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1 Novo Terminal Multimodal de Passageiros de Campinas Autores: Deslandi Torres; Sérgio Marasco Torrecillas; André Aranha Ribeiro. Instituição: EMDEC Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas S/A R. Dr. Sales Oliveira, 1028 Vila Industrial Campinas / SP Fone: (19) 3772-4035 www.emdec.com.br RESENHA Durante mais de 20 anos a cidade de Campinas careceu de um Terminal digno, que oferecesse conforto e segurança para todos que chegam e saem da cidade. Após um sério trabalho de diagnóstico, planejamento, projeto, concessão e obras, a cidade ganhou mais que uma nova rodoviária, ganhou um equipamento moderno que suprirá as demandas de uma rede integrada em seus diversos níveis e modos de transporte pelos próximos 30 anos. Ganhou ainda um belo cartão postal que hoje é motivo de orgulho dos campineiros. INTRODUÇÃO O novo Terminal é Multimodal porque reúne na mesma área vários modos de transporte: sobre pneus (rodoviário, urbano e metropolitano) e, no futuro, sobre trilhos (ferroviário), permitindo ligação direta e rápida com o Aeroporto de Viracopos, São Paulo e Rio de Janeiro. Também está prevista a ligação com a nova Rede Estrutural do Veículo Leve sobre Pneus (VLP). Imagem 1: Mapa de circulação dos diversos modos de acesso.

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Page 1: Novo Terminal Multimodal de Passageiros de Campinas · Metropolitano, de responsabilidade do Governo do Estado. O projeto do Terminal Multimodal contemplou o espaço para a construção

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Novo Terminal Multimodal de Passageiros de Campinas Autores: Deslandi Torres; Sérgio Marasco Torrecillas; André Aranha Ribeiro. Instituição: EMDEC – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas S/A R. Dr. Sales Oliveira, 1028 – Vila Industrial – Campinas / SP Fone: (19) 3772-4035 – www.emdec.com.br RESENHA Durante mais de 20 anos a cidade de Campinas careceu de um Terminal digno, que oferecesse conforto e segurança para todos que chegam e saem da cidade. Após um sério trabalho de diagnóstico, planejamento, projeto, concessão e obras, a cidade ganhou mais que uma nova rodoviária, ganhou um equipamento moderno que suprirá as demandas de uma rede integrada em seus diversos níveis e modos de transporte pelos próximos 30 anos. Ganhou ainda um belo cartão postal que hoje é motivo de orgulho dos campineiros. INTRODUÇÃO O novo Terminal é Multimodal porque reúne na mesma área vários modos de transporte: sobre pneus (rodoviário, urbano e metropolitano) e, no futuro, sobre trilhos (ferroviário), permitindo ligação direta e rápida com o Aeroporto de Viracopos, São Paulo e Rio de Janeiro. Também está prevista a ligação com a nova Rede Estrutural do Veículo Leve sobre Pneus (VLP).

Imagem 1: Mapa de circulação dos diversos modos de acesso.

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Além do Terminal Rodoviário, inaugurado em junho de 2008, construído e operado em regime de concessão municipal, em setembro de 2008 foi entregue o Terminal Urbano e Metropolitano, de responsabilidade do Governo do Estado. O projeto do Terminal Multimodal contemplou o espaço para a construção do futuro Terminal Ferroviário, projeto sob coordenação do Governo Federal, que permitirá a ligação entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, com o trem de alta velocidade (TAV), com licitação prevista para o segundo semestre de 2009.

Os mais modernos conceitos de engenharia e arquitetura foram usados na construção do novo Terminal: acessibilidade, iluminação e ventilação natural, garantindo um ambiente agradável e grande economia de energia. O terminal conta ainda com uma Estação de Tratamento de Esgoto própria. Principais números e detalhes do novo Terminal: • Integração dos três terminais rodoviário, urbano-metropolitano e ferroviário, em uma área de 70 mil m2, com espaço edificado de aproximadamente 35 mil m2, sendo que a parte referente ao Terminal Rodoviário é de 23 mil m2; • Mais de 100 mil pessoas por dia circularão nos três terminais, sendo mais de 30 mil só na Rodoviária; • 40 plataformas para embarque e desembarque, independentes; • 400 vagas disponíveis em três estacionamentos; • 94 vagas para táxi, sendo 4 vagas para táxis acessíveis, em área coberta e exclusiva para o embarque; • Mais de 3 mil m2 de área comercial (interna e externa) para restaurantes, lanchonetes, cafés, livrarias, farmácia, lojas e presentes, etc; • Elevadores e escadas rolantes para levar ao embarque e desembarque; • Infraestrutura de apoio como maleiros, áreas de espera, enfermaria, sanitários, área para banhos;

Foto 1: fachada principal do Terminal Ramos de Azevedo.

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• Segurança completa, com o monitoramento de 40 câmeras, sete delas interligadas à Central Integrada de Monitoramento de Campinas (CIMCamp); • Painéis em todo o saguão com informações de partidas e chegadas, em tempo real; • Terminal preparado para atender a pessoas com mobilidade reduzida e com completa acessibilidade, telefones para pessoas de baixa estatura e com cadeiras de rodas, com sinais sonoros e inscrições em braile, assentos para obesos, piso podotátil e sanitários apropriados; • Pessoal treinado para atender ao usuário de forma eficiente.

Foto 2: Central Integrada de Monitoramento do Terminal Ramos de Azevedo.

Foto 3: Bilheterias - saguão superior do Terminal Ramos de Azevedo.

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DIAGNÓSTICO, PROPOSIÇÕES E RESULTADOS A nova Rodoviária foi projetada para operar dentro dos mais altos padrões de qualidade, acessibilidade, segurança e manutenção. A preocupação com o conforto e funcionalidade do terminal resultou num conjunto arquitetônico que nasce como referência de beleza e orgulho para Campinas. O projeto é assinado pelo escritório dos arquitetos Ricardo de Souza Campos Badaró e Caio Ferreira, radicados na cidade, e foi construído pelo Consórcio Terminal Rodoviário de Campinas, composto pela Socicam e Equipav, empresas líderes nos segmentos em que atuam e que têm origem no município, vencedor do processo de licitação conduzido entre outubro de 2006 e janeiro de 2007. A concretização desta antiga demanda da população campineira só foi possível graças ao empenho da Administração Pública Municipal, que por meio da Secretaria de Transportes, concluiu em janeiro de 2007 a licitação para construção e exploração da nova Rodoviária. Para sua construção, os investimentos sob responsabilidade do Consórcio vencedor da licitação, foram de R$ 30 milhões. E com o terminal em operação, o Consórcio destina 2% de sua receita bruta mensal à Prefeitura, a título de outorga onerosa. Esta receita bruta é da ordem de R$ 14 milhões/ano.

Cuidado com o patrimônio histórico, o Terminal homenageia Ramos de Azevedo Francisco de Paula Ramos de Azevedo foi um dos mais expressivos arquitetos brasileiros do início do século XX e possui uma forte ligação com Campinas pelo conjunto de obras projetadas para o patrimônio da cidade. Por isso, a Prefeitura decidiu homenageá-lo e o novo Terminal leva o seu nome.

Foto 4: A festa de inauguração do Terminal Ramos de Azevedo reuniu mais de 4 mil pessoas.

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Nascido em 1851, em São Paulo, Ramos de Azevedo estudou na Bélgica e se estabeleceu em Campinas, onde fez seus primeiros projetos, entre eles, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Conceição, o Mercado Municipal, conhecido como Mercadão, e a Escola Estadual Francisco Glicério. Além da valorização da história da cidade, com a homenagem a Ramos de Azevedo, a construção do Terminal gerou outras ações concretas de preservação do patrimônio. Na área do novo Terminal, estão sendo recuperados edifícios tombados pelo Condepacc e preservadas outras construções de características tipicamente ferroviárias. São cinco edificações, totalizando 1753 m2. Foram recuperadas duas casas com 145 m2 e 110 m2, respectivamente e o galpão para o estacionamento (que tem sua origem na antiga garagem da Cia. Ramal Férreo Campineira – CRFC), com 560 m2 . Já estão previstos trabalhos de recuperação no Galpão da Mogiana, próximo ao Túnel Joá Penteado, com 857 m2, e numa edificação na Rua Dr. Ricardo (prédio do escritório da antiga CRFC ), com 78 m2. Os prédios históricos vão abrigar empresas de serviços, lanchonetes e comércio, trazendo desenvolvimento para a região, num processo de revitalização urbanística da área, que antes do novo Terminal encontrava-se degradada. CONCLUSÕES Um momento que entrou para a história do transporte de Campinas: no dia 4 de junho de 2008, a Prefeitura entregou à população o Terminal Multimodal de Passageiros “Ramos de Azevedo”, a nova Rodoviária da cidade, localizada à Rua Dr. Pereira Lima, s/nº, na Vila Industrial.

Foto 5: Vista noturna da fachada principal do Terminal Ramos de Azevedo, movimento de mais de 30 mil pessoas / dia.

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O novo Terminal, que entrou em operação plena em 22 de junho, foi construído para suprir uma demanda de mais de 30 anos, com benefícios para todos que utilizam o transporte municipal, metropolitano, intermunicipal e interestadual.

Além disso, a obra promoveu alterações em toda a região na qual está situada e para o entorno da antiga rodoviária, áreas que foram abandonadas por muito tempo e agora receberam os benefícios de intervenções de revitalização, restauração e desenvolvimento econômico, comercial e social.

Foto 6: Saguão inferior – acesso as plataformas do Terminal Ramos de Azevedo, cerca de 800 partidas de ônibus / dia.

Imagem 2: Alterações na circulação implantadas em conjunto com o novo Terminal.

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A Prefeitura investiu cerca de R$ 6 milhões em benfeitorias em todo o entorno do terminal: foram feitas obras de tratamento no asfalto (recape) e outras melhorias, como a recuperação de calçadas, podas de árvores e iluminação, implantação de nova rede semafórica e novo projeto paisagístico, sinalização e monitoramento para garantir a segurança dos usuários. Uma intervenção do poder público municipal que envolveu e contou com apoio do Governo Federal e do Governo Estadual, dos grandes e dos pequenos investidores, trouxe ganhos para todos, mas, sobretudo para a população de Campinas e da Região Metropolitana. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMDEC. Projeto Nova Rodoviária de Campinas. Diretoria de Desenvolvimento e Planejamento – Campinas, dezembro de 2004. RIBEIRO, Andre; Thesin, Maurício. A Concepção Compartilhada de um Terminal Multimodal de Passageiros como Elo Integrador do Município, da Metrópole e da Macro Região. 15o Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, ANTP – Goiânia, agosto de 2005.