ATUAO DO NUTRICIONISTA COMO GESTOR DE RESTAURANTES INDUSTRIAIS DE UBERABA-MG, BASEADO NO PERFIL DE LIDERANA VISIONRIA

AZEVEDO, T. F. C1; ARAJO, M. B. V2.

1Nutricionista, Aluna do Curso de ps-graduao em Controle de qualidade na indstria de alimentos, FAZU Faculdades Associadas de Uberaba, Av. do Tutunas, 720 CEP: 38061-500, Uberaba MG, e-mail: taiseaz@hotmail.com;

2Prof. MSc. do Curso de ps-graduao em Controle de qualidade na indstria de alimentos, FAZU - Faculdades Associadas de Uberaba, Av. do Tutunas, 720 CEP 38061-500, Uberaba MG, e-mail: marciavelludo@fazu.com.br;

RESUMO: A liderana tema abordado na contemporaneidade em grandes e pequenas empresas, principalmente para aquelas que visam melhoria contnua de seus processos. A liderana definida como a capacidade de influenciar um grupo para alcanar metas. Os lderes visionrios estabelecem direes atravs do desenvolvimento de uma viso do futuro; depois, engajam as pessoas comunicando-lhes essa viso e inspirando-as a superar os obstculos. Este trabalho tem o objetivo de entender a importncia do gestor nutricionista, sua atuao em restaurantes industriais percebendo se h caractersticas de liderana visionria em seu perfil, se h comunicao interpessoal, detectar seu poder ou liderana em relao aos seus liderados. Para isso, foi feita uma reviso de literatura e uma pesquisa de campo em restaurantes industriais da cidade de Uberaba MG. Percebe-se que nestas Unidades de Restaurantes Industriais a maior parte dos lderes tm caractersticas de liderana visionria que puderam ser percebidas por seu liderados, o que pode levar a uma maior produtividade, devido bom relacionamento interpessoal, planejamento, organizao, direo, e controle dos processos de um restaurante industrial e consecuo dos objetivos que servir uma refeio de qualidade, dentro dos parmetros exigidos.

PALAVRAS CHAVE: Gestor. Liderana visionria. Nutricionista. Restaurantes Industriais.

THE PERFORMANCE OF THE NUTRITIONIST AS A MANAGER OF INDUSTRIAL RESTAURANTS IN UBERABA-MG, BASED ON THE PROFILE OF VISIONARY LEADERSHIP

ABSTRACT: The leadership is a theme broached in the contemporary in big and small companies mainly to those that seek continuous improvement of their processes. The leadership is defined as the capacity of influenciating a group to reach aims. The visionary leaders set directions through development of a vision of the future; then, engage people telling them this vision and inspiring then to overcome obstacles. This work has the aim of understanding the importance of the nutritionist manager, detect his performance in Industrial Restaurants noticing if there are characteristics of visionary leadership in his profile, if there is interpersonal communication, detect his power or leadership related to his workers. For this, a revision of literature and a field research were made in restaurants of Uberaba MG. It is noticed that in these Units of Industrial Restaurants, the most part of leaders has characteristics of visionary leadership that could be noticed by his workers, what can lead to a bigger produtivity, due to a good interpersonal relationship, planning, organization, direction, and control of the processes of an ndustrial restaurant and the consecution of the objectives that is to serve a meal of quality, in the required patterns.

KEY WORDS: Manager. Visionary leadership. Nutritionist. Industrial Restaurants.

INTRODUO

Segundo o cdigo de tica (2004), o nutricionista um profissional da rea de sade que, atendendo aos princpios da cincia da nutrio, tem como funo contribuir para a sade dos indivduos e da coletividade. A este, cabe o conhecimento sobre a Alimentao e a Nutrio nas diversas reas de atuao profissional, buscando o aperfeioamento tcnico-cientfico, seguindo os princpios ticos que regem a prtica cientfica da profisso.

De acordo com o a Lei N 8.234, de 17 de setembro de 1991, art.3, so atividades privativas dos nutricionistas: direo, coordenao e superviso de cursos de graduao em nutrio; planejamento, organizao, direo,

superviso e avaliao de servios de alimentao e nutrio; planejamento, coordenao, superviso e avaliao de estudos dietticos; ensino das matrias profissionais dos cursos de graduao em nutrio; ensino das disciplinas de nutrio e alimentao nos cursos de graduao da rea de sade e outras afins; auditoria, consultoria e assessoria em nutrio e diettica; assistncia e educao nutricional a coletividades ou indivduos, sadios ou enfermos, em instituies pblicas e privadas e em consultrio de nutrio e diettica; assistncia dietoterpica hospitalar, ambulatorial bem como em consultrios de nutrio e diettica, prescrevendo, planejando, analisando, supervisionando e avaliando dietas para enfermos; elaborao de informes tcnico-cientficos; gerenciamento de projetos de desenvolvimento de produtos

alimentcios; assistncia e treinamento especializado em alimentao e nutrio; controle de qualidade de gneros e produtos alimentcios; atuao em marketing na rea de alimentao e nutrio; estudos e trabalhos experimentais em alimentao e nutrio; prescrio de suplementos nutricionais, necessrios complementao da dieta; solicitao de exames laboratoriais necessrios ao acompanhamento dietoterpico; participao em inspees sanitrias relativas a alimentos; anlises relativas ao processamento de produtos alimentcios industrializados; participao em projetos de equipamentos e utenslios na rea de alimentao e nutrio.

Mesmo diante destas atribuies especficas e direcionadas melhoria da sade humana, a atuao deste profissional era pouco conhecida em meados dos anos 1970 e 1980.

Em 1976, foi criado o Programa de Alimentao do Trabalhador (PAT), que foi um dos grandes responsveis em abrir o campo de trabalho para o nutricionista na rea de refeies para coletividades. Ainda no incio dos anos 1980, ainda havia resistncia das empresas em contratar um nutricionista para gerenciar restaurantes industriais; este profissional ainda conquistava seu espao, disputando com outros profissionais, entre eles, administradores de empresas e chefes de cozinha. (RODRIGUEZ, 2006)

Assim, para conquistar seu espao, as universidades incluram no currculo dos cursos de nutrio aulas de administrao especfica para restaurantes tambm chamados de UANs (Unidades de Alimentao e Nutrio). Desta forma, o nutricionista tambm se especializa na rea administrativa para mostrar que, alm de elaborar cardpios nutricionalmente equilibrados, capaz de planejar, comprar, estocar, produzir refeies, elaborar oramentos e custos, treinar equipes, administrar a mo de obra, implantar regras de higiene, conhecer equipamentos, layouts, e todas as atividades tcnicas e administrativas inerentes a um restaurante industrial.

As teorias de administrao so primordiais para o desenvolvimento das atividades do nutricionista em UANs (Unidades de Alimentao e Nutrio).

A tarefa da administrao de interpretar os objetivos propostos pela organizao e tranform-los em ao organizacional por meio do planejamento, organizao, direo e controle de todos os esforos realizados em todas as reas e em todos os nveis da organizao, a fim de alcanar tais objetivos da maneira mais adequada a situao. Assim, em resumo a administrao o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcanar objetivos. (CHIAVENATO, 2000, p. 7).

Percebe-se desta forma que as atribuies do nutricionista regido pela Lei N 8.234, de 17 de setembro de 1991, art.3, est diretamente ligada s questes e tarefas administrativas, conforme preconiza Chiavenato (2000).

Alm de administrar recursos fsicos, o profissional nutricionista, se depara com a realidade da rotina operacional de um restaurante, e com isso tambm administra recursos humanos, ou seja, pessoas, funo esta de carter muito especfico e imprevisvel.

Em um trabalho realizado em 1999 para verificar a situao do nutricionista em empresas de refeies coletivas de Minas Gerais [por Analoni] 90% dos nutricionistas entrevistados estavam ligados aos setores tcnico-operacionais; supervisionavam outros funcionrios, alm de desempenhar em atividades administrativas ou gerenciais.

Tal situao parece ser comum aos nutricionistas, haja vista a natureza do trabalho que eles vm desempenhando nas empresas de refeies coletivas brasileiras ao longo do tempo, cujos requisitos passam tanto pela atuao como especialistas em nutrio quanto pelo desempenho de funes administrativas e gerenciais. As possveis implicaes que o desempenho de atividades to distintas podem ter no processo de insero dos nutricionistas na estrutura organizacional, acrescentam-se as caractersticas prprias da categoria profissional de gerente, um grupo que vivencia um universo complexo e contraditrio, a comear pela sua heterogeneidade. (ANALONI, 1999, p. 2)

Ao compararmos o nutricionista gerente de restaurante e o administrador, segundo as atribuies do nutricionista na Lei N 8.234, e Analoni (1999), vimos que o nutricionista tem funes de liderana e deve atender s competncias do aspecto nutricional dos alimentos servidos, tendo ampla viso na confeco e planejamento de cardpio, bem como conhecimento das tcnicas de preparo de alimentos, facilitando a compra racional de insumos, assim controlando custos e gastos inadequados pela falta de planejamento e desconhecimento da rotina; tambm tem capacitao para atuar no treinamento de boas prticas de preparo de alimentos, e gerenciar pessoas.

H diversas formas de se administrar um restaurante industrial e vrios perfis de gesto. Cada profissional traz sua carga de conhecimento. importante avaliar se o mtodo utilizado na gesto eficaz. Avaliar tambm se a abordagem tcnica operacional de fcil entendimento, se realmente flui a informao. A comunicao entre pessoas tema debatido por vrios autores, os quais trazem suas definies e estratgias.

Torquato (1992), diz que o poder a habilidade de algum para influenciar ou induzir outra pessoa a seguir suas diretrizes. A comunicao ferramenta importante de eficcia e produtividade.

Nenhum gestor nutricionista quer criar vnculo de dependncia com seus funcionrios, a dependncia no bem vista. Normalmente, as empresas buscam profissionais que, sendo qualificados, tem iniciativa prpria, e no que dependa da iniciativa de terceiros.

Com isso, a liderana tema abordado na contemporaneidade em grandes e pequenas empresas,

principalmente para aquelas que visam melhoria contnua de seus processos.

Robbins (2005), assim como Chiavenato (2000) define liderana como capacidade de influenciar um grupo para alcanar metas. Os lderes visionrios estabelecem direes atravs do desenvolvimento de uma viso do futuro; depois, engajam as pessoas comunicando-lhes essa viso e inspirando-as a superar os obstculos.

O lder visionrio precisa, na verdade, ter uma viso generalista, sistmica e crtica para poder gerenciar processos e orientar pessoas. (SOUZA, 2003, p. 57).

A liderana visionria segundo Rowe (2002) o estilo mais difcil de ser avaliado, considerando-se que sua escala de performance muito varivel. Os lderes visionrios esto procura mudanas organizacionais, criatividade, inovao.

Uma das muitas pesquisas realizadas no sentido de identificar lderes visionrios foi realizada por Pacheco (2002), que identificou que os pontos em comum entre os pesquisados referem-se ao fato de serem os melhores no que fazem; trabalham muito, no desistem diante dos obstculos e preocupam-se com valores superiores de solidariedade, tica e justia.

Lderes visionrios so relativamente mais proativos, moldando idias em vez de se oporem a elas. Exercem influncia de uma maneira que determinam a direo que a organizao deve tomar. Eles criam imagens e suscitam expectativas, alterando humores e definindo desejos especficos e objetivos. Influenciam o que as pessoas acreditam ser possvel desejvel e necessrio. Lderes visionrios esforam-se para aprimorar escolhas e abordagens novas para problemas antigos. (ROWE, 2002, p. 11-12)

Desta forma, possvel depreender que lderes visionrios preocupam-se com ideias, relacionam-se com as pessoas de maneira intuitiva e compreensiva. Concentram sua ateno no significado dos acontecimentos e decises.

Contribuindo com este pensamento, Rowe (2002) afirma que lderes visionrios influenciam as opinies e atitudes. A liderana visionria voltada para o futuro e preocupa-se em correr riscos. Alm disso, lderes visionrios no dependem de suas organizaes para conceber uma percepo sobre si prprios. Sob a liderana de visionrios, o controle organizacional mantido por meio da socializao, do compartilhamento de vises e da conformidade com um conjunto de normas, valores e opinies em comum.

Souza (2003) enfatiza que todo gerente deve possuir competncia tcnica, pois importante que o gestor domine o campo do conhecimento especifico ao prprio trabalho que gerencia. O trabalho de um lder tem como prioridades: definir papis e expectativas, ensinar, apoiar, torcer e fazer o necessrio para ajudar os outros a melhorarem seu desempenho no trabalho.

Comprova-se a importncia do estilo de liderana ao se tratar da comunicao interpessoal. Os resultados

obtidos neste trabalho apontam uma menor necessidade do chefe, promovendo tomadas de decises mais rpidas, mesmo que longe da velocidade real (Castiglia et. al., 2009, p. 12). Desta forma, o lder visionrio, aquele que tira o que de melhor tem sua equipe, tem condies de manter e aumentar a produtividade, dentro dos limites tcnicos nutricionais, necessrios a uma gesto de restaurante industrial.

Neste cenrio, entendendo a importncia do administrador nutricionista, este artigo tem como objetivo entender a atuao do nutricionista como gestor em restaurantes industriais, e avaliar como a comunicao interpessoal, seu poder, ou liderana em relao aos seus liderados. Para isso, foi feita uma reviso de literatura e uma pesquisa de campo, em oito restaurantes industriais da cidade de Uberaba MG, sendo aplicado um questionrio aos cozinheiros, auxiliares de cozinha, e auxiliares de servios dos restaurantes, considerando 51% dos funcionrios de cada instituio, neste caso 92 profissionais, a fim de observar como essa gesto percebida, que perfil tem seu gestor e a afinidade dos funcionrios para com o gestor. At que ponto, o administrador nutricionista influencia seus liderados?

MATERIAIS E MTODOS

Foi aplicado um questionrio aos funcionrios dos restaurantes industriais de pequeno, mdio e grande porte sendo as funes de cozinheiros, auxiliares de cozinha, e auxiliares de servios - pessoas que tm relacionamento direto com os gestores nutricionistas.

Foram delimitados para a pesquisa oito restaurantes gerenciados por nutricionistas, todos da cidade de Uberaba-MG, de pequeno, mdio e grande porte.

O questionrio utilizado foi elaborado com base nas caractersticas comuns de um lder, de acordo com Maxwell (2004), a fim de avaliar se o nutricionista gestor daquela Unidade apresenta caractersticas de liderana, e que traduzam numa eficcia de organizao do trabalho, que possam ser percebidas de forma clara (Apndice I).

Tambm foi aplicado um questionrio para avaliao de qualidades comuns da liderana, aplicado aos gestores nutricionistas, utilizado o questionrio de Maxwell (2004) (Apndice II); para assim avaliar tambm o julgamento do prprio gerente nutricionista sobre seu perfil.

Os oito restaurantes industriais estudados apresentam as seguintes caractersticas:

TABELA 1. Informaes dos restaurantes industriais estudados. Restaurante Profissionais Nmero de

refeies/dia Gestor

Nutricionista A 16 450-550 1 B 23 900-1000 1 C 2 70-90 1 D 4 25-30 1 E 3 90-110 1 F 35 1000-1200 1 G 5 40-50 1

H 4 50-60 1 Fonte: Restaurantes Industriais de Uberaba, 2010.

Foi considerado como amostra de pesquisa 51% dos funcionrios de cada restaurante e 100% dos gestores nutricionistas dos restaurantes pesquisados.

RESULTADO E DISCUSSO

A pesquisa foi realizada em oito restaurantes Industriais situados na cidade de Uberaba, que foram identificados de Restaurantes de A at H.

Foi delimitado como universo de pesquisa um total de 92 funcionrios dos restaurantes industriais, sendo que 60 funcionrios participaram da pesquisa. O resultado de participao na pesquisa foi de 65,21% (TAB. 2), no qual o mnimo esperado era de 51% de participao dos funcionrios.

TABELA 2. Participao na Pesquisa sobre o perfil de Liderana, aplicado a funcionrios para avaliao do perfil do Gestor Nutricionista.

Restaurante Nmero de

Funcionrios Responderam

a pesquisa % de

participao

A 16 10 62,5 B 23 15 65,22 C 2 2 100 D 4 4 100 E 3 2 66,67 F 35 20 57,14 G 5 3 60 H 4 4 100

Totais 92 60 65,21 Fonte: Restaurantes Industriais de Uberaba, 2010.

O questionrio aplicado aos funcionrios dos restaurantes (Apndice I) continha 13 questes, s quais tinham como opes de resposta, sim, no ou s vezes. Essas questes enfatizaram as principais qualidades que devemos procurar em pessoas com perfil de lder: positividade, servio, potencial de crescimento, acompanhamento, lealdade, resilincia, integridade, mentalidade da situao como um todo, disciplina e gratido, segundo Maxwell (2004).

Na TAB. 3 e na TAB. 4 foram observados os resultados e os ndices de respostas sim e no e s vezes dos questionrios aplicados aos profissionais do nvel operacional.

TABELA 3. Respostas gerais sobre o questionrio realizado com profissionais para avaliao do perfil do gestor de restaurante industriais.

Questes Sim No s vezes 1 60 0 0 2 60 0 0 3 60 0 0 4 60 0 0

5 57 3 0 6 47 12 1 7 59 0 1 8 58 0 2 9 60 0 0

10 60 0 0 11 55 4 1 12 60 0 0 13 60 0 0

Fonte: Restaurantes Industriais de Uberaba, 2010.

TABELA 4. Respostas do questionrio realizado com profissionais.

Sim No s vezes 96,92% 2,44% 0,64%

Fonte: Restaurantes Industriais de Uberaba, 2010.

Portanto, percebeu-se que a maioria dos funcionrios dos restaurantes industriais avaliaram que seus gestores tm as caractersticas do perfil de lder esperadas.

Como afirma Rowe (2002), lderes visionrios influenciam as opinies e atitudes e, nesse caso, a influncia destes lderes tende a ser positiva.

Na opinio desses profissionais, e na interpretao dos dados obtidos no questionrio aplicado (Apndice 1), a resposta sim resultou em 96,92%, fazendo com que seja entendido que a atuao do Nutricionista percebida como liderana por seus liderados.

Na pesquisa com o Nutricionista gestor de restaurante (Apndice II), pde-se avaliar as qualidades comuns relacionadas por eles, em relao ao perfil de um lder. Para isso, foi feita uma adaptao no questionrio de Maxwell (2004) no qual relacionou-se uma lista de 25 caractersticas para avaliar e identificar um lder em potencial. Assim, os entrevistados podiam apresentar 5 respostas para esta avaliao as quais eram: nunca, raramente, s vezes, normalmente e sempre.

Cada resposta recebe uma pontuao para facilitar a interpretao, segundo este mesmo autor. A resposta nunca vale 0 pontos; raramente, vale 1 ponto; s vezes vale 2 pontos; normalmente, vale 3 pontos e, sempre, vale 4 pontos.

Para anlise desse questionrio usamos a TAB. 5 segundo Maxwell (2004), o qual enfatiza que ao avaliar um lder em potencial, deve-se prestar mais ateno na qualidade da pessoa, de acordo com as caractersticas mencionadas, do que numa pontuao especfica. Ressalta-se que o nvel dos lderes diferente e as pontuaes variam.

TABELA 5. Escala de pontuao para avaliao de qualidades comuns da liderana.

Pontuao Interpretao

90-100 timo lder (deve mentorear outros

bons e timos lderes)

80-89 Bom lder (deve continuar a crescer

e mentorear outros)

70-79 Lder a vista (concentra-se no crescimento

e comea a mentorear outros)

60-69 Com grande potencial (Pessoa excelente

para ser desenvolvida) Abaixo de

60 Precisa de crescimento (talvez no esteja

preparado para ser mentoreado como lder) Fonte: Maxwell, 2004.

Cada questionrio foi avaliado, usando a interpretao da TAB. 5, e a partir da traado o perfil de cada gestor nutricionista. Foi realizada a interpretao dos dados a partir desta lgica e apresentados na TAB. 6.

TABELA 6. Resultado da avaliao de qualidades comuns da liderana.

Restaurante Total A 87 B 85 C 68 D 78 E 69 F 75 G 65 H 78

Fonte: Restaurantes Industriais de Uberaba, 2010.

Observa-se que trs gestores Nutricionistas de restaurante industrial tiveram um perfil entre 60-69, que expressa ser um profissional com grande potencial (pessoa excelente para ser desenvolvida). Duas Nutricionistas que tiveram perfil entre 80-89 demonstrando serem Bons lderes (deve continuar a crescer e mentorear outros). Trs Nutricionistas tiveram perfil entre 70-79: lder a vista (concentra-se no crescimento e comea a mentorear outros).

Atravs de anlise estatstica, verificamos a mdia (X), desvio padro (S) e Coeficiente de variao (CV) dos resultados obtidos no questionrio aplicado ao Lder nutricionista.

TABELA 6. Resultado da avaliao de qualidades comuns da liderana.

AMOSTRAS RESULTADOS Mdia (X) 75,6

Desvio Padro (S) 8,0 Coeficiente de Variao (CV) 10,58%

Fonte: Restaurantes Industriais de Uberaba, 2010.

Segundo Braule (2010, p. 76), a mdia estatstica uma medida que pretende indicar o centro da distribuio das observaes. Quanto maior for o espalhamento das informaes, menor ser a representatividade da mdia. As medidas de desvio padro e coeficiente de variao, servem para qualificar a mdia, quanto menor a disperso mais confivel a mdia.

Foi observado um Coeficiente de variao (CV) < 20%, ento, os dados no so heterogneos em relao medida, indicando que se pode utilizar a mdia.

Utilizando a mdia 75,6 para a interpretao do resultado do questionrio verificamos que os nutricionistas gestores de restaurantes, encontram-se entre 70-79 na interpretao (TAB. 5), sendo considerado segundo Maxwell (2004), Lder a vista, aquele que concentra-se no crescimento e comea a mentorear outros.

Temos aqui um nmero satisfatrio de nutricionistas gestores que apresentam caractersticas de liderana visionria. Esta deduo se baseou segundo as caractersticas apresentadas por Maxwell (2004) a qual foi utilizada para elaborar o documento do Anexo II.

Para Maxwell (2004), a liderana s d certo com base na confiana. Ento, as pessoas no seguiro um lder o qual eles no confiam. Segundo Chiavenato (2000), a liderana definida como capacidade de influenciar um grupo para alcanar metas.

Essa caracterstica para o profissional nutricionista primordial. Em restaurantes industriais a principal funo atuada pelos nutricionistas de influenciar e orientar os profissionais cozinheiros e auxiliares de cozinha em suas atividades a todo tempo; s assim, as metas de uma gesto podem ser alcanadas, mas para isso tem que haver sintonia entre o lder e os liderados.

Nesta perspectiva, com os questionrios aplicados para este estudo aos nutricionistas (Apndice II), e aos funcionrios (Apndice I) perceptvel interao entre profissionais e lder. Com isso, pode-se visualizar que h atuao de um lder ativo nos restaurantes estudados.

CONCLUSO

Conclui-se com esta pesquisa que os gestores nutricionistas dos restaurantes industriais de Uberaba-MG, apresentam perceptivelmente caractersticas especficas do perfil de liderana visionria. Caractersticas estas que foram percebidas pelos funcionrios (cozinheiros, auxiliares de cozinha e de servios) dos restaurantes.

Na pesquisa direta realizada com os nutricionistas, percebe-se que a atuao do Nutricionista est voltada para o perfil de liderana visionria.

O profissional nutricionista traz em sua formao caractersticas especficas sobre a rotina de restaurantes industriais. Estes conhecimentos especficos contribuem para o melhor desenvolvimento das atividades realizadas pelos seus liderados.

A atuao do nutricionista como gestor importante, pois este profissional domina a rea em que atua, domina as cincias da nutrio, sabendo argumentar, sanar as dvidas, questionar possveis erros, e ensinar processos e procedimentos corretos, fornecendo aos seus

liderados conhecimentos tcnicos e confiana nas informaes transmitidas. Gestores administrativos, no ligados Nutrio seriam provavelmente eficientes para liderar pessoas em um restaurante industrial, mas nos assuntos ligados nutrio, e s atribuies inerentes ao nutricionista deixariam a desejar.

Assim conclui-se que o Perfil de lder visionrio percebido nos nutricionistas. Este fator essencial para atender s competncias do aspecto nutricional dos alimentos, assim tendo maior produtividade por ter ampla viso na confeco e planejamento de cardpio, bem como as tcnicas de preparo de alimentos, facilitando a compra de insumos, e controle de custos. Apresentando bom relacionamento interpessoal no gerenciamento de pessoas, planejando, organizando, direcionando e controlando todos os processos de um restaurante industrial, levando consecuo dos objetivos que de servir uma refeio de qualidade, dentro dos parmetros exigidos.

REFERNCIAS

ANALONI, J. A. Situao de trabalho dos nutricionistas em empresas de refeies coletivas de Minas Gerais: trabalho tcnico, superviso ou gerncia? Revista de Nutrio, Campinas, v. 12, n. 3, p. 1-13, set./dez. 1999. BRAULE, R. Estatstica aplicada com Excel: para cursos de administrao e economia. Rio de janeiro: Ed. Campus, 2001. 76 p. CASTIGLIA, F. Z.; MALSCHITZKY, N. Cultura organizacional, estilos de liderana e a comunicao interpessoal nas organizaes. FAE Publicaes. V. 12, n. 1, jan./jun. 2009. CHIAVENATO, I. Introduo Teoria Geral da Administrao. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2000. 5-18 p. CONSELHO FEDERAL DOS NUTRICIONISTAS. Lei N 8.234, de 17 de setembro de 1991, art.3. In: COLLOR, F.; MADRI, A. Regulamenta a profisso de nutrio e determina outras providncias. Braslia, DF.:1991. MAXWELL, J. C. Desenvolvendo Lderes em sua equipe de trabalho. So Paulo: Mundo Cristo, 2004. 31-110 p. PACHECO, V. A. Contabilidade de Recursos Humanos e o Capital Intelectual das Organizaes. Curitiba: Biblioteca do CRCPR, 2002. PEREIRA, E. F. B. Estilos Gerenciais Presentes na Biblioteca Central de uma Instituio Federal de Ensino Superior. 2008. 52 f. Monografia (Ps Graduao em Gesto Universitria) Universidade de Braslia, Braslia, 2008. ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 257-296 p. RODRIGUEZ, R. D. Unidade de alimentao e nutrio. CRN3 notcias. Rio de Janeiro, v. 1, n. 83, p. 26-29, jul./ago./set. 2006. ROWE, W. G. Liderana estratgica e criao de valor. RAE Revista de Administrao de empresas. So Paulo, v. 42, n. 1, jan./mar. 2002.

SOUZA, J. Gesto empresarial: Liderando, motivando e desenvolvendo talentos. Salvador: Faculdade Ruy Barbosa, 2003. 57 p. TORQUATO, G. Cultura, poder, comunicao e imagem: fundamentos da nova empresa. So Paulo: Ed. Campus, 1992. 161 p.

APNDICE I

QUESTIONRIO DE ENTREVISTA INDIRETA

PREZADO COLABORADOR:

Este questionrio faz parte de uma pesquisa para elaborao de Artigo Cientfico para finalizao de curso de ps-graduao. Suas respostas iro compor os dados para se avaliar a importncia de um lder nutricionista atuando nas unidades de restaurantes industriais. Seja autntico em suas respostas. Esta pesquisa tem o aval dos gestores desta Unidade. Agradecemos suas informaes.

NO PRECISO IDENTIFICAR-SE

A respeito de seu lder direto voc percebe que:

1- Ele possui habilidades necessrias que lhe permitem liderar com segurana? ( ) Sim ( ) No

2 Diante de dificuldades, seu lder sabe resolv-las. ( ) Sim ( ) No

3 Est disposto a cooperar com a equipe. ( ) Sim ( ) No ( )s vezes

4 Tem desejo de crescimento pessoal e da equipe. ( ) Sim ( ) No ( )s vezes

5 Determina e acompanha o trabalho da equipe. ( ) Sim ( ) No ( )s vezes

6 Coloca o trabalho acima de seus compromissos pessoais. ( ) Sim ( ) No ( )s vezes

7 Resiste a problemas, sabe recuperar-se. ( ) Sim ( ) No ( )s vezes

8 Tem carter slido, palavras e condutas consistentes. ( ) Sim ( ) No ( )s vezes

9 Conhece todo o ambiente de trabalho em detalhes e todas as suas necessidades. ( ) Sim ( ) No ( )s vezes

10 Tem disciplina e disposio para o que for necessrio para a organizao. ( ) Sim ( ) No ( )s vezes

11 Apresenta gestos ou aes de reconhecimentos aos esforos da equipe. ( ) Sim ( ) No ( )s vezes

12 Consegue influenciar a equipe pelo seu carisma. ( ) Sim ( ) No ( )s vezes

13 Mostra confiana em suas condutas. ( ) Sim ( ) No ( )s vezes

APNDICE II

QUESTIONRIO DE ENTREVISTA INDIRETA

PREZADO COLABORADOR:

Este questionrio faz parte de uma pesquisa para elaborao de Artigo Cientfico para finalizao de curso de ps-graduao. Suas respostas iro compor os dados para se avaliar a importncia de um lder nutricionista atuando nas unidades de restaurantes industriais. Seja autntico em suas respostas. Agradecemos suas informaes.

NO PRECISO IDENTIFICAR-SE Em sua opinio, um lder deve ter:

Escala Nunca Raramente s vezes Normalmente Sempre Influncia Auto-disciplina Bom currculo Slidas habilidades pessoais Capacidade de solucionar problemas Aceitao de seu Status quo (estado atual) Condies de ver a situao como um todo Habilidade de lidar com o estresse Esprito positivo Compreenso para com as pessoas Compreenso e domnio de seus problemas pessoais Disposio para assumir responsabilidades Condies de no sentir raiva Disposio para fazer mudanas Integridade Condies para estar cada vez mais perto de Deus Habilidade de ver qual ser o prximo passo a ser tomado Condies de ser aceita como lder pelo outros Habilidade e o desejo de continuar a aprender Um jeito que atrai as pessoas Uma boa auto-imagem Disposio para servir aos outros Habilidade de recuperarem-se quando os problemas surgirem Habilidade de desenvolver outros lderes Personalidade para tomar iniciativa