o eco novembro 2012

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Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis - RJ - Novembro de 2012 - Ano XIII - Nº 163 Foto: Enepê

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Jornal O ECO edição Novembro 2012

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Page 1: O ECO Novembro 2012

Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis - RJ - Novembro de 2012 - Ano XIII - Nº 163Foto: Enepê

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- 2 - Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

COMUNIDADE PARTICIPATIVAA participação é o caminho que

nos leva ao coletivo organizado deuma sociedade bem-sucedida,independentemente de seutamanho, credo, cor ou “manias”culturais. É o individual embenefício do todo. Isto requerrenúncias especialmente nosindivíduos mais radicais, poistemos que trabalhar somandocom os que não gostamos. Arazão nos mostra que umindivíduo que está entre “os 100”que menos gostamos, de repentetem uma ideia brilhante que poderesolver nossos problemas,portanto devemos abdicar denossa, talvez prepotência, esomar com ele em sua ideia. Istoé ser participativo.

A experiencia nos mostra quena dor nos juntamos mais fácil ena alegria, vinda da abundancia,acaba por nos conflitar ou sermosindiferentes para fugir do possíveltrabalho que advenha daparticipação coletiva. Vocêslembram da catástrofe de poucosanos passados? Pois é! Destador surgiu um movimentochamado “Viva Ilha”, que pareciater surgido de um “povo marcadoe não feliz”. Foi deste movimentoque por necessidade de umapessoa jurídica, surgiu a OSIG –ORGANIZAÇÃO PARA SUS-TENTABILIDADE DA ILHAGRANDE. Como sempre, a Ilhamuito promissora, fez clarear tudoem pouco tempo. Voltamosrapidamente para um certoeldorado, achando que nãoteríamos dificuldade “nunca mais”.Um grande número tambémesqueceu ou ignorou a OSIG.

Novas dificuldades surgiram!Como exemplo: a Prefeitura nosabandonar nas festas de fim de

Nota: este jornal é de uma comunidade. Nós optamos pelo nosso jeito de ser e nosso dia-a-dia portanto, algumascoisas poderão fazer sentido somente para quem vivencia nosso cotidiano. Esta é razão de nossas desculpas por nãoseguir certas formalidades acadêmicas de jornalismo. Sintetizando: “é de todos para todos e do jeito de cada um”!

ano, que em verdade os gastosnestas festas é nossacontrapartida para o turista sedivertir, pois ele é o gerador denossa sustentabilidade, pagandoum substancial pacote para o“Revellón”, transformado embenefício de todos.

Mais uma vez observei acomunidade se juntando comcerto ar de desespero tentandoresolver o problema. Na primeirareunião surgiram ideias de todosos tipos, tamanhos, brilhos eabsurdos. É! O absurdo tambémfaz parte! “Raciocinar peloabsurdo é um tema bemdialético”! O importante disso tudoé que a comunidade voltou a sereunir em prol do todo. Gostei! Aquarta reunião, já no dia 25, combastante participantes, muitagente jovem, havendoconvergência em todas as ideiascertamente pela ausência das“vaca sagradas”.

O grande grupo chamados de“SUGAS”, não apareceu anenhuma reunião, semprefalando muito que não se faznada e ainda batendo no peito deforma truculenta, que ele nãoajuda ninguém e tem mais quepensar nele, porque aquininguém faz nada. Quer dizer:pior que um zero à esquerda nosefeitos comunitários. Pior, poisum zero à esquerda não somanada, mas ele além dissodesmerece a todos os que fazema diferença. Temos que usaróleo de peroba neste cara de pau.Parabéns aos que compa-receram, pois a festa é de todose muito necessária.

Se fossemos mais persis-tentes e mais coletivos, nadadisso seria necessário, bastaria

Editorial ....................................... 2

Informações Turísticas .......... 3 a 5

Questão ambiental ................ 6 a 8

Osig ..................................... 9 e 10

Coisas da Região .............. 11 a 21

Colunistas ................................ 22

Interessante ..................... 23 e 30

Mapa ......................................... 31

Diretor e Editor: Nelson PalmaJornalista: Bruna RighessoChefe de Redação: Núbia ReisConselho Editorial: Núbia Reis | Hilda Maria | Cinthia HeannaColaboradores:Ligia Fonseca – Jornalista -RJGerhard Sardo – Jornalista - RJRoberto J. Pogliese – Advogado, Joinville -SCPedro Nóbrega Pinaud - Estudante - RJLuciana Nóbrega - Atriz - RJErnesto Saikin – Jornalista - ArgentinaLoly Bosovnik – Jornalista - ArgentinaMaria Clara – Jornalista - ColômbiaDenise Feit – Jornalista - Tel Aviv-IsraelJosé Zaganelli – Ambientalista, IED BIG - AngraNeuseli Cardoso – Professora - AbraãoIordan Rosário – Morador - AbraãoAmanda Hadama – Produtora Cultural - IGRita de Cássia – Professora - NiteróiCarlos Monteiro – Professor e Consultor – Petrópolis-RJJarbas Modesto - Consultor, SEBRAE - RJJimena Courau – Tradutora e Guia Submarina - AbraãoJason Lampe – Tradutor - New YorkAndréa Sandalic - Professora - AbraãoJuliana Fernandes - Turismóloga - Brasília - DFPedro Veludo - Escritor - RJCinthia Heanna – Pesquisadora e Especialista em advocacy - SPPedro Paulo - Biólogo

Blog: Karen Garcia - AbraãoWebmaster: Rafael Cruz - RioDiagramação: Idvan Meneses - AngraImpressão: Jornal do Commércio - RJ

DADOS DA EMPRESAPalma Editora LtdaRua Amâncio Felício de Souza, 110Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis – RJCEP 23968-000CNPJ - 06.008.574/0001-92Insc. Mun. 19.818 | Insc. Est. 77.647.546

SITE www.oecoilhagrande.com.brBLOG www.oecoilhagrande.com.br/bloge-mail [email protected].: 24 3361-5410 | 3361-5094

DISTRIBUIÇÃOGratuita, mala direta e de forma espontânea pelos turistas.Impressão: Jornal do CommércioTiragem: 5 mil exemplares

prevenir-se para os imprevistos!Bastaria cada comerciantecontribuir com mil reais por ano(média) que teríamos ummontante substancial para nossoseventos. Isto não corresponde nema cem reais por mês, menos quea diária de um carreteiro. Outraforma, com mais equidade seriacotas proporcionais aoestabelecimento. Daí decorrem milmaneiras de se criar um fundojusto. Tudo extremamente fácil,mas temos que ser participativos.

Todos os bons lugares deturismo, cresceram desta forma.Bonito, entre tantos, é um exemploforte. Os produtores criaram ummodelo para eles e o municípioteve que se adequar ao que elesqueriam. Nós temos tudo parasermos iguais a eles, bastaparticiparmos. Podemos fazerquase tudo esquecendo aPrefeitura, mesmo que você nãoacredite. Trabalhar com aPrefeitura o desgaste é muitomaior que com a comunidade,desde que seja participativa. Quetal pensar nisso? “A Prefeitura jáestá tão deficitária que merecetermos pena e raiva dela”! Suareceita por volta de um bilhão, nãodá conta da esplendorosaadministração (calma editor)!

Um agradecimento especialaos que espontaneamentecontribuíram para o NatalEcológico. Graças a eles, todosterão uma boa festa. Esta festaestá anunciada na BRASTOA,ABAV, e outras importantes feirasde turismo, pelo nosso consultor,Professor Luís Carlos Monteiro.Isto traz benefícios para todos.Leia mais no Informativo da OSIG.

O Editor

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- 6 - Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Questão AmbientalInformações, Notícias e OpiniõesInformações, Notícias e OpiniõesInformações, Notícias e OpiniõesInformações, Notícias e OpiniõesInformações, Notícias e Opiniões

Informativo on-line doParque Estadual da Ilha GrandeNo. 11 ano 02 - Novembro/2012

TÁ CHEGANDO O VERÃO...Milhares de pessoas procuram ambientes naturais, como os encontrados na Ilha

Grande, para atividades de lazer que vão desde um simples passeio até a prática deesportes de natureza, como as caminhadas, o surf, a canoagem, o mergulho e muitasoutras. Na maioria desses locais a natureza é frágil e precisa ser tratada com muitocuidado.

A Ilha Grande é protegida por quatro Unidades de Conservação administradas peloInstituto Estadual do Ambiente (INEA): Parque Estadual da Ilha Grande; ReservaBiológica Estadual da Praia do Sul; Parque Estadual Marinho do Aventureiro e Área deProteção Ambiental Tamoio.

A Reserva Biológica da Praia do Sul (RBPS) tem a finalidade de preservar osecossistemas naturais, permitindo somente pesquisa científica e educação ambiental(sendo necessária prévia autorização do INEA, segundo portaria IEF/RJ/PR n° 227/07). A visitação nesta região é restrita à praia de Aventureiro e do Demo, ou seja, não épermitida a travessia ou caminhada nas Praias Sul e Leste e no Costão do Demo.

Caso sejam encontrados turistas ou visitantes nestas áreas, os mesmos poderão serautuados e responder processo administrativo e multa, conforme art. 46 da Lei Estadualde Crimes Ambientais nº. 3467.

O PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE - PEIGConsiderado o mais visitado dos parques estaduais do Rio de Janeiro, o Parque

Estadual da Ilha Grande (PEIG), é o segundo maior parque insular do Brasil com umaárea de 12.052 hectares, conta com cerca de 10 praias, além de costões rochosos,florestas, restingas, manguezais, rios, cachoeiras, lagoas, construções históricas emais de 80 km de trilhas que atraem pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo.

NORMAS E CONDUTA

O decreto n° 42.483 de 27 de maio de 2010, estabelece diretrizes para o usopúblico nos parques estaduais administrados pelo Instituto Estadual do Ambiente –INEA e dá outras providências.

Art.28 – Os infratores dos dispositivos deste decreto que causarem dano direto ouindireto ao parque estadual estarão sujeitos às sansões previstas na Lei Estadualn°3.467/00 e na Lei Federal n°9.605/98, além de outras normas aplicáveis a cada casoespecífico.

RESPEITE A NATUREZA

Caminhar em ambientes como o do PEIG exige atenção para que seja evitado oimpacto da poluição e da destruição destas áreas, segue cuidados básicos a seremobservados e respeitados:

• Recolha todo o seu lixo. Traga de volta também o de pessoas menos “cuidadosas”.Não abandone latas e plásticos. Garrafas (vidro) são proibidas dentro do Parque Estadualda Ilha Grande.

• Para se aquecer você deve estar bem agasalhado e alimentado. Não faça fogueirasem nenhuma hipótese.

• Mantenham-se na trilha principal, atalhos aumentam a erosão e causam impactosao meio ambiente.

• Não use sabão ou sabonete nas fontes, riachos e cachoeiras.• Respeite o silêncio e os outros. Não grite. Aprenda a ouvir os sons da natureza.• Não retire nem corte nenhum tipo de vegetação.• Não alimente os animais, cuidado, pois animais silvestres podem transmitir

doenças.

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Questão Ambiental• Respeite os habitantes dos locais visitados.

RECOMENDAÇÕES ÚTEIS:• Planeje seu roteiro e

deixe sempre alguémavisado sobre ele.

• Conheça regrasbásicas de primeirossocorros e orientação nanatureza.

• Cuidado com asbebidas alcoólicas. Elasnão aquecem e baixamsua resistência.

• Procure informaçõesde hospedagens e passeios em empresas legalizadas: elas contribuem para preservaçãoda Ilha. Lembre-se o barato pode sair muito caro.

• Busque sempre o máximo de informações sobre o atrativo a ser visitado, acontratação de um guia experiente é sempre uma boa opção.

É um direito e um dever de todos preservar o meio ambiente para hoje e para asgerações futuras.

REFORÇO NA EQUIPE PEIG – GUARDA-PARQUESO Instituto estadual do Ambiente (INEA) efetivou, no mês de novembro, 220 guarda-

parques que atuarão nos parques e reserva estaduais na proteção da biodiversidade edo patrimônio histórico, arqueológico, paleontológico e espeleológico.

São atribuições do cargo de guarda-parques: desempenhar ações de educaçãoambiental; prevenir, fiscalizar e combater incêndios florestais e queimadas no interiordas unidades de conservação e em seu entorno imediato; garantir a segurança dosvisitantes e funcionários das unidades de conservação; empreender ações de busca esalvamento no interior das unidades de conservação; zelar pela vida selvagem, pelasbelezas cênicas e, quando for o caso, pelo patrimônio histórico, arqueológico,paleontológico e espeleológico; zelar pelo cumprimento da legislação ambiental e atosnormativos específicos das unidades de conservação; promover atividades deinterpretação natural, cultural e histórica relacionadas à unidade de conservação;promover ações de caráter sócio-ambiental voltadas para as comunidades do entornoda unidade de conservação ou ainda residentes em seu interior; zelar pelo patrimôniofísico das unidades de conservação; desempenhar ações de educação econscientização ambiental, bem como auxiliar, quando necessário, nas demaisatividades administrativas das unidades de conservação; e apoiar a Defesa Civil e oCorpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro em caso de calamidadepública.

Fale com PEIG - Sugestões de pauta, curiosidades, eventos a divulgar,reclamações, críticas e sugestões: [email protected]; [email protected];

O QUE FAZER SE VOCÊ ENCONTRARUM FILHOTE DE AVE NO CHÃO?

Em muitos casos o ideal é não fazer nada. Apenasdeixe-o no solo, pois os pais da ave poderão alimentá-lo no chão até o animal conseguir voltar ao ninho.Em algumas situações a ave já está aprendendo avoar (quando já apresentar uma grande quantidadede penas) e se você mexer poderá atrapalhar oaprendizado para o voo. É difícil alimentar um filhote,alguns devem ser alimentados a cada 20 ou 30minutos por 12 horas ao dia. Não dê leite à ave. Estesnão tem a enzima que digere o leite, desta forma,

esta bebida pode causar diarreia e/ou intoxicar o animal. Por fim, devemos lembrar quetudo faz parte do processo natural e que a intervenção humana pode atrapalhar. É bomlembrar também que as mães e pais dos filhotes de aves são os mais capacitadospara alimentar e proporcionar o aprendizado que o animal precisa parasobreviver. Infelizmente em grande parte dos casos não conseguimos substituir o quea natureza levou milhões de anos para aperfeiçoar.

Em caso de dúvidas ao achar uma ave, não mexa e entre em contato com a sededo PEIG.

INFORMES:· Está confirmada para o dia 28 de dezembro, a Feira de troca de Livros e

DVDs, na Casa de Cultura, das 10 às 16 horas. Participe!!!· Mutirão de limpeza da Praia do Sul e do Leste: no dia 05 de janeiro de

2013 o Parque e a Reserva Biológica em conjunto com o Clube Carioca de Canoagemfarão uma atividade de limpeza das Praias do Sul e do Leste (RBEPS). Participe!!

Os agentesestão passandopor um períodode adaptaçãonas unidadespara quais foramdesignados eapós terão umtreinamentoadicional.

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- 8 - Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

A ROA ROA ROA ROA ROTINA DOSTINA DOSTINA DOSTINA DOSTINA DOS“““““APAPAPAPAPAGUINHOS” DE ENERGIAAGUINHOS” DE ENERGIAAGUINHOS” DE ENERGIAAGUINHOS” DE ENERGIAAGUINHOS” DE ENERGIA

Heitor Scalambrini Costa* A promessa de que o processo de privatização do setor elétrico, em particular

das distribuidoras de energia elétrica favoreceria a concorrência e assim ofereceriamelhor qualidade dos serviços e a modicidade nas tarifas, acabou sendo umaenorme decepção para aqueles que nutriram esperanças na transferência dagestão pública para a privada.

Hoje com as distribuidoras 100% privatizadas, a tarifa paga pelo consumidorbrasileiro é uma das mais caras do mundo. E a qualidade dos serviços deterioraano a ano com os sucessivos “blecautes” atingindo vários estados brasileiros,quer por problemas na geração, como também na transmissão da energia. Ajustificativa das autoridades do setor, que enxergam o consumidor como “boboda corte”, recaem quase sempre sobre fenômenos naturais (temporal, enchentesou seca) e/ou falhas humanas. Todavia o problema é mais grave e teve início nasmudanças ocorridas em 1995, quando o setor elétrico passou a ser gerido pelasleis de mercado. Hoje a falta de investimentos em novos equipamentos, naqualificação de pessoal, na fiscalização e essencialmente na gestão do sistemanacional integrado são as principais causas das sucessivas interrupções nofornecimento de energia.

Além do problema que tem suas causas na geração e na transmissão, comampla repercussão na mídia nacional e internacional, têm-se as recorrentesquedas de energia nas cidades atendidas pelas distribuidoras estaduais,penalizando o consumidor. A fiscalização deste serviço é de responsabilidade daAgência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que conveniada com as AgênciasReguladoras Estaduais é quem deveriam monitorar a prestação dos serviços dasconcessionárias estaduais.

A Aneel por sua vez para incentivar a melhoria dos serviços prestados apopulação, a partir da visão do consumidor residencial, concede anualmente oPremio “Índice Aneel de Satisfação do Consumidor – IASC” para asconcessionárias melhores avaliadas. O IASC é o resultado de uma pesquisaamostral realizada diretamente junto ao consumidor abrangendo a área deconcessão das 63 distribuidoras do país. Para esta verificação são realizadasentrevistas com um pequeno número de consumidores de cada distribuidora.Este número de questionários aplicados depende do número total de consumidoresde cada empresa. No caso da Companhia Energética de Pernambuco, parauma clientela em torno de 3 milhões de consumidores, são 450 questionáriospara todo o Estado (selecionados alguns municípios), incluindo pouco mais de100 questionários para Recife.

Em 2011, para concessionárias com mercado maior que 1 TWh, a Celpe foiclassificada na 4ª posição entre 33 empresas. O que a coloca a níveis de eficiênciaque a situam entre as melhores distribuidoras de energia do Brasil. Estaclassificação deveria possibilitar uma comparação da qualidade dos serviçosprestados pelas concessionárias. Mas não é o que acontece. O ranking foielaborado com base no Indicador de Desempenho Global de Continuidade (DGC),é que permite avaliar o nível da continuidade dos serviços prestados peladistribuidora (valores apurados de duração e frequência de interrupções) em relaçãoaos limites estabelecidos para a sua área de concessão (limites determinadospelas resoluções autorizativas da Aneel). As distribuidoras são avaliadas emdiversos aspectos do fornecimento de energia elétrica através dos indicadores decontinuidade como o DIC que é a duração de interrupção individual por unidadeconsumidora, ou seja, o intervalo de tempo que, no período de apuração, emcada unidade consumidora ocorreu descontinuidade da distribuição de energia

Questão AmbientalNotícias, Opiniões e InformaçõesNotícias, Opiniões e InformaçõesNotícias, Opiniões e InformaçõesNotícias, Opiniões e InformaçõesNotícias, Opiniões e Informações elétrica; o FIC, que é a frequência de interrupção individual por unidade

consumidora, logo o número de interrupções ocorridas, no período de apuração,em cada unidade consumidora; e o DMIC é a duração máxima de interrupçãocontínua por unidade consumidora, ou seja, o tempo máximo de interrupçãocontínua de energia elétrica, em uma unidade consumidora.

Os indicadores FIC, DIC e DMIC são estampados na fatura de energia elétricaenviada ao consumidor, em um pequeno quadro “Duração e Frequência dasInterrupções”. São mostrados o valor apurado pela companhia (mensal e trimestral)e os limites máximos autorizados pela Aneel. O que chama a atenção é que osvalores apurados pela Celpe são imutáveis. Mesmo tendo o consumidor verificadonaquele mês um maior número de interrupções do que o mês anterior, estasituação não modifica os valores apurados e indicados na fatura. Lembrando quena fatura é também informado que o cliente poderá a vir a ser compensado quandohá violação em relação aos índices pre-estabelecidos pela Aneel. Todavia a faltade credibilidade dos índices apontados pela companhia é total, e não serve parao consumidor verificar se houve ou não descumprimento na prestação do serviço,e assim poder reivindicar seu direito de consumidor.

O caso de Pernambuco é emblemático, pois é grande a frequência dasinterrupções no abastecimento de energia ocorridas não só na capital, como nascidades interioranas. Já algum tempo a queda de energia nos bairros de Recife eem outras cidades atendidas tornou uma rotina, mas infelizmente estes episódiosnão têm a visibilidade de um apagão atingindo vários estados brasileiros ao mesmotempo. Mas que não são menos importantes, pois os chamados “apaguinhos”trazem os mesmos problemas e transtornos. Os jornais, as rádios e os órgãosde defesa do consumidor são quem reverbera as denúncias e a insatisfação doconsumidor pernambucano.

A situação atingiu tal nível de insatisfação que até o atual governador, em ummomento raro de defesa dos interesses da população, acusou publicamente aempresa de “não gostar de pobre”. Este fato ocorreu na solenidade de lançamentodo Programa Chapéu de Palha no município de Afogados da Ingazeira (380 kmde Recife), Neste dia, fez sérias acusações a Celpe de não fazer obras para ospobres, acusando-a de boicotar ações contra a seca, atrasando obras dosGovernos Federal e Estadual, apesar de ter lucrado em 2011 mais de R$ 400milhões, e de ter enviado seus lucros para a Espanha. Também criticou a imprensa,por não denunciar a Celpe por ser uma forte anunciante desses veículos. Puraretórica populista.

É bom que se diga, que não é somente com a prestação de serviços elétricosque o cidadão sofre “as duras penas”, mas também com a qualidade dos serviçosde água e esgoto, na área de saúde, telefonia, com as companhias aéreas, entreoutras. Reclamar a quem? Só se for ao Bispo de Itu, pois as autoridadesresponsáveis, não estão nem ai. Fazem de conta que o problema não existe.Vivem em outro planeta.

* Professor da Universidade Federal de Pernambuco

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Turismo

NANANANANATTTTTAL ECOLÓGICO 2012AL ECOLÓGICO 2012AL ECOLÓGICO 2012AL ECOLÓGICO 2012AL ECOLÓGICO 2012Estamos em altas atividades na confecção das árvores de natal. Dia 22 de

novembro foi o grande mutirão da Escola Brigadeiro Nóbrega. Mais de 50 alunosparticiparam do mutirão “O Lixo Virando Arte”, na sede da OSIG. Unstransformavam garrafas PET em flores, outros em arranjos e um grande númerousando a máquina de cortar as garrafas, transformando-as em fitas para unir aspeças produzidas. A máquina é “made in Palma”, em 5 segundo transforma ocorpo de uma PET de dois litros em uma tira de 30m, que servirá para unir osarranjos em disposição adequada. A máquina também foi construída com o reúsode materiais, como tudo é feito no Natal Ecológico. Até a estrutura em bambu,que temos em abundância aqui na Ilha, colhemos os que estão secando oucaindo.

Foi uma motivação para todos, e de 17 a 23 de dezembro teremos uma grandefesta com atrações variadas que valorizarão o nascimento de Cristo, resgatecultural, Ecologia, em especial a ecologia humana, oportunidades para novostalentos, enfim de todos para todos. Por certo será bonito e atingirá os objetivos.

fotosOBJETIVOS DO EVENTOO Natal Ecológico é realizado em Abraão na Ilha Grande, entre os dias 17 e

23 de dezembro de cada ano. Neste ano de 2012 já estamos na terceira edição.O evento contempla a apresentação de musicais, peças teatrais e outras

manifestações culturais alusivas ao Natal, com foco na preservação ambiental eno equilíbrio ecológico, aliado ao resgate da cultura caiçara. tendo um paisagismonatalino ornamentado e iluminado por artesanatos, confeccionados a partir demateriais de reúso. O público-alvo é os próprios moradores da Ilha, como tambémos visitantes, que serão atraídos pelas apresentações culturais promovidas peloProjeto. Essas apresentações terão a participação de representantes dos diversossegmentos da sociedade civil e da comunidade local, sendo acompanhadas eaprovadas pela entidade realizadora do Projeto, a OSIG – ORGANIZAÇÃO PARASUSTENTABILIDADE DA ILHA GRANDE.

Objetivo Geral: Mobilizar os diversos segmentos da população local nosentido do comprometimento com a sustentabilidade, sensibilizar para o resgatee a preservação da cultura local e conscientizar sobre a importância do equilíbrioecológico, tendo como temática a música, o teatro e o artesanato, a partir doreúso de materiais.

Objetivos Específicos: Promover o diálogo com os saberes e representaçõesculturais da comunidade local; proporcionar condições para que possa mostrarsua música, teatro e artesanato; dar oportunidade a novos talentos; festejar oNatal num ambiente alegre, de integração e participação; gerar o sentimento deinclusão e pertencimento para a comunidade; proporcionar atratividade para osvisitantes; estimular mídia espontânea e positiva; beneficiar o turismo local, e oconsequente desenvolvimento econômico.

ÁRVORE DE NATALO projeto artístico prevê uma árvore em forma de vela, sobre uma canoa. A

ideia é simbolizar a canoa de voga, que no passado levava para o continentepessoas e produtos da Ilha, trazendo em seu retorno, mercadorias. As viagenseram feira a remo e vela. Os alunos da Escola Brigadeiro Nóbrega, participaramdo grande mutirão. Foi muito legal.

REUNIÃO DO DIA 17Com quorum substancial, decidimos sobre a matriz de responsabilidades que

ficou assim por agora. Até o início do evento sofrerá alterações, por estarincompleta. Necessitamos ainda de voluntários para as lacunas abertas. Pelamatriz, poderão observar o tamanho do evento.

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- 10 - Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Turismo

OBJETIVO PRINCIPAL: Mobilização de todos os segmentosrepresentantes da comunidade: Escola, Capoeira, Artesanato, Igrejas,Brigada Mirim Ecológica, Associações, PEIG, Coral Sol, comunidade etc.

AGRADECIMENTOSNossos agradecimentos à direção do PEIG, pela presteza com que

nos atendeu em relação ou pedido de corte de colmos de bambu, parafazer as estruturas das árvores de natal. Um agradecimento muitoespecial aos funcionários do Parque: João Correa, Bruno Mandes e JorgeDonato, por nos ter acompanhado com tanta boa vontade na retiradados bambus. Estas pequenas coisas fazem a grande diferença noconjunto comunitário.

NOVIDNOVIDNOVIDNOVIDNOVIDADES NOADES NOADES NOADES NOADES NOFECHAMENTFECHAMENTFECHAMENTFECHAMENTFECHAMENTO DO JORNALO DO JORNALO DO JORNALO DO JORNALO DO JORNAL

PREMIO BRAZTOAEstamos de parabéns!!! Fomos selecionados entre os

11 finalistas no Premio BRAZTOA, até 11 dedezembro saberemos o final.

Este prêmio é de âmbito nacional, portantopara nós é de uma expressão muito significativa pois

alem do valor do premio há uma grande mídiaespontânea de Ilha a custo zero.Aos poucos vamos crescendo!

NELSON PALMA - Coordenador

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- 11 -Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Coisas da Região

ESCOLAESCOLAESCOLAESCOLAESCOLA Érica Mota*

Gostaria de chamar atenção para o envolvimento dos funcionários de apoio como trabalho que realizo em sala. Não que isso me deixe surpresa pela possibilidadede acontecer, mas por se efetivar. Pensando no existencialismo de Sartre e naanálise marxista da práxis, acredito que nos fazemos humanos com o tempo,transformando-nos através das relações afetivas, de trabalho e sociais em geral.

Sr. Renaldo (Naldinho) e D. Celênia (Leninha), zeladores da escola, se permitema uma participação que propicia esse processo que nos torna cada vez mais ‘humanos’,num coletivo que está em busca da prática da democracia e inclusão — situaçãobem a propósito de uma escola integral. Eles entram em sala de aula para participarde atividades sobre plantio de espécies, sobre reconhecimento de pássaros locais,participam de aulas passeio para nos ajudar a identificar as referências físicas dacomunidade para montarmos nosso mapa, etc.

A atividade retratada na fotografia deu-se a partir do estudo sobre ambientes, quetemos feito em sala. Neste dia tratamos do ambiente escolar. Ao comentarmossobre as atividades realizadas em cada espaço da escola, as crianças chegaram aconclusão que ‘tia Leninha’ e ‘tio Naldinho’ eram fundamentais para a manutençãodo nosso ambiente, pois frequentam todos os espaços da escola, durante todo o diaescolar, fazendo a limpeza e manutenção da mesma —a princípio as crianças osassociaram somente à limpeza (...).

Depois da constatação da importância destes profissionais, as crianças logosugeriram escrever-lhes cartas e bilhetes em agradecimento, por eles estarem juntoà nós em vários momentos no espaço educativo. Com as cartas e bilhetes, além depraticarmos a função social da escrita e outros quesitos especificamente pedagógicos,praticamos também a afetividade e humanização no ambiente de trabalho.

Esse reconhecimento é importante para que a presença desses trabalhadoresnão caia no óbvio dentro da escola, nem seja tida como ‘normal’ no sentido queGENTILE dá ao termo: “O ‘normal’ se torna cotidiano. E a visibilidade do cotidiano sedesvanece (insensível e indiferente) como produto de sua tendencial naturalização.”(2007). Não é normal que esses profissionais trabalhem, e ainda precisem fazergreve para exigir o recebimento de salários atrasados!

Em sala, com certeza, nós reconhecemos a importância desses profissionaisdando e recebendo, cotidianamente, o que temos de melhor. Afinal, somos humanose nos humanizamos a cada momento em que nos permitimos a essas trocas desaberes e afetos.

* Educadora na escola CEHI Monsenhor P. de Carvalho, Saco do Céu, Ilha Grande.

GENTILI, Pablo e ALENCAR, Chico. Educar na esperançaem tempos de desencanto.

MARX, Karl. Teses sobre Feuerbech. www.ebooksbrasil.org/

adobeebook/feuerbach.pdfSARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo.

Lisboa: Presença, s/d/.

XII TORNEIO DE XADREZ DA ILHA GRANDE

O Sucesso da PersistênciaClassificação Adulto:1º lugar: Pedro Oliveira2º lugar: Fernando Santana3º lugar: Jorge Moraes, César Vieira e Renato Marques

Este ano de 2012, para os enxadristas da Ilha Grande, foi um sucesso. Bomnúmero de participantes e muitas novidades, incluindo os enxadristas mirins. Tivemosrepresentantes do Rio de Janeiro (Capital), Maricá, Paraty, Campinas, além do jáconhecido grupo da Ilha Grande que este ano também cresceu em quantidade equalidade. Diretamente de Campinas para sagrar-se campeão, Pedro atropeloucampeão e vice-campeão dos anos anteriores. Ganhou todas as partidas jogadas elevou para São Paulo seu merecido e belíssimo troféu, uma escultura de esqueletosde coral-sol, idealizado e confeccionado por Renato Marques, também coordenadordo evento, que já buscava alternativas para o uso desses esqueletos. Estabeleceu-se assim uma estreita parceria com o Projeto Coral-Sol, com o intuito de divulgarsuas ações, numa clara demonstração de apoio mútuo.

Na abertura do evento, Daniel, administrador do Projeto fez uma explanaçãosobre as atividades realizadas para erradicação e controle desse coral invasor eestendeu convite para receber a todos no Centro de Visitante do Projeto. Aproveitoua oportunidade para doar brindes para os primeiros colocados (adultos e mirins) doTorneio.

O Campeão Pedro Oliveira jogando uma simultânea com os mirins

O ponto alto este ano foi a significativa participação das crianças, o que semprerepresentou o sonho e o maior objetivo do projeto de xadrez aqui na Ilha. Apósalgumas tentativas frustradas em anos anteriores, agora dez crianças abraçaram aoportunidade de aprender o jogo tão recomendado para desenvolver a concentração,o raciocínio, fortalecer a vida de relação social, o respeito pelo outro, o saber ganhar

Classificação Mirim:1º lugar: Guilherme Masabel2º lugar: Vinícius Camacho Crokidakis3º lugar: Juan Batista dos Santos

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- 12 - Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Coisas da Regiãoe o saber perder, reforçando comportamentos adequados. Proporciona ainda o poderde ordenar o pensamento, estabelecer etapas para resolução de problemas, verificaralternativas de solução, prever consequências Tudo isso pode ser aplicado nocotidiano, facilitando a criação de hábitos básicos saudáveis para lidar com os “sins”e os “nãos” da vida. É gratificante, surpreendente e emocionante verificar como florescee desabrocha o infinito potencial do ser humano quando se tem a oportunidade dealimentar o seu desenvolvimento. VAMOS CONTINUAR . . .

Toda 4ª feira, às 17 horas, na Casa de Cultura, Renato, Edson, Felipe e quemmais quiser e puder ajudar, estarão à disposição para ensinar e praticar com ascrianças (a partir de 8 anos), jovens e adultos.

Parabéns a Renato e Edson que exemplificam a tolerância e a paciência,auxiliando no desenvolvimento dos hoje “pequenos cidadãos”. Com seus esforçospossibilitaram realizar o XII Torneio de Xadrez da Ilha Grande.

Parabéns e OBRIGADO a todos os patrocinadores e apoiadores desse projeto,cuja confiança e apoio financeiro tem sustentado o entusiasmo desses idealizadores:

Pousadas Ancoradouro, Armação dos Anjos, Asalem, Bossa Nova, Cachoeira,Caiçara, Casa Bonita, Guapuruvu, Juliana, Manacá, Mar Azul, Mata Nativa, PortoAbraão, Recanto da Bruna, Riacho dos Cambucás, Sanhaço, jornal “O ECO”,Lojas Amazônia, Liga Cultural da Ilha Grande, na pessoa do Adriano, Mercado N.S. de Fátima, Restaurante Casarão da Ilha, Projeto Coral-Sol, ao fotógrafo AndréCypriano pela bela foto para premiação, aos pais das crianças pelo incentivo eenfim, a todos que também indiretamente contribuíram para a realização e sucessodo evento.

AMPLA DEIXA RASTRO DE LIXAMPLA DEIXA RASTRO DE LIXAMPLA DEIXA RASTRO DE LIXAMPLA DEIXA RASTRO DE LIXAMPLA DEIXA RASTRO DE LIXOOOOOEM TRILHAS DEM TRILHAS DEM TRILHAS DEM TRILHAS DEM TRILHAS DA ILHA GRANDEA ILHA GRANDEA ILHA GRANDEA ILHA GRANDEA ILHA GRANDE

As fotos abaixo foram feitas por um leitor do Eco, na trilha entre a Freguesia deSantana e Japariz. Atenção AMPLA, a população está de olho.

SESSÃO SOLENE AO DIA DSESSÃO SOLENE AO DIA DSESSÃO SOLENE AO DIA DSESSÃO SOLENE AO DIA DSESSÃO SOLENE AO DIA DA CULA CULA CULA CULA CULTURATURATURATURATURAFoi realizado no dia 06 de

novembro uma SessãoSolene Alusiva ao Dia daCultura, ocasião em que cadavereador concedeu a Medalhade Mérito Brasil dos Reis, apersonalidades angrenses. Ohomenageado do VereadorCordeiro foi o Adriano Fábioda Guia, coordenador doponto de cultura da IlhaGrande.

Além de coordena-dor da “Arena Culturalda Ilha Grande” quefunciona na casa decultura do Abraão comas atividades: Capoeira;Ciranda; Artesanato;Literatura; Cinema eTeatro, Adriano éprofessor de Capoeira.

“A Capoeira é umamistura de diversas

NOTÍCIASNOTÍCIASNOTÍCIASNOTÍCIASNOTÍCIAS

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- 13 -Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Coisas da Regiãodanças, ritos, lutas, instrumentos musicais vindos de diferentes etnias e de váriaspartes da África. Essa mistura ocorreu no Brasil, na época da escravidão: a Capoeiraé Brasileira, filha de mãe Africana.” – afirma Adriano.

PEREGRINAR PPEREGRINAR PPEREGRINAR PPEREGRINAR PPEREGRINAR PARA CONHECER ASARA CONHECER ASARA CONHECER ASARA CONHECER ASARA CONHECER ASDOZE IGREJAS DDOZE IGREJAS DDOZE IGREJAS DDOZE IGREJAS DDOZE IGREJAS DA ILHAA ILHAA ILHAA ILHAA ILHA

Texto de Neuseli CardosoFotos de Mário Ricardo

Pastoral da ComunicaçãoFrequente a Igreja!Ouvi teu chamado.Em nome do Pai, em nome do Filho em nome do Espírito Santo.Atravessei o mar; cheguei à cidade, encontrei-me com os frades, embarcamos

numa traineira cheia de passageiros, rumo à igreja de São Pedro, padroeiro da Praiada Longa, fomos celebrar a Santa Missa.

Pude observar aquele espaço sagrado: limpo, arejado, organizado e respeitado.As paroquianas de joelhos agradeciam e apreciavam o momento de paz que a

celebração trazia. Após a bênção do sacerdote pegamos a trilha, rumo a Igreja NossaSenhora da Lapa, padroeira da Praia Grande de Araçatiba. Uma hora de caminhada,acompanhados pelos cantos dos diferentes pássaros saudando nossa missão.

Que capelinha charmosa! Harmoniosa!Às 19h30min, celebramos a Santa Missa e todos cantamos em louvor ao Senhor.No outro dia cedo, pedimos carona no barco da escola, fomos direto a Praia do

Provetá, lá pegamos uma trilha bem íngreme; como premio, o dia estava lindo brindandoos participantes com suas cores através da florada dos Ipês, da lindíssima sinfoniada diversidade dos cantos dos animais e com seu perfume exalado das sementes dacana fístula. Sentia a presença Dele. Sorri, cantei, chorei, orei e agradeci por estarmoscaminhando.

Chegamos a Igreja de Santa Cruz, padroeira da Praia do Aventureiro.Os nativos mais antigos tratavam-na de Capelinha. Aquela Cruz está ali há mais

de cento e cinquenta anos. O espaço passará por uma reforma. Nossas forças oSenhor vai animar para que juntos possamos manter nossa igreja e nosso lugar porquanto tempo o Senhor achar necessário. Fizemos a Exaltação a Santa Cruz

Bendita e louvada seja; no céu a Divina Luz.Nós todos também na terra; Louvemos a Santa Cruz!Reportei-me a minha infância! Tive a sensação de ouvir a uma só voz, dos meus

ancestrais, o santo sinal da Cruz.Na semana seguinte fomos Celebrar a Santa Missa na Igreja Sagrado Coração de

Jesus padroeiro da Praia da Parnaioca, à sua porta está localizado o cemitério,ambos, cuidados com muito carinho pelo Sr. Sílvio. Local onde foram sepultadosmeus avós paternos e maternos assim também como os demais falecidos das vilasdo Aventureiro e Parnaioca. Durante a Santa Missa nossas intenções foram dirigidasao Campo Santo daquela localidade. Que assim seja.

Com o mesmo entusiasmo, caminhamos mata adentro mais três horas, o queme chamou a atenção para a quantidade de espécies de cogumelos naquela região.Chegamos a Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, padroeira da Vila Dois Rios.

Á noite, celebramos a Santa Missa. No dia seguinte bem cedo, pegamos caronanum ônibus até a Vila do Abraão, onde temos a Igreja matriz, pois seu cotidiano émantido por muitas atividades missionárias. Dispõe de uma equipe que não medeesforços para servi-la, tendo a frente nossos jovens frades Frei Luiz e Frei André,realizando ofícios religiosos e motivando as comunidades a participar desses eventos.Arrebanhando fiéis. Nós paroquianos temos o hábito de sair de barco, ora, rumo aIgreja São Cosme e São Damião padroeiros da Praia Saco do Céu. Participamos da

missa, da procissão, do batizado e do almoço beneficente. Esta capela tem umexcelente espaço físico para as celebrações. Nela, a beleza, a fé e a simplicidademesclam-se a natureza exuberante do lugar.

Ora para a Praia de Matariz, onde temos a Igreja Senhora Sant’Ana, o povo rezacom muita fé e alegria, pois na sua festa chega gente de outras praias para louvar aSanta.

Também traçamos o rumo para a Igreja Divino Espírito Santo na Praia do Bananal.Tem sempre um grande barco para conduzir o povo de Deus a este lugar, grande éa luz divina que todos recebem na partilha do Pão Sagrado, diante do intenso momentode fé.

Assim como também para a Praia da Freguesia de Sant’Ana, pois lá encontramosa Igreja Senhora Sant’Ana, sendo uma das mais antigas da Ilha Grande, datada de1843 e o dia 26 de julho é dedicado as festividades da Padroeira, atraindo fiéis deoutras comunidades para louvar a Santa Mãe de Maria.

Ainda atravessando mar, ora agitado, com lestada, ou percorrendo trilhas,encontramos a Igreja de São Benedito na Praia das Palmas.

Chegamos a belíssima Praia de Lopes Mendes com seu mar verde esmeralda acor da esperança.

Esperança esta de rever sua Igreja Senhora Sant’Ana, revitalizada e que possaser celebrada a Santa Missa, concretizando o sonho de todo peregrino missionárioque por ali passar.

“Jesus é o missionário do Pai. É nele que o discípulo missionário tem a sabedoriaprofética para anunciar o Evangelho da Vida”!( CNBB – Sou Católico vivo minha Fé)

Muito agradecida, Senhor, por ser nosso Amigo por eu ter nascido nesta IlhaGrande querida.

Eventos de Fé - Eventos de Fé - Eventos de Fé - Eventos de Fé - Eventos de Fé - Comunidade Religiosa

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- 14 - Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Coisas da Região

ECOMUSEU ILHA GRANDEECOMUSEU ILHA GRANDEECOMUSEU ILHA GRANDEECOMUSEU ILHA GRANDEECOMUSEU ILHA GRANDEINAUGURA EXPOSIÇÕESINAUGURA EXPOSIÇÕESINAUGURA EXPOSIÇÕESINAUGURA EXPOSIÇÕESINAUGURA EXPOSIÇÕES

Vinculado ao Departamento Cultural da Sub-Reitoria de Extensão e Cultura daUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, o Ecomuseu Ilha Grande irá inaugurar asnovas instalações do Museu do Cárcere com quatro exposições. São elas: SistemaPenitenciário do Rio de Janeiro: ontem e hoje; Comida e Cárcere; Arte eciência das formas e padrões da natureza e Ecomuseu Recicla. A aberturapara convidados acontecerá em Vila Dois Rios, na sede do Ecomuseu, em IlhaGrande, no dia 13 de dezembro, quinta-feira, às 11h. As mostras estarão abertas aopúblico em geral a partir do dia 14 de dezembro, com entrada franca.

Na mesma data, será também inaugurada a remontagem da exposiçãopermanente 100 anos de presídio. Com curadoria da antropóloga Myrian Sepúlvedados Santos, primeira coordenadora do Ecomuseu Ilha Grande, a mostra, que inaugurouo espaço, em 2009, traça um panorama histórico das diferentes unidades prisionaisimplantadas na Ilha Grande entre os anos de 1894, data em que foi instalado oprimeiro presídio na ilha, e 1994, quando foi implodido o Instituto Penal CândidoMendes.

AS EXPOSIÇÕES:

Sistema Peniten-

ciário do Rio de Janeiro:ontem e hoje

A exposição, comcuradoria do historiadorGelsom Rozentino, atualcoordenador do Museu doCárcere, é resultado doprojeto “História e Memóriado Sistema Penitenciáriodo Estado do Rio deJaneiro”, financiado pelaFAPERJ. A mostra buscacontribuir para uma visão

sobre o funcionamento e a construção das várias unidades penais e hospitalaresque integram a estrutura física do sistema penitenciário ao longo da história. Nela,são apresentadas imagens que retratam passagens da história do sistemapenitenciário e registros fotográficos que visam identificar diversas atividades querepresentam o cotidiano nas prisões.

Comida e CárcereA mostra, organizada em três módulos - Aquisição, Preparo e Consumo -, está

instalada no prédio da padaria do presídio, com finalidade de apresentar a rotinaalimentar na penitenciária localizada em Vila Dois Rios até o momento de suadesativação. Reúne objetos, fotografias e documentos textuais e fílmicos que informamsobre as condições precárias nas prisões: locais e utensílios inadequados ao preparoe consumo dos alimentos, ausência total de higiene e baixa qualidade do que eraservido. A curadoria é da equipe do Ecomuseu.

Arte e Ciência das Formas e Padrões da NaturezaA mostra é fruto do trabalho coletivo dos integrantes do Laboratório de Radioecologia

e Mudanças Globais – LARAMG e do Departamento de Biofísica e Biometria doInstituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes/UERJ. Financiada pela FAPERJ, aexposição, composta por fotografias, apresenta formas e padrões encontrados nasbelezas intrínsecas da natureza, retratando a flora e a fauna da Mata Atlântica.

Ecomuseu ReciclaCom a intenção de divulgar os resultados obtidos pelo projeto “Ecomuseu Recicla:

alternativas para o desenvolvimento sustentável da Vila Dois Rios a partir do artesanatoconsciente”, apoiado pela FAPERJ, a exposição apresenta obras de materiaisrecicláveis feitas por artesãos da Vila de Dois Rios. A mostra, que conta com acuradoria do antropólogo Ricardo Gomes Lima, atual gestor do Ecomuseu IlhaGrande, apresenta objetos criados em pet, tecido, lata e madeira reciclados, que seconvertem em fonte de renda e forma de expressão cultural para os artesãos da IlhaGrande.

Exposições: “100 anos de presídio”, “Sistema Penitenciário do Rio de

Janeiro: ontem e hoje”, “Comida e Cárcere”, “Arte e ciência das formas epadrões da natureza” e “Ecomuseu Recicla”

Local: Museu do Cárcere (MuCa) - Ecomuseu Ilha GrandeRua Amapá, s/nº - Vila Dois Rios, Ilha Grande – Angra dos Reis / RJAbertura para convidados: 13 de dezembro, às 11hVisitação: a partir de 14 de dezembroDe: terça a domingo, das 10h às 16h (incluindo feriados)

Marcação de visita guiada: [email protected] ou (21) 2334-0939 /

(24) 3361-9055ENTRADA FRANCA

O ECOMUSEU: O Ecomuseu Ilha Grande tem como um de seus principais objetivos o

desenvolvimento de ações e atividades de pesquisa voltadas à preservação e difusãode questões relacionadas ao meio ambiente, à história e à vida sociocultural da ilha.Local reconhecido por sua beleza e riqueza natural, a Ilha possui um total de 87% desua área preservada por legislação específica.

Considerada patrimônio ambiental, cultural e histórico, a Ilha Grande é um dospontos turísticos mais importantes do Estado do Rio de Janeiro, atraindo visitantesnacionais e estrangeiros que buscam as suas paradisíacas praias, cachoeiras, rios,enseadas, trilhas, natureza e tradicionais vilas de pescadores, repletas deespecificidades e memórias locais. Com uma área total de 193 km², consiste naterceira maior ilha oceânica do Brasil, com fauna e flora nativas da Mata Atlântica,rica vida marinha e relevo acidentado e montanhoso, dentre outras características.Sua história é também fortemente marcada pela presença de sistemas prisionais naregião.

Com a desativação das instalações carcerárias, concluída em 1994, o turismo setornou a base da economia local, recebendo cerca de 120 mil visitantes por ano. OEcomuseu, localizado em Vila Dois Rios, possui quatro unidades básicas – CentroMultimídia, Museu do Cárcere, Museu do Meio Ambiente e Parque Botânico – quefuncionam de forma integrada com o meio-ambiente e comunidade.

O acesso à área é comumente feito pela trilha Abraão – Dois Rios, que percorre

EVENTOSEVENTOSEVENTOSEVENTOSEVENTOS

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Coisas da Regiãoo antigo caminho do presídio e possui vista privilegiada. O trajeto possui cerca de 11km, com tempo médio de 2h30 a 3h de caminhada.

ANIVERSÁRIOANIVERSÁRIOANIVERSÁRIOANIVERSÁRIOANIVERSÁRIONo dia 26 de Novembro

nossa amiga e moradoraMaria das Graças,comemorou um novoaniversario junto amigos efamiliares. Uma festinhasurpresa, onde os detalhesinfantis e a mistura da culturabrasileira e argentina, deramcor e alegria á noite! Desejosde felicidade e saúde paraela, mais um novo ano,festejando e compartilhando.FELIZ ANIVERSARIODONA GRAÇA

PALESTRAS

UNIVERSIDUNIVERSIDUNIVERSIDUNIVERSIDUNIVERSIDADE DADE DADE DADE DADE DA NORUEGAA NORUEGAA NORUEGAA NORUEGAA NORUEGA

No dia 7/11, foi realizada a segunda palestra para a Nesna University que estárealizando um programa de estudos na Vila do Abraão. A palestra versou sobreECOLOGIA, um assunto pertinente ao momento, não só por estarem na Ilha, maspela importância do tema no planeta.

A palestra foi ministrada pelo editor do Jornal O Eco, Nelson Palma, assistido porAgostina e Jason Lampe.

DDDDDANÇAANÇAANÇAANÇAANÇAVocês lembram das mulatas do Sargentelli? Lógico

que não, pois faz tanto tempo! Por isso nós vamoslembrar.

Em torno dos anos 1970, surgiu este programa natelevisão valorizando as mulatas, visto que o palco eradominado por louras. Kaika Kar, remanescente doprograma, hoje professora de dança, que ensina alunosde uma universidade que fazem um programa acadêmicona Vila do Abraão, nos falou de Osvaldo Sargentelli.

Segundo ela, ele revolucionou a cultura brasileira através da dança brasileira - samba,maracatu, maculelê, frevo e outras, dando espaço as mais belas mulatas do planetana década de 1970 e 1980.

Em um cenário onde predominavam as louras, Sargentelli escalou as mulataspara performances de danças como o oba-oba, ziriguidum, balacobaco. A partir dissoé que as mulatas começaram a ser valorizadas na cultura brasileira.

Kaika Kar continua contribuindo e fortalecendo essa cultura. Hoje, faz um projetode dança para estrangeiros e é produtora artística.

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Coisas da Região

PÉSSIMA EXPERIÊNCIAPÉSSIMA EXPERIÊNCIAPÉSSIMA EXPERIÊNCIAPÉSSIMA EXPERIÊNCIAPÉSSIMA EXPERIÊNCIACOM O SPEED CONNECTIONCOM O SPEED CONNECTIONCOM O SPEED CONNECTIONCOM O SPEED CONNECTIONCOM O SPEED CONNECTION

Passei o feriado de finados na Ilha Grande. Como sempre é muito reconfortantevoltar para aquele paraíso, encontrar os velhos amigos e repor as energias. Émuita bênção, mesmo com chuva e com dias sem sol, a mudança de energia éimediata e é tanta a satisfação que você espera voltar a casa com um pouquinhoda recarga para enfrentar os ciclos urbanos do nosso sistema de produção. Masé uma pena que nossas intenções terminem derrubadas pela imprudência deempresas de turismo e transporte. No dia 4 de novembro, decidi voltar para Riode Janeiro mediante o serviço de Speed Connection, que certamente é umainvenção maravilhosa para sair da ilha. Vale a pena ressaltar que no passado eujá tinha usado o serviço e minha queixa da vez se destinou a sua publicidadeenganosa, quando o cartaz que anunciava num único pacote a via marinha eterrestre com uma fotografia de um catamarã. Ilusão que se desfazia no momentodo embarque, quando se comprovava que não tinha tal, senão uma escuna. Foipor este meio que me queixei e fiquei feliz ao ver desta vez na publicidade a fotoera de uma escuna.

Me animei a voltar para Rio de Janeiro com Speed Conection porque não tinhacomprado passagem de ônibus e o final de feriado prometia trânsito. Por essemotivo, tomei o serviço da 1h da tarde, com o intuito de chegar ao Rio de Janeiroantes dos costumeiros engarrafamentos de final de feriado. Em menos de 30minutos estávamos eu e meus 12 colegas de viagem em Conceição de Jacareípara tomar uma van, que segundo o anunciado teria TV, DVD e ar condicionado.Apenas a pontualidade de saída foi atingida, pois a van nem cintos de segurançatinha, que diremos dos outros aditamentos anunciados. Mas o pior estava por vir,no mesmo momento da saída, a van começou dar problema, não dava arranquee foram necessárias três tentativas. Mesmo assim, pegamos a estrada, emboraa van não atingia velocidade, o motor rugia de maneira esquisita anunciando queas coisas não estavam bem, parava repetidas vezes. Isto aconteceu várias vezesdeixando nosso grupo bastante intranquilo. Éramos 13 pessoas - 1 colombiana,2 chilenos, 2 espanhóis, 2 americanos e 6 brasileiros. Das 13 pessoas, 12 estavamse dirigindo para os aeroportos, ou seja, tinham hora marcada para chegar noaeroporto, fazer check-in e sair para seus destinos em avião. Obviamente estavamcom presa para chegar ao aeroporto e ao mesmo tempo angustiados ao percebera loucura daquela tentativa em tão precárias condições. Custo muito fazer entenderao motorista que não tinha forma de continuar assim e que por segurança oapropriado era parar. Ele forçava a máquina, a ligava quantas vezes pode e dirigiupela estrada molhada, ao mesmo tempo em que pedia auxílio à empresa porcelular. Não bastasse o estado da van, nos colocou em perigo ao falar ao celularenquanto mal dominava aquela máquina.

Os estrangeiros entraram em pânico e foi o berro de uma senhora que pediupara saltar no primeiro ponto. Isto foi à altura de Muriqui. Uma vez ali e sob achuva, descemos da van e aguardamos a resposta da empresa responsável.Quinze minutos depois nos informaram que três carros tipo Kangoo saindo deSanta Cruz nos recolheriam em meia hora na estrada. E assim foi, no tempoestimado foram chegando os auxílios e fomos nos acomodando, de acordo àurgência dada pelos horários dos voos. Acredito que ninguém tenha perdido ovoo. Eu que era a única que não tinha voo marcado, e portanto fui no último carro.Comecei a conversar com o motorista, comentei o sucedido e a sua reposta queme motivou a escrever para o Eco:

- Ah tá, então eles ainda não solucionaram nada. Esta manhã essa van deuproblema e também fomos chamados para ajudar.

Isto que é inconcebível, senhor editor, o motorista da empresa Speed Conection fingiu para nós que estava acontecendo algo “de repente” quando na verdade setratava de um problema antigo e estrutural do carro, e certamente da empresa.Desde que subimos na van, esta deu problema. O que agrava a atitude da empresaé a desonestidade. Preocupada com o lucro e não com a segurança, menosainda do conforto, colocou em risco nossas vidas e também as dos passageirosda manhã, não sabemos de quantos mais, que nem sempre tem o tempo de sequeixar e que lá nos seus lugares de origem só podem se lamentar e passar parapotenciais turistas a imagem do pouco profissionalismo e o altíssimo grau deimprovisação que às vezes paira na Ilha Grande. Senhor editor, olha o grau deirresponsabilidade. Pese a que o problema já tinha sido detectado, nada tinhasido feito para resolve-lo. Fica evidente que o que importa aqui é ganhar o dinheirodo turista. Onde estão os controles do Estado numa hora destas?

Stella Rodríguez

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- 17 -Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Coisas da RegiãoTEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕESTEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕESTEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕESTEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕESTEXTOS, NOTÍCIAS E OPINIÕES

O ECO JORNAL 160 GERAO ECO JORNAL 160 GERAO ECO JORNAL 160 GERAO ECO JORNAL 160 GERAO ECO JORNAL 160 GERADISCUSSÃO SOBRE ZONEAMENTDISCUSSÃO SOBRE ZONEAMENTDISCUSSÃO SOBRE ZONEAMENTDISCUSSÃO SOBRE ZONEAMENTDISCUSSÃO SOBRE ZONEAMENTOOOOO

DDDDDA APA APA APA APA APA DE TA DE TA DE TA DE TA DE TAMOIOSAMOIOSAMOIOSAMOIOSAMOIOSA edição especial do Eco sobre a APA Tamoios, que saiu em Setembro último,

está gerando repercussões. A redação do jornal recebeu por e-mail a manifestaçãodo empresário Andreas Klien, proprietário de terras na Praia da Feiticeira (IlhaGrande).Abaixo reproduzimos seu conteúdo:

CARO NELSON,

A última edição do jornal ECO teve por chamada de capa “Um ParaísoAmeaçado. Desleixo do Poder Público ou Interesses Escusos?”. A chamada járevela uma posição tendenciosa porque articula a “estratégia do carvão”. Procurasujar com insinuações mal explicadas todos aqueles que discordam da posiçãode um pequeno grupo de pessoas que procura ditar o futuro da Ilha Grande e estáprejudicando o desenvolvimento do turismo sustentado.

A maior parte do material publicado foi apresentado ao INEA quando daapresentação do manifesto assinado contra a criação das Zonas de InteresseTurístico. Este jornal já teve um posicionamento de defesa do turismo como aatividade mais adequada para o desenvolvimento econômico e social da Ilha Grande.Agora, aborda a questão de maneira parcial sem dar espaço e ouvir todos oslados envolvidos!

A obrigação de um jornal é informar e, perdoe minha colocação, acredito queo distanciamento profissional foi esquecido e o respeito também. Tenho um apreçopessoal pela sua pessoa, mas como posso me calar quando o jornal abraça umavisão retrógrada e superficial da defesa da Ilha Grande!

A ideia conservacionista de criar uma espécie de zoológico humano onde aprincipal atividade da população é o artesanato e a pesca atenta contra a dignidadehumana. Um dos paraísos brasileiros com maior destaque no turismo nacionalprecisa é de projetos de turismo sustentado e empreendedores ambientalistas.Algumas pessoas acreditam que a imposição de um zoneamento restritivo àatividade turística vai preservar o meio ambiente da Ilha Grande. Isso é mentira. Ozoneamento atual é restritivo e o resultado foi desastroso.

A Ilha Grande recebeu uma massa de milhares de turistas sem infraestruturaadequada. A Ilha Grande foi favelizada. O Poder Público se omitiu e descumpriutodas as promessas que fez sobre a canalização e tratamento de esgoto dosnúcleos urbanos! A população cresceu e o futuro profissional dos moradores/habitantes caminha para sua assimilação pela indústria de Petróleo.

Estes ambientalistas de camiseta em vez de conquistar o apoio de investidorese empreendedores para uma atividade sustentada, lançam calúnias e acusaçõessem fundamento como se fossem os paladinos da Justiça ou reais defensoresda Ilha Grande. Balela. A maioria dos “grandes proprietários” investiram notratamento de esgoto até porque o INEA fiscaliza com rigor as propriedadesprivadas. Isso é um fato e um exemplo. A iniciativa privada faz e o melhor papel doPoder Público é fiscalizar.

A Praia das Feiticeiras foi um objeto de destaque na última edição do jornalECO, que usou a imagem de um projeto hoteleiro sem a devida autorização ou aexplicação que o assunto merece. Se esta autorização tivesse sido pedida, eulhe teria pedido a oportunidade de apresentar as bases de um projeto modelo deturismo sustentado. O assunto foi tratado de modo leviano e lamento o fato,porque acredito que você foi enganado pelo discurso repetitivo de algumas pessoas

que agem como o Ministro da propaganda nazista que afirmava que ao se repetiruma mentira mil vezes, esta passava a ser verdade para as pessoas...

O debate nas reuniões do Conselho Consultivo da APA Tamoios em volta dozoneamento proposto pelo INEA já esclareceu e afastou a possibilidade de criaçãode Resorts, grandes empreendimentos hoteleiros e privatização de praias e/outrilhas. Isso é fato! Então buscar o apoio da população contra a proposta do INEAcom base em mentiras é abusar da boa-fé das pessoas. A proposta do INEAlimita o tamanho dos empreendimentos e cria uma série de restrições que seajustam a proposta de desenvolvimento de um turismo sustentado eecologicamente correto.

A proposta do INEA quebra o monopólio e a reserva de mercado dospousadeiros do povoado do Abraão que estão presentes no grupo de trabalhoque defendeu a proposta de proibição de criação de zonas de interesse turísticona Ilha Grande. A valorização das pousadas no caso de proibição de criação daszonas de interesse turístico não foi objeto de uma só linha na última edição dojornal ECO! Também não houve qualquer destaque a colocação do representantedo CONSIG alertando o grupo que se opõe violentamente a proposta do INEA deque eles estavam atuando contra os interesses da Ilha Grande e da populaçãoao fechar a porta ao turismo.

A maior da prova da obtusidade como a questão está sendo tratada é o casoda Praia das Feiticeiras. Investi na recuperação da propriedade. Hoje, a Feiticeirasnão tem mais esgoto a céu a aberto ou pichações. O empreendimento daráinfraestrutura para o desembarque na praia que hoje é feito de modo irregular e éuma tragédia anunciada como em todas as praias da Ilha. Procuramos recuperara vegetação e desenvolvemos um projeto modelo de uma pousada 5 estrelascom 50 quartos. Um empreendimento pequeno para um destino turístico querecebe 500 mil turistas/ano. O projeto prevê uma pousada mimetizada para nãoagredir a paisagem e com paisagismo ambiental para valorizar a Mata Atlântica.

O projeto de modelo sustentado das feiticeiras busca equiparar a Ilha Grandeaos grandes destinos turísticos do mundo. Quantas ilhas paradisíacas do pacíficoe do Caribe possuem hotéis que ajudam a preservar o meio ambiente? O turismoé um atividade econômica de baixo impacto ambiental. A Ilha Grande merecepossuir uma infraestrutura turística proporcional a beleza natural de suaspaisagens. O empreendedor deve ser estimulado a investir numa atividadesustentada e de baixo impacto ambiental, mas os supostos ambientalistasmentem e enganam a população, caluniam e desestimulam o empresário brasileiroa se unir a causa de defesa do meio ambiente!

Peço a este jornal ECO que procure dar espaço aos empreendedores quetentam investir no turismo na Baía da Ilha Grande. Este jornal já defendeu anteso Turismo e a maior ameaça que o meio ambiente pode ver concretizada é fecharas portas à atividade sustentada por excelência como alertou o representante doCONSIG aos subscritores do manifesto contra a criação das zonas de interesseturístico na Ilha Grande.

Atenciosamente,Andreas Klie

RESPOSTA DO JORNAL POR SER CITADO

Caro Andreas.O que nos levou a todo este desentendimento foi a postura de Carlos Minc,

com relação ao zoneamento da APA. Andamos muito bem até a conclusão dozoneamento. Logo após houve uma “calmaria”, donde surgiu o Decreto 41.921liberando os costões rochosos e as áreas de Preservação da Vida Silvestre. Istotornava legal todas as mazelas já existentes. Tudo de forma velada (daí surgemos interesses escusos que nos referimos), onde podemos chamar o INEAprotagonista ou até mentor intelectual de tudo. Ninguém soube de nada e oConselho foi completamente traído. A partir daí o Conselho, cuja maioria atuanteéramos nós, contra atacamos usando o Ministério Público (Estadual e Federal).Em contrapartida, o INEA criou as ZITHs e seu nomes derivados, que de certaforma substituiria o famigerado Decreto. Isto foi uma canalhice sem precedentes

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Coisas da Regiãocom o conselho. Se tivessem aprovado o zoneamento como foi o consenso,posteriormente estudaríamos abertura para mais turismo nestas praias quasetodas intactas. Como exemplo a Feiticeira. Mas um turismo adequado à IlhaGrande e não excludente como pretendem. Sei perfeitamente que você não gostoudo excludente e na visão de seu perfil obviamente tem razão. Se a qualidaderesort destas pousadinhas (segundo Carlos Minc), fossem como o Sagu Resort,aqui no Abraão, onde a trilha permaneceu no local, seu cais é usado por todos,os “bangalôs” sob a mata onde se tornam invisíveis, mesmo tendo a categoriaresort, seriam plenamente aceitáveis. No entanto, nós temos certeza que nãoserão assim pois já tem várias praias em que o acesso é dificultado por seusproprietários, seja por terra (mudança de trilha), seja por mar (falsas fazendasmarinhas). As trilhas também serão interrompidas como já o fizeram em lugarescomo a Camiranga. Nossa “volta a ilha”, o turismo de todo mundo já a consagroucomo o caminho de Compostela, observadas as proporções. Todos gostariam defazer a volta à Ilha como se fosse o seu “no limite”. Isto não haverá mais, porcerto. Até entendo, pois neste nível de hospedagem as pessoas em parte queremisolamento ou precisam dele. Nada disso nos serve nem serve à população daIlha. Não condeno sua razão de lutar pelo seu espaço e ponto de vista por ângulodiferente do nosso, pois vivemos em esferas completamente diferente e paramuitos antagônicas. Infelizmente.

Com relação à sua carta.- No primeiro parágrafo - a referência Paraíso Ameaçado. Desleixo ou Interesses

Escusos do Poder Público? Refere-se ao todo, as favelinhas que deixam fazer noAbraão, em Araçatiba e vários lugares, o não respeito ao código de postura, ondeé voz corrente que estas pessoas têm orientação do caminho mais fácil para burlara lei, de funcionários do próprio Poder Público e depois de feito não tem mais jeito.A chamada é interrogativa, é para o leitor interpretar, portanto não é uma afirmação.

- O Poder Público das três esferas aqui na Ilha é ausente e também antagônicoentre si. Longe de pensar na estratégia do carvão, nós lutamos contra isso tantoquanto contra às ZITHs. Não são insinuações, as coisas são explícitas. Não somosum pequeno grupo, somos maioria esmagadora dos que vivem na Ilha, tampouconão queremos ditar futuro, mas, que ele exista de forma sustentável e para todos.A forma como vocês (Carlos Minc está incluso) querem, comercialmente poderáser por um espaço de tempo, muito promissor, mas não será sustentável. Exemploos resorts do continente, virando condomínios ou sendo renegociados a cada ano.Os condomínios nesta ilha seriam um absurdo e por certo será o destino dasZITHs ou seus nomes derivados.

- Está equivocado quando declara que o jornal tinha posicionamento maisadequado no passado para o desenvolvimento turístico. O posicionamento continuao mesmo. Um turismo onde exista hospedagem para todos os níveis, ordenado, deimpacto moderado e mantendo como importante o aspecto cultural da Ilha. Tambémnão se inclui na forma parcial, pois sempre esteve aberto a todos, especialmente avocê que temos um relacionamento mais próximo. O Eco Jornal tem mais de 80%de nota máxima em credibilidade, portanto difícil de ser questionado.

- O jornal não abraça visão retrograda e superficial, ele abraça um ponto devista, para nós adequado à Ilha Grande e sempre foi assim, por isso é outro equivocaacreditar que o jornal não tenha profissionalismo.

- Nunca pensamos em “espécie de zoológico humano” tampouco tendo comoatividade principal artesanato ou pesca a não ser a pesca em fazendas marinhas,que poderão ter bom futuro na sustentabilidade. A restrição que fazemos é paranão tornar a Ilha igual ao continente, “um favelão postal”, onde resorts e favelas têmproximidade.

- Não é mentira, o zoneamento restritivo nunca será um desastre e tampoucoos empreendedores que você se refere são ambientalistas a menos que ocapitalismo tenha mudado de nome. O pouco de verde que temos tem que sersegurado a qualquer preço, pois amanhã valerá muito mais como verde que comoblocos de concreto, “possivelmente denominados de elefantes brancos”.

- Neste item temos muita coisa em acordo. Todo o referido é por culpa dodesleixo do Poder Público, nunca nossa. Veja como o desleixo está semprepresente e por trás deste desleixo se alicerçam parte dos interesses escusos.

- Não somos ambientalistas de camiseta, nem caluniamos ninguém, nem somospaladinos da justiça, somos contra o que por aqui não dará certo e com o adventodo pré sal, estes grandes proprietários administrarão grande condomínios que serãodesastrosos para a Ilha e seu meio ambiente. A fiscalização que você afirma doINEA exercer sobre vocês, possivelmente esteja ligada a outros interesses que porcerto devem ser escusos. Nós não temos razões para confiar no atual INEA.

- Com relação à Praia da Feiticeira, você foi o único que apresentou em reuniãopública o projeto. Você foi vitima de você mesmo, quando alegou que haviareflorestado e área e agora não poderia retirar a vegetação para construir, pois estavegetação é protegida. Você foi vítima porque reflorestou. Lembra desta reunião?Também não somos levianos, pois simplesmente relembramos ao púbico o que jáera público. Com relação ao seu ataque, devo dizer que não fui enganado,simplesmente não acredito no projeto de vocês, como algo sustentável, por sermega e excludente. Você alega que uma pousada com cinquenta apartamentosnão representa nada em relação ao volume turístico da Ilha, mas isto não representarealidade pois são 19 praias que vocês querem transformar em turismo de “altaqualidade”. Analise só o impacto ambiental e o caos que isso vai gerar no transportee nos locais comuns, que são poucos pela dimensão da Ilha. Nós não somosloucos desvairados, somos pessoas de análise com projeção para o futuro. Nofuturo possivelmente você dirá: o Palma ajudou a me salvar de um prejuízo maiorou de ser proprietário de um “elefante branco” com nome de condomínio, cheio decaloteiros que não pagam em dia.

- Sobre os debates em reuniões que você afirma a derrubada a ideia resort, naverdade, só foi limitado o tamanho, mas se construir vários continuarão ser grandes.O descrédito nisso é total, pois nunca cumpriram a lei, muito mais agora que jánão acreditamos nem no Estado. Como exemplo a Camiranga que acabou com atrilha centenária e nunca conseguimos fazer cumprir a lei, pois o proprietário eramais forte. Isto também faz parte da dominância velada sobre o governo que algumasvezes nos referimos.

- A proposta do INEA não é ambiental e também não há monopólio e reserva demarcado para os pousadeiros do Abraão, pois sempre se pensou na Ilha como umtodo. Abraão é privilegiado geograficamente e pelo tempo de existência. Com relaçãoa uma só linha como você se refere, é a linha de maior atuação no Conselho e quefoi enganada pelo INEA. Favorável a esta ideia de uma só linha que você se refere,está toda a população da Ilha e tampouco nunca fechamos as portas para o turismo.O alerta do representante do CONSIG, foi fundamentado em pessoas que nãorepresentavam o Conselho, nunca estiveram presente as reuniões do Conselho. Élógico que o CONSIG é contra nossa atuação no Conselho, pois ele representavocês. Eu transito bem com o CONSIG, lutei no desenvolvimento de seu projeto naIlha (PDS), mas nunca consegui convencer ninguém a acreditar nele, exatamentepelo quadro social que o compõe. O alerta de que o nosso grupo estaria contra osinteresses da Ilha e da população é um absurdo e não consigo acreditar que oValdir pense assim, ele conhece melhor nossas intenções que vocês todos juntose sabe que não é esta.

- Com relação à prova de obtusidade como é tratada a Feiticeira... Já respondiem outro item.

- O penúltimo item, a referência ao baixo impacto ambiental que o turismo gera.É engano, pois ele tem grande impacto até pela agregação de carga antrópicagerada e muitos destinos sucumbiram por isso. Quando se trata de umaadministração como a do nosso município o resultado é de grande impacto, porcerto e cada ZITHs terá a seu lado uma favelinha, como apoio ou pela tentativanatural de sobrevivência, gerada pelo falso eldorado que a ZITH provocou.

- O mundo capitalista está ruindo e eu não vejo como sair disso a não sercuidando do pouco verde que ainda resta. É óbvio que você veja diferente e atéentendo, mas pare e pense, que poderá ser um grande negócio você só morar naIlha, curtir suas belezas naturais, sendo um grande aliado nosso e jantarmos juntosuma vez por semana curtindo o belo da Ilha como ela é, sem a dor de cabeço dosinvestimentos. E não esqueça, o verde poderá ser mais lucrativos em futuro próximoque um hotel 5 estrelas.

- Para este jornal não precisa pedir para dar espaço, todos tem espaço. Nuncamudou sua opinião sobre meio ambiente e turismo. Toda a matéria enviada,

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- 19 -Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Coisas da Regiãopublicaremos, nunca negamos matéria a ninguém a menos que sejacomprometedora ou por ética, impublicável. O Eco 160 é uma síntese da vontadede uma população que sofre opressões desde os tempos carcerários. Este povonão consegue acreditar no governo e o maior erro que vocês cometeram foi entrarno embate ao invés da persuasão. O “juiz” Minc não soube julgar, como advogadonão soube instruir o processo e suas entrevistas mostraram suas contradições. Éo tal caminho Lewandowski - juiz e advogado da causa. Nada pior!

Os custos de O Eco 160, foram cotizados pelos seus interessados eresponsabilidade imputada a quem escreveu.

O jornal e sua equipe têm total interesse que este conflito acabe e partamospara uma solução realmente sustentável, ambientalmente correta e com o INEApensando a proteção à natureza e não desenvolvimento imobiliário. Qualqueraumento de carga antrópica na Ilha será uma temeridade. Não é paranoia, osmeses de alta temporada demonstram isso.

Desculpas Andreas se escrevi demais e me contrapus, mas o assunto é pelomenos polêmico, é uma guerra que envolve o governo e poderosos capitalistas,contra ambientalistas duros que mal conseguiram se cotizar para pagar o jornaltendo como apoio uma população também de pouco dinheiro. Mas fazem umjornal extra, onde o INEA não consegue fazer uma ata. Contudo, poderemos seraté poderosos se o governo levar em conta que toda esta comunidade está aonosso favor, isto é democrático e sensato. Caro Andreas: não há nada pior queinvestir no que a comunidade participativa é contra! Diga isto ao Valdir Siqueira queé meu e seu amigo, também muito envolvido na Ilha, mas parece não conhecer acapacidade deste povo quando se coloca contra.

Eu sempre tive e tenho bom diálogo com você e até com todos. Isso pesará noentendimento que em verdade é o que nós queremos. Quem gerou esta discórdia,foi a incapacidade mediadora de Carlos Minc que lamentavelmente é o dono dacaneta.

Atenciosamente, Nelson Palma – Dir. de O Eco Jornal

DA ONG PARCEIROS DA TERRA, POR INTERMÉDIO DO CONSIG

Ao Editor do Jornal ECO 1º - a PARCEIROS DA TERRA (Instituto de Políticas Econômicas e

Socioambientais) está acompanhando todo o debate e o processo no Conselho daAPA Tamoios e tem uma perspectiva clara da arbitrariedade e uma posição críticasobre a forma como debate sobre o zoneamento da Ilha Grande foi conduzido.

2º - O zoneamento Ilha Grande inicialmente proposto (esboço de 22 de agostode 2011) sem Zonas de Interesse Turístico foi elaborado por um Grupo de trabalhodo Conselho Consultivo da APA Tamoios - Alexandre do Codig + Frederico daAssociação de Pousadeiros + Renato guia da Curupira que lideram as manifestaçõescontra a expansão da atividade do turismo.

3º - Entendemos que se trata-se de uma tentativa de forçar uma reserva demercado e uma tentativa de fazer a administração pública descumprir a Lei querege as APAS.

4º - O Estado ao não indenizar os proprietários pela criação da APA tem aobrigação de lhes garantir o uso sustentado de uma parcela das propriedades, e oTurismo é uma atividade sustentada por excelência.

5º - O projeto inicialmente proposto e tão defendido pelos supostos“ambientalistas” ainda guarda um Cavalo de Tróia que estimula a expansãoimobiliária dos núcleos urbanos, ao retirar a restrição estadual que limitava em20% as áreas construídas em relação as propriedades. Este assunto não foi resolvidoou debatido! O que mostra que a preocupação com a degradação ambiental ésecundária...

6º - O turismo pede o uso sustentado de menos de 10% das áreas recuperadaspor diversos proprietários que nunca foram indenizados. A eleição de zonasespecíficas fere o princípio da isonomia constitucional e cria uma “indústria” deconcessão de licenciamento ambiental.

7º - A retórica o princípio da cautela vem sendo denunciada como um excessoque resulta na sabotagem do desenvolvimento da infraestrutura do país, pois até orecapeamento de rodovias federais tem sido dificultado pro questão licenciamentoambiental.

8º - Este mesmo discurso foi usado pelo Grupo que se opõe as ZIETS paravetar um projeto modelo de turismo sustentado. Quando vemos este discurso serusado contra o desenvolvimento da infraestrutura do Turismo, o assunto é alarmante.

9º - A indústria do Turismo no Brasil é relativamente pequena em face do potencialque temos – 8.000km de costa. Portugal tem uma receita maior do que a nossacom esta atividade. Angra dos Reis é uma das pérolas do nosso turismo efrancamente estamos enterrando a atividade ao deixar de investir na infraestruturanecessária a receber os turistas.

10º- A ilha Grande recebe no mínimo 500 mil turistas/ano e não tem umainfraestrutura correspondente. A reserva de mercado do Abraão poderá valorizaralguns empreendimentos ali localizados, mas entregará a Ilha ao atual turismopredatório e poluente de massa.

11º - A solução mais inteligente é permitir o desenvolvimento do maior númeropossível de hotéis e pousadas com infraestrutura para dar segurança no acesso àspraias (hoje realizado de maneira ilegal e perigosa). Os empreendimentos podemficar responsáveis por parte da limpeza das praias hoje poluídas por frequentadoressem uma educação ambiental adequada.

12º -É lamentável ver que um pequeno grupo de pessoas com uma perspectivaestreita professam uma crença de que estão “defendendo a natureza e a populaçãoda Ilha”, quando na verdade expressam um messianismo verde que destoa dosinteresses coletivos.

13º - É realmente necessário verificar se a representação da sociedade civil noConselho realmente está expressando a voz das entidades representadas econcordam com o que nos afigura como um posicionamento pessoal do grupo de09 a 11 conselheiros que vem formando maioria no Conselho da APA pela ausênciade muitos dos 34 representantes. O Conselho tem 34 integrantes e somente umterço de frequência.

O ambientalismo está impregnado por uma visão fundamentalista e obscurantistaque contamina a administração pública.

O INEA, órgão responsável pelo licenciamento ambiental no Estado do Rio deJaneiro, simplesmente ignora a vigência deste Decreto fazendo valer outro Decretonº 20.172/94 que é mais arbitrário e sem fundamento técnico (nunca foram realizadosestudos de capacidade) e não permite o uso sustentado de uma propriedade dentrodo âmbito de uma APA.

O Estado do Rio de Janeiro até hoje só contratou um estudo técnico parazoneamento desta APA, mas que não agradou aos integrantes do ConselhoConsultivo da Unidade de Conservação, fundamentalistas que comungam otal princípio da precaução. Quanto mais restritiva a regra melhor! Em termos práticos,as APAS, que devem garantir o uso sustentado das áreas degradadas mediante arecuperação ambiental, se tornam Áreas de Preservação Permanente porqueninguém consegue licenciamento necessário.

O Brasil necessita de uma ampla infraestrutura para o Turismo que é a atividadesustentada por excelência, com a melhor relação investimento/criação de empregose com menor impacto ambiental. Investimos fortunas para estimular o crescimentodeste setor trazendo grandes eventos para o país, Copa de 2014 e as Olimpíadasde 2016, mas o setor privado não consegue expandir a rede hoteleira. Angra dosReis é um exemplo do que acontece no resto do país.

A primeira regra para instalar um hotel é a localização. Os turistas queremvisitar lugares paradisíacos, bonitos e/ou relevantes. A indústria do Turismo noBrasil é ainda incipiente e se revela uma alternativa estratégica para desenvolveratividades sustentadas e preservar o meio-ambiente.

A retórica de que o zoneamento restritivo busca preservar a floresta e a mataintocada cai diante do histórico da Ilha Grande que durante 400 anos foi exploradae o solo está empobrecido pelas monoculturas. A regeneração das matas sedeve principalmente aos proprietários que investiram na recuperação e/oupreservação das áreas, objetivando desenvolver projetos sustentados.

A revisão do plano de manejo da APA produzida dentro do Conselho Consultivo

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- 20 - Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Coisas da Regiãonão contemplava Zonas de Interesse Turístico na Ilha Grande que recebe 500 milturistas por ano. O local carece de Hotéis e pousadas por força de um zoneamentorestritivo sem base técnica. O turismo é de baixa qualidade, poluente e predatório.As embarcações não possuem infraestrutura e/ou meios de atracar legalmentenas praias e são comuns os acidentes com morte de banhistas.

Angra dos Reis é um dos pólos turísticos estratégicos e emblemáticos dopaís e as autoridades responsáveis por presidir os processos de licenciamentodesconhecem as regras de zoneamento que estão impondo aos cidadãos eproprietários. Ao impor restrições para o desenvolvimento de projetos sustentadosna área do Turismo torna-se notória a falta de compromisso da administraçãocom as futuras gerações!

Qualquer dificuldade em perceber como é vergonhoso o uso do ambientalismocomo slogan merece uma leitura da denúncia do advogado Fernando PinheiroPedro no ensaio “A quem interessa embargar o Brasil?” (http://pinheiropedro.com.br/site/artigos/a-quem-interessa-embargar-o-brasil/). Além de nossa população serprivada das benesses que o desenvolvimento da infraestrutura do país engendrará,fica a constatação de que os ambientalistas deixam de lado os principais problemasambientais do nosso país: a poluição dos cursos d’água, a ausência de umarede eficaz de escoamento e tratamento dos esgotos e o fornecimento de águatratada.

É importante chamar a atenção para o papel político e relevante que osoperadores jurídicos podem exercer por formarem uma ampla rede de umacomunidade não-linear, que se relaciona por múltiplos laços que podem realimentaro debate do que é ambientalismo superficial e o que é ecologia profunda/essencial. Precisamos impedir que a “Legalidade burocrática” nos faça perder a posiçãoestratégica que o país precisa desenvolver em direção à Sustentabilidade!

PARCEIROS DA TERRA (ONG)

RESPOSTA DO JORNAL, COMO INTEGRANTE DO CONSELHO

As lamentações e questionamentos são basicamente os mesmos de AndreasClie, que pertence a esta mesma ONG, Parceiros da Terra, que é formada porgrandes proprietários na Ilha Grande. Teve origem nas discussões sobre LopesMendes, ao que sabemos de propriedade, na época, do Banco Safra, ondeCarlos Minc era nosso grande aliado. Portanto neste aspecto cabe-lhe as mesmasresposta endereçadas ao Sr. Andreas Clie, mas ressaltando alguns aspectos.

A ONG Parceiros da Terra, sempre foi rechaçada pelas ONGs locais, faceseu estilo poderoso e aparentemente não inclusivo. Dentro do Conselho, semprerepresentou uma minoria cuja ausência não lhe dava respaldo nemrepresentatividade, a tal ponto que seu representante retirou-se do Conselho,além da ONG, nunca ter produzido nada para a Ilha Grande. Por estas razões elanunca foi e nem será facilmente bem-vinda e aceita pelos habitantes da Ilha.

O CONSIG, tem as mesmas características quanto ao quadro social, a começarpelo seu primeiro presidente que era o Sr. Roger Agnelli presidente da Vale. Mas oCONSIG tem uma grande vantagem, por ter sido o autor do Plano deDesenvolvimento Sustentável da Ilha Grande (PDS), onde trabalhamos juntos pordois anos, envolvendo todas as comunidades. Um trabalho gigantesco que foiatraindo a todos, pelo possível investimento da Vale, na ordem de 40 milhões, parao PDS. O parque absorveu parte deste dinheiro, suponho na ordem de dois milhõese todos tinham a esperança do PDS vingar. Além disso o CONSIG apoia a BrigadaMirim Ecológica e trouxe para cá o TEDx Ilha Grande. Portanto tem respaldo paradiscussão mesmo não sendo radicado aqui.

Passados alguns tempos surgiu um projeto de saneamento básico, atendendoSaco do Céu, Provetá e alguns outros lugares, reavivando esperanças. Este projetofoi embargado e na famosa reunião chamada “dia do embuste” foi cobrado ao Sr.Carlos Minc, que se limitou a dizer que deu “chabu”!

Ficou pela Ilha grande quantidade de material e nunca mais se falou nisso.Tampouco falou-se o que foi feito do valor (dinheiro) do projeto, creio que na ordemde seis milhões de reais. A comunidade cobra notícias sobre isso, mas não temoso que publicar. A grande vítima disso tudo é meu amigo Valdir Siqueira, que administrao CONSIG. Mesmo o jornal tendo apoiado para manter seu conceito em alta, cai acada dia, porque a comunidade quer ver resultado e não tem como ver. Até asobras do PRODETUR estão sendo cobradas ao Valdir, por ser ele quem nos dánotícias. Esta espectativa (PRODETUR), foi criada há mais de dois anos e o jornal,em apoio sempre divulgou o andamento do projeto. A comunidade com razão cobrae já não quer acreditar em Papai Noel!

Estas duas ONGs representam os interessados nas ZITHs, ZIRTs ou ZIETscomo queiram chamar, e a meu ver será muito difícil conquistarem a simpatia dacomunidade e sem ela “sairão de um lugar e chegarão a lugar nenhum”! Elas nãoconvivem aqui, nem comungam com os anseios de nosso povo e contra acomunidade não se conseguirá andar. O mesmo acontece com o INEA que chegasempre de cima para baixo e depois se “atola”, como acontece agora com a reaçãodo Conselho! Ele pode impor o que pretende, pois é dono da caneta, mas nuncaterá paz na Ilha. Na guerra até quem vence é vítima. Bom para todos é não tê-la!

Para a comunidade, o INEA não é transparente. Atualmente está em silêncio enão se sabe o que virá. Lamentavelmente sempre se aguarda o pior. Todo esteimbróglio se deve à sua administração “conflitiva”!

A equipe do jornal espera e apoia entendimentos, pois como está, gera umenorme desgaste, é improdutivo e paira sempre um ar de que a preocupação principalé “o meu pirão primeiro”, nada se fazendo em prol do todo! No todo se inclui acomunidade e sua opinião.

O Jornal está aberto a publicações das partes! Pedimos entendimento para queeste desacerto se conserte e a “celeuma” tenha fim. Sabemos que a culpa temdono e como dono deveria se remir, o que será pelo menos improvável.

Nelson Palma – Diretor de O Eco

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- 21 -Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

ColunistasLIGIA FONSECA*LIGIA FONSECA*LIGIA FONSECA*LIGIA FONSECA*LIGIA FONSECA*

COMO É FÁCIL DESTRUIR A NACOMO É FÁCIL DESTRUIR A NACOMO É FÁCIL DESTRUIR A NACOMO É FÁCIL DESTRUIR A NACOMO É FÁCIL DESTRUIR A NATUREZATUREZATUREZATUREZATUREZAÉ como um piscar de olhos. O que conhecíamos como um dos lugares mais

belos na Baía de Guanabara, próximo à Ilha de Paquetá, foi transformado em umgrande lixão. Pobre Ilha de Jurubaíba, que tristeza para aqueles que lá iam, nosfinais de semana, em busca de mar calmo, águas límpidas e mornas, onde erapossível relaxar após uma semana estressante e de muito trabalho. Quantosmomentos de êxtase foram ali vividos. Era um programão digno dos amantes danatureza visitar aquele exuberante lugar.

Ao longe, sem nenhum esforço, já se avistavam as inúmeras palmeiras, nocume do pequeno morro, fazendo com que a ilha fosse de imediato reconhecida.Atualmente, alguns visitantes decepcionados comentam que apenas duaspalmeiras sobreviveram à invasão.

Agora, ao chegar àquele recanto, com uma imagem ainda deslumbrante namemória, julgávamos estar em outro local. Não é possível, perplexos pensavame murmuravam os passageiros da embarcação, que para lá nos levava mais umavez, em busca das maravilhas do lugar. Doce engodo! Não existia quase maisnada do que conhecêramos, exceto na memória e em antigas fotos, do que foraum dia uma ilha aprazível e digna de ser visitada, onde se encontrava muitaserenidade, em um encontro fantástico com a natureza.

É muito fácil, em pouco tempo, destruir tudo o que a natureza, pura e saudável,colocou à disposição de quem ali quisesse desfrutar de momentos prazerosos.Mas é assim mesmo que acontece. Se faltam controle e administração, vai tudopara o brejo.

O que hoje pode oferecer um bom e gostoso lazer corre o risco, em umpróximo retorno, de nada daquilo ser encontrado como dantes, restando apenasas cinzas do que um dia fora um paraíso ecológico, onde até se viam golfinhos etartarugas marinhas.

Como era lindo, a partir de certo ponto do percurso, observar os golfinhosacompanharem a embarcação, dando as boas-vindas e, depois, ainda poderapreciar o seu bailado, exibindo-se vaidosos aos visitantes. Além deles, por vezes,apareciam, à tona d’água, as cabecinhas das tartarugas, talvez também curiosas.O voo das inúmeras garças que habitavam o tranquilo lugar, conhecedoras queeram da segurança ali existente, abrilhantavam ainda mais o cenário.

Lamentavelmente, tudo isso acabou. Certamente golfinhos e tartarugas nãoconfiam nem um pouco nos novos habitantes da ilha, a partir do momento emque, a princípio, ali se instalou o que se poderia chamar de “bar”, onde, entreuma bebidinha e outra, e com o forte calor do verão carioca, um banho de marnas águas ainda tranquilas, porém não mais tão limpas, é bem convidativo.

Entretanto, todos conhecem o efeito posterior a uma ou a várias cervejinhas. Eas latinhas, deixadas sobre a areia da praia, por vezes, são catadas e empilhadasem um horrendo amontoado de lixo.

E assim Jurubaíba ganhou novos habitantes, que lá construíram “suas casas”,cercaram “seus terrenos”, criaram suas galinhas e, cada vez mais, o movimentofoi crescendo, crescendo, dando por finalizada uma era de um longo período deinesquecíveis passeios dos fiscais da natureza.

Felizes aqueles que puderam, em um passado não tão longínquo, desfrutarda fina areia que ainda separa o que, na verdade, são duas ilhas em uma só,dependendo da maré alta ou baixa.

A Jurubaíba registrada, seja em fotos, em filmes ou na memória, jamais seráesquecida, de tão bela e cativante que era.

*É Jornalista

Cantinho da SabedoriaCantinho da SabedoriaCantinho da SabedoriaCantinho da SabedoriaCantinho da Sabedoria

“A personalidade pode abrir as portas, porém somente o caráterconsegue mantê-las abertas.”

(Letterman)

“O verdadeiro sábio avalia claramente o quanto ainda ignora e setorna logo humilde e simples, condescendente e solidário.”

Caio de Miranda

“Não exija perfeição nos outros e nem mesmo em você, masprocure melhorar – se quanto possível.”

André Luiz

Colaboração do seu TULER

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- 22 - Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

ColunistasIORDAM OLIVEIRA DO ROSÁRIO*IORDAM OLIVEIRA DO ROSÁRIO*IORDAM OLIVEIRA DO ROSÁRIO*IORDAM OLIVEIRA DO ROSÁRIO*IORDAM OLIVEIRA DO ROSÁRIO*

Ontem eu estava assim, sei lá,meio sem emoção, vazio deinspiração para versar, procurava porum lugar ideal para minha inspiraçãovoltar.

Ao cair da tarde, sentei-me naareia da praia de frente para o marolhando o infinito vendo o tempopassar, acendi um cigarro para medistrair por um instante, deixei minhamente vagar o silêncio do mar, a brisafresca que sopra me fez no tempovoltar, clima convida de recordar.

Na beira da praia de frente para omar, no ar o cheiro bom de terramolhada que brota do chão quandodo céu cai chuva nas mansas e

NA AREIA DNA AREIA DNA AREIA DNA AREIA DNA AREIA DA PRAIAA PRAIAA PRAIAA PRAIAA PRAIAensolaradas tardes de verão.

Na areia da praia de frente para omar falou meu coração, aflorourecordações, viajei na jangada dailusão nas águas cristalinas do rioAbraão, na roda da vida me vi criançajogando pião, peladeiro de praia commuita vibração, vi visitantes tomandobanho na água gelada do prazerosoBicão.

Na areia da praia de frente para omar, a natureza vem me alimentar, eme inspirar, vi o sol se esconder, e alua cheia despontar, vi o pescador esua canoa sair para pescar, tambémvi o santo da terra empolgado seuscausos contar, no forro do canto com

as sereias seus paços marcar, meusanto é bom de mais recordar.

Na areia da praia de frente para omar o tempo eu vi passar, ouvindo opoeta sabiá versos rimar exaltando oAbraão sua grande paixão, ouvi o surdomarcar, e o samba órfão chorar cadêaquela alegria carnavalesco que na vilafazia o povo sambar.

Na areia da praia de frente para omar a vida volta a me inspirar vi o hojehomem ali tão inocente pegando jacaréna pancada da maré, e ao longe ouviuma voz aflita a gritar saia logo dessaágua menino que começou a trovejar.

Na areia da praia de frente para omar a emoção me encontrou e a

inspiração me abraçou fizemos umaviajem gostosa para falar de um tempoque passou.

Sonhos! Qualquer um pode sonharmais as realizações desses sonhos,é para quem luta, e faz desses sonhosa inspiração para ir em busca dasconquistas almejadas.

Mas um ano chega ao fim, um novoano se aproxima , que esse novo anovenha repleto de paz e harmonia paratodos, e que cada um dos sonhossonhados se realizem.

Desejamos a todos um Feliz Natale um Ano maravilhoso em 2013.

*É Morador

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- 23 -Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

InteressanteABRAÇO DO AFOGADOABRAÇO DO AFOGADOABRAÇO DO AFOGADOABRAÇO DO AFOGADOABRAÇO DO AFOGADO

Alexandre Guilherme de Oliveira e Silvapresidente do CODIG

Os limites estão ultrapassados: o secretário estadual do Ambiente acaba deoficializar o uso do big stick. Usando seu poder imperial contra as relaçõestensas, mas até então civilizadas com a sociedade civil no âmbito do ConselhoConsultivo da APA Tamoios, em Angra dos Reis, dá mostra de não querer conversa.E manda pegar pesado. Resultado: os conselheiros são colocados dentro de umcordão de silêncio e a servidora federal do ICMBio Sylvia Chada é punida.

Esse é o Estado que pretende tratar o brasileiro como súdito e não comocidadão. O de não querer dar repercussão à nossa voz. Deveria a autoridade, emnome do bom senso e respeito no trato com o cidadão, não despencar no abismoda paranoia. E mais, ao fulanizar o conflito, ainda resolve desmoralizar omensageiro, por não gostar da mensagem.

Quais os limites da truculênciada retórica contra o “importante grupo deconselheiros”? Crê o estado que resolveram contribuir com a democracia utilizandoas ferramentas da participação e do controle social apenas por diletantismo?Como figuras públicas tão preparadas para a leitura dos conflitos sociais se juntamem coro a um discurso tão irado e cruel?

Vivemos ultimamente, em nosso país a “era do faz-de-conta”, do espetáculo,onde as palavras, as mensagens, os conceitos emitidos por aqueles que detêm opoder, revestem-se de tanta falsidade, que chega ao inimaginável!

Sem precisar citar as dezenas de exemplos de “feitos extraordinários” dogovernante ou do seu “conjunto da obra” que colocam nosso país como o paraísoda legalidade, da natureza bem conservada, da educação, do sistema de saúdepública, da distribuição de renda e da liberdade de opinião, vamos ficar em nossomundo particular, reportando-nos apenas à “última” da área ambiental estadual.

Na tentativa de desacreditar o responsável trabalho de representantes legítimose legais da cidadania no Conselho Consultivo da Área de Proteção Ambiental deTamoios, a autoridade comete o célebre erro de querer levar junto para o fundo osque se aproximam para ajudar, com lealdade e desinteresse pessoal, mas comdignidade e espírito crítico. É o abraço do afogado.

Por razões inexplicáveis, o órgão ambiental fluminense negligencia e banalizaobrigações inerentes ao seu papel constitucional e trabalha para que a históriaseja contada pela casa-grande. Componente fundamental, o ProcessoAdministrativo nº E-07/301.586/08, com o registro documental dos trabalhos, hámuito deveria estar aberto ao público. Está na lei. A vaidade que permeia nossosexecutivos públicos, porém, não permite que reconheçam o enorme favor queesse grupo que tanto detratam vem prestando ao Estado. Até as pedras da PraçaXV sabem que, na esfera jurídica os processos são a mais eficaz e eficienteferramenta do operador do Direito que, sem ela, se tornará um zero à esquerda.Um advogado que se preza cuida dos processos, de sua elaboração e manuseiocom todo o carinho. Essa é uma das razões pelas quais todos deveriam estar deabsoluto acordo, sem nenhum desgaste. Esse tema deveria ser parte dacapacitação continuada do funcionário público.

Viver em uma região justa e que pugna para se inserir no mundo dasustentabilidade, é uma aspiração para os cidadãos. Entretanto, as iniciativas dogoverno do estado para a implantação de um modelo de ocupação territorial naregião tendem a aprofundar as desigualdades e exclusões sociais e que irão criarilhas de fartura em uma baía de pobreza. Nesse contexto, o “pequeno grupo depessoas”, como depreciativamente tem sido chamado, se dispôs a lutar paramudar a lógica segundo a qual os interesses do mercado estão acima do bem-estar da população. Não se trata de ser contra o falacioso turismo de qualidadeou de achar que o turismo não impacta o ambiente. Nada disso, senhores feudais!A discussão transcende essa baboseira e situa-se no campo da justiça social eigualdade de direitos. O que está claro nas propostas e manifestações deempresários é o domínio territorial, o lucro e o acúmulo de poder e riqueza, avantagem econômica. Beira o deboche a afirmação de que “Nosso apoio não visa

nenhuma área em especial, mas dirige-se apenas àquelas já degradadas ou que,de alguma forma, já faziam uso dessa atividade”.Onde estão as tais áreasdegradadas na Ilha Grande e, se existem, quem as degradou? Por que a ênfasena Ilha Grande? É ela o objeto de vosso desejo?

O conteúdo da edição extraordinário do Jornal O Eco nº 160 nada mais é doque o registro histórico oficial do trabalho que tanto nos ocupa. Por que a raiva,se o que foi lá colocado são registros, simples registros? Onde diabos estáescondida a tão reclamada verdade dos fatos? O jornal se limita a, apenas e tãosomente, identificar falhas nas políticas públicas ambientais do Rio de Janeiro.

A convivência com o órgão ambiental fluminense tem sido um duro aprendizado,evidenciado pela enorme incapacidade de gestão do estado. A começar pelostrabalhos, que obedecem a um não planejamento, o que tudo permite, inclusivedescumprir tratos e contratos. Tergiversar tornou-se a prática usual. A falta decultura de planejamento para o cidadão, que leva a uma carência de olhar seletivona identificação de prioridades, compromete a eficiência e a eficácia do trabalhopúblico. Incrível, fantástico e extraordinário: a moagem de água já passa doscinco anos; estamos literalmente engessados.

Exemplos são muitos:

• O inusitado apoio ao secretário Minc por parte majoritária (titulares de órgãospúblicos) de gente que, ou não faz parte do Conselho ou nunca dele participou.Uma lamentável demonstração de desrespeito à participação legítima, mais umapueril demonstração de poder que lembra as decisões tomadas por cartolas notapetão. A famosa chave de galão;

• O governo do estado descumpre o seu papel institucional de mediar conflitosentre os atores sociais e prefere se posicionar ao lado dos interesses dospoderosos, assegurando assimétricas relações com a sociedade;

• A pressão sobre a Transpetro para que esta apoiasse à proposta dezoneamento do secretário Minc;

• A inexplicável punição à Sylvia Chada – e aos seus apontamentos funcionais,à sua carreira - em clara demonstração de autoritarismo e desprezo pelo debate;

• A notícia sobre as obras de pavimentação da Vila Abraão com recursos doBanco Mundial, passada extraoficialmente pelo lobby amigo e não pelos titularesdos órgãos públicos;

• A referência debochada aos projetos de saneamento da Ilha Grande quederam “chabu” e consumiram R$ 6 milhões (ver dia do embuste);

• O término do prazo contratual com a consultora encarregada para elaborar oPlano de Sustentabilidade da Ilha Grande sem nenhuma evidência de que osprodutos contratados tivessem ficado prontos;

• O Plano de Manejo do PEIG dormita o sono dos justos;• O cruel e bem-sucedido esvaziamento dos Conselhos do PEIG e da APA

Tamoios, limitados atualmente a receber informes resumidos;• A inexistência de providências para dotar a APA Tamoios de instrumentos

gerenciais efetivos: pessoal e recursos materiais;• A desinformação sobre a contratação de consultoria (as eternas

consultorias....) para a modelagem dos parques estaduais com vistas à adoçãodo modelo de Parcerias Público-Privadas, cuja discussão é mantida ao largo doConselho Consultivo do PEIG;

• A alegada falta de experiência em negócios não pode justificar a dificuldadeem definir marcos legais, processos regulatórios e a entrega da operação deespaços públicos a terceiros. Esse é um velho filme;

• A própria publicação do decreto com o novo zoneamento da APA Tamoios,objeto de antiga demanda, que ainda não aconteceu.

Como o silêncio reina e nada continua a ser feito, muito menos sobre o registroformal dos fatos relacionados com a APA Tamoios, “o pequeno grupo de pessoas”continua trabalhando. Afinal, o assunto não se esgota em apenas uma edição dojornal O Eco. Essa é a regra pétrea: o que se publica na presente edição é acontinuação dos acontecimentos. A transparência continua a ser perseguida.Por nós.

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- 24 - Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

InteressanteRoteiro do apoio à proposta do governador Sérgio Cabral para a criação de

Zonas de Interesse de Equipamentos Turísticos (ZIET)

1. Dos titulares dos órgãos públicos e demais parceiros

Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2012Ao Secretário do Ambiente do Estado do Rio de JaneiroExmo. Sr. Carlos MincAs entidades abaixo relacionadas, integrantes do Conselho Consultivo da APA

Tamoios, manifestam seu apoio à iniciativa do INEA que estabelece, no seu Plano deManejo, a implantação de ZIETS (Zonas de Interesse de Equipamentos Turísticos).

Acreditamos que é preciso estimular o desenvolvimento econômico da Baía da IlhaGrande através da atividade turística, essencial para a construção de um futuro prósperoe ambientalmente saudável para a região. O turismo é a atividade econômica quemenos impacta o meio ambiente e, no caso da Ilha Grande, ele é fundamental para oParque Estadual e para a Vila do Abraão, pois diversifica as opções à disposição dosvisitantes, reduzindo a sobrecarga em uma única localidade nos feriados prolongados,como hoje ocorre.

O Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande considerou comodirecionamento estratégico o “Turismo Qualificado e Sustentável”. Reconhecemos noturismo a única atividade econômica que pode suportar o desenvolvimento sustentávelda Ilha Grande, ao mesmo tempo em que gera emprego e renda para as comunidadessem outras opções de empregabilidade. Entendemos que os municípios que formama Baía da Ilha Grande - Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty - não podem abrir mãodesta atividade que é sua vocação e, por fim, entendemos que não será engessandoas comunidades locais que estaremos construindo uma economia inclusiva.

Nosso apoio não visa nenhuma área em especial, mas dirige-se apenas àquelas jádegradadas ou que, de alguma forma, já faziam uso dessa atividade.

Assinam este manifesto as seguintes entidades:

1 - Consig – Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Baía da Ilha Grande.2 - DRM – Depto. de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro.3 - Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio

de Janeiro.4 - IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis.5 - IBIO – Instituto da Biodiversidade.6 - ICMBio – Instituto Chico Mendes de Biodiversidade.7 - ISABI– Instituto Sócioambiental da Baía da Ilha Grande.8 - Secretaria de Meio Ambiente de Angra dos Reis.9 - Secretaria de Obras e Habitação de Angra dos Reis.10 - TurisAngra.11 - Turisrio12 - UERJ.

2. Dos Parceiros da Terra

Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2012.Ao Secretário do Ambiente do Estado do Rio de JaneiroExmo. Sr. Carlos Minc.

A entidade abaixo relacionada, integrante do Conselho Consultivo da APA Tamoios,manifesta seu apoio à iniciativa do INEA que estabelece, no seu Plano de Manejo, aimplantação de ZIETS (Zonas de Interesse de Equipamentos Turísticos).

Acreditamos que é preciso estimular o desenvolvimento econômico da Baía da IlhaGrande através da atividade turística, essencial para a construção de um futuro prósperoe ambientalmente saudável para a região. O turismo é a atividade econômica quemenos impacta o meio ambiente e, no caso da Ilha Grande, ele é fundamental para aVila do Abraão, pois diversifica as opções à disposição dos visitantes, reduzindo asobrecarga em uma única localidade nos feriados prolongados, como hoje ocorre.

O Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande considerou comodirecionamento estratégico o “Turismo Qualificado e Sustentável”. Reconhecemos noturismo a única atividade econômica que pode suportar o desenvolvimento sustentável

da Ilha Grande, ao mesmo tempo em que gera emprego e renda para as comunidadessem outras opções de empregabilidade. Entendemos que os municípios que formama Baía da Ilha Grande - Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty - não podem abrir mãodesta atividade que é sua vocação e, por fim, entendemos que não será engessandoas comunidades locais que estaremos construindo uma economia inclusiva.

Parceiros da Terra - Instituto de Políticas Econômicas e Socio-Ambientais.Observações:a. O DRM, a EMATER e a TURISRIO, cujos titulares se manifestaram, nunca se

fizeram representar nas reuniões do conselho;b. O IBio (Instituto da Biodiversidade) e a Secretaria de Obras e Habitação da

prefeitura de Angra não fazem parte do conselho;c. A UERJ participou dos trabalhos do conselho até a internação dos conselheiros

no CEADS/Dois Rios em janeiro de 2010, quando foi concluído o zoneamento da APATamoios na Ilha Grande, tendo se manifestado formalmente contra o decreto nº 41.921,de junho de 2009 (ver O Eco nº 160);

d. O ISABI foi um dos autores da representação (além da SAPÊ e do CODIG)contra o decreto nº 41.921 junto ao Ministério Público Federal e faz parte do processode inconstitucionalidade (ADIN 4370) que transita no STF na qualidade de amicuscuriae.

Cronologia das mensagens (como acontecido)1.De: Nathalia Nascimento - Enviada em 12 de setembro de 2012

Prezados,Em anexo, para seu conhecimento, estamos encaminhando manifesto de apoio

ao INEA enviado ao Secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Sr. Carlos Minc. Abraço,Valdir SiqueiraCONSIG 2.De: Valdir Siqueira - Enviada em 22 de agosto de 2012 13:15) Exmo. Sr. Carlos Minc.Para vosso conhecimento estamos enviando em anexo manifesto de apoio ao

INEA assinado por algumas entidades integrantes do Conselho da APA Tamoios eoutra, de teor distinto, assinado pela entidade Parceiros da Terra.

Abraço,Valdir SiqueiraCONSIG 3. De: Sylvia Chada ( - Enviada em: quarta-feira, 12 de setembro de 2012 13:58) Prezada Nathalia,Como eu é que vinha acompanhando as reuniões do Conselho Consultivo da APA

Tamoios, na qualidade de conselheira do ICMBio/ESEC Tamoios, fui surpreendidacom a assinatura do ICMBio no documento em anexo. Você pode me explicar como oICMBio entrou nessa lista????

Obrigada e abraço a todos os conselheiros. Sylvia ChadaServidora PúblicaICMBio/MMA

4. De:Nathalia Nascimento - Enviada em 12 de setembro de 2012

Boa Tarde Sylvia,

O Valdir me informou que o ICMBio entrou nessa lista através do Pedro da Cunhae Menezes.

Nathalia NascimentoCONSIG

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- 25 -Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Interessante5. De: Rafael Ribeiro - Enviada em 12 de setembro de 2012

Prezad@sRecebi pela Sylvia as declarações de apoio as ZIRTH (ou seja lá o que for).Para não complicar ainda mais nosso combalido Conselho e em respeito a

quem dedicou tanto tempo a malfadada revisão do Plano de Manejo solicito queseja postada a cópia escaneada das assinaturas nas cartas de apoio.

Justifico a solicitação pois diversas instituições públicas aparecem comosignatárias, muitas das quais nunca tiveram qualquer participação no Conselhoou no debate da revisão e todas se associam a duas instituições (CONSIG,Parceiros da Terra) ligadas aos concessionários das terras públicas da Ilha Grande. Complementando estive com o pessoal da EMATER de Angra que tambémdesconhece o documento. Daí a postagem dos documentos permitirá quetenhamos uma visão de como as instituições públicas estão se posicionando equem de fato responde por elas.

No mais solicito encarecidamente a retomada da discussão do fechamentoda revisão do Plano, desmarcado em função da urgência. Obviamente esteargumento caducou por decurso de prazo.

AtenciosamenteRafael RibeiroConselheiro da SAPE

6. De: Sylvia Chada - Enviada em 13 de setembro de 2012

Bom dia, Nathalia,E desde quando o Pedro Menezes é conselheiro da APA Tamoios???Ele pode se manifestar como diretor do ICMBio. Mas não como conselheiro. É um descaso total com a participação legítima. Que vergonha!!!

Sylvia ChadaServidora PúblicaICMBio/MMA

7.De: Alexandre G de Oliveira e Silva - Enviada em 16 de setembro de 2012

Prezado chefe da APA Tamoios, Ricardo Toledo,Pelo visto, o grupo oficial (googlegroups) de discussão da APA Tamoios

caminha para o cemitério, o que confirma nossas suspeitas sobre a intenção dese esvaziar o controle social sobre as (poucas & boas) ações do poder público,para o qual somente os amigos batem palmas. Tomei conhecimento do assuntovia grupo Mosaico Bocaina e soube que inúmeros conselheiros ainda estão semsaber o que acontece, o que os impede de se manifestarem. Afinal, a quem podeinteressar a desinformação?

Apoio a solicitação do conselheiro representante da Sapê para que possamosconhecer os signatários da referida carta de apoio. Por uma questão de justiça,entendo que somente de posse dessa informação os demais conselheiros poderãose manifestar.

Apoio e me solidarizo com a conselheira representante da ESEC Tamoios nasua justa e legítima indignação. Como ela, considero o feito uma vergonha.

Tenho certeza de que você prestará um grande serviço em esclarecer o assuntoo quanto antes, para evitar maiores danos ao nosso evanescente conselho.

Gostaria de ser esclarecido sobre as entidades IBIO - Instituto da Biodiversidadee Secretaria de Obras e Habitação de Angra dos Reis mencionadas na carta.Não consegui identificá-las na portaria IEF/RJ/PR nº 266, de 09 de dezembro de2008 que estabelece a composição do Conselho da APA Tamoios.

Em respeito aos demais destinatários, dou a eles ciência da presente emcópia oculta, solicitando aos mesmos que - se for o caso - inscrevam-se nogrupo de debates da APA Tamoios.

Atenciosamente,Alexandre Guilherme de Oliveira e Silva

8.De: Valdir Siqueira – Enviado em 18 de setembro de 2012

Prezados Conselheiros.A seguir o nome dos responsáveis pela assinatura do Manifesto encaminhado

ao Secretário de Ambiente, Exmo Sr. Carlos Minc.Em caso de dúvida favor entrar em contato com os signatários. 1 - Consig – Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Baía da Ilha

Grande.Carlos Borges/Valdir Siqueira2 - DRM – Depto. de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro.Flávio Erthal3 - Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado

do Rio de Janeiro.Justino Antônio da Silva4 - IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis.José Augusto Morelli5 - IBIO – Instituto da Biodiversidade.Eduardo Figueiredo6 - ICMBio – Instituto Chico Mendes de Biodiversidade.Pedro de Castro da Cunha e Menezes7 - ISABI– Instituto Sócioambiental da Baía da Ilha Grande.Ivan Marcelo Neves8- Parceiros da TerraCristiano da R.M. Pontes9 - Secretaria de Meio Ambiente de Angra dos Reis.Mario Reis10 - Secretaria de Obras e Habitação de Angra dos Reis.Wingle Neves Martins11 - TurisAngra.Carlos Henrique Carloni12– TurisrioRonald Ázaro13 - UERJ.Marcos Bastos Abraço,Valdir SiqueiraCONSIG

9. De Rafael Ribeiro - Enviada em 19 de setembro de 2012

Prezado Valdir Siqueira e demaisGrato pelo envio das informações solicitadas.Deixa claro que excluindo 03 signatários (Valdir, Ivan(ISABI) e Mário(SMA)

nenhum dos demais signatários participou dos debates e trabalhos queresultaram no atual imbróglio que o INEA nos envolveu.

Mas diante desse apoio significativo de membros governamentais na propostado Estado para a APA Tamoios consignadas pelo CONSIG/Parceiros da Terracreio que a Secretaria do Ambiente/INEA pode concluir - sem medo de nãoaprovar suas propostas - o programa de revisão da APA conforme anteriormenteacordado em reunião do Conselho que conduziu e contribuiu para suaelaboração.

Nenhum resultado poderá ser pior do que o vazio e a indefinição ou aarbitrariedade.

No aguardo de uma agenda de finalização, despeço cordialmente. Atenciosamente Rafael RibeiroSAPE

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- 26 - Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Interessante

RJ: Milionários destroem mata nativa commansões| Carta Capital 06/11/12 10:29

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/rj-milionarios-destroem-mata-nativa-com-mansoes/#.UJfC1Iup6Lx.twitter

Ilhas no litoral do Rio de Janeiro são alvos dedesmatamento para construção de mansões.

Eles são multimilionários e querem exclusividadenas praias de conhecidos paraísos tropicais no litoraldo estado do Rio Janeiro. Para isso, violam leis

ambientais e constroem mansões em áreasecologicamente sensíveis de mata atlântica,protegidas por lei. O perfil dos megaempreendimentos destes brasileiros é o tema de umareportagem da revista americana Bloomberg.

A reportagem cita a propriedade de AntonioClaudio Resende, fundador deu ma grande empresade aluguel de automóveis, que desde 2006 derrubavegetação nativa na Ilha da Cavala, em Angra dosReis, para abrir espaço a uma mansão de 1,7milmetros quadrados. A casa está parcialmente abaixodo nível das árvores para se disfarçar em meio à mata,

podendo ser identificada apenas de avião, segundo oInstituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro. Oempresário luta na Justiça há quatro anos para nãoderrubar a construção. Resende é acusado de usardocumentos falsos a fim de conseguir permissão paralevantar o imóvel e, por isso, foi indiciado por fraude ecrime ambiental em 2007. O empresário pagou, deacordo com a revista, 4,8 milhões de reais em 2005a uma empresa de engenharia em Angra dos Reis(RJ) que tinha o direito de ocupar a área. Mas o casode Resende, como exemplifica a publicação, não éuma exceção entre milionários brasileiros“apaixonados” pelas belezas naturais fluminenses.

O diretor de cinema Bruno Barreto destruiu, apontaa revista, uma área preservada na Ilha do Pico emParaty para construir uma casa de 450 metrosquadrados. Em 2008, ele se comprometeu em juízoa demolir a mansão e restaurar a área em dois anos,mas até o momento nada mudou e o cineasta recorredas queixas do governo na Justiça.

Outro caso recordado de violação de leisambientais no estado é o da família que controla aconstrutora Camargo e Correa, que recebeuautorização para construir uma casa pequena eergueu um complexo de mansões em frente à praia.

Os herdeiros de Roberto Marinho, fundador dasOrganizações Globo, também construíram em 2008uma casa de 1,3 mil metros quadrados, com piscinae heliponto que desmatou uma área de mata protegidana praia de Santa Rita em Paraty. A praia pública e aárea da residência são protegidas por dois guardasarmados com pisto lasa espantar quem tenta sebanhar no local, afirma a Bloomberg.

Em 2010, um juiz ordenou que a casa fossederrubada e a área recuperada, mas os proprietáriosrecorrem da decisão.

A revista ainda cita a gravação do filme AmanhecerParte 1, da Saga Crepúsculo, que utilizou comolocação a casa do empresário do ramo de distribuiçãode alimentos Icaro Fernandes. O milionário comprouem 2003 uma propriedade de 400 mil metrosquadrados na Praia da Costa em Mamanguá, commontanhas cobertas por floresta nativa que são ohabitat de macacos e animais que se alimentam deformigas, como tamanduás. Fernandes foi processadopor procuradores federais em 2004 por não ter licençapara construção da casa de 15 quartos. A Justiçapediu que interrompesse a obra naquele mesmo ano,mas o empresário ignorou a ordem e agora devederrubá-la. Ele recorre da decisão. Segundo aBloomberg, o empresário não quis comentar, masseu advogado admitiu que a casa foi erguida semlicença e o empresário tenta negociar com a Justiçaa manutenção da propriedade em troca da recuperar95% da propriedade.

*Colaborou Ricardo Carvalho.

AS CONCESSÕES SISTÊMICASAS CONCESSÕES SISTÊMICASAS CONCESSÕES SISTÊMICASAS CONCESSÕES SISTÊMICASAS CONCESSÕES SISTÊMICAS. TUDO A VER. TUDO A VER. TUDO A VER. TUDO A VER. TUDO A VER.....

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- 27 -Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

InteressanteNotícias: Insensatez

ou chantagem?O que há por trás do

licenciamento ambientaldas obras da Estação deTratamento de Água deFormação da Transpetroem Angra dos Reis?

Data: 15/10/2012Fonte:Aepet Angrahttp://www.aepet.org.br/s i te/no t i c ias /pag ina /9258/Insensatez-ou-chantagemAv. Nilo Peçanha, 50 -Grupo 2409 - Centro - Riode Janeiro-RJ CEP: 20020-100Telefone: 21 2277-3750- Fax 21 2533-2134

Contra todo o bomsenso e lógica, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) do governo do Estadodo Rio de Janeiro condiciona a liberação de obra da Transpetro em Angrados Reis a um ato administrativo de sua própria atribuição. E com issocompromete o cronograma de um importante investimento que irá assegurarsegurança ambiental às operações do terminal de óleocru de Angra dosReis, o conhecido TEBIG. A pérola está lá, no item 28 das Condições deValidade Específicas da Licença de Instalação LI nº IN020801 assinada em19 de setembro de 2012pela presidenta do INEA Marilene Ramos:”28 - Iniciaras obras do trecho inserido na área, atualmente classificada comoZCVS[1], somente após a publicação do decreto de recategorização(sic) do Plano de Manejo da APA Tamoios.”

Tudo estaria de acordo se não fosse por um pequeno mas inusitadodetalhe. Vejam como o INEA libera com uma das mãos a tão esperada LI,sobre a qual estava sentada, e com a outra condiciona o início das obras àpublicação de um decreto cuja obrigação de fazê-lo é do próprio governo doestado. Noves fora, a obra não está liberada.

Mais inusitado ainda, e cujo detalhe não é tão pequeno é que, mesmosabendo da importância da obra para o Brasil – e para o ambiente - e játendo liberado as licenças para as fases anteriores do projeto e recebidomanifestação favoráveldo Conselho Gestor da APA Tamoios, o governo doestado poderia simplesmente fazer uso de suas prerrogativas e decretar aalteração do zoneamento apenas dessa área. Mas não o fez, a não serquando publicou o Decreto nº 41.921em junho de 2009 para liberar áreaspara empreendimentos imobiliários. Trocando em miúdos, libera para omercado, mas não o faz para o interesse geral.

O que também não faz nenhum sentido é que, segundo informaçõesrecebidas, o INEA tem retardado a liberação de licenças ambientais para asdemais obras de modernização e atualização tecnológica da petroleira emAngra. E que tem pressionado a Transpetro, que é membro do ConselhoConsultivo da APA Tamoios para se manifestar favoravelmente ao seuzoneamento ambiental de acordo com o proposto pelo governo do estadoem janeiro deste ano [2]. Em nome da sensatez, o INEA deveria retirar oitem 28 de sua LI. Nem que seja para não parecer outra coisa.

[1] Segundo o Plano Diretor da Área de Proteção Ambiental de Tamoios,APA Tamoios , ZCVS quer dizer Zona de

Conservação da Vida Silvestre, onde não são permitidas novasconstruções.

[2]O zoneamento proposto pelo governo do estado é para liberar áreasconservadas para construção de hotéis e assim manter o espírito do Decretonº 41.921.

N o t í c i a s : Aprivatização bate àsportas da natureza

Data: 23/10/2012 Fonte:A e p e t - A n g r a h t t p : / /www.aepet .org .br /s i te /noticias/pagina/9289/A-privatizao-bate-as-portas-da-natureza

Av. Nilo Peçanha, 50 -Grupo 2409 - Centro - Riode Janeiro-RJ CEP: 20020-100Telefone: 21 2277-3750- Fax 21 2533-2134

Dando continuidade ao modelo liberal de privatizações, agora com o singelonome de concessões e que, como até a torcida do Flamengo sabe, faz mal aoBrasil, o governo do Rio de Janeiro assesta a sua mira na natureza. Com aedulcorada justificativa de criação de empregos verdes, a área ambientalfluminense se prepara para entrar na dança das concessões de áreas naturaispúblicas, especificamente os espetaculares parques estaduais, adormecidos hádécadas no papel. Com a mesma justificativa de que o estado não tem condiçõesde empreender e administrar seus parques, a Secretaria Estadual do Ambientese rende à tentação das PPP, Parcerias Público-Privadas e empresta seu nomepara a realização de negócios que irão render fortunas. Para poucos.

Nesse sentido, acaba de assinar contrato com uma consultora para desenvolvero projeto “Fortalecimento e implantação do uso público para incremento davisitação nos parques estaduais do Rio de Janeiro” que envolve 12 unidades deconservação estaduais de proteção integral, em especial os chamados parquesda Copa 2014. Está lá, no edital, como uma das obrigações contratuais daconsultora, que vai receber R$ 4,37 milhões para, dentre outras obrigações: “Criaralternativas para concessões, permissões e autorizações de serviços de apoio àvisitação nos parques estaduais do Rio de Janeiro, incluindo uma abordagemsobre oportunidades para Parcerias Público-Privadas”. Essa é a lição aperfeiçoadade modelagem (bem) aprendida do governo FHC.

Outro movimento no sentido de assegurar destino privado às áreas naturaispúblicas, o INEA vem tentando passar por cima da sociedade civil organizada ecriar o que passou a chamar Zonas de Interesse Especial Turístico (ZIET) naregião de Angra dos Reis, na Área de Proteção Ambiental de Tamoios, a APATamoios. Isso nada mais é do que entregar à iniciativa privada praias e ilhas emestado ótimo de conservação para nelas construírem hotéis e pousadas. A natada reserva do mercado territorial.

Atentas aos fatos, 14 entidades representantes da sociedade civil organizadaque atuam na região da Baía da Ilha Grande, colocaram no papel essa história.Já está circulando o Jornal O Eco Especial no 160, da Ilha Grande com umaretrospectiva completa sobre o zoneamento ambiental de uma das maisespetaculares e ameaçadas regiões do Rio de Janeiro.

Acompanhe em detalhes a longa luta da cidadania organizada para manter aIlha Grande, da Gipóia e demais ilhas e praias do litoral angrense longe dasconcessões e privatizações, estimuladas pelo governador Sérgio Cabral com oauxílio do Instituto Estadual do Ambiente.

Com o título “Ilha Grande: um paraíso ameaçado. Desleixo do poder públicoou interesses escusos?”, o jornal O Eco reproduz, ao longo de 64 páginas grandeparte da documentação produzida em quase cinco anos de intenso e extenuantetrabalho por um grupo de conselheiros da APA Tamoios para fazer valer a vontadeda sociedade em assunto de interesse coletivo.

Baixe o jornal O Eco da biblioteca eletrônica do Comitê de Defesa da IlhaGrande (CODIG) (http://ilhagrande- codig.blogspot.com/), uma das entidadessignatárias da publicação ou da página do jornal O Eco em http://www.oecoilhagrande.com.br e saiba mais sobre uma luta desigual contra quem

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tem um arsenal de armas a seu favor. E a de seus amigos e parceiros. Opinesobre o assunto em 0APA Tamoios: contra a privatização de praias e ilhas daBaía da Ilha Grande

Sempre ameaçada, a Ilha Grande e os espaços naturais daregião de Angra dos Reis precisam de seu contínuo apoio. Assinecontra a entrega de nossos espaços naturais à especulaçãoimobil iária em https://secure.avaaz.org/po/peti t ion/Preservacao_da_Ilha_Grande/?auBchdb&external

Deu na Revista Caros Amigos, de agosto de 2012:

A ECOLOGIA HUMANA É IMPORTANTECUMPRIMENTE

“Dizer bom dia é abrir a janela do bom humor.É começar o dia bem”!

CUMPRIMENTE! DIGA BOM DIA!

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InteressanteCASO SYLCASO SYLCASO SYLCASO SYLCASO SYLVIAVIAVIAVIAVIA

Prezad@sA fim de informar os envolvidos posto algumas mensagens que tratam sobre uma

nota de solidariedade a Sylvia diante de um processo por seu comportamento numareunião da ESEC. Tudo começou com uma nota de solidariedade e respostas quepodem ser lidas de baixo pra cima.

Rafael RibeiroSAPE

Prezad@sSobre a nota de solidariedade a servidora Sylvia Chada e as respostas veiculadas,

venho registrar que:1. Em que pese a minha condição de marido da servidora, testemunho seu

compromisso com o trabalho, com as causas ambientais, e sua contribuiçãoinstitucional: na moralização do ESREG-BIG, em 2002 quando ocorreu seu ingressono IBAMA e posteriormente no exercício da Chefia deste escritório; na consolidaçãoda ESEC Tamoios, inaugurando seu escritório em Mambucaba, montando a atualequipe, e criando seu Conselho Consultivo; assim como no processo de criação doMosaico Bocaina e na criação de seu Conselho Consultivo, dentre outras...

2. Considero a abertura do processo contra a servidora emblemática da atualfase das instituições ambientais do país - que sofrem com o desmonte, perda deatribuições, e instrumento político dos mandarins de plantão – e uma forma deperseguição aos servidores comprometidos com as causas ambientais e atransformação social do país;

3. A motivação para o processo é claramente frágil. Distribuir um jornal assinadopor diversas entidades, que participam de inúmeros Conselhos Consultivos da região,e - a despeito de serem poucas - atuam há quase cinco anos sobre o assunto queopinam, não torna ninguém que o distribui responsável pelas informações veiculadas;

4. Lamentavelmente nenhum dos gestores entra no mérito da discussão – aprivatização de áreas naturais como forma de protegê-las da incompetência do Estadoem geri-las – e é este o questionamento das entidades;

5. A missiva do Superintendente do INEA defendendo a institucionalidade daposição do ICMBio baseia-se numa carta assinada por um diretor do ICMBio que apóiaa iniciativa da ZIETs(em anexo). A assinatura foi capitaneada pelo CONSIG – ONGligada a interesses imobiliários – que reuniu entre os apoiadores da proposta do INEAdirigentes de cinco instituições públicas (DRM, EMATER-Rio, IBAMA, ICMBio, Turisrio).Os dirigentes e a maior parte destas instituições em nenhum momento participaramde qualquer discussão no âmbito do Conselho, nem se deram ao trabalho de oferecerqualquer subsidio para tal motivação, indicando que respondiam possivelmente a umasolicitação do Secretário do Ambiente, Sr. Carlos Minc;

6. A defesa do superintendente do INEA e do gestor da APA Cairuçu doposicionamento do ICMBio não questiona a divergência entre o posição do diretor e oparecer técnico da Conselheira da APA Tamoios fundamentado e ilustrado. Qual avalidade do parecer da servidora na visão dos gestores? Houve algum questionamentoinstitucional da postura do diretor de nem mesmo consultar a servidora formalmentenomeada para tal, ou a postura dos gestores é apenas uma atitude vassala em defesade seus cargos?

7. A atitude do INEA de paralisar no final o processo de discussão do ConselhoConsultivo por incapacidade de gerir um conflito de pontos de vista e, posteriormente,tentar desqualificar estas pessoas e instituições – que durante anos dedicaram trabalhovoluntário para viabilizar este mesmo processo – é inaceitável;

8. Lembro que nestes muitos anos de militância estas poucas instituiçõesatuaram e continuam atuando em defesa da APA Tamoios, muitas vezes contra opróprio Estado, que insiste em licenciar e regularizar dezenas de empreendimentosem áreas protegidas pelo zoneamento da APA, costões, restingas e manguezais;

9. A real defesa da insitucionalidade da APA Tamoios se dará com a contrataçãode funcionários efetivos e a APA não tem nenhum; com dotação de infraestrutura,como escritório, veículos e lanchas; com a autonomia de gestores de gerir processos,e assim não necessitar ficar pedindo autorização a cada momento ao INEA Central;

10. Finalmente, mais do que missivas, manifestos e punições precisamos reuniresforços em torno de nossas convergências, pois a Baia da Ilha Grande sofre pressõescada vez maiores da indústria pesada, do turismo de massa e do avanço da indústriado petróleo, além da especulação imobiliária aqui em foco, e se gestores e militantesda causa ambiental não se entenderem todos perderão.

Rafael RibeiroConselheiro da SAPE – Sociedade Angrense de Proteção

Ecológica, fundada em 1983.

Alexandre e demais,Impressiona-me a recorrência de sua manifestação ouvindo somente um lado da

história e deformando as informações em funções de interesses. Nos encontramospessoalmente a alguns dias atrás, oportunidade na qual teve para se inteirar do outrolado da história, mas parece que preferiu não fazê-lo. Impressionante também a suadescrição dos fatos sem ao menos estar presente na citada reunião.

Primeiramente, reitero minhas palavras onde considerei a matéria do jornal O Ecodesrespeitosa, começando pelo título, irresponsável e tendenciosa. A matéria apresentoudocumentos e artigos que só manifestavam a visão de um pequeno grupo deConselheiros da APA Tamoios. Um jornal sério deve apresentar informações de talmodo que permita ao leitor fazer seu juízo de valor, o que não aconteceu, colocandoem dúvida a credibilidade do próprio jornal. Aliás, em nome da transparência, seriainteressante saber quem financiou esta edição.

Com relação à analista Sylvia Chada, a quem respeito, admiro e tenho um carinhomuito grande, lamentei sim, no momento da reunião, de que ela, servidora do ICMBio,em plena reunião do Conselho da ESEC Tamoios, tenha panfletado o referido jornal,porém, lhe garantindo também o direito da fala.

Embora correndo o risco de perder uma relação de amizade de muitos anos, resolviencaminhar o ofício na certeza de que estava cumprindo o meu papel institucionalcomo representante do INEA na região. Guardadas as devidas proporções, o nãomanifestar seria como deixar de autuar um infrator por ele ser um amigo.

No entanto, a frase que você reproduziu em seu pequeno trecho, onde fala que eusolicitei que adotasse “medidas pertinentes”, no ofício se encontra desta forma “solicitode V.Sª a adoção de medidas pertinentes objetivando que casos semelhantes nãovoltem a ocorrer em prol do bom relacionamento institucional atualmente em vigor”.Não pedi que a servidora fosse advertida ou que sofresse qualquer tipo de represália,até porque não desejo que isto aconteça. Acredite, se o caso está sendo julgado porinstâncias superiores, não é por conta desde mero ofício, mas não me cabe entrarneste mérito.

Todavia, gostaria de chamar a atenção ao fato de que, pelo que parece, somente asociedade civil tem direitos. Ao Estado, somente deveres. Utilizei-me do meu direitoe dever institucional de me manifestar com relação a um ato que considerodesrespeitoso, mesmo me custando a perda de uma grande amizade. Porém, comuma grande diferença, manifestei-me verbalmente na frente da pessoa e, posteriormente,coloquei no papel.

Julio Avelar

Caríssimos,Com todo respeito e com toda trajetória e história que temos não devemos misturar

alhos com bugalhos!Não me lembro de ter me manifestado até o momento Eduardo.Mas ainda vou fazê-lo.Cada qual sabe o que faz, como e para quem o faz!abraços cordiais,

Monica

Prezados desta lista,para quem não me conhece eu sou conselheiro da ESEC Tamoios e gestor de uma

unidade de conservação vizinha que é a APA Cairuçu, ou seja, sou colega da SylviaChada, além disso eu estava no dia dessa reunião do conselho da ESEC Tamoios .Como vcs eu também admiro o trabalho dela mas entendo que a Sylvia se colocou deforma equivocada naquela ocoasião. Eu tenho certeza que o Julio Avelar não é contra

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- 30 - Jornal da Ilha Grande - Novembro de 2012 - nº 163

Interessanteo debate sobre a APA Tamoios e nem contra quem escreveu o jornal O Eco nº 160 sóque a fala da Sylvia como funcionária da ICMBio não era o posicionamento da ESECTamoios muito menos do ICMBio. Ela não tinha comunicado seu chefe imediato quedistribuiria tal jornal e falaria sobre o assunto que não estava em pauta na reunião.

O que estamos tratando não é de fugir do debate ou autoritarismo e sim deixarque uma opinião pessoal passe por cima de um posicionamento institucional.Infelizmente ou felizmente quando representamos órgãos públicos a nossa opiniãopessoal muitas vezes não é a posição da instituição. Acho que dessa forma a gentenão avança em nenhum debate dessa agenda ambiental tão complexa que tratamosaqui na Costa Verde. Alexandre, Sylvia e Monica acho que não devemos confundir ascoisas nem levar para as pessoas essa confusão. Até mais,

Eduardo Godoy Aires de SouzaChefe da APA Cairuçu - ICMBio

Aos conselheiros da APA Tamoios, copiando para os do PEIG e do MosaicoBocaina.

O Comitê de Defesa da Ilha Grande (CODIG) vem tornar público aos demaisconselheiros da APA Tamoios fatos ocorridos no âmbito do Conselho da EstaçãoEcológica de Tamoios, bem como manifestar sua solidariedade à analista ambientaldo ICMBio Sylvia Chada, conselheira suplente no Conselho Consultivo da Área deProteção Ambiental de Tamoios.

Na última reunião do Conselho Consultivo da Estação Ecológica de Tamoios,realizada em 9 de outubro de 2012, a analista ambiental Sylvia Chada distribuiu aosconselheiros da unidade de conservação onde trabalha o jornal O Eco nº 160. Comotodos desta lista já sabem, o jornal trouxe uma retrospectiva do trabalho do conselhoe seus embates com o órgão gestor, na tentativa de aprovação do plano de manejoda APA, identificando os conflitos de interesse e a visão das entidades que assinamo jornal. Além disso, o jornal disponibilizou vários documentos públicos que já haviam

circulado no conselho ? inclusive o parecer da analista ambiental sobre a proposta dezoneamento apresentada pelo estado. Além de distribuir o jornal, a conselheira elogioue destacou o valor histórico da publicação, a contribuição para o processo em curso,situando os conselheiros da ESEC Tamoios sobre o imbróglio atual em que virou oprocesso de elaboração do plano de manejo da APA. Presente nesta mesma reunião, oSuperintendente do INEA, Sr. Júlio Avelar, protestou contra a distribuição do jornal,chamando a publicação de tendenciosa, desmerecendo o valor das informações alipresentes e mesmo desqualificando os conselheiros que organizaram o dossiê. Alémde solicitar a inclusão na ata de suas manifestações, o Sr. Superintendente do INEAencaminhou ofício à chefia imediata da servidora, reiterando o que já havia dito na reunião,considerando desrespeitosa a atitude da analista e solicitando de sua chefia ?medidaspertinentes?. A questão está no momento sendo analisada em esferas superiores doICMBio. Punição para a servidora?

Destacamos que estamos falando de uma das melhores e mais bem preparadasprofissionais que participa ? e muito colabora ? para a elevação do nível técnico doambiente dos conselhos da região. Profissional com histórico de atuação nos movimentossocioambientais da região, que vem sendo penalizada justamente por seu compromissoe por sua história de vida.

Estranhamos e lamentamos a forma como se deu o suposto apoio do ICMBio àproposta do INEA, por parte de um diretor que, longe do debate, age de forma autoritáriae desrespeitosa ao usar seu cargo para ?apoiar ainiciativa do INEA que estabelece, noseu Plano de Manejo, a implantação de ZIETS (Zonas de Interesse de EquipamentosTurísticos)?.

Dirigimos um respeitoso apelo à autoridade ambiental estadual representada pelosecretário estadual do Ambiente Carlos Minc para que atenda às legítimas demandasda sociedade organizada e que promova a retomada do necessário diálogo.

Os avanços coletivos obtidos com enorme sacrifício de todos os cidadãos envolvidos,mesmo que abaixo do desejado, não nos permite ultrapassar os limites da razoabilidadee assim agir para o retorno ao passado obscuro e às trevas. Não estamos mais em umaditadura. Não merecemos conspurcar nosso passado de luta contra o autoritarismo.

O CODIG reitera que o conteúdo do jornal O Eco pretende apenas colaborar com ahistória, via inserção de registros factuais, no Processo Administrativo nº E-07/301.586/08, ao qual esperamos sejam incorporados. De fato e de direito.

Atenciosamente,

Alexandre Guilherme de Oliveira e Silva

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