notícias da historia 5 de outubro

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Está implantada a República em Portugal! Não perca nesta edição: Reportagem: Fique a par de todos os pormenores. (leia na pág. 4). Conheça os protagonistas. (Pág. 6) Saiba o que mudou na toponímia de Almeirim. (Pág. 11) Conheça os símbolos da República Portu- guesa: bandeira, hino, moeda. (Pág. 9 e 10) EM EXCLUSIVO! Entrevistas a Manuel de Arriaga e José Relvas. (Pág. 6 e 7)

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Page 1: Notícias da historia 5 de outubro

Está implantada a República em Portugal!

Não perca nesta edição: Reportagem: Fique a par de todos os

pormenores. (leia na pág. 4).

Conheça os protagonistas. (Pág. 6)

Saiba o que mudou na toponímia de

Almeirim. (Pág. 11)

Conheça os símbolos da República Portu-guesa: bandeira, hino,

moeda. (Pág. 9 e 10)

EM EXCLUSIVO! Entrevistas a

Manuel de Arriaga e José Relvas. (Pág. 6 e 7)

Page 2: Notícias da historia 5 de outubro

Forma de governo de uma nação em que o governante supremo é o rei, ao qual sucede, em princípio, o filho primogénito. Chama-se a este processo a sucessão he-reditária. Há dois grandes tipos de monarquias: a

Monarquia Absoluta e a Monarquia Constitucional. Na Monarquia Absoluta, o rei detém to-do o poder de formar e demitir os seus ministros ou secretários. Chega-se a afir-mar que os reis absolutos são os repre-sentantes legítimos de Deus na Terra e por isso mesmo são absolutos. D. João V em Portugal ou o rei Luís XIV em França são exemplos típicos do absolutismo. Na Monarquia Constitucional, o poder encontra-se distribuído e cabe ao rei veri-ficar o seu bom funcionamento. Neste tipo de regime há uma lei da nação, a Constituição, e eleições para um parla-mento. Ao rei competirá escolher para

chefiar o governo o representante do par-tido mais votado para o Parlamento. Na Monarquia Constitucional o rei tem uma função semelhante à do Presidente na República, tendo direitos e obrigações que são conferidos pela Constituição. Em Portugal a Monarquia Constitucional teve início com a aprovação da Constituição de 1822. Esse regime político governou o país até à implantação da República em

1910.

MONARQUIA

bastante diferentes das repúblicas atu-ais. Em Portugal, o movimento republicano

ganha força pública com os protestos que se seguiram ao Ultimatum, em 1890. Lo-go a seguir, o republicanismo sofre al-gum abalo com a repressão e as prisões que se seguiram à revolta de 31 de janei-ro de 1891, no Porto para voltar a crescer com grande força e entu-siasmo a partir do iní-cio do século XX. As orga-nizações re-publicanas multiplica-ram-se e es-palharam-se pelo país em-bora com grande pre-dominância em Lisboa.

A palavra REPÚBLICA vem do latim RES

PUBLICA, ou seja, coisa pública, e é uma forma de governo na qual o povo escolhe por eleição um chefe para o país. Esse chefe é normalmente chamado presiden-te e pode ou não ser também o chefe do governo. A forma de eleição é normalmente reali-zada por voto livre e secreto, em inter-valos regulares. Em Portugal, segundo a Constituição de 1911, o povo elegia os membros do Parlamento e eram estes que escolhiam o Presidente da República. A primeira REPÚBLICA de que se tem notícia é a República romana, fundada no século VI aC, que pôs fim à Monar-quia etrusca. Na Idade Média surgiram diversas repúblicas, das quais as mais famosas foram as italianas como Veneza, Génova, Pisa e Florença, que, de qual-quer maneira, tinham características

REPÚBLICA

In José Fanha, Era uma Vez a República, , 2010.

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ANTECEDENTES

A primeira tentativa de implantação da república aconteceu no dia 31 de Janeiro de 1981, no Porto.

O «31 de Janeiro»

Em 1890 Inglaterra lançou a Portugal um ulti-mato para abandonar as pretensões sobre os territórios entre Angola e Moçambique. O monarca português cedeu, a coroa tremeu, e o regime monárquico ficou desacreditado.

O «Regicídio»

Mapa “Cor-de-rosa”

A crise do «Ultimato»

Em 1908, no Terreiro do Paço em Lisboa... ... a família real sofreu um atentado. O rei, D. Car-

los, e o príncipe herdeiro, D. Luiz Filipe, foram assassinados.

Page 4: Notícias da historia 5 de outubro

REPORTAGEM

A revolução que culminou com a implanta-

ção da República em Portugal começou

uns dias antes. No dia 3 de Outubro de

1910, aconteceu a última reunião dos co-

mandos civis e militares da revolução, já

era noite, nessa reunião surgiu a proposta

para adiantar o plano. Apenas o Almirante

Cândido dos Reis se opõe. Fica decidido

avançar com a revolução.

Foi nessa noite que foi assassinado o Dr.

Manuel Bombarda por um doente do Hos-

pital de Rilhafoles do qual era diretor. Mi-

guel Bombarda também era deputado e

um dos principais dirigentes do partido

Republicano. A ele fora dado o encargo de

distribuir armas por grupos civis, estando

prevista a sua participação no assalto ao

quartel de Artilharia.

No dia 4 de Outubro, de madrugada, Ma-

chado Santos, que nem esteve na reunião

dos comandos civis e militares da revolu-

ção, avançou com um grupo de Carboná-

rios, mal armados. O comandante e o capi-

tão que tentaram opor-se. Foram mortos a

tiro. Machado Santos foi com 100 soldados

ao Quartel de Artilharia 1. O comandante

tinha prometido não se opor aos revolucio-

nários. O capitão Afonso Palla e vários sar-

gentos tomaram conta do quartel e fizeram

entrar vários civis armados que se junta-

ram aos militares a quem o capitão Palla

mandou distribuir armas. As tropas co-

mandadas pelo capitão Sá Cardoso dirigi-

ram – se ao palácio das necessidades onde

estava o rei. O navio almirante D. Carlos

caiu nas mãos dos republicanos.

Por fim no dia 5 de Outubro, a monarquia

constitucional foi deposta em Lisboa. Uma

vez institucionalizada a República, muito

do programa republicano ficou por cum-

prir, nomeadamente a extensão da partici-

pação política.

Assim Portugal tornar-se-ia uma das pri-

meiras Repúblicas da europa no início do

século XX .

A implantação da República no dia 5 de Outubro de 1910

Revolucionários num trem, no Largo das

Duas Igrejas, Lisboa.

Repórteres: Adriana, Ana Clara, Maria Inês, Sara.

Page 5: Notícias da historia 5 de outubro

In José Fanha, Era uma Vez a República.

Page 6: Notícias da historia 5 de outubro

José Relvas foi um protagonista dos acontecimentos do dia 5 de Outubro de 1910 porque proclamou a República Portu-guesa na varanda da Câmara Municipal de Lisboa.

PROTAGONISTAS

Manuel de Arriaga foi o primeiro presi-dente da república eleito.

Bernardino Machado, líder republicano, foi eleito Presidente da República duas vezes, uma em 1915 e outra em 1917.

«Pode passar-lhe um cilindro de estrada por cima que ele levanta-se logo, todo lépido, a tirar o chapéu.» Frase de Raúl Brandão in Memórias, III..

Teófilo Braga foi eleito o segundo presidente da República de Portugal.

Miguel Bombarda era médico psiquiatra. Foi assassinado por um doente no Hospital de Rilhafoles do qual era diretor. Miguel Bombar-da além de médico, era deputado e um dos prin-cipais dirigentes do par-tido republicano.

Recolha elaborada por: Adriane, Rodrigo, Tiago Campos.

Carolina Beatriz Ângelo aproveitou o facto de ser viúva e médica para reivindi-car o estatuto de chefe de família. Dessa forma reuniu as condições para ser a primeira mulher portuguesa a exercer o direito de vo-to.

Page 7: Notícias da historia 5 de outubro

ENTREVISTA AO

Dr. José Relvas JR—Eu aderi ao Parti-do Republicano em 1907, com 49 anos, em parte graças à cri-se politica causada pela chamada ao po-

der do ministro João Franco. Que, como devem estar recorda-dos, governou em di-tadura, sem o apoio do parlamento. Para mim isso era inconcebível. E—Se o senhor vinha de uma família rica porque é que se revolucionou contra a JR—Revolucionei-me contra a monarquia pois queria defender os meus ideais políticos e implantar a justiça no nosso país. E—Quais foram os cargos políticos que ocupou ao longo da sua vida? JR—Fui várias vezes presidente da Câmara Municipal da Golegã, fui Ministro das Fi-nanças do Governo Provisório, de 12 de ou-tubro de 1910 a 4 de setembro de 1911. Depois fui embaixador de Portugal em Es-panha até finais de 1913, quando voltei pa-ra Portugal. E—Muito agradecidos pela sua disponibili-

dade em responder às nossas questões. JR—Eu é que agradeço o vosso interesse. E quero convidar-vos a visitarem a minha ca-sa em Alpiarça, agora transformada em museu.

José Maria de Mascarenhas Relvas de Campos, nascido na Golegã a 5 de Março de 1858 e falecido em Alpiarça a 31 de Outubro de 1929 foi um revo-lucionário Republicano conhecido por ter proclamado a implantação Repú-blica na varanda da Câmara Munici-pal de Lisboa. Entrevistadores—Quais eram os seus ideais políticos que o levaram a revo-lucionar-se contra a monarquia? José Relvas—Eu apoiava os ideais Re-publicanos tais como poder escolher o líder máximo do meu país, e o fim da distinção social com base na família de nascimento. E—Quando é que aderiu ao partido Republicano?

Entrevistadores: Alexandre, André, Frederico, Ricardo.

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Manuel de Arriaga Brum da Silveira, filho de Sebastião de Arriaga e Maria Antónia Pardal Ramos Caldeira de Arriaga, nasceu a 8 de Julho de 1840 na ilha do Faial, nos Açores. É o primeiro Presidente eleito da Repúbli-ca Portuguesa e está aqui connosco para nos dar esta entrevista. Entrevistadoras - Sr. Manuel de Arriaga, como se sente por ser eleito presidente? Manuel de Arriaga- Desde já agradeço a confi-ança que os portugueses tiveram em mim ao escolher-me para seu presidente. E- O que pretende para fazer melhorar a situa-ção que o país atravessa? MA- Vou aplicar ideais republicanos, como por exemplo, desenvolver a nossa economia, vou melhorar a situação social e a educação . E- Acha que essas medidas vão fazer o país progredir? MA- Penso que sim, estas medidas são boas para 'levantar' o país. E- O senhor esteve sempre do lado dos repu-blicanos? MA- Sim, estive presente na revolta do 31 de Janeiro de 1891, fui membro do partido repu-blicano e para além disso defendo os ideais republicanos.

E- Como republicano, o que significou ser eleito primeiro presidente da republi-ca ? MA- Ser o primeiro presidente da repu-blica significou muito para mim. Além de Portugal ter saído de uma monarquia, penso que estamos no rumo certo. E-Obrigado pela disponibilidade. Dese-jamos-lhe as maiores felicidades para o seu novo cargo e que seja o bem para Portugal. MA - Viva a República! Viva Portugal!

ENTREVISTA AO

Dr. Manuel de Arriaga

Entrevistadoras: Catarina Oliveira, Catarina Tomaz, Francisca Constantino, Samantha Berg.

Page 9: Notícias da historia 5 de outubro

SÍMBOLOS DO NOVO REGIME

No dia 15 de Outubro de 1910 foi lançado um concurso de que saiu vencedora a bandeira que ainda hoje usamos. Conhece o significado dos elementos da nossa bandeira? Verde escuro: O verde, simboliza as nações que são guiadas pela Razão. Na versão popular sim-boliza a esperança no futuro. Vermelho rubro: Simboliza a luta dos povos pe-los grandes ideais de Igualdade, Fraternidade e Liberdade.

Esfera armilar: Emblema do rei D. Manuel I (1469 -1521) e que desde então esteve sempre presente nas bandeiras de Portugal. Simboliza o Universo e a vocação universal dos portugueses. Na versão popular simboliza os descobrimentos portugue-ses. Escudo: Simboliza a afirmação da cultura ociden-tal no mundo, e em particular dos seus valores cristãos. Os castelos, quinas e os besantes evocam conquistas, vitórias e lendas ligadas à fundação de Portugal por D. Afonso Henriques (1109-1185).

A bandeira Sabia que existem várias formas de prender uma bandeira ao mastro?

Uma vez implantada a República, o novo regime teve de mudar os símbolos do país, nomea-damente a bandeira, o hino e a moeda.

Page 10: Notícias da historia 5 de outubro

O hino: A Portuguesa

Heróis do mar,______ povo,

Nação valente, _______,

Levantai hoje de novo

O esplendor de ______!

Entre as ______da memória,

Ó Pátria sente-se a ____

Dos teus egrégios avós,

Que há-de guiar-te à _____!

__ armas, às armas!

Sobre a ____, sobre o ____,

Às armas, às armas!

Pela _____ lutar

Contra os _____ marchar, marchar!

Contra os canhões marchar, ______!

Sabe a letra do hino da República Portugue-

sa? Complete cos espaços deixados em

branco, com as palavras que lhe damos.

| Nobre | imortal | brumas | Às | |Portugal | vitória |

| voz | terra | canhões| marchar | | mar | pátria |

Moeda: o Escudo

Após a implantação da República, em 5 de

Outubro de 1910, o escudo substituiu o real

como unidade monetária. Muitas pessoas só

souberam da mudança de regime através

da mudança da moeda.

Especialistas em símbolos: Ana Santos, Duarte Tomé, Tiago Omar, João Henrique.

Page 11: Notícias da historia 5 de outubro

TOPONÍMIA DE ALMEIRIM este acontecimento histórico na toponímia da cidade. A toponímia é o ramo da onomástica que estuda os topónimos, isto é, os nomes pró-prios de lugares.

Devido à implantação da República em 5 de Outubro de 1910, algumas ruas, aveni-das e praças mudaram de nome. Também em Almeirim encontramos referências a

Jardim da República, Almeirim.

Ana Santos, Duarte Tomé, Tiago Omar, João Henrique.

Page 12: Notícias da historia 5 de outubro

FONTES CONSULTADAS

AAVV (1994). História de Portugal. (dir. José Mattoso e Rui Ramos). Vol. 6. Lisboa: Editorial Estampa. AAVV (1999). Liberdade e Cidadania. 100 anos portugueses, Comissão do 25.º Aniversário do 25 de Abril. AAVV (1990). Portugal Contemporâneo. (dir. António Reis). vol. 3. Lisboa: Alfa. AAVV (2010). Viva a República 1910-2010. , Lisboa: Ed. Comissão Nacional Centenário da República. CRAMPTON, William (1977) - O Mundo das Bandeiras, Lisboa: Replicação. FARINHA, Luís; e outros (Dezembro de 2000). ”Dossier A República e os seus Presidentes” . Revista História, pp. 17-48.

FANHA José (2010). Era uma Vez a Repú-blica, Lisboa: Ed. Gaialivro.

OLIVEIRA, Ana e outros (2013). Novo Histó-ria 9. Porto: Texto Editora. SERRÃO, Luís (2001). Reis e Presidentes de Por-tugal, vol. 4, República. Lisboa: Ed. ACJ. http://restosdecoleccao.blogspot.pt/search/label/Publicidade%20antiga http://diasquevoam.blogspot.pt/ http://ilustracaoportuguesa.tumblr.com/search/publicidade http://arepublicano.blogspot.pt http://www.museu.presidencia.pt/ http://www.fmsoares.pt/ http://www.bportugal.pt/visitavirtual/nucleos/nucleo10/nucleo10.html# http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/ http://5outubro.centenariorepublica.pt