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O ENSINO E APRENDIZAGEM DO ALUNO COM SÍNDROME DE
DOWN NAS INSTITUIÇÕES ESPECIALIZADAS DE BELÉM – PA.
Monique Oliveira Sena Discente Orientanda – CEDF/ UEPA
Prof. Ms Carlos Dornele Rocha Professor Orientador – CEDF/UEPA
RESUMO: A síndrome de Down é um transtorno genético que ocorre quando há uma mutação na divisão celular o que gera um material genético extra no cromossomo 21. O estudo teve como objetivo compreender como se dá a organização metodológica das aulas nas instituições especializadas no ensino de crianças com Síndrome de Down. Realizou-se uma pesquisa de campo utilizando-se da aplicação de um questionário direcionado aos professores de Educação Física além da observação de aulas aplicadas a crianças com síndrome de down de uma instituição especializada no ensino de crianças com essa síndrome. A pesquisa nos conduz a entender não haver uma ementa específica para ser aplicada nas aulas de Educação Física da instituição que participou deste estudo. PALAVRAS-CHAVES: Síndrome de Down, Educação Física, Prática Pedagógicas, Instituições Especializadas.
,
INTRODUÇÃO
As pessoas com deficiência estão cada vez mais presentes no cotidiano
da humanidade e por consequência estão sendo estudas cada vez mais. Sabe-
se que a Síndrome de Down SD é uma condição genética que se determina a
partir do aparecimento de um cromossomo a mais no par 21, por essa razão a
SD também é conhecida como Trissomia do 21, e o comportamento psíquico e
físico dessas pessoas apresentam-se de formas variadas.
Considera-se a Educação Física Escolar como elemento fundamental para
estimular o desenvolvimento das crianças com esta síndrome nos diversos
aspectos, destacando, cognitivo, afetivo-social e motor. Torna-se interessante
entender essas relações dentro do contexto escolar onde a criança pode
encontra o suporte para seu desenvolvimento integral.
Desta forma entender a metodologia utilizada pelos professores de
Educação Física nas escolas especializadas torna-se de extrema importância
para compreender como se consolida as aulas de EF voltadas para os alunos
com síndrome de Down.
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Este estudo teve como objetivo realizar uma pesquisa de campo com os
professores de Educação Física das instituições especializadas de Belém do
Pará sobre a metodologia utilizada na educação de crianças com deficiência,
tratando especificamente do tema em tese.
Esta pesquisa encontra-se organizada em cinco secções, A primeira
secção é sobre o método utilizado para realizar a pesquisa; A segunda secção
trata sobre a Síndrome de Down, tipos, causas, diagnósticos e características;
Terceira secção aborda as questões da Educação Física Escolar e as propostas
do Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’S); A quarta secção aborda as
questões relativa à Educação Física Adaptada, a formação dos professores de
Educação Física e a relação das crianças com Síndrome de Down e as aulas de
Educação Física; A quinta secção é sobre a coleta e análise de dados da
pesquisa.
MÉTODO
Este estudo se caracteriza com pesquisa de campo e tem como objetivo
compreender como se organiza a metodologia utilizada nas aulas, pelos
professores de Educação Física e de que forma isso influencia no
desenvolvimento dos alunos com Síndrome de Down.
Após o estudo bibliográfico da pesquisa segue uma nova fase que é a
pesquisa de campo que serve definir quais os objetivos da pesquisa, sua
hipótese se caso houver, o meio de coleta de dados, tamanho da amostragem e
como os resultados vão ser analisado. (MARCONI & LAKATOS, 1996)
Segundo Marconi & Lakatos (1996) a pesquisa de campo deve ser
compreendida como uma fase do estudo que deve ser executada após a real
apropriação do tema discutido, esta apropriação fica registrada no referencial
teórico que ampara e orienta a pesquisa, sendo a pesquisa de campo uma fase
aonde o pesquisador vai a lócus colher seus dados, e para isso desenvolve um
instrumento que ajudará para determinada ação.
Os questionários aplicados possuem perguntas abertas e direcionadas
para os professores e também foi feita observações durante as aulas que foram
orientadas por um roteiro de observação. As respostas obtidas através dos
questionários aplicados e as observações feitas no diário de campo foram
analisadas de forma qualitativa e quantitativa para assim compreender como
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vem ocorrendo o desenvolvimento da metodologia do ensino e aprendizagem
dos alunos com Síndrome de Down em instituições especializadas.
1. SÍNDROME DE DOWN (SD)
A síndrome de Down é determinada a partir de um aparecimento de um
cromossomo extra no par 21, por isso a SD também é conhecida com Trissomia
do 21.
Segundo Werneck (1995), só no ano de 1956 que foi constatado que cada
célula humana tem 46 cromossomos e dois anos depois Jerome Lejoune foi
quem percebeu que a criança com SD tinha 47cromossomos e não 46. Foi então
que o Jerome Leone detectou a anomalia que havia um cromossomo a mais no
par 21 e depois dessa descoberta notou-se que havia tipos de SD diferentes.
Existem três tipos de SD a Trissomia do 21, Translocação e a Mosaicismo.
A Trissomia do 21 é a mais comum aparece em 95% dos casos, ela acontece
quando há uma falha na divisão celular na qual o processo de separação não
ocorre corretamente e esse processo de falha é denominado de “Não disjunção”
e assim o cromossomo do par 21 fica com um cromossomo extra (PUESHEL,
2000).
A Translocação ocorre em 3% dos casos de SD. Nesse caso o número
de cromossomo é 46 a falha está no par do cromossomo 21 no qual ele está
ligado com outro cromossomo. Assim a diferença está no cromossomo 21 que
não está “livre”, mas translocado a outro cromossomo (PUESHEL, 2000).
O Mosaicismo ocorre em 2% dos casos de SD, é um erro logo nas
primeiras divisões celulares que são encontradas em algumas células 47
cromossomos e em outras 46 cromossomos. Ele deriva entre o que seria um
caso de trissomia simples ou de translocação (WERNECK, 1995).
“A Síndrome de Down ocorre por um acidente genético, e é preciso deixar
claro que nenhuma atitude tomada durante a gravidez, ou antes, dela poderia
evitar o aparecimento da trissomia”. (WERNECK 1993, p.89)
As causas da Síndrome de Down não foram esclarecidas, porém a
diversos fatores que são considerados de risco devido à grande incidência em
gestações que apresentam algumas alterações genéticas. Esses fatores são
classificados como endógenos e exógenos (SCHWARTZMAN, 1999).
Werneck (1995) cita que um dos principais agentes causais é a idade
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materna, pois quanto mais avançada a idade da mãe maior vai ser o risco pela
ocorrência da involução senil dos órgãos reprodutores. Aponta-se que existe um
consenso no meio cientifico que a uma relação existente entre a crescente idade
materna e a ocorrência de SD.
A idade do pai também é uma das causas, porém em menor peso. Já foi
comprovado que se o pai tiver mais de 45 anos a probabilidade de que ele gere
um filho com SD é maior, outros fatores que também podem ocasionar a
Síndrome de Down são: práticas abortivas, alcoolismo, longo intervalo estéril e
abortos progressivos.
Em relação ao diagnóstico, Werneck (1999) aponta a existência de
exames que podem ser feitos para diagnosticar a Síndrome de Down eles são:
Ultrassonografia transabdominal, cordocentese e alfafetoproteina.
As principais alterações orgânicas que seguem a SD são as: prega palmar
única, comprimento reduzido do fêmur e úmero, cardiopatias, atresia duodenal,
baixa estatura, hidronefrose, bexiga pequena e hiperecongenica, dimorfismo da
face e ombros e ventriculomegalia cerebral (SCHWARTZMAM, 1999).
Para Pueschel (2000) os fatores físicos já mencionados não interferem
diretamente o desenvolvimento da saúde da pessoa com a S.D. Porem existe
defeitos cardíacos congênitos severos ou bloqueios dos intestinos que requer
uma atenção maior.
Bomfim (1996) ressalta que muitas das crianças com SD não apresentam
nenhuma dessas patologias e encontram em perfeito estado de saúde. Assim
percebe-se alguns erros linguísticos para se referir a pessoa com Síndrome de
Donw. A expressão PORTADORES está equivocada, pois quem porta uma
doença ou uma debilidade qualquer pode deixa-la de portar. Mas quem tem a
síndrome de Down nunca deixará de ter. Por isso compreender que a SD é uma
anomalia genética irreversível sendo assim não pode ser portar a síndrome, logo
equivocando essa expressão usada erroneamente.
2. A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR (EFE) E OS PCN'S.
O surgimento da Educação Física veio pela necessidade que a sociedade
teve e foi na Europa que se iniciou. Na área escolar os exercícios físicos tem
origem dentro da cultura do jogo, ginástica, dança e equitação. O cuidado com
o corpo vai passar a ser uma necessidade concreta somente na sociedade do
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século XIX. (SOARES et al, 1993).
Moreira (2004) relata que a Educação Física (EF) com o passar do tempo
tomou um rumo para a sua legitimação na sociedade, podemos observar isso
quando ocorre a inclusão da prática nas atividades dentro das instituições
escolares.
Nas primeiras décadas do século XIX o sistema educacional brasileiro
teve uma grande influência das instituições militar, o país estava passando pela
fase da ditadura militar. Nesse momento a EF era entendida como uma atividade
somente de prática o que acabou dificultando o entendimento da diferencia entre
a instituição física militar e a educação física escolar (SOARES et al, 1993).
A Educação Física nas suas práticas dentro das escolas militares serviu
como métodos de alienação e apaziguamento que tinha em sua prática
elementos excludentes como objetivo de buscar talentos para o esporte de alto
rendimento deixando de fora os fisicamente inaptos as práticas esportivas e
favorecendo assim somente os possíveis atletas, momento da EF passou a ser
um instrumento de enaltecimento do sentimento patriótico. (MOREIRA, 2004).
A saúde corporal ligada a EF não é um privilégio somente dos militares os
médicos também entram nesse debate no sentido da medicina social de um
caráter higiênico e assim ditavam regras para a sociedade. Ressaltando que
devido a essa modificação a sociedade transformou em um perfil sanitário
familiar e os predicativos físicos, psíquicos e sexuais das pessoas e assim
surgindo uma Educação Física moral, intelectual e sexual (CASTELANI FILHO,
1988).
Castelani Filho (1988) descreve que a EF como elemento educacional
enfrentou inúmeras dificuldades e assim se tornando uma educação de caráter
manual e desprestigiando o caráter intelectual. A educação física vai ser
associada somente as atividades relacionadas ao trabalho e não vai ter
associação em seu sentido lúdico e mesmo com a resistência da classe
dominante o esforço feito para que a educação física se torne parte da grade
curricular nas escolas não foi em vão. Foi quando o parecer de Rui Barbosa
denominado de “Reforma do ensino primário” que deu a Educação Física o seu
merecido destaque.
Em 1961 houve um grande debate acerca do sistema educacional
brasileiro na qual a divulgação das Diretrizes e Bases da Educação (LBD)
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determinou a lei que obriga a Educação Física a fazer parte do currículo escolar
do ensino fundamental e ensino médio. Em 1968 a Lei n 5.540 e em 1971, com
a lei 5.692 foram determinadas que a Educação Física torne-se uma atividade
pratica voltada para o desenvolvimento técnico e físico do aluno. (PCN’s, 1997).
Com a instauração da ditadura militar o sistema educacional foi
reformulado devido ao um novo panorama que se instaurou e partindo daí a EF
se baseou em uma pedagogia Tecnicista (SOARES et al, 1993).
A crise da identidade da EF começou em 1980 foi quando surgiram
grandes mudanças nas políticas educacionais enfocando na psicomotricidade e
tirando a escola da função de promover o esporte de alto rendimento. (PCN’s
1997).
A partir de 1990 o sistema educacional desenvolveu estudos
psicopedagógicos que defendiam o conhecimento que o aluno já tem do
ambiente não escolar esse era o movimento “construtivista”. (VEIGA, 1994).
Segundo Soares ET AL (1993), a metodologia utilizada deve ser de forma
interligada que venham compor um programa de Educação Física e trabalhar de
forma interdependente atividades que envolvem jogos, esportes, ginástica e
dança ou outros temas. Logo apreender a expressão corporal como linguagem
e cabe a instituição de ensino promover essa apreensão social.
Com isso foi criado os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’S) para
sistematizar a forma de organização dos currículos em todo território nacional.
A Educação Física nas primeiras séries do ensino fundamental tem uma
enorme importância, pois dá à oportunidade para que os alunos possam
desenvolver habilidades corporais, atividades culturais com a finalidade de lazer,
expressão de sentimentos, a afetividade e emoção cada vez mais cedo. Nesse
momento a EF é considerada por trazer benefícios tanto para o desenvolvimento
motor quanto para as dimensões do ser humano como um ser social e político
(PCN’s, 1997).
Em base nisso os alunos começam a desenvolver um estilo próprio na
execução de seus movimentos e para os alunos com Síndrome de Down não é
diferente só que isso acontece de forma mais lenta.
Analisar e detectar o tipo de grau de limitação que o aluno com Síndrome
de Down é muito importante porque assim o professor poderá atender as
necessidades específicas de cada aluno e esse tipo de procedimento necessita
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não só de uma orientação medica e sim de uma equipe multifuncionais como
fisioterapeutas, psicólogos e outros, porque a excesso dos movimentos pode
resultar em danos a saúde.
Sobre a questão avaliativa o professor e o aluno podem dimensionar os
avanços e as dificuldades que tiveram no processo de ensino – aprendizagem e
assim não sendo diferente dentro da Educação Física Adaptada.
3. A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA (EFA) PARA ALINOS COM (SD) E A
FORMAÇÃO DO PROFESSOR.
A Educação Física adaptada é a vertente da Educação física que visa
proporcionar o desenvolvimento das pessoas com necessidades especiais,
sempre respeitando suas limitações e individualidades de modo a assegurar o
direito de cidadão de ter educação e a interação social. Esta educação é prevista
por lei na Constituição Federal que garante que o deficiente frequente a rede
regular de ensino.
Não há necessidade de licença da Secretaria de
Educação, uma vez que nossa lei maior, a Constituição Federal,
determina no Art. 205 que a educação é direito de todos, e a
Resolução do CNE/CEB nº 2/2001, a qual define as diretrizes
nacionais para a educação especial na educação básica,
determina que as escolas do ensino regular devem matricular
todos os alunos em suas classes comuns, com os apoios
necessários. Esse apoio pode constituir parte do atendimento
educacional especializado (previsto no Art. 208 da Constituição
Federal) e pode ser realizado em parceria com o sistema público
de ensino. (BRASIL, Ministério Da Educação).
A prática das atividades físicas para pessoas com necessidades especiais
se tornou bastante evidente nos dias de hoje e a Educação Física Adaptada tem
como desafio trabalhar as potencialidades desses alunos dentro de suas
particularidades
A inclusão das pessoas com necessidades especiais nas atividades
físicas se iniciou após a 1º guerra mundial, com o objetivo de reabilitar os jovens
militares que voltaram da guerra com graves lesões. Isso através de práticas
terapêutica e atividades de recreação (STRAPASSON, 2002).
O termo Educação Física Adaptada só surgiu no curso de EF em 1993
pela resolução do Conselho Federal de Educação o qual prevê a atuação do
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professor de EF com alunos com necessidades especiais, porem muitos dos
professores não tiveram a oportunidade de cursar essa disciplina o que contribui
para um déficit na práxis do professor.
Bomfim (1996) não deve haver diferencia entre a Educação Física normal
e a Educação Física Adaptada, pois quanto menos adaptações houver mais
estimulados os alunos serão.
Para a melhor formação do professor durante o seu curso acadêmico é
importante à presença do professor que atue como orientador para contribuir no
processo de novas aprendizagens, para o aprimoramento do desempenho e
para a afirmação de um diálogo e uma prática de uma avaliação continuada.
O professor sem dúvida alguma é essencial no trabalho de adaptação e
de vivencias dentro do âmbito escolar, ele tem como responsabilidade a
determinação da qualidade de integração e da aquisição de conceitos e pela sua
transferência.
Como agente pedagógico o professor tem a responsabilidade de construir
conhecimentos novos juntos com os seus alunos e buscar esses regastes e
contribuições para melhor adicionar na formação educacional (SOUZA JÚNIOR,
1997).
Cabe ao professor avaliar e definir qual procedimento de ensino deve ser
utilizado para cada aluno. Esses procedimentos devem ser flexíveis para se
adequar a cada habilidade individual do aluno. O professor deve ter uma ação
educacional interventora para melhor detectar, diagnosticar e promover uma
melhor interação do aluno com necessidades especiais como a sociedade.
Para Shimazaki (1994) o trabalho deve ter muita atenção, dedicação e
paciência. Assim cabendo ao professor de Educação Física ao conhecer a
história e os problemas de cada aluno desenvolver de um programa de
atividades motoras e atividades que melhorem a questão do fortalecimento
muscular para promover uma melhor qualidade de vida e um melhor
aproveitamento em outras aulas.
Nas práticas dentro das aulas de Educação Física para os alunos com
Síndrome de Down deve ser prioriza os jogos simbólicos e linguagem, esquema
corporal, coordenação motora, organização espaço temporal, exercícios de
atenção visual, auditiva e tátil, fortalecimento a musculatura respiratória, a
melhoria postural e tonicidade sendo de grande importância para o processo de
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aprendizagem e do bom estar do aluno com Síndrome de Down (BOMFIM,
1996).
Bomfim (1996) diz que cabe a cada professor conhecer os seus alunos e
suas individualidades e assim tomar precauções ou evitar algumas atividades
que podam em risco a integridade de seus alunos com SD. Devem-se apropriar
os conteúdos para poder oferecer o bem estar biopsicossocial.
Segundo Bomfim (1996) há algumas sugestões do que o professor deve
realizar em suas aulas: trabalhar com grupos pequenos nas fases iniciais;
explicações devem ser mostradas de maneira clara e simples; adaptar os
conhecimentos para atender a individualidade do aluno; diversificar as atividades
para obter a atenção e o prazer; trabalhar a socialização entre os alunos;
promover a autoconfiança; incentivar os alunos para buscar sempre novos
conhecimentos e atualizar-se.
Um fato de grande importância na educação especial é que o professor
deve considerar sempre o seu aluno como uma pessoa inteligente e capaz. É
suas vontades afetivas devem ser respeitadas, pois não é só o aluno que
aprende o professor também aprende todos os dias com a sua pratica
(SCHWARTZMAN, 1999).
4. COLETA E ANALISE DOS DADOS.
4.1 Coleta Dos Dados.
GRÁFICO 1- Tempo de atuação dos professores em turmas especiais.
FONTE: O autor (2016)
R: 50% dos professores estão atuando de 10 a 15 anos, 25% dos
professores estão atuando entre 16 a 20 e os outros 25% dos professores
entre 21 a 25 anos.
GRÁFICO 2 - Formação continuada dos professores de educação física.
% de Professores
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
De 21 a 25 anos
De 16 a 20 anos
De 10 a 15 anos
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FONTE: O autor (2016).
R: 100% dos professores que participaram da pesquisa possuem uma
pós-graduação na aérea da educação física especial.
GRÁFICO 3 - Qual método avaliativo é usado pelos professores.
FONTE: O autor (2016)
R: 100% dos professores usam o método avaliativo continuado como forma
de avaliar os seus alunos.
Qual espaço físico é usado para esses alunos.
R: Salas de aula, pátio, piscina, sala de desenvolvimento motor, sala de
dança e teatro. Todos os espaços que a instituição oferece.
GRÁFICO 4 - Professores sentem alguma dificuldade para trabalhar com
os alunos com Síndrome de Down.
FONTE: O autor (2016)
R: 75% dizem não sentir nenhuma dificuldade de trabalhar com esses
alunos e 25% relatam sentir dificuldade devido à estrutura física do
espaço.
% de Professores
0% 50% 100% 150%
Professores com formação continuada
% de Professores
0% 50% 100% 150%
Método avaliativo
% de Professores
0% 20% 40% 60% 80%
Sentem dificuldade
Não sentem dificuldade
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Quais os principais objetivos das aulas de EF.
R: O desenvolvimento bio-pisco-social dos alunos com Síndrome de
Donw.
Quais metodologias pedagógica da Educação Física é utilizada.
R: Não há uma metodologia especifica utilizada pelos professores das
instituições.
Como ocorre a organização metodologia das aulas.
R: Não existe uma linha organizacional nas aulas dessas instituições.
GRÁFICO 5 - Existe algum conteúdo da educação física que não é
utilizado nas aulas.
FONTE: O autor (2016)
R: 50% dizem utilizar todos os conteúdos da Educação Física e 50%
dizem não utilizar.
4.2 Análise e Discussão Dos Dados.
A análise e discursão dos dados foram feitas em cima de dos resultados
coletados com a aplicação dos questionários semiestruturados com perguntas
abertas direcionadas para os professores de educação física das instituições
pesquisadas.
A primeira pergunta do questionário trata do tempo de atuação dos
professores na área da educação física especial, percebemos que de todos os
professores pesquisados possuem mais de uma década de atuação com esses
alunos.
A seguinte questão fala sobre a formação continuada dos professores e
segundo as respostas coletadas todos os pesquisados possuem uma pós-
% de Professores
0% 20% 40% 60%
Utilizam todos os conteúdos
Não utilizam todos os conteúdos
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graduação em educação física especial, assim percebemos a importância de
buscar um conhecimento continuado para melhor lidar com essas turmas.
O próximo questionamento faz referência aos métodos avaliativos
utilizados pelos professores desta instituição, e percebeu-se que a avaliação
continua é o método mais constante para avaliar o desenvolvimento das aulas,
sendo este caracterizado por analisar todos os aspectos em geral e por ter como
avaliar de forma individualizada respeitando o processo de ensino –
aprendizagem e cada aluno.
Outro questionamento levantado pela pesquisa versa sobre o espaço
físico que os professores usam para aplicar suas aulas e as suas respostam
foram que, eles utilizam todos os espaços oferecidos pela instituição tais como
piscina, sala de psicomotricidade, sala de dança, pátio, teatro e sala de aula.
Logo podemos perceber a importância da utilização dos espaços para que se
comtemple as vivências necessárias de diversas praticas corporais.
A seguinte questão trata sobre quais as dificuldades existentes e
enfrentadas pelos professores para o trabalho com esses alunos, segundo as
resposta coletadas cerca de 75% dos pesquisados falam que não sentem
nenhuma dificuldade para o trabalho e os outros 25% relatam sentir dificuldades
estruturais de espaço. Percebemos que mesmo com a diversidade de espaço
existente na instituição há por alguns professores a insatisfação relacionada pela
falta de manutenção dos espaços para o trabalho mais seguro com esses alunos.
O questionamento seguinte busca verificar qual o principal objetivo das
aulas de educação físicas para os alunos com síndrome de Down, todos os
professores responderam que o objetivo é o desenvolvimento biopsicossocial,
que busca o desenvolvimento das capacidades física, cognitivas e a interação
social, proporcionando a estes alunos uma melhora na qualidade de vida a partir
de suas necessidades mais evidentes, que são apontadas como fatores mais
afetados em seu desenvolvimento.
Um dos questionamentos abordados pela pesquisa foi qual a metodologia
da educação física é utilizada pelos professores para o trato com esses alunos,
percebemos que não há uma metodologia especifica usada para a
sistematização dos conteúdos da educação física nas aulas desenvolvidas para
os alunos com Síndrome de Down. Com isso surge à necessidade de uma
metodologia inovadora para a ação pedagógica com os conteúdos da cultura
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corporal para alunos especiais visto que, não há uma forma sistemática de
trabalhar os mesmo em muitas instituições especializadas, o que a acaba por
não possibilitar um aprendizado mais completo para estes alunos.
Sobre a organização metodológica das aulas percebemos que não existe
um referencial teórico metodológico utilizado pelos professores da instituição
para a organização das aulas. A não utilização de referência teórico
metodológico parece dificultar o processo de ensino, pois acarreta numa
desorganização dos conteúdos já trabalhados e no avançar do processo de
ensino – aprendizagem.
Com o último tópico de verificação desta análise de dados buscamos
perceber a existência de algum conteúdo da educação física que não seja
utilizado com os alunos com síndrome de Down, e foi identificado que apenas a
metade dos professores pesquisados não utiliza algum conteúdo da educação
física, como justificativa obteve respostas que indicam a especificidade das
ações desenvolvidas nesta instituição como atividades aquáticas e dança.
Através da pesquisa fica perceptível que não há uma organização
metodológica especifica para esses alunos, e isto se reflete diretamente no
processo de ensino – aprendizagem dos conteúdos da educação física.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral do estudo foi atendido e mostrou que não há uma
metodologia especifica utilizada para o trato com os alunos com Síndrome de
Donw. A disciplina Educação Física não segue uma ementa formal e os
educadores tornam-se professor de dança, professor de natação, professor de
psicomotricidade e etc. O que parece dificultar a formação integral dos alunos.
Não foi possível realizar essa pesquisa com o número de entidades especificas
pretendidas, pois teve uma entidade que se negou a participar, o que limitou a
concretização desse estudo. Futuramente pretende-se dar continuidade nesse
estudo com a ampliação da coleta de dados para se ter um conhecimento mais
adequado sobre o ensino dessas entidades especializadas.
ABSTRACT: Down syndrome is a genetic disorder that occurs when there is a
mutation in cell division which creates an extra genetic material in chromosome
21. The study aims to understand how the methodological organization of classes
in institutions specialized in teaching children with Down syndrome is. The
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method of research is applying a targeted questionnaire for the Physical
education teachers of these institutions, characterizing itself in a field research.
The result was that there is no specific methodology based on a pedagogical line
of Physical Education to be used by these institutions which can hamper the
teaching process - learning of children with Down syndrome.
KEYWORDS : Down Syndrome , Physical Education, Pedagogic Practice ,
Specialized Institutions
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