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Razão e Emoção Capítulo 55 Pág: 1

RAZÃO E EMOÇÃO

Novela de

Rômulo Guilherme

Criada e escrita por:

Rômulo Guilherme

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CENA 01. AP. DORA. SALA JANTAR. INT. DIA

Continuação imediata. Dora, com a carta nas mãos,

confusa, assustada; Nancy aparece, trazendo uma jarra

de suco.

Nancy - Algum problema?

Dora - (guardando a carta) Nada não...

Dora fica cismada, preocupada.

Corta para:

CENA 02. LOJA CAZÉ. RUA. EXTERIOR. DIA

Loja destruída pelo fogo. Cazé, desolado, observa tudo

com grande tristeza. Lupe e Camila do seu lado.

Cazé - (abalado) Tudo destruído. Não

sobrou nada.

Lupe - Só pode ter sido aquele cara que

veio aqui, Cazé.

Camila - Que cara?

Cazé - O Olavo.

Camila - (surpresa) Ele veio aqui?

Lupe - Veio e disse que era pro Cazé se

afastar de você, se não teria

conseqüências. (lamentando) E acabou

tendo.

Camila - Por que você não me contou que o

Olavo te procurou?

Cazé - Não queria te assustar, Camila.

Camila - Eu falei que o Olavo é muito

perigoso, Cazé. Olha o que ele fez.

Poderia ter feito é coisa pior...

Cazé - Não vou me intimidar, se era essa

a intenção desse bandido ao destruir

minha loja.

Cazé pega na mão de Camila.

Cazé - E ele não vai conseguir o que

quer, que é me afastar de você!

Camila solta à mão de Cazé.

Camila - (triste, decidida) Não vou

permitir que você coloque sua vida

em risco por mim, Cazé. Se ele fez

isso com sua loja, nem quero

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imaginar o que ele pode fazer com

você!

Camila vai embora. Cazé olha confuso pra Lupe e depois

vai atrás dela, que já atravessou a rua e segue em

direção ao seu prédio. Cazé lhe alcança e segura seu

braço, virando-a pra si.

Cazé - Tá querendo dizer o que com isso?

Que vai terminar comigo?

Camila - É melhor nos afastar, Cazé. Pro

seu bem.

Cazé - Meu bem é estar com você, ter você

do meu lado, Camila. Não quero te

perder e não vou te perder. Já te

disse que não tenho medo desse

bandido!

Camila - (receosa) Meu medo é que ele faça

algo pior, Cazé.

Cazé - Vamos denunciá-lo pra polícia.

Esse desgraçado não pode ficar

impune assim.

Camila abraça Cazé, com olhar assustada. Cazé lhe

conforta.

Corta para:

CENA 03. CASA VIRGÍNIA. COZINHA. INT. DIA

Virgínia e Joana tomam café. Mesa posta com bolo,

biscoito, pão.

Joana - Que coisa horrível o que aconteceu

com a loja do Cazé.

Virgínia - Essa cidade anda cada vez mais

violenta.

Joana - Não quero ser fuxiqueira, longe de

mim, mas estão comentando que quem

colocou fogo na loja dele, foi algum

caso que a Camila teve e que não se

conformou de vê-la com o Cazé.

Virgínia - Eu não duvido de nada, viu. Nunca

vi com bons olhos a vida que essa

menina escolheu levar.

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Joana - Tenho pena é do Cazé, que vai

ficar com esse prejuízo.

Virgínia levanta e coloca sua xícara e prato na pia.

Fica apoiada na bancada, distante. Joana percebe

Virgínia preocupada.

Joana - Que foi, Virgínia? Tô te achando

preocupada desde que cheguei.

Aconteceu alguma coisa?

Virgínia desabafa.

Virgínia - Quando não é uma filha é outra que

faz aumentar meus fios brancos...

Joana - O que foi que a Cínara aprontou?

Virgínia - Dessa vez foi a Amanda quem tirou

minha noite de sono.

Joana - (estranha) Amanda? Mas ela nunca

te deu trabalho.

Virgínia - Descobri que o rapaz com quem ela

está saindo, usa droga!

Joana - (surpresa) O tal jogador?

Virgínia - Sim. O Marcos, que foi paciente

dela.

Joana - (chocada) Que coisa horrível!

Virgínia - Estou tão preocupada, Joana. Meu

medo é que a Amanda sofra por amor

novamente. Minha filha é muito

ingênua, se entrega rápido e fácil

quando se envolve.

Joana - Se mãe pudesse protegia os filhos

de todo e qualquer risco, não é?!

Virgínia - Nenhuma mãe quer que seu filho

sofra.

Joana - O problema é se ela tiver se

apaixonado. Aí complicou!

Virgínia - Estou com meu coração apertado.

Virgínia angustiada.

Corta para:

CENA 04. MOTEL. QUARTO. INT. DIA

Marcos observa Amanda dormindo. Instantes; Amanda

acorda, preguiçosa.

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Marcos - Bom dia!

Amanda - (sem graça) Estava muito tempo me

olhando dormir.

Marcos - É tão linda. Só que você ronca.

Amanda - (reage) Eu ronco?

Marcos - (rindo) Tô brincando. Você estava

era sorrindo... Tava tendo um sonho

bom?

Amanda - Estou feliz. Sonhos traduzem nosso

estado de espírito, não sabia?

Marcos - Foi uma noite maravilhosa.

Amanda - Pena que a realidade nos chama.

(pegando seu celular) Que horas são?

(vendo as horas, assusta) Nossa,

preciso ir.

Marcos - Está tão gostando nos dois juntos.

Amanda - Não tem treino?

Marcos - Mais tarde.

Amanda - Tenho um paciente daqui a pouco.

Amanda se enrola no lençol e senta na cama,

preparando-se pra levantar.

Marcos - Não vai me dar nenhum beijo? Não

estou merecendo?

Amanda dá um selinho em Marcos e quando vai levantar,

ele lhe puxa de volta pra cama, já lhe beijando e os

dois se envolvem.

Corta para:

CENA 05. AP. DORA. SALA JANTAR. INT. DIA

Dora toma café; Nancy coloca o jornal na mesa.

Nancy - O Lucas ainda não acordou?

Dora - Tá dormindo tão profundamente, que

nem mexi com ele.

Nancy - (maliciosa, rindo) A noite foi

boa, hem?

Dora - Que homem, Nancy. Que homem!

As duas riem.

Corta para:

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CENA 06. QUARTO DORA. INT. DIA

Lucas dorme. Está apenas de cueca e descoberto. Sílvia

bate na porta e abre. Fica surpresa ao ver Lucas e não

consegue deixar de reparar nele, em seu corpo, que CAM

detalha.

Sílvia - Até que não é de se jogar fora.

Pena que deve feder a peixe.

Lucas acorda de rompante e leva o maior susto ao ver

Sílvia.

Lucas - (sem jeito, surpreso) Sílvia?

Sílvia - Achei que minha irmã estava aqui.

Lucas percebe que está apenas de cueca e se cobre com

um lençol, constrangido.

Sílvia - Não precisa ficar desse jeito, que

não vi nada de mais.

Lucas constrangido. Sílvia achando graça da situação.

Corta para:

CENA 07. AP. DORA. CORREDOR. INT. DIA

Lucas saí do quarto, agora vestido. Sílvia o espera.

Sílvia - Desculpa, Lucas. Não queria ter te

deixado constrangido, envergonhado.

Lucas - Tudo bem. Deixa pra lá.

Sílvia - Queria aproveitar o ensejo, pra te

perguntar se você pensou em alguma

coisa pro aniversário da Dora.

Lucas - Ela não quer festa.

Sílvia - Já imaginava. Dora nunca gostou de

festas de aniversário. Teve uma vez,

numa festinha de aniversário

surpresa que meus pais armaram, que

ela saiu correndo, desesperada, como

se tivesse visto o diabo em pessoa.

Lucas - Fiquei sabendo desse episódio.

Talvez será um jantar, algo

simples...

Sílvia - Como eu achei que você poderia

estar sem idéia do que fazer, e que

desconhecesse o fato dela não gostar

de festa surpresa, pensei que você

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poderia levá-la pra um romântico

passeio de barco. O que você acha?

Lucas fica pensativo.

Corta para:

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1° INTERVALO COMERCIAL

CENA 08. AP. DORA. CORREDOR. INT. DIA

Continuação imediata. Lucas e Sílvia.

Lucas - Não tinha pensando nisso...

Sílvia - Romântica igual à Dora é, vai

ficar ainda mais apaixonada.

Lucas se anima com a idéia.

Lucas - É uma idéia bem interessante. Ela

adorou quando eu a levei pra dar um

passeio de barco.

Sílvia - Pois então. (falsa) Quero ver

minha irmã feliz, Lucas, e você a

faz feliz.

Lucas - Obrigado pela dica.

Sílvia vai embora, deixando Lucas ali.

Lucas - Como a gente se surpreende com as

pessoas...

Corta para:

CENA 09. MANSÃO RAUL. EXTERIOR. DIA

Corta para:

CENA 10. MANSÃO. QUARTO GUSTAVO. INT. DIA

Carolina abre a porta. Não gosta nada, nada ao ver a

cama arrumada, se dá conta de que Gustavo não dormiu

em casa. Fica séria.

Corta para:

CENA 11. MANSÃO. QUARTO RAUL. INT. DIA

Raul terminando de se arrumar pro trabalho. Carolina

entra, contrariada.

Carolina - Gustavo não dormiu em casa.

Raul - Deve ter dormido na casa da Inês.

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Carolina - Não estou gostando nada dessa

súbita aproximação.

Raul - (crítico) Você vê problema em tudo

do que foge do que está ao seu

controle, Carolina.

Carolina - (reage) Críticas logo pela manhã

não, Raul...

Carolina saí brava do quarto. Raul acha graça.

Corta para:

CENA 12. AP. INÊS. SALA. INT. DIA

Inês vem da cozinha com uma xícara de café e fica

observando Gustavo dormir no sofá da sala por alguns

segundos. Aproxima-se e abaixa perto dele.

Inês - Bom dia!

Gustavo vai acordando aos poucos, sonolento.

Gustavo - Bom dia.

Inês lhe entrega a xícara de café.

Inês - Espero que goste do meu café

forte.

Gustavo toma um gole do café.

Gustavo - Nada do que como um bom café

brasileiro pra começar bem o dia.

Inês - Como passou a noite? Aposto que

mal, né? Dormindo nesse sofá.

Gustavo - (debochando) Olha, que ele é bem

confortável, viu!

Inês - Ficamos conversando até tarde, que

não poderia deixar você ir, mesmo

estando de carro. Essa cidade está

tão violenta...

Gustavo - Conversamos com tanta intimidada,

com tanta liberdade, que parece que

nos conhecemos há séculos.

Inês - Um cunhado, que virou um grande

amigo.

Gustavo - E um advogado, que vai defender

sua causa, caso minha mãe decida

levar essa história a diante.

Corta para:

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CENA 13. MANSÃO. ESCRITÓRIO. INT. DIA

Luíza e Carolina conversam.

Carolina - Aqui vamos ficar mais a vontades

pra conversarmos.

Luíza - É sobre a suspeita do Raul estar

te traindo?

Carolina - Nem fui atrás disso... Meu foco

agora é outro: (firme) quero ter a

guarda do Eduardo e preciso da sua

ajuda, Luíza.

Luíza - (surpresa) Tá querendo tirar o

Eduardo dá Inês?

Carolina - Isso mesmo!

Luíza fica surpresa, chocada.

Carolina - Todos estão vendo isso com olhares

críticas, de reprovação, mas você

acha que estou errada em querer

criar meu neto, agora que minha

filha se foi?

Luíza - Não, Carolina. Mas.../

Carolina - (corta, comemorando) Aleluia!

Finalmente alguém pra me dar razão.

Luíza - A questão é que a Inês também é

mãe do Eduardo. Tanto a Lívia,

quanto ela, doaram material pra

inseminação, que foi misturado

justamente pra que não se saiba quem

é a mãe biologicamente falando.

Carolina - Mas foi minha filha quem gerou,

quem dá a luz.

Luíza - Isso não dá um embasamento muito

forte pra se tentar retira o Eduardo

dá Inês.

Carolina - Eu preciso pelo menos tentar,

Luíza. Não desisto fácil do que eu

quero, antes de ir até o fim, até as

últimas conseqüências. Só preciso

que você aceite esse caso.

Luíza pensa um pouco, friamente.

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Luíza - Mesmo estando desconfortável com

essa situação, aceito por nossa

amizade, Carolina.

Carolina pega na mão de Luíza, agradecida, feliz.

Carolina - Sabia que podia contar com você,

minha amiga.

Corta para:

CENA 14. ANGRA. GERAIS. EXTERIOR. DIA

Corta para:

CENA 15. QUARTO SUELEN. INT. DIA

Suelen está se arrumando pra sair.

Suelen - Se o Raul não tem uma bomba nas

mãos e não ai detoná-la, eu mesmo

faço isso. Alias, era o que eu já

devia ter feito há muito tempo.

(achando graça) Só quero ver a cara

da Dora quando souber da ligação de

Lucas com a morte da filha dela.

Corta para:

CENA 16. CASA CHICO. INT. DIA

Suelen vem do quarto. Chico, com a mão na barriga,

segurando um jornal, mostrando incomodo, vem do

banheiro.

Suelen - Que cara é essa, pai?

Chico - Tô com uma dor de barriga, filha.

Suelen - Deve ser o pudim que o senhor

comeu quase todo. Come banana,

farinha, que ajuda a segurar o

intestino.

Suelen saí. Chico sente vontade de ir ao banheiro

novamente e corre pra lá, bem cômico.

Corta para:

CENA 17. QUARTO THÉO. INT. DIA

Théo na cama, segurando sua bola; Ricardo e Nancy

perto dele.

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Théo - Já não agüentava mais aquele

hospital. Tava com saudade do meu

quarto.

Ricardo - Vamos continuar cuidando de você

agora aqui em casa. Não é, Nancy?

Nancy - Claro.

Théo - Quero estrear minha bola nova.

Ricardo - Você tem que ficar mais forte,

filho. Te prometo que quando você

tiver melhor, recuperado, vamos na

quadra lá da praça e estreamos sua

bola nova.

Théo - (animado) Sério, pai?

Ricardo - E te levo no Maracanã também.

Combinado?

Théo - Combinado!

Ricardo e Théo batem as mãos, acertando o combinado

deles e se abraçam.

Nancy - Estou fazendo aquele macarrão à

bolonhesa que você adora.

Théo - Com muito queijo.

Ricardo e Nancy riem.

Corta para:

CENA 18. JOALHERIA. EXT. DIA

Corta para:

CENA 19. JOALHERIA. SALA DORA. INT. DIA

Dora está sentada em sua mesa, lendo a carta anônima

que recebeu. Ficou impressionada. Sílvia bate na porta

e vai entrando, carrega uma sacola de presente. Dora

guarda a carta e pega uns papeis em cima da mesa, como

se tivesse lendo-os.

Sílvia - Atrapalho?

Dora - Não. Tava aqui lendo uns

relatórios... Quer alguma coisa?

Sílvia - Te entregar seu presente. É

amanhã, mas já vou me adiantar.

Sílvia estende a sacola pra Dora.

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Sílvia - Espero que eu tenha acertado no

tamanho.

Dora - Não precisava, Sílvia.

Dora abre a sacola e retira de lá uma blusa muito

bonita.

Sílvia - Olhei pra essa blusa e falei: é a

cara da Dora. Simples e elegante.

Dora - Gostei muito, de verdade.

Obrigada.

Sílvia - Posso te dar um abraço? Nossa

relação anda tão estremecida de uns

tempos pra cé. Nem parece mais que

somos irmãs...

Dora levanta, Sílvia se aproxima mais e elas se

abraçam. Instantes. Sílvia falsa, dissimulada.

Sílvia - Já pensou no que você e o Lucas

vão fazer amanhã? Aposto que algo

bem romântico, acertei?

Dora - Um jantar em alto mar, no barco

dele.

Sílvia fica satisfeita, sem deixar transparecer muito.

Sílvia - Você tirou a sorte grande com esse

homem, minha irmã. Romântico à moda

antiga.

Dora - Estou muito apaixonada! Minha vida

parece que agora entrou nos eixos. E

torço muito pra que sua também

entre, minha irmã. Que você encontre

sua felicidade, como encontrei a

minha.

Corta para:

CENA 20. RUA SIMPLES. GALPÃO. EXTERIOR. DIA

Leonel perto do seu carro, falando no celular:

Leonel - (cel.) Já paguei o material. Está

comigo.

Corta para:

CENA 21. JOALHERIA. SALA SÍLVIA. INT. DIA

Sílvia no celular. Intercalar com cena anterior.

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Sílvia - (cel.) Ótimo. Agora você vai pra

Angra e hoje à noite coloca os

explosivos no barco e deixa no jeito

pra amanhã... Tá bom. Quando chegar

me avisa.

Sílvia desliga.

Sílvia - Espero que dessa surpresa minha

maninha goste. (debochando) Só que

da resposta eu não vou ficar

sabendo, a não ser que eu procure um

centro espírita...

Corta para:

CENA 22. RESTAURANTE INÊS. ESCRITÓRIO. INT. DIA

Inês entra, seguida por Nico.

Inês - Ninguém me procurou?

Nico - Não. É algum fornecedor?

Inês - É uma cozinheira que o Raul

indicou pra trabalhar aqui e mandei

vir falar comigo.

Nico - (estranha) O Raul quem indicou?

Inês - Também estranhei. Mas não podia

negar um pedido do Raul, que ao

contrário da Carolina, sempre me dei

muito bem.

Corta para:

CENA 23. LOJA CAZÉ. INT. DIA

Cazé caminha pela loja destruída, arrasado. Lupe fica

lhe observando. Até que se aproxima dele e com um

gesto tenta lhe confortar.

Lupe - Levanta essa cabeça, Cazé. Vamos

dar um jeito. Estamos nessa juntos!

Cazé - (pra baixo) Que jeito, Lupe? Não

sobrou nada. Tudo destruído.

Lupe - Mas sempre dá pra recomeçar. Você

que é um cara tão pra cima,

positivo, não pode se abalar assim.

Cazé - Ver minha loja, que tanto lutei

pra abrir, desse jeito, me baqueou.

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Lupe - Você e a Camila vão continuar

juntos?

Cazé - Vamos. Juntos seremos mais fortes

pra colocar aquele bandido atrás das

grades.

Corta para:

CENA 24. RIO DE JANEIRO. GERAIS. EXT. TARDE

Planos gerais da cidade. Corta para:

CENA 25. CAMPO FUTEBOL. EXTERIOR. TARDE

Os jogadores treinam. Maurício ao fundo, perto de

outros jogadores. Túlio e Marcos juntos, conversando.

Marcos - Ela é perfeita, meu amigo: gata,

gostosa, bom papo, boa de cama...

Túlio - E tu vai enganar essa mina tão

perfeita assim?

Marcos - Amanda não precisa saber que não

vou parar de usar pó. Minha

felicidade ao lado dela independe

disso.

Túlio - Isso não vai terminar bem. Escuta

o que estou dizendo.

Marcos - Eu sei o que estou fazendo. Deixa

comigo.

Túlio - Depois não vem chorar as pitangas

no meu ombro não, pois te avisar eu

avisei.

Maurício se junta a eles. Clima descontraído.

Maurício - Sentimos sua falta na balada

ontem, Marcos.

Marcos - Tava com uma gata e não ia trocar

a companhia dela pela de dois

marmanjos.

Túlio - Peguei uma mina top de linha,

estilo modelo. Só de lembrar já fico

todo animado... (risos)

Maurício - Túlio está morrendo de ciúmes

dessa sua gata.

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Marcos - (provocando) Esse aqui me ama. Não

consegue viver sem mim...

Túlio - Saí fora! Meu negócio é mulher.

Muita mulher!

Túlio se afasta. Marcos e Maurício ficam rindo.

Maurício vira-se e vê Cínara, carregando Matheus, do

outro lado da grade, onde ela costumava ficar. Close

alternado deles.

Corta para:

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2° INTERVALO COMERCIAL

CENA 26. CAMPO DE FUTEBOL. EXTERIOR. TARDE

Maurício aproxima-se da grade, indo falar com Cínara.

Maurício - O que você está fazendo aqui?

Cínara - Vim matar a saudade dos tempos em

que eu vinha pra cá, ficar aqui na

grade, te olhando, te desejando.

Aproveitei e trouxe o nosso filho.

Maurício olha pra Matheus e sorri. Corta para Marcos e

Túlio.

Marcos - Esses dois, sei não...

Túlio - Essa garota é esperta. Conseguiu

um filho do Maurício e pelo visto

conseguiu fisgá-lo também. Corte

descontínuo para Maurício, já em um

local mais tranqüilo, afastado,

segurando Matheus. Cínara observa.

Maurício - Acho que a cada dia ele está se

parecendo mais comigo.

Cínara - Será que ele herdou de você a

habilidade, o gosto pelo futebol?

Maurício - Ele vai ser o que quiser quando

crescer, seguir sua vocação,

contanto que seja feliz no que faço,

como eu sou.

Cínara - Um dia você vai me perdoar,

Maurício?

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Maurício - Não vamos falar disso, tá bom? Meu

filho me deixa tão feliz, que não

quero me aborrecer.

Maurício fica brincando com Matheus; Marcos e Túlio se

aproximam.

Marcos - Então esse é seu herdeiro?

Maurício - (orgulhoso) Meu filho!

Túlio - (brinca) Tomará que quando crescer

não fique feio igual ao pai. fique

bonito igual a mãe é.

Corta para:

CENA 27. RUA CARIOCA. EXTERIOR. TARDE

Heitor saí do seu carro, segurando sua pasta. Parou,

sem perceber, em frente a uma loja de roupas infantis.

Uma roupa de bebê na vitrine chama sua atenção e ele

aproxima-se e fica ali olhando, mexido. Insert, apenas

áudio, da fala de Luíza, cena 39, do capítulo 52.

Luíza - (voz) Estou grávida, Heitor. Com

sua ajuda eu consegui realizar meu

sonho de finalmente ser mãe.

Heitor resolve entrar na loja.

Corta para:

CENA 28. LOJA DE ROUPA INFANTIL. INT. TARDE

A vendedora mostra pra Heitor a roupinha que ele viu

na vitrine. Heitor pega e fica olhando pra ela,

emocionado. Vendedora percebe.

Vendedora - Primeiro filho?

Heitor olha pra vendedora e fica sem saber o que

dizer.

Corta para:

CENA 29. ESCRITÓRIO HEITOR E LUÍZA. INT. TARDE

Luíza segura à roupinha que Heitor comprou, achando

uma gracinha, toda derretida. Heitor observa,

satisfeito.

Luíza - É linda, Heitor.

Heitor - Comprei amarela, já que você ainda

não sabe o sexo.

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Luíza - Ainda está cedo pra saber. E acho

que não vou querer saber antes, só

na hora do parto. Se for menina ou

menino, vai ser amado do mesmo

jeito.

Heitor - Pode parecer estranho o que vou te

dizer, mas queria experimentar a

sensação de como é comprar um

presente pra um filho.

Luíza - Não tem nada de estranho nisso,

Heitor. Você nunca escondeu sua

vontade de ser pai, assim como eu de

ser mãe.

Heitor - Que bom que gostou.

Luíza - (tocada) Essa daqui vai ser

especial. Meu filho ou filha sairá

da maternidade com ela.

Eles trocam sorrisos. Heitor senta na sua mesa e se

concentra no trabalho. De soslaio, Luíza lhe olha por

uns instantes, mexida pelo presente.

Corta para:

CENA 30. JARDIM BOTÂNICO. EXT. TARDE

Lupe e Nicole caminham pelo corredor de palmeiras.

Conversa a meio.

Nicole - Coitado do Cazé. Ele deve estar

arrasado!

Lupe - Estamos. Aquela loja também era

muito importante pra mim.

Nicole - Claro.

Lupe - E mesmo diante do que aconteceu

ele não vai se afastar da Camila.

Vai correr todos os riscos pra ficar

com ela. Isso que achei bonito,

diante dessa tragédia.

Nicole - Uma grande prova de amor que o

Cazé está dando, capaz de se

arriscar pra não se afastar da

mulher que ama. Tão raro isso hoje

em dia.

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Há um silêncio entre eles.

Lupe - Você está feliz com o Jeferson,

Nicole?

Nicole fica sem jeito, sem saber o que falar.

Nicole - (firme) Não! Como ser feliz ao

lado de um homem que não é seu

verdadeiro amor?! (pra baixo) Mas

enfim, acho que não nasci pra amar.

Nicole abaixa o rosto, triste. Lupe, com um gesto bem

delicado, levanta seu rosto e os dois se olham.

Lupe - Tudo mundo na vida nasceu pra amar

e ser amado. Ser feliz! O que nos

impede disso são os encontros e

desencontros na vida.

Nicole - E passamos justamente por isso: um

encontro inesperado, uma armação que

nos fez desencontrar...

Lupe - Mas que a vida está tratando de

corrigir, proporcionando um

reencontro.

Nicole - Não deixei de pensar em você um

minuto sequer, desde que nos

afastamos, Lupe. Sei que errei de

não ter acreditado em você, ter

ficado do seu lado e queria muito

que você me perdoasse.

Lupe - Vamos esquecer isso, Nicole. O que

aconteceu já ficou no passado.

Nicole - Nossa história também?

Lupe - Pra mim nossa história, tudo o que

vivemos juntos, mesmo que breve, não

morreu, apenas adormeceu, esperando

o momento certo pra acordar. E acho

que esse momento finalmente chegou.

Lupe aproxima-se lentamente seu rosto do rosto de

Nicole, até que seus lábios se encontram e eles se

beijam, entregues ao sentimento que os une. Música

tema toma conta dessa cena bem romântica.

Corta para:

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CENA 31. CONSTRUTORA. SALA JEFERSON. INT. TARDE

Jeferson está na sua mesa, recostado cadeira, olhando

pro anel de noivado.

Jeferson - (determinado) Você vai ser minha

pro resto da vida, Nicole. Nascemos

um pro outro!

Santiago entra.

Santiago - Aquele relatório já está pronto?

Jeferson está distante, longe e não se dá conta nem da

presença e nem do que Santiago fala.

Santiago - (firme) Acorda, Jeferson!

Jeferson volta a si.

Santiago - Tá no mundo da lua?

Jeferson - (pra cima, animado) Estou amando,

Santiago. É isso.

Santiago - Vamos trabalhar de trabalhar, que

amor não enche barriga não.

Jeferson - Tá azedo assim por que, Santiago?

Santiago - É só problema, viu. O investidor

do resort está uma fera por ainda

não termos resolvido a questão do

terreno do Lucas e iniciado o

empreendimento.

Jeferson - Mas também não é pra menos. Essa

situação está se alongando tanto. Tá

na hora do Raul resolver isso de uma

vez por todas.

Santiago - É o que eu também acho. (t) O

relatório está pronto?

Jeferson pega uma pasta e entrega pra Santiago.

Jeferson - Redigido e corrigido!

Santiago - (brinca) O eficiente e apaixonado

Jeferson!

Santiago saí. Jeferson fica ali, satisfeito.

Corta para:

CENA 32. CONSTRUTORA. SALA RAUL. INT. TARDE

Raul e Santiago. Raul nervoso. Conversa a meio.

Raul - (explode) Droga, Santiago! Não

precisa ficar repetindo isso como

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uma vitrola quebrada. Eu sei que se

o investidor desistir do projeto em

Angra vai ser um prejuízo enorme pra

construtora.

Santiago - Você precisa resolver isso o mais

rápido possível, pois além de

desistir, ele pode influenciar

outros investidores, como num jogo

de dominó, onde uma peça derruba a

outra.

Raul - Uma coisa você tem razão: já

deixei essa situação se alongar de

mais.

Santiago - Não acha melhor desistir e

pensarmos num outro jeito pra que

esse resort finalmente saia do

papel?

Raul - E eu sou homem de desistir de

alguma coisa? Se eu tivesse

desistido na primeira dificuldade

que encontrei durante minha

trajetória, não tinha chegado aonde

cheguei.

Santiago - Então? Qual a saída?

Raul - (frio) Matar!

Santiago fica chocado e surpreso.

Santiago - (reage) Vai matar o Lucas?

Raul - Em último caso sim! (t) Mas não

precisa ficar com essa cara

assustada, que antes vou tentar uma

última cartada, que é contar pra

Dora sobre a ligação de Lucas com a

morte da filha dela. Se ele ainda

não tiver contado, vai ser um choque

pra ela. Tenho certeza que depois

disso a Dora não vai pestanejar em

me vender a parte dela majoritária

no restaurante e aí me torno dono do

terreno e adeus problemas, dor de

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cabeça! Viro essa página com os

bolsos cheios.

Santiago fica muito preocupado; Raul triunfante!

Corta para:

CENA 33. ANGRA. PRAIA. EXTERIOR. TARDE

Lucas e Chico conversam, observando o mar.

Chico - Não acha que passou da hora de

contar pra Dora toda a verdade?

Lucas - Passou, Chico. Mas o medo de

perdê-la, depois de tudo o que

passamos, me impede, me bloqueia,

mesmo sabendo que é o que eu tenho

que fazer.

Chico - É melhor que a Dora saiba por

você, do que pela boca dos outros,

Lucas.

Lucas - Minha felicidade só não é completa

por causa disso, de estar omitindo a

ligação do passado que existe entre

nós, pelos nossos filhos e a

tragédia que aconteceu naquela noite

do acidente.

Chico - O destino já tinha cruzado a vida

de vocês, Lucas. Se ela te ama de

verdade vai continuar do seu lado,

sabendo lidar com essa situação

complicada e passando por cima do

que aconteceu, em nome do amor, da

felicidade de vocês.

Lucas - O problema é se ela não continuar

comigo, Chico.

Chico - É uma prova de fogo, meu amigo.

Lucas - Eu a amo tanto e não quero perdê-

la!

Chico - Você vai precisar entender a

reação dela, lhe dar um tempo, até

que ela absorva tudo e decida o que

fazer: se vai continuar com você ou

se vai colocar um ponto final nessa

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história. Você tem que estar

preparando pra ambas as escolhas que

ela possa fazer.

Lucas fica preocupado.

Corta para:

CENA 34. RESTAURANTE. INT. TARDE

Raul e Mafalda almoçam.

Raul - Só em momento do seu lado pra que

eu possa relaxar um pouco diante de

tanto estresse, aborrecimento...

Mafalda - Algum problema?

Raul - Vários. Mas não vamos falar de

problema não. Vamos aproveitar nosso

momento juntos pra falar de coisas

boas.

Raul pega afetuoso na mão de Mafalda.

Raul - Estava com saudades...

Corta para Luíza entrando no restaurante. Um senhor,

com quem Luíza foi se encontrar, faz sinal e Luíza

caminha em direção a mesa. Nesse momento, vê Raul

ainda segurando a mão de Mafalda. Reage. Fica

estarrecida com o que vê. Momento.

Corta para:

CENA 35. RUA CARIOCA. EXT. TARDE

Suelen desce do ônibus e caminha tranqüila pela rua.

Sons de sirenes da polícia e de tiros lhe assusta. Um

carro, em alta velocidade, vem pela rua. Um bandido na

janela do carro atira em direção a duas viaturas dos

polícias que vem logo atrás. Correria das pessoas,

comerciantes fechando as lojas, carros fugindo. Suelen

fica no meio de tudo isso. A troca de tiros se

intensifica. Os bandidos descem do carro e continuam

atirando. Um polícia acerta um deles. Suelen se

esconde atrás de uma árvore, desesperada. O outro

bandido, vendo seu parceiro ferido, reage e dispara

mais vezes em direção aos polícias e uma dessas balas

atinge Suelen na barriga. Desse momento, corta para:

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FIM DO CAPÍTULO

novela destatic.recantodasletras.com.br/arquivos/6156835.pdf · 2017-10-29 · mesa posta com bolo,...

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