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PREÇOS: No Rio $500 Nos Estados.. - $600 O Tico-Tico publica os retratos de todos cs seus leitores_^5fnECA HÀC/r^, AT oo - -€-% RIO DE JANEIRO, 22 OE JULHO OE 1931f^RIO B5- «U_.E!r?C ANNO XXVlil.<*> %_"oONT. L:E<3ALN> '-346 O encontro commovente?/ ¦ Durante .. ausência de Carrapicho e Goiabada, que. Lamparina v.gavam a chorar pelas ruas. Um senhor, o navio levou par? togar desconhecido. Jujuba e...entretasto. aconselhou-os a ir pedir o auxilio de um... ., . jornal. Assim fizeram os dois pequenos Pela manhã do dia seguinte surgiram os dois na redacção de um jor- nal e explicaram o seu desejo. Foram bem recebidos, .. tiraram photographias, contaram a vida toda e o des- apparecimento de Carrapicho, que fôra visitar um navio muito grande e não voltara á tarde, o jornal estampou... ... os seus retratos e uma noticia toda atrapalhada, tro- cando nomes e baralhando todo Os garotos nâo gosta- ram, mas Carrapicho leu a noticia e comprehendeu tudo apesar de Goiabada insistir em.,. .. Jizer que aquillo era pilhéria, porque elle nao se cha- ma Lamparina Não obstante foram ao jornal e encon- traram os dois pequenos. O regosijQ foi muito grande < agora a família está toda reunida.

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PREÇOS:

No Rio $500

Nos Estados.. - $600

O Tico-Tico publica os retratos de todos cs seus leitores _^5fnECA HÀC/r^,AT oo - -€-%

RIO DE JANEIRO, 22 OE JULHO OE 1931 f^RIO B5- «U_.E!r?CANNO XXVlil .<*> %_"oONT. L:E<3AL N> '-346

O encontro commovente / ¦

Durante .. ausência de Carrapicho e Goiabada, que . Lamparina v.gavam a chorar pelas ruas. Um senhor,o navio levou par? togar desconhecido. Jujuba e... entretasto. aconselhou-os a ir pedir o auxilio de um...

., . jornal. Assim fizeram os dois pequenos Pela manhãdo dia seguinte surgiram os dois na redacção de um jor-nal e explicaram o seu desejo. Foram bem recebidos,

.. tiraram photographias, contaram a vida toda e o des-apparecimento de Carrapicho, que fôra visitar um naviomuito grande e não voltara á tarde, o jornal estampou...

... os seus retratos e uma noticia toda atrapalhada, tro-cando nomes e baralhando todo Os garotos nâo gosta-ram, mas Carrapicho leu a noticia e comprehendeu tudoapesar de Goiabada insistir em.,.

.. Jizer que aquillo era pilhéria, porque elle nao se cha-ma Lamparina Não obstante lá foram ao jornal e encon-traram os dois pequenos. O regosijQ foi muito grande <agora a família está toda reunida.

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O TICO-TICO _ 2 — _>2 — Julho — l!.:.l

O presente da vovó'(_' minha irmãzinha Neusa)

De Lúcia Gl.marães

Ha muito tempo, Neuza, suspirava pêlo dia da rea-

bertura das aulas,- como se suspira pêlo de uma grandefesta ou divertimento. E' que ela fizera sete anos e de-

Sfjjava muito começar a estudar.

A toda a sua familia, parentes e amigos ela dava

a alegre noticia. Na véspera do grande dia muitas pes-soas levaram-lhe presentes: lápis, reguas, caixas de la-

pis, borrachas, copos de alumínio e até um de prata.Oue alegria! Que festa! A menina examinava os obje-tos, contava-os, guardava-os de novo, enquanto os

' Ã^MSÂcT__E~VEOTRE"

cansa ttnivels perigos e n ninguém mais do quecre&aÇMl 'Para restabelecer em seus delicados

organismos a regularidade das funções Ihtestlnals, _altann nte recomendável o uso do"MANITOL"

,-dio de açâa rápida, segura e definitiva, ie.i .o é agradável ao paladar e as creançat j; mai^ o

usam, pelo contrario, reclamam-no eom ire-cjuenciu.

,_-._______ _--- _--___ __-.__-------.---.-.v-"---------".'-.--1

POESIA DA ESCOLA DE

Theophilo BarbosaE'

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cihinhos brilhavam e ela saltava, batendo palmas decontentamento.

A noite chegou a empregadinha da vovó, trazendouma bandeja colierta. Reoébendo-a, Neuzinha agrade-ecu e levou-a á mamãe. Eram duas pencas de bananasouro e maçã — madurinha., apetilosas, para a merenda

do seu primeiro dia de aula. Foi o presente do qualmais Neuzinha gostou. Pediu á mamãe cjue a deixasselevar todas; queria que a professora e as coleguinhas

provassem do presente da vovó.

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3$0Ü0

NUMERO DE JULHO— A * VENDA —

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22 — JiiHm 1981 — 3 O TICO-TICO

)\ pátriaNão é demais lembrar que a no-

ção de Pátria é aquela que muitodeve interessar os nossos sentimen-tos. ,

Para nós, os brasileiros. Pátria éesse pedaço livre da America, a queos nossos antepassados denomina-rara Brasil, por terem em as terrasdescobertas, encontrado uma madei-ra, cuja cor vermelha se assemelha-va á brasa.

O nosso paiz, cuja extensão terri-torial é de 8.528.218 kms2. e quecada geração o vai recebendo e

passando a uma outra que se succe-de, nós temos que o receber de nos-sos pais. — amá-lo, tratá-lo com ocarinho que nos merece a memóriados que no-lo entregaram e depoistransferi-lo a uma outra geraçãoque virá depois de nós.

Amemos a nossa Pátria e procure-mos servi-la com a dedicação t oamor que merece o berço que nosembalou e o regaço augusto em quedormimos os nossos primeiros som-nos da adolescência.

Jayme Augusto

(8 anos dc idade).

TENDES FERIDAS. ESPÍ-NHAS, MANCHAS, ULCE-RAS, ECZEMAS, emfim qual-quer moléstia de origem SY-

PHILITICA?.usae o poderoso

Elixir de Nogueira

do Pharmc».

João da

GRANDEDEPURATIVO DO SANGUE

Vinho CreosotadoDo Pharm. Chim.

João da Silva SilveiraPODEROSO FORTI-FICANTE PARA OSANÊMICOS E DE-

PAUPERADOS.Empregado com sue-cesso nas Tosses»Bronchites e Fraqueza

Geral.

gmÊÊk Chimico

P^ef S i 1 v a Sil-f!âlt^vJB veira

A CIDADE MAIS POPULOSADO MUiNDO

Segundo o último censo procedi-do pelo departamento de estatística,Londres continua a ser a maior ei-dade do mundo quanto á popula-ção, A capital da Inglaterra contaatualmente 8.202.818 habitantes.Ni rva York continua a ser a segun-gunda cidade, com 1.220.901 ha-bitantes menos do que Londres.

0 njar* O. mar assemeiiia-se a um enorme

lnanto esmeraldino, que se estende

preguiçosamente sobre o globo ter-restre. O mar sob duas fôrmas senos apresenta: 011 manso como umcordeiro, vindo mansamente beijaras alvas e reverberantes areias daspraias, ou então como um feroz gi-gante que, rugindo como um tigre,carrega para os abismos insonda-veis de suas aguas, enormes trans-atlânticos, roubando ao mundo mi-lliares de vidas preciosas.

O mar que ocupa duas terças par-tes do nosso globo, nas densas ca-madas de suas aguas, oculta os maishorripilantes seres da creação, osmais grotescos e bizarros animaes,ao par de outros, que nos servem dealimentação sadia e saborosa. Quetesouros insondaveis, que mistériosencerrarão as profundezas submari-nas, a que a vista humana aindanão poude penetrar? Quem o po-dera dizer?

Jayme Augusto

(7 anos de idade).

SA BONETE•!•]PREÇO PORPRECÒ-E'0 MELHOR!NAS PERFUMARIAS LOPES - rio eSpàuio-CAZAUX- (ASA B Ali Neoutra<

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O TICO-TICO/

— 4 — 22 — Julho —¦ 19..1

_¦¦—»——_-—•-___MWmp—Mv—_s_wia_iH

^^^"^^^^¦¦^^^ ^^_!^^.___________ _d._______^__r^

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I ^-—i _f^o_'^_^_5í^2>J ^^fí^^^

MILHARESPESSOAS£sj$opedmde ¦õssídrwtür&s c ÁCmeavík

porque çmearfe seTORNA CAPA VEZ MAISINTERESSANTE

POfiQl/1- £ J M/CÀPEVISTA EXCWS/MMMftCMEmTOG/?ÂP///£4.

Porque xdo Ãã ao^mundo u/na rev/sfà.sematzãl, de eircenza.eofóo Cíeteâc^t^,..powquí emearte publica sempreCHROHICAS OE HOLLYWOOD, PE MEW-

YORK E DA EUROPA, SEM COtíOftlOGRAPHÍAS E MAGNiriCOS

AETRATOS PE ARTISTAS,COMMEflTANDO TODOS OSFILMS E OS DISCOS

APRESENTADOSNO BRASIL....

!.:

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O TICO -TICOQU.

Ititluttor-Clicfc: Carlos Manhãcs— Dirot tor - Gerente A. de Sonza e SilvaAssignatura — Brasil: 1 anno, 25*000; 6 mezes. 13JO0O; — Estrangeiro: 1 anno, 60$000; 6 mezes 35S000

t* *^^*atlf^nn^«.nMnSS?i»n0 dIa

V? m6Z em ^ íorem tomadas e »r«o «*e«aí annual ou semekralmen-te. TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal on car-ta registrada com valor declarado), deve ser dirigida á Rua da Quitanda, 7 _ Rio. Telephones: Gerencia- 2-4544Escriptorlo: 2-5260 Directoria: 2-5264.Suecursal. em Pão Paulo, dirigida pelo Dr. Plínio Cavalcanti — Rua Senador Feljó, 27. 8« andar salas 86 e 87

ÜCOQ/imÇÊÊXUÔüÔ

A REFORMA ORTOGRÁFICAMeus netinhos:

Nos últimos dias do mês de Ju-nho último foi instituída, por deter-niinação do governo, a nova orto-

grafia — trabalho das duas aca-demtas de letras de Portugal e Era-sil. Nos departamentos da adminis-tração pública, nas escolas, nos co-légios já se faz a adoção da novaortografia que, sem desprezar porcompleto a razão ctimologica, temsua feição prática e racional.

Muita gaite tem, no entanto, en-centrado dificuldade em escrever

pêlo novo sistema e Vovô, na pa-lestra de hoje, vai tratar desse as-sunto, oferecendo alguns elementosde auxilio para vocês.

Comecemos, assim, meus netinhos,

pêlo abecedario, que, segando a lei,

passou a ser o seguinte:

a- b, c, ç, ch, d, e, f,

g. h, i, j, 1, lh, m, n,

nli, o, p, q, r, s, t, u,

V, X, z.

Segundo esse alfabeto, desapare-

coram as letras K, \V e Y, e, da

mesma maneira os grupos conso-

nantais ch (com som de k), ph,rh e th que se usavam nas palavrasde origem grega. Assim, escreverão

o< meninos: quilômetro (em vez de

kilometro), tipo (em vez de typo),

]) ii|iie o y será substituído pelo t, e

uísque (em vez de whisky), por-

que o w foi substituído pelo u oa

pelo v.As vogais continuam a usar-se co-

mo até então se fazia, variando, co-mo viram os meus netinhos, no ai-faI)eto acima transcrito, o numerode consoantes.

Na próxima palestra de quarta,feira, Vovô entreterá com vocês en-sinamentos relativos á silabaçãP e

grafia propriamente dita das pala-vi-as, obedecendo ás regras da novareforma. Esperem, pois, os meninosa nova palestra de Vovô e guardemas noções do que acima disse, pur-que, sem conhecê-las bem, não pode-rào achar facilidade em aprender onovo método de se escrever,

VOVÓ.

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O TICO-TICO — 6 — 22 — Julho — 1931

"O TICO-TICO" MUNDANO ZUS^aTíalNASCIMENTOS

? ? O Sr. Wal*demar de Almeida esua esposa, D. AméliaVieira d e Almeida, têm o seu lar enrique-cdo pelo nascimento de dois lindos meninos que foramregistrados com os nomes de Mario Lúcio e Lúcio Mario.

Os gêmeos do casal Almeida nasceram no dia 9 domês andante.

® ? Recebeu o nome de Madalena_a linda filliinhado casal Humberto Pereira-D. Adelia Guedes Paiva. Ma-dalena nasceu a 10 deste mês.

ANIVERSÁRIOS

? Q> Faz annos hoje o men'no Luiz Carlos, filhinhodo Dr. José Lauro de Castro.

v ? Magdalena de Almeida, nossa graciosa amiguinharesidente em Bole Horizonte, festejou hontem a passagemde seu aniversário natalicio.

¦''¦¦• <&¦ Passou sábado último a data nata'icia do n soestudioso amiguinho EduardoCamilo de Almeida.

3> <& Judtih Lemos, nos-sa prendada amiguinha e as-sinante, recebeu a IS destemês muitos cumprimentos pelapassagem de seu aniversárionatalicio.

4> 4> O nesfo assinantee dedicado amiguinho AírtonSá dos Santos festejou a 16deste mês a passagem de seuaniversário natalicio.

Luiz Souza Figueira, por serser fnguaruda.

EM LEILÃO...

tar de colar democra-tico; Evelina, por fa-zer progresso nos es-tudos; Manoel Carda-so, por ser elegante;

simpático, e eu, por

NA BERLINDA.,

^ ? Estão em leilão os seguintes rapazes e moças re-sdentes á rua Jaceguay: Quanto dão pela pinta de Cons-tante? pelas ondas de Lourdes? pelo modo de partir o ca-belo de Zézinho pelos vestidos de Dalva? pe'os pulos deJoão? pela voz de Glorinha? pelo bonitinho Roberto? pelasroupas de Ivan? pelas risadas de Antero? pelos cabelos deDulce? pelas fardas de Chico? pela altura de Alice? pelosolhes azues de Mario? pela gordura de Stella? pe'a lindaLeda? pela mimosa Lorete? pelo-andar dfe Elvira? pelos ca-belos de MeÜna? pelos trajes de Filomena? pfela meiga Al-bertina? pelo engraçadinho Jorge? pelo levado Zeca? pela

simpatia do Alfredinho? equanto dão pelo leiloeiroatrevido?R 1

Eu me prosterno, Pátria, em teu aliar,alçando o pensamento aos altos céus,para melhor poder, Pátria, te amar,para militar pedir por ti a Deus t

Eu te respeito, Pairia, como o larcm que resido com os filhos meus;e adono a mala, o céu, o monte, o mar,por serem, minha Pátria, todos teus !

Com a alma de jeelhos no teu chãoe a ttta imagem t*o meu coração,eu te bcmdigo, Pátria Brasileira I3> Estão na berlinda

Os seguintes alunos doCurso Freycinet do 1° doCurso Comercial (diurno):Margarida, por ser estudiosa;Maria de Jesus, por ser riso-nha Maria Elisa, por serboazinha; Scyla, por ter que-rida; Maria R., por prestaratenção ás aulas; Nair, por fazer férias antes do tempo;Lelia, por falar para dentro; Ophelia, por jogar goTnho;Licio, por ser elegante; Zoraida, por ser gentil; Marina,pou ser o gigante da classe; Valdemar, por ser gorducho;José, por ser apressado; Luiz. por ser quieto; Valtenrio,por querer ser normalista; Adib:o, por ter costeletas, e eu,por ser a intrometida da classe.

<S> Estão na berlinda os seguintes alunos do 5o anodo Grupo Escolar Padre Manoel da Nobrega: Iná, por seruma morena bonita; Ruth, por ser pequenina; Curea, porser morena; Myriam, por ser "chie"; Isaltina. por gostardas colegas; Isolina. por contar bem; Carmen, por locar

; Iracema, por ter boa letra; Luiz C, por ser russo;Antônio, por falar muito;Maria de L., por ser com-portada; Israel, por ter ga-nho a caderneta do R itaryEnedina. por ser Filha deMaria; Helena, por ser uma

colega; Ubá, por serquerido; Nüton, por ser quic-to; Alberto, por gostar dos

g; Álvaro, por ser umbom escoteiro; Julieta, por

r 1 .cazinha; Aitair, por gos-!ar de cinema; Celeste, porfcar violino; Donatilha, por

E a Deus imploro com ardor febrilpara seres um dia o meu Brasil.no concerto das pátrias a primeira!...

RENATO DE LACERDA

NO JARDIM.

C t.çç -t-CC¦ ~ 1

* * Desejando o fere-cer uma corbeille, escolhi asseguintes moças e rapazesconhecidos: Maria Elsa. umjasnvn; Valdemar, um lírio;Maria de Jesus, um bein-mc-quer; Jorge, um mal-me-quer; Alfredo, um jasmin doCabo; Margarida, um gira-sol; Geny, uma rosa, rainhada corbeille; Scyl'a. uma vio-leta; Maria R., um amor-perfeito; Luiz, um principe-negro; Feüx, uma margari-da; Carlinho P. T., um mio-sotis; Arlindo, um cravo, orei das flores; Olivia, uraangélica; Osmar, uma bocade leão; Milton, um copo de

leite; Lourdes, uma cravina; Stela, uma dalia; Roberto, umrezedá; Marina, uma angélica; Artur, uni crisantemo, eeu, por ser a — Fada da Corbeille.

NO CINEMA...

<S> <£ Para tomar parte num f'lm musicado a aparecerbrevemente num dos nossos grandes cinemas foram contra-tados as meninas e meninos seguintes: Jupíra, a NormaShearer; Paulo, o Conrad Nagel; Anita, a Anita Page; Car-los, o Ramon Novarro; Alzira, a Mary Astor; Ernesto, oGary Cooper; Dora, a Marlene Dietrich; Homero, o Rona'<lColman; Ninita, a Greta Gari»; Otávio, o Gary Cooper;Iolanda, a Gloria Swanson; Raul. o Ben Lyon; Maria dcGloria, a Bebe Daniels; An-tenor, o Charles Farrell; Au-rora. a Vilma Banky; GUberto Rod La Rocque; Rosita, aMariori Davies; Alfredo, oHarold Lloyd; Ester, a LauraLa Plante; Vera, a Nonir.Talmadge; Joel. o Charic-vRogers; Mariazinha, a Ru hCharterton; Milton, o AdoljMenjou; Girelia. a MonaMaris; Abel, o Richard Dix;Olivia, a Pola Negri; Ce]o Douglas Fairbunks. PlPQC/\ g-T^JA^

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22 — Julho — 1931 — 7 0 TICO-TICO

"V O X DE MAEConta, mâezinha, uma historiaPara o teu filhinho escutar,Conta uma historia bonitaDe um passarinho a voar

Um passarinho que leveNo bico a frágil palhinhaPara fazer, cuidadoso,Do filho a quente caminha

A boca que conta historiasE' como o vento, ao passar,Que deixa, cantando rezas,O çor?ção a sonhar.

Qualquer historia que eu conte,De um enredo encantador;E' um hino que te dedicoMeu filhinho, meu amor.

Historias que a gente conta,Entre ternura e afeição,São baladas que se entoamCom a voz do coração.

Voz aquecida de afeto,De encantos e de harmonias,Contando historias pareceRezar baixo ave-marias.

C A li L O S

Voz de mãe contando historiasPara o filhinho adormecerE' canção que o vento entoaNo encanto do amanhecer.

Voz de mãe contando historias,Para o filhinho acalentar,E' uma expressão de meiguíceDo coração a falar.

Voz que tem a unção da preceRezada nas romarias,Voz de acalento e de piosDos ninhos das cotovias.

Conta, voz pura, querida,Voz de mãe, voz de afeição.Conta a historia mimosaQue é o teu grande coração.

E a voz de mãe — que harmonia! —Começa a historia contarE a gente vai ouvindoO coração a falar.

Coração de mãe falandoAo coração do filhinhoE' uma reza que se escutaCom a alma cheia de arminho.

M A N H Ã E Smm^mmamaaaamm^r-, aa— —^_^_^_^—^^^_^^^^^^__ ....¦__ __ _ H m/Ã>S^Li>V^ ..',,: •' EJ9 gP^^^H KV m\l\t<r ^^m\ jí -"•

aaaaaÍaaMaa\aaalaa\avallallllall^~~^l«O^Vfíí/ llL^^^^a aaaaaaaataflaak.áaflgK^t^^

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J OIS grillos, des

J ses grillos ne-W^s* gros selva-

gens, pioravamnos seus respectivos covis,Uma noite, um delles can-tou tanto que o outro tomouaquillo por uma provocação.Pela manhã unidelles sahiudo covil e ficou á esperaque o vizinho cantador sa-hisse do seu covil.

Pouco demorou a espera emal apenas o cantor asso-mou á porta, o outro atirou-se a elle ás marradas.

Estes pequenos insectosbrigam como os touros eapesar de jmuito tímidos

OS GRILLOS

^^->>-___^?t-*-* ^^^"^

não podem ver, o semelhan-te sem atacal-o ás marra-das. Empenharam-se, as-sim, num duello de mortecomo dois hábeis espada- ,chins e não tardou cahirmorto um dos contendores.

O vencido foi cantor.O vencedor olhou o outro

e já se diapunha a retirar-se, quando se sentiu agarra-do pela cintura e introdu-zido numa garganta humi-da e fétida._ E' que um merguihão, queos espreitava, esperava ofi,m da luta para devoral-ostanto ao vencedor como aovencido

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22 — Jullio — 1931 9 — O TICO-TICO

AS AVENTURAS DO RATINHO CURIOSO(Desenhos de Walt Disney eU. B. luerks, exclusividade para 0 TICO-TICO, em todo o BrastH

— Vou surprehender a Macaquita com Mas uma cabra entrou na E começou a dar saltos violeis«sta musica que estou escrevendo! — dizia Ra- sala e comeu as folhas de pa- tos no ar até que..,tinho Curioso. pei de musica.

"•^iSi—^^^—^-^CSzSl t___-,Çji^_jO—- —- »» wj-t -—,._.. «^.^'^^-.ig^j^^^

,.. .cahiu mona, envenenada pela mu Ratinho Curioso tomou, então, da flauta .. .nas lojas da cidade um foliesica do Ratinlvo. que havia comprado e resolveu procurar.-. .- para tocar com mais facilidade...

..'.a sua flauta. Um negociante ven- .. .Ratinho Curioso partiu exn trosca fc^ri meio do caminho encontroudeu-lhe um folie exqu_tissimp e... da .ua muito adorada Macaquita. a sua grande caixa de violoncello.-

,-. e resolveu transformal-a em barco' Faltava-lh. porém, um panno para vela.O panno foi um par de calças da Ratbihot foi Har um passeio maritimo.

Macaquita que encontrada pelo... s (Continua)

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O TICO-TICO — 10 - 22 — Juliio — 1331

Os fj* »bbbbIbbbT -'^"^^-aílLVWaW ^V_n ** ^

A PANELINHA DE ALUMÍNIOFazendo parte de um trem de co-

zinha havia urna panelinha de aiu-minio.

Muito branca e luzidia, pequenae bonita, ela foi a escolhida paraaquecer o leite e fazer o mingáudos pequeninos da casa. Mal se ser-viam dela e logo tratavam de bur-ni-la e enxugá-la, evitando-lhe asmanchas, que enfeiavam as outraspanelas. E era um gosto vê-la. Decabo negro, num ponto separado daprateleira, a panelinha sentia a di-ferença que lhe faziam e mostrava-se vaidosa.

Nunca dirigiu palavra ás demaispanelas e caçarolas que habitavama cozinha.

De balde, tnaternalmente a grau-de panela da sopa indagava-lhe sesentia frio,, ali tão sozinha. ..

Em vão a velha chaleira chamava-a para seu lado. A pequena panelaanimada nunca se dignou respon-der-lhe e toda a vez que as via se-rem brutalmente raspadas pela co-zinheira, cheias de fuligem e gor-dura, ria-se gostosamente.

Pouco a pouco, os utensílios dacozinha se foram despreocupandoda pretenciosa. ..

Um dia, o velho facão, cahindono ladrilho, teve o cabo partido.Todas as panelas e calderões so-freram com o desastre do compa-nheiro. Só a panelinha de alumínionão se condoeu: tinha ela tempo

•para se importar com coisas de tãopouca monta, ela que vivia numaroda viva, sempre cheia de cremese de doces?

Orgulhosa, achava que era supe-rior a todas e procurava cada vezmais destacar-se de seus compa-ribeiros. Um dia, não se sabe como,a panelinha lobrigou a mesa de jan-tar cheia de pratos e cristais finos.Viu as flores sorrindo nos vasos ea linda toalha de linho cheia de bor-dados. E teve inveja dos cálices e

Cs

dos copos, teve inveja e vaidosamirou-se: o mesmo brilho dos cá-lices achou no espelho do seu alu-minio. Então, por que não estariaela na mesa também, no meio dasflores e das luzes? Seria por que elesfossem melhores que ela ? E não an-dava ela sempre entre as mãos bran-cas de sua dona, cuidadosa e bur-nida?

Certamente a dona não se lembra-ra que ela, na mesa, fazia uma lin-da figura... E a vaidosasinha su-pôs-se esquecida. Então resolveufazer-se lembrar. ..

No dia seguinte era festa de aní-vci sario de um dos pequeninos.

A panelinha não parou: eram cre-mes, doces em calda, manjares queliaisaram «o seu bojo pequenino eeram depois para as fôrmas bran-cas... Depois, lavada, burnida,co' .caram-na no canto da pratelei-ra. ..

Invejosa, de longe ela olhava amesa resplandente.

Via a dona arrumando aqui e alium cálice, ageitando aqui c ali umaflor....

E sieu fosse para lá? perguntoua si mesma a tolinha... Causariauma linda surpresa á minha donae. . . faria morrer de despeito cscálices de cristal. ..

E resolveu ir para a mesa. Rveu, não é bom termo, porque elinão podia mexer-se mas, a mãotravessa de um dos meninos, serviu-lhe de condução.

^ Colocou-se bem no centro, juntoá floreira. O seu cabo negro insi-nuou-se no meio das. flôre3.

Vendo-a espantaram-se os pratuse cristais:

— Que veiu fazer aqui esta ry>bretona? perguntou o jarro dáguareluzente.

Mas a panelinha^««B» o ouviu;aguardava com prascr a surpresaque iria causar, crescia de valor.. .

Um rumor de pessoas que S2aproximavam fê-la estremecer:

Ó! quem pôs esta panela aqui.no meio da mesa? inquerin-, severa,a dona da casa. Que brincadeira "><-Ia, continuou. Panelas? Mas o logardelas é na cozinha. ..

E, num gesto brusco arrancou a•panelinha do meio das flores e deu-a á criada para levá-la...

Com a precipitação a rapariga «kit»xou-a cair. A pobresinha na qué-da amassou-se toda. E, humilhada,a chorar viu-se não no canto ciaprateleira e sim no meio das outraspanelas que sorriam, sorriam do seuorgulho desfeito...

Mas a velha chaleira, sempre bon-dosa, chamou-a:

— Não chores, pequena. A tuadecepção de agora, vai servir-te delição: nunca devemos querer pare-cer aquilo que não somos, porquevem um dia em que sofremos o v>xarne de nos vermos humilhados.

Panelas... são para a cozinha...Diziam os cálices e os cristais na

mesa: lá o trabalho deles; fica aquicom os teus cremes e caldas; é oteu trabalho. Olha para mim: souuma velha chaleira que só faz o fer-ver n agua, ferver, ferver, até queum dia furando será posta de lado.

E isto é a vida.A linda panelinha de alumínio ou-

viu o conselho. Ficou na cozinhientre as demais panelas sempre que-rida, luzidia e burnida, com o secabosmho negro espetado para o :

~,I'C*\''K POSAD\JWW\"" MA«T» MANO ,

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22 — Julho — mi O TICO-TICO

O PAPAGAIO QUE SABIA LERQue um papagaio aprenda a fa'ax

repetindo, maquinalniçnte, as palavrasfra-.es que se lhe ensinam, admite-se;porém que um papagaio saiba ler émais difícil, dizia o Antero, conhecidojá pelas pilhérias engraçadas que fazia.

— E o senhor viu esse papagaio? —perguntaram-lhe as crianças Ciue o ro-(fervam para lhe escutar as históriasfantásticas que ele lhes sabia contarcom um vivo colorido de verdade

Não somente vi, como ouvi, evocês também poderão vê-lo e ouv:-lo,porque esse papagaio é meu, e eu ?ou oprofessor que o ens:na a ler e a contar...

Sabe também contar?!Sabe, sim; e ainda sabe cantar.Deveras? 1...Pois não. Breve irá aprender

também a dansar, esplicgu o Antero,gosando a admiração dos garotos queo ouviam.

E' capaz de saber até escrever;<Tsse um pequeno, sorrindo entre iro-nico e incrédulo.

Pois sabe escrever/ mesmo; de-clarou, muito sério, o dono do papa-gaio. E é datilografo até...

Datilografo?!S'm, senhor. Certa vez uns ga-

rotos travessos como vocês, colocaramsobre as teclas de uma >\ aquina deescrever alguns caroços de milho, pondoa gaiola do "louro" perto da maqui-na; pois ele, que anda sol;o, saiu dagaiola e começou a bater com o biconas teclas para comer o milho, gravan-do, assim, as letras no papel que es-tava sobre o rolo.

E que foi que ele escreveu?Ah! Isso não se sabe, porque foi

em uma lingua inteiramente desconhe-cida; naturalmente o idioma falado naPapagaiolandia, que é a terra dos pa-pagaios...

Quando é que o senhor traí aqriseu papagaio para nos mostrar comoe'e sabe ler?

Pôde ser amanhã, serve ?Serve, simPois então, estamos combinados:

amanhã, a essa hora aqui; conc'uiu oAnthero.

No dia sk-ju nte, an'es da hora mar-cada, já estavam no ponto combinadotodos os ouvintes da vé?pera e maisa'guns...

Não tardou que aparecesse o An-thero com seu papagao-louro empolei-rado no indicador da mão direita.

Bom dia! — saudou ele.Bom dia! — corresponderam os

.neninos.Bom dia! — repetiu tambe.ii o

papagaio.Ouviram ? — pe.guntou o An-

.hero.Ouvimos; disseram todos, alegre-

mente em coro.

^n«i ~**rMmmmwfc-^****''^.^mmM *m '¦ *AÍ" m\*a*mi Jf i*m\*\\\ HP-.

Imaginem que ura de vocês se en»gatusse e, em vez de bom dia, lhe desse:boa tarde. O papagaio delicadamente,responderia também: Boa tarde. Espe-rimentem.

Boa tarde ! — disse uma meninaem voz alta.

Boa tarde; repetiu o papagio.Se ainda alguém se enganasse, ou,

por pilhéria, lhe désce boa noite aomeio dia em ponto, ele também cor-responderia com igual pilhéria. Queremver, dêem-lhe boa noite.

Boia-noite, louro; disse um me-nino de cabtlo amarelo como itminglez.

Boa noite, louro; repetiu o papa-ga;o, prn*car.*lc hilardade geral.

Agora vão vocês ouvir como elesabe ler.

Isso é que queremos ver; disse-ram quasi todos a uma voz e meio in-crédulos.

O Anthero, voltando-se um pouco delado, perguntou, mosliando unia co-nhec'da revista infantil ao papagaio,enquanto lhe apertava ligeiramerte ospés :

Que revista é esta, meu louro?...Leia o titulo.

Viu-Sí, então, a ave entreahiir o bicorecurvado e se ouviu, uma voz guiuraldizer :

O TICO-TICO...A admiração fei geralVeja agora, meu louro, de que

dia é elle; pediu o Anllierc.E a mesma voz guíuta! respondeu,

enquanto o papagaio abria o bico:E» da quarta-feira, 17 de [unho

de 1931Foi outro assombro.O papagaie lia de verdade! Faz-a

ainda mais: adivinhava o nome dequasi todas as creanças que ali estavamsem nunca as ter roto ou conhecido.

Como é meu nome?Ca rios, r-jspondeu eleE o meu?

•— Maurício.Datado d;zer o meu

O seu é Marina.E o meu, qua! érSeu nome é Aristoteü.ial — res-

pondeu a voz gu.ural do papagaio,acrescentando: Quc nome comprido!...Uma garjralhada gerai rompeu de-

ante da observarão da ave.Bem. Agora adeus! — disse o

Antliero. O papagaio está fatigade. Vaidescansar. Eu não disse a vocês queele sabia ler?...

•— E' verdade!... — reptiram ascreanças maravilhadas.

O que o Anthero nunca lhes disse,porém, é que elle próprio era ventrr-Iquo, isto é: sabia falar com a bocaquasi fachada..„

M. MAIA

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O TICO-TICO — 12 - 22 - Julho — 1931

O MEDOO Bicho Carrapatú,o negro velho do surr3o— foi o medo que passou.

Mas depois chegou o medo,o medo maior que houve

que as negras velhas contavam:era a mula sem cabeça,era a cabra cabriola,lobishomens, bestas-féras.

A gente sabia quem era a mula sem[cabeça.

O lobishomem era o Zuza-fogucteiro.

Pelo sinal da Santa Crus...

E a vóvózinha: Reze a oração deNossa Senhora do Desíerro.

A gente rezava,O medo tremia o queixo da gente,mas lá ia...

O engenho de minha av6era cheio de almas penadasque vagavam nas senzalas

[abandonadas.

O engenho de minha avó era tão[triste!

No tempo do cóleramorreu gente como bala.Na seca de 77 não ficou raiz de

[imbú...As pedras do rio tinham letreiros de

[botijas

qne ninguém descobria.

Quando a vózinha morreuo resto da gente partiu para o

[Joazeiro

Pelo sinal da Santa Crus...

JORGE DE LIMA

JUSTIÇA DIVINAOtávio e Virlato eram amigos desde a

mais tenra idade, pois Otávio sendo O*-fão, fora criado pela mãi de Vinato, queo tratava como verdadeiro filho. Apesardisso, Otávio são correspondia as pro\asde carinho e amor que lhe dispensava abôa senhora; era rixento, "ruspondão" etinha o espirito sempre voltado para asaventuras arriscadas, em que punha empolvorosa a vizinhança...

Viriato, ao contrario, era um menino me-todlco, estudioso e de bons costumes.

Viriato, que tinha grande amisade aoseu irmão de criação, estava quasi seniproa lhe dar bons conselhos, mas Otávio da-va de hombros, dizendo não precisar deconselhos de ninguém...

Os anos passaram. As crianças crês-ceiam e hoje sâo rapazes...

Viriato continua a ser o mesmo espl-rito doei) e procura cumprir os mandamen-tos da lei dc Deus, principalmente o quediz: Honra' Pai e Mâl! Quanto a Ota-vio, talvez rebelado contra o destino quenâo lhe consentiu conhecer os pais, per-siste no erro de ser contrario aos manda-mentos _a lei de Deusl — E' avesso aosestudos e mostra-se indiferente aos pre-conceitos sociaes...

Um dia porque Viriato lhe chamas-se a atenção por ter atirado, com todo oInstinto de perversidade, uma pedra nacabeça do gato do vizinho, entre ambossurgiu uma forte discussão, resultando dis-so deixarem-se de falar.

No dia seguinte, Viriato sentia louco de-sejo de perdoar ao lrm.1o, porque para elleera cruel passar sem falar com aquele aquem tinha sincera amisade. — A mesmac nisa. porém, n&o acontec'a com Otávio,que, prcvalecendo-se da rusga, maquinavaunia vingança horrível, para o Irmão!

E. assim ê que, para dar Inicio ás suasmaldade». Otavjo começou por cometera vil ação de Intrigar o seu mano pelaVizinhança, acusando-o de defeitos cravese que jamais Viriato teve... Calunia!!!

Passados dias, ainla não satisfeito, Ota-vio, sem que o irmão soubesse, vestiu opaletot deste e saiu ...

No dia seguinte, as primeiras horns damanhã, apareceu na porta da casa de VI-rlato dois agentes de policia e que o vi-nham prender como ladrão!!!

Que horror! A cena que se passou *Indíscrltlvel! VJrlato seguiu entre os doisagentes de policia debaixo de grande des-espero...

Apesar de ter tido um bom advogmlo.Viriato foi condenado a 4 anos de pri-afio, pois o crime que lhe foi Imputado eragTavissimo: — roubo em um templo reli-gloso!!!Viriato na prisão chorava coplosa-mente... Sentla-se deshonrado. enxovalha-do. e, sobretudo, a grande dôr da Inerotl-dão e perversidade pratjcada pelo Otávio!

Aquele miserável por quem seria capasde dar até a vida!... Aquele a quem jul-gava ser o seu melhor amigo I

Bruto, insensato 1 exclamava Viriato, quesentia louco desejo de fugir da prisão afimde se vingar! E em desespero, esfregava-se sobre as Imundas paredes do escurocubículo em que se achava detido!

Ja ae achava cançado de tanto blasfe-mar e de se esfregar sobre as paredes riaprisão, quandio no fundo da mesma foi sur-preendido com um objeto que, ao sertocado pelas suas mãos caíra sobre ochão. Vir'ato, espantado, apanhou-o, e, lo-go à primeira Inspeção, verificou ter for-mato de uma Cruz! Cheio de ansiedade,Viriato conduziu o objeto para o logarmais claro do cubículo e, qual não foi asua surpresa, a sua exclamação, ao se virdiante de uma imagem de Cristo pregadosobre a Cruz! — O'! exclamou Viriato, ehoje justamente ( o dia de Sexta-feira daPaixão! Que pecado eu cometi em es-tar pensando em vinganças sen-do hoje o dia de Sexta-feira Santa! Per-«toa-me Jesus! Não mais pensarei assim!Tenho neste momento a vossa imagem eque é um exemplo fri-mnte do» sofrimen-tos que um homem pode ter!

Não Jesus! Não me castigues por me teresquecido de vfis! Nunca mais cometereitão grande pecado! Jesus, confortar-mc-elcomvosco, pois ninguém poderia, ou poderá,ter iguaes sofrimentos aos que vôs tives-t_1

Vôs sofrestes para exemplo e salvação«Jo mundo e eu sofro por ter querido sal-Tar um ente avesso aos vossos princípios!Os meus sofrimentos, aa lagrjmas pormim derramadas, não poderão se compa-rar ás dores e ao sangue que derramaetesoo suplício (traído por Judas!...) «Je¦erdes pregado sobre a Cruil E agora que

Conselhos Maternos

A ratazana avisavaA's pequenas, suas filhas:— Vocês :omem bem cuida'oContra veneno e armadilhas!

Não comam queijo raladoPosto em um canto no chão,Porque, certamente, aquiloNão é para o macarrão.

Não queirjm, tambem, foticinho,(Seja, embora, de primeira),Que esteja numa gaiola,Pois aquilo é a ratoeira.

Qualquer comida que estejaDentro de roda dentada,E' com certeza, armadilha,Que deve ser evitada.

Presunto gordo, cheirosoEm pedaço não pequeno,Deixado á tôa no solo.Garanto que tem veneno.

Assim tambem, "por descuido"Um pouco de caane assada,Fora do guarda-comidas,E', por forr^, envenenada.

Doces, gostosos, manteiga,Ou qualquer comida fina,Se não estiver guard >da,E' que tem strichnina.

Tenham, portanto, cuidado;Nenhuma seja mais louca;Pensem quc "o homem e o peixemorrem sempre pela boca".

As " catitinhas " ouviramDa ratazana os conselhos;Não caíram nas ratoeiras,

E ficaram ratos velhos;Pois não comiam de tudoQue encontrassem pelo chão;Ficaram gordos, sadios,Sem temer indigestão...

Assim deverão fazerMeninos bem ednc «.'os:Ouvirem suas mãesinhasP'ra não serem castigados.

tf. MAIA

tenho comigo a vossa imagem, recor-dando-me dos vossos sofrimentos oom k*é de um verdadeiro Cristão, vau digocom toda a segurança: — Sou Feliz'Rim. sou Feliz. Sou feliz porque Otáviotudo me robou, mas a crença em vôs ei*não conseguiu me tirar 1Portanto, Jesus, os crimes comer.i.>3por Otávio não mais serão punidos pormim! — Das almas grandes o desprezo énobre! E ao Jurl presidido per vós, en-trego os meus padecimentos, tr.treiro oOtávio! cA Justiça Divina, «ximo certo, certíssimoestou, ê as vezes tardia mas não Talhaf

Lolr Bete de J/ouro

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22 — Julho Jí)_l — 13 0 TICO-TICO

Meus amiguinhos:

Qual de vocês ainda a não con-templou, quando ela, como umarainha magestosa, com o seu mau-to diafano de estrelas, cintila n?amplidão etérea?

Todos, bem sei, e os raios que ohiar desprende torna-nos poetase obriga-nos a pensar no ceu. ALua, meus amiguinhos, é filha daTerra. Ha milhões de annos a Ter-ra e a Lua formavam uma únicamassa fluida. Antes do nosso pia-neta tomar a fórma esférica e setornar habitavel, a Lua desprendeu-se da Terra para formar um astrodistinto, ficando, comtudo, os doismundos ligados por estreito paren-tesco e laços indissolúveis.

A Lua é um corpo opaco dotadode um movimento de revolução emtorno da Terra, constituindo-se seusatélite; é quarenta e nove vezesmenor que o nosso globo e estáquatrocentas vezes mais próxima denós <.\o que o Sol, e sua distancia daTerra é de 384.000 kms.

Astronomicamente falando, essadistancia é diminuta; muitos mari-nhciros, muitos caixeiros viajantese muitos soldados têm percorrido

Lições deAstronomiaPor Carlos Castelo Branco

(QUINTA LIÇÃO)

em navios, em caminhos de ferro oua pé distancia maior do que a quenos separa da Lua. Um despachotelegrafico chegaria lá em poucossegundos; as modernas locomoti-vas alemãs, que correm com a ve-locidade de 170 kms. por hora, fa-riam a viagem á Lua em 96 dias49 minutos e 20 segundos, consecu-tivamente, sem parar, ou sejam 3mezes, 6 dias, 49 minutos e 20 se-gundos.

Contudo, uma viagem á Lua é

quasi impossível: os balões e os ae-roplanos precisam de ar para voa-rem, exatamente como as aves.Ora, do lado de lá da estreita faixaatmosférica do nosso globo, nãoha ar para suster os aerostatos. Notempo da invenção dos balões agrande descoberta do padre brasi-leiro Bartolomeu de Gusmão, en-tusiasmou os espíritos a tal pontoque imaginaram logo uma viagemá Lua e em Paris chegaram a fa-zer versos como estes:

Mais Ia frayeur est dans limeOú le badeau et 1'ignorantJugent 1'aérostat errantUne planète peu commune. (1)E assim têm sido feitas na ima-

ginação inúmeras viagens á Lua,mas a realidade é quasi impossível.

Contudo, não duvido da ciência,mas não ha de ser em balão, nemem aeroplano, nem em projétil quese fará essa viagem. Tudo na Na-tureza conspira contra ella.

{Continua)

(1) Mas quem ha de ficar ater-rorisado são os da Lua onde osbasbaques e os ignorantes julgamque o aerostato errante é um plane-ta singular.

AVfes QUE NADAM ENQUANTO DORMEM o sâraal. carateristico do sapoi

M^ttfBftM^^xa5^-^4-^"','-0"' m'-~~Jtém\\m\wS3Km\w^ *m\\\\T~~~ ______ _r_S__\ _^__tf-fl_5BíSj mm* ^^^^^^ tsy ¦ic^w_r^,____—^_____________! ___________________________________-v___9^B_L_'> ____¦ rV , rtr^,*fl3t^_f4S___E*V' --a¦ ^hírVa '' 3_K^^^9É^UH ____***___ _^__^"•¦'^^Sr^JÊI*Vk^P^J&:*' *, i!^7^T_ -5» —¦¦ Tlr.1*

^^^^'^2______jíí'ÇJM ^-_H ,J I^Vy .Ar ^-~— j«^ «P^EL_^»^., sr* -t ¦¦' -•

O sapo de papo vermelho é um batraquio venenosoe cuja carne tem máu gosto. Tendo a coloração esver-deada dos outros companheiros, muitas vezes é perse-guido pelas serpentes. Quando se vê em perigo, o sa-

O? patos bravos, quando dormem, nadam sobre a po levanta-se sobre as pernas trazeiras, mostrando oáguas em círculos, sendo que um pé os vai mantendo papo vermelho. Ao perceber tal coisa, a serpente pas>aconstantemente em movimento. discretamente, poupando assim o sapo.

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O TICO-TICO — 14 — 22 — Julho — 1831

^*4s^~F Qjp"' ( ^-^^^^^/^^^,

O COELHO E O MARREQUINHODesde pequeninos, um coelho e um

marrequinho viviam ligados pelapiais estreita amisade.

A toca do coelho era situada ábeira dc um regato, de agua muitoclara, que corria por dentro de umparque. __

Viviam os dois muito alegres e fe-lizes, óra passeando á sombra fres-ca de alguma arvore, óra contandob nitas histórias.

E assim iam passando descuida-dos a vida.

I ni dia, como de costume, o coe-lho dirigiu-se á casa do marrequi-nho que ficava a uns sessenta pas-sos distantes.

Ia buscá-lo para jantarem juntosum belo petisco que tinha achadono parque: uma folha de alface.

Na casa do marrequinho, porém,não havia ninguém.

O coelho, inquieto, pensando quelhe tivesse sucedido alguma desgra- ¦

ça, pôs-se a chamá-lo aflito:— Olá, amigo, onde é que estás?

Não me ouves? Olha que sou eu,o teu amigo coelho!...

Mas del_a.de gritava: sua vo.perdia-se no fundo silencio.

Desesperado, corre, rodeia umaporção de vezes a casa, fareja to-dos os recantos e vai e vem pelamargem do regato. Nada.

Afinal, tanto anda, tando corre,que vai parar quasi em frente docastelo onde morava o proprietáriodaqueles Iogares.

Em frente ao castelo, estendia-seum vasto terreiro, todo cercado degrades, onde se achavam centenasde a^es: galinhas, marrecos, patos,perus, pombos, etc.

A amisade dá coragem.O coelhinho, sem temer nenhum

perigo, aproximou-se cora josa-mente da grade e olhou por umaíresta...

Oh! felicidade! Lá estava o seubom amigo, no meio dos outros;mas, triste, triste, e com a cabeçametida em baixo de uma asa. Sol-tou um grito de alegria e, sem per-der tempo, começou a cavar, comas quatro patinhas, um caminho sub-terrflneo para ir reunir-se ao mar-reco.

Cavou, otivou e de repente ei-lodentro do cercado, radiante de or-gulho, como um general que tivesse

____K____.

tomado uma fortaleza ao inimigo!As outras aves, amedrontadas, es-

voa;avam e fugiam numa gritariainfernal.

O ccelho, pouco se incomodoucom isso; correu para o amigo, ar-rastou-o, em um abrir e fechar deolhos, para a passagem escura, con-duzindo-o pelo subterrâneo e, ai quefelicidade! depõe-no, são e salvo, dolado de fora do cercado.

O dono do castelo, vendo, mas,já no fim, o roubo que lhe faziam,ficou furioso e mandou que lhetrouxessem depressa uma espingnr-da e os cães coelheiros, para ir ma-tar o audacioso coelhinho.

E lá saiu pela beira do rio, fa-zendo uma mortandade horrível.

Todo coelho que encontrava caíalogo morto com um tiro certeiro desua espingarda.

Entretanto, o nosso bom coelhi-nho, agazalhado ao lado do amigoem uma cerrada moita, esperava,tremendo, a hora da morte, masnão deixava de insistir com o mar-reco para que fugisse, para quavoasse para o outro lado do rega: *.

— Não, isso não; eu fico ao teulado, — respondeu-lhe o marreco.— Se morreres, morrerei tambemcomtigo.

Ah! se pudesses atravessar orio!... Mas, por que não poderá.?

Ora, espera um instante...E o marreco afastou-se, e pouco

depois voltou, trazendo um velho eabandonado ninho de patos.

Depois, encheu-o de folhas verdes,apertando-as bem, unindo-as comos pés e com o bico, deu ao velhoninho a fôrma de um barco, capazde suportar um pesado fardo. De-pois de pronto lhe amarrou umcipó, para servir de corda.

O barquinho foi então puxadopara o regato e, depois do coelhosentar-lhe em cima, o marreco pós-se a nadar para a outra margem,puxando-o com o bico.

Chegaram á outra margem, semmais novidade, sãos, salvos e feli-zes, e... depois o marreco entroupor uma porta e o coelho sa.u poroutra, cantando ambos vitória, e oleitorzinho que conte outra hisió-ria.

Luiz Gonzaga Magalhães

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FAUSTINA FAZ U C FERENCIA

cCrW!DA-Apfr*zXVqE__-'ifr

VOU EWITOILETTB ____?}/*~>v PRlNCIPE. PE GALES A~\ ?!%b

Un cavalheiro, intitu!ando-se presi- ...para fazer uma conferência iia ...farinua de mandioca na harmoniadente de uma sociedade beneficente, sede. O tema seria sobre a inílueu- conjugai Para lá foi toda convcn-f"i convidar a Faustina... ria da... cida,...

JWWfAS SENHORAS _= M£ttS SEHHOje__> - * vou oji/e combço a cok-FEZEHC/A RA&A A tpitAL FUt HOH*

f?OSAMEffT£ CQSS\S/£>A OA

EU SOU SALA ÜASCOHFEREttClSTA COH;.-R-NC t. .V 7

. t l

. <.X

.. .a Faustina, já prever.do Uma vez na sala, começou a palestra. ASuce__0 da sua conferência. conferência já ia no meio quando, de...

. . . \ %. * . «

... repente, a sala ficou ás es-curas ! E um reboliço medonho...

. °t A OUE horror'mam f A1'-'

\\ /\. X Vi \ MINHA CASA) p \\J V*

...se estabeleceu. Quando vortou ...todas as suas roupas e j-ias ...pano da ínesa, ela voltou ch >-luz. Pfentnm estava sozinha e des. que tr;;za conisigo. Servindo- ro-a para casa, onde coutou tudo ao,oja__ de... se do... Zé Macaco.

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A CASINHA DO BOSQUE - Pagina ae armar

gFgf^ i ça j^j \; J* ?^~^T!j7Jáh^li '^ a\

COLLEM TODAS AS PEÇAS EM CARTOLINA. ANTES DE RECORTAR.

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22 — Julho — 1031

6617 - 0 TICO-TICO

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_r _r ._*03 MWmsm. ^V ^B^_^r _r jíSM X^Mm*. ^^ 1_E____» _ár M^A \^Mm\\ ^V »

EXPLICAÇÃO: — Collem a pagina em papelão forte e ponham, no verso, uma escora,de modo que a mesma pagina fique de pé e eom inclinação. Abram os círculos onde sevêem os números e, collocados á distancia de um ou dois metros, procurem fazer passarpor esses círculos bolas de gude. Os pontos a marcar são os que se encontram em cadacirculo.

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O TICO-TICO 22 — Julho — IfSl

{ilha do faroleiro

'r > iikii Vm i<, Ti

Em um logar íonge da civilização,entre enormes rochedos batidos cons-

tantemente por ondas furiosas, ergu a-

se orgulhoso e altivo o farol Boa

Esperança, a sentínela dos mares.Habitavam naquele recanto lon-

ginquo, apenas o velho faroleiro Fran-

cisco e sua filha Adelaide, uma for-mos a jovem que contava somente 17

a:.Oi.

Adelaide cuidava da' casa e aindatomava conta do farol, quando era

preciso.Em uma bela manhã, o velha fa-

roleiro Francisco preparou seu peque-no veleiro, para ir,ao porto mais prt>-ximo e ai fazer provisões de vívercse material para o farbl.

A' hora da partida o céu estava iim-

pido e não se via no firmamento azul,uma nuvem sequer. O barco partiutranqüilo.

Algumas horas depois, principiaramaparecer uo horizonte pequenas UUfeni

pretas que foram crescendo e em pou-cos instantes o céu tornou-se negro erelâmpagos principiaram a cortar o

espaço de um extremo a outro.Começou medonha a tempestadeAo cair da tarde, Adelaide acen-

deu o farol.As ondas, furiosas, batiam continua-

damente contra as rochas e a procelücontinuava cada vez mais viole ia.

Ela ficou aflita, pois o seu pai,aquella hora, já devia ter chegado.

Passaram-se longas horas, a tempestadenão cessava e o velho faro'eiro nunca

que regressava.

De repente Adelaide avistou umbarco aue lutava com as ondas encape-

ladas e, julgando ser seu pai, correu

até á praia. O barco trazia somenteum rapaz semi-morto e estava próximoda praa, quando uma forte onda lan-

çou a frágil embarcação contra os ro-

chedos, despedaçando-a por completo.Adelaide atirou-se ao mar, conseguindosalvar o náufrago e com grande es-*orço transportou-o ao farol.

Estava o pobre rapaz sem sentidos em>

com muito esforço ela conseguiu fa-zer com que ele recuperasse as forças

perdidas.Tomado de espanto por etfar na-

n.uele logar, perguntou elaOnde estou?Estás num farol e agora a pou-

'

co te salvei quando etavas prestes aser tragado pelo oceano imenso —

respondeu Adelaide.Não sei como lhe agradecer, c

Liava filha do mar! — disse ele.Era minha obrigação e agora de-

sejava saber como te aconteceu estadesgraça

Chamo-me Ricardo, perdi meus

pais quando era ainda pequeno e desdei mão ando percorrendo o mundo ehoje navegava a bordo de um grandenavio que se dirigia para o m'steriosooriente, quando caiu esta violentatempestade, resultando disso o naufrá-

gio, conseguindo apenas fugir nessefrágil barco e ficar a mercê dasondas. Devido á grande chuva quecaía, perdi os sentidos, vindo a re-cuperal-os somente agora, com o teuval'oso auxilio. Queria saber, continuou

Ricardo, em compania de quem tumoras ?

Vivo junto com meu pai, masele está ausente, pos foi hoje de ma-nhã. ao porto e até agora não regres-sou, receando eu que algum acidentelhe ocorresse.

Tenha esperança, que ele regres-sara e caso não volte durante a noite,irei amanhã em sua procura.

E ao terminar essas palavras, Ri-cardo foi deitar-se.

Francisco não havia regressado ain-da e mal o sol t nha despontado, jáestavam na pra;a Ricardo e Ade'aide,prontos para partir, quando ela avis-tou o veleiro de seu pai, que vi-nha cortando vagarosamente as mansasondas. Unia imensa alegria encheu oseu coração de filha amorosa que era.

Chegou, afinal, o bravo faroleiro eum pouco confuso de ver em compa-nia de sua filha aquele moço, per-guntou:

Quem é este rapaz?Este rr.pnz — respondeu ela —

£ o único sobrevÍTente do navio quehontem naufragou e deseja ficar mo-rando conosco, caso o senhor permita.

Com muito gos'o o acolherei emnossa humilde casa e será consideradocomo um filho.

Desde a noite da prccela, ambosficaram se amando e depôs de algunsdias, realizou-se o casamento.

Viveram felizes e sempre o farolBoa Esperança guiava os navios quepor a'i passavam, velando assim peiavida dos navegantes incautos que cru-zavam aquele mar perigoso e des-conhecido.

JOÃO RESAL

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22 — -uHio — 1.31 19 O TICO-TICO

.

O I N R R O X OEncontrei Leandro na soleira da mi-

nha porta, numa formosa manhã de ju-nho, manhã seguinte a uma grande tem-pestade que havia transformado durante

a noite os caminhos ejm diminutos arqui-p.lagos. Estava inteiramente nu, tendoapenas, aqui e acolá, ligeiras manchas

dc suave penugem. Quando estes ador-nos começaram mais tarde a serem subs-tituidos por verdadeiras penas, comque tristeza vi desaparecer de cima dasua cabecita a ultima penugem, indiciode que terminava a sua primeira infan-cia.

Leandro devia considerar a minhamio direita como sendo sua mãe, e a es-querda seu pae. Quando se não achavabem, ou tinha comido demais, pcdit queo segurassem e, agachado na palma damão-mãe, os dedos da mão-pae lhe aca-riciavam a cabecita e as costas, o que ofazia arrulhar de satisfeito, acabando in-variavehnentc por dormir.

Não sei se me atreva a dizer tudo *;••#havia de monstruoso no apetite de Lc-andro. Que pássaro gostaria que disses-sem dele que tinha comido 728 bichos nosseus 13 primeiros dias? Isto sem contarcom o pão molhado em leite, milho fugadoe morangos.

Quando Leandro cresceu, nunca lheoffereci cousa de comer que não aceitas-se com avidez. Toda a minha colheita

dc groselhas e a metade das minhasframboesas foram destinadas a acalmara sua voracidade. Todo o fruto de umalarga fileira de sabugos não foi bastante.« ás frutas de toda espécie que sepuderam comprar foi preciso juntararroz, trigo, alface, espinafres, resto decarne e milhares e milhares de bichos.

Ao tomar a meu cargo esses cuidadosmaternaes, observei como é que as ver-dadeiras mães dos pintarroxos alimen-ta«vam os filhos nos seus ninhos do cam-po, e procurei imitá-las o melhor quepude, apresentando o bichinho ou qual-quer outra guloseima na ponta do meudedo minimo. Leandro aceitava-o abrin-«do a sua boca como a entrada de umacova e, apanhando ao mesmo tempo, acada bicada, o dedo e o bicho.

Como não sei falar a linguagem dospintarroxos, tinha de falar com Lean-dro na minha linguagem, que elle en-tendia, fora de toda duvida.

Quando eu lhe dizia: "Aos bichinhosLeandroI" — elle sabia que o desafiavaa correr. E era ver quem chegava pri-meiro á caixa dos bichos.

Mesmo depois que podia voar muitobem, o pintarroxo juHjava melhor, cor-Tendo nas suas patitas, não levar vanta-gem alguma á sua mãe sem asas. Ecomo voava 1 Talvez que os estreitos li-mites de tres habitações fossem o bas-tante para o tornar tão destro nas vol-tas rápidas e nos circules.

E que imaginação 1 Nisto rivalizavacom a criação mais esperta. Assim comoas creanças brincam imitando o viverjlas pessoas crescidas, Leandro brincava

"aos pássaros". As vezes parecia apli-car o ouvido á terra, escu-tando, escutando.. . De prompto, pega-va numa ponta descosida com o bico,puxando por aquelle bichinho imagina-rio e fingindo que o comia. Depois omeu cesto de costura chamava-lhe aatenção; uma fita métrica representavaagora o bicho. Mas a brincadeira foicada vez se tornando mais serra, porque,ao puxar eu pela outra ponta da fita, lhetirei um decimetro, húmido ainda.

Leandro demonstrava uma grande ad-miração pela côr vermelha e empregavatoda espécie de artimanhas para metirar do cesto o fio dessa côr. Em com-pensação, assustava-se com o azul sem-pre que me via vestida assim.

Entre muitas brincadeiras, preferia a' de subir e descer na ponta do meu pé,subia e descia repetidas vezes. O espal-dar e os braços de uma antiga cadeirade mogno serviam-lhe para deslisar. Vo-ando ao alto espaldar, juntava as patitas,

i^V> '

inclinava-se para deante e deixava-se irresvalando pelos braços; em baixo re-cuperava o equilibrio e punha-se a voarpara voltar ao alto e repetir a brincadeira.

Gostava' muito do banho, como umverdadeiro "gentleman". Se me esqueciade Tlio dar voava em volta do quarto dobanho e, se encontrava a sua caçarola

vazia, começava a dar-lhe bicadas, comopara me avisar.

Muitas vezes, quando eu estava la-vando as mãos, Leandro metia-se den-tro da bacia, considerando um grandeprazer partilhar do banho comigo. Dis-tingiria de todos os outros os meus pas-sos, saudando-me alegremente, ao seumodo, apenas eu começava a subir asescadas; ainda eu não tinha passado daporta, já o tinha no meu hombro ouna cabeça, ou então sustentando-se noar, deante da minha boca, á moda doscolibris.

Gostava muito de ratonices. Quandopela manhã eu quebrava o jejum ainda

na cama, metia-se-me debaixo do bra-ço, tirava um pedaço da torrada e ia de<voral-o no último estremo «. do leitqQuando via um pedaço de ovo a cami

nho da minha boca, voava e arreba-tava-o, no momento em que meus bei-ços iam tocal-o.

Tinha a mania de tirar os alfinete»da minha almofadinha, o que lhe valeualguns castigos. Tambem o divertia es-palhar os pavios, outro jogo proibido.

Se era apanhado desprevenido nessasdiversões, punha-se no alto, em defensi-va, na atitude de um pugilista, iriçandoas penas e dando bicadas nas mãos.Quando me julgava vencida, pousava-me numa das mãos e, com a amabilida-de um conquistador, procurava conten-tar-me com as suas caricias.

Eu prometera a Leandro servir-lhede mãe até que ele pudesse voar.

Quando já voava, adiei a minha pro-messa. com a pretesto da sua falta deesperiencia. Quando já não necessitavade ninguém, tornei a adiá-la fundando-me em novos serviços, que ele sabiamuito bem que não eram necessários.

Por fim, tive que confessar a mimprópria a verdade: Leandro já nâo ne-cessitava de mim; eu é que necessitavade Leandro I Começou então a luta en-tre o carinho egoista e a palavra em-penhada. As vozes do outono convida-cam Leandro, e ele impacientava-se re-voluteando pela habitação, convertida emcárcere.

Com frequcnciã pousava na portaaberta, esperando alguma cousa, com ocolo alongado, os olhos fixos no hòri-zonte sulcado por multidão de pássaros.Eu voltava a cabeça; não podia veraquilo.

Finalmente, no dia 38 de outubro, lhedei de comer pela ultima vez da minhaboca. Ele acomodou-se na minha mãoe o levei para fora, para o espaço queele só vira de longa distancia.

Percorri o jardim dizendo-lhe mil ter-nuras e tontices, beijando-o uma e mais"" . vezes no peito. Depois, com uma angus-tia que apertou como um arrocho osmeus sentidos, estendi o braço e, abrin-do a mão, dei-lhe a prometida liber-dade.

Leandro permaneceu na mão da unicamãe que tinha conhecido, olhando as-sombrado para os altos pinheiros, para ofirmamento sem limites e para mim,como que a perguntar-me:

— E' para mim tudo isto?Quando já não pod;a mais suportar

aquele estado e se via quasi paralisadoo meu braço deu um grande grito dedespedida, de estase, e voou ás verdesalturas da sua primeira árvore.

Eu lhe dera o mundo... o céu; ma*que saudades no meu coração!

Marina Vaz de Lima,

(Adaptado do inglês).

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O TICO-JÃC O — 20 — 22 — Julho — 1931

OS TRES ESPIR-ROS DA ONÇA

A rainha das matas, —

a velha onça sussuarana,andava enfastiada e diziacpie para lhe estimular, no-vãmente, o apetite vorazsomente uma iguaria desejava co- ra nia's fácil de devorá-lo. Certa

mcr: era carne de macaco. manhã correu a noticia de que ai

A macacada, ao saber disso, fugiu onça morrera,

para longe, ficando apenas um si- — Agora você está livre dela,mio que era "macaco velho", e, porisso, "não metia mão em combu-cas" nem caia em armadilha»»

De todas as pérfidas ciladas que

sa e o quaty que eram com-

parsas da onça.— Ouviram quando ela

deu os tres espirros finais?tornou a perguntar o e—

perto macaco.Os tres espirros?Sim. Toda onça, antes de mor-

rer, dá tres grandes espirros, expli-cou o macaco em voz bastante ai'a

para ser ouvido de longe pela onça.Não reparámos nisso, não,

confessaram os dois cúmplices.Pois então, se ela ainda não

espirrou tres vezes é porque não es-tá morta ainda e talvez se possatentar fazê-la voltar á vida. Deve

disseram, ao macaco.Sim, mas eu só acredito quan-

do a vir morta, mesmo, no chão.Sc duvida, venha ver; e leva-

a onça lhe armava com solercia ele ram o macaco até perto de uma cia-se saía ton, não se deixando apa- reira da mata onde a onça estavanhar e mandando até recadinhos estendida no chão como morta,irônicos á sua inimiga, nos quaes _ Coitadà! exclamou, hipócrita-dizia que de outra vez fosse mais mente, 0 macaC0( imitando certas«: „ : ser algum ataque calaletico, cou-esperta, que o truc estava velho peSsoas que assim também fazem. rl •cluiu o macaco para mostrar queEra uma criatura tão boa, tão geti- entendia de medicina,

til, tão desinteressada...; Mal acabara de dizer isto, a onçaE perguntou: deu tres espirros fortes e inteiri-

Têm a certeza, mesmo, de que çott-se ainda mais.ela está morta? O macaco achou graça, e, antes

Temos, responderam a rapo- de sair correndo, a pular de galhoem galho, gritou para

e conhecido, ou outras frases semelhantes.

A onça, então, mudou de tática

para o apanhar desprevenido.Fez espalhar que não desejava

mais comer carne de macaco. Esta-va doente, com rigo-rosa dieta e sua ali-men tação seria agora"cousas leves", comofrangos, pombos, etc.

— Para cima demim é que ela não

vôa, disse o macaco,

quando lhe falaramna doença da onça.Conheço muito essas

doenças.Passaram-se m á i j

alguns dias, o maça-co sempre prevenidocontra as artimanhasda onça e esta sempremaquinando a manei-

'¦'---¦¦¦ '¦::'-¦¦;

e* Ai s ra

:'iraf---«x'-Tk5 * V/f*

<5£f :'-/f '•«. --. //-

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yg? Os peixes quese Suicidam

coletiva-mente

O "Tom Cod" c um peixe muito original. Em gran-des cardumes, nadam da Nova Zelândia para os EstadosUnidos, onde se atiram sobre as praias, expondo-se ao sole suicidando-se. assim, coletivamente.

a onça:— "De outra vez

não caia na tolice deespirrar, pois sómcn-te assim eu tive a

prova de que você -cestava fingindo mor-ta, sua grande intrtt-

jona..." A onça er-gueu-se furiosa, maso "macaco velho" jáestava longe no cimodo copado arvorcd«\fora do alcance dasgarras da feroz rai-nha das matas.

.. i:. WAXDERI.EV

/*

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,1 u lho 1931 — 21 — 0 TICO-TICO

RESPOSTA DOCÉU

(CONTO DE LÚCIA GUIMARÃES)

Era uma vez uma menina chamadaLuci que tinha 8 anos. Ela perdeu ospais e foi morar com a avózinha, tãovel! a a pobre que "ão pôde mais an-dsr e quasi não se entende o que falaporque não tem mais dentes.

Passam muita pobrêsa. Tem vezesque só almoçam de tarde e outras ve-zes que só comem pão duro.

Certo dia Lucí foi á venda compraruma caixa de fósforos e achou na rua,perto do ralo da sargeta, um selo detos'ão. novinho.

Lucí pegou no selo, correu para casae, sem que a avózinha visse, escreveuesta cflrta:"Pai do céu.

Eu e minha avóz:nha não temos oque comer nem o que vestir nem nada.Somos muito pobrezinhas. Por maisque eu rése sempre o Padre Nosso, nãoencontramos pessoas que nos ajudemNada temos. Escrevo-te esta orfa. Paido céu. para que te lembres de nós porque és tudo o que nos resta nestemundo.

Tua füha que muito te ama. — Luc\.P. S. — Responde-me, meu Jesus,

para a rua da Babilônia n. 7.E pôs no sobresrrito: " Para Nosso

Senhor — No céu".Fechou a carta,, pôs o sêlo.e colocou

no correio ali á esquina.A tarde, a hora da coleta, o cartei-

ro abriu a caixn e conduziu a corres-pondencia para o Correio Geral.

Na agencia, ao examinarem as cartas,deram com a de Lucí.

Curiosamente rasgaram o envelope.As letras eram rab:scos qunsi ilegi-

veis; as palavras subiam e desciam pe-las pautas' e'a ortografia era péssima.

Os homens logo viram que a autorada carta fora uma criança. Acharamgraça.

Alguns sentiram-se comovidos; umteve a idéa de abrir uma subscriçã.»para socorrer a con. dinha.

O êxito foi completo; reuniram loguuns cem mil réis. O carteiro pôs o di-nheiro numa bolsinha e, no dia seguin-te, bem de manhãzinha, foi á rua daBabilônia n. 7, e bateu, pergunnndo:

Mora aqui a menina Lucí?Sou eu! saiu gritando a menina.Pois aqui trago isto para você,

disse,, entregi ndo-lhe a bolsinha.E que é isto.E' a respost 'do céu.

/ tK-*.vy:-:j.':V 13r. IW

J.'r^\

A HONESTIDADE DO PEQUENOENGRAXATE

A' porta da agenca loterica fazia ponto o pequeno engraxate com sua caixinhacheia de escovas, latas de pomada, vidros com verniz preto, etc.

Trabalhava para ajudar a mãi" viuva que tinha, além dele, mais dois filhos pe-quenos.

Por diversas vezes engraxara já os sapatos de um senhor que parecia ser rico, poiscomprava sempre grandes quantidades de bilhetes de loteria; porém com tão poucasorte que nunca lhe saía nenhum prêmio, por menor que fosse.

De longe em longe um dos bilhetes lhe dava "o mesmo dinheiro" e êle o trocavapor outro, sempre na esperança de tirar, um dia, a "sorte grande". Da ultima lote-ria de São João» em tres sorteios, êle comprou, como sempre, vários bilhetes. Depoisde "correr a roda" foi conferir os números dos seus bilhetes com os números pre-miados e teve mais uma desilusão: seus bilhetes estavam * brancos", apesar de osten-tarem uma artística litografia a cores vistosas.

Decepcionado, os deitou fora, a um canto, e retirou-sc. Nesse dia nem engraxouas botinas.

O peq*;cno engraxate, junto de quem os "bilhetes brancos" haviam caído, Os apa-nhou com a intenção de leva-los para os seus i-inãosinhos pequenos com eles brinosrem,fingindo que aquilo era dinheiro, pois se assemelhavam a estranhas notas de Banco.

Rep.rando melhor nos seus dizeres, viu que os bilhetes ainda concorreriam a doissorteios, e resolveu, por isso, guarda-los.'

No dia segu nte, após ter "corrido a loteria" no segundo sorteio, e distribuídas aslistas tom os numeres premiados, o pequeno foi ver se algun) dos bilhetes ftavia sidocontemplado com a "sorte".

Com grande surpresa constatou que um «lêles tinha obtido o prêmio de 50 «entos!Que fazer? Seu primeiro pensamento foi correr até a casa, entregar o bilhete pre-

miado á mãe para que ela o fosse receber... Depois, porém, refletiu melhor e achouque não procederia bem, assim.

E' certo que apanhara o bilhete que havia sido posto íóra; porém conhecia seulegitimo dono e sua ccnciencia !he ordenava que entregi'sse a êle, embora lhe fizessemuita falta aquele dinheiro, emquanto seu verdadeiro deno parecia rico e nada lhefaltar.

Dois dias depois apareceu na agencia loterici o freguês dos bilhetes, o homem qusatirara fora os que julgava estarem "brauces". Sentou-se na cadeira do pequeno en-graxate para que este lhe lustrasse as botas.

Executando o trabalho o pequeno lhe perguntou:O senhor já tirou algum prêmio na loteria?Já. Tirei, ha dois anos passados, a "sorte grande" de 500 centos; mr.s de lá

para cá nunca mais tirei prêmio algum, embora sempre compre bilhetes.E se eu lhe desse um premado cem SO contos?Todos vocês dizem isto quando querem vender seus bilhetes; lornow e homena

sorrindo com incredulidade.Mas eu não quero vender; quero "dar", explicou o pequeno tirando do bolso e

bilhete premiado que guardara. Pôde conferi-lo.Não compreendo; replica o homem surpreso. Por que queres me dar r.m bi-

Ihcte que dizes premiado com 50 contos?Porque este bilhete lhe pertence. Ha uns quatro dias o senhor .esteve aqui. con-

feriu a liste de pretnies do " primeiro sorteio" da loteria, e, como não encontra, se ne-nhum rum cro corro.p. rdente ao des seus bilhetes, os deitou fora, ali naquele canto.Como os bilhetes eram bonitos, eu os apanhei para os meus irmãosinhos pequenos brin-carem, qufmdo vi que haveria mais dois sorteios. Logo no segundo foi um dos bilhetes,que é este, prenyado com 50 conto?...

Eslava o garoto dizendo estas palavras qurtrdo o chefe da agencia .otetka, ao verseu antigo freguez. exclamou:

—.Parabéns! Um dos bilhetes que lhe vendi foi premiado com 50 contos, já viu?Estou sabendo agora; iras este bilhete eu o havia dado a es«e garoto engraxa-

te, e a êle é que cabe o prêmio.Mas... ia dizendo o pequeno estupefato,

E' um nobre menino; explicou o homem rico. Quero auxilia-lç a viter, arslmcomo cuidar da rua educação e da cos seus irmãosinhos.

Ahi está como o humilde engravate, graças á sua hen .tidade, se tornou rico, ?o»-suidor dc 50 contos.

M. MAJA

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O TICO-TICO 22 — Julho — 1931

Era uma horrível noite dc inver-no. Chovia, uma chuva miúda c fi-na que penetrava até os ossos.

A' entrada de um bosque cujo as-peto infundia terror eslava um ra-paz muito jovem e amedrontado.

O bosque era intrincadissimo. Al-tas árvores á roda das quaes cresciamuito mato, veredas sinuosas qv.26e bifurcavarn, tornando a nnir-semais adiante.

Cipós, emaranhando-se pelo chão,tudo infundia terror.

O rapaz ia andando rapidamente.Mas visível inquietação arrugam-lhe as sobrancelhas, pois enquan-to avançava as árvores tornavam-se cada vez mais próximas, umasdas outras, á medida que os atalhosse -estreitavam.

E o moço caminhava sempre. F.mbrew, porém, perdeu a esperança deatinar com o fim do labirinto emque se metera e deixou-se cair aosók) meio morto de fadiga.

Muito tempo permaneceu ellenesse logar.

Tinha fome, estava cançadissimo,o frio lhe gelara os membros e asforças se lhe esgotavam.

Desesperado, sqüou um gr;to fcdôr que ecoou á distancia.Ouviu, então, rumor e levantou a

cabeça: á sujjírcnte, alinhavam-setres homens que não faziam um uni-co movimento e tinham os braçascruzados ao peito. O olhar delesera glacial e cravava-se no olhar dorapaz.

Um vestia rica túnica- azul clara,ajustada ao corpo por um cinto dcbrilhantes que fosforescia.

Ao lado pendia uma adaga de ca-bo cravejado de rubi.-.

O segundo trazia uma túnica n:-gra e um cinto vermelho.

O terceiro vestia túnica brancaCom um cinto de couro. Empunha-va um machado.

Que fazes aqui? perguntaramao rapaz, em coro, os 3 convpanhei-ros.

Morro de fadiga. Ajudai-ir.e.Que desejas?Sair desta malfadada fio-

resta.Escolhe um de nós tres que de-

sejas para te acompanhar, puia ne-

0 bosque da miséria(Adaptação de Lúcia Guimarães)

cessitas apenas de um guia e é a tique compete escolher.

O moço, que se chamava Gilberto,olhou, em silencio, para os tro. ho-mens e deteve-se no que tinha túni-ca azul claro.

E' a ti que desejo, disse comentusiasmo.

A fisionomia do desconhecidoiluminou-se sinistramente com umsorriso singular; estendeu a mão aojnoço, enquanto os outros doiscompanheiros desapareciam.

Mudo de terror, Gilberto tomou amão ao guia e partiram numa doidacarreira pela floresta.

As árvores fugiram após eles!Apesar disso, ao cabo de duas horasainda se achavam no bosque.

Como estou cançado! niurmu-rou Gilberto, parando num troncode árvore.

Temos muito que andar; masa> nossas forças não permitem quecheguemos ao fim. Mas daqui apouco passará por aqui um viajan-te. Toma essa adaga e, quando ovires, crava-lh'a no coração, apode-ra-te do cavalo cm que montaremosam...

Que horror." Mas qual é o teunome? Quem és que tão mal meaconselhas?

Ora! Sou o Crime.Vai-te! vai-te! bradou o infe-

Hz. virando-lhe o rosto.Ouviu-se uma risada horrível e

Gilberto ficou só.Quando se voltou viu os dois

companheiros perto dele.Que queres? perguntaram.Sair desta maldita floresta.Escolhe um dc nós dois que

desejas para te acompanhar, poisnecessitas apenas de um guia e é ati que compete escolher.

Gilberto olhou para os dois ho-mens e deteve-sc no que vestia tú-nica negra. — "Quero você", di

Sem dizer palavra o desconhecidosorriu-se, tomou-lhe a mão, en-quanto o outro desaparecia.

Correram, correram e, ao cabo deduas horas, chegaram á beira dum

precipicio de onde saíram gritos esoluços.

Já não posso mais andar, dis-se Gilberto, estacando.

Ainda temos muito que andare as nossas forças não nos permí-tem sair do bosque. Mas trouxe-te até aqui e vou oferecer-te o maiscurto caminho de sair deste bos-que. Neste precipício que se abre di-ante de nós está a morte que noslivra de todos os infortúnios.

Oh!"Mas como te chamas?Quem és tu que tão mal me aconsc-lhas?

Ora! sou o Desespero!Vai-te! Vai-te! bradou o in-

feliz, virand >-lhe o rosto.Ouviu-se uma gargalhada infer-

nai c Gilberto ficou só.Ao virar o rosto viu o terceiro

dos companheiros perto dele. Lem-brou-se do nome dos outros doise quis fugir, mas o desconhecidodisse-lhe: — Vem comigo. Tcim-smuito que andar, mas Deus ajuda aquem padece. Vamos.

Gilberto fitou-o e estendeu a mão.Mas o desconhecido caminhou apasso á frente dele. Com o auxiliodo machado ia abrindo novos cami-nhos e cortava as árvores que in-pediam a passagem.

Certa vez disse para Gilberto: —Carrega ás costas uma destas ár-

vores.O moço obedeceu e, embora muito

fatigado, quasi não sentia o peso dacarga.

Finalmente, sempre com o auxi-lio do machado, o desconhecido che-gou ao limite do bosque.

Diante deles estendia-se vasta pia-nicic no meio da qual havia um lin-do e rico castelo.

Então o desconhecido disse aoGilberto:

O bosque que atravessámos éo bosque da miséria. Lembra-tesempre dele e agora larga estefardo.

Gilberto atirou ao chão a árvoreque, caindo, se transformou numagrande pilha de moedas de ouro.

Oh! Qual é o teu nome? Quemés tu que tão bem me aconsclha>k-?perguntou, no aur^e do assombro.

Sou ,, Trabalho! respondeu,sorrindo, o desconhecido..

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22 — Julho — 1931 — 23 — O TICO-TICO

Vocação A CANÇÃO DA AURORA

Voeação é a tendência,que tratarmos pana, «ertaçoiisa*, dLsde criança.

Ha pessoas muitas,que. seguem a suai voca-ção, desenvohtendo assuas tendências e indi-"¦es.

(Dütras, porém, deixamde satisfazê-la por fal-ta de recursos ou parasatisfazer quem as di-rige.

Os pais nunca devemcortar a carreira* de: stitó.filhos. Devem; ao- can«-trario, ajitdáHo», poi:-que. sff assim não fio*;,concorrerão' para a. sua-in felicidade...

E' preferível ser umbom marceneiro, do queum mau. nredíco, por exemplo. Fh-ra melhor provar o que tenho ditosobre- a vocação, vou contar umahistoria:

— "José era um menino muitoestudioso, filho de um rico casal.

O macaco gibão de mãos bran-cas, da. Península de Miilaca, todo*.os dias saúda o romper dó-dia., can-tandb- uma cama»" monótona; forte,mas hitteressante.. Esse anknalí povsue teilVejí a voz- mais mtrsicaf «Jetodos o» mauirfenos. mtWmmi^^ÊFi

t& WÊÈÊ&áM

— -"~ mm%lSK*jJr '—Tj£j P

?jÊEim§ÊjmWÍí^Í

Estavam sempre a fa-lar sobre as inconveni-encias que poderiamvir da medicina. Jo-sé^ porém,. sanpre semostrava desejos» deabraçá-la.

Os- anos passaram-se,e eu menino, já tmha ter-minado os seus estudosmr Lyciu. Depois demnitos- pedidos inúteis,foi obrigado a encetar acarreira predileta deseus pais: a aviação.

Os anos passaram-se.Um belo dia, ele foi

fazer uma experiêncianum auião sobre a ei-

Btsde? criança mostrara acen-tuada propensão para. a medicina:

Seu maior desejo era ser um ex-celente medico.

Seus pais, ao contrario, detesta-vam esta carreira.

No meio. tia viagem, oaparelho explodiu. Ele.tento*» saíVar-se com opára-quedas,, mas tudoinutilmente, pois caiuno sóio, íulminaerV".

Era uma historia que bem pro-va a inconveniência dos pais seoporem a qtre seus filhos apro-veitem a vocação que lhes vem doberço.

FREDDYSINHO

MASNós devemos escolherBem as nossas companhias;Andar com gente direita.E assim, nem todos os dias.

Pessoa muito bulhenta.One briga por qualquer nada,E' cousa certa, sabida,Não serve pra camarada.

Uma landa antiga couta,— Muito embora o não pareça,

j «jarangu

Outsora também: cabeça

COMPANHIAS

M

Por cansa de camaradasFoi cair numa esparrela,E. desde esse dia, então.

n. coitada!: — sem ela.

Uns companheiros perversosram certa maldade;

Depois, temendo o castigo,Se ausentaram da cidade.

O caranguejo deixou-seFicar ali tão somente,E sobre efc recaiuA punição inclemente:

M A 1

Foi condemujp» a> perder,.De um golpes a própria' caBeçafF éJ>om qne- efesfier caslág»Nenhum de nus mais se esqueça.

Por ter grande resistênciaAo golpe não pereceu,Ficando pra dar exemploDo mal que lhe aconteceu.

Por isso o povo repeteEste bem certo ditiul— "E' bem. melhor andarDo que mal acompanhado"'7.

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O TICO-TICO - 24 22 — lèlfco — mi

AS AVENTURAS DO 6AT0 FELIX(Desenho âe Pat Sv.llivan — Exclusividade do "O TICO-TICO para Ó Drasü)

Gato Felix, com receio do comman-dante do navio, não lhe dar comida, re-sorveu agir»

E foi cortar um .pouco de piassa^, Mas a piassava.que elle pensava es-va para fazer tuna vassoura. tar cortando eram as suissas do com-

mandante.ij jl^- - ' -^z-\ t__\\ iap****"*?**********T_jk4. -""""""""^ffl l^=="

O commandante, indignado, aoacordar, resolve dar cabo de GaloFelix..

I

..-: .que habilmente se escondeu num dos beüches do navio, tendoo cuidado de pôr em baixo da cama um, par de sapatos e nacabeça um bonet de official de bordo.

Mas o commandante desconfiou da- ,. .cortina do beliche. Gato Felix Ma3 fugiu, a bom correr, para • porãocjuelle official de bonet e correu a.-n. foi descoberto e iá ser castigado,. do navio e. tendo encontrado uma chave,...

*a*^a^»J ¦.—¦¦-¦ li — ——— ¦¦¦¦¦¦¦ — a ¦¦ ¦ li i... ¦ —¦¦ — . — an ¦ ¦¦¦ —a—a—a^^—A^A^M^

.. .introduziu-a numa fechadu-jra de porta, que abriu.,

Mas — 6 cruel supplicio! — Gato Felix tinha, sem saber, entrado na jaula de um ferocissimo leão africano.

(Continua)

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52 — Julho — 1931 _ 9S

^__ i ii i in ura iii— ,—-.-——_-__-_-_--.-—.

0 TICO-TICO

Uma bella tarde dc verão, uma vc-lha mendiga implorava a caridade aosbanhistas que se achavam na praia.Todos lhe recusavam a esmola quan-do Carlinhos, encantadora criança...

...de oito annos, vem tam-bem á praia passear. A po-bre velh_ estendeu sua mãomagra e descarnada. O peque-no tirou do bolso todo o...

...dinheiro que possuiaDeu-o á mendiga e ia conti-nuar o seu passeio, quandoella lhe segurou pelo braço:— "Tú tens bom coração,...

31 ,

1 ^^ *?MÁGICA1!—-—-1— meu filho; cm gratidão de tuacaridade, toma como lembrança mi-nha, esta sineta de bronze: cada vezque um perigo te ameaçar, tú a agi-taras e será satvo.

(Continua)E. quando Carlinhos ia agradecer

á velhinha, essa desappareceu. De-pois de ter tomado o seu banho, ellofoi passear um pouco. Afastou-se pa-ra muito longe de seus pães c se,.,

..'. .achou entre rochas cscarpadas. De repen-te dois homens de terrível aspecto e barbadossurgiram de trás das rochas e saltaram sobre_Carlinhos. O menino foi tomado de um medo pa-voroso. Depois, lembrando-sc da propriedade...

—da sineta mágica, se põz a agital-a com for~ça. Os dois bandidos transformaram-se logo em.dois criados vestidos de rica libre, que, com ma*,neiras muito delicadas, acompanharam Carlinho^até ú porta de sua casa.

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O TICO-TICO — 26 — 22 — Julho — 1931

WINH'ALMACHORA

(MONÓLOGO)

Senhores, queiram ouvir,

O que direi sem demora;

Mas se ninguém me aplaudir

Minh'a_a chora !

Se vejo alguém caminhando,

Pra longe casa que mora,

Até chegar fico olhando,

Minh'akna chora 1

Nos vales, serras e montes,

Se nestas ruas afora,

Mendigos vejo nas pontes,

Minh'alma chora?

No lar, abrigo paterno,

Se não se dão, sogra e nora,

Fazendo o lar de inferno,

MimYakna chora I

Se prós feridos na rua,

Socorro pronto demora,

De dia ou noite de lua,

Minh'akna chora I

E para que por feitiço,

Alguém me mande ir embora,

Já von, pois sei que com isso,

Minh'alma chora !

R-NATO COELHO

O QUE EU QUERIASABER

Dedicada _ minha professora Díla

Uma destas tardes saí a passear comLúcia pelo sitio onde estamos passandouns tempos.

Sentámo-nos jun'.o á represa daságuas e Lúcia, para distrair-se, pôs-sea atirar pedras umas depois das outrasá água do tanque.

Começaram a formar-se na super-ficie da água circulos e circulos quese alargavam cada vês mais, que sefizeram cada vês maiores até tocar noparedão do poço.

Lúcia adorava este divertimento...e porque estava contente, veiu-lhe aidéa de cantar.

E-a tem uma vózinha afinada comoa de um sabiá. Mas de repente deixoude cautar, ao perceber que algueiu lherepetia a cantiga.

Quando a menina começava:"Eu vi uma barata na casaca..."

outra voz replicava imediatamenle:"Eu vi uma barata na casaca..."

Quem está repetindo meu cante ?¦—perguntou Lúcia, indignada.

Ninguém, disse-lhe eu, é o éco.O éco ?Sim, amiga Lúcia. Ha um mo-

mento você estava atirando pedrinha»ao tanque. Não via que, ao cair a pe-dra, se formava nagna um circulo pe-quenino que logo lentamente ia crês-cendo até bater nas paredes do tan-que , Pois bem, o mesmo acontececom o éco nos ares. Você cantou aqui,em pleno campo, como ha pouco atiroua pedra em plena água.

Cantou aqui e o som começou apropagar-se no ar, por meio de ondas,até que esbarrou em alguma coisa.Em quê ?

Esbarrou naquelle morro, como ocirculo feito na água esbarrou com asparedes do poço.

Foi então que, ao bater, o som vol-tou, foi repelido, e por isso repetiu asua voz.

Para que haja o éco, Lúcia é pre-ciso que o som esbarre num obstáculo,do mesmo modo que para nos vermosnum espelho precisamos pôr-nos emfrente a êle. Contnue a cantar com oseu- amigo éco, já que o conhece agora.

E Lucia pôs-se a cantar de novo:

"Eu vi uma barataNa casaca do vovô,Assim que ella me viuBateu afãs e voou."

NEUZA GUIMARÃES

^B Be" /. \

"QUEM TUDOQUER"

Estávamos em Junho. Num colégioparticular, o professor rubricava pa-peis para as provas trimestraes dedesenho.

Depois de todos os papeis estaremrubricados, o professor avisou a to-dos os alunos que não rubreariaoutros, porque, se assim fizesse, nãoseriam "provas".

Porém, para se tornar mais facüaos alunos, concedeu que estes f zes-sem suas provas em casa, para nãoterem desculpas a dar, se trouxes-sem as provas em papel não ru-hricado.

João, rapaz de seus quinze anosmais ou menos, tinha o defeito deser muito apressado.

Começou seu desenha Como ofizesse apressadamente, borrou-o detinta.

O borrão foi diminuto, podendo,assim, ser tirado com uma borracha.

João, vendo seu desenho comaquelle borrão, procurava um meio,a ver se ganhava ainda uni "dez",

-orno podia isso acontecer? E eisque uma idéa lhe ocorre: falsificara rubrica do professor. E, firmeneste pensamento, tirou de suapasta uma folha de papel, na qualimitou a rubrica do mestre.

Apresentou, no dia marcado, comoseus colegas, a prova. Dois dias de-po s, o professor lia as notas dosalunos, em ordem, da maior paraa menor.

João estava aflito, pois via queseu nome não tinha sido proferido,e já estava no penúltimo deseuho.O ultimo fora o seu, que, apesar deser o melhor, tivera grau 0. porcausa da falsificação da rubrica

João esquecera-se do antigo .ida-gio: "Quem tudo quer, tudo pc,

IIILGBERTO DE CARVALHO

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22 — ...ithu — 193 J 27 - O TICO-TICâ

ROUPAS

'NFANTIS

^,^&Ji^' " 'JBcfl

plumas estejam vol-tando, nada mais ele-gante do que a simpli-cidade.

O grupo que aqui es-tá ladeando a noiva,simplesmente ves tidade crêpe marfim é en-cantador. A menina emeninota da esquerda

vestem mus-selina de sedaazul do céu,

g u a rniçãode p r egui.

nhas e babados também provenien-tes de pregas meadas; as duas dadireita vestem "faille" rosa, plissa-dos nas mangas e formando "bas-

que".Os "bouquets" de rosinhas ou de

"bleuets" são ao gosto do SegundoImpério.

Roupinhas de todo dia: saia e bomlero — sem mangas — de Jerseyvermelho e blusa de "Iingerie"

branca; saia de "tweed" de coresmisturadas e blusinha de Jerseyvermelha; blusa de crêpe da Chinarosa pálido, pregas na frente, e gra-vata de fita azul de louça (3) ; blu-sa de flanela vermelha e caseadocom fita de veludo branco (4);blusa de "toile de soie" branca e via.zes azues (5); "garçonnet" — cal*

Ficam, ás vêses, as jovens ma-mãs, em duvida quanto á roupacom que devem vestir as filhinhaspara que acompanhem uma noi-va. Pensam em rendas de seda,tin gaze, bordados... Queremenfeitar o mais possivel os seuslindos rebentos.

Se bem que a moda se tornesempre mais feminina e os ador-

nos antigos, como rendas, fitas,

11 1

j&Mgp¦ L___-__i__-_ JaMsça e suspensorios de veludo in*

glèsa marinho e blusa de sedarosa pálido; saia do mesmo ve-íudo e blusa de "toile de soic"vermelha (6 e 7). — 5",

Leiam CINEARTE a mais completa revista de cinema que se publica no Brasil. A

única que mantém um correspondente especial em Hollywood.

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O TICO-TICO — 23 — 22 — «lullio — 1931

| Consultório da Gmim]S C A B I O S E

A scabiose ou sarna é uma doençacontagiosa da pele. E' tambem conhecidapelo nome de "já começa". E' causadapor um parazito e provoca uma co-ceira formidável, que constitue umverdadeiro martírio para os doentes.Esta coceira ou comichão é mais in-tensa á noite. A's vezes é tão incômo-da, que a pessoa "ão pôde absoluta-mente dormir. O contagio se faz oupor meio de outra pessoa (ama, com-panlieiro de escola, etc.) ou por inter-médio das roupas (de cama principal-mente) ou dos objetos do sarnento.

Os cães e gatos tambem freqüente-mente transmitem a sarna a seus do-nos. A afeção se localiza de prefe-rencia entre os dedos da mão, na re-gião do punho, no braço, nas dobrasanteriores da axila, etc. Em geral,poupa o rosto. Nos adultos nunca foiobservada em tal região.

Toda afeção da pele que provocargrande prurido, principalmente noliir-no, deve ser suspeita de sarna.

Tratamento — Deve ser profílaücoe local.

O profílatico consiste em ferver to-cas as roupas que estiveram em con-tato com o corpo do dente, inclu-clusivé as roupas de cama.

O local compreende a noite dar umgrande banho morno de dez a quinzeminutos com sabão de enxofre. Depoisenxugar bem a criança esfregando

bastante a toalha e em seguida passartambem esfregando, porém, brandamen-te, uma pomada que poderá ser a deMüian, Helmerich ou Mitigai. Um re-médio muito barato e que dá bom re-sultado e a aplicação de creolina a15 %. (Esfregar á noite, após o ba-nho, o doente com uin pano molhadonessa sohição e deixar ficar até o diaseguinte). Tres a quatro dias de trata-mento são suficientes para a cura.

A sarna, freqüentemente, se com-plica com outras afeções da pele demodo que é prudente ouvir a opiniãodo medico em casos semelhantes,

COK RESPONDENCIA

Mme Laura Silva (Rio) — Façapara seu filhinho a dieta seguinte:

A's 6 e ás 22 horas: 250 grs. deleite engrossado com 1 colher de chá

de maizena e uma co-her de sopa bemcheia de assucar.

A's 10 e ás 18 horas — Sopa delegumes feita em caldo de carne magra.Sobre-mesa: geléa, marmelada eu caldode laranja.

A's 14 horas — Banana assada oucrua.

Mme Isabel Porto (Rio) — O fatode sua filhinha estar urinando pouco echorar no momento das nvções ia/.pensar em pielite. E' bom mandarexaminar a urina.

Mme Alzira Freitas (Rio) )— Atosse e a febre que seu filho já temhá quasi dois mezes devem ter outracausa que não a gripe. Convém man-dar tirar uma radiografia dos pul-«nões.

AVISO — As. consultas sobre re-giinens alimentai cs e doenças das cri-ancas podem ser dirigidas ou para oconsultório ou para a res:dencia do

DR. OTÁVIO DA VEIGA

Diretor do Instituto Pasteur do Riode Janeiro. Dos Consultórios de Ht-giene Infantil do (D. N. S. P.). Me-dico da Creche da Casa dos Expostos.Especialidade: Denças das Crianças —

Reginietis Aümcntares.Residência: Rua Jardim Botânico, 174.Te'efone: 6-0327. — Consultório: RuaAssembléa, 87. Telefone: 2-2604 — Se-gnndas, quartas e sextas, das 4 ás 6

horas.

UAS MAGESTADE AS CRIAI . S

Jmm\ Wr -mm 9^__L.úm\ m. ^^' «H ___________________________Am R ___\ £&'.

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m. ?."'?AlTt' I

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¦

A nossa graciosa amiguinha AzcniihAlencar.

Abncr e Lcoinir, filhos do Sr. AhmrRodrigues.

Consuelo Maria c Conceição Mario dtQueirós.

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'» Julho — 1!)31 29 O TICO-TICO

RESULTADO DO CONCURSO N. 3.557Soluclonistas: — Daniel Ferraz, MendesCaler, Silvia Duarte, A. Santos Aguiar,Stela C. Bastos, Alfredo Rios, Roberto A.-Moura, Luiz Rangel, Valdir Rangel, Ro-berto Rocha, Elisa Wilches, Paulo Dclys-him, Maria da Gloria Sales, Paulo Alvim,lienito Domenico, Za>ra Amaral, Rui»Ijmilio de Macedo, Geraldo Barbosa Forteis,Talvone Young, Adalberto Simões Montei.ro, Vito José, José da Mota Teixeira, Lui-ssa Ferreira, Irece Marques de Oliveira,Dia Daoerda, Nina FeoTosa Piza, DcleioDarbell, Miguel Prista, Carlos C. Silva,Álvaro Alves de Farias, Orchidea Pereira,Mercedes Parralon, José da Cruz Vidal,Leda C. de Melo, Yor Magalhães, MariaJosé Claudia, Eclla Fonseca, Ale-rxandre Epitacio, Altalr Sa dos Santos,Mariana de Araújo, Eunice Seixas deAlencar, Maria do Carmo, Maria C. Qua-resma. Manoel Peixoto Gordani, VanderlclLafonte, Paulo Rendi, Elio da Fonseca R.Lopes, Alulzio Bessa, Valter B. Camelo,

Sllvete Mendança, Ent Luz de Almeida,Dllson B. Drumond, Francisco Ferri, JosC-Bernardes Pena, Joio C. Guise, Stelita de .Lima, Etelvlna Santana, Rui Paula Leite,DUea Roltgen, Paulo Ernani Pinho, Ame-rico Florentino, Udelincto M. de Carvalho.Leda Reis, Eduardo Adolfo Figueiredo,Nair Xavier Batista, José de Rezende Sa-les, Cleber Boneckcr. Maria José C. Mar-tini, Dario S. Filho, Anatalia Malta Lo-otens, Celio da Fonsca Brandão. AlbertoBelga, José Carlos Prado, Godofredo Cor-rela dos Santos. José Francisco de L.Horta, Bonio Escobar Moura, Arnaldo Ro-cha, Carlos Guilherme Max, Luiz de L'ma,Affonso Muller, Moaclr MUssoni, VergilioIsoldi, Maria Eugenia, Elio de Godói Ta-vares, Diva Martins., Rubem Dias Leal,Milton de Carvalho, Enrique Antônio, Ada-mo Schlcair, Ida do Couto, Jorge de SáAlmeida, Otilia M. Stlebler, Mariana VazLima, Z'lda Yaufih, Antônio Pinto Soares,Laura Andrés R. de Oliveira, José Fran-cisco Pombo. Eliton Mota. Silvia CaldeiraFranco, Valdir P. Lima, Jorge Vilon.José do Lago, Hassib Merched, Felicidade"Viana, Moema Orosco. Eloisa Oliveira Cam-pos, Ivone Reis. José Moreira. Dllze Fon-tes Duarte. Gerber Serpa, Natalina Ramos,Pedro B. Filho, Helena A. Figueiredo, Per-cl Schovlnd, Aírton Segundlno, Nell Be!-Ea, Otávio Dela Beuna, Alclr Fonseca,Armando Dflsio, Valquirio dos Santos,Francisco Lima Ribeiro. Maria Carmen Sil-veira, Roberto B. Drumond. LenI Carneirode Sá, Francisco Moreleski, Rui Amara)Prado, MarI Alvarenga. Kepler Santos,Ana Maria Costa, Erclcil'a Valente deOliveira, Levino dc Souza, José Maurício

PÍLULAS

|P1LULAS DE PAPAINA E PODOFHYLINA)

_ Empregadas com suecesso nas moles-tias do estômago, figado ou intestinos.Essas pílulas, além de tônicas, são indi-cadas nas dyspepsia*. dores de cabeça,jnolestias do figado e prisão de ventre.São um poderoso digestivo e regulari-«ador das íuncçôe* gastro-intestinae».

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Cardoso B. Barros, José Golta, AugustoRibeiro, Carolina de Melo Lobo, RenatoMarques da Cunha, Ita B. Franja, MariaLIgia Coimbra, Elcio de Arruda, OtávioJosé, Roberto de Brito Pereira, Elio Fer-reira, Ramlro Alves, Maria Elena Lom-bard, Otávio do Araújo, Milton Nunes,Dourval Cardoso Brito, Nilton Machado,Sérgio Moreira, João Augusto de Moraes,Alberto Fernandes Vieira, Maria Dutra <íoL'ma, José Araújo, JenI Conl, OsvaldoPereira, Sebastião Boto de Barros, Nelsonde Almeida, Talita Fonseca, Nelson Portoda Silva, JudUI H. Sucupira, Adevaldo C.Boto de Barros, Rubem de Aguiar, Bene-dito N. Carvalho, Luda C. Guimarães, B.Moura, A. Santos, Maria Eugenia Barreto.Altair Fonseca, Mariazinha C. Gonçalves.Ester Dias, Ebenzer Fernandes, Flavio S.Alves, José Maria Ferreira, Flinio de Frei-tas, João Mauriciò Cardoso, José Luiz Ou-toro, Oscar Sysah, Álvaro Carlos de A.Botelho, Ananiàs Santos, Carmen Maria,Aldo Vieira da Rosa, Enrique B. Ribeiro.Sadi Mariante, Valdir V»lela Nunes, AltalrGuedes Pereira, Joaqu'm R. Moraes, Cas-

0 MENINO0 RAPAZ...0 HOMEM!

¦•>

ATRAVÉZ DAVIDA,

em qualquer idade sócompram..

NOGAMIHEIRO28/32 Assembléa

tro Monteiro, Maurício Leite de Moraes,João Batista, Anita Farrapeira, Manoel daS'lva, Stela do Amaral, Roberto L. Almel-da, Raymundo Barbosa. Tais Costa Ribel-ro, Claudia C. Lima, Rui Lemos DantasLincoln de Azamtuja Falcão, Jaime C. Vi-nna. Jordão Reglnato, Alda «re Andrada,Sebastião D'AngeIo Castanheiro, VlnicíoNalepinskf, Adnll Tinoco. Renato Ces.irBastos, ítalo Domingo, Gilda de Andrada,Orestes de Oliveira, Geraldo Leite Cintra,Míriam de Almeida Coelho, Suebrt Spenb,Ivone de S. Ribeiro, Ida F. França, AnaH. Barros, Milton Doíle, Serafim H.Aqu'no, José Batista Rios. J. B. CastroFilho. Artur Scaetana. Maria Aparecida,Iolanda A. Arnaldo, Jorge Lins Palmeira,Arlsteu Mota, Augusto Cardoso do Ama-ral, Nelia da Silva. Flortsbelo Ribeiro,José Paulo Arantes. Osvaldo Cavalheiro,Nfll Medeiros. Anlceto Dl'ns. Ana de .Te-sus Moraes. Ney Foerasa, Sílvio M. de Al-meida. Marcelo Gentil Porto, Orlandlna D.de Carvalho. Maria Elena Palhares.

Foi premiado, com nm Hndo livro dehistorias infantis, n eonr»rrente:

DANIEL FERRAZde 9 anos de idade e residente em Manbu-jAirini, Estado de Minas Gerai*..

RESULTADO DO CONCURSO N, Í.560Respostas certas:

1* — A casa do botão.2» — Mês — Três — Vês A Fe*„3" — Terra Erra.4' — Caxias.6* — O pat<>.

Soludonistas: — Maria das Nevís, OU-lia, M. Stlebler, Vera Maria Bastos, Osval-do Cândido de Souza, José Maurício Car-doso Botto de Barros, Osvaldo Cavalheiro,Zilda Prigione Gouveia, Djanira Marques,Aàelmo Mauriciò Botto de Barros, JoséMendes, Neurldice Almeida Barros, Sebas-tião Boto de Barros, Nilton Nunes daCosta Freitas, Rubem Dias Leal, Heloisada Fonseca Rodrigues Lopes, Adir Coelho,Dllcon Drumond, João Maurício Cardoso,Odete Castro, Maria Tereza Castanheira,Musa d'Ange!o Castanheira, Vinicio oTAn-gelo Castanheira, Sllvete Mendonça deFreitas, Carlos N. de Carvalho e Silva.Mana Luiza Cavalcanti Martini, Pedrinade Carvalho, EHo de Godói Tavares, LenfCarneiro de Sá, Roberto Ralha, AureliaWilches, José Rulvo, Moaclr Manhães Porto.Jorge Manhães Porto, Américo Florentino.Talita Fonseca, Leda Corrêa de Melo, Anto-nio Casemlro do Nascimento, Anan'as SantosRosa, Carlos Altamirando Requiâo, ValdirV. Nunes. Otacüio José Pagano. RenatoCésar Bastos. Elena Franco, Eunice S.Alencar, Quepler Santos, Paulo VHon, Bra-oinin Brac'ni, Carmen Maria, DomingosJaques Faria, Iolanda Marques da Cunha.Iolanda Vaz Lima, Eloisa O. Campos.Marina Reeina Bastos, Adelina M. Carva-¦ Hror Jos# Massena, Aldo Vieira da Rocha.Dalsf Fortes Duarte. Nora Escobar Moura,Bernadete F. de Souza. Irece Marques.Decio Geraldo da Silveira, Marta Risordl.Léa Lacerda, Nelf Berto, Francisco Farri.Natalina Ramos, Aírton Sá dos Santo?.Adamo Scliocatr. Lucta C. Guimarães.José de Araújo Pinheiro, Graco M. Alves.

Fo! premiado, com um lindo livro dehistorias infantis, o concurrente:

AMÉRICO FLORENTINOde 10 anos de idade e morador â rua 1).Dclfina n. 40. casa IS. nesta Capital.

mm de canosNenhum escritor oa contista,

brasileiro deve deixar de concor-

rcr ao Grande Concurso de Con*toa promovido pela revista "Para

todos..." com grande* prêmio*cm dinheiro, «sujo total ultra-

passa cinco contos de réis.

Leia era qualquer numero de*-sa revista, em pagina* Inteira*,as condições e bases pela» quaisé regido esse certame, quese encerrará impreterivelmente

no dia 20 de Agosto.

Page 30: O encontro ?L:E '-346memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1931_01346.pdf · de seu aniversário natalicio. ¦''¦¦•

O TICO-TICO — 30 — 22 — Juihi* — Mil

CONCURSO N. 3.57:para os i.trronKs wcsta carn-M. r. nos esta«os

a- i. ¦__-.- M

Y L-_Í

ANo c/ic/ií acima têm vocês, escrita a

palitos, a palavra cesta. Desloquem apenasum palito de um logar e o coloquem er.ioutro de modo a formar outra palavra quesignifique divertimento.

As soluções devem ser enviadas á reda-ção d'0 Tico-Tico, separadas das de outrosquaisquer concursos e acompanhadas nãosó do vale que vai publicado a seguir etem o n. 3.571, como também da assi-natura e declaração de idade e residênciado concurrente.

Para este concurso que será encerradono dia 18 de Agosto vindouro, daremosprêmio, por sorte, entre as soluções certas,ura rico livro de histórias infantis.

Ú7Zííf^rfS Ws)1<F /J

^**^Nas\aWbPARA OCOrVCUt^O

N* 3.571

CONCURSO K. 3.57i

PARA OS L1.1T0RES DI.VTA CAPITAL E D^S

ESTADOS PHOXIMOJ

Perguntas:

1* — Qu-1 o golfo que c usado peloshomens ?

(3 sHabas).Yolanda Bastos Teixeira.

2- — Qual a ilha da Europa que tem_0';ie dc imillicr?

(4 sílabas).Da mevma.

3 — Qual o rio da África que é o deum cabo do Brasil?

(3 silabas).Da me

4a — Qua! a fruta que tem oíóra da ca;ca?

(2 silabas).

Moda eBordado

KITMKBO DE JULHO A' VENDA

prêmio, por sorte, entre as soluçõescertas, um livro dc histories infantis.

VAWCI»AJft>AiONtI/PAO

REVISTAS ANTIGASTemos sempre quantidade de revis-

tas antigas c lembramo-nos de indi-cá-las aos curiosos. Bastará Jndicar ogênero — Sportivas — 'Ilustradas —Mundanas — Literárias — Cinemato-graphicas ou ainda outra de qualquerespécie. Essas revistas são fornecidaspela terça parte de seus valores, e cmlotes de 3$000 e 5S000.

Dispomos também de grande sorli-mento de postaes. Sortimento com 12vistas do Rio 3$00ü, com os clubs defootball, dúzia 3$U00 e com artistas decinema, dúzia 3Ç000.

Os etwios de dinheiros devem serfeitos pelo correio com valor declara-do e dirigido á

Braz LauriaRUA GONÇALVES DIAS, 78

RIO DE JANEIRO

CARA AS MENINAS PRINCÍ-PALMENTE

Os dentes bem tratadosdão beleza e saúde;

sendo escabros, indicam gente rude,de babitos atrazados.Ademais é preciso

que lhes não falte assistência cons-tante,

porque eles são enfeite, do sorriso,e o sorriso é o encanto do semblante.

Tcophilo Barbosa

mcu filhinho:CMO-MI-LM-NA6VI TA 03 AÇClbEMTES DAdaDENTlÇAO «FACILITAa SAHIDA DOS DENTESCm ttdat «j

Odeie Vi

5" — Qual a casa que não fem ti(2 sjlabas).

Mario Vieira

As vem ser enviadas â reda•\'0 Tico-Tico, devidamenteseparadas das de outros quaisquer

irncursos.e ainda acompanhadas do valeque vai publicado a seguir e tem o nu-mero 3.572.

Para este concurso, que será cncerr;:d.no -ia 13 do mês próximo, daremos coine

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22 — -Jullio — 1931 — 31 O TICO-TICO

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AS AVENTURAS DO CHIQUINHO.——

O Malho ou Cabeça de Ferro

Chiquinno avistou o Malho e atirou-lhe um iaço cer-teiro. Malho era um carneiro de maus boles, habituadoa dar marradas em tudo que encontrava; com as marradas destruía cercas e porteiras e matava, i.-

...a» vezes, animael maiores do que elle. Presono laço de Chiquinho, o Malho poz-se a pular e ainvestir comia tudo. Benjamim cahiu logo. SóJagunço poderia salvar áquella situação, mas...

.. .no momento, não estava ali. Chiquinhc. nao podendomais agüentar o carneiro, largou a corda e saltou o cei -cado. suppondo livrar-se do bicho. O "Cabeça de Ferro",então, despresando Benjamim, que deitado fingia...

I.. .estar morto, atirou-sc ao cercaao, üen UDaiidoo com uma terrivel marrada. Chiquinho que previra o caso. subiu na primeira arvore que encon-trou. Nesse momento appareceu Jagunço /u/c.

...de raiva. O Malho, porém, estava disposto a malhar tudoe arremessou-se contra a arvore, numa cabeçada tão for-te, que Chiquinho de desprendeu delia e cahiu num lagopróximo. O carneiro ia agora ajustar contas com Ben-jamim Jagunço, porém, ali estava para impedil-o, ¦ •

...e num salto agarrou-se á orelna do carneiro,dando tempo a que Benjamim o amarrasse á arvo-re. O Malho lá ficou amarrado e Chiquinho em ca-

sa... explicou-se.