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N° 46 - Setembro/Outubro de 2017 Notícias Governo articula proposta para fusão de carreiras do Ciclo de Gestão Dirigentes de entidades de classe defendem a participação das categorias na decisão Carreira única: Um futuro para os servidores do poder executivo federal pág. 4 Quais os efeitos posi- tivos que carreira única promoveria? Maria do Amparo Souza Lima pág. 6 SOU ASSECOR “Todos nós éramos felizes e havia mais respeito ao servidor. Sinto saudades da SOF”. Assecor realiza reencontro de aposentados pág. 2 INFORMES Em clima de descontra- ção a Assecor reuniu APOs aposentados para debater o atual plano de carreira. Rudinei Marques pág. 7 ENTREVISTA “Cabe à sociedade civil organizada e às entidades de classe dos trabalha- dores se organizarem e resistirem.” ARTIGO Foto: Mauro Siqueira

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Page 1: Notícias - Assecor · Conforme definido na Lei nº 8.112/91, cargo públi-co é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser

N° 46 - Setembro/Outubro de 2017

Notícias

Governo articula proposta para fusão de carreiras do Ciclo de Gestão

Dirigentes de entidades de classe defendem a participação das categorias na decisão

Carreira única: Um futuro para os

servidores do poder executivo federal

pág. 4

Quais os efeitos posi-tivos que carreira única promoveria?

Maria do Amparo Souza Lima

pág. 6

SOU ASSECOR

“Todos nós éramos felizes e havia mais respeito ao servidor. Sinto saudades da SOF”.

Assecor realiza reencontro de aposentados

pág. 2

INFORMES

Em clima de descontra-ção a Assecor reuniu APOs aposentados para debater o atual plano de carreira.

Rudinei Marques

pág. 7

ENTREVISTA

“Cabe à sociedade civil organizada e às entidades de classe dos trabalha-dores se organizarem e resistirem.”

ARTIGO

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EditorialTempos estranhos para o serviço público

e para os que defendem um Estado capaz de prestar serviços de qualidade. O quadro geral é bastante preocupante. O Governo propõe medidas que tentam flexibilizar a es-tabilidade no setor público, impor um pro-grama de demissões voluntárias e promover a reestruturação drástica das carreiras, des-respeitando a legislação no que se refere às reposições das perdas salariais.

Diante desse quadro, a ausência da regu-lamentação da Carreira de Planejamento e Orçamento representa um grande desafio. A Assecor continua empregando todos os seus esforços nessa linha de ação, tendo tido a manifestação da SOF de que o tema passou a ser prioritário para a atual gestão.

Além disso, temos atuado junto com as demais carreiras do Ciclo de Gestão e do FONACATE para fazer frente às propostas do Governo, para as quais ainda não foram apresentados embasamento técnico. Nessa linha, surge outra iniciativa governamental sobre a qual a carreira deve se posicionar: a possibilidade de fusão com outras carreiras do Ciclo de Gestão.

Daí, revelam-se três alternativas: a) ficar-mos sozinhos, com os riscos e benefícios que isso pode acarretar para uma carreira de 750 cargos, dos quais apenas 550 ocupados;

b) aceitarmos a fusão com algumas car-reiras do ciclo como passo importante para um processo mais amplo; c) articularmos outras possibilidades com aproximação junto a outros órgãos de governo, com apoio institucional das casas que fazem a gestão da Carreira, particularmente com vistas a consolidar a relação entre os processos de planejamento, orçamento e finanças.

A Assecor não fecha nenhuma possibili-dade e se compromete a fazer essa discussão de forma mais ampla e democrática possí-vel. Quem construirá o futuro da carreira somos todas e todos nós.Para sugestões de pautas e mais informações:[email protected]

Em clima de descontração a Assecor reuniu, no dia 21/09, APOs aposentados para debater o atual plano de carreira e discutir sobre os setoriais de planejamento da Secretaria de Orçamento Federal (SOF).

A reunião foi marcada pela criação de uma parceria que visa juntar o passado e o presente da Assecor para unir esforços no debate sobre fusão de carreiras.

A Assecor quis reunir os aposentados para aproveitar sua experiência na discussão de importantes questões que a Carreira enfrenta hoje. Os colegas aposentados trouxeram importantes elementos históricos para o debate da regulamentação da carreira e da perspectiva de fusão da carreira de planejamento e orçamento com outras carreiras do Ciclo de Gestão.

ASSECOR REALIZA REENCONTRO DE APOSENTADOS

INFORMES Governo articula proposta para fusão de carreiras do Ciclo de Gestão

O governo federal estuda a possibilidade de fusão de carreiras do ciclo de gestão. Para Leandro Couto, presidente da Assecor, a proposta exigirá posicionamento de todas as carreiras do ciclo de gestão, o que demanda conhecimento prévio do seu inteiro teor. Há o risco de se colocar de forma contrária, ficar isolado e com pouca margem de negociação, ou se distanciar de carreiras historicamente próximas, como é o caso da carreira de Auditores Federais de Finanças e Controle também não parece ser positivo, diz.

Para os APOs, carreira com 715 cargos, dos quais cerca de 550 ocupados, a medida pode ser favorável ao permitir a integração com outras e um consequente fortalecimento. Para chegar à decisão, “é necessário que a carreira conheça os termos da proposta que está sendo gestada no ministério e avalie, no seu conjunto, os prós e contras”, afirma Leandro.

De acordo com a presidente da Associação dos Analistas de Comércio Exterior (AACE), Klenize Chagas Fávero, a categoria, em assembleia, deliberou favoravelmente à união das carreiras do ciclo de gestão. “Por entender que, unidos, os servidores terão mais força em suas reivindicações. O que faz com que as lutas, todas elas, ganhem mais força”, afirma. Dessa forma, acredita, o governo se beneficiará de uma maior racionalização na estrutura da administração pública, o que poderá

poupar esforços e recursos. A AACE tem promovido assembleias, reuniões,

palestras e grupos de trabalho para debater o tema e apresentar propostas ao governo. “A discussão sobre a união das carreiras não pode ocorrer à margem dos servidores e suas entidades de classe, que devem participar ativamente da reforma”, afirma Klenize.

Os Analistas de Comércio Exterior (ACEs) têm como atribuição a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas de comércio exterior, com vistas ao fortalecimento da inserção internacional da economia brasileira e ao desenvolvimento econômico.

O presidente da Associação dos Funcionários do Ipea (Afipea), Alexandre Cunha, explica que pessoalmente é favorável à proposta. Para ele, a unificação das carreiras do ciclo de gestão pode representar um saudável esforço de racionalização da gestão da força de trabalho do governo federal.

“Desde que o desenho da nova carreira unificada se dê em diálogo com os servidores que a compõe”, diz. Mas a posição oficial da Afipea-Sindical será definida em assembleia.

A Afipea tem como objetivo representar os servidores do Ipea nas negociações de reajustes salariais e na defesa de seus interesses junto ao governo federal e conta com mais de mil associados.

Fotos: Maria Clara

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Page 3: Notícias - Assecor · Conforme definido na Lei nº 8.112/91, cargo públi-co é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser

A Constituição Federal de 1988 marcou a rei-nauguração do regime democrático no Brasil e criou bases sólidas para a sua defesa, não só pela garantia de escolha livre e periódica dos governan-tes, como também pela instituição de diversos con-troles para que a ação desses governantes não fosse dirigida à própria derrocada da democracia. Um pilar desses controles é a separação de Poderes, es-tabelecida já no art. 2º da Lei Maior, que atuando de maneira independente e harmônica, molda um sistema de freios e contrapesos voltado ao equilí-brio de forças, limitando a liberdade de uma for-ça majoritária ao respeito a liberdades, garantias e direitos fundamentais. Esse sistema de freios e contrapesos não se caracteriza apenas na atuação independente entre Poderes Executivo, Legislativo

e Judiciário, mas na própria estrutura de cada um desses Poderes, já que a sua força de trabalho deve ser admitida mediante concurso público. Assim, o ingresso de cada servidor na administração públi-ca vem respaldado pela legitimidade democrática inscrita na regra do art. 37, II, da Constituição Fe-deral.

A composição da administração pública por servidores selecionados por meio de concurso pú-blico consiste em notável restrição ao puro impulso político-partidário na condução da coisa pública. Conforme definido na Lei nº 8.112/91, cargo públi-co é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. De fato, a tensão en-tre direção política e posicionamento técnico em

ambiente governamental é evento natural e esperado, que deveria moldar uma dinâ-mica de constante aperfeiçoamento. Para tanto, a ação política conta com a liberda-de de nomeação para cargos em comissão, enquanto os cargos efetivos são ocupados por servidores estáveis, conforme garantia inscrita no art. 41 da Constituição Federal. Essa tensão entre político e técnico deveria contribuir para uma dinâmica positiva, em que o técnico não pode se acomodar frente às demandas sociais, representadas pelos agentes políticos, ao mesmo tempo em que os governantes são obrigados a submeter suas decisões a juízos legais e técnicos em uma perspectiva de mais longo prazo, dis-sociada do tempo político eleitoral. Essa dinâmica deveria favorecer uma cadeia de decisão ótima, aliando pressões emergentes à visão de mais longo prazo, sustentada em sólidas bases técnicas.

Em teoria, o modelo estabelecido pela Constituição parece lógico e consistente. Na

prática, há uma considerável distorção. São raras as carreiras que se organizam em torno do mérito técnico de suas atividades, construindo alternati-vas para o debate político. A resistência técnica a medidas governamentais é exceção, e o enfrenta-mento entre governo e carreiras organizadas tem como principal pauta a disputa salarial. A organi-zação em carreiras passa a responder a estratégias bem sucedidas de grupos bem organizados e pró-ximos aos detentores de poder, muitas vezes em detrimento do interesse público. Esse contexto ex-plica, em grande parte, a miríade de carreiras exis-tentes hoje, com cerca de 250 cargos ou carreiras de nível superior, sendo 48 remunerados por meio de subsídio, para uma força de trabalho de cerca de 305 mil servidores. Ainda, uma assustadora di-ferença de remuneração entre os cargos/carreiras, sendo que a menor remuneração de um cargo de nível superior representa cerca de 20% da maior remuneração de nível médio. De acordo com o Pai-nel Estatístico de Pessoal do Ministério do Plane-jamento, a maior remuneração registrada para um cargo de nível superior é de R$ 29,1 mil (Médico do Plano de Cargos da Educação), e a menor para esse nível de escolaridade é de R$ 2,2 mil (docentes de ex-Territórios). Para nível médio, a maior remune-ração é de R$ 10,8 mil (Agente de Inteligência da ABIN), e a menor é de R$ 2,0 mil (nível médio IBA-MA, ICMBIO e MMA), muito próxima da de nível superior.

O fosso salarial entre os cargos/carreiras não se justifica pelo nível de instrução exigido, tampouco pelo risco, especialização ou complexidade das ati-vidades envolvidas. O quadro atual é inexplicável e impossível de ser gerenciado. A administração se vê constantemente pressionada por melhorias salariais, seja por carreiras privilegiadas próxi-mas dos postos de comando, seja em campanhas de paralisação de serviços, mesmo em tempos de crise e recessão. As manifestações/paralisações por reajustes salariais respeitam um calendário repe-titivo e previsível, gerando, invariavelmente, con-sequências negativas para o cidadão comum. Para os servidores, esse quadro também gera incentivos perversos, seja para aquele que, realizado com sua atividade profissional, busca um novo cargo em razão do retorno salarial, seja aquele que, ligado à uma carreira privilegiada em termos de remu-neração, deixa de buscar atividades que o realiza-

riam mais profissionalmente em função de menor remuneração, o que fatalmente compromete seu rendimento e, até mesmo, condição de saúde. Por fim, considerando que redução das desigualdades é objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, inscrito no art. 3º da Constituição, existir ta-manha desigualdade promovida deliberadamente dentro da própria estrutura do Estado é certamen-te um equívoco.

Para contornar essa situação, sem alterar o mo-delo da Constituição e a garantia aos servidores, a melhor estratégia seria o estabelecimento de uma carreira única no serviço público federal, equipa-rando as centenas de tabelas salariais existentes e estabelecendo um teto da remuneração atrelado ao rendimento médio do trabalho. Atualmente, a maior remuneração de nível superior é cerca de 17,7 vezes superior ao rendimento médio da popu-lação brasileira, que em fevereiro de 2016 estava em R$ 1,6 mil. É de se esperar que a política salarial no setor público não esteja descolada da realidade econômica do País, de forma que seria desejável, no mínimo, que essa diferença não se amplie em função de reajustes concedidos aos servidores.

A carreira única promoveria, fatalmente, ao menos 4 importantes efeitos positivos: 1. Esvazia-mento das pressões corporativas por reajustes sala-riais, pois todas as categorias estariam incluídas na mesma regra, atrelada à variação do rendimento médio do trabalho; 2. Fortalecimento da profissio-nalização de cada cargo, já que a maior identidade entre os servidores deixa de ser o interesse salarial e passa a ser as atividades técnicas desenvolvidas; 3. Desenvolvimento de uma gestão de pessoas mais dinâmica e efetiva, com a possibilidade ampla de atração de talentos motivados pelo desafio/experi-ência profissional; 4. Elevação do nível de satisfa-ção do servidor, com possibilidade de readequação permanente de seus objetivos profissionais.

Apesar de uma reforma dessa natureza poder gerar grandes resistências, especialmente daque-las carreiras que atualmente encontram-se no topo da escala remuneratória, a manutenção das garan-tias constitucionais (leia-se, estabilidade) e uma transição suave e progressiva podem garantir um expressivo apoio, diante do entendimento de que, nesse novo modelo, ganha o servidor, ganha a ad-ministração pública, ganha a sociedade e cumpre--se o ideal previsto na Constituição Federal.

CARREIRA ÚNICA: UM FUTURO PARA AS CARREIRAS DO PODER EXECUTIVO FEDERAL

Luiz Fernando Arantes Paulo - Analista de Planejamento e Orçamento, mestre em direito e politicas públicas e autor do livro Plano Plurianual: teoria, prática e desafios para a sua efetividade

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Rudinei Marques, 48, nasceu em Caçapava do Sul/RS. É doutor e mestre em Filosofia pela PUCRS. Especialista em Contabilidade, Auditoria e Finanças Governa-mentais pela UFRGS, bacharel e licenciado em Filosofia, bacharel em Ciências Contábeis e gradua-do em Processamento de Dados pela UNISINOS. Desde 2002 é Auditor Federal de Finanças e Controle. Como presidente do UNACON Sindical, vice-presi-dente da Pública – Central do Servidor e presidente do Fórum das Carreiras de Estado – Fona-cate, ele fala sobre as agressões que o governo federal vem im-pondo ao serviço público. De acordo com Rudinei, o trabalho constante da política sindical é o de conscientização, mobilização e luta. “Só isso poderá reverter o ce-nário atual”, acredita.Como o governo federal está li-dando com o serviço público? O governo vem tratando o servi-ço público de forma extremamente desrespeitosa e agressiva. Com isso, reforça velhos preconceitos contra os servidores. Como se fôssemos o problema - e não a solução - da crise sem precedentes que abala o país. Oministro do Planejamento, Desen-

volvimento e Gestão nem parece um servidor de carreira, pois não demonstra qualquer interesse em construir um diálogo sincero comos servidores e as suas entidades de classe. Como você avalia o Programa de Demissão Voluntária (PDV)?O PDV é um tiro no escuro, que po-derá acertar em cheio áreas que já sofrem com a carência de pessoal, piorando a qualidade dos serviços prestados à população.Que outras medidas do governo federal são consideradas ata-ques ao serviço público?O anúncio de suspensão da reposi-ção salarial prevista em lei repre-senta um grave ataque aos servi-dores e ao Estado democrático de direito. Em agosto de 2016, o minis-tro Dyogo Oliveira concedeu diver-sas entrevistas dizendo que o Estado não poderia quebrar contratos, e te-ria que honrar os acordos salariais firmados. Afirmou, ainda, que o Or-çamento assegurava recursos para todos os projetos de lei aprovados no Congresso. Causa espanto, neste momento, poucos meses depois, que o discurso tenha mudado tanto, até porque sabemos que os gastos de pessoal da União versus PIB vêm caindo ano a ano. Que estratégias de reação se-riam necessárias nesse mo-mento? Cabe à sociedade civil or-ganizada e às entidades de classe dos trabalhadores se organizarem e resistirem. Essa luta tem que se dar no local de trabalho, no parlamento, nas redes, na rua, na mídia, enfim, de todas as formas possíveis, pois as agressões são demasiado violen-tas. Pode parecer uma luta desigual, mas em política se aprende que ninguém tem todo o poder o tempo todo. O governo já esteve mais forte, mas agora a situação está instável,

diversos assessores e políticos próxi-mos ao presidente da República já estão presos ou sendo investigados, e ele próprio foi denunciado duas ve-zes pela PGR. Para manter o poder, foram adotadas medidas que privi-legiam o mercado, em detrimento da classe trabalhadora e dos gastos sociais. E isso não vamos tolerar! Os servidores públicos estão conscientes dos riscos que cor-rem?A polarização política no país pre-judicou as mobilizações sociais, não apenas dos servidores públicos, mas de diversos segmentos. Além disso, depois de tantos escândalos de cor-rupção, há um sentimento de satu-ração e de impotência, que leva ao imobilismo. Porém, grandes mobili-zações, em geral, começam com pou-cas pessoas, mas com ideias fortes que vão se alastrando e contagiando mentes e corações. É disso que preci-samos neste momento.O que seria necessário para a reversão dessas medidas? Algumas foram tomadas rapida-mente, mas terão impactos profun-do no longo prazo, como a Emenda Constitucional nº 95/2016, que po-derá levar ao engessamento do ser-viço público por 20 anos. Afetará também, e muito duramente, a po-lítica salarial, pois a limitação das reposições à inflação acumulada, descontado o crescimento vegetativo da folha de pagamento, aponta para uma corrosão salarial sem preceden-tes. Quanto a outras, em tramitação ou em vias de ser encaminhadas ao Congresso, temos que trabalhar duramente para revertê-las, ou ao menos para minimizar a perda de direitos, como no caso da reforma da Previdência. Enfim, o trabalho cons-tante da política sindical é o de cons-cientização, mobilização e luta. Só isso poderá reverter o cenário atual.

Foto: Arquivo pessoal

ENTREVISTA

“Sou formada em teologia e aposentada da Car-reira. Considero-me sócia-fundadora da Assecor e tenho a carteira nº 121. Pertencer à associação me mantém informada sobre os temas referentes à carreira e muitos outros. Também gosto de parti-cipar do evento anual de confraternização ofereci-do a nós. Comecei a trabalhar como secretária em uma época em que o orçamento era manuscrito. Só tínhamos hora para chegar. A saída era na ma-drugada, muitas vezes. Mas confesso que todos nós éramos felizes e havia mais respeito ao servidor. Sinto saudades da SOF, uma casa que era muito mais respeitada do que hoje. É por isso que reco-mendo a todos os novos servidores que façam par-te da Assecor para fortalecer a Carreira”.

Maria do Amparo Sousa Lima, 66 anos

SOU ASSECOR

Além de servidor público, Herbert Silva de Araújo, segue carreira em grupos de samba e choro da cida-de. Canta, toca cavaquinho e violão e é fã da Música Popular Brasileira

EU FIZ

O piauiense Herbert Silva de Araújo, 59 anos, chegou a Brasília em 1971. Antes, morava no Rio de Janeiro, onde foi morar ainda bebê. A mudança para a capital se deu em busca de melhores oportu-nidades na carreira de servidor público. O objetivo foi alcançado. Desde 1988 ele exerce função de con-fiança no Ministério Público Federal (MPF). Tam-bém atuou na área orçamentária e trabalhou nas secretarias de Planejamento orçamentário, Gestão de Pessoas e, atualmente, está na de Educação e De-senvolvimento de Pessoas (SEDEP).

Paralelamente à carreira, Herbert, que é casa-do e pai de quatro filhos, Renata, Thiago, Thaissa e Rayssa, abraçou a vida de músico. Segundo ele, conciliar as duas atividades sempre deu certo.

Ele é instrumentista (toca cavaquinho e violão), e também canta. O artista já fez parte dos grupos Vibrações, Coisa Nossa e Doce Feitiço. Hoje, parti-cipa de três bandas, Zazoeira, W Três e Choro e Art. “Penso que sou mais feliz por ter a música na minha vida”, diz.

As influências, conta, estão fincadas na MPB. “Mas ouço e toco vários estilos como pop rock, sam-ba, pagode, axé e forró”, enumera. Herbert é asso-ciado da Assecor desde que a associação foi criada.

Música para ser feliz

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Arquivo pessoal

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www.assecor.org.br facebook.com/ASSECOR Assecor twitter.com/assecor 61 99294554

PRESIDENTE: Leandro Freitas Couto. VICE-PRESIDENTE: Marco Antônio de Oliveira. SECRETARIA-GERAL: Robson Azevedo Rung. DIRETORIA EXECUTIVA: Eduardo Rodrigues da Silva, Dênis de Moura Soares, Francisco Carneiro de Filippo, Fernando Cesar Rocha Machado, Manuella Damasceno Louzada, Cilair Rodrigues de Abreu, Karlei Scardua Rodrigues, Márcio Gimene de Oliveira, Fernando Sertã Meressi. Realização: Coletivo 105. Jornalista Responsável: Waleska Barbosa (DRT-5193/00 PB). Diagramação: Lena Guarda. Uma publicação do Sindicato Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento - Assecor Sindical SEPN Qd. 509, Ed. Isis, 1° Andar, Sala 114, Asa Norte-Brasília/DF. CEP: 70750-504. Telefone: (61) 3274-3132 www.assecor.org.br

NOTAS

Curso de redação para aposentados

Os aposentados pediram e deu certo! O projeto Tertúlia Literária Dialógica (TLD), conduzido pela poetisa e produtora cultural Natália Cristina Aniceto, já é uma realidade. As aulas começaram no dia 29 de setembro, na sede da associação, e seguem até novembro. Uma vez por semana, às quintas-feiras, a turma se reúne para trocar experiências e produzir textos. O TLD é uma metodologia certificada como Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil e se baseia na leitura literária e no diálogo entre a palavra escrita e a experiência de mundo de cada um. A proposta inclui também a confecção artesanal de livros. “Alguns dos princípios que norteiam o processo são o diálogo igualitário, inteligência cultural, criação de sentido e fruição artística”, afirma Natália. Mais informações sobre futuras turmas:[email protected]

Novos convênios

UDF (Centro Universitário do Distrito Federal), SB Coaching, CIA Athletica, CNA, Striker Boliche Pier 21, Poizé 305 Norte, Mestre D’Armas Fazenda Hotel, Clínica Estética Delinear Corpos são os novos conveniados da Assecor. Além disso, a associação tem parceria com a administradora de convênios MarktClub, empresa que fornece benefícios em setores como saúde, educação e turismo. Agora são mais de 300 convênios à disposição dos associados. As vantagens e descontos oferecidos por cada um podem ser conferidos na Internet. Aproveite!

Serviço de clipping disponível no site Assecor

Você sabia? A Assecor disponibiliza gratuitamente um apanhado das notícias sobre temas de interesse da Carreira publicadas nos principais jornais brasileiros (Valor Econômico, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Globo e Correio Braziliense). Elas podem ser visualizadas na página da associação na Internet. É só clicar em ‘Notícias’ e depois em ‘Clippings’. Também é possível receber o arquivo por e-mail, preenchendo o campo disponível para cadastro.

A partir do momento em que os dentes de um bebê começam a erupcionar, por volta dos seis meses de idade, já se indica levá-lo ao dentista. É o que lembra a odontopediatra Andreia Cunha dos Passos, responsável pela área no Consultório Odontológico Renata Puerta (CORP), coordenador dos serviços odontológicos prestados pela Assecor.

“Utilizamos algumas estratégias para chegar até à criança, criando uma abordagem diferenciada para que perca o medo e sinta segura”, afirma a profissional. O uso de jalecos coloridos, a decoração especial da sala e a oferta de brindes são algumas delas.

Nas primeiras consultas os pais são orientados sobre a higiene bucal. “O tipo de pasta apropriado para a idade, a indicação de flúor,  a maneira como escovar, o uso do fio dental”, exemplifica Andreia.

“Quando a criança tem uma alimentação saudável o retorno é indicado a cada seis meses. Mas se ela já apresentou cáries e tem uma alimentação que a torne predisposta ao problema, precisamos fazer um controle mais rigoroso”, diz.

ServiçoAtendimento em odontopediatria: Às sexta-feiras à tardeAgendamento de consultas:  (61) 3340-0195 ou  [email protected]ício Biosphere (SHLN, Bloco A - Lote 9, sala 318)

Fica a Dica

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