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1 No Reino Unido, as vendas de seguro pela internet correspondem a 50% do total comercializado no país. Nos Esta- dos Unidos, o índice é de 25%, e, na Espanha, 17%. Os dados da consulto- ria McKinsey sobre as vendas de se- guros online, em 2012, mostram que o setor, em boa parte da Europa e dos Estados Unidos, vive um momento de grande volume de contratação por meio de sites especializados. “É im- portante lembrar, porém, que são re- giões em que a cultura do seguro está muito mais enraizada do que no Brasil” , destaca o diretor-presidente da Sis- corp, Flávio Faggion. Tanto é que não há, ainda, estatísticas que mensurem o tamanho do mercado online por aqui. Os especialistas acreditam que, por enquanto, o cliente brasileiro bus- ca a internet como fonte de cotação de preços, com corretores, condições e cláusulas diferentes. Por outro lado, esse cenário evidencia uma tendência relevante. “É possível atingir um novo grupo de pessoas, que, até pouco tem- po atrás, não conhecia o universo de seguro, que é a nova classe C. São pes- soas que buscam informação e, nesse aspecto, a internet é totalmente demo- crática. Pode, portanto, ajudar a ampliar a base de clientes” , avalia o sócio-diretor da Minuto Seguros, Marcelo Blay. A Minuto Seguros foi uma das pio- neiras do mercado online de seguros no Brasil. Hoje, já existem outras cor- retoras na internet, que disponibilizam cotações para diversas modalidades SEGURO ONLINE UMA NOVA FRONTEIRA PARA O BRASIL SINDICATO DAS SEGURADORAS, PREVIDÊNCIA E CAPITALIZAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO notícias SINDSEGSP ANO 8 | NÚMERO 47 | JUL/AGO/SET 2013 Já não é de hoje que se tem fala- do que o mercado de seguros vem experimentando uma fase de boas perspectivas no Brasil, apoiado por movimentos importantes em setores- -chave como infraestrutura e segu- rança. Há eventos de grande impac- to pela frente, e este é o momento de aproveitarmos o canal aberto para disseminar a cultura do seguro. A fase é propícia para elevarmos o con- ceito de seguro como um produto di- versificado e moderno, não somente como uma commodity. Nesta edição, abordamos temas relevantes que reforçam o amadure- cimento do mercado, como a venda pela internet, que começa a ganhar corpo no Brasil. Ressaltamos, tam- bém, os esforços do setor, por meio de suas principais entidades repre- sentativas, para manter o diálogo contínuo com os órgãos públicos e as empresas, com o objetivo comum de ampliar o acesso ao seguro, bene- ficiando toda a sociedade. Boa leitura! Mauro Batista Presidente ROTA DE ASCENSÃO Editorial – auto, residência, previdência, vida, viagem e até novas tendências, como o seguro pet. O PERFIL DO CLIENTE E DO CORRETOR Ainda que os orçamentos sejam solici- tados via rede, o atendimento humano não é 100% descartado nesse proces- so. “Alguns produtos, como o seguro auto, são mais sofisticados e exigem um formulário mais detalhado. Nesses casos, o atendimento humano é funda- mental” , pontua o sócio da MeSegura, Ysmar Viana. A empresa é o primeiro portal de cotações com as principais corretoras e seguradoras do Brasil. Faggion pontua, também, que o cor- retor deve reunir habilidades para con- quistar esse novo consumidor. “É pre- ciso ter o conhecimento tecnológico e, principalmente, identificar o perfil do cliente, seja por idade, tipo de pro- duto e valor que busca. São informa- ções básicas, mas ainda desconheci- das nesse novo meio de compras e que fazem a diferença entre a cotação e sua conversão em negócio” , pondera. Ainda não é possível estimar o po- tencial do mercado de seguros online no Brasil. Algumas perspectivas, no entanto, já podem ser traçadas. “Deve- rá ser um mercado complementar ao tradicional, provavelmente com pou- cos sites especializados e corretores capacitados para atuar em ambas as plataformas, física e digital” , completa o consultor.

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Page 1: notícias SINDSEGSP...E DO CORRETOR Ainda que os orçamentos sejam solici-tados via rede, o atendimento humano não é 100% descartado nesse proces-so. “Alguns produtos, como o seguro

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No Reino Unido, as vendas de seguro pela internet correspondem a 50% do total comercializado no país. Nos Esta-dos Unidos, o índice é de 25%, e, na Espanha, 17%. Os dados da consulto-ria McKinsey sobre as vendas de se-guros online, em 2012, mostram que o setor, em boa parte da Europa e dos Estados Unidos, vive um momento de grande volume de contratação por meio de sites especializados. “É im-portante lembrar, porém, que são re-giões em que a cultura do seguro está muito mais enraizada do que no Brasil”, destaca o diretor-presidente da Sis-corp, Flávio Faggion. Tanto é que não há, ainda, estatísticas que mensurem o tamanho do mercado online por aqui.

Os especialistas acreditam que, por enquanto, o cliente brasileiro bus-ca a internet como fonte de cotação de preços, com corretores, condições e cláusulas diferentes. Por outro lado, esse cenário evidencia uma tendência relevante. “É possível atingir um novo grupo de pessoas, que, até pouco tem-po atrás, não conhecia o universo de seguro, que é a nova classe C. São pes-soas que buscam informação e, nesse aspecto, a internet é totalmente demo-crática. Pode, portanto, ajudar a ampliar a base de clientes”, avalia o sócio-diretor da Minuto Seguros, Marcelo Blay.

A Minuto Seguros foi uma das pio-neiras do mercado online de seguros no Brasil. Hoje, já existem outras cor-retoras na internet, que disponibilizam cotações para diversas modalidades

SEGURO ONLINE UMA NOVA FRONTEIRA PARA O BRASIL

SINDICATO DAS SEGURADORAS, PREVIDÊNCIA E CAPITALIZAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO

notíciasSINDSEGSP

ANO 8 | NÚMERO 47 | JUL/AGO/SET 2013

Já não é de hoje que se tem fala-do que o mercado de seguros vem experimentando uma fase de boas perspectivas no Brasil, apoiado por movimentos importantes em setores- -chave como infraestrutura e segu-rança. Há eventos de grande impac-to pela frente, e este é o momento de aproveitarmos o canal aberto para disseminar a cultura do seguro. A fase é propícia para elevarmos o con-ceito de seguro como um produto di-versificado e moderno, não somente como uma commodity.

Nesta edição, abordamos temas relevantes que reforçam o amadure-cimento do mercado, como a venda pela internet, que começa a ganhar corpo no Brasil. Ressaltamos, tam-bém, os esforços do setor, por meio de suas principais entidades repre-sentativas, para manter o diálogo contínuo com os órgãos públicos e as empresas, com o objetivo comum de ampliar o acesso ao seguro, bene-ficiando toda a sociedade.

Boa leitura!

MauroBatista Presidente

ROTA DE ASCENSÃO

Editorial

– auto, residência, previdência, vida, viagem e até novas tendências, como o seguro pet.

O PERFIL DO CLIENTE E DO CORRETORAinda que os orçamentos sejam solici-tados via rede, o atendimento humano não é 100% descartado nesse proces-so. “Alguns produtos, como o seguro auto, são mais sofisticados e exigem um formulário mais detalhado. Nesses casos, o atendimento humano é funda-mental”, pontua o sócio da MeSegura, Ysmar Viana. A empresa é o primeiro portal de cotações com as principais corretoras e seguradoras do Brasil.

Faggion pontua, também, que o cor-retor deve reunir habilidades para con-quistar esse novo consumidor. “É pre-ciso ter o conhecimento tecnológico e, principalmente, identificar o perfil do cliente, seja por idade, tipo de pro-duto e valor que busca. São informa-ções básicas, mas ainda desconheci-das nesse novo meio de compras e que fazem a diferença entre a cotação e sua conversão em negócio”, pondera.

Ainda não é possível estimar o po-tencial do mercado de seguros online no Brasil. Algumas perspectivas, no entanto, já podem ser traçadas. “Deve-rá ser um mercado complementar ao tradicional, provavelmente com pou-cos sites especializados e corretores capacitados para atuar em ambas as plataformas, física e digital”, completa o consultor.

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A nova gestão da CNseg, eleita em março, tem à frente o desafio de liderar a entidade em um momento de trans-formação do setor. Marco Antônio Ros-si, presidente para o ciclo 2013-2015, acredita que há espaço para crescer e seguir o ritmo dos últimos cinco anos. “É preciso manter o esforço para sim-plificar os contratos, avançando com produtos massificados. O consumo de seguros no Brasil deixa o País em 15º lugar no ranking mundial, e a capilarida-de ainda está muito aquém da capaci-dade das empresas”, afirma. Em 2012, o setor de seguros brasileiro acumulou provisões técnicas superiores a R$ 520 bilhões, com produção global de R$ 252 bilhões, resultado que fez a parti-cipação no PIB alcançar 6%.

Segundo Rossi, a CNseg traçou o planejamento para os próximos três anos e tem como grande meta intensi-ficar, em todas as frentes, os canais de diálogo com o consumidor, o governo, os órgãos reguladores e a sociedade em geral. “Investiremos em ações de comu-nicação, em produtos inovadores e ade-quados à nova realidade socioeconômica do País e contribuiremos para manter a qualidade dos serviços prestados pelas empresas”, diz. Em outra frente, estão previstos investimentos na capacitação e no treinamento de corretores, por meio da Escola Nacional de Seguros. Leia a entrevista a seguir.

“É preciso manter o esforço para simplificar os contratos, avançando com produtos massificados”

Entrevista – Marco Antônio RossiPresidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) e da Bradesco Seguros

DESAFIOS POR MODALIDADE

• PessoaseSaúdeSuplementar: com o aumento da longevidade do brasileiro, a CNseg aguarda a regulamentação, ainda neste ano, do VGBL Saúde, produto para a formação de poupança para o custeio da saúde.

• Segurogarantia: a demanda será ampliada graças aos investimentos realizados pelo poder público em obras e concessões para atender as necessidades do País em infraestrutura e logística.

• Auto: o objetivo é modificar a percepção quanto ao custo- -benefício do produto, para atingir as camadas que ainda não têm acesso à proteção.

• Capitalização: é preciso reforçar o produto como ferramenta de inclusão social – é uma porta de entrada para quem está dando os primeiros passos no mercado financeiro.

NotíciasSindsegsp:Entre os desafios da nova gestão está ampliar a comunicação do se-tor, em especial com o governo. Como fazê-lo?MarcoAntônioRossi: Acredito que a am-pliação da estrutura do escritório da CNseg em Brasília e os investimentos em novas contratações de pessoal técnico foram ações importantes para a implan-tação de uma política de relacionamento mais dinâmica com os três poderes.

NS:Há uma perspectiva de maior diálogo com a Susep para buscar a modernização das regras?MAR:O diálogo com a Susep sempre foi muito bom. Queremos aprofundar o relacionamento com os órgãos regu-ladores e a sociedade em geral, para participar dos debates em torno da modernização e do aperfeiçoamento das regras, para que o setor continue crescendo a taxas significativas. Parti-cipamos das discussões técnicas com as comissões contábil e atuarial, coor-denadas pela Susep. Entre os grandes temas discutidos atualmente, desta-co a implantação das novas regras de solvência, a criação do VGBL Saúde, o novo normativo do seguro de garantia estendida, a criação do seguro popular de automóvel e o microsseguro.

NS:Como o senhor avalia as perspectivas para o setor, sob um cenário de mudança nas taxas de juros e de aumento de inflação no Brasil?MAR: Um cenário de inflação alta é ruim para qualquer setor econômico, pois corrói o poder de compra do con-sumidor. A elevação das taxas de juros é uma variável necessária para equa-cionar essa questão. Hoje, temos um cenário de taxas de juros diferente, o que instiga as seguradoras a buscar so-luções na linha da eficiência operacional e que garantam a rentabilidade exigida pelo acionista. O crescimento de dois dígitos do setor de seguros, nos últimos anos, tem muito a ver com o aumen-to do poder de compra do trabalhador brasileiro, que atingiu a capacidade de adquirir bens, e o seguro é fundamental para que tenham condições de manter essa conquista.

NS:Como estimular o crescimento do setor nos próximos anos?MAR:O crescimento está ligado à ex-pansão do volume de prêmios arrecada-do. Para que isso se mantenha, é impor-tante que a contratação do produto seja simplificada. Assim, o acesso de novos consumidores ao mercado será amplia-do. Outro ponto importante é perseguir, cada vez mais, a eficiência operacional das seguradoras.

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MBA Executivo reforça qualificação para o mercado de seguros

Desde 2009, a Escola Superior Nacional de Seguros (ESNS) oferece a opção do MBA Executivo em Seguros e Ressegu-ros. Em 2013, o curso chegou à oitava turma no Rio de Janeiro, à quinta em São Paulo e, no segundo semestre, terá a segunda edição em Goiânia. A iniciati-va também foi estendida para as cidades de Brasília, Campinas e Curitiba. No to-tal, cerca de 700 alunos foram atendi-dos nos MBAs abertos ao público, não computando os cursos da modalidade in company. “Oferecemos um curso de alto nível profissional, e, consequente-mente, o mercado passa a ter um refe-rencial de conhecimento e formação no que se refere a seguros e outros temas correlatos”, explica o diretor acadêmico da ESNS, Claudio Roberto Contador.

Educação

Os cursos de MBA da ESNS têm foco na administração e na gestão, e são dividi-dos em módulos, com o primeiro de nive-lamento ou de fundamentos. Os demais abordam questões técnicas, articuladas com a gestão dos negócios de seguro e resseguro. A duração varia de 12 a 20 meses. “Cursar um MBA abre a oportu-nidade de reflexão, questionamento e especialização”, diz Contador. Com o surgi-mento de uma demanda de profissionais de outras áreas, como Direito e Atuária, a Escola passou a oferecer também MBAs específicos. “Já estamos na segunda edi-ção do curso de Direito do Seguro, oferta-do no Rio de Janeiro e em São Paulo. Para agosto, está previsto o início de um MBA em Riscos Atuariais e Financeiros”, aponta o diretor acadêmico da ESNS.

Mauro Batista participa de audiência com o governador de São Paulo

O presidente do Sindsegsp, Mauro Cé-sar Batista, participou de uma audiência com o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. Em recente en-contro no Palácio dos Bandeirantes, fo-ram abordadas as demandas do setor de seguros no Estado. Entre as pautas da conversa estavam os projetos de parceria

Sindsegsp Acontece

do Sindicato com as diversas secretarias do governo paulista, além das iniciativas voltadas para a cultura do seguro. Na oca-sião, ficou definido que Alckmin realizará uma conferência estadual para o setor, promovida pelo Sindsegsp. O governador recebeu, ainda, o livro comemorativo dos 70 anos da instituição.

CNseg lança Informe Anual 2012

A CNseg lançou, em maio, seu Infor-me Anual 2012 – Mercado Segurador Brasileiro. A publicação, disponível no site da CNseg (www.fenaseg.org.br), reúne dados do setor no Brasil, com enfoque nas ações e nos projetos re-alizados pela instituição. O anuário é distribuído para o mercado segurador, autoridades, representantes do po-der público, imprensa e formadores de opinião. Confira alguns destaques.

Mercado

Grandes números • Arrecadação de R$ 252,26 bilhões – crescimento de17,49%em relação a 2011.

• Capacidade total de geração de poupança interna do setor foi de R$544,7bilhões, contra R$ 454,8 bilhões em 2011 – correspondentes a 12,35% do PIB interno.

• Maior crescimento: segmento de Pessoas (Vida, Acidentes Pessoais e Previdência), com receita global de R$92,43bilhões, um aumentode26,85% em comparação com 2011.

• Maior arrecadação: Saúde Suplementar, com R$95,92bilhões.

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NotíciasSindsegsp é uma publicação do Sindicato das Seguradoras, Previdência e Capitalização do Estado de São Paulo. Presidente: Mauro Batista Secretário-executivo: Fernando Simões Produção: FSB Design Jornalista responsável: Regina Valente (MTb 36.640) Redação: Denise Teixeira e Regina Valente Edição: Regina Valente Fotos: Divulgação

Cada vez mais cons-cientes do impacto de sua atuação para

a sociedade, muitas organizações passa-ram a orientar suas decisões buscando o equilíbrio dos aspectos econômico, social e ambiental. Ao falar em seguro sustentá-vel, tratamos de uma abordagem estraté-gica em que as atividades são realizadas de forma responsável, com identificação, avaliação, gerenciamento e monitora-mento dos riscos e oportunidades asso-ciados às questões ambientais, sociais, econômicas e até de governança.

O próprio mercado se movimentou para consolidar a cultura da sustentabi-lidade, com o lançamento, em junho de 2012, dos Princípios para Sustentabilida-de em Seguros (PSI, na sigla em inglês). A iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente/Iniciativa Financeira – Unep/FI, em parceria com a CNseg, contribuirá para a formação de

Sustentabilidade: os desafios do mercado seguradoruma nova consciência no setor. Vale lem-brar que os Princípios não foram desen-volvidos para serem obrigatórios. Cabe à indústria seguradora arregaçar as man-gas e adotar essas práticas em busca de um segmento mais responsável, trans-parente, consciente e preparado para a gestão de riscos e o desenvolvimento de soluções inovadoras.

Esse movimento só trará resulta-dos efetivos se o engajamento envol-ver todos os níveis das organizações. É fundamental que a liderança tenha consciência da importância desse tema para o futuro do negócio e inclua a sustentabilidade na pauta estratégi-ca da empresa. As seguradoras preci-sam adotar uma posição de vanguarda, como disseminadoras de informação, inspirando e incentivando a mudança de atitude entre seus stakeholders.

Há mais de seis anos, o GRUPO BB E MAPFRE atua dessa forma, e a susten-

Artigo - Fátima LimaDiretora de Sustentabilidade do GRUPO BB E MAPFRE

tabilidade é um dos focos de nossa atua-ção estratégica. Mantemos uma agenda ativa em associações e órgãos nacio-nais e internacionais que promovem a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental. Em 2012, aderimos ao Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), instituição que lidera os esforços do se-tor empresarial para a implantação do desenvolvimento sustentável no Brasil, com articulação junto a governos, em-presas e sociedade civil.

Cientes de que uma empresa sus-tentável é aquela que possui a capaci-dade de ouvir os interesses de diferen-tes públicos e consegue incorporá-los ao planejamento de suas atividades, e como um dos maiores grupos segurado-res do Brasil e da América Latina, con-tinuaremos a reforçar o relacionamento ativo com nossos stakeholders, garantin-do a geração de valor compartilhado.

Como se pode ver pelas matérias publi-cadas nesta edição, o setor de seguros está aquecido. Pode

parecer paradoxal, mas não é. O fato de o Brasil ter seu crescimento comprometido por uma série de fatores não interfere nas atividades econômicas da nação. Um dos exemplos mais marcantes é, justamente, o crescimento acelerado do setor de se-guros nos últimos anos e, mais especifica-mente, em 2013, correndo descolado da média nacional.

Os fatores que levam a esse desem-penho não são novos. Ao contrário, faz alguns anos que são pauta de matérias em todos os tipos de mídia. O que é novo é que o setor – um setor de apoio –, mesmo com o restante da economia em velocidade mais lenta, continua acelera-do. Demonstra, em primeiro lugar, uma forte demanda por proteção e, em se-gundo, que as mudanças estruturais que

Setor aceleradoatingiram a sociedade brasileira vieram para ficar e devem ter impacto positivo na economia e no setor de seguros.

Fala-se muito nas grandes obras de infraestrutura e na construção dos está-dios para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, como se fossem o diferencial que está mantendo o crescimento da atividade seguradora. São obras impor-tantes para determinados ramos de se-guros, como garantias e riscos de enge-nharia, mas, no volume total da atividade, representam bem menos da metade do total dos prêmios gerados no País.

A grande massa de dinheiro, respon-sável pelos quase 5% de participação do setor no PIB, é gerada pelos seguros comuns – veículos, empresariais médios e pequenos, residenciais, vida em grupo e acidentes pessoais. São produtos que têm como principais características o bai-xo valor unitário e o potencial de penetra-ção, o que faz com que a comercialização se preocupe com a capilaridade das apó-

Artigo - Antonio Penteado Mendonça*Leia também os artigos do advogado e consultor no site www.sindsegsp.org.br

lices, muito mais do que com o prêmio gerado por cada uma delas.

Dado o tamanho médio dos riscos, esses seguros necessitam de pouco resseguro, o que faz com que os prê-mios, diferentemente dos seguros para as grandes obras, fiquem quase inte-gralmente com as seguradoras, e não com as resseguradoras.

Com a classe média engordada pela chegada de milhões de pessoas que saíram da pobreza, com crescimento acelerado da economia ou não, haverá a necessidade de apólices de seguros para garantir o patrimônio que essas pessoas estão amealhando.

Como resultado, além do aquecimen-to direto da atividade, surgem movimen-tos embasados na representação e na representatividade do setor, gerando a consolidação de canais de comunicação com o governo em seus três níveis, pela necessidade de garantir proteção para mi-lhões de brasileiros.