nutrição - apostila de monogátricos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA APOSTILA DIDÁTIACA DA DISCIPLINA NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS AUTOR: PROF. Dr. AGUSTINHO VALENTE DE FIGUEIRÊDO

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Aula de Atualizao : Provo do MEC - Curso de Medicina Veterinria Data: 13/06/99

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI

CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS

DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

APOSTILA DIDTIACA DA DISCIPLINA

NUTRIO DE MONOGSTRICOS

AUTOR: PROF. Dr. AGUSTINHO VALENTE DE FIGUEIRDO

Teresina - abril / 2007I) EVOLUO DA CINCIA DA NUTRIO

A cincia da nutrio integra conhecimentos bioqumicos e fisiolgicos relacionando o organismo animal com o suprimento alimentar de suas clulas. O desenvolvimento da Nutrio teve a contribuio de outras cincias bsicas, alm da fisiologia e bioqumica, vm contribuindo a fsica, a qumica orgnica, a gentica e a microbiologia.

Nutrio - Estudo dos processos que envolvem a ingesto, digesto e absoro dos nutrientes dos alimentos pelos animais para sua manuteno, crescimento, reparo do organismo, produo e reproduo.

1760, Antoine Laurent Lavoisier - considerado o pai da Nutrio, introduziu o termmetro e a balana nos estudos de nutrio e atravs dos seus experimentos utilizando a calorimetria, verificou que parte do calor animal era originrio da combusto de substncias no organismo, concluindo em suas experincias que a respirao e a combusto eram processos semelhantes.

Ren Reamur, naturalista Francs, fez uma das primeiras observaes referentes digesto, fornecendo alimentos para aves e retirando-os do intestino aps curto perodos de tempo, verificando assim, as mudanas na composio do alimento durante a digesto.

1833 William . Beaumont: descreveu o suco gstrico e identificou o HCl, notou movimentos do estmago e verificou o efeito da emoo do homem sobre a secreo e motilidade gstrica. Estes trabalhos sugeriram o uso de fstulas em animais para os estudos de digesto realizados posteriormente;

- Ainda no sculo XVII j se conclua que o organismo animal necessitava de vrios nutrientes e que o valor dos alimentos no estavam num nico componente qumico e sim em trs compostos, as protenas, os lipdeos e os carboidratos.

1883, Johan Kjeldahl, qumico Dinamarqus, descobriu um mtodo rpido para se determinar o valor nitrogenado dos alimentos. A partir desta data houve um grande avano nos estudos de nutrio protica. Com isso surgiu o mtodo de determinao do N.

J no final do sculo XIX se conhecia 12 aminocidos nas protenas e com a descoberta de Thomas, conclui-se que havia variao na composio de aminocidos das protenas, e que isto, afetava o seu valor biolgico.

-

1912, Casimir Funk verificou que uma substncia contida no farelo integral de arroz curava a beribri, usando o termo vitamina pela primeira vez;

Por volta de 1600 j se observava que pintinhos alimentados com casca de ovo, rica em clcio, cresciam mais rpido e mais saudveis. Entre 1930 e 1940, veio a descoberta do Ca, P, S, Cu, F;

1948 , descoberta da B12 1953, uso da gordura nas raes

1970-1997, uso de vrias substncias: c. Orgnicos, enzimas, minerais quelados, aminocidos sintticos, flavorizantes, raes peletizadas e estruzadas

II) EVOLUO DA NUTRIO DE MONOGSTRICOS NO BRASILPrimeira fase - somente a partir da dcada de 60, surgiram as dietas balanceadas no Brasil

Segundo fase (entre 1960 e 1970) - caracterizada com a entrada de grandes indstrias de raes

A terceira fase - correspondeu a expanso da produo de milho e soja, proporcionando maior estabilidade s raes balanceadas. Uma outra fase poderia ser considerada ainda: o uso da programao linear no clculo das raes de Nutrio.

Quadro 1 - Evoluo da avicultura brasileira no sculo XX

Frangos de CorteAves de Postura

ANOPeso (g)CAIdade de Abate

(dias) ovos/ciclopeso mdio ovo (g)kg rao/dz ovos

1910--80554,10

193015003,50105120543,25

195016002,5070219542,08

197016002,0053255571,77

198017002,0050292581,56

198418601,9646 - --

198919401,9645 ---

1990---304571,50

199520261,8841328571,60

2001*22401,7841 318571,40

Fonte: Tendncias...(1995)

* Dados estimados

Quadro 5 - Progresso na nutrio de sunos

ParmetrosRao - Ano

Avaliados1908194719531958

Durao - dias105105105105

Peso inicial - kg18,218,918,318,6

Peso final - kg28,481,587,296,4

Ganho peso mdio/dia-g95594658740

Converso alimentar8,113,553,203,18

FEEDSTUFFS, 1969

Algumas Consideraes:

- os produtos animais so mais difceis de se conseguir

pode-se dividir o mundo em dois grupos de naes: desenvolvidas e no desenvolvidas

- a populao dos pases desenvolvidos ingere a 2/3 mais protena por dia

- pelo menos dez mil pessoas morrem diariamente de fome ou de doenas ligadas subnutrio, sendo 94% delas de pases subdesenvolvidos;

- a mal nutrio influi sobre a sade, o estado fsico, o tamanho do corpo, o desenvolvimento mental e a durao da vida

A criao de animais importante por vrios aspectos:

1) os animais fornecem nutrientes essenciais (Quadro 3)

2) animais produzem protena de qualidade superior dos vegetais;

3) utilizam forragens como alimento, bem como aproveitam nitrognio no protico e subprodutos alimentares;

4) os produtos de origem animal tm maior preferncia pelos consumidores;

5) apresentam alta produo em pequenas reas (sunos e aves);

Quadro 3 - Contribuio de nutrientes pelos produtos animais (% do total)

FONTEEnergiaProtenaGorduraCHOsCaPVit.

AVit.

B2Vit. B12

Carne, aves e peixe 20,1042,1034,000,104,1027,921,0022,2070,00

Ovos1,804,802,600,102,105,105,604,908,50

Leite10,2021,3011,705,7072,402,6013,2037,3019,70

Total32,1068,5048,305,9078,8038,4039,8064,4098,20

Fonte: Agricultural Statistics, USDA

III) NUTRIO ANIMAL: GLOSSRIO DE ALGUNS TERMOS

Alimento: toda a matria suscetvel de ser transformada e aproveitada pelos animais, sustentando-lhe a vida, a sade a reproduo e a produo.

Nutriente: o componente do alimento, representando uma entidade qumica, que entra no metabolismo celular e concorre para a manuteno da vida;

- Alimentao: refere-se ingesto ou a administrao de alimento;

- Aditivos ou microingredientes: toda substncia ou mistura de substncias intencionalmente adicionadas aos alimentos para animais com finalidades especficas;

- Converso alimentar: capacidade do animal converter a rao ingerida em uma unidade de produto animal:

Consumo de alimento

C.A = ------------------------------

Ganho de peso

- Eficincia alimentar: quantidade de produto animal obtida por uma quantidade unitria de alimento:

Ganho de peso

E.A. = ---------------------------- x 100

Consumo de alimento

Aditivo no nutritivo - substncia no nutritiva, adicionada aos alimentos para melhorar suas propriedades ou seu aproveitamento

Anabolismo - converso de substncias simples em substncias mais complexas pelas clulas vivas (metabolismo construtivo)

Catabolismo - converso ou reduo de substncias complexas a substncias mais simples pelas clulas vivas (metabolismo destrutivo)

Dieta - indica os componentes de uma rao, ou seja, o ingrediente ou mistura de ingredientes, incluindo gua, a qual ingerida pelos animais

Dieta basal - uma dieta comum utilizada em experimentos animais qual adicionada uma(s) subtncia(s) experimental (is)

Digestibilidade - aptido de um alimento para ser digerido por uma dada espcie de animal

Exigncia nutritiva - quantidade de cada nutriente, requerida por determinada espcie e categoria animal, para sua boa manuteno, sua produo e reproduo eficientes

Ingrediente - componente de qualquer combinao ou mistura que constitui um alimento

Ganho mdio dirio - mdia diria de incremento de ganho de peso de um animal

Metabolismo - conjunto das atividades celulares em um organismo: anabolismo + catabolismo

Rao - quantidade total de alimento fornecido e consumido por um animal num perodo de 24 horas

Rao balanceada - mistura de alimentos convenientemente equilibrados para fornecer todos os nutrientes exigidos pelos animais

Taxa metablica basal - calor produzido pelo animal durante completo repouso, quando utiliza energia para manuteno da atividade celular vital.

IV) NOES DE FISIOLOGIA DA DIGESTO TGI e suas glndulas associadas servem trs funes fundamentais:

- DIGESTO

- ABSORO

- EXCREO

fatores responsveis pelo funcionamento normal do TGI:

Fatores mecnicos: apreenso, mastigao, deglutio, motilidade gstrica e intestinal e defecao;

Fatores secretrios: atividade das glndulas digestivas ( salivares, gstricas, intestinais, pncreas e fgado);

Fatores qumicos: atividade de enzimas, cidos e substncias tamponantes (bicarbonatos, fosfatos, sais biliares, etc);

Fatores microbiolgicos: processos fermentativos;

Fatores hormonais: hormnios produzidos nas diversas sees do TGI que controlam todo o processo digestivo.

As principais secrees envolvidas no trabalho de digesto nos monogstricos so:

Salivar - as glndulas partidas, submaxilares e sublinguais - secretam saliva ((-amilase );

Gstricas - clulas superficiais e mucosa - secretam mucus e fludos alcalinos, em resposta a elevao dos nveis de HCL e pepsina no estmgo

- Clulas parietais (regio fndica do estmago) - secretam HCL;

Clulas principais ( regio fndica do estmago) secretam pepsinognio;

Clulas enterocromafnicas secretam gastrina, que regula toda secreo gstrica

Glndulas Intestinais:

- glndulas intestinal ou Criptas de Lieberkhn: sntese de clulas da mucosa por mitose;

- glndula de Goblet - secreo de mucus;

- glndulas duodenais ou de Brunner - secretam muco e fludo (ricos em eletrlitos).

Pncreas: Possui funo endcrina e excrina

Endcrina - a funo endcrina do pncreas est localizada nas ilhotas de Langerhans, possuem trs tipos de clulas:

A - produzem glucagon em resposta a hipoglicemia;

B - produzem insulina em resposta aos nveis elevados de glicose sangunea

C - produzem somatostatina, controle da relao insulina/glucagon.

Excrina - o pncrea secreta dois tipos de suco pancretico:

Primeiro suco: alcalino, rico em ons bicarbonatos, sdio, potssio e cloro, tem ao de aumentar o pH da digesta a valores compatveis atuao das enzimas pancreticas;

- Segundo suco: rico em enzimas proteolticas, lipolticas e amilolticas ( vide tabela 1)

Tabeala 1- Principais enzimas secretadas no suco pancretico de sunos

ClasseNome da enzimaSecretada como:

Carboidrase(-amilase

quitinaseenzima

enzima

Protease

(Endopeptidase)Tripsina

Quimotripsina

ElastaseTripsinognio

Quimotripsinognio

Proelastase

LipasesLipase

Fosfolipase A

Clesterol esteraseEnzima

Profosfolipase A

Enzima

NucleaseRibonucleaseEnzima

Fonte: KIDDER & MENNERS , 1978

- As enzimas proteolticas so ativadas, inicialmente, pela ENTEROQUINASE ( ativa o tripsinognio ( tripsina. A partir da, a TRIPSINA ativa todas as outras pr-enzimas.

Fgado: contribui para a secreo de bile, composta por cidos e sais biliares, fosfolipdios, colesterol

Intestino Delgado: o maior stio de digesto e absoro de nutrientes no TGI, est dividido em trs segmentos:

- Duodeno

- jejuno

- leo

.

O duodeno: maior digesto de carboidratos, protenas e lipdios, ocorre ainda, alta taxa de absoro de nutrientes

No jejuno - continua o processo de digesto dos alimentos, com elevada taxa de absoro de nutrientes, bem como de gua.

No leo - ocorre uma baixa digesto e continuao (menor) da absoro.

Com a chegada do alimento cido ao duodeno, d-se inicio a secreo dos hormnios:

* Secretina- estimula a secreo de gua e eletrlitos pelo pncreas;

- inibe a secreo do HCL;

- estimula a secreo de pepsinognio

* Colecistoquinina: produzido pela mucosa duodenal, principalmente, pela presena de produtos da hidrlise de triglicerdeos como cidos graxos e os aminocidos (metionina, valina e fenilalanina)

* Polipeptdeo inibidor gstrico - inibe a secreo gstrica cida, a secreo da pepsina, estimula a liberao da insulina e a secreo intestinal

* Polipeptdio intestinal vasoativo - isolado da mucosa do ID

* Enteroglucagon - com efetividade para reduzir a glicose sangunea

Intestino grosso: ltima seo do TGI, com funes de recebimento dos resduos remanescentes da digesta do intestino delgado.

Composto por: colon, ceco e retoFISIOLOGIA COMPARADA

1- Tipos de Animais Quanto ao Aparelho Digestivoa) monogstricos com ceco simples: homem, sunos, aves e co, etc;

b) monogstricos de ceco funcional: cavalo e coelho;

c) poligstricos: bovinos, ovinos, caprinos, etc.

a) Monogstricos com ceco simples: Caracterizao

Sunos: - pequena capacidade de armazenamento;

- pequena capacidade de sntese de nutrientes;

- reduzida capacidade de digerir fibra - intestino grosso pequeno

- focinho desenvolvido

Aves: - ausncia de dentes

- presena de bico crneo

- dilatao no esfago: papo

- funo gstrica em dois locais: proventrculo e moela

- duplo ceco

b) Monogstricos de ceco funcional:

Eqinos : estmago relativamente pequeno, deve-se ter cuidado com alimentao

- grande nmero de bactrias

- grande capacidade de desdobrar fibras

- sntese de nutrientes

- ausncia de vescula biliar

- dificuldade de regurgitao

c) Poligstricos ou Ruminantes:

subdivises do estmago: - rumem - ( 60 do trato digestivo

- retculo

- omaso: reduz a umidade do alimento

abomaso: estmago verdadeiro

Quadro 6 - Capacidade mdia (litros) do trato digestivo de alguns animais

CompartimentoAnimal

BovinosSunos Eqinos

Estmago252,007,918,20

Intestino delgado65,909,1064,00

Ceco-clon37,910,20129,80

TOTAL355,7027,20212,00

02. Caractersticas Nutricionais dos Animais Monogstricosa) reduzida capacidade de armazenamento de alimentos e como consequncia devem ter acesso contnuo alimentao

b) a taxa de passagem dos alimentos no TGI relativamente rpida e os nutrientes devem estar prontamente disponveis para seu aproveitamento

c) baixa capacidade de digerir fibra devido a reduzida microflora existente no trato digestivo

d) pequena capacidade de sntese gastrintestinal e como consequncia, todos os nutrientes exigidos para mximo desempenho devem estar presentes na dieta

e) a digesto dos alimentos faz-se por intermdio de enzimas digestivas produzidas pelos animais

f) aproveitam mais eficientemente os alimentos concentrados do que os ruminantes.

VI ) APROVEITAMENTO DOS NUTRIENTES DO ALIMENTOS

1- Nutrientes e Composio Corporal

A composio em nutrientes do corpo dos animais varia de acordo com a espcie, idade e estado nutricional (Quadro 1). Essa mudana na composio pode assim ser entendida:

a) gua: reduz com idade, maturidade e acmulo de gordura corporal

b) gordura: aumenta com o crescimento e engorda do animal; bastante influenciada pelo consumo alimentar

c) protena - permanece mais ou menos constante durante o crescimento, mas reduz com a engorda

d) cinzas: reduz medida que o animal engorda

Quadro 8 - Composio corporal de sunos, aves e eqinos

Nutrientes (%)

AnimaisCategoria AnimalPeso Vivo (kg)guaLipdioProtenaCinza

SunosRecm-nascido

Desmamado

Crescimento

Ao abate1,40

30,00

45,40

100,0074,00

70,00

66,80

50,002,00

9,00

16,20

34,4019,00

17,50

14,90

13,005,00

3,50

3,10

2,60

AvesPintinho

Frangos

Poedeiras0,04

1,60

2,0078,80

65,70

59,604,00

12,20

20,0015,30

18,40

17,001,90

3,70

3,40

EqinosRecm-nascido

Desmamado

Adulto49,90

181,40

476,3073,00

69,00

62,002,00

9,00

17,0020,00

18,00

17,005,00

4,00

4,00

Fonte: ENSMINGER; OLDFIELD & HEINEMANN (1990)

GUA

A gua pode ser considerado o nutriente mais critico. A privao de gua para o animal mais grave do que a falta de carboidratos, protenas e outros nutrientes. Representa um constituinte essencial para a estrutura das clulas, alm de ser meio para as reaes qumicas do metabolismo.

O animal pode perder praticamente toda gordura corporal, metade das suas protenas orgnicas e aproximadamente 40 % do seu peso e manter-se vivo, no entanto, se perder apenas 10 % de gua ocorrer transtornos que levam a sua morte. Em condies normais, a gua total do organismo raramente varia mais que 1 2 %, variao suficiente para alterar a secreo do hormnio antidiurtico ( Vasopressina)

A SEDE em conjunto com o hormnio antidiurtico, exerce um papel muito importante na homeostase da gua. A sede tem sido definido como um desejo consciente de beber. O sdio o principal determinante da osmolaridade dos fludos extracelulares, porque a sua quantidade nesses fludos maior do que a de outros solutos e, tambm, porque no entra facilmente nas clulas.

FONTES DE GUA

1) gua de Bebida - a principal fonte de gua para os animais, devendo ser limpa e livre de contaminaes. Existem certas caractersticas que afetam a qualidade da gua, tornando-a imprpria para o consumo de aves e sunos, quais sejam:

Minerais traos: a presena de elementos txicos como F, Se, Fe e Mo em excesso so extremamente txicos;

Nitrognio: a presena de nitrognio na gua indica decomposio de matria orgnica, contaminao fecal ou nitratos. Os animais tm pequena tolerncia a presena de nitratos solveis na gua;

Colorao: uma boa gua de bebida deve ser incolor, inodora e sem gosto;

pH: o pH da gua pode ser mantido em sua alcalinidade ou acidez; valores ideais de pH da gua variam de 7,0 a 7,2.

Dureza: a presena de excessos de sais de clcio e magnsio tornam a gua imprpria para o consumo

Bactrias : a presena de bactrias na gua indica matria orgnica e/ou contaminao fecal, havendo a necessidade de tratamento (cloretao ).

2) gua Metablica: refere-se gua formada durante o processo de oxidao dos H2 contidos nas protenas, carboidratos e gorduras a nvel de metabolismo orgnico.

As gorduras produzem maior quantidade de gua metablica do que os carboidratos e protenas.

Demonstrao da Produo de gua Metablica

1) Oxidao da Glicose:

C6H12O6 + 602 ( 6C02 + 6H20 + energia

Pesos moleculares: glicose = 180

6H20 = 108

108

gua metablica (%) = ----------- x 100 = 60%

180

2) Oxidao do tripalmitilglicerol:

C51H9706 + 72,502 ( 51 C02 + 49H20 + energia

Pesos moleculares: tripalmitilglicerol = 805

49 H20 = 882

882

gua metablica ( % ) = ------------ x 100 = + de 100%

805

3) gua Coloidal representa a gua presa nos alimentos. Os alimentos suculentos possuem alto teor de gua que contribui para o atendimento das necessidades dirias dos animais.

Fatores que Afetam a Ingesto de gua

a) Temperatura e Umidade Relativa do Ar - o aumento da temperatura ambiente leva a um incremento no consumo de gua

b) Funo Fisiolgica Porcas em lactao exigem mais gua do que as gestantes, e estas mais do que os leites em crescimento

c) Espcie Animal As aves exigem menor quantidade de gua do que os mamferos em percentagem do peso vivo.

d) Idade do Animal O consumo de gua aumenta com a idade, porm, decresce em relao ao peso vivo.

Quadro 4 - Consumo de gua pelas aves

CategoriaPerodoConsumo

Frango de Corteat 8 sem1,6-1,8 /kg de rao

Frango de Corteat 16 sem2,4 l /kg rao

Frangas16-22 sem166 ml/dia

Poedeiras90% Post.306 ml/dia

Fonte: NRC (1984)

Quadro 5- Consumo de gua pelos sunos

Categoria AnimalLitros/Dia

Fmeas em Lactao 28 - 35

Fmeas em Gestao 21 - 23

Reprodutor 12 - 14

Animais em Recria 4 - 5

Animais em Creche 1,2 - 1,7

Cevados em Terminao 8 - 9

2. Carboidratos

So polidroxialdedos ou cetonas e representam a principal fonte de energia para as raes de aves e sunos

Nas plantas a origem de todos os carboidratos a fotossntese, a partir de CO2 atmosfrico e gua

Nos animais, de modo geral, somente se encontram dois carboidratos livres: glicose e glicognio. Sendo o glicognio polmero da glicose, e esta, quando no obtida diretamente da alimentao, sintetizada a partir de aminocidos glicognicos ou do glicerol, atravs do cido pirvico.

O produto final da digesto dos carboidratos so acares simples que so metabolizados organicamente produzindo gua, CO2 e energia.

Quantitativamente trs polissacardeos so de importncia nutricional para monogstricos: amido, celulose e glicognio. Como componentes dos Extrativos No Nitrogenados ou na forma de fibra, constituem-se na maior parte dos alimentos ( 70 a 75% do peso dos alimentos).

Como grupo, os carboidratos podem ser classificados como acares e no acares:

2.1 Acares: os acares so de baixo peso molecular, de molculas relativamente simples e solvel em gua, temos os:

2.1.1 - Monossacardeos : - Trioses : gliceraldedo e diidroxiacetona

- Tetroses: eritrose e eritrulose

- Pentoses: ribose, ribulose, xilose, xilulose e arabinose

- Hexoses: glicose, frutose, galactose e manose

2.1.2 - Oligossacardeos: - Dissacardeos: sacarose, lactose, maltose, trealose e celobiose

- Trissacardeos: rafinose

- Tetrassacardeos: estaquiose

2.2 .No Acares: so complexos, de alto peso molecular e insolveis em gua, ou com ela formando solues coloidais, temos os:

2.2.1. Homopolissacardeos: - pentosanas (arabinanas),

- hexosanas: glicanas (amido, glicognio, celulose, dextrinas)

- frutanas: insulina

- galacturanas: cido pctico

- glicosaminas: chitina

2.2.2 . Heteropolissacardeos: hemicelulose, gomas, mucilagens, substncias pcticas, sulfopolissacardeos

Derivados dos Monossacardeos:

- steres de cido fosfrico: glicose-1-fosfato, e glicose-6-fosfato

- Aminoacares: D-glucosamina e a D-galactosamina

- Desoxiacares: desoxiribose

Dissacardeos: constituem-se de duas molculas de hexoses, com perda de gua

As principais carboidrases (enzimas) do trato gastrointestinal do sunos so:

EnzimaFonteSubstratoProduto

Alfa-amilase (salivar)glndula salivaramidodextrose e maltose

alfa-amilase (pancretica)pncreasamidodissacardeo e glicose

Maltasemucosa intestinalmaltoseglicose

Lactasemucosa intestinallactoseglicose + galactose

Sacarasemucosa intestinalsacaroseglicose + frutose

Digesto de Carboidratos - inicia-se na boca e esfago - (-amilase (pH = 6,7)

- paralisa no estmago, devido ao pH cido;

retorna no duodeno, pela ao da amilase pancretica e das sacaridases da mucosa intestinal.

Os animais somente metabolizam monossacardeos de configurao D. Por seu lado, as enzimas produzidas pelos animais e que hidrolisam polmeros, somente o fazem naqueles de ligao alfa. O Amido, um polmero de glicose, com ligao alfa, totalmente degradvel.

As hexoses de todos os compostos orgnicos, o grupo mais abundante na natureza, tem-se os seguintes monossacardeos:

D( + ) Glicose livre em plantas, mel ,frutas, linfa, sangue.

D ( - ) Frutose- folhas verdes, frutos, na sacarose e no mel;

D (+ ) Manose- encontrada em fungos, bactrias e levedoras;

D (+ ) Galactose - No encontrada livre, a no ser como produto de fermentao. Combinada com glicose, forma a lactose.

Dissacardeos consistem da combinao de duas molculas de hexoses, com perda de uma de gua. Os mais importantes so:

Sacarose gliocose + frutose, ligao ( - 1.4;

Malatose glicose + glicose, ligao ( - 1.4;

Lactose - acar do leite, glicose + galctose, ligao ( - 1.4;

Polissacardeos Constituem o material de reserva e estrutural das plantas, sendo, quantitativamente, a fonte de energia mais importante na natureza.

Encontram-se nestes diversas molculas de hexoses e, tambm, pentose e cidos urnicos.

Amidos so carboidratos de reserva das plantas. Pelo tratamento com gua quente, podem ser separados em duas fraes:

Amilose parte mais solvel, um polmero de glicose com ligaes ( - 1.4; representa de 10 a 20 % dos alimentos, possui cadeia linear, sendo que a enzima (-amilase animal quebra essa molcula de duas em duas glicose ( maltose); j a maltase, produzida na mucosa intestinal do animal, quebra a maltose em duas glicoses;

Amilopectina - a parte insolvel, tambm um polmero de glicose, com a diferena que apresenta, alm das ligaes ( - 1.4, ligaes ( - 1.6, que tornam a molcula ramificada; duas enzimas podem agir nestas ligaes, mas com resultados um pouco diferentes:

(- amilase uma enzima vegetal ou bacteriana, esta quebra a cadeia linear da amilopectina nas ligaes ( - 1.4, pode quebrar somente 60% da cadeia de amilopectina e, tem a maltose como produto final.

(-amilase animal tambm quebra a cadeia linear, mas capaz de chegar muito mais perto da ramificao ( 1.6. O dissacardeo glicose-glicose ( 1.6 que provoca a ramificao da amilopectina, recebe o nome de isomaltase.

PORTANTO: a digesto dos amidos no intestino delgado de todos os animais decorre da combinao da atividade enzimtica da amilase salivar ( ptialina ), amilase pancretiaca, matase e isomaltase, tendo como produto final glicose livre, que absorvida.

GLICOGNIO tambm denominado de amido animal; entretanto pela pequena quantidade presente no corpo, no pode ser considerado tipicamente um amido de reserva, a no ser durante o curto espao de tempo entre uma refeio e outra.

CELULOSE um polmero de glicose com ligaes ( 1.4. No

atacada por qualquer enzima produzida pelos animais. Microorganismos presentes no rmen e no intestino grosso produzem enzimas (celulases) que degradam a celulose at glicose.

um dos materiais estruturais da parede celular vegetal. medida em que a planta envelhece, a celulose gradativamente incrustada pela lignina material indigervel pelos animais e suas bactrias o que reduz o valor nutritivo das forragens.

RETIRANDO ENERGIA DOS ALIMENTOS

O mecanismo pelo qual os animais retiram energia dos alimentos constitui o fundamento da Bioqumica e um dos captulos mais importantes da nutrio. Centenas de reaes ocorrem nos tecidos animais, quando os nutrientes so metabolizados. Os pontos a seguir so bsicos para o entendimento desse fenmeno:

1- Os animais so constitudos por clulas, e a maioria das clulas contm organelas comuns: ncleo; retculo endoplasmtico; mitocndria lisossoma e outras.

O ncleo contm DNA e, por isso, dirige a sntese protica celular, inclusive a de enzimas que iro efetuar todas as demais reaes;

O retculo endoplasmtico uma rede de vesculas tubulares, onde se d a sntese de protenas;

As mitocndrias so a casa de fora da clula muitas reaes de oxidaes que liberam energia ocorrem nesta organela;

Os lisossomas so a lixeira ou o sistema de esgotos da clulas contm enzimas digestivas capazes de destruir os componentes celulares que perderam sua funo, enzimas sem atividade por exemplo.

2- A clula animal muito instvel, do ponto de vista termodinmico, e um grande quantidade de energia necessria somente para mant-la viva. O movimento de nutrientes para dentro, por dentro e para fora da clula requer energia muita energia! Por isso, que a maior parte dos alimentos consumidos pelo animal convertido a energia e destinada para a mantena dos tecidos j existentes, ou seja, da prpria vida.

O ATP

1- Dentro da clula, o metabolismo organizado numa srie de reaes que permitem a transferncia ordenada da energia dos nutrientes para os processos que dela necessitam;

2- A transferncia de energia de uma reao para outra exige um gradiente comum. Esse regente, na maioria dos sistemas biolgicos, um componente rico em energia denominado adenosina trifosfato ou ATP;

3- A captao de energia dos nutrientes , a grosso modo, um processo inverso ao da fotosstese:

sntese:

6CO2 + 6H2O + energia solar ( C6H12O6 + 6O2 Fotossntese

C6H12O6 + 6O2 ( 6CO2 + 6H2O + energia

Metabolismo animal

4- A energia torna-se disponvel no metabolismo animal sob duas formas:

Calor que a energia perdida, exceto aquela necessria e utilizada para manter a temperatura do corpo;

Energia qumica que transferida para a molcula de ATP;

5- Em geral o catabolismo produz ATP e o anabolismo consome ATP;

6- ATP fornecido clula principalmente, pelas oxidaes biolgicas:

Isto implica na transferncia de eltrons de algum substrato para o oxignio;

A energia livre, liberada na transferncia, capturada como energia qumica, sob forma do intermedirio ATP;

O ATP formado ser fonte de energia para outra reao.

7- A transferncia de eletrons para o oxignio seguida do acoplamento de um tomo de fsforo na molcula de ADP ( adenosina difosfato), formando o ATP isto conhecido por fosforiliao oxidativa;

Os dois processos so insepveis. Por isto, a deprivao de oxignio quase imediatamente letal para a maioria das clulas, porque elas tm necessidade constante de ATP para realizar sua funes vitais;

Dentro de certos limites, a taxa de oxidao varia com a demanda de energia;

8- A molcula de ATP prov a principal fora direcional para muitos processos bioqumicos, tais como a contrao muscular; biossntese de protenas, gorduras e cidos nuclicos; complexao de carboidratos; absoro de nutrientes contra um gradiente desfavorvel etc;

9- As reaes dependentes do ATP so de duas grandes categorias:

Aquela em que o ATP fornece energia para uma reao energeticamente desfavorvel ( catalisadas por enzimas conhecidas por ligases ou sintetases).

Aquelas em que um fsforo do ATP transferido para um aceptor adequado ( catalisadas por fosfotransferase )

glucoquinase

Glicose + ATP ----------------( Glicose-6-fosforo + ADP

Os produtos finais de digesto e absoro dos carboidratos pelos monogstricos so glicose, frutose e galactose. Contudo, o monossacardeo presente na circulao sangunea a glicose, uma vez que a frutose e a galactose so convertidas a glicose no intestino e/ou fgado, que ir se transformar, dentro da clula, em energia.

As rotas metablicas mais importantes e seus controles:

1) Gliclisis ou via glicoltica: a principal rota no metabolismo da glicose, na maioria dos tecidos, comea com a reao acima ( glicose + ATP ), isto , a fosforilao da glicose para glicose-6-fosfato; Este composto, glicose-6-fosfato, identifica uma das encruzilhadas mais importantes no metabolismo da glicose, e de onde parte vrias alternativas metablicas:

A glicose-6-fosfato pode sofrer um rearranjo molecular, transformar-se em glicose-1-fosfato e, esta, polimerizar-se, formando glicognio

Nos animais o glicognio a forma sob a qual a glicose temporariamente estocada (entre refeies ) nos msculos e no fgados;

O glicognio exerce importante papel na manuteno da glicose sangnea e como fonte imediata de energia facilmente disponvel;

Uma pequena quantidade de glicose-6-fosfato entra continuamente noutra rota, via hexosemonofosfato (HMP )

nesta via , glicose-6-fosfato sofre duas oxidaes pela coenzima nicotinamida dinucleotdeo fosfato (NADP), com a ltima oxidao sendo acompanhada por uma descarboxilao da glicose, o que resulta em ribulose-5-fosfato;

A maior rota metablica para a glicose-6-fosfato, entretanto, conhecida por via glicoltica ou via de Embden-Meyerhof. Os principais eventos desta via so:

1. Transformao da glicose-6-fosfoto para uma forma que pode ser clivada em duas triosefosfato;

2. Converso das triosefosfato em dois piruvatos, esquematicamente, da seguintes forma:

Glicose-6-fosfato rearranjada para frutose-6-fosfato e, esta, fosforilada pelo ATP para frutose- 1,6-difosfato;

A frutose- 1,6-difosfato clivada em gliceraldedo-3-fosfato e diidroacetona-fosfato;

Desta diidroacetona-fosfato parte um pequeno ramo metablico que leva sntese de glicerol, para a sntese subsequente de lipides. . Reservadamente, aceita o glicerol originrio do catabolismo dos lipides, para a sntese de glicose, durante uma situao de hipoglicemia;

Ambos (gliceraldedo-3-fosfato e diidroacetona-fosfato ) so oxidados pela NAD, com formao de 1,3-difosforglicerato. Este, aps vrios rearranjos internos, produz piruvato.

O piruvato, marca a Segunda encruzilhada importante no metabolismo da glicose porque:

ou ele permanece no citoplasma e se transforma em lactato, anaerobicamente,

ou ele penetra na mitocndria e passa para outra via metablica, conhecida por ciclo do cido tricarboxlico, ciclo do cido ctrico ou ciclo de Krebs.

2) significa a oxidao da glicose a piruvato e lactato. Esta rota a maneira mais rpida de fornecimento de energia para o organismo. A gliclisis comea com a fosforilao das hexoses atravs da hexoquinase muscular (atua em baixas concentraes de glicose) e glicoquinase do fgado (age em altas concentraes de glicose.

3) Glicogenlises: representa a quebra do glicognio muscular ou heptico, com a liberao de unidade de glicose, pela ao do glucagon (produzido no pncreas)

4) Glicognese: haver recuperao dos pequenos depsitos de glicognio muscular e heptico, a partir da glicose 6-P.

5) Gliconeogenese: a formao de glicose ou mesmo de glicognio, a partir de compostos que no caboidratos.

6) Ciclo da Pentose fosfatada: uma rota alternativa da via glicoltica, mais rpida e tem a finalidade bsica de produzir NADH + H+ para a biossntese dos cidos graxos , durante a lipognese.

7) Ciclo de Krebs: este ciclo atua na rota final da oxidao dos carboidratos e produzir a maior quantidade de ligaes de alta energia (ATP), via cadeia respiratria acoplada. Durante a oxidao total do acetato a CO2 e H2O, so gerados 36 ATP.

1 mol de c. pirvico ( 15 moles de ATP

Alm disso, ocorre a formao de mais 4 ATPs, devido a oxidao de FADH2 formados durante o Ciclo de Krebs. Redimento total: 36 ATPs e, cada ATP fornece 7.300 Kcal, portanto, a oxidao total de um mol de glicose, fornece 262.800 calorias.

A glicose pode ainda ter outros destinos: (-amilase animal1) ser estocada no organismo como glicognio, no fgado e nos msculos esquelticos;

2) o excesso convertido a cidos graxos (gordura corporal) o qual um processo irreversvel;

3) fornecer esqueleto carbnico para a sntese de aminocidos no essenciais.

Principais fontes de carboidratos:

Os principais alimentos fornecedores de carboidratos para os monogstricos, so:

milho, sorgo, farelo de arroz, farelo de trigo, caldo de cana, mandioca, melao, etc.

Utilizao de fibra bruta por sunos e aves

- Os animais monogstricos ( se caracterizam pela pequena capacidade de digerir alimentos fibrosos,

Importncia da Fibra

manuteno do trnsito intestinal (ao fsica)

favorece os movimentos peristlticos

a quantidade de Energia Digestvel do alimento inversamente proporcional ao seu teor de fibra.

algumas categorias animais, os cachaos e as porcas gestantes, no podem engordar em demasia; neste caso adiciona-se rao alimentos ricos em fibra (ex. farelo de trigo) elevando o teor de fibra nestas raes para cerca de 7%.

Lipdeos

cidos Graxos: so produtos da hidrlise dos triglicerdeos, sendo os principais componentes dos lipdeos, e esto presentes nas gorduras animal e vegetal

Principais funes:

Nas clulas: - reserva podem ser metabolizados e transformados em outras substncias, produzindo 9,45kcal/g

- estrutural: no so oxidados para fornecer energia

No organismo:

fonte de energia, 2,25 vezes mais energia do que os CHOs e PNTs

fontes de cidos graxos essenciais

isolante contra o frio

melhoram a palatabilidade e poeira das raes

sntese e transporte de vitaminas

sntese de sais biliares

- produz melhoria na digestibilidade dos aminocidos, participando, ainda, na secreo de bile e sntese de prostaglandina

Classificao dos lipdios

1) Lipdios simples - so steres de c. graxos com certos lcoois, particularmente, o glicerol, o colesterol e o cetlicoEx. triglicerdios; esterides e ceras

As gorduras e banhas so triglicerdeos slidos, semi-slidos ou plsticos temperatura ambiente SATURADOS

- leos so triglicerdeos lquidos temperatura ambiente - INSATURADOS

Animais predominam gorduras e sebos (slidos) aves ( lipdes abdominais)

Vegetais predominam os leos

2) Fosfolipdeos: so diglicerdeos em que um c. graxo das extremidades do triglicerdeo, foi substitudo por uma base nitrogenada (colina, serina) mediante uma ponte de c. fosfrico

Ex. lecitinas, cefalinas, fosfatidilcolinas, esfingomielinas e cerebrosdeos

Funes:

importantes nas estruturas da parede celular

essenciais para transporte, absoro e metabolismo dos c. graxos, do sdio e do potssio

participantes da coagulao sangunea

reservatrios de c. graxos essenciais

3) Glicolipdeos: so diglicerdeos em que um dos c. graxos da extremidade do triglicerdeo foi substituido por um CHO

4) Lipoprotenas: so formas de transporte de lipideos na linfa e plasma sanguneo

Ex. quilomcrons e lipoprotenas de baixa densidade

cidos graxos essenciais para sunos e aves:

- Linolico - W6 (18:1), nutricionalmente essencial

- Linolnico - W3 (18:2)

- Araquidnico - W6 (20:4), metabolicamente essencial

- Olico - (18:1)

No entanto, as clulas orgnicas conseguem sintetizar os cidos linolnico e aracdnico a partir do linolico, com a presena da vitamina B6 (Piridoxina). Sendo assim, pode-se considerar que somente o cido linolico dieteticamente essencial. As exigncias deste cido para poedeiras, frango de corte e sunos, so respectivamente, de 1,6 ; 1,0 e 0,1%.

Araquidnico e linolico possuem dupla ligao ( C 6 e 7, W6 ) o que possibilita o araquidnico ser sintetizado a partir do linolico

Linolnico duplas ligaes entre os C 3 e 4, & 6 e 7 W3)

Exigncias

Ideal: 2-3% da energia da dieta for fornecida por linolnico

Efeitos da deficincia: - perda de peso; reduo do crescimento; falha na ovulao; degenerao testicular, dermatite na pele, etc

Digesto dos Lipdeos

Digesto pr-duodenal

Sunos: ocorre atividade lipoltica nas secrees bucais e a lipase gstrica

Digesto Duodenal:

1) as cels da mucosa do duodeno proximal contm micro-vilosidades que aumentam a superfcie absorvente do intestino de 15 a 20 vezes

2) a lipase pancretica- age especificamente sobre as ligaes steres primrias (C1 e C3 ) triacilgliceris reduzindo-os a 2- monoglicerdeos

3) os lipdeos das dietas so solubilizados na luz intestinal mediante a formao fsico-qumica de micelas lipdes-sais biliares4) suco pancretico possui fosfolipase A1 e A2 que removem os c. graxos das posies 1 e 2, respectivamente, dos fosfolipdeos

Os altos teores de cidos graxos saturados nas gorduras de origem animal determinam sua natureza slida temperatura ambiente (quadros 9 e 10).

Quadro 9 c. graxos encontrados nos lipdios e seus pontos de fuso

cido GraxoNo de carbonos e duplas ligaesPonto de Fuso (o C)

SaturadosButrico

Caprico

Caprlico

Cprico

Larico

Mirstico

Palmtico

Esterico

Arquico

Lignocrico(C4:0)

(C6:0)

(C8:0)

(C10:0)

(C12:0)

(C14:0)

(C16:0)

(C18:0)

(C20:0)

(C24:0)lquido

lquido

16

31

44

54

63

70

75

84

InsaturadosPalmitoleico

Oleico

Linoleico

Linolnico(C16:1)

(C18:1)

(C18:2)

(C18:3)lquido

lquido

lquido

lquido

Quadro 10 - Composio de algumas fontes lipdicas e pontos de fuso

Fonte% cidos Graxos Saturadoscidos Graxos InaturadosPonto de Fuso (oC)

GordurasBanha suna

Sebo bovino38,40

51,9061,60

48,1028 - 36

38 - 43

leosde soja

de milho21,10

9,4078,80

90,60lquidos

lquidos

A digestibilidade da fonte lipdica dependente da sua composio e do tamanho da cadeia

a) composio: quanto mais rica for a fonte em cidos graxos insaturados (presena de duplas ou triplas ligaes), maior ser sua digestibilidade;

b) tamanho da cadeia: quanto maior a cadeia menor a digestibilidade.

Problemas no metabolismo de lipdeos

Sndrome do fgado gorduroso em poedeiras - causas: transporte deficiente de lipdeos no sangue (feito por lipoprotenas transportadora, que possui altas concentraes de fosfolipdicas e colesterol) e excesso de lipdeo nas raes

Sndrome do fgado e rins gordurosos: ocorre em frangos de corte at 8 semanas de idade, causando alta mortalidade nas aves. Causa: excesso de gordura e deficincia de biotina

Utilizao de leos e gorduras em raes

Vantagens:

- aumenta a palatabilidade;

- reduz a poeira nos galpes e fbrica de raes;

- reduz a desperdcio de raes;

- melhora a CA;

- melhora a conservao dos equipamentos;

- facilita a peletizao;

- mtodo mais prtico de se elevar a densidade calrica

Nveis de utilizao: raes de aves e sunos, em torno de 3,0 %

Energia

As clulas vivas necessitam de energia para a realizao de seus processos metablicos, como manuteno, crescimento, produo e reproduo.

a. Sistema do NDT (Nutrientes Digestveis Totais)

%NDT = %PBD + %FBD +%ENND + (2,25x%EED)

b. Sistema das Calorias

Baseia-se na partio biolgica da energia dos alimentos (Energia Bruta) no organismo animal.

Energia Bruta (EB)( Energia das fezes (Ef = Efa + Efe)

(Energia Digestvel (ED)

( Energia da urina (Eu = Eua + Eue)

(Energia Metabolizvel (EM)

( Incremento Calrico (IC)

(Energia Lquida (EL = ELm + Elp)

Energia Bruta

Tambm chamada de calor de combusto de uma substncia representada pelo calor proveniente de sua queima at produzir CO2.

A EB dos alimentos pode ser determinada atravs de dois mtodos:

a) queima do alimento em uma bomba calorimtrica (resultado direto);

b) clculos matemticos, conhecendo-se a composio qumica do mesmo e os valores de combusto dos nutrientes

Exemplo:

Umidade: 10 % Fibra bruta: 5 %

Extrato etreo: 4% Protena bruta: 9 %

Cinzas: 3% Extrato no nitrogenado: 67%

Nutriente% no alimentoValor calrico (kcal/g)Kcals fornecidas

Umidade10,00--

Fibra bruta (FB)5,004,1520,75

Protena bruta (PB)9,005,6550,85

Extrato etreo (EE)4,009,4037,60

ENN)67,004,15278,05

Cinzas (MM)*5,00--

Energia Bruta Total em 100 gramas (kcal)387,25

Energia Bruta Total/kg3872,50

matria mineral no fornece energia

O conhecimento da digestibilidade das fraes constituintes do alimento nos permite calcular matematicamente a Energia Digestvel:

Nutriente% no alimentoValor calrico (kcal/g)CD*

(%)Frao digestvelKcals fornecidas

Umidade10,00----

Fibra bruta (FB)5,004,155,00,251,04

Protena bruta (PB)9,005,6585,007,6543,22

Extrato etreo (EE)4,009,4090,003,6033,84

ENN67,004,1592,0061,64255,81

Cinzas (MM)*5,00----

Energia Metabolizvel Total (kcal/100g)333,91

Energia Metabolizvel Total (kcal/kg)3339,10

* CD = Coeficiente de digestibilidade

Os valores de energia (ED, EM) dos alimentos podem ainda ser obtidos por meio das equaes de predio, com base na composio qumica dos alimentos e sugeridas por vrios autores. Assim, por ex. a Energia Metabolizvel do milho, corrigida pelo balan;co de nitrognio, pode assim ser calculada, segundo JANSSEN (1989):

Emn = 36,21 x PB + 85,44 x EE + 37,26 x ENN.

As terminologias utilizadas expressam a energia em:

Caloria - 1 caloria (cal) a quantidade de calor necessrio para elevar 1 g de gua em 1o C ( de 14,5 para 15,5o C).

Quilocaloria (kcal) - corresponde a mil calorias.

O incremento calrico representa toda perda de energia durante os processos de digesto, absoro e metabolismo dos nutrientes.

As aves e os sunos so animais de sangue quente, e a perda de energia do metabolismo na forma de calor (60%) importante na homeotermia destes animais. Na oxidao de uma molcula de glicose, produz-se 38 ATP lquidos, sendo que a oxidao total de uma molcula de glicose gera 686 Kcal.

Protenas

So compostas nitrogenados com grande peso molecular, presentes em todas as clulas vivas. Contm basicamente C, O, H, N e S, podendo possuir, s vezes, P ou Fe

Funes das Protenas

Estrutural: PNTs contrtis

- colgeno

- elastina

Presente no ncleo e citoplasma

Manuteno e reparo de tecidos

Enzimas toda reao necessita de enzimas

Hormnios: insulina

HC

PTH

Calcitonina

Gonadotropinas

Proteo imunolgica: gamaglobulinas (, ( Sistemas de transporte de nutrientes: hemoglobina e mioglobina; transferrina (Fe); ferritina; CaBP

Gerao de impulsos nervosos

Coagulao do sangue: tromboplastina; fibrinognio

Equilbrio cido-base

Fonte de energia

na reproduo, formao de espermatozides e ovos;

Reao Peptdicas consista da remoo de 1 mol de gua entre o (-amino de um aa e o (-carboxlico de um segundo aa

So conhecidos 23 aminocidos que compem as protenas, no entanto apenas 11 so considerados dieteticamente essenciais.

Aminocidos no proticos

Alguns aas esto presentes no metabolismo animal, mas no participam das molculas proticas

Ex: citrulina e ornitina; betalamina; creatina

Digesto e Metabolismo das Protenas

As protenas so digeridas pela ao das diversas enzimas proteolticas das secrees digestivas, a saber: pepsina, tripsina, quimotripsina e oligopeptidases.

Os aminocidos absorvidos chegam ao fgado, onde a maioria sofre desaminao, sendo convertidos a cetoanlogos, os quais podem ser completamente metabolizados para energia, convertidos em glicose ou glicognio ou desviados para a sntese de cidos graxos. Uma parte ser utilizada para a sntese de protenas hepticas e plasmticas.

A desnaturao da protena comea no estmago pela ao do suco gstrico (pepsina e HCL), produz peptdeos de vrios tamanhos que so hidrolisados a oligopeptdeos e aminocidos no intestino delgado.

As secrees do fgado e do pncreas, elevam o pH intestinal de maneira a facilitar a ao das enzimas pancreticas. Quadro 14 Fatores de converso de nitrognio para protena

AlimentosFator de Converso

Soro de leite6,49

Casena 6,38

Milho, sorgo, feijo, mandioca, carne de peixe, bovinos e aves6,25

Arroz5,95

Aveia, trigo5,80

Soja5,71

Algodo, girassol, coco5,30

Classificao

As protenas so classificadas em:

a) simples: albuminas, globulinas, glutelinas, prolaminas, etc;

b) conjugadas: nucleoprotenas, fosfoprotenas, etc;

c) derivadas: proteoses, peptonas, peptdeos.

Aminocidos - formam as protenas atravs das ligaes peptdicas, que consiste na remoo de 1 molcula de H2O entre o grupamento (- amino e (-carboxilico de dois diferentes aminocidos.

AAs com radicais aromticos: Fenialanina, Tirosina e o Triptofano

AAs bsicos: Lisina, Arginina e Histidina

AAs cidos: cido asprtico e Glutmico

AAs sulfurados: Cistina, Metionina e Cistena.

Os aminocidos so classificados nutricionalmente em essenciais e no essenciais

Aminocidos essenciais - so aqueles aminocidos que o animal no pode sintetizar ou o so sintetizados em pequenas quantidades e que desempenham funes importantes no metabolismo, devendo ser adicionados s dietas para suprir as necessidades dos animais.

Exemplo de AAs essenciais: lisina, triptofano, treonina, metionina, histidina, leucina, isoleucina, fenilalanina, valina e arginina

Aminocidos no essenciais - so aqueles que so sintetizados no organismo a partir de outros aminocidos ou outros nutrientes presentes nas raes de maneira que se faltarem na dieta no afetam o desempenho do animal. No entanto so essenciais na sntese protica orgnica.

Ex: Serina, Prolina, glicina, cistina, cido glutmico, c. asprtico, glutamina, asparagina e alanina

Os aminocidos limitantes - so aqueles que esto presentes nos alimentos ou raes em quantidades pequenas, de forma a afetar o a utilizao dos demais aas. Podem estar limitante em uma rao um ou mais aminocidos ao mesmo tempo, porm, em uma ordem de limitao.

Sunos: os AAs limitantes em raes a base de milho e de farelo de soja so: lisina, metionina, treonina/triptofano

Para as aves so: metionina, lisina, triptofano

Quadro 16 Aminocidos limitantes de alguns alimentos

IngredientePrimeiro aa limitanteSegundo aa limitante

MilhoLisinaTriptofano

SorgoLisinaTreonina

Farelo de SojaAas sulfurosos (metionina, cistina)Treonina

Farelo de AlgodoLisinaTreonina

Far. De carne e ossosTriptofano?

CUNHA (1977)

Para se corrigir as deficincias de aminocidos essenciais pode-se ter trs alternativas:

1) combinar vrios ingredientes ricos em protenas e de boa qualidade na rao (lisina e metionina);

2) utilizao de aminocidos sintticos: L-Lisina HCL (99% de pureza e 78% de eficincia), DL-Metionina (98%) e L - Treonina (98%).

3) formulao de rao com excesso de protena

Exigncias de Protenas / AmonocidosVrios fatores influenciam nas exigncias de protenas (aminocidos) das aves e sunos:

Idade do animal

Nvel de energia da rao

Temperatura ambiente

Sexo

O desequilbrio de aminocidos na rao pode provocar:

- Toxidex: devido ao consumo excessivo de determinado aminocido com prejuzo do desempenho animal: ex. os sunos so muitos sensveis ao excesso de metionina

- Imbalano - o consumo de determinado aminocido, pode afetar a deficincia de outro (prejudicando a absoro ou aumentando a excreo)

- Antagonismo - aminocidos de cadeias semelhantes, porm antagnicos entre si, um prejudica o outro. Ex. lisina x arginina.

Protena Ideal

Por protena ideal se entende aquela que apresenta a relao mais adequada entre os aminocidos essenciais e destes para com os aminocidos no essenciais.

Segundo o NRC (National Research Council, 1988) a protena ideal para sunos em crescimento aquela que apresenta uma relao adequada entre os principais aminocidos, com base na lisina:

Princiais Fontes

Farelo de soja, farinha de peixe, farelo de canola, farelo de babau, farelo de algodo, farinha de carne e ossos, farinha de vsceras, etc.

Minerais

Os minerais constituem parte importante do organismo animal, representando de 3 a 4% do peso vivo das aves e 2,8 a 3,2% do peso vivo dos sunos.

funes:

* participao na formao do tecido conectivo

* manuteno da homeostase dos fludos orgnicos

* manuteno do equilbrio da membrana celular

* ativao das reaes bioqumicas atravs da ativao de sistemas enzimticos

* efeito direto ou indireto sobre as funes das glndulas endcrinas

* efeitos sobre a microflora simbitica do trato gastrointestinal

* participao no processo de absoro e transporte de nutrientes

Os minerais, O, C, H e N, representam 96% da composio do organismo dos animais em minerais.

O Clcio e o Fsforo, juntos representam 2,5%.

Cerca de 40 minerais esto presentes nos tecidos animais, contudo, apenas 15-16 so considerados essenciais

Classificao segundo necessidades orgnicas:

A) Essenciais

a-1) macrominerais: exigidos em maiores quantidades( Ca, P, K, S, Na, Cl e Mg

a-2) microminerais: menos exigidos ( Fe, Zn, Cu, I, Mn, Co, Cr, Mo, Se, F, B, Ni, Br, V, etc

a-3) Provavelmente essenciais: Br, Cr, V, Ba, Sr, Li

a-4) Provavelmente txicos: Cu, Mo, Se, F, Si, As, Cd, Pb, Hg

B) No essenciais: Al, B, Bi, Au, Pb, Hg, Rb, Ag,, Ti

Funes especficas

Clcio representa 2,0% de todo o corpo, e juntamente com o fsforo, compem 70% da matria mineral do corpo. Sendo que 99% do Ca encontra-se nos ossos e dentes e, 1% no sangue, fludos extracelulares e tecidos extraosseos do corpo.

O nvel no plasma sanguneo varia de 8 12mg Ca / 100 ml.

Composio de um osso animal:

gua : 45%

gordura: 10%

Protena: 20%

Cinza (MM): 25% ( Ca 36%

P 17%

Mg 0,8%

A relao de Ca: P no corpo de 1,7: 1

A relao Ca:P no leite de 1,3:1, sendo nas raes de 1,2 1,4: 1

Funes do Clcio

Estrutural: ossos e dentes

Coagulao do sangue

Contrao muscular

Manter a integridade das clulas

Regulao da excitabilidade do sistema nervoso

( Ca - ( excitabilidade

( K - ( excitabilidade

Hormnios que atuam na Calcemia:

Paratormnio ( h. da paratireide) e a Calcitonina ( h. da tireide), e o calcitriol (1,25- diidroxicolecalciferol)

Ao do Paratormnio:

- age no ID para elevar nvel de Ca na corrente sangunea

- aumenta a absoro intestinal de Ca

- reduz a excreo renal de Ca

- aumenta a excreo de P

estimula a ativao do 1,25(OH)2 D3, que estimular a CaBP

Calcitonina: hormnio hipocalcemiante

- atua quando os nveis de Ca no sangue esto elevados (> 12mg/100ml)

- age para diminuir a absoro de Ca no ID

- reduz a sntese de CaBP e a transformao de D3 em 1,25(OH)2 D3- nos rins, aumenta a excreo de Ca

- nos ossos, incorpora mais Ca;

Fatores que afetam a absoro de Clcio:

- Relao Ca:P da dieta;

- nvel de vit. D;

- idade do animal;

- pH do ID.

- ( Ca na dieta forma fosfatos

- Lactose ajuda na sntese da CaBP

- Lisina e alguns outros aminocidos - cidos graxos saturados - (

- cidos Oxlico - (

- cido ftico - (Deficincia:

raquitismo; osteomalcea; engrossamento de juntas; fratura dos ossos; membros encurvados; reduo do crescimento

Fontes de Clcio

Ca% P%

- Carbonato de Clcio 40 -

- Calcrio 38 -

- Farinha de ostra 38 -

- Fosfato biclcico 18-24 18,5

- Fosfato desfluorizado 30-36 14-18

- Farinha de ossos autoclavada 24 12

- Farinha de ossos calcinada ( 37 16-18

Fsforo

Aproximadamente 1% do peso de um suno adulto P, deste, 80% encontra-se nos ossos e dentes como sais de Ca e Mg. Os 20% restantes, esto, como fosfato orgnico: ATP; fosfolipdeo

Nvel normal no plasma: 4 9 mg /100 ml

Funes do fsforo

a) Estrutural: ossos e dentes

b) Metabolismo de energia: AMP; ADP; ATP; fosfato de creatina

c) cidos nuclicos: RNA e DNA

d) Fosfolipdios

e) Componentes de sistemas enzimticos: flavoprotenas e NADP

Fatores que afetam a absoro de Fsforo

cido ftico ( absoro;

- excesso de Ca , ( absoro devido a formao de fosfatos

- Vit. D ( absoro

- lactose ( acidez no TGI, tornando mais solvel os sais de fosfatos

- excesso de Fe, Al, Mg, e Mn formam fosfatos reduzindo a absoro de P

- a disponibilidade tambm depende da fonte, da espcie e categoria animal

Quadro 18 - Contedo, disponibilidade de P de Alguns Alimentos

AlimentoDisponibilidadeP (%) F D (%)

Milho8 - 160,250,02 - 0,04

cevada17 - 430,420,07 - 0,18

Trigo18 - 510,400,07 - 0,20

F. de Soja17 - 271,000,17 - 0,27

Far. Arroz14 - 401,600,25

F. de Algodozero1,00zero

CROMWELL (1984)

Deficincias de Fsforo

a) Raquitismo

b) Osteomalcea

c) Pica depravao do apetite

d) Fraqueza muscular

Sdio, Potssio e Cloro

* Raes de monogstricos devem possuir nveis satisfatrios de sal para atender s exigncias principalmente de Na. Assim, normalmente, raes com 0,3% de sal (de preferncia iodado) satisfazem tal requerimento.

* Situaes de cuidado na prtica:

- sunos alimentados com soro de leite (rico em sal) podem se intoxicar em situaes de privao de gua;

- a introduo de farinha de peixe nas raes leva a maiores cuidados em virtude do seu teor elevado em sal. Observar o permitido em lei.

Funes do K, Na e Cl

Na exerce papel extracelular

K exerce papel intracelular

Cl o que representa extracelular, representa o ion bicarbonato intracelular

- Manuteno do equilbrio osmtico

- manuteno do equilbrio cido-base

Sntese de protena

Absoro de AAs

Absoro de glicose Na

Transmisso de impulsos nervosos Na

Balano de cargas eletrolticas Cl- Secreo de HCl

Magnsio

Funes:

- estrutural

- ativador de enzimas

requerido pelas mitocdrias p/ fosforilao oxidativa

sade dos sistemas nervoso e muscular

temperatura corporal e sono

Sintomas de deficincia

hiperirritabilidade

convulses

Enxofre

Funes:

componentes de aminocidos

componentes de todas as protenas

- vitaminas: biotina e tiamina

- componente da heparina anti-coagulante

- componente da CoA

- componente da Insulina

Na forma inorgnica (SO4--) envolvido no balano cido-base

Ferro

Funes do Ferro:

a) Componentes de enzimas: citocromos , peroxidases, catalase, etc

b) Componente de outras protenas: mioglobina; actinal; actinomiosina; ferritina

c) Componentes da Hb; 11-12 Meq / 100 ml

* inspira maiores cuidados para sunos:

- o leito nasce com reserva de 40 mg de Fe

- necessidade diria: 7 a 16 mg de Fe/dia

- o leite da porca fornece: 1 a 2 mg/litro

no incio, grande destruio de hemceas, perda de Fe. Taxa de hemoglobina cai para 4 - 5 g/100 ml.

Alternativas:

- fornecimento de terra ferruginosa; barata, atentar para a higiene

- pasta de sulfato ferroso nas tetas;

- ferro injetvel: mais prtica, porm mais cara 150 a 200 mg

Deficincia:

a) anemia nutricional

b) respirao forada e rpida

c) descolorao da mucosa

d) retardamento no crescimento

Zinco

Funes:

a) Componentes de enzimas: anidrase carbnica, desidrogenases carboxipeptidase

b) Componente da insulina

* Usado como promotor de crescimento nas raes

Deficincia: atrofia testicular, dermatite, leses na pele, paraqueratose

Cubre

Funes:

importante na utilizao de Fe na sntese da Hb

sistemas enzimticos: citocromo oxidase; tiroxinase

componente do colgeno do osso

formao de elastina

pigmentao normal

Iodo

- Componente da tiroxina (T4)

Regulador do metabolismo (T4)

Deficincia: bcio, animal sem pelos ao nascer e fracos

Selnio

Funes:

- Mantm a integridade celular

- componente de Glutationa peroxidase

Sintomas de Deficincia

distrofia muscular

necrose do fgado

ditese exudativa

encefalomalcea

doena do msculo branco

Flor

formao dos ossos e dentes

toxicidade: > 5 ppm destruio do esmalte dos dentes; ossos volumosos e quebradios

Interrelao Entre Minerais

- excesso de Ca reduz absoro de P e vice-versa;

- nveis elevados de Ca aumentam necessidades de Zn, Cu e Mn;

- nveis elevados de P aumentam necessidade de Zn;

- nveis elevados de Fe, Mg interferem na absoro do P;

- excesso de Mn aumenta necessidade de Fe na dieta;

- Co interfere na absoro de Fe;

- excesso de K causa aumento na excreo de Na.

Interao dos minerais com outras substncias

QUELATOS - so substncias em forma anelada e que envolvem metais, principalmente bivalente, com constante de dissociao varivel.

Tipos de quelatos envolvidos nos sistemas biolgicos e importantes no aspecto nutricional:

Estrutura estveis, de difcil dissociao e teis ao organismo - inclui a hemoglobina, a Vit. B12 e os enzimas citocromos.

Estruturas seminestveis e teis ao transporte e armazenamento de minerias - dois tipos de ligao semiestvel na absoro de minerais:

1) ligao aminocido + mineral - glicina + Cu; Histidina + Fe; Cistena + Zn.

2) ligao do cido etilenodiaminotetractico (EDTA) com zinco.

Estruturas estveis, de difcil dissociao e prejudiciais utilizao de minerais

Os princiapis quelatos envolvidos com a utilizao de ctions esto relacionados com os cidos ftico e oxlico. Estes quelatos ligam-se aos elementos fsforo, zinco e clcio, interferindo na absoro destes elementos.

Vitaminas

A adequada nutrio animal depende de substncias tais como minerais, gua, protenas (aminocidos), gorduras, carboidratos e tambm das vitaminas.

As vitaminas representam um grupo de substncias distintas quimicamente e exigidas em pequenas quantidades nas dietas.

As vitaminas esto divididas de acordo com a solubilidade em:

- Lipossolveis - solveis em lipdeos e solventes orgnicos (A, D, E, K), so encontradas nos alimentos em associao aos lipdeos. Os fatores que afetam a digesto e absoro dos lipdeos, tambm interferem no aproveitamento destas vitaminas

- Hidrossolveis - solveis em gua e representadas pelas vitaminas do complexo B e vit. C:

Tiamina (B1); Riboflavina (B2); c. pantotnico (B3); Niacina (B5); Piridoxina (B6); Cianocobalamina (B12); Biotina; c. Flico; Colina

As lipossolveis diferem fisiologicamente das hidrossolveis por participarem da estrutura dos compostos orgnicos e por isso so designadas de vitaminas de crescimento.

J as hidrossolveis, com exceo da colina, todas participam do metabolismo intermedirio na forma de coenzimas e eliminadas rapidamente do organismo, e so chamadas de vitaminas de manuteno orgnica.

Vitamina A - na forma de retinol, retinal ou cido retinico somente encontrada no organismo animal e seus produtos.

Plantas possuem pigmentos amarelos chamados de carotenides, que podem ser convertidos em Vit. A na mucosa intestinal e no fgado

Principais funes da Vit. A:

a) formao da rodopsina ou prpura visual( protena conjugada) - cindida pela presena da luz em opsina e retineno

b) manuteno da integridade dos epitlios

c) reproduo - ao na sntese de hormnios esteroidais a partir do colesterol orgnico, nas gnadas, placenta e adrenais.

Vitamina D tipos: o ergosterol vegetal (D2) da planta; o colecalciferol animal (D3).

Funes da Vit. D- absoro de clcio de fsforo no intestino delgado;

- calcificao normal dos ossos;

- liberao de Ca e P dos ossos;

- aumenta a reabsoro de Ca e P nos rins;

Deficincias de Vit. D

- Raquitismo, osteomalcea, juntas grossas e inchadas, pernas encurvadas, fraturas frequentes.

Vitamina E - (-tocoferol e (-tocoferil-acetato so as mais importante nutricionalmente.

Funes da Vit. E:

- antioxidante biolgico: intervm na estabilizao dos cidos graxos polinsaturados, da frao lipdica das membranas celulares, evitando a formao de lipoperxidos txicos.

- atua no metabolismo de carboidratos, na creatina, no metabolismo muscular e na regulao das reservas de glicognio, controla o desenvolvimento e funo das glndulas, prepara e protege a gestao e regula o metabolismo hormonal atravs da hipfise.

Interrelao vitamina E/selnio - A vit. E e o Se so compostos importantes na manuteno da integridade das membranas celulares.

A Vit. E evita a peroxidao dos tecidos, o Se ativa a enzima glutationa peroxidase, que destri os perxidos formados.

Deficincia:

Degenerao dos tecidos, mortalidade fetal, infertilidade, ditese exsudativa, distrofia muscular nutricional, necrose do fgado, doena do fgado e degenerao do embrio.

Vitamina K - antihemorrgica, exerce papel importante na coagulao sangunea atravs da regulao e manuteno da formao de protrombina.

Vitaminas Hidrossolveis

Compreendem as do complexo B e a Vit. C.

Ao contrrio das vitaminas lipossolveis, as hidrossolveis no so armazenadas no organismo e participam basicamente como cofatores de todo o metabolismo orgnico, com exceo da COLINA, que no participa de enzimas, tem exigncia de macronutriente e acumulada no organismo.

Vitamina C - forma ativa o cido L. ascrbico.

Funo: cofator em reaes de hidroxilao da Prolina, e Lisina e do colgeno.

Tiamina (B1) - forma ativa: tiamina pirofosfato (TPP)

Funo:

age como coenzima em reaes enzimticas de descarboxilao de (-cetocido. Ex.- piruvato ( acetil CoA.

- transcetolase - atua no ciclo das pentoses, importante na produo de NADPH + H+ utilizada na biosstese de cidos graxos.

Deficincias: atraso no crescimento, anorexia, polineurites decrscimo da taxa respiratria, corao dilatado com alteraes cardacas.

Vitamina B2 (Riboflavina) - exerce papel importante nas reaes de reduo e oxidao do metabolismo intermedirio.

Formas ativas: FMN e FAD. Ambas as formas ativas so transformadoras de hidrognios removidos do substrato (CHOs, PNT, e lipdios) para a cadeia respiratria.

Deficincia: diarrias, retarda crescimento, paralisia dos dedos curvos (aves), dermatite seca e escamosa (sunos), catarata, fgado gordo e degenerao de vulos.

Vitamina B6 ( Piridoxina) - esta vitamina desempenha papel importante nas reaes de transaminao, descarboxilao, racemizao e no transporte de aminocidos, atravs das membranas das clulas.

Deficincia:

Reduz apetite, queda no ganho de peso, olhos remelentos, anemia microctica e hipocrnica.

Vitamina Niacina - a niacina est presente em todas as clulas na forma de cido nicotnico (nicacina) e nicotinamida (niacinamida). Formas ativas, NAD e NADP. A niacina originria do aminocido Triptofano. Metabolicamente o cido nicotnico participa da molcula de dois coenzimas altamente importantes no metabolismo intermedirio, que so o NAD (nicotinamida-adenina-dinucleotdeo) e o NADP (nicotinamida-adenina-dinucleotdeo-fosfato).

Estes dois coezimas so os mais importantes redutores biolgicos que atuam nas seguintes reaes metablicas:

- metabolismo dos carboidratos: Oxidao aerbica da glicose e Ciclo de Krebs;

- metabolismo de lipdios;

- metabolismo de protenas;

- sntese de rodopsina;

Deficincia de niacina : engrossamento das juntas, curvamento das pernas , retardamento do crescimento, lngua preta (ces), inflamao na boca, dermatite (sunos).

Vitamina B12 ( cinanocobalamina): exerce papel importante na formao do sangue, no crescimento e nos processos metablicos, especialmente ligados a protenas.

Deficincia: Aves - crescimento retardado, reduz eficincia de utilizao dos alimentos, alta mortalidade, reduo na fertilidade dos ovos, perose e encurtamento do bico.

Sunos - crescimento retardado, pelos eriados, anemia e reduo no tamanho e peso da leitegada.

Biotina ou vitamina H, ocorre na natureza na forma de D-biotina

No metabolismo, as reaes dependentes de biotina so as que envolve a fixao de CO2 (caboxilao):

a) sntese do cido oxalactico a partir do cido pirvico;

b) sntese de malomil CoA, substrato inicial para a sntese de gorduras;

c) sntese de carbamil-fosfato, importante substrato no ciclo da uria

d) funcionamento normal das glndulas adrenais e tireide, aparelho reprodutor, sistema nervoso e pele.

Deficincia de biotina:

Aves: dermatite, deformao ssea e craniana, bico de papagaio.

Sunos: dermatite nas orelhas, pescoo e no dorso, leses drmicas e fissuras nas patas, crescimento lento e baixa reproduo, espasmos nas pernas traseiras.

cido Pantotnico: tambm chamado de fator antidermatites em pintos ou Vit. B3. O cido pantotnico o substrato para a biossntese da coenzima A, que participa de vrios processos metablicos envolvendo carboidratos, protenas e gorduras.

Deficincia de cido pantotnico:

Aves - retardamento do crescimento, leses nos ngulos do bico e nos ps, mortalidade tardia, hemorragia subcutnea, empenamento anormal.

Sunos : passo de ganso, exsudato de cor castanha em volta dos olhos, distrbio no aparelho digestivo, problemas reprodutivos, anemia.

cido Flico: conhecido como fator antianemia, metabolicamente toma parte nas reaes de sntese de bases orgnicas (purinas e pirimidinas), sntese protica (sntese de N-formilmetionil-t-RNA, iniciador da sntese) e sntese de serina ( a partir da glicina).

Deficincia de cido flico:

Aves: retardamento do crescimento, empenamento pobre, anemia, perose, alta mortalidade no final da incubao;

Sunos - anemia, problemas reprodutivos e de lactao.

Colina: ou vit. B4 , biossintetizada normalmente no organismo dos animais a partir do aminocido serina, com a presena de cido flico e vitamina B6.

A metionina participa na biossntese da colina pela doao de grupos metlicos.

Como papel bioqumico, a colina participa das snteses de lecitina, esfingomielina e acetilcolina.

Deficincias de colina:

Aves - fgado gorduroso e perose.

Sunos - membros traseiros abertos nos leites recm-nascidos, infiltrao gordurosa no fgado, rigidez das juntas, baixa sobrevivncia dos leites e peso anormal desmame..

Vitamina C: tambm conhecida como cido ascrbico, sintetizada pela maioria das plantas e por todos os mamferos (exceto o homem e porquinho da ndia).

Participa no metabolismo dos aminocidos aromticos, agindo como redutor do enzima Fe-alfa-cetoglutarato hidrolase, liberao do ferro da molcula de transferrina (Fe+++ ) reduzindo-o para a forma Fe++, transporte de eltrons.

Deficincia de vitamina C:

Aves - sob estresse calrico h necessidade de suplementao devido ao bloqueio no sistema enzimtico envolvido na biossntese desta vitamina. Sunos - leites at 6 semanas de idade necessitam de suplementao desta vitamina

Aditivos ou Microingredientes - toda substncia ou mistura de substncias intencionalmente adicionadas aos alimentos para animais com finalidades especficas:

promotores de crescimento

proteger as raes de peroxidao

prevenir, amenizar ou controlar certas doenas e parasitas

Os Microingredientes esto divididos em 3 classes:

a) Pr-nutrientes

b) Coadjuvantes de elaborao

c) Profilticos

A - Pr-nutrientes : Pr, significa a favor de por eficincia de nutrientes

B- Coadjuvantes: possuem funes especficas de melhoria no processo industrial, conservao e proteo dos alimentos durante o processo de estocagem e consumo pelos animais, mantendo e preservando as suas caractersticas fsicas e organolptiacas

C- Profilticos: Usados de maneira preventiva para evitar oxidao e a destruio de vitaminas e prevenir o aparecimento de enfermidades ou intoxicaes causadas pela presena de organismos patognicos (bactrias, fungos e protozorios).

Os microingredientes esto classificados em:

1- Acidificantes: Usados para abaixar o pH do TGI;

Ex. c. fumrico, c. ctrico, c. actico, c. lctico, c. propinico, c. frmico

Modo de ao:

a) acidificao da dieta pode reduzir o pH e ( a atividade da pepsina

b) baixo pH do estmago, baixa a taxa de passagem do estmago

2- Adsorventes: No so absorvidos no TGI, ligam-se s micotoxinas levando-as para fora do trato digestivo dos animais;

Ex. Bentonita e Zeolita

3- Aglutinantes: melhoram a peletizao das raes

Ex. Protena isolada, formaldedo, melao, gordura animal ou vegetal (3%); bentonita de sdio (1 a 2%); dextrina; farinha de guar

4- Anticoccidianos: prevenir a coccidiose

Ex. Lasalocida, Monensima, Maduramicina

5- Antifngicos: Prevenir ou eliminar fungos evitando-se as micotoxinas e perdas do valor nutritivo

Ex. c. Proprinico, Sulfato de Cobre, Violeta de genciana

6- Antioxidantes: Evitar a auto-oxidao dos alimentos, como gorduras, leos, pigmentos e vitaminas.

Ex.- BHT 125 g/ tonelada, se menos de 3% de gordura na rao

- Etoxiquim, - 125 g /t de rao

BHA

Vitamina E (tocoferis) antixidante biolgico

Vit. C anti-estressante em aves em altas temperaturas

7- Aromatizantes/palatabilizantes: para melhorar o aroma e/ou o sabor

Ex. Alho, Baunilha, anis , melao, Cebola, etc.

8- Corantes: usados para melhor a colorao ou pigmentao das carcaas

Ex. Urucum, aafro

9- Enzimas: So protenas, ligadas ou no a radicais denominados cofatores, que possuem propriedades especficas:

Fitases - possuem propriedades de romper a ligao do fsforo orgnico ligado aos sais do cido ftico, tornando-o disponvel para os monogstricos. Nos vegetais, 2/3 do fsforo encontram-se ligados aos fitatos, portanto, indisponvel para os sunos e aves;

(-Glucase - Atua sobre o polossacardio (-glucano presente nos cereais que apresenta baixa digestibilidade, gerando acares melhor aproveitados pelos animais;

Endoxilanase: Atua sobre as pentosanas presentes nos cereais, degradando-os a acares de fcil aproveitamento;

(-Amilase: Atua sobre os amidos presentes nos cereais, degradando-os em sacardios de mais fcil digesto pelos animais;

Proteases: Atuam sobre as protenas presente nos produtos destinados alimentao animal, degradando-as em aminocidos ou peptdeios de fcil aproveitamento nutricional;

Pectinases: Atuam sobre as pectinas, degradando-as em sacardios de mais fcil aproveitamento.

10 - Probiticos (microorganismos): So cepas especficas de vrias espcies de microorganismos que agem como auxiliares na recomposio da flora microbiana dos animais, diminuindo a concorrncia dos microorganismos patognicos ou indesejveis (ex. Eschericha coli).

Ex. Bacillus toyoi , Lactobacillus acidophilus, Saccharomyces cerevisae, Streptococcus faecium.

Modo de ao:

mudana na flora intestinal ( reduz a E. coli)

sntese de lactato com subsequente reduo do pH intestinal

adeso e/ou colonizao do trato digestivo

produo de substrato com atividade antibitica

reduo de nveis de aminas, amnia txicas do TGI e do sangue

11- Promotores de Crescimento: usados para melhorar a taxa de crescimento e/ou melhorar a eficincia alimentar.

Ex. Avalamicina, avopacina, colistina, flavomicina, lasolocida, lincomicida, nitrovin, olaquindox, tiamulina, tylosina, virginiamicina, oxitetraciclina (proibidoz); penicilina (proibido).

ALIMENTAO DO REBANHO SUNO/AVES

1. Importncia

O item alimentao representa aproximadamente 75% do total do custo de produo do suno (ver Quadro a seguir). Em virtude disso, ateno especial deve ser dada seleo e custos dos ingredientes fornecidos aos animais.

Custo de Produo de Sunos

Descrio% do Custo Final

Rao76,10

Mo-de-obra + encargos8,10

Energia1,60

Despesas administrativas1,00

Medicamentos e assistncia1,30

Veculo4,50

Outros0,20

Manuteno das instalaes1,60

Depreciao das instalaes4,70

Depreciao da fbrica de rao0,90

TOTAL100,00

Dados obtidos para um plantel de 230 matrizes

FONTE: FNP consultoria (1997)

2. Principais alimentos utilizados para sunos

Os sunos so animais monogstricos, com baixa capacidade de armazenamento de alimento e a taxa de passagem do alimento no trato gastrointestinal relativamente rpida. Assim, torna-se necessrio aliment-los com frequncia, raes triturados e de boa digestibilidade.

Os alimentos que compem uma dieta de sunos devem ser capazes de atender s necessidades nutritivas dos animais, no que diz respeito a: energia (carboidratos e lipdeos), protenas (aminocidos), minerais e vitaminas. A gua, outro nutriente importante, deve estar sempre disponvel e de boa qualidade para os animais.

Principais alimentos fornecedores de protena: farelo de soja, farelo de algodo, farelo de babau, farinha de carne, farinha de carne e ossos, farinha de peixe, farinha de sangue, etc.

Principais alimentos fornecedores de energia: milho, sorgo, raspa de mandioca, farelo de trigo, farelo de arroz, caldo de cana, leo de soja, sebo bovino, etc

Principais fornecedores de minerais: calcrio calctico (Ca), fosfato biclcico (Ca e P), farinha de ossos (Ca e P), farinha de carne e ossos (Ca e P), sal (Na e Cl), preparados comerciais de macro e microminerais (premix ou suplemento mineral comercial)

Principais fornecedores de vitaminas: premix ou suplemento vitamnico comerciais.

Raes de sunos, normalmente so base de milho e farelo de soja, por serem os alimentos concentrados energtico e protico padres, dadas as suas qualidades nutricionais. A utilizao de determinado alimento para sunos depender da sua disponibilidade na regio, o que tem influncia marcante no custo e da sua qualidade nutricional, representada por: composio qumica, digestibilidade, existncia ou no de fator limitante. O Quadro a seguir apresenta os nveis mximos recomendados dos principais alimentos para as diversas categorias de sunos. So informaes obtidas atravs de pesquisa e representam uma orientao durante a formulao de raes para sunos.

A indicao de uso para os suplementos minerais e vitamnicos comerciais fornecida pelo fabricante.

Nveis mximos recomendados de alguns ingredientes em raes de sunos

ALIMENTOGESTAOLACTAOINICIALCRESCIMENTO

ACABAMENTOOBSERVAES

MilhoSLSLSLSLumidade maxima 13,5%

Sorgo60 a 80% milho60 a 80% milho50% milho100% milho2 variedades: sorgo de alto e baixo tanino

Farelo de Trigo4020010-20rico em fibra

Raspa de mandioca20% milho20% milho15% milho30-50pulverulenta; corrigir aas.

Farelo de arroz50201530gordo (cuidado com rancific.)

Soro leite (seco)55205NaCl mx.: 2 %

Farelo de sojaSLSLSLSLativid. uretica (0,05 a 0,30) e solub. em KOH (min de 80%)

Farelo de algodo5535observar teor de gossipol

Farelo de amendoim1212510 a 20cuidado: aflatoxinas (max 50 ppb); produz toucinho mole

Farinha de sangue3333protena de baixa qualidade; palatab. reduzida

Farinha de carne10-1510-153-53-5importante teste de EBER negativo (avaliar putrefao)

Farinha de carne e osos5555cuidado: impurezas (chifres, cascos, etc)

Farinha de peixe5555atentar para o teor de sal

Farelo de babau1010-10-15fibra alta

Outros alimentos podem ser utilizados na alimentao dos sunos, so os chamados alimentos alternativos, e que devem ser utilizados preferencialmente nas fases de crescimento/engorda:

a) cama de frango: fazer seleo, passando em peneiras para reduzir o material utilizado como cama; hoje proibida pelo Ministrio da Agricultura

b) vsceras de frango: cozinhar antes de fornecer aos animais;

c) caldo de cana: associar uma rao mais rica em nutrientes, adaptar os animais, moer a cana no momento do fornecimento e desprezar as sobras.

d) mandioca: dados de literatura indicam que a raspa integral de mandioca, e a mandioca fresca picada e fresca ao sol, podem substituir o milho em at 50% na rao. Nveis de substituio acima de 50% podem ser utilizados, desde que seja feito as devidas correes no balanceamento das raes, para no afetar negativamente a converso alimentar e a velocidade de ganho de peso dos animais.

e) soro de leite: um subproduto da fabricao do queijo, disponvel em certas regies produtoras de leite. Possui baixo teor de matria seca (7%), o que limita o seu uso como fonte de energia para os sunos, serve apenas para fornecer parte da energia requerida diariamente pelos sunos

f) Soja gro tostada: a soja gro crua no deve ser usada na alimentao dos sunos, devido a presena de fatores inibidores de enzimas (tripsina). Devido a presena destes fatores, necessrio submeter a soja a um processamento trmico eficiente e adequado para eliminar estes fatores indesejveis. Quando a soja gro tostada for usada para sunos, deve-se aumentar os nveis de vitamina E, selnio e antioxidante na rao em funo do seu alto teor de leo (( 20%)

g) farelo de arroz integral e desengordurado: o arroz destinada alimentao humana, porm, quando do beneficiamento do gro produz-se vrios subprodutos, que podem ser utilizados na alimentao animal. O farelo de arroz desengordura obtido por remoo do leo do cuim do arroz por uso de solvente e contm no menos que 14% de protena bruta e no mais que 14% de fibra bruta. Os nveis mximos de incorporao nas raes de sunos, varia com a fase de vida do animal, sendo recomendado para porcas em gestao e leites em crescimento e terminao, em nveis que vo de 0 a 20%. J o farelo de arroz integral, constitudo pelos tegumentos que envolvem o gro (cuim) quando do beneficiamento. recomendado em nveis que variam de 0 a 50% da rao, desde que se faa a correo dos nutrientes da rao. Possui alto teor de gordura que facilmente oxidada ( rpida rancificao).

3. Exigncias nutricionais dos sunos

O quadro abaixo apresenta as exigncias nutricionais de sunos, segundo trabalhos realizados no Brasil. O conhecimento das exigncias o primeiro passo quando da formulao de raes balanceadas para sunos.EXIGNCIAS NUTRICIONAIS DE SUNOS

FASEPr-InicialInicialCrescimentoTerminaoGestaoLactao

NUTRIENTEPeso vivo 5 a 15 kg15 a 30 kg30 a 60

kg60 a 100

kg

Energia Digestvelkcal/kg350034003300330033003350

Protena%21,0017,6015,0013,1012,0615,33

Lisina%1,0130,860,6860,5910,4440,667

Metionina%0,3330,2750,2180,1880,1280,184

Met + Cistina%0,6650,5500,4360,3760,2560,369

Triptofano%0,1750,1430,1160,0990,0830,133

Treonina%0,6580,5440,4320,3730,3440,500

Argina%0,3330,2750,2180,188-0,400

Isoleucina%0,7040,5780,4620,3990,3890,413

Leucina%0,9210,7580,6040,5180,4940,793

Valina%0,6900,5710,4520,3890,4720,601

Histidina%0,3220,2650,2110,1820,1830,276

Fenilalanina%0,4480,3710,2940,2540,2940,422

Fenilal. + tirosina% 0,8960,7410,5870,5080,5890,844

Clcio%0,8820,7510,6730,6070,7560,838

Fsforo Total%0,6350,5640,5120,4720,6110,578

Sdio%0,1440,1390,1350,1350,1670,204

Fonte: Tabelas Brasileiras de Composio de Alimentos e Exigncias Nutricionais de Sunos e Aves (ROSTAGNO et alii, 1983)

4. Opes do produtor de sunos quanto ao arraoamento

Quando do manejo alimentar, dispe o criador das seguintes alternativas para arraoar seus animais: 1)adquirir raes prontas; 2) adquirir um concentrado protico completo (fonte protica + vitaminas + minerais), misturando-o uma fonte energtica (milho); 3) adquirir ncleo (vitaminas + minerais) misturando-o s fontes protica (farelo de soja) e energtica (milho) ou adquirindo todos os ingredientes e formulando a rao na prpria granja. A escolha de uma ou outra alternativa depender de fatores tais como: disponibilidade de capital para compra de equipamentos (misturador, triturador, balana, etc.), nvel tecnolgico do criador, mercado fornecedor de ingredientes, etc.

Grandes criadores geralmente elaboram a rao do seu rebanho. So suinocultores com assistncia tcnica, com condies econmicas para aquisio dos equipamentos e dos ingredientes, justificando, em virtude do grande volume de rao que necessitam, a economia obtida com tal prtica. Outra vantagem a garantia da qualidade da rao, comprometida muitas vezes em raes prontas jogadas no mercado. Entretanto, devem estar cientes da necessidade imperiosa de assistncia tcnica, com conhecimentos nutricionais possveis de manter a qualidade da rao produzida.

5. Formulao de raes balanceadas

A alimentao representa o tem mais dispendioso na criao dos sunos. Nesse sentido, deve o criador conduzir o programa de arraoamento do rebanho seguindo criteriosamente as exigncias nutricionais dos animais, adquirindo ou elaborando raes com alimentos de comprovada qualidade e isentos de substncias que possam interferir no desempenho dos animais.

5. 1 Mtodos

a) Quadrado de Pearson

b) Equaes

c) Tentativas

d) Programao linear

5.2 Etapas de formulao de raes balanceadas para sunos

a. Conhecimento das exigncias nutricionais da categoria (Tabelas Brasileiras de Composio de Alimentos e Exigncias Nutricionais de Aves e Sunos);

b. Listagem dos alimentos disponveis para formulao da rao;

c. Conhecimento da composio dos alimentos disponveis (Tabelas Brasileiras de Composio de Alimentos e Exigncias Nutricionais de Aves e Sunos);

d. Prefixao da quantidade de alguns alimentos na rao, obedecendo qualidade nutricional, custo, etc.

e. Prefixao das fontes de Ca e P em 2%;

f. Balanceamento da rao, pelo mtodo das tentativas, utilizando recursos matemticos (Quadrado de Pearson, equaes algbricas)

g. Ajuste final da rao, verificando o atendimento das exigncias.

5.3 Exemplos:

Quadrado de Pearson Proticos Y

X - Z = a

X

Energticos Z Y - X = b

Total = a + b

1-Calcular pelo mtodo do Quadrado de Pearson, uma rao para leites na fase de crescimento, contendo 15,0% PB, usando-se farelo de soja (45,6% PB), milho (8,5% PB) e premix comercial. Reservar 2,5% para premix.

Soluo:

a) Farelo de soja (FS) + milho (M) = 100,0 - 2,5 = 97,5

b) Ajuste da PB para aplicar o Quadrado de Pearson

97,5 ------ l5,0 PB

100,0 ------ X

100,0 x 15.0

X = ------------ = 15,4% PB

97,5

c) Usar o Quadrado de Pearson

FS 45,6 6,9

15,4

M 8,5 30,2

----

37,1

Valor do Farelo de soja:

37,1 partes da rao ----- 6,9 partes de FS

97,5 partes da rao ----- Y

97,5 x 6,9

Y = ----------- = 18,1%

37,1

Valor Milho = 97,5 - 18,1 = 79,4 %

d) Prova : farelo de soja = 18,1 x 45,6% = 8,25

milho = 79,4 x 8,5% = 6,75

premix = 2,5 --- = ---

Total 100,0 15,0

2- Calcular uma rao para matrizes em lactao com l5,33% PB , atravs do mtodo Quadrado de Pearson, usando-se os seguintes ingredientes: farelo de soja (45,6% PB), milho (8,5% PB), farelo de babau (20,0% PB) e premix comercial. Reservar: 3% para premix e 10,0% para o f