nº 69 – 9º ano revista da comunidade … número do tikvá sai numa altura difícil para o...

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TIKVÁ תקוהREVISTA DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA Nº 69 – 9º Ano Março / Abril / Maio 2009 Adar / Nissan / Iyar 5769 ANTI-SEMITISMO NA EUROPA 5769

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TIKVÁ תקוהREVISTA DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA

N º 6 9 – 9 º A n oM a r ç o / A b r i l / M a i o 2 0 0 9A d a r / N i s s a n / I y a r 5 7 6 9

ANTI-SEMITISMONA EUROPA

5769

Od Ló Avdá TikvateinuEsta edição de nº 69 traz tudo o que sepassou no último trimestre na nossaquerida CIL e no judaísmo por todo omundo. Cá em Portugal na nossa comu-nidade, trazemos o que de melhor ocor-reu neste período, desde a celebração demais uma grande festa de Chanuka nofinal do ano passado e a tão importantee esperada inauguração do nosso novoMikvê. Já em 2009 lembramos as nãomenos grandiosas comemorações daFesta de Tu Bishvat até a mais recenteFesta de Purim. Já pelo mundo judaico, o que trazemospara si deste período talvez não seja in-felizmente o que mais desejávamos…Demais importante a registar ficou maisum duro conflito de Israel em Gaza, mo-mento em que mais uma vez a nossaquerida Medinat Israel, para além danecessária mobilização e empenho nasua campanha militar contra o inimigo eagressor, teve ainda de enfrentar a fortecampanha da opinião pública em várioscantos do mundo, a tentar mais uma veztransformar os judeus nos monstros, arelevar o terrorismo e transformar osseus activistas em grandes oprimi-dos….Isto tudo em meio a grande in-definição política na qual Israel ainda seencontra, no que toca a definição da suanova e futura liderança…Mas acima de tudo, destacamos nestaedição aquilo que de facto tanto nos pre-ocupa e que também tem saltado aosnossos olhos ao longo dos últimosmeses, que é o forte recrudescimento doanti-semitismo em todo o mundo, comdestaque para o velho e pouco mudadocontinente europeu…Anti -semitismo no-vamente manifestado na suas maisdiferentes vertentes e formas. Desdemais uma negação do Holocausto porparte de bispos… passando por enormesmanifestações públicas e actos de vio-lência e profanação contra as comu-nidades judaicas. Mas a história do judaísmo é testemunhade que AM ISRAEL CHAI VE KAYAM. Eapesar de ser legítima e necessária estareflexão sobre o aumento do anti-semi-tismo, chega-nos mais uma FESTA DEPESSACH para que nos lembremos econtemos aos nossos filhos e netos quesomos um povo livre e com o legítimo di-reito de viver em paz e tranquilidade,seja na diáspora ou no nosso eterno larjudaico em Israel. OD LÓ AVDÁ TIK-VATEINU! E para que nunca percamos aesperança, desejamos sinceramente queapreciem mais este TIKVÁ. A todos um PESSACH SAMEACH veCASHER!

Marcos PristDirector Executivo CIL

E D I T O R I A L

Um pensamento paraGuilad ShalitEste número do Tikvá sai numa altura difícil parao Estado de Israel e para o mundo judaico. Israelsaiu militarmente vitorioso de uma guerra que,mais uma vez, não desejou. Destruiu uma partesignificativa da capacidade bélica do Hamas, oque se tem reflectido na diminuição drástica dosatentados sobre Sderot e o sul de Israel. No entanto, do ponto de vista político e da suaimagem internacional, não se pode dizer o mes-mo. A pressão internacional sobre Israel aumen-tou significativamente. Em contrapartida, Gazareceberá milhões de dólares para a reconstruçãodo seu território, sem a menor exigência de qual-

quer tipo de obri-gação, o que nãodeixa de funcionarcomo um prémioao Hamas. En-quanto o exércitoisraelita é acusadode crimes de guer-

ra, a “comunidade internacional” esquece asprovocações do Hamas e o verdadeiro crime deguerra que é a utilização deliberada da suaprópria população como escudo humano.O resultado de tudo isto é um clima de animosi-dade contra Israel que atinge todo o mundo ju-daico e que se exprime no aumento de actos an-ti-semitas não só no mundo árabe e muçulmano,mas por toda a Europa – como damos contaneste número. Mais do que nunca, é pois indispensável aunidade do povo judeu e o apoio ao Estado de Is-rael. Neste período em que comemoramos Pessahe a sua mensagem de liberdade pensemos tam-bém em Guilad Shalit, raptado e preso desde Jun-ho de 2006. Esperamos de todo o coração quepara o ano, ele possa finalmente celebrar Pessahem casa e família.Para todos um Hag Pessah Sameah

Esther MucznikVice-Presidente

2 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio

FICHA TÉCNICA Directora Esther Mucznik Chefe de Redacção Marcos Prist Colaboradores Diana Ettner, Gabriel Steinhardt,Henrique Ettner, Nuno Martins e Samuel LevyConcepção e produção gráfica Raimundo Santos

Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 3

Transcrevemos um extractoda entrevista do conceituadoempresário brasileiro e nossobenemérito - Sr. Elie Horn àrevista Exame do Brasil

O senhor é muito religioso. Co-mo essa característica manifes-ta-se na condução dos negócios? Deus cria seres diferentes, comcredos diferentes, para cada umno f im, chegar a ele à suamaneira. Acredito em Deus e namissão humana. Qual a minhamissão nesta Terra? Primeiro,fazer o bem. Grande parte domeu património, não direi quan-to, irá para a caridade. O meupai doou 100% do que tinha.Como isso dá significado a umtrabalho? Eu posso transformaro produto do trabalho em din-heiro e depois usar o dinheiropara ajudar pessoas menos fa-vorecidas. O dinheiro pode ser

santificado, quando ajuda a sal-var pessoas.

Mas em alguns momentos o la-do empresário e o lado religiosodevem estar em conflito?....Não. Estamos aqui com a missãode ligar o espiritual ao material.Na hora em que você ganhou um“tostão” e esse tostão ajuda a sal-var uma criança, você santificou edignificou o dinheiro, fruto do seutrabalho. Nessa hora, tudo o queparece ser egoísta deixa de ser.

O senhor pensa em deixar a suafortuna para uma fundação, co-mo Bill Gates ?Hoje, Bill Gates e Warren Buffettsão os maiores heróis do empre-sariado e da filantropia. Eles de-ram o exemplo de como ascoisas têm de ser e conseguiramunir as duas coisas. Ainda nãoestá claro o que eu vou fazer.Parte da minha missão é fazercom que o homem se aproximemais de Deus. Hoje ser crenteestá um pouco fora de moda,mas isso está errado. A gentenão pode ter vergonha de acred-itar em Deus. Se todos os home-ns fossem mais religiosos e re-speitassem a ética e o bem, nãohaveria tanta violência no mun-do, nem maldade e nem po-breza. O que precisamos é defazer com que isso aconteça.Não é tão fácil, não é tão óbvio enão está na moda também. Masessa é a nossa missão.

R O S T O S D O J U D A Í S M O

Elie Horn“A minha missão é fazer o bem”

Desejamos a todos os nossos correligionários e simpatizantes um

Pessach Sameach ve Casher

4 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 5

Segundo um recente relatório,a maioria dos países da UE

não consegue compilar estatísti-cas sobre anti-semitismo, o quecomplica os esforços que estão aser feitos no sentido de medir onível de animosidade para com osjudeus neste bloco de 27 nações.A Agência da UE para os DireitosFundamentais, sediada emViena, relata que os incidentesanti-semitas não são frequente-mente contabilizados nos livrosoficiais ou porque não são classi-ficados como tal ou porque as ví-timas ou as testemunhas não osdenunciam.De acordo com o relatório, “otrabalho de recolha de dados daagência mostra que a maioriados estados-membros não pos-sui dados estatísticos oficiais oumesmo não-oficiais sobre inci-dentes anti-semitas”, dizendoainda que mesmo quando a in-formação existe, não pode serutilizada com objectivos com-parativos uma vez que é recolhi-da por métodos diversos.A agência não especifica quais osEstados que não registam os inci-dentes anti-semitas. Mas alistagem de dados específicos porpaíses, tanto oficiais quanto não-oficiais, inclui apenas: Áustria,Bélgica, Grã-Bretanha, RepúblicaCheca, Dinamarca, França,Holanda e Suécia.Há também exemplos de inci-dentes anti-semitas em outrospaíses da UE, o que indica que oproblema se está a alastrar. Nãohá informação suficiente paracalcular uma tendência geral na

UE em actividade anti-semita en-tre 2001 e 2008. Mas mostra quesegundo os dados disponíveis, háuma diminuição nestes inci-dentes em 2007 e 2008.Em França, por exemplo, país emque o Ministério do Interior com-pila os dados, o número de inci-dentes anti-semitas oficialmenteregistados foi menor em 2007(386) do que em qualquer anodepois de 2001 quando a con-tagem foi de 219. O número deameaças e actos anti-semitas vi-olentos teve o seu cume em 2004(974 incidentes) depois de teratingido 936 em 2002.As estatísticas alemãs mostramque o número de incidente anti-semitas diminui para 1.561 em2007, depois do cume de 1.682

em 2005. No ano de 2006 as au-toridades registaram 1.662 inci-dentes. O número mais baixodesde 2001 foi o de 1.226 inci-dentes registados em 2003.As autoridades holandesas repor-taram que 50 de 216 incidentesdiscriminatórios em 2007 tiveram

natureza anti-semita,cerca de metade donúmero de 2006.Na Grã-Bretanha regis-taram-se 541 incidentesem 2008 contra 561 em2007 e 594 um anoantes.O relatório revela dis-crepâncias entre osnúmeros oficiais e não-oficiais. As estatísticasAustríacas, por exemplo,mostram que o númerode ofensas anti-semitasduplicou em 2007 emcomparação com os 2anos precedentes – de 8em 2005 a 15 em 2007.Por outro lado, dadosnão-oficiais dão conta de125 incidentes em 2006e 62 em 2007.

Foi ainda relatado que desde omais recente surto de violênciaem Gaza, ataques a sinagogas,violência contra judeus e violên-cia esporádica têm sido referidosnos meios de comunicação socialprincipalmente em França, Bél-gica, Suécia, Dinamarca e Grã-Bretanha.No mês passado uma pesquisa daLiga Anti-Difamação (sediada nosEUA), conduzida na Áustria,França, Alemanha, Hungria, Poló-nia, Espanha e Grã-Bretanhamostra que cerca de um terço dos3.500 Europeus consultados culpaos judeus pela crise económicaglobal e que um número aindamaior pensa que os judeus têmdemasiado poder no mundo dosnegócios.

Oanti-semitismo regressou eem força. Não que nunca ten-

ha ido embora, existirá sempre umanti-semitismo latente, caracterís-tica das franjas mais radicas dassociedades. Mas o que caracterizao actual anti-semitismo é a suaglobalização. Praticamente em to-do o mundo os Judeus são acusa-dos de alguma coisa: da criseeconómica, da prática de crimesde guerra e mesmo de inventar-mos o Holocausto. O anti-semi-tismo tornou-se, hoje mais do quenunca, num ódio universal. Contu-do, apesar da sua universalidade,vozes também universais se têmlevantado contra ele e muitasvezes de quem menos se espera.Este artigo pretende relatar algu-mas das vozes que têm criticado oanti-semitismo contemporâneo. O primeiro exemplo é o daChanceler Merkl. Gostando-se, ounão, do seu estilo pessoal e do es-pectro político que representa, An-gela Merkl, uma Protestante divor-ciada, indignou-se contra a rein-clusão do Bispo Williamson, um ne-gacionista declarado, no seio daIgreja Católica. Muitos poderão in-vocar o facto de ela ser Protestantepara ter criticado a Igreja Católica,em geral, e o Vaticano, em espe-cial. Contudo, o facto do seu par-tido – a CDU, o partido conser-vador alemão - ser constituídomaioritariamente por católicos e aAlemanha estar praticamente divi-dida entre fieis Protestantes eCatólicos, criaram-lhe problemasno seio do partido e algumas criti-cas de franjas mais conservadorasalemãs, mas nem o facto de estar-

mos em ano de eleições impediu aChanceller Merkl de abordar otema directamente com Bento XVI.Esta atitude marca significativa-mente uma diferença.Em França o papel da AssociaçãoAmizade Judaico-Cristã e o papeldos Padres que a compõem tam-bém é de realçar. Em primeiro lu-gar há que invocar o legado doPadre Desbois que se tem dedicadonos últimos anos à procura devalas comuns na Ucrânia, ondeterão ocorrido massacres deJudeus, quer por Nazis, quer porUcranianos, durante a Shoah. Asua missão tem sido a de divulgaros últimos testemunhos e vestígiosdesses trágicos acontecimentos,sendo certo que a sua condição dePadre o permite alcançar um maiornúmero de testemunhos. Em Fevereiro último foi publicadono jornal La Croix - jornal conser-vador católico – um texto doPadre Jean Dujardin a respeito da

dupla linguagem do Vaticano. Se-gundo este as preocupações daComunidade Judaica são legíti-mas porque“ [o BispoWilliamson] adere a uma ideolo-gia que, pela negação da Shoah,através do nazismo pretende er-radicar a ética da qual o Povo

Judeu é a raiz.” Por outrolado, a inclusão da oraçãode sexta-feira que apela osJudeus à conversão nasmissas integristas, agoraaceites pelo Vaticano, é, noentender do Padre Du-jardin, “devido às conver-sões forçadas (...) faz noscompreender que a Comu-nidade Judaica se inter-rogue sobre a possibilidadede um verdadeiro diálogo.” Por último, na Bélgica o Bis-po Daneels, Primado Belga,afirmou ao Jornal Le Soir ,que “no lugar do Papa, eupediria desculpa,” chegando

mesmo a afirmar que “tinha umpouco de vergonha em ser Bispo,tal como o Bispo Williamson.” OPrimado Belga realçou ainda o fac-to de a Igreja Católica ser geridapor apenas duas mil e quinhentaspessoas e que o “disfuncionamentonão é novo.”Embora a situação actual sejagrave e o facto das vozes que seinsurgem contra o anti-semitismonão sejam abundantes, a verdadeé que estas declarações são im-portantes. Poderão ser estas asvozes a fazer a diferença. No en-tanto esperemos que haja umaverdadeira maioria silenciosa filosemita como aquela que aplaudiuShimon Peres em Davos. E queessa maioria seja activa se o anti-semitismo global se radicalize.Nuno Wahnon Martins

1. Jornal La Croix, 3 de Fevereiro

de 2009, pag. 16

2. Jornal Le Soir 14 de Fevereiro de 2009

M O M E N T O D E R E F L E X Ã O

O Anti-semitismonos países da

União Europeia

Filo-semitismona era do ódio

global

No dia 17 de Dezembro, finalmente teve lugar a tão es-

perada inauguração do novo Mikvê Mania Loyter

Joanes da CIL. O evento contou com a presença de

dezenas de pessoas e teve início com uma cerimónia na

sinagoga, seguida da colocação das mezuzot e descerra-

mento das placas de inauguração e encerrando com uma

visita guiada às novas instalações, dirigida pelo Rabino

Eliezer Shai di Martino da CIL. Ainda houve tempo para to-

dos saborearem um “kibud” especial para a ocasião. Tam-

bém estiveram presentes representantes de alguns impor-

tantes patrocinadores desta obra, bem como o Rabino Eli-

ahu Birnbaum de Israel que tanto contribuiu na obtenção

de fundos para que esta fosse concretizada. O nosso mais

sincero agradecimento a todos que contribuíram com esta

grande realização.

Pode obter toda a informação sobre o regulamento de uti-

l ização do nosso Mikvê através do nosso site em

http://www.cilisboa.org/rel_mikveh.htm, do

e-mail [email protected] ou Telf. 351 96 9366946

Cerca de 180 pessoas estiveram presentes no Teatro

Gymnasio do Espaço Chiado em Lisboa, no passa-

do dia 21 de Dezembro, para celebrar e participar em

mais uma tradicional Festa de Chanuká da CIL. O pro-

grama da festa foi todo construído numa adaptação

teatral de Marcos Prist com o título “Um Cartão de

Chanuka” - baseada no conto do mesmo nome de Chana

Sharfstein “. A peça foi encenada por jovens das kvutzot

(grupos) de Ieladim e Tzeirim do Dor Chadash (12 aos

16 anos), mas o progra-

ma como sempre contou

também com a partici-

pação de crianças de out-

ras fa ixas etár ias

menores do movimento,

bem como do Grupo Guil

Hazaav, Coral Etz Chaim,

Lehakat Hamaccabi

(grupo de danças do

Clube Maccabi) e os

alunos do curso de He-

braico do Departamento

de Ensino Judaico da

CIL. Realizou-se o tradicional acendimento daquela que

foi a 1ª vela de Chanuka, dirigido pelo Rabino Eliezer di

Martino que também proferiu a sua mensagem nesta cel-

ebração, como também o fizeram o Presidente da CIL –

Sr. José Oulman Carp e o Embaixador de Israel – Sr.

Aaron Ram, que foi homenageado na ocasião perante

todo o público presente, poucos dias antes de retornar

com a sua esposa a Israel, após 4 anos de sua missão

em Portugal. A seguir foram todos convidados a sabore-

ar as comidas típicas desta festa, dando-se por termina-

do mais este marcante evento.

6 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio

A C O N T E C E U N A C I L

Inauguração do novo

Mikvê

Festa de Chanuká 5769

Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 7

No dia 14 de Janeiro, ainda em

meio ao difícil conflito de Israel

em Gaza e a consequente forte

repercussão na imprensa mundial, a

CIL recebeu na sinagoga a impor-

tante visita do Grupo Parlamentar da

Amizade Portugal- Israel representado por uma dele-

gação multipartidária constituída pelos deputados

João Rebelo (CDS-PP), Rosa Albernaz (PS), Jorge

Tadeu Morgado (PSD) e Nuno Melo (CDS-PP).

8 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 9

Purim 5769 na CILFesta de Tu Bishvat 5769

Grupo Parlamentar visita a Sinagoga

A C O N T E C E U N A C I L

As comemorações da Festa de Purim na CIL tiver-

am início na bela tarde de domingo do passado dia

8 de Março, quando 110 pessoas se reuniram no Mac-

cabi Country Club para comemorar a Festa de Purim

organizada pelo Movimento Juvenil Dor Chadash. O

programa teve início com uma interessante “Sadná

Massechot” – técnica de confecção de máscaras para

as crianças e adultos. A seguir houve apresentações

de dança e teatro, seguido do tradicional baile e con-

curso de máscaras com a participação de dezenas

“candidatos””, sempre muito criativos e muito bem pro-

duzidos, com distribuição de prémios no final aos

vencedores. O evento encerrou com um saboroso

“kibud” (comes e bebes) de Purim. Na noite seguinte,

véspera de Purim pelo calendário judaico, ocorreu a

tradicional leitura da Meguilat Esther na nossa Sina-

goga, quando dezenas de pessoas, entre as quais

muitas dos nossos jovens e crianças, cumpriram a

mitzvá de ouvir todo o relato lido pelo nosso Rabino e

juntos repudiarem o nome do amaldiçoado e tirano

ministro da antiga Pérsia.

Nem mesmo o mau tempo e as baixas temperaturas

do inverno passado conseguiram deitar abaixo o

sempre inigualável espírito jovial de participação e de

integração das mais de 80 pessoas das distintas faixas

etárias, presentes na sede do nosso Maccabi Country

Club no dia 8 de Fevereiro para a comemoração de

mais uma FESTA

de Tu Bishvat da

CIL. O programa

teve iníc io com

uma mensagem

do nosso Rabino

Eliezer di Martino

e seguiu com o

tradic ional mo-

mento da p lan-

tação, quando o

clube ganhou um

novo pinheiro plantado com a colaboração do novo em-

baixador de Israel – Sr. Ehud Gol que esteve presente

neste dia juntamente com a sua mulher - Sra. Sharon

Gol. Também várias novas plantinhas foram carinhosa-

mente plantadas por crianças e jovens das várias faixas

etárias do Movimento Juvenil Dor Chadash. A seguir to-

dos participaram num “circuito de Chuguim” – várias ac-

tividades simultâneas coordenadas pelos madrichim do

Dor Chadash, onde adultos, jovens e crianças distribuí-

dos em vários grupos, puderam aprender técnicas de

criatividade e “enfrentar” os desafios das várias tarefas

distintas de conteúdo, diversão e entretenimento alusi-

vas à esta festividade. Como sempre, todos os grupos

participaram com muito empenho e cumpriram com es-

pírito de muita união e desportivismo todas as activi-

dades programadas. O evento encerrou com o sempre

delicioso lanche característico desta data.

10 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 11

L ançamento no próximo dia 23 de Abril, pelas 18h no Tea-tro Nacional D. Maria II. A apresentação será feita peloProfessor Dr. António Borges Coelho.Esta obra, coordenada por Lúcia Liba Mucznik, José Alberto Ta-vim, Esther Mucznik e Elvira Mea, reúne e divulga o conhecimen-to actual sobre a presença judaica em Portugal e dos judeus deorigem portuguesa no mundo.

AEditora Guerra Paz fará o lançamento atéao final do mês de Março do novo livro de

Miriam Assor, uma fotobiografia de Aristides Sousa Mendes edita-da em Portugal. Exibe imagens que ilustram a caminhada pessoalde um diplomata exemplar com auxílio rigoroso de documentosoficiais provenientes do Arquivo Histórico Diplomático do Ministé-rio dos Negócios Estrangeiros.

IIº Seminário sobre o ensino do Holocaustopara professores portuguesesYad Vashem, Jerusalém26 de Julho a 5 de Agosto 2009

Depois do sucesso do seminá-rio do ano passado, irá ter

lugar um segundo semináriodestinado a professores portu-gueses de história. Tal como em2008, a estadia é subsidiada pe-lo Yad Vashem, estando apenasa viagem a cargo dos partici-pantes. O alto nívelhistórico e pe-dagógico permi-te uma formaçãoimportante nestecampo e adquirira capacidade detransmissão aosalunos. Muitosprofessores quefrequentaram ocurso no anopassado têm desenvolvido pro-jectos nas suas escolas que in-cluem exposições, aulas, de-bates com a comunidade envol-vente, trabalhos de alunos,etc..., o que nos permite concluirda importância deste tipo de in-iciativas. Para assegurar a conti-nuidade do trabalho nas escolase a coordenação dos novos se-minários foi criado um grupo detrabalho coordenado por EstherMucznik que inclui alguns dosprofessores que participaram noseminário 2008.

Dicionário do Judaísmo Português

Aristides de Sousa Mendes – Um Justo Contra a Corrente

Viagem de estudo à Polónia1 a 8 de Agosto 2009

A C O N T E C E E M P O R T U G A L

Guiada pelo historiador Avraham Milgram doYad Vashem, terá lugar uma viagem à

Polónia que inclui visitas aos campos deconcentração, guetos e museus relacionadoscom a Shoá. Destinada prioritariamente a pro-fessores do ensino secundário, a viagem estáaberta a outras pessoas, dentro dos limites doslugares. Entre outros, serão visitados os cam-pos de Auchwitz-Birkenau, de Majdanek e Bel-zec; o gueto de Varsóvia, o orfanato de Korczake o Museu de Varsóvia, a fábrica de OskarSchindler, o bairro judaico de Kazimierz e ou-tros locais de interesse judaico. Informações:[email protected]

Colóquios em Coimbra, Viseu e Trás-os-MontesO interesse pelo judaísmo e pelos estudos judaicos tem vindo a aumen-tar em grande escala. Reflexo disso são os diversos colóquios, seminá-rios, palestras em todo o pais sobre a história e a cultura judaica. Paraalém das visitas diárias de escolas à Sinagoga, guiadas por Ana Araújo,tem-se realizado seminários em Universidades e Municípios. Destacamoso colóquio “Coimbra Judaica”, que reuniu em Novembro 2008, investiga-dores e público interessado no património judaico de Coimbra, o colóquio“Viseu, história e Cultura Judaica” em Fevereiro 2009, e em Maio próxi-mo, em Vimioso, terá lugar também um seminário sobre a Presença ju-daica em Trás-os Montes, coordenado pela professora Elvira Mea.

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12 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 13

I S R A E L E M F O C O

Yad Vashem anunciou quevai homenagear o oficial

alemão Wilm Hosenfeld, queresgatou o pianista polacoWladyslaw Szpilman – facto do-cumentado no filme "O Pianis-ta", de Roman Polanski. Já fale-cido, Hosenfeld é um dos pou-cos militares da II Guerra Mun-dial a receber o título de "Justoentre as Nações", entre cercade 22 mil pessoas homenagea-das por ajudar judeus a esca-par da morte no Holocausto. O Yad Vashem explicou que,depois de verificar que ele nãoparticipou em crimes de gue-rra, apesar de ter exercido pa-pel mi l i tar na ocupação deVarsóvia, Hosenfeld actuouprincipalmente como oficial li-gado à área desportiva e cul-tural, embora tenha tido al-gum envolvimento em interro-gatórios. Ele ajudou a abrigar e alimen-tar o pianista Wladyslaw Szpil-man, que anotou a bondadedo oficial nazi no seu diáriodepois de escapar do gueto deVarsóvia, onde fora encarce-rado por ser judeu. De acordo com o diário de ou-

tro sobrevivente doH o l o c a u s t o ,H o s e n -feld deu-lhe trabal-ho depo isde e le te rfugido de umcomboio a ca-minho do cam-po de extermí-nio de Treblinka,para onde foramenviados quase to-dos os moradoresdo gueto. Perto do fi-nal da guerra, Hosen-

feld foi capturado pelo Exérci-to Vermelho. Morreu numa prisão soviéticaem 1952. Diários e cartas mos-tram que ele expressou o seu"horror diante do extermíniodo povo judaico" pelo país queserviu. Os seus descendentesna Alemanha vão receber umcertificado e uma medalha paradocumentar a homenagem.Fonte: Jornal Alef

Acrescentando mais uma van-tagem aos que vivem em Is-

raelta, o governo está a oferecernovos benefícios fiscais para osnovos imigrantes (Olim), bemcomo para os israelitas que re-gressarem ao seu país. As novasmodificações incluem umaisenção de dez anos de impostos,a declaração de rendimentos ede bens no estrangeiro, e auxíliopara o estabelecimento de umaempresa ou para encontraremtrabalho. O Ministério da Ab-sorção da Imigração e a AgênciaJudaica estão a promover umaampla campanha para informaraos judeus de todo o mundo e in-cluindo os israelitas que vivemem outros países, dos benefíciosa que todos terão direito. O novoprograma orgulha-se da sua sim-

plicidade, das isenções fiscais, daajuda no estabelecimento deempresas e na busca de trabal-ho. Inclui um período de adap-tação de um ano. Os novos imi-grantes e os residentes que re-gressarem desfrutarão do seuprimeiro ano quase livre de im-postos, pois não serão conside-rados como residentes para efei-tos fiscais. Durante esse ano elespoderão escolher e decidir sepermanecerão em Israel e des-frutar do restante dos benefícios.Roni Bar-On, que é o Ministrodas Finanças, afirmou que a no-va legislação permitirá que Israelenriqueça ainda mais a sua eco-nomia com recursos humanos,aumente a sua base de conheci-mentos e aumente os investi-mentos. Yehuda Nasradishi, que

é o Director da Autoridade Tri-butária, disse que esta legislaçãoreflecte a vontade da autoridadepara a formulação de uma legis-lação que seja mais simples, cla-ra e eficaz. Fonte: Notícias da Rua Judaica

Foi apresentado na Biblio-teca Nacional de Israel,

em Jerusalém, o livro intitu-lado: “Hebrew manuscriptsin the Vatican Library Cata-logue”, por obra de Benja-min Richler, Malachi Beit-Arié e Nurit Pasternak. Nodiscurso de apresentação, oarquivista e bibliotecário daSanta Romana Igreja, Car-deal Raffaele Farina, consi-derou que o catálogo se revestede “uma particular importânciapelo conteúdo científico, bemcomo pelas circunstâncias emque se realizou”, numa dinâmicade colaboração entre a Bibliote-

ca de Jerusalém e a Biblioteca doVaticano. O catálogo reúne 800títulos, distribuídos em 11 ma-nuscritos da Biblioteca do Vati-cano, alguns dos quais consti-tuem os documentos mais anti-

gos do seu tipo. O CardealFarina explicou que a inicia-tiva surgiu a partir de umpedido, feito pela directorada Biblioteca Nacional israe-lense, Sarah Japhet, em 31de Janeiro de 2000. A cola-boração entre a Santa Sé eIsrael no campo cultural, in-dicou o Cardeal, “represen-ta uma contribuição concre-ta para a construção de um

mundo melhor, respondendo aodesejo de saber e de beleza,próprio de todos os homens, àsua profunda aspiração pela ver-dade e pelo bem”.Fonte: Notícias da Rua Judaica

Israel homenageia oficialalemão de "O Pianista"

Manuscritos Hebraicos no Vaticano

OBanco Central de Israel prevê uma contracção da economia entre 1,1% e1,5% para este ano agravando as primeiras estimativas que calculavam ape-

nas 0,2%. De acordo com as estimativas, a taxa de desemprego deve subir 8% eas exportações cairão 11%.

Reflexos da Crise Mundial …

Israel faz campanhapara novos “olim”

Boas notícias para a demo-grafia judaica em Israel:

as últimas estatísticas publi-cadas pelo Instituto Central deEstatísticas mostram um au-mento na taxa de natalidadejudaica; no entanto as famí-lias judias ainda são menoresque as da população árabe. Os

dados sobre as famílias e seustamanhos familiares que fo-ram publicados recentementeem homenagem ao início do"Dia da Família" mostram queo número de nascimentos ju-da icos aumentou em 45%num período de menos de 15anos, passando de 80.400 em1995 para 117.000 em 2008.No mesmo período a taxa denatalidade da população árabetem-se mantido estável em

cerca de 39.000 por ano; co-mo resultado a "diferença defertilidade" entre as famíliasárabes e judias diminuiu paraapenas 0,7%, e a proporçãode nascimentos judaicos cres-ceu de 70% em 1995 para75% cento em 2008. O demógrafo Yoram Ettinger

disse que estas estatísticas fo-ram motivo de comemoraçãoentre aqueles que desejamuma sólida maioria judaica emIsrael. Ettinger incentivou o go-verno para o aumento da nata-lidade, o incentivo para a imi-gração judaica e o retorno commedidas para facilitar a vidapara os pais que trabalham, odesenvolvimento de zonas es-cassamente povoadas e facili-tar os processos de conversões.

Segundo o censo, as famíliasjudias têm em média 3,5 mem-bros enquanto as famílias ára-bes têm 4,9 membros. Os da-dos também revelam que exis-tem cerca de 101.000 famíliaschefiadas só pela mãe ou pelopai dentro de um tota l de1.690.000 famílias que temcr ianças com menos de 18anos de idade. No total cercade 173.000 crianças e adoles-centes crescem em famíliasmonoparentais. O número de mães solteirasque cr iam soz inhas suascrianças - tanto solteiras comodivorciadas – aumentou em54% em menos de uma déca-da. No ano de 2000 um núme-ro estimado de 8.400 mulhereslideravam famílias monoparen-tais, e esse número aumentoupara 12.900 em 2007. As famílias judias mais nume-rosas na maioria estão locali-zados na Judeia e na Samaria,onde a família média tem 4,5membros, seguido por famí-lias localizadas em Jerusaléme no nor te com 4 ,3 e 4 ,1membros respectivamente. Asfamílias na parte central deIs rae l têm em méd ia 3 ,6membros em comparação comos 3,5 membros por famíliaem Haifa, os 3,8 membros porfamília na parte sul e os 3,2membros por família em TelAviv. Mais de um terço dasfamílias árabes em Israel temseis ou mais membros, en-quanto que apenas 10% dasfamíl ias judias têm seis oumais membros.

Celebrou-se no dia 26 de Março o ani-versário do primeiro tratado de paz

entre Israel e um país árabe. Há trintaanos, o primeiro-ministro de Israel, Me-nachem Begin, o Presidente egípcio An-war El Sadat e o Presidente americanoJimmy Carter assinaram um acordo queprometia mudar o Médio Oriente.Apesar de essa promessa não ter sidocumprida na sua totalidade, este aniversá-rio constitui uma oportunidade para hon-rar este acontecimento histórico, bem comopara analisar alguns dos princípios básicos que leva-ram ao sucesso daquele difícil processo de negociação.É assim importante relembrar as lições do passado.Os esforços de Israel para fazer a paz precederam nãoapenas as negociações com o Egipto mas também oestabelecimento do Estado de Israel. O tratado assina-do com o Egipto materializou o desejo de Israel tomarmedidas para a paz, apesar dos aparentes riscos de se-gurança. Ao devolver a península do Sinai, Israel esta-va a abdicar de uma península três vezes maior do quea sua área total. Perdeu ainda o controlo directo sobreas linhas marítimas para Eilat, fábricas, empresas,hotéis e comunidades agrícolas. Opoço de petróleo descoberto e explorado por Israelfoi entregue também ao Egipto, abandonando assima única hipótese de Israel de se tornar independenteem termos energéticos. Mais significativo ainda, Is-rael desenraizou 7000 civis que tinham feito do Sinaia sua casa (incluindo a cidade de Yamit) demons-trando, assim, a sua vontade de evacuar os seus ci-dadãos de áreas sob disputa, em nome da paz.Hoje existe a mesma esperança, mas experiênciasamargas tornaram o povo israelita mais cauteloso.Em 2000, nas negociações de Camp David, os pales-tinianos tiveram oportunidade para terminar o confli-to, mas Arafat recusou as propostas sem preceden-tes e lançou a Segunda Intifada, que custou a vida amilhares de palestinianos e israelitas. Nesse mesmoano, Israel retirou completamente do Líbano para,em 2006, receber em troca 4000 mísseis do Hezbo-llah disparados contra as cidades do Norte de Israel.Em 2005, Israel retirou unilateralmente de Gaza de-senraizando novamente milhares de israelitas das

suas casas. Israel esperava que este pas-so desse aos palestinianos uma oportuni-dade para criarem pacificamente as fun-dações de um Estado. Em vez disso, as-sistimos à escalada do extremismo do Ha-mas e ao aumento dos disparos de roc-kets e morteiros contra as comunidadesdo Sul de Israel.Sadat arriscou a sua vida ao tornar-se oprimeiro líder árabe a reconhecer Israel.Mas Israel teve também líderes corajosos.

Yitzhak Rabin selou o primeiro acordo comos palestinianos, iniciando o processo de Oslo.Também Ariel Sharon demonstrou o seu empenho napaz ao iniciar a retirada de Gaza.Israel estará sempre disposto a fazer a paz quando ooutro lado decidir abandonar a via da violência eadoptar o caminho das negociações e compromisso.Da mesma forma que Sadat foi assassinado por funda-mentalistas islâmicos por fazer a paz com Israel,também os esforços destes fanáticos estão hoje a ma-tar qualquer oportunidade de paz com os palestinianos.O Hamas, que rejeita qualquer princípio de coexistên-cia e mantém o seu objectivo de destruir Israel, é umdos maiores inimigos da paz. A influência do Hamasnão apenas porá fim a qualquer perspectiva de paz co-mo também votará os palestinianos a um futuro deconstante conflito dominado pelo fundamentalismo.Actualmente, Israel e o Egipto partilham as mesmaspreocupações no que diz respeito ao aumento dofundamentalismo.As negociações directas provaram ser a melhor ga-rantia de progresso. Os tratados com o Egipto e aJordânia são a melhor prova de que, quando os líde-res árabes estão dispostos a falar directamente comIsrael, a paz é possível.Os israelitas desejam sinceramente que a paz possaser alcançada com os palestinianos e outros vizinhos.Apesar das actuais dificuldades, os israelitas sonhamque outro líder seu se possa erguer novamente pe-rante o mundo e repetir as palavras do primeiro-mi-nistro Begin na cerimónia de há 30 anos: "Não à gue-rra, não ao derramamento de sangue, não às mortes,paz para todos, shalom, salaam, para sempre." Público, 28.03.2009

14 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 15

I S R A E L E M F O C O

Aumento da taxa denatalidade em Israel

Três décadas de paz entre Israel e o Egipto

Os tratados com o Egipto e a Jordânia são a melhor prova de que a paz é possível

Ehud Gol Embaixador de Israel em Portugal

Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 1716 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio

A C O N T E C E U N O M U N D O

Foi ao longo de 36 anos amais célebre activista anti-

apartheid branca, quando eramraros os brancos que criticavamo regime segregacionista daÁfrica do Sul. Nesse período,Helen Suzman foi também du-rante 13 anos, a única deputa-da na Assembleia a condenarabertamente o apartheid – co-mo deputada do Partido Unido,mais tarde no Partido Progres-sista. Muitas vezes, às suas in-tervenções no Parlamento, re-spondiam-lhe com um um “Vol-ta para Moscovo” ou “Volta paraIsrael” numa referência às suasorigens. Helen Suzman era filhade imigrantes judeus lituanos

na África do Sul. Foi duas vezesnomeada para o Nobel da Paz.Hoje, com 91 anos, morreu “napaz” da sua residência em Joa-nesburgo, disse a filha, citada

pela agência de notícias sul-africana SAPA que divulgou anotícia. O arcebispo sul-africa-no e Prémio Nobel disse que opaís tinha uma enorme dívidapara com Suzman na luta anti-apartheid. A Fundação do ex-presidente Nelson Mandelatambém evocou a perda de“uma grande patriota e comba-tente destemida do apartheid”.Várias vezes enfrentou o antigoprimeiro-ministro Pieter W. Bo-tha que a chegou a ameaçar di-zendo que ela estaria a violar asleis do país. Suzman ter-lhe-áentão respondido: “Não tenhomedo de si.” Fonte: Público

OMuseu Judaico de Berlim pas-sou a sediar, desde o passado

dia de 12 de Março, uma exposiçãosobre o destino de pessoas com de-ficiência e doentes durante o nazis-mo. É a primeira vez que uma mos-tra se dedica exclusivamente ao te-ma. O programa foi camuflado como eufemístico nome de "eutanásia",quando o título adequado seriamesmo assassinato. Centenas demilhares de pessoas com deficiên-cia, doentes e membros de diver-sas minorias foram víti-mas do racismo nazi.Preservar a pureza daraça ariana foi a justifi-cativa usada na época.A argumentação sobre asuposta ameaça aosgenes arianos baseava-se em diversas teoriasque, desde meados doséculo 19 e princípiosdo 20, entusiasmavamcientistas de toda a Eu-ropa. Enfermos e pes-soas com deficiênciamental eram vistas pelonacional-socialismo co-mo um peso para a so-

ciedade, ou, nas palavras do pró-prio movimento, como "pessoasimprodutivas" que teriam custos aoEstado sem dar nada em troca. Jáos judeus e os ciganos eram enca-rados como seres inferiores, "nãopessoas", que colocariam em per-igo a pureza da raça ariana. Por is-so, receberam um "tratamento es-pecial" que consistiu na sua depor-tação e, a partir de 1941, na cha-mada "solução final", um plano degenocídio sistemático. Os doentes

e deficientes, por suavez, continuaram sendovítimas de programasde eutanásia e esterili-zação desde a procla-mação das primeirasleis raciais em 1933 atéo fim da 2ª Guerra Mun-dial. Somente na Ale-manha e na Áustria,210 mil enfermos e in-capazes foram assassi-nados entre 1933 e1945. Na mesma época,o número de pacientesesterilizados chegou a400 mil. Fonte: DW-WORLD.DE

Os judeus mudam menos de religião do que os católicos ou protes-tantes, um estudo divulgado esta semana pelo Comité Judaico

Americano (“American Jewish Committee”). A maioria dos que deixaramo Judaísmo não se filiou noutra religião. Muitos continuam a identificar-se como judeus num sentido étnico ou cultural, concluiu o autor do es-tudo, Tom W. Smith que é o director da “General Social Survey” do Cen-tro de Pesquisas sobre a Opinião Nacional da Universidade de Chicago.Os judeus são “religiosamente mais estávei”s (76 por cento) do que oscatólicos (73 por cento), enquanto que os protestantes conservão umapercentagem muito menor dos seus membros. No entanto, tal como osseus homólogos cristãos, o judaísmo perde mais adeptos do que aquelesque ganha. Para melhorar estes números o estudo recomenda que os ju-deus aumentem as oportunidades sociais e religiosas educacionais paraas crianças, que aproximarem dos cônjuges não-judeus de casamentosmistos e facilitem as conversões - uma prática que tradicionalmente édesencorajada, principalmente no ramo Ortodoxo.Fonte: Notícias da Rua Judaica

Morreu Helen Suzmanactivista branca anti-apartheid

Aprincipal protectora da meni-na judia Anne Frank e sua

família completou 100 anos noassado dia 15 de Fevereiro. MiepGies é a única sobrevivente do

pequeno grupo de pessoas queconheciam o esconderijo ondeos Frank viveram por dois anos,em Amesterdão, na Holanda,durante a Segunda Guerra Mun-

dial. Gies era secretária do paide Anne Frank, Otto, e ajudousua família e outras quatro pes-soas a se manterem escondidasdos nazis, levando comida, jor-nais e outros mantimentos, de1942 a 1944. Depois que umadenúncia anónima levou osalemães à descoberta do escon-derijo e à prisão dos Frank eseus companheiros, Gies encon-trou no local o diário e outrasanotações de Anne, cujo conteú-do se tornou num dos livrosmais lidos do mundo. Numa re-cente entrevista, afirmou quenão merece toda a atenção quelhe é dada e lembrou que outraspessoas fizeram muito mais paraproteger os judeus holandesesdurante a Segunda Guerra. Gies

tornou-se uma espécie de "por-ta-voz" dos Frank, viajando pelomundo para falar de Anne e pa-ra fazer campanha contra a ne-gação do Holocausto e contraboatos de que o diário teria sidoinventado. Nunca se descobriuquem fez a denúncia anónimasobre o esconderijo. Anne Frankmorreu de tifo no campo deconcentração de Bergen-Belsenpoucos meses antes do fim daguerra. O seu pai foi o único dafamília a sobreviver. Junto comGies, ele compilou as anotaçõesda filha num livro que foi publi-cado em 1947. A obra foi tradu-zida para vários idiomas e ven-deu dezenas de milhares de có-pias até hoje. Fonte: BBC Brasil

Protectora de Anne Frank completa 100 anosMiep Gies encontrou o diário de Anne Frank e transformou-o em livro

Exposição dos Programas Nazis 12 de Março a 19 de Julho no Museu Judaico de Berlim

Óscar para o judeu “Milk”

Sean Penn foi agraciado como Óscar de melhor actor pe-

lo seu desempenho no filmeMilk. A película relata de formacrua a vida de um activista pe-los direitos dos homossexuaisnos Estados Unidos, o que re-presentou um importante pas-so em prol das li-berdades civis nopaís. O que pou-ca gente sabe éque Milk era ju-deu. Seu nomecompleto eraHarvey BernardMilk, neto de imi-grantes judeus li-tuanos. Milk, quehavia sido eleitoSupervisor (umaespécie de sub-prefeito) deuma área de San Francisco,morreu assassinado, junta-mente com o Prefeito Moscone,por um político ultra-conserva-dor. O nome Milk é uma lendaviva entre a comunidade gaynorte-americana. Pode-se ace-der à sua biografia através dolink da Wikipedia: http://en.wi-kipedia.org/wiki/Harvey_MilkFonte: Nelson Menda – dos EUA, especial para o site a Rua Judaica

Os judeus nasEleições Americanas

Aimportante represen-tação política da comuni-

dade judaico-americana foireaf i rmada nas recenteseleições norte-americanas.Foram eleitos 44 judeus-americanos, sendo 13 sena-dores e 31 congressistas. Osenado americano tem 97membros e o congresso 428representantes. Vale lem-brar que a população judaicanos EUA é de cerca de 5,3milhões de pessoas, para umtotal de 300 milhões de ame-ricanos. No pleito de ontemvotaram aproximadamente120 milhões de eleitores.Dos judeus eleitos, 39 sãodemocratas, 3 são republica-nos e 2 independentes. Se-gundo pesquisa de votos,78% dos eleitores judeus-americanos votaram em Ba-rak Obama.

Conversões e Religião

Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 1918 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio

A C O N T E C E U N O M U N D O

OCentro Wiesenthal, organi-zação judaica internacional

de defesa dos direitos humanos,pediu aos governos do Brasil eda Argentina que denunciem aVenezuela por ter violado a De-claração contra o anti-semitis-mo, num comunicado divulgadonesta sexta-feira em BuenosAires. No início do mês de Janei-ro, o presidente Hugo Chavezordenou a expulsão do em-baixador de Israel, Shlomo Co-hen, em protesto contra a ofen-siva na faixa de Gaza. "A de-cisão de expulsar o embaixadorde Israel em Caracas e deapoiar um grupo terrorista co-mo o Hamas, que cita na suadeclaração de princípios umtexto anti-semita como os Pro-

tocolos dos Sábios de Sião, in-valida o compromisso que opresidente Chavez ratificou hámenos de um mês", informa ocomunicado. "O nosso centroreconhece os esforços e osavanços da Argentina e do Bra-sil na luta contra o anti-semitis-mo, e é por isso que pedimosque os seus governos denun-ciem o não-cumprimento doacordo pela Venezuela e desvin-culem o país desta importantedeclaração", informa o comuni-cado. A Venezuela -onde vivemcerca de 17 mil judeus- já tinharetirado seu representante di-plomático em Tel Aviv durante aguerra contra o Hezbollah no Lí-bano em 2006. Fonte: colaboração para a Folha Online da Efe

Amais alta instância de Justiça daFrança reconheceu formalmente,

a responsabilidade do país na depor-tação de judeus durante a SegundaGuerra Mundial. Analistas dizem oanúncio do Conselho representa o

maior reconhecimento das autori-dades francesas da participação dopaís no Holocausto. O Conselho deEstado disse que a França permitiuou facilitou deportações que levaramà perseguição anti-semita sem sofrercoerção dos nazis, que controlaram aFrança de 1940 a 1944. Porém, o

Conselho concluiu que já foram fei-tos os devidos reparos "na medidado possível, para todas as perdas so-fridas", descartando assim qualquertipo de compensação para deporta-dos ou seus familiares. Entre 1942 e1944, cerca de 76 mil judeus foramdeportados da França para camposde concentração nazistas pelo gover-no francês instalado pelos nazistasno centro-sul do país, com capital nacidade de Vichy. O governo de Vichydividiu entre 1940 e 1944 a adminis-tração do território da França com aprópria Alemanha, que controlavaParis, o norte e o oeste do país. Em1995 o então presidente francês,Jacques Chirac, já havia reconhecidoa responsabilidade do governo nadeportação de judeus franceses, en-cerrando décadas de ambiguidadede todos os governos anteriores."Estas horas mancham nossa histó-ria e são um insulto ao nosso passa-

do e nossas tradições" disse Chiracna época. "Sim, a estupidez crimino-sa dos nossos ocupantes foi susten-tada pelos franceses, pelo Estadofrancês.” Fonte: Folha Online – BBC Brasil – 16/02/2009

Centro Wieselthal acusa Venezuela de anti-semitismo

França reconhece responsabilidade no Holocausto

Numa carta dirigida aos bisposda Igreja Católica, o Papa ad-

mitiu ter "errado" ao levantar a ex-comunhão de quatro bispos inte-gristas, expulsos em 1988 peloseu antecessor, João Paulo II.Bento XVI garantiu, no entanto,não conhecer o facto de RichardWilliamson, um dos religiosos en-volvidos nessa decisão, negar aexistência do Holocausto. Lamen-tando a hostilidade dos que discor-daram da sua decisão, o Papa ape-lou aos católicos para se unirem àsua volta. Na missiva, endereçadaaos bispos de todo o mundo e on-tem divulgada pelo Vaticano, Ben-to XVI reconheceu que a sua de-cisão de readmitir na Igreja Católi-ca os quatro bispos da Fraternida-de Santo Pio X foi mal explicada apelas autoridades religiosas. E ad-mitiu que o Vaticano devia ter in-vestigado mais a fundo o passadodos religiosos em questão e pro-meteu que, a partir de agora, es-tará mais atento às informações

disponíveis na Internet. Em No-vembro de 2008, Williamson derauma entrevista a uma televisãosueca na qual negava a existênciadas câmaras de gás e apenas ad-mitia a morte de 300 mil judeusnos campos de concentração na-zis, longe dos quase seis milhõesque ali terão perdido a vida. Estasdeclarações e a notícia da suareadmissão na Igreja Católica ge-raram protestos na Alemanha,país de Bento XVI, onde a chance-ler Angela Merkel exigiu "expli-cações, bem como por parte dacomunidade judaica. O Grão Rabi-nato de Israel agradeceu ao Papaas palavras contra a negação doHolocausto. Na carta, Bento XVIsublinhou que os integristas têmde aceitar as mudanças impostaspelo Concílio Vaticano II, que de-fende, entre outros, o diálogo comos judeus e lhes retira a responsa-bilidade pela morte de Cristo.HELENA TECEDEIRO

Fonte : Diário de Notícias - 13/3/09

Papa admite errosmas pede união

Obispo britânico tradicionalista,que insiste em negar o holo-

causto, viveu os últimos 20 anosenvolvido em polêmicas. Em 88,ele e outros três bispos ordenadospelo dissidente católico Marcel Le-febre foram excomungados pelopapa João Paulo II por não aceita-rem orientações do Vaticano. Vin-te anos depois foram perdoadospelo papa Bento XVI, mas a co-munidade judaica e o governoalemão reagiram à decisão. Arazão foi uma entrevista à tele-visão sueca, em que Williamsonnegou a existência do holocaustojudeu na Segunda Guerra Mun-

dial. O papa pediu uma retrataçãode Williamson, que não aconte-ceu. Nem a ultraconservadora fra-ternidade São Pio X perdoou o bis-po. Na semana passada, ele foidemitido da direção do seminárioem La Reja, nas proximidades deBuenos Aires, onde vivia desde

2003. O governo argentino deudez dias para Richard Williamsondeixar o país. O bispo teria menti-do ao afirmar às autoridades deimigração que trabalhava numaorganização não-governamentalquando na verdade era reitor deum seminário, mas a sua ex-pulsão tem também motivos polí-ticos, já que há uma grande popu-lação de judeus na Argentina. Oministro do interior, FlorencioRandazzo, disse que "é intolerávela presença irregular de alguémque ofendeu a humanidade commanifestações antissemitas. Fonte: Globo.com

Governo argentino expulsa o bispo Richard Williamson

Padre italiano diz que câmaras de gás serviam para “desinfectar” judeusO padre italiano Floriano Abraha-mowicz, chefe da região nordesteda Itália, declarou que as câma-ras de gás dos campos deconcentração nazistas serviampara “desinfectar”os judeus. Em en-trevista ao jornal LaTribuna, de Treviso,afirmou não acredi-tar que pessoastenham sido mortasnas câmaras degás. "Sei que as câ-maras de gás exis-tiram pelo menospara desinfectar,mas não saberia dizer se causa-ram a morte ou não de pessoasporque não investiguei a fundo oassunto”. De acordo com o padre,só teriam morrido de 200.000 a300.000 judeus nos campos deconcentração e não seis milhõesde judeus. Fonte: Jornal ALEF

Judeus em Perigo na VenezuelaNo final do mês de Fevereiro, umabomba foi atirada contra uma orga-nização comunitária judaica de Ca-racas, sem que fossem registadosferidos, informou o seu director,Abraham Garzón. O atentadodeixou apenas "danos espirituais",disse o director do Centro Comu-nitário Judaico à emissora de TVGlobovisión, com o argumento deque "parece quehá no país pes-soas que se dedi-cam a semear oterrorismo". "Nãoacho que seja al-go casual, umapessoa de boa fénão creio que se dedicaria a estasacções", acrescentou. O MinistérioPúblico venezuelano ordenou "a in-vestigação do ataque com umabomba contra o centro judaico", in-formou em comunicado o organis-mo judicial. No dia 31 de Janeiro,uma sinagoga foi profanada em Ca-racas, gerando ampla reacção inter-nacional de repúdio e denúnciassobre a suposta postura "anti-semi-ta" do governo venezuelano. Fonte: Estadão.com.br

UE atribui fundos para conservação do campo de Auschwitz

Omuseu do campo de concen-tração nazi de Auschwitz-Bir-

kenau anunciou no passado dia 4de Fevereiro a obtenção de umaajuda da União Europeia de 4milhões de euros para custear asua manutenção. O dinheiro, pro-cedente do programa europeupara a preservação do patrimóniocultural, será destinado ao res-tauro. A Alemanha nazi matou1,1 milhão de pessoas em Ausch-witz-Birkenau entre 1940 e 1945,entre elas, 1 milhão de

Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 2120 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio

Estudo propõe um Judaísmo Europeu mais liberal

E S P A Ç O A B E R T O

or que não vemos manifestaçõesem Paris, ou em Londres, ou em Bar-

celona contra as ditaduras islâmicas? Porque não as fazem contra a ditadura birmane-

sa? Por que não há manifestações contra a es-cravidão de milhões de mulheres que vivem semnenhum amparo legal? Por que não se manifes-tam contra o uso de "crianças bomba", nos confli-tos onde o Islão está envolvido? Por que nunca li-deraram a luta a favor das vítimas da terrível di-tadura islâmica do Sudão? Por que nunca se co-moveram pelas vítimas de actos terroristas em Is-rael? Por que não consideram a luta contra o fa-natismo islâmico, uma de suas principais causas?Por que não defendem o direito de Israel de se de-fender e de existir? Por que confundem a defesada causa palestina, com a justificação do terroris-mo palestino? E a pergunta do "milhão", por que a esquerdaeuropeia, e globalmente toda a esquerda, estãoobcecadas somente em lutar contra as democra-cias mais sólidas do planeta, Estados Unidos eIsrael, e não contra as piores ditaduras? As duasdemocracias mais sólidas, e as que sofreram osmais sangrentos atentados do terrorismo mun-dial. E a esquerda não está preocupada por isso. E finalmente, o conceito de compromissocom a liberdade. Ouço essa expressãoem todos os foros pró-palestinianoseuropeus. "Somos a favor da liber-dade dos povos", dizem com ardor.Não é verdade. Nunca se preocu-param com a liberdade dos ci-dadãos da Síria, do Irão, do Ié-men, do Sudão, etc. E nunca sepreocuparam com a liberdadedestruída dos palestinos que vi-vem sob o extremismo islâmicodo Hamas. Somente se preocu-pam em usar o conceito de liber-dade palestina, como míssil contra

a liberdade israelense. Uma terrível consequênciadecorre destas duas patologias ideológicas: a Ma-nipulação jornalística.Finalmente, não é menor o dano que causa amaioria da imprensa internacional. Sobre oconflito árabe - israelita NÃO SE INFORMA, SEFAZ PROPAGANDA. A maioria da imprensa, quan-do informa sobre Israel, viola todos os princípiosdo código de ética do jornalismo. E assim, qual-quer acto de defesa de Israel se converte em ummassacre e qualquer enfrentamento, em um ge-nocídio. Foram ditas tantas barbaridades, que jánão se pode acusar Israel de nada pior. Em para-lelo, essa mesma imprensa nunca fala da in-gerência do Irão ou da Síria a favor da violênciacontra Israel; da “inculpação” do fanatismo nascrianças; da corrupção generalizada na Palestina.E quando fala de vítimas, eleva à categoria detragédia qualquer vítima palestina, e camufla, es-conde ou deprecia as vítimas judias. Termino com uma nota sobre a esquerda es-panhola. Muitos são os exemplos que ilustram o"anti-israelismo" e o "anti-americanismo" quedefinem o ADN da esquerda global espanhola.Por exemplo, um partido de esquerda acaba deexpulsar um militante, porque criou uma página

de defesa de Israel na internet. Cito frasesda expulsão: `Nossos amigos são os

povos do Irão, Líbia e Venezuela,oprimidos pelo imperialismo. E nãoum estado nazista como o de Is-rael’ Por outro exemplo, a prefei-ta socialista de Ciempuzuelosmudou o dia da Shoá pelo diada Nakba palestina, deprecian-do, assim, a mais de 6 milhõesde judeus europeus assassina-dos. Ou em minha cidade, Bar-celona, o grupo socialista deci-

diu celebrar, durante o 60º. ani-versário do Estado de Israel, uma

EM DEFESA DE ISRAEL Por Pilar Rahola

Extractos do texto original

semana de `solidariedade com o povo palesti-niano`. Para ilustrar, convidou Leila Khaled,famosa terrorista dos anos 70, actual líder daFrente de Libertação Palestina, que é uma or-ganização considerada terrorista pela UniãoEuropeia, que defende o uso das bombascontra Israel. E etc. Este pensamento global,que faz parte do politicamente correcto, impre-gna também o discurso do presidente Zapate-ro. Sua política exterior recai nos tópicos daesquerda lunática e, a respeito do Oriente Mé-dio, sua atitude é inequivocamente pró-árabe.Estou em condições de assegurar que, em par-ticular, Zapatero considera Israel culpado doconflito, e a política do ministro Moratinos vainesta direcção. O fato de que o presidente co-locou uma Kefia palestina, em plena guerra doLíbano, não é um acaso. É um símbolo. A Es-panha sofreu o atentado islâmico mais graveda Europa, e `Al Andalus` está na mira de to-do o terrorismo islâmico. Como escrevi faztempo, "nos mataram com celulares via satéli-te, conectados com a Idade Média". E, sem dú-vida, a esquerda espanhola está entre as maisanti-israelitas do planeta. E diz ser anti-israeli-ta por solidariedade! Esta é a loucura que que-ro denunciar com esta conferência.

CONCLUSÃO:Não sou judia, estou vinculada ideologicamen-te à esquerda e sou jornalista.Por que não sou anti-israelita como a maioriade meus colegas? Porque como não judia, ten-ho a responsabilidade histórica de lutar contrao ódio aos judeus, e na actualidade, contra oódio a sua pátria, Israel. A luta contra o anti-semitismo não é coisa dos judeus, é obrigaçãodos não judeus, Como jornalista, sou obrigadaa buscar a verdade, para além dos preconcei-tos, das mentiras e das manipulações. E sobreIsrael não se diz a verdade. E como pessoa deesquerda, que ama o progresso, sou obrigada adefender a liberdade, a cultura, a convivência,a educação cívica das crianças, todos os princí-pios que as Tábuas da Lei converteram emprincípios universais. Princípios que o islamis-mo fundamentalista destrói sistematicamente.Quer dizer, como não judia, jornalista de es-querda tenho um tríplice compromisso moralcom Israel. Porque, se Israel for derrotado,serão derrotadas a modernidade, a cultura e aliberdade. A luta de Israel, ainda que o mundonão queira saber, é a luta do mundo.

Líderes judeus europeus acreditam que aconversão, o casamento misto e a admissão de

membros nas comunidades deveriam ser tratadoscom mais liberalismo, revela um recente estudo.Numa pesquisa conduzida sobre 251 líderes euro-peus em finais do ano passado, 85 por cento dasrespostas apontou para que “não é boa ideia opor-se fortemente ao casamento misto e barrar casaismistos a pertencer às comunidades”. A maior par-te das comunidades apenas admite aqueles quetêm uma mãe judia ou conversão ortodoxa.Os resultados do estudo Pan-Europeu, que foi pa-trocinado pelo American Jewish Joint DistributionCommittee’s International Centre for CommunityDevelopment, foi recentemente publicado peloJDC. A pesquisa Gallup Europeia incluiu respostasde 31 países.Outros resultados do censo mostram que, deacordo com 27 por cento dos inquiridos, apenasaqueles que nasceram de mãe judia ou que tive-ram uma conversão ortodoxa devem ser aceitescomo membros das comunidades. Mesmo entreaqueles que se consideram Ortodoxos ou Orto-doxos Modernos, 43 por cento acham que os queforam convertidos sob supervisão rabínica dequalquer denominação, devem ser admitidos. Si-milarmente, 46 por cento dos Ortodoxos questio-nados, concordam que um dos pais judeu deve sersuficiente para justificar a admissão em organi-zações comunitárias.Enquanto muitos líderes judeus jovens expressa-ram pessimismo acerca da vida judaica na Europa,a grande maioria dos inquiridos concorda que aEuropa é um lugar seguro para os judeus, com odesacordo de apenas 15 por cento dos que têmmenos de 40 anos e 5 por cento daqueles commais de 55 anos.O apoio a Israel foi a terceira maior prioridadeentre os inquiridos, mas cerca de metade sen-tem-se por vezes “envergonhados” pelas acçõesdo Governo de Israel. Cerca de 75 por centoconcordam que de alguma forma por vezes osacontecimentos em Israel levam ao aumento doanti-semitismo nos seus países. No entanto, osinquiridos manifestaram o seu forte suporte aIsrael, de uma maneira geral.BERLIM (JTA)

c

Após o grande sucesso e aproveitamento doano lectivo 2007/2008, e a linda cerimónia

de encerramento realizada em Junho de 2008, oDepto. de Ensino Judaico da CIL (D.E.J.) iniciou

suas actividadesdo ano lect ivo2008/2009 comum grande nú-mero de ins-crições nos vá-rios cursos ofe-recidos de Lín-gua Hebraica eConceitos Bási-cos do Judaís-mo.

Abrangendo as faixas etárias dos 4 aos 80, oscursos este ano contam com 80 alunos que fre-

quentam os 12 cursos ministrados semanalmen-te na Biblioteca Dr. Elias Baruel e na sala de au-la da Sede Administrativa.Este ano, o Departa-mento oferece também dois novos cursos:O primeiro, “Muchanut Le´ivrit” curso prepa-ratório para a alfabetização do Hebraico paracrianças de 5 anos utilizando um método criativoe desenvolvido para as crianças: no decorrer doprograma vão absorvendo vocabulário e apren-dendo a reconhecer as letras hebraicas, factoreste que será um facilitador no momento da al-fabetização aos 6 anos;

O segundo é o curso “Introdução à História doJudaísmo Português” ministrado por EstherMucznik, cujo objectivo é dotar os participantesdo conhecimento do contexto histórico geral queacompanhou a presença judaica em Portugaldesde a formação da nacionalidade até aos nos-sos dias. O conhecimento histórico abordado nasaulas permitirá aos 30 alunos inscritos no curso

compreender as características actuais dessapresença e mostrar a importância do patrimóniojudaico histórico, material e cultural, existenteno nosso país. Este curso, com a duração de trêsmeses, está totalmente preenchido.

Com o surgimento das novas turmas e excelentecrescimento do Depto. de Ensino, sentiu-se a ne-cessidade da contratação de mais um professorpara assumir as novas turmas do ano I que foramabertas. Para tal função, o professor Júlio Egel-stein aderiu ao corpo docente assumindo os Cur-

sos Ivrit 5 e Conceitos Básicos do Judaísmo Ano I.Esperamos que a segunda fase que se iniciouapós as férias de Inverno seja produtiva e cheiade êxito para todos os professores, alunos e to-dos aqueles que directa ou indirectamentecontribuem dia a dia para o sucesso desta im-portante iniciativa educacional da ComunidadeIsraelita de Lisboa, que pelo terceiro ano conse-cutivo, através da adesão de novos alunos, pro-vou ser de suma importância para a aprendiza-gem da Língua Hebraica, História Judaica, Cultu-ra Judaica e tradições num ambiente agradável eprodutivo.

More Laércio Hillel Pintchovski

Coordenador do D.E.J.

ANO LECTIVO 2008/2009Mais uma vez a Educação na CIL é motivo de orgulho

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22 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 23

IVRIT 5 - ANO III

IVRIT 4 ANO I – MUCHANUT LE IVRIT

IVRIT 2 – ANO III

IVRIT 2 – ANO II

IVRIT 5 – ANO I

IVRIT 5 – ANO II

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CBJ – ANO II

CBJ – ANO III

IVRIT 1 – ANO I

IVRIT 1 – ANO III

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24 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio

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CURSOS 2008/2009

HebraicoLíngua Hebraica - Ivrit 1

Crianças Iniciantes – ano I 6 a 10 anos - 4ª Feira das 16h30 às 17h30

Local : Sede Administrativa da Cil

Língua Hebraica - Ivrit 1Crianças Iniciantes – ano III

6 a 10 anos - 2ª Feira das 17:15 às 18h15Local : Sede Administrativa da Cil

Língua Hebraica - Ivrit 2Crianças Iniciantes – ano II

11 a 14 anos - 3ª Feira das 17h30 às 18h30Local : Sede Administrativa da Cil

Língua Hebraica - Ivrit 2Crianças Iniciantes – ano III

11 a 15 anos - 4ª Feira das 17h30 às 18h30Local : Sede Administrativa da Cil

Língua Hebraica - Ivrit 4Crianças pré - alfabetização – ano I

4 a 5 anos - 3ª Feira das 16h45 às 17h30Local : Sede Administrativa da Cil

Língua Hebraica - Ivrit 5Adultos Iniciantes – ano I

5ª Feira das 19h30 às 20h30Local : Biblioteca Dr. Elias Baruel Z”L

Língua Hebraica - Ivrit 5Iniciantes – Ano II

3ª Feira das 19h30 às 20h30 Local : Biblioteca Dr. Elias Baruel Z”L

Língua Hebraica - Ivrit 5Iniciantes – Ano III

2ª Feira das 19h30 às 20h30 Local : Biblioteca Dr. Elias Baruel Z”L

JudaísmoCurso preparatório para Bar- Mitzvá

2ª Feira das 16h15 às 17h15Local : Sede Administrativa da Cil

Conceitos Básicos do Judaísmo – Ano II3ª Feira das 20h30 às 21h30

Local : Biblioteca Dr. Elias Baruel Z”L

Conceitos Básicos do Judaísmo –Ano III4ª Feira das 19h30 às 20h30 (para membros da CIL)

Local : Biblioteca Dr. Elias Baruel

Inscrições através da nossa secretaria Telef. 21 393 1130 Fax : 21 3931139

[email protected]

No inicio do ano lectivo 2008/2009, o Moré Laér-cio Pintchovski, director do Departamento de

Ensino da CIL, desafiou-me a dar um curso sobre ahistória do judaísmo português aberto a membrose não membros da Comunidade. Contrariamente àsminhas previsões um pouco pessimistas devido aohorário do curso (20.30 -22h) e à crise que toca atodos, inscreveram-se 30 interessados, na sua es-magadora maioria não membros da CIL. O cursotem corrido bem, com entusiasmo e uma as-siduidade sem falhas por parte dos participantes, oque é significativo do interesse que desperta o ju-daísmo e o desejo que muitas pessoas têm em con-hecer uma parte importante de uma história quetambém é a sua.Mas não posso falar neste curso sem falar do papeldo nosso Moré. Em primeiro lugar pela sua in-sistência para que ele se realizasse e pelo entusi-asmo com que acompanha e colabora na sua con-cretização. “Aluno” do curso desde a primeirasessão, todos os textos que são distribuídos aosalunos ganham voz nas suas mãos através da bus-ca de imagens e de um incansável cuidado gráfico. Também na avaliação pedagógica dos alunos e emtoda a logística ele tem tido um papel indispensáv-el. Por tudo isto o curso muito lhe deve. Não sei se a nossa comunidade tem reconhecido ovalor profissional e humano do professor quetemos hoje no nosso seio. Em todo o caso, atravésda criação do Departamento de Ensino da CIL, eletem contribuído não só para a educação e instruçãojudaica de membros e sobretudo das crianças quefrequentam as suas aulas como também paraatrair judeus até há pouco tempo afastados do ju-daísmo e da actividade comunitária. Para alémdestes dois aspectos fundamentais, a abertura doscursos a não membros da CIL, também tem con-tribuído para o interesse pelo judaísmo num públi-co não judeu e para a criação de uma rede indis-pensável de amigos da comunidade. A sua actividade tem sido uma grande mais valiapara a CIL, saibamos reconhecê-la!Esther Mucznik

Curso sobre a História do Judaísmo Português

Boas Vindas ao novoEmbaixador de IsraelNo dia 31 de Janeiro, dezenas de pessoas, entre asquais membros da Direcção da CIL e o Rabino daCIL, estiveram presentes para conhecer e dar asboas vindas ao novo embaixador de Israel em Por-

tugal – Sr Ehud Gol e a sua esposa Sharon Gol. Du-rante o evento denominado “Welcome Dinner”, onovo embaixador falou aos presentes sobre oconflito em Gaza e a repercussão deste no undo ju-daico e na imprensa mundial.

Shabat com FondueNo dia 13 de Fevereiro, ain-da sob o rigor do invernodeste ano o clube realizoumais um agradável CabalatShabat regado a vinho e umdelicioso fondue

Novo livro de José Rodrigues Santos

O jornalista José Rodrigues estevena sede do Maccabi no passado dia15 de Fevereiro para mais uma vezfalar do recente lançamento do seunovo livro “ A Vida num Sopro, seujá 6º romance que confirma a sua

mestria e o lugar que já ocupa nas letras portugue-sas.É um romance empolgante passado no inicio doséculo XX em Portugal no inicio do fascismo e daguerra civil espanhol.

Palestra com o Rabino da CILNo passado dia 1 deMarço, o RabinoEliezer Shai di Mar-tino da CIL proferiupalestra no clubesobre o interessantetema : “ o Judaísmoe a Democracia”.

O Maccabi é a sua casa! Informações: 21 911 11 88

Agenda» 29 de MarçoPalestra com o Dr. Samuel RuahTema : “ O Nascimento e a Evolução das Sinagogas”

» 14 de AbrilPalestra com o Sr. Roberto Bachmann Tema: “ O Mssacre de Lisboa”

» 10 de MaioAlmoço “Idishe Mame”

» 17 de MaioPalestra com a Dra. Ruth Calvão

» 22 de MaioOneg Shabat de Yom Ierushalaim

Os acontecimentosem Israel neste

último período e asreacções por parte domundo não podemnão deixar-nos per-plexos. No meu pare-cer existem várias di-ferenças profundasentre nós e os nossosvizinhos que fazemcom que a opinião pú-blica fique baralhadae não saiba interpre-tar objectivamente asituação. De qualquerforma quero, nestaocasião, examinaruma das tantas dife-renças que como sempre é expressada na fonte danossa cultura milenária, a Bíblia, exactamente na his-tória do Êxodo que lemos nesta altura do ano. Há um detalhe na história do Êxodo que é particu-larmente enfatizado, todavia é difícil de entender.Vemos um mandamento: Disse o Senhor a Moisés: Ainda mais umapraga trarei sobre o Faraó, e sobre o Egipto;depois ele vos deixará ir daqui; e, deixando-vos ir a todos, com efeito vos expulsará da-qui. Fala agora aos ouvidos do povo, que ca-da homem peça ao seu vizinho, e cada mu-lher à sua vizinha, jóias de prata e jóias deouro. (Êxodo 11: 1-2)”E a seguir o cumprimento do mandamento: E os egípcios apertavam ao povo, e apressan-do-se por lançá-los da terra; porque diziam:Estamos todos mortos. Ao que o povo tomoua massa, antes que ela levedasse, e as amas-sadeiras atadas e em seus vestidos, sobre osombros. Fizeram, pois, os filhos de Israelconforme a palavra de Moisés, e pediram aosegípcios jóias de prata, e jóias de ouro, evestidos. E o Senhor deu ao povo graça aosolhos dos egípcios, de modo que estes lhedavam o que pedia; e despojaram aos egíp-cios. (Êxodo12:33-36)Porquê será prata e ouro? Reparem no contexto: osIsraelitas estavam tão apressados em ir-se e osEgípcios tão ansiosos que os Israelitas se fossemembora, que estes não tiveram tempo para que amassa levedasse. Porquê então D-us insistiu tantopara que perdessem tempo para pedir estas pren-

das? O que podiamfazer com outro eprata na longa via-gem que estavam acomeçar? A nossa perplexidadeé aumentada quandorecordamos o que fi-zeram no fim comaquele outro…o usa-ram para cometer opior pecado da histó-ria judaica, o Bezerrode Ouro. O Talmudeem Berachot 32-adiz que Moshé usoueste argumento parafazer apologia dosIsraelitas face a D-

us: ele disse. “D-us, se não lhes tivesses coman-dado de pedir outro e prata aos Egípcios, não te-riam tido o material para fazer o Bezerro de Ouro!” Todavia não podemos negar que este detalhe éfundamental na nossa história pois D-us fala delejá desde o primeiro encontro com Moshé no acon-tecimento da sarça-ardente, muito antes de queMoshé volte para o Egipto:E eu darei graça a este povo aos olhos dosegípcios; e acontecerá que, quando sairdes,não saireis vazios. Porque cada mulher pedi-rá à sua vizinha e à sua hóspede jóias de pra-ta e jóias de ouro, bem como vestidos, osquais poreis sobre vossos filhos e sobre vos-sas filhas; assim despojareis os egípcios.(Êxodo 3, 21, 22)Porquê isso era tão importante?Começamos a entender rectrospectivamente só nofim do Pentateuco. Dois detalhes no livro de Deu-teronomio são a chave para a resposta. O primei-ro tem que ver com a libertação dos escravos. Se te for vendido um teu irmão hebreu ou irmãhebreia, seis anos te servirá, mas no sétimoano o libertarás. E, quando o libertares, não odeixarás ir de mãos vazias; liberalmente o for-necerás do teu rebanho, e da tua eira, e do teulagar; conforme o Senhor teu Deus tiver aben-çoado te darás. Pois lembrar-te-ás de que fos-te servo na terra do Egipto, e de que o Senhorteu Deus te resgatou; pelo que eu hoje te or-deno isso. (Deuteronomio 15: 12-15)O Segundo é um dos mandamentos mais in-

teressantes:

Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 2726 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio

R E L I G I Ã O

Não abominarás o edomeu, pois é teu irmão;nem abominarás o egípcio, pois peregrinofoste na sua terra. (Deuteronomio 23: 7)Isto é notável: os Israelitas foram escravizadospelos Egípcios. Não lhes deviam gratidão nenhu-ma! Pelo contrario, teria sido justificado um senti-do de vingança ou pelo menos ressentimento…To-davia Moshé insistiu que não deve ser assim, ne-nhum ressentimento o maus desejos. Porquê?Neste rápido mandamento temos um profundo de-talhe duma sociedade livre.Tenho então uma mensagem adequada à altura:Um povo guiado pelo ódio não é, e não pode ser li-vre! Se os Israelitas tivessem mantido ressentimen-tos e desejo de vingança, Moshe os teria feito sair doEgipto, mas não teria feito sair o Egipto dos Israeli-tas! Estariam ainda aí, ligados a cadeias de raiva.Para ser livre se tem que deixar, largar o ódio!Existe uma grande diferença entre viver com o passa-do e viver no passado. O Judaísmo é uma religião dememória: recordamos o Êxodo todos os anos e todosos dias. Mas fazemo-lo para construir um futuro, nãopor nostalgia. A Torá diz: “não oprimir o estrangeiro,

pois tu sabes o que quer dizer sentir-se estrangeiro!”Por outras palavras, aquilo que sofreste não inflijas aoutros. A memória é um tutor moral. Israel recorda oseu passado precisamente para não o repetir. A men-sagem de Moshé é: Recorda, mas não para odiar.Isto significa riscar os ressentimentos do passado. Épor isto que quando um escravo era libertado, o seudono devia dar-lhe presentes. Isto não era uma com-pensação para o facto de ter sido escravo, pois nãohá forma de devolver anos de vida a servir. Mas háuma forma para que a partida seja feita com boavontade e com uma compensação simbólica. As ofer-tas fazem com que o ex-escravo sinta que um novocapítulo está a começar, a sair sem raiva e sentido dehumilhação, pois quem recebeu ofertas tem dificul-dade em odiar, ou pelo menos deveria ser assim…Isto é o sentido do ouro e prata que os Egípciosderam aos Israelitas a comando de D-us. A mensagem não pode ser mais apta à situaçãodesta altura da história: Para ser livre há que se li-bertar do ódio e chegou a hora que os nossos vizi-nhos comecem a entendê-lo.Rabino Eliezer Shai di Martino

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Livros Judaicos

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Movimento Juvenil Dor Chadash de Lisboa - Ano VIIIA cada semana um novo participante! Mais de 80 jovens já participam. Agora só falta você !

Actividades todos os domingos, das 15h30 às 18h30 no Maccabi Country Club

Jovens e crianças a partir dos 3 anos | Participação: 5 € por semanaDescontos especiais na compra de senhas antecipadas

Coral Musical representativo da CILPara adultos entre os 20 e os 60 anosEncontros às 3 ª e 5ª feiras, das 19h00 às 20h30Monte Olivete

Coral Etz Chaim

Ano VII

DANÇA ISRAELITA NO MACCABI Sempre com novas danças e coreografias do folclore israelita!Todos os Domingos no Maccabi das 15h00 ÁS 15h45 A partir dos 12 anos

DIRECÇÃO: LILIAN PRIST

ATENÇÃO ! NÃO SÓCIOS DO CLUBE PAGAM UMA TAXA ESPECIAL DE PARTICIPAÇÃO !

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28 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio

Não perca mais tempo ! Venha participar connosco ! Actividades Especiais Permanentes

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Para adultos a partir dos 60 anosEncontros semanais às 4ªs feiras, das 15h30 às 17h00 Sede no Monte Olivete | Participação: 5,00 €

Grupo Guil HazaavAno VII (Idade de Ouro)

M A C C A B I C O U N T RY C L U B3ª a 6ª Feira - Das 9h00 às 17h00Tel: 21 9111188 - Tratar com Rosina | [email protected] com Rosina

LILI, LA TIGRESSEAlona KimhiEdições ASATraduzido directamente do hebraico por Lúcia Liba Mucznik

“Um romance maravilhoso sobre a inquietante es-tranheza do ser” (Le Magazine Littéraire). Autora dobestseller mundial Susana em Lágrimas, galardoadocom o Prémio Bernstein para o melhor romance deIsrael em 1999, Alona Kimhi venceu ainda o Pré-mio do Primeiro Ministro de Israel em 2001.

O RAPAZ DO PIJAMA ÀS RISCASJohn BoyneEdições Asa 2008

Este livro aborda o tema do holocausto de uma for-ma muito subtil, visto que é todo ele narrado poruma criança de nove anos. O vocabulário usado ésimples, sendo deste modo acessível para todas as

idades. Apesar de ser umacriança a relatar a história, oleitor tem uma noção realis-ta do que se passava noscampos de concentração, ede todo o sofrimento dos ju-deus do outro lado da ve-dação.

A S N O S S A S S U G E S T Õ E S

EuroEnigma, LdaSr. Ricardo Afonso (Moreno)(351) [email protected]

Tikvá 69 • Março/Abril/Maio 29

Museu VirtualAristidesde Sousa Mendes

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Comunidade Israelita do Porto web site http://www.comunidade-israelita-porto.org/

CONVERSAS INTIMAS COM ARIEL SHARONUri DanEditora Pedra da Lua

Em 1954, o repórter Uri Danconheceu um jovem coman-dante militar chamado ArielSharon que, desde então, e

há mais de cinquenta anos, passou a seguir de per-to. Este livro é uma fascinante combinação de políti-ca, biografia, entrevista e correspondência que lançauma nova luz sobre o conflito no Médio Oriente, pro-videnciando um retrato mais intimo de Ariel Sharon– um homem cuja vida está intrinsecamente ligadaao destino de Israel.

A LÍNGUA POSTA A SALVOElias CanettiEditora Campo das letras

Conta a vida de um jovem, ofilho mais velho de uma famí-lia abastada de judeus sefardi-tas, tento como pano de fundoa Primeira Guerra Mundial.

Nascido na Bulgária, Elias Canetti recebeu o PrémioNobel da Literatura em 1981

Movimento Juvenil

Dor Chadashde Lisboa

LEHAKAT HAMACCABI

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de Estudantes Judeus

UPEJ - União Portuguesa de Estudantes JudeusSuper actividades mensais

para jovens entre os 18 e 30 anos

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30 de Março – 2ª Feira, 18h30Programa Fé dos Homens:Coimbra Judaica

27 de Abril – 2ª Feira, 18h30Programa Fé dos Homens:Cerimónia de Yon Hashoá - Dia do Holocausto

18 de Maio – 2ª Feira, 18h30Programa Fé dos Homens:61º Aniversário do Estado de Israel

Eventual mudança no horário da emissão é de total responsabilidade da emissora.

Versão em português do site do Museu Norte-Americano Memorial do Holocausto.

http://www.ushmm.org/museum/exhibit/focus/portuguese/

H O M E N A G E N S

Participe nestas homenagens. Actualize os seus registos junto da nossa secretaria através do tel. 21 393 1130 de 2ª a 5ª feira - das 14h00 às 17h00 | [email protected]

30 Tikvá 69 • Março/Abril/Maio

NISSANUrsel August 01Luna Cardona Sta Ana Leite 02

28 MARÇO Hannah Sequerra 03Jaime Issan Bendrao 03Salomão Benoliel 04Szayndla Burtin 04Samuel Liebermann 05Leonardo Araújo 05Jacob Wainsteim 05Jaime Sabat Azancot 06Isaac Assor 06Leon Sorin 07Golda Katzan 08Haim Levy 08Pacifico Esaguy 08Asha Marques 09Deborah Mª de Lurdes Ayash 09Mercedes Benodis 09

04 ABRIL Isaac Holly 10Elias Azancot 11Salomé Blumberg 11 Rev. Abraham Castel 12David Kolinski 13Isaac José Benoliel 13Denise Cohen Mosse Abolnik 13Judah Leão Pimenta 14Samuel Tiano 14Esther S.Sequerra 14Josef Friman 16Alfred Feist 16Mazaltob Assor 16Rebeca Benoliel 16

11 ABRIL Henry Karro 18Ellen Nachmann 19Leonor Benoliel 20Fritz Loewenthal 20Siegfried Weinberg 20Simy Bensusan Castel 20Leonor Benoliel 20Meir Kopejka B. Yossef 20Salomão Alves Levy 22José Bentes Ruah 23Esther Zagury 23

18 ABRIL Samuel Dreiblatt Sequerra 24Carlota Arons 24Simy Cohen Kadosh 24Rachela Lakeland 24Armand Hayat (Shlomo Ben Isaac) 24 Ester Droznik Bensimon 25Liba Goldrajch 25Mery Azancot 27Lice Buzaglo Seruya 28Raquel Ruah 30Abrahão Sorin 30

YAR25 ABRIL Max Korn 01

Rosica Davidofe 02Jacob José Levy 04Joana Edith Singer 04Maria Matilde Del Negro Feist 04Moisés Aron Nojmark 05Louis Aberlé 05Zew Blaufuks 06Haim Bendelac 07

02 MAIO Rabi Menahem Diesendruck Bar Abraham 08

Salvador Sabah Azancot 08Ruben Esaguy 08Esther L. Adrahi 08Dário Azancot 08Shemtob Ruah 09David L. Adrahi 11Simantob Fresco 12Sapese Noymark 14Arão Benarus 14Ledicia Assayag Drozdzinski 14Abraham Helazar 14

09 MAIO Ernest Mode 15Clara Querub 15Judah Israel 16Abraham Tangi 17Luna Chocron Benodis 17Eduardo Daniel 18Simy Pinto Ezaguy 18Salomão Seruya 19Mosko Teller 20Samuel Esaguy 20Helena Buzaglo Abecassis Correia de Barros 21Ejsel Oleinski 21

16 MAIO Reyna Querub 22Samuel Hassan 24Ester Levy 24Jacob Benodis 24Moisés Zagury 25Judah Bentes Ruah 26Cyrla Blaufuks 26Jacob Israel 27Lea Wahnon 27Carmen Wahnon 27Moshe Burstyn 28Dora Levy Bendrão Ayash 28

SIVAN23 MAIO Abraham Tuaty 1

Erma Kahn 3Margarete Leers Estácio da Silva 4Aron Blumberg 4Gimol T. Esaguy 4Moisés Obadia 6Henrique Feist 6

30 MAIO Miquelina Esaguy Soares da Fonseca 7José Esaguy Wartenberg 8Orovida Amzalak 10Henna Matlo Segal 11Else Nachmann 11Jacob Ruah 13Raquel Sabah 13Zeew Wolf Terló 13Zelik Kit 13

06 JUNHO Rafael Esaguy 14Miriam Martins Noymark 14José Bensimon 14Garmano Kahn 15Israel Cagi Ruah 15Laja Bekerman 15Mauricio Goldrajch 15Isabel Levy 15Iva Davidofe 17Abrahão Benoliel 18Simy Levy Sequerra 18Faduenha Tangi 20Aixa Luiza Amram 20Gaston Aberlé 20

Mazal Tov !Os nossos parabéns e os votos de muitas felicidades a todos !

ANIVERSÁRIOSMARÇO Ester Ruah 01

Sheley Anne Porton 02Clara Ruah 02Eva Israel 04Manuel Joaquim de Jesus 04Sonia Bernfeld 04Rosy Rosenthal 12Vivian Bernfeld 13Elie Alain Hayat 14Pedro Banon de Jesus 14Daniela Schliesser 17Sara Mucznik 18Lívia Catran 19Alberto Holly Setton 20 Erich Brodheim 21Lucia Catran 22Madalena Kadosh Ezra 25Isaac Luis 25Miriam Brodheim 31

ABRIL John Kahn 04Estrella Assayag 08Maya Koshét 12Noy Koshét 12Lucia Amram 16Diana Kolinski 17Ruth Kahana Geyer 17Moritz Abolnik 24Ruth Arons 26

MAIO Daniela Teruskin 01Ralph George Bernfeld 04Diana Ettner 05David Kolinski 06Nella Maissa 07Daniel Knopfholz 12

Amália Garcia Stieglitz 15Abraham Guerra 15Ronald Brodheim 18Robert Sternberg 18Ribca Fresco Nunes Marques 18Ana Sofia Joanes 21Saghi Koshét 26Miguel Benoliel Kadosch 27Tatiana Prist 27Ben Atzmon 29Ana Regina Alexandre 30

NASCIMENTONasceu em Nova York no dia 9 de Fevereiro de 2009 / 15 de Shevatde 5769, a pequena Hannah Ruah, filha de Jamie e David Drozdizn-ski Ruah. Felicidades aos pais e a toda família!

BAR – MITZVÁO querido Rafael Arié realizou a sua Bar-Mitzvá, na nossa Sinagogano passado dia 28 de Março de 2009 / 3 de Nissan de 5769 na pre-sença de seus pais, Susana e Renato Arié, bem como de vários famil-iares e amigos.

As nossas boas vindas aos novos membros da CILRibka Fresco Nunes MarquesRicardo Maíssa

FALECIMENTOSA nossa homenagem especial ao saudoso Marcelo Benoliel Benassulin Z´L (Q.D.T)Ex– funcionário administrativo da CIL e que durante 23 anos actuoucomo SHAMASH da nossa sinagoga.

Falecido em 2 de Março 2009 (6 Adar 5769)

Apresentamos as nossas sentidas condolências à Família enlutada

N A H A L O T

TIKVÁEnvie os seus textos e sugestões para TIKVÁ até ao dia 30 de cada mês.Rua do Monte Olivete, 16 r/c. esq. 1200-280 Lisboa | e-mail:tikvá@cilisboa.org

A quem se dirigirHorário de funcionamento da SecretariaSegunda a Quinta-feira, das 9h00 às 17h30Sexta-feira e vésperas de festas judaicas, das 9h00 às 13h00Horário de almoçodas 13h00 às 14h00

Atendimento ao públicoSegunda a Quinta-feira, das 13h00 às 17h30Os espaços para reuniões devem ser agendadoscom aviso prévio, mínimo de 48 horas

[email protected]. 213 931 134Atendimento de Segunda a Quinta-feira, das 10h00 às 13h00Telf. 213 931 130 | Fax 213 931 139

Director ExecutivoMarcos [email protected]

Departamento de Ensino JudaicoMoré Laercio Hillel [email protected]

Departamento de SegurançaContacto 24 horas – Telf. 96 347 [email protected]

Movimento Juvenil Dor [email protected]

UPEJ – União Portuguesa de Estudantes [email protected]

RabinoRav. Eliezer Shai Di Martino [email protected]

Mikvê[email protected]

SecretáriaEstrella [email protected]

Visite o nosso site: www.cilisboa.org

DirecçãoPresidente Jose Oulman CarpVice-Presidente Esther MucznikVice-Presidente Ronald BrodheimTesoureiro José Salomão RuahSecretário Eva Ettner Vogal efectivo Clara K. CassutoVogal efectivo Charles AriéVogal efectivo Sonia Bernfeld Vogal efectivo Arnaldo GrossmanVogal Suplente Salomão KolinskiVogal Suplente Bernardo Abecasis

Mesa da Assembleia GeralPresidente Moisés Bendrao Ayash Z´L Vice-Presidente Mordechai Atsmon1º Secretário Nuno Wahnon Martins2º Secretário Diana Ettner

Conselho FiscalPresidente Samuel TuatiVogal Efectivo David Bentes RuahVogal Suplente Guilherme Grossman

Presidente Honorário Dr. Samuel Ruah