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O cliente com Insuficiência Renal Crônica e a adesão ao tratamento de hemodialise: revisão integrativa da literatura Aline da Costa de Oliveira - Graduanda em Enfermagem Unesulbahia Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia [email protected] Fernanda Pinto da Silva - Graduanda em Enfermagem Unesulbahia Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia [email protected] Samira Silva Santos Soares, Orientadora, docente do curso de Enfermagem Unesulbahia Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia [email protected] Resumo: Introdução: Com as mudanças demográficas e os maus hábitos de vida diária, crescem os índices de doenças crônicas em toda a população, dentre elas, a doença renal crônica, que já se caracteriza como um problema de saúde pública, necessitando que os individuos se submetam a sessões de hemodiálise para tratamento e sobrevida. Objetivo: Identificar a produção científica acerca das dificuldades que o paciente renal enfrenta na adesão ao tratamento hemodialítico. Método: Revisão integrativa com vistas a responder a questão norteadora: Como o enfermeiro pode contribuir para a maior adesão do paciente renal crônico à hemodiálise? Foram incluídos artigos em que os textos estivessem completos, de modo que o conteúdo pudesse ser lido na íntegra online; estudos publicados na língua portuguesa; artigos publicados entre os anos de 2013 a 2017; e artigos que possuíam afinidade com a questão norteadora da pesquisa. A pesquisa resultou em 10 estudos desenvolvidos no Brasil, todos reconhecendo as várias dificuldades que os pacientes renais enfrentam na adesão ao tratamento hemodialítico. Conclusão: A revisão apresentou diversos fatores que influenciam na adesão ao tratamento, como défict de conhecimento, distancia do local do tratamento de hemodiálise, dificuldades financeiras, desgaste emocional e falta de apoio familiar, enfatiza também o papel fundamental do enfermeiro, que deve estar capacitado para intervenções com esses pacientes, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida, bem como servir de apoio psicológico e emocional a estes indivíduos. Descritores: Hemodiálise, adesão ao tratamento, assistência de enfermagem. 1. Introdução As mudanças demográficas motivadas pela queda da fertilidade, redução da mortalidade infantil, aumento da expectativa de vida, junto às modificações da qualidade da alimentação e à redução de atividade física, levaram ao crescimento dos índices de doenças crônicas no perfil da população global. Os fatores de risco para essas doenças incluem o consumo de tabaco e álcool, sedentarismo e consumo insatisfatório de frutas e hortaliças (ROSO et al., 2013). Entre as doenças crônicas, o aumento de pessoas com doença renal crônica (DRC) vem crescendo espantosamente, a nível mundial, atingindo números preocupantes de indivíduos com falência renal (ROSO et al., 2013).

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Page 1: O cliente com Insuficiência Renal Crônica e a adesão ao ... · A insuficiência renal é o estado no qual os rins perdem a capacidade de realizar as suas funções básicas, podendo

O cliente com Insuficiência Renal Crônica e a adesão ao

tratamento de hemodialise: revisão integrativa da literatura

Aline da Costa de Oliveira - Graduanda em Enfermagem

Unesulbahia Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia – [email protected]

Fernanda Pinto da Silva - Graduanda em Enfermagem

Unesulbahia Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia – [email protected]

Samira Silva Santos Soares, Orientadora, docente do curso de Enfermagem

Unesulbahia Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia – [email protected]

Resumo: Introdução: Com as mudanças demográficas e os maus hábitos de vida diária, crescem os índices de doenças crônicas em toda a população, dentre elas, a doença renal crônica, que já se

caracteriza como um problema de saúde pública, necessitando que os individuos se submetam a

sessões de hemodiálise para tratamento e sobrevida. Objetivo: Identificar a produção científica acerca das dificuldades que o paciente renal enfrenta na adesão ao tratamento hemodialítico. Método:

Revisão integrativa com vistas a responder a questão norteadora: Como o enfermeiro pode contribuir

para a maior adesão do paciente renal crônico à hemodiálise? Foram incluídos artigos em que os textos estivessem completos, de modo que o conteúdo pudesse ser lido na íntegra online; estudos publicados

na língua portuguesa; artigos publicados entre os anos de 2013 a 2017; e artigos que possuíam

afinidade com a questão norteadora da pesquisa. A pesquisa resultou em 10 estudos desenvolvidos no

Brasil, todos reconhecendo as várias dificuldades que os pacientes renais enfrentam na adesão ao tratamento hemodialítico. Conclusão: A revisão apresentou diversos fatores que influenciam na

adesão ao tratamento, como défict de conhecimento, distancia do local do tratamento de hemodiálise,

dificuldades financeiras, desgaste emocional e falta de apoio familiar, enfatiza também o papel fundamental do enfermeiro, que deve estar capacitado para intervenções com esses pacientes,

proporcionando assim uma melhor qualidade de vida, bem como servir de apoio psicológico e

emocional a estes indivíduos. Descritores: Hemodiálise, adesão ao tratamento, assistência de

enfermagem.

1. Introdução

As mudanças demográficas motivadas pela queda da fertilidade, redução da mortalidade

infantil, aumento da expectativa de vida, junto às modificações da qualidade da alimentação e

à redução de atividade física, levaram ao crescimento dos índices de doenças crônicas no

perfil da população global. Os fatores de risco para essas doenças incluem o consumo de

tabaco e álcool, sedentarismo e consumo insatisfatório de frutas e hortaliças (ROSO et al.,

2013).

Entre as doenças crônicas, o aumento de pessoas com doença renal crônica (DRC) vem

crescendo espantosamente, a nível mundial, atingindo números preocupantes de indivíduos

com falência renal (ROSO et al., 2013).

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A insuficiência renal é o estado no qual os rins perdem a capacidade de realizar as suas

funções básicas, podendo ser uma insuficiência renal aguda, quando ocorre súbita e rápida

perda da função renal, ou crônica quando ocorre uma perda lenta, progressiva e irreversível da

função dos rins (BRASIL, 2011).

Segundo Duarte (2009), os rins são órgãos pares com formato de grão de feijão, com

aproximadamente 12cm de comprimento, 6cm de largura e 3cm de espessura, estando

situados de cada lado da coluna vertebral, na região lombar, junto à parede posterior do

abdome . Desempenham duas funções indispensáveis no organismo: a eliminação de produtos

terminais do metabolismo humano, como ureia, creatinina e ácido úrico; e o controle da

concentração de água e dos constituintes dos líquidos, tais como sódio, potássio, cloro,

bicarbonato e fosfato. Essas funções ocorrem através dos mecanismos de filtração glomerular,

reabsorção tubular e excreção tubular (SILBERNAGL; DESPOPOULOS, 2009).

O paciente com IRC apresenta-se com as substâncias, que normalmente, são eliminadas na

urina acumuladas nos líquidos corporais em consequência da excreção renal comprometida,

levando a disfunções endócrinas e metabólicas, bem como a distúrbios hidroeletrolíticos e

ácido-básicos (RIBEIRO et al., 2008).

As taxas de incidência e prevalência da doença renal crônica crescem de forma acelerada no

Brasil, no ano de 2000, a estimativa de pacientes em terapia de substituição renal (TRS) foi de

42.695 e, em julho de 2012, alcançou a marca de 97.586 (PEREIRA et al., 2016).

Atualmente a doença renal crônica é considerada um problema de saúde pública em todo o

mundo, um estudo demonstra que cerca de 13% da população adulta nos Estados Unidos

apesentam algum grau de perda de função renal (BRASIL, 2014).

A IRC não contempla uma cura, entretanto se ocorre o diagnostico precoce e são aplicadas

condutas terapêuticas apropriadas, pode-se reduzir os custos e sofrimentos. O tratamento

definitivo indicado é o transplante renal, o qual é um processo demorado e, como alternativa

para se manter a vida, opta-se pelo tratamento dialítico contínuo (SBN, 2012).

Sendo a hemodiálise a principal forma de tratamento para pacientes com doença renal crônica

(DRC), estudos realizados têm demonstrado que o número de pacientes em terapia dialítica

teve um aumento significativo nos últimos oito anos (FRAZÃO et al., 2014).

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A hemodiálise é um tipo de tratamento substitutivo da função renal, utilizado para remover

líquidos e produtos do metabolismo do corpo quando os rins são incapazes de fazê-lo. Os

pacientes podem ser submetidos à diálise durante o resto de suas vidas ou até receberem um

transplante renal bem-sucedido (RAMOS et al., 2008).

O tratamento hemodialítico consiste em simular o processo fisiológico de filtração

glomerular, sendo baseado no mecanismo de difusão. Os pacientes são conectados a uma

máquina específica durante um período, podendo chegar a até 4 horas, em uma frequência

regular de três dias por semana (FRAZÃO et al., 2014).

É de extrema importância que o paciente tenha adesão ao tratamento e a todas as orientações

dadas associadas a hemodiálise. Para isso, ele deve aceitar e entender a doença como um todo,

tendo assim um efeito positivo na manutenção da saúde, qualidade de vida e sobrevida

(SGNAOLIN; FIGUEIREDO, 2012).

Assim, esse estudo tem como questionamento quais as dificuldades que o paciente encontra

na adesão ao tratamento de hemodiálise, cujas hipóteses levantadas foram: dificuldades

financeiras, déficit do nível de conhecimento sobre a patologia e o tratamento, distância do

local que se realiza a hemodiálise, desgaste emocional pela necessidade do procedimento

invasivo e demorado e a falta de apoio familiar.

Tem como objetivo geral a identificação na literatura das dificuldades que o paciente renal

enfrenta na adesão ao tratamento com hemodiálise, e como objetivos específicos: discorrer

sobre as dificuldades que o paciente renal enfrenta na adesão ao tratamento com hemodiálise,

evidenciar os fatores sociodemográficos de risco e proteção que auxiliarão na adesão dos

pacientes a uma terapêutica resolutiva, demonstrar a importância da educação em saúde aos

clientes, bem como evidenciar o papel do enfermeiro na sensibilização para a adesão ao

tratamento.

Justifica-se esse estudo pois o paciente que está sendo submetido a hemodiálise se depara com

diversos conflitos internos e externos que comprometem sua qualidade de vida, fazendo

necessário com que o profissional enfermeiro esteja presente nas sessões, realizando além da

coordenação da equipe, uma identificação das necessidades de cada paciente e uma educação

em saúde eficaz ao paciente e a sua família, sensibilizando para uma mudança de hábito e

consequentemente melhora na qualidade de vida (FRAZÃO et al., 2014.)

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2. Referencial

2.1 Epidemiologia das Doenças Crônicas no Brasil

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) consistem em um dos maiores problemas de

saúde pública da atualidade, gerando um grande número de mortes prematuras, perda de

qualidade de vida, um alto grau de limitação e incapacidade para as atividades de vida diária,

além de consequências econômicas para os familiares, comunidades e a sociedade em geral.

Por ano, as DCNT correspondem por 36 milhões, ou 63%, das mortes, com ênfase para as

doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doença respiratória crônica (MALTA et

al., 2015).

Cerca de 45% da população relata ao menos uma doença crônica, sendo que as mulheres

apresentam mais DCNT que os homens. O diagnóstico médico de hipertensão arterial é

confirmado por uma a cada cinco pessoas adultas e sendo esta a patologia mais predominante

e frequente, está associada a desfechos mais graves, como doenças cardiovasculares (DCV)

fatais e não fatais, doenças cerebrovasculares e insuficiência renal (MALTA et al., 2015)

O diabetes mellitus também constitui um problema de saúde global, em 2010, com

prevalência estimada pela OMS, de 6,4% entre os adultos de 20 a 79 anos e um aumento

anual de 2,2%. Segundo a OMS, em 2008 o diabetes foi responsável por um milhão e

trezentos mil mortes e em torno de 4% das mortes prematuras (< 70 anos) (MALTA et al.,

2015).

É importante salientar estas doenças crônicas, pois segundo Higa et al., (2008) as principais

causas da IRC são a hipertensão arterial e o diabetes mellitus.

A Doença renal crônica acaba na doença renal crônica terminal (DRCT) ou estágio final da

doença renal, quando há perda evolutiva e irreversível da função dos rins, resultando em um

problema grave de saúde gerando um alto custo econômico e social, pois estes pacientes

necessitarão realizar terapia renal substitutiva na forma dialítica (hemodiálise e diálise

peritoneal) ou transplante para a manutenção de sua vida (MOURA et al., 2015)

2.2 A Insuficiência Renal Crônica e o Tratamento Hemodialítico

Os primeiros sintomas da IRC podem demorar anos para serem notados, demonstrando

grande capacidade adaptativa dos rins, o que permite que seres humanos se mantenham vivos

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com apenas 10% da função renal. Quando a doença é instalada, ocorre um declínio das

funções bioquimicas e fisiológicas em todos os sistemas do organismo, secundária ao

acúmulo de catabólitos (toxinas urêmicas), alterações no equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-

básico, hipovolemia, hipercalemia, acidose metabólica, hiperparatireoidismo,

hiperfosfatemia, anemia e distúrbio hormonal, retardo no crescimento, infertilidade, entre

outros (MACHADO; PINHATI, 2014).

O paciente com insuficiência renal crônica pode-se deparar em quatro estágios com grau de

lesão renal: a) reserva renal reduzida, onde ocorre uma taxa de filtração glomerular (TFG)

entre 35 a 50% do normal; b) insuficiência renal reduzida, com uma TGF entre 20 a 35% do

normal; c) falência renal, com TGF entre 20 e 25% do normal; e d) doença renal terminal,

com TGF abaixo de 20% do normal (MACHADO; PINHATI, 2014).

A hemodiálise consiste em um método de limpeza extracorpórea, o qual o sangue retirado por

meio de um acesso vascular (cateteres, shunts ou fístulas arteriovenosas), e colocado em

contato com uma solução de diálise por intermédio de um filtro especial que usa uma

membrana semipermeável sintética. Através desta membrana, acontecem trocas por difusão

(cerca de 90%), além de poder ocorrer filtração e trocas por convecção (DEUS et al., 2015).

O tratamento hemodiaítico consiste em um procedimento doloroso, monótono e limitado,

entretanto, necessário para a manutenção da vida, visto que faz a limpeza e purificação do

sangue, controle da pressão arterial, bem como ajuda a manter o equilíbrio de substâncias

químicas, como o sódio e o potássio (SANTOS et al., 2017).

Quando o paciente realiza esse tratamento, deve estar por três vezes nas semana em um

serviço especializado de nefrologia, durante um tempo que pode variar de três a cinco horas,

devendo se dedicar ao procedimento por um longo tempo, pois além das horas que fica na

máquina, muitas vezes é necessário mover-se longas distâncias até o hospital ou até a clínica

onde são realizadas as sessões (SANTOS et al., 2017).

Contemplando uma enfermidade que traz problemas fisicos e psicológicos ao paciente que a

vivencia, alterando completamente seu cotidiano de vida, além de representar um grande

problema social e econômico, fazendo com que haja mudanças que irão interferir no papel em

que o paciente exerce na sociedade (RUDNICKI, 2014).

Por mais que o tratamento fundamental para a doença renal crônica seja a hemodiálise, todo o

seu avanço tecnológico se torna ineficiente se o cliente não for acompanhado com atenção,

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rspeito, fornecimento de informações adequadas e necessárias, bem como a empatia com a

dor e o sofrimento alheio por parte dos profissionais que o acompanham (SANTOS et al.,

2017).

2.3 Assistência de Enfermagem e Adesão dos Pacientes com Insuficiência Renal Crônica

ao Tratamento de Hemodiálise

Visto que a adesão ao tratamento de hemodiálise é bastante desgastante e os pacientes

possuem grandes deficuldades em manter e prosseguir com as diversas orientações dadas a

eles, é indispensavel a atuação do enfermeiro para promoção a saúde desta população

(MADEIRO et al., 2010).

Devendo a Enfermagem atuar com participações na realização das sessões dialíticas quando

essas forem indicadas, com previlegio de realizar ações durante os episódios de complicações

e na observação da progressão e resposta ao tratamento do cliente. Conscientizar os pacientes

sobre a importância da mudança no estilo de vida e comportamento, se faz de extrema

importância, sempre dando ênfase em suas restrições e atribuições no tratamento, consistindo

em uma estratégia de educação em saúde do enfermeiro para a prevenção de intercorrências

(SANCHO; TAVARES; LAGO, 2013).

Sendo o Enfermeiro um profissional embasado de conhecimentos científicos, deve utilizar de

seu papel de cuidador para a conscientização dos pacientes quanto as suas restrições e

atribuições no tratamento, criando um estímulo para mudanças de comportamento e

consequentemente prevenindo potenciais complicações, melhorando seu estilo de vida e por

conseguinte melhorando sua qualidade de vida (NOLETO et al., 2015). Sabendo que a

hemodiálise pode provocar repercurssões de várias intensidades na vida do paciente e seus

familiares, se torna fundamental a avaliação das condições físicas, emocionais e cognitivas

dos clientes, com a finalidade de realizar um plano de cuidados de enfermagem (LIMA et al.,

2010).

É necessário que o paciente conheca os fatores que envolvem a adesão ao tratamento com a

hemodiálise, que aceite e reconheça a importância do tratamento proposto, para que assim ele

possa prosseguir com as orientações dadas reduzindo as complicações da doença renal crônica

e melhorando suas condições clínicas, além de conferir uma maior autonomia na busca das

alternativas de superação das dificuldades possibilitando o indivíduo a se adaptar à nova

condição de saúde (MACIEL et al., 2015).

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3. Procedimentos Metodológicos

Essa pesquisa foi realizada através de uma revisão integrativa da literatura brasileira e

objetivou reunir e sintetizar resultados de vários estudos publicados sobre as dificuldades que

os pacientes encontram para adesão ao tratamento hemodialítico bem como a atuação do

enfermeiro nesse contexto.

Para elaboração do trabalho, foi utilizado um protocolo da revisão integrativa executado com

as seguintes etapas. 1) identificação da questão norteadora da revisão, 2) definição dos

objetivo 3) estabelecimento das estratégia de busca (base de dados eletrônica, descritores e

cruzamentos), 4) seleção dos estudos (critérios de inclusão e exclusão), 5) estratégia para a

coleta e dados, 6) estratégia para a avaliação crítica dos estudos e síntese do estudo.

O levantamento dos artigos foi realizado em Julho de 2018, nas seguintes bases de dados:

Base de dados em Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

(MEDLINE) através dos descritores em Ciência da Saúde (DeCs): Hemodiálise, Adesão ao

tratamento e Assistência de enfermagem.

Na seleção dos estudos, como critério de inclusão foram utilizadas as publicações em que: os

textos estivessem completos, de modo que o conteúdo pudesse ser lido na íntegra online;

estudos publicados na língua portuguesa; artigos publicados entre os anos de 2013 a 2017; e

artigos que possuíam afinidade com a questão norteadora da pesquisa. Como critérios de

exclusão estabeleceram-se: artigos não disponíveis; publicados em inglês, espanhol; revisões

da literatura e que fugiam do tema proposto.

Dessa forma o presente artigo visa responder a seguinte questão norteadora: Como o

enfermeiro pode contribuir para a maior adesão do paciente renal crônico à hemodiálise?

4. Resultados e discussões

Ao cruzar os descritores hemodiálise and adesão ao tratamento e hemodiálise and assitência

de enfermagem, foram encontrados 81 artigos, dos quais foram analisados 10 artigos que

atenderam aos critérios de inclusão previamente estabelecidos. A seguir, um panorama geral

dos artigos avaliados.

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Tabela 1: Quantitativo de estudos selecionados por base de dados

Base de dados Encontrados Não atenderam aos critérios

de inclusão

Selecionados para o trabalho

BDENF 29 27 2

LILACS 44 36 8

MEDLINE 8 8 0

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Tabela 2: Panorama dos artigos avaliados

Título Ano Objetivos Resultados

A adesão de

indivíduos em terapia

hemodialítica.

2013 Analisar os indicadores de adesão

relacionados com o perfil

sociodemográfico de indivíduos

submetidos ao tratamento

hemodialítico.

Os indivíduos casados com idade

acima de 60 anos, analfabetos, ou

ensino fundamental incompleto, com

tempo de tratamento entre um a cinco

anos adotaram maior quantidade de indicadores de adesão; indivíduos com

renda superior a cinco salários mínimos

aderiram a menos indicadores.

A sala de espera

como espaço de

educação e promoção

de saúde à pessoa

com insuficiência

renal crônica em

hemodiálise.

Relatar experiência educativa em

sala de espera com pacientes

renais crônicos, descrevendo os

temas solicitados pelos pacientes,

à aderência desta abordagem

educativa na hemodiálise e o

envolvimento da equipe de

enfermagem como agente

promotora de educação em saúde.

O projeto sala de espera atingiu

pacientes e familiares, possibilitando

trocas de informações entre a tríade

pacientes/familiares/profissionais de

saúde Entretanto, para a concretização

deste projeto houve limitações

definidas pela própria instituição,

impactando esta realidade na

assistência de enfermagem em ato.

Avaliação psicológica

na aderência

terapêutica de

tratamento

hemodialítico.

Avaliar aderência terapêutica no

contexto do tratamento

hemodialítico auxiliada pela avaliação psicológica como

estratégia metodológica.

Observou-se uma aderência média de

55,97% (±18,37%) e uma associação

significativa (p < 0,05) com algumas escalas do IMEP. Assim, os pacientes

mais aderentes apresentaram-se mais

otimistas, buscando adaptar-se,

processando dados objetivos e

simbólicos, estabelecendo

relacionamentos gregários e flexíveis.

Estas características explicaram 37,9%

da variação da pressão arterial pré-

diálise. O IMEP discriminou diferentes

níveis de aderência, sendo que o uso de

diferentes indicadores mostrou-se

importante na avaliação da aderência. Os níveis de aderência observados

conformam-se ao registrado pela

literatura.

Sentimentos de

pessoas renais

crônicos e

interferências em

atividades sociais

Relacionar sentimentos

mencionados por pacientes renais

crônicos em hemodiálise

referentes a problemas de saúde

física e emocional e interferências

em atividades sociais.

Os resultados mostram que tanto a

doença crônica quanto o tratamento

dialítico, interferem na saúde física,

emocional e nas atividades sociais de

que participam, em graus variados.

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Tabela 2: Panorama dos artigos avaliados – CONTINUAÇÃO 1

Título Ano Objetivos Resultados

Adesão ao tratamento

dietoterápico sob a

ótica dos pacientes

com doença renal

crônica em

hemodiálise.

2014

Identificar os determinantes da

adesão ao tratamento

dietoterápico dos pacientes com

Doença Renal Crônica, atendidos

no Serviço Especializado em

Hemodiálise de um hospital da

região metropolitana de Goiânia-Goiás.

Os resultados foram agrupados em

categorias: a) dietoterapia em

hemodiálise – Todos os entrevistados

referiram dificuldades de seguir a

restrição quantitativa e qualitativa da

alimentação, principalmente de

líquidos; b) tempo de hemodiálise – Ao longo dos anos, a maioria dos

entrevistados voltou a consumir

alimentos sem restrições; c) fatores

psicossociais – As respostas

emocionais e sociais foram

representações de ameaças à saúde em

virtude do tratamento dietoterápico e

dialítico.

Tornando-se

proficiente: o

saber/fazer do

enfermeiro de

hemodiálise

Genesis de Souza Barbosa e

Glaucia Valente Valadares.

Da análise emergiu o fenômeno

"Tornando-se proficiente: o saber/fazer

do enfermeiro de hemodiálise", que se

forma a partir da junção das categorias:

"(Re) Estabelecendo seu modo de fazer

em hemodiálise" e "Dominando o cenário tecnológico".

Adesão ao tratamento hemodialítico:

percepção dos

pacientes renais

crônicos.

2015

Identificar fatores que interferem na adesão ao tratamento

hemodialítico na percepção dos

pacientes renais crônicos

Os principais fatores que influenciaram na adesão foram: dificuldade de

transporte, déficit de conhecimento

sobre a doença, limitações do

tratamento, transtornos vivenciados nas

sessões de hemodiálise, controle das

taxas pelos exames laboratoriais, fé,

máquina de hemodiálise e suporte

social.

Fatores associados à

qualidade de vida de

Pacientes renais

crônicos em hemodiálise.

2016

Identificar fatores

sociodemográficos e clínicos

associados à qualidade de vida

relacionada à saúde de pacientes renais crônicos em hemodiálise.

Os fatores sociodemográficos e

clínicos associados à melhor QVRS

encontrados foram: sexo masculino,

menor idade, etnia negra, parceiro fixo, maior escolaridade, praticante de

religião, altos níveis séricos de

albumina e de hematócrito. O cotidiano da mulher

em hemodiálise. Compreender o cotidiano da

mulher em hemodiálise.

A análise compreensiva desvelou 3

unidades de significado: ser portadora

de doença renal crônica e enfrentar a

hemodiálise, a hemodiálise e suas

reações, o cotidiano da mulher em

tratamento por hemodiálise Foram

percebidos sentimentos de medo e

rejeição. Todavia, a religião e a família

se mostraram importantes na aceitação

e esperança durante o tratamento.

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Tabela 2: Panorama dos artigos avaliados - CONTINUAÇÃO 2

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Dentre os artigos incluídos na revisão integrativa, em relação ao ano de publicação, 04 foram

publicados em 2013, 02 em 2014, 01 em 2015, 02 em 2016 e 01 em 2017. Em relação ao tipo

de delineamento de pesquisa dos artigos avaliados, foi evidenciado que: 05 constituem de

estudos quantitativos e 05 de estudos qualitativos.

Os estudos selecionados evidenciaram que vários aspectos influenciam na manutenção a

adesão e qualidade de vida dos pacientes com insuficiência renal que são submetidos à

hemodiálise. Partindo do ponto dos fatores sociodemográficos, foi revelado em um estudo

realizado por Fukushima et al., (2016) que os fatores sociodemográficos e clínicos associados

à melhor qualidade de vida relacionada a saúde encontrados foram: sexo masculino, menor

idade, etnia negra, parceiro fixo, maior escolaridade, praticante de religião, altos níveis séricos

de albumina e de hematócrito.

Foi identificado que os homens mostraram melhor qualidade de vida no quesito saúde

comparado as mulheres, mostrando-se mais positivos em relação aos problemas, função

sexual, dor, saúde geral, função emocional, energia/fadiga, e componente mental. Já as

mulheres obtiveram um melhor entendimento da qualidade de vida em relação a saúde no

aspecto de qualidade de interação social.

Em relação à idade, foi observado que os participantes com idade menos avançada tiveram

agravos à qualidade de vida em relação a saúde, com diferenças decisivos nas compreensões

da função cognitiva, funcionamento físico, e componente físico. Quanto ao estado conjugal, a

função sexual foi o aspecto em que os respondentes sem parceiro fixo tiveram melhor

Título Ano Objetivos Resultados

Qualidade de vida de

pacientes com

insuficiência renal em

tratamento

hemodialítico.

2017

Avaliar a qualidade de vida de

pessoas com Insuficiência Renal Crônica em tratamento

hemodialítico por meio do

instrumento KDQOL-SF™1.3.

Houve predomínio de mulheres 33

(50,8%). As dimensões do KDQOL-SF™1.3 com menores escores foram:

função emocional (41,54), função

física (29,62), sobrecarga da doença

renal (53,56) e papel profissional

(33,08). Maiores escores foram: função

social (87,12), dor (74,23), estímulo da

equipe de diálise (90,58) e função

cognitiva (87,38). A qualidade de vida

dos pacientes apresenta-se

comprometida em diversos aspectos

avaliados pelo KDQOL-SF™1.3.

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entendimento que os com parceiro fixo (FUKUSHIMA et al., 2016). Diferente de outro

estudo, realizado por Beuter et al., (2013) onde evidenciou que grande parte dos indivíduos

casados tiveram mais de dois indicadores de adesão ao tratamento hemodialítico.

Quanto à escolaridade, os indivíduos com grau mais elevados de escolaridade tiveram melhor

qualidade de vida em relação a saúde que os respondentes que tinham até o ensino

fundamental incompleto (FUKUSHIMA et al., 2016). Entretanto em outro estudo realizado

por Beuter et al., (2013) identificou-se que os clientes analfabetos ou com ensino fundamental

incompleto tiveram mais indicadores de adesão ao tratamento hemodialítico que os indivíduos

com níveis mais altos de escolaridade, bem como os indivíduos com renda superior a cinco

salários mínimos aderiram a menos indicadores.

O estudo de Beuter et al., (2013) mostra que as condições socioeconômicas não são fatores

determinantes de adesão, pois os indivíduos desta pesquisa que possuíam renda mais elevada

não influenciaram para uma maior quantidade de indicadores de adesão. Porém, acredita-se

que algumas particularidade são relevante: como baixo nível socioeconômico, baixo nível

educacional, desemprego, falta de rede efetiva de suporte social, longa distância do local de

tratamento, custo da medicação, desestrutura familiar, cultura e crenças sobre a doença e o

tratamento.

Em relação à religião, os indivíduos que fazem parte de alguma religião tiveram melhor

qualidade de vida em relação a saúde em comparação com os que não pertence nenhuma

religião, com controle na qualidade da interação social (FUKUSHIMA et al., 2016).

Já ao tempo de tratamento o estudo demonstra que quanto mais tempo de tratamento, os

indicadores de adesão são menos adotados pelos clientes, sabendo que um tratamento como a

hemodiálise não é de fácil aderência, pois o mesmo traz restrições e modificações no

cotidiano, interferindo na liberdade do cliente (BEUTER et al., 2013).

Ainda em relação ao tempo, sobre a dietoterapia na hemodiálise, que deve ser seguida com

toda cautela, todos os participantes relataram ter recebido orientações para reduzir o consumo

de determinados alimentos e líquidos no inicio da hemodiálise, entretanto todos sentiram

dificuldades em segui-las, principalmente em relação a quantidade e qualidade, aderindo

parcialmente as orientações, e com o passar do tempo a maioria dos entrevistados voltaram a

consumir os alimentos sem restrições impostas pelo tratamento e ate mesmo sem reduzir a

quantidade imposta de alimentos ingeridos (SILVA; BUENO, 2014).

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Sobre os fatores que interferem na adesão ao tratamento hemodialítico, Maciel et al (2015),

expõe os seguintes fatores: dificuldade de transporte, déficit de conhecimento sobre a doença,

limitações do tratamento e transtornos vivenciados nas sessões de hemodiálise.

O transporte para o centro de hemodiálise foi uma dificuldade encontrada, pois os pacientes

possuem dificuldades financeiras para arcar com essa despesa já que o município nem sempre

disponibiliza um veículo, com isso, o transporte interfere nas faltas e atraso na hemodiálise

(MACIEL et al., 2015).

Outra dificuldade foi em relação ao conhecimento do pacientes sobre sua patologia

restringindo-se apenas as causas implícitas e uma compreensão básica sobre a doença,

ocasionando um maior índice de abandono ao tratamento (MACIEL et al., 2015).

As frequentes sessões da hemodiálise e a mudança no estilo de vida, como às restrições

exigidas pelo tratamento no que se refere à dieta e à ingesta hídrica, são vistos pelos clientes

negativamente na terapia, pois exige uma mudança radical desestabilizando sua vida e de

outras pessoas. Os transtornos vivenciados na hemodiálise também são fatores que deixa o

paciente insatisfeito com o tratamento, apesar da máquina ser considerada importante para sua

vida ela também e vista como algo que os tomam reféns dela e de um tratamento obrigatório e

doloroso (MACIEL et al., 2015).

Ainda sobre os fatores que interferem no tratamento hemodialítico, em um estudo realizado

por Silva et al., (2017), foi evidenciado que a qualidade de vida relacionada à saúde destes

pacientes encontra-se comprometida em diversas dimensões avaliadas, tanto em suas funções

físicas, emocionais, sociais, bem estar emocional, energia/fadiga, e saúde geral, bem como o

estudo de Mayer et al., (2013).

Na dimensão sobrecarga da doença renal, foi visto que os pacientes renais crônicos, além de

enfrentar problemas físicos e psicológicos advindos da patologia, gastando bastante tempo

envolvidos com as sessões de hemodiálise e com os cuidados domiciliares necessários,

possuiam um sentimento de empecilho para seus familiares (SILVA et al., 2017)

Outra questão importante evidenciada na pesquisa foi o baixo escore relacionado ao papel

profissional, demonstrando um grande problema relacionado à situação profissional, na qual a

maior parte dos pacientes com IRC não possuem condições de trabalhar devido a grande

carga pelo tratamento hemodialítico (SILVA et al., 2017).

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Em outro estudo realizado por Martins, Alchieri (2013), onde buscou avaliar respostas

comportamentais da aderência terapêutica ao tratamento hemodialítico, aos resultados, na

autoavaliação dos pacientes, 65% avaliaram positivamente sua aderencia, enquanto 35%

relataram uma aderência menos efetiva. Ao investigar a relação entre a adesão ao tratamento e

os estilos de personalidade, foi visto que aqueles entrevistados mais aderentes possuiam uma

maior extroversão, comunicabilidade e firmeza, apresentando-se mais otimistas, buscando a

adaptação, com relacionamentos em grupos e flexiveis, características que os fazem ter um

relacionamento mais saudável e forte em sua rede de apoio social.

Em um estudo realizado por Silva, Bueno (2014), em relação aos fatores psicossociais, os

entrevistados sentiam sensações de medo, angustia e fragilidade durante a terapia dialítica,

sensação de privação de liberdade e limitações em seu dia a dia, que o atrapalham de sair,

viajar, socializar.

Ainda sobre os sentimentos os quais passam estes pacientes, um estudo realizado por

Salimena et al., (2016), onde buscou compreender o cotidiano da mulher em hemodiálise,

foram percebidos sentimentos de medo, insegurança, desespero e rejeição, principalmente no

inicio do tratamento, pois o diagnóstico da doença renal crônica abala muito os indivíduos e

seus familiares, com uma probabilidade de atingir o convívio social da pessoa e provocar

agravos físicos e emocionais. Além de precisar acostumar com a ideia da suspensão de suas

atividades profissionais, com a convicção de que não existe cura, e com as modificações

evidentes em sua rotina, já que um grande período do seu tempo será no hospital.

A restrição em relação ao trabalho pode causar graves problemas sociais e psicológicos se a

limitação estiver ligada a sentimentos de incapacidade, inutilidade e ociosidade. Outra

preocupação que aparece é o medo de ser um fardo para seus familiares no que desrespeite a

questão financeira, além de ter suas viagens e passeios limitados por causa do compromisso

impostos pela hemodiálise, o que também acarreta um agravo no quadro psicológico e

redução da sua qualidade de vida (SALIMENA et al., 2016).

Analisando o papel do enfermeiro para com estes clientes, em um estudo realizado por

Barbosa, Valadares, (2014) em que buscou descrever atitudes e práticas de enfermeiros de

hemodiálise na trajetória percorrida na especialidade, destaca-se a importancia do pensamento

crítico em relação a interação com o cenário, profissionais e clientela, bem como a

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especialização realizada pelos enfermeiros, buscando focalizar o cliente, antes de tudo, como

um ser sistêmico.

O conhecimento prático que proporciona ao enfermeiro realizar suas atividades assistenciais

de forma produtiva, associada às vivências e, a partir delas, às interações que presidem a

importância conferido à essa prática, contribuindo para que o profissional atue de forma

segura, em relação a compreensão das demandas do cenário e dos pacientes em hemodiálise

(BARBOSA; VALADARES, 2014).

Já em relação ao "Dominando o cenário tecnológico" o enfermeiro já é adaptado ao cenário e

preparado para atender as imposições nela contidas. Quando o enfermeiro domina os

equipamentos, pode atuar com maior desempenho em suas atividades no que se refere a um

cuidado resolutivo em relação às demandas dos pacientes sob sua assistência (BARBOSA;

VALADARES, 2014).

Além do pensamento crítico e um conhecimento prático, se faz de grande importancia

atividades de educação em saúde a esse publico, buscando a conscientização e participação

dos mesmos na sua terapêutica e qualidade de vida. Assim, em um estudo realizado or Silva et

al., (2013), foram desenvolvidas atividades de educação em saúde por academicos do curso

de enfermagem e nutrição com pacientes com DRC e seus acompanhantes presentes. Foram

abordados 3 temáticas: cuidados com a fístula artério-venosa; controle do ganho de peso

interdialítico; cuidados com o cateter de duplo lúmem; controle de potássio; bem como

lavagem das mãos e da fístula.

As atividades se mostraram de grande enriquecimento para todos presentes

(profissionais/acadêmicos/publico alvo), interagindo uns com os outros e trocando

experiencias, além de permitir o desenvolvimento de habilidades que possibilitaram lidar com

seus valores, medos, angustias ao cuidar do proximo, fortalecendo sua capacidade em cuidar

do priximo com um olhar mais humanizado, desenvolvendo assim habilidades relacionadas a

comunicação e interação onde a assistência ao paciente com IRC em hemodiálise vai além das

máquinas e das atividades administrativas (SILVA et al., 2013).

A sala de espera possibilitou a troca de conhecimentos, reconhecimento da realidade

sociocultural, como também crenças e a expressão dos sentimentos dos participantes, o que

pode proporcionar aos integrantes um sentimento de coesão e segurança, podendo a

enfermagem desenvolver uma sensação de bem estar, esperança, aquisição de confiança,

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melhor adaptação à doença, liberdade e autonomia aos pacientes para realizar escolhas sábias

e que beneficiem uma melhoria da qualidade de vida como resultado (SILVA et al., 2013).

Contudo, após análise dos estudos selecionados pode se concluir que diversos fatores podem

interferir na terapia do paciente hemodialítico, desde os déficits de conhecimento sobre a

doença, limitações do tratamento, bem como transtornos biopsicossocias, precisando que os

profissionais Enfermeiros estejam preparados para lidar com esta clientela, intervindo

positivamente na situação biopsicossocial do cliente e o ajudando a melhorar a sua qualidade

de vida.

5. Considerações finais

A revisão integrativa realizada respondeu aos objetivos propostos, apresentando os fatores

que influenciam na adesão ao tratamento de pacientes em hemodiálise, bem como o papel do

enfermeiro nessa questão.

Das hipóteses relacionadas na pesquisa, apenas a falta de apoio familiar não foi diretamente

citada, porém foi visto a importância do suporte familiar, bem como o medo e o sentimento de

impecilho dos pacientes com as familias.

A revisão apresentou como fatores que influenciam na adesão ao tratamento o déficit de

conhecimento sobre a patologia e o tratamento, distância do local que se realiza a

hemodiálise, dificuldades financeiras, transtornos vivenciados nas sessões de hemodiálise,

desgaste emocional pela necessidade do procedimento invasivo e demorado e a falta de apoio

familiar.

Com relação ao papel do enfermeiro, este deve estudar os fatores individuais de cada paciente

para que os cuidados sejam adequados em cada caso. Dessa forma sua intervenção será mais

resolutiva.

Os cuidados de enfermagem devem abranger não só o cuidado físico, como também o

psicológico e espiritual do paciente, visto que estes passam por um turbilhão de sentimentos

(SANTOS; ROCHA; BERARDINELLI, 2011).

O enfermeiro possui um papel fundamental, porque, apesar de a educação do cliente com

DRC ser um compromisso de toda a equipe de saúde, esse profissional é o componente da

equipe que atua de modo mais constante e mais próximo desses pacientes. Portanto, ele deve

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estar capacitado para identificar as necessidades dos clientes e intervir de forma eficaz

(SANTOS; ROCHA; BERARDINELLI, 2011).

Santos, Rocha, Berardinelli (2011), ainda afirma que é o enfermeiro que, através do cuidado

de enfermagem, planeja intervenções educativas junto aos clientes, de acordo com a avaliação

que realiza de cada um, visando ajudá-los a reaprender a viver com a nova realidade e a

sobreviver com a doença renal crônica.

Conclui–se, neste trabalho, que é imprescindível a orientação de enfermagem para a qualidade

de vida desses pacientes, em termos de bem-estar físico, emocional/intelectual e espiritual.

Acredita-se que a presente pesquisa possa contribuir consideravelmente para a construção de

novos conhecimentos, pois analisa e evidencia as diferentes esferas que podem interferir na

qualidade de vida dos indivíduos, podendo assim auxiliar os profissionais da saúde, servindo

como instrumento em uma prática assistencial que realmente enxerge as várias dimensões do

cuidado a pacientes com insuficiência renal submetidos à hemodiálise.

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