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Interlagos O Carteiro e o Poeta Daniele Souza Mello Diego Silva Oliveira Geniole Pires Alves Odiléia de Paula Ferreira

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Interlagos

O Carteiro e o Poeta

Daniele Souza Mello

Diego Silva Oliveira

Geniole Pires Alves

Odiléia de Paula Ferreira

Letras – 1º Semestre / Noturno

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Letras – 1º Semestre / Noturno

O Carteiro e o Poeta

São Paulo

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2011

Sumário

O Carteiro e o Poeta.....................................................................................................................4

Metáfora......................................................................................................................................6

Metáfora – No filme.....................................................................................................................7

Considerações finas......................................................................................................................9

Bibliografia.................................................................................................................................10

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O Carteiro e o Poeta

Olhar, escutar e sentir o personagem Mário Ruoppolo no filme “O Carteiro e o Poeta”, nos faz refletir sobre a simplicidade do crescimento humano. Como as águas do oceano da pequena ilha onde se passa a emocionante história do encontro entre Pablo Neruda e o Carteiro que lhe entrega regularmente duas correspondências. O mar mantém sua rotina, sustentando a beleza a de seus movimentos e o impacto de suas maravilhas. A água bate nas rochas produzindo sons jamais ensaiados. Assim também se faz nosso processo de individuação.

Este caminho segue um fluxo natural, ou seja, uma tendência espontânea que leva cada sujeito ao encontro de suas verdades interiores. Não podemos entendê-lo como um caminho linear, mas como o grande encontro com a nossa essência; aquilo que realmente somos enquanto humanos.

No inicio do filme torna-se clara a insatisfação de Mário com a fora de vida a qual estava sujeito na ilha em que nascera. A tentativa de dialogo com o pai – que já se conformara com seu destino – não resultava numa saída; não lhe dava resposta. Como num verdadeiro encontro causado pelo universo, Mário vai até o centro da cidade e assiste em um cinejornal os últimos acontecimentos na Itália. Acaba por descobrir que o grande poeta comunista, Pablo Neruda, estaria chegando à Itália como refugiado político e iria se estabelecer na ilha. Novamente como num destino prenunciado, Mário candidata-se a uma vaga de emprego no correio da ilha. Mal sabia que seu trabalho estava extremamente ligado a Pablo Neruda - até então admirado por escrever belos poemas de amor e encantar várias mulheres por onde passava.

Este contato marcou a vida de Mário para sempre. O trouxe um novo mundo interno e externo das ideias. A revelação de um universo que não conhecia: o da linguagem poética e suas metáforas. Transformou sua insatisfação interna em lirismo.

A descoberta da força expressiva das palavras com capacidade de traduzir os seus sentimentos e o seu pensamento a respeito do mundo, trouxeram ao Carteiro a grandeza da alma.

A vida se abre; sua personalidade ganha espaço e não cabe mais no homem sem grandes expectativas. A primeira etapa deste processo deu-se pela descoberta do amor, pela forma poética como Pablo Neruda descreve as paixões e sensibiliza as mulheres. Essa identificação leva o carteiro a interessar-se pelo caminho da poesia e da construção metafóricas que compõe a escrita deste admirado poeta.

Um dos momentos mais interessantes do dos diálogos desses personagens é aquele em que Mário pede ao poeta que justifique as palavras escolhidas em seus versos. Sem muito pensar Neruda responde: “Quando você explica, a poesia se torna banal. Melhor do que qualquer explicação é a experiência de sentimentos que a poesia pode revelar a uma alma suficientemente aberta para entendê-la.”. A partir deste episódio Mario se abre ao contato de sua essência poética e passa a olhar o mundo com mais atenção.

Neste novo olhar descobre-se apaixonado pela bela Beatrice Russo, para quem direciona seu afeto. Este amor que poderia ser compreendido como um simples encontro, o faz descobrir a grandeza de recitar poemas que evoquem seus sentimentos mais profundos e

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ao mesmo tempo permite uma abertura para a sua verdade diante do mundo. Dessa forma, passa a implicar-se na vida cotidiana de seu povoado. Começa a questionar valores religiosos e políticos de seu povo. Influenciado pelo pensamento de Neruda, enfrenta a indiferença política e a ausência de expectativa de transformação que prevalecia em entre os habitantes da ilha.

Depois da partida do poeta, Mário se vê solitário em seu caminho. O ponto que alcançara em seu crescimento interno não lhe permitia mais recuar; atitudes eram necessárias. Nesta nova forma de ver o mundo seus olhos não podiam mais ser enganados ou render-se à normalidade e aos padrões estabelecidos no povoado.

Seu isolamento tornou-se cada vez mais evidente, sua diferença o levava a certeza de que não cabia mais naquele lugar. O velho pensamento já não lhe servia; as velhas roupas estavam apertadas. Assim, como um herói em sua trajetória interna, busca encontrar um sentido para sua vida. Diante do desejo de produzir um presente para seu amigo distante, Pablo Neruda, decide gravar todos os sons vivenciados pelo poeta durante sua passagem na ilha.

Por meio desta iniciativa, o Carteiro Mário, redescobre as belezas de suas terras. Redescobre a simplicidade dos ventos, a canção do mar, o piscar da estrelas. Redescobre a beleza esquecida. E os sons unidos representaram a musicalidade nos poemas de seu amigo querido e do se mestre.

Após um longo percurso, Mário descobre seu papel no mundo, define sua existência individual e coletiva na união da poesia com a luta comunitária – assim como fazia Neruda.

Ao mesmo tempo em que se inspira em Neruda, apropria-se de sua verdade interior. Não é mais uma luta pelo amor de Beatrice, nem pelo reconhecimento de seu Mestre. A busca passa a ser sua essência vital.

O caminho deste personagem pode ser compreendido de como um movimento de mudança; o encontro com sua verdade intima ou consigo mesmo. O Carteiro - que inicialmente se encanta pelo poeta das mulheres e pela sua forma de conquista – descobre que a poesia de Neruda entra na sua vida com o propósito de transformação. Surge o homem em seu sentido pleno e completo. Como um ser criativo e consciente de seu papel no mundo.

Este homem, presente como um ser comunitário e representante de seus sonhos e princípios, redireciona sua trajetória para o mundo. Nesta nova transformação diante da vida, expõe-se a mundo como também criador e protestante. É mais uma voz ativa na sociedade.

Assim como Pablo Neruda, seu inspirador, Mário usa suas poesias para manifestar sua opinião acerca de dado assunto. Expõe o que pensa e deseja. Neste momento torna-se claro e evidente a ascensão do personagem do filme. Abandona o caráter plano expondo a todos eu crescimento.

O amor por Beatrice e a admiração por Neruda, foram os precursores desse novo ser. A coragem de Mario o tona um herói, pois enfrenta seus fantasmas e sombras em busca de um ser mais próximo de si e dos outros.

Nesta nova fase, Mário descobriu muito mais que construir metáforas. Descobriu o amor e o orgulho de ser quem era. A simplicidade desta história nos mostra que o singelo ato de abrir os olhos para mundo retira as cortinas da alienação e individualismo.

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Metáfora

Meta: mudança, posterioridade, além, transcendência;Phora: parte exterior, outro lugar, sempre em frente

A metáfora é a dança das palavras; mexe com os sentimentos; com os pensamentos; nos faz viajar pelo mundo das ideias e do real. Externa, em sua amplitude, o que nos é comum: o que é, passa a ser o que não foi e o que foi passa a ser o que será, mesmo que ainda tenha sido. O texto metafórico quando transcrito – seja uma crônica, um poema, um conto, ou ainda um romance – recebe o caráter de subjetivo e individualista, pois depende do conhecimento de mundo ostentado pelo leitor. Esse texto expressa-se pela variação de significação – uma vez que cada leitor terá uma “forma própria de analisar” – que é, exatamente, a multissignificação.

A palavra Metáfora é de origem grega "metaphorá”, em latim traduziu-se como "metaphora. Foi classificada pela gramática portuguesa como figura de linguagem, que é um desvio das normas, provocado para conferir expressividade à própria linguagem, a metáfora se encaixa na subdivisão das mesmas como figuras de palavras. Sua função é usar uma palavra com o significado de outra, considerando uma relação de semelhança entre o que ambas representam. É, portanto uma comparação subentendida, sem a presença do conectivo.

Ex.: (...)

Não sei quais nuvens trago neste peitoQue tudo quanto vejo me entristece.E choro, porque esta alma me esmaga – é pedra;Faz-me pensar.

(...)

Obs.: Esse trecho de poema fala da saudade, da tristeza, da angustia. Ambas estão representadas pela nuvem presa no coração pungido. Há, também, um jogo antitético: ALMA x PEDRA. ALMA simboliza a transcendência, a metafísica, a sensibilidade; já a PEDRA são as questões físicas, o peso da partida e abandono. A metáfora esta presente na metáfora: “E choro, porque esta alma me esmaga – é pedra”.

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Metáfora – No filme

No filme “O Carteiro e o Poeta” o autor trabalha a metáfora com muita simplicidade e delicadeza, traduzindo-a no amor de Mário (O Carteiro) por Beatrice Russo, sua musa. Aparece, também, nas representações de Neruda do ambiente em que está – em especial do mar.

Descobrindo que a poesia de Neruda encatava as mulheres – e conhecendo Neruda - Mário decide pedir a Neruda que o ensine a compor poesia. Sua intenção era conquistar, por definitivo, o coração de sua musa Beatrice. Então, o uso da metáfora ganha mais importância nesse momento. Trecho do poema feito para Beatrice:

E o teu sorriso se espalha em teu rosto como uma borboleta;Seu sorriso é como uma rosa

Obs.: A construção da metáfora é dada por comparação, a esse evento dá-se o nome de comparação metafórica. O sorriso de Beatrice é tão belo, puro e simples que lembram borboletas e rosas. O carteiro idealiza Beatrice, por isso busca a perfeição nas palavras, uma vez que Lea representa a beleza suprema das mulheres – ao menos no filme.

O filme fala muito de metáforas e em uma dessas cenas, o poeta pergunta a Mário como ele entenderia se ele dissesse que "o céu estava chorando" e o carteiro responde que essa é a imagem que representa a chuva.

Em outra cena ambientada na praia da ilha italiana, o poeta declama a seguinte poesia e depois pergunta ao carteiro sua opinião:

Aqui na ilha há tanto mar,O mar e mais o mar.

Ele transborda de tempo em tempo.Diz que sim, depois que não,

Diz sim e de novo não.No azul, na espuma, em galopeEle diz não e novamente sim.

Não fica tranqüilo, não consegue parar.Meu nome é mar ele repete

Batendo numa pedra, mas sem convencê-la.

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(...)

Obs.: Os oito primeiros versos são, se lidos em voz sussurrada e reforçando as silabas em negrito, a representação do som emitido pelo choque da água do mar com as pedras. Na parte sublinhada, o autor atribui ao mar uma voz e ainda estabelece um diálogo entre pedra e mar. O mar busca se afirmar à pedra: Meu nome é mar ele repete, mas ela pouca se amedronta o que impulsiona o agitar das ondas do mar.

Ao final da recitação do poema, Mario Ruoppolo, sentiu-se enjoado por conta do efeito que o poema lhe causou, pois representava as ondas do mar, o movimento de vai e volta da água.

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Considerações finas

O filme “O Carteiro e o Poeta” deixa em evidência a simplicidade das pessoas como um reflexo do ambiente, bem como, as belezas naturais a qual expunha. Lança também um jogo antitético, o contraste entre o Carteiro e o Poeta. A simplicidade x o Estereótipo.

Fica do filme um sentimento puro e humano. A mudança é possível.

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Bibliografia

www.recantodasletras.com.br

www.google.com.br

Pensador. info

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