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O Canto Desvendado: Uma experiência vocal no Teatro do 8º ano Por Daniela Munafó Antropomúsica Turma III São Paulo, 2012 Disponível em www.ouvirativo.com.br

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O Canto Desvendado:

Uma experiência vocal no Teatro do 8º ano

Por Daniela Munafó

Antropomúsica Turma III

São Paulo, 2012

Disponível em www.ouvirativo.com.br

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Dedico esse trabalho aos alunos do 8º ano de 2012, que lindamente encenaram o

“Sonho de uma Noite de Verão” de William Shakespeare.

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Agradecimentos

Agradeço à minha orientadora Anni Metzler e à minha professora de voz LucianaHorta.

Agradeço aos professores do Antropomúsica, Marcelo Petraglia, Meca Vargas,Veronica Brunis.

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Sumário

Introdução..........................................................................................................5

Canto na infância e na adolescência.................................................................7

Planejamento e adaptações...............................................................................9

Aquecimentos vocais levantados......................................................................11

Conclusão..........................................................................................................26

Bibliografia.........................................................................................................27

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Introdução

Cantar, é mover o domdo fundo de uma paixão

Seduzir, as pedras, catedrais, coração(Djavan)

Um povo que sabe cantar está a umpasso da felicidade; é preciso ensinar o

mundo inteiro a cantar.

(Villa-Lobos)

O ato de cantar vem de tempos remotos. Pesquisas antropológicas, ao estudar

a estrutura do aparelho vocal puderam ver as diferenças entre a fala e o canto,

podendo assim datar de oitenta mil anos atrás o uso da voz para a fala, enquanto o

canto talvez tenha começado meio milhão de anos antes. Por muito tempo o canto e a

fala se mantiveram emaranhados. Ainda hoje, povos que conservam vivas linguagens

antigas, mantém inseparáveis as inflexões da fala e da música. (MENUHIN, 1981, p.

6)

A música e o canto permeiam desde sempre os afazeres cotidianos e os rituais.

Cada povo canta, à sua forma, seus nascimentos e mortes, casamentos, colheitas e

ciclos da natureza, dor e alegria.

Os sons que cada povo produz não dizem respeito a uma mera imitação do

mundo exterior, muito além, é uma expressão sonora do nosso universo interior.

Aprofundando nesse sentido, somos seres que podemos chegar a manifestar, através

do nosso aparelho fonador, o “som primordial subjacente à multiplicidade do mundo

dos tons”. (WERBECK - SVARDSTROM, 2011, p. 31)

Pelo desenvolvimento da escuta interior e exterior, podemos ouvir o

som oculto (...) que dá origem ao tom, este se tornará interiormente audível para nós, eesse som primordial irá ao poucos reluzir em nossos próprios tons e em suaressonância exterior. (WERBECK-SVARDSTROM, 2011, p. 32)

E imprescindível dizer que a elucidação acima vem das pesquisas da Sra.

Werbeck que procurou o conhecimento da Ciência Espiritual, também conhecido por

Antroposofia, para renovar e rever a técnica vocal pela qual foi submetida e adoeceu.

Dessa pesquisa surgiu a Escola do Desvendar da Voz.

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Essa Escola pretende libertar a voz da nossa própria corporalidade física.

Segundo Werbeck:

a voz humana não precisa de qualquer formação, ela está lá, pronta, perfeita como umser que ressoa no ideal, esperando porém por libertação! Devemos dizer libertar, oumelhor ainda, desvendar a voz. (WERBECK-SVARDSTROM, 2011, p. 32)

A própria autora também ressalta que o uso terapêutico dos exercícios é a

meta essencial de sua Escola.

Sendo assim, o presente trabalho, se propôs a aplicar alguns dos vocalizes

provenientes dessa Escola no ambiente escolar. Pela limitação de tempo e tamanho

do trabalho, esclarecemos que o potencial terapêutico não pôde ser aprofundado.

Nesse momento, apenas relatarei um bimestre escolar, no qual fui facilitadora. Antes

de relatar em pormenores essa experiência, olharemos brevemente para o que é o

canto na infância e adolescência.

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O canto na infância e adolescência

É natural que, uma vez que o canto faça parte do desenvolvimento do

homem, as crianças recontem essa trajetória no seu próprio desenvolvimento. O

nascimento de um bebê é comumente inaugurado pelo choro, que nos revela o

contato com o elemento aéreo manifestado de forma sonora. Pode se observar que os

bebês com poucos meses já emitem sons de diferentes alturas que com o tempo se

organizarão e se revelarão na comunicação.

Cabe ao adulto proporcionar estímulos vocais variados, explorar a voz e suas

possibilidades e enfim cantar com suas crianças. Uma vez que nesse momento a

imitação é o grande meio de aprendizado.

Na infância o canto deve ser cotidiano, deve fazer parte das brincadeiras, dos

afazeres do lar e da escola. Nesse sentido, encontramos nas escolas Waldorf um

respeito e trabalho intenso para que a música faça parte do ambiente escolar. Faz

parte da rotina começar o dia cantando, brincar nas rodas cantadas além das aulas de

música nas quais o desenvolvimento vocal e instrumental é trabalhado.

No panorama escolar que vivenciamos atualmente, grande valor se dá ao

desenvolvimento do intelecto. Segundo Steiner somados a esse elemento, deveríamos

durante a vida escolar também desenvolver nossas capacidades de sentimento e de

vontade, pois esses elementos se ligam diretamente ao convívio social. Friedenreich

elucida:

Na educação comum de hoje se atribui valor quase que exclusivo a umdesenvolvimento preponderante do intelecto e à aquisição de habilidades exteriores,temos uma vida social tendente a imobilizar-se até transformar-se em rotina, dentroda qual sentimentos e manifestações de uma vontade individual criativa sãogeralmente considerados não objetivos e, portanto, inoportunos.(FRIEDENREICH,1990, p. 33)

Sendo assim, uma possível maneira de desenvolver essas duas

características, seria através das artes. Isso se justifica, pois a linguagem artística traz

em si a natureza da repetição, elemento indispensável para que a vontade se

desenvolva. Cabe dizer que essa repetição não se refere a algo mecânico ou

desprovido de sentido, e sim da repetição que renova e refina o fazer.

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Segundo Steiner :

A pessoa sente um prazer sempre renovado pelo que aprendeu em matéria de arte. .aprecia-se o artístico sempre novamente, e não apenas da primeira vez. O elementoartístico tem já de per si a propriedade de alegrar o homem não só uma vez, massempre de novo. Daí a relação entre as nossas intenções pedagógicas e o elementoartístico.(STEINER, 1992, p. 64)

Nesse ambiente, onde a música é tratada como uma das linguagens que forma

seres humanos plenos, encontramos crianças que vivem o segundo setênio de vida.

O segundo setênio inicia-se aos sete anos de idade e perdura até os catorze

anos. Nesse período intensas transformações anímicas são reveladas através de

acontecimentos físicos e comportamentais, como por exemplo, a troca de dentes. No

âmbito da voz, na puberdade vive-se uma intensa transformação. O desenvolvimento

vocal passa por etapas de maior ou menor estabilidade, na afinação e percepção da

própria voz, acontecendo com maior intensidade para os meninos.

A partir do sete anos é o elemento poético-musical que se torna particularmente ativono corpo etérico. A isso vem opor-se o eu e o corpo astral: um elemento volitivoadvindo de fora luta contra um elemento volitivo que vem de dentro, e isso semanifesta no acontecimento da puberdade. Aliás, manifesta-se tambémexteriormente, no fato de existir entro o masculino e o feminino uma diferençaexplícita na tonalidade da voz. (STEINER, 1997, p. 30)

Após a turma ter passado de forma mais intensa por essa mudança (por volta

da 6º série) e já reconquistando sua segurança vocal, vivenciamos no 8º ano, fim do

segundo setênio, a experiência de montar uma peça teatral na qual poderão utilizar-se

das linguagens artísticas desenvolvidas ao longo dos oito anos, dentre elas a música.

No ano de 2012 tive a oportunidade de fazer a parte musical do “Sonho de

uma noite de verão” de Willian Shakespeare com minha turma. Durante meu

planejamento escolhi trabalhar a parte vocal utilizando os vocalizes do Coral da Escola

do Desvendar da Voz, no qual participei por dois anos. Para melhor compreensão dos

vocalizes, paralelamente, fiz aulas individuais.

Vale ressaltar que o trabalho vocal aqui relatado corresponde a um bimestre

escolar e que esse trabalho terá continuidade no coral que se desenvolverá no ensino

médio.

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Planejamento e adaptações

Ao planejar esses meses de trabalho, a vontade inicial era de dedicar tempo

aos aquecimentos e aplicações no repertório. Pesquisei um caminho que trabalhasse

facetas diversas da voz, a fim de que o aquecimento vocal se mostrasse equilibrado

para o desenvolvimento saudável da voz.

Um caminho possível seria:

• Despertar o corpo com um breve alongamento: esse primeiro

momento descontrai e acalma a energia que o grupo chega na aula,

além de organizar e alinhar a postura.• Organizar a respiração organiza o grupo. • Vibração de língua e lábios: favorecem a movimentação e

flexibilização das cordas vocais. • Ressonância e projeção: emitindo os sons nasais, a laringe relaxa

podendo melhorar tanto a ressonância quanto a projeção.• Afinação: acordar a escuta para interferir no som produzido pode

melhorar muito a afinação do grupo. Os cânones podem viabilizar

essa escuta da harmonia. • Articulação: indispensável para que o texto seja compreendido, sendo

assim é preciso acordar a musculatura facial e a forma de cada vogal

e consoante.• Extensão: deve ser respeitada a extensão do grupo e trabalhada para

que o repertório aconteça de forma tranquila.

Tendo em vista esse caminho, me propus a encontrar os vocalizes que

pudessem corresponder a esses objetivos, além de variações entre eles para que as

aulas não se tornassem repetitivas.

A rotina do professor é um constante planejar e adaptar-se, é uma profissão

que exige bastante criatividade e habilidade de improvisação. Sendo assim, no

primeiro dia de aula em rápidos 50 minutos as adaptações já se impuseram.

Primeiramente observei que passar por todas as etapas do aquecimento exigia o

tempo da aula inteira. Ainda era necessário que eles aprendessem as músicas, tanto

as canções como o repertório instrumental, além de dedicar tempo para as

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composições coletivas que complementariam o repertório da peça. Então decidi que

focaria em uma ou duas facetas por aula, diluindo assim essa vivência vocal ao longo

do processo.

De qualquer maneira, após essa pesquisa e planejamento me sentia mais

preparada para utilizar vocalizes ou variações, além de ter ampliado meu repertório

para as outras classes. Não foi possível, em um bimestre, aplicar todos os

aquecimentos investigados, mas, uma vez levantado, esse material poderá ser

utilizado com outras classes e na continuidade do trabalho com o 8º ano. Só ganhos!

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Os aquecimentos levantados

Esses exercícios são propostos com uma imagem mental que ajude a

viabilizar a sonoridade que se deseja alcançar. As imagens são sempre sugestões,

podendo cada educador ou terapeuta trazer uma que seja mais verdadeira para si. É

importante que se faça uma reflexão acerca de que a imagem e o objetivo em si

estejam alinhados. A faixa etária que você trabalha pode exigir constantes adaptações.

Imagens mais lúdicas podem trazer muito resultado no 2º setênio.

Na Escola do Desvendar da Voz, toma-se o fonema NG (no Português similar

ao NH) como um suprafonema, que em sua natureza ajuda-nos a separar o mundo

sonoro do mundo fonético. Essa separação permite que a corrente sonora possa

trilhar a direção correta e “fluir ascendentemente por trás da cavidade bucal, pela parte

posterior do nariz em direção ao seio esfenoidal e, mais tarde, para o seio frontal.”

(WERBECK-SVARDSTROM, 2011, p. 67) Dessa forma, ao cantar esse fonema, a

base da língua fecha o acesso da garganta para a cavidade bucal, o que não é um

som que facilmente se conquista.

Tendo em mente a importância das imagens em cada vocalize e da

sonoridade desse suprafonema, segue abaixo um levantamento de exercícios que

pude vivenciar no Coral do Desvendar da Voz no Antropomúsica III e nas aulas de

canto.

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GRAUS CONJUNTOS (ESCALAS E PENTACORDES)

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SALTOS E ARPEJOS

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Conclusão

Ao longo desse rápido e intenso bimestre, a turma obteve vários ganhos.

Despertar a escuta e a voz de maneira sistemática ajudou o grupo a formar um som

coletivo mais consistente.

Os aspectos que pude perceber crescimento gradual foram a expansão da

ressonância e que a voz masculina e feminina ganharam corpo e as polaridades se

fortaleceram. Como coro eles gradativamente ganharam mais volume e projeção.

Cantar polifonicamente de maneira afinada ficou mais autônomo, pois no

início era muito comum que um grupo passasse para a outra voz. Apesar do repertório

não ser essencialmente polifônico, os repertórios que trabalhei depois foram

aprendidos com mais facilidade.

No caso desse grupo, apresentamos a peça num teatro de arena, aberto e

coberto por uma lona, então muito da ressonância e projeção se perdia quando

ensaiávamos nesse espaço, porém foi audível que esses trabalhos em aula

minimizaram essa perda que o espaço impunha.

Observo como educadora, que a adolescência traz consigo muita vergonha

de se expor, sendo assim, articular cada palavra e mostrar mais movimentos faciais é

muito difícil nessa idade. Ao longo das aulas, pude criar momentos de maior

descontração conseguindo que eles cantassem mais articulados. Ao observar o salto

em qualidade que conquistávamos, aos poucos, cada aluno no seu grau de

envolvimento e de percepção auditiva, foi mudando sua postura nos ensaios. Apesar

de ser um resultado que oscilou, ele aconteceu e criou referência sonora para o grupo.

Sendo assim, posso concluir que para o grupo, cantar se tornou mais

prazeroso e também mais consciente. Tendo em vista que iniciarão um trabalho Coral

no Ensino Médio, acredito que eles estarão mais preparados para o trabalho técnico e

expressivo.

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Bibliografia

BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil: propostas para a formação

integral da criança. São Paulo: Peirópolis, 2003.

FRIEDENREICH, Carl Albert. A Educação Musical na Escola Waldorf. São Paulo:

Antroposófica, 1990.

MENUHIN, Yehudi. A Música do Homem. São Paulo: Martins Fontes, 1981.

SIMÔES, Sara Margarida de O. B. Especificidades do canto no Ensino Básico : com

base em literatura e no testemunho de professores, formadores e especialistas em

saúde vocal. Portugal: Universidade de Aveiro – Depto. de Comunicação e Arte, 2011.

STEINER, Rudolf. Antropologia meditativa. São Paulo: Antroposófica, 1997.

______________. A Arte da Educação I. São Paulo: Antroposófica, 2007.

WERBECK-SVARDSTROM, Valborg. A Escola do Desvendar da Voz: um caminho

para a redenção na arte do canto. São Paulo: Antroposófica, 2011.

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