novos desafios: projetos que desenham o futuro

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ARENAS VERSATILIDADE E EFICIÊNCIA A SERVIÇO DA ALEGRIA ETILENO XXI MÉXICO VIVE EXPECTATIVA EM TORNO DE UM MEGAPROJETO PROJETOS QUE DESENHAM O FUTURO NOVOS DESAFIOS

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ARENAS VERSATILIDADE E EFICIÊNCIA A SERVIÇO DA ALEGRIA

ETILENO XXI MÉXICO VIVE EXPECTATIVA EM TORNO DE UM MEGAPROJETO

PROJETOSQUE DESENHAMO FUTURO

N OVOS D ESA F I OS

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desenvolvimentoParceria para o

A união de esforços entre o setor público

e o setor privado tem produzido enormes

avanços para o Brasil em infraestrutura.

Portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, usinas

hidrelétricas, redes de distribuição de água e

tratamento sanitário, sistemas de transmissão

de energia, entre outras estruturas estão sendo

qualificadas e modernizadas em vários estados.

São investimentos fundamentais para que as

diversas atividades econômicas do país

possam se desenvolver. A Odebrecht participa

desses esforços e assim contribui de forma

decisiva para o desenvolvimento nacional.

Construção do estaleiro e da base naval do Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil, em Itaguaí (RJ)

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desenvolvimentoParceria para o

A união de esforços entre o setor público

e o setor privado tem produzido enormes

avanços para o Brasil em infraestrutura.

Portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, usinas

hidrelétricas, redes de distribuição de água e

tratamento sanitário, sistemas de transmissão

de energia, entre outras estruturas estão sendo

qualificadas e modernizadas em vários estados.

São investimentos fundamentais para que as

diversas atividades econômicas do país

possam se desenvolver. A Odebrecht participa

desses esforços e assim contribui de forma

decisiva para o desenvolvimento nacional.

Construção do estaleiro e da base naval do Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil, em Itaguaí (RJ)

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E D I T O R I A L

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C om atuação em 23 países e em vários setores produtivos

da economia, a Odebrecht consolidou-se, já há alguns anos, como uma Organização global e diversificada. O crescimento de sua atuação fez dela a maior empregadora privada brasileira. No país e no exterior, são hoje mais de 180 mil integrantes. Eles são os responsáveis por atender diretamente clientes exigentes em projetos estratégicos para países de todos os quadrantes do planeta. Esse processo dinâmico e veloz vem exigindo, entre outros atributos, o constante aprofundamento do espírito de servir, uma eficácia cada vez mais acentuada no compartilhamento de conhecimento e a capacitação para o domínio de novas tecnologias. Um movimento que leva à ampliação da sinergia entre os Negócios da Organização e ao fortalecimento de seu caráter global e diversificiado.Nesta edição de Odebrecht Informa dedicada aos novos desafios enfrentados hoje pelas equipes da Odebrecht

VIAGEM QUE SEGUE

ao redor do mundo, você verá exemplos de uma contribuição empresarial qualificada, que vem ajudando a tornar possível a realização de projetos que, em muitos casos, serão ícones de desenvolvimento para comunidades e países. É o que ocorre, por exemplo, no município fluminense de Itaguaí, no Brasil, na província de Malanje, em Angola, no estado de Veracruz, no México, e em Quito, Manta e Guaiaquil, no Equador, onde estão sendo executados grandes empreendimentos, que você conhecerá (ou revisitará) nas páginas que seguem. Esses projetos representam a consequência natural e lógica de uma caminhada cujos primeiros passos foram dados há 70 anos, sob a liderança do fundador Norberto Odebrecht, e que, agora, chega a uma nova etapa. Nada que signifique um fim em si mesmo, seguramente. A viagem, já se disse, é tão importante quanto o destino. E o destino é um só: melhorar a vida das pessoas, onde quer que elas estejam. Boa leitura.]

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3Odebrecht informa

π Integrantes da Enseada Indústria Naval nas instalações da Kawasaki, em Sakaide, no Japão: aprendizados em ambiente multicultural

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D E S T A Q U E S

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Qualificação das equipes, domínio de tecnologias e espírito de servir colocam as empresas da Odebrecht em condições de atender às demandas que marcam os tempos atuais (e que projetam o futuro)

CAPA

Novos Desafios

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Projeto Etileno XXI, em execução no estado de Veracruz, no México, tornará possível ao país reduzir drasticamente suas importações

MÉXICO

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Com a Biocom, nação africana dá um passo decisivo para o equilíbrio de sua matriz energética

ANGOLA

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EQUADORObras nos setores de transportes, energia e fornecimento de água são destaques em uma fase de crescimento nacional

TRANSFERÊNCIAUtec: tecnologia desenvolvida pela Braskem na Bahia será replicada pela empresa em unidade no Texas

Aeroporto Internacional Maestro Antônio Carlos Jobim – Galeão, no Rio de Janeiro. Foto de Geraldo Pestalozzi

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5Odebrecht informa

As histórias e as dicas de Orlando Santini, Ricardo Mazzutti, Érico Dantas e Viviane Arantes

GENTE

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INFRAESTRUTURAArco Metropolitano conecta os cinco principais acessos ao estado do Rio de Janeiro

ARENASO futebol convive com eventos de diversos tipos em espaços modernos, seguros e confortáveis

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12

FUNDAÇÃO ODEBRECHTNo Baixo Sul da Bahia, jovens fazem da TEO uma referência para o seu cotidiano de trabalho e de vida

62

Carlos Alberto de Oliveira fala de um símbolo de avanço tecnológico e fortalecimento da soberania chamado Prosub-EBN

Herculano Barbosa escreve sobre toda a diferença que o conhecimento pode fazer no processo de crescimento das empresas

ENTREVISTA

ARGUMENTO

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C A P A

O AMANHÃ EM PLENA CONSTRUÇÃO

π Integrantes da Odebrecht no Equador: empresa vive momento de alta produtividade em uma fase de crescimento do país

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7Odebrecht informa

INICIATIVAS NOS SETORES DE TRANSPORTES, ENERGIA, PETROQUÍMICA E DEFESA SÃO DESTAQUES NA ATUAÇÃO DA ODEBRECHT NO MUNDO

π Integrantes da Odebrecht no Equador: empresa vive momento de alta produtividade em uma fase de crescimento do país

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Para produzir as reportagens que você lerá a partir da próxima página - um pequeno mas significativo conjunto de relatos sobre os novos desafios que as equipes da Organização enfrentam hoje mundo afora –, os repórteres e fotógrafos de Odebrecht Informa foram a campo com a cabeça no futuro. Eles saíram em busca, no Brasil e em outros países, da palavra e das percepções de pessoas que são responsáveis por levar à frente uma história empresarial voltada para servir clientes e comunidades em diversos pontos do planeta. Pessoas que se relacionam com novas demandas e novas tecnologias com a certeza de que a cultura empresarial de que participam é a principal chave para vivenciar, de maneira produtiva, os novos tempos e suas grandes transformações. Os projetos Etileno XXI, em execução no México, Biocom, em Angola, a Refinaria da Sonaref, também em Angola, o Trasvase Daule-Vinces, no Equador, e a recém-iniciada concessão do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, são exemplos dos empreendimentos que as equipes da Organização, com base nos princípios e valores que compõem a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), ajudam a trazer à luz - iniciativas que dão indicações de como o mundo está se transformando e dos caminhos que se desenham à sua frente. O futuro. O que está por vir. Aquilo que, como sempre ocorreu, trará oportunidades de crescimento e evolução. Os desafios dos novos tempos são o convite para que as aproveitemos da forma mais positiva e para que façamos delas um instrumento de contribuição - com benefícios que precisam ser de todos.

π Projeto Etileno XXI, no estado de Veracruz, no México: impacto decisivo na balança comercial do país

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9Odebrecht informa

π Trecho do Arco Metropolitano entre Duque de Caxias e Nova Iguaçu: mudança na estrutura logística fluminense

Texto Edilson Lima | Foto Cícero Rodrigues

CAMINHOS CONECTADOSARCO METROPOLITANO, NO RIO DE JANEIRO, LIGA AS PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO AO ESTADO

Chegamos a setembro, e as equipes já estão em fa-se de desmobilização. O sentimento, no canteiro de obras, é de dever cumprido. Uma grande missão foi concluída: a construção do Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, que conecta as principais vias de acesso ao Rio de Janeiro e trará grande impac-to para a sua economia. “Esse projeto vai mudar a estrutura logística do estado”, diz Cassiano Politi, Diretor de Contrato da Odebrecht Infraestrutura - Brasil nas obras da nova rodovia, inaugurada em 1º de julho.

O sonho do Arco Metropolitano é antigo, vem desde a década de 1970, mas, apenas em 2008, os governos Federal e Estadual decidiram iniciar as obras. Com 145 km, ligando Itaboraí ao Porto de Itaguaí, metade do trajeto corresponde à duplicação

de vias existentes. A outra metade consiste em um novo trecho de 72 km, subdividido em quatro lotes. A Odebrecht Infraestrutura foi responsável pelo Lote 1, de 15 km, e, em consórcio com outra cons-trutora, por mais 10 viadutos (oito deles com arcos metálicos) ao longo dos quatro lotes.

O desafio que está no soloPara tornar o projeto uma realidade, foi necessá-rio vencer muitos desafios relacionados ao solo. As equipes identificaram, no traçado, vários tre-chos compostos de solos compressíveis (moles), o que exigiu uma solução de engenharia diferenciada. “Até 2 m de profundidade, conseguimos escavar e remover o material mole. Para trabalhar abaixo dis-so, passamos a usar os drenos fibroquímicos, que

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são tubos de fibra por onde a água escorre após ser comprimida pelo aterro que colocamos na área”, explica o Gerente de Engenharia Joaldo Lemos. Aplicados os drenos e o aterro, foi preciso esperar o processo de recalque, ou seja, o período necessário para que toda água contida no material mole saísse pelos drenos, e o aterro cedesse até a estabilização do solo.

Uma obra como a do Arco Metropolitano exi-ge a movimentação não somente de grandes quan-tidades de terra, mas também de equipamentos e de pessoas. Os cuidados com o meio ambiente, portanto, foram muitos. O trabalho realizado com as espécies de rã Physalaemus soaresi e do peixe Notholebias minimus (o peixe anual), ambos em ex-tinção, que habitam uma área da Floresta Nacional Mário Xavier, no município de Seropédica, é um bom exemplo disso. Pelo projeto original, a área seria aterrada. Para evitar o impacto no habitat das espécies ameaçadas, a solução encontrada foi a construção de dois viadutos (um para cada senti-do da rodovia) de 50 m de extensão. “Tivemos todo

π A engenheira ambiental Izabel Aguiar: monitoramento dos ruídos e da poluição do ar

o cuidado para impactar o mínimo possível, e isso exigiu desde o monitoramento preciso sobre ruídos e poluição do ar até ações de educação ambiental, para garantir o comprometimento da equipe com a proteção das espécies ameaçadas”, explica a enge-nheira ambiental Izabel Aguiar.

Em toda a extensão do Arco Metropolitano, fo-ram construídas 15 zoopassagens, para assegurar a circulação de animais silvestres, sendo cinco de-las na área da floresta nacional. Quanto à flora, en-quanto as obras eram realizadas, 39 mil mudas de plantas nativas eram cultivadas, para refloresta-mento. No traçado do projeto, as equipes encontra-ram 68 sítios arqueológicos, que foram preservados e salvos pelo Instituto Brasileiro de Arqueologia. Desse total, 15 estavam no Lote 1.

Oportunidades econômicasAo todo, a obra chegou a gerar 6 mil oportunidades de trabalho, sendo 1.500 apenas no trecho de res-ponsabilidade da Odebrecht Infraestrutura. Bruno Jardim, 23 anos, aproveitou bem sua oportunidade.

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estado terá um acréscimo de R$ 343 milhões em arrecadação de impostos por ano e um impacto no PIB de R$ 1,8 bilhão. As empresas que fazem par-te do Comperj (complexo petroquímico que está em construção em Itaboraí), do polo industrial de Duque de Caxias e do Porto de Itaguaí também se beneficiarão com a nova estrutura logística. Além disso, o arco reduzirá a presença de 35 mil veículos nos acessos à cidade do Rio de Janeiro, ajudando a descongestionar o trânsito.

“Muitas empresas de logística e indústrias se instalarão na região. Para nossa equipe, é gratifican-te saber que participamos de uma rodovia que vai ser um divisor de águas para o Rio de Janeiro”, afir-ma o Diretor de Contrato, Cassiano Politi.]

π Um dos viadutos com arcos metálicos que compõem o projeto: complexidade executiva e apuro estético

Ingressou nas obras como ajudante, e, seis me-ses depois, foi promovido a Auxiliar Técnico de Edificações. “Eu não espero acontecer. Quando vejo uma chance, vou lá e agarro”, ele conta. José Luiz Ferreira da Silva, Encarregado de Obras, diz: “Para quem realmente quis trabalhar, portas abertas não faltaram”. O carpinteiro Edvaldo Araújo, mais co-nhecido como Massaranduba, revela: “Grandes pro-jetos trazem grandes aprendizados, principalmente sobre o trabalho em equipe”.

O Arco Metropolitano conecta-se com cinco rodovias interestaduais: Rio-Santos, Via Dutra, a BR-040 (Rio-Brasília), a BR-116 (Rio-Bahia) e a BR-101 (Rio-Vitória). Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o

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MÚLTIPLA CURTIÇÃO

Texto Eduardo Souza Lima

MARACANÃ, ITAIPAVA ARENA FONTE NOVA E ITAIPAVA ARENA PERNAMBUCO OFERECEM OPÇÕES DE LAZER E SERVIÇOS QUE VÃO ALÉM DO FUTEBOL

Ninguém balançou mais as redes do Maracanã do que Zico. Autor de 333 gols, marcados em 435 jogos, o cra-que decretou, ao reencontrar o gigante de concreto adaptado aos novos tempos: “É a mesma aura” (veja a entrevista com o ex-craque do Flamengo e da Seleção Brasileira que acompanha esta reportagem). As ar-quibancadas da Itaipava Arena Fonte Nova foram er-guidas sobre o terreno do antigo estádio homônimo, com aço e concreto de sua demolição. A história da Itaipava Arena Pernambuco só começou a ser escrita em maio do ano passado. Em comum, os três espaços,

administrados pela Odebrecht Properties, seguem o conceito multiuso, oferecendo opções de lazer e de serviços no Rio de Janeiro, em Salvador e no Recife para além do futebol.

“Os estádios antigos até abrigavam shows, mas era na base do improviso. As arenas foram planejadas pa-ra isso, inclusive na acústica e na área de bastidores”, diz Eduardo Falcão, Diretor Comercial e Marketing da Itaipava Arena Pernambuco, que, em 3 de agosto de 2013, recebeu 20 mil pessoas no espetáculo musical O Maior Show do Mundo.

π Itaipava Arena Fonte Nova em dia de jogo: tecnologia de ponta garante proteção do gramado

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Localizada em São Lourenço da Mata, região metro-politana do Recife, com capacidade para 45 mil pesso-as, a Itaipava Arena Pernambuco ainda está fazendo o seu nome. Inaugurada há pouco mais de um ano, vem conquistando terreno, atraindo o torcedor do interior para os jogos de futebol (o clube residente é o Náutico, mas Sport e Santa Cruz disputam suas partidas mais importantes lá), famílias e praticantes de esportes ao ar livre para o seu entorno arborizado. As 4.600 vagas para estacionamento são uma facilidade a mais.

“No Recife, isso seria impensável. Nossos pre-ços também estão bastante competitivos em relação aos shoppings, centros de convenção e hotéis da re-gião. Há pouco, tivemos aqui um feirão de caminhões, com direito a tests-drive. Onde você faria isso na ci-dade?”, indaga Eduardo Falcão. O Diretor Comercial e Marketing diz que a versatilidade da arena possibi-lita também o uso do gramado de múltiplas formas: “Temos o formato stadium, que é um palco em pro-porções menores virado para um dos lados da arqui-bancada, criando uma espécie de anfiteatro para até 4 mil pessoas. Os estádios antigos não foram pensa-dos de forma modular. Não é uma crítica, não há o que comparar; é uma evolução”.

Campo e plateiaCom capacidade para 50 mil pessoas, a Itaipava Arena

Fonte Nova também herdou do antigo estádio a ar-quibancada em forma de ferradura. Nas pontas, fica a Praça Sul, um espaço especialmente concebido para a realização de eventos, como o show de Elton John, que cantou para 40 mil soteropolitanos em fevereiro. “Na época da obra, estudamos o mapa de palco dos maio-res shows internacionais. Lá cabe tranquilamente o palco dos Rolling Stones”, garante o Diretor Comercial de Hospitalidade e Eventos Carlos Najar. Além das ar-quibancadas, o campo virou plateia, sem prejuízo para o gramado, graças a uma tecnologia de cobertura cha-mada Easyfloor.

Outros espaços da arena podem ser – e têm sido – usados para eventos diversos: “Fizemos desde show do DJ David Guetta até reuniões corporativas para 15 pessoas nos camarotes. Houve dia em que aconte-ceu um evento corporativo de manhã e um religioso à tarde”, relata Najar. A arena conta ainda com 250 câ-meras e mais de 2 mil vagas para estacionamento, que garantem a segurança e o conforto do visitante.

A localização privilegiada da Itaipava Arena Fonte Nova e sua versatilidade lhe conferem a excelente mé-dia de dois acontecimentos extrafutebol por semana, sem contar o tour para visitantes de segunda-feira a sábado. Dentro das quatro linhas, o sucesso é o mes-mo. A torcida do Bahia, o clube residente, tem feito a sua parte. “Em 2013, tivemos uma média 40% maior

π Itaipava Arena Pernambuco: projeto concebido de acordo com o conceito de módulos

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que a do Campeonato Brasileiro. Mas a nossa política de preços também tem garantido casa cheia”, diz Najar.

O eterno “Templo do Futebol”O Maracanã não é conhecido como o “Templo do Futebol” à toa. Apesar do caráter multiuso, a prática do esporte ainda é a sua atividade principal. “Tanto que a gente continua a tratá-lo como estádio. O Maracanã chega a receber 89 jogos por ano, o que dá quase três temporadas europeias”, explica o Diretor Executivo de Marketing Marcelo Frazão. Sua média de públi-co também é maior que a do Campeonato Brasileiro: 30 mil contra 14 mil. “No caso do Flamengo, chega a 45 mil, maior que a das ligas europeias”, diz Frazão. Além do clube rubro-negro, outros dois times cario-cas, Botafogo e Fluminense, mandam seus principais jogos no estádio, onde cabem 79 mil torcedores.

O Maracanã já recebeu dos Rolling Stones ao Papa. Hoje, entretanto, não é preciso recorrer ao improvi-so. “O Túnel Norte foi pensado especificamente para translado de equipamento, por exemplo. Antigamente, os guindastes usados para montar grandes palcos ti-nham que entrar desmontados no campo”, explica Frazão. Atualmente existem 26 espaços diferentes pa-ra eventos, que vão dos camarotes às áreas de grama sintética, passando pelo estacionamento interno e pe-los lounges.

“Recentemente, a arquibancada foi usada pa-ra provas de vestibular e houve um evento religioso que ocupou o gramado inteiro”, acrescenta Frazão. O Maracanã também é um importante ponto turístico da cidade e recebeu mais de 200 mil visitantes desde a sua reabertura, em seus tours diários.

Os integrantes da Organização Odebrecht e os de empresas parceiras também formam um públi-co de interesse. O programa de Comunicação do Entretenimento da Odebrecht Properties, liderado por Daelcio Freitas, lançou, em 22 de setembro, uma campanha interna para atrair esse público para as are-nas, na condição de clientes. “Estamos usando todos os canais de comunicação da Organização: a revis-ta, os portais da internet e a Odebrecht TV. A ideia é oferecer vantagens a todos os integrantes e parcei-ros. Como a Odebrecht e as empresas parceiras pro-movem muitos eventos corporativos, queremos le-vá-los para as arenas”, explica Daelcio. São oferecidos descontos em assentos de temporada (para pacotes anuais) e em tours. Outro importante canal de divul-gação das arenas tem sido as redes sociais. “Estamos chegando a 1 milhão de pessoas no Facebook, que é uma forma de comunicação direta, não só com os in-tegrantes da empresa, mas também com o público em geral”, comemora Daelcio.

Conheça algumas opiniões de Arthur Antunes Coimbra, o Zico, maior artilheiro do Maracanã, sobre os novos tempos no estádio onde brilhou e se tornou ídolo.

π Lembranças São as melhores possíveis, como jogador e, primeiramente, co-mo torcedor. Sinceramente, não imaginava que seria jogador e teria a oportunidade de atuar neste templo sagrado. Quando tinha meus 10 anos, já frequentava o Maracanã, em espe-cial nas finais. Estava nos confrontos decisivos de Flamengo x Botafogo em 1961, 1962 e 1963, nas derrotas para o Botafogo, com Garrincha e Gerson, por exemplo. Estava também no Fla x Flu de 1963, o maior público do estádio, em que o Flamengo foi campeão. Chegar ao estádio e ver o colorido das torcidas era algo espetacular. Quando eu chegava cedo, fazia questão de sair da arquibancada e entrar novamente apenas para ter o impacto da visão das torcidas.

π Zico no gramado do Maracanã: ênfase na necessidade de trazer novos eventos para o estádio

Zico, em casa, mas de um jeito diferente

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π Quais títulos e gols são mais marcantes para você?O primeiro título como profissional, em 1974, no Carioca, é um que traz grandes recordações. Tínhamos a vantagem do empate contra o Vasco e levamos o título. Outro que mar-cou muito também foi o Campeonato Brasileiro de 1980, o meu primeiro conquistado. Todos os 333 gols tiveram a sua importância, mas um gol marcado em 1974, Flamengo x Grêmio, foi o mais bonito. Pena que essa imagem não tenha aparecido até hoje.

π Fora as suas partidas pelo Flamengo e pela Seleção, que outras recordações especiais tem do Maracanã? Tenho lembrança da chegada do Papai Noel. Fui em várias ocasiões para levar os meus filhos. O jogo de vôlei Brasil x Rússia também marcou bastante, pela grandiosidade do evento. Participei também de um evento de pênaltis, fazen-do a final com o Vasco, e ganhei. Era apenas um batedor e um goleiro dos cinco grandes do Rio [Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo e América]. Espero que, em breve, os grandes shows possam voltar ao estádio, mostrando que é

possível termos aqui grandes eventos como acontecem em outros estádios pelo mundo.

π Lembra-se de ter jogado em algum outro estádio tão icônico?O Maracanã sempre foi o principal palco. Realmente sempre foi o meu preferido.

π Qual é a sensação de voltar ao estádio e ver uma estátua sua? É muito gratificante ter esse reconhecimento. É motivo de orgulho. O Maracanã completamente reformado foi melhor para todos. Gostei pelo conforto que dá aos tor-cedores. Eles precisavam disso. O campo é maravilhoso, e de qualquer lugar do estádio, é possível ver o jogo.

π Durante a Copa do Mundo, você disse que não existe novo Maracanã nem velho Maracanã, existe Maracanã. Na sua opinião, por que ainda existe certa resistência às novas arenas?Acho que isso vem diminuindo com a rotina das parti-das, com o público conhecendo melhor os estádios.

π Como você vê a presença de empresas como a Odebrecht na administração dos estádios?Deve ser utilizado sempre o bom senso. Quem opera precisa arrecadar, assume custos altos e necessita ter lucro. Mas não tem como ter isso tudo sem um bom evento. É preciso ter em mente formas de ajudar os clubes e os organizadores a ter o estádio sempre cheio. Trazer novos eventos ao estádio é fun-damental nesse processo. O Maracanã sempre será o Maracanã.

π Como você vê a volta das famílias aos estádios?Acho altamente importante. O futebol é espetáculo e, com mais conforto e segurança, fica mais fácil. No entan-to, ainda é preciso melhorar o transporte, para facilitar a chegada e saída das pessoas e, principalmente, o horário das partidas. Não dá para ter partida às 22h, e o trabalha-dor ter de acordar às 6h. O próprio Jogo das Estrelas, que retornou ao Maracanã no último ano, tem esse papel. É um evento que traz gente de todas as idades e já está in-tegrado ao calendário do frequentador do Maracanã.

π O que é preciso fazer para que o futebol recupere o prestígio abalado pela última Copa?O caminho é renovação e trabalho. Não achar que é o me-lhor do mundo. Isso acabou há muito tempo. Não é mais. Não precisa começar do zero, mas precisa ter calma para fazer esse processo. ]

π Zico no gramado do Maracanã: ênfase na necessidade de trazer novos eventos para o estádio

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Texto Julio Cesar Soares | Foto André Valentim

MUITO CARIOCA, BEM BRASILEIRO O AEROPORTO DO GALEÃO, UM ÍCONE DO RIO DE JANEIRO E UMA DAS PRINCIPAIS PORTAS DE ENTRADA DO PAÍS, PASSA A SER ADMINISTRADO PELO MODELO DE CONCESSÃO

π Galeão: inaugurado em 1979, protagoniza, desde agosto de 2014, uma nova fase em sua história, com o início da operação realizada pela Concessionária Rio Galeão

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“Rio de sol, céu e mar/ Dentro de mais um mi-nuto estaremos no Galeão.” Composto em 1963, o “Samba do avião” é uma das obras-primas do maestro Antônio Carlos Jobim e exalta belezas cariocas, como a praia de Copacabana, o Cristo Redentor e a Baía de Guanabara. A porta de en-trada dessas maravilhas, segundo o maestro, é o Aeroporto do Galeão, construído como base aérea militar na década de 1950.

Em 1974, o Galeão começou a ser reconstru-ído. A obra ficou a cargo da Odebrecht. Mais de 6 mil trabalhadores participaram do projeto, que teve um volume de concreto quatro vezes supe-rior ao do Maracanã, segundo informações de uma das edições de Odebrecht Informa daquele ano. Em 1979, o novo Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro ficava pronto e, com ele, uma nova entrada para o Rio de Janeiro.

O Galeão sempre foi um grande desafio pa-ra a Odebrecht. A empresa, que já havia se con-solidado no Rio de Janeiro após a execução de obras como o Edifício-sede da Petrobras e da Universidade do Estado da Guanabara (UEG), atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), faria, na capital fluminense, sua estreia na construção de aeroportos internacionais. Mais de três décadas depois, o Galeão ressurge como novidade para a Organização: a participação na Concessionária Rio Galeão, formada em socie-dade com a Changi Airports International, uma das maiores operadoras de aeroportos do mun-do, e a Infraero, que administra 61 aeroportos no Brasil. É a primeira concessão aeroviária da qual a Odebrecht faz parte.

O Galeão está localizado no bairro da Ilha do Governador, na zona norte do Rio. “Ele move a cidade, seja pelo turismo ou pelos negócios. Com os investimentos em infraestrutura feitos pelo Rio de Janeiro para as Olimpíadas de 2016, a mo-dernização do aeroporto acompanha essa trans-formação. Não tenho dúvida de que resgataremos a importância do aeroporto como uma das prin-cipais portas de entrada do Brasil”, diz Luiz Teive Rocha, Presidente da Concessionária Rio Galeão.

Investir para mudarSegundo dados da Infraero, enquanto a média de passageiros em aeroportos no mundo, entre 2003 e 2010, cresceu cerca de 40%, o Brasil te-ve aumento de 118%. Isso implicou o surgimen-to de uma demanda de investimentos com a qual o Estado não consegue arcar. Por conta disso, o Governo brasileiro optou por parcerias com a

π Galeão: inaugurado em 1979, protagoniza, desde agosto de 2014, uma nova fase em sua história, com o início da operação realizada pela Concessionária Rio Galeão

iniciativa privada, dividindo alguns dos princi-pais aeroportos do país em dois lotes de conces-sões.

O primeiro deles envolveu três aeroportos: o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP) e o Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, em Guarulhos (SP). No segundo lote, foram leiloados os aeroportos do Galeão e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, mais conhecido como Confins, em Belo Horizonte.

Na última década, a Odebrecht consolidou uma nova frente de atuação, na qual lida direta-mente com o cliente final. Nas concessões rodo-viárias, de saneamento ou nas recém-adquiridas arenas esportivas, a Organização vem acumulan-do experiência e fortalecendo seu conhecimento em mercados cujo usuário direto não são empre-sas, mas, sim, o cidadão, individualmente. Para a concessão do Galeão, a empresa preparou-se por mais de três anos, estudando a viabilidade de melhorias para o aeroporto carioca, envolven-do integrantes de diversas empresas e trazendo a expertise de seus parceiros, dois gigantes do setor aeroportuário.

Iniciada em 12 de agosto de 2014, a nova ad-ministração do Rio Galeão já torna evidente o processo de mudanças a que se propõe a ofere-cer aos usuários. “Alguns resultados já podem ser sentidos pelo público, como os novos balcões de informações e central telefônica, internet gratui-ta por 30 minutos e modernização do estacio-namento, com cancelas automáticas, câmeras de segurança e mais iluminação”, explica Luiz Teive Rocha. Até o fim da concessão, que terá duração de 25 anos, mais de R$ 5 bilhões serão investidos em melhorias. Pouco menos que a metade des-se valor será utilizada até 2016, com a criação de novas vagas de estacionamento e ampliação da área de pátio das aeronaves, aumento das pontes de embarque e novos balcões de check-in, entre outros benefícios.

Enquanto o aeroporto funciona, a Odebrecht Infraestrutura-Brasil tem o grande desafio de realizar o projeto de melhorias de infraestrutu-ra. Entre as atividades previstas, estão as obras do novo píer de embarque, que contará com 26 novas pontes; de um novo edifício-garagem, com mais de 2 mil vagas; mais de 500 mil m2 de pátio de aeronaves; e reformas no Terminal 2. “Nosso maior desafio é executar as obras enquanto o aeroporto segue seu dia a dia. Teremos 4 mil

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integrantes no pico das obras, e, por ano, 260 mil aviões pousam e decolam no Galeão e mais de 17 milhões de passageiros circulam no mesmo perí-odo. Temos que trabalhar sem permitir que isso tenha impacto na vida do usuário”, explica Pedro Moreira, Diretor de Contrato da obra.

Novos desafios para as pessoasAlém dos profissionais da Infraero, que ainda trabalham na fase de transição, 352 integrantes atuam na Concessionária Rio Galeão, dos quais 101 vieram de outras empresas da Organização e os demais, do mercado, informa Gabriel Paixão

França, Responsável por Pessoas e Organização do Rio Galeão. “As pessoas querem sempre as mesmas coisas. Respeito, desafios, contribuir pa-ra uma sociedade melhor, crescer e se desenvol-ver. E tudo isso é parte da nossa cultura.”

Tatiana Pizolante dos Guaranys, Gerente de Varejo da concessionária, é uma das pessoas que vieram do mercado. “Foi muito fácil me adaptar à cultura da Organização, pois é algo que trago comigo, algo que aprendi com a minha família”, conta. Por meio de iniciativas como o Programa de Introdução à Cultura, Tatiana e seus com-panheiros conhecem mais sobre a Tecnologia

π Tatiana Pizolante dos Guaranys: “O lojista daqui lida com um mercado diferente”

π Obras do novo píer de embarque: trabalhos acontecem com o aeroporto em pleno funcionamento

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Empresarial Odebrecht (TEO) e sua influência no dia a dia dos integrantes. “Nossos integrantes são catalisadores da nossa Cultura e ajudam a dis-seminá-la diariamente aqui no Galeão”, ressalta Gabriel Paixão.

Tatiana trabalhou por muitos anos em shoppings centers do Rio de Janeiro. Vinda do Shopping Leblon, na zona sul da cidade, ela en-controu uma dinâmica diferente no aeroporto. “O lojista daqui lida com um mercado diferente. As lojas estão no caminho das pessoas, e o que fa-zemos é otimizar os serviços para que elas não se atrasem. Sem contar que lidamos com diversas emoções ao longo do dia: encontros, despedidas, ansiedade, relaxamento. São diversas variáveis que nos ajudam a entender e, principalmente, atender da melhor maneira possível o cliente”.

Mas há também integrantes da Organização que se veem em um mundo novo, como Leandro Carvalho de Azevedo Dantas, Responsável pela Área de Negócios do Rio Galeão. Na Organização há sete anos, ele começou como estagiário, em

Salvador, passou pela construção da Itaipava Arena Fonte Nova e participou, na área financei-ra, dos estudos da concessão do aeroporto. Com a conquista, mudou novamente de área, indo para o comercial e tornando-se responsável por quatro frentes: aluguel de carros, duty free, combustí-vel de aeronaves e estacionamento. “Meu desafio pessoal é enorme. Tinha noção do que viria, e me ajudou bastante a estruturação analítica de pla-nejamento que adquiri nestes sete anos, além de uma equipe que me ajuda muito.”

Em 1999, após o falecimento de Antônio Carlos Jobim, o Galeão ganhou um novo no-me: Aeroporto Internacional Maestro Antônio Carlos Jobim, uma justa homenagem ao músico que amava o Rio. Aos poucos, o aeroporto trans-forma-se, para voltar a ser o ponto de encon-tro de cariocas e turistas com o Rio de Janeiro e gerar a boa expectativa que encerra o célebre samba mencionado na abertura desta matéria. “Água brilhando, pista chegando/ E vamos nós/Pousar.” ]

Aeroporto Internacional do Rio acompanha as mudanças da cidade

R$ 5 bilhõesaté o fim da concessão

250 novas placas de sinalização

1.900 hectares de área

17 milhões de passageiros em 2013 4 mil novas lâmpadas

nos estacionamentos

4 caminhões de bombeiros Panther 6x6

Até 2016

Já realizado

novos balcões de check-in

novas posições de estacionamento de aeronaves

novas pontesde embarque

novas vagas de estacionamento

684726

2.700

227

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Balcões de check-in

Companhias aéreas

Destinos nacionais

Destinos internacionais

Pontes de embarque

Investimento de

R$ 2 bilhõesaté 2016

O NOVO GALEÃO

150 novos pontos de energia nas salas de embarque

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Um novo aeroporto à altura do Rio.

Até 2016, um novo RIOgaleão.A Odebrecht TransPort se uniu à Changi Airports International, administradora do melhor aeroporto do mundo, e à Infraero para assumir a operação do Aeroporto Internacional Tom Jobim. Uma série de mudanças na infraestrutura e no atendimento já começou. Mas isso é só o início: até os Jogos Olímpicos de 2016,o novo Rio Galeão – Aeroporto Internacional Tom Jobim vai ganhar um padrão internacional. E uma alma cada vez mais carioca.

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Conheça os nossos canaise fique por dentro das novidades.

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Um novo aeroporto à altura do Rio.

Até 2016, um novo RIOgaleão.A Odebrecht TransPort se uniu à Changi Airports International, administradora do melhor aeroporto do mundo, e à Infraero para assumir a operação do Aeroporto Internacional Tom Jobim. Uma série de mudanças na infraestrutura e no atendimento já começou. Mas isso é só o início: até os Jogos Olímpicos de 2016,o novo Rio Galeão – Aeroporto Internacional Tom Jobim vai ganhar um padrão internacional. E uma alma cada vez mais carioca.

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Quando o Brasil lançar ao mar seu primeiro submarino movido à propulsão nuclear, em 2025, o mundo voltará suas atenções para o pa-ís. A embarcação patrulhará a costa brasileira, co-nhecida como Amazônia Azul. Com uma área de 4,5 milhões de km² (correspondente, em tamanho, à Amazônia terrestre), é dela que são extraídos 85% do petróleo nacional, sem contar que por ela passam 95% do comércio exterior.

O submarino alçará o Brasil ao seleto grupo de cinco países que detêm essa tecnologia, forma-do por França, Inglaterra, Estados Unidos, China e Rússia. Nesse plano traçado pela Marinha do Brasil, a Odebrecht tem desempenhado papel re-levante. É de sua responsabilidade o projeto e a execução das obras civis do complexo naval que está sendo erguido na Ilha da Madeira, no municí-pio de Itaguaí (RJ), destinado à construção de cin-co submarinos – quatro convencionais e um com propulsão nuclear –, todos concebidos com tec-nologia francesa.

Cooperação tecnológicaO Programa de Desenvolvimento de Submarinos-Estaleiro e Base Naval (Prosub-EBN) remonta a 2008, quando o Brasil e a França assinaram um acordo de cooperação tecnológica, e a Odebrecht selou parceria com a Direction des Constructions Navales et Services (DCNS), estatal francesa da área naval, com o objetivo de receber e absorver a tecnologia de fabricação das embarcações da ca-tegoria Scorpène. Dessa parceria, nasceu a Itaguaí Construções Navais (ICN), com 59% de parti-cipação acionária da Odebrecht e 41% da DCNS, responsável pela montagem dos submarinos. Pelo convênio, mais de 60 engenheiros e técnicos bra-sileiros já foram treinados pelos franceses, e mui-tos são integrantes da Odebrecht.

Fábio Gandolfo, Diretor-Superintendente da Odebrecht Infraestrutura-Brasil responsável pela área Estaleiros e Nuclear, lidera a atuação da em-presa no Prosub-EBN. Ele destaca a sinergia entre

a Odebrecht Infraestrutura e as outras empresas da Organização presentes no projeto, a Odebrecht Engenharia Industrial e a Odebrecht Defesa e Tecnologia, em um caso bastante representativo de transversalidade entre negócios. “Isso tem sido fundamental para o sucesso da obra”, ele afirma. “A Marinha do Brasil espera da Odebrecht a per-feita integração entre suas empresas”, acrescenta Fábio, engenheiro civil de 53 anos de idade e 31 de Organização.

Três etapasO Prosub-EBN foi dividido em três etapas. Uma delas refere-se à Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), que ficou pron-ta em 2013 e está localizada nas proximidades do prédio da Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A (Nuclep), à margem da Rodovia Rio-Santos. Com 56 mil m2, a Ufem reúne as instalações necessá-rias à fabricação dos componentes dos subma-rinos. Outra etapa consiste na execução da Área Norte da Base Naval, que contará com Centro de Descontaminação Radioativo, rodoviária, hotel de trânsito, Centro de Intendência da Marinha do Brasil e outros serviços de apoio para acomodar oficiais e visitantes. A terceira é a construção do Estaleiro e da Área Sul da Base Naval, na Baía da Sepetiba. Na fase das obras marítimas, concluídas em 2013, foram cravadas no mar estacas metáli-cas com 1 m de diâmetro, 42 m de comprimento médio (para a construção do cais) e executadas as paredes diafragma (muralhas subterrâneas de aço e concreto que sustentam o peso das docas secas), com espessura de 80 cm a 1 m, em profundidade de até 60 m.

Outro destaque do programa é a construção do complexo radiológico, cujos estudos estão sendo conduzidos pela Marinha do Brasil. A Odebrecht Infraestrutura mobilizou uma equipe de enge-nheiros com experiência na área nuclear para es-se serviço, que será iniciado após a obtenção do licenciamento na Comissão Nacional de Energia

IMERSÃO NO FUTURO

Texto Boécio Vidal Lannes | Foto Geraldo Pestalozzi

PROJETO PROSUB-EBN COLOCA O BRASIL EM UM PEQUENO GRUPO DE PAÍSES DETENTORES DA TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DE SUBMARINOS

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π O Main Hall em obras: prédio principal abrigará a Oficina de Fabricação dos Submarinos

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Nuclear (CNEN), no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e em órgãos de fiscalização internacionais.

Paralelamente à finalização das obras ci-vis do Main Hall, prédio principal que abrigará a Oficina de Fabricação dos Submarinos, equipes da Odebrecht Engenharia Industrial atuam em diver-sas frentes de serviço: montagem de tubulações e instalações elétricas; aquisição, recebimento e ins-talação dos equipamentos mecânicos; e montagem das pontes rolantes do edifício. As duas maiores possuem capacidade de içamento de 150 t. A fun-ção desses equipamentos é movimentar as seções dos submarinos, que virão separadas da Ufem, em carretas, e passarão por um túnel de 703 m de ex-tensão e 14,5 m de largura, até chegar à oficina.

“Gente boa e motivada”“Gente boa e motivada. Com profissionais assim, conseguimos vencer os desafios deste projeto”,

comenta Pablo Martínez, Diretor de Contrato do Prosub-EBN pela Odebrecht Engenharia Industrial. Com 56 anos de idade e 18 anos de Odebrecht, esse engenheiro eletricista lidera uma equipe de 450 pessoas no trabalho de montagem industrial. No auge da construção, o efetivo che-gará a 1.400 trabalhadores. Seu grande desafio no projeto foi montar a maior prensa hidráuli-ca da América Latina, com peso total de mais de 2 mil t e com capacidade de 8 mil t, instalada no prédio da Nuclep. O equipamento é capaz de do-brar as chapas de aço dos submarinos com 5 pole-gadas de espessura, equivalente a 12,7 cm.

Celso Rodrigues, Diretor de Contrato do Prosub-EBN, responsável pelas obras civis, sa-lienta: “Existe aqui uma grande oportunidade para formar gente nova, que ajudará a construir o futuro da Organização”. Com 63 anos de idade e 29 anos de Odebrecht, Celso diz que projetos como esse permitem que o jovem vivencie um

π Interior do Main Hall: fase atual dos serviços tem como destaque a montagem das pontes rolantes do prédio

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aprendizado multidisciplinar, tendo contato com a realização de serviços como terraplenagem, ins-talação de estruturas metálicas, construção de túneis, cais, diques, execução de fundações em terra e no mar.

O compartilhamento do conhecimento den-tro da Organização é outro aspecto de especial significado no projeto. Grande parte do apren-dizado adquirido no Prosub-EBN está sendo aplicado na construção do Estaleiro Paraguaçu, uma encomenda da Enseada Indústria Naval feita à Odebrecht Infraestrutura e à Odebrecht Engenharia Industrial. Localizado às margens do Rio Paraguaçu, em Maragojipe (BA), a obra apre-senta características técnicas semelhantes à apli-cada no projeto dos submarinos. Na Bahia, porém, serão fabricados navios-sonda para a Sete Brasil, uma encomenda da Petrobras. Além de profis-sionais e da metodologia de construção, vários equipamentos foram transferidos para o canteiro baiano, como balsas, perfuratrizes e estacas em mar. “Vivemos essa sinergia no dia a dia. É isso o que o cliente espera de nós”, salienta José Luiz Coutinho, 58 anos de idade e 40 de Organização.

π José Luiz Coutinho, em Maragojipe: sinergia vivenciada no dia a dia

Ele gerencia as obras do Consórcio Estaleiro Paraguaçu, uma parceria entre Odebrecht, OAS e Constran.

NacionalizaçãoO Almirante Gilberto Max Roffé Hirschfeld, Coordenador-Geral da Coordenadoria do Pro-grama de Desenvolvimento de Submarino de Propulsão Nuclear (COGESN) da Marinha do Brasil, responsável pelo gerenciamento do Prosub-EBN, não esconde seu entusiasmo com o empre-endimento. Ele destaca, como um dos fatores que fizeram o programa ganhar força, a publicação do conteúdo da Estratégia Nacional de Defesa, ela-borada por 10 ministérios, prevendo que o Brasil constituísse uma força naval de submarinos con-vencionais e de propulsão nuclear.

De acordo com o Almirante, o Prosub-EBN possui três alicerces: capacitação de pessoal, transferência de tecnologia e nacionalização. “Não teria sentido investirmos R$ 23 bilhões se nós não tivermos absorvido o conhecimento”, afirma. “É nesse ponto que destaco o comprometimento e a competência da Odebrecht”, enfatiza. ]

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C O M U N I D A D E

O ALIMENTO DA AUTOESTIMA

Todos os dias, às 5 horas, Hercilia Harumi Iwanaga toma seu café da manhã. Depois de alimentar os ca-chorros, que ficam amarrados na porta da casa her-dada de seus avós, ela inicia mais uma jornada de trabalho em seu sítio, na área rural de Itaguaí, muni-cípio localizado a 70 km do centro do Rio de Janeiro. Ao lado dos irmãos Yukio e Suneo Iwanaga, ela planta frutas, legumes e hortaliças nos 7,2 hectares da propriedade.

Hercilia participa, desde 2012, do Alimento Justo, iniciativa voltada ao apoio à agricultura fa-miliar que conta com a participação da Odebrecht

Texto Boécio Vidal Lannes | Foto Geraldo Pestalozzi

EM ITAGUAÍ (RJ), ONDE É REALIZADO O PROJETO PROSUB-EBN, UMA INICIATIVA DE APOIO À AGRICULTURA ABRE PERSPECTIVAS PARA FAMÍLIAS

Infraestrutura-Brasil. A empresa é responsá-vel pela construção das edificações do Programa de Desenvolvimento de Submarinos-Estaleiro e Base Naval (Prosub-EBN), na Ilha da Madeira, em Itaguaí, onde serão construídos cinco submari-nos, um deles de propulsão nuclear. A Marinha do Brasil, cliente do projeto, desenvolve um programa de relacionamento com as comunidades da região.

Principal ação social do Prosub-EBN, o Alimento Justo tem como finalidade o resgate da autoestima, a valorização do trabalho, o cresci-mento da renda familiar e a melhoria da qualidade

π Hercilia Iwanaga: trabalho valorizado e melhoria da qualidade de vida

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de vida dos agricultores e conta ainda com o apoio da Prefeitura de Itaguaí, do Banco do Brasil e da Emater/RJ, entre outros órgãos públicos.

A Odebrecht Infraestrutura absorve a maior parte da produção local, para consumo nos refeitórios do Prosub-EBN. Banana, goiaba, alface, aipim, quiabo, couve-flor e agrião são utilizados no preparo das re-feições. A maioria daqueles que experimentam uma goiaba na sobremesa, por exemplo, não imagina que cada fruta, antes de chegar à mesa, passa uma tem-porada protegida por um saquinho, ainda no pé, para evitar que seja comida por lagartas.

O cuidado em semear, plantar e colher é uma regra nos sítios atendidos pelo Alimento Justo. Yukio Iwanaga aboliu o uso do agrotóxico e está em busca da certificação orgânica. Com o apoio da Pesagro, ele vem realizando experimentos com cinco variedades de tomate, a fim de descobrir a mais resistente a pragas. “Produtos de qualidade valem mais no mercado”, diz Yukio, que separou uma parte de sua propriedade para cultivar horta-liças vendidas para o Prosub-EBN.

A Odebrecht disponibiliza um agrônomo e um téc-nico agrícola para ensinar técnicas de plantio. Antes do programa, o cultivo limitava-se a quiabo, goiaba e aipim. Hoje, os agricultores familiares plantam mais de 20 espécies. Em um encontro realizado no início de setembro, acompanhado pela equipe de Odebrecht Informa, 10 das 24 famílias participantes do projeto

discutiram a necessidade de se instituir uma coope-rativa, um caminho mais curto para acesso ao crédito em bancos governamentais.

Em maio de 2014, Manuel Arruda fez a pri-meira entrega de sua produção de bananas para 21 escolas do município de Itaguaí. Cerca de 600 kg para utilização no cardápio da merenda escolar fo-ram vendidos em uma única semana, e as entregas seguirão até o fim de 2014. Cesar Gonçalves e o filho, Julio, plantam coco, aipim, banana e hortali-ças. Os dois também se preparam para abastecer a merenda escolar. “Sem atravessador, nosso lucro é certo”, salienta Julio.

Caia na Rede e AcreditarO apoio à agricultura familiar é o maior desta-que na atuação social, mas há outras frentes. A co-munidade da Ilha da Madeira, vizinha da obra, foi a primeira a estreitar laços com o empreendi-mento, por meio do programa Caia na Rede, cur-so gratuito de informática, ministrado por volun-tários da Odebrecht, que já permitiu a qualifica-ção de 367 pessoas. O Programa de Qualificação Profissional Continuada Acreditar, por sua vez, tem contribuído para a formação técnica de pessoal da região, que, assim, passa a reunir condições de inte-grar as equipes no canteiro de obras. “O programa já formou 438 pessoas”, informa Kid Meirelles, Gerente Administrativo Financeiro do Prosub-EBN. ]

π Hercilia e outros participantes do Alimento Justo: produção destinada, em sua maior parte,

ao consumo nos refeitórios do projeto Prosub-EBN

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E N T R E V I S T A

TECNOLOGIA DE PONTA, PROTEÇÃO QUALIFICADACARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA, DIRETOR ADMINISTRATIVO DA ICN

Texto Emanuella Sombra | Foto André Valentim

Carlos Alberto de Oliveira é Diretor Administrativo da Itaguaí Construções Navais (ICN),

empresa da Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT) que participa da construção de quatro

submarinos de propulsão convencional e um de propulsão nuclear, incluídos no Prosub

(Programa de Desenvolvimento de Submarinos). Realizado pela Marinha do Brasil e por ela

coordenado, o Prosub capacitará o país a produzir e operar submarinos, por meio de

transferência de tecnologia, colocando-o na lista das poucas nações que detêm essa expertise.

Com 25 anos de experiência na Organização Odebrecht, Cao, como é chamado, passou a integrar a

equipe da ICN em março deste ano. Nesta entrevista, você saberá detalhes sobre o projeto,

sua complexidade e importância para o Brasil, e conhecerá um bom exemplo de transversalidade

entre empresas e Negócios da Organização.

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π Qual é a origem do projeto Prosub?A Estratégia Nacional de Defesa, criada em 2008 pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Defesa, orientou os investimentos e esforços necessários para equipar e pre-parar as Forças Armadas em sua busca pelo aumento da pro-teção do país e pelo reforço de sua soberania. Nesse contexto, estava a construção de submarinos, por intermédio do Prosub, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil.

π Como ocorreu a entrada da ICN/ODT no projeto?Para realizar esse projeto, o Brasil tem a França como parceira estratégica, por intermédio da empresa DCNS, que domina essa tecnologia. Para a construção dos quatro submarinos de propulsão convencional e um de propulsão nuclear, a DCNS firmou parceria com a Odebrecht, detentora de grande expe-riência internacional e em projetos complexos. Essa parceria resultou na criação da ICN [Itaguaí Construções Navais], em 2009, cuja participação da Odebrecht é de 59% do capital total.

π Em sua opinião, onde residem as maiores complexi-dades do projeto Prosub?O Prosub é um projeto extremamente complexo, que exige alto conhecimento e domínio de tecnologias de ponta. Quando falamos do submarino de propulsão nuclear, em especial, a complexidade é altíssima e atualmente dominada por poucos países: França, Estados Unidos, China, Rússia e Inglaterra. Como destaque, podemos mencionar o desafio de conseguir criar um reator nuclear que tenha tamanho redu-zido, que possa caber em um espaço menor no submarino. Necessitamos de trabalhadores muito qualificados, alguns dos quais passam por treinamentos específicos na França. Atual-mente, contamos com mais de 1,2 mil integrantes no projeto. É preciso conhecer toda a tecnologia embarcada e dominá-la. Entendemos que esse é o grande diferencial do Prosub, e isso nos motiva bastante. Vivemos aqui desafios que possibilitarão ao Brasil capacitar seus profissionais para um tipo de atuação muito qualificada e que é realizada apenas por um pequeno grupo de nações. E mais ainda: estamos contribuindo para que o Brasil reforce sua soberania e proteja, de forma cada vez mais eficiente, suas reservas naturais e seu povo.

π A ODT (via ICN), a Odebrecht Infraestrutura e a Ode-brecht Engenharia Industrial participam, conjuntamente, do Prosub. Fale um pouco sobre a importância da transversali-dade neste projeto e como isso agrega valor ao cliente.A Odebrecht Infraestrutura-Brasil foi contratada logo no início do projeto para construir as instalações prediais, concentradas na Ufem [Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas], onde é executada a construção dos submarinos. A Odebrecht Infraestrutura é responsável ainda pela construção do Estaleiro e Base Naval, o EBN, da qual também participa a Odebrecht

Engenharia Industrial. A transversalidade entre a Odebrecht Infraestrutura, a Odebrecht Engenharia Industrial e a ODT permite que se una a experiência das empresas em projetos de grande porte e complexidade, e a sinergia entre elas também é um facilitador, pois deixa os processos mais ágeis. A atuação das equipes dos dois Negócios, com base na TEO [Tecno-logia Empresarial Odebrecht] contribui decisivamente para a fluência dos trabalhos. A expertise de ambos os Negócios é importante na condução do projeto e possibilita que o diálogo ocorra de forma mais eficiente entre elas e delas com o cliente. Acredito que encontrar soluções e resolver problemas “dentro de casa” torna nossa atuação mais eficaz e ágil e que isso se reflete em benefícios ao cliente, o que é o mais importante.

π Qual é a importância do projeto Prosub para o Brasil?É extrema! Com a construção do submarino de propulsão nuclear e com o Brasil passando a integrar o grupo de países que dominam essa tecnologia, o país estará conquistando um importante diferencial, tanto em relação à dissuasão de even-tuais riscos de conflitos quanto a perspectivas reais de negó-cios internacionais. Vale lembrar que esse tipo de submarino é o mais eficiente instrumento de monitoramento e proteção existente hoje para um país como o Brasil, que possui uma costa enorme e rica, conhecida como Amazônia Azul.

π Esse, portanto, é o foco principal da construção dos submarinos, correto?O Brasil tem uma costa com cerca de 8,5 mil km de extensão, ao longo da qual se estendem as Águas Jurisdicionais Brasi-leiras [AJB], totalizando uma área aproximada de 4,5 milhões de km2, a chamada Amazônia Azul, com riquezas bioló-gicas e minerais. Mais de 90% do petróleo brasileiro, cerca de 2 milhões de barris por dia, é extraído do mar, o que se intensifica com a exploração da camada do pré-sal. Aproxi-madamente 95% do comércio exterior brasileiro ocorre por via marítima. A maioria das capitais estaduais brasileiras, complexos industriais e portos estão na costa. Para a defesa desse inestimável patrimônio, a Marinha do Brasil, em con-formidade com a Estratégia Nacional de Defesa, trabalha para manter-se como uma força moderna, dominando tecnologias de ponta e eficiente ao anular eventuais interesses externos indesejáveis. Temos certeza de que estamos fazendo parte da história do país e temos muito orgulho disso! ]

“ESTAMOS CONTRIBUINDO PARA QUE O BRASIL REFORCE SUA SOBERANIA”

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SOB O CÉU DE VERACRUZ

Texto Cláudio Lovato Filho | Foto Bernardo Montoya

MAIOR INVESTIMENTO PRIVADO NO MÉXICO NA ATUALIDADE, PROJETO ETILENO XXI PERMITIRÁ AO PAÍS UMA ACENTUADA REDUÇÃO EM SUAS IMPORTAÇÕES

π Canteiro de obras do projeto Etileno XXI, próximo ao município de Nanchital, no estado de Veracruz: produção de 1 milhão e 50 mil toneladas de polietileno por ano a partir de 2015

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31Odebrecht informa

π Canteiro de obras do projeto Etileno XXI, próximo ao município de Nanchital, no estado de Veracruz: produção de 1 milhão e 50 mil toneladas de polietileno por ano a partir de 2015

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A menos de uma hora de voo da Cidade do México está Coatzacoalcos. Depois que se chega ao aeropor-to de Minatitlán, que atende ao município e à re-gião, roda-se mais uns 40 minutos por estrada até Nanchital. Conforme avança-se nesse trajeto, as gigantescas torres são uma presença cada vez mais constante – e impressionante. Estamos no estado de Veracruz, no sudeste do México. Aqui, nessa região quente e úmida às margens do Golfo do México, a Pemex, empresa estatal mexicana do setor de petró-leo e gás, concentra suas instalações petroquímicas. Para cá, o país inteiro olha com grande expectativa. O motivo disso tem nome e sobrenome: Braskem Idesa – Etileno XXI.

É o maior investimento privado no México na atualidade e o maior já feito por uma empresa bra-sileira no país em todos os tempos. Serão 1 milhão e 50 mil toneladas de polietileno de alta e de baixa densidade produzidas ao ano, a partir de outubro de 2015, em um complexo petroquímico que está sen-do erguido por 16.500 trabalhadores, dos quais 98% são mexicanos. Seus destaques (veja infográfico) são uma planta de polietileno de baixa densidade e du-as de polietileno de alta densidade, além do craker (no qual o gás etano é transformado em etileno) e as plantas de utilidades (energia, vapor e água). Essas unidades industriais, concebidas com tecnologia de ponta e projetada por especialistas de países da Europa, das Américas e da Ásia, são o coração de um

projeto superlativo, fruto da ousadia de uma nação empenhada em tornar sua economia ainda mais for-te e da confiança e persistência dos investidores e de um conjunto de empresas.

O México consome cerca de 1,8 milhão de t/ano de polietileno e importa 65% desse total. Com o complexo petroquímico da Braskem Idesa, preten-de-se atender à parte do consumo no mercado in-terno. Ou seja, as importações mexicanas de polie-tileno serão drasticamente reduzidas. A economia prevista é de US$ 1,5 bilhão por ano.

No canteiro de obras, equivalente a 100 campos de futebol profissional, o enorme efetivo de traba-lhadores, composto, em sua maioria, de integrantes do consórcio construtor Etileno XXI - formado por Odebrecht Engenharia Industrial (líder), a italiana Technip e a mexicana ICA Fluor -, dá andamento à execução da fase de montagem eletromecânica desse megaprojeto.

“Estamos no lugar certo, na hora certa, com a ma-téria-prima certa”, diz Cleantho Leite, integrante da Braskem desde o surgimento da empresa, em 2002, e hoje Responsável por Desenvolvimento de Negócios, Relações Institucionais e Comunicação na joint ven-ture Braskem Idesa. São US$ 4,5 bilhões de investi-mento total, cabendo 75% de participação à Braskem e os restantes 25% ao grupo mexicano Idesa.

O lugar certo, explica Cleantho, porque o México tem grande mercado consumidor e mantém acordos

π A catedral de Nanchital: região foi beneficiada com a capacitação de trabalhadores locais

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33Odebrecht informa

O mais velho tem 34 anos. Os outros dois, 27. Os três são mexicanos. Dois deles, Adrián Ríos Domínguez e Leonardo Daniel Zúñiga, os que têm a mesma idade, nasceram em Coatzacoalcos, no estado de Veracruz, a principal cidade na área das obras do projeto Etileno XXI. Jim Bruce Irving Buenfil Cobos, engenheiro industrial, é natural de Tuxtepec, no estado de Oaxaca. Eles são operadores de controle distri-buído e fazem parte da grande equipe da Braskem Idesa.“Isso que estamos vivenciando aqui não se aprende na escola”, enfatiza Leonardo Zúñiga, operador da planta industrial que produzirá polietileno de baixa densidade (PEBD). Ele começou a trabalhar no setor petroquímico aos 19 anos. Leonardo visitou o Polo Petroquímico de Triunfo (RS), em abril e maio deste ano. Lá, chamaram-lhe a atenção a experiência e a capacitação dos profissionais, assim como ocorreu com Adrián Ríos, que esteve no Complexo de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, em maio. Ter recebido a oportunidade de compartilhar conhecimentos com com-panheiros brasileiros foi especialmente motivador para ele. “É emocionante participar deste projeto, por tudo o que ele envolve e significa”, diz Adrián, que atua na planta de craker. “Controlar a operação de equipamentos com uma tecnologia tão avançada é um grande desafio.” Jim – que tem esse nome por causa da admiração do pai pelos filmes americanos de cowboy – é operador na OSBL, formada pelas instalações de utilidades, responsáveis pelo fornecimento da energia elétrica, da água e do vapor necessários ao funcionamento do complexo, acrescenta: “O

México precisa de investimentos como este”.Na Cidade do México, na sede da Braskem Idesa, trabalham colegas de Leonardo, Adrián e Jim que atuam em outros pro-gramas, mas que vivem, igualmente, um momento de extrema motivação. É o caso de Daniela Avila Rosas e Alan Avalos. Eles integram o Programa Comercial – Daniela na equipe de Serviço ao Cliente e Alan na de Logística. A fase atual é a de pré-marketing. “Estamos preparando os clientes para o início de operação do complexo”, informa Daniela, que está na Braskem há dois anos. Administradora de empresas, ela nasceu em Tampico, cuja região é um dos maiores polos da indústria de petróleo e gás mexicana. A Braskem tem hoje 210 clientes ativos no México, que importam matérias-primas da empresa produ-zidas, principalmente, no Brasil, mas também nos Estados Unidos. A expectativa é de que esse número passe a 400 quando o Etileno XXI começar a aproduzir. “Nosso desafio é ‘vender’ uma fábrica que ainda não existe”, ela observa. E acrescenta: “É muito motivador participar de um projeto desde os seus primeiros momentos”. O foco são os clientes médios, transformadores de embala-gens, tubulações, filmes e cisternas, por exemplo. “É preciso estabelecer uma relação de confiança com eles”, diz Alan, que ingressou em janeiro de 2013 na Braskem Idesa como Jovem Parceiro. Natural da Cidade do México, ele é formado em Administração de Empresas e tem pós-graduação em Logística. “Sinto-me afortunado por estar em um projeto como este.”

Tempos de preparação e expectativa

π Daniela Avila Rosas: “Estamos preparando os clientes para o início da operação do complexo”

para o início da operação do complexo”

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de livre comércio com mais de 40 países. A hora certa porque o México, que possui economia forte, está em busca de investimentos privados e oferece boas condições para isso, ou seja, tem atratividade. E com a matéria-prima certa porque o etano, de acor-do com Cleantho, será, de todas aquelas utilizadas pela petroquímica, a mais competitiva pelos próxi-mos 15 a 20 anos. “É um projeto moderno, de gran-de escala, com um produto competitivo, em um país competitivo”, ele acentua.

No início, 18 pessoasA história do empreendimento remonta a 2008, quando o Governo do México lançou uma licitação internacional para a implantação de um complexo petroquímico, produtor de polietileno, no estado de Veracruz. O país queria atrair investimento privado. A Braskem e outras 31 empresas (mexicanas e de ou-tros países) interessaram-se pelo negócio.

Com o decorrer do processo, várias empresas desistiram da ideia, mas a Braskem, em consonân-cia com a sua Visão 2020, permaneceu. Identificou um sócio local - a Idesa, grupo empresarial com muita tradição em petroquímica. Em novembro de 2009, a parceria foi declarada vencedora e, em mar-ço de 2010, as duas empresas criaram a joint venture

Braskem Idesa. O contrato com a Pemex garante o fornecimento do gás natural (etano) por 20 anos.

No início, eram apenas 15 pessoas da Braskem e três da Idesa. Elas atuavam sob a liderança de Roberto Bischoff, da Braskem, responsável pela condução dos negócios petroquímicos no México até hoje. Nesse mesmo período, Stefan Lepecki, da Braskem, foi designado como responsável pela con-dução do empreendimento mexicano, com atribui-ções incluindo desde a identificação e a escolha das tecnologias do complexo e a contratação do con-sórcio construtor até as negociações com entida-des do governo e empresas públicas, como Pemex, CFE (Comissão Federal de Eletricidade) e Conagua (Comissão Nacional da Água), que participam do empreendimento como provedoras. “Este não é ape-nas um megaprojeto”, destaca Stefan Lepecki. “É um megaprojeto greenfield, executado, em sua dimen-são física, a partir do zero absoluto, o que aumenta a complexidade de sua realização.”

A contratação do consórcio construtor, na mo-dalidade EPC (Engenharia, Procura e Construção, em português), para a execução completa do empre-endimento, ocorreu em 2011. A fase de engenharia e suprimento envolveu empresas do México, dos Estados Unidos, da Europa, da América do Sul e da

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Complexo petroquímico Etileno XXI produzirá polietileno de alta e de baixa densidade para atender o mercado interno e para exportação

CRACKER

UTILIDADES

TORRES DE RESFRIAMENTO

QUEIMADOR

POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE

POLIETILENO DE BAIXA DENSIDADE

ÁREA DE LOGÍSTICA

TRATAMENTO DE ÁGUA

SISTEMA DE DESMINERALIZAÇÃO

ÁREA DE ARMAZENAGEM

INSTALAÇÕES DE APOIO

PLANTA INDUSTRIAL1

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887.932 m2

202.275 m3

32.923 t44.811 t

de concreto

de área construída

de estrutura de aço

de montagem eletromecânica

16.500 pessoasde 21 nacionalidades

O PESO DE UMMEGAPROJETO

MÉXICO Veracruz

29.149 t de tubulação

62.000.000 de homens-hora

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35Odebrecht informa

Ásia. “Hoje, 85% do EPC está concluído”, comenta Stefan.

No canteiro de obras, os 16.500 trabalhadores são transportados, diariamente, em 300 ônibus e 35 vans. Somente em setembro deste ano, 1.140 pesso-as foram contratadas. “Temos 98% de trabalhadores mexicanos”, informa Caetano Rocha Lopes, Gerente Administrativo da construção. Com o início do tra-balho de montagem, que exige um nível mais alto de especialização, a joint venture Etileno XXI alçou sua estratégia de recrutamento ao âmbito nacional.

“Estamos recrutando profissionais em 29 cidades do México que têm indústrias de óleo e gás”, rela-ta Paulo Levita, Responsável Administrativo da joint venture Etileno XXI. Até então, a força de trabalho havia sido, praticamente toda ela, contratada e qua-lificada na própria região da obra. Os programas de capacitação Creer (que adota e adapta o modelo do Programa de Qualificação Profissional Continuada Acreditar), além de iniciativas voltadas à Saúde, Segurança e Meio Ambiente, a ofícios específicos (como operadores e soldadores) e à imersão na cul-tura empresarial tiveram papel de destaque na pre-paração das equipes para atuar na obra. “A implan-tação deste megaprojeto teve um impacto muito po-sitivo na situação socioeconômica da região, que há mais de 30 anos não recebia um grande investimen-to. Isso exigiu atenção especial à estratégia de rela-ções políticas e sindicais”, afirma Levita. Ele acres-centa: “Outro desafio contínuo é a integração das equipes, que são originárias de três empresas com culturas completamente distintas, desde o idioma e acentuando-se no processo de delegação planejada”.

O desafio do alinhamentoEm sua sala localizada no escritório da obra, Eduardo Rozendo, Diretor de Contrato da Odebrecht Engenharia Industrial e responsável pela condução dos trabalhos do consórcio Etileno XXI, pensa em pessoas, processos e equipamentos. Pensa, sobre-tudo, em alinhamento. “Esse é o grande desafio”, ele diz. Ao seu lado, Alejandro Daniel Castaño, também integrante da Organização, responsável direto pela construção, concorda. “Trabalhamos com um gran-de número de subcontratistas, temos que capacitar permanentemente um grande contingente de traba-lhadores, prepará-los para atuar com segurança, em uma obra de altíssima complexidade. E estamos fa-lando de 16.500 pessoas”, frisa Castaño.

A transversalidade da Odebrecht Engenharia Industrial com a Braskem passa pela atuação das empresas em joint ventures diferentes, ou seja, pre-cisa, para dar frutos e gerar benefícios para todos, ser administrada também na esfera da relação dessas empresas com sócios de culturas empresariais di-ferentes. “E isso”, acrescenta Rozendo, “no contexto de um megaprojeto green field [executado, em sua dimensão física, a partir do zero absoluto], em um contrato EPC internacional, cuja logística envolve 17 países e volumes superlativos de materiais e equi-pamentos, no qual tudo precisa ser alinhado, para que se alcance o sucesso. É preciso saber compor. E é fundamental praticar a empatia em relação às dis-tintas culturas”.

Stefan Lepecki analisa: “A transversalidade não é um processo simples quando você tem que ali-nhar diferentes lados em uma relação contratual. A Braskem Idesa é cliente e a Odebrecht Engenharia Industrial é líder do contrato EPC. O tema fica ain-da mais complexo quando envolvemos também no projeto a Odebrecht Infraestrutura - América Latina e a Odebrecht Ambiental [que colaborou no proje-to de engenharia]”. Stefan vai adiante na descrição das frentes de relacionamento que marcam o pro-jeto: “Temos 70% do projeto financiado por bancos internacionais, na modalidade de project finance, o que requer uma governança muito forte e transpa-rente. Com o tempo e a maturidade dos participan-tes, o processo de alinhamento tornou-se mais com-pleto, e os benefícios da transversalidade passaram a surgir. O maior aprendizado refere-se ao famoso ‘o combinado não sai caro’. Deve-se definir muito cla-ramente, desde o início do empreendimento, quais são os conceitos, as bases e as regras de medida e partilha de resultados. Isso feito, comunicado e ali-nhado, torna-se o grande diferencial da transversa-lidade”. ]

π Eduardo Rozendo (à esquerda) e Stefan Lepecki: a

transversalidade é um processo complexo

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UMA ESTRELA NADA SOLITÁRIA

Texto Ricardo Sangiovanni | Foto Almir Bindilatti

PRODUÇÃO DE UTEC NO TEXAS PERMITIRÁ TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA BRASILEIRA PARA OS ESTADOS UNIDOS

Existe um tipo de plástico que é seis vezes mais resistente que o aço. Uma das fórmulas secre-tas para produzir esse plástico foi inventada no Brasil. E, agora, a única empresa brasileira que o fabrica está exportando esse segredo indus-trial para os Estados Unidos. A Braskem co-meçou a construir em La Porte, no estado nor-te-americano do Texas, uma unidade de produ-ção do Utec, marca registrada do polietileno de

ultra-alto peso molecular, criado nos anos 1980 nos reatores da empresa em Camaçari (BA) e até hoje produzido (quase sempre para exportação) exclusivamente na unidade baiana.

Graças a seu peso molecular, até 10 vezes maior que o dos plásticos comuns, o Utec re-úne propriedades únicas: altíssima resistên-cia ao impacto e à abrasão (ou seja, apresenta mínimo desgaste no contato prolongado com

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π Planta de Utec da Braskem em Camaçari: conhecimento acumulado na unidade está sendo replicado no exterior

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37Odebrecht informa

outros materiais) e baixíssimo coeficiente de atrito (que praticamente elimina as fricções, tornando-o "autolubrificante").

O mercado de Utec está crescendo cerca de 7% ao ano, segundo estimativas da Braskem. Atualmente, esse plástico é utilizado, sobretudo, na fabricação de peças da indústria (como reves-timentos de contêineres, caçambas e vagões de trens, fôrmas para fabricação de concreto, su-portes para dutos e rolamentos de esteiras me-cânicas), equipamentos de segurança (como co-letes à prova de balas e capacetes) e até mesmo em algumas aplicações curiosas, como na indús-tria de itens esportivos de inverno (por exem-plo, nos revestimentos de esquis e snowboards).

Localização estratégicaO fato de as empresas que compram o Utec pa-ra fabricar esses produtos estarem sediadas, em sua maioria, nos mercados norte-americano e europeu, tornou estratégica, para a Braskem, a decisão de construir a nova unidade em La Porte. "Mais de 90% da produção de Utec da planta de Camaçari é exportada para fora do Brasil. Desse volume, 70% vão para os Estados Unidos e o restante para a Europa. A nova fábri-ca nos fará ficar mais perto de nossos clientes. Isso os deixou animados", explica Christopher Gee, líder Global do Negócio de Utec. Batizada de Utec 1, a nova planta deverá começar a operar no primeiro trimestre de 2016.

Outro fator que atraiu não apenas a Braskem, como muitas empresas do ramo petroquímico, para o sul dos Estados Unidos, é o baixo cus-to da produção de eteno (componente básico de toda a cadeia industrial dos plásticos) a partir do gás xisto (shale gas), em lugar da mais cara nafta, comumente utilizada na indústria brasi-leira.

Há quatro anos na Braskem Estados Unidos, Gee conhece como poucos o local onde a nova planta será implementada. Remanescente dos quadros da Sunoco Chemicals, cujas unidades de produção de polietileno foram adquiridas pela Braskem em 2010, Gee explica que a no-va Utec 1 reutilizará 50% de uma antiga plan-ta que, por pouco, escapou de ser demolida pe-la Sunoco. "Quando a Braskem fechou o negó-cio, dissemos 'não, não vamos demolir ainda'. Estudamos o que era possível fazer com a planta e vimos uma oportunidade para a produção de Utec. Agora, em vez de gastarmos US$ 150 mi-lhões, ou mais, para construir uma unidade toda

nova, investiremos US$ 34 milhões para adaptar a já existente. Enorme economia", diz Gee.

Mas o desafio de transferir uma tecnolo-gia brasileira para fora do país vai muito além da simples construção de uma fábrica e da mera replicação dos procedimentos já conhecidos. O processo é complexo, pois envolve a preparação de uma nova equipe e requer adaptações essen-ciais às especificidades do novo cenário - co-mo à logística de empacotamento e distribuição do produto, que nos Estados Unidos é feita por trens, em lugar dos tradicionais caminhões bra-sileiros.

π Alessandro Bernardi: responsável pelo “meio de

campo” entre as equipes norte-americana e brasileira

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O braço direito de Gee nessa empreitada é o engenheiro Alessandro Bernardi, com 21 anos de trabalho na Braskem – alguns deles trabalhando com a produção do Utec em Camaçari. Ele foi convocado para liderar a interface entre as equi-pes norte-americana e brasileira, além de assu-mir o gerenciamento de riscos da empreitada. "Quando enfrentamos algum problema licen-ciando uma tecnologia estrangeira, podemos pe-dir ajuda ao desenvolvedor original. Desta vez, nós somos os únicos desenvolvedores, não tem ninguém para pedir ajuda. Ter a propriedade in-telectual [do Utec] tem seu valor, mas também gera mais trabalho", compara Bernardi, que se mudou para La Porte especialmente para traba-lhar na construção da Utec 1.

Bernardi tem acompanhado visitas técni-cas de engenheiros da Braskem norte-america-na ao Brasil. Algumas vezes por ano, as equipes brasileiras visitam as unidades de pesquisa nos Estados Unidos; e as equipes norte-america-nas, no Brasil. Bernardi é o principal responsável por traduzir informações para os engenheiros norte-americanos.

Entre as principais diferenças da nova planta de La Porte, está o oferecimento da alternativa de produzir somente Utec durante todo o ano – ao contrário da unidade brasileira, que pro-duz em regime alternado com outros tipos de

polietileno. Isso, segundo Bernardi, permitirá aumentar a quantidade e incrementar a qualida-de do Utec produzido pela Braskem, tornando-o atrativo para clientes específicos - como a in-dústria de próteses ósseas para implantes.

VitrineA planta de Camaçari continuará produzindo Utec, mesmo após a inauguração da unidade de La Porte. A afirmação é do engenheiro Fernando Fontainha, que acompanha o Utec desde os tes-tes na planta piloto, nos anos 1980, na antiga Polialden – uma das empresas que, em 2002, passaram a fazer parte da Braskem. Ele explica que, hoje, algumas unidades industriais da pró-pria Braskem em Camaçari já estão substituin-do componentes de metal – como suportes para dutos, por exemplo – por novas peças, confec-cionadas em Utec.

"Temos que fazer da própria Braskem uma vitrine", defende Bernardi. A expectativa da empresa é de que, ao ganhar espaço no merca-do internacional, o Utec ganhe também, cada vez mais, a confiança do empresariado brasilei-ro, que, por vezes, ainda resiste a acreditar que um plástico possa substituir itens de metal da indústria. A realidade já está se encarregando de provar que isso não apenas é possível; é irrever-sível. ]

π Christopher Gee: líder da nova planta de Utec da Braskem, em construção em La Porte, no Texas

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P R O F I S S Ã O S E R V I R

Todos os dias, Régis Ribeiro entra em um ônibus, em Mirante do Paranapanema, em São Paulo, para se dirigir à Frente Agrícola Número 6, da Unidade Conquista do Pontal da Odebrecht Agroindustrial. Sua profissão: Líder de Frente. Com colete refletivo, touca árabe, óculos e per-neira, ele segue para o campo.

Após a ginástica laboral e o Diálogo Diário de Segurança (DDS), Régis lidera sua equipe de 30 pessoas e as orienta, para que a operação de Corte, Colheita e Transporte (CCT) de cana-de-açúcar seja feita da maneira mais produtiva e segura.

A responsabilidade de Régis é grande. Cada frente de trabalho da Odebrecht Agroindustrial conta, em média, com cinco colhedoras, cinco tratores com transbordo, um caminhão-pipa, um caminhão-oficina e um caminhão-comboio de abastecimento e lubrificação. Cabe ao Líder

de Frente fazer que tudo funcione em sincronia, de modo que nunca falte matéria-prima para a indústria, e as metas pactuadas sejam alcançadas.

Além de distribuir as atividades aos integrantes e acompanhar sua execução, Régis tem diversas outras atri-buições, como garantir que as manobras dos equipamentos sejam feitas de maneira correta, com o consumo adequado de combustível e sem desperdícios.

Cada profissional especializado da Organização Odebrecht tem um papel fundamental na empresa que integra. Entender o trabalho de cada um deles é en-tender uma Organização que tem as pessoas como seu maior bem. Para conhecer um pouco mais do trabalho de Régis e de outros integrantes, visite a página da sé-rie Profissão Servir: www.odebrechtonline.com.br/videos/ category/profissao_servir/ ]

RÉGIS RIBEIRO DA SILVA, DA ODEBRECHT AGROINDUSTRIAL, MOSTRA, NA SÉRIE PROFISSÃO SERVIR, COMO É O SEU TRABALHO

DO JEITO CERTO

R É G I S R I B E I R O D A S I L V A

Texto Alice Galeffi | Foto Ricardo Artner

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A R G U M E N T O

Olhar para fora e para o futuro é uma forma de as empresas inovarem de maneira contínua seus negócios e de se ante-ciparem a mudanças no mercado, na tecnologia, na concor-rência ou no produto. Agindo assim, a mudança, nas em-presas, passa a ser um acontecimento diário e uma força positiva, que geram a inovação constante, por meio da li-gação entre o conhecimento externo e o interno. Isso sig-nifica que o conhecimento acumulado externamente deve ser compartilhado dentro da empresa, de forma ampla, ar-mazenado como parte da base de conhecimentos e utilizado no desenvolvimento de novas tecnologias, novos produtos e serviços. É isso que possibilita a uma empresa inovar per-manentemente e assegurar mais produtividade e vantagens a seu negócio.

Estamos na “sociedade do conhecimento”, na qual o re-curso econômico básico não é mais o capital nem os recur-sos naturais, mas sim o conhecimento. Vivemos em uma sociedade na qual as Pessoas de Conhecimento desem-penham papel central. Atenta a isso, a Odebrecht Óleo e Gás implantou e desenvolve, desde 2013, o seu Sistema de

Gestão do Conhecimento, cujo objetivo é reunir e compar-tilhar o conhecimento adquirido e desenvolvido por seus integrantes, para promover internamente a inovação, aper-feiçoar processos, obter melhores resultados e oferecer me-lhores produtos e soluções aos clientes.

O segredo para o sucesso da Gestão do Conhecimento é a conversão do conhecimento tácito (adquirido ao longo da vida, pela experiência) em explícito (expresso por núme-ros e palavras) e, fundamentalmente, seu compartilhamento entre as pessoas. Para isso, os integrantes da empresa têm à sua disposição o Portal da Gestão do Conhecimento, um ambiente colaborativo online desenvolvido para que co-nhecimentos tácitos e explícitos sejam compartilhados en-tre todos. Além disso, foram criadas as Comunidades do Conhecimento, que reúnem pessoas para discutirem e ana-lisarem processos e produtos, com o objetivo de buscar me-lhorias contínuas e oportunidades de inovação e, em segui-da, promover sua aplicação em soluções mais produtivas.

O futuro pertence às pessoas que detêm o conhecimento. O maior ativo é o “trabalhador do conhecimento”, pois sabe como alocá-lo para uso produtivo, assim como, no passado, o capitalista alocava o capital para uso produtivo. A única verdadeira vantagem competitiva pertence àqueles equipa-dos com o saber capaz de identificar, avaliar e solucionar novos desafios. Essa é a principal missão do Líder do Século 21, para a qual a Odebrecht Óleo e Gás está preparada. ]

O FATOR CONHECIMENTOH E R C U L A N O B A R B O S A

Herculano Barbosa é Diretor-Superintendente da Unidade de Negócio (UN) Engenharia e Tecnologia e Responsável pelo Programa Gestão do Conhecimento da Odebrecht Óleo e Gás.

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"A ÚNICA VERDADEIRA VANTAGEM COMPETITIVA PERTENCE ÀQUELES

EQUIPADOS COM O SABER"

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Faz calor na cidade de Cacuso, na Província de Malanje. É início da manhã, mas a temperatura já ultrapassou os 30ºC. Ainda na cama, Fernando Figueira Simão, 30 anos, sente gotas de suor es-correrem pela testa. Não é só o calor. Há ansiedade também. Dali a pouco, ele percorrerá os 5 km mais importantes de sua vida. Pega a roupa impecavel-mente limpa e parte.

Fernando dirige caminhões pesados. É a sua missão. Hoje, ele transportará as primeiras

20 toneladas de cana-de-açúcar destinadas à Unidade Agroindustrial da Biocom. O trajeto é da área cultivada, que fica perto das pegadas da Rainha ancestral africana NGinga (onde estão as míticas pedras negras de Pungo Andongo), até a indústria. No meio do percurso, uma surpresa. O Governador de Malanje, Norberto dos Santos, so-be no veículo, parabeniza Fernando e lhe diz al-gumas palavras, mas o motorista está nervoso de-mais para absorvê-las.

π Unidade Agroindustrial da Biocom, em Malanje: Angola dá um passo decisivo para equilibrar sua matriz energética

FEITO (100%) EM ANGOLA

Texto João Marcondes | Foto Holanda Cavalcanti

ASSOCIAÇÃO DA ODEBRECHT COM A COCHAN E A SONANGOL, BIOCOM PRODUZ AÇÚCAR – O PRIMEIRO TOTALMENTE ORIGINÁRIO DO PAÍS – ETANOL E ENERGIA ELÉTRICA

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Fernando segue firme e finaliza o trabalho, em ritmo de ritual. A cana cai, lenta. Cheiro doce, abe-lhas zunem. É processada e, logo ali adiante, trans-formada em açúcar cristal branco. "É um grande or-gulho para mim e para o país. Agora, produzimos alimento em Angola", diz Fernando, que há pouco tempo estava desempregado e só arrumava trabalho a centenas de quilômetros de sua casa, onde vive com a mulher e três filhos.

"No mesmo momento em que caiu a cana-de- açúcar, caíram lágrimas de todos aqui. Superamos um desafio", acrescenta Alécio Cantagalo, Responsável Agrícola da Biocom. O dia foi 20 de agosto.

O primeiro açúcarÉ o primeiro açúcar genuinamente angolano. Antes da independência, declarada em 1975, havia produ-ção no país, mas era portuguesa. A Biocom é for-mada pelas empresas Cochan (40%) e Sonangol (20%) e pela Odebrecht (40%). O desafio está ape-nas começando.

A capacidade para a primeira fase do projeto é de 2,2 milhões de t/ano de cana, que darão origem a 256 mil t de açúcar, 28 milhões de litros de etanol, além da geração de 235 GWh de energia elétrica por ano, a partir de biomassa (o suficiente para abaste-cer cerca de 80 mil residências). A maturidade pro-dutiva será atingida na safra 2019/2020. O produto comercial terá o nome de Açúcar Kapanda e suprirá 70% do consumo no país.

"A África é a grande fronteira para a produção de alimentos no mundo", destaca Carlos Henrique Mathias, Diretor Geral do projeto. "E Angola estará entre os primeiros." A área agricultável na Biocom (primeira fase, até 2020) é de 37 mil hectares. Uma reportagem do site Bloomberg destacou que es-sa área é equivalente a dos bairros de Manhattan, Brooklyn e Bronx, em Nova York, somados. Em uma segunda fase, chegará a mais de 70 mil hecta-res e ao dobro da produção de cana-de-açúcar.

Com o avanço à segunda fase do projeto (ainda em estudo), Angola será o terceiro maior produtor de açúcar da África subsaariana, atrás apenas da África do Sul e da Suazilândia, e poderá exportar. A Biocom, por sua vez, será a maior indústria de açúcar da região.

Outros produtos também são de grande impor-tância estratégica. A economia angolana é baseada no petróleo, mas o etanol faz parte dos planos do governo. A energia limpa da biomassa, por exem-plo, é um importante passo para equilibrar a ma-triz energética de Angola, inicialmente baseada nas

π O motorista de caminhões pesados Fernando Figueira Simão: orgulho

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usinas termelétricas (os geradores de porte familiar ainda são essenciais) e que hoje vive a ascensão das hidrelétricas, com destaque para as usinas cons-truídas (Capanda e Laúca) ou reformadas (Gove e Cambambe) pela Odebrecht.

"A Biocom é o maior investimento privado em Angola, fora o petróleo. Na ordem de US$ 750 mi-lhões, em sua primeira fase. É uma grande indústria e um incentivo para outros investimentos", assina-la Carlos Mathias.

Trabalho e ensinoPara a safra 2014/2015, estão previstos 2.287 pos-tos de trabalho para angolanos e 191 para expa-triados. No quinto ano de atividade, a Biocom te-rá 98% de angolanos. Trabalho que vem aliado ao ensino. Tanto o brasileiro Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) quanto empresas de equipamentos agrícolas levam seus melhores

profissionais para ministrarem cursos de capacita-ção profissional em Malanje.

Na ponta tecnológica, estão as pesquisas que estudam mais de 25 variedades de cana, realizadas com o propósito de que sejam encontradas as espé-cies que melhor se adaptam ao clima e às condições de solo da região. Elas vêm de vários países, como África do Sul, Índia e Brasil, além de Angola.

À frente do viveiro de mudas de cana-de-açúcar, está o angolano João José Gomes, 38 anos, que lidera uma equipe de 16 pessoas. Um homem que começou a vida como plantador de milho e hoje tem formação técnica em Ciências Físicas e Biológicas. Ele está na Biocom desde o primeiro ano. "Produzimos algo de muita quali-dade aqui, algo que é motivo de orgulho. Muitos não acreditavam, mas agora posso dizer com to-das as letras: o que era sonho tornou-se reali-dade." ]

π João José Gomes: ex-plantador de milho, hoje tem formação técnica em Ciências Físicas e Biológicas

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EM BENGUELA, PARA O PAÍS

Texto João Marcondes | Foto Holanda Cavalcanti

REFINARIA DA SONAREF SERÁ DECISIVA PARA O EQUILÍBRIO DA BALANÇA COMERCIAL DE ANGOLA

π Cais marítimo em construção no Porto de Lobito: desembarque de peças e equipamentos para a construção da refinaria

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Benguela é uma das províncias mais belas e cultu-ralmente ricas de Angola. Sempre foi estratégica: à época das grandes navegações, os portugueses paravam ali suas naus, a caminho das Índias, em busca de descanso e abastecimento. Atualmente, a cidade de Lobito, uma das principais da província, fervilha com a movimentação de uma obra muito aguardada pela população: a refinaria de petróleo mais moderna do país, esperança de transforma-ção social naquela região.

A Odebrecht também vive um grande desafio com um novo cliente, a estatal Sonangol (Socieda-de Nacional de Combustíveis de Angola) e sua subsidiária Sonaref, responsável pelo setor de re-fino. O país conta com uma refinaria em opera-ção, produzindo, atualmente, 35 mil barris/dia de petróleo. A relação é intermediada pela renomada empresa norte-americana Kellogg Brown & Root (KBR), projetista e fiscalizadora do projeto.

Hoje, a Odebrecht executa três contratos que compõem o conjunto de infraestruturas de prepara-ção para a obra da refinaria propriamente dita, que terá capacidade de processar 200 mil barris/dia.

O primeiro desses contratos compreende duas es-tradas – uma delas, entre o futuro porto marítimo e o platô principal da refinaria. Trata-se de uma estrada para tráfego de cargas pesadas, com 25 m de largura de pista, projetada para carretas com 20 eixos. A outra estrada é utilizada como pista de serviço, mas, futura-mente, por ela passarão as tubulações de interligação entre o terminal marítimo e a refinaria.

O segundo contrato refere-se à execução do terminal marítimo localizado na Baía de Lobito. Ele contará com um cais para carga e descarga de materiais e equipamentos, cuja finalidade, em um primeiro momento, será servir de apoio aos traba-lhos de construção da refinaria. O terminal – pelo qual passarão grandes equipamentos, que chegam a pesar até 1.500 t – contará com mais dois cais, que serão utilizados durante a operação da refi-naria. No segundo cais, será feito o escoamento dos resíduos sólidos da refinaria e, pelo terceiro, ocorrerá a expedição da produção e, eventualmen-te, a recepção de navios-petroleiros com óleo bru-to. Outra área especialmente importante será a de chegada da monoboia, que receberá óleo bru-to dos grandes navios-petroleiros e interligará os pipelines (as tubulações) entre a refinaria e o ter-minal marítimo. A monoboia terá extensão de 10 km e poderá ser uma oportunidade de sinergia com a Odebrecht Óleo e Gás, já presente no país.

O terceiro contrato é o da construção do platô da refinaria, com mais de 450 hectares de área de

terraplenagem (na qual haverá uma movimentação de terra e rocha de mais de 10 milhões de metros cú-bicos, entre corte e aterramento, além do processa-mento de mais de 4,5 milhões de metros cúbicos de rocha). O platô será dividido em área de processos, de tancagem e de utilidades, armazéns, escritórios e outras instalações.

Impulso econômicoAngola é na atualidade o segundo maior produtor de petróleo na África Subsaariana. Produz cerca de 1,7 milhão de barris de petróleo por dia. O Brasil, com uma população oito vezes maior, produz pouco a mais: 2 milhões de barris/dia.

Apesar dessa grande produção, Angola importa cerca de US$ 5,5 bilhões por ano em combustíveis. Quando a refinaria estiver pronta, o país não apenas deixará de importar, mas passará a exportar produ-tos refinados. Os recursos daí advindos beneficiarão muito a balança comercial do país e, consequente-mente, seu desenvolvimento econômico.

"O fato de a Odebrecht estar em Angola há 30 anos traz confiança", comenta Cesar Lopes da Cruz, engenheiro eletrotécnico do Departamento de Obras de Engenharia, Construção e Montagem da Sonaref. "Essa obra vai trazer grande impulso econô-mico para a região de Benguela. A Odebrecht oferece o diferencial de trazer não somente sua performance, mas também oportunidades de trabalho e capacita-ção para os moradores das comunidades vizinhas, e, ainda, uma grande ação socioambiental. Aqui não se-rá exceção. O trabalho que vem sendo feito na comu-nidade da Hanha é fantástico. Isso certamente torna mais harmônica, sinérgica e produtiva nossa relação com a comunidade”, ele acrescenta.

O desenvolvimento socioeconômico já pode ser sentido na região. A obra mudou a vida de Henrique Joaquim Pequenino, 26 anos. Antes da chegada da Odebrecht, ele viajava frequentemente para Luanda, a mais de 500 km de distância, para vender bebidas nos engarrafamentos na capital. "Era sacrificante", diz. Ele participou de uma ação de capacitação pro-movida pela empresa em sua comunidade de 4 mil habitantes, Hanha do Norte. A iniciativa, voltada à geração de trabalho e renda, leva o nome de Tuyula Lomunga (Juntos Venceremos).

Pequenino tornou-se um líder local e participa de ações de alfabetização, agricultura familiar, proces-samento de fúba, limpeza dos canais que irrigam as lavras, fábrica de sabão e vacinação contra poliomie-lite, entre outras. "Eu era tímido, mas hoje sei me posicionar perante a autoridade local. Tenho papel ativo. Hoje, levanto e sei que tenho um trabalho, um

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π Henrique Joaquim Pequenino: “Hoje, levanto e sei que tenho um trabalho, um futuro”

futuro", salienta ele, que vive com a mãe, mulher e duas filhas.

Pablo Mattos, Diretor de Contrato, dá uma ideia da onda de desenvolvimento que inundará Benguela. "Quando a construção da refinaria estiver em cur-so, teremos praticamente uma nova cidade aqui, com 20 mil oportunidades de trabalho geradas", explica. "Isso trará obras adicionais, como projetos de capta-ção de água e construção de moradias, hotéis e res-taurantes. O Porto de Lobito será rota para mais na-vios, o Aeroporto de Catumbela terá um tráfego in-ternacional mais intenso", acrescenta. Atualmente, a obra gera mais de 1.800 oportunidades diretas de trabalho.

Aprender e ensinarDe acordo com o Diretor de Contrato da Odebrecht para a Sonangol e para as obras de infraestrutura em Benguela e Kwanza Sul, Marcelo Hofke, a expe-riência, para a Odebrecht, é uma via de duas mãos: aprender e ensinar. "Temos um cliente muito exi-gente, a Sonagol, e um parceiro dos mais qualifica-dos do mundo nesse setor, a KBR", comenta. "Nossa exigência em relação a nós mesmos torna-se ainda maior. Elevamos o nosso patamar", argumenta.

"Não temos dúvidas quanto à capacidade técnica da Odebrecht no que diz respeito à execução da obra

e ao cumprimento de prazos", afirma o texano Bill Whitt, Gerente Geral da KBR no projeto. "E levamos em conta aqui, mais que tudo, a segurança. Nossa me-ta é zero acidente, zero ferimento. O que buscamos aqui é a excelência."

Marcelo Hofke salienta: "Nossa equipe e a da KBR vêm atuando de maneira muito sinérgica, com base no espírito de servir. Existe muita disciplina no cumprimento de tudo o que é pactuado nos contra-tos, e isso, com certeza, cria o respeito e consolida a confiança, e o maior beneficiado com isso é o pró-prio cliente, a Sonangol, que tem hoje uma obra que transcorre dentro dos prazos e dos custos previstos, dando oportunidade de trabalho a 1.400 angolanos e desenvolvendo mais de 45 empresas locais, que apoiam diretamente e indiretamente a execução do empreendimento".

O futuro é logo ali. Odebrecht, KBR e Sonangol po-dem estar juntas novamente na construção da obra principal da refinaria. "Estamos trabalhando em si-nergia com a Odebrecht Engenharia Industrial, a KBR e a Sonangol, buscando soluções para a redução de custos da obra principal. Será um grande empreendi-mento, que beneficiará as futuras gerações de Angola. A responsabilidade é enorme, e sentimos que pode-mos apoiar muito a Sonangol nesse desenvolvimen-to”, ressalta Hofke. ]

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CONDENSANDO IDEIAS

Texto Emanuella Sombra

I D E I A S

Um projeto inovador, que cap-ta água da atmosfera e a disponi-biliza para o consumo, foi apre-sentado pela Braskem durante a Virada Sustentável 2014 – evento ocorrido em agosto em São Paulo, e do qual a empresa é patroci-nadora oficial. O Warka Water é um equipamento em formato de torre, com base modular, desen-volvido pelo arquiteto italiano Arturo Vittori para ajudar comu-nidades na Etiópia. Feito de bam-bu, com o interior forrado com malha plástica, capta a umidade da atmosfera durante o dia e a condensa dentro da tela de polie-tileno de alta densidade durante a noite, “transformando-a” em água no estado líquido. Em climas se-melhantes ao do país africano, pode-se coletar até 100 litros de água por dia.

A possibilidade de rastrear os navios e contêineres contratados vem permitindo à Odebrecht Serviços de Exportação ter mais controle sobre a logística de recebimento e entrega de encomendas. Um sistema de mo-nitoramento via satélite possibilita, desde 2011, que a empresa monitore em tempo real as embarcações e os contêineres, o que permite o acompa-nhamento do trajeto das cargas e o momento do desembarque nos portos.

“Os usuários dos nossos serviços recebem diariamente a posição dos navios e a data prevista em cada porto”, explica Wilmon Torres, Responsável pelo Programa de Suprimentos e Logística. Por meio do software Thetradenet, é possível antever atrasos e saber se os navios des-viaram da rota planejada. Pouco utilizado por outras empresas de exporta-ção, o sistema também permite estudar o histórico das transportadoras e seu grau de confiabilidade.

π Warka Water: captação da umidade da atmosfera durante o dia

BATALHA NAVAL

Com base no inventário das suas emis-sões de carbono, a Odebrecht Óleo e Gás compensará as 639 toneladas de CO2 emitidas em 2013. A empresa irá restau-rar três nascentes da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi, no Baixo Sul da Bahia. Serão plantadas mais de 3 mil mudas de árvores. A compensação de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) é resultado de uma parceria com a Organização de Conservação da Terra (OCT), por meio do Programa Carbono Neutro Pratigi.

LEI DA COMPENSAÇÃO

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π Cuenca: terceira maior cidade do Equador, Patrimônio Cultural da Humanidade, é o ponto final do Poliduto Pascuales-Cuenca

MOBILIZAÇÃO GERAL

Texto Luiz Carlos Ramos | Foto Rodrigo Buendia

EQUADOR VIVE CICLO DE CRESCIMENTO, E A ODEBRECHT CONTRIBUI COM A EXECUÇÃO DE SEIS PROJETOS EM VÁRIOS PONTOS DO PAÍS

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O moderno Equador preserva seus tesouros da na-tureza, da história e de sua cultura milenar, refor-ça a qualidade de vida da população e se abre para o turismo internacional. Ao viver expressivo ciclo de desenvolvimento, o país tem, na estabilidade política e econômica, a base para o impulso que lhe garante obras vitais para o futuro.

A Odebrecht está presente no Equador e dá sua contribuição para o crescimento do país há 27 anos. Hoje, a empresa executa seis projetos e, para isso, conta com a força do trabalho de cerca de 10 mil pessoas, sendo 6.600 integrantes dire-tos. Os equatorianos já passam de 9 mil. O enge-nheiro Sadinoel de Freitas Júnior, há 39 anos na Odebrecht, que trabalhou no Equador de 1990 a 2008 e voltou ao país em 2013, como Diretor de Contrato, explica: “Houve mudanças do cenário no Equador. Após um período de turbulência, entre 1997 e 2005, o país vive, nos últimos sete anos, um período de estabilidade política. A continui-dade do atual governo propiciou a atualização não só da Constituição como também de leis, trazendo segurança jurídica”.

Santa Elena, a obra pioneiraA obra pioneira, iniciada em 1987, foi o projeto de irrigação Santa Elena, na Província de Santa Elena, no litoral sul do país. Inicialmente composto de

π Terraplenagem na Ruta Viva: autopista ligará o Aeroporto Internacional Mariscal Sucre a Quito

barragem e uma rede de canais, o projeto foi am-pliado e passou a incluir intervenções voltadas ao fornecimento de água potável e ao serviço de es-gotamento sanitário. Depois disso, vieram outros empreendimentos fundamentais para o desenvol-vimento do país, como o Trasvase La Esperanza, na Província de Manabí, a Via Interoceânica (rodo-via de integração de 154 km, no norte) e a Central Hidrelétrica de San Francisco, com capacidade de geração de 230 MW, na Província de Tungurahua.

Um dos projetos realizados hoje pela Odebrecht acontece na capital do país. Entre o centro de Quito e o moderno Aeroporto Internacional Mariscal Sucre, inaugurado há dois anos, são 37 km. Parte do acesso será feito pela via expressa Ruta Viva, obra a cargo da Odebrecht. Serão dois trechos de duas pistas, cada uma com três faixas, em um to-tal de mais de 11 km. Danúbio Azevedo, com 37 anos de Odebrecht e 12 de Equador, Gerente de Produção do projeto, conta: “O primeiro trecho já está concluído e aberto ao tráfego de veículos. O outro segue em ritmo acelerado e termina em de-zembro. Aqui, trabalham quase 1.500 integrantes, com máquinas de última geração”.

A 362 km de Quito fica Manta, cidade de 220 mil habitantes, na costa do Pacífico. Nessa região, será construída, por meio de contrato a ser lici-tado, uma das maiores refinarias de petróleo da

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América Latina, a Refinaria do Pacífico, compa-nhia de economia mista. Até dezembro, caberá à Odebrecht preparar a gigantesca área, deixando-a pronta para receber as instalações. Os serviços compreendem a movimentação de 23 milhões de metros cúbicos de terra, corte, compactação, aber-tura de vias internas e drenagem.

Alfonso Castro Vera, 25 anos de Odebrecht, da equipe de Pessoas, destaca: “A aplicação do Programa Creer [adaptação do Programa de Qualificação Profissional Continuada Acreditar] tem sido fundamental para que tenhamos, no canteiro de obras, trabalhadores qualificados, na quantidade de que necessitamos”. O Equador tem duas refinarias, que são antigas. A do Pacífico di-namizará a produção de combustíveis.

O mesmo canteiro de obras desse movi-mento de terra serve de base para outra obra da Odebrecht: a instalação de um duto de 93 km, que levará água da Represa La Esperanza à região de Manta. A capacidade será de 5.500 m3/hora de água, dos quais 3.500 m3/hora para o sistema in-dustrial da própria refinaria e 2 mil m3/hora para ajudar no abastecimento de casas e indústrias de Manta e das cidades em que se fabrica o famoso chapéu-panamá.

Anita Cabeza Triviño, Responsável por Orça-mento, e Miriam Caicedo, arquiteta, Responsável

por Planejamento, ambas com 25 anos de Odebrecht, fazem uma comparação entre as fotos de “antes” e “depois”, nas paredes do acampamen-to. “O assentamento dos tubos está quase pronto. Sem água, não seria possível produzir combustí-vel na refinaria.” Para Anita, que no porto participa da liberação de tubos de aço importados da China, o momento é especial: “Quando a Odebrecht che-gou ao Equador, havia expectativa. Hoje, uma linda realidade.”

Roberto Peres, Responsável por Produção, acompanha a soldagem de tubos. “Usamos um sis-tema pioneiro de soldagem eletrônica trazido dos Estados Unidos, muito mais eficiente”, explica.

Produzir e transportarNão basta produzir petróleo e combustíveis: é necessário fazer o produto chegar às cidades. Pascuales, na região de Guaiaquil, é o ponto de partida da Petroecuador para levar combustíveis a Cuenca, na Cordilheira dos Andes. A partir do fim de 2015, será reduzido o fluxo de caminhões, com a conclusão, pela Odebrecht, do Poliduto Pascuales-Cuenca, 210 km de tubos de aço.

O Responsável Administrativo da obra, Paulo Lawaniere, com oito anos de Odebrecht, acom-panha a instalação dos tubos e visita La Troncal, onde é construído um terminal de armazenagem

π Soldador trabalha na tubulação do Poliduto Pascuales-Cuenca: qualificação constante das equipes é um

dos destaques da atuação da Odebrecht no Equador

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e distribuição de óleo diesel e gasolina. No per-curso, haverá três estações de bombeamento e, em Cuenca, um terminal. “Essa é uma obra comple-xa, pois os tubos são assentados em áreas muito montanhosas, um desafio levado adiante por uma equipe multinacional”, ele comenta.

Entre os equatorianos da equipe de 1.700 profissionais, estão o Gerente de Produção de La Troncal, Omar Lopez, 22 anos de Odebrecht, e Marlene Morocho, 25 anos de empre-sa, Responsável por Suprimentos. Ambos de Guaiaquil, eles têm só uma divergência: no fu-tebol. Marlene torce pelo Emelec, e Omar apoia o outro clube da cidade, o Barcelona. Paulo Lawaniere, Marlene e Omar discutem detalhes da obra diariamente com outros executivos: os argentinos Diego Casarin e Hector Garcia, o chileno Andrés Hasse, o venezuelano Luimen Marin, o colombiano Jhon Guerrero e o domi-nicano Moisés David Torres, além dos brasilei-ros Fernando Carneiro, Gerente Administrativo e Financeiro do projeto, e Hélcio Veloso, Responsável pelo Terminal de Cuenca.

A 87 km de Guaiaquil, maior cidade do Equador,

está o canteiro de obras do Trasvase Daule-Vinces, projeto que termina em dezembro de 2015 e que beneficiará vasta região das Províncias de Guayas e de Los Rios. O engenheiro de sistemas Hugo Gaibor, Responsável por Administração, um dos pioneiros da Odebrecht Equador, com 27 anos de empresa, inspeciona a enorme barragem de eclu-sas. O Rio Daule será, em parte, desviado para o canal revestido de 71 km e canais secundários de 112 km, para levar água ao Rio Vinces. “Isso vai dar segurança a mais de 130 mil pessoas que vivem da agricultura”, afirma Hugo. Na região, são produ-zidos 80% do arroz consumido no Equador. Será possível regular a água na estiagem e na seca.

Em Quito, o diretor Sadinoel de Freitas Junior observa: “Foi-se o tempo de ‘apagões’. O Equador amplia sua capacidade de produzir ener-gia elétrica”. Um exemplo está na Hidrelétrica de Manduriacu, ao norte de Quito, com potência ins-talada de 60 MW, que começou a ser construída pela Odebrecht em 2012 e estará pronta em 2015. A futura usina será integrada ao Sistema Nacional interconectado. “Com essa energia, o Equador crescerá ainda mais”, avalia Sadinoel. ]

π Daule-Vinces: garantia de regularidade de água para uma região em que mais de 130 mil pessoas vivem da agricultura

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DO INDIVIDUAL PARA O COLETIVO

Texto Luiz Carlos Ramos | Foto Rodrigo Buendia

COMPREENSÃO DE QUE A SEGURANÇA É RESPONSABILIDADE DE CADA UM E DE TODOS PERMITE À ODEBRECHT CHEGAR A 34 MILHÕES DE HOMENS-HORAS TRABALHADAS SEM ACIDENTES GRAVES NO EQUADOR

π Integrante equatoriano da Odebrecht com todos os equipamentos de segurança necessários ao trabalho que está realizando: rigor e disciplina

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Nenhum acidente grave em 34 milhões de ho-mens/horas trabalhadas pelos integrantes da Odebrecht no Equador. Essa expressiva marca, atingida em 31 de agosto, corresponde a três anos e meio de atuação e vem merecendo a análise da equipe encarregada de disseminar a cultura da prevenção em todos os âmbitos da empresa.

A adoção de procedimentos com os standards mais elevados de segurança no trabalho são uma característica da Odebrecht no Brasil e nos de-mais países em que está presente. No Equador, foi criado, há dois anos, um comitê para acompanhar os resultados das campanhas nas obras. O coor-denador do comitê é Honório Brito, Responsável pelo Programa de Sustentabilidade e Qualidade da Odebrecht no Equador, que salienta: “De fa-to, atingimos, um importante número de tempo sem acidentes graves, mas nossa meta é conti-nuar com cuidados absolutos. Em Segurança no Trabalho, nunca podemos dizer que o trabalho está concluído”.

Honório, potiguar da capital, Natal, é forma-do em Engenharia Civil, tem pós-graduação em Gestão de Projetos e MBA em Gestão de Pessoas. Com 22 anos de Odebrecht, Honório está há dois anos em seu terceiro período no Equador – os outros foram 2000/2001 e 2004/2007. “Em 2012,

quando cheguei de novo aqui, recebi todo o apoio do Diretor-Superintendente, José Conceição Santos, para a criação desse comitê de seguran-ça. Somos uma Organização descentralizada. Cada obra é uma autêntica empresa”, diz Honório. “A formação do comitê seria o ponto de partida para que fizéssemos reuniões mensais entre os gestores de sustentabilidade de todas as obras, para unifi-car critérios e estandartizar os conhecimentos e as práticas de segurança no trabalho em todas as regiões do país nas quais atuamos. Esse comitê re-úne-se em cada obra e, além de realizar ações de integração da equipe, faz inspeções de segurança, com a presença do Diretor de Contrato”.

Disposição e disciplinaA Odebrecht executa hoje seis obras no Equador, com um total de 10.365 profissionais – 6.819 da própria empresa e 3.546 de subcontratadas. “Os subcontratados têm os mesmos deveres quan-to ao cumprimento do Programa Integrado de Sustentabilidade, com ênfase na segurança do tra-balho, e isso vem dando certo. Os equatorianos, que constituem a grande maioria de nosso contin-gente, revelam incrível disposição e disciplina pa-ra colaborar contra o risco de acidentes”, comenta Honório.

DO INDIVIDUAL PARA O COLETIVO

π Ordenação: correto tráfego de veículos no canteiro é um dos aspectos priorizados pelos responsáveis por Segurança no Trabalho

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O EPI, Equipamento de Proteção Individual, se-gue uma norma básica de segurança em obras no mundo inteiro. A lista é extensa, para que sejam atendidas todas as necessidades relacionadas ao enfrentamento dos riscos inerentes aos projetos, e pode ser ampliada de acordo com o tipo de tra-balho executado. A atividade em estruturas eleva-das, por exemplo, requer cuidados específicos. No Equador, de acordo com Honório Brito, a criação do comitê de segurança contribuiu para uma uni-dade. “Aprimoramos a comunicação e otimizamos os custos.”

Honório aproveita as reuniões de coordenação do Diretor-Superintendente para atualizar todos os Diretores de Contrato sobre os requisitos le-gais e sobre o avanço do programa de Segurança no país. “Segurança é algo que deve estar presente no dia a dia do Diretor de Contrato e de todos os integrantes da obra”, argumenta.

A engenheira comercial Blanca Gallegos, equa-toriana de Guaiaquil, com nove anos de empre-sa, é Gerente de Sustentabilidade da Odebrecht Equador e trabalha com Honório. Ela comenta que, ao lidar com pessoas, uma empresa deve levar em conta que o ser humano está sujeito a problemas que independem de sua vontade. “Uma de nossas

ações no comitê consiste em fazer pesquisas so-bre os riscos psicossociais. As horas extras são controladas, pois excessos causam fadiga e podem ocasionar acidentes graves, pela falta de atenção. O esforço tem de ser somado, em busca de metas.”

Honório Brito afirma: “Como líderes, temos a obrigação de saber dizer ‘não’. Criar condições e buscar alinhamento para que todos, inclusive os subcontratados, cumpram a política da empresa. Todos os gestores têm o dever de ser líderes edu-cadores”.

Na obra do Trasvase Daule-Vinces, David Pizarro, 27 anos, de Guaiaquil, técnico em segu-rança da Odebrecht, enfatiza: “Trabalho em uma empresa que se preocupa não apenas com produ-ção, mas, principalmente, com a segurança e o bem-estar de seus integrantes. Aprendi isso muito ce-do, com meu pai, Modesto, que trabalhou para a Odebrecht no Trasvase Santa Elena, quando eu era menino.” O técnico eletromecânico Maximiliano Cortez Tarira, 57 anos, da cidade de Esmeraldas, Presidente do Comitê de Saúde e Segurança da obra, relata: “Todos os integrantes passam por treinamento para a utilização dos EPIs, e não ape-nas para usá-los corretamente, mas, sobretudo, para compreender os motivos de seu uso”. ]

π Honório Brito: “Em Segurança no Trabalho, nunca podemos dizer que o trabalho está concluído”

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BOA NOITE, BOM DIA

Texto Mateus Codes | Foto Kiyoshi Ota - AFP

CONSTRUÇÃO DE NAVIOS-SONDA MOBILIZA INTEGRANTES DA ENSEADA INDÚSTRIA NAVAL NO BRASIL, NO JAPÃO, NA ROMÊNIA E NOS EUA

π A partir da esquerda, Bruno Hahmann, Takeo Meneses Chikushi, especialista em Planejamento, e Luis Pithon,

integrantes da Enseada, em Sakaide: absorção de ensinamentos durante o contato com o estilo de trabalho japonês

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Atenção ao fuso horário. Esse é o principal segre-do dos integrantes da Enseada Indústria Naval que trabalham hoje em um dos projetos mais desa-fiadores da Organização: a construção de seis na-vios-sonda, encomendados pela Sete Brasil para perfuração de poços do pré-sal. O trabalho mobi-liza integrantes em quatro países – Brasil, Japão, Romênia e Estados Unidos –, e eles precisam tra-balhar em sintonia.

No Brasil, está a sede da empresa, formada por Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki. É também o país onde será finalizado o primeiro navio, o Ondina, e onde está sendo construída a Unidade Paraguaçu do estaleiro. A construção da embar-cação foi dividida por setores (como perfuração, refrigeração e eletricidade). Empresas parceiras

foram contratadas para oferecer esses projetos em separado, e uma firma especializada em projetos navais é responsável pela integração e o detalha-mento do projeto de todo o navio.

Esse trabalho é feito na cidade de Galati, na Romênia. O engenheiro naval Marcos Parahyba, com 20 anos de experiência, é o Gerente de Projetos da Enseada e coordenador dessas ativida-des. “O fato de estarmos na Romênia até nos tem favorecido. Aqui, em razão do fuso-horário, pela manhã eu consigo falar com o Japão. No período da tarde, posso falar com o Brasil e, à noite, converso com os projetistas da parte de perfuração, que estão em Houston, nos Estados Unidos”, conta.

O engenheiro eletricista baiano Leandro Orrico, 32 anos, também integra a equipe. Liderado de

π Construção do casco do primeiro dos seis navios-sonda, nas instalações da Kawasaki, em Sakaide: projeto tem, na integração cultural, uma de suas principais características

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Marcos Parahyba, Orrico é responsável pela dis-ciplina de instrumentação e automação do navio-sonda. Iniciante nessa especialidade, ele está em-penhado em aprofundar-se na engenharia naval. Orrico sente-se desafiado pela possibilidade de levar todo o conhecimento adquirido na Romênia para o Brasil. “Estamos trabalhando com gente de diferentes culturas e estilos de trabalho, mas to-dos focados em um objetivo comum: a qualidade. É importante estar aqui e, posteriormente, poder capacitar trabalhadores em nosso país.”

De Sakaide para MaragojipeAlém da integração de projetos, na Romênia, a Enseada conta com integrantes nas instalações da sócia japonesa Kawasaki, na cidade de Sakaide,

no país do Extremo Oriente. É lá que está sen-do construído o casco do primeiro navio-sonda. Após sua finalização, a estrutura será trazida ao Brasil, mais especificamente a Maragojipe (BA), onde ocorrerá a construção de toda a estrutura da embarcação que fica acima do convés.

Paulo Baroni é o responsável pela equipe de engenharia de campo em Sakaide, formada por 12 pessoas, entre brasileiros, espanhóis, romenos e japoneses, e que tem como responsabilidade rea-lizar a interface entre os projetistas e os constru-tores do casco. “Nosso trabalho é juntar projeto e construção e fazer que isso seja uma coisa úni-ca. Quando alguém faz uma parte do trabalho e outra pessoa faz outra, cada um se concentra em sua tarefa, mas pode ser que haja uma interces-são entre elas que ninguém está fazendo. É nossa obrigação ficar atento a isso”, explica.

O desejo de Baroni é conseguir levar para o Brasil a mesma produtividade e eficiência que tem sido aplicado no Japão. Para isso, confia no acordo de Transferência de Tecnologia, no va-lor de US$ 85 milhões, com a Kawasaki, o qual prevê o intercâmbio de cerca de 150 trabalhado-res japoneses e brasileiros para a formação do efetivo completo. “A ideia é transferir a tecno-logia construtiva de uma estaleiro japonês para o Brasil.”

Outra equipe que hoje atua no Japão mas que futuramente estará no Brasil, é a de su-primentos, responsável por acompanhar pedi-dos, prazos de entrega e controle de qualidade dos materiais e equipamentos fornecidos pela Kawasaki. O líder é Bruno Hahmann, engenhei-ro naval com 35 anos de experiência. Sua expec-tativa é de que o conhecimento seja desdobrado no Brasil. “Uma parte do que fazemos corres-ponde às nossas condições de trabalho aqui no Japão, mas vamos trazer uma herança boa, que é a preocupação com o planejamento. Isso gera economia. A ideia é adaptar a forma de desem-penhar essa tarefa ao Brasil, que tem caracterís-ticas e legislação próprias.”

O desafio internacional da Enseada está sen-do enriquecedor também para quem está dando os primeiros passos na Organização Odebrecht. Luis Pithon tem 25 anos e se formou em Engenharia Elétrica há um ano e meio. O Jovem Parceiro da equipe de Suprimentos está em seu primeiro programa internacional. “Estou apren-dendo a forma de o japonês trabalhar, baseada na organização e disciplina. Quero aproveitar ao máximo essa experiência.” ]

π Construção do casco do primeiro dos seis navios-sonda, nas instalações da Kawasaki, em Sakaide: projeto tem, na integração cultural, uma de suas principais características

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G E N T E

VIAGEM

FAMÍLIA

A primeira experiência profissional no exterior do geólogo Ricardo Mazzutti, gaúcho de Itaqui, foi no Projeto Capanda, em Angola, país onde viveu de 1988 a 1992. Mazzutti mudou-se para a África com a esposa Raquel, a filha Tanara, então com 10 meses, e o filho Maximiliano, de 5 anos. “Minha mulher e eu vimos nesse desafio uma boa oportunidade de crescimento e de conhecimento de outras culturas e não nos arrependemos. Repetiríamos tudo”, diz. Outros projetos vieram, em outros países. Atualmente ele é Gerente de Obra do Projeto Transvase Daule–Vinces, no Equador. Os filhos estão crescidos. Maximiliano, 31 anos, é administrador de empresas, e Tanara, 27 anos, engenheira civil. Os dois irmãos desenvolvem negócios na área imobiliária em Porto Alegre. Mazzutti e Raquel aguardam, ansiosos, a chegada dos netos.

Laços por toda a vida

π Orlando e Márcia: aproveitando os atrativos da República Dominicana

π Mazzutti com a esposa, Raquel: “Repetiríamos tudo”

Um país que inspira paixão“A República Dominicana tem muitas belezas naturais e um povo hospitaleiro, alegre e prestativo”, diz Orlando Santini Filho, Responsável por Segurança no Trabalho e Sustentabilidade da Odebrecht no país. Ele e a esposa, Márcia, viajam com frequência pela República Dominicana, terra pela qual são apaixonados. Eles recomendam alguns recantos: a área costeira Leste, que compreende as praias de Bávaro e Punta Cana, de fácil acesso por uma superestrada construída pela Odebrecht; Las Terrenas, Baía de Samaná e a Ilha de Cayo Levantado, que formam uma região rústica frequentada por baleias; e, mais ao sul, as praias da Baía de Las Águilas, com água azul-turquesa. Além disso, na capital, há a Cidade Antiga, uma joia arquitetônica colonial, Patrimônio da Humanidade, onde está localizada a primeira catedral das Américas, entre outros tesouros.

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Texto Eliana Simonetti

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59Odebrecht informa

ESPORTE CULTURA

Mil e uma pedaladas

Gente boa

π Viviane: amor pela Baixada Fluminense

π Érico pedala com destreza sua fat-bike: estilo de vida

Érico Dantas, Diretor de Engenharia da Superintendência Nordeste/Centro-Oeste da Odebrecht Infraestrutura-Brasil, tem 61 anos e uma paixão por bicicletas, que já dura mais de 30 anos. Tudo começou quando ele morou em Mariana (MG) e se sentiu desafiado a vencer ladeiras. Promoveu a primeira corrida de mountain bike do Nordeste, em João Pessoa, em 1991, e o primeiro Campeonato Paraibano de Mountain Bike, no ano seguinte. Hoje possui 25 bikes. Érico tem uma fat-bike, feita para a neve, que Érico descobriu que é ótima para pedalar na areia fofa. “Para mim, o ciclismo é um estilo de vida. Andando de bike, a gente sente a paisagem.”

Em 2012, quando ingressou na Itaguaí Construções Navais – ICN, empresa com participação da Odebrecht Defesa e Tecnologia – ODT, Viviane Arantes era a única mulher a trabalhar como soldadora. E, até hoje, é a única mulher qualificada para executar toda a soldagem do submarino. Nascida em Duque de Caxias, atualmente ela mora em Belford Roxo. Evangélica, conta que, todos os anos, a Prefeitura do município onde vive promove um show, no chamado Marco Zero, reunindo cantores gospel. “Juntos, abençoamos nossa cidade”, ela diz. Mas tem mais. “Em nossa Casa Cultural, acontece a apresentação de peças de teatro, algumas delas montadas por alunos de escolas públicas e, outras, por frequentadores das igrejas locais, o que aproxima os jovens da cultura.” Viviane tem um desejo. Ela queria que houvesse menos preconceito em relação à sua amada Baixada Fluminense. “Aqui existe muita riqueza, daqui sai muita gente boa”, ela enfatiza.

Lia

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61Odebrecht informa

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N o v o s D e s a f i o s

O sonho de Sildinei dos Santos, 18 anos, era tornar-se empresário rural. Filho de agricultor, ele acompanhou, ao longo dos anos, a dedicação de seu pai na roça e as dificuldades para sustentar a família. “Nossa produ-ção era vendida a atravessadores e não tínhamos ne-nhum lucro. Tudo o que passamos me inspirou a bus-car melhores condições no campo”, diz o jovem, mo-rador da comunidade do Recôncavo, no município de Presidente Tancredo Neves (BA).

Sua vocação para produtor rural e a busca pelo co-nhecimento o motivaram a ingressar na Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN), em 2012. Nessa instituição de ensino, o jovem aprende administração rural, cooperativismo, manejo de solos, irrigação, drenagens e cultivos diversos. Sildinei conta que não teve acesso somente a técnicas agrícolas, mas viveu uma transformação pessoal. “Aqui sou reconhe-cido pelo meu desempenho, aprendi a respeitar o espa-ço do outro e tenho mais disciplina no que faço.”

Todas essas mudanças ressaltaram seu espírito de servir e o desejo de fazer acontecer. Sildinei colocou em prática os conhecimentos adquiridos na CFR-PTN e conseguiu recuperar a roça do pai que estava abando-nada. Na mesma propriedade, lidera seu projeto edu-cativo-produtivo de um hectare de banana-da-terra. A primeira colheita será em dezembro. O produto tem destino certo: será comercializado pela Cooperativa dos Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan), da qual seu pai é um dos associados. “Com a construção do meu plano de vida e carreira, perce-bi que poderia ser dono do meu próprio negócio. Hoje considero que meu sonho está sendo realizado e, no futuro, quero produzir cada vez mais, buscando sempre a sustentabilidade.”

Desenvolvimento de equipesA CFR-PTN e Coopatan são instituições que fazem parte do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS), fomentado pela Fundação Odebrecht, com o apoio

de parceiros públicos e privados. As Casas Familiares Rurais utilizam uma metodologia diferenciada, conhe-cida como Pedagogia da Alternância, que integra co-nhecimento teórico com atividade prática. Isso refor-ça o conceito de Educação pelo Trabalho, que está na base da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO). A transferência e adaptação dessa tecnologia ao contex-to social é uma das maiores contribuições da Fundação Odebrecht ao PDCIS.

Inspirados nos valores da TEO, os líderes das coo-perativas e associações civis do PDCIS buscam o de-senvolvimento de suas equipes. “Todos aqui são ta-lentos e me ensinam muito a cada dia. Formar pes-soas é valorizar suas diferentes características e gerar aprendizado, promovendo soluções inteligentes”, res-salta Liliana Leite, Diretora Executiva do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (Ides), uma das instituições que integram o PDCIS.

“Meu negócio me espera”A vivência de José Marculino, 55 anos, na prática da TEO, trouxe-lhe grandes aprendizados. Com o apoio

π Sildinei dos Santos: “Meu sonho está sendo realizado”

Texto Livia Montenegro | Foto Fernando Vivas

AS PESSOAS E SUA FILOSOFIAA TEO ESTÁ PRESENTE NO DIA A DIA DOS BENEFICIÁRIOS DO PDCIS

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da Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm), ele elaborou e segue um Programa de Ação (PA), com metas a serem alcançadas ao longo do ano nos seus cultivos de pupunha. “Há 10 anos, eu achava que ter a terra era suficiente e errei muito até aprender a trabalhar. Com o apoio da Coopalm, sei a quantidade de palmito que plantarei, a que custo, o pa-pel de cada um da família e quais serão os resultados, que busco sempre superar.”

Morador do assentamento Mata do Sossego, no município de Igrapiúna (BA), José Marculino encontrou destino certo para escoar sua produção. Em quantidade e com qualidade, as hastes são beneficiadas na Ambial, setor industrial da Coopalm que produz o palmito em conserva. “Minha renda média, apenas com o palmito, é de R$ 1 mil mensais. Tenho orgulho em acordar pela manhã e saber que meu negócio me espera.”

O agricultor não trabalha sozinho. Ele conta com ajuda da sua esposa e filhos nas tarefas diárias. Um de-les é Daniel Gonçalves, 18 anos, que traz na bagagem os aprendizados da Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I). Ele relata que passou a ter mais disciplina des-de que ingressou na unidade de ensino, onde cursa o segundo ano. “Antes, eu não colaborava com o trabalho do meu pai. Hoje, vejo no palmito o futuro para mim e toda a família.”

Parcerias que fortalecemA valorização do trabalho em parceria está presente na TEO e na vida de Alex Melo, 15 anos, e Jefté Estevão dos Santos, 18 anos. Eles encararam o desafio de atuar, jun-tos, em uma iniciativa da Casa Familiar Agroflorestal (Cfaf), que, assim como a CFR-I e a Coopalm, integra o PDCIS. “A ideia é incentivar estudantes a liderarem projetos agrícolas”, explica Alex.

No Condomínio Agroflorestal, localizado na Fazenda Fonte da Prata, no município de Nilo Peçanha (BA), os estudantes da Cfaf acabam de finalizar o plan-tio de dois hectares de feijão e banana. “Um ajuda o ou-tro e compartilha o que sabe”, diz Alex. Jefté completa: “Nossa meta é construir um futuro no campo, de ma-neira sustentável. E temos consciência de que precisa-mos do apoio de muitos para atingir esse objetivo”.

Governos (nos âmbitos Federal, Estadual e Municipal), empresas e sociedade civil trabalham em parceria, no contexto do PDCIS, para criar oportuni-dades de desenvolvimento para jovens como Sildinei, Daniel, Alex e Jefté, determinados a serem protagonis-tas de sua própria história e, por meio do apoio a suas comunidades, contribuírem para a formação de uma sociedade mais justa. ]

π Jefté dos Santos (à esquerda) e Alex Melo: apoio mútuo e

compartilhamento de experiências

π José Marculino e o filho Daniel: certeza de um

futuro para a família

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EM NOME DA MUDANÇA DE ATITUDE

π Quais os desafios futuros da Odebrecht nos países da Amé-rica Latina, no que diz respeito à Engenharia e Segurança?Nosso maior desafio é a com-pleta eliminação dos acidentes. Aprendemos com os erros e com as experiências. Aprendemos que Engenharia e Segurança, juntas, contribuem para a elevação da produtividade, nosso outro desafio futuro. A primeira vez que percebi que Engenharia e Segurança traba-lham de ‘mãos dadas’ foi nas obras da Rodovia Carhuaz-Chacas-San Luis, no Peru. O programa Enge-nharia para a Segurança surgia com o objetivo de mitigar e controlar os riscos. Passamos a adaptar o projeto de acordo com a meta de Segurança. Atualmente, a iniciativa está difundida em quase todas as obras da América Latina.

π Quais foram os resultados conquistados e quais são os pró-ximos passos?Os índices de Segurança têm

Carlos Alexandre de Almeida, Responsável por Engenharia na Odebrecht Infraestrutura – América Latina, tem 43 anos de Organização. Sob sua liderança estão três frentes de atuação da empresa: Engenharia, Segurança e Sustentabilidade. Quando assumiu o cargo, há cinco anos, ele tinha algumas dúvidas sobre o quanto esses temas deveriam estar juntos, em um mesmo programa. A realidade e o passar do tempo mostraram-lhe que não há como pensar neles separadamente.

CARLOS ALEXANDRE DE ALMEIDA, RESPONSÁVEL POR ENGENHARIA NA ODEBRECHT INFRAESTRUTURA – AMÉRICA LATINA

Texto Fabiana Cabral / Foto Edu Simões

melhorado. Para nós, porém, o número absoluto precisa ser zero. Começamos então um outro movi-mento, o de mudança de atitude, pois já tínhamos os melhores equi-pamentos e as melhores técnicas. O programa Segurança Baseada no Comportamento (SBC) contribui para a melhoria da comunicação entre encarregados e operários. Lidamos com o ser humano, seus sonhos e sentimentos, e conse-guimos sensibilizá-los. Com o Ciclo Completo de Segurança [trei-namento, prevenção e conscienti-zação], chegaremos lá. Queremos atingir a meta zero de acidentes fatais em todos os projetos antes de 2020.

π Como alavancar a produtividade?Uma das bandeiras da América Latina para os próximos anos também é a elevação da produti-vidade. Precisamos ser eficazes e eficientes ao mesmo tempo. Quando trabalhamos em sinergia,

a tendência é sermos mais produ-tivos. Equipes sinérgicas, equipa-mentos de alta tecnologia, capaci-tação e planejamento são grandes alavancadores da produtividade. Temos, em média, 30 projetos em andamento. Precisamos buscar exemplos inovadores já existentes e compartilhá-los por meio das Comunidades de Conhecimento, do Prêmio Destaque, do Banco de Boas Práticas e do diálogo. Todo o conhecimento e a expe-riência estão nas pessoas. Quando o integrante se abre para o novo e o compartilha, as melhores coisas acontecem. ]

P A P O F I N A L

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RESPONSÁVEL POR COMUNICAÇÃO NA ODEBRECHT S.A.Sérgio Bourroul

RESPONSÁVEL POR CONTEÚDO E MARCA NA ODEBRECHT S.A.Karolina Gutiez

COORDENAÇÃO EDITORIALVersal Editores Editor José Enrique BarreiroEditor Executivo Cláudio Lovato Filho Editora de Fotografia Holanda CavalcantiArte e Produção Gráfica Rogério Nunes

Tiragem 3.858 exemplares Pré-impressão e Impressão Ipsis

Redação: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023São Paulo (55) 11 3641-4743e-mail: [email protected]

Você pode ler a revista Odebrecht Informa também: • na internet, no site www.odebrechtinforma.com.br, em que poderá acessar vídeos e outras reportagens• pelo iPad, baixando gratuitamente o aplicativo Revista Odebrecht na App Store

Fazem parte da Organização Odebrecht:

NegóciosOdebrecht Engenharia IndustrialOdebrecht Infraestrutura – BrasilOdebrecht Infraestrutura – África, Emirados Árabes e PortugalOdebrecht Infraestrutura – América LatinaOdebrecht Estados UnidosOdebrecht Realizações ImobiliáriasOdebrecht AmbientalOdebrecht LatinvestOdebrecht Óleo e GásOdebrecht PropertiesOdebrecht TransPortBraskemOdebrecht AgroindustrialEnseada Indústria NavalOdebrecht Defesa e Tecnologia

InvestimentosOdebrecht Energias BrasilOdebrecht Africa FinanceOdebrecht Latin Fund

Empresas AuxiliaresOdebrecht Serviços de ExportaçãoOdebrecht Corretora de SegurosOdebrecht Engenharia de ProjetosOdebrecht PrevidênciaOdebrecht Comercializadora de Energia

Ação SocialFundação Odebrecht

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contribuiçãoMundo afora, como esta edição de Odebrecht Informa ajudou a demonstrar, as equipes da Organização oferecem sua contribuição qualificada para que comunidades e países persistam na busca de realização de seus sonhos. Ainda que essa contribuição, nos casos relatados neste número da revista, ocorra por meio da atuação em grandes projetos, existe um tipo de trabalho que sempre será necessário e que, também por isso (mas não apenas por isso), deve ser enaltecido. São tarefas aparentemente singelas, relacionadas a detalhes que, com frequência, passam despercebidos em meio à rotina de empreendimentos complexos. Mas são atividades essenciais, executadas por homens e mulheres geralmente apaixo-nados por seu ofício. “A perfeição está nos detalhes”, disse Michelangelo.