o conceito de morte nas etapas da infância e da adolescência
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Este trabalho apresenta o resultado de uma breve pesquisa entre as opiniões de vários autores que abordam o tema da morte nas etapas da infância e da adolescência.TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADE
O Conceito de Morte
nas Etapas da Infância e Adolescência
Por
Rosangela Oliveira de Souza
Trabalho apresentado em cumprimento às exigências da disciplina
Tópicos Especiais em Psicologia XV (Tanatologia)
professor Celso Lugão da Veiga
Instituto de Psicologia
AGOSTO – 2003
1
“A chave para a questão da morte abre a porta para a vida.”
Elisabeth Kübler-Ross
“...a reflexão sobre a morte é uma reflexão sobre a vida. Não é possível analisar o sentido da vida
sem se deparar com problema do sentido da morte e vive-versa.”
José Luiz de Souza Maranhão
2
ÍNDICE
Introdução............................................................................................................. 1
Diferenças entre o conceito de morte para os adultos e para as crianças.......... 2
O luto saudável, o luto patológico e suas conseqüências.................................... 5
Como crianças e adolescentes lidam com a morte.............................................. 6
I – Primeira Infância (0 a 3 anos).................................................................. 6
II – Segunda Infância (3 a 6 anos)................................................................ 8
III – Terceira Infância (6 a 12 anos).............................................................. 10
IV – Adolescência (a partir dos 12 anos)...................................................... 11
Como ajudar crianças a compreender a morte e a lidar com o luto..................... 14
Considerações Finais........................................................................................... 16
Referências Bibliográficas.................................................................................... 17
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INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é apresentar o resultado de uma breve pesquisa
entre as opiniões de vários autores que abordam o tema da morte nas etapas da
infância e da adolescência.
É interessante observar que as concepções infantis sobre a morte vão se
modificando durante o desenvolvimento cognitivo. No entanto, embora as
manifestações peculiares a cada etapa possam ser didaticamente organizadas,
assim como são apresentadas neste trabalho, não significa que serão observadas
em todas as crianças ou que não sofrerão variações.
A experiência clínica em psicoterapia infantil, entre outras experiências com
crianças, confirmam este fato. A vivência de cada criança é singular e embora
referenciais de opiniões e comportamentos das crianças e dos adolescentes em
relação ao tema da morte e do luto possam ser estabelecidos, estes mesmo
referenciais não podem vir a tornar-se padrões.
Sobre o que é apresentado aqui, além do tópico que desenvolve o tema
proposto, há um que demonstra diferenças entre o que as crianças pensam e o
que os adultos pensam a respeito da morte. Outro trata das manifestações de luto
infantil de forma geral, independente da faixa etária, a partir do que foi coletado
das obras que serviram de referências.
Ao final, um tópico traz um apanhado do que os autores sugerem para
ajudar as crianças a entenderem a morte e a elaborarem o luto. Embora se trate
de opiniões que, em sua maioria, são dicas para os pais, as mesmas foram
consideradas relevantes para o desfecho deste trabalho.
Enfim, a escolha deste tema foi orientada pelo interesse de atuar
clinicamente com crianças. O preparo deste material foi fundamental para trazer
novos conhecimentos que, somando-se a outros, trouxeram informações
fundamentais para este início de atuação clínica. Além de aguçar o interesse por
ajudar crianças não somente enlutadas, mas as que inocentemente sofrem por
maus tratos de seus pais ou cuidadores, que muitas vezes não sabem como lidar
com elas.
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DIFERENÇAS ENTRE O CONCEITO DE MORTE
PARA OS ADULTOS E PARA AS CRIANÇAS
As diferenças nas atitudes em relação à morte dependem do
desenvolvimento cognitivo, assim como do momento em que o evento ocorreu. É
necessário entender que as reações de cada pessoa são singulares pois refletem
sua personalidade e sua experiência de vida. Não há uma maneira única de
encarar a morte em qualquer idade. É o que propõem D. E. Papalia & S. W. Olds
(2000, p. 559).
G. Raimbault (1979, p. 171, 172) declara que é uma tarefa difícil diferenciar
os significados que a morte tem para um adulto em relação aos significados para
uma criança. Para a autora, a partir da aquisição da linguagem, a criança tem
representações singulares em relação à morte. Para E. Kübler-Ross (1989, p. 15)
a criança é incapaz de distinguir entre a vontade de matar alguém literalmente ou
matá-la de raiva, pois o inconsciente não faz distinção entre os dois pensamentos.
A criança não compreende o conceito de tempo, de futuro assim como um
adulto. Conseqüentemente, não distingue entre separações a curto prazo, a longo
prazo ou definitivas, conforme propõem R. Kastenbaum & R. Aisenberg (1983, p.
7). E. Kübler-Ross (1989, p. 15) também fala da noção de incontinuidade para a
criança em relação à morte quando opina que, não é incomum que a criança não
a distinga aquela de um divórcio, quando poderá rever um dos pais
posteriormente.
O pensamento de um indivíduo sobre o morrer, por não corresponder à
imagem de sua própria morte, foge à capacidade de ser representado. Para
imaginá-la, é preciso estar vivo, segundo J. L. S. Maranhão (1985, p. 65, 66).
Entende-se que a idéia que este autor quis transmitir é que a morte é
essencialmente algo que ainda não foi experienciado, portanto não existe uma
completude em relação a este conceito, já que não há como representar
significativamente a própria morte, como também não é possível explicar, com
embasamento científico, o que se passa após a morte de outrem. (p. 66, 67, 68).
R. Kastenbaum & R. Aisenberg (1983, p. 9) também concordam com esta
opinião ao declarar que a morte é uma “não-experiência”. As experiências de ter
visto uma pessoa, um animal ou uma planta mortos, para a criança contribuem a
favor da elaboração do conceito de morte, mas não preenchem totalmente esta
lacuna, pois nestes casos a morte é percebida somente “de fora”.
Confirmando as proposições acima, Wahl (citado por E. Becker, 1973, p.
32, 33) conclui que a morte é um “símbolo complexo” e não algo específico que
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poderia ser definido para a criança. Para este autor, a morte não é um simples
estado e seu significado irá variar em cada pessoa e nas diversas culturas.
Monely (citado por Becker, 1973, p. 28) falou do medo da morte como um
“mecanismo da cultura”, usado contra o atemorizado como maneira de
submissão, ou seja, segundo este ponto de vista o medo da morte é considerado
uma criação da sociedade.
H. B. C. Chiattone (2001, p. 77) declara que é o homem social que constrói
sepulturas, realiza funerais, tornando a morte uma “ferida incurável do tempo que
passa”. Para ela a morte é assimilada pela inteligência, sendo porém a morte de
outrem e não a própria, conhecida pela consciência.
Conforme é citado por E. Becker (1973, p. 27) a idéia de morte é bastante
abstrata e afastada da experiência das crianças, que vivem num mundo cheio de
coisas vivas que se mexem, que reagem a estímulos, que a distraem. A criança,
inicialmente, não sabe o que significa a vida desaparecer para sempre. Só aos
poucos vai descobrindo e reconhecendo que há uma “coisa” chamada morte, que
leva as pessoas embora pra sempre. Mais à frente ela irá admitir que a morte leva
a todos embora.
Embora a idéia de morte seja abstrata, principalmente para crianças muito
pequenas ou que ainda não passaram por uma experiência de luto, as mesmas
têm suas próprias ansiedades, principalmente a de serem abandonadas,
aniquiladas. Estas ansiedades irão se desenvolver com moderação e terão um
papel benéfico, se a criança tiver boas experiências no contato com a mãe. À
medida que aquela for crescendo irá aceitar com racionalidade a morte como
parte do processo de existência (E. Becker, 1973, p.27). Rheingold (citado por
Becker,1973, p. 27) define que, em contrapartida a este processo saudável, a
partir das experiências hostis com a mãe, quando esta lhe causa privações, a
angústia de ser aniquilada vai sendo formada. Então o medo de morrer, de ser
destruída, embora tão primitivo quando assim representado pela criança, não é
algo natural nela.
Em se tratando de luto pela morte de um ente querido, geralmente, assim
como adultos que perderam uma pessoa amada, as crianças sentem pesar e
passam por um período de luto segundo J. Bowlby (1990, p. 46). Ele considera
que uma grande diferença é que os sintomas de um processo de luto infantil
seriam considerados patológicos se fossem observados em um adulto. (p. 47)
Seria uma resposta comportamental natural na criança, o protesto agressivo pela
perda, o desejo de tentar trazer a pessoa de volta, além da atribuição da culpa à
mesma por ter morrido (p. 48).
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Embora haja a ciência de que tais manifestações de pesar sejam comuns
entre adultos enlutados, entende-se que o que Bowlby quis propor, é que a
perduração dessas manifestações em adultos revelaria um caráter patológico do
luto, enquanto que as mesmas manifestações perdurando no comportamento de
crianças que sofreram uma perda não seriam, tão igualmente, um sinal de luto
patológico.
H. B. C. Chiattone (2001, p. 69) a partir de sua atuação junto a crianças
hospitalizadas que sofrem de doenças terminais, foi concluindo que a vivência da
doença, do tratamento e da evolução para a morte levam a uma percepção e
elaboração precoce e antecipada do conceito de morte. D. E. Papalia & S. W.
Olds (2000, p. 559) também falam dessa possibilidade, argumentando que é
comum que crianças em idade pré-escolar percebam a iminência de sua própria
morte, ao estarem hospitalizadas.
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O LUTO SAUDÁVEL, O LUTO PATOLÓGICO E SUAS CONSEQÜÊNCIAS
Para J. Bowlby (1990, p. 49) um dos principais sintomas do luto patológico
de uma criança, é a incapacidade para expressar abertamente seus sentimentos.
Neste caso, ele esclarece que estes sentimentos são impulsos ambivalentes, o
que quer dizer que expressam, paradoxalmente desejo e raiva pela pessoa
perdida. São sentimentos que persistem e influenciam o comportamento e
conforme vão sendo emitidos vão sendo gradualmente abandonados (p. 52).
Quando estes impulsos ambivalentes não são expressos, se separam e são
reprimidos, passando a se manifestar no comportamento de forma distorcida ,
podendo posteriormente dar origem a distúrbios de caráter e neuroses
patológicas. (p. 49).
G. Raimbault (1979, p. 173) menciona que é sinal do luto infantil o auto-
erotismo, quando a criança passa a rejeitar brinquedos que antes eram muito
estimados por ela, buscando uma auto-satisfação ao balançar seu corpo, sugar o
polegar, além de perder o apetite, enrolar-se na cama na posição fetal, ter
pesadelos e enurese noturna, entre outros.
H. B. C. Chiattone (2001, p. 87, 88) também menciona sintomas do luto,
considerando a rejeição aos alimentos, transtornos do sono, dificuldades
escolares e transtornos neuróticos como “microssuicídos”, o que pode evoluir
para um estado de compulsão de repetição em busca de explicações sobre a
morte.
Quando uma perda numa idade tenra não é elaborada, assimilada, os
estados depressivos e outros distúrbios psicopatológicos se manifestam com
freqüência, conforme argumenta G. Raimbault (1979, p. 177).
Em seu artigo “Dos Que Se Foram aos Que Ficam” T. Menai (2001)
explana as principais idéias da autora Jill Broke em seu livro “Don’t Let Death
Ruin Your Life” (Não Deixe a Morte Arruinar Sua Vida). J. Broke a partir de uma
longa pesquisa histórica que realizou, descobriu que muitos personagens que
foram ou hoje são líderes, vencedores, revolucionários, inovadores ou artistas
famosos como Alexandre O Grande, Michelangelo, Napoleão Bonaparte, Francis
Bacon, Eleanor Roosevelt, Eva Perón, Bill Clinton, Paul McCartney, entre outros,
enfrentaram a perda de um dos pais na infância. Para Broke, o luto pode ter sido
a alavanca que impulsionou estes personagens em direção à glória e grandes
realizações. Ela ainda diz que crianças que enfrentam o luto são forçadas a
introspecção e ao exame dos mistérios da vida, concluindo portanto que nem
sempre o luto é prejudicial.
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COMO CRIANÇAS E ADOLESCENTES LIDAM COM A MORTE
Algumas concepções de vários pesquisadores e autores que tratam de
temas relacionados ao desenvolvimento humano e à morte, podem ser melhor
entendidas empregando a divisão de etapas do desenvolvimento infantil utilizada
por D. E. Papalia & S. W. Olds (2000) em sua obra “Desenvolvimento Humano”.
A seguir são apresentadas várias das principais noções sobre o conceito
de morte observados em crianças e adolescentes, enquadradas nas divisões
propostas pelas autoras.
I – PRIMEIRA INFÂNCIA (0 a 3 anos)
Poucos autores definem o que crianças tão pequenas sentem ou pensam
em relação à morte. Supõe-se que este fato é decorrente das características
cognitivas desta faixa etária. De acordo com a abordagem piagetiana citada por
D. E. Papalia & S. W. Olds (2000, p. 128), especificamente no estágio sensório-
motor, os bebês entendem e aprendem sobre o meio em que vivem a partir de
sua própria atividade sensória e motora, organizando suas ações em relação ao
ambiente e coordenando as informações recebidas. Crianças até os dois anos,
segundo J. Piaget, utilizam o método de tentativa e erro para resolver seus
problemas. Para J. Bowlby (1985, p. 452) o desenvolvimento cognitivo é
entendido como a passagem de uma criança por fases, orientando seu
comportamento a deixar de depender somente de estímulos, passando a ser
guiado por regras que combinem informações perceptuais e conteúdos
mnêmicos. A partir daí ela começará a ser capaz de prever com determinada
certeza o que pode acontecer ao seu meio, planejar e reagir de maneira mais
adequada.
A par destas abordagens, entende-se a dificuldade de propor o que é
sentido, vivenciado por crianças pequenas em relação à morte, na medida em
que se trata de um conceito abstrato (E. Becker, 1973, p. 27). Segundo a
abordagem piagetiana (citado por D. E. Papalia & S. W. Olds, 2000, p. 129)
somente por volta de 18 a 24 meses é que a criança sabe representar
mentalmente os acontecimentos, não se limitando mais à tentativa e erro para
resolver seus problemas. Nesta idade o pensamento simbólico permite que ela
comece a pensar sobre os acontecimentos e suas conseqüências, a demonstrar
compreensão. No entanto, entende-se que este não é o início do uso da
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compreensão o que é ainda insuficiente para apreender um conceito tão abstrato
quanto a morte.
O único contato que uma criança nesta faixa etária provavelmente teria
com a idéia de morte seria a partir de suas experiências de separação de figuras
de apego. J. Bowlby (1985, p. 437 a 460) observou o comportamento de crianças
ao serem afastadas de suas mães e a partir disto pode elaborar várias hipóteses
a respeito do sofrimento dos bebês em relação ao afastamento das suas
genitoras. Além destas observações, realizou outras em relação a crianças
pequenas que enfrentaram o luto pela morte de um dos pais ou outra figura da
família. A. Gesell (citado por H. B. C. Chiattone, 2001, p. 89) confirma estas
hipóteses ao especificar que antes dos três anos a criança não entende a idéia de
morte, preocupando-se somente com a separação.
Quanto mais nova é a criança, mais difícil é conceituar suas reações em
relação à perda da mãe, segundo J. Bowlby (1985, p. 437). Para ele, há razões
para crer que as crianças pequenas, a partir de 16 meses, têm capacidade para
vivenciar um luto, o que quer dizer que são capazes de construir e conservar a
imagem de uma mãe perdida, diferenciando de um substituto para a esta. (p. 463,
464).
Assim como, quanto mais jovem é um embrião, mais prejudicial é a uma
lesão por menor que seja, quanto mais jovem a criança, maiores serão os efeitos
da perda, segundo Raimbault (1979, p. 172). Quando uma criança perde uma
figura provedora, como por exemplo um dos pais, é como se um adulto perdesse
um objeto de amor, pois para a criança é exatamente este o papel ocupado por
um provedor. Além de provedor, pai, mãe ou ambos representam a base
identificatória da criança (p. 177).
Crianças nesta idade raramente se perturbam com a notícia da morte de
uma pessoa, pois não têm idéia do que a morte significa (D. E. Papalia & S. W.
Olds, 1981, p. 284). Kastenbaum e Aisenberg (1983, p. 10) declaram que embora
entendam que muitos autores afirmam que crianças pequenas não tenham
compreensão da morte, não concordam em absoluto que esta proposição seja
real pois crêem que há muitos modos pelos quais a mente de um bebê possa
entrar em relação com a morte.
Segundo D. E. Papalia & S. W. Olds (2000, p. 566) estas seriam algumas
manifestações de luto em crianças dessa idade: regressão, tristeza, medo, perda
do apetite e do vigor, transtorno do sono, retraimento social, retardo do
desenvolvimento, irritabilidade, choro excessivo aumento da dependência e perda
da fala.
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II – SEGUNDA INFÂNCIA (3 a 6 anos)
Devido ao egocentrismo que para J. Piaget (citado por D. E. Papalia & S.
W. Olds, 2000, p. 198) está na essência do pensamento limitado da maioria das
crianças desta idade, elas têm dificuldade para distinguir entre sua própria
realidade e a que ocorre em seu meio. Em virtude disto, não são capazes de
compreender a morte pois ela está além de sua experiência pessoal (D. E.
Papalia & S. W. Olds, 2000, p. 559).
H. B. C. Chiattone (2001, p. 90) concorda com esta hipótese ao pressupor
que crianças nesta faixa etária mantêm pensamentos concretos por ainda serem
egocêntricas. Muitas vezes a vivência da doença e a morte são interpretadas por
crianças hospitalizadas como punição, segundo a opinião da autora.
O medo da morte emerge por volta dos cinco ou seis anos segundo D. E.
Papalia & S. W. Olds (1981, p. 284). As crianças se sentem perplexas diante
deste fato e não compreendem que é definitivo. Consideram que é causado por
violência e não como algo que faz parte da vida. A idéia de reencarnação é
comum entre elas e podem imaginar que se uma pessoa morta for levada para a
emergência de um hospital ou alimentada e aquecida, poderá voltar à vida.
D. E. Papalia & S. W. Olds (1981) argumentam que este conceito de
impermanência é alimentado pelas idéias fantásticas transmitidas pelos contos de
fadas e pelos desenhos animados, onde as princesas revivem ao receber um
beijo do príncipe encantado e os personagens que sofrem acidentes ao caírem de
aviões ou penhascos, ou após serem esmagados, voltam à vida nas cenas
seguintes.
Para R. Kastenbaum & R. Aisenberg (1983, p. 20) a criança nesta idade
não reconhece que a morte é final, encarando-a como uma continuidade da vida.
Para ela estar morto significa uma “diminuição de estar vivo”. Estes autores citam
alguns dados da pesquisa realizada em 1948 por Maria Nagy (p. 20, 21) ao
entrevistar 378 crianças de três a dez anos, que viviam em Budapeste, na
Hungria a respeito do que pensavam sobre a morte. Entre as respostas das
crianças de três a cinco anos, estavam que a morte é uma partida, é um sono, ou
seja, tais respostas negam a possibilidade da morte, na opinião de R.
Kastenbaum & R. Aisenberg. Outra resposta foi que a morte é uma etapa da vida
mas se constitui de um processo gradual e temporário, ou seja, segundo os
mesmos autores, a criança não separa a vida da morte com um acontecimento
único, como ocorre de fato.
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W. C. Torres (1996, p. 22) também cita o trabalho de M. Nagy e entende
que as respostas das crianças desta faixa etária são caracterizadas pelo
animismo típico na infância. Segundo W. C. Torres, para a criança até os cinco
anos, não existe a “não-vida”, a morte é um evento impossível.
L. M. Santos esclarece que a criança nesta idade costuma ter muitas
dúvidas e fazer muitas perguntas em relação à morte, o que se intensifica quando
ela ocorre a algum conhecido. A autora também conclui que geralmente a criança
não entende que é um evento definitivo. H. B. C. Chiattone (2001, p. 90)
igualmente propõe a idéia de que a morte para a criança não é algo definitivo,
permanente. Nesta idade a morte significa uma ausência, uma separação
provisória. À semelhança do sono, é reversível, pois ainda não possui noção
definitiva de causa e efeito. A não ser que ocorra a um de seus pais, a criança
pode parecer insensível à morte de um familiar, por não demonstrar reações
afetivas intensas.
A. Gessel (citado por H. B. C. Chiattone, 2001, p. 91) revela que aos seis
anos a criança adquire uma nova consciência a respeito da morte e pode
apresentar reações afetivas mais evidentes diante do falecimento de alguém
próximo, além de manifestar medo da morte de um dos pais. No entanto a criança
ainda não entende ou acredita que um dia ela própria morrerá.
Um estudo realizado em 1984 por P. A. Rosenthal & Rosenthal (citado por
D. E. Papalia & S. W. Olds, 2000, p. 572) com 16 crianças de dois e meio a cinco
anos, demonstrou, dentre outras causas que as motivaram a tentar o suicídio, a
crença de que a morte é reversível.
M. Trozzi argumenta que é difícil para uma criança nesta idade lidar com o
luto e a mudança que ele ocasiona em sua vida, usando o comportamento para
comunicar aos adultos o que ela está sentindo.
São sintomas orgânicos e psíquicos do luto nesta idade segundo D. E.
Papalia & S. W. Olds, (2000, p. 566): prisão de ventre, enurese, acessos de raiva
e mau humor, pesadelos, comportamentos descontrolados e períodos de choro,
entre outros.
Segundo G. Raimbault (1979, p. 177) quando a criança pequena perde um
dos pais, ela poderá identificar-se com ele, apresentando sintomas que lembram
o que causou a morte deste genitor. Outra forma de aproximação das
características do falecido é o pensamento de que ela também vai morrer, o que a
tornaria semelhante a ele.
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III – TERCEIRA INFÂNCIA (6 a 12 anos)
Para L. M. Santos nesta idade a criança começa a entender e aceitar que a
morte é irreversível, mas acredita que somente pessoas velhas ou vítimas de
acidentes morrem. D. E. Papalia & S. W. Olds (1981, p. 284) também falam da
idéia de irreversibilidade da morte para esta faixa etária e da tendência de nesta
idade associarem a morte a causas concretas como câncer, revólveres, tóxicos,
veneno.
A pesquisa de Maria Nagy (citada por R. Kastenbaum & R. Aisenberg,
1983, p. 20, 21), traz como respostas das crianças de cinco a oito anos sobre o
que pensavam sobre a morte, o conceito de que a morte é uma personagem
separada, ou seja, é uma pessoa morta, um esqueleto, um anjo ou algo
semelhante. Nesta etapa então, a criança compreende que a morte é final, mas
conserva a idéia de que pode ser evitada e não é para todos. Acrescentando a
interpretação de W. C. Torres (1996, p. 22) a respeito da obra de M. Nagy, na
idade de nove e dez anos a criança reconhece a morte como cessação das
atividades do corpo e dissolução da vida do corpo.
H. B. C. Chiattone (2001, p. 92) cita que aos nove anos surgem as mais
importantes estruturas cognitivas. A criança abandona a idéia de temporalidade e
reversibilidade. A autora cita A. Gessel (p. 92) que relata que nesta mesma idade
a criança busca explicações para a inércia e o torpor do morto, na biologia. Mas
não quer dizer que saiba dar explicações biologicamente essenciais, sendo isto
possível por volta dos onze anos (p. 93).
Para W. C. Torres (citado por H. B. C. Chiattone, 2001, p. 92) nesta etapa
as crianças já fazem oposição entre vida e morte e não atribuem vida e
consciência a um morto, reconhecendo sua imobilidade.
Chegando aos dez anos a criança começa a entender que morrer faz parte
da ordem natural da vida e que as pessoas de todas as idades estão destinadas a
morrer e por várias causas diferentes. (L. M. Santos / R. Kastenbaum & R.
Aisenberg, 1983, p. 21). Para H. B. C. Chiattone (2001, p. 93, 94) nesta idade a
oposição entre a vida e a morte torna-se mais radical. A morte torna-se uma
ameaça pessoal e definida como permanente e como uma parada da vida
corporal. A partir de explicações lógicas que são dadas por esta idade, entende-
se que é estabelecido um conceito formal.
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D. E. Papalia & S. W. Olds (1981, p. 284) definem que no desfecho desta
etapa do desenvolvimento, os pré-adolescentes normalmente compreendem que
a morte vem para todos e que não precisa ser vista como punição ou violência,
mas como parte da vida.
São sintomas do luto nesta faixa etária: queda no rendimento escolar
(causada pela perda da concentração, desinteresse, falta de motivação, fracasso
em completar as tarefas, devaneios durante as aulas), resistência em ir à escola,
períodos de choro, mentiras, roubos, nervosismo, dores abdominais, dores de
cabeça, fadiga. (D. E. Papalia & S. W. Olds, 2000, p. 566).
L. M. Santos ainda destaca que embora a criança de seis a oito anos, em
média, aparentemente não esteja sofrendo quando alguém próximo a ela morre,
ela expressa sua dor de formas sutis como regredir e começar a chupar o dedo,
molhar a cama e agir como um bebê, além de tratar os seus colegas com
hostilidade e seus brinquedos com violência. Além de desejar morrer ou temer a
morte.
IV – ADOLESCÊNCIA (a partir dos 12 anos)
A adolescência é um período de perdas. A perda do corpo infantil para a
aquisição do corpo adulto, a perda da identidade e dos papéis infantis e dos pais
da infância. Por estes motivos, a adolescência é considerada como um período de
luto por M. Sarvasi (1985, p. 238, 244). Para esta autora, o adolescente reage à
morte como qualquer adulto, mas ele é, em especial, “um terreno fértil para o
aumento significativo das emoções contraditórias frente à morte e ao luto”.
M. Sarvasi (1985, p. 238) acredita que os adolescentes, em sua maioria,
têm pouco contato com a morte em um sentido próximo – de amigos e parentes.
O contato ocorre normalmente só através dos meios de comunicação, o que se
reduz a uma influência que não orienta a uma compreensão adequada sobre que
é a morte. A elaboração de conceitos a partir deste tipo de contato acaba
conduzindo a um medo da morte e das conseqüências da violência e da
destruição.
Para o adolescente a morte se manifesta muitas vezes como um
acontecimento assustador, incompreensível que torna o mundo real em uma série
de ameaças de destruição, fazendo o adolescente se sentir impotente o que o
leva a uma diminuição de sua auto-estima. O adolescente reconhece sua postura
indefesa diante da morte, o que pode levá-lo a reconhece-la como um
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acontecimento doloroso em demasia ou evitar sua compreensão através de
reações apáticas ou de afastamento em relação à dor e ao sofrimento, em busca
de um prazer compensatório. (M. Sarvasi 1985, p. 238).
Segundo a opinião de D. E. Papalia & S. W. Olds (2000, p. 559), os
adolescentes normalmente não pensam muito sobre a morte, já que se encontram
na eminência de construir suas próprias vidas. Eles tendem a acreditar que são
invulneráveis, não se importando de correr riscos imprudentes como pegar carona
com estranhos, dirigir com imprudência, experimentar drogas e sexo de forma
promíscua. Normalmente se interessam mais pela maneira “como” vivem ao invés
de “quanto” tempo viverão.
Esta maneira de enxergar a vida pode ser a explicação para o alto índice
de suicídio de adolescentes. Eles têm uma propensão à baixa-estima,
desesperança em relação ao futuro, um fraco controle sobre seus impulsos e
pouca tolerância a frustrações e situações estressantes. Portanto este quadro
emocional que muitos adolescentes apresentam, podem levá-los a tentar o
suicídio como alternativa de escape a esta etapa atribulada da vida. (D. E. Papalia
& S. W. Olds, 2000, p. 572). Para M. Sarvasi (1985, p. 240) os adolescentes
procuram um significado para a morte na experiência com drogas que constituem
uma prática suicida segundo a autora.
Segundo D. E. Papalia & S. W. Olds (2000, p. 566) os principais sintomas
do luto na adolescência são: depressão, queixas somáticas, comportamento
delinqüente, promiscuidade, tentativas de suicídio e abandono da escola.
M. Sarvasi (1985, p. 241) propõe que, assim como um adulto, o
adolescente passa pelos estágios do luto descritos por E. Kübler-Ross e procura
identifica-los à realidade desta fase do desenvolvimento, analisando-os da
seguinte maneira:
1) ESTADO DE CHOQUE – é o momento da revelação de que a própria morte ou
de um ente querido se aproxima. É um período que varia no tempo de duração e
nos efeitos comportamentais que podem ser influenciados pela formação, idade,
crença religiosa e estrutura do caráter. Durante um tempo o adolescente tentará
viver como se nada tivesse acontecido.
2) A NEGAÇÃO – o adolescente traumatizado se rende à superação do choque e
procura entender o sentido do encontro com a morte. Então começa o agonizante
2° estágio que é o da tentativa de racionalizar o acontecimento, o que vem a
tornar-se a negação do fato.
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3) A CÓLERA – o adolescente passa a ver o mundo que o rodeia como um
inimigo em alguns momentos. Se for ele que estiver à beira da morte, passará a
entender que poderá nunca mais voltar a participar da mesma maneira daquele
mundo. Seu comportamento poderá se tornar agressivo e desesperado,
principalmente porque anteriormente sua posição era onipotente, no sentido de
que se percebia como o único dono de um destino sem frustrações.
4) A DEPRESSÃO – neste momento há subtração de sua comunicação com o
mundo e os que o rodeiam, o que gera desconfiança, apatia e solidão.
5) A BARGANHA – a depressão é interrompida repentinamente e o adolescente
recomeça a raciocinar, se sentindo num combate contra a morte, tentando fazer
pactos, promessas, procurando negociar.
6) A ACEITAÇÃO – é a etapa do progresso para o entendimento de outra
modalidade de existência: a esperança.
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COMO AJUDAR CRIANÇAS A COMPREENDER A MORTE E A LIDAR COM O LUTO
J. L. S. Maranhão (1986, p. 10) fala da preocupação da sociedade
contemporânea em instruir as crianças sobre assuntos como sexualidade,
concepção, nascimento, métodos de contracepção, em detrimento de
esclarecimentos sobre o tema da morte. É guardado silêncio diante dos
questionamentos das crianças, da mesma maneira que em épocas passadas era
feito em relação aos temas sobre sexualidade, os quais na atualidade são mais
tranqüilamente abordados. O autor, a partir destes fatos, acredita que a condição
de tabu, que pertencia ao tema sexualidade deslocou-se para o tema morte.
E. Kübler-Ross (1989, p.18) também considera que a morte é encarada
pela sociedade como tabu e os debates sobre o assunto são encarados como
mórbidos. As crianças são afastadas deste tipo de discussão por muitos
considerarem que seria pesaroso demais para elas. Na opinião da autora, permitir
que crianças compartilhem das conversas, das discussões e dos temores quando
alguém morre, as leva a perceber que não estão sozinhas e podem partilhar sua
tristeza, o que seria uma experiência que pode ajuda-la a amadurecer. Assim a
criança será gradualmente preparada para encarar a morte como parte da vida.
Quando as crianças perguntam o que houve com quem desapareceu, a
resposta muitas vezes é “ele foi fazer uma longa viagem” ou “está descansando
em um bonito jardim” declara J. L. S. Maranhão (1986, p. 10). Para L. M. Santos e
J. Bowlby (1985, p. 283) deve-se evitar utilizar metáforas do tipo “o vovô está
dormindo pra sempre” para explicar a morte de alguém, pois não irá ajudar muito
e sim confundi-la. E exatamente como conseqüência deste último exemplo, a
criança pode ficar com medo de dormir.
Dizer para uma criança que quem morreu “foi para o céu”, embora seja a
crença de muitos, pode não ser esclarecedor. Ela pode pensar que o céu não é
diferente de outros lugares distantes, por isso a volta seria só uma questão de
tempo (J. Bowlby, 1985, p. 283). Para R. Kastenbaum e R. Aisenberg (1983, p.
15) explicações adultas ambíguas a respeito da morte podem confundir a criança
pequena quando esta faz perguntas em relação à morte, buscando entendê-la.
Pode-se ajudar as crianças a compreender a morte encorajando-as a falar
a respeito do assunto em qualquer idade, desde a mais tenra, no contexto de sua
própria experiência. Isso quer dizer que são oportunidades ideais para fazê-lo, a
morte de um animal, ou de flores. (D. E. Papalia & S. W. Olds, 2000, p. 559).
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Quando uma criança deseja que a mãe morra porque não satisfez seus
desejos, caso a mãe venha morrer, a criança ficará muito traumatizada mesmo
que o acontecido não tenha ligação com o desejo que a mãe fosse destruída. A
criança acabará assumindo toda a culpa pela morte da mãe. (E. Kübler-Ross,
1989, p.15).
É importante que os pais ou responsáveis esclareçam para a criança que a
morte é definitiva e que seu mau comportamento ou pensamentos não foram o
que ocasionaram a morte. É fundamental responder às perguntas de maneira
simples e honesta e estimular a criança a falar sobre a pessoa que morreu. Além
disso, precisam ser tranqüilizadas de que continuarão recebendo cuidado e
atenção de adultos que as amam. (D. E. Papalia & S. W. Olds, 2000, p. 556).
L. M. Santos também ressalta a importância de conversar com a criança
sobre o assunto, quando uma pessoa morre, de que seja incentivada a se
expressar também, sinalizando a ela que é permitido falar sobre a pessoa que
morreu. No entanto a autora também ressalta a importância de cercar a criança
de afeto e assegurar que ela é amada, pois o ambiente carregado de tristeza
pode deixa-la insegura.
Um adolescente enlutado pode se sentir constrangido de compartilhar sua
dor com pessoas que não são íntimas, então ele se sentirá mais à vontade na
companhia de quem ele se identifica. (D. E. Papalia & S. W. Olds, 2000, p. 556)
J. L. S. Maranhão (1986, p.18) destaca que o velório é considerado por
muitos como uma cerimônia tão traumatizante que muitas vezes as crianças são
afastadas dela. A autora L. M. Santos fala da importância do funeral para que as
pessoas se unam e expressem sua dor, por isso considera uma boa idéia levar a
criança, mas sem força-la a ir, explicando com detalhes o que irá acontecer lá e
deixar que a criança decida se quer ir ou não.
Não há problema em um adulto expressar seu luto diante da criança,
acredita L. M. Santos, esclarecendo que assim procedendo, o pai ou a mãe a
estará auxiliando no seu processo de luto, pois sendo a situação triste, a criança
precisa expressar sua tristeza. A opinião de M. Trozzi confirma estes argumentos
quando ela aborda o fato de que um adulto expressar o luto diante da criança é
algo positivo, desde que os sentimentos sejam explicados, pois garante a ela que
irá continuar recebendo cuidados, mesmo de quem está triste.
L. M. Santos ressalta que é fundamental esclarecer à criança que a relação
dela com quem se foi não acabou, somente mudou. Manter as fotos e outras
lembranças para conversar com a criança ajudará a formar um novo tipo de
vínculo com a pessoa que morreu.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos conceitos abordados aqui, pode-se ter noções do que uma
criança ou um adolescente sente quando o tema da morte precisa ser encarado
por eles. Mas as reflexões geradas a partir da elaboração desta síntese de
opiniões, leva a crer que auxiliar crianças e adolescentes na elaboração do
conceito de morte e no luto é uma tarefa que pode ser bastante árdua, que exige
coragem, competência e compaixão dos pais, do terapeuta, e outros, entre tantos
possíveis cuidadores.
Segundo as opiniões de alguns autores citadas aqui, o tema da morte é
considerado um tabu pela sociedade, de uma maneira geral. Entende-se a
implicação deste fato para que, principalmente crianças possam entender a
dimensão do acontecimento da morte e saibam lidar com o luto de maneira sadia.
Tratar o assunto como tabu não ajuda a cuidar da “ferida emocional“, resultante
do luto, que pode vir a piorar, redundando em conseqüências sérias no futuro
para o próprio indivíduo, para sua família e muito provavelmente para a
sociedade.
Assim como em cada momento de descoberta sobre a vida, a criança e o
adolescente necessitam de orientações quando o assunto é a morte, a qual não
deixa de fazer parte da aventura humana – a vida – pois é o desfecho dela.
As demandas são as mais variadas: crianças que viram um passarinho
morto e questionam o que significa “aquilo”. Outras que mesmo tão habituadas a
participar de jogos e assistir desenhos animados que têm como temas a violência,
personagens ensangüentados e assassinatos, ainda não entendem o significado
da morte e por isso não conhecem as conseqüências de atirar em um colega de
escola ou em um membro da família.
Há aquelas que perderam alguém próximo e quando muito pequenas não
compreendem que esta pessoa amada não irá voltar e quando maiores não
aceitam que ela não irá voltar. Algumas que vêem a própria morte se aproximar
em um leito hospitalar e necessitam de apoio para que vivam seus últimos dias de
maneira digna e feliz, mesmo em meio à dor.
Enfim, falta citar as crianças que convivem com a violência e a morte todos
os dias, em sua vizinhança ou residência, seja ela uma pequena casa numa
favela, uma barraco no morro ou apenas caixas de papelão esticadas embaixo de
um viaduto ou de uma marquise de uma rua de uma cidade grande.
Como ajuda-las se as situações são tão variadas e diversas? Não somente
deve ser elaborada esta questão, mas também propostas que possam ser
colocadas em prática. Se for papel também dos “mais informados” buscar
soluções para questões difíceis da vida, eis aqui mais uma delas.
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