Direito de Famlia

Noes de direito de famlia

J se disse que a famlia uma realidade sociolgica e constitui a base do Estado, ncleo fundamental em que repousa toda a organizao social. uma instituio necessria que mereceu, na CF/88, a mais ampla proteo do Estado.

Natureza Judicado Direito de Famlia

J foi dito que a famlia constitui o alicerce mais slido em que se assenta toda a organizao social, estando a merecer, por isso, proteo especial do Estado, como proclama o art. 226 da CF/88, que a ela se refere como base da sociedade.

Assim, o Estado visa proteg-la e fortalec-la, estabelecendo normas de ordem pblica, que no podem ser revogadas pela vontade das partes e determinando a participao do MP nos litgios que envolvem relaes familiares.

Com efeito, no tm o casal o poder de estabelecer o contedo do casamento (por exemplo, modificar os deveres conjugais); ou sujeitar a termo ou condio o reconhecimento do filho; ou alterar o contedo do ptrio poder.

Natureza Judicado Direito de Famlia

Apenas excepcionalmente, em matria de regime de bens, o CC deixa margem autonomia da vontade.

Assim, predominam no direito de famlia as normas de ordem pblica, impondo antes deveres do que direitos. Essa constatao tem conduzido alguns doutrinadores a retirar do direito privado o direito de famlia e inclu-lo no direito pblico. Todavia, a ntima ligao com o direito pblico no retira seu carter privado, no envolvendo uma relao entre Estado e cidados. As relaes adstringem-se s pessoas fsicas, sem obrigar o ente pblico.

FAMLIA E CASAMENTOA CF, alterando o conceito de famlia, imps novos modelos.

Embora a famlia continue a ser base da sociedade e a desfrutar de especial proteo do Estado, no mais se origina apenas do casamento, uma vez que, a seu lado, duas novas entidades familiares passaram a ser reconhecidas: a constituda pela unio estvel (art. 226, 3, CF) e a formada por qualquer dos pais e seus descendentes ( 4).

Na verdade, j se fala em uma terceira concepo de famlia, a chamada famlia socio-afetiva.

O CC/1916 e as leis posteriores, vigentes no sculo passado, regulavam a famlia constituda unicamente pelo casamento, de modelo patriarcal e hierarquizada, ao passo que o mederno enfoque pelo qual identificada tem indicado novos elementos que compem as relaes familiares, dastacando-se vnculos afetivos que norteiam a sua formao. Nessa linha, a famlia socioafetiva vem sendo priorizada em nossa doutrina e jurisprudncia.

FAMLIA E CASAMENTO

Assim, a doutrina vem paulatinamente ampliando o conceito de famlia para abranger situaes no mencionadas pela CF:

famlia matrinonial: decorrente do casamento famlia informal: decorrente da unio estvel famlia monoparental: constituda por um dos genitores

com seus filhos famlia anaparental: formada somente pelos filhos famlia homoafetiva: formada por pessoas do mesmo

sexo famlia eudemonista: caracterizada pelo vnculo afetivo

Conceito de Direito de Famlia

Para Maria Helena Diniz Direito de Famlia o complexo de normas que regulam a celebrao do casamento, sua validade e os efeitos que dele resultam, as relaes pessoais e econmicas da sociedade conjugal, a dissoluo desta, a unio estvel, as relaes entre pais e filhos, o vnculo de parentesco e os institutos complementares da tutela e curatela.

Objeto do Direito de Famlia

Para Carlos Roberto Gonalves, o objeto do direito de famlia o complexo de disposies, pessoais e patrinoniais, que se origina do entrelaamento das mltiplas relaes estabelecidas entre os componentes da entidade familiar.

Relaes pessoais, patrimoniais e assistenciais so, portanto, os trs setores em que o direito de famlia atua.

Diviso Diddica do contedodo Direito de Famlia

Maria Helena Diniz divide o contedo do Direito de Famlia em:1 - direito matrimonial: validade do casamento (capacidade matrimonial, impedimentos e causas suspensivas, a celebrao, prova, nulidade e anulabilidade), relaes pessoais entre os cnjuges e dissoluo do vnculo.2 - direito convivencial3 - direito parental: relaes de parentesco, filiao, adoo, poder familiar e alimentos.4 - direito assistencial: institutos de direito protetivo, guarda, tutela e curatela, e medidas especficas de proteo ao menor.

Carlos Roberto Gonalves afirma que o Direito de Famlia divide-se em 4 partes:1 direito pessoal (o casamento e as relaes de parentesco)2 direito patrimonial (o regime de bens entre os cnjuges; o usufruto e a administrao dos bens de filhos menores; os alimentos e o bem de famlia)3 unio estvel (direito convivencial)4 tutela e curatela

Princpios do Direito de FamliaA denominao dos princpios varia conforme o

doutrinador. Assim, vejamos a classificao apresentada por alguns doutrinadores:

Carlos Roberto Gonalves enumera os seguintes princpios do direito de famlia: Princpio do respeito dignidade da pessoa humana, Princpio da igualdade jurdica dos cnjuges e dos companheiros, Princpio da Igualdade jurdica de todos os filhos, Princpio da Paternidade Responsvel e Planejamento Familiar; Princpio da comunho da vida baseada na afeio, Princpio da liberdade de constituir uma comunho de vida familiar.

Princpios do Direito de Famlia

J Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald apresentam os seguintes princpios: Pluralidade das entidades familiares, Princpio da Igualdade entre Homem e mulher, possibilidade de mudana de nome pelo homem e pela mulher, Igualdade entre os filhos, Planejamento Familiar e Paternidade Responsvel, Facilitao da Dissoluo do Casamento.

Para Roberto Senise Lisboa temos os seguintes princpios constitucionais da famlia: Princpio da dignidade da pessoa humana, Princpio da Solidariedade, Princpio da busca da erradicao da pobreza, Princpio da igualdade entre homem e a mulher na constncia do casamento, Pluralidade das entidades familiares, Princpio da isonomia de tratamento aos filhos.

Princpios do Direito de Famlia

Para Flvio Tartuce: Princpio de proteo da dignidade da pessoa humana, Princpio da solidariedade familiar, Princpio da igualdade entre filhos, princpio da igualdade entre cnjuges e companheiros, princpio da igualdade na chefia familiar, Princpio da no-interveno ou da liberdade, Princpio do melhor interesse da criana, princpio da afetividade, princpio da funo social da famlia.

Para Pablo Stolze Gagliano: Princpio da dignidade da pessoa humana; da igualdade; da vedao ao retrocesso; da afetividade; da solidariedade familiar; proteo ao idoso; funo social; proteo da criaa e adolescente; convivncia familiar; interveno mnima do Estado; ''seria a monogamia um princpio?''

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