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Novos Medicamentos Novos Medicamentos Oncológicos e o SUS Oncológicos e o SUS Prof. Dr. Paulo M. Hoff Diretor Clínico ICESP Faculdade de Medicina da USP e Hospital Sírio-Libanês

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Page 1: Novos Medicamentos Oncológicos e o SUS Prof. Dr. Paulo M. Hoff Diretor Clínico ICESP Faculdade de Medicina da USP e Hospital Sírio-Libanês

Novos Medicamentos Novos Medicamentos Oncológicos e o SUSOncológicos e o SUS

Prof. Dr. Paulo M. HoffDiretor Clínico ICESP

Faculdade de Medicina da USP e

Hospital Sírio-Libanês

Page 2: Novos Medicamentos Oncológicos e o SUS Prof. Dr. Paulo M. Hoff Diretor Clínico ICESP Faculdade de Medicina da USP e Hospital Sírio-Libanês

Potenciais Conflitos de Interesse

• Consultoria científica (desenho e condução de estudos clínicos):– Roche, Astra-Zeneca, Sanofi-Aventis, Pfizer

• Suporte para Pesquisa:– Roche, Astra-Zeneca, Sanofi-Aventis, Merck,

Novartis

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Objetivos no Tratamento do Câncer

• Cura

• Prolongar a sobrevida

• Paliar sintomas

– Melhorar ou manter a qualidade de vida

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Dilema na Incorporação de Novas TecnologiasCusto

Eficácia

Não considerada

Não considerada

Quando incorporar?

Incorporar

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O SUS e as Novas Drogas

I. Drogas completamente experimentais

II. Drogas aprovadas apenas fora do Brasil

III. Drogas aprovadas para uma indicação, mas, utilizadas para outra

IV. Drogas aprovadas no Brasil, mas, indisponíveis para pacientes SUS

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Drogas completamente experimentais

• Não podem ser compradas em nenhum país

• Acesso apenas em estudos clínicos ou programas de

acesso expandido

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Drogas aprovadas apenas fora do Brasil

• Comercialmente disponíveis• Aprovadas por alguma agência reguladora• Não aprovadas pela ANVISA:

– Pacote regulatório não submetido pela indústria– Em avaliação (intervalo entre aprovação fora e no

Brasil pode chegar a anos)– Aprovação negada

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Drogas aprovadas apenas fora do Brasil

• Pacote regulatório não submetido: – Usualmente doenças raras– Importação individual raramente justificada

• Em avaliação:– Eficácia e segurança ainda em avaliação– Importação usualmente não justificada ou recomendada– Deve haver limite de tempo (respeitado) para ANVISA

• Aprovação negada: – Importação não justificada

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Drogas aprovadas para uma indicação, mas, utilizadas para outra

• Conhecimento médico avança rápido em oncologia

• Aprovação de novas indicações é muito lenta

• Bulas não são atualizadas ou atualizadas com muito atraso

• Ocasionalmente medicações ainda não comprovadas são

utilizadas por desespero e falta de opções

• Os gastos são difíceis de justificar no sistema SUS. Melhor

seria estabelecer prazos para avaliação pela ANVISA e

construção de protocolos

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Drogas aprovadas no Brasil, mas, indisponíveis para pacientes SUS

• Maior fonte de questionamentos judiciais• Salienta diferenças do sistema público e privado• Critérios para aprovação nem sempre correspondem

ao que seria clinicamente relevante• Outros países criaram critérios e câmaras técnicas

para determinar o que é relevante para saúde pública (ex. NICE britânico)

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Experiência de São Paulo

• Aprovação administrativa para drogas não padronizadas pelo SUS

• Pacote de drogas discutido entre SES e especialistas da área

• Usualmente requer nível de evidência I• Permite direcionar recursos para tratamentos

realmente importantes• Permitirá avaliação epidemiológica e determinação

de eficácia na população servida

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Experiência de São Paulo• É obrigação do Estado atender necessidades de

saúde da população via SUS• Estado não é farmácia, atendimento e tratamento

deve ser integral• Controle de uso é fundamental

– Concentrar medicações não padronizadas em centros de excelência

– Avaliar pacientes freqüentemente, parando medicação quando não mais ativa

– Avaliar resultados como sobrevida e qualidade de vida do conjunto dos pacientes

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Números de São Paulo - 2008

Programa de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (MEDEX)• R$ 1.125 milhão para atender 450 mil pessoas

Determinações Judiciais• R$ 350 milhões para atender 33 mil pessoas

Custo médio por paciente1. MEDEX – 2.500,00/ano2. Atendimento Judicial – 10.600,00/ano

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Conclusão

• Não se pode ignorar os avanços do tratamento e novas tecnologias precisam ser incorporadas de forma ágil, porém, criteriosa

• O objetivo do tratamento deve ser melhora significativa na sobrevida e qualidade de vida do paciente

• Benefício estatístico é fundamental, mas, não o suficiente • Recursos públicos são finitos e devem ser usados

judiciosamente. O SUS deve cobrir drogas aprovadas pela ANVISA, seguindo protocolos embasados cientificamente

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Dr. Sutton G. James Lind à Bordo do HMS “Salisbury” em 1747

12 marinheiros com escorbuto:

• 2: um litro de cidra diário

• 2: elixir de vitriol

• 2: vinagre

• 2: um quarto de litro de água do mar

• 2: nóz moscada

• 2: suco de laranja ou limão*

* Estes melhoraram rapidamente.

• Suco de limão adotado pela RN apenas em 1795!