novas tecnologias em tubulações na exploração do pré – sal brasileiro

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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO CURSOS SUPERIORES DE GESTÃO TECNOLÓGICA GESTÃO EM PETRÓLEO E GÁS Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro Carlos Rodrigo Faria de Assis RA A64591 – 8 Cleimis Aline Torres Guilherme RA A26HGB – 0 Hugo Alexandro Souza RA A69339 – 4 Isabella Domingues RA A51219 – 5 Junior Campos Ozono RA A697DJ – 0 Lenilso Francisco da Silva RA A684HJ – 5

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Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

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Page 1: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

UNIVERSIDADE PAULISTA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO

CURSOS SUPERIORES DE GESTÃO TECNOLÓGICA

GESTÃO EM PETRÓLEO E GÁS

Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal

Brasileiro

Carlos Rodrigo Faria de Assis RA A64591 – 8

Cleimis Aline Torres Guilherme RA A26HGB – 0

Hugo Alexandro Souza RA A69339 – 4

Isabella Domingues RA A51219 – 5

Junior Campos Ozono RA A697DJ – 0

Lenilso Francisco da Silva RA A684HJ – 5

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

MAIO DE 2011

Page 2: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

UNIVERSIDADE PAULISTA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO

CURSOS SUPERIORES DE GESTÃO TECNOLÓGICA

GESTÃO EM PETRÓLEO E GÁS

Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal

Brasileiro

Carlos Rodrigo Faria de Assis RA: A64591 – 8

Cleimis Aline Torres Guilherme RA: A26HGB – 0

Hugo Alexandro Souza RA: A69339 – 4

Isabella Domingues RA A51219 – 5

Junior Campos Ozono RA: A697DJ – 0

Lenilso Francisco da Silva RA: A684HJ – 5

TRABALHO APRESENTADO COMO REQUISITO DE APROVAÇÃO NAS DISCIPLINAS FÍSICA DO PETRÓLEO, AUTOMAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO, EQUIPAMENTOS E TUBULAÇÕES, GRPL, QUÍMICA DO PETRÓLEO E ESTATÍSTICA APLICADA, NO TERCEIRO SEMESTRE DO CURSO SUPERIOR TECNOLÓGICO DE GESTÃO EM PETRÓLEO E GÁS, NA UNIVERSIDADE PAULISTA.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

MAIO DE 2011

Page 3: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

Carlos Rodrigo Faria de Assis RA: A64591 – 8

Cleimis Aline Torres Guilherme RA: A26HGB – 0

Hugo Alexandro Souza RA: A69339 – 4

Isabella Domingues RA A51219 – 5

Junior Campos Ozono RA: A697DJ – 0

Lenilso Francisco da Silva RA: A684HJ – 5

Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

UNIVERSIDADE PAULISTAINSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃOCURSOS SUPERIORES DE GESTÃO TECNOLÓGICA

TECNOLOGIA EM PETRÓLEO E GÁS

Data de aprovação:_____de________________de 2011____________________________________________

Prof. Dr. Paulo R. M. SilvaOrientador do PIM III

Page 4: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

I

Resumo

O objetivo deste trabalho é retratar um tema muito importante ao futuro do

Brasil, que são as novas tecnologias em tubulações na exploração do pré-sal

brasileiro.

O desenvolvimento acontece desde a camada pré-sal até os processos do

uso das novas tecnologias. Foram apresentadas as definições, métodos, pontos

positivos e negativos, e perspectivas futuras que envolvem a necessidade da

existência das tecnologias em tubulações

As pesquisas foram feitas baseadas em um acontecimento recente, porém

muito importante para o crescimento do Brasil, que incluem como um conjunto,

assuntos como o pré-sal, tubos e tubulações, novas tecnologias em tubulações na

exploração do pré-sal brasileiro, novas tecnologias no processo de separação de

óleo, gás e água, além de outras.

Apresentando desafios existentes para sua exploração, conjunto de

tubulações, classificações, materiais, grau de segurança, resistência ao escoamento

e também os esforços que atualmente visam, pelo menos, diminuir o tamanho das

plataformas e, portanto, os custos por meio do desenvolvimento de sistemas mais

compactos.

O desenvolvimento de novas tecnologias ainda está em andamento, devido

aos desafios existentes para a exploração do pré-sal, já do ponto de vista

econômico, dutos cada vez mais qualificados vem crescendo junto ao

desenvolvimento de novas tecnologias que visam promover um contínuo

desenvolvimento de tubulações para o pré-sal brasileiro.

A importância das tubulações na indústria é enorme. Todas as indústrias

possuem redes de tubulações de maior ou menor importância, e quase todas as

redes são essenciais ao funcionamento da indústria.

Visamos principalmente proporcionar uma compreensão mais aprofundada

dos conteúdos estudados no semestre, dando uma nova visão critica sobre um

assunto tão inovador.

Page 5: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

II

Abstract

Our work is designed to portray a very important issue for the future of Brazil,

which are the new technologies in the pipeline operation of the pre-salt area.

The development happens from the pre-salt layer to the process of using new

technologies. Was presented the definitions, methods, strengths and weaknesses,

and future prospects that involve the necessity of the existence of technologies in

pipeline

The surveys were based on a recent event, but very important for the growth

of Brazil, including as a whole, such matters as the pre-salt, tubes and pipes, pipes in

new technologies in the exploration of Brazilian pre-salt, new technologies in the

process of separation of oil, gas and water, and others.

Presenting challenges to their existing operation, a set of pipes, ratings,

materials, degree of security, the yield strength and also the efforts currently are

aimed, at least, reduce the size of the platforms, and therefore the costs through the

development of systems more compact.

The development of new technologies is still in progress, due to existing

challenges to the operation of the pre-salt, since the economic standpoint,

increasingly qualified products has been growing along with the development of new

technologies that promote a continuous development of pipeline for the pre-salt area.

The importance of pipes in the industry is huge. All industries have pipelines of

varying importance, and almost all networks are essential to the functioning of the

industry.

We aim mainly to provide a deeper understanding of the contents studied in

the semester, giving a new critical view on a subject so innovative.

Page 6: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

III

Lista de figuras

Figura 1 – Camadas do pré-sal...........................................................................1

Figura 2 – Localização geográfica da área do pré-sal........................................2

Figura 3 – Conjunto de tubulações......................................................................4

Figura 4 – Tubulações na indústria de processo.................................................5

Figura 5 – Classificação das tubulações industriais............................................6

Figura 6 – Conjunto de tubulações em uma indústria química............................7

Figura 7 – Tubulação de água para combate a incêndio....................................8

Figura 8 – Tubulações externas..........................................................................9

Figura 9 – Ilustração de utilização de risers/ dutos flexíveis...............................12

Figura 10 – Flowlines, dutos que transportam o óleo desde a saída do poço

até a conexão com os risers................................................................................13

Figura 11 – Trações internas do risers................................................................14

Figura 12 – Imagem do interior dos risers, suas camadas de trações e suas

blindagens...........................................................................................................15

Figura 13 – Corrosão típica em risers.................................................................16

Figura 14 – Escala reduzida das três camadas do duto sanduíche....................17

Figura 15 – Foto do duto sanduíche formado de duas camadas de aço com

um material polimérico ao meio...........................................................................19

Figura 16 – Válvula ciclônica...............................................................................20

Page 7: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

IV

Sumário

Resumo............................................................................................................... I

Abstract............................................................................................................... II

Lista de figuras.................................................................................................... III

Sumário............................................................................................................... IV e V

Introdução...........................................................................................................VI e VII

1.0 – O que é o pré-sal brasileiro?......................................................................1

1.1 – Localização geográfica...............................................................................1

1.2 – Quantidade de barris nele aprisionado.......................................................2

1.3 – Tipo de óleo nele contido...........................................................................3

1.4 – Desafios existentes para sua exploração...................................................3

2.0 – Tubos e tubulações....................................................................................4

2.1 – Classificação das tubulações.....................................................................6

2.2 – Tubulações de processo............................................................................6

2.3 – Tubulações de utilidades............................................................................7

2.4 – Tubulações para instrumentação...............................................................8

2.5 – Tubulações de drenagem...........................................................................8

3.0 – Tubulações fora das instalações industriais...............................................8

3.1 – Tipos de tubulações...................................................................................9

4.0 – Revestimentos internos para tubos de aço................................................11

Page 8: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

V

5.0 - Novas tecnologias em tubulações na exploração do pré-sal brasileiro.......12

5.1 - Risers/ dutos flexíveis.................................................................................14

5.2 – Duto sanduíche..........................................................................................17

6.0 - Novas tecnologias no processo de separação de óleo, gás e água...........19

Conclusão...........................................................................................................VIII

Referências bibliográficas................................................................................... IX

Page 9: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

VI

Introdução

Este trabalho tem por finalidade informar sobre a E&P (Exploração e

produção) de petróleo em águas profundas na camada pré-sal situada na plataforma

continental brasileira.

Sem sombra de dúvidas, o maior problema enfrentado por empresas que

almejam explorar petróleo na camada pré-sal, está relacionado ao desenvolvimento

de tecnologias capazes de explorar hidrocarbonetos em profundidades além das já

alcançadas.

Com a E&P de petróleo nessa camada, o resultado poderá levar o Brasil às

primeiras posições no ranking dos países produtores.

Contudo, a exploração nessa profundidade exige a obtenção de novas

tecnologias em dutos, sondas e outros materiais necessários à exploração, que

resistam a altas temperaturas, altas pressões, gases corrosivos e também a camada

pré-sal.

Assim, para que se tenha a máxima segurança possível e, se minimize os

riscos de acidentes que possam causar desastres ambientais, o Brasil com a própria

tecnologia e com a parceria de outros países desenvolve novos métodos e

equipamentos necessários para que a E&P no pré-sal ocorra de maneira eficiente e

segura.

No capítulo 1, abordaremos de forma concisa assuntos relacionados ao pré-

sal brasileiro como introdução ao trabalho desenvolvido, tais como: o quê é,

localização geográfica, quantidade de barris de óleo nele aprisionado, tipo de óleo

nele contido e os desafios existentes para sua exploração. No capítulo 2 é a vez de

explicarmos sob um ponto de vista geral assuntos relacionados a tubos e

tubulações, classificação das tubulações, tubulações de processo, tubulações de

utilidades, tubulações para instrumentação e tubulações de drenagem. Em seguida,

Page 10: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

VII

no capítulo 3, exemplificaremos sobre as tubulações fora das instalações industriais

e tipos de tubulações fabricadas com materiais metálicos ferrosos, materiais

metálicos não ferrosos, materiais não metálicos feitos com matéria plástica e outros

tipos de materiais não metálicos. Logo após, no capítulo 4, teremos uma visão geral

sobre os revestimentos internos para tubos de aço, e entraremos no capítulo 5

comentando sobre as novas tecnologias em tubulações na exploração do pré-sal

brasileiro, dando ênfase aos risers, os quais são dutos flexíveis que conectam o

poço a plataforma, e também ao duto sanduíche, que é tendência de tecnologia

quando falamos em E&P no pré-sal.

Page 11: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

VIII

Page 12: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

1

1.0 – O que é o pré-sal brasileiro?

O termo pré-sal refere-se a um conjunto de rochas localizadas nas porções

marinhas de grande parte do litoral brasileiro, com potencial para geração e acúmulo

de petróleo. Convencionou-se chamar de pré-sal porque forma um intervalo de

rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal, que em certas

áreas da costa atinge espessuras de até 2.000 metros. O termo pré é utilizado

porque, ao longo do tempo, essas rochas foram sendo depositadas antes da

camada de sal. A profundidade total dessas rochas, que é a distância entre a

superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal, pode

chegar a mais de 7 mil metros como ilustra a figura 1 a seguir:

Figura 1 - Camadas do pré-sal

1.1 – Localização geográfica

O pré-sal brasileiro se encontra sob uma camada de sal situada a alguns

quilômetros abaixo do leito do mar, e acredita-se que a camada do pré-sal, formada

há 150 milhões de anos, possui grandes reservatórios de óleo leve. De acordo com

os resultados obtidos através de perfurações de poços, as rochas do pré-sal se

estendem por 800 quilômetros do litoral brasileiro desde Santa Catarina até o

Espírito Santo, e chegam a atingir até 200 quilômetros de largura, como ilustra a

figura 2 a seguir:

Page 13: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

2

Figura 2 - Localização geográfica da área do pré-sal

1.2 – Quantidade de barris nele aprisionado

Estima-se que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6

trilhões de metros cúbicos de gás e óleo. O número supera em mais de cinco vezes

as reservas atuais no país. Só no campo de Tupi (porção fluminense da Bacia de

Santos), haveria cerca de 10 bilhões de barris de petróleo, o suficiente para elevar

as reservas de petróleo e gás da Petrobras, por exemplo, em até 60%.

Page 14: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

3

1.3 – Tipo de óleo nele contido

Os primeiros resultados apontam para volumes muito expressivos. Para se ter

uma ideia, só a acumulação de Tupi, na Bacia de Santos, tem volumes recuperáveis

estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente (óleo mais gás). Já o

poço de Guará, também na Bacia de Santos, tem volumes de 1,1 a 2 bilhões de

barris de petróleo leve e gás natural, com densidade em torno de 30° API.

As maiores descobertas de petróleo, no Brasil, foram feitas recentemente pela

Petrobras na camada pré-sal localizada entre os estados de Santa Catarina e

Espírito Santo, onde se encontrou grandes volumes de óleo leve. Na Bacia de

Santos, por exemplo, o óleo já identificado no pré-sal tem uma densidade de 28,5°

API, baixa acidez e baixo teor de enxofre. São características de um petróleo de alta

qualidade e maior valor de mercado.

1.4 – Desafios existentes para sua exploração

A grande polêmica está justamente nas tecnologias que será necessária para

a extração. O Brasil ainda não dispõe de alguns recursos necessários para retirar o

óleo de camadas tão profundas e também terá que alugar ou comprar tecnologia de

outros países. O Campo de Tupi, por exemplo, se encontra a 300 quilômetros do

litoral, a uma profundidade de 7.000 metros e sob 2.000 metros de sal. Entretanto,

grandes empresas estão direcionando parte de seus esforços para a pesquisa e o

desenvolvimento tecnológico que garantirão nos próximos anos a produção dessa

nova fronteira exploratória.

A Petrobras, por exemplo, possui o Programa Tecnológico para o

Desenvolvimento da Produção dos Reservatórios Pré-Sal (Prosal), a exemplo dos

bem sucedidos programas desenvolvidos pelo seu Centro de Pesquisas (Cenpes),

como o Procap, que viabilizou a produção em águas profundas. Além de

desenvolver tecnologia própria, a empresa trabalha em sintonia com a rede de

universidades que contribuem para a formação de um sólido portfólio tecnológico

nacional. O Cenpes já concluiu a modelagem integrada em 3D das bacias de Santos

e Campos, que será fundamental na exploração das novas descobertas.

Page 15: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

4

2.0 – Tubos e Tubulações

Tubos são condutos fechados, destinados principalmente ao transporte de

fluidos. Todos os tubos são de seção circular, apresentando-se como cilindros ocos.

A grande maioria dos tubos funciona como condutos forçados, isto é, sem

superfície livre, como o fluido tomando toda área da seção transversal. Fazem

exceções apenas as tubulações de esgoto, e às vezes as de água que trabalham

como superfície livre. Chama-se de tubulação um conjunto de tubos e de seus

diversos acessórios.

A necessidade da existência das tubulações decorre principalmente do fato de

um ponto de geração ou de armazenagem dos fluidos estarem, em geral, distante de

seu ponto de utilização.

Usam-se tubulações para o transporte de todos os materiais capazes de

escoar, isto é, todos os fluidos conhecidos, líquidos ou gasosos, assim como

materiais pastosos e fluidos com sólidos em suspensão, todos em faixa de variação

de pressões e temperaturas usuais nas indústrias.

As tubulações industriais são utilizadas em indústria de processamento,

química, petroquímicas, refinarias de petróleo, alimentícias e farmacêuticas, para

transportar fluidos de uma entrada (bomba), para uma saída (reservatório), como

ilustra a figura 3 a seguir:

Figura 3 - Conjunto de Tubulações

Page 16: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

5

A importância das tubulações na indústria é enorme. Todas as indústrias têm

redes de tubulações de maior ou menor importância, e quase todas as redes são

essenciais ao funcionamento da indústria. A importância é ainda maior nas

chamadas indústrias de processo, nas quais as tubulações são os elementos físicos

de ligação entre os equipamentos (vasos de pressão, reatores, tanques, bombas,

trocadores de calor etc.), por onde circulam os fluIdos de processos e de utilidades,

como ilustra a figura 4 a seguir:

Figura 4 - Tubulações na indústria de processo

Nessas indústrias, o valor das tubulações representa em média 20 a 25% do

custo total da instalação industrial. A montagem das tubulações atinge em média 45

a 50% do custo total da montagem de todos os equipamentos, e o projeto das

tubulações vale em média, 20% do custo total do projeto da indústria.

As tubulações industriais podem se dividir em 2 classes distintas: tubulações

dentre das instalações industriais e tubulações fora das instalações industriais.

As tubulações dentre das instalações industriais abrangem tubulações de processo,

utilidades, instrumentação, transmissão hidráulica e de drenagem. As tubulações

fora das instalações industriais abrangem tubulações de transporte (adução,

transporte e drenagem) e tubulações de distribuição (distribuição e coleta).

Page 17: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

6

2.1 – Classificação das tubulações

Existe uma imensa de variedade de casos de empregos de tubulações na

indústria. Sem pretender dar uma classificação que abranja todos os casos, na

figura 5 podemos classificar as tubulações industriais nas seguintes classes de

emprego:

Figura 5 - Classificação das tubulações industriais

Tubulações dentro das instalações industriais são tubulações que se

localizam no interior das áreas de trabalho ou de processamento de fluidos que são

as tubulações em unidades de processo.

2.2 – Tubulações de processo

Chamam-se as tubulações de processo as tubulações dos fluidos que

constituem a finalidade básica da indústria, nas indústrias cuja atividade principal é o

processamento, a armazenagem ou a distribuição de fluidos tais são, por exemplo,

as tubulações de óleo nas refinarias, terminais e instalações de armazenagem ou

distribuição de produtos de petróleo, tubulações de vapor em centrais termoelétricas

e tubulações de produtos químicos em indústrias químicas, como ilustra a figura 6 a

seguir:

Page 18: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

7

Figura 6 - Conjunto de tubulações em uma indústria química

2.3 – Tubulações de utilidades

As tubulações de utilidades são as tubulações de fluidos auxiliares nas

indústrias cuja atividade principal é o processamento, armazenagem ou a

distribuição de fluidos. As tubulações de utilidades podem servir não só ao

funcionamento da indústria propriamente dita (sistemas de refrigeração,

aquecimento, vapor para acondicionamento de maquinas, etc.), como também

outras finalidades normais ou eventuais, tais como manutenção, limpeza e combate

a incêndio, como ilustra a figura 7 a seguir:

Page 19: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

8

Figura 7 - Tubulação de distribuição de água para combate a incêndio

2.4 – Tubulações para instrumentação

Tubulações de instrumentação são as tubulações para a transmissão de

sinais de ar comprimido para válvulas de controle e instrumentos automáticos. As

tubulações de instrumentação não são destinadas ao transporte de fluidos.

As tubulações de transmissão hidráulica, que também não se destinam ao

transporte de fluidos, são as tubulações de líquidos sobre pressão para os

comandos hidráulicos.

2.5 – Tubulações de drenagem

As tubulações de drenagem são as redes encarregadas de coletar e conduzir

ao destino conveniente os diversos efluentes fluidos de uma instalação industrial.

3.0 – Tubulações fora das instalações industriais

Tubulações externas, isto é, as linhas fora das áreas de processo, que são as

tubulações em áreas de processos e armazenagem de fluidos, e tubulações de

interligação em áreas de processo e armazenagem, como ilustra a figura 8 a seguir,

mostrando na parte inferior da imagem as tubulações interligando os reservatórios

de produto acabado.

Page 20: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

9

Figura 8 - Tubulações externas

3.1 – Tipos de tubulações

A ASTM (American Society for Testing and Materials), órgão americano

responsável pela normatização e padronização de materiais para diversas áreas da

indústria, especifica mais de 500 tipos de materiais utilizadas na fabricação de

tubulações industriais. Dentre os diversos materiais catalogados pela ASTM,

destacamos os mais utilizados na fabricação dos tubos: tubos metálicos (ferrosos e

não ferrosos), tubos não metálicos, e tubos de aço com revestimento interno. Logo

abaixo veremos alguns exemplos de materiais:

Tubos metálicos ferrosos

Entre todos os tubos metálicos ferrosos existentes, o mais importante para a

indústria do petróleo é o de aço-carbono, o qual apresenta menor relação custo/

resistência mecânica, além de ser um material fácil de soldar e de contornar, é

também fácil de ser encontrado no comércio. Por todos esses motivos, o aço-

carbono é chamado “material de uso geral” em tubulações industriais, isto é, só

deixa de empregar o aço-carbono quando há alguma circunstância especial que o

proíba, desta forma todos os outros materiais são utilizados apenas em alguns

Page 21: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

10

casos de exceção. Em uma refinaria de petróleo, mais de 90% das tubulações é

feita de aço-carbono.

Emprega-se o aço-carbono para tubulações de água doce, vapor de baixa

pressão, condensado, ar comprimido, óleos, gases e muitos outros fluidos pouco

corrosivos.

As propriedades do aço-carbono são grandemente influenciadas por sua

composição química e pela temperatura. O aumento de quantidade de carbono no

aço produz basicamente um aumento nos limites de resistência e de escoamento, e

na dureza e temperabilidade do aço, em compensação, esse aumento prejudica

bastante a ductilidade e a soldabilidade do aço. Por esse motivo, em aços para

tubos limita-se a quantidade de carbono em até 0,35%, sendo que em até 0,30% de

C, a solda é bastante fácil, e até 0,25% de C, os tubos podem facilmente serem

dobrados a frio. O aço carbono é a composição da liga que confere ao aço o seu

nível de resistência mecânica. Dentre outros, tais como aço-liga, aço inoxidável,

ferro fundido, ferro forjado e ferro ligado.

Tubos metálicos não ferrosos

De um modo geral os tubos metálicos não ferrosos são pouco utilizados

devido seu alto custo, alguns exemplos são: cobre, latões, cupro-níquel, clumínio,

níquel e ligas, metal monel, chumbo, titânio, zircônio

Tubos não metálicos: Materiais plásticos

A utilização de tubos de plástico tem crescido muito nos últimos anos,

principalmente em substituição aos aços inoxidáveis. Alguns exemplos são: cloreto

de polivinil (PVC), polietileno, acrílicos, acetato de celulose, epóxi, poliéster e

fenólicos.

Page 22: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

11

Outros não metálicos

Cimento-amianto, concreto armado, barro vibrado, borrachas, vidro, cerâmica

e porcelana.

4.0 – Revestimentos internos para tubos de aço

O revestimento interno é utilizado para proteção anticorrosiva, antiabrasiva e

antierosiva, para isolamento térmico e acústico, e no intuito de evitar a contaminação

do fluido conduzido. Alguns revestimentos são: zinco, materiais plásticos,

elastômetros (borrachas), asfalto, concreto, vidro e porcelana.

Alguns fatores influenciam a escolha do material para fabricação dos tubos.

Os principais fatores são:

Fluído conduzido – aspectos de resistência à corrosão, impurezas, agentes

contaminadores, ph, toxidez, etc.

Condições de serviço – Temperatura e pressão. Devem ser consideradas

condições extremas, mesmo que sejam eventuais ou transitórias.

Resistência mecânica – O material deve ter resistência compatível com os esforços

(sobrecargas externas, reações de dilatação térmica, vento, peso, etc.).

Custo dos materiais – Consideram-se os custos diretos e os indiretos que são o

tempo de vida e os custos de reposição e paralisação do sistema.

Grau de Segurança – O grau de segurança dependerá da resistência mecânica e

do tempo de vida.

Resistência ao escoamento – Perdas de carga. Deve ser transmitida a maior

potência possível com a menor perda.

Page 23: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

12

Com as tecnologias já conhecidas e utilizadas na exploração e produção de

petróleo no país, o Brasil garante uma boa demanda no mercado mundial, mas para

assegurar que a exploração na camada pré-sal seja executada de maneira eficiente

e segura é necessário que novas tecnologias sejam criadas e implantadas.

5.0 - Novas tecnologias em tubulações na exploração do pré-sal

brasileiro

O desenvolvimento da indústria offshore tem sido acompanhado pelo aumento

da profundidade das lâminas d’água. O descobrimento de novas jazidas está

ocorrendo em águas cada vez mais profundas, nas principais zonas produtoras do

Golfo do México, Mar do Norte, África, América do Sul e Ásia.

O Brasil está sendo considerado como uma das fronteiras para a exploração

de petróleo no mundo devido às grandes descobertas do pré-sal. A completação de

campos petrolíferos em lâminas d’água superiores a 1500 metros é um grande

desafio que tem levado ao desenvolvimento de diferentes concepções.

Para águas ultra-profundas, está sendo provada a eficácia de uma concepção

para o sistema de risers/ dutos flexíveis, o que gera a necessidade de um estudo

mais atencioso em relação à sua composição, material, geometria e instalação. Os

risers submarinos são os dutos responsáveis por transportar o óleo desde o fundo

do mar até a plataforma na superfície, como ilustraremos na figura 9 a seguir:

Figura 9 - Ilustração de uma exploração utilizando risers/ dutos flexíveis

Além do riser, existem outros dois tipos de dutos importantes no

desenvolvimento das novas tecnologias na indústria de tubulações para o pré-sal

Page 24: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

13

brasileiro, que são os flowlines, que transportam o óleo desde a saída do poço até a

conexão com os risers como ilustraremos na figura 10, e os dutos de exportação,

que são provenientes da unidade de produção, e tem a função de distribuir o óleo

produzido para os navios ou refinarias.

Figura 10 - Flowlines, dutos que transportam o óleo desde a saída do poço até a conexão com os risers

Na maioria dos casos, os risers são estruturas compósitas, esbeltas,

resistentes à flexão, tração e torção, e ainda capazes de suportar pressão externa e

interna. Quanto aos pipelines, são estruturas estáticas, mas que devem suportar o

carregamento imposto pela pressão hidrostática, a qual aumenta à medida que a

profundidade da água aumenta.

Do ponto de vista operacional, um sistema submarino de produção precisa

manter sua confiabilidade em níveis extremos, para que graves acidentes não

ocorram, o que poderia até gerar perda da produção. Do ponto de vista econômico,

apresentam um razoável investimento nos projetos de desenvolvimento desses

sistemas e um custo de risco associado à probabilidade de falha. Assim, a demanda

por dutos cada vez mais qualificados vem crescendo junto com o desenvolvimento

de novas tecnologias que visam a promover um contínuo desenvolvimento de

tubulações para o pré-sal brasileiro.

O tipo de configuração de duto sanduíche tem uma grande aplicabilidade em

dutos de exploração de petróleo em ambientes de águas ultra-profundas, podendo

Page 25: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

14

gerar uma economia de material, pois demonstram um aumento do isolamento

térmico e da rigidez do duto.

5.1 - Risers/ dutos flexíveis

Os dutos são um capítulo à parte na indústria do petróleo. São milhares e

milhares de quilômetros de tubulações especialmente suscetíveis à corrosão, fadiga

e entupimentos que obrigam a interromper as operações. Na cabeça do poço, esses

tubos formam uma teia, conectando vários poços a uma mesma plataforma, em

seguida, conectam as plataformas aos navios que transportarão o óleo.

Um dos maiores desafios tecnológicos do Pré-sal são os risers (Dutos

flexíveis), os dutos que transportam o óleo e o gás para a superfície. Eles precisam

suportar grandes pressões no fundo do mar (o peso da coluna d’água, que tenta

esmagá- los) e ao mesmo tempo grandes trações, como ilustra a figura 11 a seguir,

pois ficam pendurados a até 2 mil metros, as atuais profundidades de operação em

Campos, que no pré-sal serão ainda maiores. Além de serem robustos, os dutos

necessitam ter flexibilidade, porque a plataforma se move com as ondas, e se forem

rígidos demais podem se romper por fadiga.

Figura 11 - Ilustração das trações internas do Risers

Existem materiais flexíveis que são, contudo, excessivamente caros. Então

um grande desafio hoje é construir risers com a dose certa de robustez e

flexibilidade, a custos economicamente aceitáveis.

Page 26: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

15

Os dutos flexíveis que ligam o poço à plataforma estão sendo desenvolvidos

com várias camadas de aço e polímeros especiais, com espessura e

homogeneidade rigorosamente controladas por ultrassom. O diâmetro interno do

duto varia de 2,5 a 16 polegadas. Na figura 12 a seguir ilustraremos o interior dos

risers e suas camadas

Figura 12 - Imagem do interior do Risers e suas camadas de trações e blindagens

As novas tecnologias estão sendo submetidas a testes destrutivos e de

corrosão que reproduzem as condições do fundo do mar e prevêem uma vida útil de

400 anos.

A flexibilidade é um dos grandes diferenciais das novas tecnologias para o

pré-sal, de acordo com o presidente da Wellstream do Brasil. Ele explica que em

ambientes instáveis como o do Golfo, ao ser anunciada a passagem de um furacão,

os dutos podem ser desconectados e abandonados no fundo do mar e a plataforma

deslocada para fora do olho do furacão até que se restabeleça a normalidade. Com

a tecnologia rígida, o máximo que se pode fazer é retirar o pessoal da base e

aguardar para apurar os prejuízos, lembrando que a plataforma para esta tecnologia

também é mais onerosa. A entrada das plataformas FPSO (Floating Production

Storage and Offloading) no Golfo do México está sendo feita pela Petrobras para

testes.

Page 27: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

16

Para a Petrobras, no entanto, a tecnologia oferece um apelo a mais: o da

produção antecipada. Isso significa que detectada a existência de um reservatório

de petróleo sob o mar, é possível iniciar a produção com uma plataforma menor e

menos custosa até que se estude a dinâmica dos fluidos e se estabeleça uma

estrutura maior para a exploração. Os dutos podem ser estendidos e reposicionados

em diferentes pontos, onde as condições e volume de produção sejam mais

favoráveis.

Rigidez, flexibilidade, resistência à fadiga e aos ataques corrosivos, como

ilustra a figura 13 a seguir, não são os únicos problemas das tubulações. É preciso

também que tenham algum tipo de proteção térmica para que resistam ao

resfriamento à medida que sobem para a superfície. Dentro do reservatório, o óleo e

o gás enfrentam temperaturas de 80ºC a 150ºC (quanto maior a profundidade no

interior da terra, mais altas são as temperaturas).

Figura 13 - Foto mostra uma corrosão típica em Risers

Quando atravessam a camada de sal em seu trajeto para o alto, perdem parte

do calor, pois o sal é um difusor que esfria o fluxo térmico. Assim, quando chegam

ao leito marinho, podem estar abaixo de 90ºC. Ocorre que, no leito do mar sob uma

lâmina d’água de 3 mil metros, a temperatura da água é de 4ºC. O esfriamento

rápido do petróleo provoca a formação de coágulos que entopem as tubulações,

especialmente porque no caminho até a plataforma o óleo e o gás ainda estão

Page 28: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

17

misturados com água e sedimentos. Só na plataforma é que é feita a separação,

com a água sendo devolvida ao mar, ou reinjetada no poço, e o gás e o óleo

enviados ao continente.

A indústria do petróleo estuda alternativas que incluem a adição de produtos

químicos ao óleo e ao gás para retardar o esfriamento, e o desenvolvimento de

materiais que protejam termicamente os dutos. Há também ideias de fazer a

separação da água e sedimentos ainda na cabeça do poço, o que reduziria o risco

de entupimento dos risers. No futuro talvez nem seja preciso manter plataformas,

bastaria bombear diretamente o óleo e o gás diretamente do poço para a costa. Mas

por enquanto é apenas um conceito que precisa ser desenvolvido.

5.2 – Duto Sanduíche

O duto sanduíche é composto por dois tubos de aço montados

concentricamente com polipropileno no anular. A alta resistência estrutural é obtida

devido à estrutura sanduíche (um caso particular de compósito) ser caracterizada

pela combinação de diferentes materiais colados, contribuindo com suas

propriedades individuais para o desempenho global da estrutura. Geralmente uma

estrutura sanduíche é dividida em três camadas, duas externas finas e rígidas e uma

central espessa e flexível.

As camadas externas são coladas na interna para permitir a transferência de

carregamento entre os componentes. Na figura 14 a seguir, veremos em escala

reduzida das três camadas da estrutura do duto sanduiche.

Figura 14 - Escala reduzida das três camadas do Duto Sanduíche

Page 29: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

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A tecnologia do duto sanduíche promete ser uma vantajosa alternativa em

relação ao método pipe-in-pipe, amplamente utilizado pela indústria.

O pipe-in-pipe que a Petrobras pretende utilizar em dois poços do campo de

Roncador na Bacia de Campos, consiste na utilização de um duto no interior do

outro, como linha de produção. O espaço anular entre esses dutos dispõe de um

isolamento térmico de alta performance, que tem a função de inibir a formação de

hidratos de gás ou parafinas.

A inovação patenteada pela Coppe/UFRJ, foi aplicar polipropileno sólido com

isolante térmico no anular aderido às camadas de aço do duto, tornando a estrutura

heterogênea. Além de isolante, o material trouxe vantagens para a estrutura.

O polipropileno é menos efetivo em termos de isolamento que o pipe-in-pipe. Mas

sua aplicação em águas profundas é vantajosa e econômica, porque ele proporciona

redução das camadas de aço do duto, afirma o coordenador do Programa de

Engenharia Oceânica da Coppe, Segen Estefen. Outra vantagem do duto sanduíche

é que ele teria mais facilidade de instalação pelo método carretel.

O peso de aço do novo duto em relação ao pipe-in-pipe é significativamente

menor, se for levada em consideração a mesma profundidade de projeto. Em

relação a um duto de parede simples, o peso de aço é equivalente. O peso total do

duto sanduíche pode ser 25% menor se comparado ao pipe-in-pipe. Em termos de

peso submerso a diferença é ainda maior, 55%. O peso total do duto sanduíche é

cerca de 15% maior que o do duto de parede simples, mas por outro lado o peso

submerso é 20% menor, o que pode facilitar a instalação em profundidades muito

elevadas.

As simulações numéricas indicam que a geometria do protótipo em fabricação

tem capacidade para instalação em 3 mil metros de profundidade aproximadamente.

Suas dimensões são: tubos de aço API X52 interno e externo com 6 5/8 e 8 5/8 de

polegada, espessuras iguais de 1/4 de polegada e camada de polipropileno de 19

mm, como ilustra a figura 15 a seguir:

Page 30: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

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Figura 15 - Foto do Duto Sanduíche formado de duas camadas de aço com um material polimérico ao

meio

6.0 - Novas tecnologias no processo de separação de óleo, gás e água

Os esforços mais concretos atualmente visam pelo menos diminuir o tamanho

das plataformas, e portanto os custos por meio do desenvolvimento de sistemas

mais compactos. Estudos dessa natureza estão sendo feitos no Programa de

Engenharia Mecânica da Coppe, pela equipe comandada pelo professor Atila Freire,

da área de Mecânica de Fluidos. Três laboratórios com uma área total de 6 mil

metros quadrados estão sendo construídos com recursos da Petrobras para ajudar a

melhorar as tecnologias de separação e elevação do petróleo e do gás natural.

Trata-se do Laboratório de Escoamento Multifásico em Tubulações, Laboratório de

Separadores Compactos, e o Laboratório de Tecnologia de Engenharia de Poços.

Os dois primeiros foram inaugurados em 2010, e o terceiro está sendo inaugurado

em 2011.

Atualmente, em locais como a Bacia de Campos, o óleo e o gás natural são

separados da água e dos sedimentos em imensos tanques que ocupam muito

espaço nas plataformas. É empregado um processo gravimétrico, isto é, os

materiais mais pesados decantam e se depositam no fundo do tanque. Mesmo antes

da inauguração dos novos laboratórios, a equipe de Atila já está trabalhando com a

Petrobras e a Faculdade de Engenharia de Itajubá no aperfeiçoamento de

separadores compactos, que poderão ser instalados nas plataformas, ou

eventualmente na própria cabeça do poço.

Page 31: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

20

Os novos separadores funcionam por efeito ciclônico. A mistura de petróleo,

gás, água e sedimentos, que sai do reservatório entram na tubulação girando como

um ciclone, e os materiais vão se separando dentro da própria tubulação. Os

sedimentos mais pesados passam a correr junto às paredes do tubo, enquanto os

mais leves tendem a correr mais próximos do centro. Ou seja, a areia fica nas

bordas, em seguida o óleo, a água, e finalmente bem no centro, o gás natural. Um

aperfeiçoamento concebido pelo Consórcio Petrobras, Coppe e Faculdade de

Engenharia de Itajubá.

Foi criada uma válvula ciclônica, como ilustra a figura 16 abaixo, que ao

contrário das válvulas convencionais utilizada nos separadores, impede que ocorra a

emulsão.

5

Figura 16 - Válvula ciclônica

Esse fenômeno é caracterizado pela quebra das partículas de um dos

materiais e sua mistura com o material que corre ao lado. Ou seja, se a emulsão

ocorre, o óleo e a água, ou o gás e a água, se misturam de tal forma que fica

impossível separá-los novamente depois.

Nos novos laboratórios também será estudado um dos grandes problemas

associados ao pré-sal: a grande quantidade de CO₂ presente nos reservatórios. O

CO₂ pode formar padrões de escoamento que aumentam a perda de carga,

requerendo um aumento da pressão que faz o fluido escoar pela tubulação. Com

mais perdas o escoamento é prejudicado, a produtividade é reduzida, e os custos de

produção são aumentados.

Page 32: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

21

A Coppe estudará os padrões de formação de escoamento multifásicos, que

têm grande variabilidade para entender sua influência nas propriedades do

escoamento. As informações obtidas permitirão aperfeiçoar os projetos de

engenharia dos sistemas de escoamento.

Page 33: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

VIII

Conclusão

O que podemos concluir com esse trabalho é que grande parte do

desenvolvimento de novas tecnologias para a E&P de petróleo na camada pré-sal

do Brasil ainda está em andamento. Devido aos desafios existentes para a sua

exploração, como a profundidade, por exemplo, ainda não se têm definidos quais

são os tipos de equipamentos que darão um suporte seguro à exploração de óleo na

camada pré-sal. O Brasil terá que importar muita tecnologia de fora. Embora

tenhamos parcerias com instituições de peso que auxiliam no desenvolvimento

dessas tecnologias em nosso território, isso ainda é insuficiente quando falamos em

vencer os desafios existentes no pré-sal. As novas tecnologias apresentadas aqui

não são as que realmente serão utilizadas em sua exploração, e sim tendências que

empresas brasileiras estão seguindo no momento por completarem da melhor forma

o perfil de equipamentos que devem ser utilizados na exploração do pré-sal. Por se

tratar de desenvolvimento de novas tecnologias, muitos projetos nascem, mudam e

desaparecem muito rápido, dessa forma nada impede que com o passar de mais

alguns meses um novo projeto sobre tubulações, risers ou dutos sanduiches surja

para atuar na área, deixando para trás muitos trabalhos que vinham sendo

desenvolvidos até agora.

Page 34: Novas Tecnologias em Tubulações na Exploração do Pré – Sal Brasileiro

IX

Referências bibliográficas

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BORGES, D. Artérias para o petróleo brasileiro. Gestão Empresarial. Ano 3, N. 7, p.

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http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/pre-sal/ - Acesso em 22

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10 perguntas para você entender o pré-sal. Disponível em:

http://www.petrobras.com.br/minisite/presal/pt/perguntas-respostas/ - Acesso em 22

de abril de 2011.