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ABMT- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DO TRABALHO FUNDADA EM14/12/1944 . DECLARADA DE UTILIDADE PÚBLICA . DECRETO 40162, DE 10/10/1955 DO GOVERNO FEDERAL. LEI MUNICIPAL 892, DE 12/08/1958 DO RIO DE JANEIRO ANO XL N°1 - 1 o SEMESTRE / 2014 “A redução, neutralização e controle dos riscos inerentes ao trabalho são condições fundamentais para garantir a qualidade do trabalho e do ambiente, a preservação da vida dos trabalhadores e essencial para o desenvolvimento sustentado da nação”. Nossa D o u t r i n a Nossa D o u t r i n a NOTA ESPECIAL Dr. Daphnis - Nota Especial: Uma História de Dedicação e respeito Teremos um Livro que está sendo pre- parado pelo Dr. Paulo Rebelo. Lançamento do Livro: Os 70 anos da ABMT Haverá prova de Título de Especialista em Medicina do trabalho, realizada pela ANAMT, com inscrição pelo site www.anamt.org.br. A realização dessa prova independe da particiapção no Con- gresso. Título de Especialista ABMT 70 anos O Nota Especial também está comemo- rando 40 anos de edição o Informativo e, para comemorar essa data, fizemos uma entrevista com nosso editor Dr. Daphnis Leia nas páginas 9, 10,11 e 12. É uma entrevista emocionante, onde ele conta parte de sua vida, que se confunde, por momentos com a própria história da Medicina do Trabalho! 21 a Jornada de Atuali- zação do Médico do Tra- balho 1 o Encontro de Residen- tes em Medicina do Tra- balho do Rio de Janeiro ABMT/Immunità Conforme publicamos na nossa última edição, este é um ano especial: concomitante com o Congresso teremos vários eventos.Veja toda progra- mação das páginas 5 a 8. Comemoração dos 300 anos de falecimen- to de Ramazzini Cursos de Extensão Serão oferecido 20, mas só serão realizados 8, de acordo com a adesão. Portanto, fique de olho para não perder a oportunidade!

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ABMT- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DO TRABALHOFUNDADA EM14/12/1944 . DECLARADA DE UTILIDADE PÚBLICA .

DECRETO 40162, DE 10/10/1955 DO GOVERNO FEDERAL.LEI MUNICIPAL 892, DE 12/08/1958 DO RIO DE JANEIRO

ANO XL N°1 - 1o SEMESTRE / 2014

“A redução, neutralização e controle dos riscos inerentes ao trabalho são condiçõesfundamentais para garantir a qualidade do trabalho e do ambiente, a preservação davida dos trabalhadores e essencial para o desenvolvimento sustentado da nação”.

Nossa

D o u t r i n aNossa

D o u t r i n a

NOTA ESPECIAL

Dr. Daphnis - Nota Especial:Uma História de Dedicação erespeito

Teremos um Livro que está sendo pre-parado pelo Dr. Paulo Rebelo.

♦ Lançamento do Livro:Os 70 anos da ABMT

Haverá prova de Título de Especialistaem Medicina do trabalho, realizada pelaANAMT, com inscrição pelo sitewww.anamt.org.br. A realização dessaprova independe da particiapção no Con-gresso.

♦ Título de Especialista

ABMT 70 anos○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

O Nota Especial também está comemo-rando 40 anos de edição o Informativo e,para comemorar essa data, fizemos umaentrevista com nosso editor Dr. Daphnis

Leia nas páginas 9, 10,11 e 12.É uma entrevista emocionante, onde ele

conta parte de sua vida, que se confunde,por momentos com a própria história daMedicina do Trabalho!

♦ 21a Jornada de Atuali-zação do Médico do Tra-balho

♦ 1o Encontro de Residen-tes em Medicina do Tra-balho do Rio de Janeiro

ABMT/Immunità

Conforme publicamos na nossa última edição, este é um ano especial:concomitante com o Congresso teremos vários eventos.Veja toda progra-mação das páginas 5 a 8.

♦ Comemoração dos300 anos de falecimen-to de Ramazzini

♦ Cursos de ExtensãoSerão oferecido 20, mas só serão

realizados 8, de acordo com a adesão.Portanto, fique de olho para nãoperder a oportunidade!

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

2 NOTA ESPECIALANO XL N°1/14

Expediente

Boletim de Divulgação da Associação Brasileirade Medicina do Trabalho - ABMT

Av. Almirante Barroso, 63/301 - Centro - RJCEP: 20031-003 Fax: 0XX(21)

2240-8519 Tel: 0XX(21) 2240-8469E-mail: [email protected]

site: www.abmt.org.br

Coordenação Editorial Daphnis Ferreira Souto,

Eduardo L. Souto,Nadja de Sousa Ferreirae Armando J. M.Pimenta

Diretoria ExecutivaPresidente:

Nadja de Sousa FerreiraDiretor da Área Administrativa:

Eliane Monteiro RaposoAdjunto: Valéria Nascimento Brion

Diretor da Área Financeira:Ricardo Rodrigues da Cunha

Adjunto:Vera Lúcia Santos Nogueira PintoDiretor da Área Científica:Paulo Antonio de Paiva Rebelo

Adjunto: Carla de Matos Queiros SaavedraDiretor da Área de Relações Externas:

Luiz Carlos CarnevaliAdjunto: Mônica Machado M. Ferreira

Werneck

Órgãos DeliberativosConselho Superior

Silvia Regina Fernandes MatheusElisabeth Fialho Cantarelli

Jorge da Cunha Barbosa LeiteEduardo Leal Souto

Osmond Degow da RochaLaura Maria Campello Martins

Leocádia Sales da Cunha

Conselho Técnico - CientíficoAntonio Edson Alves Sampaio

Daphnis Ferreira SoutoArmando Jorge Marques Pimenta

Sergio Cruz CamposMarcia Jardim Simões

Adjunto:Antonio Mario de Almeida Russo

Conselho FiscalElizabeth Mota Schiavo

Laura M. de Povina CavalcantiLumena Tereza Gandra

Adjuntos:Gualter Nunes MaiaTommaso Di Martino

Andrea Morgado Coelho

Editoração: Fátima Bréa - Reg.Prof. 3264/RJImpressão: 3MARC Impressões Gráficas Ltda.Tiragem: 1.000 exemplares

Conversando com você

- As matérias assinadas são de inteiraresponsabilidade de seus autores.- Autorizada a reprodução, desde quecitada a fonte.

ABMT, como está no lema denosso congresso dos 70 anos,tem uma história de conquistasa celebrar. Parte destas conquis-ta se deve à tenacidade e deter-

minação de nossos antecessores, assimcomo um profundo sentido de ética e res-ponsabilidade com o bem comum e a pro-teção da saúde dos trabalhadores e a pro-teção do exercício profissional da medici-na do trabalho.

Este ano completou 50 anos do golpede 1964, que levou a profundas modifica-ções no país e teve reflexos também naABMT, que foram sentidos, não diretamen-te dirigidos à Associação, mas como me-didas gerais de restrição de atividades eações direcionadas as reuniõesassociativas de um modo geral e a mem-bros da Associação, que por sua condutahumanista e preocupação com a saúdedos trabalhadores eram vistos como soci-alistas e comunistas.

O novo governo promoveu violenta re-pressão e prisão e a tortura de pessoasligadas aos setores de esquerda e fortecontenção salarial o que torna o governocrescentemente impopular, fortalecendo aoposição na Imprensa e no Congresso.

Foram instaurados os Inquéritos Poli-ciais-Militares - IPM, que apuravam as ati-vidades suspeitas de serem subversivas(assim chamados àqueles que faziamoposição ao governo militar). Parlamenta-res de oposição tiveram seus mandatos edireitos políticos cassados e funcionáriospúblicos civis e militares foram demitidosou aposentados.

As reuniões foram proibidas e até pro-va em contrário, todos eram suspeitos etodos desconfiavam, pois qualquer denún-cia de que alguém era comunista, poderiapor em risco a segurança e a integridadefísica do acusado.

Foram momentos difíceis e de apreen-são com a proliferação dos "dedo-duros" aacusar de subversivos todos os que comsuas idéias e ideais, lutavam por melhorescondições de trabalho e de assistência aotrabalhador brasileiro.

Entre aqueles que foram "investigados",estava Dr. Daphnis, que foi detido e res-pondeu aos temidos inquéritos policial-militares - IPM, onde o ônus da prova nãocabia a quem acusava (que em geral seprotegia no anonimato), mas aquele quese defendia. Pesou sobre ele a acusaçãode subverter a ordem do país com idéias

estranhas. Felizmente, a verdade sobre-veio.

Neste clima, a ABMT que era compos-ta em sua essência por funcionários pú-blicos, que se reuniam nas dependênciasdo Ministério do Trabalho, foi impedida derealizar reuniões, tendo em vista que aotratar de assuntos ligados à saúde dos tra-balhadores, tinha alguns de seus mem-bros rotulados como possuidores de "idéi-as esquerdistas".

Mandou a prudência que a ABMT "hi-bernasse" até que a situação "melhoras-se", o que só ocorreu em 1967, com a elei-ção da nova diretoria, com a Dra. MarianaFranco como presidente. A posse da novadiretoria ocorreu no dia 29/04/1969.

Apesar deste período de "inatividade",os membros da ABMT se mantiveram ematividade, produzindo publicações técni-cas e quando possível, interferindo nasdecisões do Ministério do Trabalho e naelaboração das legislações de saúde, tra-balhista e previdenciária.

O Dr. Pedro Kassab, Presidente da As-sociação Médica Brasileira - AMB, procu-rou a Diretoria da ABMT com a propostade transferir a sede da Associação paraSão Paulo, fortalecendo a associação, quereestruturada, seria o departamento espe-cializado em Medicina do Trabalho, juntoà AMB.

Como na época não haviam as facili-dades de locomoção e comunicação quese tem atualmente, e a ABMT por seus tí-tulos de Utilidade Pública do Rio de Ja-neiro e respectivo estatuto, estava obriga-da a manter a sede no Rio de Janeiro, foisugerido que fosse criada uma Associa-ção para suprir o papel de entidade nacio-nal, ficando a ABMT com atuação no Riode Janeiro. Isto, no entanto, não invalida-ria a posição de dar todo o apoio da ABMTa qualquer outra iniciativa da AMB e a par-ticipar da nova associação, o que efetiva-mente, veio a acontecer.

Foi então criada em 26 de março de1968 a Associação Nacional de Medicinado Trabalho - ANAMT, cujo primeiro presi-dente foi o Dr. A. F. Cesarino Júnior, gran-de defensor da Medicina do trabalho, Dou-tor em Direito pela Universidade de SãoPaulo - USP e Médico, pela Escola Paulistade Medicina.

Foram indicados para tomar parte daprimeira diretoria, muitos membros daABMT e alguns de seus ex-presidentes ediretores, além do próprio Pedro Kassab.

Histórias da ABMT

AAAAA

Os anos iniciais do golpe militar de 64, a atuação da ABMT e afundação da ANAMT.

3NOTA ESPECIAL ANO XL N° 1/14

ABMT Artigo

A Associação Brasileira deMedicina do Trabalho enviou Parecer Técnico, em

resposta à consulta do Conselho Re-gional de Medicina do Rio de Janeiroatravés da Câmara Técnica de Medi-cina do Trabalho e Saúde do Traba-lhador, cujo conteúdo está transcrito aseguir:

Ao CREMERJ informamos queapós análise do conteúdo necessárioao preenchimento do formulário doPrograma do E-Social, identificamosa presença de informações pessoaisque envolvem os aspectos do sigilomédico, onde são informados tambémdados tributários e para planejamentogovernamental. Esses dados são in-seridos em rede onde muitos profissi-onais conhecerão todo o conteúdo. Osdados solicitados pelo E-Social possu-em os mesmos critérios adotados naemissão do formulário da PrevidênciaSocial - PPP - Perfil ProfissiográficoPrevidenciário e da TISS.

Os dados propostos nesse progra-ma já são contemplados pelas infor-mações contidas pela GFIP/SEFIP eformulários do Ministério do Trabalho,dados do Sistema Único de Saúde. Noentanto, as informações da Previdên-cia são encaminhadas à Perícia Mé-dica com documento lacrado via mé-dico à médico. Esses dados quando

forem disponibili-zados via sistema, osigilo médico será im-possível de ser man-tido pelo número depessoas que podemter acesso às infor-mações e cujos resul-tados tem alta proba-bilidade de trazer pro-blemas emocionaisaos trabalhadores, fa-

vorecerá ao assedio moral e não pode-mos prever outros destinos que podemreceber. A propagação de informações,via rede, é muito rápida e de forma la-mentável sem segurança, como temosvisto na mídia, onde o próprio governosofre invasões e quebras de sigilo. A ana-logia na divulgação para a implantaçãodo E-Social teve os mesmos passos doPPP. Houve análise do conteúdo envol-vido e a orientação das sociedades mé-dicas e dos Conselhos foram no sentidode que as informações a respeito dosempregados fossem encaminhadas emenvelope lacrado e enviado à Perícia Mé-dica ou que ficassem nas empresas noSetor Médico à disposição da perícia mé-dica.

As informações do E-Social não sãoexclusivas para a pericia médica, mastem veiculação em rede e podem facil-mente se tornarem públicas. Essas in-formações podem ser acessadas paraconsultas em diversas ocasiões, como nacontratação, podendo ser critério de res-trição ao contrato de pessoas com sus-ceptibilidades ou Histórico PatológicoPregresso desfavorável. O maiorquestionamento está relacionado ao for-necimento de diagnósticos e resultadosde avaliações individuais. Parte destasinformações já são contempladas na CAT- Comunicação de Acidentes de Traba-lho, que já vem sendo informada à Perí-cia Médica da Previdência Social.

O processo ainda está em discussão,tendo prazos prorrogados pela quinta veze ainda não há finalização do sistema

operacional de rede do programa E-Social.

A estratégia adotada tornou ocronograma dinâmico em função dadata de disponibilização do manual edo normativo, conforme publicação quejá sofreu prorrogação para 2015, semdata apontada.

Publicação do pacote de manuaisdo E-Social com Manual de Orienta-ção - l versão 1.2 (MOS), Controle dealterações e Manual de especificaçãotécnicas, tinha previsão para maio oujunho/2014, com o seguinte conteúdo:a) Publicação do manual 1.2 em maio

ou junho/2014.b) 6 meses após a publicação da ver-

são 1.2 do MOS - Disponibilizaçãodo ambiente de testes contendoEventos Iniciais e Eventos não pe-riódicos

c) 6 meses após da disponibilizaçãodo ambiente de testes -Obrigatoriedade para empresasgrandes e· médias (comfaturamento anual superior à R$3.600.000,00 no ano de 2014) .

Por exemplo, se for publicado o atonormativo em junho de 2014, as em-presas ficam obrigadas a operarem natotalidade em E-Social a partir de ju-nho de 2015.

Atenção: o corte adotado foi do li-mite superior de faturamento anual deR$ 3,6 milhões será obrigatório. Porenquanto, ficaram desobrigadas asempresas do SIMPLES, com data aser confirmada.

Sugerimos ao Conselho Regional deMedicina do Rio de Janeiro condutaque proteja as informações do traba-lhador quanto a sua condição de saúdee doenças, para que não sejamfornecidas informações que revelemdiagnósticos ou resultados de avalia-ções biométricas de empregados.

Sabemos que o E-Social ainda nãofoi implantado, mas as medidas de pro-teção ao sigilo médico devem seradotadas de forma preventiva.

E- Social e os atos em Medicina do Trabalho

Dra. Nadja de Sousa FerreiraPresidente da ABMT

4 NOTA ESPECIALANO XL N°1/14

ABMT Eventos

Conforme publicamos na nossa últi-ma edição, este é um ano especial:concomitante com o Congresso teremosa realização da:

♦ 21ª Jornada de Atualização doMédico do Trabalho ABMT/Immunità;

♦ o 1º Encontro de Residentes emMedicina do Trabalho do Rio deJaneiro;

♦ e a comemoração dos 300 anosde falecimento de Ramazzini.

Estamos finalizando a programaçãocientífica, que será desenvolvida no pe-ríodo de 11 a 14 de dezembro de 2014,no Centro de Convenções do ColégioBrasileiro de Cirurgiões.

Entre outros, contamos com o apoioda Associação Nacional de Medicina doTrabalho – ANAMT e suas Federadase da Academia Brasileira de Medicina

Local:

Centro de Convenções do Colé-gio Brasileiro de Cirurgiões –

CBCRua Visconde Silva, 52 - 3º

andar - Botafogo - Rio de Janei-ro / RJ - CEP: 22271-092

Prepare-seData: 11 a 14 de dezembro

de 2014

21ª Jornada de Atualização do Médico do Traba-lho ABMT/Immunitá

Atenção: As inscrições para os cur-sos pré-congresso e o Congresso terãopreços diferenciados, de acordo com adata!

Também teremos inscrições parapessoas jurídicas - que é uma forma depatrocínio. Veja os detalhes no site daABMT: www.abmt.org.br

Então, não deixe para última hora,que será mais caro, aproveite a oportu-nidade!

Inscrições

Público Alvo

Congresso Comemorativo dos 70 anos da ABMT

de Reabilitação – ABMR.Primeiro dia - será dedicado à re-

alização de Cursos Pré-Congresso.Segundo e terceiro dias - tere-

mos a programação do Congresso,com conferencias, palestras, mesas-re-dondas e sessões de temas livre e apre-sentação de pôsteres.

Quarto dia - haverá a prova de Tí-tulo de Especialista em Medicina doTrabalho, realizada pela ANAMT e aCerimônia de Encerramento com ascomemorações e homenagens.

Este congresso tem como objetivoa comemoração dos 70 anos da ABMT,300 anos do Ramazzini e 20 anos doPCMSO.

Tem ainda como objetivo, reunir osprofissionais da área da saúde, jurídi-ca, segurança do trabalho, meio ambi-ente, gestão, educação e planejamen-to para atualização profissional e rea-

lizar a prova de título. Conta ainda coma realização do 1º Encontro dos Resi-dentes em Medicina do Trabalho no Riode Janeiro e realiza também a 21ª Jor-nada de atualização do médico do tra-balho ABMT / Immunitá

O Público alvo para este evento sãotodos os Profissionais com atividadesrelacionadas à Segurança e Saúde doTrabalho, Jurídica, Meio Ambiente, Pla-nejamento e Gestão que atuam em prolda Saúde do Trabalhador.

5NOTA ESPECIAL ANO XL N° 1/14

ABMT Eventos

8:00 às 8:30 - Credenciamento8:30 às 12:30A – Auditório Décio Parreiras -

Curso 1*B – Sala 1 Thalita Tudor -

Curso 3*C – Sala 2 Daphnis Souto -

Curso 5*D – Sala 3 Mariana Franco -

Curso 7*

Dia 11/12 - Quinta-feira - Cursos Pré Congresso

8:00 às 8:30 - Credenciamento8:30 às 9:20A – Auditório Décio Parreiras Con-

ferência 3 – Saúde OcupacionalIntegral, Integrada e com aParticipação dos Trabalhadores - Dr. Eduardo Bahia SantiagoGerente de Saúde da Petrobras

9:20 às 10:00A – Auditório Décio Parreiras

Conferência 4 – TrabalhadoresAgrícolas em Plantações deCana de Açúcar – NovosDesafios na Vigilância Médica -Dra. Alice Nobre gerente deSaúde da BP para a AméricaLatina

10:00 às 10:30 - Café com bate-papo10:30 às 12:30A – Auditório Décio Parreiras

Mesa Redonda 8 – A Inclusão peloTrabalho da Pessoa com Deficiên-cia

B – Sala 1 Thalita TudorMesa Redonda 10 – Análise deRisco Ambiental

C – Sala 2 Daphnis SoutoMesa Redonda 12

D – Sala 3 Mariana Franco12:30 às 14:00 - Almoço14:00 às 16:30A – Auditório Décio Parreiras Mesa

Redonda 9 - Emergência Ampliada– Eu estive lá

B – Auditório Décio ParreirasMesa Redonda 11 - Sono e Fadiga

C – Sala 2 Daphnis Souto - 1º Encontrodos Médicos e Residentes emMedicina do Trabalho

D – Sala 3 Mariana FrancoMesa Redonda 14

12:30 às 14:00 - Almoço14:00 às 18:00A – Auditório Décio Parreiras

Curso 2*B – Sala 1 Thalita Tudor

Curso 4*C – Sala 2 Daphnis Souto

Curso 6*D – Sala 3 Mariana Franco

Curso 8*

8:00 às 8:30 - CredenciamentoA – No Auditório Décio Parreiras,teremos 2 conferencias:8:30 às 9:201 - A Importância da ABMT para a

Medicina do Trabalho no BrasilDr. Daphnis Ferreira Souto -Presidente de Honra da ABMT

9:20 às 10:002 – Construindo o Futuro da Medicina

do trabalho - Dr. Zuher HandarPresidente da ANAMT

Dia 12/12 - Sexta-feira

10:00 às 10:30 - Café com bate-papo10:30 às 12:30A – Auditório Décio Parreiras

Mesa Redonda 1 – IntegraçãoMapa de Risco – PPRA –PCMSO

B – Sala 1 Thalita TudorMesa Redonda 2 - RiscoPsicossocial – O que é e comoavaliá-lo

C – Sala 2 Daphnis SoutoMesa Redonda 4 – Contratos de

Trabalho no Estrangeiro, traba-lhando no Brasil

D – Sala 3 Mariana FrancoMesa Redonda 6 – Avaliação daAptidão para o Trabalho Off-Shore

12:30 às 14:00 - Almoço14:00 às 16:30A – Auditório Décio Parreiras - Semi-

nário ABMT/Immunitá - TeatroNovo; Doenças Infecto Contagi-osas Emergentes e Novos Ris-cos; Novidades em Vacinação

B –Sala 1 Thalita TudorMesa Redonda 3 - Uso indevidoe Abusivo de Substâncias

C – Sala 2 Daphnis SoutoMesa Redonda 5

D – Sala 3 Mariana FrancoMesa Redonda 7 – Responsabili-dade Técnica, Civil e Ética doMédico do Trabalho

16:30 às 17:00 - Café com bate-papo17:00 às 18:00A – Auditório Décio Parreiras =

Seminário ABMT/Immunitá –Atendimento Médico às Vítimasda Boite Kiss em Santa MariaRS - Dr. Claudio Azevedo

Dia 13/12 - Sábado

13:30 às 17:30 - Foyer 2º AndarProva de Título de Especialista daANAMT/AMB17:30 às 20:30A – Auditório Décio Parreiras

• Celebração dos 70 anos daABMT: Lançamento do Livrocomemorativo: Os 70 anos daABMT – Paulo Rebelo

• A Contribuição de Ramazzini– 300 anos - Dr. René Mendes

• Premiação e Reconhecimen-to Coquetel e Momento Cultural

Dia 14/12 - Domingo -Encerramento

16:30 às 17:00 - Café com bate-papo17:00 às 18:00A – Auditório Décio Parreiras

Conferência 5

Programação do Congresso Comemorativo dos 70 anos da ABMT

6 NOTA ESPECIALANO XL N°1/14

ABMT Eventos

1 – Responsabilidade Técnica eCivil do Médico do Trabalho

Público Alvo: Exclusivo para médicosObjetivo: Informar, atualizar os médi-cos do trabalho a respeito da legislaçãoe normas que regem o exercício pro-fissional e salientar as responsabilida-des e atribuições legais no exercício desua função.Programa Resumido: Legislação apli-cável; responsabilidade técnica e éticado gestor e do médico do trabalho; re-gistros legais pertinentes; comissão deética e defesa profissional.

2. Semiologia em Medicina do Tra-balho

Público Alvo: Exclusivo para médicosbjetivo: Reforçar a valorização do exa-me clínico e o uso de técnicas e instru-mental de semiologia na avaliação daaptidão para o trabalho.Programa Resumido: Avaliações deaparelhos, sistemas e funções orgâni-cas específicas que sejam de importân-cia para a Medicina do Trabalho; téc-nicas semiológicas, instrumental e ava-liações de apoio recomendados; inter-

pretação de resultados e necessidadede avaliação complementar por espe-cialista.

3. Avaliação e Abordagem da Saú-de Mental no Trabalho

Público Alvo: Exclusivo para médicosObjetivo: Reforçar o papel e a atua-ção do médico do trabalho na avalia-ção e abordagem das questões relacio-nadas à saúde mental nos ambientesde trabalho.Programa Resumido: Conceitos bá-sicos; O risco psicossocial no trabalhoe sua avaliação; Da doença mentalpara a saúde mental; O papel do médi-co do trabalho e do especialista; Atua-ção da equipe multidisciplinar e o papeldo gerente.

4. Toxicologia Ocupacional e Ava-liação Biológica do Trabalhador

Público Alvo: Exclusivo para médicosObjetivo: Informar sobre os Concei-tos básicos, a Legislação aplicável e ascondutas mais adequadas.Programa Resumido: Legislaçãoaplicável; Integração Mapa de Risco,

PPRA e PCMSO; O papel datoxicologia Ocupacional e sua relaçãocom a Higiene Ocupacional; O plane-jamento, a realização das avaliações desaúde e a interpretação dos resultadosda monitoração biológica ocupacional.

5. Avaliação de Risco ToxicológicoAmbiental

Público Alvo: Todos os profissionaisObjetivo: Informar sobre os Concei-tos básicos, a Legislação aplicável e ascondutas mais adequadas.Programa Resumido: Legislação apli-cável; Avaliação de risco; Atuação daToxicologia Ambiental e sua relaçãocom a Toxicologia Ocupacional; A atua-ção da equipe multidisciplinar; Atuaçãona prevenção e nas emergências.

6. Avaliação ortopédica dos mem-bros inferiores e coluna vertebral

Público Alvo: Curso exclusivo paramédicosObjetivo: Conhecer a funcionalidadee biomecânica do membros inferiorese coluna vertebral para correlação comas atividades laborais.

Serão selecionados 8 cursos, conforme a adesão.Alguns dos cursos, em função de seu conteúdo, terão clientela exclusiva

de médicos, não sendo aceitas inscrições de profissionais de outras categori-as.

Como existe limitação no número de salas e diversidade no número deassentos por salas, a grade de cursos abaixo apresentada é apenas uma pro-posta e será ajustada em função da demanda e da disponibilidade real doespaço físico do Centro de Convenções, um mês antes do inicio do Congres-so (em 10/11/2014). Somente serão realizados os cursos com maior númerode solicitações de inscrições, e o número de real de vagas estará condiciona-do à capacidade das salas. Caso o número de solicitações seja superior à

Cursos de Extensão - dia 11/12

capacidade da sala, terão preferência de confirmação de inscrição, os primeiros inscritos. Havendo vagas remanescentes, serão oferecidas por intermédico do site, a partir de 10/11/2014 e terão preferênciaaqueles que se manifestarem, no período de 10 a 14/11/2014, seguindo a ordem de inscrição inicial. Assim, a inscrição será feitas em duas etapas, a saber: 1) solicitação de vagas nos cursos oferecidos (até 09/11/2014) e2) confirmação e efetivação nos cursos que serão com confirmação de realização no Congresso. Portanto, a realização docurso, a divulgação do programa detalhado e a garantia de vaga somente estarão asseguradas a partir da confirmação dainscrição pela Comissão Organizadora e divulgação da relação dos inscritos, por curso, no site do Congresso.

7NOTA ESPECIAL ANO XL N° 1/14

ABMT Eventos

Programa Resumido: Os principaistestes para identificação das funçõesnecessárias aos trabalhadores e as al-terações compatíveis com algumas ta-refas de processos produtivos. Revisãoda semiologia ortopédica voltada paramedicina ocupacional e discussão sobrenexo laboral. O uso de recursos auxilia-res de diagnóstico e tratamento. O pa-pel do especialista e sua interface como médico do trabalho. A reabilitação e areadaptação profissional com casos prá-ticos.

7. Atualização da LegislaçãoPrevidenciária

Público Alvo: Todos os profissionaisObjetivo: Informar aos profissionaisdas empresas, as mudanças recentes nalegislação previdenciária.Programa Resumido: Informarsobre as mudanças recentes na le-gislação previdenciária e as neces-sidades de adequação, inclusiveaquelas decorrentes da implantaçãodo FAP, NTEP, E-Social e conces-são de benefícios previdenciários.

8. Inclusão ao trabalho da Pes-soa com Deficiência Habilitadoe Reabilitado

Público Alvo: Todos os profissio-naisObjetivo: Informar sobre os Con-ceitos básicos, a Legislação aplicá-vel e as condutas mais adequadas.Programa Resumido: Legislaçãoaplicável; Atuação da equipe

condutas mais adequadas na coleta,armazenamento, e destinação final.Programa Resumido: Legislaçãoaplicável; Atuação da equipemultidisciplinar; A classificação dosresíduos; A avaliação de risco; Os pro-cedimentos básicos e as medidas deprevenção e controle na identificação,coleta, segregação, armazenamento,e destinação final. Plano de contingên-cia.

11. Ginástica Laboral – Indicaçãoe Benefícios

Público Alvo: Todos os profissionaisObjetivo: Informar sobre os concei-tos básicos, características principaise respectivos benefícios.Programa Resumido: Benefícios eresultados pretendidos com a implan-tação da Ginástica laboral. Planeja-mento, implantação, acompanhamen-to e avaliação de resultados.

12. Gestão do Trabalho da Mulher

Público Alvo: Todos os profissionaisObjetivo: Informar sobre a Legisla-ção aplicável, a avaliação de risco paraa mãe e o concepto e as condutas maisadequadas.

multidisciplinar; o planejamento e a re-alização das avaliações de saúde e deteste de campo para a atividade; A In-clusão no trabalho e o acompanhamentodo empregado com deficiência; reabi-litação profissional; orientações básicasde como se relacionar com as pessoascom deficiência.

9. Segurança na Produção e Distri-buição de Alimentos para os Tra-balhadores

Público Alvo: Todos os profissionaisObjetivo: Informar sobre os Concei-tos básicos, a Legislação aplicável e asmedidas de controle.Programa Resumido: Legislação apli-cável; Atuação da equipemultidisciplinar no planejamento, prepa-ração e distribuição da alimentação aostrabalhadores; O planejamento e a re-alização das inspeções sanitárias dosambientes e equipes de trabalho; e ainvestigação de doenças transmitidaspor alimentos.

10. Gestão de Resíduos Industri-ais e de Saúde

Público Alvo: Todos os profissionaisObjetivo: Informar sobre os Concei-tos básicos, a Legislação aplicável e as

Cursos de Extensão - dia 11/12

8 NOTA ESPECIALANO XL N°1/14

ABMT Eventos

Programa Resumido: Principais mu-danças orgânicas em decorrência dagestação. Avaliação de risco em riscoem função da atividade, do local e doperíodo de gestação. A proteção à tra-balhadora em idade fértil. A avaliaçãoda capacidade laboral e a necessidadede adequação do trabalho. A legislaçãoaplicável. O retorno ao trabalho e o pe-ríodo de amamentação.

13. Exame Médico Ocupacional paraFunções Off-Shore

Público Alvo: Exclusivo para médicosObjetivo: Informar sobre as peculiari-dades e demandas específicas da avali-ação médica do empregado Off-Shore.Programa Resumido: Conceitos bá-sicos; Legislação aplicável; Condutasmédicas na avaliação da aptidão para otrabalho; e preparo para situações deurgência e emergências de saúde.

14. Inspeção Sanitária em Ambien-tes Offshore

Público Alvo: Todos os profissionaisObjetivo: Conhecer as característicasprincipais dos ambientes de trabalho ehotelaria nas atividades Off-Shore, as-sim como a necessidade e itens de ava-liação nas inspeções sanitária eambiental das instalações.Programa Resumido: Legislação apli-cável; Medidas de prevenção e contro-le; Atuação da equipe multidisciplinar;O planejamento e a realização das ava-liações voluntárias e acompanhandoagentes de fiscalização.

15. Gestão de Segurança e Saúdeno Setor Elétrico

Público Alvo: Todos os profissionaisObjetivo: Abordar as questões de SMSno contexto das atividades do setor elé-trico.Programa Resumido: Legislação apli-cável; Avaliação de risco ocupacional;

Atuação da equipe multidisciplinar; As-pectos de gestão dos Programas de Pre-venção de Acidentes e PCMSO no se-tor elétrico. O planejamento e a realiza-ção das avaliações de segurança e desaúde; Preparação para situações deurgência e Emergência.

16. Ergonomia na Indústria daConstrução Civil

Público Alvo: Todos os profissionaisObjetivo: Abordar as questões deErgonomia no contexto das atividadesdo setor da Construção Civil.Programa Resumido: Avaliação de ris-co ocupacional; Atuação da equipemultidisciplinar; O planejamento, as ava-liações e a implantação de intervençõesergonômicas de concepção e correção.Aplicação da NR-17 para o setor daconstrução civil.

17. Trabalho em Altura e EspaçoConfinado

Público Alvo: Todos os profissionaisObjetivo: Informar sobre os riscos, asdemanda especificas, as medidas deavaliação durante os examesocupacionais e antecedendo as rotinasde trabalho.Programa Resumido: Conceitos bá-sicos. Legislação aplicável. Atuação daequipe multidisciplinar; As medidas deprevenção e controle. O planejamentoe a realização das avaliações de saúdee de teste de campo para a atividade.Aplicação das NR-33 e NR-35 sob ospontos de vista de segurança e saúde.

18. Avaliação Médica Respiratóriae Espirometria

Público Alvo: Exclusivo para médicosObjetivo: Conhecer a frequência, a evo-lução e as incapacidades decorrentesdas doenças respiratórias, as medidasde avaliação ocupacional e a necessi-dade de apoio de especialistas.

Programa Resumido: Os principaisdistúrbios respiratórios que acometemos trabalhadores, sua evolução e suasconsequências. Caracterização de do-enças respiratórias ocupacionais. O usode recursos auxiliares de diagnóstico etratamento. O papel do especialista esua interface com o médico do traba-lho. Discussão sobre a função e utilida-de do peak flow. A interpretação dosresultados da espirometria e sua indi-cação em medicina do trabalho.

19. Ergonomia em Setores Adminis-trativos e Tecnologia da Informação

Público Alvo: Todos os profissionaisObjetivo: Abordar as questões deErgonomia no contexto das atividadesadministrativas e de TI. Aplicação daNR-17 para setores administrativos ede tecnologia da informação e avalia-ção ergonômica do posto de trabalho.Programa Resumido: Avaliação de ris-co ocupacional; Atuação da equipemultidisciplinar; O planejamento, as ava-liações e a implantação de intervençõesergonômicas de concepção e correção.Aplicação da NR-17.

20. Envelhecimento e suas Reper-cussões na Aptidão para o Traba-lho

Público Alvo: Exclusivo para médicosObjetivo: Capacitar os médicos do tra-balho na abordagem dos empregadoscom mais de 50 anos nos seus atendi-mentos de saúde.Programa Resumido: Contextualização do tema; Envelheci-mento normal x patológico;Comorbidades e Iatrogenias;Polifarmácia e metabolismo de drogasnos idosos; Conceito de Avaliação Ge-riátrica Ampla (AGA). Comprometi-mento cognitivo leve. Avaliação da ca-pacidade para o trabalho (ferramentas/aplicação / interpretação de resultados).Vacinação do idoso.

Cursos de Extensão - dia 11/12

9NOTA ESPECIAL ANO XL N° 1/14

ABMT Entrevista

Dr. DAPHNIS - Nota Especial: Uma história de dedicação e respeito

unto com as celebrações de 70 anosda ABMT, os 300 anos de Ramazzini - opai da Medicina do Trabalho, os 20 anos

da publicação da NR 7, também estácomemorando 40 anos o nosso NOTA

ESPECIAL!Por isso fizemos uma entrevista com

o Dr. Daphnis. Vamos contar pra vocêsum pouco de como começou essa

história; um pouco dessa pessoa queteve tanta insistência e persistência emconseguir seus objetivos, que não se

abalou diante de obstáculos; que com-partilha (até hoje) seus conhecimentosde maneira generosa, tudo em prol daMedicina do Trabalho e em defesa do

trabalhador!Era início do século passado, o Dr.

Antonio Pinto do Areal Souto, cearense,advogado, formado pela faculdade de

Recife, foi para o Acre, pois foi contratadopor uma empresa inglesa para defenderuma causa. Chegando lá, o Dr. Antoniose apaixonou pela terra e por uma linda

mulher, filha de família de seringueiro - D.Cerina Ferreira Souto.

O casal teve 4 filhos, 2 homens e 2mulheres, e o mais velho dos homens, é

o Dr. Daphnis. Nascido em 1923, emSena Madureira, capital do Departamentodo Alto Purus do Território do Acre, hojemunicípio do estado do Acre. A cidade

chegou a ser um centro muito importantepoliticamente, além de ter uma intensa

vida social. Era a época do ciclo daborracha e a cidade recebia muitos

imigrantes, principalmente nordestinos elibaneses.

A mãe, D Cerina, queria colocar onome do menino de Antonio, mas o pai -admirador de mitologia grega, deu nomeao filho de (1) Daphnis (semideus, filho

de Hermes com uma ninfa). O irmão,mais novo, que também se formou emMedicina, ficou com o nome de Antonio.A irmã Chloé(1), a mais velha - casou

jovem, e Chloris (1), amais nova, formou-se em

economia - exerceuimportante função no

Banco Central, ambastambém com nomes

mitológicos.O menino Daphnis, atéa idade de 9 anos,

aprendeu a ler e escrevercom seus pais. Orientadopelo pai, Daphnis tomougosto pela leitura, adqui-rindo uma boa base de

conhecimentos. Foi então enviado paraManaus, para o internato de um colégio

católico (Colégio Dom Bosco) paraformalizar os estudos e fazer o teste deadmissão ao ginásio e foi aprovado. O

tempo ia passando e ele não se acostu-mava com o regime de internato, então oDr. Areal pediu a avó, D. Chiquinha e o

tio Durval para tomar conta dele emManaus..

A família continuava no Acre, o pai,conhecido como Dr. Areal, era magistra-do e jurisconsulto, muito culto, gostavade poesias e, muito querido pela popu-lação, assíduo leitor de Chernoviz(2),pois em Sena Madureira nem sempre

dispunha de médico. Entre uma consultae outra, orientava as pessoas sobre

medicamentos que eram manipuladospelo farmacêutico Bráulio. Havia um

bom relacionamento com as tribos deíndios, chegou a construiu uma cabana

no quintal de casa para hospedar osíndios quando viessem para a cidade, lá

das bandas do rio Caeté.O menino, já então adolescente, se

rebelou no internato, porque cultuava aliberdade! Ele gostava de História,

Português e Ciências, era bom aluno,nunca tinha repetido ano, mas estavadifícil o convívio na escola! Veio entãotoda a família; pois a avó e o tio não

conseguiram dar jeito no menino, muitolevado!. Vieram, então, a mãe e os

irmãos para Manaus. O pai continuou emSena Madureira, pois ele adorava aquele

lugar! E assim, indo e voltando deManaus para o Acre, o menino conse-guiu concluir o ginásio, muito bem!.

NE - Dr. Daphnis como o senhor en-trou na Medicina do Trabalho?

Fui para Belém do Pará a procura deuma escola para poder satisfazer minhavocação de ser Médico. Entrei na Faculda-de e particularmente sempre me interes-sei em participar na parte prática do cur-

so. No segundo ano, em 1944, já estavaestagiando no laboratório da Sta. Casa.Foi nesta ocasião, em plena SegundaGuerra Mundial que o laboratório passoua prestar serviço a um Exército de quempouco se ouve falar, o Exército da Borra-cha. Ele foi formado por trabalhadoresarregimentados no Brasil inteiro, inclusi-ve do Rio Grande do Sul, mas a maior par-te veio do Nordeste, de onde veio o seucomandante Plácido de Castro. Esses tra-balhadores eram então mandados aos se-ringais da Amazônia para produzir borra-cha, material fundamental às Forças Alia-das que estavam na Guerra. Os japone-ses já haviam se apossado de todos osgrandes seringais lá do Oriente, então oúnico local que as Forças Aliadas podiamobter a borracha era na Amazônia. Foramcerca de 50 mil homens, enquanto a FEB- Força Expedicionária Brasileira tinha 23mil. Foi aí o meu primeiro contato com aMedicina do Trabalho, eu ajudava a fazeros exames de laboratório destes trabalha-dores e também auxiliava no exame mé-dico, que em sua essência nada mais erado que o exame admissional que hoje sepratica na Medicina do Trabalho. A finali-dade era não só avaliar o homem, mastambém evitar que determinadasendemias típicas de outros locais tives-sem ingresso na Amazônia, como porexemplo doença de Chagas e aesquistossomose. Daí aumentou o meuentusiasmo pela Medicina do Trabalhoporque era uma coisa diferente, era umdesafio manter a saúde daqueles traba-lhadores, inclusive no campo da preven-ção.

Assim que a guerra acabou, o jovemDaphnis pôde realizar um sonho.

Aventurou-se, num navio, para o Rio deJaneiro. Saiu de Belém no 3º ano econcluiu seu curso, na Faculdade

Nacional de Medicina - UniversidadeBrasil, que ficava na Praia Vermelha. Em1947 se formou. Nesta época se apaixo-nou por uma linda jovem - Vera M Leal,uma Normalista, de família tradicional,

com quem está casado há 62 anos!

NE - Porque o senhor foi para o Rioconcluir seu curso?

Quando terminou a Guerra dei adeusa Belém do Pará e vim para o Rio de Ja-neiro, era um sonho que se concretizava,objetivo de todo nortista. Ajudou nessamudança uma condição inusitada. Está-vamos em plena ditadura Vargas, e era

J

10 NOTA ESPECIALANO XL N°1/14

ABMT Entrevista

governador do Pará o Coronel MagalhãesBarata, um homem muito duro nas suasatitudes e nós estudantes, como é natu-ral, fazíamos oposição aos seus métodos.Fiz tudo o que um estudante cheio de en-tusiasmo faz quando se mete a defendera democracia e princípios humanitários.Com isso selei a minha sorte. Uma pes-soa amiga e influente me informou queera melhor eu tratar de dar o fora, porque ohomem estava zangadíssimo comigo epretendia me dar uma lição (dá uma surrae beber meio litro de óleo de rícino!). Eu emais dois colegas viajamos como clan-destinos no navio - Pedro I do Lóide - coma recomendação que somente nos apre-sentássemos ao comandante depois queestivéssemos em alto mar e foi o que fize-mos. Saltei no Rio de Janeiro para mecandidatar a uma vaga na Faculdade Na-cional de Medicina. Eram cerca de 100candidatos para um total de oito vagas.Além do julgamento curricular ainda fize-ram prova de capacitação. Foi como seestivesse fazendo um segundo vestibular.Passei e entrei. Foi uma grande vitória pro-fissional. Naturalmente enfrentei algumasdificuldades de adaptação com os cole-gas de turma. Os meus primeiros estági-os no Rio de Janeiro foram em ClínicaMédica na Santa Casa de Misericórdia ena Maternidade Escola. Mas aprendi quenão dá certo misturar estudo da medicinacom militância política.

E agora?! Terminou o curso, mas nãoconseguia oportunidade de trabalho;

para se sustentar fazia propaganda deremédios para médicos, escrevia para as

pessoas que não sabia ler e escrever.Não conseguia emprego e ele queria

casar, mas a moça também não podiacasar, só quando terminasse o curso deNormalista, naquela época era assim! Eele tinha que trabalhar!. Foi, então, que ojovem médico, recém formado, decidiumais uma vez se aventurar, foi trabalhar

no interior de S. Paulo, em busca deoportunidades

NE - Quando foi seu contato, no Rio deJaneiro, com a Medicina do Trabalho?

Pouco antes de me formar, por volta de

1946, esteve aqui no Brasil o renomadoMédico do Trabalho francês, professorCamille Somonin (1891-1961). Ele reali-zou uma série de conferências sobre Me-dicina do Trabalho. Assisti a todas e meinteressei cada vez mais pela área. Masjá naquela época a vida para o médicoprincipiante era muito difícil e dura, princi-palmente no Rio de Janeiro. Principalmen-te para Medicina do Trabalho, que era fe-chada dentro do Ministério do Trabalho.Era um feudo de uns poucos médicos ealguns engenheiros - os fiscais do traba-lho.

Indicado pelo Prof. Nery Machado cé-lebre cirurgião itinerante fui para a cidadede Mococa - interior de São Paulo. Fui tra-balhar no Centro Médico da Estrada deFerro Mogiana. Ajudei a planejar e admi-nistrar a Casa de Saúde de Mococa, quetinha cerca de 40 leitos. Logo que ficoupronta fui morar no próprio hospital.

Foi quando aliado às atividades típi-cas de um médico do interior comecei apraticar a medicina do trabalho. Cuidavada saúde dos trabalhadores de duas in-dústrias: uma de laticínios que tambémfazia doce em pasta, creme de leite, man-teiga, uma porção de outros derivados. Aoutra era de implementos agrícolas. Co-mecei a dar assistência também a outrosoperários e trabalhadores rurais, procu-rando melhorar seu modo de vida, aju-dando-os a fazer saneamento básico, ori-entando trabalhos de mutirão, procuran-do levar energia elétrica para suas ca-sas, etc. Toda a situação por mim enfren-tada me fez entender que apesar de eu tersaído da Faculdade Nacional de Medici-na, minha formação nos problemas bási-cos de saúde estava incompleta, faltavatoda a parte de saúde coletiva que as fa-culdades não se esmeravam em ensinar.Resolvi fazer um curso de Saúde Públicaque era ministrado no Departamento Na-cional de Saúde, e que se transformouposteriormente na Escola Nacional deSaúde Pública (Fiocruz - Manguinhos).Depois voltei para o interior de São Paulo,mas aí o lugar já era pequeno para o quedesejava. Não era o ambiente que eu pre-cisava para poder me desenvolver na novaatividade para a qual estava me prepa-rando que era a Medicina do Trabalho.

Em 1952, Daphnis voltou para o Riopara cuidar do pai, que tinha adquirido,

em uma de suas viagens pelo Rio Purúsa febre negra de Lábrea(3). Voltou paracuidar dele e ajudá-lo em sua recupera-ção. Nesta época a preocupação sobrea saúde dos trabalhadores tinha come-çado a aumentar no eixo São Paulo-

Rio.

NE - O senhor fez algum curso espe-cializado para Medicina do Trabalho?

Eu queria fazer um curso de Medicinado trabalho, mas não existia, só encontreiem um curso de Saúde Pública, para for-mação de Médicos Sanitaristas, e umadas cadeiras era a de Medicina do Traba-lho, cujo professor era o Dr. Bandeira deMello. Então, fui muito bem orientado paraser um bom sanitarista pelo professores,incluindo o Dr. Manoel Ferreira (4) - Maneco(médico sanitarista que participou da de-legação brasileira, na ONU, propondo acriação da OMS), ficou tão meu amigo quevirou meu padrinho de casamento!.

Fui designado para um trabalho com oSESP - Serviço Especial de Saúde Públi-ca destinado a desenvolver programasespeciais de saúde entre eles os de saú-de no trabalho. Era em um laboratório deHigiene Industrial e Medicina do Trabalho,iniciativa dentro do acordo que existia en-tre Brasil-Estados Unidos, em Niterói - es-tado do Rio.

NE - Em que consistia esse acordoBrasil X Estados Unidos?

Estava no inicio da chamada GuerraFria, entre Estados Unidos e União Sovié-tica. Havia uma grande necessidade porparte dos Estados Unidos de garantir quealgumas matérias-primas existentes naAmérica Latina não viessem faltar. Era ocaso do chumbo existente no Peru. Entãoos americanos montaram um laboratórioe um serviço naquele país para preservara mão-de-obra especializada que eles ti-nham na exploração desse metal, noaltiplano andino e fundamental para o de-senvolvimento do programa nuclear. Ou-tro minério que interessava tremendamen-te aos Estados Unidos era o cobre doChile, um material necessário entre ou-tras finalidades para o transporte de ener-gia elétrica à longas distâncias, sem per-das. Então foi feito um Programa de Higie-ne Industrial no Chile. No Brasil, o interes-se, era o cristal de rocha e mica para osradares e a comunicação espacial, o ferroo manganês bem como outros metaisnobres

Mas o Laboratório ainda não estavapronto, e, enquanto isso não acontecia,o Dr. Daphnis foi designado para traba-

lhar no Projeto do Centro de SaúdeSanta Rosa - Niterói, organizou todo o

Centro de Saúde, que hoje ainda existe.Niterói também precisava de um

hospital infantil, pois o que existia, naépoca, era o Hospital Jesus - na

Guanabara; trabalhou, então, na criaçãodo Hospital Infantil Getúlio Vargas Filho -

Dr. DAPHNIS - Nota Especial: Uma históriade dedicação e respeito

Continuação da página 9

11NOTA ESPECIAL ANO XL N° 1/14

ABMT Entrevista

o Getulinho, fundado em 1953, nobairro do Fonseca em Niterói.

NE - Poderia explicar melhor esseacordo?

Havia grande necessidade de desen-volver a Medicina e a Engenharia de Se-gurança do Trabalho no Brasil, pois o paísprosperava industrialmente e era do inte-resse do Governo e de seus aliados in-ternacionais que a mão-de-obra brasilei-ra fosse protegida e preservada. O Esta-do do Rio mostrou interesse em iniciaresse programa e surgiu daí o primeiroLaboratório de Higiene Industrial do país.Dentro do chamado Ponto IV, acordo as-sinado entre Brasil e Estados Unidos,estavam incluídos os programas do SESP,entre eles a Medicina do Trabalho. Tra-balhei neste Laboratório com os enge-nheiros americanos, Georg Taylor e Ma-rio Storlazi - químico, e os engeheirosquímicos brasileiros, Jose M.M. Taveira ePedro Godim, durante 2 anos.

Dentro deste programa ganhei umabolsa de estudos para a Universidade daCalifórnia, em Berkeley para qualificaçãoe capacitação em Medicina do Trabalho.Foi um momento muito especial em mi-nha vida, me dediquei de corpo e almaao estudo dentro daquela Universidadefazendo tudo para aprender o máximopossível para adaptação posterior a nos-sa realidade e transmiti-los aos meuscolegas que desejassem enveredar poressa especialidade.

NE - Que atividades importantes o se-nhor desenvolveu no Laboratório?

A de importância capital foi o levanta-mento "in-loco" de todas as indústrias doEstado do Rio e de seus problemas detrabalho. Também eram realizadas pes-quisas e estudos nos ambientes de tra-balho bem como planejamento de medi-das visando a correção de situações anô-malas encontradas nos mesmos. Essesestudos incluíam condições toxicológicasem ambientes de trabalho, pesquisas depoluição, condicionamento de equipa-

mentos, exames médicos e principal-mente levar esclarecimentos às empre-sas sobre como desenvolver novos ser-viços e técnicas especializadas. Foi nes-ta época que se desenvolveu todo o tra-balho na Usina Siderúrgica Nacional emVolta Redonda, e em, outras empresasno Estado do Rio procurando influenciaroutros Estados para que fizessem amesma coisa. Como exemplo, temos ostrabalhos realizados na Mina de Ouro emMorro Velho. Em São Paulo, na incipienteindústria automobilística. Nas empresasde ladrilhos e de revestimento. Na depapel e na Vale do Rio Doce.

O acordo com os Estados Unidos in-cluía a vinda para o Brasil de técnicosqualificados, então, tínhamos uma turmados dois países trabalhando juntos. Foiquando fizemos no Sul um grande inqué-rito sobre as minas de carvão em SantaCatarina, Paraná e Rio Grande do Sul.Descobrimos um novo mundo e possibi-lidades de transformação nestas coisastodas. Entrei em minas que tinham 80centímetros de altura, onde eu tinha queengatinhar para me locomover.

NE - Nesta época o senhor entrou naPetrobras?

Ainda estávamos desenvolvendo umtrabalho bastante abrangente na UsinaSiderúrgica Nacional em Volta Redonda,principalmente na área de fundição, umsetor com problemas sérios de poeira,gases e calor. Nesta mesma ocasiãoestava por lá um grupo de engenheirosda recém criada Petrobras, estava fazen-do um treinamento, na área de Seguran-ça do Trabalho. Eles viram nosso traba-lho e mostraram interesse em visitar olaboratório, trocamos experiências, infor-mações e fizemos intercâmbios com aPetrobras. Dentre esses engenheirosestava engº Barbosa Teixeira, que me in-dicou para trabalhar na consultoria Médi-ca da Petrobrás. Um belo dia recebi umtelefonema da PB - Prof. Arantes (Chefedo Pessoal), me consultando se eu po-dia assessorá-los na criação do Progra-ma de Medicina do Trabalho. Aceitei aincumbência, devidamente autorizadopelo SESP, pois eu tinha com essa orga-nização um contrato de tempo integral.Tempos depois assumi o cargo de Con-sultor Médico.

O Dr. Daphnis passou então adedicar a parte das tardes para a

Petrobras. Ficou muito empolgado,acabou deixando o SESP para se

dedicar totalmente ao novo trabalho,pois seria um grande desafio. Lá,

idealizou, planejou e organizou todosos serviços médicos; e toda parte de

Assistência da Petrobras - AMS,inclusive a Fundação Petrobras de

Seguridade Social, para suplementaçãodas aposentadorias - PETROS. Todo oprocesso de atendimento médico dostrabalhadores. Introduziu uma porçãode novidades: vale-refeição, regime de

livre escolha, programa decredenciamento de hospitais, pronto-

socorro e criou um serviço próprio queera dirigido para a Medicina do Trabalhopromovendo a interação do funcionáriocom seu trabalho com a efetiva prote-

ção de sua saúde através de umsistema de avaliação do desempenho

nas diferentes funções. Permaneceu nachefia das atividades médicas daPetrobras por 25 anos quando se

aposentou.O Dr.Daphnis tinha muita preocu-

pação com a formação dos médicos,passou então a proferir palestras,

conferências, escrever artigos - quedistribuía gratuitamente para os colegas

e estudantes; queria compartilhar seuconhecimento.

NE - Como o senhor atuou na educa-ção de novos profissionais?

O grande problema da Medicina doTrabalho ainda é a formação e qualifica-ção profissional. Quando ela ganhou for-ça, nós, que já trabalhávamos na áreadesde os anos 50, criamos um ambientepropício para o seu desenvolvimento na-tural como uma especialidade. Inespe-radamente saiu a lei obrigando todas asempresas a ter Medicina e Segurança doTrabalho. Era necessário formar estepessoal e a Fundacentro ficou encarre-gada de fazer isso, mas logo percebeuque não tinha condições de administrarsozinha estes cursos, e o caminho peloqual ela enveredou foi de preparar médi-cos e engenheiros através de contratoscom universidades. Nessa ocasião acon-teceu um outro fenômeno paralelo, osurgimento no país de inúmeras facul-dades de Medicina e de Engenharia. Acorrupção entrou para esse terreno daeducação, favorecendo o aparecimentode escolas sem qualquer condição. En-tão, muitos jovens que saíram destas es-colas, não tendo o que fazer, pois o de-semprego dentro da área médica já eramuito acentuado foram fazer o curso deMedicina do Trabalho, sem ter maior ex-periência em medicina. As universidadesirresponsavelmente entregaram a coor-denação de muitos desses cursos a pes-soas que nada sabiam de medicina do

Dr. DAPHNIS - Nota Especial: Uma história dededicação e respeito

Continuação da página 10

12 NOTA ESPECIALANO XL N°1/14

ABMT Entrevista

trabalho e nem eram dos quadros dasuniversidades, apareceram muitos aven-tureiros nestes caminhos. Volta e meiame convidavam para fazer uma palestra,aproveitava estas ocasiões para mandarbrasa! Por isso fiquei com fama de radi-cal.

As empresas têm que ser rigorosasna seleção de seus médicos e avaliá-lospermanentemente, visando evitar proble-mas futuros.

NE - Cite 6 iniciativas, de sua parte,mais importantes dentro da Medicina ?

1 - Hospital Infantil Getulinho, emNiterói. 2 - Organização da Atividade deMedicina do Trabalho na Petrobras. 3-Estudos de Condições Ambientais, na Mi-neração e Extração de Alumínio (Alcoa). 4- Estudos na Siderúrgica Nacional - CSN,Volta Redonda. 4 - Estudos na Siderúrgi-ca de Tubarão - CST, Espírito Santo. 6-Estudos de poluição Atmosférica do Riode Janeiro.

NE - Como foi seu contato com aABMT?

Eu já sabia da existência de uma As-sociação de Medicina do Trabalho, visan-do melhorar a formação de jovens profis-sionais, a ABMT, na época, usava um es-paço do Ministério da Saúde, na Rua Ál-

varo Alvim, 21.Fiz minha inscrição em 1960. Conheci

a Dra. Talita, Dr. Barros Terra e alguns ou-tros. Passei a frequentar as sessões daABMT e me prontifiquei a ministrar pales-tras, cursos e participar de seminários econferências gratuitas, sobre temas deMedicina do Trabalho e Higiene nas in-dústrias. E pouco a pouco, apesar de mi-nhas inúmeras ocupações, fui me envol-vendo com a administração da ABMT, semocupar nenhum cargo na diretoria, nemreceber qualquer tipo de remuneração.

NE - E como surgiu o Nota Especial?Eu já escrevia bastante, contava mi-

nhas experiências, pedia para os amigosrelatarem as deles, relatava práticas no-vas que poderiam ser compartilhadas.Contava com a ajuda das secretarias quedatilografavam, mimeografavam tudo eenviavam cópias para os médicos, estu-dantes, era como se fosse um informati-vo. Quando não escrevia, os amigos sen-tiam falta! Não tinha nenhum interesse, anão ser o de disseminar o conhecimento.Era preciso mudar os processos e intro-duzir novas metodologias.

Na Petrobras, ministrava cursos, visan-do à promoção da saúde de todas as pes-soas integrantes do Sistema Petrobras.Também me preocupava o desenvolvi-mento da equipe médica. Nesse sentidotoda a semana, emitia uma apostila so-bre questões médicas. Você imagina, vin-te e tantos anos, toda semana emitindouma apostila. Assinei revistasespecializadas e formei uma bibliotecapara consulta e estudo

Tudo começou num encontro com umamigo que tinha conhecido em São Paulo- Carlos Henrique Cardim (hoje, ilustre

(1) Daphnis e Chloé é um dos mais antigos e conhecidos romances pastorais (amor bucólico) cuja autoria é atribuída a Longus,escritor grego. E também foi tema musical de Ravel, para um balé russo. O texto foi escrito por volta do ano 200.(1) Chloris - deusa da primavera

(2) O doutor Pedro Luiz Napoleão Chernoviz, nome abrasileirado de Piotr Czerniewicz, nasceu na Polônia (Lukov), em 1812. foiaceito na Academia Imperial de Medicina, Chernoviz dedicou-se à idéia de produzir manuais em língua portuguesa, que tivessemexplicações sobre o conjunto posológico e indicações de procedimentos básicos, que pudessem orientar leigos e acadêmicos nosatendimentos diários e nos primeiros diagnósticos.

(3) febre negra de Lábrea,Doença própria da região amazônica, apareceu há 30 anos, no vilarejo de Lábrea, no Estado do Amazonas, deixando em questãode dias, dúzias de mortos e um mistério que dura até o dia de hoje. A febre negra de Lábrea foi uma mortífera conjunção do vírusda hepatite D em portadores crônicos da hepatite B

(4) A proposta de criação da OMS foi de autoria dos delegados do Brasil, na ONU - Organização das Nações Unidas, quepropuseram o estabelecimento de um "organismo internacional de saúde pública de alcance mundial". Desde então, Brasil e aOMS desenvolvem intensa cooperação. Foi fundada em 7 de abril de 1948. O Dr. Marcolino Gomes Candau - médico brasileiro, foipresidente da OMS, durante 20 anos.

diplomata - embaixador), que estava noRio para se preparar para uma prova noInstituto Rio Branco, Este amigo, me su-geriu: " - Daphnis você já faz esses artigoshá anos, porque não lhe dá a forma de uminformativo?" Gostei da idéia e batizamoso informativo de NOTA ESPECIAL! E aí ini-ciou-se uma história de muitos anos embenefício da Medicina do Trabalho!

No princípio o Informativo NOTAESPECIAL não tinha uma frequência.

Conseguimos um exemplar do Informati-vo nº 2 do ano 1976, nos arquivos

pessoais do Dr. Daphnis. O primeironúmero, ele acredita, que tenha se

perdido, como se perderam inúmerosoutros que ele guardava na Petrobras!

Uma vez ele se ausentou em viagens deestudos de 3 meses, quando retornoufizeram uma limpeza nos arquivos e

sumiu muita coisa, inclusive os Informati-vos, publicados até aquela data!

Hoje o Dr. Daphnis tem uma famílialinda; escreveu vários livros e trabalhostécnicos, foi agraciado com medalhas ediplomas de reconhecimento e mérito.Homenagens na Petrobras, título de

personalidade do ano em S.Paulo, pelasua luta contra os acidentes do trabalho

e medalha de ouro do Ministério daSaúde pela melhoria das condições de

saúde do trabalhado,MedalhaTamandaré da Legião de Honra

da Marinha - Aposentado, se mantém na defesa dasaúde dos trabalhadores e no exercício

ético da Medicina do Trabalho.Há 40 anos ele continua escrevendo e

editando o NOTA ESPECIAL e é opresidente de honra da ABMT.!

Dr. DAPHNIS - Nota Especial: Uma história dededicação e respeito

Notas da redação

Continuação da página 11