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Página 2 Editorial 2013: mudando para liderar Página 3 Nutreco Brasil vai investir ainda mais em aquicultura Página 4 A densidade da estocagem como influenciador de resultados no cultivo de peixes redondos Página 6-7 Tanques-rede: pequeno, médio ou grande volume? Página 8 Censo 2011 da Carcinicultura Nacional Página 9 Entrevista: perspectivas e desafios para a carcinicultura brasileira Página 11 Qualidade máxima: inauguração do MasterLab Brasil NESTA EDIÇÃO notícias Publicação trimestral da Nutreco Brasil Nutrição Animal LTDA. Edição Maio 2013 Segue na página 6 A piscicultura brasileira está crescendo em ritmo acelerado em virtude dos avanços tecnoló- gicos, aumento da produtividade e profissionali- zação dos piscicultores. Neste cenário, a criação em tanques-rede vem se destacando, em parte, devido ao grande número de reservatórios e a ótima quantidade e qualidade da água. Existe uma forte tendência quanto ao aumen- to do volume e da capacidade dos tanques-rede, para adaptar o sistema de produção industrial da salmonicultura para a tilapicultura intensiva. Nesta nova tecnologia para a produção de tilá- pias em tanques-rede de grande volume algumas vantagens são evidentes: maior conforto para os peixes, alta produção e melhores resultados zootécnicos. Entretanto, também há alguns desafios, como a necessidade de infraestrutura dedicada para a despesca, menor circulação da água e, portanto, menos oxigênio dissolvido, tornando a boa localização do empreendimento fundamental para obtenção de bons resultados. Cada região do Brasil apresenta uma rea- lidade diferente. Sendo assim, para o sucesso do sistema, é importante adequar o projeto de produção em tanques-rede observando dois as- pectos fundamentais: a capacidade de suporte do seu reservatório e a capacidade/necessidade de escoamento do pescado. Tanques-rede: pequeno, médio ou grande volume? Realidades e tendências da piscicultura brasileira Tecnologia e inovação nutrindo resultados CONSULTORIA NUTRECO

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Página 2Editorial2013: mudando para liderar

Página 3Nutreco Brasil vai investir ainda mais em aquicultura

Página 4A densidade da estocagem como infl uenciador de resultados no cultivo de peixes redondos

Página 6-7Tanques-rede: pequeno, médio ou grande volume?

Página 8Censo 2011 da Carcinicultura Nacional

Página 9Entrevista: perspectivas e desafi os para a carcinicultura brasileira

Página 11Qualidade máxima: inauguração do MasterLab Brasil

NESTA EDIÇÃO

notíciasnotíciasPublicação trimestral da Nutreco Brasil Nutrição Animal LTDA. Edição Maio 2013

Segue na página 6

A piscicultura brasileira está crescendo em ritmo acelerado em virtude dos avanços tecnoló-gicos, aumento da produtividade e profi ssionali-zação dos piscicultores. Neste cenário, a criação em tanques-rede vem se destacando, em parte, devido ao grande número de reservatórios e a ótima quantidade e qualidade da água.

Existe uma forte tendência quanto ao aumen-to do volume e da capacidade dos tanques-rede, para adaptar o sistema de produção industrial da salmonicultura para a tilapicultura intensiva. Nesta nova tecnologia para a produção de tilá-pias em tanques-rede de grande volume algumas vantagens são evidentes: maior conforto para

os peixes, alta produção e melhores resultados zootécnicos. Entretanto, também há alguns desafi os, como a necessidade de infraestrutura dedicada para a despesca, menor circulação da água e, portanto, menos oxigênio dissolvido, tornando a boa localização do empreendimento fundamental para obtenção de bons resultados.

Cada região do Brasil apresenta uma rea-lidade diferente. Sendo assim, para o sucesso do sistema, é importante adequar o projeto de produção em tanques-rede observando dois as-pectos fundamentais: a capacidade de suporte do seu reservatório e a capacidade/necessidade de escoamento do pescado.

Tanques-rede: pequeno, médio ou grande volume? Realidades e tendências da piscicultura brasileira

Tecnologia e inovação nutrindo resultados

CONSULTORIA NUTRECO

2 Fri-Aqua Notícias

Prezado Leitor,

Finalizamos nosso Centro de Pesquisa Aplicada a Carcinicultura em Mossoró e a nova unidade de Teresina inicia suas operações em maio deste ano. Ao longo de 2012, realizamos melhorias industriais nas unidades de Ma-racanaú e Pitangueiras, o que gerou um dos melhores resultados zootécnicos de rações pro-duzidas no Brasil. O MasterLab Brasil já é uma realidade e atua em um dos principais fatores que infl uenciam na excelência de um produto, a matéria-prima.

Além dos investimentos industriais, no fi nal de 2012 a gestão dos negócios da Nutreco Brasil foi segmentada em três pilares: Ruminan-tes, Revendas e Aquicultura. Com maior foco nas ações e no desenvolvimento das equipes específi cas, a empresa poderá trabalhar melhor as necessidades peculiares de cada segmento e região do nosso país.

O mercado de soft commodities sinaliza um cenário mais estável que em 2012. Ainda há incertezas, considerando que no ano passa-do a safra recorde foi transformada em preços recordes e o preço médio das rações de peixe e camarão chegou a níveis improváveis em todas as projeções. Contudo, o sentimento é que o ano de 2013 seja mais estável.

Tendo em vista este cenário e as pers-pectivas do setor, nós começamos o 2º trimestre de 2013 certos que o caminho traçado pela NUTRECO está cada vez mais alinhado com os objetivos dos Piscicultores e Carcinicultores Brasileiros.

Obrigado!

Antonio Kluppel NetoGerente de Vendas de Aquicultura

O ano de 2013 é de extrema importância para a Nutreco Brasil. O país é um dos principais focos de crescimento da Nutreco no mundo e, portanto, há muita atenção e expectativas voltadas para a organização.

Para atingir os melhores resultados, a Nutreco Brasil passou por algumas mudanças organizacionais. O intuito destas mudanças é organizar a estrutura para aproveitar ao máximo a competência dos profi ssionais e criar processos mais ágeis e produtivos.

A principal mudança é a divisão da gestão em três linhas de negócios: Ruminantes (corte e leite); Aquicultura (peixe e camarão); e Revenda (várias espécies). Para dirigir cada área, foram nomeados como Gerentes Gerais os senhores Marcos Mantelato (Ruminantes), Marcelo Toledo (Aquicultura) e Márcio Paiva (Revenda). Eles respon-dem diretamente ao Diretor da Nutreco Brasil, Sr. Johan van der Ven.

Veja abaixo o organograma da nova estrutura da Nutreco Brasil:

Gerente Geral de Aquicultura: Marcelo ToledoGerente de Vendas de Aquicultura: Antonio Klüppel

Colaboração: Charlys Emanoel, Daniela Nomura, Adriano Guaraná, Allison Paulino e Raphael Venâncio

Edição: Danielle dos Santos Silva Edição de arte: PRAGMAFotos: Arquivo Nutreco Brasil

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te Nutreco Brasil Nutrição Animal LTDA.Av Braz Olaia Acosta 727 Conj. 601CEP 14026-040 Ribeirão PretoSão Paulo, BrasilTelefone: +55 (0) 16 3620 4141atendimento@ce.fri-ribe.com.brwww.fri-ribe.com.brwww.nutreco.com

2013: Mudando para liderar

EDITORIAL

MARKETING RUMINANTESPROCESSO DE NEGÓCIO

(ISO)

GERENTE TÉCNICO RUMINANTES

Marco Balsalobre

COORDENADOR DEPRODUÇÃO BNA

Carlos Alberto

GERENTE VENDAS - CORTE

Marcelo Benitez

GERENTE DE VENDAS LEITE E SPRAYFO

Fabio Soares

DIRETOR NUTRECO BRASIL

Johan van der Ven*

COORD. MARKETING & SUSTENTABILIDADE

Helena LeiteCONTROLLER

Fernando Cardoso*GERENTE DE TI

Flavio Quaresma

CONTROLLER NB

Andreia Rocha

DIRETOR ADM. FINANCEIRO

Ranieri Torsinelli

GERENTE DE CRÉDITOE SERVIÇOS

Aparecido Calcini

GERENTE VENDAS AQUICULTURA

Antonio Kluppel

GERENTE TÉCNICOAQUICULTURA

(Aberto)

GERENTE GERALAQUICULTURA

Marcelo Toledo*

GERENTE DE COMPRAS

Macus Petrosino

COORDENADOR DE PRODUÇÃO NB

Marcel Nunes

HUMAN RESOURCES

Manoel Siqueira

QUALITY ASSURANCE AND LAB SERVICES

Flavio Gonçalves

GERENTE GERALRUMINANTES

Marcos Mantelato*

GERENTE GERALREVENDA

Marcio Paiva*

MARKETING

GERENTE PRODUTO - EQUINOS

Celso Lorenzo

GERENTE PRODUTO PET FOOD / CAMPO E QUINTAL

(Aberto)

GERENTE VENDAS REGIONAISApenas para sudeste

BNA NB

*

Bellman

Management TeamNutreco Brasil

3 Fri-Aqua Notícias

nossas fábricas no Ceará e em São Paulo. Nós pretendemos investir mais nos próximos três anos para prover aos nossos clientes as mais recentes evoluções nutricionais e apoiar o desenvolvimento da aquicultura.

Por último, mas não menos importante, nossa organização e nossas pessoas. Nós tornamos nossa equipe técnico-comercial especialista em aquicultura. Pessoas com o coração voltado para a criação de peixes e camarões. Eles proporcionam aos nossos clientes o melhor conhecimento disponível no mercado e podem contribuir para os seus objetivos de aumentar seus negócios e lucrar com eles. Eles relatam ao departamento de Pesquisa & Desenvolvimento da Nutreco quais são as inovações que você requer e transpõem a distância entre você e ciência nutricional básica. Este é o nosso jeito de trazer rações e serviços de primeira qualidade acessíveis para aquicultura.

Nossa equipe técnica comercial opera sob a liderança nacional de um dos melhores especialistas em aquicultura no Brasil, o Sr. Marcelo Toledo, que possui doutorado na área. Este fato destaca a natureza da Nutreco: uma empresa global baseada em ciência, intimamente ligada às necessidades das atividades de criação locais. Nós investimos no seu futuro.

Desde que a Nutreco investiu na Fri-Ribe em Outubro de 2010, a aquicultura tem sido uma das atividades agrícolas de mais rápido desenvolvimento no Brasil. E nós esperamos que esta tendência se intensifi que cada vez mais. Existem dois principais vetores para este desenvolvimento: os investidores/fazendeiros e os consumidores brasileiros. O consumo de peixe aumentou cerca de 50% nos últimos quatro anos, e aumentará ainda mais. A carcinicultura também goza de crescimento, ainda que se desenvolva mais lentamente que a piscicultura.

O crescimento do mercado nacional de aquicultura e a ambição da Nutreco em desenvolver seus negócios em mercados tropicais criam oportunidades interessantes para nossos clientes. A Nutreco é a líder global de mercado em rações para salmão, com operações na Noruega, Reino Unido, Canadá e Chile. A produção de salmão é a mais avançada atividade de piscicultura no mundo, e ser o fornecedor número 1 nos trouxe um enorme conhecimento sobre todos os aspectos de nutrição e saúde desta espécie. Nós aplicamos este conhecimento em nutrição comparativa e o compartilhamos com nossos clientes brasileiros através das nossas rações e serviços de apoio às fazendas. E ainda existe mais: a Nutreco também atua em carcinicultura no Equador e Vietnã. Nós temos uma vasta cartela de clientes de truta e espécies mediterrâneas na França, Itália e Espanha. A Nutreco também é uma renomada fornecedora de ração para peixes no Japão e Austrália. No total, nós atendemos produtores de mais de 60 espécies de peixes e camarões, no mundo todo.

Estar tão próximo de tantas espécies é o valor que a Nutreco traz para seus clientes no Brasil. Nutrição e saúde em aquicultura são assuntos complexos e podem diferir muito entre espécies e circunstâncias geográficas. Combinando conhecimento e uma abordagem comparativa entre, por exemplo, salmão e truta de um lado e tilápia e tambaqui do outro, aceleramos nossa contribuição para uma piscicultura efi ciente e de alta qualidade.

O desenvolvimento da aquicultura está próximo do coração da Nutreco e nós apenas podemos nos desenvolver através de investimentos em novos equipamentos para produzir nossas rações de alta qualidade. Nós estamos atualmente fi nalizando um programa de investimento de dois anos e milhões de reais com a realização de uma nova planta de produção de ração em Teresina, Piauí. No mesmo período nós investimos em qualidade e crescimento em

Nutreco Brasil vai investir ainda mais em aquicultura

Johan van der Ven Diretor Nutreco Brasil

PALAVRAS DA DIRETORIA

Nós pretendemos investir mais nos próximos três anos para prover aos nossos clientes as mais recentes evoluções nutricionais e apoiar o desenvolvimento da aquicultura”.

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tamanho comercial é próximo a 1 kg.

A baixa densidade de indivíduos/m² utilizada nos cultivos da região norte permite produzir a biomassa de suporte do sistema próximo de 1 kg/m³, entretanto com peixes bem maiores que os produzidos no nordeste.

À medida que se reduz a densidade, observa-se um maior “conforto” ambiental, disponibilizando melhor aporte de O² dissolvido na água, maior digestibilidade dos alimentos, com melhores conversões e menor produção de excretas e efl uentes, favorecendo a otimização dos resultados. O mercado sinaliza uma tendência para a redução de densidade, com intuito de melhorar os custos de produção e a qualidade do pescado, com a produção de efl uentes de cultivo menos nocivos ao meio ambiente.

A piscicultura brasileira encontra-se em crescimento acelerado. Em busca por uma melhor lucratividade, uma das apostas do setor é a otimização de resultados através de melhorias nos sistemas produtivos, com implantação de “novos conceitos” de produção. Entre as alternativas de manejo, existe a adequação da densidade de biomassa dos viveiros, respeitando a capacidade de suporte de cada sistema e cada região, o que pode trazer importantes benefícios para a atividade com bons parâmetros ambientais, refletindo em maiores resultados. O termo “capacidade de suporte” pode ser entendido como quanto o sistema pode suportar os desafi os atribuídos pelo cultivo e suas variáveis, levando em consideração alguns fatores relevantes como: a densidade de estocagem, espécie cultivada, qualidade dos parâmetros físico-químicos da água, nível de eutrofi sação do ambiente, entre outros. O conceito “usual” de indivíduos por metro quadrado (ind/m²) está sendo gradualmente utilizado junto ao conceito biomassa por metro cúbico (kg/m³).

A produção de peixes redondos no nordeste utiliza, atualmente, densidades médias variando entre 0,8 ind/m² e 1,2 ind/m², próximo de 20 à 25% abaixo do que era utilizado entre 2002 e 2004. Esta redução da densidade infl uencia no tempo de cultivo, FCA (fator de conversão alimentar), qualidade de água, aproveitamento do alimento disponível e na redução de custos com melhoria da qualidade do pescado.

A região norte produz peixes redondos com tamanho comercial próximo a 3,5 kg, enquanto que o nordeste o

A densidade da estocagem como infl uenciador de resultados no cultivo de peixes redondos

PISCICULTURA: DENSIDADE DE CULTIVO

10

0.5

1

2

1.5

2.5

2 3 4

DENSIDADE X CONVERSÃO ALIMENTAR

Densidade (peixe/m2)FCA

0.7

0.91

1.2

1.5

1.1

1.3

2.0

Conforme demonstra o gráfico acima, quanto menor a densidade de cultivo, melhor a conversão alimentar.

Charlys Emanoel C. Batista, Engenheiro de pesca e gerente comercial da unidade Teresina, PI. [email protected]

São Paulo (16) 3952-9500 Goiás (62) 4014-3222 Piauí (86) 3220-1777Minas Gerais (35) 3821-9924 Ceará (85) 3463-1678

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6 Fri-Aqua Notícias

A criação de peixes em tanques-rede pode apresentar vantagens em relação aos sistemas tradicionais de produção intensiva em viveiros ou tanques. Para a escolha do tamanho e forma do tanque-rede é necessário considerar, com vistas ao

gerenciamento da piscicultura, o manejo alimentar, o custo do m3 e a facilidade na despesca. Os tanques podem ser confeccionados em qualquer formato (circulares, retangulares ou quadrados), dependendo das condições ambientais e estruturas de apoio das atividades complementares como alimentação e despesca.

Em relação ao volume, grande parte das pisciculturas do Sudeste, concentradas nas regiões de Buritama, Santa Fé do Sul, Vale do Paraíba (SP) e Furnas (MG), utilizam tanques de 18m3 (3x3x2). Já próximo a Bauru/SP, a tendência é usar tamanhos maiores, 46m3 (3x5x3) e 96m3

(4x8x3). Muitos piscicultores optam pelos tanques de 108m3

(6x6x3) como no Castanhão/CE e Ilha Solteira/SP. No Ceará, predominantemente, utilizam-se 3 dimensões: 4 m³ (2 x 2 x 1), 6 m³ (3 x 2 x 1) e 108 m³ (6 x 6 x 3), sendo este último uma forte tendência devido a entrada de empresários com

Tanques-rede: pequeno, médio ou grande volume? Realidades e tendências da piscicultura brasileira

maiores projetos no estado.

Os tanques rede de grande volume estão concentrados nas regiões de Rifaina/SP, Santa Fé do Sul/SP, Aparecida do Taboado/

CONSULTORIA NUTRECO

MS, Castanhão/CE e no Vale do São Francisco, e atingem um volume de até 2.000 m3 (20x20x5). Quanto menor o volume do tanque, maior a densidade utilizada. Para os tanques de 8 m3 a densidade varia entre 70 a 130kg/m3, em tanques de 100 m3 a densidade utilizada varia entre 60 a 90 kg/m3, e para tanques de grande volume, a densidade de estocagem pode variar entre 40 e 60 kg/m3.

A criação de peixes em tanques-rede de grande volume

Daniela Nomura Varandas , Coordenadora Técnica em Piscicultura, unidade de Pitangueiras, [email protected]

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das alimentações são elevados e o controle da oferta não seria efetivo o sufi ciente para alcançar altos índices zootécnicos. O alimento precisa contar com características físicas e nutricionais adequadas para suportar os choques, o atrito e o calor gerados no trajeto de longa distância no interior dos tubos que conduzem o alimento junto com ar oriundo dos sopradores. A probabilidade do grânulo de ração se quebrar ou esfarelar sob estas condições é alta, podendo gerar grande quantidade de fi nos e peletes quebrados, sem contar a perda de características nutricionais.

A Nutreco do Brasil já está preparada para o futuro e possui

o equipamento Doris da Akva®, que simula a passagem dos peletes pelo alimentador automático para assim verifi car a infl uência de determinadas matérias-primas e do processo de extrusão na durabilidade do pelete, reduzindo ou aumentando a quantidade de fi nos e fragmentos neste sistema. Nossa equipe também está preparada para avaliações de geração de fi nos no sistema de alimentadores automáticos em suas várias etapas, com o intuito de reduzir a formação de resíduos prejudiciais ao desempenho zootécnico e ao ambiente.

Observa-se que em tanques de grande volume, os peixes apresentam maior tranquilidade na alimentação quando comparados aos tanques de menor volume, provavelmente em razão do maior espaço no tanque e da velocidade de arraçoamento ser mais lenta. Em estudos, verifi ca-se que a taxa de arraçoamento em tanques de pequeno volume é

de até 80kg de alimento/biomassa(ton)/minuto, enquanto

salmões se alimentam a uma velocidade de 0,7kg de

alimento/biomassa(ton)/minuto. Além da alta velocidade de arraçoamento, é necessário pensar na quantidade de peletes/peixe/trato: será que os peixes não estão sendo forçados a ingerirem muitos peletes? Existe quantidade mínima ou máxima de peletes/peixe/trato?

Vale salientar que, nos tanques de grande volume, a medição dos níveis de oxigênio deve ser constante, visto que o número de peixes em cada tanque é elevado. As dietas de saúde FRI-AQUA PROTEC auxiliam na prevenção de problemas relacionados às baixas súbitas de oxigênio, aumentando a resistência e imunidade dos peixes.

Para cada situação, há uma realidade. O ponto mais importante é identifi car suas reais necessidades, defi ciências e potencial para que o modelo adotado otimize seus custos e traga a máxima rentabilidade que sua capacidade de produção/venda permita. Em escala industrial, onde a capacidade de despesca é maior, tanques-rede de maior volume são ótimas opções. Já para menor escala, tanques menores, com o alimento Fri-Aqua e manejo alimentar adequado, o sucesso também está garantido.

tem dado os primeiros passos no Brasil. Essa modalidade de piscicultura intensiva mostrou-se bastante interessante para os pioneiros inspirados na salmonicultura. Adaptações no arraçoamento, despescas, classifi cações, manutenção da estrutura de criação e manejos em geral ainda são alguns dos desafi os enfrentados. A quantidade de peixes nos tanques de grande volume varia entre 70 a 130 mil indivíduos, difi cultando o processo de classifi cação e despesca. Em geral, o manejo alimentar não apresenta diferenças consideráveis com relação

aos tanques de menor volume, porém, aspectos como taxa e velocidade de arraçoamento, bem como a qualidade física e nutricional do próprio alimento, são fatores importantes a serem observados para o sucesso do cultivo em tanques-rede de grande volume. A exemplo da salmonicultura, há o uso de alimentadores automatizados na produção de tilápias em tanques-rede de grande volume, sendo este equipamento imprescindível para o sucesso do manejo alimentar. Sem estes alimentadores, o custo com a mão-de-obra inviabilizaria a produção, pois os volumes e frequência

8 Fri-Aqua Notícias

Em janeiro de 2013, a Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC) divulgou os resultados do Censo da Carcinicultura Nacional 2011, uma iniciativa da ABCC com fi nanciamento do Ministério da Pesca (MPA). Foi realizado um mapeamento de todos os setores envolvidos na cadeia produtiva do camarão, buscando identifi car cada unidade produtiva, os aspectos tecnológicos, sociais, ambientais e econômicos.

Os dados foram coletados entre maio e dezembro de 2011, mobilizando uma equipe de 22 técnicos para cobrir grande parte do território nacional onde há carcinicultura. Além da região nordeste, que representa a maior parte da produção brasileira de camarão, também foram avaliados os estados do Pará (Região Norte) e Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul (Região Sul). A metodologia aplicada foi fundamentada na localização, goerreferenciamento e aplicação de questionários.

A tabela 1 demonstra um comparativo entre os últimos censos realizados pela ABCC (2003 e 2004) com relação ao de 2011. Estes números demonstram como o setor reagiu após ter passado por uma turbulenta crise que iniciou em meados de 2003 e durou até 2009. Fatores como a legitimidade e entraves na obtenção de licenças ambientais, limitando os investimentos, a aplicação da Lei Antidumping, imposta pelos EUA contra o camarão de vários países, e a progressiva desvalorização do Dólar em relação ao Real, além das enchentes ocorridas em 2004, 2008 e 2009, devastando grandes polos de produção, afetaram sobremaneira toda a cadeia produtiva neste período.

O censo apresenta o nordeste brasileiro como a principal região produtora de camarão, com 99,3% do volume produzido no Brasil em 2011 (69.088 ton), seguida pela

região sul com 0,6% (427 ton) e região norte com 0,1% (56 ton).

O Ceará e o Rio Grande do Norte são os dois maiores produtores de camarão do Brasil, concentrando 71% do volume total produzido em 2011 (49.395 ton), seguidos por Bahia, Pernambuco, Sergipe e Paraíba. Os dados apresentados também demonstraram uma ampla participação do micro e pequeno produtor no computo geral da produção nacional: o micro produtor (área ≤ 5 hectares) participa com 58,7% do total de produtores, já o pequeno produtor (área 5 ≤ 10 hectares) participa com 15%.

Os dados setoriais colhidos pelo Censo da Carcinicultura Nacional constituem um valioso acervo, não apenas para descrever a corrente situação da carcinicultura brasileira, mas principalmente para que, uma vez analisados e interpretados sob uma ótica técnica, social, econômica e ambiental mais apurada, indiquem os rumos que devam ser tomados pelos agentes públicos e privados na busca da maior efi ciência produtiva deste setor.

Censo 2011 da Carcinicultura Nacional

CENÁRIO SETORIAL

Tabela 1. Dimensão da Carcinicultura Nacional

VARIÁVEIS LEVANTADAS / ANO

2003 2004 2011 VARIÁVEIS (%) DE 2004 PARA 2011

Nº de produtores 905 997 1.544 55

Área total (Ha) 14.824 16.598 19.847 20

Produção (TON) 90.190 75.904 69.571 -8

Produtividade (KG/HA/ANO) 6.084 4.510 3.505 -22,27

Exportações (US$/MILHÕES) 226,00 198,00 0,90 -99,50

Fonte: Revista da ABCC, Ano XV nº1 - jan/2013.

9 Fri-Aqua Notícias

O último censo da carcinicultura (2011), divulgado pela ABCC/MPA, coloca o Ceará como o maior estado produtor. Quais as perspectivas de avanço na produção para os próximos anos?

A ACCC está projetando um crescimento de 20% para a produção do Ceará em 2013, acreditando-se atingir 42.000 ton. Estes números são estimados a partir de um novo cenário que a cada dia vem se consolidando no estado, com alguns produtores partindo para o aumento de suas densidades de cultivo e o crescente número de novos produtores, principalmente no litoral leste do Estado.

Quais as ações que estão sendo tomadas pela ABCC e demais entidades do setor frente ao prenúncio da importação de camarão argentino?

A ABCC, juntamente com suas afi liadas ACCC (CE) e ACCN (RN), vem incansavelmente buscando de maneira

lícita demonstrar ao MPA os riscos que uma possível importação poderá acarretar a toda cadeia produtiva do camarão, além da real possibilidade de entrada de uma nova enfermidade, que pode afetar de forma considerável nossa atividade.

Como os produtores cearenses estão lidando com a possibilidade da liberação da importação do camarão argentino?

A participação dos produtores está sendo fundamental para que as petições encaminhadas através das entidades de classes sejam bem conduzidas na esfera política, as quais buscam, através de seus representantes, o apoio para legitimação dos pleitos frente às oposições que tentam enfraquecer nossa atividade.

Atualmente estamos vivenciando a pior seca dos últimos 50 anos, quais os impactos que este cenário pode gerar para a atividade?

Podemos considerar que este cenário traz benefício quanto à acessibilidade na chegada dos insumos às fazendas, como também no escoamento de nossa produção, pois no período chuvoso estes processos se tornam bem delicados.

Em contrapartida, somos diretamente atingidos com o aumento dos insumos, principalmente da ração, devido à baixa produtividade de suas matérias-primas provenientes da agricultura (soja, milho, etc), e para a atividade que é realizada em áreas interiores que dependem de seu abastecimento através de rios ou poço, devido à diminuição do volume dos reservatórios.

Frente a atual situação que vive o setor, a Aquisa triplicou sua área de produção. Como está estruturado o modelo produtivo que será utilizado nesta nova etapa?

Não pretendemos realizar muitas mudanças no que já vem sendo feito. Vamos manter nossos controles produtivos. Um possível incremento de densidade poderá ocorrer, mas isso dependerá da oferta de pós-larvas no mercado. Melhorar nossa disponibilidade de potência de aeradores instalados na fazenda (HP/ha), considerando que com isso daremos uma melhor condição de cultivo, tentando manter a concentração de oxigênio dissolvido em níveis mais altos (>3,0 mg/L), aliado ao manejo empregado na fazenda. Continuaremos a produzir um camarão 80-100 (de 10 a 12g).

Sr. Cristiano Maia é Vice-Presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Presidente da Associação dos Criadores de Camarão do Estado do Ceará (ACCC) e Proprietário da Fazenda Aquisa (litoral oeste do CE). Em entrevista à Nutreco, ele comenta sobre o cenário atual, tendências e desafi os da carcinicultura brasileira nos próximos anos.

Entrevista: perspectivas e desafi os para a carcinicultura brasileira

Compromisso com a inovação para alimentar o futuro.

CEPACCentro de Pesquisa Aplicada a Carcinicultura

11 Fri-Aqua Notícias11 Fri-Aqua Notícias

A marca MasterLab signifi ca consistência na qualidade,

garantida pela implementação mundial de um manual de

qualidade, métodos padronizados, sistema de controle por

meio de ensaios de profi ciência e equipe técnica especializada.

Em 2012, em estreita cooperação com MasterLab Holanda,

os laboratórios da Nutreco Brasil foram atualizados para

os padrões MasterLab e estão totalmente preparados para

oferecer serviços analíticos para as unidades de produção no

Brasil e para fi ns de atendimento ao cliente.

Ofi cializando a implantação desse projeto, no dia 04 de

fevereiro deste ano, o MasterLab Brasil foi inaugurado. Os

colegas e parceiros da Nutreco Brasil estiveram presentes e o

time do MasterLab Holanda participou por vídeo conferência.

Foram apresentadas as modifi cações no layout do laboratório e

os novos equipamentos, NIR e moinho ultracentrifugo ZM 200.

As unidades de Maracanaú- CE e Pitangueiras-SP possuem equipamentos altamente avançados, garantindo o produto fi nal e dando apoio à certifi cação BPF.

Qualidade máxima: inauguração do MasterLab Brasil

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

O instrumento NIR (Near Infrared) adquirido pelo Masterlab Brasil está conectado com a rede RINA. Trata-se de um instrumento de tecnologia avançada que visa avaliar parâmetros nutricionais e de qualidade, tais como umidade, extrato etéreo, cinzas, fi bra e proteína, fornecendo resultados consistentes e precisos de forma rápida. O sistema RINA é uma rede de informações, onde instrumentos individuais são conectados ao centro de controle em Boxmeer, Holanda.

Especialistas em NIR monitoram e gerenciam remotamente, permitindo que o usuário local continue com as operações de análise de rotina certos de que o instrumento está funcionando perfeitamente e com resultados confi áveis.

O RINA tem um grande potencial para suportar as operações Nutreco. A tecnologia NIR é ideal para utilização no processo de produção de alimentos para animais, pois permite agir em tempo real contra os problemas que surgirem. O processo de aprovação de matérias-primas também ganhou agilidade e segurança. Desta forma, o MasterLab Brasil está proporcionando um controle rápido e de excelente qualidade. Estamos empenhados em oferecer as melhores soluções nutricionais aos nossos clientes, baseadas no grande conhecimento técnico de nossa equipe.

Instrumento NIR (Near Infrared)

São Paulo (16) 3952-9500 Goiás (62) 4014-3222 Piauí (86) 3220-1777Minas Gerais (35) 3821-9924 Ceará (85) 3463-1678

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