noções de direito

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Disciplina

Noes Bsicas do Direito

Aulas 1 a 20

SumrioAula 1 - Fontes do Direito Aula 2 - Heirarquia das Leis Aula 3 - Normas infra-constitucionais Aula 4 - Procedimento Legislativo Aula 5 - Repblica Federativa do Brasil Aula 6 - Sistemas e formas de governo Aula 7 - Poderes da Repblica Federativa do Brasil Aula 8 - Consumidor e fornecedor Aula 9 - Garantias constitucionais Aula 10 - Empregado e empregador Aula 11 - Contrato de trabalho Aula 12 - Empresa e empresrio Aula 13 - Ttulos de crdito Aula 14 - Contratos mercantis Aula 15 - Falncia Aula 16 - Cidadania Aula 17 - Licitao Aula 18 - Resciso de contrato de trabalho Aula 19 - Espcies de tributo Aula 20 - Direito ambiental 03 09 18 24 29 33 37 41 46 49 54 58 63 68 71 75 80 84 88 92

Aula 01 - Fontes do DireitoOl. Meu nome Andra, sou professora de Noes Bsicas de Direito. Estudaremos, no transcorrer do nosso curso, alguns temas jurdicos relacionados a vrios ramos do direito, que proporcionaro a voc uma viso panormica dos diversos campos em que se desdobra a conduta do ser humano, segundo as regras do Direito. Ramos do direito Direito Civil Direito Comercial Direito Tributrio Direito do Consumidor Direito Constitucional Direito Penal Direito Administrativo Portanto, pessoal, no percam nenhum captulo dessa deliciosa e interessante viagem ao mundo jurdico.

TempoEssa aula ter a durao de 2 horas

Conhea um caso verdico que ilustra como as leis interferem nas nossas vidas. Texto publicado pelo Jornal Gazeta Mercantil de So Paulo, em 05/02/1993, que foi retirado do Manual de Introduo de Estudo ao Direito (pg.222), de Rizzato Nunes. Leia o texto. Esse texto encontra-se tambm em Leituras.

Atividade 1 em aula1. Por qu morreu o paciente? 2. Por qu o hospital precisava de autorizao para fazer o transplante? 3. Voc concorda com a deciso do Juiz? Fundamente a sua resposta. 4. Comente a frase final do Juiz: Os Tribunais existem exatamente para modificar uma deciso do juiz, caso julguem que ele cometeu erro. Quanto a posio do hospital, ele observou que no se precisa de lei especial para salvar vidas.

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Registre suas respostas no Dirio de Bordo.

DesafioAs leis do conta de regulamentar todas as relaes do homem na sociedade?

Na sua vida profissional, independentemente da sua rea de atuao, voc estar envolvido em diferentes situaes, nas quais ser importante conhecer as leis que as regulamentam. importante lembrar, como vimos na aula inaugural, que o Direito a cincia das normas obrigatrias que disciplinam as relaes dos homens em sociedade. (Dicionrio Aurlio), e que para pautar as condutas e aes humanas existem algumas normas estabelecidas em nossa legislao, entre elas, algumas se originam das fontes do Direito. Vamos conhecer o que so

Fontes do Direito?

Os textos apresentados aproximaro voc dos termos especficos da rea do Direito. Leia com ateno.

Fontes do DireitoFonte onde brota a gua, onde vamos buscar a origem de algo. Fonte do Direito onde o Direito se origina. No Brasil, o ordenamento jurdico originariamente legalista, ou seja, sua fonte principal a legislao , mas....

em alguns casos, necessrio utilizar-se de outras fontes, para solucionar algumas situaes que no esto previstas na lei.

Legislao o conjunto das normas escritas emanadas do poder estatal. Legislao advm do vocbulo lei. Espcies de Normas Jurdicas Escritas . Constituio Federal . leis complementares . leis ordinrias . medidas provisrias . leis delegadas . decretos legislativos . resolues . decretos regulamentares, portarias, circulares AdministrativoNoes Bsicas de Direito 4

Entende-se por fontes do Direito o veio ( semelhana de veio d`gua) de onde o Direito surge. Fontes so os meios que servem de origem ao Direito, so as formas de manifestao do Direito., como ensina o autor Ricardo Teixeira Brancato.

As fontes do Direito so divididas em: primrias e secundrias

Fontes primrias - so as leis, as normas emanadas pelo poder estatal.Veja as fontes primrias que aparecem no texto no incio de nossa aula. Fontes primrias No caso em tela, o Juiz jamais poderia deixar de resolver a referida situao, alegando no ter lei especfica para a soluo do problema que se refere retirada e transplante de um dos rins do comerciante, j que, a legislao vigente, admite a utilizao de fontes secundrias. Ademais, essas fontes existem justamente para solucionar lacunas existentes em nossa legislao. Cumpre esclarecer ainda que o Magistrado, no tendo uma lei especfica para solucionar o caso em tela, deveria ter recorrido s fontes secundrias, mesmo que contrrias ao pedido realizado pelo advogado do comerciante.O que fazer quando no existe lei especfica para solucionar uma situao qualquer?

Fontes secundrias jurisprudncia, costumes, doutrina, analogia eprincpios gerais do Direito. As fontes secundrias poderemos facilmente visualizar, quando solucionarmos o problema no texto apresentado. Ento vejamos:

Vamos conhecer um pouco mais sobre as diferentes fontes secundrias?

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muito importante saber:Jurisprudncia o conjunto de decises do poder judicirio a respeito de um mesmo assunto. Nada impede que num caso isolado seja utilizado a mesma jurisprudncia. Todavia, necessrio esclarecer que os juzes no esto subordinados s decises dos tribunais superiores, devendo decidir, pautado em provas e argumentos do caso concreto. Jurisprudncia Entenda esta situao que ilustra um caso de jurisprudncia: Neste caso, apresentado como exemplo, o empregador ganha em 1 instncia o pedido de alterao da demisso imotivada do empregado, para demisso por justa causa. No recurso apresentado pelo empregado, o TRT decide, por unanimidade, que a demisso no pode ser alterada para justa causa, uma vez que o empregado no pertence mais ao quadro da empresa, deferindo, ainda, o pagamento ao recorrente dos crditos rescisrios, com a liberao do FGTS, pagamento de multa do pargrafo 8 do artigo 477 da CLT e liberao das guias de seguro-desemprego. Leia a deciso do TRT de 2003 : Demisso imotivada com posterior modificao para justa causa -impossibilidade material. A manifestao da vontade do empregador representada pela dispensa imotivada do empregado, com rompimento imediato, como no caso presente, torna materialmente impossvel a transmudao para justa causa, uma vez que o trabalhador no mais pertence ao quadro da empresa. (TRT 20 Regio; RO n 303 34-2002-014-20-00-1 Lagarto SE; ac. N 2153/03; Rel. Juza Rita de Cssia Pinheiro de Oliveira Lima; j. 23/9/2003;v.u). Costumes a prtica reiterada de atos, em uma dada regio, a respeito de um determinado assunto; poder ser alegada pelo profissional de direito para conduzir a deciso de um caso concreto.Trata-se , portanto, de uma norma no escrita, ou seja, surge da prtica reiterada de atos de uma determinada sociedade. Temos como exemplo o cheque pr-datado (texto_chequepredatado.doc). Esse texto encontra-se tambm em Leituras. Doutrina so os estudos elaborados pelos juristas a respeito do Direito. Trata-se de publicaes especializadas sobre os diversos ramos do Direito. Funcionam como uma fonte de pesquisa para o operador jurdico. Veja algumas doutrinas que podero enriquecer ainda mais o tema da aula. Doutrinas Ttulo: Manual de Introduo de Estudo ao Direito Autor: Luiz Antonio Rizzatto Nunes Editora: Saraiva ano 2002Noes Bsicas de Direito 6

Titulo: Introduo ao Estudo do Direito Autor: Trcio Sampaio Ferraz Junior Editora: Saraiva ano 2003 Obs: As doutrinas, acima citadas, tm como objetivo auxiliar o aluno, e so fonte de pesquisa relacionadas matria abordada. Analogia a palavra significa semelhana, nivelamento. Em resumo, analogia a adaptao de uma situao jurdica que j tenha sido objeto de deciso do Poder Judicirio, para a soluo de outra situao jurdica semelhante. Princpios gerais do Direito so exigncias do ideal de justia a ser concretizado na aplicao do Direito. (Instituies de Direito Privado e de Direito Pblico - Ricardo Teixeira Brancato). Como exemplo, temos o princpio da ampla defesa, de suma importncia no mundo Jurdico, pois, com base nesse princpio que ningum poder ser processado/condenado, sem ter o direito de se defender.

AtividadeAgora que j estudamos sobre as fontes do Direito, vamos fazer uma atividade que servir para resgatar os conceitos bsicos apreendidos nesta aula. Responda as questes e envie-as pelo Portflio. 1 - Quais so as fontes do Direito? 2 - Qual o significado da palavra legislao? 3 - Faa uma pesquisa sobre o significado da palavra jurisprudncia. 4 - Quais so as espcies de normas existentes em nossa legislao? 5 - Com referncia ao texto (texto_gazetamercantil.doc), se voc fosse administrador do hospital, qual deciso tomaria? Fundamente sua resposta.

FocoFontes do Direito, Legislao, Jurisprudncia, Costumes, Doutrina e Analogia

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Prxima aulaEm nossa prxima aula Vamos refletir mais um pouco sobre as leis e sua hierarquia, e, tambm, sobre as diferenas existentes entre uma e outra norma jurdica. Voc poder conferir como fcil e interessante a compreenso das normas jurdicas que regem o comportamento humano em todos os aspectos de nossas vidas.

At l!

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Aula 02 - Hierarquia das leisOl, hoje estudaremos os tipos de lei existentes e nossa Constituio Federal. Como j mencionado no nosso primeiro encontro, as normas jurdicas existentes em nossa legislao tm previso no artigo 59 da Constituio Federal. Artigo 59 da Constituio Federal SEAO VIII - DO PROCESSO LEGISLATIVO Subseo I - Disposio geral Art. 59. O processo legislativo compreende a elaborao de: I - emendas constitucionais; II - leis complementares; III- leis ordinrias; IV- leis delegadas; V - medidas provisrias; VI - decretos legislativos; VII- resolues. Pargrafo nico: A lei complementar dispor sobre a elaborao, redao, alterao e consolidao das leis. Tempo da aula - aproximadamente 100 minutos

DesafioVoc conhece o desdobramento dos diversos tipos de lei?

A hierarquia das leis compreendida em nosso ordenamento jurdico como uma pirmide. Constituio Federal Leis complementares, leis ordinrias; medidas provisrias, leis delegadas; decretos legislativos e resolues; decretos regulamentares; portarias e circulares. A Constituio Federal a nossa lei maior; ela que ir estabelecer qual a norma jurdica adequada para cada assunto, bem como ser realizada a aprovao de determinada lei.

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Todo ordenamento jurdico deve estar em conformidade com a Constituio Federal, ou seja, se alguma lei for aprovada pelo Congresso Nacional e no estiver de acordo com as normas da Constituio Federal, poder ser declarada inconstitucional, portanto, no produzir nenhum efeito. Dessa forma, tenho certeza, que voc j pde perceber que a Constituio Federal o ponto de partida de todo o ordenamento jurdico e de todas as demais normas, que esto abaixo da Constituio Federal, consideradas normas infraconstitucionais.

FocoConstituio Federal: ponto de partida para o ordenamento Jurdico.

Antes de iniciarmos a questo das normas infra-constitucionais, vamos saber um pouco mais sobre a Constituio Federal.

ATIVIDADE 1 em AULAFaa uma pesquisa do significado da palavra Constituio (responda no Dirio de bordo). E para enriquecer ainda mais o nosso estudo sobre a Constituio Federal, gostaria que voc soubesse um pouquinho da histria de todas as Constituies Federais existentes at hoje.Voc sabe quantas Constituies Federais o Brasil j teve?

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Histrico das Constituies BrasileirasEvoluo cronolgica

Ano1822 1824 1889 1891 1930 1934 1937 1945 1946 1964 1967 1969 1988

Marco histricoIndependncia do Brasil

Constituio1a. Constituio

Proclamao da Repblica 2a. Constituio Revoluo de 30 Estado Novo Redemocratizao Golpe de 64 6a. Constituio 7a. Constituio 8a. Constituio 3a. Constituio 4a. Constituio 5a. Constituio

Redemocratizao

Acompanhe o quadro da evoluo cronolgica que relaciona grandes marcos histricos e as Constituies do Brasil.

Aps ter visualizado o quadro da evoluo cronolgica, importante salientar que o Brasil, durante toda a sua histria, j teve oito constituies, quatro elaboradas de forma democrtica (1891, 1934, 1946, 1988) e as demais, impostas, ou seja, elaboradas de forma autoritria (1824, 1937, 1967, 1969). Voc percebeu que, sempre que acontecia uma mudana na estrutura do poder poltico na histria do Brasil, era elaborada uma nova constituio? Uma nova lei era editada para organizar e delimitar os poderes do Estado, de acordo com as novas mudanas. Vamos conhecer as principais caractersticas das oito constituies brasileiras.Acompanhe a evoluo das constituies brasileiras.

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1 CONSTITUIO FEDERAL BRASILEIRA - 1824O seu texto foi promulgado por Dom Pedro I. Ficou em vigor por 65 anos e permaneceu at a Proclamao da Repblica (1889). Foi a constituio de mais longa durao em toda a histria brasileira. Nessa poca, o Poder Executivo era chefiado pelo Imperador que tinha o auxlio dos Ministros de Estado. O Poder Legislativo, exercido pelo sistema bicameral, (duas casas-Cmara - dos Deputados e Senado). A Cmara era constituda por representantes eleitos pelo povo. O mandato era de quatro anos, enquanto o Senado era composto de membros vitalcios de escolha do Imperador (lista trplice). O Poder Legislativo tinha a funo de guarda da Constituio, bem como de interpretador das leis. Mister se faz esclarecer que, nessa poca, no havia um sistema judicial de controle de constitucionalidade. O Judicirio era composto por juzes e jurados. E, por fim, o Poder Moderador era delegado ao Imperador, considerado Chefe Supremo da Nao, com amplos poderes polticos.

Principais caractersticas da 1 Constituio. forma unitria de Estado; . monarquia (forma de governo); . territrio brasileiro dividido em provncias; . o catolicismo como religio oficial do Estado; . sufrgio censitrio (para participar do processo eleitoral era exigido renda mnima anual); . cargos eleitorais: membro do Conselho Geral da Provncia, Deputado, Senador. . quatro poderes polticos: Executivo, Legislativo, Judicirio e Moderador. Renda Mnima Anual Nas eleies para Deputados e Senadores do Imprio, exigia-se, para ser eleitor, a renda anual de 200 mil ris e, para ser eleito, a de 400 mil. Sufrgio: um direito pblico de natureza poltica, que o cidado tem de eleger, ser eleito e de participar da organizao e da atividade do poder estatal. O sufrgio pode ser universal ou restrito (censitrio). Sufrgio universal: todos os nativos de um pas tm o direito de votar, sem restries derivadas de condies de nascimento, de fortuna ou de capacidade especial, existem apenas alguns requisitos relacionados idade mnima e necessidade de alistamento eleitoral.

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Sufrgio restrito: restrito ou qualificado, porque apenas conferido o direito de votar e ser votado a indivduos qualificados por condies econmicas ou de capacidades especiais. Um dos tipos desse sufrgio o Sufrgio Censitrio, que concede o direito de votar e ser votado apenas ao indivduo que preencha determinada qualificao econmica, ou seja, que tenha posse de bens imveis, de determinada renda ou pagamento de certa importncia de imposto.

2 Constituio Federal Brasileira - 1891O Poder Executivo passou a ser exercido pelo presidente da Repblica auxiliado por Ministros de sua confiana. O Poder Legislativo, exercido pelo Congresso Nacional, composto por duas casas legislativas, Cmara dos Deputados e Senado. O Poder Judicirio formado por juzes e tribunais. Nessa ocasio, tambm foi institudo o Supremo Tribunal Federal, composto por quinze juzes nomeados pelo Presidente da Repblica, aps aprovao do Senado Federal. Principais caractersticas: . forma federativa de Estado; . repblica (forma de governo); . as antigas provncias transformaram-se em estados-membros; . ampla liberdade de culto (o catolicismo deixou de ser a religio oficial do estado brasileiro); . ampliao dos direito individuais; . sistema judicial de controle da constitucionalidade; . tripartio de poderes polticos (Executivo, Legislativo e Judicirio).

3 Constituio Federal Brasileira - 1934Principais caractersticas: . manteve a federao como forma de estado; . manteve a repblica como forma de governo; . manteve a tripartio dos poderes polticos; . instituio da justia do trabalho; . extenso constitucional do direito de voto para as mulheres que exerciam funo pblica remunerada;ampliao dos direitos e garantias individuais (mandado de segurana e ao popular); . inovaes no sistema de controle de constitucionalidade, que tem validade at os dias de hoje; . implantao da clusula da reserva de plenrio (os tribunais podero declarar a inconstitucionalidade de uma lei, somente por maioria absoluta).

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4 Constituio Federal Brasileira - 1937Principais caractersticas: . manuteno da federao, repblica e tripartio de poderes; . concentrao de poderes polticos no Poder Executivo. Com essa Constituio, o Presidente da Repblica podia expedir decretos-leis sobre matrias de competncia da Unio. A Cmara dos Deputados ainda era composta por representantes eleitos pelo povo, e o Conselho Federal (antigo Senado) composto de representantes do Estado e de membros nomeados pelo Presidente da Repblica; . os direitos e garantias fundamentais foram restringidos e houve alterao no controle de constitucionalidade.

5 Constituio Federal Brasileira - 1946Principais caractersticas: . autonomia das entidades federadas; . restabelecimento do cargo de vice-presidente; . regime democrtico; . retomada dos direitos e garantias individuais; . manuteno do controle de constitucionalidade e instituio de um sistema duplo de controle (via de ao e de exceo); . instituio de sistema parlamentar de governo (emenda n 4); aps plebiscito, o povo brasileiro, por maioria absoluta, optou pelo sistema presidencialista de governo (emenda n 6).

6 Constituio Federal Brasileira - 1946Em 1967, o ento Presidente da Repblica, Joo Goulart, foi derrubado por um golpe militar que ocorreu no ms de maro. No ms de abril, a Junta Militar editou o primeiro Ato Constitucional, mantendo a Constituio de 1946 com algumas alteraes. So elas: . eleio indireta para Presidente da Repblica; . aprovao de projetos de lei, sugeridos pelo Presidente da Repblica, por decurso de prazo. . suspenso das garantias individuais; . extino dos partidos polticos. NOTE QUE INTERESSANTE! Essa constituio foi imposta pelo Presidente da Repblica, e o Congresso Nacional no mais possua legitimidade poltica para representao da vontade nacional. Contudo, perdurou por dois anos, sendo substituda pela Constituio de 1969.

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7 Constituio Federal Brasileira - 1969Principais caractersticas: No ano de 1969, uma Junta Militar assumiu o poder sob o pretexto de que, em poca de recesso do Congresso Nacional, o Poder Executivo poderia legislar sobre todas as matrias, assim, a Junta Militar promulgou a emenda Constitucional n 1, cujo propsito era exatamente a incluso de atos institucionais na prpria lei fundamental de organizao do Estado. Mister se faz esclarecer que foram tantas as modificaes que, praticamente, foi criada uma nova Constituio. O Supremo Tribunal Federal, por votao unnime, reconheceu que a Constituio Federal de 1967 estava revogada (RTJ, 98:952-63). Nesse momento histrico, observa Jorge Miguel (1) que "A Constituio de 1969 a anticonstituio", e que o texto constitucional admitia a existncia de duas ordens, uma constitucional e a outra institucional, esta subordinada quela. (1) in PINHO, Rodrigo Csar Rebello. Da organizao do Estado, dos poderes e histrias das Constituies. 5.ed. So Paulo: Editora Saraiva, 2003, p. 160.

8 Constituio Federal Brasileira - 1988 - AtualPrincipais caractersticas: . manteve a federao; . repblica como forma de estado e presidencialismo como sistema de governo; . regime democrtico; . valorizao dos direitos fundamentais da pessoa; . surgimento de novos direitos, denominados interesses difusos e coletivos; . valorizao, ampliao e criao dos direitos sociais; . extenso de direito ao voto aos analfabetos e menores entre 16 e 18 anos; . autonomia poltica dos municpios; . valorizao do Poder Executivo; . ampliao do controle de constitucionalidade; . realizao de plebiscito para que o povo possa escolher a forma e o sistema de governo; . realizao de reviso constitucional aps cinco anos da promulgao; permite a reeleio do Presidente da Repblica, Governadores e Prefeitos; . extino da figura do Juiz Classista na Justia do Trabalho; . reforma econmica; . reforma previdenciria. Novos direitos Direitos do meio ambiente e Direitos do consumidor.

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Direitos sociais Como por exemplo: licena paternidade e aviso prvio proporcional. Poder Executivo A partir desse momento, o Presidente da Repblica passa a no legislar por decretosleis e os atos legislativos passam a ser aprovados por decurso de prazo. Reeleio Emenda constitucional n 16 de 1997. Extino Emenda n 24 de 1999. Reforma econmica Extinguiu-se a restrio ao capital estrangeiro e abertura de navegao para embarcaes estrangeiras.Nossa atual constituio foi elaborada h 17 anos.

Fique tranqilo, caso no tenha entendido a evoluo e as conquistas adquiridas pelo povo brasileiro, at a Constituio Federal de 1988, no transcorrer do nosso curso, tenho certeza, que voc compreender e ficar surpreso com a evoluo. importante lembrar que as normas infra-constitucionais no so superiores entre si.

Atividade1 - Quais so as normas jurdicas existentes em nossa Constituio? 2 - As leis infra-constitucionais so superiores Constituio Federal? Por qu? 3 - Qual a importncia do artigo 59 da Constituio Federal? Envie suas respostas pelo portfolio.

No existe hierarquia entre as normas infra-constitucionais.

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Na prxima aulaVeremos a empregabilidade dos diversos tipos de lei, pois, muito importante a um Administrador conhecer como funcionam as leis que regem o nosso pas. At l!

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Aula 3 - Normas infra-constitucionaisOl, hoje voc ir conhecer quais so as normas infra-constitucionais e quais as suas caractersticas. Para prosseguir com a aula, temos que relembrar o artigo 59 da Constituio Federal, ilustrado por uma pirmide na aula 2. A constituio federal est no topo, todas as demais normas so normas infraconstitucionais. J lembrou? Veja novamente o artigo 59 da CF. Esta aula ter uma durao aproximada de 100 minutos SEAO VIII - DO PROCESSO LEGISLATIVO Subseo I - Disposio geral Art. 59. O processo legislativo compreende a elaborao de: I - Emendas constitucionais; II - Leis complementares; III- Leis ordinrias; IV- Leis delegadas; V -Medidas provisrias; VI -Decretos legislativos; VII -Resolues. Pargrafo nico. Lei complementar dispor sobre a elaborao, redao, alterao e consolidao das leis.

DesafioComo so regulamentadas todas as normas jurdicas existentes em nossa legislao?

Agora que j lembrou quais so as normas infra-constitucionais, vamos estudar cada uma delas.

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Leis Complementares - So leis que complementam a Constituio Federal e esto previstas para dar efetividade s suas regras; o prprio legislador dispor que situao ser regulamentada pela lei complementar. As leis complementares sero aprovadas mediante maioria absoluta, ou seja, s sero aprovadas se tiverem aprovao da metade e mais um da totalidade dos integrantes de umrgo colegiado. Veja o artigo 69 da CF. SUBSEO III - DAS LEIS ARTIGO 69 - As leis complementares sero aprovadas por maioria absoluta Emenda Constitucional - a possibilidade de alterar dispositivos da Constituio Federal. Trata-se de uma manifestao do Poder Constituinte, que foi atribudo ao Poder Legislativo, para efetuar alteraes na Constituio Federal, porm, essas emendas so limitadas. Veja o artigo 60, pargrafo 4 da Constituio Federal. SUBSEO II - DA EMENDA CONSTITUIO Artigo 60 - A constituio poder ser emendada mediante proposta: I - de um tero, no mnimo, dos membros da Cmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do presidente da Repblica; III - de mais da metade das Assemblias Legislativas das unidades da Federao, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa deseus membros. Pargrafo 1 ... Pargrafo 2... Pargrafo 3 ... Pargrafo 4 No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir: I - forma federativa de Estado; II- o voto direto, secreto, universal e peridico; III- a separao dos Poderes; IV- os direitos e garantias individuais. Leis Ordinrias - so as leis comuns, como por exemplo: o Cdigo Civil e o Cdigo Penal. Tem previso constitucional no artigo 47; a sua votao se d mediante maioria simples, ou seja, a metade mais um dos membros do Congresso Nacional. A maioria simples, ao contrrio da maioria absoluta, calculada em relao aos membros de um rgo colegiado que efetivamente estejam presentes em uma sesso legislativa. Veja o que diz o artigo 47 da CF.

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TTULO IV - DA ORGANIZAO DOS PODERES Captulo I Do poder legislativo Seo I - Do Congresso Nacional Artigo 47 - Salvo disposio constitucional em contrrio, as deliberaes de cada casa e de suas comisses sero tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. Leis Delegadas - As leis delegadas sero elaboradas pelo Presidente da Repblica, que dever solicitar a delegao para o Congresso Nacional, essa delegao que o Congresso Nacional d ao Presidente da Repblica feita mediante resoluo. Para melhor entendimento podemos dizer que, o Poder Legislativo est delegando poderes ao Chefe do Poder Executivo (Presidente da Repblica) para elaborar determinada lei. Veja o artigo 68 da CF. SUBSEO III - Das leis Artigo 68 - As Leis delegadas sero elaboradas pelo Presidente da Repblica, que dever solicitar a delegao ao Congresso Nacional. Pargrafo 1 ... I ... II ... III ... Pargrafo 2 - A delegao ao Presidente da Repblica ter forma de resoluo do Congresso Nacional, que especificar seu contedo e os termos de seu exerccio. Medidas Provisrias - So atos editados pelo Presidente da Repblica, com fora de lei, em casos de urgncia e relevncia, devendo ser submetidos de imediato ao Congresso Nacional, sob pena de perda da eficcia se no forem convertidas em lei no prazo de 60 dias, que podem ser prorrogadas por uma nica vez por igual perodo. (emenda constitucional 32). A medida provisria substituiu o antigo decreto lei, que tinha validade por 45 dias, e eram aprovados pelo transcurso do prazo, diferentemente da medida provisria, que se no forem apreciadas pelo Congresso nacional pelo prazo acima previsto,sero rejeitadas e no tero nenhum efeito. Conhea o artigo 62 da CF.

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SUBSEO III - Das Leis Artigo 62 - Em caso de relevncia e urgncia, o Presidente da Repblica poder adotar medidas provisrias, com fora de lei, devem submet-las de imediato ao Congresso Nacional que, estando em recesso, ser convocado extraordinariamente para se reunir no prazo mximo de cinco dias. Decretos Legislativos - essa espcie normativa tem como contedo as matrias de competncia exclusiva do Congresso Nacional. por decreto legislativo que se referendam os atos do Presidente da Repblica. Em algumas situaes, o Presidente da Repblica necessita de prvia autorizao do Congresso Nacional para editar alguma norma estabelecida na Constituio Federal. Conhea o artigo 49 da CF. SEO II - DAS ATRIBUIES DO CONGRESSO NACIONAL Artigo 49 - da competncia exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio nacional; II - autorizar o Presidente da Repblica a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nele permaneam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III- autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica a se ausentarem do Pas, quando a ausncia exceder a quinze dias; IV ...........Seu sucesso e aproveitamento nas aulas presenciais dependero de seu empenho nas aulas distncia.

Decretos Regulamentares - o veculo de manifestao do Presidente da Repblica, pois, por meio desse instrumento, o Chefe do Poder Executivo exercita suas funes jurdicas. Veja como exemplo o artigo 84, inciso IV da CF. SEO II - DAS ATRIBUIES DO PRESIDENTE DA REPBLICA Artigo 84 - Compete privativamente ao Presidente da Repblica: I - ... II- ... III - ... IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo; V - ..........Noes Bsicas de Direito 21

Resolues - "so os atos de competncia privativa do Congresso Nacional, Senado Federal e Cmara dos Deputados e, geralmente com efeitos internos, utilizados nos demais casos previstos na Constituio Federal". Veja o artigo 68, pargrafo 2 da CF como exemplo. SUBSEO III - Das leis Artigo 68 - As Leis delegadas sero elaboradas pelo Presidente da Repblica, que dever solicitar a delegao ao Congresso Nacional. Pargrafo 1 ... I ... II ... III ... Pargrafo 2 - A delegao ao Presidente da Repblica ter forma de resoluo do Congresso Nacional, que especificar seu contedo e os termos de seu exerccio. Portarias, Circulares - so normas baixadas pelos rgos da Administrao pblica. Viu como fcil?

Atividade 1Voc entendeu a diferena que existe entre uma lei complementar e uma lei ordinria? Favor escrever em folha destacvel e entregar na prxima aula.

Atividade 21 - Quais so as normas jurdicas existentes em nossa Constituio? 2 - As leis infraconstitucionais so superiores Constituio Federal? Por qu? Sntese: Sem dvida a Constituio Federal importantssima para todos os brasileiros, nela que esto assegurados todos os direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurana, a igualdade de justia entre outros. A Consituio Federal o ponto de partida de todo o ordenamento jurdico, todas as normas infraconstitucionais que hoje estudamos, s tero validade se elaboradas de acordo com a Constituio. Em outras palavras, a Constituio Federal contm normas que, alm de organizar o nosso pas, delimitam a conduta do comportamento humano, para que todos vivam em perfeita harmonia.

FocoO artigo 59 CF, por meio das normas infraconstitucionais, regulamenta todas as normas jurdicas existentes em nossa legislao.

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Por hoje ficamos por aqui. Na prxima aula, vamos estudar o PROCEDIMENTO LEGISLATIVO. Falando nisso, voc sabe quem so as pessoas que podem propor um projeto de lei? At l ... No perca.

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Aula 4 - Procedimento legislativoOl! Hoje, voc vai conhecer como funciona o processo legislativo, ou seja, como e quem so as pessoas que podem dar incio a um projeto de lei. Ento, iniciaremos a nossa aula com a leitura do artigo 61 da Constituio Federal. SUBSEO III Das Leis Artigo 61 - A iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe a qualquer membro ou Comisso da Cmara do Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Repblica, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador Geral da Repblica e aos cidados, na forma e nos casos previstos nesta Constituio. Voc deve estar se perguntando: Novamente essa Constituio Federal? isso mesmo, voc no pode esquecer que a Constituio Federal a base de todo o nosso estudo, nela que encontraremos todas as respostas para que voc termine essa aula sabendo como funciona o processo de criao das leis. Durao: 100 minutos

DesafioO que um projeto de lei?

Atividade 1 em aulaCom base na leitura do artigo 61 da Constituio Federal, responda : Quais so as pessoas legitimadas para propor um projeto de lei? Somente aquelas descritas no artigo acima.

Atividade 2 em aulaEnto eu pergunto: um estrangeiro que veio passar as frias em nosso pas poder ter iniciativa para propor um projeto de lei? Justifique sua resposta (registre-a no portflio).

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Voc deve estar pensando que somente o que consta na Constituio Federal tem validade e, conseqentemente, o que no consta no aceito. Muito bem pensado, assim mesmo que funciona. Na aula anterior, voc pde conferir que a Constituio Federal a nossa lei maior, e deve ser obedecida em todo o seu teor. Das pessoas legitimadas, gostaria de destacar o cidado. Voc sabia que o cidado pode propor um projeto de lei? Mais uma vez vamos fazer referncia Constituio Federal. Veja o artigo de lei. Artigo 61, pargrafo 2 - a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentao Cmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mnimo, um por cento do eleitorado nacional, distribudo pelo menos por cinco estados, com no menos de trs dcimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Como exemplo de lei elaborada pela iniciativa popular, vamos relembrar do assassinato de Daniela Perez, filha da escritora global Glria Perez. Trata-se de um homicdio que ocorreu em 1992. A vtima foi assassinada pelo colega de trabalho, Guilherme de Pdua, em dezembro do referido ano. Os assassinos foram presos, mas, com menos de dois anos de pena cumprida, um dos autores j estava em liberdade, porque o homicdio qualificado era tido como um crime normal; foi a que a escritora Glria Perez empreendeu uma campanha pblica para implementar o projeto, valendo-se da oportuna participao da Rede Globo. Foi realizado um abaixo assinado por todo o Brasil e, por conta disso, o homicdio, desde 07 de setembro de 1994, pela lei n 8.930/94, passou a ser caracterizado como crime hediondo. Devido a essa iniciativa popular, a aplicao da lei penal nos casos de homicdio, foi majorada. Majorada aumentar, tornar maior.

Atividade 3 em aulaO que voc conclui, analisando as condies impostas pela Constituio Federal para elaborao de projeto de lei por iniciativa popular? T ome como base o caso de Daniela Peres, que deu origem lei no 8.930/94, que considera o homicdio um crime hediondo. Registre a sua resposta no dirio de bordo.Noes Bsicas de Direito 25

Agora, que j sabe quais as pessoas que podem propor um projeto de lei, vamos saber como se d a aprovao desses projetos. Se o projeto de lei teve iniciativa na Cmara dos Deputados (casa iniciadora) ter a votao no Senado Federal, a casa revisora; se o Senado Federal aprovar esse projeto de lei, ser encaminhado para sano ou veto do Presidente da Repblica. Lembrete : projeto de lei iniciado pela Cmara dos Deputados (casa iniciadora) ter votao no Senado (casa revisora). Projeto de lei iniciado pelo Senado Federal (casa iniciadora) ter a Cmara dos Deputados como casa revisora.

Um projeto de lei pode ser iniciado pelo Presidente da Repblica, pelos Tribunais Superiores ou por iniciativa popular. Nesses casos, a Constituio Federal estabelece, em seu artigo 64, que, obrigatoriamente, a Cmara dos Deputados deve ser a casa iniciadora e o Senado, a casa revisora. Aps votao e aprovao do projeto de lei por ambas as casas legislativas (Cmara dos Deputados e Senado Federal), o texto encaminhado para o Presidente da Repblica estar sujeito sano ou veto. O ato de sancionar ou vetar o projeto de lei, estabelecido constitucionalmente no artigo 84,IV e V, exclusivo do Presidente da Repblica. SANO - a aceitao, concordncia do Presidente da Repblica com o projeto de lei. A sano pode ser expressa ou tcita. Ser expressa quando o Presidente da Repblica manifestar a sua concordncia por escrito, e tcita quando o Presidente deixar de manifestar-se por escrito a respeito do projeto de lei, j que a Constituio Federal prev essa situao em seu artigo 66, pargrafo 3. Consulte a legislao. SUBSEO III Das Leis Artigo 66 - A casa na qual tenha sido concluda a votao enviar o projeto de lei ao Presidente da Repblica, que, aquiescendo, o sancionar. Pargrafo 1 ............. Pargrafo 2 ............. Pargrafo 3 - Decorrido o prazo de quinze dias, o silncio do Presidente da Repblica importar em sano. Aquiescer: Consentir, concordar.Noes Bsicas de Direito 26

Sano, Expressa e Tcita

Veto - o ato pelo qual o Presidente da Republica manifesta a sua discordncia com o projeto de lei. O veto poder ser total ou parcial. O veto total quando o Presidente no concorda com a integralidade do projeto de lei e parcial, quando o Presidente discorda apenas de parte do projeto de lei; nesse ltimo caso, a parte em que houver concordncia ser promulgada e, posteriormente, publicada; somente a parte que foi vetada retornar ao Congresso Nacional. Finalizando o sistema de aprovao de um projeto de lei , o texto Constitucional faz referncia promulgao e publicao. Promulgao - o ato pelo qual o Presidente da Repblica atesta a existncia de uma lei, porm, essa lei ainda no tem eficcia. Conhea os artigos de Lei. SUBSEO III Das Leis Artigo- 66... pargrafo 7 - Se a lei no for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da Repblica, nos casos dos pargrafos 3 e 5, o Presidente do Senado a promulgar, e, se este no o fizer em igual prazo, caber ao Vice- presidente do Senado faz-lo. Publicao (vigncia) - a comunicao feita a todos (dirio oficial) da existncia de uma lei, assim como de seu contedo. De acordo com o artigo 1 do Cdigo Civil, a lei passa a vigorar em todo o territrio nacional, 45 dias aps a sua publicao, salvo disposio em contrrio.

AtividadeSe o projeto de lei for aprovado por ambas as casas legislativas, sancionado pelo Presidente da Repblica, e no for promulgado e publicado, essa lei ter validade? Fundamente sua resposta.

FocoO projeto de lei somente poder ser proposto pela/o: Cmara dos Deputados, Senado Federal, Congresso Nacional, Presidente da Repblica, Supremo Tribunal, Procurador Geral da Repblica e Cidados

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Prxima aula!Estudaremos a Organizao da Repblica Federativa do Brasil. E para que voc no perca o pique, faa uma pesquisa na Constituio Federal em seu artigo 1, e tente descobrir o foco da matria At breve!

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Aula 5 - Repblica Federativa do BrasilOl. Hoje, iniciaremos nossos estudos com a Organizao da Repblica Federativa do Brasil. No percam nenhuma parte dessa matria, pois de fcil compreenso e voc vai adorar. Para voc, futuro Administrador, importante conhecer o pas em que reside e em que ir atuar profissionalmente, isso lhe ajudar na compreenso de diversas leis que regem nosso pas, tanto em mbito federal, quanto estadual e municipal. Durao da aula - aproximadamente 100 minutos.

FocoEntidades federadas, Unio, Estados-membros, Distrito Federal e Municpios.

O Brasil adotou a Federao como forma de organizao do Estado. Outros pases, com caractersticas polticas diferentes das nossas, tambm adotaram a forma Federal de Organizao de Estado. Veja quais so esses pases. Estados Unidos, Argentina, Canad, Mxico, Austrlia, Suia, Arglia e Rssia. Ento o que vem a ser Federao? Federao uma aliana de Estados para a formao de um estado nico, em que as entidades federadas preservam parte de sua autonomia poltica, sendo o Estado Federal o retentor da soberania. ESTADO FEDERAL - a sociedade soberana, que surgiu com a ordenao jurdica, cuja finalidade regular as relaes sociais de determinado povo fixo, em dado territrio. Ordenao Jurdica Ordenao jurdica: um conjunto de preceitos sobre determinadas pessoas que esto em certo territrio, tais preceitos encontram-se na Constituio Federal.

DesafioQual a importncia da autonomia poltica administrativa de cada unidade federal no que tange s leis federais, estaduais e municipais? Noes Bsicas de Direito 29

Vamos conhecer em que consiste cada um dos elementos bsicos do Estado Federal. Elementos bsicos do Estado Federal: - povo; - territrio; - poder. Povo - so as pessoas que conhecem os costumes, o idioma, a cultura do pas, que fazem parte do Estado. Territrio - so meras autarquias da Unio. No constituem entidades federativas, pois no so dotados de autonomia poltico-administrativa. O Estado de Roraima e Amap, que eram considerados territrios, foram transformados em estadosmembros, e Fernando de Noronha foi extinto com a reincorporao de sua rea ao estado de Pernambuco. Atualmente, no existe nenhum territrio no Estado brasileiro. Autarquia Entidade autnoma, auxiliar da administrao pblica. Poder - esse poder faz referncia ao prprio Estado Federal, j que s ele se reveste de soberania, pois as entidades federadas apenas preservam uma parcela de autonomia poltica. Agora que voc j sabe o que Estado Federal, tome nota e no se esquea de que uma das caractersticas fundamentais do Estado Federal a autonomia das entidades federativas, conforme prev artigo 1 da Constituio Federal. Essa autonomia o poder de direito, de agir dentro das regras pr-estabelecidas na Constituio Federal. Pois bem, agora vejamos quais so as entidades federativas da atual Organizao Federativa do Estado Brasileiro. - Unio - Estados-membros - Distrito Federal - Municpios Unio - Compete Unio manter relaes com os Estados estrangeiros e participar de organizaes internacionais. Estados-membros - compete a cada Estado elaborar sua prpria constituio, de acordo com o artigo 25 da Constituio Federal, elaborar leis estaduais dentro de sua autonomia poltica, ou seja, nos limites fixados pela Constituio Federal. As leis estaduais, em regra, esto no mesmo nvel hierrquico que as leis federais e municipais.Noes Bsicas de Direito 30

Tambm compete a cada Estado a organizao de seus poderes. As autoridades de cada unidade da federao sero escolhidas em seus prprios Estados, pelos eleitores alistados. Cumpre ainda esclarecer que os estados-membros no possuem soberania, dessa forma, no lhes so atribudos competncias internacionais. Veja quais so os estados-membros do nosso pas: Acre, Alagoas, Amap, Amazonas, Bahia, Cear, Distrito Federal, Esprito Santo, Gois, Maranho, MatoGrosso, Mato-Grosso do Sul, Minas Gerais, Par, Paraba, Paran, Pernambuco, Piau, Rio Grande do Norte, Rio GRande do Sul, Rio de Janeiro, Rondnia, Roraima, Santa Catarina, So Paulo, Sergipe e Tocantins.

Veja, abaixo, a histria dos estados-membros ou estados federados: Os estados federados surgiram em 1889, com a Proclamao da Repblica e adoo do federalismo como forma de Estado. As antigas provncias foram elevadas condio de Estados, dotadas de autonomia poltica, e passaram a ser integrantes da nova federao brasileira. No Estado Federal Brasileiro, os estados-membros recebem a denominao de Estados. Essa denominao tambm adotada pelos Estados Unidos, Mxico, Venezuela e Alemanha; j, na Sua, as unidades integrantes do Estado Federal so chamadas de Cantes e, na Argentina, de Provncias.O glossrio uma ferramenta que ajuda na compreenso do texto. Crie seu prprio glossrio com aquelas palavras que so fundamentais ao tema estudado. Consulte o dicionrio.

Distrito Federal - No Brasil, a sede do Estado Federal, a capital federal, foi fixada em um territrio a parte, ou seja, em rea que no pertence a nenhum dos estados-membros (como forma de restringir as influncias do governo estadual sobre o governo central). Com a Constituio Federal de 1988, Braslia foi instituda como a Capital Federal, a sede da Federao Brasileira. O Distrito Federal, portanto, no se confunde com Braslia, pois possui natureza jurdica de entidade federativa, dotada de autonomia poltica e com atribuies e rendas prprias fixadas na Constituio Federal. importante salientar que vedada a diviso do Distrito Federal em municpios. Municpios - Os municpios so entidades federativas voltadas aos assuntos de interesse local, como por exemplo: normas especficas de trnsito, lei de rodzio para evitar o excesso de veculos nas vias urbanas, horrio de funcionamento de comrcio etc.

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Cada um dos Estados federados dividido em municpios, todos com autonomia poltica administrativa (auto-organizao, autolegislao, autogoverno e auto-administrao), condio que lhes permite definir as leis estaduais e municipais.

AtividadeResponda s questes e entregue na prxima aula. 1 - O que voc entende por Estado Federal e quais so os seus elementos bsicos? 2 - Qual o conceito de Federao? 3 - Quais so as entidades federativas dentro da atual Organizao Federativa do Brasil? 4 - Explique, com suas palavras, o que so Estados-membros?

No nosso prximo encontro vamos estudar as formas e os sistemas de governo. Voc saberia me dizer qual a forma e o sistema de governo no Brasil? No perca a prxima aula. At l!

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Aula 6 - Sistemas e formas de governoOl, tudo bem? Na aula anterior compreendemos o significado da palavra Federao, bem como o que Estado Federal e quais so as Entidades Federativas. Hoje estudaremos os sistemas e as formas de governo. Durao: aproximadamente 100 minutos.

DesafioSe tivesse um plebiscito hoje, que forma e que sistema de governo voc escolheria?

Iniciaremos a nossa aula com a leitura do artigo 1 da Constituio Federal, que diz: "A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados, Municpios e Distrito Federal, constitui-se em Estado democrtico de direito, e ..." O objetivo da leitura desse artigo exatamente demonstrar que a prpria Constituio Federal de 1988 explicita a nossa forma de governo. Ento vejamos quais so as formas de governo: Repblica - como j vimos, a forma adotada pelo Brasil; uma alternncia do poder pelo voto direto ou indireto. Monarquia - diferentemente da Repblica, o poder concentra-se em uma nica pessoa, que o transmite para os seus descendentes.

FocoA forma de governo no Brasil Repblica e o sistema Presidencialista.

Vejamos os sistemas de governo: Presidencialista - o Chefe do Poder Executivo acumula o cargo de Chefe de Estado e Chefe de Governo. Esse sistema o adotado pelo Brasil. Parlamentarista - nesse sistema de governo, o Chefe do Poder Executivo no acumula o cargo de Chefe de Estado e Chefe de Governo, como no Sistema Presidencialista; h nesse sistema um Chefe de Estado e um Chefe de Governo. Em nenhuma hiptese o Chefe do Executivo acumula as duas funes.Noes Bsicas de Direito 33

A Constituio Federal de 1988 implantou o Plebiscito, instrumento que permite ao povo opinar sobre determinado tema, antes de se transformar em lei, como por exemplo, a escolha da forma de governo. Plebiscito Plebiscito uma "consulta" feita ao cidado, com o intuito de que ele se manifeste sobre matria de extrema importncia, antes de uma lei ser constituda. Cabe ao povo, pelo plebiscito, aprovar ou rejeitar o que lhe submetido. importante lembrar que, em 21 de abril de 1993, todos os brasileiros foram chamados para participar do plebiscito que definiria a forma de governo (Repblica ou Monarquia Constitucional) e o sistema (Parlamentarismo ou Presidencialismo). Essa data foi adiada para outubro do mesmo ano, tendo em vista a reforma constitucional. Aps muitas discusses, palestras e vrios debates, o povo brasileiro votou pela Repblica como forma de governo e o Presidencialismo como sistema. Agora eu pergunto: Imagine que voc participar do plebiscito para a escolha da forma de governo. O que voc precisa conhecer para votar com conscincia? Que perguntas voc faria? Escreva no seu Dirio de Bordo e continue acompanhando a aula para ver se suas questes so respondidas. Os sistemas de governo (Parlamentarista e Presidencialista) utilizam tcnicas que regem as diversas relaes entre o conjunto das instituies polticas e sociais; destacamos, como uma das mais importantes para o exerccio das funes governamentais, as que regem as relaes entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo. Ento, vejamos as caractersticas de cada um dos Sistemas: Caractersticas do Presidencialismo: a) o Presidente da Repblica exerce plenamente o Poder Executivo, acumulando as funes de Chefe de Estado; em relao aos Estados estrangeiros, e Chefe de Governo, no depende da confiana do Poder Legislativo nem mesmo para sua investidura, e cumpre mandato por tempo determinado; b) os Ministros de Estado so simples auxiliares do Presidente da Repblica, que tem poder para nome-los e exoner-los a qualquer tempo; c) o eventual plano de governo, mesmo quando aprovado por lei, depende exclusivamente da coordenao do Presidente da Repblica, que o executar ou no,Noes Bsicas de Direito 34

bem ou mal, sem dar satisfao jurdica a outro Poder, excetuando-se prestaes de contas financeiras e oramentrias; d) sistema tpico das Repblicas; e) o Poder Legislativo (Congresso Nacional) no est sujeito dissoluo e, embora chamados Parlamentares, so eleitos pelo povo e por um perodo fixo de mandato; f) as relaes entre o Poder Executivo e o Legislativo so mais rgidas, prevalecendo o princpio da separao de poderes independentes e autnomos; g) o Presidente da Repblica e os Parlamentares representam o Poder Legislativo, so eleitos democraticamente pelo sufrgio universal.

Caractersticas do Parlamentarismo a) O Parlamentarismo, sistema de governo tpico de Monarquias Constitucionais, tais como Sucia, Noruega, Holanda, Blgica e Espanha, o sistema que encontramos nas Repblicas Europias. b) o Poder Executivo possui dois governantes: um Chefe de Estado, cargo normalmente exercido pelo Monarca ou pelo Presidente da Repblica, e um Chefe de Governo, cargo exercido por um Primeiro Ministro ou Presidente do Conselho de Ministros; c) o Primeiro Ministro indicado ou nomeado pelo Presidente da Repblica, mas, sua investidura definitiva, bem como sua permanncia posterior no cargo, dependem da Cmara dos Deputados e, s vezes, at do prprio Senado; d) a aceitao do Primeiro Ministro e do seu Conselho pela Cmara de Deputados feita aps a aprovao de um plano de governo a eles apresentado; e) O governo exercido por um corpo coletivo orgnico, portanto, as medidas governamentais implicam atividades de todos os Ministros. f) o Poder Legislativo assume no Parlamentarismo funes polticogovernamentais mais amplas, transformando-se em Parlamento, na medida em que compreende tambm os membros do governo; g) o Governo depende do apoio e confiana do Parlamento (Cmara dos Deputados) para governar.

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h) a responsabilidade poltica do Governo s possvel com o apoio e confiana do Parlamento que, por sua vez, depende do apoio dos eleitores; assim, se o Parlamento retirar a confiana no Governo, este cai, exonera-se, porque no tem mandato, mas apenas investidura de confiana. i) Mas, em vez da exonerao dos membros do Governo que perderam a confiana do Parlamento, pode-se preferir apurar a confiana do povo e, ento, utilizase o mecanismo da dissoluo da Cmara, convocando-se eleies extraordinrias para formao de outro Parlamento, resolvendo-se, assim, a crise sem traumas. Fonte: SILVA, Jos Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 8.ed. So Paulo: Editora Malheiros.

AtividadeAgora, voc est em condies de participar do plebiscito? Aps a leitura e compreenso das diferentes caractersticas dos sistemas de governo (Parlamentarismo e Presidencialismo), d a sua opinio sobre qual deles seria mais conveniente para o nosso pas e justifique. No deixe de acessar a prxima aula, estudaremos os Poderes da Repblica Federativa do Brasil: PODER EXECUTIVO PODER LEGISLATIVO PODER JUDICIRIO At l!

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Aula 7 - Poderes da Repblica Federativa do BrasilOl! Como voc j viu na aula anterior, os poderes da repblica federativa do Brasil so trs, motivo pelo qual chamamos de tripartio de poderes. - Poder executivo - Poder legislativo - Poder judicirio Antes de iniciar a nossa aula e saber qual a composio de cada um desses poderes, eu no posso deixar de fazer meno ao artigo 2 da Constituio Federal. O artigo 2 da Constituio Federal estabelece que: "So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio". Durao - aproximadamente 100 minutos

DesafioVoc imagina o porqu da separao de poderes na nossa Repblica Federativa?

Ento vejamos, qual a composio de cada um deles: Poder Executivo - formado pelo Presidente da Republica, Vice-presidente e os Ministros. Suas funes principais so: executar as leis elaboradas pelo Poder Legislativo e administrar o pas. O Poder Executivo Estadual exercido pelo Governador e o Poder Executivo Municipal exercido pelo Prefeito e Vice-prefeito. Poder Legislativo - formado pela Cmara dos Deputados (que representa o povo) e pelo Senado Federal (que representa os Estados-membros); juntos, formam o Congresso Nacional, que tem como funo a elaborao das leis, de normas gerais a serem seguidas por todos. O Poder Legislativo Estadual a Assemblia Legislativa (Cmara do Deputados e Senado), e os representantes do Poder Legislativo Municipal so os Vereadores (Cmara Municipal). Ao Poder Legislativo, alm de elaborar as leis, compete tambm a importante atribuio de fiscalizar financeira e administrativamente os atos do Poder Executivo.

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Veja uma curiosidade sobre a arquitetura do Congresso Nacional. A construo do prdio do Congresso Nacional formada por duas cpulas distintas, uma voltada para baixo - representando local de reflexo, da autonomia poltica dos estados-membros -, onde se renem os Senadores; a outra voltada para cima - representando abertura aos clamores populares -, onde se renem os Deputados Federais. Poder Judicirio - formado por Juzes de Primeira Instncia e Tribunais. Sua funo principal a aplicao da lei em casos de conflitos de interesses. O Poder Judicirio s se manifesta quando provocado; trata-se de uma forma de garantir a sua imparcialidade. Saiba o que diz a Constituio Federal. DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Artigo 5 XXXV - a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito; LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; Voc sabe como feito o ingresso na carreira dos magistrados? Para ingressar no Poder Judicirio, ou seja, para ser Juiz de Primeira Instncia, em regra, o candidato dever ser Bacharel em Direito e ser aprovado em concurso pblico da magistratura de provas e ttulos, com a fiscalizao da Ordem dos Advogados do Brasil. Em se tratando de segunda instncia, ou seja, Juzes dos Tribunais, alguns podem ser nomeados pelo Presidente da Repblica. Veja como funciona essa nomeao. A Constituio Federal estabeleceu que a nomeao de alguns dos membros dos Tribunais ser determinada pelo Presidente da Repblica. Um quinto dos integrantes dos Tribunais Federais e Estaduais deve pertencer ao Ministrio Pblico, ter mais de dez anos de carreira ou ser Advogado de notrio saber jurdico e ilibada reputao, tambm com mais de dez anos de carreira, porm indicado por lista sxtupla da classe. Essa lista encaminhada aos Tribunais que formam uma lista Trplice e encaminham-na ao Presidente da Repblica, para que ele nomeie um de seus integrantes. Para concluir o estudo sobre o Poder Judicirio, resta esclarecer uma curiosidade. O texto (veja na aula on-line), alm de explicar os smbolos que representam o Direito, deixar claro uma das caractersticas do Poder Judicirio - a imparcialidade.

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Quando se fala em Poder Judicirio, importante esclarecer a funo exercida pelo Ministrio Pblico que tambm faz parte das atribuies desse poder. Tambm importante destacar o papel da Advocacia, uma vez que interage com o Ministrio Pblico, mesmo no fazendo parte dele. Veremos resumidamente a funo de cada um deles. Ministrio Pblico - essencial funo jurisdicional do Estado; seus representantes so os Promotores de Justia; tem como objetivos a defesa da ordem jurdica, a manuteno do regime democrtico, a fiscalizao da lei, bem como, cuidar dos interesses sociais da populao e de interesses individuais de pessoas que necessitam de cuidados especiais, como por exemplo, combate criminalidade e interesses de deficientes. Advocacia - formado pelos Advogados devidamente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, indispensveis administrao da justia. Trata-se de uma atividade privada. A Advocacia uma das mais belas e sublimes profisses, pois, o Advogado defende a honra, a liberdade e o patrimnio das pessoas, que podem estar prestes a perder esses bens essenciais natureza humana. , sem dvida, uma profisso dignificante. vlido ressaltar que no existe hierarquia entre as funes do Poder Judicirio, uma vez que, os Juzes e os representantes do Ministrio Pblico exercem funes pblicas, ou seja, funes vinculadas ao Poder Pblico, e os Advogados desenvolvem atividade privada.

AtividadeFavor fixar no Dirio de Bordo. 1. Quais so os poderes da Repblica Federativa do Brasil? 2. Quais so os representantes de cada um dos poderes da repblica em mbito federal, estadual e municipal? Voltemos ao desafio inicial: voc consegue responder qual o motivo da separao de poderes na nossa Repblica Federativa? Clique aqui. O objetivo dessa separao evitar que o poder concentre-se nas mos de uma nica pessoa, para que no haja abuso, como o ocorrido no Estado Absolutista, por exemplo, em que todo o poder concentrava-se no rei. A passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal caracterizou-se justamente pela separao de Poderes, denominado Tripartio dos Poderes Polticos.Noes Bsicas de Direito 39

Na prxima aula estudaremos a relao de consumo existente entre fornecedor e consumidor, at l. Voc saberia me dizer o que consumidor e o que fornecedor?

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Aula 8 - Consumidor e fornecedorOl, aluno, tudo bem? Mais uma vez estamos juntos para estudar um tpico muito interessante, que a relao de consumo existente entre fornecedor e consumidor, a compreenso desta aula lhe ajudar em vrios aspectos de sua carreira como administrador. Durao da aula - 100 minutos

DesafioComo Administrador de uma empresa, que cuidados tomaria para que houvesse uma boa relao entre consumidor e fornecedor?

Antes de adentrarmos aos direitos dos consumidores, importante ressaltar que todo cidado deveria ter o mnimo de conhecimento das regras de consumo. claro que nenhum ser humano gosta de ser enganado quando adquire algum produto ou quando contrata um servio. Esta aula tem como objetivo informar e esclarecer alguns direitos que os cidados possuem, e que esto regulamentadas no Cdigo de Defesa do Consumidor. (lei n 8.078/90 ). CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Em maro de 1991, entrou em vigor a Lei n 8.078/90, mais conhecida como Cdigo de Defesa do Consumidor. Esse Cdigo faz referncia a um conjunto de normas que regulam as relaes de consumo, protegendo o consumidor e colocando os rgos e entidades de defesa do consumidor a seu servio. Essa lei veio com fora total para proteger as pessoas que fazem compras ou contratam servios. Ento, vejamos; saiba mais sobre essa lei, que de fundamental importncia para a populao.

15 anos do Cdigo de Defesa do ConsumidorDando incio s comemoraes oficiais dos 20 anos da Lei de Ao Civil Pblica, 15 anos do Cdigo de Defesa do Consumidor e 10 anos de criao do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (CFDD), o ministro da Justia, Mrcio Thomaz Bastos, assinou, no dia 17 de maro, portaria que define um selo comemorativo para as atividades relacionadas s datas e institui uma comisso executiva que se encarregar de definir e executar os eventos de comemorao. Noes Bsicas de Direito 41

As datas so consideradas marcos importantes do processo de redemocratizao do Pas e valorizao da cidadania, por serem instrumentos de efetivao das garantias institucionais previstas na Constituio Federal de 1988. Para o Ministro Mrcio Thomaz Bastos, a promulgao da Lei de Ao Civil Pblica, em 24 de julho de 1985, e do Cdigo de Defesa do Consumidor, em 11de setembro de 1990, simboliza o anseio da sociedade por mais cidadania.

Pois bem, agora que voc j sabe que existe uma lei, que protege o consumidor de eventuais problemas que possam ocorrer na compra de um produto ou na contratao de um servio, extremamente necessrio que voc saiba qual o significado da palavra consumidor. Voc arriscaria um palpite? Antes de verificar se o que voc imaginou est correto, gostaria que soubesse um pouquinho sobre as origens do comrcio e da sua relao com o consumo. Voc imagina, ou j tem conhecimento de como eles surgiram? Clique aqui. Durante muitos anos, as pessoas consumiam somente para satisfazer suas necessidades bsicas de alimentao e vesturio. No havia produo em srie, estoque ou grandes pontos de vendas; os produtos eram feitos de forma artesanal e em pouca quantidade. Muitos produtos, no Brasil, eram feitos apenas por encomenda. E assim perdurou at a vinda da Famlia Real, em 1808 e, a partir de ento, comearam as mudanas em relao aos hbitos e costumes. Com a abertura dos portos, chegaram novos produtos vindos da Europa, tais como alimentos, vesturio, objetos e especiarias, o que gerou novas necessidades de consumo. Essas mudanas trouxeram muitas inovaes ao comrcio, contriburam para o desenvolvimento do nosso pas, razo pela qual, tanto o consumo de produtos, quanto a contratao de servios, aumentam a cada dia que passa. Ento, para melhor entendimento das normas estabelecidas no Cdigo de Defesa do Consumidor, imprescindvel saber que consumidor toda pessoa fsica ou jurdica que adquire ou utiliza produtos ou servios como destinatrio final. importante esclarecer que a lei 8072/90, ao utilizar o termo "destinatrio final", refere-se pessoa fsica ou jurdica que adquire mercadorias, riquezas ou servios para uso prprio, sem a finalidade de produzir outros produtos ou servios.

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Para que voc visualize essa questo, imagine a seguinte situao : um indivduo se dirige at uma concessionria de veculos e compra um automvel. claro que essa pessoa que comprou o veculo um consumidor. E a concessionria de automveis o qu? Muito bem, se existe de um lado a figura do consumidor, que voc j sabe o que , do outro lado est o fornecedor, que toda pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, nacional ou estrangeira, que desenvolve atividade de produo, montagem, criao, construo, transformao, importao, exportao, distribuio ou comercializao de produtos ou prestao de servios. Ento, temos de um lado a figura do fornecedor (concessionria) e de outro a figura do consumidor (indivduo que comprou o veculo). A partir desse momento, podemos afirmar que h uma relao de consumo existente entre a concessionria e a pessoa que adquiriu o automvel.

Agora eu pergunto: Por que voc acha que existe fragilidade do consumidor na relao de consumo? Por ser a parte mais fraca na relao de consumo, foi criado o Cdigo de Defesa do Consumidor que traz, entre outros, um artigo referente inverso do nus da prova. O que isso? Vamos entender. Em uma ao judicial, quando a matria a ser julgada se referir relao de consumo, o Juiz poder inverter o nus da prova (artigo da lei 8078/90), ou seja, o consumidor no precisa provar que sofreu um dano, cabe a prova ao fornecedor; ele ter que provar que no causou nenhum dano ao consumidor.

FocoO consumidor a parte mais fraca na relao de consumo.

Estabelecida essa relao de consumo, ficam assegurados ao consumidor e ao fornecedor vrios direitos estabelecidos na lei 8078/90, como por exemplo, prazos para a troca de mercadorias. Vejamos: Em se tratando de bens durveis, o prazo mximo para a troca de 90 dias, e no durveis, prazo mximo de 30 dias.Noes Bsicas de Direito 43

muito importante que voc, futuro Administrador, quando estiver no comando de uma empresa, tenha a conscincia de que o fornecimento de mercadorias sem qualidade poder causar leses integridade fsica do consumidor e, com isso, acarretar inmeros prejuzos empresa que as comercializou, tendo em vista que a empresa totalmente responsvel pelo fornecimento das mercadorias colocadas disposio do consumidor. Veja a seguir como classificado o fornecimento de mercadorias sem qualidade, para que voc no tenha problemas nesse sentido, quando estiver administrando uma empresa. Perigoso - esse tipo de fornecimento causa leso ao patrimnio, sade ou integridade fsica do consumidor, por ausncia de informaes no produto ou do servio contratado. Defeituoso - fornecimento que causa leso ao patrimnio, sade ou integridade fsica do consumidor por impropriedade no produto ou servio, ou seja, o produto adquirido pelo consumidor no serve para o fim que se destina. Exemplo: Quando o consumidor compra uma mquina de lavar roupas, o mnimo que espera desse produto a lavagem de roupas, se em vez de "lavar" essa mquina apenas molha as roupas e nada mais, podemos dizer que a mercadoria no atinge o objetivo proposto ao consumidor. Viciado - fornecimento que no chegou a causar leso ao patrimnio, sade ou integridade fsica do consumidor, mas poderia ter causado, por impropriedade do produto. Exemplo: O consumidor compra um remdio e na bula no consta sua exata composio; vamos supor que foi ocultado um componente qumico ao qual o consumidor alrgico. Conversando com outras pessoas, toma conhecimento de que aquele remdio causaria risco sua sade, caso fosse ingerido, devido ao componente qumico no mencionado. Nesse caso, o consumidor pode processar a empresa por "fornecimento viciado", uma vez que, caso ingerisse o remdio, poderia ter comprometido sua sade.

AtividadeCaro aluno, responda s questes e envie pelo portflio. 1. Qual o conceito de consumidor e fornecedor? 2. O que voc entende por relao de consumo? 3. Explique os tipos de fornecimento sem qualidade. 4. Voc, como consumidor, j passou por alguma situao de fornecimento sem qualidade. Descreva a situao e explique como voc classifica esse tipo de fornecimento.

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Se voc se encaixou na definio de consumidor e sabe identificar uma relao de consumo, muito importante que, a partir daqui, voc adquira, sempre que puder, o mximo de conhecimento a respeito da lei 8.78/90, para que o seu direito como consumidor seja cada vez mais respeitado. No perca! Na prxima aula, estudaremos os direitos e garantias fundamentais e as principais alteraes da Constituio Federal de 1988 que beneficiaram todos os cidados. At l!

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Aula 9 - Garantias constitucionaisOi, tudo bem? No preciso nem falar da importncia dessa aula. Hoje, vamos finalizar a matria que diz respeito Constituio Federal e, para tanto, preciso que voc saiba quais so as garantias fundamentais que a Constituio nos proporciona e as principais alteraes, com o advento da Constituio de 1988, que, como j visto em aulas passadas, a 8 Constituio brasileira. Durao da aula: 100 minutos

DesafioQue impacto as alteraes realizadas na Constituio Federal de 1988 causaram ao desenvolvimento do nosso pas?

Os direitos e garantias fundamentais foram includos na Constituio Federal de 1988, como um dos captulos mais importantes da Constituio, com previso legal em seu artigo 5. Nesse captulo, so tratados os direitos e deveres individuais e coletivos, no podendo ser modificados de forma alguma, nem mesmo por Emenda Constitucional. O legislador constituinte no permitiu que esse captulo fosse passvel de modificao, com o intuito de no haver alteraes de acordo com interesses polticos e sociais de cada poca, como forma de assegurar as conquistas to duramente alcanadas.Direitos e deveres individuais e coletivos

Vejamos quais so essas garantias: - acrscimo de 1/3 de frias; - limite de 8 horas dirias de trabalho, sendo 44 horas semanais; as horas que forem ultrapassadas devem ser pagas com acrscimos de 50% (horas extras); - licena maternidade de 120 dias; - licena paternidade de 5 dias; - extenso do direito de voto aos analfabetos e menores entre 16 e 18 anos.Registre suas idias:exercite essa habilidade muito requisitada em todos os ambientes.

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Se voc acha que isso tudo, est enganado, ainda tem mais... Tambm nesse captulo, foram includos os direitos sociais com previso nos artigos 6 e 7 da Constituio Federal, que estabelecem, principalmente, os direitos que visam ao bem estar da coletividade, do trabalhador rural, do trabalhador urbano e do empregado domstico. Voc consegue imaginar quais so os direitos sociais? So eles: a educao, a sade, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia e assistncia aos desamparados.Direitos sociais

J que estamos falando de garantias fundamentais previstas na Constituio Federal no seu artigo 5 e, tambm, de direitos sociais estabelecidos nos artigos 6 e 7 da referida Carta Magna, vamos conhecer todos os direitos constitucionais dos trabalhadores urbanos e rurais: - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria, ou seja, sem justa causa; - Seguro desemprego; - 13 salrio; - frias com 1/3; - Fundo de garantia; - garantia de salrio, nunca inferior ao mnimo; - irredutibilidade de salrio; - remunerao de trabalho noturno superior ao diurno; - repouso semanal remunerado (domingos); - proibio da reteno de salrio, o que constitui crime; - participao nos lucros; - salrio famlia, pago em razo dos dependentes do trabalhador; - durao de trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro horas semanais; - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento; - Licena gestante/licena paternidade; - Aviso prvio; - reduo de riscos inerentes ao trabalho, atravs de normas de higiene e segurana; - adicional de insalubridade, periculosidade; - aposentadoria;

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- assistncia gratuita aos filhos, desde o nascimento at 6 anos, em creches e pr-escolas; - seguro contra acidentes de trabalho; - ao trabalhista com prazo prescricional de 5 anos, at o limite de 2 anos, para a propositura de ao judicial, a contar da extino do contrato de trabalho. - proibio de diferenas de salrios e de exerccio de funes por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. - proibio de qualquer discriminao no tocante a salrio e admisso de trabalhador portador de deficincia fsica. - proibio de trabalho noturno, perigoso e insalubre para menores de 18 anos, e de qualquer trabalho para menores de 16 anos, salvo na condio de aprendiz (entre 14 e 16 anos).Direitos constitucionais, Trabalhador urbano e Trabalhador rural

Finalizando essa relao de direitos, que de suma importncia tanto para o aluno do curso de administrao, quanto para todos os cidados, preciso fazer uma ressalva no que tange aos direitos assegurados aos trabalhadores domsticos: eles apenas possuem os direitos assinalados em negrito nos itens anteriormente citados (pgina 47). Conhecer os direitos sociais e sua importncia para a sociedade, pois, com esse conhecimento, poderemos exigir um pouco mais dos nossos parlamentares, para que possamos chegar cada vez mais perto dos objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil, que dentre outros, destaca a construo de uma sociedade mais justa, solidria, ao promover o bem de todos.

AtividadeRealizar uma pesquisa sobre cidadania e entregar na prxima aula.

FocoDireitos e deveres individuais e coletivos e garantias sociais

Na prxima aula, estudaremos mais a respeito dos direitos trabalhistas e a relao entre empregado e empregador. No perca, importante. At l!

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Aula 10 - Empregado e empregadorOl, hoje a nossa aula vai tratar de um assunto muito interessante para voc, futuro Administrador, bem como para todos os cidados. Voc ter a oportunidade de conhecer como a relao trabalhista existente entre empregado e empregador, de acordo com a Consolidao das Leis Trabalhistas. Para iniciar o assunto, preciso que voc saiba que estamos nos referindo ao direito do trabalho, um conjunto de normas que mostram as relaes existentes entre empregado e empregador em uma prestao de servio subordinado, mediante pagamento de salrio. Durao aproximada da aula - 100 minutos

DesafioSe, hoje, voc criasse uma empresa, voc saberia quais so os seus deveres e direitos como empresrio, em relao aos funcionrios?

Ento vejamos a definio de empregador, segundo preceitua o artigo 2 da CLT (Consolidao das Leis Trabalhistas) "Considera-se empregador a empresa individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade econmica, admite, assalaria e dirige prestao pessoal de servios. Pargrafo 1 - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relao de emprego, os profissionais liberais, as instituies de beneficncia, as associaes recreativas ou outras instituies sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como empregados" Por meio da leitura desse artigo, voc dever compreender que empregador aquela pessoa que admite, assalaria e, como voc mesmo deve estar pensando, em sntese, a empresa. isso mesmo, mas voc no poder esquecer que empregador tambm poder ser a pessoa fsica, conforme determina o pargrafo 1 desse artigo que acabou de ler.Conhea a CLT - Mantenha-se informado: Como empregado e como futuro Administrador.

Agora que voc compreendeu o conceito de empregador, necessria a leitura do artigo 3 da CLT, para esclarecer o que empregado, segundo as leis trabalhistas.

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Artigo 3 - "Considera-se empregado toda pessoa fsica que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio". Quais so as caractersticas necessrias para que um indivduo se enquadre como empregado? - Pessoalidade - ser pessoa fsica - Habitualidade - trabalhar para o empregador todos os dias - Onerosidade - receber salrio - Subordinao - receber ordens, ou seja, estar limitado s vontades do empregador. Simples no ? Aps essas definies bsicas, podemos concluir que para que exista vnculo trabalhista necessrio que o empregado preste servio ao empregador de maneira que haja, subordinao, pessoalidade, habitualidade e onerosidade. Logo, chegamos concluso de que se um indivduo trabalha para um empregador, e se encaixa nas caractersticas de empregado, evidente que h uma relao de trabalho e que tanto o empregador como o empregado tm direitos e deveres advindos dessa relao.Pessoalidade, Habitualidade, Onerosidade e Subordinao

Ento vejamos quais so os DIREITOS do EMPREGADO 1 - registro na carteira de trabalho e previdncia social 2 - exames mdicos de admisso e demisso 3 - repouso semanal remunerado 4 - receber salrio at o 5 dia til 5 - receber a primeira parcela do 13 salrio at o dia 30 de novembro, e a segunda parcela at 30 de dezembro 6 - receber frias com acrscimos de 1/3 do salrio 7 - licena maternidade de 120 dias 8 - licena paternidade de cinco dias corridos 9 - horas-extras pagas com acrscimo de 50% do valor da hora normal 10 - FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Servio) FGTS: um peclio (qualquer reserva de dinheiro) compulsrio (que obriga ou compele) formado pelo empregador, em nome do empregado, depositado em conta vinculada, tendo como agente operador a Caixa Econmica Federal. O empregador ter que depositar at o 7 dia til, em conta vinculada do empregado, a importncia equivalente a 8% de sua remunerao.

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11 - garantia ao empregado de 12 meses de continuidade no emprego, em casos de acidente (estabilidade) 12 - receber adicional noturno de 20% do valor da hora normal, quando o funcionrio vier a trabalhar de 22h s 5h 13 - Faltas sem desconto no salrio, nos casos de casamento (3 dias), doao de sangue (1 dia/ano), alistamento eleitoral (2 dias), morte de parente prximo (2 dias), testemunho na Justia do Trabalho (no dia), doena comprovada por atestado mdico. 14 - aviso prvio de 30 dias Aviso prvio o ato pelo qual quem quer rescindir o contrato de trabalho por prazo indeterminado comunica a outra parte que lhe ser concedido um prazo de 30 dias, sob pena de ser paga a remunerao correspondente quele perodo. 15 - seguro desemprego Como voc pode verificar, at agora, os direitos trabalhistas so normas que regem as relaes existentes entre empregado e empregador em uma prestao de servio subordinado mediante pagamento de salrio. E falando em salrio, conhecido tambm por todos como sinnimo de remunerao, preciso que saiba a diferena entre um e outro. Salrio: a quantia paga pelo empregador pela contraprestao de um servio. Alm do pagamento em dinheiro, compreende-se, no salrio, a alimentao, habitao, vesturio e outras prestaes que a empresa, por fora do contrato de trabalho ou por costume, habitualmente, oferecer ao funcionrio. Salrio a importncia paga "regularmente"; o seu valor fixado e determinado no contrato de trabalho. Remunerao: no precisa ser paga regularmente, nem precisa constar do contrato de trabalho; a importncia pode variar de acordo com vrios fatores, por exemplo, desempenho do empregado e aumento nas vendas, ou seja, so algumas premiaes espordicas que o funcionrio pode receber.Entenda a sua folha de pagamento

Agora vejamos quais so os DEVERES do EMPREGADOR 1. depositar o FGTS at 7 dia de cada ms, no valor correspondente a 8% da remunerao 2. informar mensalmente, no recibo de pagamento do trabalhador, o valor depositado em sua conta vinculadaNoes Bsicas de Direito 51

3. at o dia 10 de cada ms, colocar disposio de seus empregados, do sindicato, ou associaes de empregados, documentos que comprovem os recolhimentos realizados ao Fundo de Garantia 4. prestar informaes sobre o FGTS de seus empregados aos sindicatos, quando solicitado 5. quando o empregador demitir, sem justa causa, deve, por ocasio da resciso do contrato, depositar 50% do total de todos os depsitos realizados, na conta vinculada do trabalhador, atualizados monetariamente, e mais os juros, sendo 40% na conta vinculada do empregado, e 10% para contribuies sociais de que trata a Lei Complementar n 110, de 26/06/01 6. E, por fim, quando a dispensa ocorrer por culpa recproca ou fora maior, reconhecida pela Justia do Trabalho, deve depositar, na conta vinculada do trabalhador, 20% do total dos depsitos realizados na conta vinculada, atualizados monetariamente e mais os juros

Deveres do EmpregadoE finalizando a questo de direitos do empregado, saiba que, alm de direitos, tambm possui deveres: - Agir com probidade (vem da palavra probo, de carter ntegro; honrado) - Ter um bom comportamento - Evitar a desdia (preguia, indolncia, desleixo) - No se apresentar ao trabalho embriagado - Guardar segredos profissionais - No praticar atos de indisciplina - No praticar ofensas fsicas contra o empregador - No deixar de cumprir as obrigaes do contrato de trabalho O empregado dever tomar muito cuidado com as questes acima elencadas, pois, caso venha a descumpri-las, o empregador poder despedir o empregado at por justa causa, fato este que estudaremos na prxima aula.Direitos e deveres

Sem o direito do trabalho, tanto o trabalhador como a empresa no teriam seus direitos e deveres resguardados. O direito do trabalho serve para organizar e estabelecer os vnculos empregatcios entre empregado e empregador, assegurandolhes, assim, uma relao de trabalho justa, e a conscientizao das garantias e punies previstas em lei.

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Algumas curiosidades: Voc sabia que o trabalhador noturno tem a sua hora de trabalho reduzida? isso mesmo, a hora do trabalhador noturno equivale a 52 minutos e trinta segundos, ou seja, 7 horas do trabalhador noturno equivalem a 8 horas trabalhadas.

Atividades1 - Qual o conceito de empregado? 2 - Quais so as caractersticas necessrias para ser empregado de acordo com a Consolidao das leis Trabalhistas? 3 - Cite, no mnimo, trs direitos que os empregados possuem. 4 - Qual a diferena entre salrio e remunerao?

FocoDireitos e deveres do empregado e empregador de acordo com a Consolidao das Leis Trabalhistas

Na prxima aula, vamos continuar falando a respeito do direito do trabalho e, especificamente, sobre as vrias espcies de contrato de trabalho individual. At l, no percam

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Aula 11 - Contrato de trabalhoOl! com muita satisfao que estou novamente nessa telinha, para dar continuidade aos direitos trabalhistas e falar especificamente sobre os diversos tipos de contrato de trabalho. isso mesmo, quando falamos de contrato de trabalho individual, no podemos nos restringir apenas ao contrato de trabalho por tempo indeterminado, que nos parece ser o mais comum. Durao aproximada da aula - 100 minutos

DesafioSe voc estivesse na direo de uma empresa, de que forma voc contrataria um funcionrio para prestar um servio espordico?

Os contratos de trabalho podem ser classificados da seguinte forma: - Expresso (escrito ou verbal), ou seja, evidente a manifestao de vontade das partes. - Tcito aquele contrato que fica subentendido s vontades das partes de acordo com o comportamento dessas, ou seja, um individuo comea a prestar servios a outrem, sem que este se oponha. Com relao ao prazo do contrato de trabalho individual, em regra, a durao por tempo indeterminado, mas, existem algumas excees que passarei a demonstrar ao falar dos contratos individuais por prazo determinado. Antes de saber quais so esses contratos por prazo determinado, importante salientar que a lei trabalhista brasileira s admite essa espcie de contratao nos seguintes termos: - servios cuja natureza ou transitoriedade justifiquem a predeterminao do prazo; - atividades empresariais de carter transitrio; - em caso de experincia. Os contratos por prazo determinado podem ser de, no mximo, dois anos, sendo permitida a prorrogao por uma nica vez, sem esquecer do prazo global de dois anos. Excedido esse limite, ou prorrogado mais de uma vez, o referido contrato passa a ser considerado por prazo indeterminado. E, por fim, a nica forma de extinguir esse tipo de contrato com o fim do prazo estipulado entre as partes.

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Contrato de experincia - uma espcie de contrato de trabalho com prazo determinado, que tem como prazo mximo 90 dias; utiliza-se para observar o desempenho do empregado, antes da contratao definitiva. Tanto o empregado quanto o empregador ficam adstritos ao prazo estipulado, j que, em caso de resciso anterior ao decurso do prazo, necessrio, por ambas as partes, arcar com indenizao. Quanto voc acha que essa indenizao? Se for despedida sem justa causa por parte do empregador, este dever arcar com a metade da remunerao que seria devida at o final do contrato. Se o funcionrio quiser se demitir antes do decurso do prazo contratado, ser obrigado a indenizar o empregador pelos prejuzos porventura ocasionados por essa resciso antecipada, desde que essa indenizao no ultrapasse o valor que seria pago pelo empregador, se houvesse motivo para resciso contratual. Empregado e empregador possuem responsabilidades e direitos na mesma proporo no que se refere a resciso do contrato de trabalho por prazo determinado. A ltima espcie de contrato de trabalho por prazo determinado o contrato especial, com previso na lei 9.601/98, que incentiva os empregadores a admitir uma quantidade maior de funcionrios, j que a contratao de funcionrios por esse tipo de contrato reduz o recolhimento das contribuies sociais do empregador. Como exemplo temos o FGTS que, normalmente, de 8%, e que nessa espcie de contrato de 2%. Vale ressaltar, ainda, que, em caso de resciso antecipada, no h o que se falar em indenizao, como previstos nos demais contratos por tempo determinado. Pode-se tambm ser prorrogado quantas vezes forem necessrias, desde que no ultrapasse o tempo mximo de dois anos. Outra novidade nessa modalidade de contratao que a referida lei no limita a contratao de empregado em casos de atividades de carter transitrio, experincia etc.Lei 9601/98

Qual foi o objetivo da lei 9601/98 - contrato especial? 9601/98 Essa lei teve como objetivo incentivar os empregadores a admitir uma maior quantidade de funcionrios.

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exatamente isso, ao entrar em vigor a lei 9601/98, os empregadores basicamente passaram a regularizar uma situao que j existia, ou seja, muitos empregados j trabalhavam dessa forma e sem respaldo jurdico. Com o advento da referida lei, alm de maior oferta de emprego, o funcionrio passou a ter, no perodo contratado, o devido respaldo jurdico, resguardados alguns direitos que anteriormente no possua. Muito bem, mas no to simples assim, alguns cuidados foram tomados para que a lei 9601/98 no fosse banalizada: - H uma limitao para a contratao de funcionrios, que tem como parmetro a quantidade de funcionrios j existentes na empresa. - Participao das entidades sindicais na contratao do empregado. - O empregado deve ter conhecimento prvio das condies impostas, tais como trmino de contrato, salrio etc.

Atividade1 - O que voc entende por contrato de trabalho com prazo determinado? 2 - Com referncia lei 9601/98, que abrangeu a contratao de funcionrios por prazo determinado, podendo ser prorrogado por vrias vezes, sem exceder o prazo de dois anos, qual a sua opinio? Voc acha que favorece o trabalhador? Apresente possveis aspectos favorveis e desfavorveis. 3 - Em regra, qual a forma de contratar um funcionrio para trabalhar em uma empresa? a) por contrato temporrio b) contrato de experincia c) contrato por prazo indeterminado 4 - Caso o empregado tenha firmado com o empregador um contrato por prazo determinado de dois anos, esse contrato, quando chegar ao fim, poder ser prorrogado? Se, aps o trmino do contrato, o funcionrio continuar a prestar servios para a empresa, como ficar sua situao com relao a seu contrato de trabalho? O contrato individual de trabalho se d, em regra, por prazo indeterminado, e pode ser classificado como expresso ou tcito, mas, existem algumas possibilidades de contratao, por prazo determinado, de acordo com regras estabelecidas em lei, contrato de experincia e o contrato especial da lei 9601/98.

FocoExistem vrias maneiras de se contratar um funcionrio para prestar servio a uma empresa

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Para a prxima aula, no perca! Estudaremos o conceito de empresa, empresrio, de acordo com o novo cdigo civil, e falaremos de estabelecimento comercial, entre outros assuntos que so de extrema importncia para voc, futuro Administrador. At l!

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Aula 12 - Empresa e empresrioOi!! tudo bem? Enfim, demorou, mas chegou o momento da nossa aula. Tenho certeza de que, se dependesse de voc, no desgrudaria da telinha das aulas de Noes Bsicas de Direito, mas, preciso fazer outras coisas, no mesmo? Ento, vamos aproveitar o mximo o nosso bate papo, ok? Durao aproximada da aula - 100 minutos

DesafioVoc saberia como agir na constituio de uma empresa individual ou uma sociedade empresria? Ser que para a formao dessa empresa necessrio efetuar registro?

Vamos iniciar pelo conceito de empresrio, estabelecido pelo cdigo civil em seu artigo 966 que diz: Artigo 966 - Considera-se empresrio quem exerce profissionalmente atividade econmica organizada para a produo ou circulao de bens ou de servios. Pargrafo nico - No se considera empresrio quem exerce profisso intelectual, de natureza cientfica, literria ou artstica, ainda com o concurso de auxiliadores ou colaboradores, salvo se o exerccio da profisso constituir elemento da empresa. Anteriormente ao novo Cdigo Civil, aquele que exercia atividade mercantil era considerado comerciante, com respaldo no cdigo comercial elaborado em 1850, porm, essa situao encontra-se revogada. Esse conceito foi ampliado, no dia 10 de janeiro de 2002, aps ser aprovado e sancionado pelo Presidente da Repblica.Cdigo Civil Art. 966

Para que seja considerado empresrio necessrio: - Ser profissional - o empresrio dever exercer atividade de forma habitual - desenvolver atividade econmica - buscar lucro na explorao da empresa - ter empresa organizada - capital, mo de obra, insumos e tecnologia - ser fabricante de mercadorias ou prestador de servios - fazer intermediaes de mercadorias e serviosNoes Bsicas de Direito 58

Voc acha que empresrio tambm inclui a pessoa fsica, ou apenas jurdica? Pois saiba que empresrio pode ser pessoa fsica (empresrio individual) ou pessoa jurdica (sociedade empresria). Viu s como fcil, podemos concluir que, tanto a pessoa fsica como a pessoa jurdica que exercer de forma profissional atividade econmica organizada para a produo ou circulao de bens ou de servios, considerado empresrio. Um indivduo que no possui a maioridade civil poder ser empresrio? A resposta a essa questo : depende. Voc deve saber que a maioridade civil, ou seja, o momento em que o indivduo passa a responder por suas atitudes, quando esse possui 18 anos completos. A partir da ele pode vir a ser empresrio, desde que preencha os requisitos para tal. Assim, a maioridade civil uma das primeiras condies para ser empresrio. Mas, a resposta da nossa questo depende porque o individuo, a partir dos 16 anos completos, poder ser emancipado e, dessa forma, a nossa legislao permite que seja empresrio, desde que preencha os demais requisitos. Agora, veja essa curiosidade: algumas pessoas fsicas no podem ser empresrios: - Militares da ativa, das trs foras armadas e das polcias militares; - Funcionrios pblicos; - Magistrados - Mdicos, para o exerccio simultneo da medicina, como por exemplo: farmcia, laboratrio etc. - estrangeiros no residentes no pas; - Cnsules, salvo os no remunerados; - Corretores e leiloeiros e - os falidos enquanto no habilitados. Um fato importantssimo, que no podemos deixar de mencionar, so as obrigaes do empresrio que se estende em nveis federais, estaduais e municipais. Veja: 1 - Registrar-se na junta comercial

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1 - Junta comercial - o rgo oficial encarregado da execuo e administrao dos servios de registro. O registro das empresas regulado pela lei 8.934/94 Sistema Nacional de Registros Mercantis, e composto pelo DNRC - Departamento Nacional do Registro do Comrcio e pelas juntas comerciais. O DNRC integra o Ministrio do Desenvolvimento Indstria