando o Profeta chegou a Yathrib, depois de sua Hgira em Makkah, eu estava noalto de uma palmeira pertencente ao meu dono, fazendo meu trabalho. Meu donoestava sentado sob a rvore. Um sobrinho seu chegou e disse: ''Que Deus declare guerra aos Aws e aos Khazraj (as duas principais tribos de Yathrib).Por Deus, eles agora esto reunidos em Quba para encontrar um homem que chegouhoje de Makkah e que diz ser um Profeta.''Senti um arrebatamento assim que ouvi aquelas palavras e comecei a tremer toviolentamente que tive medo de cair sobre meu dono. Rapidamente desci da rvore efalei com o sobrinho de meu dono. ''O que voc disse? Repita a notcia para mim.'' Meu dono ficou muito zangado e me deu uma terrvel bofetada. ''Qual a importnciaque isso tem para voc? Volte para o que estava fazendo''. Ele gritou. Naquela noite, peguei algumas tmaras que eu havia colhido e fui ao lugar onde oProfeta estava. Fui at ele e disse:"Ouvi dizer que voc um homem justo e que tem companheiros com voc que soestrangeiros e que esto necessitados. Trago-lhe isto como sadakah. Vejo que vocmerece mais do que os outros."O Profeta ordenou a seus companheiros que comessem mas, ele mesmo, no comeunada.Juntei mais algumas tmaras e quando o Profeta deixou Quba em direo a Madina, fuiat ele e lhe disse: ''Percebi que voc no comeu nada da sadakahque lhe dei. Estas,no entanto, so um presente para voc.''

    ''Deste presente o Profeta e seus companheiros comeram."A honestidade irrestrita do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deusestejam sobre ele) foi uma das caractersticas que levaram Salman a acreditar nele e aaceitar o Islam.

    Salman foi libertado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deusestejam sobre ele), que pagou ao seu proprietrio judeu um preo estipulado, alm deum nmero previamente acordado de palmeiras, que ele mesmo plantou, para

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    assegurar o cumprimento do acordo. Depois de aceitar o Islam, quando lheperguntavam de quem ele era filho, Salman dizia:"Sou Salman, o filho do Islam dos filhos de Ado."Salman iria desempenhar um papel importante nas lutas pelo crescimento do estadomuulmano. Na batalha de Khandaq, ele provou ser um inovador em estratgia militar.Sugeriu que se cavasse um fosso em volta de Madina, ou khandaq, para manter oexrcito coraixita cercado. Quando o chefe dos coraixitas, Abu Sufyan, viu o fossodisse: "Este estratagema ainda no havia sido empregado pelos rabes."Salman ficou conhecido como Salman, o Bom. Ele era um estudioso que viveu umavida asctica e dura. Tinha um manto que vestia e sobre o qual dormia. Nuncaprocurou o abrigo de um teto, mas ficava sob uma rvore ou encostado a uma parede.Certa vez, um homem lhe disse: "Posso construir uma casa para voc morar nela?" Eele respondeu: "No preciso de uma casa."O homem insistiu e disse "Sei qual o tipo de casa condizente com voc." "Descreva-apara mim", disse Salman.''Construirei uma casa na qual, se voc ficar em p, o teto machucar sua cabea e seesticar as pernas as paredes as incomodaro.''Mais tarde, como governador de Mada'in, perto de Bagd, Salman recebia um salriode 5.000 dirhams, o qual era distribudo como sadakah. Ele se mantinha com o

    trabalho de suas prprias mos. Quando algumas pessoas chegavam a Mada'in e oviam trabalhando nas palmeiras, diziam: ''Voc o emir daqui e o seu sustento estgarantido. Mesmo assim, voc faz este trabalho!''"Gosto de comer do trabalho de minhas mos", ele respondia. Salman, no entanto, noextremado em seu ascetismo. Diz-se que certa vez ele visitou Abu Ad-Dardaa, a quemo Profeta tinha unido pelos laos da fraternidade. Ele encontrou a esposa de Abu Ad-Dardaa num estado miservel e perguntou "Qual o problema com voc?""Seu irmo no precisa de nada neste mundo", ela respondeu.Quando Abu Ad-Dardaa chegou recepcionou Salman e lhe deu comida. Salman lhedisse que comesse mas o amigo lhe disse "Estou jejuando" "Juro que no comerei at que voc coma tambm."Salman passou noite l. De madrugada, Abu Ad-Dardaa se levantou, mas Salman opegou e lhe disse:" Abu Ad-Dardaa, seu Senhor tem direito sobre voc. Sua famlia tem direito sobrevoc e seu corpo tem direito sobre voc. D a cada um o que lhe devido."

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    De manh, eles rezaram juntos e foram se encontrar com o Profeta Muhammad (quea Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), o Profeta (que a Paz e a Bno deDeus estejam sobre ele) apoiou o que Salman lhe havia dito.Como exegeta, Salman ficou conhecido por seu grande conhecimento e sabedoria. ''Alidisse que ele era como Luqman, o Sbio. E Kalb Al-Ahbar disse: "Salman est cheio deconhecimento e sabedoria. Um oceano que nunca seca."Salman conhecia as escrituras crists e o Alcoro, alm de seus conhecimentos sobrezoroastrismo. Traduziu partes do Alcoro em persa durante a existncia do ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele). Assim, ele foi aprimeira pessoa a traduzir o Alcoro para uma lngua estrangeira.Por causa da influncia domstica que recebeu de seu pai, ele poderia ter sido umafigura maior no vasto imprio persa daquela poca. Sua busca pela verdade, noentanto, o levou, ainda antes de o Profeta (que a Paz e a Bno de Deus estejamsobre ele) surgir, a renunciar a uma vida influente e confortvel para sofrer asindignidades da escravido. De acordo com os relatos mais confiveis, ele morreu noano 35, depois da Hgira, durante o califado de Uthman.Que Deus esteja satisfeito com Salman!

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    Abdurrahman Ibn Auf

    Um dos grandes personagens do Islam, Abdurrahman Ibn Auf Ibn Hris Ibn Zahra, ocoraixita, nasceu dez anos aps o Ano do Elefante, e viveu em Makkah, centro daidolatria. Porm, apesar disso, ele deplorava seus atos. Ele respeitava a verdade edesaprovava a falsidade. Conta-se que se absteve de tomar bebidas alcolicas mesmona poca da idolatria.

    Ele foi convencido a se converter por Abu Bakr Assidik. Foi, portanto, um dos pioneirosdos quais o Islam se orgulha. Quando aumentou a perseguio dos coraixitas aosmuulmanos, ele emigrou para a Abissnia, sacrificando-se e sua fortuna pela causade Deus. Posteriormente migrou para Madina logo aps o Profeta Muhammad (que aPaz e a Bno de Deus estejam sobre ele).

    Ele participou juntamente com o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deusestejam sobre ele) de todas as batalhas. Em Uhud ele protegeu o Profeta e foi um dosheris muulmanos.

    Era exemplar em tudo. Eloqente, conhecedor do Alcoro e da Sunah, fiel e lutadorpela causa de Deus. Ocupava uma posio de destaque entre os companheiros. Foium dos seis escolhidos por Umar Ibn Al Khattab para suced-lo. Narra-se que o ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) disse:

    "Aquele que proteger minhas esposas depois de mim o amigo sincero".

    Abdurrahman cuidava delas e peregrinava com elas, e isso era uma grande honrapara ele. 'Ali ibn Abu Talib disse: Ouvi o Profeta dizer:

    ''Abdurrahman fiel na terra e fiel no cu."

    Ele tinha uma s opinio. Quando Abu Bakr adoeceu e quis que houvesse consensodos muulmanos para a nomeao de um Califa, perguntou a Abdurrahman o que eleachava de Umar para suced-lo. Disse: "Por Deus, o melhor homem para o posto.

    Mas ele um pouco rude".

    Ele foi quem aconselhou Umar Ibn Al Khattab a no entrar na Sria durante a epidemiade clera. Ele disse:

    "Ouvi o Mensageiro de Deus (Deus o abenoe e lhe d paz) dizer: Se souberdesque em determinado pas espalhou-se a clera, no entrais nele; e se fordescoberto e vs estais nele, no devereis sair dele."mar aceitou o conselho eagiu de acordo com a Tradio.

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    Suas Contribuies Pela Causa de DeusEle era um comerciante bem sucedido. Seu estbulo abrigava cem cavalos, mil

    camelos e dez mil ovelhas. Foi conhecido como o mais caritativo para com os pobres enecessitados. Estava sempre pronto para contribuir na preparao dos exrcitos, Umavez contribuiu com a metade de seus bens.

    Devido grandeza de seu corao e sua solidariedade para com os pobres, sentindosuas dores, engajou-se na tarefa de libertao de escravos e prisioneiros. Conta-seque num s dia libertou trinta escravos. Tais atos humanistas e sociais soincentivados pelo Islam, pois promete para os que libertam os escravos um paraso dotamanho dos cus e da terra.

    Sua Influncia na Escolha de Uthman, quando Umar foi ferido e apresentou uma listacom seis nomes para que o Califa fosse escolhido entre eles, houve uma assembliapara se debater a questo. Quando a discusso se tornou acirrada, Abdurrahman, comsua sabedoria, serenou os nimos, e pediu:

    "Promete! que me apoiareis e aceitareis quem eu escolher para o cargo?"

    Responderam: "Sim!"

    Ele avaliou a tarefa que lhe foi incumbida e a sagrada confiana que lhe foi depositadanaquela hora delicada. Comeou a fazer encontros com os companheiros do ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), sondando-os sobrequem seria o melhor para a funo. Ao chegar a uma concluso, reuniu osmuulmanos na Mesquita, aps a Orao da Alvorada, e lhes disse: "Eu observei econsultei e conclui, que Deus seja testemunha disso, que o melhor Uthman".

    Colocou sua mo na mo de Uthman e lhe deu seu apoio. Os muulmanos acorrerampara dar o apoio sua escolha.

    Ele faleceu em 31 da Hgira, aos 74 anos de idade vividos servio do Islam,auxiliando pobres e necessitados. Que Deus o recompense com o melhor galardo.

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    Azzubair Ibn AlawwamAzzubair Ibn Alawwam Ibn Khuailyd, da tribo de Bani Assad e discpulo do ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), seu primo por parteda tia Safiya, filha de Abdul Mutalib e sobrinho de Khadija, esposa do ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele).Azzubair era ainda criana quando seu pai faleceu e sua me se esmerou na suaeducao. Por isso, cresceu, amando a verdade e a justia, defendendo a causa dosinjustiados. Casou-se com Asm, filha de Abu Bakr Assidik com a qual teve seu filho,Abdullah Ibn Azzubair.

    Quando do advento do Islam Azzubair foi um dos primeiros a adot-lo por influncia de

    Abu Bakr, com a idade de quinze anos.

    Ele sofreu muitas perseguies por causa de sua crena. Diz-se que seu tio opendurava e o castigava para faz-lo voltar adorao aos dolos. Porm, apesar detodas as torturas, permaneceu firme em sua crena na verdadeira religio. Fez partedas pessoas que emigraram para Abissnia e posteriormente para Madina. Participoude todas as batalhas empreendidas pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bnode Deus estejam sobre ele).

    Luta Pela Causa de DeusAzzubair era extremamente corajoso. Na Batalha de Uhud fez um pacto de morte como Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele). Ele foi oporta-bandeira, dos emigrantes no dia da conquista de Makkah. Devido ao grandenmero de batalhas que ele participou, seu corpo estava cheio de cicatrizes de golpesde espada. Uma vez uma pessoa lhe disse:

    ''As cicatrizes que vi em ti no vi em ningum mais.''

    Disse-lhe Azzubair: ''Por Deus, todos os ferimentos foram recebidos em batalhasao lado do Profeta de Deus.''Diz-se que Azzubair foi a primeira pessoa a desembainhar a espada pela causa deDeus. Elo foi elogiado por Hassan Ibn Tbit, poeta do Profeta, com o seguinte verso:

    "De quantas adversidades Azzubair defendeu, com sua espada, ao Profeta. EDeus concede com generosidade."

    Por isso, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobreele)sempre teve afinidade para com ele e gostava muito dele. Dizia:

    ''Cada profeta tem um apstolo, o meu Azzubair Ibn Alawwam".

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    Aps o falecimento do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejamsobre ele), Azzubair preferiu o retiro, dedicando-se ao comrcio, onde foi bemsucedido. Porm, toda vez que era convocado para o combate pela causa de Deus eleatendia.

    HerosmoAzzubair Ibn Alawwam foi um dos heris rabes e possua extrema coragem. QuandoAmru Ibn Al'as pediu a Umar Ibn Al Khatab reforos na sua campanha pela conquistado Egito, o Califa lhe enviou quatro mil combatentes sob o comando de quatrocompanheiros. Cada um destes eqivalia a mil combatentes. Eram: Azzubair IbnAlawwam, Ubada Ibn Assmit, Micdad Ibn Alasswad e Masslama Ibn Makhlyd.

    Seu herosmo se manifestou perante a fortaleza de Bablion. Mostrou para osmuulmanos o maior ato de sacrifcio quando, durante a noite, chefiando um comandode voluntrios, conseguiu colocar uma escada, escalou o muro da fortaleza e comeoua entoar o Allhu Akbarcom a espada brilhando em sua mo. Seus companheiros oseguiram, entoando tambm o Allahu Akbar. Ento entraram na fortaleza e Azzubairabriu-a porta para que os muulmanos entrassem e a conquistassem.

    Com isso, esse valoroso solda- do aplainou para os muulmanos a conquista dafortaleza, o que auxiliou na conquista da terra do Nilo.

    Posio Que OcupavaUmar o escolheu como um dos seis membros do Conselho Consultivo para elegerem,dentre eles, o Califa, pois eram os que mais mereciam o posto, com a aprovao doProfeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele). Tal escolhademonstra o alto conceito que ele desfrutava entre eles.

    Atitude LouvvelQuando do episdio da Batalha de Aljamal em que ele apoiava a senhora Aicha contra'Ali Ibn Abu Tlib, este o convocou para uma reunio para que pudessem chegar a umasoluo pacfica, eliminando a dissenso e evitando o derramamento de sangue dos

    muulmanos, conservando a unidade da comunidade,. Disse-lhe 'Ali:''Voc se lembra das palavras do Profeta? Voc lutar contra mim injustamente?"

    Azzubair lembrou da Tradio, e disse a 'Ali:

    "Se eu tivesse lembrado, no teria tomado a posio que tomei. Por Deus, nuncamais irei combat-lo!''

    Ele abandonou a luta e se retirou. Foi alcanado por Amru Ibn Jarmouz que o matou atraio no ano 36 da Hgira.

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    'Ali ficou muito triste como episdio. Tomou a espada de Azzubair e disse:

    "Eis a espada que sempre defendeu o Profeta de Deus nos casos mais difceis."

    Foi, como disse Umar, o primeiro homem a tomar da espada pela causa de Deus euma das dez pessoas alvissaradas pelo Paraso. Foi sempre generoso. Distribua tudoque lucrava, entre os pobres e necessitados. Quando morreu, no deixou nada emherana, pobre neste mundo, rico no outro.

    Que Deus o tenha em Sua graa.

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    Amr Ibn Al JamuhAmr Ibn Al Jamuh era uma das principais figuras de Yathrib (antigo nome da cidade deMadina) nos dias da ignorncia. Era o chefe dos Banu Salamah e era tido como umadas pessoas mais generosas e valorosas da cidade.

    Um dos privilgios dos chefes da cidade era ter um dolo prprio em sua casa.Esperava-se assim que o dolo abenoasse o chefe em tudo o que ele fizesse. O chefedeveria oferecer sacrifcios ao dolo em ocasies especiais e procurar a sua ajuda emtempos de aflio.

    O dolo de Amr chamava-se manat. Amr fizera-o em madeira da mais valiosa. Elegastou muito tempo, dinheiro e ateno a cuidar dele e ungiu-o com os perfumes mais

    caros.

    Amr tinha quase sessenta anos quando a luz do Islam comeou a penetrar nas casasde Yathrib. Musab Ibn Umayr, o primeiro missionrio enviado a Yathrib antes daHgira, pregou a nova f casa aps casa. Foi atravs dele que os trs filhos de Amr,Muawwadh, Muadh e Khallad, se tornaram muulmanos.

    O conhecido Muadh Ibn Jabal foi contemporneo deles. Hind, esposa de Amr, tambmse convertera ao Islam com os seus trs filhos, mas Amr no sabia de nada.

    Hind notou que as pessoas de Yathrib estavam a ser conquistadas para o Islam e que

    nenhum dos chefes da cidade se manteve idlatra, exceto o seu marido e algunsindivduos. Ela gostava muito do marido e orgulhava-se dele, mas estava preocupadacom a possibilidade de ele morrer em estado mpio (de, Kafir).Ao mesmo tempo, o prprio Amr comeou a sentir-se pouco tranqilo. Receava que osseus filhos abandonassem a religio dos seus antepassados o seguissem osensinamentos de Musab Ibn Umayr, que, em pouco tempo, tinha sido o causador dovirar de costas idolatria o da adeso religio do Islam por parte de muitos.

    Amr disse mulher: "Toma cuidado para os teus filhos no entrarem em contato comeste homem (referindo-se a Musab Ibn Umayr) antes de ns formarmos uma opinio

    sobre ele."Respondeu ela: "Ouvir obedecer, mas queres ouvir o que o teu filho Muadh tem paracontar a respeito deste homem?"Disse Amr: " mulher! O Muadh virou costas sua religio sem o meu conhecimento?"

    A boa mulher teve pena do marido e disse-lhe: "De forma alguma. Mas ele esteve emalgumas das reunies deste missionrio e decorou algumas das coisas que eleensina."

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    Disse ele: "Diz a Muadh para vir aqui,".

    Quando Muadh chegou, ordenou-lhe: "D-me um exemplo do que este homem prega."

    Muadh recitou a Surat-al-Fatihah(o Captulo de Abertura do Alcoro):

    "Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso. Louvado seja Deus, Senhor doUniverso, o Clemente, o Misericordioso; Soberano do Dia do Juzo, S a Tiadoramos, e S a Ti pedimos ajuda. Guia-nos a senda reta, senda dos queagraciaste, no do abominados, nem dos extraviados.''Exclamou o pai: "Como so bonitas e perfeitas essas palavras! Tudo o que ele diz assim?"

    Apelou Muadh: "De fato , meu Pai. Quer jurar-lhe lealdade? Todo o seu povo j o fez"O idoso ficou silencioso durante um bocado e depois disse : "No o farei sem consultarmanat, e ver a que ele me diz."

    Disse Muadh: "O que que manat poderia dizer, pai? apenas um pedao demadeira. No pode pensar nem falar."O idoso pai replicou incisivamente: "J te disse, no farei nada sem ele."

    Mais tarde no mesmo dia, Amr foi para junto de manat. Era costume dos idlatrascolocar uma mulher velha por trs do dolo quando queriam falar com ele. Elaresponderia pelos dolos, articulando, assim o julgavam, o que o dolo a tinha inspiradopara dizer.

    Amr colocou-se defronte do dolo em grande reverencia e proferiu-lhe grandeslouvores. Depois disse:

    " manat, sabeis sem dvida que este propagandista que foi mandado vir at ns deMe- ca no quer fazer mal seno a vs. Veio apenas para nos obrigar a deixar de vosadorar. No quero jurar-lhe lealdade, apesar das belas palavras que ouvi dele.Portanto, vim procurar a vosso conselho. Por isso, aconselhai-me, por favor."

    No houve resposta de manat. Amr continuou: "Talvez estejais zangado. Mas atagora, no fiz nada que vos prejudicasse... No tem importncia, deixo-vos uns diaspara que a zanga desaparea."

    Os filhos de Amr conheciam a grande dependncia do seu pai em relao a manat esabiam como, com o passar do tempo, o seu pai se tinha quase tornado uma partedele. Contudo, compreenderam que o lugar do dolo no seu corao estava a serameaado e que tinham que o ajudar a libertar-se de manat.Isso deveria ser ocaminho do seu pai para a f em Deus.

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    Uma noite, os filhos de Amr, com o seu amigo Muadh Ibn Jabal, foram tirar o dolomanatdo seu lugar e deit-lo a uma vala pertencente aos Banu Salamah. Voltaram asuas casas sem que ningum soubesse o que tinham feito. Quando Amr acordou namanh seguinte, dirigiu-se em atitude de respeito para venerar o dolo, mas no oencontrou.

    "Ai de todos vs,"gritou.

    "Quem atacou o nosso deus na noite passada?''

    No houve qualquer resposta. Comeou a procurar o dolo, a espumar de raiva e aameaar os autores do crime. Acabou por encontrar o dolo de cabea para baixo navala. Lavou-o, perfumou-o e voltou a coloc-lo no seu local habitual, dizendo: "Sedescubro quem vos fez isto, humilh-lo-ei."

    Na noite seguinte os rapazes voltaram a fazer o mesmo ao dolo. O velho recuperou-o,lavou-o e perfumou-o como tinha feito anteriormente e voltou a coloc-lo no seu lugar.Isto voltou a acontecer vrias noites, at urna noite Amr colocar uma espada volta dopescoo do. dolo, dizendo-lhe: '' manat, no sei quem vos est a fazer isto. Setiverdes algum poder, defendei-vos deste mal. Aqui tendes uma espada.''Os jovens esperaram que Amr estivesse dormindo, tiraram a espada do pescoo dodolo e deitaram-no na vala. Amr encontrou o dolo de cabea para baixo na fossa, semver a espada. Finalmente, convenceu-se que o dolo no tinha qualquer poder e nomerecia ser adorado. No demorou muito a aderir religio do Islam.

    Amr em breve conheceu a doura da F (Iman),no nico Deus Verdadeiro. Ao mesmotempo, sentiu grande dor e angstia interior ao pensar em cada momento que tinhapassado como idlatra. A sua aceitao da nova religio foi total, e colocou-se a siprprio, a sua riqueza e os seus filhos ao servio de Deus e do Seu Profeta.

    A sua devoo foi visvel em toda a sua extenso na poca da batalha de Uhud. Amrviu os seus trs filhos prepararem-se para a batalha. Olhou para os trs jovensdeterminados, inflamados pelo desejo de serem mrtires e alcanarem o sucesso e aglria de Deus.

    A cena produziu um grande efeito sobre ele; decidiu ir com eles para a guerra sob oestandarte do Enviado de Deus. Contudo, os jovens opuseram-se a que o pai levasse acabo a sua inteno. Ele j era muito velho e estava extremamente fraco.

    Disseram eles: "Pai, certamente que Deus vos dispensou. Ento, porque quereiscarregar esse fardo?''O velho ficou muito zangado e dirigiu-se ao Profeta Muhammad (que a Paz e a

    Bno de Deus estejam sobre ele) para se queixar dos seus filhos: " Rasulullah! Osmeus filhos querem afastar-me desta fonte de bem, argumentando que estou velho a

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    decrpito. Por Deus, desejo alcanar o Paraso desta forma, embora seja um homemvelho e doente."

    Disse o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) aosfilhos: "Deixem-no, talvez Deus, o Poderoso e Grandioso, o faa mrtir."

    Em breve era tempo de ir para a batalha. Amr despediu-se da mulher, virou-se nadireo de Makka e orou: "Senhor, faz-me mrtir a no me envies de regresso minhafamlia com as minhas esperanas desfeitas''.Partiu na companhia dos trs filhos e de um grande contingente da sua tribo, os BanuSalamah. Enquanto a batalha lavrava, Amr foi visto nas fileiras da frente, a saltar com aperna boa (era parcialmente coxo da outra perna), e a gritar: "Quero o Paraso, quero oParaso."

    O seu filho Khallad manteve-se prximo dele, e ambos lutaram corajosamente paradefender o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele),pai e filho caram no campo de batalha e morreram.

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    Abu Ubaydah Ibn Al Jarra

    Abu Ubaydah era coriaxita e foi um dos pioneiros a abraar o Islam, levado por AbuBakr Assidik. Foi um dos dez homens que foram alvissarados pelo Paraso. Eleemigrou para a Abissnia e retomou para lutar ao lado do Profeta (que a Paz e aBno de Deus estejam sobre ele) em Badr.

    Participou posteriormente de todas as batalhas empreendidas pelo Profeta (que aPaz e a Bno de Deus estejam sobre ele). Continuou a prestar servios ao Islam napoca do Califa Abu Bakr e posteriormente na califado de Umar Ibn Al Khatab.

    Esse batalhador piedoso, o asceta, o conquistador fiel, o eloqente orador, foi enviadopelo Profeta (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) como reforo paraAmru Ibn Al A'ass na Batalha de Datis-salssel, como comandante de um exrcito quepossua em suas fileiras Abu Bakr e Umar.

    Ele deu seu voto de confiana ao Profeta e prometeu-lhe lutar pela causa de Deusenquanto pudesse e cumpriu a sua promessa. Toda vez que via um perigo rondando oProfeta (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), corria em seu socorro,fazendo os inimigos retrocederem em seu intento.

    O Profeta (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) o enviou com a

    delegao de Najran para o Imen para ensinar-lhes o Alcoro e a Sunah, dizendo-lhes:

    "Enviarei um homem com vocs realmente fiel, realmente fiel, realmente fiel."

    Esse testemunho, feito pelo Profeta (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobreele), suficiente para demonstrar a confiana que ele depositava em Abu Ubaydah.

    Em outra oportunidade, quando Khalid Ibn Al Walid estava comandando uma dasgrandes batalhas, O Califa Umar o substituiu, nomeando Abu Ubaydah em seu lugar.Quando Este recebeu o emissrio de Umar com a nomeao, ele escondeu a ordem

    at que a batalha terminasse e Khalid conquistasse o local. Somente ento apresentoua sua nomeao a Khalid, com todo o respeito.

    Khalid lhe perguntou:

    ''Por que voc no me comunicou a substituio quando recebeu a ordem?''

    Abu Ubaydah lhe disse:

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    ''Para no quebrar o seu entusiasmo na luta. Eu no estou interessado naautoridade deste mundo, nem lutamos por recompensas terrenas. Somos todosirmos no amor a Deus."

    Este o soldado fiei e o fiel soldado, o comandante fiel e o fiel comandante. Ele foi ocomandante dos comandantes na Sria. Em sua casa Umar s encontrou a espada e oescudo. Quando faleceu, Umar disse:"Se eu pudesse ter um desejo, desejaria uma casa cheio de homens como AbuUbaydah.''

    Ele lutou na Sria, na Batalha de Yarmouk, em Damasco na batalha de Fahl, em Latkia,na batalha de Kansarin, em Allepo, em Antiquia, em Homs. Ele conseguiu completar aconquista de toda a Sria, do Lbano, da Palestina e da Jordnia. Quando Umar estavaa beira da morte, disse:

    "Se Abu Ubaydh estivesse vivo, eu o indicaria para substituir-me. Se meu Senhorme perguntasse a respeito dele, diria: Indiquei o fiel dessa comunidade e o fiel deseu Mensageiro.''Foi perguntado uma vez a Aicha:

    ''Quais companheiros o Profeta gostava mais?''Ela respondeu: ''Abu Bakr, ento Umar, ento Abu Ubaydah Ibn Al Jarrah."

    Durante a Batalha de Uhud, quando o Profeta (que a Paz e a Bno de Deusestejam sobre ele) foi atingido e duas argolas do seu elmo lhe entraram no rosto, ele foio primeiro a chegar para socorr-lo. Logo em seguida chegou Abu Bakr. Abu Ubaydahlhe disse: "Peo-te por Deus que me deixes extrai-las da face do Profeta."Foi,ento, mordeu as argolas e as arrancou, perdendo os seus dentes dianteiros.

    Na poca do Califado de Umar, e Abu Ubaydah deu-lhe igualmente o seu apoio eobedincia. No lhe desobedeceu em nenhum assunto, exceto num.

    O incidente aconteceu quando Abu Ubaydah se encontrava na Sria liderando as foras

    Muulmanas duma vitria a outra at a totalidade da Sria se encontrar sob o controleMuulmano. O rio Eufrates dispunha-se sua direita e a sia Menor sua esquerda.

    Foi ento que uma praga atacou a terra de Sria, como nunca ningum tinha vistoantes. Devastou a populao. O Califa Umar, enviou um mensageiro para AbuUbaydah com uma carta que dizia:

    "Preciso de ti urgentemente. Se a minha carta chegar a ti de noite, solicito-teveementemente para que partas antes da madrugada. Se esta carta chegar a ti

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    durante o dia, solicito-te veementemente para que partas antes do anoitecer evenhas ao meu encontro depressa".

    Quando Abu Ubaydah recebeu a carta de Umar, eledisse:

    ''Sei porque o Amir al-Muminin precisa de mim. Ele quer preservar asobrevivncia daquele que, contudo, no eterno.''

    Ento ele escreveu a Umar:

    ''Eu sei que precisas de mim. Mas ou estou num exrcito de Muulmanos o nodesejo salvar-me daquilo que os aflige. No quero me separar deles at vontadede Deus. Por isso, quando esta carta chegar a ti, liberta-me da tua ardem o d-mepermisso para aqui fjcar.''

    Quando a Califa Umar, leu esta carta, os seus olhos encheram-se de lgrimas, eaqueles que estavam com ele perguntaram:

    "Abu Ubaydah morreu, Amir al-Muminn?"

    Disse ele: "No, mas a morte anda perto dele.''A intuio de Umar no estava errada. Em pouco tempo, Abu Ubaydah foi afetado pelapraga. Enquanto a morte o rodeava ele falou ao seu exrcito:

    ''Deixem-me dar-vos alguns conselhos que vos conduziro sempre pelo caminhoda bondade. Estabelecei a Orao. Jejuei no ms de Ramadan. Dai Sadakah.Fazei o Hajj e a Umrah. Permanecei unidos o apoiei-vos uns aos outros". Sejaissinceros com vossos chefes e no escondei nado deles. No deixais o mundodestruir-vos pois mesmo que a homem vivesse mil anos ela acabaria sempreneste estado que vedes em mim. Que a paz o a misericrdia de Deus estejaconvosco.''

    Abu Ubaydah, virou-se ento para Muadh Ibn Jabal e disse:

    '' Muadh, faz a Orao com o povo (s o seu lder)''A, a sua pura alma partiu. Muadh levantou-se e disse:" Povo! Vs estais impressionados com a morte de um homem. Por Deus, euno sei se alguma vez terei visto um homem com um corao mais justo, queestivesse alm de todo o mal e que fosse mais sincero para o povo do que ele.Pedi a Deus que derrame a Sua misericrdia sobre ele e Deus sermisericordioso convosco".

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    Abu Ubaydah faleceu acometido de clera no ano 18 da Hgira (639 da era crist),durante o califado de Umar Ibn Al Khatab.Este um relato sucinto a respeito de um companheiro do Profeta (que a Paz e aBno de Deus estejam sobre ele), em quem ele confiava e a quem ele admirava.Abu Ubaydah, um dos grandes homens que lutaram pela causa do Islam, que Deusderrame a Sua Misericrdia sobre ele. Amin !

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    Mlik Ibn Anas

    O Imam Mlik Ibn Anas, originrio do Imen, nasceu em Madina no ano 93 da Hgira(726 da era crist). Seu pai, seus tios e seu av dedicaram suas vidas busca dosaber e do conhecimento. Assim, Mlik cresceu num lar empregnado de sabedoria enum ambiente estimulante aprendizagem e ao estudo.

    Na poca, a cidade de Madina era o centro principal do saber e seus sbios eram areferncia primeira em jurisprudncia islmica. Os nobres companheiros do ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) passaram seusconhecimentos a milhares de discpulos, e Madina, naturalmente, se tomara um centro,

    para onde convergiam todos os desejosos de estudar e adquirir informaes segurasda vida do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele),suas tradies, suas explicaes do Alcoro Sagrado, alm de presenciar de per- to oexemplo vivo de seus companheiros.

    Memorizou o Alcoro ainda na infncia, e se direcionou depois para registrar ememorizar a tradio do Profeta. Freqentava as aulas ministradas nas mesquitaspelos sbios de sua poca, mas seu principal professor era o iminente sbio IbnHurmuz, na companhia de quem ficou sete anos. Foi aluno tambm de Nfi', servo deAbdullah, filho de Umar Ibn Al Khattab. Outro mestre de Mlik era Ibn Chihab Az-Zuhari.

    Certo dia, depois de assistir s aulas de Chihb Az-Zuhari, em vez de voltar para casa,Mlik foi a casa de seu mestre. Vendo-o voltar, este lhe disse:

    ''Parece-me que voc no voltou para casa hoje! verdade, quero que voc meensine, respondeu Malik.''

    Az-Zuhari ensinou-lhe, ento, quarenta tradies e o aplicado aluno registrou tudo.

    ''Quero mais, solicitou Mlik. Por hoje suficiente, pois se voc as memorizar, ser umgrande tradicionista. J as memorizei, respondeu Mlik.''Ele tomou, ento, os registros de Mlik e disse-lhe: ''recita, ento!''

    E Mlik recitou as quarenta tradies!

    Az-Zuhari devolveu-lhe seus registros e disse-lhe: ''Levanta, pois voc o depsito dosaber!''Era criterioso em escolher seus professores, pois julgava que no era qualquer erudito

    que era digno de passar o conhecimento. A honestidade, o carter, o bom senso e a

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    compreenso do que est ensinando, eram requisitos que Mlik exigia, na escolha deseu mestre.Dizia ele: "O saber uma religio, sejam criteriosos em saber de quem adquiri-lo"

    Quando completou a sua formao intelectual, passou a difundir o saber adquirido.Dizia ele, quando comeou a ministrar aulas na mesquita:

    "No so todos os que queriam sentar na mesquita para ensinar e emitir opinies que ofizeram; e no sentei para faz-lo antes que setenta sbios testemunhassem que soudigno disso."

    Escreveu seu famoso livro de tradies e jurisprudncia "Al Muwatta"(um compndiode tradies e princpios de jurisprudncia), o primeiro em seu gnero, pois, at entoas pessoas se baseavam principalmente na memorizao para transmitir osconhecimentos. Levou nada menos que 11 anos para redigi-lo e revis-locuidadosamente.

    Adotou em sua compilao o mtodo de colocar o assunto e em seguida mencionartodas as tradies que a ele se referem, o procedimento dos habitantes de Madina e aopinio dos sbios que ele teve a oportunidade de acompanhar.

    Quando se deparava com um fato indito e que ningum antes dele abordou, dava asua prpria opinio a respeito, baseado nas tradies que conhecia e a compreensoque tinha das mesmas; e nos pareceres e opinies de que tinha conheci- mento.

    Escreveu outros livros, onde registrou suas experincias e conhecimentos, mas a suaimportncia menor, comparados com ''Al Muwatta''.Apesar do esforo laborioso para escrever este livro e a reviso minuciosa de seucontedo, ele no admitia que as pessoas o tomassem como a nica referncia, poisacre- ditava que a divergncia dos sbios em assuntos secundrios era umamisericrdia de Deus para com seus servos, alm de que a nica coisa indiscutvel uma determinao clara do Alcoro ou uma tradio autntica do Profeta.

    Apesar de sua grandeza e seu conhecimento, no foi poupado da agresso dos

    governantes. Suas opinies davam a entender que o povo no era obrigado aobedecer o Califa omada, Abu Ja'afar Al Mansur, contemporneo dele, pois este noteria sido escolhido legitimamente de acordo com o princpio da consulta (Ach-Chura) eteria usurpado o poder.

    O governador de Madina o aoitou por isso. Os madinenses ficaram revoltados com oque aconteceu, e sabendo disso, o Califa pediu-lhe desculpas publicamente eexpressou-lhe o seu arrependimento pelo ato pecaminoso de seu governador. Malik,como digno de uma personalidade de seu nvel, perdoou ao agressor.

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    A sua vida se prolongou at os noventa anos. Era um oceano de saber, como dizia seudiscpulo Ach-Chfi'i:"Ningum alcanou em saber o nvel de Mlik. Quem desejaconhecer a tradio autntica que procure Mlik"

    A linha de pensamento e a escola de jurisprudncia que ele fundou se difundiram emmuitas terras islmicas, principalmente na frica do norte, e frica Ocidental.

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    Abu Hurayrah

    Milhes de muulmanos, desde o incio da histria do Islam at os dias atuais, sefamiliarizaram com o nome de Abu Hurayrah. Nos discursos e palestras, nas khutubasdas sextas-feiras e seminrios, nos livros biogrficos e de hadith, o nome de AbuHurayrah mencionado.Graas a seus esforos notveis, centenas de ahadith ou ditos do Profeta foramtransmitidos para as geraes posteriores. Ele o nome mais ilustre no rol dostransmissores de hadith.

    Ao lado dele esto nomes como Abdullah, o filho de Umar, Anas, o filho de Malik, UmmAl-Muminin Aicha, Jabir Ibn Abdullah e Abu Said Al-Khudri, que transmitiram mais demil ditos do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele).Abu Hurayrah tornou-se muulmano pelas mos de At-Tufayl Ibn Amr, o chefe da tribodos Daws, a qual ele pertencia. Os daws viviam na regio de Tihamah, que se estendeao longo do mar Vermelho, no sul da Arbia.

    Quando At-Tufayl retornou a sua cidade, depois de se encontrar com o Profeta (quea Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) e se tornar muulmano no incio de suamisso, Abu Hurayrah foi um dos primeiros a responder ao chamado. Ele era diferente

    da maioria dos daws, que permanecia teimosamente presa s suas velhas crenas.Quando At-Tufayl visitou Makkah de novo, Abu Hurayrah o acompanhou. L, ele teve ahonra e o privilgio de se encontrar com o Profeta Muhammad (que a Paz e aBno de Deus estejam sobre ele), que lhe perguntou: "Qual o seu nome?" Ele respondeu: "Abdu Shams, (servo do sol).''Disse o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele): ''Aoinvs desse, que seja Abdur Rahman (servo do Clemente)"Ele respondeu: "Sim, ser Abdur-Rahman, Mensageiro de Deus",No entanto, ele continuou a ser conhecido como Abu Hurayrah, literalmente "o pai deum gato", porque, assim como o Profeta, ele gostava de gatos.Abu Hurayrah permaneceu em Tihamah por muitos anos e, somente no comeo dostimo ano da Hgira, ele chegou a Madina com outros de sua tribo. O ProfetaMuhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) estava emcampanha em Khaybar. Sendo um necessitado e destitudo, Abu Hurayrah tomou semlugar na mesquita.

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    Ele era solteiro, mas com ele estava sua me, que ainda no tinha se convertido. Eledesejava ardentemente, e rezava para que ela se tornasse uma muulmana. Mas, elase recusava terminantemente.Um dia, ele a convidou a acreditar somente em Deus e a seguir Seu Profeta (que aPaz e a Bno de Deus estejam sobre ele), mas ela proferiu algumas palavras sobreo Profeta que entristeceram Abu Hurayrah. Com lgrimas nos olhos, ele foi ter com oProfeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele), que lheperguntou:"O que o faz chorar, Abu Hurayrah?""Eu nunca deixei de chamar minha me para o Islam, mas ela sempre me repele. Hoje,eu a convidei de novo e ouvi dela palavras de que no gostei. Pea a Deus para fazero corao da me de Abu Hurayrah se inclinar pelo Islam."O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) atendeu opedido de Abu Hurayrah e orou por sua me.

    Disse Abu Hurayrah:

    "Fui para casa e encontrei a porta fechada. Ouvi o barulho de gua e quando tenteientrar minha me disse: ''Fique onde est, Abu Hurayrah.''E depois de vestir suas roupas, ela disse: ''Entre!''Eu entrei e ela me disse: "Testemunho que no h outro Deus seno Allah e queMuhammad Seu servo e mensageiro."Voltei ao Profeta (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobre ele) chorando dealegria, quando uma hora antes eu tinha estado chorando de tristeza, e disse: "Tenhoboas notcias, Mensageiro de Deus. Deus respondeu s suas preces e guiou a mede Abu Hurayrah para o Islam."Abu Hurayrah amava muito o Profeta (que a Paz e a Bno de Deus estejam sobreele); ele nunca se cansava de olhar para o Profeta (que a Paz e a Bno de Deus

    estejam sobre ele), cujo rosto lhe parecia ter todo o brilho do sol, e tambm nunca secansava de ouvi-lo.

    Muitas vezes ele louvava a Deus por sua boa sorte e dizia:

    "Louvado seja Deus, Que guiou Abu Hurayrah ao Islam. Louvado seja Deus, Queensinou a Abu Hurayrah o Alcoro. Louvado seja Deus que concedeu a Abu Hurayraha companhia de Muhammad, que a paz de Deus esteja com ele.' "

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    Ao chegar a Madina, Abu Hurayrah se dedicou a buscar o conhecimento. Zayd IbnThabit, o notvel companheiro do Profeta (que a Paz e a Bno de Deus estejamsobre ele), relatou:

    "Quando estvamos eu, Abu Hurayrah e um outro amigo meu na mesquita rezando aDeus Todo Poderoso, o Mensageiro de Deus apareceu. Ele veio em nossa direo esentou-se entre ns. Ns ficamos em silncio e ele disse: "Terminem o que estavamfazendo." Ento, meu amigo e eu fizemos uma splica a Deus antes de Abu Hurayrah eo Profeta disse amm. A, Abu Hurayrah fez uma splica, dizendo: " Senhor, eu Lhepeo o que meus dois companheiros pediram e ainda peo pelo conhecimento que

    jamais ser esquecido.""O Profeta Muhammad disse: ''Amm''

    Ns, ento, dissemos: ''E pedimos a Deus pelo conhecimento que jamais seresquecido e o Profeta respondeu: ''O jovem Dawsi pediu antes de vocs.''

    Com sua formidvel memria, Abu Hurayrah conseguiu memorizar, nos quatro anosque passou com o Profeta, as jias de sabedoria que emanavam de seus lbios. Eraum dom que ele possua e que usou inteiramente a servio do Islam. Ele tinha todo o seu tempo livre. Diferentemente dos Muhajirin, ele no ficava nosmercados, comprando ou vendendo mercadorias. Diferentemente dos Ansars, ele notinha terras para cultivar nem colheitas para guardar. Ele ficava com o Profeta (que aPaz e a Bno de Deus estejam sobre ele) em Madina e sempre o acompanhava nas

    viagens e expedies.Muitos companheiros ficavam fascinados com a quantidade de ahadith que elememorizou e, muitas vezes, indagavam dele sobre um certo hadith e suascircunstncias.Certa vez, Marwan Ibn Al-Hakam quis testar a capacidade de memria de AbuHurayrah. Foram para um cmodo e atrs de uma cortina Marwan colocou um escribadesconhecido de Abu Hurayrah e ordenou que ele escrevesse tudo o Abu Hurayrahdissesse.

    Um ano mais tarde, Marwan chamou Abu Hurayrah de novo e lhe pediu que recitasse omesmo hadith que o escriba tinha registrado. E descobriu-se que ele no tinhaesquecido uma nica palavra.Abu Hurayrah tinha a preocupao de ensinar e transmitir os ahadith que ele tinhamemorizado e o conhecimento sobre o Islam em geral. Conta-se que um dia elepassava pelo mercado de Madina e naturalmente viu as pessoas ocupadas nosnegcios."Quo fracos vocs so, povo de Madina!", ele disse.

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    "O que voc v de fraco em ns, Abu Hurayrah?", eles perguntaram."A herana do Mensageiro de Deus, que a paz esteja com ele, est sendo repartida evocs ficam aqui! Por que vocs no vo e pegam a sua parte?" "E onde est isto, Abu Hurayrah?" eles perguntaram."Na mesquita", ele respondeu.Rapidamente, eles saram e Abu Hurayrah esperou at que eles retornassem. Quandoeles o viram, disseram: " Abu Hurayrah, fomos at a mesquita, entramos e no vimosnada sendo distribudo.""Vocs no viram ningum na mesquita?" ele perguntou." sim, vimos algumas pessoas fazendo a Salat, outras lendo o Alcoro e algumasdiscutindo sobre o que halal e o que haram.""Esta a herana de Muhammad, que Deus o abenoe e lhe conceda a paz.", elerespondeu.Abu Hurayrah passou por muitas privaes e dificuldades, como conseqncia de suabusca dedicada do conhecimento. Ele contava sobre si mesmo:"Quando a fome me atingia, eu procurava por um companheiro do Profeta e lheperguntava sobre um versculo do Alcoro e (ficava com ele) aprendendo, porqueassim ele me levava sua casa e me dava comida." Um dia, minha fome estava to grande que coloquei uma pedra sobre meu estmago eme sentei no caminho dos companheiros. Abu Bakr passou e eu o indaguei sobre umaversculo do Livro de Deus. Eu apenas perguntei porque assim ele me convidaria parasua casa, mas, ele no o fez. Ento, Umar Ibn Al Khattab passou por mim e lheperguntei sobre um versculo, mas ele tambm no me convidou.

    Ento, o mensageiro de Deus, que a paz esteja com ele, passou e percebendo queestava com fome, disse: "Abu Hurayrah!" "Ao seu dispor", respondi e o segui at que

    entramos em sua casa. Ele encontrou uma vasilha com leite e perguntou a seusfamiliares: "De onde v