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  • 8/9/2019 NUSDEO Curso de Economia Introducao Ao Direito Economico

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    CURSO DE ECONOMIA – Introdução ao Direito Econômico, Fábio Nusdeo. NUSDEO, Fábio. Curso de economia: introdução ao direito econômico. 5ª ed., São Paulo:Revista dos Tribunais, 2008. Prefácio à 1ª edição (por Tércio Sampaio Ferraz Junior):

     Numa cena extraordinária do Fausto, Goethe nos representa um diálogo do imperador comMefistófeles. O imperador exaspera-se com o palavreado inútil de seu chanceler-arcebispoe da arenga cínica de Mefisto que o ridicularizava, desafiando o diabo: “Tudo isso nãoatende vossas necessidades; o que tu queres agora com tua prédiga de jejum? Eu estoucheio do eterno Como e Quando; falta dinheiro: pois bem, arrange-o então!” Mefisto nãose dá por achado: “Eu arranjo o que vós quereis e arranjo ainda mais; isto é fácil, emborao fácil seja difícil”. E então ele, o grande ilusionista, sugere matreiro ao imperador, se faltadinheiro, que lance mão dos tesouros enterrados sob suas terras. O imperador, diante daameaça de falência, parece descrer, entre atordoado e perturbado: “Que tesouros?...”. Eao fim de uma noite de festa e volúpia carnavalesca, entram o marechal e o tesoureiro,para anunciar-lhe uma agradável notícia: “o império, há pouco à beira da bancarrota, forasalvo”. E apresentaram-lhe uma folha de papel, a primeira jamais vista por olhos humanos,em que se lê: “Para o conhecimento de quem deseje: esta nota vale mil coroas. Comoseguro penhor, garante-a um sem-número de bens enterrados nas terras do imperador. Jáse tomaram as cautelas a fim de que o rico tesouro, logo que desenterrado, se ponha emseu lugar”. O imperador, porém, desconfia e exclama: “Eu pressinto um atentado, umaenorme ilusão; quem falsificou aqui o nome do imperador?” Mas sua ira logo se aplacaquando lhe mostram não só a autenticidade de sua assinatura, como a alegria e o bem-estar em todo o país. Na mesma noite, artesãos habilidosos imprimem milhares de notassemelhantes, de dez, de cinqüenta, de mil coroas, para agitação e felicidade do povo. Goethe mostra que, pasmos, aqueles homens mal entendem o que se passa nempressentem a grande revolução que está mudando a história econômica. O ouro, o símbolouniversal da riqueza, o emblema dos ricos e dos avaros, o dom prestigioso do poder, o

    metro das necessidades humanas, é substituído por uma folha de papel, mísera e simples,que contém a assinatura de um imperador, de um rei, de um ministro de Estado ou deum banqueiro e cujo valor não pode ser visto nem medido realmente, pois não tem pesonem forma comparável, não passa de “fantasma de papel” (Papiergenspenst ), um espectrode riqueza, falso como os tesouros que Mefisto faz imaginar sob o solo do império. Sobo signo do papel-moeda, nasce assim a economia moderna, que se torna o lugardas aparências, um jogo diabólico nas mãos dos financistas, dos aplicadores embolsa, dos investidores, destes fantásticos herdeiros de Mefistófeles, o senhor dasilusões. 

    1ª parte: BASES INSTITUCIONAIS Aproximadamente 90% do Código Civil tem conteúdo econômico: contratos, regimes debens, propriedade, sucessões etc . Se essa importância econômica vale para o DireitoCivil, o que dizer do Direito empresarial, Tributário, Econômico, Financeiro? As sanções,reparações e indenizações, mesmo quando originadas de ofensas não econômicas,são convertidas e liquidadas em valores. CARNELUTTI: quanto mais economia, maisdireito (quanto piú economia, piú diritto). Quanto mais escassos ficam os bens, maior aquantidade de normas jurídicas necessárias para regular aqueles interesses. CONCEITOS BÁSICOS (Cap. 1)

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     Não é possível estabelecer ou antever um limite para as necessidades humanas. Ouseja, elas podem ser vistas como tendentes a se multiplicarem ao infinito. A tendênciaao desdobramento das necessidades parece incoercível e vem se exacerbando, comodecorrência da expansão e penetração dos meios de comunicação de massa, gerando ochamado consumismo  ou a sociedade de consumo. [No entanto, o consumismo sempre

    existiu. A diferença reside no ritmo. Os costumes das tribos pré-históricas cristalizavam-see as inovações eram muito lentas, ocorrendo apenas diante das relações com outros grupossociais, diante de uma guerra, ou do raro e dificultoso comércio.] A lei da escassez. Ao oposto do que ocorre com as necessidades humanas, os recursoscom que conta a humanidade para satisfazê-las apresentam-se finitos e severamentelimitados. Thomas Malthus: Essay on the principle of population (“Teoria da População”), 1798.

    O crescimento demográfico seguiria uma progressão geométrica, enquanto osrecursos para seu sustento aumentariam apenas ao longo de uma progressãoaritmética. Daí ser previsível um momento no futuro em que a humanidadeentraria em colapso pela simples impossibilidade de se abastecer. Propunha, pois,um rígido controle da natalidade baseado na contenção voluntária (afinal, ele era um pastorprotestante). Clube de Roma. 1970, MIT. The limits of growth. Boa parte dos recursos naturaiscomponentes da biosfera, a se manter o ritmo de sua utilização, em um lapso de tempovariável entre 70 e 150 anos acabará por se esgotar (petróleo, minérios...). →  A escassez decorre de maior ou menor procura.→  A atividade econômica  é aquela aplicada na escolha de recursos para oatendimento das necessidades humanas. É a administração da escassez.→  A economia  é o estudo científico dessa atividade. oikos  + nomos  (casa + norma).

    Organizar!→  Vida privada  (origem): unidades domésticas privadas de bens exteriores, sujeitas àprivações.→  Direito: quanto mais escassos os bens e aguçados os interesses sobre eles,maior quantidade e diversidade de normas se fazem necessárias para o equilíbrio de taisinteresses. Direito e Economia devem ser vistos, pois, não tanto como apenas duas disciplinasrelacionadas, mas como um todo indiviso, uma espécie de verso e reverso da mesmamoeda. Bens econômicos.

     Utilidade. Capacidade de qualquer bem de suprir ou atender a uma necessidade,satisfazendo-a, no todo ou em parte. Necessidade. Desejo socialmente manifestado o qual leva a uma ação por parte de quem oexperimenta. 

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    Conteúdo da necessidade. Não é objeto de julgamento pela Economia. Desde quemanifestada no meio econômico, provocando alguma movimentação de recursos para o seuatendimento, elas serão vistas como tais (ex.: drogas). Necessidade e escassez – utilidade. Somente pode ser escasso aquilo que é útil. O beminútil, não procurado por ninguém, é abundante (e não escasso).

     Utilidade marginal . Utilidade trazida por uma dose adicional de qualquer produto. O queleva as pessoas a tomarem decisões quanto à utilização dos bens escassos é o acréscimomarginal por eles proporcionado em termos de utilidade, no caso do consumo. As decisõeseconômicas não são tomadas de acordo com o critério da média, mas sim na margem. Parao glutão não importa que na média ele tenha se alimentado bem; ele tenderá a procuraruma nova porção de alimento se nela enxergar uma utilidade marginal ainda positiva. Ovalor econômico de um bem assimila-se à sua utilidade marginal. Bens livres. Não entram no circuito econômico. Abundância e generalidade (ex.: o ar, aágua). Bens supérfluos. Variam de acordo com o padrão cultural e as exigências de cada localou clima (biblioteca para um intelectual, roupas de frio ou aparelhos de calefação para ossiberianos...). Classificação dos bens econômicos: Quanto à materialidade: bens e serviços. Bens possuem materialidade. Serviços decorremde pura prestação humana. Quanto à finalidade: bens de consumo e bens de produção. Bens de consumo atendem deforma direta e imediata a uma dada necessidade. Bens de produção são empregados emcadeia para gerar bens de consumo. Podem se mesclar: um saco de feijão pode servir comoalimento (bem de consumo) ou como semente para uma safra (bem de produção).

     Quanto às relações entre si : complementares e sucedâneos. Complementar é o cujoemprego se dá simultaneamente (ex.: carro e combustível). Sucedâneo é passível de sesubstituir na mesma necessidade (ex.: gasolina e álcool). Quanto ao âmbito da necessidade: exclusivos e coletivos. Exclusivos são os aptos aatenderem, a cada momento, à necessidade de um único indivíduo (ex.: uma gravata).O uso de um bem por parte de alguém exclui   deste mesmo uso qualquer outra pessoa.Coletivos podem atender concomitantemente à necessidade de um grupo de pessoas (ex.:um concerto, uma aula, um ônibus). Pode variar: um clube – para os sócios é um bemcoletivo; para os não-sócios é um bem exclusivo (dos sócios). [A rigor, parece que o únicoexemplo de um bem inteiramente coletivo vem a ser a defesa nacional. Ou ela cobre eprotege todos os cidadãos de um país ou, se ineficiente, nenhum deles estará coberto e

    protegido. O automóvel que serve o presidente da República é público, mas tem naturezaeconômica de bem exclusivo, pois utilizado apenas pelo presidente.] VALOR, MOEDA E PREÇO (Cap. 2) Se a maioria dos bens são úteis e escassos, à eles se associa um valor, decorrente dasensação de perda provocada por sua eventual desaparição. Valor de uso e valor de troca,duas dimensões, uma delas acoplando-se ou sobrepondo-se à outra.→  Valor de uso: perspectiva do indivíduo, da família.

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    →  Valor de troca: perspectiva da sociedade (mercado). Valor de troca = valor utilidade ou valor escassez, pois assimila-se à noção de utilidademarginal. É o valor de troca que constitui o valor econômico. Moeda e preço. Divisão social do trabalho. O ato uno e compacto da troca foi quebrado

    em dois: continua a troca de uma mercadoria por outra, mas esta outra, ao invés do usoimediato, passa a ser instrumento para outra troca. O sal. Estava criada a moeda, poiso sal não foi aceito como mercadoria em si, mas como instrumento de troca e, portanto,instrumento monetário. A troca deixou de ser direta – bem por bem – para se tornarindireta – bem por moeda, e esta por bem. [Sal, gado, metal... numa das faces da moedaostentava-se a figura de um boi.] A moeda, por sua vez, traduz ou mensura o valor de troca. Surge assim o preço. Ele nadamais vem a ser do que o valor econômico expresso em unidades monetárias e quantificadopor elas. Fraudes e falsificações. O sal era misturado com areia. O gado lambia sal ebebia muita água (+ pesado = + moeda). Cunhar moeda passa a ser prerrogativa dosoberano. A efígie do soberano aparece como legitimidade. Bancos: em viagens ou quandoestacionados em suas cidades, os comerciantes passaram a entregar a outros comerciantes,maiores e com melhores instalações, moedas para serem guardadas e posteriormentereclamadas mediante a apresentação de um recibo. Os recibos passaram a ser operados.Eis o papel-moeda. Situação econômica ≠ situação financeira: finanças implicam em liquidez (disponibilidade demoeda ou dinheiro). O valor econômico de um bem condiciona-se ao tratamento a ele dado pelas instituiçõesvigentes em cada país e em cada época, vale dizer, pelo Direito a ele aplicável, e, pois,pelos valores éticos a informarem esse direito, pois não há norma jurídica que não decorrada incidência de um feixe valorativo sobre a realidade. 

    A teoria do valor trabalho: 1. Quesnay . 3 classes: a classe produtiva (agricultores e proprietários agrícolas quetrabalham a terra); a classe dos latifundiários (Estado, Igreja e proprietários); e a classedos manufatureiros (“industriais” que transformam os produtos da terra). Excedente:produto gerado a mais pelo aparelho produtivo, além daquilo que vai para o consumo dosque nele operam e para adquirir os insumos para serem reabsorvidos pelo mesmo aparelhoem novo ciclo de geração de riquezas. Du Pont de Nemours (após a Revolução Francesa, foi para os EUA): Laissez faire, laissez

     passer! (Deixe-se fazer – produzir – e deixe-se passar – circular, comercializar os bens). 2. Smith. A riqueza das nações, 1776. Quando houvesse uma troca, no fundo, ambos os

    bens estavam incorporando quantidades iguais de trabalho e por isso eram vistos como devalor equivalente. Mesmo com os serviços: uma hora de um engenheiro equivale a cincohoras de um técnico ou dez horas de um serviçal. Problema: o proletário, trabalhadorassalariado, o qual não tem nenhum bem final a trocar no mercado, pois apenas aluga asua força de trabalho. 3. Marx . Teoria da mais-valia ou da exploração da classe trabalhadora pelos detentores docapital. As horas trabalhadas pelos assalariados seriam apenas parcialmente remuneradaspelos empregadores, pois os valores dos salários em termos das utilidades necessárias

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    à subsistência daqueles situava-se muito abaixo do valor pelo qual o produto final eravendido pelos empregadores. O antigo excedente (agricultura) transmudou-se na mais-valiaapropriada pelos detentores de capital, os quais não remunerariam o produto do trabalhodos seus empregados, mas pura e simplesmente lhes pagariam um aluguel pela sua forçade trabalho (sua capacidade laborativa, destreza, conhecimentos técnicos). E tal aluguel erapermanentemente deprimido pelo “exército de reserva” – trabalhadores desempregados,

    dispostos a trabalhar em troca de comida. ECONOMIA POLÍTICA (Cap. 4) Termo cunhado por Antoine de Montchrétien, em 1615, quando da publicação de seu Traitéd’économie politique. A origem do termo prende-se à idéia de estarem os fenômenoseconômicos inextricavelmente imbricados aos de cunho político, institucional e social,e, portanto, ele se destinaria a retratar todas essas vinculações com a justaposição deeconomia e política. Por outro lado, ao tempo de Montchrétien, estava-se em pleno fastígiodo mercantilismo, o qual constituía muito mais um conjunto de recomendações e depráticas econômicas conduzidas pelos governantes do que propriamente uma teoria comtodos os seus requisitos. Daí a idéia de vinculá-la à política. POLÍTICA ECONÔMICA (Cap. 8) Política econômica é o estudo das relações entre certas variáveis sob a ótica de que umasserão meios ou instrumentos para que as outras assumam um determinado valor ouposição. Ganha em exatidão e profundidade. Perde em generalidade. É mais pragmática.Não discute as bases filosóficas do sistema. O fim vago de progresso pode ser traduzido no conceito mais técnico de desenvolvimentoeconômico, quando então diz-se que ele, fim, converteu-se em um objetivo. A este pode serimposto um valor quantitativo, e ele se transforma em uma meta. 

    FIM →  OBJETIVO →  META (targets)

     À medida que a análise econômica foi se aprimorando e ganhando contornos de maiorrigor, começou o Estado a se interessar por objetivos nitidamente situados dentro docampo da economia. Surgiu assim, para os técnicos, uma nova tarefa: a de traduzir asaspirações mais ou menos vagas da comunidade, captadas pelo processo político, emconceitos operacionalmente aproveitáveis em termos de elaboração de um plano ou de umaprogramação econômica. Fins mais amplos: - Progresso: conceito vago. Para uma sociedade conservadora, progredir é não mudar,manter-se fiel e apegada aos seus costumes. Para uma comunidade inovadora, progredir émudar, renovar, destruir o velho e implantar o novo. Desenvolvimento econômico. Eficiência

    dinâmica da economia. Ampliar a capacidade produtiva. - Estabilidade: eliminar as flutuações do nível de renda e de emprego. Atenuar a amplitudedos sucessivos ciclos de prosperidade e depressão. -  Justiça: alicerce da ordem jurídica dos povos. Redistribuição de renda, a partir dopressuposto de o mercado funcionar, em geral, como um mecanismo concentrador desta. 

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    - Liberdade: liberdade de iniciativa: capacidade para tomar decisões quanto ao uso derecursos, com um mínimo de restrições por parte do poder. Autodeterminação da vontadeno campo da economia. O próprio objetivo da distribuição de renda conecta-se ao de liberdade, pois quando elaé excessivamente concentrada não existe liberdade efetiva para boa parte da população,

    que não pode exercer qualquer opção de consumo, ou, mais genericamente, por ver-seimpedida pela restrição de renda de perseguir os seus objetivos livremente escolhidos.Conexão liberdade-justiça: Kant, Rawls/Dworkin – permite a escolha autonomia dos seusobjetivos. A primeira exigência da justiça é dar a cada homem razoáveis condiçõespara exercer concretamente a liberdade. TINBERGEN (Nobel de Economia) – fins da política econômica: 

    1.   Paz mundial;2.   Máxima produção com pleno emprego, estabilidade monetária e equilíbrio do balanço

    de pagamentos;3.   Promoção de grupos sociais subprivilegiados;4.   Redução de disparidades regionais de renda;5.   Tanta liberdade individual quanto compatível com os objetivos acima.

     [Na prática: contenção inflacionária, aumento do PIB, manutenção do pleno emprego,industrialização de regiões desiguais, melhora do nível de renda, proteção ambiental etc .] POLÍTICA ECONÔMICA E ORDENAMENTO JURÍDICO (Cap. 9) 

    Dados

     ▪ Modificáveis - Quantitativos (instrumentos) → política quantitativa 

    - Qualitativos (meios): - estruturais → política qualitativa  - fundamentais →  política dereformas ▪ Não modificáveis _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

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    Fenômenos econômicos ou variáveis → objetivos Desde a década de 1980, um movimento mundial de privatização vem desinchando osetor público empresarial em vários países. Tal movimento se insere no quadro de uma

    liberalização global da economia, completado pelo processo paralelo de desregulamentação,representado pela eliminação ou redução de diversas normas regulamentares que antesbalizavam um grande número de atividades. - Política quantitativa  (conjuntural e de curto prazo). Instrumentos: taxa cambial, alíquotastributárias, taxas de juros etc . - Política qualitativa (estrutural). Reformas. 

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     2. Procuras perfeitamente elásticas: 

    3. Procuras inelásticas ou infra-elásticas:

     

    4. Procuras rígidas: 

    Elasticidades baixas estão associadas à essencialidade do produto, como parece óbvio, poispara hábitos muito arraigados, os consumidores estarão propensos a cortar outras despesasantes de reduzir o consumo do bem preferido, caso este tenha seus preços elevados. Deve ser enfatizado não serem as curvas, na sua totalidade, elásticas ou inelásticas, massim os seus segmentos, ou mais rigorosamente, os seus pontos. Assim, uma curva deprocura pode ser inelástica em um certo trecho, perfeitamente elástica noutro e extra-elástica num terceiro: 

    Ex.: “liquidações” ou “promoções” do comércio. Durante um certo período os preços sofrem,efetiva ou aparentemente, fortes reduções até a curva de procura chegar a pontos de altaelasticidade, quando então o ingresso de novos consumidores mais do que compensa osbaixos preços, fazendo crescer a receita da empresa. Outros fatores: nível de renda, preço dos bens complementares e sucedâneos, hábitos deconsumo... Ex.: renda – havendo um nível de renda mais elevado (Y2), a tendência será a

    de uma procura maior do bem (Q2) ao mesmo preço (PM): 

    Elasticidade cruzada: relação da quantidade procurada de um bem em função da variaçãodo preço de outro bem. A OFERTA (Microeconomia, Cap. 12) Oferta é a quantidade de um bem que um conjunto de produtores está disposto a entregarao mercado a um dado preço em um determinado período. Quanto maior o preço demercado, maior será a quantidade que os produtores estarão dispostos a oferecer. 

    O = f(p) 

    Elasticidade da oferta: o grau de elasticidade dependerá fundamentalmente dos custosadicionais (marginais) a serem incorridos com o aumento da produção. 

    η = var%Q  var%P

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     Uma curva será extra-elástica quando a produção reagir mais do que proporcionalmentea uma dada elevação de preços; perfeitamente elástica quando esta relação forrigorosamente proporcional; e inelástica quando a quantidade produzida variar emproporção menor à da elevação dos preços. 

    Tecnologia: o mais estratégico fator de desenvolvimento, quer de nações, quer deempresas, pois, em última análise, condiciona o uso e a forma de combinação dos demais,sendo a grande responsável por sua maior produtividade. É a aplicação do conhecimentocientífico (know-why ) a uma atividade humana (know-how ). Custos de produção:[empresa visa o lucro, que é a maximização da diferença residual entre preço e custo] 

    1. Custo direto ou variável : varia em função da quantidade produzida (ex.: energiaelétrica, gás, matéria-prima etc .);

    2. Custo indireto ou fixo: não depende do volume produzido (ex.: máquina, aluguel, taxade condomínio etc .);

    3. Custo médio: somatória dos custos ou custo total dividido pelo número de unidadesproduzidas. [O custo fixo se diluirá por um número muito grande de unidadesproduzidas]

     

    4. Custo marginal : custo de produzir uma unidade a mais do bem em questão. * Ponto de equilíbrio: volume da produção no qual todos os custos (total) são cobertos,inclusive a remuneração normal do empresário, não deixando porém qualquer margem delucro.

     REGIMES DE MERCADO (Cap. 13) 

    (A esse ponto M corresponde o preço P, ao qual tanto os vendedores estarão dispostos aceder a quantidade Q, quanto os compradores estarão dispostos a obtê-la: compra e venda!) 1. Concorrência perfeita: - requisitos: 

    a.   grande número de compradores e de vendedores em interação recíproca;b.   nenhum deles suficientemente importante a ponto de exercer qualquer influência nas

    condições de compra ou de venda do produto em questão;c.   homogeneidade do produto;d.   plena mobilidade dos agentes operadores e de seus fatores (facilidade de acesso ao

    mercado);e.   pleno acesso às informações;f.   ausências de economia de escala;g.   ausência de economias externas.

     

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    2. Concorrência imperfeita: apenas existe um número grande de compradores evendedores (caem os demais requisitos). 3. Oligopólio: oferta concentrada nas mãos de poucos (oligos = poucos; polein = vender).Teoria dos Jogos. 

    4. Oligopsônio: oligopólio de compra. Poucos compradores se defrontam com vendedoresatomizados. 5. Monopólio: uma pessoa ou uma empresa se apresenta como vendedora de um dadoproduto. Monopolista atua nas duas variáveis do mercado: preço e quantidade. Plenitudedo poder econômico. A rigor, deixa de existir o Preço de Mercado (PM), pois ele será umadecisão do monopolista. 6. Monopólio bilateral: um único vendedor defronta-se com o único comprador. Bens ouserviços muito específicos e especializados. 7. Concentração: 

    a) Cartel : acordo entre empresas que passam a adotar decisões ou políticascomuns quanto a todos ou um determinado aspecto de suas atividades.

     b) Truste: acionistas de uma dada sociedade confiam a uma terceira pessoa osdireitos relativos às ações de sua propriedade, que passam então a ser exercidos poressa pessoa (o trustee) como se fosse o seu titular. Aos primitivos acionistas queda-se apenas o direito de receber dividendos, mas nenhum poder de interferir na gestãoda empresa.

     c) Holding: sociedade cuja totalidade ou parte de seu capital é aplicada em açõesou quotas de outras sociedades, o que pode significar razoável grau de controlesobre a administração das mesmas.

      d) Pool : várias empresas decidem manter uma atividade ou um serviço comumque atenda a todas elas, como por exemplo, um escritório de compras de matéria-prima ou de assistência técnica.

     MACROECONOMIA (Cap. 14) Numa economia com grande população, a decisão em suas várias unidades familiares detodos os seus membros procurarem trabalho assalariado levará indubitavelmente a umacréscimo da renda familiar, mas macroeconomicamente, isto é, no conjunto, deprimirá osalário de toda a população pelo excesso de oferta da mão-de-obra global. Fluxo circular de renda: empresas e famílias. Supõe-se que os membros da família que

    trabalhem (população ativa) prestem exclusivamente serviços produtivos às empresas,inclusive o de as possuírem e manterem (empresários). Tais serviços são utilizados pelasempresas na geração de bens e serviços destinados também exclusivamente às famílias.Há, assim, um fluxo real, isto é, de bens, que sai das famílias e se dirige às empresas soba forma de serviços exigidos por estas e um contrafluxo saindo das empresas em direçãoàs famílias representado por bens materiais: alimentos, roupas, móveis, automóveis etc .,e também por serviços como construção e reparo de casas, de automóveis, diversões etc .A esse fluxo real, isto é, de bens, corresponde, em sentido inverso, um fluxo monetáriorepresentado pela remuneração paga pelas empresas às famílias sob a forma de salários,

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     juros, aluguéis e, inclusive, lucro dos empresários, também integrante do setor famílias.Supostamente, toda a remuneração paga às famílias, aqui chamada renda, será gasta porelas na compra dos bens e serviços fornecidos pelas empresas. 

    Produto bruto  é o valor total dos bens e serviços disponibilizados em uma dada economianum certo período (um ano). Se chamarmos o total da produção gerada pelas empresas deProduto Bruto e o total das rendas por elas pagas às famílias de Renda Nacional, teremos aigualdade fundamental da macroeconomia: 

    PRODUTO BRUTO = RENDA NACIONAL Consumo, poupança e investimento: 

    ■   Toda e qualquer despesa é dirigida ou ao consumo ou ao investimento. D = C + I■   Quando recebido, o salário terá duas destinações possíveis: ou o consumo ou a

    poupança. Y = C + S■   Assim: D = Y e I = S.

     Essa afirmação poderá parecer paradoxal, mas acaba por encontrar a sua explicação naprópria mecânica do fluxo circular de renda de que antes se falava. Quando as famílias,numa previsão pessimista, resolveram entesourar uma parte de suas rendas como provisãopara eventuais maus tempos, aquela poupança provocou num primeiro momento umequivalente investimento por parte das empresas em estoques: aquelas mercadorias quedeixaram de ser vendidas às famílias entesouradas. Num segundo momento, as empresasdiminuíram a sua produção, adaptando-a à reduzida procura. E então o produto e a rendatambém caíram, restabelecendo a igualdade S = I, mesmo após terem sido absorvidosos estoques e, portanto, baixando o investimento neles feito, involuntariamente pelas

    empresas. Como se vê, o sistema todo tende a se acomodar às decisões entre consumir epoupar da sociedade, transformando mesmo aquela poupança mais primária sob a forma deentesouramento em investimento. Tanto o consumo como o investimento não necessariamente constituem uma função linearde renda, mas evoluem diferentemente com ela (outros fatores influem: caráter cultural,visão do povo, marketing...). Introduzindo a figura do Governo: Y = C + I + G (G = gastos governamentais; tributos. T =taxes) 

    ■   Assim: S = Y – C – T  S + T = I + G

      S = I + (G – T)o que nos mostra poder a poupança da comunidade ser aumentada, quando G > T, ou seja,quando os gastos do Governo superem o montante da sua arrecadação havendo, pois, umdéficit   público. Na situação oposta, isto é, de um superávit   público, a poupança decrescerá.Vê-se, pois, como é forte a presença do Governo na determinação dos grandes fluxosmacroeconômicos. Produto Nacional e Produto Interno. Uma parte da renda correspondente ao produtonão é paga aos nacionais (lucros, juros, royalties), mas sim enviada ou creditada aos

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    titulares de fatores no exterior. Por outro lado, residentes no país podem ter investimentosfora dele e, conseqüentemente, receberem rendas provindas de fora. Logo, PIB ≠ PNB.A diferença entre PIB e PNB é dada exatamente pelo saldo da renda enviada aoresto do mundo a título de remuneração de fatores lá residentes e aquela delerecebida pela mesma razão. Em países como o Brasil o PIB é sempre maior que o PNB,pois uma parte daquele corresponde ou foi gerada com fatores externos. Logo, dele deve

    ser deduzido o montante de renda remetida ao exterior para remunerá-los. PIB é tudo quanto foi produzido em bens finais em um país no período de um ano.PNB é o PIB menos a remuneração de fatores de produção, cujos titulares sãoresidentes no exterior. Tributos: diretos e indiretos. Os primeiros incidem diretamente sobre as rendas recebidaspelos titulares de fatores de produção ou suas propriedades. Os indiretos recaem sobreoperações que, de uma forma ou de outra, envolvem aqueles fatores ou os produtos finaispor eles gerados. Setores da economia: primário (produção agropecuária); secundário (indústria extrativa ede transformação); terciário (serviços). ECONOMIA MONETÁRIA (cap. 15) Meio circulante: moeda oficialmente emitida pelas autoridades monetárias de cada país. Moeda escritural: conjunto da moeda multiplicada escrituralmente pelo sistema bancário. Inflação de procura: descompasso da oferta monetária, pela elevação do volume demeios de pagamento à disposição do público. Tal elevação desaguaria numa exacerbação deprocura por bens e serviços impossível de ser atendida. Na raiz das teorias da inflação está a idéia de um conflito redistributivo entre setores da

    renda nacional, o qual, com a conivência governamental, levaria ao aumento da massamonetária e à inflação. Daí a criação dos Bancos Centrais, dotados de razoável autonomia,cuja principal função é a de controlar os fluxos monetários para a defesa do valor damoeda. Deflação: fenômeno inverso da queda geral de preços. Está associada a ciclos dedepressão, quando o desemprego e a extrema cautela dos empresários levam a umadrástica contenção de gastos. Importa a imagem de Keynes quanto à contratação de duasturmas de operários, uma para abrir e outra para fechar buracos com o fito de elevar oemprego e o gasto. Banco Central: principal autoridade monetária criada para controlar e direcionar os fluxosfinanceiros de cada país. Em essência, é o guardião da saúde monetária, comprometido com

    a manutenção de uma razoável estabilidade. Na maioria dos países são autônomos (não noBrasil) ante os respectivos governos, pois muitas vezes uma medida contencionista poderáafrontar seriamente os objetivos políticos destes últimos. Os Bancos Centrais têm uma ampla capacidade de condicionar os juros correntes nosistema financeiro, seja pela política de colocação e retirada de títulos, seja pelos juroscobrados no redesconto. No Brasil isso é feito pela fixação da chamada taxa básica de juros– SELIC: Sistema Especial de Liquidação e Custódia. 

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    Inflação: é um fenômeno antes de mais nada cultural e político. Decorre basicamente deum excesso de procura. Desordem monetária. ECONOMIA INTERNACIONAL (Cap. 16) Algum comércio internacional sempre será preferível a nenhum comércio internacional,

    pois, descartando a autarquia como um estado possível ou mesmo desejável, semprehaverá países em condições de produzir mais economicamente determinados bens, sendo,portanto, racional vendê-los ao mercado internacional e deste adquirir mercadorias emsituação inversa. Globalização. Assiste-se, desde a década de 1980 no Primeiro Mundo, e a partir dosprimeiros anos de 1990 na América Latina, a um processo de queda de barreiras e deliberalização geral do comércio exterior, não apenas no campo estritamente mercantil,mas igualmente no movimento de recursos financeiros, transferências de tecnologia,investimentos e outros. À medida que esta tendência se generaliza e passa a abarcarum grande número de nações, ela ganha o nome de globalização, para significar que oscritérios de eficiência na produção, na comercialização, nos investimentos, em toda aeconomia, enfim, são fixados em nível mundial e não mais nacional ou local. As empresasse transnacionalizam, perdendo as amarras ou vínculos com o país de onde se originaram.Legislações tributárias ou ambientais muito rígidas em alguns países poderão levar àtransferência para outros de unidades fabris ou até de complexos industriais, exportando-se a poluição e a tributação. Passa a se instaurar uma nova forma de divisão internacional dotrabalho, não mais baseada nos produtos finais, mas nos fatores ou processos de produção,os quais tendem a se distribuir pelo mundo, em função de estímulos os mais diversos,inclusive suprimento de mão-de-obra e legislações locais. A busca deliberada pelo gigantismo, como forma de garantir padrões de custos e níveisde preços competitivos, faz multiplicar os casos de fusões empresariais, de incorporaçõese aquisições de outras organizações e incentiva a formação de alianças estratégicas eoperacionais.

     A empresa multinacional. Empresa transnacional, que transcende as fronteiras nacionaispara operar nos mais diversos países de forma conjugada e afinada com uma estratégiacentral, pouco importando aí onde esteja localizado aquele centro. A empresa multinacional (ou transnacional) não se caracteriza por uma forma jurídicaprópria. Ela é muito mais uma realidade econômica a se utilizar do aparato legal de váriospaíses. Em síntese, ela corresponde a uma sociedade sediada em determinado país queenvia recursos seus, em dinheiro ou em bens, para formar outras sociedades locais empaíses diversos. Estas sociedades locais, em termos jurídicos, em nada se distinguem dequalquer outra em operação nos respectivos países. A única diferença consiste na origemdos capitais, cujos titulares – pessoas físicas ou jurídicas, mas no comum apenas estasúltimas – são não-residentes do país em questão. Como assinalado, esta diferença não é

    de ordem legal, mas puramente fática, muito embora possa existir – e normalmente existe– legislação nacional sobre investimentos estrangeiros, relativa ao seu registro, normaspara remessa de lucros, repatriamento do capital investido e outros que tais. No entanto,essa legislação, em geral, aplica-se indistintamente a qualquer investimento provindo doexterior, ainda quando uma mera participação minoritária em uma sociedade nacional, nãohavendo na maioria dos países normas próprias e específicas referentes às multinacionaiscomo tais. Blocos econômicos. Três etapas:

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     ■ União aduaneira  – quando os vários países decidem adotar uma tarifa única para a

    importação de produtos provenientes de terceiros países. ■  Área de livre comércio  – quando se abolem as tarifas aduaneiras intrabloco, ou seja,

    os bens passam a circular livremente entre os países-membros.

     ■ Mercado comum  – quando se integram os mercados dos fatores de produção,inclusive o fator trabalho, com legislação própria para a atuação em âmbito domercado comum.

     Balança comercial. O conjunto de todas as exportações e de todas as importações de umpaís (apenas produtos materiais, corpóreos). Balança de serviços. Além dos produtos materiais, inúmeras outras operações sãorealizadas internacionalmente (serviços), implicando, pois, remessas de divisas para o seupagamento (divisa = moeda estrangeira usada para pagamentos internacionais). Balança de capitais. Corresponde à conta de entrada e saída de capitais (remessasfinanceiras ou, mais raramente, entrada de bens corpóreos – ex.: máquina comointegralização de capital). A esse capital ingressado (dinheiro ou bens) para ser investidonuma atividade produtiva dá-se o nome de capital de risco, pois, uma vez no país,ele poderá multiplicar, diminuir ou até desaparecer (na hipótese do insucesso doempreendimento). Uma outra modalidade é a do capital de empréstimo, recursos ingressados ao abrigo decontratos de mútuo, onde o mutuante é uma pessoa estrangeira (normalmente p.j. – umaempresa comercial ou um banco), e o mutuário, um residente (p.f. ou p.j.). Libor  – London Interbank Offered Rate. Taxa pela qual os bancos cedem uns aos outrosrecursos que têm depositados no centro financeiro de Londres. Assim, normalmente, num

    empréstimo internacional os juros correspondem a Libor mais spread , sendo este últimouma margem percentual fixa a refletir o julgamento de risco do banqueiro quanto ao paísreceptor. Libor é o custo de oportunidade da entidade emprestadora. Taxa cambial. “Cesta teórica” (mercadorias, cereais, frutas, remédios, máquinas, serviços,consultas, brinquedos...). A taxa de câmbio tenderá a ser um quociente entre os montantesde cada moeda nacional necessários para adquirir a mesma cesta teórica  em diversospaíses. Teoria da paridade do poder de compra. Esses diversos poderes de compra (econseqüentemente as divergências de todas as moedas do mundo: US$ 1,00 = R$ 2,00 = €0,65...) decorrem de circunstâncias históricas. A taxa cambial é, enfim, a relação de troca entre duas moedas. Explica-se pelos diferentespoderes aquisitivos de cada uma das moedas em presença e também pela maior ou menor

    disponibilidade de uma em relação à outra. Os Bancos Centrais de todos os países atuam nos mercados de câmbio a fim de manter asoscilações da taxa cambial dentro de determinadas faixas-limite, a fim de não provaremoscilações indesejáveis na economia de cada país. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (Cap. 17) Características do subdesenvolvimento:

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     a) baixa renda per capita (1/10 ou menos da média dos desenvolvidos);b) desigualdade na distribuição dessa renda, com extremos de riqueza e pobreza;c) altas taxas de natalidade e mortalidade;d) alta participação do setor primário da economia na formação da renda.Setor secundário atrofiado e terciário inflado (serviços de produtividade nula =

    desemprego disfarçado).;e) baixa produtividade da mão-de-obra;f) baixos padrões médios de consumo e de qualidade de vida;g) mau funcionamento de instituições políticas (influência de oligarquias).

     O PIB brasileiro situa-se ao redor de US$ 500 bilhões, ocupando o 10º ou 12º lugar nomundo. Mas em termos per capita  fica além do 70º posto e quanto à distribuição de renda,além do 110º. Os 20% mais ricos abarcam 65% da renda nacional e os 20% mais pobres,apenas 3%. Mostra-se assim, um país, em essência, subdesenvolvido. Distribuição da renda. Curva de Lorenz . A reta (45º) indica uma distribuiçãoabsolutamente eqüitativa da renda. Na prática, todas as curvas apresentam umaconvexidade e quanto mais acentuada, mais desigual será a distribuição. 

    Crescimento e desenvolvimento. O desenvolvimento econômico tem sido definido comoum processo auto-sustentado, que leva a renda  per capita  a se elevar continuamenteao longo de um dado período, baseado numa mudança da estrutura econômica do paísem questão. Em outras palavras, é um processo contínuo pelo qual a disponibilidade debens s serviços cresce em proporção superior ao do incremento demográfico de uma dadasociedade. Distinção entre desenvolvimento e crescimento induzido: aquele é um processo comalterações estruturais, afirmando-se com forças próprias; este é induzido por um fatorde fora, não provoca propriamente progresso mas infla a economia, a qual porém se

    esvazia uma vez cessada a causa. Afora o crescimento induzido, o crescimento simples éo processo de expansão da renda sem mudanças estruturais apreciáveis. Assim, uma veztransformada a estrutura de um país ou de uma região, com a sua ascensão a estágio depleno desenvolvimento, aquilo que antes era um processo de evolução passa a ser umasituação, ou seja, ele agora integra o rol dos desenvolvidos. Isto não significa não possa elecontinuar crescendo ou, eventualmente, experimentar algum retrocesso nesse crescimento.Mas o grande salto já foi dado. A sua estrutura já passou por aquelas modificaçõessubstanciais que o levaram ao novo status. Volta-se, então, a falar em crescimento e nãomais em desenvolvimento, pois este já aconteceu. Desenvolvimento sustentável. Processo desenvolvimentista ou mesmo de mero crescimentoque se dá levando em conta a preservação ecológica, já que, caso essa preservação nãoocorra, o próprio processo estará logo mais comprometido.

     Causas e etapas do desenvolvimento: 

    ■ Quebrar o círculo vicioso da pobreza. Os países pobres têm como marca fundamentalum PIB mínimo ao qual corresponde uma baixa renda de sua população. Esta renda,por ser baixa, mal permite o atendimento das necessidades básicas, pouco ou nadasobrando para ser acumulado como capital. Mesmo a pequena parcela de altarenda não terá porque acumular capital produtivo, pois a pobreza da maioriada população não lhe permitiria absorver os bens que tal capital permitisse

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    produzir. E, assim, o excedente, além de pequeno, não tem como ser canalizadopara um emprego compatível com qualquer veleidade desenvolvimentista. Seráprovavelmente gasto no consumo de alto luxo, até mesmo fora do país ou da região.

     ■ Criação do mercado. Processo de distribuição de renda apto a levar uma parte maior

    da população a ter condições de consumir acima do estrito nível de sobrevivência.

    Instalação de fábricas, solicitação de mão-de-obra e sua qualificação etc . ■ Transferência da tecnologia. É esse o momento do primeiro salto qualitativo. E

    para um saudável início é importante que ele se dê na agricultura, pois, então, elaliberará braços para a indústria ou os serviços.

     Política de desenvolvimento. Para a continuidade do processo exige-se a presença doEstado. Esta dá-se sobretudo por via da indução, ou seja, medidas com vistas a estimulardeterminados setores ou atividades, bem como pela geração de economias externas, comoestradas, usinas de energia, obras de infra-estrutura. Política tributária. Política creditícia.Política monetária.