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ANO.05 Nº.33 JUNHO / JULHO 2009 SINDICATO DAS SEGURADORAS, PREVIDÊNCIA E CAPITALIZAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO Seguro em Todo o Estado reúne mais de 400 pessoas em Marília Uma edição especial sobre comunicação ENCONTRO EDITORIAL . Mauro Batista Após alcançar mais de 1.500 pessoas na primeira etapa em 2008, o programa “Seguro em todo o Estado”, uma iniciativa do Sindseg SP em parceria com Sincor SP, retomou sua agenda em 2009 com o mesmo objetivo: levar para a população a percepção, conhecimento e confiabilidade do mercado de seguros. Realizado em Marília, o primeiro encontro desse ano reuniu 432 pessoas e contou com a presença de Mauro Batista, Presidente do Sindseg SP, e Leoncio de Arruda, Presidente do Sincor SP, além de autoridades locais, representantes do comércio e indústria da região. Mauro Batista esclareceu que a finalidade do evento não é comercial: “Ele foi criado como parte do Programa Cultura do Seguro para promover o entendimento sobre os seguros, tornando a sociedade menos vulnerável. Nós nos preocupamos também em mostrar que oferecemos serviços para o conforto e de natureza preventiva aos segurados”. Na apresentação técnica foram trans- mitidas informações que permeiam desde o mercado de segu- ros até o desenvolvi- mento social. Os nú- meros apresentados reforçaram que o seguro é indispen- sável e movimenta a economia do País, como o faturamento anual de cerca de 3,3 % do PIB e dos bilhões de reais em devolução à sociedade. Pelos resultados da pesquisa realizada em 2008, constatou-se que iniciativas como esta contribuem para que a população entenda o papel do seguro, que, segundo Leoncio “existe para repor perdas, amenizar sofrimentos e dar condições para que famílias possam prosperar, desempenhando um papel fundamental para a reparação social”. precisas sobre o nosso mercado. Desde a sua primeira edição em 2008, este programa já atingiu mais de 1.500 pessoas. Esta é uma das formas que encontramos para mostrar à população que estamos evoluindo e ajudando no desenvolvimento social. Nas páginas subsequentes abordamos a comunicação desenvolvida pelas companhias de seguro. Fomos buscar junto a especialistas de administração, comunicação e seguros como está essa relação com a sociedade em geral e como ela pode ser melhorada. Conforme comenta João Elísio Ferraz de Campos, O formato deste evento contempla ainda a palestra do professor e consultor Luiz Marins, que, com muito bom humor e dados estatísticos sobre o Brasil e o mercado de seguros, leva a plateia a refletir sobre a importância da atividade seguradora para o desenvolvimento do País. Confira a programação do “Seguro em todo o Estado” em 2009: 12 de agosto Piracicaba 09 de setembro S. J. dos Campos 07 de outubro Franca presidente da CNSeg "nosso negócio é o risco. Identificamos, medimos e o assumimos. Por isso nos preocupamos quando ele ultrapassa o limite tolerável". Contamos ainda nessa edição com a entrevista realizada com o Sr. Jabis de Mendonça Alexandre, que, por sua objetividade, contribuirá com um modelo de mensagem que pode auxiliar-nos a obtermos maior confiabilidade e atratividade junto à sociedade. Antônio Penteado Mendonça encerra com sua opinião esta edição com o artigo “Comunicação é a alma do negócio”, um texto objetivo e elucidativo sobre as oportunidades que ainda temos para expandir nosso segmento: “...basta lembrar que perto de 18 milhões de moradias seguráveis, dentro dos padrões atuais exigidos pelo mercado, não têm qualquer tipo de proteção contra incêndio”. Boa Leitura! Nos países em que a indústria de seguros está plenamente desenvolvida, é certo que este mercado está atendendo corretamente à população. O Brasil é um exemplo disso, mas ainda enxergamos oportunidades de melhorias na forma com que nos relacionamos com a sociedade. Por este motivo, trouxemos para esta edição do jornal Notícias Sindseg SP como tema central um debate sobre a comunicação em nosso segmento. Compartilharemos como foi a primeira edição do “Seguro em todo o Estado”, em Marília, uma iniciativa que tem por propósito nos auxiliar a levar para formadores de opinião informações

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Page 1: ENCONTRO Seguro em Todo o Estado - SindsegSP · Por isso nos preocupamos quando ele ultrapassa o limite tolerável". Contamos ainda nessa edição com a entrevista realizada com o

ANO.05 Nº.33 JUNHO / JULHO 2009 SINDICATO DAS SEGURADORAS, PREVIDÊNCIA E CAPITALIZAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Seguro em Todo o Estado reúne mais de 400 pessoas em Marília

Uma edição especial sobre comunicação

ENCONTRO

EDITORIAL . Mauro Batista

Após alcançar mais de 1.500 pessoas na primeira etapa em 2008, o programa “Seguro em todo o Estado”, uma iniciativa do Sindseg SP em parceria com Sincor SP, retomou sua agenda em 2009 com o mesmo objetivo: levar para a população a percepção, conhecimento e confiabilidade do mercado de seguros.

Realizado em Marília, o primeiro encontro desse ano reuniu 432 pessoas e contou com a presença de Mauro Batista, Presidente do Sindseg SP, e Leoncio de Arruda, Presidente do Sincor SP, além de autoridades locais, representantes do comércio e indústria da região. Mauro Batista esclareceu que a finalidade do evento não é comercial: “Ele foi criado como parte do Programa Cultura do Seguro para promover o entendimento sobre os seguros, tornando a sociedade menos vulnerável. Nós nos preocupamos também em mostrar que oferecemos serviços para o conforto e de natureza preventiva aos segurados”.

Na apresentação técnica foram trans-mitidas informações que permeiam desde o mercado de segu-ros até o desenvolvi-mento social. Os nú-meros apresentados reforçaram que o seguro é indispen-sável e movimenta a economia do País,como o faturamento anual de cerca de 3,3 % do PIB e dos bilhões de reais em devoluçãoà sociedade.

Pelos resultados da pesquisa realizada em 2008, constatou-se que iniciativas como esta contribuem para que a população entenda o papel do seguro, que, segundo Leoncio “existe para repor perdas, amenizar sofrimentos e dar condições para que famílias possam prosperar, desempenhando um papel fundamental para a reparação social”.

precisas sobre o nosso mercado. Desde a sua primeira edição em 2008, este programa já atingiu mais de 1.500 pessoas. Esta é uma das formas que encontramos para mostrar à população que estamos evoluindo e ajudando no desenvolvimento social.

Nas páginas subsequentes abordamos a comunicação desenvolvida pelas companhias de seguro. Fomos buscar junto a especialistas de administração, comunicação e seguros como está essa relação com a sociedade em geral e como ela pode ser melhorada. Conforme comenta João Elísio Ferraz de Campos,

O formato deste evento contempla ainda a palestra do professor e consultor Luiz Marins, que, com muito bom humor e dados estatísticos sobre o Brasil e o mercado de seguros, leva a plateia a refletir sobre a importância da atividade seguradora para o desenvolvimento do País.

Confira a programação do “Seguro em todo o Estado” em 2009:

12 de agosto Piracicaba

09 de setembro S. J. dos Campos

07 de outubro Franca

presidente da CNSeg "nosso negócio é o risco. Identificamos, medimos e o assumimos. Por isso nos preocupamos quando ele ultrapassa o limite tolerável".

Contamos ainda nessa edição com a entrevista realizada com o Sr. Jabis de Mendonça Alexandre, que, por sua objetividade, contribuirá com um modelo de mensagem que pode auxiliar-nos a obtermos maior confiabilidade e atratividade junto à sociedade.

Antônio Penteado Mendonça encerra com sua opinião esta edição com o artigo “Comunicação é a alma do negócio”, um texto objetivo e elucidativo sobre as oportunidades que ainda temos para expandir nosso segmento: “...basta lembrar que perto de 18 milhões de moradias seguráveis, dentro dos padrões atuais exigidos pelo mercado, não têm qualquer tipo de proteção contra incêndio”.

Boa Leitura!

Nos países em que a indústria de seguros está plenamente desenvolvida, é certo que este mercado está atendendo corretamente à população. O Brasil é um exemplo disso, mas ainda enxergamos oportunidades de melhorias na forma com que nos relacionamos com a sociedade. Por este motivo, trouxemos para esta edição do jornal Notícias Sindseg SP como tema central um debate sobre a comunicação em nosso segmento.

Compartilharemos como foi a primeira edição do “Seguro em todo o Estado”, em Marília, uma iniciativa que tem por propósito nos auxiliar a levar para formadores de opinião informações

Page 2: ENCONTRO Seguro em Todo o Estado - SindsegSP · Por isso nos preocupamos quando ele ultrapassa o limite tolerável". Contamos ainda nessa edição com a entrevista realizada com o

Ação conjunta para promover a comunicação no setor

INFORMAÇÕES DE VALOR

A opinião é unânime entre os executivos do setor. O mercado de seguros cresceu, criou novas coberturas e a população brasileira nunca foi tão bem atendida. Para João Elísio Ferraz de Campos, Presidente da CNSeg, o mercado não ficou imune à crise, mas se manteve em franco desenvolvimento nos últimos meses pelo fato de cobrir riscos de todos os tipos. “Nosso negócio é o risco. Identificamos, medimos e os assumimos. Por isso, nos preocupamos, como empresários, profissionais e cidadãos, quando o risco a que as pessoas estão sujeitas se agravam e ultrapassam os limites toleráveis”.

Apesar do bom desempenho e das projeções favoráveis, todo esse potencial ainda é desconhecido da maioria dos brasileiros. Diante disso, faz-se necessário criar novas formas de relacionamentos com seu público final, esclarecendo sua atuação e defendendo seus valores, como sugere o professor da FEA USP, Luiz Jurandir Simões. “Temos produtos diferentes para pessoas diferentes que mudam suas necessidades a todo o momento. Falta no setor um modelo

de comunicação que explique ao consumidor o verdadeiro papel do seguro”.

Um exemplo da necessidade de ade-quação da mensagem é o que acontece

na modalidade de mi-crosseguro, que tem por objetivo atender às classes C,D e E, como explica o presidente daCNSeg: “O microssegu-ro é feito para pessoas que nunca tiveram acesso ao seguro for-mal, ele é direcionado para um público que

está mais vulnerável a riscos, mas ninguém acredita no que não compreende ou que nunca viu acontecer”.

A questão é complexa. Grande parcela da população ainda vê o seguro como, antes de tudo, um custo, desprendendo-o do papel de desenvolvedor social. “O mercado utiliza linguagem muito técnica, e muitas vezes, observamos que focar apenas no valor que o cliente irá pagar não é o melhor modelo de mensagem” opina André Santos, especialista em comunicação. “O setor precisa de uma abordagem institucional, com linguagem simples, direcionada para quem realmente não entende do produto ou serviço”, complementa.

As dificuldades na comunicação ocorrem não só junto aos clientes, mas também internamente entre os profissionais das Seguradoras e Corretoras.

“Um dos maiores desafios das organi-zações é melhorar a comunicação entre todos os públicos envolvidos. Para lidarcom esse problema é necessário ter, antesde tudo, o reconhecimento de que os problemas existem e estimular as equipes envolvidas a eliminá-los” afirma o Coach

Executivo e Diretor da UP Consultoria e Treinamento, Carlos Cruz.

O papel da segura-dora tornou-se ainda mais importante para dar sustento às ações

de melhorias na comunicação. “A segura-dora é vista hoje como a grande responsá-vel pelas informações que giram sobreesse assunto. É necessário que ela leveainda mais dados para a população”, comen-ta o professor Simões.

O Acadêmico da ANSP (Academia Nacional de Seguros e Previdência”, Jabis de Mendonça Alexandre, sugere modelos de mensagens que podem ajudar o setor. Segundo ele, a informação deve sempre esclarecer de maneira simples, os objetivos do seguro, dessa maneira, disseminá-lo como meio de proteção, manutenção e de garantia do patrimônio e do bem estar. “O mercado deve apresentar o seu produto como forma segura de transferir o risco para um gestor qualificado, que por meio de uma entidade, vai dar garantia e proteção aos interesses do próprio segurado” afirma.

Seguindo esse modelo de comunicação, duas iniciativas realizadas em parceria entre o Sindseg SP o Sincor SP, tem promovido ações que levam informações simples e precisas para a população. Além dos eventos do “Seguro em todo Estado” (Pág 01) as entidades são responsáveis pelo Programa “Educar pra Proteger” que tem como objetivo estimular o jovem a refletir sobre prevenção e maneiras de como lidar com adversidades.

Para o Professor Claudio Contador, da Escola Nacional de Seguros, ações como essas são importantes e devem ser reforçadas pelas seguradoras e pelos corretores no dia a dia, no contato com os clientes. Ele ainda sugere um número maior de instituições envolvidas na causa. “O mercado tem atuado bastante na profissionalização de executivos, porém, para construirmos uma comunicação eficaz, as instituições devem estar mais próximas da população. É ela que está interessada no que está comprando e como está sendo atendida”, comenta.

O mercado de seguros cresceu, se profissionalizou e ampliou o atendimento. É preciso agora que a sociedade reconheça esta maturidade do segmento, entenda seu papel social e conheça seus produtos

O setor precisa de uma abordagem institucional, com linguagem simples, direcionada para quem realmente não

entende do produto ou serviço.André Santos

O mercado deve apresentar o seu produto como forma segura de trans-

ferir o risco para um gestor qualificado, que por meio de uma entidade, vai dar garantia e proteção aos interesses do

próprio segurado.

Jabis de Mendonça Alexandre

Page 3: ENCONTRO Seguro em Todo o Estado - SindsegSP · Por isso nos preocupamos quando ele ultrapassa o limite tolerável". Contamos ainda nessa edição com a entrevista realizada com o

ENTREVISTA

Jabis de Mendonça Alexandre

“Precisamos dizer para a sociedade que o custo é referenteao risco coberto e todos estamos sujeitos.”

Contra Riscos e Fraudes

NS: Nesse contexto, que papel o senhor atribui ao corretor de seguros?JMA: A esse profissional cabe o dever de levar o significado do seguro a todas as pessoas, desmistificar e explicar para que serve e o quanto essa solução é acessível e econômica, levando-se em conta a equação custo-benefício, já que o seguro serve para proteger o patrimônio das famílias e para garantir o bem estar de todos.

NS: O mercado sabe explicar a formação de preços e os reais benefícios do seguro?JMA: Não. O mercado de seguros cresceu muito no Brasil nos últimos anos, ganhou mais espaço no cenário econômico provocado pelo aumento da economia e a indústria como um todo, além disso, mais do que dobrou a participação no PIB. Isso exigiu maior capacitação dos profissionais envolvidos, nasceram vários cursos técnicos e de formação superior em seguros. Paralelo a isso, os segurados aumentaram o interesse pelos produtos e passaram a questionar mais os corretores. Mesmo com o desenvolvimento no setor, ainda há gaps na comunicação.

NS: Como a seguradora e os corretores, principais representantes da atividade, devem proceder com a comunicação junto ao cliente ou possível cliente?JMA: As mensagens devem esclarecer e simplificar os objetivos do seguro. Apresentá-lo como um meio de proteção, manutenção e de garantia do patrimônio e do bem estar. Deve-se procurar uma forma direta e exemplificada de demonstrar um determinado risco para o cliente, principalmente se ele for o responsável por administrar a cobertura de sua empresa. Nestes casos, ele passa a ser um parceiro e necessita toda a informação possível para se sentir confiante para fechar ou manter o negócio.

Acadêmico da ANSP (Academia Nacional de Seguros e Previdência)

Com mais de 25 anos de atuação no mercado de seguros Jabis é graduado em direito e operador de mercado de capitais. Possui cursos de especialização no Brasil e no exterior e atua também como Diretor do CESVI Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária).

Veja abaixo, os principais trechos da entrevista concedida pelo acadêmico ao jornal Notícias Sindseg SP.

Notícias Sindseg SP: Como o senhor avalia a atual comunicação entre o mercado de Seguros e a sociedade?Jabis de Mendonça Alexandre: Vejo que o mercado está empenhado no atendimento. As companhias estão fazendo o possível para melhorar o cenário. Novos produtos estão surgindo, o microsseguro está no mercado com a proposta de ampliar a cobertura para as classes C, D e E e até buscando a redução de custos. Mas essas informações ainda não chegam até a população. Na imprensa aparece um grande número de matérias negativas em relação aos seguros. Precisamos dizer para a sociedade que o custo é referente ao risco coberto e todos estamos sujeitos.

NS: Como as seguradoras devem contribuir para que esse tipo de mensagem não exista?JMA: As seguradoras devem buscar a melhor gestão dos recursos confiados à sua administração, controlar sempre os custos e implementar as melhores práticas para buscar uma tarifação equilibrada e justa. Adicionar benefícios e coberturas que tenham importância para os clientes de forma clara e simples, e principalmente, esclarecendo como se dá a precificação.

coincidências (ocorrências similares) e informa imedia-tamente as companhias, para que essas possam tomar providências. Atualmente são registradas cerca de 20 mil ocorrências por mês, o que tem protegido ainda mais os negócios.

Apesar da eficácia, Horácio Cata Preta, Diretor da Central de Serviços CNSeg, reforça que sem os dados fornecidos pelas seguradoras o programa não cobre 100% do mercado. “Quanto mais dados tivermos em nossa base mais coincidências conseguimos detectar e ajudar o mercado a controlar e prevenir os riscos” afirma Cata Preta, que anseia por maior adesão do setor.

A gestão de riscos é uma medida necessária e ao mesmo tempo complexa para as seguradoras e não só isso, ainda é grande a preocupação das companhias com as fraudes existentes no mercado.

Para amenizar essas preocupações a CNSeg (Confederação Nacional das Seguradoras) ampliou a atuação do RNS (Registro Nacional de Sinistros). Mais conhecido no segmento de Automóveis, ele agora está expandindo sua base de dados também para os ramos de vida, acidentes pessoais e previdência privada.

Capaz de comportar dados dos sinistros realizados por todas as seguradoras, este instrumento aponta

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A Comunicação é a alma do negócio

ARTIGO . Antônio Penteado Mendonça*

Dizia o grande Chacrinha, lá se vão mais de 30 anos, que quem não se comunica, se trumbica. Se era verdade naquela época, o que dizer hoje, quando o mundo gira em volta e depende cada vez mais das comunicações?

Quem não conta que existe, simplesmente não existe. Em época de internet, de blogs e comunidades, a comunicação é ferramenta fundamental para qualquer atividade dar seu recado. Desde o que ela é, até o que ela faz, passando pelos vários comos e porquês, não há forma de um setor econômico que se pretenda ativo não ter canais de comunicação eficientes e rápidos para colocá-lo no mapa.

O setor de seguros está na fronteira desta realidade, mas ainda não incorporou a frase do genial comunicador como verdade irrefutável.

Ao longo das últimas décadas a atividade ganhou consistência, passou a aparecer na grande mídia e a ser mais conhecida. Todavia, isso não quer dizer que a população a conheça, saiba como ela funciona, ou mesmo o que ela faz.

Pelo contrário, o índice de desconhecimento é muito elevado e vale para todas as classes sociais. Não é verdade que as classes mais ricas estejam familiarizadas com os seguros, da mesma forma que não é verdade que elas contratem apólices para protegê-las, mesmo

contra os riscos mais comuns, como incêndio residencial, vida ou acidentes pessoais.

Sem aprofundar a discussão sobre o potencial de crescimento dos seguros para as classes A e B, basta lembrar que perto de 18 milhões de moradias seguráveis, dentro dos padrões atuais exigidos pelo mercado, não têm qualquer tipo de proteção contra incêndio.

Quanto às classes menos favorecidas, estas invariavelmente não sabem sequer os procedimentos para receber os seguros obrigatórios, notadamente o DPVAT, tanto que é comum quadrilhas especializadas explorarem os beneficiários deste seguro.

De outro lado, vale lembrar que já faz anos que o setor se esforça para se tornar mais conhecido do Poder Judiciário, mas apenas agora este conhecimento começa a se disseminar pelas várias instâncias da justiça, faltando ainda muito para que a maioria dos magistrados entenda os mecanismos básicos da atividade, a começar pela distinção entre prêmio e indenização.

Mas se a imagem da importância social do setor ainda é deficiente, o que se reflete no desconhecimento de seus produtos, suas finalidades e na vantagem de contratá-los, as

seguradoras fizeram a lição de casa no que tange à apresentação da maioria de suas apólices.

Praticamente não existem mais apólices escritas em “segurês”. As que ainda são escritas com o formalismo tradicional dos antigos contratos do setor são acompanhadas de um manual do segurado, que descomplica o que está escrito na apólice e que é o texto que prevalece em caso de dúvida ou divergência.

Este avanço não é novo. Ao contrário, remonta ao período logo após a aprovação do Código de Defesa do Consumidor e reflete a preocupação das seguradoras em se adequarem para bem atender seu público.

Outro avanço importante foi a criação das ouvidorias e outros canais de comunicação para os segurados e corretores de seguros acessarem sem complicações as altas instâncias administrativas das seguradoras.

Com certeza isto deu mais transparência ao negócio e tem contribuído de forma concreta para a redução do número de problemas decorrentes dos contratos de seguros.

Ainda há um bom caminho a ser percorrido antes que a atividade seguradora seja amplamente conhecida pela sociedade brasileira e que, por conseqüência, seus produtos tenham a demanda existente em países como Estados Unidos, Suíça, França, Alemanha e Grã-Bretanha.

Enquanto isso não acontece, o jeito é arregaçar as mangas e fazer força para que a atuação de seus integrantes se paute por princípios éticos, indispensáveis para abreviar a jornada.

Sindicato das Seguradoras,Previdência e Capitalização

do Estado de São Paulo

Presidente:Mauro C. Batista

Secretário Executivo:Fernando Simões

Produção Editorial e Diagramação:Fundamento Comunicação Empresarial

Fotos:Divulgação

* O advogado e consultor escreve bimestralmente ao Notícias Sindseg SPLeia também os artigos semanais de Antônio Penteado Mendonça no site: www.sindseg.org.br

Funenseg: 38 anos atuando na educaçãoUm mercado que cresce a cada ano, é agente responsável pelo desenvolvimento social

e tem significativa participação no PIB necessita contar com os melhores profissionais. Para isso, em 1971 foi fundada a Escola Nacional de Seguros, antiga Funenseg. Criada para difundir o ensino, a pesquisa e o conhecimento sobre o setor, a instituição acaba de completar 38 anos.

“Durante esse tempo a escola adaptou-se ao mercado, construiu novos cursos, evoluiu chegando a um modelo de graduação especializada e agora um MBA executivo em Seguros e Resseguros” comentou Robert Bittar, Presidente da instituição durante o evento de comemoração.

O MBA é o primeiro no Brasil voltado para o mercado de seguros. A atual estrutura e comportamento do setor e a abertura para o resseguro apontam para mais avanços na educação.