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tribunal do estado <ío'^49 Comarca de Aparecida de Goiânia -V Vara Cível Processo 295432-47.2016.8.09.0011 DESPACHO O digno Administrador Judicial comunicou a este juizo que o plano de recuperação apresentado pela devedora foi aprovado pela Assembléia Geral de Credores. Assim, notifico a recuperanda para, em 10 (dez) dias, fazer juntar aos autos as certidões negativas de débitos tributários, nos termos do art. 57 da Lei 11.101/2005. No mesmo prazo, o Administrador Judicial oferecerá parecer fundamentado sobre a legalidade das cláusulas do plano aprovado. ' ' ' Em seguida, façam-me conclusos os autos para homologação. Aparecida de Goiânia, 14 de dezembro_de 2017 £e Sousa uiz Direito Página 1 de 1

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tribunal

do estado <ío'^49 Comarca de Aparecida de Goiânia -V Vara Cível

Processo n° 295432-47.2016.8.09.0011

DESPACHO

O digno Administrador Judicial comunicou a este juizo

que o plano de recuperação apresentado pela devedora foi aprovadopela Assembléia Geral de Credores.

Assim, notifico a recuperanda para, em 10 (dez) dias,

fazer juntar aos autos as certidões negativas de débitos tributários,nos termos do art. 57 da Lei n° 11.101/2005.

No mesmo prazo, o Administrador Judicial ofereceráparecer fundamentado sobre a legalidade das cláusulas do plano

aprovado. '' '

Em seguida, façam-me conclusos os autos para

homologação.

Aparecida de Goiânia, 14 de dezembro_de 2017

£e Sousauiz dè Direito

Página 1 de 1

EXTRATADO

Em IM / j'^/20_i2:

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JUNTADAAos ^ M de 1 de âOl V

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FLÁVIO CARDOSOADVOGADOS ASSOCIADOS

+ 55 (62) 3584-3642 I (62) 3584-3839

Dí flaviocardosoadv.com.br

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA I

VARA CÍVEL DA COMARCA DE APARECIDA DE GOIÂNIA-GO. r

-

/hfl^ r

Processo n°. 201602954326

FLÁVIO CARDOSO ADVOGADOS ASSOCIADOS S/S responsável pela

Administração Judicial da Empresa FERTILIZANTES ALIANÇA EIRELI em

recuperação judicial, por seu responsável Flávio Cardoso, OAB/GO n°. 24.920, vem

respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar parecer em atenção ao

despacho de fls. 2.270.

RELATÓRIO

A recuperanda apresentou, tempestivamente, seu Plano de Recuperação

Judicial, protocolado em 04/11/2016, que gerou autos Suplementares n° 01 volume I e

II, fls. 01/303, bem como demonstrativo de sua viabilidade econômica (Anexo-I),

Laudo Econômico Financeiro e de Avaliação dos Bens e Ativos do Devedor (Anexo-II),

em cumprimento ao art. 53 da Lei 11.101/2005. Em seguida, os credores^nco spjra

S.A, China Construction Bank Brasil Banco Múltiplo S.A, Banco Votorantim S^A,

Banco do Brasil S.A, Itaobi Tranportes Ltda, entre outros apresentaram objeção ao

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Setor Araguaia - Aparecida de Goiânia.

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ADVOGADOS ASSOCIADOS

Com vista as negociações com os credores, a recuperanda, apresentou o

Primeiro Aditivo ao Plano e em seguida o Segundo Aditivo e durante a AGC, em

Segunda Convocação, 5® sessão, apresentou o Ajuste ao Plano de Recuperação, fls.

2.259/2.269;

Por fim, a recuperanda comparece aos autos, às fls. 2.298/2.363, apresentando o

Plano de Recuperação Consolidado, com as alterações promovidas pelos dois aditivos,

ajustes e deliberações da Assembleia-Geral de Credores.

Era o que bastava relatar.

DA MANIFESTAÇÃO DA LEGALIDADE DAS CLÁUSULAS DO PLANO

CONSOLIDADO

O Plano de Recuperação Judicial Consolidado apresentado pela recuperanda é

constituído de glossário, sumário e 10 (dez) capítulos: Cláusula 1. Consideração e

Objetivos; Cláusula 2. Situação Jurídica Atualizada; Cláusula 3. Premissa do Plano de

Recuperação Judicial; Cláusula 4. Escopo do Plano; Cláusula 5. Meios de recuperação a

serem empregados; Cláusula 6. Alienação de Ativos; Cláusula 7. Dos Pagamentos aos

Credores; Cláusula 8. Forma de Pagamento; Cláusula 9. Leilão Reverso; Cláusula 10.

Disposições Gerais.

É de todo oportuno mencionar que a soberania dos Credores deve ser bem

compreendida, a fim de não gerar conseqüências contrárias ao próprio espírito da Lei

Recuperacional, que visa sempre e em última análise garantir o interesse social,

decorrente da preservação dos benefícios econômicos e sociais da atividade empresarial.

Ao o Poder Judiciário cabe controlar a legalidade da decisão dos credores e os

aspectos legais do plano de recuperação judicial, com vista à verificação da existência

de cláusula que viola alguma norma pública existente no ordenamento. Sob está senda

passa-se a análise da legalidade das cláusulas do presente PRJ CONSOLIDADO.

Inicialmente, cabe asseverar que quanto às Cláusulas: 1. Consideração e

Objetivos; 2. Situação Jurídica Atualizada; 3. Premissa do Plano de Recuperação

Judicial; 4. Escopo do Plano; 5. Meios de Recuperação a Serem Empregados; 8. Forma

de Pagamento 9. Leilão Reverso, não há qualquer observação ou consideração a ser

feita.

Com relação às Cláusulas: 6 . Alienação de Ativos; 7. Dos Pagaínentos^aos

Credores; 10. Disposições Gerais, faremos a análise individualizada ̂ e cada uma e^considerações, que ao nosso sentir são pertinentes ao auxílio deste r, ju^o.

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A<' 7

e) [email protected]

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Dj fiaviocardosoadv.com.br (V.,advogados associados

CLÁUSULA 6 - ALIENAÇÃO DE ATIVOS

Nesta cláusula há previsão de alienação do ativo permanente bens imóveis da

recuperanda, entres os quais a unidade produtiva de adubos, situada na BR-153, local

em que funciona sua sede, bem como a alienação dos imóveis matrículas

n°. 1623,1621,1622,1634, denominados Unidades Produtivas Isoladas UPIs e ainda a

previsão que o recurso obtido com a alienação da UPl-1 deverá ser utilizada

exclusivamente, para o pagamento da dívida novada com a Credora Copebras,

vejamos:

CONSIDERANDO QUE a Recuperanda e seus Sócios poderão, a qualquermomento, realizar operações de alienação de quotas, ações e/ou de ativos(imobilizados) para a recomposição do capital de giro, mediante parecerfavorável do Administrador Judicial e/ou do Juízo da Recuperação Judicial.CONSIDERANDO QUE poderá a qualquer momento ocorrer a venda dapropriedade rural registrada nas matrículas 11.096 e 12.638, ambas doCartório de Registro de Imóveis de Caiapônia - Goiás. A venda poderáocorrer a qualquer tempo através de quaisquer das formas estabelecidas naLei n®. 11.101/2005, e após a publicação da homologação do Plano deRecuperação Judicial aprovado em assembléia.CONSIDERANDO QUE poderá ser realizada a venda de máquinas eequipamentos, a qualquer tempo.CONSIDERANDO QUE poderá ser realizada a venda do imóvel(acompanhado das construções), onde se localiza da unidade produtivade adubos na BR 153.

CONSIDERANDO QUE caso seja necessário, poderá ocorrer a venda dequalquer ativo imobilizado, para cumprir com o pagamento da dívida novadae/ou para formação de capital de giro.CONSIDERANDO QUE poderá ocorrer a venda de parte ou a totalidade dasquotas da empresa.6.1 DISCIPLINA PARA ALIENAÇÃO DE ATIVOSQuaisquer dos Ativos Imóveis a serem vendidos, serão denominados de UPl(Unidade Produtiva Isolada).Ocorrerá a inclusão de disciplina para formação e alienação de UnidadesProdutivas Isoladas - UPls, nos termos do art. 60, caput e parágrafo único, e142 da Lei n.® 11.101/05, e no art. 133, §1®, inciso 11, do Código TributárioNacional.

As vendas ocorrerão através de proposta fechada. Os valores mínimos a seremestabelecidos para a venda serão indicados pela recuperanda, com exceçãodas UPLs que já tiverem valores mínimos estabelecidos no presente Plano.As glebas localizadas no município de Mimoso de Goiás-GO, são denominadasde:

■ UPl 1: matrícula 1623;■ ~ UPl 2: matrícula 1621;■ UPl 3: matrícula 1622;■ UPl 4: matrícula 1624.

Poderá ocorrer o desdobramento de quaisquer dos imóveis de propriedade darecuperanda.As vendas das UPUs 1, 2, 3 e 4 poderão se dar em conjunto ouseparadamente, seguindo as regras estabelecidas no presente Plano, paraum ou mais compradores.A alienação da UPl 1 deverá ser utilizada exclusivamente para,Dasaiiientoda dívida novada com o credor Copebras.

Consideração 1; A venda da sede da devedora, local em que são f ^

produtos por ela comercializados, bem como maquinários destinados

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produtiva, data venia, viola norma de ordem pública, insculpida no art. 47 da Lei n°.

11,101/2005, que regulamenta a superação da situação de crise econômico-financeira do

devedor, com o escopo de preservar a fonte produtora. Além disso, representa parcela ^significativa de seus ativos e compromete a sua própria integral idade, impedindo a

continuidade do negócio.

Consideração 2: A previsão de alienação de bem objeto de garantia real, com a

supressão da garantia ou sua substituição, somente é admitida mediante aprovação

expressa do credor titular da respectiva garantia. O Credor Banco do Brasil S.A, durante

a A.GC, 5® sessão, em sua Justificativa de voto fls.2.253 a 2.254v. Manifestou,

expressamente, não admitir a lealização da alienação do ativo imóvel rural UPI 4

matrícula n°.1624, pois o mesmo lhe está gravado por garantia hipotecária, não

concedendo portanto a supressão da garantia, conforme art. 50, §1° da LRFE.

Consideração 3: A alienação dos imóveis rurais UPl-1 matrícula 1623 e caso

necessário UPI-2 matrícula 1621, com a destinação exclusiva dos recursos obtidos para

o pagamento da dívida novada com a credora Copebras, causa favorecimento a um

c iedor em prejuízo aos demais, o que é vedado pelo art. 172 da LRFE.

CONCLUSÃO; Assim, o.Plano Recuperação Judicial Consolidado na Cláusula

6 cm análise, apresenta três ilegalidades dc ordem pública, pois autoriza a alienação da

principal unidade (fonte) produtiva da devedora, situada na BR 153, contrariando o art.

47 da LRFE, quanta preservação da fonte produtora. Por outro lado, a alienação de bem

objeto de garantia real, com a supressão da garantia ou sua substituição, sem aprovação

expressa do credor titular da respectiva garantia viola o art.50, §1° da LRFE. For fim, o

favorecimento da credora Copebras, contraria o princípio da par condido creditoriirn,

que também se aplica à Recuperação Judicial.

CTÁUSULA -7 DOS PAGAMENTOS AOS CREDORES:

Nesta cláusula, o Plane de Recuperação Consolidado estabelece a proposta de

pagamento para cada classe de credores: quais sejam: Classe Trabalhista; Classe

Garantia Real, Classe Quirografária; c Classe ME & EPP.

. Não há qualquer consideração a ser feita em iclação a proposta de paga.nento

quanto a classe trabalhista cláusula 7.1 e classe ME & EPP Cláusula 7.4, por

eritendermos que contempla a LRFE.

Passa-se à análise individualizada da proposta de pagamenj ^cs

Garantia Real cláusula 7.2 c quirografária cláusula 7.3.

Pági.na 4 de 9

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CLÁUSULA - 7.2 CLASSE II: CREDORES COM GARANTIA REAL

Na presente cláusula resta previsto o pagamento dos credores da classe garantia ...2.5^3

real, com a instituição de quatro subclasses: Subclasse 1: Credores com Garantia Real ^- Fornecedores Estratégicos e Parceiros (Cláusula 7.2.1); Subclasse 2; Credores com

Garantia Real - Fornecedores Não Parceiros. (Cláusula 7.2.2); Subclasse 3: Credores

com Garantia Real - Banco Itaú Unibanco S.A., sucedido pelo Invista I Fundo de

Investimento em Direitos Creditórios Multissetorial Não Padronizados e Banco

Santander (Brasil) S.A., sucedido pelo Fundo de Investimento em Direitos Creditórios

Não Padronizado Invista CF, e/ou outros que vierem a sucedê-los. (Cláusula 7.2.3).

Subclasse 4: Credores que sejam Instituições Financeiras Sociedades de Economia

Mista e/ou empresa pública e/ou que contam com a participação da União Brasileira

(Cláusula 7.2.4).

O Plano autoriza ainda, um deságio de 95% (noventa e cinco por cento) do

crédito dos credores Fornecedores Não Parceiros e credores Intuições Bancárias com a

Participação da União, vejamos:

O credor da presente subclasse receberá em até 24 (vinte e quatro) mesesapós a publicação da homologação do Plano de Recuperação Judicialaprovado em AGC, o valor equivalente a 5% (cinco por cento) do créditosujeito a Recuperação Judicial em uma única parcela.

Além disso, existe a previsão de não afetar nenhuma das garantias reais

existentes junto aos Credores com Garantia Real, sem qualquer exceção, as quais

permanecem integralmente válidas, eficazes e inalteradas em qualidade e quantidade^

exceto, em caso de liquidação da dívida nos moldes do PRJ aprovado, caso em que o

bem dado em garantia deverá ser desonerado:

Este Plano não afeta nenhuma das garantias reais existentes Junto aosCredores com Garantia Real, sem qualquer exceção, as quais permanecemintegralmente válidas, eficazes e inalteradas em qualidade e quantidade,exceto, em caso de liquidação da dívida nos moldes do PRJ aprovado,caso em que o bem dado em garantia deverá ser desonerado, (negritei esublinhei)

Consideração 1; A previsão de alienação de bem objeto de garantia real,

conforme já afirmado acima, somente é admitida mediante aprovação expressa do

credor titular da respectiva garantia, conforme art. 50, §r da LRFE.

Consideração 2: É de sabença que tanto a doutrina comi6 a jurisprudêníúa

admitem a criação de subclasses de credores, que, por si, não vipla o princíp^j<^c|a

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o CARDOSO 3584-3642 I (62) 3584-3839í:í flavlocardosoadv.com.br

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3.SVIJisonomia. O que não se tolera é que a criação delas sirva para a manipulação de votos

nas deliberações em assembléia, ou para penalizar severa e injustificadamente

determinados credores, ^

Na hipótese em análise, não se vislumbra em nulidade a criação da subclasse 1

Credores Fornecedores Estratégicos e Parceiros e subclasse 2 Credores fornecedores

Não Parceiros. Entretanto, ao regulamentar que os Credores Fornecedores Não

Parceiros sofrerão deságio de 95% (noventa e cinco por cento) em seus créditos, data

venia, configura penalização injustificada, além de implicar em verdadeiro perdão da

dívida, o que é inadmissível.

O mesmo pode-se dizer com relação Subclasse 3 Credores com Garantia Real

- Instituições Privadas e a Subclasse 4: Credores Instituições com Garantia Real

Financeiras Sociedades de Economia Mista e/ou empresa pública e/ou que contam com

a participação da União Brasileira, onde sem qualquer justificativa resta previsto um

deságio de 95% (noventa e cinco por cento) para os credores Instituições Financeiras

com participação da União.

Consideração 3: Conforme acima mencionado a alienação dos imóveis rurais

UPI-1 matrícula n°. 1623 e caso necessário UPI-2 matrícula n°.1621, com a destinação

exclusiva dos recursos obtidos para o pagamento da dívida novada com a credora

Copebras, causa favorecimento a um credor em prejuízo aos demais, o que é vedado

pelo art. 172 da LRFE.

CONCLUSÃO: Assim, a cláusula em análise, apresenta três ilegalidades de

ordem pública: previsão de alienação de bem com garantia real sem aprovação

expressa do credor titular da respectiva garantia, conforme art. 50, §1° da LRFE;

previsão de deságio de 95% (noventa e cinco por cento) para os Credores Fornecedores

Não Parceiros e credores Instituições Financeiras com participação da União, restando

configura penalização injustificada, além de implicar em verdadeiro perdão da dívida,

o que é inadmissível: E favorecimento a um credor em prejuízo aos demais, o que é

vedo pelo art. 172 da LRFE.

CLÁUSULA 7.3 CLASSE III: CREDORES OUIROGRAFÁRIOS

Na classe quirografária, o Plano traz a proposta de pagamentos denominada de

**Credores Ouirografários - Proposta Gerai" (Cláusula 7.3.1) e alt^íatívainçnte são

criadas 6 subclasses: Subclasse 1: Credores Quirografários - Obrigação por ̂ er

Adubo Subclasse 2: Credores Quirografários - Originados de Comissões sobre

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e flavíocardosoadvocacia@gmaíl.com

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1^ FLÁVIO CARDOSO 4 + 55 (62) 3584-3642 I (62) 3584-3839<:> flaviocardosoadv.com.br

..ví;r.:.CADVOGADOS ASSOCIADOS

(Cláusula 7.3.3). Subclasse 3: Credores Quirografários - Fornecedores de Insumos que

sejam Sociedades de Economia Mista, suas controladas e/ou subsidiárias (Cláusula ' ̂^5^7.3.4). Subclasse 4: Credores Quirografários - Obrigação por Fazer Fazenda (Cláusula ^7.3.5). Subclasse 5:Credores Quirografários - Instituições Financeiras (Bancos) que

sejam Sociedades de Economia Mista e/ou empresa pública e/ou que contam com a

participação da União Brasileira, suas sociedades controladas e subsidiárias (Cláusula

7.3.6). Subclasse 6: Credores Quirografários - Tradings Estrangeiras (Cláusula 7.3.7).

Os credores Quirografários poderão declarar a opção de recebimento das

seguintes formas: Os credores poderão optar e fazer constar a opção de recebimento

durante a realização da Assembléia Geral de Credores que aprovar o Plano de

Recuperação Judicial, fazendo constar em Ata o nome da empresa e a opção a que está

aderindo; Poderão os credores também declarar a opção nos autos da Recuperação

Judicial peticionando no processo de RJ até a data da homologação do Plano de

Recuperação Judicial aprovado em Assembléia Geral de Credores.

Os credores da classe quirografária que não se pronunciarem pela opção de

recebimento, receberão seus créditos de acordo com a PROPOSTA GERAL, em até 24

(vinte e quatro) meses após o transito em julgado da publicação da homologação do

Plano de Recuperação Judicial, aprovado em AGC, o valor equivalente a 5% (cinco

por cento) do crédito suieito a Recuperação Judicial em uma única parcela.

Consideração; Pela mesma fundamentação já evocada, a criação de subclasses

não é vedada. Entretanto, a previsão de deságio de 95% (noventa e cinco por cento) do

crédito daqueles credores que não fizerem a opção, data venia, configura penalização

injustificada, além de implicar em verdadeiro perdão da dívida, o que é inadmissível.

CONCLUSÃO: Assim, a cláusula em análise, apresenta ilegalidade de ordem

pública, ao prever deságio de 95% (noventa e cinco por cento) para os Credores

quirografários que não fizerem opção e receberão seus créditos de acordo com a

PROPOSTA GERAL, restando configurada penalização injustificada.

CLÁUSULA 7.5 - CRÉDITOS RETARDATÁRIOS

O Plano estabelece que os créditos retardatários sem exceção, reconhecidos

após a Assembléia Geral de Credores serão pagos em até 24 (vinte e quatro)Lmeses

após o transito em julgado da publicação da homologação do Plano de^ecuperaçaí

Judicial, o valor equivalente a 5% (cinco por cento) do crédito sujeito/a Recuperação

Judicial em uma única parcela.

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>J; /Consideração; Pela mesma fundamentação já evocada, a previsão deságio de

95% (noventa e cinco por cento) para os créditos retardatários, resulta em verdadeiro 2 5^ 4

perdão da dívida.

CONCLUSÃO: Assim, a cláusula em análise, apresenta ilegalidade de ordem

pública, ao prever deságio de 95% (noventa e cinco por cento) para os créditos

retardatários.

CLÁUSULA 10. DISPOSIÇÕES GERAIS

A cláusula 10 estabelece que a devedora, sem prévia autorização da AGC e/ou

do Juízo da Recuperação Judicial, poderá modificar o seu objeto social, bem como,

alterar o seu endereço da sede, assim como fechar e/ou criar novas filiais em qualquer

Estado da Federação. E mais, estabelece que o Banco do Brasil S.A, deverá promover

a renovação automática dos convênios de repasse de crédito rural para os clientes da

Recuperanda. Além disso, autoriza a venda de bens do ativo imobilizado da devedora a

qualquer momento, desde que o recurso seja revertido para o capital de giro.

Considerações: A autorização da recuperanda em modificar o seu objeto

social, bem como, alterar o seu endereço da sede, sem prévia autorização da AGC e/ou

do Juízo da Recuperação Judiciai, poderá causar prejuízo aos credores, bem como o

esvaziamento de suas atividades. De outro giro, o Plano não pode impor ao credor

Banco do Brasil S.A que esse promova a renovação automática dos convênios de

repasse de crédito rural para os clientes da Recuperanda, pois tal questão foge a

competência do juízo recursal, além de não haver qualquer previsão legal que ampare

mencionada imposição ao credor.

Ademais, há contradição pois a cláusula em análise autoriza a venda de bens do

ativo imobilizado da devedora a qualquer momento, desde que o recurso seja revertido

para o seu capital de giro. Porém, em outras cláusulas do plano há previsão da venda

do ativo permanente e a destinação do recurso exclusivo para pagamento de credores.

Assim, como pode o Plano prever que os recursos obtidos com a venda de seus ativos

serão destinados exclusivamente ao pagamento dos credores, cita-se o UPI 1 que será

vendida e o recurso destinado exclusivamente a credora Copobras e ao mesmo tempo

prever que devedora venda qualquer bem do ativo permanente, desde que, seja

convertido em capital de giro?

CONCLUSÃO: Recomenda-se a não homologação do planó quanto

autorização da devedora mudar seu objeto social e endereço sen{ antes ppdir

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autorização AGC e/ou do Juízo da Recuperação Judiciai. Por fim, a recuperanda

deverá sanar as contradições acima apontadas.

MANIFESTAÇÃO FINAL/CONCLUSÃO

+ 55 (62) 3584-3642 I (62) 3584-3839

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ANTE O EXPOSTO, manifesta-se pela anulação do PLANO DE

RECUPERAÇÃO JUDICIAL CONSOLIDADO nas cláusulas apontadas como

ilegais, com a determinação para a convocação de nova Assembléia Geral que deverá

deliberar a respeito da nova proposta a ser apresentada pela recuperanda nos pontos

declarados nulos.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Aparecida de Goiânia, 20 de fevereiro de 2018.

F!.AVkaÇARI^g^ OAB/GO 24.920 FMNILO VIFIRÀl^A 0AB/G0^7.767itESrONSÁVFl>J^A ADMINIST5UÇÃO ^.SfcENTE

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