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Mestrado em Análise de Dados e Sistemas de Apoio à Decisão Sistemas de Informação para a Gestão
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O eGovernment
O eGovernment é um tema relativamente novo e, como tal, ainda pouco
abordado. Recentemente o eGovernment tem vindo a assumir uma
crescente importância, quer pelo potencial que lhe é reconhecido, quer
pela pressão dos cidadãos e empresas.
Diversos autores consideram que um dos fortes impulsionadores da
mudança na Administração Pública foi, ainda que não propositadamente e
de forma indirecta, o sector privado.
Esta observação prende-se com o facto de que os cidadãos e as
empresas usufruem duma elevada qualidade de serviço prestada pelo
sector privado, pelo que esperam obter semelhante qualidade e eficiência
nos serviços prestados pela Administração Pública.
As novas expectativas/exigências dos potenciais “utentes” dos serviços
prestados pela Administração Pública conduzem à necessidade de uma
forte reorganização de toda a estrutura anteriormente montada – o que
representa um enorme desafio.
Este “desafio” tem vindo a merecer crescente atenção, quer por parte dos
políticos quer por parte dos outros agentes envolvidos, tendo-se
materializado em bastante legislação, diversos estudos e em alguns
projectos-piloto. Exemplos disso são a Iniciativa eEUROPE, o Programa
Portugal Digital e, talvez o mais importante de tudo, o Conselho de Lisboa
2000.
No entanto, apesar de já terem sido dados os primeiros passos, trata-se
ainda de um tema muito pouco explorado, assente em conceitos bastante
indefinidos e susceptíveis de grandes desenvolvimentos. Por isso torna-se
bastante pertinente procurar uma definição do próprio conceito de
eGovernment, conceito que deverá ter em conta a fase embrionária em
que se encontra a matéria em estudo.
Desta forma sugerimos um conceito que é, simultaneamente, por um lado
suficientemente simples, amplo e consensual de forma a abarcar
diferentes perspectivas desta problemática e por outro suficientemente
preciso e definido para permitir uma conceptualização e discussão do
tema.
O CRM no âmbito do eGovernmentPorto, 27 de Novembro de 2002 Trabalho realizado por: António Loureiro e Luís Trigo
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A definição que, em nosso entender, melhor se adequa ao presente
contexto é: O eGovernment é a “reinvenção” de todos os processos da
Administração Pública, quer no referente ao relacionamento interno (entre
as diversas Instituições Públicas), quer no referente ao relacionamento
externo (entre Administração Pública e “utentes”).
Desta forma, o eGovernment pode ser visto com um Paradigma
Organizacional, Cultural e Tecnológico que envolve o “reposicionamento”
(ou reorientação) de toda uma “estrutura” (toda a “máquina” do Estado)
segundo uma nova “filosofia”. Pretende-se a passagem de um modelo
quase integralmente focalizado na própria estrutura interna
(Departamentalizada ou Institucionalizada) para um modelo focalizado no
“utente” e nas suas expectativas/necessidades.
Desta forma o eGovernment vai muito além do contacto directo com o
público, consistindo numa total reorganização/reinvenção da estrutura da
Administração Pública, sendo apenas uma pequena parte desta
reorganização visível ao grande público.
Convém realçar dois aspectos; primeiro é certo que o eGovernment visa
utilizar o potencial criado pelas novas tecnologias de informação e
comunicação (NTIC), mas de forma alguma abdica das “ferramentas”
tradicionais. O eGovernment não é propriedade exclusiva das NTIC, mas
sim uma nova forma de relacionamento interno e externo. Segundo, o
eGovernment é um paradigma que envolve (pelo menos) três grandes
vertentes: a vertente Tecnológica (NTIC, integração de sistemas, etc.), a
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vertente Organizacional (Reorganização interna, novas redes de
processos) e a vertente Cultural (Formação técnica e comportamental,
gestão da mudança, etc.)
O CRM na Administração Pública
O CRM no âmbito do Administração Pública é um tema por vezes
frequentemente encarado com alguma desconfiança, receando-se uma
utilização “Maquiavélica” do enorme potencial deste.
A discussão começa logo no seu próprio acrónimo: deverá significar
Customer Relationship Management ou Citizen Relationship Manager1?
Esta questão está em discussão, encontrando-se longe de obter uma
resposta definitiva à simples questão “Deverá o Estado considerar os
“utentes” dos seus serviços seus Clientes?”.
Sem querer entrar em questões Sintácticas/Morfológicas, julgamos que a
palavra “cidadão” não reflecte na totalidade o universo de “utentes” (ou
clientes) da Administração Pública, na medida em que muitos não
cidadãos são, de facto, “utentes”/clientes da mesma. Isto é
1 Propositadamente evitou-se utilizar as palavras “Cliente” e “Cidadão” até este ponto do artigo, de forma a permitir que esta questão fosse tratada apenas aquando da contextualização do CRM na Administração Pública
particularmente visível no caso das empresas que, não sendo cidadãos,
são um dos grandes “utentes”/clientes da Administração Pública. Mas
mesmo, tendo uma definição ampla do conceito de cidadão onde se
abarque as empresas, determinadas relações, quer com empresas, quer
com cidadãos deverão continuar a ser de fornecedor-cliente. O Estado
continua a ser o maior agente económico.
Por outro lado, não pensamos ser conflituoso o tratamento dos utentes
dos serviços prestados pela Administração Pública como Clientes desta.
No entanto esta é uma questão que necessita ainda de uma ampla
discussão pública.
Torna-se importante obter uma definição ampla e consensual para CRM
aplicado à Administração Pública. Consideramos que a seguinte
adaptação da definição utilizada pela Accenture em 2001 poderá ser um
bom ponto de partida: “CRM é uma estratégia que permite à
Administração Pública melhorar substancialmente o relacionamento com
os seus clientes através de uma reorganização dos seus serviços em
torno das necessidades/expectativas destes. O CRM permite às
Instituições criar uma visão integrada do cliente e usar essa informação
para coordenar os serviços prestados por múltiplos canais.”
A Hewson Group, num relatório sobre o CRM aplicado ao sector público
no Reino Unido sugere que deverão existir seis diferentes tipos
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Gestão de Canais de Comunicação – Interaction Management
Gestão da Informação
Information & Transaction Management
Gestão de Processos Individuais
Case
Management
Fonte: Hewson Group, CRM in the Public Sector – Março 2002
Gestão de Agenda
Scheduling Management
Gestão de Níveis de Acesso
Entitlement
Management
eCidadania – Citizenship Management
fundamentais de “aplicações” que, de forma integrada, poderão constituir
o suporte em termos tecnológicos do CRM no sector Público.
1. Gestão de Canais de Comunicação (Interaction Management)
Inclui funcionalidades que permitiram assegurar e gerir os
diversos canais de comunicação (estruturas de comunicação)
existentes entre a Administração Pública e os seus clientes
(desde atendimento tradicional ao balcão até call-centers e
plataformas baseadas na internet).
2. Gestão da Informação (Information & transaction Management)
Inclui as ferramentas necessárias para efectuar uma adequada
gestão da informação, de forma a permitir fornecer as
informações solicitadas/prestar os serviços desejados, de forma
eficiente e em tempo útil. Requer uma integração com o
“BackOffice”.
3. Gestão de Processos Individuais (Case Management)
Visa permitir uma monitorização dos processos individuais de
cada cliente, durante todo o seu ciclo de vida, isto é, desde de
que surge o primeiro contacto do cliente (e é criado um novo
“processo”) até ao momento em que se conclui o processo. Será
de enorme importância para aferir de níveis de qualidade dos
serviços prestados.
4. Gestão de Autorizações de Acesso (Entitlement Management)
As funcionalidades incluídas no CRM pressupõem uma
autenticação do acesso. Estas ferramentas permitem controlar os
dados a que cada cliente terá acesso, independentemente do
canal de comunicação utilizado, garantindo a privacidade dos
mesmos.
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5. Gestão de Agenda (Scheduling Management)
Sempre que se torne inevitável o contacto directo presencial com
o cliente, torna-se necessário, por razões de eficiência e
optimização dos recursos, dispor de instrumentos que permitam
agendar em altura oportuna esse contacto. Será também uma
aplicação essencial para coordenar as relações internas da
Administração Pública.
6. eCidadania (Citizenship Management)
Aplicações específicas cujo objectivo essencial é aproximarem os
cidadãos dos “centros de decisão”. Serão um contributo para a
promoção da efectiva participação dos cidadãos nos assuntos de
domínio público, estimulando o exercício dos seus direitos cívicos.
Esta classificação é apenas indicativa e não pretende ser mutuamente
exclusiva. Visa tipificar as principais aplicações que permitirão criar um
CRM que atinja as expectativas dos clientes da Administração Pública.
O objectivo desta estruturação é, essencialmente, criar uma visão
integrada das aplicações que deverão constituir o suporte tecnológico do
CRM aplicado à Administração Pública, permitindo aos Governantes
elaborar uma análise mais concisa do mesmo.
Para finalizar torna-se importante explicitar a relação entre CRM na
Administração Pública e eGovernment. Da nossa perspectiva o CRM
deverá ser uma parte integral de uma estratégia de eGovernment, uma
vez que este vai aumentar a complexidade das relações internas da
Administração Pública e desta com os clientes. O aumento da
complexidade das relações, aliada à criação de novos canais de
comunicação, exigirá um elaborado CRM.
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JUN Paradigma de e-cidadania
Redefinição do conceito do local – o local passa a ser definido pelo âmbito dos conteúdos e não pelos meios de distribuição (como na “era do papel”)
A liderança no desenvolvimento da sociedade da informação (e, por consequência, da economia da informação) pelas administrações locais – entidades mais próximas do cidadão
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1 – A Componente Emocional
Para além dos modelos baseados numa frieza intelectual académica, é necessário bastante idealismo (espírito de missão) de quem implementa as TIC numa comunidade
Missão Aprofundar a democracia, transformando-a
numa democracia participada (Ateniense) Jose Antonio Rodríguez Salas 1er.Tte. Alcalde del Ayuntamiento de Jun y Vocal de Nuevas Tecnologías de la FAMP ((Federación Andaluza de Municipios y Provincias)
Como reacção à visão dominante e homogeneizadora do conceito de agente económico, renasce o conceito de agente político e do empreendorismo cívico
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Planeamento Estratégico CIDADÃOS
Gestão Operacional FUNCIONÁRIOS
Perspectiva de Planeamento Estratégico
Gestão Táctica ELEITOS
Os eleitos centralizam e analisam a informação que irá servir de base às decisões a plebiscitar pelos cidadãos. Para além do seu papel na gestão táctica, continuam a ter bastante importância na estrutura estratégica
No contexto de uma democracia representativa, o voto num partido equivale na teoria à aprovação de uma estratégia. Na prática isto não acontece, as estratégias vão sendo modeladas depois das eleições e ao longo dos mandatos. As TI permitem actualmente que os custos de referendo e sondagem sejam radicalmente reduzidos
Neste grupo inclui-se a direcção tecnocrata
A PIRÂMIDE DE DECISÃO
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2 – Visão “Uma Cidade Inteligente implica Pessoas
Inteligentes”
O Importante são as pessoas e não o equipamento fim meio
Principio
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Humanismo vs. Tecnocentrismo • Perspectiva de concorrência
• Perspectiva de complementaridade
• Perspectiva de integração
Utilizada por algumas correntes sociais como reacção ao incremento da perspectiva utilitarista e produtivista da sociedade
O humanismo tem origem no renascimento quando se impõe o Homem como centro e medida de todo o saber. O desenvolvimento Técnico era visto como necessário para o desenvolvimento e dignificação do Homem. Há já uma perspectiva funcional nesta relação
“ A inteligência não está relacionada com uma medida ou um dom individual. É certo que não há inteligência sem indivíduos, mas a nossa inteligência (a nossa capacidade para resolver com eficácia diversos problemas) não está localizada “na cabeça” de cada um, mas está distribuída nos objectos que manipulamos, nas relações que mantemos e nas interacções linguísticas que geramos.” Redes e sistemas de información (ou o soño de Prometeo sem cadeas) Gonzales, Jorge A.
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3 – Implementação do Modelo
Comunidade Local
Administração Pública
Enfoque: Tecnocrático e Burocrático
Enfoque: Envolvimento e Participação
N.B. – O utilizador também é inovador A invenção, por mais útil que seja, não é inovação. A inovação implica a adopção da invenção por parte do utilizador (ex: máquina a vapor no antigo Egipto) – importa também o processo de Tradução
A implementação das TI na administração pública deve ser uma via de dois sentidos
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Implica Investimento em: Capital Humano
& Capital Social
nível de Confiança e Cumplicidade no seio de
uma Organização
• apagar a imagem de ineficiência dos serviços públicos • transparência dos processos
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“Escalar a Pirâmide das TIC”
Administrações Públicas Direito Universal às TIC
Alfabetização Digital
Democratização Integral
Papel Central: Gestor para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação
Necessário à população dominar as plataformas de Comunicação com a administração Pública
Recriar o ideal grego de participação democrática - o Retroportal
“Lo que pasará hoy es el resultado de muchos meses de entrenamiento y aprendizaje. En concreto, los 2037 ciudadanos de Jun podrán participar activamente en la sesión de su Ayuntamiento -de sólo 9 miembros- , en la que se debatirá el presupuesto y un plan de desarrollo para los próximos seis años.” La Nación, 28.06.2001
TIC passa a ser um pelouro tão importante como a cultura, juventude, emprego ou saúde.
(fundamental)
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4 – Os casos modelo Idosa de 76 anos foi alfabetizada e infoalfabetizada simultaneamente
80% da população de Jun submeteu- -se a um programa de infoalfabetização em menos de um ano
"Es increíble todo lo que puedes sacar de Internet. Basta con que escribas "pesca" -mi pasatiempo favorito- y tienes todo a mano", dijo Antonio, un jubilado de 81 años que confesó tener ahora "muchos más amigos que antes". La Nación, 28.06.2001
A componente de reduzidos custos de investimento no equipamento também foi relevante. Para garantir o acesso universal à internet preocedeu-se à instalação massiva de “set top boxes” com software livre. Também com base na compra por parte dos particulares de pequenos equipamentos retransmissores de banda larga foi possível a cobertura wireless num raio de 20 km. O incremento tecnológico segue assim um âmbito gravitacional, atraindo investimentos de empresas como a Nokia. De cerca de uma dezena de de professores universitários a residir em Jun passou em muito pouco tempo para quase uma centena.
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Projecto para desenvolver a sociedade de informação em pequenas localidades liderado pelo Concelho de Emprego e Desenvolvimento
Tecnológico da Junta de Andaluzia e pelo Município de Jun
Da Inovação à Difusão
Algumas reflexões sobre a inovação: ?? Inovação propicia inovação; ?? A difusão é uma parte importante da
inovação – a inovação não sobreviverá se não conseguir interessar cada vez mais actores sociais;
?? A mobilização é necessária para a difusão. Os clientes-piloto assumem aqui uma relevância particular – é preciso suscitar a adesão de numerosos aliados para participarem activamente no processo;
?? A inovação não está limitada aos conceptores, o utilizador é também inovador – a avaliação da inovação está nas mãos do utilizador
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5 – Universidade de Granada Consultora no Desenvolvimento Local
• Relação de parceria e não de tutela • Desenvolvimento de tecnologias, nomeadamente através de software livre • Colaboração com o Centro de Documentação para obtenção de recursos europeus: subsídios, ajudas, informação, etc... • Gestão conjunta de projectos de desenvolvimento local: formação, inovação, planeamento,... • Cooperação na criação de emprego e assessoria de empresas • Colaboração nos estudos de doutoramento • Colaboração na implementação da primeira experiência de cidade domótica
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www.ayuntamentojun.org Para além da parte de informação aos cidadãos e visitantes virtuais (que inclui a apresentação do município e da sua história, assim como de um extenso dossier de imprensa) os visitantes desta página têm acesso a uma parte dedicada ao emprego e economia local. Também estão representados pelouros como o da juventude e do desporto. Mas mais importante é a interacção com o cidadão, que pode interagir com alguns serviços municipais, apresentar sugestões, reclamações e reivindicações e assistir nas sessões plenárias do ayuntamiento e eventos culturais por ele promovido. Outra vertente importante é a complementaridade com as telecomunicaçoes móveis, podendo o cidadão receber (e enviar no caso das assembleias) informação útil via SMS, segundo os parâmetros que subscreva.
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“Premio al Esfuerzo de Modernización Ayuntamientos de Carreño, Jun y Callús. Este galardón, que se entrega cada año, es un reconocimiento a la entidad que más haya apostado por la modernización de sus estructuras o procesos de gestión, utilizando las Tecnologías de la Información como eje de su esfuerzo. En esta ocasión, el Premio quiere reconocer la labor realizada de forma independiente por los ayuntamientos de Carreño, Jun y Callús, encaminada a acercar las nuevas tecnologías a sus ciudadanos. Proyectos todos ellos marcados por la innovación y que han hecho posible que el concepto de Sociedad de la Información sea cada vez más una realidad.”
Premios ComputerWorld 2002