novas do gil junho 2012

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N.º 13 Junho 2012 Agrupamento de Escolas Gil Vicente A árvore de leitura, as flores e os seus frutos Guimarães é de mais! O que vai mudar no próximo ano letivo? Uma aventura com 30 anos de carreira A escritora Ana Maria Magalhães fala-nos dos seus livros e das suas aventuras, ao longo de 30 anos de imaginação e trabalho cooperativo. LER PÁGINA 9 Gil Vicente volta a Lisboa LER PÁGINA 5 Os nossos idosos A propósito do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Soli- dariedade entre Gerações, esbo- çamos um retrato das instituições da nossa comunidade local, ao serviço dos mais velhos. LER PÁGINA 7 Projeto Conhecer Guimarães (re)descobre passado e presente No âmbito do Projeto Conhecer Guimarães, inserido no contexto da CEC 2012, o agrupamento mobilizou-se na conquista da sua própria identidade coletiva e através do artesanato e manufatura, na recolha de lendas e tradições (as tortas, as festas Gualterianas e a Ronda da Lapinha) e na (re)descoberta das suas raízes e figuras (como o 24 de Junho, Abel Salazar e José de Guimarães). Mobilização que estimulou inúmeras atividades, mostrando orgulhosamente, neste Tempo de Sentir, o sentimento vimaranense. LER PÁGINAS DIVERSAS Isabel Zamith, diretora do nosso agrupamento, antecipa futuro As alterações na estrutura curricular, o aumento dos alunos por turma, a introdução dos exames no 4º. ano, bem como a flexibilização de duração do tempo das aulas, são a par da extinção das áreas curriculares não-disciplinares, como a Formação Cívica e a possibilidade de adoção do regime de horário normal, algumas das mudanças equacionadas na entrevista. LER PÁGINAS 2 E 3

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Page 1: Novas do Gil Junho 2012

N.º 13Junho 2012

Agrupamentode EscolasGil Vicente

A árvore de leitura, as flores e os seus frutos

Guimarães é de mais!

O que vai mudar no próximo ano letivo?

Uma aventuracom 30 anosde carreiraA escritora Ana Maria Magalhãesfala-nos dos seus livros e das suasaventuras, ao longo de 30 anos deimaginação e trabalho cooperativo.LER PÁGINA 9

Gil Vicentevolta a LisboaLER PÁGINA 5

Os nossosidososA propósito do Ano Europeu doEnvelhecimento Ativo e da Soli-dariedade entre Gerações, esbo-çamos um retrato das instituiçõesda nossa comunidade local, aoserviço dos mais velhos.LER PÁGINA 7

Projeto Conhecer Guimarães (re)descobre passado e presente

No âmbito do Projeto Conhecer Guimarães, inserido no contexto da CEC 2012, o agrupamento mobilizou-se na conquista da sua própria identidade coletivae através do artesanato e manufatura, na recolha de lendas e tradições (as tortas, as festas Gualterianas e a Ronda da Lapinha) e na (re)descoberta das suasraízes e figuras (como o 24 de Junho, Abel Salazar e José de Guimarães).Mobilização que estimulou inúmeras atividades, mostrando orgulhosamente, neste Tempo de Sentir, o sentimento vimaranense. LER PÁGINAS DIVERSAS

Isabel Zamith, diretora do nosso agrupamento, antecipa futuro

As alterações na estrutura curricular, o aumento dos alunos por turma, a introdução dos exames no 4º. ano, bem como a flexibilizaçãode duração do tempo das aulas, são a par da extinção das áreas curriculares não-disciplinares, como a Formação Cívica e a possibilidadede adoção do regime de horário normal, algumas das mudanças equacionadas na entrevista. LER PÁGINAS 2 E 3

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2 NOVAS DO GIL Junho 2012 Opinião / Tema do mês

Reflexões emcarta aberta

Se não vai a bem… vai a bem! Per-turbações de Conduta (Capitulo II: a outraface da moeda)

Olá de novo!Na reflexão anterior, visitei um pouco

da cabeça dos miúdos apelidados deproblema. Visitarei agora a cabeça dosmiúdos apelidados de marrões, os que atodo o custo recebem todos os anosprémios de mérito e de louvor.

Imaginam o que pode estar dentrodela?! Satisfação? Prazer? Alegria? Conten-tamento?

Desenganem-se! Nada disto habita nacabeça destas pobres vitimas. Vitimas, sim!Porque estamos a falar daqueles quesofrem por não tirar Excelente a todos ostestes de todas as disciplinas, que deixamde experienciar situações típicas da fasede desenvolvimento em que se encontrampara receberem mais uma medalha nofinal do ano e assim nos agradarem. E asetapas que assim queimam vão- lhes saircaras… muito caras.

Ficam demasiado apreensivos, expec-tantes, exigentes e intolerantes com elespróprios e com o resto do mundo. Trans-formam-se em obsessivos e estes, meuscaros, são tudo menos adaptados, es-truturados, organizados do ponto de vistacognitivo, emocional e comportamental.

E sofrem, como sofrem… ansiedadeantes, durante e após as avaliações. De-sorganizam-se no confronto com uma notamenos boa, ou devo dizer menos ex-celente, e transformam a situação deavaliação em situações de vida ou demorte, do tudo ou nada… surgem entãoos erros de pensamento que desen-cadeiam temas de visão de si, dos outrose do futuro negativos.

Ora, apesar da conduta dos miúdos-problema ser oposta à conduta dosmiúdos-marrão, a ideia que tem delespróprios, dos outros, do mundo e até dofuturo não são assim tão divergentes.

Porque será?Porque são duas faces da mesma moeda!

Quer uns quer outros sofrem, não nosdeixemos enganar!

Os primeiros clamam pela nossaatenção usando a força porque desistiramde nos tentar agradar!

Os segundos obrigam-se a usar ointelecto para chamar a nossa atenção eassim estar sempre a agradar-nos!

Na verdade quer nuns quer noutrosencontramos rigidez cognitiva, falta depensamentos alternativos perante assituações problema e a ideia de que só damaneira deles é valido lidar com omundo.

Duas faces… a mesma moeda… a moe-da da exigência… a moeda da forma comose pode sentir e traduzir a exigência…

E agora que fazer? Não exigir?Não, a resposta não é fugir, não é evitar

a exigência, é saber exigir!Saber exigir implica saber a quem

exigir, saber como exigir, saber o queexigir, saber quando exigir! E isto implicaconhecer, respeitar e aceitar! E istoimplica saber escutar de forma ativa,saber compreender de forma com-passiva e saber agir de forma assertiva!

Sintam e traduzam por favor

O que vai mudar no próx

As mudanças no próximo anoletivo já estão no terreno. Aquificam algumas questões erespostas, nesta entrevista àDiretora do nosso Agrupamento,Dr.ª Isabel Zamith.

No próximo ano letivo, vão certa-menteverificar-se várias alterações no fun-cionamento das escolas, em especial asdecorrentes da Revisão da EstruturaCurricular, que muitos afirmam ser maiseconomicista do que pedagógica.

Em seu entender, que aspetos acha maispositivos e negativos destaca nesta revisãoda estrutura curricular?

Os aspetos negativos são fáceis deantever… Os alunos verão os seus horáriosreduzidos, o que implica menos tempopassado na escola e mais na rua. Isto vai-serefletir de forma dramática nos horáriosdos professores, em primeiro lugar, mastambém na dinamização e animação culturalda escola, que a partir de agora passará a tertempos dedicados exclusivamente à sala deaula e ao cumprimento dos programas. Depositivo ocorrem-me apenas pormenoresde caráter logístico, como a gestão de espaços,por exemplo; será certamente mais fácil fazerhorários a partir do próximo ano letivo…

Um dos aspetos inovadores é a fle-xibilização da duração das aulas, segundo ocritério de cada escola. Com pensa or-ganizar esta matéria?

Em primeiro lugar, há que ouvir osórgãos, os diretamente interessados. Naminha opinião pessoal, como diretora, nãofaria grandes alterações para já, na medidaem que uma mudança para os períodos de60 minutos nos vai privar de dois temposnos horários dos professores, tempos essesabsolutamente preciosos em termos dedistribuição de serviço: os alunos terãomenos apoios e os próprios professorestambém sairão prejudicados, porque dei-xaremos de ter horas para lhes atribuir, nosentido de poderem cumprir outras funções.

Acha possível, no próximo ano letivo,lançar o regime normal, em alternativa aoregime de turno duplo? Que vantagensencontra nesta alternativa?

Acho possível e até muito provável.Uniformizar os horários dentro do agru-pamento é certamente uma medida aimplementar, que facilita a vida tanto dosencarregados de educação como a nossaprópria organização interna.

É a recomendação da tutela há anos, sónão estava implementada nesta escola pornão termos instalações compatíveis com omodelo, dado o número de salas. Teremosmenos horas no currículo e turmas emnúmero inferior; se, comprovadamente,conseguirmos fazer melhores horários paraos nossos alunos, sem recorrer ao uso dosprefabricados do exterior, o regime normalserá certamente a minha recomendação.

A retirada das áreas curriculares não-disciplinares do currículo, em especial aFormação Cívica, tem suscitado algunsreparos. Que pensa desta opção e comopretende minimizá-la?

Recordo que a tutela se mostra dis-ponível a “possibilitar ofertas de compo-nentes curriculares complementares comcarga flexível, utilizadas com o crédito daescola, nomeadamente a Educação Cívica”.

Tenciona propor o lançamento de outrasofertas de componentes curriculares com-

plementares?A Formação Cívica será, de todas as áreas

não disciplinares, a que fará mais falta. Atéao último momento, recusei-me a acreditarque o Ministério da Educação suprimisseesta área do currículo dos nossos alunos. Noentanto, restam-nos algumas formas decontornar esta questão, que passamcertamente por conseguir uma hora deencontro entre diretor de turma e os seusalunos. Suponho, aliás, que todas as escolaso planeiam fazer.

Relativamente ao lançamento de ofertas,gostaria de ouvir os órgãos antes de fazerpropostas.

A substituição de EVT pelas áreas deEducação Visual e de Educação Tecnológica,cada uma com o seu programa próprio ecada uma com um só professor, é outramedida proposta na revisão da estruturacurricular, bem com a alteração do modelode desdobramento de aulas nas ciências ex-perimentais, estas através da alternânciaentre as disciplinas de Ciências Naturais e deFísico-Química. Que pensa destas alteraçõese como as vai implementar na escola?

E que propõe para os docentes de EVT,que eventualmente venham a ficar semhorário letivo?

Relativamente às citadas alterações,terão um forte impacto no horário dosprofessores, sem sombra de dúvida. O al-cance da medida é exatamente, exclu-sivamente, esse. Quanto à sua implemen-tação, o que posso acrescentar? Que ofaremos com a correção e o respeito quesempre temos demonstrado, ao longo dosanos, pelos postos de trabalho, porque édisso que se trata. Já está neste momentoafixada a lista graduada de todos osdocentes do agrupamento, que será afixadanas diferentes salas de professores.

Relativamente aos docentes de EVT, nãome cabe fazer propostas neste momento,todos aguardamos instruções.

O Apoio Diário ao Estudo no 2º. Ciclo,com frequência facultativa para os alunosindicados pelo Conselho de Turma e osencarregados de educação, é outra medidaavançada. Como poderá ser organizado esteapoio e que implicações terá no funciona-mento do APA, designadamente no 3º. Ciclo?

Acha que existirão recursos humanossuficientes para estes apoios, mantendo-seo regime de substituições dos docentes emcasos de faltas ou ausências?

O Apoio Diário do 2º ciclo obviamente

substitui o nosso modelo interno, a quechamávamos APA; o que só prova queestávamos no bom caminho quandoimplementámos a medida, já que apareceagora generalizada, a nível nacional.

A minha preocupação prende-se agoracom o 3º ciclo, muito precisado de apoiosacrescidos. É o que o tratamento estatísticode dados nos diz, ano após ano. Daí a mi-nha sugestão, anteriormente apresentada,de não mexermos na estrutura de dis-tribuição dos tempos curriculares: se ofizermos, perderemos dois tempos nohorário de cada professor (tempos su-pervenientes, resultantes da conversão), eos alunos do 3º ciclo não poderão ter apoios,porque não estão previstos na lei.

No que diz respeito às substituições,não prevejo grandes alterações, já que ostempos de estabelecimento se mantêm nohorário do professor. Podemos é entendercanalizá-los para outras valências, comoclubes, por exemplo.

O aumento de alunos por turma é outramedida anunciada. Que leitura faz destamedida e que implicações irá ter noagrupamento?

A minha leitura é a óbvia: mais alunospor turma significa menos turmas: menosdocentes serão necessários em todas asescolas. Além desta, as implicações serãocertamente em termos do controlo dadisciplina; o controlo será mais difícil para osprofessores em geral (e para os diretores deturma em particular), a partir do próximo ano.

De igual modo, as alterações no regimede matrículas, com a possibilidade dos paisescolherem uma escola pública, inde-pendentemente do lugar onde vivem outrabalham, encontra-se também contem-plado. Acha que tal hipótese é viável em ter-mos práticos, em especial a nível local?

Em termos da nossa realidade local, achoque os encarregados de educação con-tinuarão a procurar a escola que lhes ficamais perto de casa, ou para onde têmmelhores transportes, independentementedo seu Projeto Educativo. Hábitos tãoarreigados não se mudam por despacho.

Outro ponto novo é a concessão de umcrédito de horas, em função de fatores eparâmetros como o número de turmas, aeficiente gestão de recursos e ainda osprogressos e resultados escolares. O quepensa desta inovação?

Esse crédito de horas ainda carece ainda

Drª. Fátima Saraiva(Presidente da Associação

de Pais)

Entrega de prémios aos alunos.

Page 3: Novas do Gil Junho 2012

Junho 2012 NOVAS DO GIL 3Tema do mês / Opinião

ximo ano letivode regulamentação. De qualquer forma,acredito que a nossa escola possa even-tualmente sair beneficiada. Até aqui, ocrédito era atribuído em função das horasde redução dos docentes, o que, no nossocaso, significava poucas horas.

O fim das Provas de Aferição e a in-trodução ou manutenção de exames ouprovas finais em cada ciclo de aprendizagem(4º., 6º. e 9º. anos) são outras das medidasprevistas. Qual a sua opinião sobre estasalterações? Acha que vão contribuir para osucesso escolar?

Contribuir para o sucesso, não, de todo.Contamos com resultados pouco anima-dores, este ano.

A possibilidade das escolas organi-zaremos alunos em função do seu nível deconhecimentos e de dificuldades é outraalteração avançada. Como pensa viabilizaresta proposta, a nível da escola?

Não foi equacionada ainda essa questão,nas reuniões da direção. Se chegar a ser,conto obviamente com os órgãos da escolapara apresentar sugestões. Saberemoscertamente encontrar uma resposta para asnecessidades dos nossos alunos, inovadorae equilibrada, como provámos já com aorganização do APA, feita exatamentenesses moldes.

A agregação de agrupamentos e umnovo reordenamento da rede de territóriosescolar é outra alteração que se prevê a curtoprazo, uma vez que já há movimentaçõesneste sentido. Nesta perspetiva, o que estáprevisto para este território educativo? Eque vantagens e inconvenientes vê nestereordenamento, quer a nível concelhia querlocal?

As reuniões de reordenamento doterritório de Guimarães já aconteceram nestemomento, tanto a nível da DREN como daCâmara Municipal, estando proposta aagregação do Agrupamento Gil Vicente como de Abação. Estamos na fase em que osConselhos Gerais têm de exprimir o seuparecer; o nosso já o fez, inequivocamentenegativo. Não vemos qual-quer vantagem,em termos pedagógicos ou mesmo or-ganizativos, em reunir uma multiplicidadede escolas com realidades diferentes, queserão, de qualquer das formas, todasgovernadas à distância.

Não creio, no entanto, que a expressãoda nossa oposição vá, de alguma forma,deter o processo. Conto com a sua con-cretização ainda durante este mês de maio.

Na perspetiva do avanço dos megaagrupamentos, como se irá processar a sua

gestão, a curto e a médio prazo?Em primeiro lugar, o Diretor Regional

nomeará uma Comissão AdministrativaProvisória (CAP). De seguida e nos termos dalei, a pessoa que lhe presidir constituiráuma equipa de instalação do novo agru-pamento, por um ano. Terá de se garantir oprocesso de eleição de um conselho geraltransitório, para se proceder, mais uma vez,à redação e aprovação dos documentosestruturantes e à eleição do novo diretor do“mega agrupamento”, com um mandato dequatro anos.

Ao que consta, fala-se também noeventual encerramento da EB 1 da Valinhae transferência do seu quadro docente ediscente para a EB 1 da Quinta do Vale.Qual a sua opinião perante este previsívelencerramento?

É de facto uma eventualidade. Não temos,nos últimos anos, número de matrículasque justifiquem turma de primeiro ano; poroutro lado, as salas sobram na escola daQuinta do Vale, o que nos leva a supor quea junção das duas escolas (situadas namesma freguesia), se traduziria em economiade recursos. Os encarregados de educaçãojá tiveram oportunidade de se exprimircontra esta medida e a deslocação diáriados seus educandos.

Devo referir que este parecer, apenasavançado pela Câmara Municipal, ainda nãofoi em momento nenhum confirmado peloMinistério da Educação.

Entre os pontos fortes do agrupamentodestacam-se a diversidade de ofertaeducativa (CEF, EFA), e variedade de ati-vidades e clubes propostos. Julga que vai serpossível manter essa dinâmica de oferta eenriquecimento curricular?

Conto que se possa dar continuidadeaos cursos CEF, mas não estou tão certarelativamente aos cursos EFA, a partir dedezembro. Também não gostaria de avançarcom ideias não confirmadas, já que aindasabemos pouco relativamente à con-tinuidade dos projetos ligados às NovasOportunidades; tudo leva a crer que a aposta,de futuro, seja no ensino recorrente.

Enquanto direção, tudo fizemos nosentido de dar continuidade tanto àsatividades como aos clubes que constituíama nossa oferta e nos caraterizavam enquantoescola. No entanto, este não é o momentopara equacionar essa resposta, já que nãosabemos ainda quem vai constituir a novadireção; por outro lado, sem ter conhe-cimento do tão aguardado Despacho deOrganização do Ano Letivo de 2012/2013,ninguém poderá antever como se or-ganizarão os tempos letivos e não letivosdedicados a atividades e clubes.

Direitos das mulheres:um caminho a percorrer

Segundo a O.N.U são estes os Direitos da Mulher:1. Direito à vida.2. Direito à liberdade e a segurança pessoal.3. Direito à igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação.4. Direito à liberdade de pensamento e de expressão.5. Direito à informação e a educação.6. Direito à privacidade.7. Direito à saúde e à proteção desta.8. Direito a construir relacionamento conjugal e planear sua família.9. Direito a decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los.10. Direito aos benefícios do progresso científico.11. Direito à liberdade de reunião e participação política.12. Direito a não ser submetida a torturas e maltrato.Uma longa tradição europeia que perdurou até finais do século XVIII, considerava asmulheres seres inferiores em relação aos homens. Emotivas, pouco racionais e organizadas,a sua função básica limitava-se à procriação e ao lar. Platão considerou as mulheres eos escravos como seres destituídos de razão. Aristóteles embora as considerasse infe-riores aos homens, preocupou-se sobretudo em precisar a melhor idade em que deviamprocriar e ser educadas pelos maridos. É fácil de constatar que em todas as épocas muitasmulheres se destacaram como filósofas, chefes guerreiras, artistas ou demonstraramcapacidades que teoricamente eram apenas atributos dos homens. Por muito tempo, asmulheres viveram à sombra dos homens, dependiam deles para tudo e eram muitas vezessubestimadas. Os tempos mudaram e deu-se uma “luta” entre homens e mulheres paraprovar que ambos são capazes de realizar as mesmas tarefas, com a mesma competênciae que são iguais não só perante a lei, mas perante a sociedade (pelo menos deviam ser)e no meio familiar. De alguns anos para cá as mulheres estão mais presentes em am-bientes onde o domínio masculino era total.Mas hoje em dia ainda há trabalhos em queas mulheres ganham menos fazendo exatamente o mesmo que os homens.Em algumas zonas do mundo, a ausência ou a diminuta participação do sexo femininonos principais lugares de decisão não deixa de incomodar. Nos últimos 30 anos, muitacoisa tem mudado em relação à participação das mulheres no campo da educação, dasaúde, no trabalho e no relacionamento familiar. Mas a questão que se coloca é comoé possível ter mudado tanta coisa no campo real em relação as mulheres, se depois nocampo político continuam a ser tão discriminadas.Em algumas zonas do mundo, as mulheres continuam a não poder exprimir opiniões nema ter direito de voto. Em Portugal, apesar de muitas mulheres atingirem postos de chefia, têmde trabalhar o dobro pois não prescindem da sua vida familiar. Na carreira política, apesarde termos assistido a uma evolução, veja-se a eleição pela primeira vez de uma mulher (Drª.Assunção Esteves) para o cargo de Presidente da Assembleia da República, o número dedeputadas ainda é reduzido quando comparado ao dos deputados, daí a defesa por partede alguns da existência de quotas para as mulheres dentro do sistema partidário.As mulheres estão a ter cada vez menos filhos do que há vinte anos atrás, contudocontinuam a ser dramáticas as elevadas taxas de gravidez na adolescência em todos ospaíses do mundo. A elevada taxa de fertilidade continua a debilitar os processos dedesenvolvimento, pelo que as mulheres e os homens dos países menos desenvolvidostêm todo o interesse em organizar-se para terem acesso a serviços de saúde reprodutiva.Em muitas partes do mundo, a mulher não tem acesso a cuidados de saúde, acabandopor morrer precocemente ou no parto. Em muitas zonas do mundo, quando se perde a mãe,perde-se a família porque se perdeu a principal fonte económica, é portanto necessárioalertar os políticos ao mais alto nível em todo o mundo para que entendam a importânciaque tem a saúde das mulheres. Segundo um relatório da UNICEF “o facto de que deixamosmorrer 1500 mulheres por cada dia do ano como resultado da gravidez ou do parto é umdos escândalos do final do século XX que menos protestos suscitam.”Em alguns países em desenvolvimento as mulheres tem sido excluídas do acesso à educaçãopelo simples facto de serem mulheres. Segundo a UNESCO, há cerca de 600 milhões demulheres analfabetas e 320 milhões de homens analfabetos. Entre os 130 milhões de criançasque não têm acesso ao ensino primário, mais de 80 milhões são raparigas. Segundo aDeclaração Universal dos Direitos Humanos” toda a pessoa tem direito à educação”.Apesar de muitas pessoas apontarem para o facto de ter aumentado o número demulheres no ensino superior, como é o caso de Portugal, muitas, em diversas partes domundo, não têm acesso a uma educação básica.Em 1951, a organização Internacional do Trabalho adotou a convenção n.º 100, relativa aosalário igual para trabalho de valor igual. A Declaração Universal dos Direitos Humanos esta-belece para as mulheres e homens o direito a condições equitativas no trabalho e salárioigual por trabalho igual, como também o direito ao repouso e ao lazer. Para se poder conciliarnão só a vida familiar mas também a profissional, foram criadas algumas estratégias, enun-ciadas pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, tais como a criação deserviços de acolhimento de crianças, de serviços de prestação de cuidados a idosos, licençasde maternidade/paternidade, flexibilidade na organização do trabalho. Estudos efetuadospela Organização Internacional do Trabalho indicam que o valor económico do trabalhodoméstico não remunerado, realizado pelas mulheres, quando calculado como equivalenteaos serviços desempenhados por cozinheiros, empregados de limpeza ou enfermeiras, podeser estimado como constituindo até metade do produto nacional bruto de muitos países.A partilha de tarefas em casa, apesar de ter evoluído favoravelmente, continua a ser umarealidade a aprofundar. Constatamos que esta igualdade não é garantida, pelo mesmotrabalho as mulheres continuam frequentemente a receber menos. Continuam, por vezes,a ser discriminadas pela gravidez, tendo que esconder o facto para não serem despedidas.A questão do lugar e do papel atribuídos às mulheres e aos homens em qualquer religiãoé matéria que tem sido estudada. Será esta uma das últimas áreas onde a vivência deigualdade será mais difícil de atingir. No judaísmo atualmente há ramos reformados queordenam mulheres para o rabinato e onde as mulheres e os homens têm direito eobrigações idênticos, enquanto fiéis. Não é este o entendimento de uma parte dahierarquia da igreja católica e do Papa. Em diversos países já existem movimentoscatólicos organizados que pretendem o acesso das mulheres a todos os ministériosordenados, tal como existem outras que se empenham numa mudança de atitude porparte da hierarquia face aos direitos e à saúde sexual e reprodutiva.As mulheres continuam a ser as principais vítimas de violência doméstica, sofrendo maustratos (físicos, psicológicos e sociais), violações ou falta de assistência material.Por tudo aquilo que referimos, e muito mais haveria a dizer, os direitos das mulheresestão longe de ser assegurados na íntegra. Cabe-nos a nós defendê-los diariamente,através das nossas atitudes.

Nádia, Joana 9ºCTomada de posse da Diretora, cerca de três anos atrás

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4 NOVAS DO GIL Junho 2012 Atividades

Educação Especial

Durante este período, o grupo de EducaçãoEspecial levou a cabo algumas atividades deenriquecimento curricular dos alunos, inte-gradas no Plano Anual de Atividades do Depar-tamento de Expressões e Tecnologias, emarticulação com outras atividades da esco-la. Assim, em sintonia com a comemoração daComunidade Europeia da Cultura (CEC) -Guimarães 2012, o grupo promoveu algumasatividades interessantes e variadas: - mostra de trabalhos realizados pelos alunos na Feira das Freguesias, alusivos à CEC,promovida pela Biblioteca da Escola EB 2.3,integrada na Semana da Europa e das Línguas;- visita ao Museu Alberto Sampaio para assistir à representação da peça, emmarionetas “ Como D. João I tomou a vila de Guimarães”, com o apoio da AssociaçãoAmigos de Urgezes, para o transporte, a quem dirigimos o nosso reconhecimento eagradecimento. Aproveitamos esta saída para visitar o centro histórico circundante; e ainda- mostra de trabalhos, a apresentar no Arraial Minhoto de final de ano, subordinada àtemática da CEC.Outra atividade muito interessante, relacionada com o Ano Internacional da Floresta,prendeu-se com a revitalização de uma horta biológica num espaço exterior da EB 2,3. Os alunos plantaram algumas espécies vegetais, tais como: alface, tomate cherry,couve portuguesa e plantas aromáticas, permitindo-lhes conhecer o processo decrescimento das plantas, o cuidado e a manutenção diária que requerem.As atividades foram diversificadas e motivaram grande interesse e participação dosnossos alunos!

Turmas CEF visitaram Feira Qualific@

No dia 27 de abril os alunos das turmasCEF1 e CEF2 tiveram a oportunidadede visitar a Feira Qualific@ 2012 naExponor – Matosinhos. Esta iniciativacumpriu com os objetivos propostos,criando um espaço de informação esensibilização, oferecendo propostasna área da formação e educação etentando ainda facilitar o cruzamentoeficaz entre a procura na área do em-prego e a oferta educativa e formativa.Com este enfoque, reuniu-se num sólocal as entidades intervenientes nos setores da Educação, da Formação e do Emprego.A QUALIFIC@ foi importante para os alunos, dado que lhes proporcionou a possibilidadede conhecerem diversas ofertas educativas e formativas para que possam definir o seufuturo sempre na ótica da dinâmica do mercado.

Reportagem a Lisboa

Nos dias 23 e 24 de abril de 2012 osalunos do 9º ano realizaram umavisita de estudo com destino a Lis-boa, no âmbito das disciplinas deEducação Moral Religiosa e Cató-lica, Língua Portuguesa e História.Após a saída da escola na manhã dodia 23 de abril, o primeiro ponto deparagem foi a Sinagoga do Porto. To-dos os elementos masculinos tive-ram de cumprir o preceito religiosode colocar a kipá na cabeça. Atravésdo guia que orientou esta visita, ficámos a saber que esta Sinagoga é uma das maiores daEuropa, que existe uma organização distinta entre os homens e as mulheres (não por umato machista, mas porque os judeus consideram as mulheres o ser mais próximo de Deus).Prosseguindo a viagem, rumo a Fátima, efetuámos uma breve paragem na área deserviço do Pombal para almoçar e também para convivermos um pouco entre todos.O segundo local de visita foi o Mosteiro da Batalha, um exemplar do estilo gótico tardioem Portugal. Este Mosteiro/Monumento foi mandado construir por D. João I, emagradecimento à vitória na batalha de Aljubarrota.Apesar de não estar programado, tivemos oportunidade de visitar o Mosteiro deAlcobaça, de estrutura gótica. Aí apreciámos os túmulos de D. Inês de Castro e D. Pedro.Ao fim da tarde, dirigimo-nos para o hotel Casa Beato Nuno, com vista para o Santuáriode Fátima. Desfrutámos de um delicioso jantar e recolhemo-nos.Logo pela manhã, rumámos à nossa capital, Lisboa. Visitámos o Panteão Nacional epassámos pela feira da ladra. No Panteão observámos os túmulos de várias figurasportuguesas como Amália Rodrigues, Almeida Garrett, António Spínola, Teófilo Braga,entre muitos outros.Depois, visitámos a mesquita muçulmana, onde conhecemos alguns costumes dareligião em questão. Ficámos a saber que o santuário se encontra orientado para Mecae que a igreja não contém imagens.Passeámo-nos pela zona de Belém onde almoçámos e descansámos um pouco.Visitámos o Mosteiro dos Jerónimos e tivemos oportunidade de observar o túmulo doemblemático poeta português, Luís Vaz de Camões.De seguida, regressámos a Guimarães, muito mais cultos e enriquecidos.

Ana Fernandes, Ana Lopes, Cláudia Oliveira, Eva Faria e Petra Carneiro 9ºA

Investigador de Biomedicina visita aGil Vicente para explicar o seu trabalhoNo passado dia 25 de Maio, recebemos na nossa Escola, a convite da professora AnaGonçalves, um investigador do Instituto de Ciências da Vida e da Saúde (ICVS), daUniversidade do Minho - o Dr. João Menino.Durante cerca de uma hora tivemos a sensação de ser transportados para o ICVS eficámos a conhecer o seu funcionamento e os seus propósitos. O que mais nossurpreendeu foi o êxito dos seus investigadores, que publicam mais de 100 artigospor ano em revistas científicas de renome, nas áreas de Microbiologia, Neurociênciase Ciências Cirúrgicas.O investigador convidado faz investigação na área da Microbiologia e DoençasInfecciosas, estudando não só um agente patogénico, mas também a resposta imunedo hospedeiro. Os agentes patogénicos podem ser vírus, bactérias ou fungos. Noentanto, a palestra teve uma especial incidência em duas doenças: a Tuberculose,provocada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, uma das que mais mortes causano mundo; e uma doença de nome muito complicado, a Paracoccidioidomicose,causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis que existe principalmente na AméricaLatina. É com este fungo que o “nosso” investigador trabalha e contacta diariamente,tendo para isso que cumprir apertadas regras de segurança laboratorial.Relativamente a estes dois agentes infecciosos, aprendemos como é feita a suarecolha, como é realizada a sua investigação, quais os métodos de diagnóstico e quaissão as perspectivas de tratamento.Muita coisa ficou por dizer e muita da nossa curiosidade por satisfazer, massão iniciativas como estas que nos fazem compreender melhor e valorizar o trabalhodaqueles que se esforçam todos os dias para fazer Ciência, e acreditar que o nossopapel, enquanto seres humanos, é fazer do mundo um local um pouco melhor do queaquele que encontramos.

A turma do 8ºF

Semana da Europa e das LínguasNo âmbito da comemoração da Semana daEuropa e das Línguas foi proposto, aosalunos dos 7º, 8º e 9º anos de escolaridade,a elaboração de cartazes sobre os países daUnião Europeia. Os cartazes foram expostosna semana de sete a onze de maio. Osalunos tiveram oportunidade de visitar aexposição com as docentes de Geografia.A exposição destes cartazes foi importanteporque deu a conhecer a toda a comu-nidade escolar aspetos relevantes sobre osvários países, muitos deles relacionadoscom a sua a diversidade cultural.Os alunos mostraram-se muito participativos e motivados, realizando trabalhos ondedemonstraram a sua criatividade.

Exposição Conhecer GuimarãesUltrapassou todas as expectativas aexposição “Conhecer Guimarães” quereuniu uma plêiade significativa detrabalhos de maquetagem em papel,pintura e tela e pequenas esculturas sobreos monumentos e outros aspetos rele-vantes da cidade, designadamente ostrabalhos decorativos alusivos ao logotipoda CEC 2012, que revelaram artistas empotência, perante a boa qualidade das peças expostas.A mostra de trabalhos, que esteve patente no edifício da sede do agrupamento e quevoltará a ser exposta no âmbito da Festa de Encerramento e Arraial Minhoto (15 dejunho), contou fundamentalmente com obras dos alunos das turmas do 5º.A e 5º. Ee da generalidade dos alunos do 6º.ano, estendendo-se a todas as EB 1 e jardinsinfantis do agrupamento. Prestimosa foi também a colaboração de muitas famílias dacomunidade educativa que se associaram briosamente à iniciativa.

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Junho 2012 NOVAS DO GIL 5Atividades

Concerto pedagógicona Universidade do Minho

No dia 2 de maio fo-mos, de autocarro, jun-tamente com as outrasturmas de sexto ano danossa escola, para o au-ditório da Universidadedo Minho, em Azurém,para assistir a um con-certo pedagógico queocorreu pelas 10 horas.

Um concerto pedagógico é um concerto em que cada parte é explicada aos ouvintes.Ao concerto da Orquestra do Norte assistiram todos os alunos de 6º ano das escolas do

concelho de Guimarães, o que vem acontecendo desde há vários anos. Este ano, os alunosde 6º ano das escolas de Abação e de S. Torcato partilharam connosco este momento.

Durante o concerto, foram-nos apresentados os instrumentos da orquestra, indivi-dualmente e por famílias. Pudemos reconhecer os instrumentos e o seu timbre. Depois, aorquestra deliciou- nos com músicas de filmes conhecidos. Assim, pudemos recordar filmescomo “A pantera cor-de-rosa”, “O Dartacão” “Jurassic Park”, “ 007”, “Cinderela”, “O piratadas Caraíbas”, “Missão impossível”, “Madagaskar” e “Rei Leão”, entre outros…

No final deste magnífico concerto alguns de nós puderam conviver com antigoscolegas que agora andam em Abação e S. Torcato.

Foi um concerto muito agradável e educativo onde pudemos aumentar a nossacultura musical, conviver e descontrair.

Turma 6ºD

Os nossos Deputados fizeram-se ouvir em LisboaO ano passado, a nossa escola foi es-

colhida para representar o Círculo Eleitoralde Braga na Assembleia da República e, paracompor o ramalhete, a reportagem do nossojornalista, André Correia Antunes, ganhouo primeiro prémio. Quando se atinge estepatamar, as esperanças de repetir o feitosão poucas. Este ano, a escola voltou areunir esforços para manter o nível e odesafio foi superado. O Programa seguesempre a mesma lógica. Primeiro, apreparação da Sessão escolar. As váriasturmas, do quinto ao nono ano, sãoinformadas do tema em debate e preparama campanha eleitoral. O ano prometia pouco.O tema não era, consensualmente, muitoapelativo: “As redes sociais: combate àdiscriminação”. Era complicado perceber oque é que se pretendia. O objetivo desteprograma é apresentar na Assembleia daRepública propostas de medidas sobre otema em causa e que possam ser, um dia,aplicadas pelo Governo. Muitos não en-tendem isto e confundem o Parlamento dosJovens com uma eleição para uma coisaparecida com uma Associação de Estudantes.Por isso são frequentes as medidas de caráterlocal, a serem aplicadas em cada escola. Essaconfusão persiste, depois, nas SessõesDistritais e mesmo na Sessão Nacional.

O tema era complicado e muitas escolasdesistiram. Não se entendia bem o que éque se pretendia. Que propuséssemosmedidas para diminuir a discriminação nasredes sociais? O que é que se entende pordiscriminação nas redes sociais? Usar asredes sociais como meio de diminuir asegregação das minorias? Ninguém sabiaao certo. Mas decidimos avançar na mesma.Os alunos apresentaram as suas propostase foram para os corredores, munidos decartazes. Uns a defender a regulação dasredes com punições a quem as utilizassepara discriminar outros, uns a pedir o acessoàs redes sociais a todos os portuguesesconsagrado na Constituição Portuguesa…E a campanha estendeu-se, claro… ao pró-prio Facebook, a mais conhecida e utilizadarede social do mundo. Fotografias, palavrasde ordem, tudo como numa campanhaeleitoral a sério. Depois, o dia da votação.Tal como na “vida real”, os valores daabstenção são grandes, mas não foramdesanimadores. Aplicando o método deHondt, umas listas conseguiram eleger todosos seus deputados, outras conseguiramcinco ou seis, outras um ou dois, consoantea preferência e a capacidade de juntar votosde cada uma. A participação dos alunos dosegundo ciclo voltou a ser uma aposta danossa escola, o que não é muito comumnoutras escolas que preferem envolveralunos de idade mais avançada. Até agora,acreditamos que tem sido esta abertura doprograma aos alunos mais novos que tempermitido dar à nossa escola os resultadosalcançados. Os alunos saem da SessãoEscolar com a sensação de que podiam irmais longe e, no ano seguinte, cá os temosde novo a quererem ir mais longe com assuas propostas e com outro à-vontade adefendê-las perante os colegas mais velhos.Assim já tinha acontecido com a Vera Silva,do sexto ano, que se apresentou logo comouma das favoritas, apesar de no ano anteriornão ter passado da Sessão Escolar.

A Sessão Escolar decorreu na Biblioteca.Os alunos foram habituando-se à formacomo as coisas poderiam correr na SessãoDistrital. As intervenções, umas mais agar-radas ao texto já escrito das medidas, outroscom vontade de mostrarem alguma ha-bilidade oratória, foram libertando-se aolongo da Sessão. As questões postas a cadalista eram por vezes pertinentes, por vezesconfusas, mas é desta interação e desta

prática que se fazem os políticos de amanhã.Ninguém nasce ensinado. E não estávamosali como deputados profissionais mas comoaprendizes da cidadania. Rapidamente secompreendeu a forma como as medidasseriam escolhidas na generalidade e po-deriam ser, depois, aperfeiçoadas, na es-pecialidade. E assim nasceram as nossasmedidas, prontinhas a serem defendidasem Braga. Elegeram-se os deputados: doisefetivos e um suplente: a Vera Silva, o JorgeFernandes e o Carlos Gonçalves . Dois alunosdo nono ano e uma aluna do sexto. Depois,veio a preparação da Sessão Distrital.

O ano passado foi muito importantepara compreender a estratégia a seguir paradar nas vistas. O regimento, bem como oandamento dos trabalhos não dão o mesmoprotagonismo a todas as escolas. Algumasfalam muito, por serem muito interpeladas.Outras falam menos porque ninguém selembra de criticar as suas medidas. Mastodas têm direito a apresentar o seu projetode recomendação. No ano passado, graçasao discurso inicial de apresentação dasmedidas da escola, a Gil Vicente passou a seruma das escolas mais na ribalta. Um discursobrilhante do Tiago Peixoto serviu de motepara outro, da Vera, que utilizando umaestrutura semelhante, chamou a atenção aoevocar o exemplo de Nelson Mandela noseu combate à discriminação, não atravésda punição mas através da integração detodos os cidadãos na construção de umprojeto comum. Desta forma entrámos comalguma confiança no Anfiteatro da EscolaSá de Miranda. Quarenta e duas escolaspreparavam as suas intervenções e algumasbrilharam nos discursos iniciais, tornando acoisa mais difícil. Mas a Vera portou-se bem,confiante. Mas se as outras escolas votaramem nós não foi só à conta disso, mas muitograças ao trabalho desenvolvido pelo nosso“grupo parlamentar” que se mostrou àaltura no debate na especialidade, quandoas nossas medidas já tinham sido rejeitadase conseguimos que fosse aprovada umadas nossas medidas, à última da hora, commuita discussão e persuasão. Com umamedida salva, conseguimos ainda o objetivomais ambicioso de todos: passar para aSessão Nacional.

Para dizer a verdade, nesta fase já estátudo ganho. A ida a Lisboa é o prémio. Masos alunos não desistiram de fazer boa figurae estudaram com atenção os projetos derecomendação dos outros círculos. No pri-meiro dia da Sessão Nacional, a sete demaio, as escolas foram distribuídas porvárias comissões. Em cada uma debatia-seum conjunto limitado de projetos de re-comendação. Calhou à nossa escola estar

numa comissão onde não se debateria oprojeto de recomendação de Braga, por issonão ficou nas mãos dos nossos deputadosa defesa da medida que tínhamos salvo emBraga. Alguma desilusão, mas não o sufi-ciente para participarmos de forma plenano debate. A Comissão onde se debateriamas propostas do nosso distrito rejeitou asmedidas que levávamos. Quem sabe comoseria se as tivéssemos defendido? O nossogrupo parlamentar fez ouvir a sua voz e de-fendeu a sua visão sobre a responsabilidadedas redes sociais no respeito aos direitosdos cidadãos, à sua liberdade de expressão.O porta-voz de Lisboa, em discursos in-flamados, defendia as suas posições deforma algo agressiva e intimidatória. Osnossos deputados, de forma mais diplo-mática e consensual, seguiram um caminhomais tolerante e deram o seu contributopositivo para a definição das medidas queseriam defendidas na Sessão Plenária, nodia seguinte.

O lanche ocorreu na entrada do Paláciode São Bento. Costuma ser nos claustros, aoar livre, mas o dia era de chuva. Depois, ummomento musical, breve mas intenso, ani-

mou as bancadas da Sala do Senado ondedecorreriam os trabalhos no dia seguinte.Não é a Sala que costumamos ver na tele-visão, mas não é menos vistosa e imponente.Logo a seguir, o jantar e ala que se faz tardepara o INATEL de Oeiras. Uma noite agitadade confraternização para uns, que nãoqueriam dormir já, uma noite sossegada desono para outros e chegou o último dia.

A Sessão decorreu da forma esperada.Primeiro, uma sessão com deputados doscinco partidos políticos com representaçãoparlamentar. A crise dominou as questõescolocadas aos deputados e cada um de-fendeu a sua visão das coisas. Depois, veioo debate do tema deste ano, com os jovensdeputados a cerrar fileiras em defesa destaou daquela medida. A Vera fez uma in-tervenção, transmitida em direto pelatelevisão, e houve quem a visse na escolaem Guimarães, e prontamente a felicitassepela forma segura como criticou uma medidasobre a qual ninguém se entendia. No fim,cansados, ainda faltavam umas cinco horasde viagem até Braga, mais meia hora atéGuimarães. Cansados, mas prontos a passaro testemunho a quem vier para o ano.

Os nossos deputados O repórter de serviço

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6 NOVAS DO GIL Junho 2012 Atividades

Entre o vasto conjunto de atividades,diversificadas e apelativas, destacam-se doprograma as exposições temáticas noâmbito do Projeto Conhecer Guimarães,como as maquetes, corações e lendas,contributo do 1.º ciclo, que muito embelezouo espaço da Biblioteca, as de cariz bi-bliográficas, com obras alusivas a Guimarães,bem como jornais e outros documentos dereferência. Além disso, realçam-se ainda ascaricaturas/desenhos de personalidadesvimaranenses, produzidas por alunosfrequentadores da BE e os Corações da GilVicente, decorados pelos alunos do 2.º e 3.ºCiclos, ensino especial e EFAS e submetidosa concurso.Paralelamente, ocorrerão tam-bém exposições Temáticas no âmbito daSemana/do Dia da Europa com cartazescomemorativos do Dia da Europa e materialoferecido pela Biblioteca Municipal RaúlBrandão.

Com o objetivo de dar a conhecer Gui-marães e as suas potencialidades à co-munidade escolar e educativa de uma formalúdica, a BE disponibilizou também o jogoEu Sou Guimarães, o jogo de todos osvimaranenses. Deste modo, os alunos e acomunidade local tiveram oportunidade decontactar com um material diferente econcluírem que Mais do que uma cidadehistórica, Guimarães é uma cidade de muitashistórias e que são essas histórias quecompletam e dão vida à nossa própriahistória. Através delas se unem gerações,vidas e saberes. O jogo está a ser divulgadojunto das instituições (Fraternidade NunoÁlvares, juntas de freguesia, ASCU…), quetêm manifestado interesse pela propostada BE para a disputa de um torneio entre asfreguesias de Urgezes, Polvoreira e Nes-pereira. Este torneio na escola teve o apoioda Associação de Estudantes Gil Vicente.

Igualmente, com o objetivo de ficarema conhecer melhor a Europa e as suas capitaisfoi permitido, aos alunos, durante a semanada Feira, acederem aos jogos da net sobretemas diversificados e Jogos comemorativosdo Dia da Europa.

Raúl Rocha, Dr.ª Mónica Machado, Frater-nidade Nuno Álvares Pereira, ASCU, que, emprol das suas terras, defenderam a projeçãode iniciativas conjuntas no âmbito doprograma da CEC.

As embaixadoras, Andreia, Urgezes eSofia, Nespereira apresentaram umapequena dissertação sobre a embaixadaGil Vicente e o papel que têm junto dacomunidade escolar e local na concretizaçãodas atividades no âmbito da CEC. Por seuturna, a cônsul e professora Rosa MariaGomes enalteceu a presença dos pais e oapoio que têm dado às alunas nas deslo-cações das mesmas às atividades da CEC.

A fechar em beleza, os alunos eprofessores dos Cursos EFAS organizaram,na cantina da escola sede, um autênticobanquete de sabores, para todos ospresentes, com o qual todos se deliciaram!Foi uma grande noite!

Os amigos da Biblioteca

Nós somos amigos da biblioteca, somosquase todos do 6.º D, do 6.º E e do 5.º D.Gostamos muito de pertencer a este clube,nos nossos tempos livres. Para além de nós,há outros alunos: são os monitores, quasetodos do 3.º ciclo. Ajudam em horário e diasdiferentes dos nossos e têm tarefas dife-rentes das nossas.

No entanto, todos, em comum, presta-mos ajuda à biblioteca em algumas dastarefas, como por exemplo: ajudamos osnossos colegas a respeitarem as regras, aencontrarem os livros, os filmes e tambémajudamos na arrumação dos equipamentos elimpeza dos espaços. Também participamosem atividades orientadas pela professoraRosa Maria, tais como a leitura divertida,encenação de obras, jogos didáticos e comhistória, elaboração de inquéritos e entre-vistas para fazer à comunidade escolar…

São tantas as solicitações da nossaBiblioteca que por vezes nem sabemos oque fazer. Mas o que nós gostamos mesmode fazer é teatro e, este ano, apresentamosalgumas peças, baseadas nas obras quelemos e nas atividades da biblioteca. Coma ajuda da professora Rosa Maria foi fácil,

Eleições para os órgãos diretivosda Associação de EstudantesEm conformidade com as disposições legais aplicáveis e os estatutos da Associação deEstudantes Gil Vicente (AEGV), os atuais membros da direção da Associação deEstudantes cessam funções no final do ano letivo, pelo que foi necessário proceder àeleição dos novos elementos. O ato eleitoral ocorreu no dia 1 de junho, tendo acampanha eleitoral decorrerá de 28 a 31 de maio.A sufrágio apresentaram-se três listas candidatas, tendo-se registado a seguintevotação: lista A 27 votos, Lista B 220 votos e lista C 40 votos. Deste modo, saiu vencedoraa lista B, constituída pelos seguintes elementos:Gabriela Francisca Henriques (8 D); Sandrina Sofia Lemos (8 D); Sofia Isabel Macedo (7F); Mariana Ferreira (8 D); Cláudia Filipa Martins (8 D); Tiago Miguel Peixoto (8 F);Daniel da Cunha (7 A) e Ana Bárbara Martins (6 B).

Peddy-PaperSob proposta da Associação de Estu-

dantes Gil Vicente e no âmbito do programade Guimarães 2012, Capital Europeia daCultura e com o objetivo de conhecer acomunidade educativa e as freguesias emparticular, explorar lugares e espaços,intensificar as relações interpessoais e oespírito de grupo, valorizar e defender omeio ambiente, realizou-se o Peddy paperda natureza, no dia 9 de maio, uma atividadede caráter educativo e lúdico com um roteiropedestre de descoberta dos mais em-blemáticos elementos das freguesias deUrgezes e Polvoreira e no qual os partici-pantes tiveram de percorrer pontos rele-vantes de ambas as freguesias e de res-ponder a questões sobre os locais de passa-gem visitados, bem como executar as provasespecíficas elaboradas pelos departamentose EFA, colocadas em locais estratégicos dopercurso: Centro Escolar de Urgezes; Juntade Freguesia; espaço ASA; Igreja de SantoEstevão e recinto da escola sede.

A Turma C do 8º ano foi a grandevencedora, ficando respetivamente emsegundo e terceiro lugar o 6ºC e o 7ºD.

Esta iniciativa envolveu praticamentetoda a comunidade educativa e antecipou,em certa medida, as diretrizes anunciadaspela tutela de lançar no próximo ano letivomais atividades de combate à obesidade,designadamente jogos tradicionais e even-tos ao ar livre de encontro com a natureza.

Que o dever de cidadania seja cumpridoe as regras respeitadas.

Por sua vez, a animação cultural foi umponto alto nesta Feira das Freguesias e envolveutoda a comunidade escolar. Neste âmbito osprofessores de música e alunos (Hora doCanto e 8.º C)brindaram-nos com a execuçãoe canto dos Hinos, enquanto o Clube de Dançanos propiciou magníficas coreografias. Repre-sentações sobre a Lenda da Europa e Lenda dasRosas de Guimarães pelos Amigos da Biblioteca eencenações como O castelo de Guimarães (5º.A)eEsta Língua Portuguesa (5ºC), comple-mentariam a oferta cultural.

Atuação dos alunos

Extraordinário foi o Encontro de saberese sabores da minha terra, no dia 10 de maio,à noite. No encontro estiveram ilustresconvidados de Urgezes, Polvoreira eNespereira, como presidentes de junta, eng.º

fomos na onda e correu bem. Tem sidomuito divertido e proveitoso o nosso tra-balho na biblioteca. Sobre o funcio-namento, a nossa biblioteca está bemorganizada. Tem toda a informação de quenecessitamos e atualizada; tem bons meiosde pesquisa; jogos didáticos e divertidos; afuncionária é eficiente e simpática, bem comoos professores bibliotecários que são muitodivertidos, simpáticos, prestáveis e estãosempre disponíveis e contextualizados.

Vera Silva, nº 25, 6ºD e Filipa Ribeiro, nº 10, 6ºD

Concurso Coraçãoda Gil Vicente

Biblioteca Escolar continua a animaçãoCom o objetivo de criar uma cultura de proximidade entre a Escola e o meio envolvente e valorizar a identidadecultural, realizou-se entre os dias 7 e 11 de maio de 2012, no Agrupamento, a Feira das Freguesias, sob o lemaconhecer Guimarães, uma iniciativa da Biblioteca Escolar (BE), no âmbito do programa de Guimarães 2012, CapitalEuropeia da Cultura.

Os corações encontram – se em ex-posição na biblioteca e sujeitos a votaçãopelos alunos até ao dia 8 de Junho. Depoisserão apreciados por um júri que decidiráqual dos anos é o vencedor.Cada ano,incluindo os cursos EFAS e o Ensino Especial,capricharam na construção dos corações .Parabéns a todos.

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Junho 2012 NOVAS DO GIL 7Meio / Comunidade

Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedadeentre Gerações – Os nossos idososNo âmbito do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações, que comemoramos este ano, o jornal escolar Novas do Gil, procurou inteirar-se e retratara situação dos idosos nas freguesias da nossa área pedagógica.Quisemos saber quais as instituições que se encontram no terreno, quais os objetivos que as norteiam, as condições de que dispõem e as atividades que vêm desenvolvendo emprol da terceira idade. Para o efeito, contámos com o depoimento e o contributo de instituições muito relevantes e dinâmicas no nosso território circundante.

LAR RAINHA DONA LEONOR

A Santa Casa da Misericórdia, fundadaem1511, teve sempre como objetivos, comonos afiançou a Provedora Noémia Pacheco,procurar satisfazer carências sociais epraticar atos de culto católico. A ação tem-se centrado no âmbito da proteção social,cuidados de saúde, atividades culturais ecultos religiosos.

De momento, a Santa Casa dispõe de umtotal de 220 funcionários e conta com quatroresidências para pessoas mais idosas (230utentes).Quanto ao número de idososassociados ou assistidos, no Lar Rainha DonaLeonor, em Urgezes, encontram-se 110utentes.

No contexto do Ano Europeu doEnvelhecimento Ativo e da Solidariedadeentre Gerações, a Santa Casa propõe-sedesenvolver o Plano de atividades previstono âmbito da Animação. Tendo semprecomo preocupação o conforto espiritual efísico, a qualidade de vida, o entretenimento,o aporte cultural, o reforço de laços derelacionamento entre os utentes que vivemem conjunto e com a comunidade, estãoprevistos passeios, visitas a museus,atividades inter-lares, concertos musicaisde artistas nos lares, entre outras atividades.

OS AMIGOS DE URGESES

O Grupo Desportivo e Recreativo “OsAmigos de Urgeses” foi fundado a 3 defevereiro de 1984 e tem como objetivosgerais, entre outros, promover a criação demeios de apoio a nível social à infância,juventude e terceira idade. Neste domínio,o seu foco de ação centra-se em dois polosessenciais: a área social e a área desportiva.Assim e relativamente à primeira, estainstituição tem creche, serviços de ATL,alargamento de horário pré-escolar e serviçode apoio domiciliário.

Nesta vertente social, o único serviçoque a instituição, de momento, presta aosseniores, é o Serviço de Apoio Domiciliárioque apresenta essencialmente 4 serviços:alimentação, tratamento de roupa, higienepessoal e higiene habitacional. Além destesserviços, também dá apoio nas deslocaçõesao médico/exames, aquisição de medica-mentos, pequenos arranjos na habitação,entre outros. Os seniores são tambémcontemplados com várias atividades/encontros ao longo do ano com outrasinstituições a nível concelhio.

O Serviço de Apoio Domiciliário serve 25idosos. Poderão ser utentes do Serviço deApoio Domiciliário idosos, pessoas comdeficiência e famílias em situação dedependência e/ou isolamento, que residamnuma das freguesias onde o serviço atua.Este serviço não implica instalações própriasporque é realizado no domicílio de cadaidoso, à exceção do tratamento de roupa(lavandaria) e alimentação (cozinha) quesão dois serviços realizados nas instalaçõesda creche devidamente autorizados.

A instituição não tem na sua planificaçãoatividades concretas a desenvolver nocontexto do Ano Europeu do Envelheci-mento Ativo e da Solidariedade entreGeração, até porque o serviço prestado nãopermite estar com os idosos a tempo inteirocomo se verifica num centro de dia ou lar,em que podem ser desenvolvidas atividadesde dimensão mais alargada. No entanto, asatividades em que participam são sempreem conjunto com as entidades das restantesinstituições da cidade, estas atividades são

organizadas pela Câmara Municipal deGuimarães juntamente com a Fraterna.

CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIADE POLVOREIRA

O Centro Social da Paróquia de Pol-voreira foi fundado em 16 de maio de1998.

A Atividade deste centro tem como prin-cipais objetivos responder às necessidades dacomunidade prestando serviços que asse-gurem as suas necessidades, abrangendo osvários públicos: adultos, crianças e idosos.

O Centro Social da Paróquia de Polvoreiracontempla, conforme nos relatou a suaDiretora Técnica, Manuela Silva, as seguintesvalências: A.T.L; Jardim de infância; Centrode Dia; Apoio Domiciliário; Gabinete deInserção Profissional; Gabinete de Acom-panhamento e Aconselhamento Social(G.A.A.S) e está ainda a desenvolver umProjeto de intervenção social no âmbito damedida 7.3 do POPH: “Opção Ave.pt”.O CentroSocial é também uma entidade Promotorade Cursos de Formação Profissional e deAprendizagem em parceria com váriasentidades formadoras, área em processo decertificação. Tem ainda em execução final a

construção de um Lar de idosos com ca-pacidade para acolher 31 utentes, uma Crechecom capacidade para suportar 66 crianças eprepara ainda o alargamento do Apoiodomiciliário para mais 30 utentes, obraaprovada no âmbito do Programa deAlargamento das Respostas e EquipamentosSociais (PARES). Tem também aprovado peloCCDRN, no âmbito do ON2, um projeto deuma Unidade de Cuidados ContinuadosIntegrados, em fase de concurso para aexecução da obra.

Quanto aos serviços prestados de apoioa idosos destacam-se o Centro de Dia(Higiene Pessoal; Alimentação; CuidadosPessoais e de Saúde; AcompanhamentoPsicossocial e familiar) e o Apoio Domiciliário(Higiene Pessoal; Higiene Habitacional;Alimentação; Tratamento de Roupa; Ativi-dades Socio-Culturais; Cuidados Pessoais ede Saúde; e Acompanhamento Psicossociale Familiar).

O Centro de Dia possui um plano semanalque integra as seguintes atividades: Ativi-dades Lúdicas e de Lazer, atividade física;atividade cognitiva; expressão plástica;expressão musical; jogos e dinâmicas de Grupoe sessões de debate e discussão aberta.

O Centro de Dia fornece apoio a 20utentes cuja admissão depende de fatorescomo a autonomia, nomeadamente na sa-tisfação das necessidades básicas e a mo-tivação do candidato para a sua integração. O

Apoio Domiciliário serve 30 Utentes, tendo asua seleção a ver com a proximidade geográ-fica e a necessidade sentida pelo candidato.

No âmbito do Ano Europeu do Enve-lhecimento Ativo e da Solidariedade entreGerações propõe-se a implementação doPrograma “Mais Viver” – supervisionadopelo Agrupamento de Centros de SaúdeAve – Guimarães/Vizela, que tem comoobjetivo a promoção da atividade mental econsiste num conjunto de atividades queestimula a cognição permitindo um en-velhecimento pró-ativo; intercâmbios comoutras Instituições que dão resposta socialao envelhecimento, como forma de fo-mentar o convívio e a partilha de ideias,permitindo assim manter as relações sociaisconsideradas fundamentais para o envelhe-cimento saudável.

Uma vez que a valência Centro de dia sedesenvolve no mesmo edifício do Jardim deinfância, várias atividades inter-geracionaissão realizadas, nomeadamente o DiaMundial dos Namorados, o Dia dos Avós,entre outras. Importa referir ainda que adecoração do edifício é realizada pelos doispúblicos-alvo em conjunto.

Está Previsto que o Grupo de utentesassista a vários espetáculos promovidos

pela “Capital Europeia da Cultura: Guimarães2012” sabendo-se que o acesso à Culturapromove o Envelhecimento Ativo.

CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIA DE SANTA EULÁLIADE NESPEREIRA

O Centro, fundado em 1984, propõe-secontribuir para a promoção integral de todosos paroquianos, cooperando com os serviçospúblicos competentes ou com as Inst-ituições Particulares num espírito de so-lidariedade humana, cristã e social, darresposta a todas as formas de pobreza e,sempre que tal se justifique, estender a suaação aos habitantes das paróquias vizinhas.Esta instituição presta apoio à primeirainfância, através de Creche, Infantário eJardim de infância e à Terceira Idade, atravésde Apoio Domiciliário e Academia Sénior. Oapoio à Saúde é fornecido através daUnidade de Cuidados Continuados Inte-grados de Longa Duração e Manutenção eo apoio à Comunidade através do gabinetede atendimento social e departamento deformações. O Centro organiza anualmente,pelo menos, uma jornada de solidariedadeque procura responder a problemas iso-lados ou estruturais. Na medida em que aprática o aconselhe e os meios disponíveiso permitam, poderão surgir atividades de

caráter cultural, educativo, recreativo, deassistência e de saúde, designadamente, noâmbito da Sala de leitura, Biblioteca, Teatro,Cinema, Escola de Música e Desporto.

Mónica Machado, Coordenadora dasvalências da Terceira idade, refere que oServiço de apoio domiciliário presta apoio a20 utentes. A Academia Sénior acompanha22 utentes enquanto a Unidade de CuidadosContinuados de Longa Duração e Manu-tenção recebe 30 utentes com processoscrónicos de doença e/ou diferentes níveisde dependência.

Quanto a atividades concretas a de-senvolver no contexto do Ano Europeu doEnvelhecimento Ativo e da Solidariedadeentre Gerações destacam-se as Oficinas deestimulação cognitiva; ginástica e hidro-ginástica; aulas de Culinária; 2012 e a Cultura,História e Geografia, Teatro, Artes florais;Expressão Musical e escrita criativa; Palestrassobre vários temas; Comemoração das festasde calendário: Arraial S. João, Dia das avós,etc; Caminhadas pela Saúde; VisitasCulturais/ Convívios; Atividades do GrupoCSN – Contigo Somos Nós – atividadesdesenvolvidas pelos utentes de todas asvalências (desde a infância à terceira idade).

ASSOCIAÇÃO SOCIALE CULTURAL DE URGEZES

Este Centro de Convívio de apoio aosidosos, sem fins lucrativos, foi fundado em2003 visando prevenir a solidão e o iso-lamento; incentivar a participação e incluiros idosos na vida social local; promover asrelações pessoais e entre gerações e evitarou adiar ao máximo o internamento eminstituições. As principais atividades desen-volvidas, nomeadamente na área peda-gógica, têm a ver com a interação com outrascoletividades ou instituições, a realizaçãode encontros com associados de acordocom programa a elaborar pela Direção;Exposição de trabalhos executados pelosfrequentadores do Centro de Convívio;Reisadas; Comemoração do aniversário daAssociação Social e Cultural de Urgezes; Festade S. João; Comemoração do dia Mundialdos Avós; Passeio Anual; Magusto – Festa deS. Martinho; Festa de Natal. A nível cultural, aAssociação tem o Grupo de Cantares Popularesque promove atividades que contemplamatuações do Grupo dentro da instituição e emcolaboração com outras instituições.

Como Centro de Convívio, funciona desegunda a sexta-feira entre as 14h e as18h30. A Associação possui uma carrinha depassageiros para transportar de casa para aAssociação e vice-versa os associados quediariamente frequentam o Centro deConvívio. Estes desenvolvem o seu rela-cionamento e divertem-se com jogos, leiturae veem alguns programas televisivos.

O número total de associados ronda os250, sendo as pessoas admitidas idosos apartir de 65 anos, residentes na Freguesia deUrgezes. O número médio de idosos quefrequentam diariamente a Associação andana média de vinte associados.

A Associação está localizada no edifícioda Junta de Freguesia de Urgezes. Asinstalações estão cedidas mediante umprotocolo entre Junta e Associação, mas ocrescimento, de futuro, poderá implicarnovas instalações. O objetivo, segundo LuísMartins, Presidente da Direção, é o Centro deDia que nunca poderá estar dissociado doApoio Domiciliário, desta forma indo deencontro aos anseios da população idosada Freguesia de Urgezes.

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8 NOVAS DO GIL Junho 2012 Leitura / Escrita

Afonso Henriques:um Rei polémico«A defesa da tra-dição»Ao longo de pou-co mais de tre-zentas páginas, oDr. Barroso daFonte defende atese de que D.Afonso Henriquesterá nascido em 1111, em Guimarães,e não em 1109 e em Viseu, comoargumenta o historiador A. de AlmeidaFernandes.

Sob coordena-ção de IsabelMaria Fernan-des, Doçaria Tra-dicional Vima-ranense, pre-tende ser maisum passo napreservação edefesa do patri-mónio vimaranense. Desde as con-servas ou doces de fruta, como o Docede Calondro (abóbora), passandopelos doces de romaria até às Tortasde Guimarães (receita acompanhadapor imagens muito elucidativas) ou oToucinho-do-Céu, este livro é umregalo para as nossas “papilas visuais”!

«- Ele foi o maior!Ele foi o maior! -gritou o Chico,saindo do carro,aos berros, di-reito à estátua deD. Afonso Henri-ques.Tinham acabadode chegar a Gui-marães e o paido João condu-zira-os junto dos monumentos prin-cipais da cidade: o Castelo e o Paláciodos Duques de Bragança, que ficammesmo lado a lado.Enquanto os outros, imóveis, observa-vam a fachada do Paço Ducal, o Chicotinha corrido para a estátua de D.Afonso Henriques, agitando no ar umaespada imaginária. E, pendurado láem cima, gritava:- Ele foi o maior! É o meu rei preferido!É o meu rei preferido!» in Uma Aventuraentre Douro e Minho (p. 38)

AS GUALTE-RIANAS (THEGUALTERIANAS)1906/2008Estas festasem honra deS. Gualter são,desde há mui-tos anos, mo-tivo de orgulho para os vimaranenses.Neste magnífico livro, a autora, CéliaFernandes, convida-nos a uma viagematravés do tempo, desde o ano de1906 até à atualidade. Citando aprópria: «este livro procura dar inícioa uma viagem de leituras possíveissobre Guimarães ao longo dos anos(…) e apresentar um perfil evolutivodo enraizamento local para que cadaespectador-leitor possa fazer a suaprópria leitura e perceber como opassado e o presente se dão bem eque um precisa do outro.»

Ondjaki, pseudónimo de Ndalu de Al-meida, poeta e prosador de origem an-golana, é uma das mais originais jovensvozes da literatura em língua portuguesa. Asua obra já foi premiada várias vezes e estádifundida um pouco por todo o mundo,graças às traduções de que os seus livros emprosa e em verso têm sido alvo em paísescomo Espanha, Itália, Suíça, Inglaterra,Suécia, Sérvia, Argentina, Cuba, Canadá.

Em 2008, Ondjaki viu o seu livro Os daminha rua ser incluído entre os 10 finalistasdo Prémio Portugal Telecom de Literatura,tornando-se assim no primeiro autor afri-cano a conseguir alcançar esse patamar. Em2007, por esse mesmo livro, o escritor re-cebeu em Portugal o Grande Prémio da As-sociação Portuguesa de Escritores.

No seu país natal foi também distinguidocom uma menção honrosa no prémio An-tónio Jacinto, em 2000, pelo livro de poemasActu Sanguíneu e com o Prémio SagradaEsperança, em 2004, por E se amanhã o medo,um livro de contos.

Ondkaki nasceu em Luanda, formou-seem Sociologia, escreveu e escreve paracinema e já corealizou um documentáriosobre a capital angolana, intitulado Oxalácresçam pitangas - histórias de Luanda. A escritaliterária foi-lhe acontecendo, como gostade referir e atualmente conta com já comuma obra significativa publicada.

Ondajki escreve não só para adultos,mas também para os mais novos. As históriase as narrativas deste escritor angolanorevelam uma recriação das memórias deinfância em Luanda e uma forte presença daoralidade.

Contactado via correio eletrónico, de-monstrou uma grande simpatia e disponi-bilidade, respondendo a todas as nossascuriosidades.

Sabemos que o seu verdadeiro nome éNdalu de Almeida. O nome Ondjaki chegou-lhe através da literatura, para assinar aquiloque ia escrevendo. Por que motivo escolheueste nome?

Não foi escolher... Antes de nascer aminha mãe tinha me dado esse nome. E sódepois mudou para Ndalu. Quando comeceia escrever voltei a esse nome. Pareceu-memuito natural. Já era meu. Já era eu.

Interessa-se pelo teatro, pela pintura epelo cinema. Como conjuga todos estesinteresses artísticos com a escrita?

Na realidade, esses interesses fazemparte de uma certa escrita. A escrita da vida,a escrita artística, a escrita de uma estéticaque vem de dentro. Quem pinta tambémescreve a vida. Quem faz uma escultura, estáa libertar-se de sonhos, obsessões, caminhosque precisa de trilhar. Eu vou em buscadessas outras coisas para voltar à escrita.Para voltar com mais materiais de sonho ede escrita.

Quando se começou a interessar pelaescrita?

Não sei dizer com precisão. Foi a partirdos 13 ou 14 anos, quando também comeceia ler a sério ficção e poesia.

Ondjaki nasceu em Luanda. Comocaracteriza a sua infância?

Foi uma infância muito “normal”. Digoisto porque, no mais das vezes, a infância énormal para cada um de nós. Cresci numacidade com características muito específicas,mas com uma família grande e criativa, compraias, com boas escolas e bons professores.Não trocaria a minha infância por nenhumaoutra.

Escreve poesia, conto, romance. Em qualdestes géneros se sente mais à vontade?

Acho que gosto mais de escrever contos,mas como sabem, também publico outrascoisas. Ultimamente também tenho escrito

muitos livros infantis. Acho que Angolaprecisa de mais estórias para crianças.

O processo de escrita é duro? Revê ecorrige muito os textos?

Há muita dureza na escrita... É durodecidir. É duro imaginar, isto é, vivenciaralgumas sensações ou momentos que nãosão meus, são dos personagens, mas quepassam por mim. E depois, sim, antes depublicar passo anos a rever os textos. É umtrabalho árduo, muito sério, se o levarmosa sério. Como em qualquer outra profissão,se quisermos que o resultado se aproximede uma coisa boa.

Quando escreve um livro, pensa numpúblico em específico?

Não.

A sua última obra “A Bicicleta que tinhabigodes” dirige-se a um público juvenil.Agrada-lhe escrever para este público?

Para dizer a verdade, a obra dirige-se atodos os públicos, a todas as idades. Oslivros às vezes são “vestidos” num formatoque faz mais sentido para a editora. Nãosignifica que se esteja a apontar para umgrupo. Eu só quero que qualquer leitor leiao livro e se sinta bem. Ou se divirta. Ou penseem coisas novas. Ou sonhe. Ou possa sorrir.A idade do grupo que vai ler, não meinteressa.

Tem recriado a sua infância em muitosdos seus livros. Esta estória é inspirada nasua vida?

Não, esta estória não é baseada na minhainfância. Há elementos que são comuns aqualquer criança que cresceu em Luandanos anos 80, e eu fui uma delas. Mas é umarua que podia ser qualquer rua. E o desejode ganhar uma bicicleta é quase um desejouniversal.

O livro retrata a dificuldade em escreveruma estória. Alguma vez sentiu estadificuldade?

Muitas vezes. É difícil escrever uma boaestória. É difícil ficar satisfeito quando setermina um livro. Eu penso que devemos sercríticos com o nosso trabalho cada vez mais.Sempre. Toda a vida. Então, sim, a decisão depublicar torna-se algo cada vez mais complexo.

Adoramos os bigodes mágicos do tio Rui,davam-nos muito jeito para escreverredações. Quando era pequeno, contactoucom algum escritor? Sentia a escrita comoum mistério a desvendar?

Eu conheci muitos escritores, na minhainfância, porque eram amigos dos meuspais. Iam à minha casa jantar. Apareciam napraia. Era uma constante. Mas não sei se eutinha consciência que eles eram escritores.Eram uma espécie de “tios”: o tio Pepetela,o tio Abranches (Henrique Abranches), o tio“Ndunduma” (Fernando Costa Andrade), etc.

Mais tarde, sim, aos 15, 16 anos, comeceia sentir que me apetecia muito escrever. Eeu lia muito nessa altura. Via que era muitodifícil escrever bem. E fui lendo, lendo muito,até que um dia a escrita começou a aparecer.Acho que é um dos caminhos. Ler e esperar.

Ondjaki: o sabor da escritaLer e esperar. Ainda hoje me parece que émuito assim..........

A terminar, este ano começamos autilizar o novo acordo ortográfico. Quepensa desta questão?

Não tenho uma opinião formada, con-creta, sobre isso. Parece-me um pouco umaperda de tempo e de dinheiro.

Respostas curtas

Palavras a eliminar do dicionário:racismo; desigualdade social; guerra; pre-conceito

Palavras a descobrir: maresia; sandália;lesma; gafanhoto; pedra-sonhadora; escul-tura-lenta; vermelho-devagar; sabor-de-tangerina-ao-fim-da-tarde; sonho; desafio;busca; materiais-para-construir-poemas;sobrancelha; sombra; musgo; milagre;pequeno-milagre; pequenas-coisas; nenhu-res; manga; maracujá; kitaba; âncora; rede;voo;

Palavras a inventar: amor; respeito;dignidade; igualdade

Sonhos a realizar: o equilíbrio;Autores a ler: tantos......................Adoro…: caril (curry) de galinha; poemas

do manoel de barros; fazer esculturas abs-tractas na areia;

Angola: casa. família. luanda. avóagnette. mar.

Portugal: rio tejo; faculdade; amigos;noite; luz.

A Bicicleta quetinha BigodesDe Ondjaki

“A Bicicleta que tinha Bigodes “ é o maisrecente livro de Ondjaki. Uma estória decerta forma intrigante, envolvente esonhadora. Nele encontramos personagensmágicas: um rapaz que queria ganhar umabicicleta, um escritor com bigodes mágicosonde ficam presos acentos ou restos deletras, uma rapariga que fala com bichos…

Tudo começa quando um rapaz concorrea um concurso da rádio na esperança deganhar a tão desejada bicicleta. Para isso,deverá escrever uma redação. Só que a tarefanão é fácil, a menos que os bigodes mágicosdo tio Rui possam ajudar… Mas em vez deuma estória, o rapaz faz um pedido generosoe podemos ler no final do livro a suacomposição. Se quiserem saber o resto daestória, terão de a ler…

Este livro faz-nos viver a força do sonho ea dificuldade da escrita. Relativamentepequeno e de fácil leitura, lê-se de um fôlego,por isso aconselho-o. Verão que vale a pena!

João Pedro Ribeiro, 7º F.

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Sugestões de leitura

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Junho 2012 NOVAS DO GIL 9Leitura / Escrita

Uma Aventura é uma série de livrosde literatura juvenil, das autoras IsabelAlçada e Ana Maria Magalhães, iniciadaem 1982 e que este ano celebra 30 anos deexistência. A coleção retrata as váriasaventuras de cinco jovens: as gémeas Teresae Luísa, Pedro, Chico e João. O cão dasgémeas (Caracol) e o de João (Faial) porvezes também são companheiros de aven-turas. As duas autoras escreveram outroslivros em conjunto, no âmbito da História,lendas e património. Foi criada umaadaptação para televisão e “Uma Aventurana Casa Assombrada” teve direito a adap-tação cinematográfica. Estes são motivosmais do que suficientes para esta entrevistaa Ana Maria Magalhães, gentilmenteconcedida através de correspondência.

Como surgiu a vontade de escrever?Sempre gostei de inventar histórias

desde pequena. Quando aprendi a escrever,passei a contá-las por escrito.

Teve sempre em mente escrever para umpúblico infanto-juvenil?

Sonhava ser escritora, mas durantemuitos anos foi um sonho de contornospouco nítidos.

Considera-se uma pioneira na escrita delivros de aventuras em Portugal?

Eu e a Isabel, tanto quanto sabemos,fomos as primeiras a escrever aventuraspassadas em Portugal.

Quando escreve um título da coleção«Uma aventura» conhece sempre o localonde a ação se desenrola?

Eu e a Isabel visitamos todos os locaisque escolhemos para cenário, antes deescrever a história.

As personagens da coleção são to-talmente fictícias ou inspiram-se em pessoasque conheceu?

As gémeas, o Pedro e o Chico forammeus alunos de Português e alunos deHistória da Isabel Alçada. O João era alunode outra turma. Foi escolhido por ter umcãozarrão fantástico que dava muito jeitopara as aventuras.

Tem alguma preferência por uma daspersonagens ou algum dos títulos dacoleção?

Das personagens, gosto de todas porigual. O livro nº 2 é autobiográfico, por issotenho um “fraquinho” por ele. As históriasque ali conto vivi-as na quinta dos meusavós em Trás-os-Montes, na infância.

Escreveu «Uma aventura entre Douro eMinho». A ação decorre, entre outros locais,em Braga e Guimarães. Com que impressão

Concurso Nacional de LeituraOlá coleguinhas da Gil Vicente!Como sabem, três alunos desta escola,

ou seja, eu, o Daniel e a Maria fomos par-ticipar na fase distrital do Concurso Nacionalde Leitura, em Braga.

Fomos à Biblioteca Lúcio Craveiro daSilva, que é muito conhecida, fazer a pri-meira parte do concurso: responder a per-guntas sobre os dois livros que lemos – AMontanha da Água Lilás, de Pepetela e Olivro misterioso, de Margarida Fonseca Santos.

Quando terminámos a prova, deslocá-mo-nos até ao fantástico, lindo, maravilho-so e grandioso THEATRO CIRCO onde vimosuma dança apresentada por duas raparigas.A segunda prova, para os finalistas do3.ºciclo e do Ensino Secundário, era oral.

Enquanto esperávamos pelos resulta-

dos, assistimos a animações do grupo“Timbra” que foi fantástico. Tudo o queeles faziam era puro improviso e fizeramrir toda a gente!

No final, ficámos a saber quem eram osvencedores do concurso. Foram bemescolhidos e tinham as respostas na pontada língua, o que foi muito bom. Foi muitodivertido e magnífico, enfim vivemos umaexperiência fantástica!

Para o ano haverá mais e vocês poderãoparticipar e até mesmo ganhar, pois ler émágico! Ler é como viver num mundo sóTEU, não são apenas letras que formamfrases, como muita gente pensa. Vai seruma experiência única, experimenta!

Tenta…Afinal ler não custa!Marilúcia, 8.º B

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Uma aventura com 30 anos de carreira

ficou destas duas cidades?Braga e Guimarães são cidades mara-

vilhosas. Já as conhecia, visitei-as de pro-pósito antes de escrever o livro e foi umaalegria pensar que as ia dar a conhecer acrianças (e adultos) que vivem por exemplonas ilhas dos Açores ou com famíliasemigradas no estrangeiro. Sei que muitagente quis visitar essas cidades depois deler o livro.

Deve ser difícil escrever com outrapessoa, neste caso com Isabel Alçada. Comodistribuem o trabalho? Esquematizam ahistória a narrar? Dividem capítulos? Comouniformizam a linguagem e estilos uti-lizados?

Eu e a Isabel entendemo-nos bem por-que por acaso temos naturalmente ideiasparecidas. Visitamos os locais, conversamos,decidimos o que vai acontecer nos pri-meiros capítulos. Depois, quando estamosambas livres, a Isabel vem a minha casa,sentamo-nos à mesa e escrevemos juntas,um diálogo, como quem faz um trabalho degrupo.

Gostou de ver a coleção adaptada a sérietelevisiva e inclusive a filme?

Tivemos que dar autorização à SIC parafazer a série e o filme. Foi engraçado ver asnossas histórias no écran.

Dá a ler as suas histórias a alguém antes

de serem publicadas? Alguma vez recolheusugestões por parte de leitores sobre locaisa retratar?

Por vezes as sugestões dos leitores chegamna hora H …foi o caso do Pulo do Lobo. Namesma semana recebemos 5 ou 6 cartas vindasde diferentes zonas do país a pedir umaaventura no Pulo do Lobo. Resolvemos ir verse nos agradava, agradou, escrevemos o livro.Quem lê os nossos livros antes de mandarimprimir é o diretor literário da Caminho.

Para além da coleção “Uma aventura”escreveu, sempre em colaboração com IsabelAlçada, outros livros no domínio da Históriae das Lendas. Considera que os jovensatualmente manifestam desconhe-cimentosobre a realidade histórica e patrimonial?

Sempre houve jovens que pouco seinteressaram pela História do seu país.Temos tentado cativar o máximo de leitores,pois parece-nos que um povo deve conhecera sua História.

A coleção “Uma aventura” iniciou-se em1982. Que balanço faz desta aventura de 30anos?

O balanço de 30 anos da coleção “Umaaventura” é positivo. Muito trabalho, muitaalegria, muitas viagens, muito contacto comleitores…

O que lhe falta fazer no futuro?No futuro … veremos.

Respostas breves

Passatempos preferidos: lerMúsica preferida: moonlight serenade de GlenMillerAutores preferidos: Eça de Queirós, TolstoiPalavras amadas: amor, amizade, famíliaPalavras tristes: zanga, doença, solidãoO que significa para si o público-leitor:amigos à distânciaO que mudaria no mundo se pudesse: asguerras, as doenças, os ódios, as rivalidades

A opinião dos alunos:

Gosto de ler os livros da coleção “UmaAventura” porque as personagens sãoengraçadas e interessantes. A personagemde que mais gosto é o Chico porque gostade ação, tal como eu, e não gosta de planos.

Nelson, 7ºF

Gostei de ler os livros e também de vero filme. Ao ler, sentimos que participamosnuma aventura e imaginamos os cenários,as situações e os sentimentos das persona-gens. Com a adaptação do livro a filme,pudemos comparar o que sentimos a lê-locom a visão do realizador.

Teresa, 7ºF

Gostei muito de ler estes livros porqueos achei interessantes e também porqueparecem mesmo reais. Somos nós queestamos ali a viver a aventura!

Paula, 7ºF

A coleção é muito interessante. Apesar dogrupo de personagens essenciais ser sempreo mesmo, as aventuras e os locais são semprediferentes, permitindo-nos conhecer melhorcertas regiões ou outros países. Apesar dacoleção já contar com um grande número delivros, cada um deles é único e especial.

Cátia, 7ºF

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Recordações da visita à nossa escola anos atrás

Entrevista a Ana Maria Magalhães

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10 NOVAS DO GIL Junho 2012 Tradições Vimaranenses / Comunidade

Sobre as Festas Gualterianas...

Guimarães, como todo o Minho, é palcode festas populares que têm lugar prin-cipalmente no Verão, em praticamentetodas as freguesias. No entanto são asFestas Gualterianas consideradas as festasmaiores da Cidade, acolhendo à proteçãode S. Gualter, patrono de Guimarães, as

Milaneza”, mais tarde designada por“Marcha Gualteriana”, um cortejo que tevecerto impacto sobre as festas, que ficaramcomprometidas as próprias Festas daCidade, passando a realizar-se as “FeirasFrancas de São Gualter”. As Festas da Cidadee Gualterianas realizam-se entre os dias 31de Julho e 3 de Agosto, cumprindo o quetêm sido, ao longo dos anos, um espaço etempo de vivência, de concentração, demovimento, de cores, de emoções e dedemonstrações de vitalidade económica ecultural do concelho o que constituem umaimportante atração festiva de todo o Minho.

São GualterSão Gualter foi um religioso franciscano

enviado por São Francisco de Assis parainiciar a sua missão em Portugal no prin-cípio do século XIII, tendo como objetivomostrar ao país a Ordem dos FradesMenores (franciscanos). O Frei Gualterestabeleceu-se em Guimarães, este foiconsiderado o padroeiro da cidadeportuguesa. Gualter ganhou a simpatia doshabitantes vimaranenses devido às suasações e pregações. Frei Gualter morreuprovavelmente em 1259 e foi sepultadono primitivo convento. A devoção populare os milagres que lhe foram atribuídos

levaram à criação da Irmandade de SãoGualter por volta de 1527. Em 1577, airmandade construiu uma capela na Igrejado Convento da Ordem, onde foramdepositadas as relíquias do santo. A capelade São Gualter da igreja franciscana foidemolida em 1750 e novamente edificadaapenas em 1800. Já em meados daqueleséculo, o altar da irmandade foi transferidoà Igreja dos Santos Passos de Guimarães,onde se encontra uma imagem oitocen-tista do santo. Em 2009 foram redesco-bertos, escondidos numa antiga imagemde roca na igreja franciscana, restos humanosque seriam de São Gualter. Apesar das festasGualterianas serem objeto de veneraçãopopular, São Gualter não foi oficialmentesantificado pela Igreja Católica.

Batalha das FloresGuimarães, antigamente, teve tradi-

ções implantadas no cultivo de flores na-turais e arranjos de flores artificiais e existiaespetáculos vimaranenses, onde eramlevadas a concurso, vulgarmente, porsenhoras da nobreza ou por religiosas dosconventos de Guimarães. Ligada a estacapacidade produtiva e ao sucesso dasflores vimaranenses, organizaram-se tra-dições festivas como “A Batalha das Flores”,onde atualmente faz parte da programação

das festas de Guimarães, “Gualterianas”.Isto deve-se á capacidade de preservaçãodesta tradição antiga, onde se representavanum cortejo de carros alegóricos, re-vestidos de flores, muito figurados sujeitosa prémios. As flores, naturais ou artificiais,em papel, pano ou linha ficaram, devido àsua perfeição, ligadas às Gualterianas queatualmente se realizam de 2 em 2 anos, al-terando com o “Cortejo do Linho”. Na “Bata-lha das Flores”, os carros alegóricos do desfilee as flores artificiais são feitos pelos “obreiros”da Associação da Casa da Marcha com oapoio de idosos dos lares de Guimarães.

Cortejo do LinhoDa cultura do linho, outrora florescente

da região do Baixo Minho prevaleceram oscélebres “Bordados de Guimarães” ealgumas tradições da memória culturalque teimam em preservar, nos velhosteares que ainda estão a uso, nas roupasfolclóricas de tecedeiras, nas ferramentascarunchosas e cheias de picos onde serviapara “ripar” “assedar” ou “pentear” as fibrasde estopa antes de as levar a fiar, nas festasetnográficas do “Linhal da Corredoura” (S.Torcato) ou nas miniaturas do “Museu deFermentões” onde esta atividade teve umagrande intensidade. Devido aos progressos

tecnológicos aos avanços da industriali-zação sobre o campo ou mesmo daglobalização comercial que abrange osmercados do interior, impondo produtosexternos, também a cultura do Linho jáultrapassada como atividade económicano mundo rural passou a um imagináriocoletivo. No sentido de recuperar peda-gogicamente os fatores culturais quecorrem o risco de se extinguir definitiva-mente, princípios e formas de vida socialde comunidade, as “Gualterianas” pas-

“Maio - Mês da Saúde em Urgezes” - 2012“Maio – Mês da Saúde em Urgezes” teve

no corrente ano de 2012 a sua 3ª edição,tendo as atividades decorrido nos dias 11,12 e 13 de maio.

A iniciativa teve como mentor a Junta deFreguesia e contou com a colaboração dasdiversas coletividades/instituições daFreguesia (Associação de Pais EB 1, Amigosde Urgeses, Fonte Santa, C.N.E., F.N.A.,Paróquia e ARCOV) com o intuito de,conjuntamente, se promover uma localidadede “Urgezes mais saudável”.

Assim, no dia 11, sexta-feira, das 21h15às 23 horas, decorreu uma caminhada pelasdiversas artérias da Freguesia.

No sábado, dia 12, das 9h30 às 13 horas,no auditório da Junta decorreram rastreiosgratuitos nas áreas da Podologia, Medicina

dentária e da Enfermagem (medições dastensões, colesterol e diabetes).

“Maio Mês da Saúde em Urgezes”encerrou no dia 13 de maio, domingo, coma realização do passeio de bicicletas pordiversas Ruas da Freguesia, com passagempelo Toural, com saída por volta das 9h30 echegada perto das 11 horas, ambas no adroda Igreja.

As diversas atividades contaram com aparticipação de dezenas de pessoas, tendotudo decorrido com grande entusiasmo erespeito, agradecendo-se a todos os que asorganizaram e nelas participaram. Estainiciativa conjunta obteve enorme sucesso,deixando-nos a todos satisfeitos e com opropósito de lhe dar continuidade no futuro,sob o lema: “Por nós, Urgezes mais saudável”.

Cartaz das Festas Gualterianas de 1906.

saram a integrar na sua programação o“Cortejo do Linho”. O cultivo e o trabalhodo linho na região de Guimarães, era umadas principais indústrias caseiras deconfeção de vestuário ligado ao consumofamiliar ou até mesmo para pagar as rendase foros. Produto de um árduo trabalho queo povo tentou suavizar pelos rituais e pelafesta, durante o ciclo da sua produçãodesde a terra de semeadura até à te-celagem, o linho exige cuidados especiais,em todas as fases do seu cultivo, tratamentoe transformação. Nas “Gualterianas” oscarros alegóricos que desfilam no “Cortejodo Linho” constituem um repositório dastradições e vivências populares ligados àcultura do linho, cujo ciclo de vida começana Primavera, quando o lavrador preparaos terrenos para “semeada da linhaça”,que termina três meses depois, emprincípios de Julho, quando a haste deplanta está amarelecida e é arrancada élevada em molhos para a eira, para “ripar”.Depois de ripado, o linho é posto junto ecarregado num carro de bois onde é levadopara o rio, passado seis a oito dias quandoestá pronto é levado e posto a secar ao soldurante cerca de quinze dias, preparando-o para as fases de “malhar”, “macerar”,“espadelar” e “assedar”. Este processo é

demorado e só lá para Dezembro é quefica pronta para “fiar”, “barrelar”, “dobrar etecer” no tear manual, mais tarde vão pararàs mãos das tecedeiras, estas que fazemlindos bordados em pontos abertos echeios aproveitando a natureza comoinspiração. Milhares de pessoas assistem àpassagem do cortejo que, em diversoscarros alegóricos, reconstitui os trabalhosdo linho e os enfeita do folclore das coresvivas e das alegres danças e cantares daregião do Baixo Minho.

«As Gualterianas são mais do queuma simples Festa ou Romaria.Servidas pela paixão de algumasgerações de vimaranenses quenelas verteram o húmus de umsadio apego à terra, elasganharam, sem nenhum favor, oestatuto de tradição de Guimarães,e fizeram-se uma inequívocaafirmação da vitalidadevimaranense.»O Toural, Agosto de 1989

mais conhecidas. Conta-nos a tradição queS. Francisco pediu a S. Gualter, um dos seusdiscípulos, para ir pregar a fé cristã paraGuimarães. Diz-se também, que só depoisde morto o santo realizou milagres. É emhonra deste santo que, todos os anos, noprimeiro fim de semana de Agosto, serepetem as festas Gualterianas. As Festasdas Gualterianas inserem nas antiquíssimasfeiras francas que desde o tempo de D.Afonso V se realizavam em Guimarães soba invocação de São Gualter e foram três osaspetos que as Festas Gualterianas ado-taram, desde o início. Em primeiro lugar,mantiveram o carácter das “feiras francas”,que se vinham realizando continuamentedesde 1542, com a permissão de D. AfonsoV, que as revestiu de muitos benefícios eprivilégios. Inicialmente, realizavam-se de7 a 17 de Agosto, mas depressa passarampara 2 de Agosto, num local que viria areceber o nome de “Campo da Feira”. Averdade, é que a “Feira Franca de SãoGualter” está ligada, ao Campo da Feira,atual Largo da República do Brasil, onde sereúne, uma parte significativa da animaçãopopular que envolve estas festas. Osegundo aspeto foi a transformação desta“Feira Franca” em “Festa da Cidade”,envolvida num conjunto de iniciativas denível económico e cultural que, ganharama adesão da população vimaranense. Oterceiro aspeto é o carácter festivo desteacontecimento, foi a criação da “Marcha

A Batalha das Flores, 1947 Aspeto das Festas Gualterianas, 1906. Pormenor do Toural.

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Junho 2012 NOVAS DO GIL 11Tradições Vimaranenses

A Lenda da Senhorada Lapinha

Diz a lenda que, há muitos anos atrás,lá para as bandas do Botelho, um lugar dafreguesia do Livramento, vivia muito malcom o marido uma pobre mulher. Sofriamaus tratos de toda a sorte e, já não podendosofrê-los, fugiu de casa, levando consigo aroca e o sarilho com que fiava e mais doisou três utensílios de que muito precisava.Refugiou-se numas matas e, mesmo quefosse procurada, ninguém mais pôdedescobrir a infeliz. Aí, sozinha foi cozendoo seu pão, fiando a sua lã e alimentando-sede animais que caçava e de caldos deverduras. Longe do marido tirano passou afazer vida santa. Anos depois, um caçador,que andava à procura de coelhos, meteu-se pela mata e encontrou-a já morta ereduzida a esqueleto, numa furna. Juntodela via-se um pequeno forno com a suapequena chaminé, uma pá, uma roca e umfuso e foram esses objetos que fizeramcom que se identificasse o cadáver. Almascaridosas deram sepultura aos seus ossose, na lapinha, onde a tinham encontrado,colocaram imagem da Virgem Santíssima,que logo começou a atrair pessoas. Anosmais tarde, lá pela segunda metade doséculo dezanove, o rico proprietário dasmatas mudou a imagem para a ermida dacasa solarenga que ficava perto. Porém, nodia seguinte, a imagem da Nossa Senhoraapareceu de novo na lapinha e ninguémmais ousou tirá-la de lá. Os romeiroscomeçaram a aumentar e, durante muitosanos, até aos princípios do século vinte, numdos domingos de setembro, ajuntava-semuito pessoal ao fundo de uma mata quepertenceu mais tarde ao senhor conde daFonte Bela. Depois de prestarem ho-menagem à lapinha, os romeiros percor-riam o belo jardim com cantigas ao desafio edanças e, assim, mais uma vez, a festareligiosa se aliava em perfeita harmonia coma festa profana, junto da Senhora da Lapinha.

Num outro registo, e já no âmbito dotrabalho de (LEITE,ArturMagalhães;2008),no século XVIII toda esta zona envolventeda Lapinha “era ainda terra de lobos e deraposas. O monte não possuía árvores; eraapenas coberto com giestas, fetos e algummato. A divisão de todo o monte em talhõesa favor das quintas da redondeza ocorreuno ano de 1692 e só se assiste à aberturada estrada da Penha para a Lapinha na

década de 1930. Em meados do séculoXVIII não havia nenhuma construção nasimediações, e muito provavelmente asprimeiras habitações ao redor do Santuáriodevem procurar-se nos finais do século XIXou princípios do seguinte. O lugar maispróximo do Santuário era, em 1758, olugar da Tomada desta freguesia de Calvos.A origem das rondas explica-se como tendoo seu princípio no aparecimento de umapraga de gafanhotos, que tendo invadidoos campos arrasavam as culturas. As pragasde gafanhotos, ou saltões, foram umacalamidade real nos séculos XVI, XVII eXVIII. Historicamente confirma-se aabundância destes saltadores, devoradoresde culturas. As pragas alargavam-se alagartas ou outros vermes e aos pássaros.Conta-se que os habitantes organizaramuma procissão até à Senhora da Oliveiraem Guimarães pedindo socorro à Virgem,e daí em diante repetiu-se todos os anos.

Ao redor da Lapinha...O culto ao longo dos 400 anos de Ronda

Na sua essência, a devoção à Senhoranunca foi interrompida. Mesmo na épocadifícil para a Igreja na Primeira República,de 1910 a 1926. A devoção e as procissõesnão se interromperam e estas foram ape-nas encurtadas, isto é, a ronda não foi sem-pre à cidade como era costume, emborase tenha conseguido autorização para sedeslocar à Penha, uma vez à Costa e trêsvezes a Guimarães durante esses dezasseisanos.” (LEITE,ArturMagalhães;2008)

História da Capelada Senhora da Lapinha

“Uma das invocações mais curiosas comque a piedade cristã «mimoseou» a VirgemMaria, ao longo dos séculos, é sem dúvidaa de Senhora da Lapinha. Esta designaçãoé o diminutivo do vocábulo lapa, oriundo

Dois registos diferentes da Ronda:passagem por Covas e Praça da Oliveira

No âmbito dos Santuários Marianos espalhados pelo território vimaranense econcelhos limítrofes, o da Lapinha assume particular relevo pela maciça participaçãodos fiéis que ali acorrem durante o ano, mas particularmente no dia previsto para aimponente Ronda que, num percurso de 21 Kms., no terceiro domingo de junho, ali seincorporam, cumprindo as suas promessas e integrando-se na peregrinação pedestre.A romagem reveste-se de uma formulação essencialmente cultual, em que os gestos,as preces cantadas em louvor da Virgem da Lapinha, são o que produzem elevadofascínio em todos os peregrinos. A Ronda da Lapinha completa este ano quatrocentúrias. Por conseguinte, é uma comemoração assinalada de alto valor na tradiçãocultural de Guimarães.

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do pré-céltico lappa, que significa pedraou laje que, ressaindo de um granderochedo, forma debaixo de si um abrigo”.No dizer do cónego Aguiar Barreiros, como chamar-lhe da Lapinha, o povo dispensaa Nossa Senhora um diminutivo de afe-tuoso carinho. Ora, na serra de SantaCatarina, para além do Santuário da Penha,há várias ermidas e capelas, a maioria emterritório da freguesia da Costa. A daSenhora da Lapinha, porém, situa-se nocimo da mesma serra, mas na vertentevoltada para Calvos. A escolha de montessobranceiros às paróquias e agras paraimplantação de ermidas ou cruzes resultade crenças, segundo as quais essessímbolos do Cristianismo protegiam aspovoações e os campos. Eles eram, poroutro lado, necessários para a efetivaçãodas frequentes procissões, tanto desimples ladainhas como de clamores, que

a religiosidade popular tanto amou e usou,sobretudo desde os tempos medievos,até praticamente ao findar da IdadeModerna. Após laboriosas investigações,quer no Arquivo Distrital de Braga quer noArquivo Municipal Alfredo Pimenta, nadaen-contrámos sobre a origem e a evoluçãodo culto de Nossa Senhora da Lapinha.Tivemos, por isso, de nos valer, quase emexclusivo, dos preciosos dados deixadospelo P.e João Gomes de OliveiraGuimarães, mais conhecido pelo nome deAbade de Tagilde, que ainda teve acessoaos livros da paróquia e aos da Irmandadeda Senhora. Segundo ele, a festa principalda titular celebrava-se com toda a pompana segun-da-feira do Espírito Santo e, nessedia, de-terminava-se aquele em que aimagem da Senhora ia processionalmentea Guimarães visitar a sua irmã, a Senhora daOliveira. Por via de regra, era no domingoseguinte a 13 de Junho, porque assimrezavam os livros paroquiais. (…) É por demais evidente que o atual Santuário deNossa Senhora da Lapinha, «de bomtamanho e ao gosto neogótico», nada tema ver com a antiga ermida que existiunesse local, provavel-mente desde finaisda Idade Média. A sua capela-mor começoua ser edificada nos princípios do séculopassado, ficando o novo templo concluídoapenas no terceiro quartel. (…)”(SILVA,HilárioOliveirada,2004).○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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12 NOVAS DO GIL Junho 2012 Personalidades Vimaranenses / Escapadela Literária

Quem foi Abel Salazar?Cientista, artista e muito mais...

Abel de Lima Salazar, figura cimeira dacultura portuguesa do século passado,nasceu a 19 de julho de 1889, em Gui-marães, e morreu a 29 de dezembro de1946, em Lisboa. Foi médico, escritor,investigador científico, artista plástico,crítico de arte e ensaísta, professor daFaculdade de Medicina da Universidadedo Porto, diretor do Instituto de Histologiae Embriologia da mesma instituição eganhou reconhecimento mundial pelassuas investigações no domínio da his-tologia. A par dos seus trabalhos de in-vestigação científica, dedicou-se às artesplásticas - pintura, gravura e escultura.Ainda assim, a sua faceta de cientista, dosmaiores do seu tempo, tornou-se a maismarcante. Como cientista investigador,criou o famoso método de coloração tano-férrico, de análise microscópica, que lhedeu projeção internacional

Em 1940 publicou o livro O Que é aArte?, em que expunha uma caracterizaçãoda arte baseada nas teorias mecanicistasde E. Krestschner. Nos seus trabalhos re-

velou inegável talento.Foi, de facto, um resistente ao fascismo

em Portugal, o que lhe causou dificuldadesno prosseguimento do seu trabalho de -.Forçado a afastar-se do ensino, em 1935,as obras literárias que editou, aparen-temente meras impressões de viagem,constituem a visão de um homem exiladodentro e fora do país, analisando o mundo

Tal como Saramago na sua “Viagem aPortugal”, os viajantes, constituídos porum grupo docente e para-docente,tiveram “ainda tempo para entrar na Igrejade S. Francisco”. Aliás, começariam por aía escapadela, mais propriamente pelosespaços do convento, cuja viagemmergulhou também nos tempos dosséculos XII, XIV e XVII.

Porém, em vez do saramaguiano“sacristão que sabe do ofício” recebeu-nos honrosamente o ministro da ins-tituição, Belmiro Jordão, que para ser eleitoteve que somar apenas feijões brancos enenhum preto, como manda a tradição (oque não acontece com outros nossoseleitos …).

Assim, tal como Saramago, na suaescapada por Guimarães, apercebemo-nos, de facto, que os “azulejos setecentistassão magníficos” , visitamos o claustro e abelíssima sacristia e “o resplendor dastalhas que sobre as capelas são comocaramanchéis floridos”, deparamo-nos“com a deliciosa miniatura que é a cela deS. Boaventura”, mas também S. Gualtercom sua relíquia, patrono das festas dacidade e Gualterianas, que na freguesia deUrgezes se terá instalado, na Fonte Santa

De pulo ou de voo, como diria GilVicente, seguiu-se uma escapatória até aoMuseu Alberto Sampaio, que o viajanteSaramago reconheceu que “é um dos maisbelos museus que conhece” e que operegrinos vicentinos corroboram. Destemodo, entre “outras formosuras lá dentroda sala”, como escreve Saramago, de-pararam-se preciosidades como o altar deprata de D. João I e o loudel (ou pelote)que vestiu em Aljubarrota, a tábua de freiCarlos e “mil e outras maravilhas de pintura,

Escapadela Literária:percursos Saramaguianos em Guimarães

escultura, cerâmica e prataria (…) uma dasmais preciosas colecções de imagináriasacra existentes em Portugal”. Daí que, talcomo o viajante Saramago, reafirmamosque “este museu merece todas as visitas,e o visitante faz jura de cá voltar de todas

as vezes que em Guimarães estiver”.Não consta ( também) que Saramago

tivesse almoçado na Adega dos Caquinhos,como nós fizemos, o que obviamenteempobreceu sua “Viagem a Portugal”. Masdepauperou certamente o domínio da

língua mãe, com ou sem pontuação, queDª. Augusta, a proprietária da casa, ver-naculamente verbera imaculadamenteem calão genuíno. Pena e proveito nosso,que ainda mal refeitos destas coisas dalíngua, rumamos ao Arquivo MunicipalAlfredo Pimenta, que Saramago tambémnão visitou, porque na altura aí se instalavaa PSP e o Tribunal de Trabalho… Todavia ede facto, este desvio à viagem sara-maguiana justificou-se. Não só porque oarquivo conserva documentos antigospreciosos, como o foral de Guimarães,belos livros de cantochão e registosparoquiais, que permitem reconstruir apassado genealógico de famílias vima-ranenses, mas também porque se láencontra patente ao público o excelentetrabalho dos nosso alunos do 5º. ano,orientados pelas colegas Ana CristinaGuimarães e Laura Costa, que em BandaDesenhada glosaram a biografia dopatrono do arquivo.

A visita terminaria nos Paços dos Du-ques de Bragança com a deslocação àexposição permanente do artista vima-ranense José de Guimarães, já que a horaia adiantada e os visitantes no local erammais que muitos, entre os quais o jovemManuel de Oliveira, que com os seus 103anos, filmava na Colina Sagrada as marcasdo passado, num ambiente de jovialidadecosmopolita.

Aos convivas, além do nível 5 no do-mínio cognitivo, a acrescentar a nota debom no comportamento (afora na Adegados Caquinhos), provavelmente devido àquadra-aviso, azulejada no início daviagem: Quando entrar nesta casa/Com alíngua tome cautela/Para não entrar pelaporta/E sair pela janela.

contemporâneo de forma desencantadae lúcida. Desenvolve uma reflexão en-saística, com uma componente filosófica,deixando transparecer crescentes preo-cupações sociais.

Quando morreu, apenas com 57 anos,o seu funeral transformou-se numa grandemanifestação contra a ditadura.

No Porto, encontra-se o Instituto de

Ciências Biomédicas Abel Salazar, de-dicado ao ensino e à investigação, emmemória de Abel Salazar. Em São Mamedede Infesta, podemos visitar uma CasaMuseu que lhe é dedicada e tem comoobjetivo promover a investigação, o estudoe a divulgação da sua obra.

Ana Araújo 9ºC

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Junho 2012 NOVAS DO GIL 13Gente da Nossa Terra

Nasci em Guimarães (1939), cidadeque, nessa altura rodeada de muralhas ecampos era medieval na geografia e nosconceitos.

Estudei aí até ao quinto ano, no liceu,onde os meus tempos livres eram ocupadosem visitas ao Museu Alberto Sampaio e aoMuseu da Sociedade Martins Sarmento.

A Sociedade Martins Sarmento era umaassociação de arqueólogos que, a par daexcelente biblioteca, possuía um museude achados arqueológicos e cuidava dapreservação da estação arqueológicaconhecida por “Citânea de Briteiros”.

Esta minha convivência com as pedrase a natureza da região, fez de mim umarqueólogo amador. Recordo-me, aliás,de uma campanha de escavações em VilaPraia de Âncora, organizada pela Univer-sidade de Coimbra sob a direcção do Prof.Hawks da Universidade de Oxford.

Após ter terminado o quinto ano doliceu e uma estadia de dois anos em Bragapara completar o sétimo ano, lá parti paraLisboa.

Ingressei na Escola do Exército e, nossete anos do curso de engenharia, cincodos quais frequentados no InstitutoSuperior Técnico, inscrevi-me, em simul-tâneo, na Sociedade de Gravadores Portu-gueses, a “Gravura”. Começou aí a minhapaixão pela arte e desenvolveu-se em mima ideia de vir a ser pintor.

Frutuosa época aquela plena de reali-zações e de contactos. Estávamos em 1958– aprendi as técnicas da gravura, dei osprimeiros passos na pintura, frequenteicursos livres de história de arte e ao fim desete anos tinha já uma inicial bagagem depintor. A Pop Art era a corrente artísticadominante.

Em 1967 parti para Angola, numaprimeira comissão de serviço militar.

Mal desembarquei os meus primeirospassos levaram-me ao Museu de Angola,assim se chamava, em Luanda, que a parda colecção de arte contemporâneaportuguesa, possuía uma excelentecolecção de arte tribal africana, que muitome impressionou, tendo nessa alturacomeçado a grande aventura, que iriamarcar a minha vida artística futura.

Com o seu director, o pintor Luís JardimPortela e com outros artistas, ou naturaisde Angola, caso de António Ole, ou aí per-manecendo, caso de António Palolo, formá-mos um grupo activo que causou polémica,nos meios mais conservadores locais.

Em 1968 publiquei o manifesto “ArtePerturbadora”, que numerosas vezes temsido reproduzido e citado.

Entre idas e vindas permaneci emAngola até 1974, o que me permitiuaprofundar, tanto quanto possível, o meuconhecimento sobre a cultura africana eviajar por toda a região desde Cabinda atéàs Terras do Fim do Mundo.

A paixão que se foi enraizando por estacultura, aliada a uma prática artística quenunca deixei de desenvolver, levaram-meà construção daquilo a que viria a chamar-se de “Alfabeto Africano”, matriz inicialdum longo processo artístico que, no meuentender, só através duma abordagemantropológica poderá, hoje, ser cabal-mente compreendido. Senão vejamos:

Fui parar a Angola por acaso, como poracaso, anos mais tarde, andei pelo México

emoções da minha vida.Sempre que podia passava as férias

naquela cidade fantástica onde podia, ler,ver e admirar o que rareava em Portugal.Em 1995 instalei-me na Rue Quincampoixnuma velha casa do séc. XVII que restaurei.

Em 1973 realizei a minha primeiraexposição profissional na Galeria Dinastia,por apresentação do Prof. José-AugustoFrança, uma das duradouras amizades quedesde então nos tem levado a encontroscompassados, para pôr a “escrita em dia”.Dessa época e por virtude dessa exposiçãodata um texto do Fernando de Azevedo,outro amigo, de mais frequentes e felizesencontros, publicado no Colóquio-Artesque tinha por título: “ José de Guimarães,um Começo num Fim”.

Em 1990, tendo sido o Fernando Pernesindigitado para comissário da Bienal deVeneza, em telefonema entusiasmadoconvidou-me para ser eu o representantenacional. Meses depois desanimado edesiludido, pedindo-me desculpas,informa-me que, em virtude de deixar deexistir pavilhão, não haveria representanteportuguês. Nunca entendi o Ministério daCultura.

A África, o México e a Ásia (China eJapão) são as “culturas remotas” queformam a “estrutura de parentesco” queLevi-Strauss profundamente estudou.

Áreas comunitárias onde toda a minhaobra tem mergulhado, quer na descobertade arquétipos quer na consciência tribalque as identifica e distingue. As obras maisrecentes da série Brasil fecham esse cicloe reencontram-se nas suas origensafricanas.

Podemos resumi-las assim:

As recentes passagens pelo Brasiltransportaram-me aos “Yorubas”, escravos

José de Guimarães"Autobiografia"

e, pelas mesmas razões andei pela Ásia(China e Japão) onde desde 1989, inicieiuma profícua colaboração que se mantémainda hoje adivinhando-se novos projectos,futuros, muito diversos. E, o que é curioso,foi o ter sido a minha infância, passada emGuimarães, com a sua paisagem rural, assuas pedras, as suas montanhas, as suasmanifestações populares, mistos dereligião e paganismo, quem dominou osmeus interesses espirituais. Depois veio aÁfrica através da cultura nativa, das suasmanifestações artísticas, da arte tribal, daspráticas e dos rituais; o México com asculturas Maia e Azeteca, a sua literatura,Juan Rulfo, a morte e o erotismo, oinframundo, e o “alfabeto mexicano”, apartir de arquétipos das culturas ar-queológicas. E, quase em simultâneo osprojectos japoneses, nomeadamenteKushiro, que me levou ao estudo dos Ainus,das suas tradições, das tatuagens, dasvestes decoradas, das suas crenças epráticas animistas e, de novo, a realizaçãode sinais, símbolos e formas ideográficasque iriam servir de suporte a um longoprojecto de intervenção urbana. Não seficando por aqui. Cito por exemplo o actualdesenvolvimento de Setouchi (interven-ção em sete ilhas do mar interior do Japão),que de novo me leva ao estudo sociológicode cada uma das ilhas da zona, para arealização duma série de objectos urbanos,integrando um vastíssimo projecto dereabilitação com uma participação inter-nacional de arquitectos e artistas a serinaugurado em Julho próximo. As mais deuma centena de obras públicas espalhadaspor várias zonas do Japão são no seuconjunto o reflexo de que a abordagemantropológica é talvez a forma mais con-sentânea para uma melhor compreensãodo meu processo artístico, que assenta naconstrução de alfabetos ideográficos,originados em culturas muito distintas,que as viagens me têm proporcionado.

Ainda estudante universitário, em 1961,visitei Paris pela primeira vez. Fiqueiinstalado num hotel de duas estrelas – oHotel Istria – em Montparnasse. As estadiasem Paris tornaram-se frequentes. Recordo-me de em 1963, ter visto a granderetrospectiva que a França dedicou aPicasso – foi talvez uma das grandes

africanos, força anímica da fundação doBrasil.

De novo, os símbolos da séria africana(1972-74) são usados nas recentes obrasda Série Brasil, entrecruzando-se emisturando-se com os “papeles picados”mexicanos e a arte popular chinesa,criando a trama que suporta a estrutura doquadro ou formando a arquitectura dasinstalações “Favelas”, caixotes empi-lhados, por onde espreitam, em janelasideográficas, palhaços e super homens,por entre vibrantes corações de néon quegeram a energia, para uma espécie deguerra global latente.

Agora, que tenho lido em profundidadeLevi-Strauss mais me convenço que tudocomeçou no dia em que, na minhajuventude, fui arqueólogo amador e, onde,nos campos de escavação me estavadestinada a tarefa de reconstituir emdesenho, objectos de “terra sigilata”, dasquais apenas possuíamos uns cacos.

José de Guimarães

Exposição permanente no Paço dos Duques

Devorador de Automóveis na Universidade do Minho

Centro Internacional das Artes de José de Guimarães,a inaugurar em 24 de Junho, no antigo mercado

Monumento Nicolino

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14 NOVAS DO GIL Junho 2012 Atividades

Centro Escolar de Urgezes

INGLÊSLast month, there was an animal fever in CentroEscolar de Urgezes.Each student got 15 cards randomly, some ofthem repeated. The aim was to collect the 15different animal cards and practice Englishduring the breaks in school. So, in the corridors,you could hear them asking: “Do you have alion?” They had to exchange the repeated picturesby the ones they didn’t have till they completethe collection. To make things morecomplicated, the colours on the back of thesecards were also different, so, in order to fi-nishthe collection, students had to gather the 15

different animals with the same colour on the back part. There were blue, green, yellow,red, white, purple and brown cards.The first three students to finish the collection in each class got a special prize!The animal fever was an extreme success because it included all the school community inone activity.

English Project implemented in the 4th year (class) in Centro Escolar de Urgeses.

Is it difficult to motivate students, even the young learners? The answer is NO. You canmotivate your students giving them what they really want, and believe, they don’t wantso much, they only want to be useful, in other words, they want to be occupied and seetheir work recognized.I teach English to young learners in primary school and sometimes I fell that students aren´thappy, they are no motivated, mainly my 4th class. According to Ministério da Educação,English Classes in Primary should be “Lúdicas” and we shouldn´t insist on the writing orreading. They say that students have time to do this in 2nd Ciclo and I agree but for the 1st

and 2nd year (class). In my experience 3rd and 4th class pretend more than singing, colouringor playing games. They pretend to do things more seriously. At the end of 2nd term I toldmy 4th class that we are going to implement a project during the 3rd term. The project consiston (it is being done) students being teachers for one day. I divided the class in groups, asthey are twenty four I did six groups of four, then I gave them a Topic to be worked onthe class, for example “ Animals- Wild and Farm”, “Means of Transports”, “Sports”. Eachgroup have to prepare everything to be taught, like vocabulary, exercises and games. I havebeen surprised everyday. They are doing this with so enthusiasm and I notice that theyare happy and motivated. Apart from this they are better prepared to work in groups, todivide tasks between classmates and even at home they share knowledge´s with theirparents or oldest brothers.As a teacher I´m very happy to share this project with you and probably you have donethis before in the same or different terms, it doesn´t matter. But if there is any good tocome from this, it´s that children love to do this kind of work, love to have specific tasksand like to be responsible. We are afraid of giving them some extra “power”, and as I saidat the beginning it is so easy to make children motivated, they have got so many talent,the problem is that sometimes we don´t know how to deal with it. Teacher: Dora Salgado4th Class CEU.

ATIVIDADE FÍSICA E DESPORTIVAFerreira da Costa – Contributos para a Aprendizagem e Iniciação ao Ténis

No âmbito das Atividades de EnriquecimentoCurricular, a convite dos Professores deEducação Física do Centro Escolar de Urgezes,Ferreira da Costa honrou-nos com uma palestrasobre – Contributos para a Aprendizagem eIniciação ao Ténis.Ferreira da Costa, atualmente professor noClube de Ténis de Guimarães apresenta umcurrículo que fala por si. Antigo atleta deFutebol, representando grandes clubes a nívelnacional (VSC, FCP….), é agora um campeão deTénis, tendo-se sagrado várias vezes campeãonacional na categoria de veteranos e sido

vencedor dos mais importantes torneios nesse escalão.A palestra contou com a presença de toda a comunidade escolar, cerca de 115 alunos que,entusiasmados, ouviram atentamente todas as informações que foram abordadas peloprofessor sobre Ténis e dicas de como iniciar a sua prática. De realçar alguns dos bonsexemplos que já passaram pelo Clube de Ténis de Guimarães. Recentemente, uma atletade somente 11 anos, Francisca Jorge, elevou o nome do Clube e conse-quentemente onome da nossa cidade. Esta atleta, treinada pelo Professor Ferreira da Costa, constitui umdos muitos exemplos que pelas suas mãos e por essa casa tem passado. As condições detrabalho do Clube de Ténis de Guimarães, com uma estrutura bem montada, proporcionarãode futuro o surgimento de outros campeões. De realçar também o facto de o Professor terdisponibilizado duas sessões grátis aos alunos que quisessem experimentar, mostrando-se disponível para uma visita da nossa parte ao clube que considera ser um espaço muito

Além de �Conhecer Guimarães�� � o Centro Escolar de Urgezes fez muitas outras descobertas!Ao longo deste ano letivo desenvolveram-se muitas e diferentes atividades que foram um inegável contributo para que os alunos aprendessem mais e adquirissem saberes econhecimentos de forma divertida e informal. Durante este tempo foram orientados e motivados pelos PROFESSORES das Atividades de Enriquecimento Curricular.Esta página pretende ser um tributo aos colegas que, ano após ano, se esforçam num trabalho tantas vezes incompreendido e ignorado.Ao Rui e ao André; Ao Renato e à Dora; à Elisabete e à Carla o nosso “mimo” e reconhecimento.

bonito para ser visitado e que apresenta excelentes condições de trabalho.Deixamos-vos agora com alguns relatos de alunos que presenciaram a palestra.

Professor RuiEu gostei da palestra do professor Ferreira da Costa bicampeão mundial de ténis. Acho quefoi importante porque ficamos a saber mais sobre o TÉNIS. Aprendemos como se faz osmash, o vólei da esquerda, o vólei da direita, o golpe da direita, o golpe da esquerda, oserviço e outras coisas.Ele explicou-nos também como eram as partes da raquete: o coração, a cabeça, antivibradore o punho.O ténis é um desporto muito interessante porque os atletas disputam os lances da bolapara tentarem ganhar a partida.Foi uma palestra bastante interessante. O ténis é um desporto espectacular!

Alunos do 3º ano

Qual a tua opinião sobre a atividade física realizada na tua escola neste ano letivo?Professor André

- Gostei muito das aulas, porque a educação física é muito importante para a nossa saúdee para o nosso corpo, aprendemos a defender-nos e assim quando formos para o ciclopodemos defender-nos dos maiores.- Eu acho que a atividade física é essencial para o nosso corpo.- Gostei muito de fazer corridas de velocidade porque nos pomos em forma e aprendemoso que os atletas conseguem fazer.- Eu gosto muito de fazer educação física, é uma das disciplinas favoritas, com ela melhoreimuito a minha condição física e coordenação.- Acho que as aulas de todo o ano foram importantes, divertidas, criativas e muito giras.- A minha opinião é que as aulas foram muito importantes e interessantes.- É bom porque quando formos grandes, podemos necessitar de nos divertir, jogandofutebol, andebol, basquetebol, etc.- Eu gosto muito das aulas de educação porque gosto muito de me mexer e de fazeratividade física.- Gostei muito das atividades e dos jogos.- Adoro as aulas do professor André.

MOVIMENTO E DRAMA“A Expressão Dramática é fundamental emtodos os estádios da educação. Considerando-a como uma das melhores atividades, pois con-segue compreender e coordenar todas as outrasformas de educação pela arte.” Herbert ReadDe acordo com a citação anterior, a expressãodramática é a mais acessível das expressõesda imaginação infantil, são vários os fatoresque estimulam a atividade criadora da criançae que a alimentam. Permitem a manifestaçãoda criatividade individual e o desenvolvi-mento na comunicação com os outros.

Integra-se numa pedagogia que valoriza a educação sócio afetiva e privilegia a mudançae o desenvolvimento pessoal.Ao longo do presente ano letivo temos desenvolvido atividades nas várias formas deexpressão, tais como, os jogos de exploração (do corpo, voz, espaço e objetos)e os jogosdramáticos (linguagem não verbal, verbal e gestual). Dentro destes conteúdos podemosdestacar a construção e manipulação de fantoches e marionetas, criação dedramatizações, exploração temática pela improvisação; criação oral de histórias; teatrode sombras e fantoches. Através destas atividades proporcionamos um completodesenvolvimento imaginativo e sensível da criança.

Professora ElisabeteChegando ao fim de um ano letivo repleto de jogos, mímicas, representações eapresentações, teatros e dramatizações, as aulas de Movimento, Drama e teatro do 4ºano terminaram com a apresentação de teatros de sombras chinesas.Depois de conversar com os aulos, achamos que as atividades mais engraçadas que fizemosforam as peças de teatro porque, como dizia um aluno “tínhamos que fazer um esforço paratrabalhar, arranjar criatividade e organizar em grupo”, as mímicas e os jogos, ou melhor, ojogo dos Bonecos Mágicos que, pelos alunos, jogaríamos todas as aulas.Como já foi dito, a atividade que mais sucesso fez nas nossas aulas foram os teatros desombras chinesas baseados em histórias tradicionais. Os grupos trabalharam as histórias,criaram os fantoches e cenários e, por fim, apresentaram à turma.Agora só nos falta ensaiar para a festa de encerramento do ano letivo para terminarmoso ano, cheios de boa disposição.

Professora Carla

Capuchinho Vermelho CinderelaJoão e o pé de feijão

Page 15: Novas do Gil Junho 2012

Junho 2012 NOVAS DO GIL 15Atividades

EB1 / JI de Arrau – Nespereira

IV SemanaAberta de Arrau

Como habitualmente, a EB 1/JI de Arrauvai promover no final do ano letivo, destafeita entre 11 e 16 de Junho, a sua IVSemana Aberta, que consta de uma vastoe rico leque de atividades lúdicas e pe-dagógicas, a desenrolar preferencialmenteentre as 14,30 e as 18,30 horas.

Na circunstância, estão previstas váriaspalestras por parte da Farmácia Amorim,instalada na freguesia, que abordarãotemas de educação para a saúde como “Aimportância da fotoproteção”, “A po-dologia na Infância” e a “Pediculose emmeio escolar”, respetivamente nos trêsprimeiros dias do evento. Terão lugarigualmente três ateliers, logo no primeirodia, no âmbito dos bordados de Guimarães,barro e culinária, este último centrado na“Broa de Milho”, que contará com aparticipação dos pais.

Aliás, a participação dos encarregadosde educação e comunidade é uma dasmais-valias da iniciativa. Na noite de terça-feira (20 h.30) decorrerá ainda uma palestrasubordinada ao tema “ A importância daeducação Escola/Casa”, a cargo da Asso-ciação de Paralisia Cerebral de Guimarães,enquanto na quarta-feira de tarde ouvir-se-ão com ternura “Conversas com His-tória”, que constituirão saudosos momen-tos de partilha com os avós sobre os temposantigos de Guimarães.

Quinta-feira, por seu turno, será de-dicada a uma “Visita de Estudo ao Aqua-Museu” de Vila Nova de Cerveira e sexta-feira à “Festa dos Finalistas”, a ter lugar às19 horas, com o restante dia destinado aosensaios gerais.

No sábado, a encerrar a maratona deatividades, pelas 11 horas realizar-se-á a“III Mini Meia-Maratona”, num percursopela freguesia, vivenciado pelas váriasturmas, seguindo-se de tarde(14 h.30 ) aabertura da “Feira das Oportunidades”,com a venda de artigos ofertados pelasem-presas, particulares e confecionadospelos alunos. Ainda no decurso da tarde,ocorrerá um Rastreio de Saúde pelaFarmácia Amorim (15 horas) e cerca demeia hora depois a abertura do Parque deDiversões Infantil, com insufláveis, jogos,trampolins e mini-golfe, entre outrassurpresas. Ao longo da tarde, ocorrerátambém uma Aula Aberta de ginástica (17horas), a cargo da instituição Vizela Fitnesse, com intervalos espaçados de uma hora,seguir-se-ão o Concurso Musical “ A tuacara não me é estranha” e a cerimóniaformal de entrega de prémios da III MiniMeia-Maratona, fechando o programavespertino com uma atuação musical, pelas19h.30. Contudo, a festa prosseguirá noitefora com a prevista aparição, pelas 21h.30,dos convidados Mickey , Minnie e do seuamigo Panda.

Como seria de esperar, um bar repletode petiscos estará aberto entre as 15 e as21,30 horas, para restabelecer energiasperdidas.

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16 NOVAS DO GIL Junho 2012 Atividades

EB1 / JI da Valinha (Polvoreira)

PROJETO“CONHECER GUIMARÃES”

Continuando a trabalhar o projeto“Conhecer Guimarães”, este período, coma colaboração da família, expusemos oscorações simbólicos de Guimarães CapitalEuropeia da Cultura (CEC), decorados deforma magnífica.

Foram utilizados variadíssimos mate-riais. Os trabalhos apresentam enormeoriginalidade, criatividade e combinaçãode estilos. A nossa vitrina da entrada daescola está uma beleza!

Encontro comD. Mumadona Dias

No dia vinte e seis de abril de2012,fomos ao Paço dos Duques de Bragança,em Guimarães, para conversar com a antigadama daquele palácio.

Quando lá chegámos, fomos recebidospor uma Guia, que nos explicou o queíamos ver e fazer. De seguida, fomos con-duzidos à sala onde se encontrava a ilustresenhora.

Entrámos numa bela sala e já a D.Mumadona Dias estava sentada numaconfortável poltrona, à nossa espera.Iniciámos a nossa conversa com a apre-sentação da D. Mumadona, que nos ensinoua fazer uma vénia, como se fazia no tempodela. Sempre que algum de nós quisessefalar, teríamos de dizer a nossa graça.Depois de cada um de nós proceder comofoi indicado, colocámos todas as questõesque quisemos. A dama falou-nos da suavida, das dificuldades da época e da riquezaque tinha. Ficamos a saber que tinhanascido no século X e que foi uma Senhora

Dia da Mãe – Dia 6 de maioTendo como objetivos principais reconhecer a importância do papel da mãe na famíliae criar, nas crianças, sentimentos de carinho e amor pelos pais,os alunos do Jardim daValinha foram motivados e envolvidos na elaboração de um postal alusivo ao respetivodia, com uma quadra que decoraram, para recitarem à mãe, no próprio dia.

Fases de elaboração do postal:

Trabalho coletivo No Dia Internacional dos Museus, 18 de maio, decidimos visitar um espaço que tem

dado vida e eco ao grande acontecimento que é a CEC. Referimo-nos à ASA. Aí pudemosfazer uma visita guiada ao local e ver duas exposições que estavam patentes ao público,como testemunharemos de seguida:

PALAVRA PUXA PALAVRA

Eu sou de Guimarães

Guimarães nossa cidade

Cidade cheia de monumentos

Monumentos históricos e grandiosos

Grandiosos como D. Afonso Henriques

Henriques foi o nosso 1.º Rei de Portugal

Portugal, país com muitas conquistas

Conquistas e abertura a novos mundos!

ACRÓSTICO

Sou de Guimarães

Orgulhosa cidade

Unida para sempre

Gentes felizes e ilustres

Unindo-se com paixão

Imensa e muito poderosa

Magnífica e com coração

Adoramos-te Guimarães

Rejubilas de cultura

Abriste as portas à capital

Europeia da Cultura com

Sentimento e hospitalidade.

1.º e 2.º ano da Valinha

importante de Guimarães.Contou que o pai dela se chamava

Diogo Fernandes e a mãe Onega Lucides.De seguida, disse-nos que foi casada comHermenegildo Gonçalves, com quemviveu muito feliz. Deste casamentonasceram seis filhos.

Fundadora de Guimarães”.Ficámos a saber que D. Muma, como

também era conhecida, está imortalizadanuma escultura, no centro de uma grandepraça de Guimarães. Tem, nas mãos, osseus dois símbolos: uma cruz que re-presenta o Mosteiro e um castelo querepresenta a fortificação.

Continuámos a nossa conversa falandoum pouco mais sobre a sua vida.

Apesar de já ter muita idade, a D.Mumadona Dias, terminou o encontro coma apresentação de um diaporama sobre asua biografia.

Por fim, despedimo-nos daquelasimpática dama, que nos recebeu muitocarinhosamente.

Escola da Valinha, 4ºanoTurma V

Contou-nos também que mandouconstruir um Mosteiro na parte mais baixade Vimaranes e um Castelo na parte maisalta, para defesa. Com o passar dos anos,assim nasceu a Vila de Cima ou Vila doCastelo e a Vila de baixo ou Vila do Mosteiro.Estas vilas estão na origem da cidade deGuimarães e por isso o povo a chama de “A

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Junho 2012 NOVAS DO GIL 17Atividades

EB1/J.I. Quinta do Vale (Polvoreira)

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18 NOVAS DO GIL Junho 2012 Lendas de Guimarães

(Lenda do autor Fernando Capela Miguel)

AS TORTAS DE GUIMARÃES

Guimarães possui muitos valores e riquezas sobretudo nas suas tradições eacontecimentos que, narrados pelo povo ao longo dos tempos, foram chegandoimperfeitos, incompletos ou tão somente como historietas, até aos nossos dias.

Conta-se que pelo século XVIII foi criado um tal convento menor para castigar asmeninas da nobreza vimaranense que eram desobedientes a seus pais.

Era costume de então, as famílias fazerem “casamentos de conveniência”, quer paraassegurar a unidade das propriedades da cada família, quer para valorizar e prestigiar“o bom nome” de cada casa senhorial.

Por esta época, já em pleno romantismo, muitas foram as jovens que se atreverama contrariar a vontade de seus pais, recusando casamentos com “velhos nobres” que asnegociavam como se fossem “cabeças de gado”. O amor platónico apegado às atraçõese emoções individuais dos jovens fazia uma razia nestes velhos costumes de sociedade.Nasceram paixões assolapadas que ficaram famosas, sendo Camilo e Ana Plácido umdesses exemplos, ou para Guimarães Florbela Espanca e suas paixões e amores queviajaram até Gonça.

– São tortas difíceis de dobrar!... Exclamavam os pais.E para as castigar convento com elas…As freiras do Convento de Santa Clara de Guimarães, assim como as suas irmãs

clarissas em geral, eram afamadas pelos seus dotes no fabrico de doçaria, mas tambémpelo modo como se expunham agalanterias mais ou menos secretas,que as tornavam objeto dasmurmurações públicas; não faltamprovas de que o diz-que-diz do povotinha correspondência na vida doConvento. Na generalidade, asnossas clarissas não eram santas;eram mulheres como as outras que,não por devoção, mas quase semprepor imposição social, eram em-purradas para a clausura conventual.E a Santa Clara eram dedicadas estas meninas da nobreza vimaranense. Havia dias queeram preenchidos por um labor intenso para os “atrevidotes das noites” que tão bemsabiam transportar a música e a harmonia a despertar paixões e devaneios. Ali naquelagrande oficina de manjares se despicavam as raparigas para criarem os “tesouros dadoçaria” que haviam de “adoçar o bico” aos cantadores e deixá-los “mal d’amores”…Ganham fama e tradição as boas criações que estimulam a imaginação e os sentidos aoshomens… Ganham prestígio e muita procura os produtos confecionados nas cozinhasdos conventos da região. Mas, em Guimarães ficaram famosas aquelas noites deserenatas em que as meninas no fim faziam descer por pequenos açafates cobertos dealvo pano de linho, doçarias disputadas pela rapaziada. Quando saíam à rua em dia defesta, em cortejos ou para as procissões, bem enfileiradas e controlados pelas irmãs doconvento, havia sempre bandos de rapazes à espera de uma troca d’olhos ou de umapiscadela, a tentar descobrir qual a sua “paixão” da janela ou então se ouvia no meio damultidão anónima o refrão dum tolo daquela época na rua Escura:

Lá “bom” as tortasCumprir a “devoçom”São todas meninasDe bom “coraçom”

Lá “bom” as tortasQue “som” de GuimarãesAdoçar o bico aos moçosQue se babam como cães

Passaram-se tempos… E destes, só restam as “Tortas de Guimarães”, que são osdoces de maior prestígio da cidade e felizmente foram guardados até aos nossos dias.

Ainda no seguimento da Lendas das Tortas de Guimarães, nos livros“Doçaria de Guimarães: sua história” e “ Receitas da Casa de Landim”,da Editora Despertar Memórias são apresentadas algumas dasreceitas dos doces mais tradicionais da nossa cidade.

ReceitaTortas de Guimarães

Amassa-se a farinha triga em água fria temperada de sal, de modo que a massa fiquedura. Depois de estar assim amassada a farinha, o que pode ser feito dentro de umalguidar, coloca-se em cima de uma tábua bem lisa e trabalha-se amassando-a eesfregando-a como se lava a roupa até que principie a fazer bolhas. Neste ponto faz-se dela um rolo, que se unta por todos os lados com pingue de porco dos rojões, frio,e deixa-se o rolo a descansar em cima da tábua durante duas horas. Passadas essas duashoras, toma uma pessoa o rolo, por um dos lados, e outra toma-o pelo lado oposto e comum cilindro de madeira principia-se a estendê-lo em fita, pouco a pouco; E feito umpedaço de fita alarga-se puxando-a para os lados com as mãos tanto quanto puder, edepois de estar assim alargada unta-se com pingue quente e principia-se envolvê-lacom muito cuidado; E assim por diante até se acabar a massa. Deste modo fica a massaoutra vez em rolo, formado da massa que se estendeu em fitas largas. Este rolo assimformado unta-se por todos os lados com pingue e fica em descanso uma noite oualgumas horas. Passado este tempo, corta-se este rolo em fatias de largura de um dedoe principia-se a alargar estas fatias de maneira que as folhas fiquem bem separadas umasdas outras; Mete-se-lhe o recheio e dobra-se a massa para que fique em formas depastéis. Tem-se ao lume um tacho com açúcar em ponto de espadana, metem-se astortas dentro e tiram-se logo com uma escumadeira. Depois de frias polvilham-se comaçúcar e canela.

Recheio para as TortasDeita-se num tacho um arrátel (459g) de açúcar e um quartilho (0,35l) de água e

deixa-se vir a ponto de espadana baixo. Depois tira-se do lume e põe-se a esfriar. Junta-se-lhe depois uma quarta (114,75g) de amêndoa pisada, 20 gemas de ovos batidos, umpau de canela e um bocado de cidrão picado e torna-se a pôr o tacho ao lume atéengrossar, não devendo o ponto ficar muito subido.

Note Bem: As Tortas antes de se metem no açúcar, põem-se numa

Contos e Lendasde Guimarães

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Junho 2012 NOVAS DO GIL 1924 de Junho

Mas o Príncipe Afonso, que desta arteSe chamava, do avô tomando o nome,Vendo-se em suas terras não ter parte,Que a mãe, com seu marido, as manda e come,Fervendo-lhe no peito o duro Marte,Imagina consigo como as tome.Revolvidas as causas no conceito,Ao propósito firme segue o efeito.

A Batalha de S. Mamede – 24 de Junho

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Programa do24 de Junho de 2012Este ano, as comemorações do 24 de Junho, Dia Um de Portugal, contam coma presença e mais uma performance dos “La Fura Dels Baus”, que desta feita,no âmbito do Tempo de Sentir, se apresentarão na Colina Sagrada, pelas 22horas.Um outro espetáculo, de cariz musical, denominado “BrincadeirasLíricas”decorrerá ainda no Centro Cultural Vila Flor, às 11 e 18 horas , queprocurará “através de uma brincadeira com a capacidade expressiva da vozlírica, revelar a canção erudita desde a origem até aos nosso dias”.Como sempre, decorrerão ainda várias inaugurações, com especial destaquepara a exposição inaugural do Centro Internacional das Artes de José deGuimarães, na Plataforma de Artes, em edificação no antigo mercado municipal.

De Guimarães o campo se tingiaCo’o sangue próprio da intestina guerra,Onde a mãe, que tão pouco o parecia,A seu filho negava o amor e a terra.Com ele posta em campo já se via;E não vê a soberba o muito que erraContra Deus, contra o maternal amor;Mas nela o sensual era maior.

Ó Progne crua! ó mágica Medeia!Se em vossos próprios filhos vos vingaisDa maldade dos pais, da culpa alheia,Olhai que inda Teresa peca mais:Incontinência má, cobiça feia,São as causas deste erro principais:Cila, por uma, mata o velho pai,Esta, por ambas, contra o filho vai.

Mas já o Príncipe claro o vencimentoDo padrasto e da iníqua mãe levava;Já lhe obedece a terra num momento,Que primeiro contra ele pelejava.Porém, vencido de ira o entendimento,A mãe em ferros ásperos atava;Mas de Deus foi vingada em tempo breve:Tanta veneração aos pais se deve!

Luís de Camões,Os Lusíadas, canto III, Estrofes 30-33

Aclamação de D. Afonso Henriques, gravura da Sociedade Martins Sarmento

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A Batalha de São Mamede foi travadaem 24 de junho de 1128, entre D. AfonsoHenriques e as tropas de sua mãe, D.Teresa de Leão, aliada com o conde galegoFernão Peres de Trava, que assim setentavam apoderar do governo doCondado Portu-calense. As duas façõesconfrontaram-se no campo de SãoMamede, tendo D. Afonso Henriques oapoio da nobreza portuguesa. Com aderrota, D. Teresa e Fernão Peresabandonaram o Condado, que ficou nasmãos do infante e dos seus partidários,facto que desagradou ao bispo deSantiago de Compostela, Diogo Gelmires,que cobiçava o domínio daquelas terras.D. Afonso Henriques viria a ser coroadocomo primeiro rei de Portugal em 1139,após a Batalha de Ourique.

Diz-nos Raul Brandão que Dona Teresa,“essa extraordinária mulher que nocolégio nos habituámos a conhecer pelonome de D. Teresa ou Tareja, ajudou, pelaascen-dência do encanto feminino e pelaambição e astúcia, a deitar os alicerces aum reino. Dominou, num mundo bárbaro,os homens rudes e grosseiros, conse-guindo manter a herança que o maridolhe legara. Mas pela beleza, que é força efraqueza ao mesmo tempo, ia talvezdestruir tudo, quando o poder passou, nacilada de S. Mamede, para as mãos do que

devia ser o Homem, aquele homem ferozindispensável para marchar à frente dashordas, que nos assaltos nocturnos de quereza a História – se a grave História não estátoda errada... – Tomavam os castelos econquistavam um reino. Vencida, essafigura de mulher destaca-se ainda nopassado obscuro, e até hoje nos prende.Pouco ou nada sabemos dela ao certo, maso encanto que exercia não se desvaneceude todo. Das palavras que o amante lhemandou gravar no túmulo depreende-seque foi loura – e um fio de cabelo ficou nonegrume e na morte e teima ainda emreluzir.” É com Alexandre Herculano, emmeados do século XIX, que se eleva abatalha de S. Mamede à condição de atofundador da nacionalidade;” na batalha docampo de S. Mamede, em que AfonsoHenriques arrancou definitivamente opoder das mãos de sua mãe, ou antes dasdo conde de Trava, a sorte das armas lhehouvera sido adversa, constituiríamosprovavelmente hoje uma província deEspanha. Mas no progresso da civilizaçãohumana tínhamos uma missão quecumprir. Era necessário que no últimoocidente da Europa surgisse um povo,cheio de actividade e vigor, para cuja acçãofosse insuficiente o âmbito da terra pátria,um povo de homens de imaginaçãoardente, apaixonados do incógnito, domisterioso, amando balouçar-se no dorsodas vagas ou correr por cima delas envoltosno temporal, e cujos destinos eram con-quistar para o cristianismo e para acivilização três partes do mundo, devendoter em recompensa unicamente a glória.E a glória dele é tanto maior quanto, en-cerrado na estreiteza de breves limites,sumido no meio dos grandes impérios daTerra, o seu nome retumbou por todo oglobo.”

Mas eis o relato que concede à lenda oseu lugar na história da batalha de SãoMamede e aos nobres o papel decisivo navitória de Afonso Henriques que, assim,teria ficado na sua dependência.

“Na era de 1166 [ano de 1128], no mês deJunho, na festa de S. João Batista, o ínclitoInfante D. Afonso, filho do conde Henrique eda rainha D. Teresa, neto do grandeimperador da Hispânia, D. Afonso, com oauxílio do Senhor e por clemência divina, e

também graças ao seu esforço e persis-tência, mais do que à vontade e ajuda dosparentes, apoderou-se com mão forte doreino de Portugal. Com efeito, tendo mor-rido seu pai, o conde D. Henrique, quandoele era ainda criança de dois ou três anos,certos [indivíduos] indignos e estrangeirospretendiam [tomar conta] do reino dePortugal; sua mãe, a rainha D. Teresa,favorecia-os, porque queria, também, porsoberba, reinar em vez de seu marido, eafastar o filho do governo do reino. Nãoquerendo de modo algum, suportar umaofensa tão vergonhosa, pois era já então demaior idade e de bom carácter, tendoreunido os seus amigos e os mais nobres dePortugal, que preferiam, de longe, sergovernados por ele, do que por sua mãe oupor [pessoas] indignas e estrangeiras.Acometeu-os numa batalha no campo de S.Mamede, que é perto do castelo de Gui-marães e, tendo-os vencido e esmagado,fugiram diante deles e prendeu-os. [Foientão que] se apoderou do principado e damonarquia do reino de Portugal.” (…)Tomando como fundamento a evolução dossinais de validação usados na chan-celariarégia, dir-se-ia que só mais tarde, a partirdos anos 1150-1160, se atribuiria àautoridade do fundador da monarquia ocarácter de um carisma pessoal. Estesindícios devem relacionar-se com o papelque os barões portucalenses desem-penharam na “revolução” que expulsou osTravas e deu o poder a Afonso Henriques,deixando-o, todavia, dependente danobreza nortenha até ele se emancipar dasua influência, à medida que foi assumindoum papel cada vez mais decisivo nacondução da guerra santa.” (in “DomAfonso Henriques”, José Mattoso, Círculode Leitores, 2006)

Campo de São Mamede

A localização exata do campo de batalhaé ainda pouco precisa; sabe-se, no entanto,que a refrega se deu, sem qualquer dúvida,perto de Guimarães. Diz a tradição que foi noCampo de Ataca onde hoje se ergue ummonumento de granito ao acontecimento!

Campo de Ataca, São Torcato, Guimarães

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20 NOVAS DO GIL Junho 2012 Desporto

Os Jogos Olímpicos estão aí... sabes como surgiram?

O Campeonato Europeu de Futebol

Cerca de 80 atletas portugueses deverãoestar nos Jogos Olímpicos de Londres quedecorrerão entre 27 de julho e 12 de agosto.Entre eles não estarão Nélson Évora nemVanessa Fernandes, os nossos medalhadosde há 4 anos, em Pequim. Talvez por isso adelegação olímpica portuguesa não pro-meta medalhas e refira estar com os pésbem assentes na terra. No entanto, não de-vemos perder as esperanças e esquecer opercurso de atletas como Telma Monteiro ouNaide Gomes. A propósito deste grande acon-tecimento desportivo, sabes como surgiu?

As primeiras competições entre atletassurgiram na Grécia e tinham lugar na cidadede Olímpia, em honra de Zeus, o pai dosdeuses. Ocorriam de quatro em quatro anos,entre 6 de agosto e 19 de setembro, eocupavam um lugar importante na vidagrega. O primeiro campeão olímpico a serinscrito na lista dos recordes foi Coreoboque venceu o dromo ou estádio, em 776 a.C. Os jogos gregos estavam integrados nafesta religiosa e teriam sido fundados porHércules. A duração e o número de provasforam aumentando até ocupar cinco dias,num total de 14 competições: corridas decarros de cavalos (a mais nobre), de carrosde mulas, e de cavalos de sela; pentatlo(disco, dardo, corridas pedestres, luta esaltos), dromo (uma volta ao estádio), diaulo(duas voltas ao estádio), dólico (24 vezes ocomprimento do estádio), provas de luta,pugilismo e pancrácio (espécie de luta livre).Na cerimónia de abertura os juízes juravamnão falsificar os resultados. No encerra-mento, todos presidiam ao banquete finale coroavam os vencedores. O prémio erauma coroa de oliveira brava, árvore sim-bólica de Hércules.

No século II a. C., a Grécia foi subjugadapor Roma. Enquanto os Gregos se dedi-cavam com grande entusiasmo ao desporto,para assim homenagearem os seus deuses,os Romanos preferiam praticá-lo comopreparação para a arte de manejar as armas.Os Romanos em vez dos estádios Gregosutilizavam circos. Os Gregos organizavamos jogos para os atletas e os Romanos parao público. Os primeiros destacavam a com-petição e os segundos preferiam o en-tretenimento.

Os Jogos Olímpicos foram abolidos em393 d. C. pelo imperador cristão romanoTeodósio I por serem festivais pagãos.

Em 1887 o barão Pierre de Coubertindecidiu fazer reviver os Jogos Olímpicos . Nocongresso internacional de 1894, o seu

plano foi aceite sendo fundado o ComitéInternacional Olímpico. Os primeiros JogosOlímpicos modernos realizaram-se com opatrocínio do rei da Grécia, em Atenas, a 5de abril de 1896, numa homenagem à origemdos jogos. Para a ocasião foi construído umnovo estádio. Os treze países participantesenviaram cerca de 300 representantes queparticiparam em 42 provas de 10 desportosdiferentes. O renascimento dos Jogos Olím-picos levou à formação de Comités Olím-picos Nacionais por todo mundo. Desdeentão, realizam-se os jogos em diversascidades com a periodicidade antiga (apenasinterrompida pelas duas Grandes Guerras),como também se continua a acender emOlímpia o facho que arde durante as cele-brações. A realização dos Jogos Olímpicosestá a cargo do Comité Olímpico Inter-nacional com sede na Suíça. O seu símbolo(cinco círculos que se entrelaçam) traduz asua extensão aos cinco continentes.

Os jogos de inverno mantêm-se emseparado desde 1924. Os Jogos Olímpicosde verão contêm pelo menos 15 desportos:tiro com setas e arco, provas de atletismo,

basquetebol, boxe, canoagem, ciclismo, des-portos equestres, futebol, ginástica, andebol,judo, natação, ténis de mesa, ténis, voleibol,saltos para a água, esgrima, hóquei em cam-po, pentatlo moderno, remo, tiro, halte-rofilismo, polo aquático, luta livre e vela.

A história dos modernos Jogos Olímpicospode ser dividida em quatro períodos: desdeo renascimento dos jogos até ao eclodir daI Guerra Mundial, o período entre as duasguerras, do recomeço dos jogos em 1945 atéaos jogos de 1968, e um último período, apartir de 1972. Entre os anos 1920 e 1936 foia época de ouro dos atletas, tendo ficadofamosas as corridas de velocidade e ossprints de Jesse Owens. Foi a Bélgica o pri-meiro país a organizar os Jogos a seguir àPrimeira Guerra Mundial, nos quais parti-ciparam 29 nações e mais de 2500 concor-rentes em 19 desportos. Em 1932, em Los

Angeles, registou-se um decréscimo nonúmero de concorrentes devido à grandedepressão económica. Os Jogos retornaramà Europa, em 1936. Berlim foi a cidade es-colhida e contou com a participação de 4000atletas. Os anos entre 1948 e 1968 forammarcados pelo aumento da partici-paçãofeminina. Além disso, as televisões passarama cobrir o acontecimento, amplian-do aaudiência dos jogos.

Devido à Segunda Guerra Mundial, nãose realizaram entre 1940 e 1944. Londres deuinício aos primeiros Jogos do pós-guerra.Em 1956, os Jogos Olímpicos realizaram-sepela primeira vez num país do hemisférioSul. Quatro anos depois os Jogos regres-saram a Roma que já não os acolhia desde1908. Os Jogos Olímpicos realizaram-se naÁsia pela primeira vez em 1964, em Tóquio.A realização dos Jogos na Cidade do Méxicoem 1968 foi alvo de muitas críticas devido àaltitude da cidade, mais de 2 300 m. Estefacto afetou a maioria dos atletas que nãoestavam habituados a viver com o ar tãorarefeito. A partir de 1972 assiste-se a umperíodo de violência política e de discórdia.Em Munique, em 1972, participaram cerca de8000 concorrentes de 124 países mas a tra-gédia assolou os Jogos quando terroristasárabes palestinianos invadiram a AldeiaOlímpica, mataram dois atletas israelitas efizeram nove reféns, exigindo a libertaçãode 200 árabes prisioneiros em Israel. Osnove reféns, cinco dos raptores e um políciafederal foram mortos na tentativa de li-bertação dos reféns. Em Montreal, no anode 1976, deu-se uma retirada dos países queprotestavam contra a presença da equipade râguebi da Nova Zelândia; em causaestavam as relações que esta equipa tinhacom a África do Sul, onde vigorava a políticado apartheid. Este episódio contribuiu parareduzir o número de concorrentes em maisde 400. Os Jogos de Moscovo de 1980 forammarcados por um coro de 60 nações queprotestavam contra a invasão do Afega-nistão pela União Soviética, em dezembrode 1979. Em 1984, em Los Angeles, a UniãoSoviética e países seus aliados decidiramnão enviar as suas equipas a participar nosJogos. Perto de 10 000 atletas representando160 países participaram quatro anos depoisnos Jogos Olímpicos de Seul. Em 1992, nosJogos Olímpicos de Barcelona, esteve re-presentado o maior número de desportosda história destes Jogos. Participaram 172equipas com mais de 10 000 atletas. Foi aúltima vez que a União Soviética fez parte

dos Jogos com uma única equipa. Em 1996realizaram-se os Jogos Olímpicos de Atlanta,que ficaram marcados pelo rebentamentode um engenho explosivo num parque dediversões em Atlanta, no decorrer dos Jogos.

Em 2000 disputaram-se os últimos Jogosdo milénio, em Sydney, Austrália. Os JogosOlímpicos de Sydney distinguiram-se não sópela imensa campanha publicitária que osrodearam, como também pela utilização deinfraestruturas que respeitassem o con-ceitode desenvolvimento ecológico sustentado.

Regressando ao seu país de origem, apósmais de um século de ausência, a organizaçãodos Jogos Olímpicos em 2004 ficou a cargoda Grécia, sendo a capital Atenas o lugarescolhido para a sua realização. 13 de agostofoi a data escolhida para a abertura oficial,com a realização da respetiva cerimónia. Em2008, os Jogos decorreram em Pequim.

Os Jogos Olímpicos são um aconteci-mento internacional e têm vindo a adaptar-se a novas realidades sociais e sido tambémo espelho de problemas desportivos e polí-ticos. Algumas destas alterações envolverama criação dos Jogos de Inverno para des-portos do gelo e da neve, os jogos Para-límpicos, para atletas com deficiências fí-sicas, como também os Jogos Olímpicos daJuventude para atletas adolescentes.

O Comité Olímpico Internacional tevetambém de adaptá-los às diferentes econo-mias, políticas e realidades tecnológicas doséculo XX. Devido a estas transformações,os originais Jogos Olímpicos afastaram-seda criação original, para permitir a parti-cipação de atletas profissionais. Os Jogostêm crescido de tal forma que quase todasas nações são representadas.

Os Jogos Olímpicos e a sua exposiçãoaos meios de comunicação proporcionam aoportunidade de atletas desconhecidosalcançarem a fama nacional e, em certoscasos, internacional.

Ana Francisca, Rita 9ºD

É o principal campeonato de futebolentre seleções dos países da UEFA. Acon-tecendo a cada quatro anos desde 1960, foioriginalmente chamado de Copa das NaçõesEuropeias, mudando de nome para Eurocopaem 1968. Até 1976 apenas quatro seleçõesentravam na fase final do torneio. A partirde 1980 esse número aumentou para oito edesde 1996 dezesseis seleções jogam otorneio. A partir de 2016 serão vinte e quatroseleções que jogarão o torneio. Os apuradossão escolhidos numa série de jogos qua-lificatórios: em 1960 e 1964 através de mata-matas; a partir de 1968 também foi incluídauma fase de grupos nas eliminatórias. O(s)país(es)-sede classificam-se automaticamente.

A União Soviética ganhou a competiçãoinaugural; A Alemanha triunfou por trêsvezes, duas como Alemanha Ocidental.França e Espanha são as únicas restantes aterem ganho o torneio mais de uma vez.

Ninguém esquece a festa que foi o Euro2004, organizado em Portugal, ainda quetenhamos sido derrotados pela Grécia etenhamos ficado em 2º lugar. Guimarães foiuma das cidades que recebeu o evento.Portugal venceu a Espanha por 1-0 e aeuforia espalhou-se pela nossa cidade. Itáliae Dinamarca empataram em Guimarães, masos dinamarqueses formaram espetáculo

leção portuguesa, pelaqual todos torcemos,participará, junto dasseguintes seleções: Ale-manha, Croácia, Dina-marca, Espanha, França,Grécia, Holanda, Ingla-terra, Itália, Polónia, Re-pública Checa, Repúblicada Irlanda, Rússia, Suécia,Ucrânia. Os países an-fitriões deste eventodesportivo são a Polóniae a Ucrânia. A nossaseleção encontra-se noGrupo B, considerado ogrupo da morte pois teráde enfrentar a Alemanha,

a Dinamarca e a Holanda para passar a frasede grupos. Será difícil, mas nós acreditamos.Força Portugal!

Eduardo André, Carlos Alves 9ºC

Este é o logótipo do Euro 2012,um eventoem parceria entre a Polónia e a Ucrânia. É umtrabalho feito por um grande estúdio dedesign e publicidade português, a BrandiaCentral que ganhou o concurso interna-cional que se estendeu durante cerca de umano. Este logo segundo o autor (líder da

fora do espetáculo, constituindo umaautêntica invasão viking. Viveu-se um climairrepetível de alegria e confraternização!

As finais da edição de 2008 foram dis-putadas em mais de um país-sede. A primeiravez que isso ocorreu foi no Euro 2000,sediado na Bélgica e Países Baixos. Em 2008o Campeonato Europeu de Futebol foidisputado na Áustria e Suíça. Em 2012 otorneio será disputado também em doispaíses: na Polônia e Ucrânia.

Este ano realizar-se-á o Euro 2012. A se-

equipa de designers), Hélder Pombinho,inspirou-se na wycinanka. Esta palavraestranha de origem polaca refere-se a umaprática comum ás zonas rurais dos dois paí-ses vizinhos ( Polónia e Ucrânia ) que consisteem fazer adornos folclóricos por recortesem papel. Os dois países estão representadospor um par de tulipas com as respetivascores das bandeiras e entre estas uma bolade futebol que partilha as mesmas formasdas flores, participando na composiçãocomo uma terceira flor. Um elementounificador e que dá uma grande coerênciaao conjunto é a figura humana e a formaonde ela imediatamente se inscreve a qualencontramos dentro das três flores unidastambém por um caule.

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Junho 2012 NOVAS DO GIL 21Desporto

Bruno Ribeiro - 3º Classificado na Final distrital

O grupo do desporto escolar dasAtividades Rítmicas e Expressivas (A.R.E.)desenvolveu, ao longo deste 3º período,vários trabalhos que foram sendo apre-sentados em duas vertentes, uma vertenteinterna e uma vertente externa. A primeiratem como objetivo principal dinamizar aescola em diversas ocasiões, de forma aassinalar datas e momentos importantesquer para a escola quer para a comunidade,fazendo a animação durante os intervalose/ou desenvolvendo outro tipo deatividades. Este trabalho foi construído emarticulação com a biblioteca, com osdepartamentos e com o clube de artes.

As atividades realizadas por este grupoforam apresentadas durante a “Semana daEuropa e das Línguas”, no salão de alunos,proporcionando momentos diferentes econseguindo contagiar com a suaexpressividade, dinamismo e alegria todosos presentes.

A nível externo, o grupo deslocou-se à

Um vimaranenseno Euro 2012

EventosdesportivosanimamGuimarãesCONHECER GUIMARÃESEM BICICLETAA 24 de Junho, feriado municipal e diacomemorativo da Batalha de S. Ma-mede, um passeio de bicicleta de cer-ca de 12,5 quilómetros de dificuldadebaixa, uma prova da Taça de Portugalde Trial Bike, um encontro de bicicletasantigas e circuitos de bicicletas paracrianças, tendo como centro aAlameda Alfredo Pimenta, animarão aefeméride “Conhecer Guimarães emBicicleta/Dia Um de Portugal”.A iniciativa que contará com a presen-ça dos ex-ciclistas como Alves Barbo-sa, Venceslau Fernandes, JoaquimAndrade e Delmino Pereira, entreoutros, bem como do ex-guarda-redesPalatsi, tem inscrições abertas emwww.tempolivre.pt ou www.acm.pt)

LIGA MUNDIAL DE VOLEIBOLNO MULTIUSOSDisputa-se no multiusos de Guimarães,ente 22 e 24 de Junho, a terceira rondado grupo D da liga Mundial de Voleibol,que inclui as seleções de Portugal,Alemanha, Argentina e Bulgária, quecompetirão entre si para garantir umlugar na fase final da competição, aocorrer na Bulgária entre 4 e 8 deJulho.

CAMPEONATO DO MUNDODE ANDEBOLA Eslováquia é o adversário de Portugaldo jogo da segunda mão do play-offde acesso ao Campeonato do Mundode Andebol de 2013, a disputar emEspanha, em encontro que tem lugarno multiusos de Guimarães , a 16 deJunho, cuja primeira mão decorreráem terreno esloveno, cerca de umasemana antes.

Maio é um mês feliz para Custódio, quenascido nesse mês viu também seu nomeinscrito na convocatória de Paulo Bento

para o Europeu de Futebol 2012, divulgadarecentemente.

Custódio Miguel Dias de Castro, conhe-cido nos meios futebolísticos por Custódio,como médio defensivo ao serviço doSporting de Braga desde a época de 2010,é um atleta nascido em Guimarães e for-mado nas camadas jovens do Vitória ondeactuou até 2001, aquando da sua transfe-rência para o Sporting, colectividade ondefoi capitão de equipa, se sagrou campeãoem 2001/2002 e conquistou uma Taça dePortugal em 2006/2007.

Contudo, para além desta convocatóriapara a equipa de todos nós, Custódio contatambém na sua carreira com internacionali-zações na seleção de Sub-21, em 2004 e2006 e actuou ainda no futebol russo, concre-tamente no Dínamo de Moscovo, em 2007/2008, donde regressou ao seu clube deorigem – o Vitória de Guimarães – em 2009.

Cerca de 80 alunos, apurados nas 4séries em que esteve organizado o Des-porto Escolar no distrito de Braga, dis-putaram arduamente o título de campeão.O nosso Bruno Ribeiro esteve muito beme, na última jornada, empatou com ocampeão, Luís Silva do NX Vale S. Cosme eacabou em 3º lugar, com o mesmo númerode pontos do segundo classificado.

A ausência de Rui Rasteiro, presentenesse fim de semana num estágio de ru-gby, impediu que tivéssemos sido classifi-cados enquanto equipa, pelo que não foicontabilizado o bom desempenho dosoutros jogadores.

Para a final regional foram apuradostrês atletas da ERD de Xadrez. A final re-gional decorreu em Paços de Ferreira e onosso atleta, Bruno Ribeiro, ficou em 8ºlugar, o que soube a pouco, mesmo saben-do que jogou com representantes de todaa região Norte.

Desporto EscolarAtividades rítmicas e expressivas

Escola E.B 2,3 de S. Torcato, no dia 9 demaio, onde participou na competiçãoprogramada no âmbito do desporto escolar.Estiveram envolvidas dez escolas do distritode Braga, tendo este encontro culminadonum clima de festa e contado com várias

Bruno Ribeiro, a consagração de um atleta de topoa nível nacional.

Fernando Costa e JoãoSequeira da Costa em formação

O professor Fernando Costa e o antigoatleta João Sequeira da Costa encontram-se a frequentar o Curso de Treinadores,nível 1, representando uma requalificação

Equipa vencedora da última edição da Taça “GovernoCivil de Braga” – G.D.R. Os Amigos de Urgeses – cujosatletas de formação são da ERDX Gil Vicente.

dos nossos quadros técnicos;O professor Fernando Costa foi Presi-

dente da Associação de Xadrez do distritode Braga durante 4 anos (26.04.2008 a17.05.2012) e terminou o seu mandatocom um louvor pela dedicação e exce-lência do trabalho realizado.

exibições de dança, de ginástica de solo ede aparelhos.

O grupo encontra-se já a preparar a fes-ta final do ano letivo onde vai apresentar co-reografias de dança e de ginástica ritmica.

Manuela Abreu

Teve lugar no parque desportivovimaranense, no decurso da tarde de 30de Maio, uma competição de triatloinserida na ERDAL, que contou com acolaboração da Federação de Triatlo dePortugal,Tempo Livre, Intermarché e do

Gil Vicente no pódionas provas de triatlo

Hospital Privado de Guimarães.Nesta actividade, na qual participaram

cerca de 220 alunos da várias escolasconcelhias, o nosso agrupamento marcoupresença com 27 atletas, conquistandotrês lugares no pódio.

Deste modo, Ricardo Jorge Pereiraobteve o 3º. lugar em infantis A, enquantoJoão Pedro Faria conseguiu o 2º. posto noescalão de iniciados. Por sua vez, Joana Brásfoi segunda no escalão feminino juvenil.

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22 NOVAS DO GIL Junho 2012 Efeméride / Atividades

Foi há 100 anos que o transatlânticoTitanic, considerado o mais luxuoso dosnavios da época, embateu contra umiceberg, provocando um naufrágio econsequentemente um elevado númerode mortes.

No dia 14 de abril, às 23:40, o Titaniccolidiu contra um iceberg. Estavam cercade 2200 pessoas a bordo. O vigia avistou oobstáculo mas o navio não conseguiu virarcom a rapidez necessária para evitar ochoque. O embate partiu cinco comparti-mentos impermeáveis do navio e a águaentrou facilmente, inundando o navio.

Decorreram apenas duas horas equarenta minutos entre o Titanic ter em-batido no iceberg e naufragar. A situaçãotornou-se mais perigosa à medida que onavio se inclinava. O navio não tinha barcossalva-vidas suficientes para todas aspessoas a bordo, somente para cerca demetade. O pânico fez com que as em-barcações fossem para a água não estandocompletamente cheias, o que contribuiupara o elevado número de vítimas mortais,principalmente homens porque se seguiua regra “mulher e crianças primeiro”.

Muitas das vítimas faleceram não dasubmersão do navio mas sim de hipoter-mia, quando tentavam sobreviver na águacuja temperatura, naquela altura do ano,se encontrava abaixo de zero. No totalfaleceram cerca de 1514 pessoas e so-breviveram cerca de 710 pessoas.

O naufrágio acarretou um conjunto demudanças para a navegação, tornando osnavios mais seguros.

Centenário do nascimentode Jorge Amado

Celebra-se este ano o centenário denascimento de Jorge Amado. Com certezajá leste uma obra deste autor: O GatoMalhado e a Andorinha Sinhá. A série decomemorações do centenário de JorgeAmado começou em agosto de 2011 e iráestender-se pelo ano de 2012. Entre asfestividades previstas estão: o filmeCapitães da Areia, da cineasta e neta doescritor Cecília Amado; a peça Dona Flor eseus dois maridos, que entra em cartaz noRio de Janeiro e a editora Companhia dasLetras que lança uma caixa que reúne osquatro livros das “mulheres” de JorgeAmado, além de preparar uma program-ação com edições especiais, como o livroinédito de cartas que Jorge trocou comZélia, sua mulher, enquanto estava noexílio.

Jorge Amado (1912-2001) foi umescritor brasileiro. Os seus livros foramtraduzidos para um grande número depaíses. Iniciou a sua carreira de escritorcom obras de cunho regionalista e dedenúncia social. Passou por várias fasesaté chegar a uma fase mais voltada paracrónica de costumes. Politicamente com-prometido com ideias socialistas foi presoduas vezes, uma em 1936 e outra em1937. Exilado, viveu em Buenos Aires,França, Praga e em vários outros paísescom democracias populares. Voltou parao Brasil em 1952.

Entre as suas obras adaptadas para atelevisão, cinema e teatro estão Dona Flor eseus dois maridos, Gabriela cravo e canela,Tenda dos milagres e Tieta do agreste.

Jorge Amado (1912-2001) nasceu nodia 10 de agosto, na Fazenda Auricídia, emFerradas, município de Itabuna, Bahia. Filhodo fazendeiro de cacau, João Amado deFaria e Eulália Leal Amado, passou ainfância na cidade de Ilhéus, onde apren-deu as primeiras letras. Cursou o secun-dário no Colégio António Vieira em Sal-vador, cidade onde contactou com o povo,nos anos da sua adolescência, tomandoconhecimento da vida popular que iria marcar

Titanic

Esta tragédia deu origem a um dosfilmes mais vistos na história do cinema eoriginou, no seu centenário, a recriação darota em moldes turísticos, possibilitando oreviver da efeméride por parte de familiaresdas vítimas.

Ana Cláudia Pereirae Nádia Abreu 9ºC

fortemente a sua obra de romancista.Começou a trabalhar com 14 anos, em

jornais e a participar da vida literária, sendoum dos fundadores da “Academia dosRebeldes”, grupo de jovens que, junta-mente com o “Arco e Flecha” e o “Samba”,desempenharam importante papel narenovação das letras baianas. Em 1927ingressou como repórter no Diário daBahia e também escrevia para a revista ALuva. Aos dezenove anos publicou oprimeiro romance O país do carnaval.Nessa época já estava no Rio de Janeiro,em contacto com nomes importantes daliteratura. Foi redator chefe da revistacarioca Dom Casmurro, em 1939.

Jorge Amado foi casado com a escritoraZélia Gattai, que aos 63 anos começou aescrever as suas memórias. Teve doisfilhos, João Jorge, sociólogo e autor de pe-ças para teatro infantil e Paloma, psicóloga.

Participou no movimento da frentepopular da Aliança Nacional Libertadora.Foi exilado na Argentina, no Uruguai, emParis e em Praga e ainda morou em diversospaíses. Recebeu vários prémios, títuloshonoríficos e foi membro correspondenteda Academia de Ciências e Letras daRepública Democrática da Alemanha; daAcademia das Ciências de Lisboa; daAcademia Paulista de Letras; e membroespecial da Academia de Letras da Bahia.Foi membro da Academia Brasileira deLetras.

Jorge Amado faleceu no dia 6 de agosto.Foi cremado, a seu pedido, e suas cinzasforam colocadas ao pé de uma mangueira,na sua casa na Bahia.

Algumas das suas obras:O país do carnaval, 1931; Cacau, 1933;

Suor, 1934; Jubiabá, 1935; Mar morto,1936; Capitães de areia, 1937; Terras dosem fim, 1943; São Jorge dos Ilhéus, 1944;Seara vermelha, 1946; Gabriela cravo ecanela, 1958; Dona Flor e seus dois maridos,1966; Teresa Batista cansada de guerra,1972; Tieta do agreste, 1977; TocaiaGrande, 1984; Tenda dos milagres, 1969.

Concurso de Leitura"Ler sem limites"

Na manhã do dia 22 de maio, Dia doAutor Português, assistiu-se, no salão dealunos da Escola E. B. 2, 3 Gil Vicente e pelosegundo ano consecutivo, a mais uma finaldo Concurso de Leitura «Ler Sem Limites».

Com o objetivo de promover a práticade leitura no Agrupamento, a iniciativacontou com a participação muito em-penhada de todos os alunos dos 3.os e 4.os

anos do Agrupamento, reunindo, na fasefinal, nove representantes de cada turma,que se portaram lindamente: certeiros naprova de conhecimento, “Escolha Acerta-da”; rápidos a descobrir a “Palavra Es-condida” e muito expressivos e segurosno momento de lerem, à frente de umaplateia de cerca de duzentas pessoas, ospoemas escolhidos de vários autores na-cionais como Maria Tereza Maia Gonzalez,Vergílio Alberto Vieira, Teresa Guedes,Álvaro Magalhães,Maria Helena Pires, JoãoPedro Mésseder e José Jorge Letria.

Parabéns aos nove magníficos:

– Ana Daniela Mendes Marques, 3.º ano[Centro Escolar de Urgezes]

– Bárbara Mónica Alves Fernandes, 4.ºano [Centro Escolar de Urgezes]

– Beatriz Saldanha Ferreira, 4.º ano [EscolaE.B. 1 de Arrau]

– Bruna Rafaela da Silva Salgado, 4.º ano[Escola E.B. 1 da Quinta do Vale]

– Carolina Ribeiro de Freitas Ribeiro, 3.ºano [Escola E.B. 1 da Quinta do Vale]

– João Carlos das Chagas Almeida, 4.º ano[Escola E.B. 1 da Valinha]

– Luís Filipe Freitas de Castro Alves, 3.ºano [Escola E.B. 1 de Arrau]

– Luís Pedro Ferreira dos Santos Pereira,3.º ano [Escola E.B. 1 da Valinha]

– Maria Inês Viera Magalhães, 3.º ano[Centro Escolar de Urgezes]

Destes nove, apenas três passaram àFinalíssima: a Beatriz, o João Carlos e oLuís Filipe que foi o justo vencedor daedição deste ano.

Parabéns a todos que, direta ou in-diretamente, permitiram e trabalharam parao sucesso da atividade!

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Junho 2012 NOVAS DO GIL 23Educação e Formação de Adultos

No decurso das atividades comemora-tivas da “Semana da Europa” no nossoAgrupamento de Escolas, ocorreu aparticipação da nossa equipa no Peddy-Paper (organizado pela Associação deEstudantes), no dia 9 de maio, através daintegração de uma visita, pela comunidadeeducativa, à Exposição de trabalhos dosformandos dos Cursos EFA na velha igrejade Santo Estevão, subordinada ao tema“(Re)Descobrir Guimarães”, na sequênciade atividades integradoras desenvolvidas

No passado dia 2 de maio de 2012,decorreu, no salão do aluno da Escola E.B2,3 Gil Vicente, uma palestra com aDoutora Adelina Paula. A atividade contoucom a presença dos alunos das turmas doEFA12, EFA20, de uma turma de RVCC eainda com a presença de alguns dosformadores.

A palestrante começou por se assumirfundamentalmente como leitora assíduae, em seguida, partilhou com os presentesalgumas das obras já lidas por si, tornandoa conversa bastante interessante.

A convidada abordou vários pontosimportantes a ter em consideração quantoà leitura, evidenciando aspetos positivosdecorrentes do ato de ler, como porexemplo: o enriquecimento do nossovocabulário, a possibilidade de conhecer-mos culturas distintas da nossa e odesenvolvimento da nossa capacidade deimaginação.

A certa altura, a convidada pediu aospresentes para partilharem com osrestantes os livros que já leram ou estão aler. Face a esta interpelação, os formandos,possivelmente não por não terem as suasleituras em dia, mas por simples timidezou surpresa, mantiveram-se mais recetivosa ouvir…

Para finalizar, interveio a D. ArgentinaFreitas, uma senhora que apesar dos seus83 anos concluiu recentemente o nonoano através do processo de RVCC, jápublicou um livro e confirmou a publicaçãode outro para breve. A D. Argentina relatou-nos um pouco do seu percurso escolar e, nofinal, agradou toda a assistência ao ler-nosalguns dos poemas do seu primeiro livro.

Palestra com Doutora Adelina Paula

Esta palestra foi organizada com ointuito de incutir nos alunos o gosto pelaleitura e, na minha opinião, a convidadadesempenhou bem o seu papel, pois a suaconversa foi apelativa e acabou por deixaralguns dos presentes com vontade de lerum pouco mais. A organização deste tipode atividades é necessária, pois incentivatodos os que ouvem a ler um pouco mais.

Sónia Ferreira (EFA 20) (adaptado)

Visita ao larda Associação Sociale Cultural de Urgezes

No contexto de “2012 - Ano Europeudo Envelhecimento Ativo e da Solida-riedade entre Gerações”, os formandos daturma EFAB-19 visitaram o lar daAssociação Social e Cultural de Urgezes nointuito de enaltecerem o contributo dosidosos para a sociedade. Visando reforçara importância da solidariedade entre asgerações, os formandos, com o apoio dealguns formadores, fizeram uma sessãode leitura expressiva de contos tradicionaisportugueses retirados da antologia Fiz dasPernas Coração, seguindo a proposta daprofessora Ana Jerónimo e, no final,ofereceram-lhes um lanche. O convíviodeu-se naturalmente, e, em agradeci-mento, fomos brindados com os alegrescantares do grupo musical destaAssociação.

“Sabores Noturnos”

No dia 10 de maio, decorreu a iniciativa“Sabores Noturnos”, um agradávelconvívio entre formandos, formadores edocentes e ilustres personalidades dafreguesia de Urgeses. Proporcionou-seentre todas a pessoas presentes umexcelente serão de confraternização norefeitório da escola E.B.2/3 Gil Vicente,espaço este todo decorado para a ocasiãocom trabalhos dos formandos dos cursosEFA sobre o património vimaranense.

Exposição de trabalhos dos formandos dos cursos EFAna velha igreja de Santo Estevão, subordinadaao tema “(Re)Descobrir Guimarães”

ao longo do ano letivo. Chegadas à igreja,as equipas concorrentes do peddy-papertiveram de decifrar quatro questões, cujaresposta era obtida através de umaobservação atenta dos elementos patentesna exposição, nomeadamente: painéis,quadros, postais ilustrados bilingues, trajes,artesanato e doçaria típica de Guimarães,entre outros. Esta atividade revelou-sebastante dinâmica e enriquecedora não sópara os alunos, mas também para acomunidade local em geral, uma vez que

este espaço solene esteve aberto aopúblico durante dois dias.

Ainda sob o mote “(Re)DescobrirGuimarães” e porque este é aqui o ano daCapital Europeia da Cultura, os postaisilustrados dos formandos, alusivos aopatrimónio vimaranense continuam emexposição, agora em duas vitrines da escolae serão, aí e no blogue de inglês,complementados com opiniões dosformandos em torno do que mais gostamna sua cidade…

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24 NOVAS DO GIL Junho 2012 Últimas

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O Grupo Disciplinar de Educação Morale Religiosa Católica vai promover, deacordo com o Plano Anual de Atividades,um dia de convivio no final do ano letivopara os alunos dos 7º e 8ºanos.

Este encontro ocorrerá no dia 25 dejunho no Parque de Rilhadas-Fafe. O par-que, situado numa zona aprazível e ver-dejante da freguesia de Cepães, localiza-se num espaço limitado pela ciclovia,implantada na antiga via férrea Guimarães-Fafe, sendo atravessado pelo rio Vizela.Nele, encontra-se ainda instalado umcampo de golf de 18 buracos, umrestaurante, courts de ténis e uma pistade Karting de 930 metros de extensão. Osalunos poderão desfrutar deste espaço ede algumas atividades que se encontramprogramadas: voleibol, orientação, paint-ball, karting e piscina.

Como já vem sendo hábito, será umdia pautado pela alegria, pelo convívio epela partilha de experiências. Após umperíodo de sensibilização dos potenciaisparticipantes, neste momento recolhe-

Atividades radicais emRilhadas (Fafe) encerramano letivo em clima de festa

se a autorização por parte dos Encarre-gados de Educação.

A aula de EMRC na escola pública ,como todos sabem, é de oferta obrigatóriamas frequência facultativa. A nossa escolatem sido ao longo dos anos uma escola dereferência no que diz respeito à frequênciae esperamos que assim continue .Para-béns aos alunos e aos Encarregados deEducação! A opção pela frequência daaula de EMRC é uma escolha com sentido.

Com início a 22 de Junho (sexta-feira)com a denominada Noite da Juventude, naqual participam DJ’s e bares convidados ea inauguração da cascata de S. João (22horas), a ARCOV organiza uma vez mais oS. João de Covas, que anualmente seconstitui como uma tradição local.

A festividade prossegue no sábado comum torneio de chincalhão (14,30 horas) ea noitada se S. João, que além da animaçãopopular contará com espetáculos a cargode Johnny Abreu e Zé Amaro, a partir das22,30 horas.

A finalizar, no domingo, os pontos fortesdo programa centrar-se-ão na procissão

solene em honra do patrono das festas (10horas), que contará com a participação doCNE de Polvoreira e uma missa campalcom a presença do Grupo Coral dePolvoreira (11,30 horas), seguindo-se nodecurso da tarde o Cortejo Regional deOferendas com o desfile de carros alegó-ricos e participação do Grupo Folclórico dePolvoreira (14,30 horas) e o consequenteLeilão de Oferendas, cerca das 16 horas. Ànoite, no desfecho da festa, ocorrerá porvolta das 21 horas uma sessão de MúsicaPopular Portuguesa com o espetáculo Tia-go Maroto, encerrando o evento, após as 24horas, como uma sessão de fogo-de-artifício.

S. João de Covas

Será num ambiente de festa que nopróximo dia 15 de Junho o nosso agrupa-mento encerrará o ano letivo e realizará ocostumeiro Arraial Minhoto, envolvendotoda a comunidade educativa.

Deste modo, para além dos tradicionaiscomes e bebes, no fim da tarde e ao longoda noite que promete, a festa contará esteano com divertidos momentos de Karaoke econcertinas , uma largada de balões, a atuaçãodo grupo musical Nuguel Music e ainda ativi-dades circenses e outros espaços de diversãoe animação de rua, bem como as habituaistômbolas, barraquinhas e tendas de vendas.

Entretanto e durante a tarde estarãopatentes na entrada, salas e átrios da es-cola várias exposições dos clubes, áreas/grupos curriculares e departamentos, des-

Dez anos após a consagração do CentroHistórico de Guimarães como PatrimónioCultural da Humanidade por parte daUNESCO e a distinção de Capital Europeiada Cultura, no presente ano de 2012, umanova página será escrita pelos vima-ranenses, no ano da (des)graça de 2013,com a designação de Cidade Europeia deDesporto, que pela primeira vez éconcedida a Portugal pela Associação dasCapitais Europeias do Desporto (ACES).

Assim, ao longo de 2013, serão 52 oseventos desportivos, um por semana,iniciativa a que se associarão outras cidadeseuropeias como Cremona, Modena e RegioCalabria, em Itália e Lorca em Espanha,entre 12 cidades selecionadas de médiadimensão (entre 100 e 250 mil habitantes)e que serão anunciadas oportunamente a

GuimarãesCidadeEuropeia doDesporto 2013

15 de Junho – Festa deencerramento e arraial minhoto

tacando-se, entre outras,as excelentes obras deartesanato no âmbito doProjeto Conhecer Gui-marães, mostra de tra-balhos de Educação Es-pecial e cabeçudos, bemcomo outras iniciativasinterativas no âmbito dasTIC e educação para asaúde sob o tema “O quecomemos”.

Paralelamente de-correrá no início da tarde,no salão de alunos, oConcurso de Leitura “Lersem Limites” e no campode jogos ocorrerão jogospopulares e tradicionais,

bem como Marchas Populares pelos alunosdo 5º. ano. Atividades rítmicas e expressivas,como coreografias de dança e ginásticarítimica e o espetáculo Danças do Mundopreencherão o programa vespertino.

Simultaneamente, os alunos de Educa-ção Visual instalarão na Farmácia SantoAntónio uma montra alusiva aos santos po-pulares, empresa que também patrocinaráo Concurso de Quadras Populares, cujoregulamento foi oportunamente divulgado.

Uma cerimónia de distribuição de pré-mios relativos a várias atividades desen-volvidas, trabalhos executados e aos tor-neios desportivos tomará também lugarno decurso da tarde, encontrando-se aindaprevista a posse dos novos elementos daAssociação de Estudantes.

7 de novembro, em Bruxelas, pelo Par-lamento Europeu.

Dois clubes na primeira Liga de Futebol(Vitória Sport Clube e Moreirense FutebolClube) e a quantidade de espaços des-portivos, mais de 300, em que sobressaemo Estádio D. Afonso Henriques, Parque daCidade Desportiva, Pavilhão Multiusos e ocomplexo do Vitória, terão sido alguns dostrunfos, aos quais deverá ser acrescentada aprática desportiva dos vimaranenses da or-dem dos 36,7%, com cerca de oito mil des-portistas federados, que se encontra acimada média nacional (27% de praticantes).

Mega-agrupamentosadiados

Na reunião ocorrida na DREN no passadodia 28 de maio, os Diretores e Presi-dentes dos Conselhos Gerais de Gui-marães conseguiram suster o movi-mento de agregações de escolas noconcelho vimaranense.Para tal terá contribuído os funda-mentos aduzidos e os pareceres ne-gativos emitidos por todos os agru-pamentos concelhios, bem como aespecificidade do território.Deste modo, teriam sido apenas aven-tada a hipótese de agregação da Fran-cisco de Holanda com a Egas Moniz, ou,em alternativa as situações menospassíveis de controvérsia.Tudo leva a crer, portanto, que o pro-cesso não avançará em Guimarães ecaso não ocorram surpresas, apenascom os fins dos mandatos das atuaisDireções Executivas e consequentesnovos atos eleitorais, as agregações deagrupamentos serão viáveis e efetivas.