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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA NÍVEIS E FONTES DE METIONINA NA NUTRIÇÃO DE FRANGOS DE CORTE Genilson Bezerra de Carvalho Orientador: Prof. Dr. Marcos Barcellos Café GOIÂNIA 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

NÍVEIS E FONTES DE METIONINA NA NUTRIÇÃO DE

FRANGOS DE CORTE

Genilson Bezerra de Carvalho

Orientador: Prof. Dr. Marcos Barcellos Café

GOIÂNIA

2017

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GENILSON BEZERRA DE CARVALHO

NÍVEIS E FONTES DE METIONINA NA NUTRIÇÃO DE

FRANGOS DE CORTE

Tese apresentada para obtenção do título de

Doutor em Zootecnia junto à Escola de

Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal

de Goiás

Área de Concentração:

Produção Animal

Linha de Pesquisa:

Alimentação, metabolismo e forragicultura na

produção e saúde animal

Orientador:

Prof. Dr. Marcos Barcellos Café-UFG

Comitê de orientação:

Prof. Dr. José Henrique Stringhini-UFG

Profa. Dra. Fabyola Barros de Carvalho-UFG

GOIÂNIA

2017

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A Deus, à minha família, a todos

aqueles que, um dia, foram meus

professores, aos amigos (as)

DEDICO.

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AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Deus e Pai pela vida, pela proteção, que esteve comigo em todos os

momentos, dando-me todos os dias coragem, sabedoria e forças ao longo dessa jornada;

Aos meus pais Maria Bezerra de Carvalho e Felix Ferreira de Carvalho pelo

amor, incentivos e por sempre apoia meus estudos. Essa vitória também é de vocês;

A minha Avó Antônia Araujo pelo amor, incentivos e apoio e por está sempre

motivada, alegre e orientando a fazer o que é certo. Essa vitória também é sua.

A meus irmãos Giliard, Juliene, Julierme e Lidiane pela amizade e incentivos e

por mesmo estado distante sempre acreditaram em mim;

A minha esposa, Maiany Gonçalves de Carvalho, pelo amor, paciência,

incentivo, pelas motivações e apoio constante. Sempre inteligente, atenciosa e dedicada;

À UFG pela oportunidade de realização do curso e pela viabilização dessa

pesquisa em especial ao Setor de Avicultura. Sinto muito orgulho de ser discente dessa

instituição de ensino. Fui muito bem recebido na UFG;

Ao meu orientador, professor Dr. Marcos Barcellos Café, pela amizade,

ensinamentos e sugestões, pela confiança, atenção, compreensão, incentivos e conselhos

e pela simplicidade. Sempre tem uma ideia e uma rápida solução. Serei eternamente

grato pelo apoio, oportunidades e por acreditar em mim;

Ao professor Dr. José Henrique Stringhini, pela amizade, ensinamentos,

colaboração e sugestões. Sempre tem uma sugestão;

A professora Dra. Fabyola Barros de Carvalho, pela amizade, carisma,

sugestões e colaboração, e por esta sempre alegre e à disposição;

Ao professor Dr. Emmanuel Arnhold, pela amizade, pelos ensinamentos e apoio

nas análises estatísticas. Sempre atencioso e dedicado em passar o que sabe de forma

clara e objetivo. Sempre disposto a colaborar;

A professora Dra. Danieli Brolo Martins, pela amizade, sugestões, paciência e

dedicação, sempre otimista, motivada e disciplinada;

A professora Dra. Nadja Susana Mogyca Leandro, pela amizade, carisma e

incentivos;

A Dra. Leilane Rocha Barros Dourado e o Dr. João Batista Lopes pela

amizade, ensinamentos, dedicação, incentivos e motivações;

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As empresas Evonik Degussa Brasil e São Salvador Alimentos® pela parceria e

financiamento da pesquisa;

Ao Dr. Roberto Moraes Jardim Filho da empresa São Salvador Alimentos®, e

toda sua equipe, pela amizade, respeito, atenção, oportunidade e confiança em mim

depositada na condução do experimento;

Ao Dr. Nei André Arruda Barbosa da empresa Evonik Degussa Brasil, pela

amizade, atenção, respeito e confiança, pelas sugestões e ensinamentos. Não mediu

esforços e estava sempre a disposição para colaborar com a pesquisa;

Aos alunos da pós-graduação e do grupo de pesquisa, Lindolfo Dorcino, Julyana

Machado da Silva Martins, Poliana Carneiro, Pedro Rezende, Januária Silva

Santos, Raiana Almeida Noleto, Ana Flavia Basso, Debora Carvalho, Laura

Drosghic, pela amizade, dedicação e ajuda durante a pesquisa e pelos momentos de

descontração e alegria tanto nas horas de trabalho, bem como nos momentos de lazer.

Aos alunos de graduação Marcella Fernandes, Billy Noronha, Rafael Faria,

Rafael Camargo, Caio Vinicius, Natiele Ferraz de Oliveira, Lais Montel, Geovane

Chagas, Amanda Ribeiro, Larissa Paula Gomides pela amizade, dedicação e ajuda

na condução da pesquisa;

As alunas de residência do Hospital Veterinário Evelyn Oliveira e Thays

Trentin, pela amizade, paciência e dedicação nas análises de sangue;

À Coordenação da Pós Graduação em Zootecnia Dra. Eliane Sayuri Miyagi pelo

respeito e atenção, e o Sr. Hélio Alves e Gerson Luís pelo respeito e atenção;

Aos Laboratoristas Eder Fernandes e Welton pela amizade e sugestões nas

analise de qualidade de cama;

Aos professores do PPGZ, pelos ensinamentos e atenção;

Aos funcionários do Setor de avicultura, Sr. Charles e a Sr.ª Kelly, pela amizade,

respeito, conselhos, ensinamentos, e colaboração no decorrer do experimento;

Aos funcionários e amigos da UFG/EVZ, Rogerio, Felipe, Marcelo, Elias,

Samuel, Gerson e Sr. Antonio Cornélio, dona Neide pela atenção, respeito e ajuda;

A Capes, pelo apoio financeiro concedido através da bolsa de estudo;

As novas amizades que foram construídas durante o curso no PPGZ;

Aos amigos (as) de Antônio Almeida-Piauí, pelos incentivos e motivações;

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.

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Onde não há conselhos fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há

bom êxito.

(Provérbio 15:22)

Em todo trabalho há proveito; meras palavras, porém, levam à penúria.

(Provérbio 14:23)

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................... 17

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17

2. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 18

2.1. Fontes de metionina ............................................................................................. 18

2.2. Funções da metionina em frangos de corte .......................................................... 20

2.3. Metabolismo da metionina em frangos de corte .................................................. 22

2.4. Exigência de aminoácidos sulfurados para frangos de corte ............................... 24

2.5. Bioeficácia das fontes de metionina usadas na avicultura ................................... 27

2.6. Influência da metionina no desempenho e rendimentos de carcaça de frangos de

corte............................................................................................................................. 29

2.7. Influência da metionina nos órgãos linfoides, digestivos e nas penas de frangos

de corte ........................................................................................................................ 30

2.8. Influência da metionina dietética nos parâmetros sanguíneos de frangos de corte

..................................................................................................................................... 32

2.9. Influência da metionina dietética na qualidade de cama de frangos de corte ...... 33

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 34

CAPÍTULO 2 - Níveis de metionina + cistina digestível para frangos de corte ............ 43

RESUMO........................................................................................................................ 43

ABSTRACT ................................................................................................................... 44

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 45

MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 45

RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 49

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 56

CAPÍTULO 3 - Hematologia e bioquímica sérica de frangos de corte submetidos a

diferentes níveis de aminoácidos sulfurados digestíveis ................................................ 59

RESUMO........................................................................................................................ 59

ABSTRACT ................................................................................................................... 60

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 61

MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 62

RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 66

CONCLUSÃO ................................................................................................................ 73

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REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 74

CAPÍTULO 4 - Umidade, pH, temperatura, concentração de amônia e excreção de

nitrogênio na cama de frango de corte submetidos a dietas com diferentes níveis de

aminoácidos sulfurados .................................................................................................. 80

RESUMO........................................................................................................................ 80

ABSTRACT ................................................................................................................... 80

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 82

MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 83

RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 85

CONCLUSÕES .............................................................................................................. 93

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 95

CAPÍTULO 5 - Bioeficácia da Metionina Hidroxi-Análogo de Sal de Cálcio (MHA-

Ca) em Comparação à DL-Metionina em Frangos de Corte .......................................... 99

RESUMO........................................................................................................................ 99

ABSTRACT ................................................................................................................. 100

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 101

MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 101

RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................. 106

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 120

CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 123

ANEXO.........................................................................................................................124

FICHA DE APROVAÇÃO NO CONSELHO DE ÉTICA – CEUA............................124

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 1

Figura 1 - Estrutura química da DL-metionina e dos análogos de metionina. ............... 19

Figura 2 - Metabolismo da metionina resumido. ............................................................ 24

CAPÍTULO 4

FIGURA 1 - Excreção de nitrogênio da cama (A), umidade (B) e pH (C) ao 14 dia

criação de frango de corte submetidos a diferentes níveis de metionina+cistina

digestível. ........................................................................................................................ 87

FIGURA 2 - Umidade da cama (A) e pH (B) ao 28 dia de idade de frango de corte,

submetidos a diferentes níveis de metionina+cistina digestivel. .................................... 90

FIGURA 3 - Umidade da cama (A) e pH (B) ao 42 dias de idade de frango de corte

submetidos a diferentes níveis de metionina+cistina digestível ..................................... 92

CAPÍTULO 5

FIGURA 1 - Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio

(MHA-Ca) em relação à DL-Metionina (DLM), com base no ganho de peso (kg), em

frangos de corte, no período de 1 a 21 dias. ................................................................. 110

FIGURA 2 - Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio

(MHA-Ca) em relação à DL-Metionina (DLM), com base na conversão alimentar

(kg/(kg), em frangos de corte, no período de 1 a 21 dias. ............................................ 111

FIGURA 3 - Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio

(MHA-Ca) em relação à DL-Metionina (DLM), com base no ganho de peso em frangos

de corte no período de 22 a 42 dias. ............................................................................. 117

FIGURA 4 - Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio

(MHA-Ca) em relação à DL-Metionina (DLM), com base na conversão alimentar em

frangos de corte no período de 22 a 42 dias. ................................................................ 118

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 1

Tabela 1 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho regular 25

Tabela 2 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho médio .. 26

Tabela 3 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho superior26

Tabela 4 - Recomendações nutricionais de frangos de corte de acordo com a orientação

nutricional das linhagens ................................................................................................ 26

CAPÍTULO 2

Tabela 1 - Composição percentual e valores nutricionais das dietas experimentais ...... 47

Tabela 2 - Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis sobre o desempenho de

frangos de corte aos 7 e 21 dias de idade ....................................................................... 49

Tabela 3 - Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis sobre o desempenho de

frangos de corte aos 35 e 42 dias de idade ..................................................................... 51

Tabela 4 - Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis sobre o desenvolvimento

dos órgãos digestíveis e penas de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade ............... 53

Tabela 5 - Rendimento de carcaça, peito, coxa + sobrecoxa, asas e gordura abdominal

de frangos de corte, aos 42 dias de idade, alimentandos com dietas com diferentes níveis

de metionina + cistina digestíveis ................................................................................... 54

CAPÍTULO 3

Tabela 1 - Composição percentual e valores nutricionais das dietas experimentais ...... 64

Tabela 2 - Efeitos dos diferentes níveis de metionina + cistina digestível na dieta sobre o

eritrograma de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade ............................................. 67

Tabela 3 - Efeitos dos níveis de met+cis digestível na ração sobre os valores absolutos

(/μL) no leucograma de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade ............................... 68

Tabela 4 - Efeitos dos níveis de met+cis digestível na ração sobre os valores absolutos

(/μL) do plaquetograma de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade .......................... 70

Tabela 5 - Níveis séricos de ácido úrico, albumina, AST, PST, colesterol total, HDL,

LDL e triglicérides no soro de frango de corte aos 21 e 42 dias de idade alimentados

com dietas constituidas com diferentes níveis de metionina + cistina digestíveis ......... 73

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CAPÍTULO 4

Tabela 1 - Composição percentual e valores nutricionais das dietas experimentais ...... 84

Tabela 2 - Umidade, temperatura, pH, nitrogênio e concentração de amônia na cama

aos 14 dia de idade de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis

digestível ......................................................................................................................... 86

Tabela 3 - Umidade, temperatura, pH e concentração de amônia na cama aos 28 dia de

idade de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis digestível ............ 90

Tabela 4 - Umidade, temperatura, pH, nitrogênio e concentração de amônia na cama

aos 42 dias de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis digestível ... 92

CAPÍTULO 5

Tabela 1 - Composição das dietas basais (Experimentos I e II) ................................... 103

Tabela 2 - Desempenho de frango de corte, de 1 a 7 e de 1 a 21 dias de idade,

alimentandos com ração suplementadas com diferentes fontes de metionina .............. 107

Tabela 3 - Pesos absolutos e relativos dos órgãos e penas de frangos de corte aos 21 dias

de idade, alimentandos com dietas com diferentes fontes de metionina ...................... 109

Tabela 4 - Desempenho de frango de corte, de 22 a 42 dias de idade, alimentandos com

ração suplementadas com diferentes fontes de metionina ............................................ 113

Tabela 5 - Pesos absolutos e relativos dos órgãos e penas de frangos de corte aos 42 dias

de idade, alimentandos com dietas com diferentes fontes de metionina ...................... 114

Tabela 6 - Rendimento de carcaça e de cortes (%) de frangos aos 42 dias de acordo com

as diferentes fontes de metionina.................................................................................. 116

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RESUMO

A metionina é um aminoácido essencial e o primeiro limitante na alimentação de

frangos de corte. Conhecer a bioeficácia das fontes de metionina e as exigências

nutricionais de metionina+cistina, assim como, o seus efeitos em frangos de corte nas

diferentes fases e condições de criações, faz-se necessário. Assim objetivou-se

determinar a bioeficácia relativa da fonte dietética de metionina hidroxi-análoga sal de

cálcio (MHA- Ca), em comparação a DL-Metionina (DL-met) e a exigência de

metionina+cistina (Met+Cis), e também, seu efeito nos parâmetros sanguíneos e

qualidade de cama nas fases inicial e de crescimento de frangos de corte. Para isso,

foram realizados dois experimentos (I e II), nas fases de 1 a 21 dias e 22 a 42 dias de

idade, utilizando, no total, 3528 pintos de um dia, machos, da linhagem (Cobb-500). No

experimento I, com a finalidade de determinar a bioeficácia da MHA-Ca em

comparação com a DL-Met, foram utilizadas 1728 aves distribuídas em nove

tratamentos – (dieta basal – sem metionina sintética, e quatro níveis de metionina (seis

repetições/32 aves). No experimento II, com a finalidade de determinar a exigência de

Met+Cis, assim como, o seu efeito nos parâmetros sanguíneos e na qualidade de cama,

foram utilizadas 1800 aves distribuídas em cincos tratamentos (seis repetições/30 aves)

sendo 900 na fase inicial e o restante na fase de crescimento. Em ambos os

experimentos utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado. Para os

experimentos I e II, as fontes de metionina (MHA-Ca, DL-Met) e (DL-Met),

respectivamente, foram suplementadas numa dieta basal. As médias de bioeficácia para

MHA-Ca para ganho de peso e conversão alimentar foram 65% e 22% na fase de 1 a 21

dias, e 41% e 58% na fase de 22 a 42 dias. O valor de exigência de Met+Cis digestível

estimado para a fase de 1 a 21 e de 22 a 42 dias de idade, foi de 0,764 e 0,716%

correspondente a uma relação Met+Cis/ Lisina de 64% e 68%, respectivamente. Os

níveis de Met+Cis influenciaram os parâmetros sanguíneos (hemoglobina, relação

heterófilo: linfócitos, monócitos, leucócitos totais, hemácia e hematócritos; ácido úrico,

albumina, PST, colesterol total LDL e TG) e de qualidade de cama (pH, umidade e

nitrogênio excretado) de frangos de corte.

Palavras-chave: bioeficácia, cama de frangos, metionina, exigência nutricional, sangue

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ABSTRACT

Methionine is an essential amino acid and the first limiting factor in broiler feed.

Knowing the bioefficacy of methionine sources and the nutritional requirements of

methionine + cystine, as well as their effects on broilers in the different stages and

conditions of breeding, is necessary. The objective of this study was to determine the

relative bioefficacy of the dietary source of methionine hydroxy analogue calcium salt

(MHA-Ca), compared to DL-methionine (DL-met) and methionine + cystine

requirement (M + C). Its effect on blood parameters and bed quality in the initial and

growth stages of broiler chickens. For this, two experiments (I and II), in the 1 to 21

days and 22 to 42 days of age phases, were performed using a total of 3528 male, one-

day-old broilers of the lineage (Cobb-500). In the experiment I, 1728 birds distributed in

9 treatments - (basal diet - without methionine, and four levels of methionine (6

replicates / 32 birds) were used in order to determine the bioefficacy of MHA-Ca

compared to DL-Met In the experiment II, in order to determine the Met + Cis

requirement, as well as its effect on blood parameters and bed quality, 1800 birds were

used in 5 treatments (6 replicates / 30 birds), of which 900 (MHA-Ca, DL-Met) and

(DL-Met), respectively, were used in experiments I and II, respectively, in the initial

phase and the rest in the growth phase. The mean bioavailability for MHA-Ca for

weight gain and feed conversion was 65% and 22% in the 1 to 21 days phase, and 41%

and 58% in the 22 to 42 days phase. Of digestible M + C requirement, estimated for the

1 to 21 and 22 to 42 days of age, was 0.764 and 0.716% corresponding to a Met + Cys /

lysine ratio of 64% and 68%, respectively. The levels of Met + Cys influenced in some

blood parameters (hemoglobin, heterophilic ratio: lymphocytes and monocytes, total

leukocytes, hemocytes and hematocrits, uric acid, albumin, PST, total LDL cholesterol

and TG) and bed quality And excreted nitrogen) of broiler chickens.

Key words: bioefficacy, blood, methionine, litter chicken, nutritional requirement

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CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1. INTRODUÇÃO

O Brasil ocupa importante papel no ranking mundial da produção e exportação

de carne de frango. No ano de 2015, o país assumiu o segundo lugar mundial na

produção de frangos de corte (produção superior a 13,14 milhões de tonelada) e desde

2004 é o primeiro maior exportador (volume de 4.304 mil toneladas) de carne de

frangos1. Inúmeros são os fatores responsáveis para o sucesso da avicultura brasileira,

entre eles a nutrição. Para garantir este ranking na produção de frango, foram destinadas

em 2015, de janeiro a setembro 24,3 milhões de toneladas de ração2.

Com uma vantagem competitiva como um dos principais produtores mundiais

de milho, soja e outras commodities, o futuro do Brasil como principal produtor de

ração animal está assegurado3.

Na alimentação avícola, o milho e o farelo de soja são os ingredientes que

participam na formulação em maior quantidade na ração, por outro lado, apresentam

baixos níveis de aminoácidos que não atendem as exigências nutricionais das aves,

necessitando a inclusão de aminoácidos cristalinos. Dentre os aminoácidos, destacam-se

os sulfurados como a metionina e a cisteína.

A metionina é um aminoácido essencial, sendo considerado o primeiro limitante

nas dietas para aves a base de milho e farelo de soja4,5

. A metionina participa no

metabolismo das proteínas e é precursora da cisteína, que por sua vez é responsável pela

formação de vários componentes corporais importantes como a cistina, o que justifica o

fato de as recomendações nutricionais serem expressas como metionina+cistina6-9

.

A metionina desempenha papel vital em todas as espécies, e é essencial na

nutrição avícola, pois com esse rápido crescimento, as aves necessitam de uma alta

demanda de aminoácido cristalinos10

. O conteúdo de metionina + cistína nas dietas deve

ser adaptado às exigências das aves para manter o equilíbrio adequado no metabolismo,

com o intuito de estimular o crescimento, maximizar o rendimento de carcaça, cortes,

órgãos, reduzir a gordura da carcaça e promover ingestão alimentar adequada para

minimizar as perdas e deposição de nutrientes na cama, assim como, reduzir os custos

de produção11-14

. O potencial genético dos frangos aumentou significativamente e este

melhor desempenho levou a mudanças nas exigências de aminoácidos15

.

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18

A metionina é um aminoácido importante para o sistema imunológico em aves,

para o melhor desempenho e empenamento, é doadora de grupo metil, que são

necessários para várias reações metabólicas tais como a síntese de colina e betaína,

etc.16-18,10

. A adição de metionina em quantidade suficiente na dieta melhora a

imunidade das aves contra diferentes doenças19

. Um meio prontamente disponível e

rápido de conhecer o estado de saúde clínico, nutricional e metabólico de animais em

ensaios alimentares pode ser o uso de análises dos componentes sanguíneos20

. Poucos

trabalhos foram realizados e publicados envolvendo os níveis de metionina+cistína

sobre os parâmetros sanguíneos em frango de corte.

As quatro principais fontes comerciais de metionina sintética usadas na

alimentação de frango de corte são a DL-metionina (DL-Met) em pó ou sua forma

líquida como sal de sódio (DL-metionina-Na), a metionina hidroxi-análoga (MHA) em

pó, como sal de cálcio (MHA-Ca) ou na forma líquida como ácido livre (MHA-FA)21

.

O uso dessas fontes tem gerado discussões sobre a bioequivalência dando início a

diversas pesquisas em todo o mundo22,21,23,24

.

Assim, com o presente estudo, objetivou-se determinar a bioeficácia da MHA-

Ca 84% em comparação com a DL-metionina 99% e avaliar as exigências de

metionina+cistina, sobre os parâmetros sanguíneos e a qualidade de cama de frangos de

corte, na fase inicial e crescimento.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Fontes de metionina

Durante uma investigação bacteriológica em 1922, o patologista John Howard

Mueller isolou a partir dos produtos hidrolíticos da caseína, uma fracção de um novo

aminoácido contendo enxofre que era aparentemente requerido pelas bactérias

Streptococcus hemolítico para um crescimento satisfatório25

. Posteriormente o mesmo

aminoácido foi obtido por outros pesquisadores como S. Odake em 1925 que isolou

0,0001 % a partir de hidrolisados de levedura, Barger e Coyne em 1928 que isolou 0,1-

0,3% e Du Vigneaud e Meyer em 1931 que isolou 0,01 a 0,02%, ambos a partir de

hidrolisado de caseinogénio26

. Esses baixos rendimentos e a natureza laboriosa do

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19

isolamento da metionina justificaram Barger e Weichselbaum em 1931, ao concluir que

era mais fácil fazer este aminoácido sinteticamente26

.

Em 1928 o novo aminoácido teve sua fórmula química identificada como (ácido

metil-tiol α-aminobutírico) por George Barger, Frederick Philip Coyne que sugeriram a

John Howard Mueller o nome mais curto de metionina em alusão ao agrupamento

característico25

.

As quatro principais fontes comerciais de metionina sintética usadas na

alimentação de frango de corte são a DL-metionina (DL-Met) em pó ou sua forma

líquida como sal de sódio (DL-metionina-Na), a metionina hidroxi-análoga (MHA) em

pó, como sal de cálcio (MHA-Ca) ou na forma líquida como ácido livre (MHA-FA)21

.

Os análogos diferenciam-se da DL-metionina por possuírem uma molécula de

hidroxila (OH), no lugar do grupamento amino (NH3+), localizado no carbono alfa da

molécula8 (Figura 1). São moléculas estruturalmente distintas com diferentes

características fisiológicas até serem convertidas em L-metionina (forma que é

absorvida)27

.

NH3

+

O

CH3

SOH

O

CH3

S

NH3

+O

-Na

+

DL-metionina 99% DL-metionina – Na 40%

O

CH3

S

OH

OH

O

CH3

S

OH

O-Ca

2+

MHA-FA 88% MHA-Ca 84%

Figura 1 - Estrutura química da DL-metionina e dos análogos de metionina.

Fonte: Adaptado31

.

A DL-Met e a DL-Met-Na são uma mistura racêmica entre as formas D-

dextrógiras (50%) e L- levógiras (50%), entretanto, a DL-Met apresenta 99% e a DL-

Met-Na apresenta 40% de atividade de metionina21,28

. Segundo os fabricantes, MHA-

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20

FA apresenta 88% e a MHA-Ca 84% de atividade de metionina29

. A DL-Met 99% pó,

possui 99% de metionina e 1% de impurezas e apresenta fórmula molecular

(C5H11NO2S)30,31

. A DL-Met-Na 40% é um líquido transparente âmbar a castanho claro

que contém, por especificação, um mínimo de 40% de DL-Met e 6,2% de sódio e um

máximo de 53,8% de água com fórmula molecular (C5H11NO2S)Na. A MHA-FA 88%

apresenta uma fração de 18% dímeros, 3% trímeros, 65% de monômeros e 2% de

oligômeros superiores e apresenta fórmula molecular (C5H10O3S). A MHA-Ca 84%, pó,

apresenta 1 a 2% de água e impurezas, 12 a 14% de cálcio e 84 a 86% de monômeros

com fórmula molecular (C5H9O3S)2Ca31

.

Industrialmente, as formas DL-Met em pó e o análogo MHA-FA são as

principais fontes mais usadas de metionina12

. A DL-Met em pó foi a primeira forma a

ser produzida a nível comercial Dow Chemical (Danbury, CT) na década de 1940, e em

1950 a Monsanto (St. Louis, MO) começou a produção em larga escala de MHA32

. A

DL-metionina é produzida principalmente por síntese química a partir de

metilmercaptano, acroleína (um aldeído de carbono) derivado de propileno (um

derivado do petróleo) e cianeto de hidrogênio33, 34

.

Na atualidade, os principais produtores de metionina cristalina são Evonik

Degussa (Alemanha), Novus International (Estados Unidos), Adisseo (França) e

Sumitomo (Japão)25

. Em 2013, o mercado mundial atingiu 600 mil toneladas/ano e a

maior parte da metionina produzida foi utilizada para alimentação animal25

.

2.2. Funções da metionina em frangos de corte

A metionina é um aminoácido sulfurado essencial e o primeiro limitante nas

dietas avícolas a base de milho e farelo de soja4, 35, 36

. Destaca-se por desempenhar

notável papel no metabolismo das proteínas16

. Como um aminoácido essencial, a

metionina interage com outros nutrientes envolvidos no metabolismo proteico12.

A metionina participa da biossíntese de muitas substâncias como creatina,

poliaminas, epinefrina e melatonina37,38

. Doadora de grupo metil, que são necessários

para varias reações metabólicas tais como a síntese de colina e betaína16

. Influencia no

metabolismo lipídico, estimulando o catabolismo oxidativo dos ácidos gordos através

do seu papel na síntese de carnitina12,16, 18, 39

.

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21

A metionina atua como precursor da glutationa, um importante antioxidante

celular para o organismo dos animais, ajudando assim a proteger as células contra o

estresse oxidativo e é essencial na regulação da divisão celular40-43

.

No início da década de 1950, foi descoberta a importância da metionina na

alimentação animal25

. A adição do aminoácido metionina na nutrição começou em 1977

com o análogo de hidroxila de metionina líquido, seguido por DL-metionina em pó em

19853.

Como uma intervenção nutricional, a metionina cristalina adicionada à dieta tem

sido explorada como método de melhorar os efeitos das espécies reativas ao oxigênio

(ROS) associada à ambiente de elevada temperatura. Isto pode ser devido ao fato de que

a metionina pode ser convertida em cisteína, um componente crítico do sistema de

defesa, atua como antioxidante do corpo que é crítico na desintoxicação de ROS44

.

Também é precursora da sarcosina pela via da transmetilação, com função

importante nas estruturas de várias proteínas (imunoglobulinas, insulina), com o papel

de ligar várias cadeias polipeptídicas via pontes dissulfeto16

.

A metionina é precursora da cisteína (no ciclo da homocisteína num processo

não-reversível). Por isso, a cistina podem ser fornecidos pela metionina, e a metionina +

cistina são consideradas juntas na formulação das dietas como aminoácidos sulfurados e

são os principais ingredientes constituídos de enxofre no corpo da ave12,45,.46

. A cisteína

é um aminoácido não essencial de molécula muito instável em solução, podendo ser

facilmente oxidado em seu dímero a cistina47,48

.

Juntamente com a cisteína, a metionina é fundamental para a síntese de taurina

(ácido 2-aminoetanosulfônico), aminoácido que age como um transmissor neuroinibidor

juntamente com a glicina49

. É responsável pelo fornecimento de enxofre para a síntese

de outros componentes químicos que apresentam enxofre na sua composição49,50

.

Devido ao enxofre, responsável pelas ligações dissulfureto, que estabilizam as proteínas

das estruturas terciárias, a cisteína está presente principalmente em proteínas estruturais

como colágeno ou queratina em pele, cabelo, penas e unhas, respectivamente25

.

A metionina é um aminoácido importante para o sistema imunológico, pois pode

promover a produção de anticorpos e respostas imunes mediadas por células em frangos

de corte50-53

. A metionina hidroxi-análoga ácido livre (MHA-FA) é uma fonte

altamente eficaz de metionina27

e, devido à sua natureza orgânica, pode reduzir o pH do

trato gastrointestinal, suprimir as bactérias patogênicas sensíveis a ácidos, estimular a

absorção de nutrientes e incrementar a resposta imune.

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22

2.3. Metabolismo da metionina em frangos de corte

Na nutrição de frango de corte, a proteína é o segundo grupo de composto que é

encontrado em maior quantidade na ração, ficando atrás apenas dos carboidratos. As

proteínas são polímeros compostos de aminoácidos, ligados entre si por ligações

peptídicas54

. Após o processo de digestão das proteínas, um conjunto de aminoácidos

livres tornam-se disponíveis ao organismo, possibilitando a síntese de proteína corporal,

bem como a formação de outras substâncias54

.

No caso da metionina, após absorvido, os isômeros L-metionina e D-metionina,

provenientes da DL-Met, bem como dos análogos MHA, são transportados para o

fígado, local em que ocorre parte do metabolismo da metionina, sendo este responsável

pela conversão da MHA e D-metionina para L-metionina (forma absorvida) 27, 55, 56

.

Normalmente, os aminoácidos, incluindo a metionina, são absorvidos principalmente

pelo intestino delgado12

.

O metabolismo dos aminoácidos é complexo e altamente integrado ao fluxo

contínuo entre as células. O metabolismo da metionina pode ser dividido em três etapas

distintas, denominadas: metilação (a metionina é convertida em homocisteína (HCY)),

remetilação (a homocisteína é convertida em metionina), e transulfuração (a

homocisteína é convertida em cisteína), que são descritas a seguir8, 56,57,58

.

No processo de metilação a enzima metionina-adenosil-transferase catalisa a

transferência da adenosina, proveniente de uma molécula de ATP para a metionina,

transformando-a em S-adenosil-metionina (SAM)8,17

. A metionina é um precursor de S-

adenosilmetionina que é um co-substrato comum que fornece no processo de metilação,

grupos metil (CH3), necessário para vários processos metabólicos, incluindo a metilação

de um produto aceptor (DNA, síntese de RNA, lipídios e proteínas) reação favorecida

pela enzima metil-transferase, formando S-adenosil-homocisteína (SAH)8,10,17

. Para

formar a homocisteína, final do processo, o grupo adenosina deixa a molécula do SAH,

o qual reage com uma molécula de água, com apoio da enzima adenosil-homocisteína-

hidroxilase8.

A homocisteína é um aminoácido contendo enxofre presente no sangue e nos

tecidos, mas não incorporado na proteína, biosintetizado a partir da metionina, que pode

ser remetilada ou pode condensar com serina para formar cistationina pelo processo de

transulfuração59

.

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A remetilação é um processor em que a homocisteína retorna á metionina via

vitamina B12 e ácido fólico na presença das enzimas metionina-sintase e

metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR) ou via betaína (dependente de colina) na

presença da enzima betaína-homocisteína-metiltransferase (BHMT)8,56,59,60,61

. O grupo

metil fornecido pela BHMT é derivado de betaína, um produto resultante da oxidação

de colina predominantemente no fígado56

.

A transulfuração é o processo em que a homocisteína transformar-se em cisteína

envolvendo reação irreversível entre homocisteína e L-serina, catalisada pela enzima

cistationa β-sintase, que resulta na formação da cistationa8,9,56

. Posteriormente, a enzima

cistationa β-liase promove a transformação da cistationa em cisteína, que é responsável

pela formação de vários componentes corporais importantes, em que, numa base molar,

a metionina é 100% eficiente como um precursor de cisteína 8,9,56,62.

A cistina é formada pelo mecanismo de transulfuração, um processo irreversível,

quando moléculas de cisteína se ligam aos pares por uma ponte dissulfeto, (S-S) durante

a formação da proteína, o que justifica o fato das recomendações nutricionais serem

expressas como metionina+cistina6,8

.

A cisteína é um aminoácido constituinte do tripéptido glutationa (glutamato,

cisteína e glicina-Glu-Cys-Gly, respectivamente) o principal antioxidante da célula

animal e serve também como precursor para a síntese de taurina, piruvato, sulfato e

sulfureto de hidrogénio (H2S)8,43,63

. A cisteína é considerada um aminoácido não

essencial cuja disponibilidade é dependente da ingestão de metionina57,64,65

.

A avaliação contínua do metabolismo dos aminoácidos sulfurados é uma parte

importante do trabalho para a formulação da dieta ideal, possibilitando tomar decisões e

otimizar níveis da dieta, visando minimizar os efeitos de oferta limitada e excessiva de

nutrientes. Abaixo está uma breve descrição do caminho metabólico da metionina, que

explica a variedade de funções desempenhadas por este aminoácido no corpo das aves

(Figura 2).

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24

Figura 2 - Metabolismo da metionina resumido.

Fonte: Adaptado: Waterland56

; Nelson e Cox65

2.4. Exigência de aminoácidos sulfurados para frangos de corte

Exigência nutricional pode ser definida como a quantidade de um determinado

nutriente indispensável para atender determinado nível de produção66

. A exigência

nutricional de aminoácidos sulfurados assim como de outros aminoácidos para frango

de corte é influenciada por uma série de fatores, como, idade, sexo, energia, lisina e

proteínas da ração, densidade populacional, condições ambientais da região, estado

sanitário dos animais, digestibilidade dos nutrientes e diferenças de metodologias

utilizadas para a estimativa67

.

Os níveis de metionina adotados para frango de corte há uma década podem não

ser os mesmos requeridos pelas aves atuais, devido principalmente o intenso e contínuo

avanço no melhoramento genético, o que leva à necessidade evidente de atualização das

pesquisas sobre exigências nutricionais.

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25

A metionina e a cisteína podem ser consideradas os principais aminoácidos

sulfurados porque são os dois de vinte aminoácidos que são incorporados na proteína49

.

Quando a proteína dos alimentos é hidrolisada, a cistina é produzida, e por essa razão, a

exigência de aminoácidos sulfurados das rações é normalmente expressa como

metionina + cistina47

. O mínimo de 55% dos aminoácidos sulfurados na dieta das aves

deve ser de metionina, uma vez que, a metionina se converte metabolicamente em

cistina67

.

Trabalhos publicados sobre as necessidades de met+cis para frango de corte e as

recomendações feitas pelas principais tabelas de referência nacional e internacional

sugerem níveis bastante diferentes. Nas tabelas 1, 2 e 3 estão apresentadas as exigências

nutricionais de metionina e met+cis digestível e total em frangos de corte nas diversas

fases de criação e potencial genético de acordo com as recomendações de Rostagno et

al.67

.

É sabido que os níveis recomendados pelos produtores das linhagens são

diferentes, e muitas empresas que prestam serviços na área de nutrição e genética

avícola adotam seus próprios níveis de metionina. De acordo com Bunchasak12

, a

diversidade genética influencia a utilização de metionina em frangos de corte e

consequentemente, diferentes linhagens requerem diferentes quantidades de metionina

como apresentado na (Tabela 4).

Ainda existem dúvidas com relação à exigência de aminoácidos sulfurados para

diferentes sexos e linhagens de aves, as quais merecem atenção em pesquisas futuras8.

Tabela 1 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho regular

Idade (dias)

1-7 8-21 22-33 34-42 43-46

Faixa de Peso (Kg) 0,04-0,18 0,21-0,79 0,85-1,68 1,77-2,46 2,55-2,80

Aminoácido Digestível

Metionina % 0,509 0,445 0,418 0,388 0,356

Met+Cis % 0,939 0,822 0,763 0,707 0,650

Aminoácido Total

Metionina % 0,546 0,47 0,438 0,406 0,373

Met+Cis % 1,035 0,906 0,841 0,780 0,717

Fonte: Rostagno et al.67

.

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26

Tabela 2 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho médio

Idade (dias)

1-7 8-21 22-33 34-42 43-46

Faixa de Peso (Kg) 0,04-0,18 0,21-0,89 0,96-1,94 2,03-2,83 2,93-3,21

Aminoácido Digestível

Metionina % 0,511 0,458 0,431 0,404 0,374

Met+Cis % 0,944 0,846 0,787 0,737 0,683

Aminoácido Total

Metionina % 0,549 0,492 0,464 0,434 0,402

Met+Cis % 1,040 0,932 0,868 0,813 0,753 Fonte: Rostagno et al.

67.

Tabela 3 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho superior Idade (dias)

1-7 8-21 22-33 34-42 43-46

Faixa de Peso (Kg) 0,04-0,19 0,22-1,00 1,08-2,12 2,22-3,04 3,14-3,43

Aminoácido Digestível

Metionina % 0,516 0,475 0,452 0,424 0,402

Met+Cis % 0,953 0,876 0,826 0,774 0,734

Aminoácido Total

Metionina % 0,555 0,510 0,486 0,456 0,433

Met+Cis % 1,051 0,966 0,910 0,853 0,810 Fonte: Rostagno et al.

67.

Tabela 4 - Recomendações nutricionais de frangos de corte de acordo com a orientação

nutricional das linhagens

Linhagens

Fases

Recomendações nutricionais (%)

Met+Cis Metionina

Total Digestível Total Digestível

*Ross 3081

Inicial 1,08 0,95 0,56 0,51

Crescimento 0,99 0,87 0,51 0,47

Final1 0,90 0,80 0,47 0,43

Final 2 0,85 0,75 0,44 0,40

**Cobb 5002

Inicial 0,98 0,88 0,50 0,45

Crescimento 0,89 0,80 0,48 0,42

Final 1 0,82 0,74 0,43 0,39

Final 2 0,78 0,70 0,41 0,37 1Inicial (0-10 dias), crescimento (11-24 dias), final 1 (25 – 39) e final 2 (40 - abate).

2Inicial (0-10 dias), crescimento (11-22 dias), final 1 (23 – 42) e final 2 (43-abate).

* = Aviagen68

- Peso vivo 2,50-3,00 kg.

** = Cobb-Vantress69

.

A metionina desempenha um papel vital em todas as espécies, e é essencial na

nutrição avícola, pois com esse rápido crescimento, as aves necessitam de uma alta

demanda de aminoácido10

. O conteúdo de metionina e cisteína nas dietas deve ser

adaptado às exigências das aves para manter o equilíbrio adequado de aminoácido no

corpo, com o intuito de estimular o crescimento, maximizar o rendimento e reduzir a

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gordura da carcaça e promover ingestão alimentar adequada para minimizar as perdas e

reduzir os custos de produção11,12

.

A suplementação de metionina na dieta, juntamente com a aplicação de um

perfil mais equilibrado de aminoácidos, pode melhorar a eficiência alimentar, a retenção

de nitrogênio (N), e otimizar o rendimento de carne de peito, reduzindo assim a

excreção de N para o ambiente35,70

.

Sabe-se que as exigências nutricionais das linhagens de frangos de corte atuais

de alto rendimento são diferentes daquelas criadas há alguns anos. Dessa forma, a

realização de novas pesquisas, com o objetivo de avaliar as exigências de metionina +

cistina em frango de corte é, extremamente, importante, em virtude do contínuo

melhoramento genético das aves, o surgimento ou a reintrodução de ingredientes usados

nas rações, entre outros.

2.5. Bioeficácia das fontes de metionina usadas na avicultura

Considerando-se as diferenças químicas e físicas entre as fontes de metionina e

que as mesmas estão associadas à diferenças metabólicas e bioquímicas, estudos vêm

sendo desenvolvidos com o intuito de melhor conhecer a bioeficácia destas fontes,

tornando-a necessário para o sucesso da produção de aves. Estas diferenças químicas

resultam em diferenças em como e onde as fontes de metioninas são absorvidas,

metabolizadas, convertidas e utilizadas para fornecer L-metionina para o animal71,72

.

Para utilizar adequadamente os hidroxi-analogos de metionina (MHA-FA e

MHA-Ca), é essencial compreender como eles diferem da DL-Met (fonte padrão), e

como essas diferenças afetam seu papel biológico como fonte de metionina. Uma das

formas de conhecer a eficiencia de um nutriente é conhecer sua bioeficácia.

O termo bioeficácia se refere à eficiência com que um nutriente ingerido no

alimento é absorvido e convertido na sua forma ativa73,74

, como é o caso da DL-

Metionina em L-Metionina. Com o uso das diferentes fontes de metionina, a bioeficácia

é mensurada pelas respostas dos animais, como ganho de peso e conversão alimentar75

.

De acordo com Littel et al.76

, a maneira mais apropriada, para descrever o

desempenho, em relação à suplementação das fontes de um nutriente, seria pela

regressão exponencial simultânea, pois esse modelo determina estimativas imparciais da

bioeficácia entre as substâncias de ensaio e a substância de referência. Ainda de acordo

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com o mesmo autor, a análise de regressão simultânea padroniza as análises estatísticas,

dando assim maior precisão de dados.

Estudando a bioeficácia de metionina natural (H-Met) em relação a DL -

Metionina com base no desempenho de frango de corte, Hadinia et al.77

concluiram que

a bioeficácia média foi de 63,00% para H-Met e mesmo apresentando eficácia relativa

significativamente inferior a DL-Met, pode ser utilizada como uma nova fonte natural

de metionina na indústria avícola.

Comparando duas fontes de metionina para avaliar a bioficácia em frango de

corte, Drew et al.78

mostraram que, a bioeficácia da MHA-FA, em relação à DL-

metionina, varia de 62 a 100%. Utilizando o modelo slope-ratio, Lemme et al.79

determinaram o valor de 72% para ganho de peso, 51% para conversão alimentar, 48%

para rendimento de carcaça e 60% para porcentagem de peito. Harms et al.80

relataram

que o MHA-Ca tem uma eficiência de 79,1% e 89,3% em comparação a DL-metionina

numa base do produto, mensurada pelas respostas dos animais, quanto a ganho de peso

e eficiência alimentar, respectivamente. Trabalhando com frangos de corte macho,

resultante do cruzamento de machos New Hampshire x fêmeas colombianas, Boebel e

Baker81

encontraram bioeficácia da MHA-Ca de 78% em comparação com a DL-

metionina.

Foi recentemente demonstrado em frangos de corte que a bioeficácia de MHA-

Ca em comparação com DL-Met foi 65,6% em base do produto, quando os pintos de 9 a

12 dias de idade foram alimentados com dieta deficiente em metionina82

.

Ao analisar diversos estudos publicados em revistas científicas sobre a

bioeficácia da MHA-Ca em comparação com a DL-met, Elwert et al.22

concluíram que a

bioeficácia relativa média em frango de corte de 1 a 38 dias de idade da MHA-Ca era

(em muitos casos significativamente) abaixo de 84%, o valor que seria esperado das

características químicas de MHA-Ca. No período 1 a 42 dias de idade, os autores

concluíram que a bioeficácia média era 63% em base do produto. A metionina hidroxi

análogo sal de cálcio (MHA-Ca) foi adicionado à dieta de aves como uma fonte de

metionina por muitos anos80

.

Como visto poucas pesquisas foram realizadas com o hidroxi-analogo de

metionina sal de cálcio (MHA-Ca), e as que foram realizadas foi há muito tempo. Com

a reintrodução da MHA-Ca como fonte de metionina no mercado, a realização de novas

pesquisas, comparando a bioeficácia das fontes existentes com a MHA-Ca é importante

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para a avicultura moderna, uma vez que, para se obter máxima produtividade, é

necessário atender corretamente as exigências das aves desse importante aminoácido.

2.6. Influência da metionina no desempenho e rendimentos de carcaça de

frangos de corte

Inúmeras pesquisas utilizando diferentes fontes de metionina na alimentação de

frangos de corte foram desenvolvidas nas últimas décadas, mostrando resultados

controversos. Payne et al.83

não observaram diferenças entre os tratamentos com DL-

Met ou MHA-FA e os frangos de corte alimentados com MHA-FA foram 68% tão

eficientes em uma base de produto quanto aqueles alimentados com DL-metionina para

ganho de peso. Visentini et al.84

demonstraram que a suplementação de rações com

MHA-FA (88%) ou com DLM, em base equimolar, não apresentam diferenças

significativas para desempenho zootécnicos de frangos de corte de 1 a 44 dias de idade.

Yodseranee e Bunchasak85

não observaram diferença significativa entre a

suplementação de DLM e MHA no desempenho produtivo de frangos de corte criados

em condições tropicais.

Já Del Vesco et al.86

, ao realizarem um estudo com objetivo de avaliar o efeito

de dietas suplementadas com duas fontes e dois níveis de metionina ((DL-metionina -

0,08%) - (DLmetionina - 0,24%) e (MHA-FA - 0,11%) - (MHA-FA - 0,33%)) e uma

basal, no desempenho de frangos de corte, machos, de 22 a 42 dias de idade, da

linhagem Cobb 500, concluiram que a suplementação de metionina promove melhor

desempenho de frangos de corte, e as aves mais eficientes foram alimentadas com o

segundo nível de suplementação de ambas as fontes.

Ao estudar o efeito de duas fontes de metionina no desempenho de frango de

corte, Halder e Roy87

relataram que não houve diferenças significativas ao utilizar uma

fonte de metionina natural H-Met® e uma sintética DL-Met no mesmo nível de

suplementação na dieta. Utilizando uma fonte de metionina natural (Methiorep®) e uma

sintética DL-Met com mesmos níveis de inclusão na dieta, Itoe et al.88

demonstraram

que frangos de corte alimentados com a metionina natural eram inferiores em ganho de

peso e eficiência de conversão alimentar em relação as suplementadas com DL-Met.

A suplementação de metionina é um fator nutricional que pode aumentar o

desempenho dos animais, tais como ganho de peso, conversão alimentar e rendimento

de cortes nobres89,90

. Pillai et al.56

relataram que o consumo de ração, o ganho de peso e

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a eficiência alimentar foram maximizados significativamente com a adição de metionina

em dietas de frango de corte, Cobb 500, de 8 a 22 dias de idade.

Ao comparararem duas fontes (DL-metionina e MHA) na alimentação de

frangos de corte, machos, Visentini et al.84

; Ribeiro et al.91

; Bunchasak; Keawarun92

,

não encontraram efeito das fontes de metionina no rendimento de carcaça. Wen et al.4

relataram que dietas suplemetadas com metionina, melhoraram o rendimento muscular

de peito de frangos da linhagem Arbor Acres.

Os efeitos da metionina no desempenho e rendimento de peito de frangos de

corte da linhagem Hubbard, em todo o ciclo de produção foram demonstrados no

trabalho de Ahmed e Abbas93

, que trabalharam com quatros níveis dietéticos de

metionina na ração 0, 100, 120 e 130%, e mostraram que houve efeito significativo para

ganho de peso, melhorando com os níveis 110 e 130% em comparação com o controle.

Mostraram também, que os frangos que receberam níveis de metionina mais elevada de

que as recomendações do NRC apresentaram aumentos significativos do peso absoluto

e relativo do peito e significativa redução da gordura abdominal.

Como visto, a maioria das pesquisas apresentadas foram realizadas com o MHA-

FA e DL-Met, sendo eficientes para proporcionar adequado desempenho e rendimento

de carcaça de frango de corte. Contudo, a realização de novas pesquisas, para avaliar o

efeito de outras fontes de metionina como a MHA-Ca em comparação as fontes mais

utilizadas de metionina sobre o desempenho e rendimento de carcaça é, extremamente,

importante, para a avicultura moderna, para que estes sejam utilizados corretamente na

formulação das rações, com objetivo de obter os melhores resultados, mas também o

menor custo de produção das aves.

2.7. Influência da metionina em órgãos linfoides, digestórios e

empenamento de frangos de corte

A maioria das rações produzidas em todo o mundo para frangos de corte são

formuladas à base de milho e de farelo de soja, que, normalmente, não suprem

completamente as necessidades de aminoácidos, visto os baixos níveis de aminoácidos

essenciais, podendo causar efeitos negativos sobre inúmeros fatores, entre eles, o

desenvolvimento de órgãos linfoides, digestório e empenamentos.

Em caso de excessiva ingestão e absorção de aminoácidos, o excedente é

eliminado na forma de ácido úrico, o que implica custo energético adicional para a

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ave94

. Quando há consumo excessivo de aminoácidos normalmente ocorre sobrecarrega

das atividades hepáticas e renais nos processos associados à desaminação95

.

Avaliando o efeito de três dietas suplementadas com níveis reduzidos de

metionina (0,4; 0,3 e 0,2%) mais um ração basal suplementada com 0,5% de metionina

em frango de corte de 8 a 22 dias de idade sobre o desenvolvimento de fígado, Carew et

al.96

concluíram que os pesos relativos do fígado não foram alterados em 0,4% de

metionina, mas aumentaram com as deficiências mais graves (0,2 e 0,3%). Deficiência

de metionina causa aumento no tamanho do fígado de aves, provavelmente devido o

aumento no teor de gordura96

.

Deficiência de metionina na dieta pode comprometer o sistema imunológico em

frangos de corte por alterações patológicas ultraestruturais no timo, diminuição das

populações de células T, redução das concentrações séricas de interleucina-2 e

proliferação de células T com aumento na percentagem de células apoptóticas51,97

. A

deficiência dietética de metionina leva ao desenvolvimento deficiente de órgãos

linfoides96

, como a bursa de Fabricius97

.

Estudando o efeito de quatro níveis de metionina (0,37%; 0,50%; 0,55% e

0,58%) na dieta de frango de corte da linhagem Ross 308, Faluyi98

constatou que o peso

relativo da bursa foi influenciado pelos tratamentos dietéticos, em que, o peso relativo

da bursa de aves recebendo dieta com o menor nível de metionina foi maior que aqueles

alimentados com as outras dietas testes. A adição de metionina em quantidade suficiente

na dieta melhora a resposta imune das aves para diferentes doenças19

.

Em relação ao desenvolvimento das penas, a metionina e a cisteína são

aminoácidos importante para o bom empenamento em frango de corte. Estes

aminoácidos estão envolvidos na síntese da queratina das penas, sendo a cisteína o

maior componente da queratina, e a metionina está envolvida na sua conversão em

cisteína87,99,100

. As penas são compostas de beta queratina101

que é uma proteína

insolúvel e apresenta estrutura rígida estável por causa de várias ligações cruzadas de

dissulfureto envolvendo cisteína102

.

A HerboMethione® (metionina à base de plantas) e DL-metionina podem atuar

eficientemente no empenamento, garantindo uma melhor muda de penas, melhor

qualidade e redução de manchas pretas de penas em frangos de corte87

. Testando o

efeito de níveis de substituição da DL-Metionina por MHA-FA, suplementadas em base

equimolar, como fonte de metionina para frangos de corte, machos, da linhagem Ross,

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de 1 a 44 dias de idades, Visentini et al.84

observaram que a substituição de DLM por

MHA-FA causou pior empenamento das aves.

Poucos estudos foram realizados com o objetivo de avaliar os efeitos de

diferentes doses e fontes de metionina dietéticas no desevolvimento de órgãos linfoides,

digestórios e perfil de empenamento em frango de corte.

2.8. Influência da metionina dietética nos parâmetros sanguíneos de frangos

de corte

Os constituintes sanguíneos refletem as condições de saúde das aves, sendo

essencial sua avaliação nas mais diversas condições em que o frango foi ou está sendo

criado103,104

, pois diversos fatores interferem nos seus resultados, entre eles, a nutrição.

Yodseranee e Bunchasak85

, estudando os efeitos da suplementação de DL-metionina

(DLM) e (MHA-FA) em dietas sobre o perfil sanguíneo de frangos de corte em

condições tropicais, relataram que a concentração de metionina no plasma foi

aumentada pela suplementação de DLM, enquanto as concentrações de taurina e ácido

úrico foram aumentadas pela suplementação com MHA - FA.

Estudando o efeito do excesso de lisina e metionina na dieta de frango de corte,

macho, da linhagem Ross 308, nos parâmetros sanguíneos, Bouyeh e Gevorgyan105

observaram que os dois tratamentos com os níveis mais altos de Lys e Met (30 e 40% >

que as recomendações do NRC) levaram ao aumento significativo no colesterol

plasmático. A suplementação de dietas com metionina proporcionou o aumentou no

HDL sanguíneo e diminuiu o conteudo de triglicerideos séricos em frango de

corte41,106,107

. Baixos níveis de proteínas e aminoácidos na dieta de frango de corte tem

sido associado à diminuição da proteína sérica total e à albumina108

. Estudando o efeito

de diferentes níveis de metionina na dieta de frango de corte da linhagem Ross 308,

Faluyi98

constatou na análise bioquímica das proteínas séricas que apenas a proteína

total, dos metabólitos séricos medidos (albumina, globulina e proteína) foi afetada.

Até agora, os estudos no efeito da suplementação de metionina dietéticas sobre

os parâmetros sanguíneos de frangos de corte são pouco compreendidos e poucos

resultados foram publicados.

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2.9. Influência da metionina dietética na qualidade de cama de frangos de

corte

Os aminoácidos são componentes das proteínas que influenciam grandemente o

crescimento dos animais e, quando em desequilíbrio na ração, podem ser responsáveis

pela deposição de excesso de nutrientes na cama com potencial para impactar o

ambiente.

O uso de metionina em excesso nas dietas de frango de corte pode levar ao

aumento da excreção de nitrogênio e problemas de poluição associados35

. Fontes

suplementares de Met influenciam significativamente a produção de odor em excretas

de frangos de corte109

. Quando a metionina está em excesso, a desaminação ocorre e o

ácido úrico se forma quando o nitrogênio que está em excesso não é incorporado com

outros aminoácidos ou proteínas sendo excretado na cama35

. Até que o teor de umidade

da cama seja reduzido para um nível adequado, os microrganismos metabolizam os

compostos de nitrogênio da cama e liberam amônia110

. Os fatores relevantes para a

geração de amônia incluem propriedades físicas e químicas da cama (temperatura,

umidade, pH e conteúdo de N2)111

. A amônia causa inúmeros problemas na saúde das

aves e do operador110, 112

.

Além da emissão de amônia, o enxofre também está aumetando quando a

metionina é catabolizada em excesso. Este enxofre pode formar sulfetos e ácido

sulfúrico mesmo na corrente sanguínea da ave35

ou pode, juntamente com o nitrogênio

ser excretado na cama, e, consequentemente poluir o ambiente. Maior excreção de

nitrogênio está relacionada ao maior teor de umidade da excreta113,114

e com isoo maior

umidade na cama.

Pelo exposto acima, pode supor que existe níveis suplementar de metionina nas

dietas de frango de corte que influencia para diminuir e aumentar a quantidade de

nitrogênio, a volatilização de amônia, a umidade e pH da cama de frango de corte. O

melhor conhecimento destes possibilitaria a adoção de melhor estratégia nutricional e

manejo mais adequado da cama para alcançar maior produtividade do frango e diminuir

o impacto ambiental.

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CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE METIONINA + CISTINA DIGESTÍVEL PARA

FRANGOS DE CORTE

RESUMO: Objetivou-se determinar as exigências de metionina + cistina (Met+Cis)

digestíveis para frangos de corte machos nas fases iniciais e crescimento. Para isso, dois

experimentos foram realizados com 1.800 pintos, machos, da linhagem Coob 500,

sendo 900 pintos para a fase inicial e 900 para a fase de crescimento. Nas duas fases

adotou-se o delineamento inteiramente casualizado, composto de cinco tratamentos,

com seis repetições de 30 aves. Elaborou-se uma dieta basal (sem metionina) a qual foi

suplementada com DL-metionina 99% em 4 tratamentos com 0,072; 0,168; 0,239;

0,311% para fase inicial e 0,058; 0,134; 0,192; 0,250% na fase de crescimento em

substituição ao amido de milho com a finalidade de alcançar os níveis de Met+Cis

digestível que foram (0,545; 0,616; 0,711; 0,782; e 0,853% na fase inicial) e (0,514;

0,571; 0,647; 0,704 e 0,761% na fase de crescimento). Na fase inicial o maior ganho de

peso e consumo de ração foram obtidos com 0,764 e 0,739% de Met+Cis digestíveis,

respectivamente. Na fase de crescimento observou-se maior ganho de peso e conversão

alimentar para o nível de 0,667 e 0,716%, respectivamente. Recomendam-se para

máximo desempenho de frangos de corte, machos, níveis de Met+Cis digestíveis de

0,764 e 0,716% com uma relação Met+Cis/ Lis de 64% e 68% para a fase inicial e de

crescimento, respectivamente.

Palavras-chve: aves, aminoácidos, desempenho, exigência nutricional, metionina

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ABSTRACT: The objective of this study was to determine the digestible methionine +

cystine (M + C) requirements for male broilers in the early stages and growth. For this,

two experiments were performed with 1,800 male chicks of the Coob 500 strain, 900

chickens for the initial phase and 900 for the growth phase. In the two phases, a

completely randomized design was used, consisting of five treatments, with six

replicates of 30 birds. A basal diet (without methionine) was supplemented with 99%

DL-methionine (0.072, 0.168, 0.239, 0.311% and 0.058, 0.134, 0.192, 0.250% in the

initial phase and Growth respectively) were substituted for maize starch in order to

achieve the desired digestible (Met + Cis) digestible levels (0.545, 0.616, 0.711, 0.782,

and 0.853%) and (0.514 , 0.571, 0.647, 0.704 and 0.761%) of (M + C) digestible for the

initial phase and growth respectively. In the initial phase, the highest weight gain and

feed intake were obtained with 0.764 and 0.739% of digestible (M + C), respectively. In

the growth phase, greater weight gain and feed conversion were observed at the level of

0.667 and 0.716%, respectively. It is recommended for maximum performance of

broilers, males, digestible (Met + Cis) levels of 0.764 and 0.716% for the initial and

growth phases, respectively.

Keywords: amino acids, methionine, nutritional requirement, performance, poultry

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INTRODUÇÃO

A metionina é um aminoácido essencial que interage com outros nutrientes

envolvidos no metabolismo protéico 1. É o principal doador do radical metil e se destaca

por desempenhar importante papel no metabolismo de substâncias como creatina,

carnitina, poliaminas, epinefrina, melatonina, fosfolipídios, cistina, entre outras 2,1,3,4,5,6.

A metionina pode ser convertida irreversivelmente em cisteína por

transulfuração, que por sua vez é responsável pela formação de vários componentes

corporais importantes como a cistina, o que justifica o fato das recomendações

nutricionais serem expressas como metionina+cistina7,5,8,9

. A cisteína é considerada

como um aminoácido não essencial, desde que o suprimento de metionina seja

apropriado10

.

A ingestão contínua de ração deficiente ou com excesso de metionina + cistina

induz mudanças na concentração desses aminoácidos nos tecidos corporais. Em tais

circunstâncias, há o comprometimento no desempenho, no rendimento de carcaça,

desenvolvimento de órgãos, na imunidade e no empenamento, podendo ocasionar

também acúmulo de gordura no fígado, variando com o grau e duração da deficiência

ou do excesso, genética, idade, sexo e ambiência que as aves estão submetidas11, 12, 13, 14

.

O potencial genético dos frangos aumentou significativamente e o maior desempenho

levou a mudanças nas exigências de aminoácidos13

.

Assim, objetivou-se com este trabalho, estimar as exigências de metionina +

cistina digestíveis, para frangos de corte machos, de 1 a 21 e 22 a 42 dias de idade e

seus efeitos nos parâmetros de carcaça, órgãos digestíveis e empenamento.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram realizados dois experimentos no Aviário Escola da Universidade Federal

de Goiás em Goiânia, Goiás. Foram alojados 1.800 pintos de corte, machos, com um dia

de idade da linhagem Cobb 500, sendo o experimento I com 900 pintos para a fase

inicial (1 a 21 dias de idade), e o experimento II com 900 pintos para a fase de

crescimento (22 a 42 dias de idade). Os experimentos foram conduzidos no

delineamento inteiramente casualizado, composto de cinco tratamentos (níveis de

metionina + cistina digestíveis) e seis repetições de 30 aves.

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As aves foram alojadas em 30 boxes individuais moveis medindo 1,80 x 1,60

(2,88m²), montados na área central do galpão comercial com 12m L x 125m C

(1.500m²), galpão do tipo pressão negativa com sete exaustores, sistema de nebulização

e entrada de ar com placa evaporativa. As muretas laterais de alvenaria de 0,40 m e tela

de arame de 2,80 m de altura, pé direito de 3,20 m e orientação leste-oeste. A densidade

de alojamento em cada boxe foi de 12 aves/m² (30 aves/boxe).

Cada boxe continha uma linha com 10 bebedouros do tipo nipple e um

comedouro tubular infantil até o sétimo dia de idade e um adulto dos oito aos 42 dias de

idade. Sendo a relação de comedouro e bebedouros por número de aves de 1:30 e 1:3,

respectivamente. As aves foram vacinadas no incubatório contra a doença de Marek, e

aos 14 dias de idade foram vacinadas contra a doença de Gumboro, via água de bebida.

Em todo o período experimental, as aves receberam ração e água, ad libitum, e foram

criadas, seguindo as recomendações de iluminação, temperatura, umidade e manejo de

acordo com o Guia de Manejo de Cobb-Vantress15

.

Em ambos os experimentos, elaborou-se uma dieta basal (sem metionina) a qual

foi suplementada com DL-metionina 99% (0,072; 0,168; 0,239; 0,311% e 0,058; 0,134;

0,192; 0,250% na fase de 1 a 21 e 22 a 42 dias de criação respectivamente) em

substituição ao amido de milho com a finalidade de alcançar os níveis de metionina +

cistina digestível que foram (0,545; 0,616; 0,711; 0,782; e 0,853%) e (0,514; 0,571;

0,647; 0,704 e 0,761%) de metionina + cistína digestíveis para a fase de 1 a 21 e 22 a 42

dias de criação (Tabela 1).

Em ambas as fases as dietas basais foram formuladas para atender às exigências

nutricionais das aves, seguindo as recomendações nutricionais da empresa fornecedora

da ração, com base nas exigências propostas por Rostagno et al.16

. Para evitar um

possível efeito cumulativo da fonte de aminoácido, as aves utilizadas na fase inicial não

foram às mesmas da fase de crescimento, para evitar respostas residuais na fase

seguinte.

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Tabela 1. Composição percentual e nutricional das dietas experimentais

Ingredientes (%) Fase inicial Fase de crescimento

Milho (%) 62,99 64,56

Farelo de soja 45.5% (%) 28,38 24,56

Farinha de carne e osso 44% (%) 3,20 2,60

Farinha de vísceras de aves (%) 2,00 2,67

Gordura de aves (%) 1,33 3,81

Calcário calcítico 37% (%) 0,62 0,65

Sal (%) 0,40 0,24

DL-Metionina 99% (%) 0,00 0,00

Biolys 70% (%) 0,40 0,34

L- Treonina 98% (%) 0,10 0,07

Colina 75% (%) 0,06 0,03

Aditivos (%) 0,13 0,13

Suplemento Vitaminico2 (%) 0,05 0,05

Suplemento Mineral1 (%) 0,05 0,05

Inerte (%) 0,29 0,24

Total (%) 100,0 100,0

Composição calculada

Energia Metabolizavel (kcal/kg) 3109 3300

Proteina bruta (%) 21,803 20,21

Cálcio (%) 0,952 0,903

Fosforo disponível (%) 0,451 0,421

Metionina+Cistina digestivel (%) 0,545 0,514

Lisina digestivel (%) 1,190 1,058

Treonina digestível (%) 0,749 0,066

Sodio (%) 0,201 0,190

1Mineral supplement per kg of feed (Mineral mix): Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co, 2 g; I, 1 g;

vehicle up to 500 g.

2Vitamin supplement per kg of feed (Protein mix): Vit. A - 15,000,000 IU; Vit. D3 -

1,500,000 IU; Vit. E - 15,000 IU; Vit. B1 - 2.0 g; Vit. B2 - 4.0 g; Vit B6 - 3.0 g; Vit. B12 - 0.015 g;

Nicotinic acid - 25 g; Pantothenic Acid - 10 g; Vit. K3 - 3.0 g; Folic acid - 1.0 g; Zinc bacitracin - 10 g;

Selenium - 250 mg; vehicle up to 1,000 g.

As rações e as aves foram pesadas no 1o, 7°, 14º e 21

o dias de idade no primeiro

experimento e no 22°, 28º, 35° e 42° dias de idade no segundo experimento, sendo

calculados o peso médio (PM), o ganho de peso (GP), o consumo de ração (CR) e a

conversão alimentar (CA). O ganho de peso foi obtido com a pesagem das aves no

início e final de cada período experimental. O consumo de ração foi determinado

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subtraindo-se a sobra da quantidade ofertada. A conversão alimentar foi obtida a partir

do consumo médio de ração e do ganho médio de peso das aves, em cada período. Os

valores da conversão alimentar foram corrigidos de acordo com Sakomura &

Rostagno17

.

Aos 21 e 42 dias de idade, uma ave por repetição, seis por tratamento, foram

separadas com base no peso médio da parcela, identificadas e submetidas a um jejum

alimentar de oito horas, com livre acesso a água. As aves foram sacrificadas no

abatedouro experimental da UFG seguindo a seguinte sequência: pesagem da ave viva,

insensibilização, sangria, pesagem pós-sangria, escaldagem, depena, pesagem e retirada

dos órgãos digestórios para obtenção do peso absoluto e avaliação do rendimento de

(coração, fígado sem vesícula biliar e moela em relação ao peso vivo em jejum). Da

moela, foi removida toda a gordura aderida, seu conteúdo e a membrana coilina.

Para avaliar o percentual de penas, as aves foram pesadas antes e depois da

depena, calculando-se o peso relativo de penas por meio da divisão do peso absoluto da

ave depenada pelo peso vivo da ave.

Aos 42 dias de idade também foi retirada a gordura abdominal (GA). Que foi

considerada como o tecido adiposo em torno da cloaca, da moela, do proventrículo, da

Bursa de Fabricius e dos músculos abdominais adjacentes, conforme descrito por

Smith18

. Retiraram-se os pés e a cabeça + pescoço e fez-se a pesagem da carcaça. Por

fim, foram retirados o peito, as coxas + sobrecoxas (C+S) e as asas, que foram pesados

separadamente. Para evitar erros, somente uma pessoa treinada fez a retirada da gordura

e outra, os cortes de peito, coxas + sobrecoxas e asas.

No cálculo do rendimento de carcaça não resfriada, foi considerado o peso da

carcaça eviscerada, (sem os pés, a cabeça + pescoço e gordura abdominal), em relação

ao peso vivo das aves em jejum, assim como, o rendimento dos órgãos digestivos,

gordura abdominal e pena. Para rendimento dos cortes nobres, foi considerado o peito

inteiro (com pele e ossos), pernas (coxa e sobrecoxa com pele e ossos), e asas,

calculados em relação ao peso da carcaça eviscerada.

As variáveis foram submetidas à análise de regressão polinomial.

Homogeneidade das variâncias (Teste de Bartlett) e normalidade dos resíduos (Shapiro -

Wilk) foram considerados. Para às analises foi utilizado o programa R Core Team19

.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A suplementação de aminoácidos sulfurados no período de 1 a 7 dias de idade

não influenciou (p>0,05) os parâmetros de desempenho avaliados (Tabela 2).

Tabela 2. Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis sobre o peso médio (PM),

ganho de peso (GP), consumo de ração (CR) e conversão alimentar (CA) de

frangos de corte aos 7 e 21 dias de idade

Met + Cis (%) PM (kg) GP (kg)

7° dia 21° dia 1 a 7 dias 1 a 21 dias

0,545 0,162 0,806 0,121 0,764

0,616 0,165 0,904 0,124 0,863

0,711 0,167 0,933 0,126 0,891

0,782 0,167 0,941 0,126 0,899

0,853 0,165 0,931 0,124 0,890

CV% 3,27 3,76 4,37 3,97

Regressão ns * ns *

Met+Cis (%) CR (kg/aves) CA (kg/kg)

1-7 dias 1-21 dias 1-7 dias 1-21 dias

0,545 0,148 1,139 1,221 1,453

0,616 0,139 1,256 1,124 1,457

0,711 0,141 1,251 1,117 1,403

0,782 0,147 1,273 1,165 1,391

0,853 0,140 1,237 1,137 1,386

CV% 7,81 3,04 7,66 1,75

Regressão ns * ns *

Variáveis Equação de Regressão R² Efeito

PMF 21 dias Ŷ = -0,6841 + 4,2707x – 2,7936x2 0,96 Quadrático

GPM 21 dias Ŷ = -0,7301 + 4,2845x – 2,8039x2 0,96 Quadrático

CR 21 dias

CA 21 dias

Ŷ = -0,5426 + 4,9233x – 3,3309x2 0,85

Ŷ = 1,5922 – 0,2447x 0,85

Quadrático

Linear

CV%: coeficiente de variação. * e ns significativo e não significativo a 0,05, respectivamente.

No desempenho acumulado aos 21 dias, observou-se efeito quadrático

apresentando maior peso vivo e ganho de peso com 0,764% de metionina + cistina

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digestíveis, correspondendo à relação metionina + cistina/ lisina de 64%. Goulart et al.5

recomendaram o nível de 0,711% de metionina + cistina digestíveis na dieta para o

maior ganho de peso de frango na fase de 8 a 21 dias de idade. Tavernari et al.20

recomendaram 0,799% de metionina + cistina digestível, para frango na fase de 11 a 21

dias.

Houve efeito quadrático (p<0,05) para consumo de ração aos 21 dias de idade, as

aves aumentaram o consumo até o nível de 0,739% de metionina + cistina digestíveis,

que corresponde a uma relação Met + Cis / Lis de 62%. O grau de imbalanço de

aminoácidos resultam em reações variadas que culminam em ajustes de consumo de

ração e perda de desempenho21

. Goulart et al.5 encontraram efeito linear no consumo de

ração na fase inicial e para cada aumento de 0,06% de metionina+cistina, existe redução

estimada de 19,1 g no consumo. Enquanto Tavernari et al.20

e Nikoofard et al.22

não

encontraram efeitos significativos no consumo de ração de frangos de corte.

Para a conversão alimentar aos 21 dias, observou-se efeito linear decrescente

significativo, ou seja, à medida que aumentou os níveis de metionina + cistina

digestíveis houve melhora na conversão alimentar. Essa melhora ocorreu possivelmente

pela eficiência de utilização dos aminoácidos para síntese proteica e pelo fato da

metionina regular o consumo de ração. Tavernari et al.20

observaram efeito quadrático

para conversão alimentar, determinando exigência de 0,802% de metionina + cistina

para frangos de corte machos de desempenho médio.

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Tabela 3. Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis sobre o peso médio

(PM), ganho de peso (GP), consumo de ração (CR) e conversão

alimentar (CA) de frangos de corte aos 35 e 42 dias de idade

Met+Cis (%) PM (kg) GP (kg)

35° dia 42° dia 22 a 35 dias 22 a 42 dias

0,514 2,154 2,781 1,055 1,682

0,571 2,232 2,850 1,132 1,750

0,647 2,268 2,911 1,173 1,816

0,704 2,262 2,854 1,161 1,753

0,761 2,266 2,862 1,170 1,766

CV% 2,95 2,58 5,58 4,08

Regressão * * * *

Met+Cis (%) CR (kg/aves) CA (kg/kg)

22-35 dias 22-42 dias 22-35 dias 22-42 dias

0,514 2,174 3,461 2,042 2,021

0,571 2,187 3,467 1,933 1,955

0,647 2,172 3,431 1,857 1,891

0,704 2,162 3,410 1,851 1,907

0,761 2,151 3,393 1,840 1,887

CV% 3,35 2,68 3,20 2,48

Regressão ns ns * *

Variáveis Equação de Regressão R² Efeito

PMF 35 dias Ŷ = 1,9730 + 0,4128x 0,69 Linear

GPM 35 dias Ŷ = 0,8707 + 0,4179x 0,69 Linear

PMF 42 dias Ŷ = 0,8592 – 6,0945x – 4,5704x2 0,78 Quadrático

GPM 42 dias Ŷ = -0,2533 + 6,1339x – 4,5965x2 0,76 Quadrático

CA 35 dias Ŷ = 4,3448 – 6,9992x + 4,8836x2 0,99 Quadrático

CA 42 dias Ŷ = 3,5304 – 4,5863x + 3,2019x2

0,95 Quadrático

CV%: coeficiente de variação. * e ns significativo a 0,05e ns não significativo, respectivamente.

De 22 aos 35 dias de idade não se observaram diferenças significativas (p>0,05)

para o consumo de ração, entretanto, houve efeito linear crescente dos níveis de

metionina + cistina sobre o peso corporal e ganho de peso, ou seja, para cada 0,06% de

inclusão de metionina + cistina existe aumento estimado de 23g de ganho de peso

(Tabela 3). O nível de 0,761% corresponde à relação Met + Cis / Lis de 72%. O valor de

exigência para ganho de peso determinado neste experimento, resulta similar ao valor

estimado por Atencio et al.23

que determinaram, em machos Avian, exigência de

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0,767% de metionina + cistina digestível e relação Met + Cis / Lis semelhante ao da

presente pesquisa. Tavernari et al.20

observaram efeito linear e determinaram exigência

de 0,790% de metionina +cistina o que corresponde à relação Met + Cis / Lis digestível

de 79,61%.

Para a conversão alimentar constatou-se uma redução até o nível de 0,717% de

metionina + cistina digestíveis, correspondendo a uma relação Met + Cis / Lis digestível

de 68%, relação inferior as encontradas por Tavernari et al.20

e Rostagno et al.16

de 75 e

73%, respectivamente.

De 22 a 42 dias de idade observou-se maior ganho de peso e peso médio para o

nível de 0,667% de metionina + cistina digestíveis, correspondendo a uma relação Met

+ Cis / Lis digestível de 63%. Goulart et al.5 estimaram níveis de 0,748% de metionina

+ cistina digestíveis.

Para conversão alimentar, o valor estimado de exigência de metionina+cistina

foi de 0,716% que corresponde a uma relação Met + Cis / Lis digestível de 68%.

Oliveira Neto et al.11

concluíram que o nível de 0,661% Met + Cis digestível,

correspondente à relação Met + Cis / Lis digestível de 72% proporcionou melhor

conversão alimentar em frangos de corte mantidos em ambiente termoneutro. Goulart et

al.5 estimaram níveis de 0,758% de metionina+cistina digestível, que corresponde a uma

relação Met + Cis / Lis digestível de 76%, para frangos de corte macho, cobb, na fase de

crescimento. De acordo com Darmani Kuhi et al.24

, a resposta de um animal a um

determinado nutriente limitante, geralmente segue a lei dos retornos decrescentes. Isto

significa que ocorre melhora no desempenho de um modo não linear com o aumento da

suplementação dietética do nutriente até o potencial máximo de crescimento do animal,

sob as condições de criação a qual ele é submetido e a maior adição do nutriente não

promover qualquer desempenho de resposta adicional25

.

O consumo de ração das aves alimentadas com as dietas suplementadas com

DL-metionina foram semelhantes (p>0,05) adieta basal. Portanto, não houve efeito dos

níveis de metionina sobre o consumo de ração. Resultado semelhante aos obtidos por

Oliveira Neto et al.11

e Goulart et al. 5 que também não encontraram nenhuma relação

entre os níveis de aminoácidos sulfurados sobre o consumo na fase de crescimento.

O fornecimento de ração deficiente em algum aminoácido promove a redução do

apetite, uma vez, que as aves possuem a capacidade de regular o consumo da ração para

adequar as pequenas deficiências dos aminoácidos e no caso especifico da metionina,

conduz à redução no consumo de ração26,1

.

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Observou-se ainda que a dieta sem suplementação de DL-metionina (dieta basal)

apresentou o menor ganho de peso e maior conversão alimentar, confirmando o papel

limitante de metionina + cistina, em dietas a base de milho e farelo de soja.

Ao avaliar o empenamento aos 21 dias através do peso relativo das penas, não

foi observada diferença significativa entre as aves nos diferentes tratamentos (Tabela 4).

Isto provavelmente ocorreu pelo fato de que, a variação nos níveis do aminoácido, não

apresentou magnitude suficiente a ponto de alterar os mecanismos de formação de penas

na idade em que as aves se encontravam.

Tabela 4. Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis no desenvolvimento das

vísceras comestíveis e penas de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade

CV%: coeficiente de variação. * e ns significativo a 0,05 e não significativo, respectivamente.

Os níveis de suplementação de DL-metionina não influenciaram (p>0,05) o peso

e o rendimento do coração e moela em frangos de corte aos 21 dias de idade. Já para o

peso do fígado, houve efeito quadrático (P<0,05) entre os tratamentos. A derivação da

equação resultou no nível máximo de 0,703% de metionina + cistina digestíveis (Tabela

4). Segundo Carew et al.27

, dietas deficientes em aminoácidos afetam diretamente o

crescimento do fígado das aves. Segundo Saki et al.28

, após absorção de aminoácidos a

partir do intestino, há um aumento do metabolismo corporal e do nível de atividade no

Met+Cis (%) Peso absoluto (g) Peso relativo (%)

Penas1 Coração Fígado

2 Moela Penas

3 Coração Fígado Moela

21 dias

0,545 22,333 5,917 29,117 18,267 2,365 0,632 3,093 1,943

0,616 29,667 6,767 33,217 19,667 2,945 0,667 3,290 1,947

0,711 24,667 6,333 32,150 18,917 2,498 0,633 3,223 1,905

0,782 24,333 6,317 33,083 18,778 2,370 0,618 3,223 1,830

0,853 26,000 5,817 29,817 18,350 2,662 0,592 3,047 1,877

CV% 3,87 19,70 12,39 13,96 24,04 16,41 8,95 12,99

Regressão ns ns * ns ns ns ns ns

Met + Cis (%) 42 dias

0,514 93,667 12,416 48,417 35,983 3,403 0,452 1,756 1,305

0,571 108,333 12,366 56,933 36,367 3,733 0,425 1,958 1,252

0,647 108,667 13,267 50,500 33,533 3,748 0,458 1,743 1,155

0,704 115,333 12,933 48,300 37,633 4,052 0,455 1,698 1,322

0,761 104,333 12,983 54,067 35,667 3,618 0,450 1,875 1,240

CV% 10,11 13,55 11,63 11,78 10,03 13,68 11,59 11,20

Regressão * ns ns ns * ns ns ns

Variáveis Equação de Regressão R² Efeito 1Peso (g) penas Ŷ = 94,3773 + 0,4752x - 0,0030x

2 0,83 Quadrático

2Peso (g) Fígado Ŷ = -42,8989 + 216,8658x -154,1649x

2 0,76 Quadrático

3Peso (%) penas Ŷ = 3,3954 + 0,0129x - 0,0001x

2 0,68 Quadrático

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fígado, levando com isso não só ao aumento da atividade hepática, mas também

aumento do peso do fígado.

Não observou-se influencia (p>0,05) nos pesos absolutos e relativos do coração,

fígado e moela das aves aos 42 dias de idade com o aumento da concentração de

metionina + cistina digestíveis das rações. Entretanto, observou-se efeito quadrático

(p<0,05) sobre o peso e o rendimento de penas, com níveis de 0,660 e 0,662% de

metionina + cistina digestíveis, respectivamente. Segundo Twining et al.29

e Fischer et

al.30

, a proteína é o maior componente das penas das aves (89,97%) e os aminoácidos da

dieta têm um papel importante no processo de formação ou regeneração das mesmas. Os

aminoácidos sulfurados são considerados essenciais e estão envolvidos em maior grau

na síntese da queratina das penas, sendo, que 25% de cistina e 2% de metionina da dieta

são utilizados para a síntese da queratina31- 34

.

Não houve diferenças significativas entre os tratamentos para o rendimento de

peito, asas, dorso e gordura abdominal dos frangos aos 42 dias de idade (Tabela 5).

Todavia, o rendimento da carcaça e coxa + sobrecoxa aumentaram (p<0,05) de forma

linear com a elevação dos aminoácidos sulfurados na ração, indicando, assim, que existe

uma exigência maior para máximo rendimento de carcaça e coxa + sobrecoxa.

Tabela 5. Rendimento de carcaça, peito, C+S, asas e GA de frangos de corte, aos 42

dias de idade, alimentandos com dietas com diferentes níveis de metionina

+ cistina digestíveis

Met+Cis (%) Rendimento (%)

Carcaça Peito C + S Asas Dorso GA

0,514 70,073 40,468 30,272 10,082 19,183 2,302

0,571 70,485 41,960 29.130 10,598 18,315 2,257

0,647 71,388 41,452 29,753 10,618 18,177 2,055

0,704 71,138 41,828 28,912 10,188 19,073 2,158

0,761 71,812 41,817 28,363 10,220 19,598 1,968

CV% 2,17 4,48 4,90 5,06 8,20 21,25

Regressão * ns * ns ns ns

Variáveis Equações de Regressão R² Efeito

Carcaça

C + S

Ŷ = 66,7295 + 6,6466x 0,88

Ŷ = 33,2721 + 6,2342x 0,67

Linear

Linear

CV%: coeficiente de variação.* e ns significativo a 0,05 e não significativo, respectivamente.

Observou-se que o aumento de 0,06% dos níveis, resultou em aumento estimado

de 0,38% no rendimento de carcaça. Goulart et al.5 não encontraram efeito dos níveis de

metionina+cistina digestível em nenhuma das características (peso absoluto e relativo

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do peito, carcaça, coxa, sobrecoxa, gordura abdominal e dos órgãos (coração, fígado e

moela) avaliados.

Conclui-se que as estimativas encontradas para a exigência de metionina +

cistina digestível para máximo desempenho de frangos de corte, machos, foram de

0,764% com a relação metionina + cistina/ lisina de 64% nafase inicial e 0,716% com

uma relação metionina + cistina/ lisina de 68% na fase de crescimento.

DECLARAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

Este estudo foi realizado em estrita conformidade com as recomendações do

Guia para o Cuidado e Uso de Animais de Laboratório do National Institutes of Health.

O protocolo dos procedimentos com uso de animal experimental foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade Federal do Goiás (Goiás,

Brasil), sob o número 010/2015.

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CAPITULO 3 - HEMATOLOGIA E BIOQUÍMICA SÉRICA DE FRANGOS DE

CORTE SUBMETIDOS A DIFERENTES NÍVEIS DE AMINOÁCIDOS

SULFURADOS DIGESTÍVEIS

RESUMO: Teve-se como objetivos neste estudo, avaliar o efeito dos níveis de

metionina + cistina (Met+Cis) digestível na dieta sobre os parâmetros hematológicos e

bioquímicos séricos de frangos de corte na fase inicial e de crescimento. Para isso,

utilizou-se 1.800 pintos, machos, da linhagem Coob 500, sendo 900 pintos para a fase

inicial (1 a 21 dias de idade) e mais 900 pintos para a fase de crescimento (22 a 42 dias

de idade), distribuídos em delineamento inteiramente casualizado composto de cinco

tratamentos, com seis repetições de 30 aves. Os tratamentos consistiram em 0,545;

0,616; 0,711; 0,782 e 0,853% e 0,514; 0,571; 0,647; 0,704 e 0,761% de Met+Cis

digestíveis para a fase inicial e de crescimento, respectivamente. Os resultados

demonstraram que níveis de Met+Cis digestível na alimentação de frango de corte,

acarretam alterações em parâmetros hematológicos como: hemoglobina, relação

heterófilo: linfócitos e monócitos, leucócitos totais; hemácia e hematócritos e

bioquímico sérico como: ácido úrico, albumina, colesterol total, proteínas sericas totais

(PST), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e triglicerídeos (TG). Com isso, redução

dos níveis de Met+Cis da dieta é potencialmente capaz de afetar o sistema imune e o

metabolismo aminoacídico em frangos de corte na fase inicial e de crescimento.

Palavras-chave: aves, bioquímica, cistina, metionina, sistema imune

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ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the effect of digestible

methionine + cystine (Met + Cys) levels on the hematological and serum biochemical

parameters of broiler chickens in the initial and growth stages. For this, 1,800 male

chicks of the Coob 500 strain were used, with 900 chicks for the initial phase (1 to 21

days of age) and 900 chicks for the growth phase (22 to 42 days of age) distributed in a

completely randomized design consisting of five treatments, with six replicates of 30

birds. The treatments consisted of 0.545; 0.616; 0.711; 0.782 and 0.853% and 0.514;

0.571; 0.647; 0.704 and 0.761% digestible Met + Cys for the 1 to 21 and 22 to 42 days

of creation respectively. The results showed that levels of digestible Met + Cys in

broiler feed lead to alterations in some hematological parameters (hemoglobin,

heterophile: lymphocytes and monocytes, total leukocytes, hematocrit and hematocrit)

and serum biochemistry (uric acid, PST, total LDL and TG). Thus, reduction of Met +

Cys levels of the diet is potentially capable of affecting the immune system and the

amino acid metabolism in broiler chicken in the initial and growth phase.

Key words: biochemistry, cysteine, methionine, immune system, poultry

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INTRODUÇÃO

Os constituintes sanguíneos refletem as condições de saúde das aves, sendo

essencial sua avaliação nas mais diversas condições em que o frango foi ou está sendo

criado, pois diversos fatores interferem nos seus resultados, entre eles, o

metabolismo1,2,3

. Na nutrição de frango de corte a metionina é o primeiro limitante nas

dietas a base de milho e farelo de soja, pois essas são deficientes naquele

aminoácido4,5,6

. Portanto a metionina deve ser suplementada nessas dietas para suprir o

teor de metionina+cistina (Met+Cis) necessário para um ótimo desempenho.

As quatro principais fontes comerciais de metionina sintética usadas na

alimentação de frango de corte são a DL-metionina (DL-Met) em pó ou sua forma

líquida como sal de sódio (DL-metionina-Na), a metionina hidroxi-análoga (MHA) em

pó, como sal de cálcio (MHA-Ca) ou na forma líquida como ácido livre (MHA-FA)7.

Existem vários estudos que têm sido conduzidos para avaliar o desempenho e

determinar as exigências nutricionais de metionina em frangos de corte alimentados

com dietas práticas baseadas em milho e soja7-11

. No entanto, o efeito do nível de

Met+Cis na dieta e das fontes de metionina disponível no mercado sobre a saúde de

frangos ainda não é bem conhecido.

Poucos trabalhos foram publicados envolvendo os níveis de Met+Cis em

frango sobre os parâmetros sanguíneos desde a descoberta da metionina em 1922. A

adição de metionina em quantidade suficiente na dieta melhora a imunidade das aves

contra diferentes doenças12

. YODSERANEE & BUNCHASAK13

, etudando os efeitos

da suplementação de DL-Met e MHA-FA em dietas sobre o perfil sanguíneo de frangos

de corte em condições tropicais, relataram que a concentração de metionina no plasma

foi aumentada pela suplementação de DL-Met, enquanto as concentrações de taurina e

ácidos úrico no plasma foram significativamente aumentadas pela suplementação

MHA-FA.

A suplementação de dietas com metionina propocionou um aumentou no HDL

sanguíneo e diminuiu os triglicerídeos séricos em frangos de corte14,15,16

. Baixos níveis

de proteínas e aminoácidos na dieta de frangos de corte têm sido associados à

diminuição da proteína sérica total e à albumina17

. Estudando o efeito de diferentes

níveis de metionina na dieta de frangos de corte da linhagem Ross 308, FALUYI18

constatou na análise bioquímica das proteínas séricas que apenas a proteína total, dos

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metabólitos séricos medidos (albumina, globulina e proteína) foi significativamente

diferente. Em aves, a análise do soro pode ser considerada um bom indicativo para se

verificar alterações em seus sistemas fisiológicos19

. A análise do sangue proporciona a

oportunidade de investigar e conhecer a presença de vários metabolitos e outros

constituintes no corpo (sangue transporta nutrientes e materiais para diferentes partes do

corpo) e desempenha um papel vital no estado fisiológico, nutricional e patológico do

animal20-24

.

Um meio prontamente disponível e rápido de conhecer e interpretar o estado de

saúde clínico, nutricional e metabólico de animais em ensaios alimentares pode ser o

uso de análises dos componentes sanguíneos, porque a ingestão de componentes

dietéticos tem efeitos mensuráveis na composição do sangue24

. Assim, objetivou-se

avaliar os parâmetros hematológico e bioquímico sérico em frangos de corte na fase

inicial e de crescimento submetidos à dieta com diferentes níveis de Met+Cis

digestíveis.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Aviário Escola do Departamento de Zootecnia

da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás em Goiânia,

Goiás, Brasil (latitude 16º40’43”S, longitude 49º15’14”W e altitude de 749m) -

DZO/EVZ/UFG, no período de dezembro de 2014 a janeiro de 2015. Foram alojados

1.800 pintos de corte, machos, com um dia de idade da linhagem Cobb 500, sendo o

experimento 1 com 900 pintos para a fase inicial (1 a 21 dias de idade), e o experimento

2 com 900 pintos para a fase de crescimento (22 a 42 dias de idade). Os experimentos

foram conduzidos no delineamento inteiramente casualizado, composto de cinco

tratamentos (níveis de metionina + cistina digestíveis) e seis repetições de 30 aves cada.

As aves foram alojadas em 30 boxes individuais medindo 1,80 x 1,60 (2,88m²),

montados na área central do galpão comercial com 12m L x 125m C (1.500m²), galpão

do tipo pressão negativa com sete exaustores, sistema de nebulização e entrada de ar

com placa evaporativa. As muretas laterais de alvenaria de 0,40 m e tela de arame de

2,80 m de altura, pé direito de 3,20 m e orientação leste-oeste. A densidade de

alojamento em cada boxe foi de 12 aves/m² (30 aves/boxe). Cada boxe continha uma

linha com 10 bebedouros do tipo nipple e um comedouro tubular infantil até o sétimo

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dia de idade e um adulto dos oito aos 42 dias de idade. A relação de comedouro e

bebedouros foi de 1:30 e 1:3 por número de animais, respectivamente. As aves foram

vacinadas no incubatório contra a doença de Marek, e aos 14 dias de idade foram

vacinadas contra a doença de Gumboro, via água de bebida. A cama utilizada foi de

casca de arroz (primeiro uso).

Em ambos os experimentos, elaborou-se uma dieta basal sem suplementação de

metionina, a qual foi suplementada gradativamente com DL- Metionina 99% (0,072;

0,168; 0,239; 0,311% e 0,058; 0,134; 0,192; 0,250% na fase de 1 a 21 e 22 a 42 dias de

criação respectivamente) em substituição ao amido de milho com a finalidade de

alcançar os níveis de metionina + cistina digestível que foram (0,545; 0,616; 0,711;

0,782; e 0,853%) e (0,514; 0,571; 0,647; 0,704 e 0,761%) de metionina + cistina

digestíveis para a fase de 1 a 21 e 22 a 42 dias de criação. Em ambas as fases (1 a 21 e

22 a 42 dias), as dietas basais foram formuladas para atender às exigências nutricionais

das aves, e seguindo as recomendações nutricionais da empresa fornecedora da ração,

com base nas exigências propostas por ROSTAGNO et al.25

(Tabela 1). Para evitar um

possível efeito cumulativo das fontes de aminoácido, as aves utilizadas na fase inicial

não foram às mesmas da fase de crescimento, para evitar respostas residuais na fase

seguinte.

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Tabela 1 - Composição percentual e nutricionais das dietas experimentais

Ingredientes (%) Fase inicial Fase de crescimento

(1 a 21 dias) (22 a 42 dias)

Milho (%) 62,99 64,56

Farelo de soja 45.5% (%) 28,38 24,56

Farinha de carne e osso 44% (%) 3,20 2,60

Farinha de vísceras de aves (%) 2,00 2,67

Gordura de aves (%) 1,33 3,81

Sal (%) 0,40 0,24

Calcário calcítico 37% (%) 0,62 0,65

DL-Metionina 99% (%) 0,00 0,00

Biolys 70% (%) 0,40 0,34

L- Treonina 98% (%) 0,10 0,07

Colina 75% (%) 0,06 0,03

Aditivos (%) 0,13 0,13

Suplemento Vitaminico2 (%) 0,05 0,05

Suplemento Mineral1 (%) 0,05 0,05

Inerte (%) 0,29 0,24

Total (%) 100,0 100,0

Composição calculada

Energia metabolizavel (kcal/kg) 3109 3300

Proteina bruta (%) 21,803 21,217

Cálcio (%) 0,952 0,952

Fosforo disponível (%) 0,451 0,421

Metionina digestivel (%) 0,675 0,526

Metionina + Cistina digestivel (%) 0,545 0,514

Lisina digestivel (%) 1,190 1,058

Treonina digestivel (%) 0,749 0,667

Sodio (%) 0,201 0,190

Cloro (%) 1,598 1,399 1Suplemento mineral por kg de ração (Mineral mix): Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co,2 g; I, 1 g; veículo

q.s.p., 500 g. 2Suplemento vitamínico por kg de ração (Protein mix): Vit. A - 15.000.000 Ul, Vit. D3 - 1.500.000 Ul,

Vit. E - 15.000 Ul, Vit. B1 - 2,0 g, Vit. B2 - 4,0 g, Vit B6 - 3,0 g, Vit. B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico (Nicotinic

acid) - 25 g, Ácido pantotênico (Pantothenic acid) - 10 g, Vit. K3 - 3,0 g, Ácido fólico (Folic acid) - 1,0 g, Bacitracina

de zinco (Zinc bacitracin) - 10 g, Selênio (Selenium) - 250 mg, veículo q.s.p. - 1.000 g.

Em todo o período experimental, as aves receberam ração e água, ad libitum, e

foram criadas, seguindo as recomendações de iluminação, temperatura, umidade e

manejo de acordo com o Guia de Manejo de COBB-VANTRESS26

.

Para avaliação hematológica e bioquímica, foram colhidos 8 mL de sangue por

punção cardíaca de cada ave, sendo seis animais por tratamento, totalizando 30 aves,

aos 21 e 42 dias de idade. Do volume sanguíneo total, 0,5 mL foram mantidos em tubos

pediátricos com anticoagulante ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA K2 a 10%)

para realização do hemograma, e 7,5 ml em tubo sem anticoagulante para análises

bioquímicas.

O hemograma foi realizado por técnica manual. A contagem das células foi

realizada em câmara de Neubauer conforme o método de Natt e Herrick e incluiu

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eritrócitos, leucócitos totais e trombócitos. A diluição empregada foi de 10 µL de

sangue em 1 mL da solução de Natt e Herrick. A contagem de eritrócitos foi realizada

nos cinco quadrantes do retículo central da câmara de Neubauer e multiplicada por

5.000 para se obter a contagem por microlitro de sangue. Os leucócitos e trombócitos

foram contados em todo o retículo central e multiplicados por 1.000 como fator de

correção.

A leitura de hematócrito foi realizada em tubo capilar pelo método do

microhematócrito. A determinação das proteínas plasmáticas totais (PPT) por

refratometria. A hemoglobina foi determinada pelo método da cianometahemoglobina

com kit comercial Hemoglobina (Labtest®, Lagoa Santa/MG).

Os índices hematimétricos de volume corpuscular médio (VCM) e concentração

da hemoglobina corpuscular média (CHCM) foram determinados por meio das

fórmulas: VCM = hematócrito x 10 / valor das hemácias e CHCM = hemoglobina x 100

/ hematócrito. Para a visualização da morfologia celular e diferenciação de leucócitos

em 100 células, foi utilizado o esfregaço sanguíneo corado com panótico rápido

(Laborclin®, Pinhais/PR). Após os resultados de heterófilos e linfócitos, calculou-se a

relação heterófilo/linfócito. As análises hematológicas foram realizadas imediatamente

após a colheita sanguínea.

Como perfil bioquímico, foram mensurados os analitos: albumina (ALB),

proteínas séricas totais (PST), ácido úrico (AU), lipoproteína de alta densidade (HDL),

lipoproteína de baixa densidade (LDL), colesterol total (CHOL) e triglicerídios (TG),

além de aspartato aminotransferase (AST). A dosagem destes foi realizada mediante

espectrofotometria, em analisador automático CM 250 (Wiener®, Rosário, Argentina)

seguindo-se a orientação recomendada pelo fabricante, utilizando kits analíticos

comerciais da (Biotécnica®, Varginha, MG).

O AU, o CHOL e os TG foram mensurados por reação enzimática com leitura

em ponto final, pelo método enzimático Trinder, sendo catalisados pelas enzimas

uricase, esterase oxidase e oxidase, respectivamente. A ALB, a PST e o HDL foram

dosados por reação de ponto final, utilizando, respectivamente, o método do verde de

bromocresol, biureto e precipitação com ácido fosfotungstico e cloreto de magnésio. Por

meio de métodos cinéticos propostos pela International Federation of Clinical

Chemistry and Laboratory Medicine (IFCC), onde o princípio da reação consiste na

oxidação da coenzima NADH, foi determinado a enzima AST. Já o LDL foi

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determinado pela equação de Friedewald, sendo o resultado da diferença entre o CHOL

e a soma da HDL e VLDL.

Os dados foram submetidos à análise de variância. Para as comparações de

médias utilizou-se teste de Scott_Knott com nível de significância de 5%.

Homogeneidade das variâncias (Teste de Bartlett) e normalidade dos resíduos (Shapiro -

Wilk) foram considerados. Para às analises foi utilizado o programa R Core Team27

.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores de hemácias, hematócrito, VCM, CHCM e PPT no sangue das aves

foram semelhantes entre os tratamentos (Tabela 2). No entanto, a quantidade de

hemoglobina foi significativamente influenciado (p<0,05) pelos tratamentos.

Os resultados do hematócrito são semelhantes aos encontrados por CARDOSO

& TESSARI28

que verificaram variação de 30,6 a 37% do hematócrito em frangos

saudáveis aos 21 dias de idade. Publicações anteriores demostraram que o suplemento

de metionina durante os estágios iniciais do crescimento do frango causa melhora

significativa no hematócrito, contagem de hemácias e parâmetros relacionados21,23

. Os

resultados obtidos neste estudo indicam que a suplementação de Met+Cis digestíveis na

ração não alterou o valor da massa eritrocitária em frangos de três semanas de idade.

Assim as aves dos diferentes tratamentos nesta fase de desenvolvimento tiveram a

mesma capacidade de transferência de oxigênio (Costa29

), o que favorece seu

metabolismo.

Em todos os grupos de aves suplementadas com metionina na fase inicial,

verificou-se redução (p<0,05) nos valores de hemoglobina quando comparado com os

valores obtidos das aves do grupo controle, com exceção do grupo que recebeu 0,711%

de Met+Cis, que apresentou valor semelhante ao controle. A hemoglobina, pigmentos

do eritrócito, de cor vermelha, intervem no transporte de CO2 desde os tecidos ate os

alvéolos pulmonares, mantendo desta maneira o pH do sangue e a entrada de oxigênio

nas células29

.

Aos 42 dias de idade, os níveis adicionais de metionina nas rações influenciaram

(p<0,05) as concentrações de hemácias, hemoglobina e hematócritos. Para os valores de

VCM, CHCM e PPT não se observou diferença entre os tratamentos (Tabela 2).

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Tabela 2 - Efeitos dos diferentes níveis de metionina + cistína digestivel na dieta sobre

o eritrograma e PPT de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade

Met+ Cis % Hemácias

(x106)

Hemoglobina

(g/dL)

Hematócrito

(%)

VCM

(fL)

CHCM

(%)

PPT

(g/dL)

21 dias

Basal 2,045 7,017 a 31,333 154,082 22,370 2,833

0,616 1,967 6,143b 30,571 158,676 20,193 2,533

0,711 2,417 6,660a 32,000 132,228 20,798 3,000

0,782 2,068 6,233b 30,500 149,283 20,415 2,800

0,853 2,136 5,983b 31,000 140,797 19,393 2,880

CV% 12,42 9,59 6,96 16,07 8,72 9,79

P 0,191 0,044 0,770 0,359 0,092 0,101

42 dias

Basal 2,107 b 7,425b

30,167 b 143,580 24,648 4,000

0,571 2,357 ª 8,340a 33,833a

143,573 24,653 4,200

0,647 2,158 b 7,528b

31,000b 143,226 24,590 4,333

0,704 2,140 b 7,402b

30,600b 142,690 24,700 3,880

0,761 2,498 a 8,810a

35,667 a 143,540 24,616 4,300

CV% 8,99 9,91 9,29 0,35 0,41 10,86

P 0,012 0,015 0,017 0,085 0,615 0,404 Os valores seguidos por letras diferentes na mesma coluna indicam diferenças estatisticamente significativas

pelo teste de Scott_Knott. CV% = coeficiente de variação. Volume corpuscular médio (VCM), Concentração

da hemoglobina corpuscular média (CHCM) e Proteínas Plasmáticas Totais (PPT).

Os níveis suplementares de Met+Cis digestíveis nas rações não influenciaram

(p>0,05) o número total de leucócitos, linfócitos, heterófilos e monócitos das aves aos

21 dias de idade (Tabela 3). Verificou-se diferença (p<0,05) da relação heterófilos:

linfócitos entre os tratamentos. Os linfócitos, neutrófilos e linfócitos são conhecidos por

desempenhar papéis fundamentais no sistema de defesa imunológico do homem e

animais24,30

.

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Tabela 3 - Efeitos dos níveis de metionina+cistina digestíveis na ração sobre o

leucograma (/μL) de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade

Met+ Cis % Leucócitos

totais (x103)

H/L Linfócitos

Heterófilos

Monócitos

21 dias

Basal 13500,000 1,037 a 6168,333 4788,400 1588,667

0,616 9714,286 0,562 b 5778,571 3214,286 601,428

0,711 13000,000 0,780 a 6944,000 5316,000 590,000

0,782 11666,667 0,462 b 7136,667 3690,000 721,667

0,853 9800,000 0,545 b 7765,000 2798,000 856,667

CV% 31,28 39,78 45,24 44,78 75,88

P 0,315 0,009 0,786 0,138 0,081

42 dias

Basal 23000,00 a 1,192 9188,250 10418,167 273,500

b

0,571 13900,00 b 1,552 5426,833 7778,333 560,667

a

0,647 14600,00 b 1,315 6976,400 8520,333 313,333

b

0,704 14600,00 b 1,836 4358,000 8286,000 150,000

b

0,761 11200,00 b 1,143 5654,167 4757,500 325,000

b

CV% 28,74 48,46 40,05 38,89 36,54

P 0,002 0,437 0,072 0,059 0,002 Os valores seguidos por letras diferentes na mesma coluna indicam diferenças estatisticamente significativas

pelo teste de Scott_Knott. CV% = coeficiente de variação. Heterofilo:Linfocitos (H:L).

Observou-se nesta pesquisa que os níveis de Met+Cis diminuíram a relação H:L

a excessão do grupo 0,711 dos frangos aos 21 dias de idade, que foi igual ao controle. A

metionina apresenta efeitos sobre as respostas imunológicas das aves31

. Um dos

mecanismos propostos para explicar a interferência da metionina no sistema

imunológico é a proliferação de células T, que são sensíveis aos níveis intracelular de

glutationa e cisteína, os compostos que participam também no metabolismo da

metionina32

. Alimentar aves com dietas deficientes em proteínas, ou seja, quadro de

desnutrição protéica diminui a produção de células sanguíneas, levando a hipoplasia da

medula óssea e induzindo alterações estruturais interferindo com a imunidade inata e

adaptativa33-37

. A deficiência de metionina pode causar alterações patológicas e

ultraestruturais do timo, reduzir a população de células T, os teores séricos de

interleucina-2 e a função proliferativa das células T e induzir aumento da porcentagem

de células apoptóticas38

.

Aos 42 dias de idade das aves os níveis de Met+Cis testados influenciaram

(p<0,05) nas concentrações de leucócitos totais e monócitos. Observou-se uma

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69

diminuição no número de leucócitos, em todos os tratamentos, quando comparado ao

grupo das aves alimentadas com a ração basal.

Este resultado discorda dos encontrados por NIKOOFARD et al.39

nos quais o

aumento no nível de aminoácidos sulfurados resultou em aumento no heterófilo e

diminuição nos linfócitos. Na presente pesquisa, os resultados mostraram que o

acréscimo de metionina na dieta de frango de 22 a 42 dias de idade pode comprometer o

sistema imune com a diminuição do número de leucócitos totais. Diminuição do número

de leucócitos compromete o sistema imune, assim as aves tornam-se mais suscetíveis às

doenças. De acordo com AL-MAYA21

as alterações em alguns aminoácidos dietéticos

como os aminoácidos sulfurados (Metionina e Cisteína) podem afetar as funções do

sistema imune, porque esses nutrientes ou os seus produtos estão interligados dentro e

entre leucócitos no sistema imunológico sistêmico.

Aos 42 dias de idade das aves os níveis de Met+Cis testados não influenciaram

(p>0,05) na relação H:L, linfócitos e heterofilos. A relação H:L tem sido um indicador

de estresse associado à lesões, ciclos reprodutivos e mudanças sazonais, e parece ser um

indicador mais apurado de estresse porque é menos variável que o número de

heterófilos ou linfócitos sozinhos. Na avicultura industrial, os valores de referências

para a relação H:L de 0,20, 0,50 e 0,80 são característicos de baixo, regular e alto graus

de estresse, respecitavamente40

.

Não houve diferença significativa (p>0,05) entre os tratamentos de um mesmo

experimento e entre experimento sobre o número de trombócitos aos 21 e nem aos 42

dias de idade das aves (Tabela 4). Os trombócitos podem estar relacionandos à

imunidade inata devido a sua capacidade de fagocitose, além da participação na

coagulação sanguínea41

. Também podem participar da remoção de material estranhos do

sangue40

.

Desta forma, diferentes níveis de Met+Cis não interferem nos valores de

trombócitos de frangos de corte mantidos em condições reais de criação.

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Tabela 4 - Efeitos dos níveis de metionina+cistina digestíveis na ração sobre o

plaquetograma (/μL) de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade

Variável Níveis de Met+ Cis%

Trombócitos

21 dias

Basal 0,616 0,711 0,782 0,853 CV% P

30500 31857 45000 33000 36500 32,88 0,269

42 dias

Basal 0,571 0,647 0,704 0,761 CV% P

39000 36000 37000 43000 42000 22,07 0,505 CV% = coeficiente de variação.

Sinais clínicos de doenças em aves são inespecíficos e tanto as análises

hematológicas como as bioquímicas têm sido reportadas como importantes fontes de

informação para o estado do sistema imune destes animais. De acordo com SCHMIDT

et al.41

, estudos dos parâmetros bioquímicos são essenciais, pois, contribui com o

progresso da medicina aviária, com a realização de pesquisas que permitam a

interpretação adequada das respostas do organismo e do acompanhamento de casos,

para possíveis adoções de medidas visando a uma melhora no diagnóstico e nos índices

zootécnicos.

Houve diferença (P<0,05) nos níveis de ácido úrico, albumina, PST, colesterol

total, LDL e TG no sangue das aves na fase inicial em todos os tratamentos quando

comparados às aves alimentadas com a ração basal (Tabela 5).

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Tabela 5 - Níveis séricos de ácido úrico, albumina, AST, PST, colesterol total, HDL,

LDL e triglicérides no soro de frango de corte aos 21 e 42 dias de idade

alimentados com dietas constituídas com diferentes níveis de metionina +

cistina digestíveis

Met+

Cis %

Ácido

úrico

(mg/dL-1

)

Albumina

(g/dL-1

)

AST

(UI/L)

PST

(g/dL-1

)

Colesterol

Total

(mg/dL-1

)

HDL

(mg/dL-1

)

LDL

(mg/dL-1

)

TG

(mg/dL-1

)

21 dias

Basal 2,585 b 1,103

b 210,950 2,047

c 104,667

b 89,217 9,040

b 25,000

b

0,616 2,737 b 1,360

a 215,517 2,678

b 117,000

b 100,717 11,083

b 26,000

b

0,711 4,187 a 1,423

a 232,717 2,755

b 127,000

a 104,650 13,020

a 36,667

a

0,782 4,857 a 1,352

a 249,740 3,297

a 136,333

a 113,950 15,350

a 33,400

a

0,853 4,697 a 1,370

a 231,367 3,010

a 126,167

a 106,950 10,400

b 34,500

a

CV% 42,61 7,91 12,61 12,63 13,16 12,77 24,68 11,03

P 0,056 <0,001 0,267 <0,001 0,026 0,043 0,016 <0,001

42 dias

Basal 2,642 1,390 524,867 3,238 c 108,667 91,283 10,450 34,667

0,571 2,282 1,390 509,450 3,377 c 123,000 97,983 16,950 40,333

0,647 2,866 1,458 713,933 4,508 a 121,167 88,317 22,183 48,000

0,704 3,324 1,366 720,440 3,792b 115,400 89,580 16,780 45,200

0,761 3,347 1,447 540,540 4,296 a 130,500 100,700 21,800 37,000

CV% 31,13 7,73 31,51 6,34 11,86 14,06 42,50 20,00

P 0,280 0,275 0,611 0,172 <0,001 0,130 0,425 0,077 0,094 Os valores seguidos por letras diferentes na mesma coluna indicam diferenças estatisticamente significativas teste de

Scott_Knott. CV% = coeficiente de variação. Aspartato aminotransferase (AST), Proteínas Séricas Totais (PST), Lipoproteina de Alta Densidade (HDL), Lipoproteina de Baixa Densidade (LDL) e Triglicerídeos (TG).

O ácido úrico é o produto final do metabolismo do nitrogênio mais importante

nas aves, que aumenta imediatamente após o consumo de alimento com alto teor de

ácidos nucléicos41, 42

. O nível de proteína na dieta afeta a produção de ácido úrico43

.

HERNANDEZ et al.44

relataram que a concentração de ácido úrico no plasma foi

aumentada com o aumento dos níveis de proteína na dieta de frangos de corte na fase

pré-inicial. Portanto, a determinação do conteúdo sérico deste substrato tem sido

amplamente utilizada como indicador da utilização de aminoácidos em frango de

corte42, 45, 46

. Em aves jovens a concentração de ácido úrico tendem a se apresentar

maiores do que em aves adultas47

. WEN et al.5 demonstraram que em aves que

receberam dietas com metionina havia uma maior concentração de ácido úrico no soro.

Os resultados da presente pesquisa mostraram que o ácido úrico se eleva à medida que a

ingestão de Met+Cis aumenta. Isto evidencia que as rações com os maiores níveis de

Met+Cis são capazes de serem absorvidas e metabolizadas pelas aves, aumentando

assim a transformação de nitrogênio ao úrico ácido.

As aves alimentadas com a ração basal apresentaram menores níveis de

albumina no sangue, quando comparadas aos demais tratamentos. As concentrações de

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colesterol total, LDL e TG das aves alimentadas com a ração basal apresentaram-se

semelhante (p>0,05) aos das aves alimentadas com o segundo nível de suplementação e

mais altos nas aves alimentadas com as rações com os três níveis mais altos de Met+Cis

que foram semelhantes entre si. Notou-se que na dieta basal e no segundo nível de

suplementação de metionina há redução das concentrações de colesterol total, LDL e

TG no sangue das aves. Estes resultados estão de acordo com os de BOUYEH48

que

encontrou efeito para triglicerídeos, colesterol, LDL e HDL em frangos de corte,

machos, da linhagem Ross 308, com 21 dias de idade submetidos a diferentes níveis de

metionina e lisina.

Com os resultados dessa pesquisa, pode-se sugerir que dietas com níveis

deficitários de Met+Cis reduzem as concentrações de colesterol total e (LDL) no

sangue. Isso sugere também que rações deficientes em Met+Cis digestíveis para frangos

de corte podem comprometer o metabolismo dos ácidos graxos não esterificados, como

o LDL (quanto mais baixo valores de LDL melhor) e triglicéridios. Isso, provavelmente,

é porque os aminoácidos sulfurados parecem agir inibindo a enzima

hidroximetilglutaril-CoA redutase, responsável pela síntese de colesterol, diminuindo a

concentração plasmática de colesterol no organismo. A metionina desempenha

importante papel no metabolismo lipídico em aves14

,49

. O aumento significativo do

colesterol total, LDL e triglicéridios no nível mais alto de Met+Cis observado no

presente estudo pode ser uma explicação aceitável a partir dos aspectos acima

mencionados.

Na fase de crescimento, não se observou diferença (p>0,05) para os níveis de

ácido úrico, albumina, AST, colesterol total, LDL, HDL e TG com o aumento da

concentração de Met+Cis digestíveis das rações (Tabela 5). Para a variável ácido úrico,

resultados semelhantes a esse trabalho foram encontrados por RODRIGUEIRO et al.50

que também não observaram efeito significativo dos níveis de Met+Cis sobre a

concentração de ácido úrico no soro de frangos de corte na fase de crescimento.

HERNANDEZ et al.44

relataram que a concentração plasmática de ácido úrico não foi

afetada com o aumento dos níveis de proteína na dieta de frangos de corte na fase

inicial, crescimento e final. Com relação à albumina, o resultado encontrado na presente

pesquisa discorda dos resultados de NIKOOFARD et al.39

, nos quais os autores

demostraram que o parâmetro albumina aumentou significativamente com o aumento

dos níveis de metionina cristalina na dieta de frangos de corte, macho, Ross 308, aos 42

dias.

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Houve diferença (P<0,05) dos níveis de Met+Cis digestíveis para as PST. Aos

21 dias de idade houve o aumenta escalonado de PST, assim como, nos maioresa níveis

de Met+Cis digestíveis aos 42 dias de idade dos frangos de corte. Este resultado

discorda de AL-MAYAH 21

que não observou nenhuma diferença significativa nos

valores de PST e albumina de frangos de corte com 28 dias de idade recebendo

diferentes níveis de DL-metionina. ZHANG & GUO51

demonstraram que o DL-2-

hidroxi-ácido butanóico 4-metiltio (LMA) na forma líquida, utilizado como uma fonte

de metionina na dieta, não influenciou sobre os níveis séricos de PST em frangos de

corte machos da linhagem Arbor Acres com 21 dias de idade.

A atividade de AST não foi influenciada (p>0,05) pelos tratamentos em

nenhuma das fases avaliadas. Tais valores encontram-se dentro dos valores

considerados normais para aves aos 21 dias de idade que está entre 202-325UI/L 1

. Em

geral, considera-se que valores de AST de 350 UI/L representam elevações moderadas

da enzima e a partir de 800 UI/L, elevações marcadas, que se acompanhadas por

biliverdinúria ou biliverdinemia, são indicativas de dano hepatocelular grave52, 53

.

Percebe-se que ainda há falta de informação relacionando nutrição e parâmetros

sanguíneos na avicultura industrial, em especial, frente a dietas com diferentes níveis de

Met+Cis. Com isso, ainda são necessárias pesquisas adicionais para detalhar os efeitos

das fontes e níveis de metionina, bem como suas associações, sobre as diferentes células

do sistema imune e os parâmetros bioquímicos e suas consequências para os frangos de

corte.

CONCLUSÃO

Os resultados demonstraram que níveis de Met+Cis digestíveis em dietas de

frangos de corte, acarretaram alterações em parâmetros hematológicos (hemoglobina,

relação heterófilo: linfócitos e monócitos, leucócitos totais; hemácia e hematócritos) e

bioquímico sérico (ácido úrico, Albumina, PST, colesterol total LDL e TG). Com isso,

redução dos níveis de Met+Cis na dieta é potencialmente capaz de afetar o sistema

imune e o metabolismo aminoacídico em frango de corte na fase inicial e crescimento.

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COMITÊ DE ÉTICA E BIOSSEGURANÇA

Esta pesquisa foi realizada em conformidade com as recomendações do Guia

para o Cuidado e Uso de Animais de Laboratório do National Institutes of Health. Este

trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da

Universidade Federal do Goiás (CEUA/UFG, Goiás, Brasil), sob o número 010/2015.

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CAPÍTULO 4 - UMIDADE, PH, TEMPERATURA, CONCENTRAÇÃO DE

AMÔNIA E EXCREÇÃO DE NITROGÊNIO NA CAMA DE FRANGOS DE

CORTE SUBMETIDOS A DIETAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE

AMINOÁCIDOS SULFURADOS

RESUMO: Objetivou-se determinar o efeito da suplementação de aminoácido

sulfurado (metionina+cistina) na dieta de frangos de corte criados em condições

comercial brasileira, sobre a concentração do gás amônia, umidade, pH, temperatura e

excreção de nitrogênio na cama nos períodos de 14, 28 e 42 dias de criação. Foram

utilizados 900 pintos, machos, da linhagem Coob 500, distribuídos em delineamento

inteiramente casualizado composto de cinco tratamentos, com seis repetições de 30

aves. Formulou-se uma ração basal (sem metionina) a qual foi suplementada com DL-

metionina (0,072; 0,168; 0,239; 0,311% e 0,058; 0,134; 0,192; 0,250% na fase de 1 a 21

e 22 a 42 dias de criação respectivamente) em substituição ao amido de milho com a

finalidade de alcançar os níveis de metionina + cistina digestível desejável que foram

(0,545; 0,616; 0,711; 0,782; e 0,853%) e (0,514; 0,571; 0,647; 0,704 e 0,761% de

metionina + cistina digestíveis para a fase de 1 a 21 e 22 a 42 dias de criação

respectivamente. Não houve efeito significativo dos niveis de metionina na ração sobre

a temperatura e concentração do gás amônia em nenhumas das fases avaliadas. Para a

umidade e pH da cama houve influência dos tratamentos em todas as fases avaliadas.

Para o nitrogênio, observou-se efeito significativo aos 14 dias, não expressando

diferenças nas demais fases, sugerindo que a excreção de nitrogênio aumenta com o

aumento dos níveis de Met+Cis na dieta até 14 dias.

Palavras-chave: ambiente criatório, aminoácido, avicultura, metionina+cistina

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ABSTRACT: The objective of this study was to determine the effect of sulfur amino

acid (methionine+cystine) supplementation included in the diet of broiler chickens

raised under Brazilian commercial conditions on the concentration of ammonia gas,

moisture, pH, temperature, and nitrogen excretion in litter on the 14, 28, and 42nd

day of

breeding. A total of 900 male chicks of the Cobb500 line were used, distributed in a

completely randomized design with five treatments, with six replicates of 30 birds. A

basal diet (without methionine) was formulated and was supplemented with DL-

methionine (0.072, 0.168, 0.239, 0.311% and 0.058, 0.134, 0.192, 0.250% for days 1 to

21 and days 22 to 42 of breeding respectively) replacing the corn starch in order to

achieve the desirable digestible methionine + cysteine levels (0.545, 0.616, 0.711, 0.782

and 0.853%) and (0.514; 0.571; 0.647; 0.704 and 0.761% and digestible methionine +

cysteine for 1 to 21 and 22 to 42 days, respectively. There was no significant effect on

the temperature and concentration of ammonia gas in any of the phases evaluated.

Met+Cis supplementation influenced moisture and pH of litter in all the evaluated

phases. For nitrogen, a significant effect was observed at 14 days, not exhibiting effects

during the other phases, suggesting that nitrogen excretion increases with increasing

levels of met+cis in the diet for up to 14 days.

Keywords: amino acid, breeding environment, methionine + cystine, poultry

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INTRODUÇÃO

A nutrição aminoacídica exige o adequado balanceamento entre os aminoácidos

e, caso contrário, pode se tornar um problema

para a indústria avícola por influenciar a

qualidade do ambiente criatório. O desbalanceamento entre os aminoácidos da dieta

pode ser responsável pela deposição de excesso de nutrientes na cama com potencial

impacto para o ambiente.

Dentre os aminoácidos, a metionina é o primeiro limitante nas dietas avícolas a

base de milho e soja1-3

. Por conter na sua estrutura moléculas de nitrogênio e enxofre,

pode ser convertidos em compostos voláteis causadores de odores nos galpões avícolas,

tais como, mercaptano, sulfureto de hidrogênio e dimetilo, fenol, ácido propiônico,

butanóico, entre outros, por meio da decomposição microbiana da cama4, 5

.

No Brasil, a cama de frango é comumente usada na adubação das pastagens, e

de plantações, como: eucaliptos, cafés, laranjas, hortaliças, entre outros. A aplicação de

cama fornece às plantas nutrientes como fosforo (P), potássio (K) e nitrogênio (N), bem

como outros micro e macronutrientes, sendo que, em média na cama contém 4% N

total6. A excreção pelas aves de N em excesso advindo principalmente dos aminoácidos

dietéticos pode aumentar a volatilização da amônia dos sistemas de produção animal, o

que afeta a qualidade do ar7.

Fatores como umidade, pH e temperatura da cama são os que mais influenciam

as reações de degradação microbiológica aeróbia, que converte o ácido úrico em amônia

e gás carbônico pelo que ocorre com frequência no ambiente criatório das aves8. O

nível de umidade da cama é um fator crítico no manejo dos galpões, e influencia a

incidência e a severidade das lesões na carcaça das aves e equilibra a volatilização do

gás amônia9.

O acúmulo de material fecal e a produção de amônia aumentam o pH da cama,

cujos valores normalmente variam de 7,0 a 8,5 10

. Valores de pH superiores a 7,0

combinados com alta umidade, normalmente estimulam a proliferação bacteriana na

cama e consequentemente aumentam a produção de amônia 11

. Os níveis de amônia

devem ser mantidos abaixo de 10 ppm em todos as fases de criação 12

.

Pela importância das variáveis pH, umidade, temperatura, excreção de

nitrogênio e concentração do gás amônia na cama avícola, se torna essencial avaliar nas

diferentes situações nutricionais que os animais forem submetidos uma vez que,

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influenciam indiretamente o desempenho e diretamente a qualidade do ambiente

criatório.

Objetivou-se determinar o efeito da suplementação de DL-metionina para

atender os níveis de metionina+cistina digestiveis em dieta de frangos de corte criados

em condições comercias sobre (o pH, umidade, temperatura, concentração de gás

amônia e excreção de nitrogênio na cama) nos períodos de 14º, 28º e 42º dia de criação.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no período de dezembro de 2014 a janeiro de 2015

no Aviário Escola do Departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária e Zootecnia

da Universidade Federal de Goiás em Goiânia, Brasil (latitude 16º40’43”S, longitude

49º15’14”W e altitude de 749m). Foram utilizados 900 pintos, machos, da linhagem

Coob 500, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado composto de cinco

tratamentos, com seis repetições de 30 aves.

As aves foram alojadas em 30 boxes individuais medindo 1,80 x 1,60 (2,88m²),

montados na área central do galpão comercial com 12m L x 125m C (1.500m²), galpão

do tipo pressão negativa com sete exaustores, sistema de nebulização e entrada de ar

com placa evaporativa. As muretas laterais de alvenaria de 0,40 m e tela de arame de

2,80 m de altura, pé direito de 3,20 m e orientação leste-oeste.

Cada boxe continha uma linha com 10 bebedouros do tipo nipple e um

comedouro tubular infantil até o sétimo dia de idade e um adulto dos oito aos 42 dias de

idade. A relação de comedouro e bebedouros por número de aves foi de 1:30 e 1:3,

respectivamente. As aves foram vacinadas no incubatório contra a doença de Marek, e

aos 14 dias de idade foram vacinadas contra a doença de Gumboro, via água de bebida.

Em todo o período experimental, as aves receberam ração e água, ad libitum, e foram

criadas, seguindo as recomendações de iluminação, temperatura, umidade e manejo de

acordo com o Guia de Manejo de Cobb-Vantress 12

.

A ração basal não recebeu adição de DL-Metionina (99%) e consequentemente

apresentou o menor nível de metionina + cistina (%), proveniente somente dos

ingredientes utilizados na ração. Formulou-se uma ração basal (sem metionina) a qual

foi suplementada com DL-metionina (0,072; 0,168; 0,239; 0,311% e 0,058; 0,134;

0,192; 0,250% nas fases de 1 a 21 e 22 a 42 dias de criação, respectivamente) em

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substituição ao amido de milho com a finalidade de atender os níveis de metionina +

cistina digestível de 0,545; 0,616; 0,711; 0,782; e 0,853%) na fase de 1 a 21e 0,514;

0,571; 0,647; 0,704 e 0,761% de metionina + cistina digestíveis para o período de 22 a

42 dias de criação (Tabela 1).

As rações foram formuladas a base de milho e farelo de soja, seguindo as

recomendações nutricionais da empresa fornecedora que se baseia em Rostagno et al. 13

.

Tabela 1. Composição percentual e valores nutricionais das dietas experimentais

Ingredientes (%) Fase inicial Fase de crescimento

(1 a 21 dias) (22 a 42 dias)

Milho (%) 62,99 64,56

Farelo de soja 45.5% (%) 28,38 24,56

Farinha de carne e osso 44% (%) 3,20 2,60

Farinha de vísceras de aves (%) 2,00 2,67

Gordura de aves (%) 1,33 3,81

Sal (%) 0,40 0,24

Calcário calcitico 37% (%) 0,62 0,65

DL-Metionina 99% (%) 0,00 0,00

Biolys 70% (%) 0,40 0,34

L- Treonina 98% (%) 0,10 0,07

Colina 75% (%) 0,06 0,03

Aditivos (%) 0,13 0,13

Suplemento Vitaminico2 (%) 0,05 0,05

Suplemento Mineral1 (%) 0,05 0,05

Inerte (%) 0,29 0,24

Total (%) 100,0 100,0

Calculated composition

Energia metabolizavel (kcal/kg) 3109 3300

Proteina bruta (%) 21,803 21,217

Cálcio (%) 0,952 0,952

Fosforo disponível (%) 0,451 0,421

Metionina digestivel (%) 0,675 0,526

Metionina + Cistina digestivel (%) 0,545 0,514

Lisina digestivel (%) 1,190 1,058

Treonina digestivel (%) 0,749 0,667

Sodio (%) 0,201 0,190

Cloro (%) 1,598 1,399 1Suplemento mineral por kg de ração (Mineral mix): Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co,2 g; I, 1 g; veículo

q.s.p., 500 g. 2Suplemento vitamínico por kg de ração (Protein mix): Vit. A - 15.000.000 Ul, Vit. D3 - 1.500.000 Ul,

Vit. E - 15.000 Ul, Vit. B1 - 2,0 g, Vit. B2 - 4,0 g, Vit B6 - 3,0 g, Vit. B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico (Nicotinic

acid) - 25 g, Ácido pantotênico (Pantothenic acid) - 10 g, Vit. K3 - 3,0 g, Ácido fólico (Folic acid) - 1,0 g, Bacitracina de zinco (Zinc bacitracin) - 10 g, Selênio (Selenium) - 250 mg, veículo q.s.p. - 1.000 g.

Utilizou-se cama de casca de arroz de primeiro lote, mantida de 8 a 10 cm de

altura. Aos 14, 28 e 42 dias de criação das aves, a cama foi coletada para em seguida

serem avaliadas quanto a umidade, pH, amônia volatilizada e nitrogênio total.

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A avaliação da temperatura da cama foi realizada in loco com um termômetro de

superfície infravermelho com mira laser (Marca Cen-tech modelo ITEM 69465). Para

determinação dos teores de umidade, pH, gás amônia volatilizada e nitrogênio total,

adotou-se como procedimento a coleta da cama em seis pontos diferentes de cada boxe

separadamente e imediatamente após á avaliação da temperatura, evitando-se as áreas

próximas e abaixo de comedouros e bebedouros.

As avaliações de umidade, pH e amônia foram realizadas no Laboratório de

Nutrição Animal do DZ/EVZ da UFG-Goiânia-GO, imediatamente após as coletas,

evitado com isso, possíveis alterações nos resultados. O pH foi determinado com

pHmetro digital Modelo PM608 ANALION® de acordo com metodologia de Oliveira et

al. 14

.

A amônia volatilizada na cama foi determinada pelo método de Hernandes et

al.15

, utilizando-se a fórmula: A = Vx17x0,05 em que A= quantidade de amônia

volatilizada (mg/100g), V= volume de H2SO4 utilizado na titulação (mL); 17= peso

molecular da amônia e 0,05= normalidade do H2SO4. Para a análise de amônia foram

utilizadas 100 g de amostra.

As amostras da cama após a pré-secagem foram moídas e, posteriormente,

submetidas à determinação de umidade e nitrogênio. A umidade foi determinada pelo

método recomendado pelo Ministério da Agricultura (Brasil 16)

.

O nitrogênio da cama foi determinado pelo método de Dumas (1831), via

aparelho automatizado modelo (Leco) no Laboratório de Análise de Alimentos da

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Unesp - Campus de

Jaboticabal-SP.

Foi realizada a análise de variância para avaliar a significância dos efeitos de

tratamentos. Havendo significância, entre os tratamentos, foi aplicada a análise de

regressão polinomial (p<0,05), utilizando o programa R Core Team 17

.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os teores de umidade, temperatura, pH, concentração de amônia e excreção de

nitrogênio total da cama ao 14º dia de criação das aves alimentados com diferentes

níveis de metionina+cisteína digestíveis encontram-se na Tabela 2.

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Tabela 2. Umidade, temperatura, pH, nitrogênio e concentração de amônia na cama aos 14 dias

de idade de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis digestível

Met+Cis (%) Variáveis

Umidade

(%)

TºCama

ºC pH

Nitrogênio

(g)

Amônia

(ppm)

Basal 9,317 24,467 7,295 1.9050 1.3917

0,616 12,410 24,933 7,222 2.0050 1.4050 0,711 11,978 24,500 7,055 2.4267 1.9850

0,782 12,182 24,767 7,160 2.2033 1.8150

0,853 10,773 24,950 6,995 2.4383 1.6167

CV% 19,50 2,59 3,34 14,57 29,62

Regressão ** ns * * ns

Variáveis Equação de Regressão R² Efeito

Umidade Ŷ = -38.4347+142,3352x-99,3523x2 0,82 Quadrático

pH Ŷ = 7,7447-0,8545x 0,74 Linear

Nitrogênio Ŷ = 1,0363+1,6529x 0,70 Linear

CV%: coeficiente de variação. *, ** e ns efeito linear e quadrático (P<0.05) e não

significativo, respectivamente.

Houve influência (P<0,05) dos níveis de met+cis digestíveis na excreção de

nitrogênio, umidade e pH da cama (Tabela-1; Figuras 1A, B e C, respectivamente).

(A)

1.905 2.005

2.427 2.203

2.438

y = 1.0363+1.6529x

R² = 0.70

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

0.545 0.616 0.687 0.758 0.829 0.9

Teo

r d

e N

itro

gên

io d

a C

am

a %

Níveis de Met+Cis

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(B)

(C)

Figura 1 - Excreção de nitrogênio da cama (A), umidade (B) e pH (C) ao 14º dia criação de

frango de corte submetidos a diferentes níveis de metionina+cistina digestível.

Na Figura 1A, houve efeito linear entre o teor de Met + Cis digestível e a

excreção de nitrogênio (Ŷ = 1,0363 + 1,6529x, R² = 0,70), mostrando que o aumento no

teor de Met + Cis digestível aumenta a excreção de nitrogênio na cama. A carência de

um aminoácido da dieta pode ter promovido o maior catabolismo de outros

aminoácidos, razão da maior excreção de nitrogênio nesta fase.

Os monogástricos recebem fonte de nitrogênio por meio da dieta contido nas

proteínas e em outros alimentos 18

. Na digestão das aves, as proteínas são reduzidas a

aminoácidos e peptídeos e estes são absorvidos pelo organismo, sendo que desses é

utilizada na síntese de novas proteínas e outra parte é eliminada pelos rins 19

. Assim, a

excreção nas aves relaciona-se principalmente com a eliminação de substâncias

9.316

12.410

11.978

12.181

10.773

Ŷ = -38.4347+142.3352x-99.3523x2

R² = 0.82

8.000

9.000

10.000

11.000

12.000

13.000

14.000

15.000

0.545 0.616 0.687 0.758 0.829 0.9

Um

idad

e d

a C

am

a %

Níveis de Met+Cis

7.295

7.221

7.055

7.160

6.995

y = 7.7447-0.8545x

R² = 0.74

6.950

7.000

7.050

7.100

7.150

7.200

7.250

7.300

7.350

0.545 0.616 0.687 0.758 0.829 0.9

pH

da C

am

a %

Níveis de Met+Cis

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nitrogenadas (Donsbough et al. 20

), sendo o ácido úrico o principal metabólito eliminado

na urina, na forma de uma pasta esbranquiçada.

O excesso de aminoácidos é desaminado, e o nitrogênio (N) é excretado na

forma de ácido úrico 21

. A carência de aminoácidos por sua vez pode potencializar o

catabolismo de outros aminoácidos 22

. A suplementação em excesso ou insuficiente de

metionina em dietas aumenta a excreção de nitrogênio e as emissões para o meio

ambiente 1. O nitrogênio não metabolizado e excretado resulta na liberação de ácido

úrico que através da degradação microbiana, a amônia é liberada para a atmosfera 23, 24,

25. Assim, a combinação da quantidade de proteína na alimentação de acordo com as

exigências e fases de criação pode reduzir a excreção de nitrogênio nas criações de

frangos de corte 26, 27

.

A análise de regressão revelou efeito quadrático dos níveis de Met+Cis

digestível na umidade da cama (Ŷ = -38,4347+142,3352x-99,3523x2; R² = 0,82). A

umidade aumentou à medida que os níveis de Met+Cis digestível aumentaram,

atingindo o maior teor de umidade com 0,716% de Met+Cis digestivel da dieta, segundo

a equação obtida, atingindo o platô nos níveis seguintes (Figura 1B).

A umidade da cama é uma das maiores preocupações na produção de frangos de

corte em virtude do impacto negativo à saúde, bem-estar e desempenho produtivo das

aves 9, 28-30

. As causas da cama úmida no galpão de frangos são sempre multifatoriais e

em geral, se devem à interação nutrição, manejo e condições da saúde intestinal das

aves 26

. Níveis de sódio, cloro e potássio, o conteúdo e digestibilidade da proteína e os

níveis de fibra na dieta, consumo de água, tipo de bebedouro, ventilação, entre outros,

são fatores notáveis que contribuem para umidade da cama 9, 26

.

O aumento do teor de proteína na dieta aumenta o consumo de água e

consequentemente aumento do teor de água dos dejetos 31, 32

. Esse fenômeno torna-se

mais relevante quando a dieta apresenta níveis de proteína acima ou abaixo do desejado,

que pode resultar em perfil de aminoácido desequilibrado 33, 34

. Nesses casos, o excesso

de aminoácidos não empregados para síntese deverão ser catabolizados e o nitrogênio

excretados como ácido úrico, via excreta e urina Kim et al. 1 e Van der Hoeven-Hangoor

et al. 35

, e consequentemente maior perda de água.

Na excreção nitrogenada, as aves usam enzimas específicas para excretar ácido

úrico, sendo que nesse processo há remoção de água e essa é uma importante adaptação

das aves ao ambiente terrestre 36

, 37

. A maior excreção de nitrogênio está relacionada ao

maior teor de umidade da excreta 34, 35

.

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Assim, sugere-se nesta pesquisa, que a baixa umidade da cama nos tratamentos

que receberam menores níveis de Met+Cis digestíveis na dieta pode ser atribuída ao

menor volume de ácido úrico excretado.

Observou-se que para os valores do pH (Figura 1C) houve efeito linear negativo

(p<0,05), ou seja, à medida que se aumentou os níveis de metionina+ cistina digestível

da dieta houve uma redução no pH. O maior teor de Met+Cis digestível (0,853%)

apresentou o menor valor de pH (6,99).

Não houve efeito do aumento dos níveis de metionina+ cistina (p>0,05) na

temperatura e concentração de amônia na cama ao 14º dia de idade das aves. A

conversão do nitrogênio na excreta em íon amoníaco está relacionada com a

temperatura, a umidade e pH da cama, e taxa de ventilação do ambiente criatório 38

. O

íon amônio (NH4+) é a forma dominante de nitrogênio no esterco de aves, o qual é

convertido em amônia (NH3+) com a elevação do pH e sob condições de umidade

26.

A concentração de amônia tende a aumentar com o aumento do teor de umidade

da excreta, pois inúmeras espécies de microorganismos dependem da água, e assim, o

aumento da umidade da cama os ativa. Alguns trabalhos mostraram que a quantidade de

água na cama afeta a atividade microbiana (Wadud et al. 39

), as emissões de amoníaco e

odores 40, 41

. A volatilização da amônia é mais comum em condições alcalinas, com

valores de pH em torno de 9, juntamente com altas temperaturas 23

.

Na criação de frangos de corte, o uso de equipamentos para melhorar as

condições internas do galpão como o uso de nebulizadores é iniciado praticamente na

fase final de criação e pelo fato do consumo de água na primeira fase de criação ser

mínimo em relação às fases seguintes é consenso que o uso de água de forma em geral

nas instalações avícolas é menor nas primeiras semanas de vida da ave, assim como, o

volume da excreta (ácido úrico + água) produzido.

Com isso, sugere-se nesta pesquisa que, pelo fato da umidade da cama estar

abaixo do considerado ideal para a maior proliferação de microorganismo, a

concentração de amônia não foi significativa.

Analisado a Tabela 3 e Figura 2A e B, dentre as variáveis avaliadas aos 28 dias

de idade das aves, verificou-se que houve diferença estatística para umidade e pH da

cama.

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Tabela 3. Umidade, temperatura, pH e concentração de amônia na cama aos 28 dias de idade

de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis digestível

Niveis de met+cis (%) Variáveis

Umidade

(%)

TºCama

(ºC) pH

Amônia

(ppm)

Basal 12,158 27,883 8,320 5,103

0,571 17,083 27,500 8,304 5,088 0,647 17,652 28,050 8,203 4,890

0,704 17,283 27,850 8,098 4,592

0,761 18,163 27,400 8,142 4,268

CV% 21,73 4,16 1,93 30,54

Regressão * ns * ns

Variáveis Equação de Regressão Efeito

Umidade Ŷ = 4,0411+19,4353x (R² = 0,60) Linear

pH Ŷ = 8,7875-0,8994x (R² = 0,84) Linear

CV%: coeficiente de variação. *, ** e ns efeito linear e quadrático (p<0.05) e não

significativo, respectivamente.

(A)

(B)

Figura 2. Umidade da cama (A) e pH (B) ao 28º dia de idade de frango de corte,

submetidos a diferentes níveis de metionina+cistína digestivel.

12.158

17.083 17.651

17.283 18.163

Ŷ = 4.0411+19.4353x

(R² = 0.60)

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000

18.000

20.000

0.514 0.585 0.656 0.727 0.798 0.869

Um

idad

e %

Níveis de Met+Cis

8.320 8.304

8.203

8.098

8.142

Ŷ =8.7875-0.8994x

(R² = 0.84)

8.000

8.050

8.100

8.150

8.200

8.250

8.300

8.350

0.514 0.585 0.656 0.727 0.798 0.869

pH

%

Níveis de Met+Cis

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Observou-se que para os valores de umidade da cama (figura 2A) houve efeito

linear positivo (p<0,05), ou seja, à medida que aumentaram os níveis de metionina+

cistina digestíveis da dieta aumentou o teor de umidade da cama. Sugere-se que aves

suplementadas com os maiores níveis de Met+Cis digestíveis na dieta consumiram mais

água e eliminaram maior volume de ácido úrico e água nas excretas, aumentando assim

a umidade da cama.

Existem evidências de que o consumo de água em monogástricos afeta o

metabolismo nitrogenado destas espécies. Bressani & Braham 42

presumem que em

animais monogástricos a ocorrência de um alto consumo de água, seja ad libitum, seja

por consumo forçado levava a uma redução na retenção de nitrogênio.

Observou-se que para os valores de pH houve efeito linear negativo (p<0,05),

ou seja, à medida que aumentaram os níveis de Met+Cis digestíveis da dieta reduziu o

pH na cama. Observou-se que o pH se manteve alcalino em todos os tratamentos ao 28º

dia de criação. Um dos fatores mais importante que pode afetar a liberação de NH3 é o

pH da cama 43

. A liberação de amônia é pequena quando o pH da cama é ácido, mas é

alta quando o pH está acima de 8,0, pois a decomposição do ácido úrico (C5H4N4O3) é

favorecida em condições de pH alcalino 44, 45

. Íons H+ e pH abaixo de 7,0 resultam em

aumento na proporção NH3/NH

4+ e como o íon amônio não é volátil, há redução das

perdas de nitrogênio por volatilização da amônia.

Quando o pH se eleva, essa razão aumenta, causando maior volatilização 44, 45

.

Valores de pH abaixo de 7,0, além de reduzir a carga bacteriana da cama, reduz a

volatilização da amônia, melhorando as condições ambientais do aviário 26, 46

.

Observou-se neste trabalho, que mesmo com o pH alcalino, favorável ao

desenvolvimento microbiano na cama, não foi expressivo ao ponto de comprometer a

concentração da amônia, e, é provável que o aumento no pH seja devido ao maior

acúmulo de excretas produzidas e o maior teor de umidade na cama que aumentou de

forma gradativa a medida que aumentou a fase de criação das aves e os níveis de

met+cis digestíveis na dieta.

Não houve diferença (p>0,05) para os níveis de amônia e temperatura da cama

entre os diferentes tratamentos aos 28º dias de criação (Tabela 3).

Os teores de nitrogênio, a umidade, o pH, temperatura e o potencial de

volatilização de amônia na cama ao 42º dia de criação são descritos na Tabela 4.

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Tabela 4 - Umidade, temperatura, pH, nitrogênio e concentração de amônia na cama aos

42º dias de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis

digestível

Niveis de met+cis (%) Variáveis

Umidade

(%)

TºCama

(ºC) pH

Nitrogênio

(g)

Amônia

(ppm)

Basal 0,571

20,667 29,140 8,678 3,950 14,892 20,660 28,367 8,557 3,837 19,057

0,647 19,697 29,083 8,697 3,857 14,013

0,704 23,355 27,967 8,137 3,723 11,802

0,761 27,605 28,700 8,608 3,853 14,992

CV% 18,98 2,44 1,04 6,04 33,00

Regressão ** ns ** ns ns

Variaveis Equação de Regressão R² Efeito

Umidade Ŷ = 111,4610-312,2721x+65,4141x2 0,95 Quadrático

pH Ŷ = 12,0161-10,1599x +7,2250x2 0,13 Quadrático

CV%: coeficiente de variação. *, ** e ns efeito linear e quadrático (p<0.05) e não

significativo, respectivamente.

(A)

(B)

Figura 3. Umidade da cama (A) e pH (B) aos 42 dias de idade de frango de

corte submetidos a diferentes níveis de metionina+cistina digestível

20.667 20.660

19.697

23.355

27.605

Ŷ = 111.4610-312.2721x+265.4141x2

(R² = 0.95) 15.00016.00017.00018.00019.00020.00021.00022.00023.00024.00025.00026.00027.00028.00029.00030.000

0.514 0.585 0.656 0.727 0.798 0.869

Um

idad

e d

a C

am

a %

Níveis de Met+Cis

8.678 8.557

8.697

8.137

8.608

Ŷ = 12.0161-10.1599x +7.2250x2

(R² = 0.13)

1.0002.0003.0004.0005.0006.0007.0008.0009.000

10.00011.00012.00013.00014.000

0.514 0.585 0.656 0.727 0.798 0.869

pH

na c

am

a %

Níveis de Met+Cis

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Observou-se efeito (p<0,05) quadrático para o (pH) Ŷ=12,0161-

10,1599x+7,2250x2

(R²=0,13) e para a umidade na cama Ŷ=111,4610-

312,2721x+265,4141x2, (R² = 0,95), aos 42 dias de criação, aumentando até o nível de

0,703% e 0,588% de metionina+cistina respectivamente (Tabela 4 e Figuras 3A e B

respectivamente).

Cama com índice de umidade abaixo de 20% resulta em aumento da

concentração de poeira no interior da instalação, afetando o sistema respiratório das

aves, predispondo ao surgimento de infecções. Por outro lado, o excesso de umidade da

cama, ou seja, índice acima de 35% pode causar problemas de saúde e bem estar nas

aves, aumento da incidência de lesões no peito, queimaduras na pele, pododermatites,

condenações e perda da qualidade nas carcaças 47, 11, 12, 48

.

Não houve influencia dos níveis de Met+Cis digestíveis (p>0,05) na excreção

de nitrogênio, concentração de amônia e temperatura da cama ao 42º dia de criação.

No presente estudo, observou-se aumento da temperatura da cama ao longo do

período de avaliação. Este aumento na temperatura da cama está relacionado com o

tempo que as aves gastam deitadas à medida que envelhecem. A concentração de

amônia na cama, não foi afetada (p>0,05) em nenhum dos períodos avaliados, devido

provalvemente, pela qualidade do galpão (pressão negativa). Contudo, a volatilização de

amônia aumentou gradualmente com a idade das aves. Esta concentração aumentada de

amônio na cama provavelmente está relacionada as excreções produzidas com o

aumento da idade da ave, umidade e alcalinidade do pH da cama.

CONCLUSÕES

A temperatura da cama e a concentração do gás amônia não foram

significativamente afetadas em nenhuma das fases avaliadas. Os diferentes tratamentos

exerceram efeitos sobre a umidade da cama e pH em cada fase avaliada. O teor de

nitrogênio foi significativamente afetado até o 14º dia, mas não nos períodos restantes

de criação, sugerindo que a excreção de nitrogênio aumenta com o aumento dos níveis

de met+cis digestíveis na dieta até o 14º dia.

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DECLARAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

Este estudo foi realizado em estrita conformidade com as recomendações do

Guia para o Cuidado e Uso de Animais de Laboratório do National Institutes of Health.

O protocolo dos procedimentos com uso de animal experimental foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade Federal do Goiás (Goiás,

Brasil), sob o número 010/2015.

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CAPÍTULO 5 - BIOEFICÁCIA DA METIONINA HIDROXI-

ANÁLOGO DE SAL DE CÁLCIO (MHA-CA) EM COMPARAÇÃO

À DL-METIONINA EM FRANGOS DE CORTE

RESUMO: Dois experimentos foram conduzidos com o objetivo de avaliar a

bioeficácia da metionina hidroxi-análogo sal de cálcio (MHA-Ca 84%) em comparação

com a DL-metionina (DLM 99%) em frangos de corte. Na fase de 1 a 21 dias de idade

(experimento I), e 22 a 42 dias de idade (experimento II), foram utilizados 1.728

frangos de corte, machos, da linhagem comercial Cobb 500® com peso médio inicial de

46g e 1.155g, respectivamente, em cada fase avaliada. Adotou-se um delineamento

inteiramente casualizado, com (9 tratamentos e 6 repetições) de 32 aves por unidade

experimental. Para os dois experimentos, as fontes de metionina foram suplementadas

numa dieta basal (deficiente em Met + Cis). Foi avaliado o peso corporal, o ganho de

peso, o consumo de ração e a conversão alimentar. Os dados foram analisados por

ANOVA e análise de regressão simultânea foi usada para determinar a bioeficácia

baseada no peso corporal e na conversão alimentar em ambos os experimentos. A DLM

quando suplementado em 65% da quantidade de MHA-Ca 84%, promoveu o mesmo

desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte de 1 a 21 e 22 a 42 dias de

idade. Adotando o método de regressão exponencial e usando a DLM 99% como

padrão, as médias de bioeficácia para MHA-Ca para ganho de peso e conversão

alimentar foram 65% e 22% na fase de 1 a 21 dias, e 41% e 58% na fase de 22 a 42 dias.

Palavras-chave: aves, aminoácidos, desempenho, fontes de metionina

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ABSTRACT: Two trials were conducted for evaluating the bioefficacy (BE) of

methionine hydroxyl analogue calcium salt (MHA-Ca 84%) compared to DL-

methionine (DL-Met 99%) in broiler chicken. From 1 to 21 days (trial I), and 22 to 42

days (trial II), 1,728 male broilers (Cobb 500) with 46 and 1155 grs respectively for

each phase were used. A completely randomized design was used, with (9 treatments

and 6 replications) of 32 birds per experimental unit. For the both trials, the methionine

sources were supplemented in a basal diet (met+cys deficient). Body weight (BW),

weight gain (WG), feed intake, (FI) feed conversion ratio (FCR) were analyzed by

ANOVA, and simultaneous regression analysis were used to determine the bioefficacy

based on body weight and feed conversion. DLM when it supplemented in 65% of the

amount of MHA-Ca 84%, promoted the similar performance and carcass yield of broiler

chickens from 1 to 21 and 22 to 42 days of age. DL-met 99% as standard, the BE means

for MHA-Ca for WG and FCR were 65% and 22% for 21 days, and 41% and 58% for

42 days.

Keywords: amino acids, methionine sources, performance, poultry

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101

INTRODUÇÃO

A metionina é um aminoácido sulfurado essencial e primeiro limitante em dietas

para frangos de corte a base de milho e farelo de soja1-5

. Muitos trabalhos comprovam a

participação da metionina no crescimento, como doadora de grupos metil, tendo

importante papel como precursor da glutationa, da taurina e da cisteína, na resposta

imune e na síntese proteíca 6-11.

Uma das principais fontes de metionina cristalina mais

utilizada nas formulações de dietas para frango de corte é a DL-metionina com 99% de

atividade de metionina. Todavia, outros compostos (análogos de metionina) também são

utilizados Elwert et al.12

, como a metionina hidroxi-análoga encontrados na forma

líquida (DL-MHA-FA 88%) e na forma pó (DL-MHA-Ca 84%). A bioeficácia dessas

fontes de metionina tem gerado discussão quando comparada a DL-Met como fonte de

metionina cristalina padrão12-14

.

De acordo com Littell et al.15

, a maneira mais precisa para descrever a

bioeficácia com base nas respostas de desempenho de frangos de corte seria a aplicação

do modelo de regressão exponencial simultânea. Nos trabalhos conduzidos por Payne et

al.1; Elwert et al.

12; Sauer et al.

16; Sangali et al.

17 também utilizaram estes modelos para

determinar a bioeficácia dos análogos de metionina em relação à DL-Met.

Assim, o presente estudo, teve por objetivo determinar a bioeficácia da fonte

MHA-Ca 84% em comparação com a DL-metionina 99%, na fase inicial e de

crescimento de frangos de corte, utilizando as médias de ganho de peso e conversão

alimentar e os métodos de determinação por regressão linear e exponencial simultânea

como sugerido por Littell et al.15

.

MATERIAL E MÉTODOS

Dois experimentos foram conduzidos no período de março a maio de 2015 no

Aviário Escola do Departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária e Zootecnia da

Universidade Federal de Goiás em Goiânia, Brasil (latitude 16º40’43”S, longitude

49º15’14”W e altitude de 749m). Em cada ensaio realizado nas fases de 1 a 21 dias de

idade (experimento I), e de 22 a 42 dias de idade (experimento II), foram utilizados

1.728 frangos de corte, machos, da linhagem comercial Cobb 500® com peso médio

inicial de 46g e 1.155g, respectivamente. As aves de ambos os experimentos foram

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distribuídas uniformemente em delineamento inteiramente casualizado, com nove

tratamentos e seis repetições de 32 aves por unidade experimental.

As aves foram alojadas em 54 boxes medindo 1,80 x 1,60 (2,88m²) com cama de

casca de arroz, montados na área central do galpão comercial com 12m L x 125m C

(1.500m²), galpão do tipo pressão negativa com sete exaustores, sistema de nebulização

e entrada de ar com placa evaporativa. As muretas laterais de alvenaria de 0,40 m e tela

de arame de 2,80 m de altura, pé direito de 3,20 m e orientação leste-oeste. A densidade

de alojamento em cada boxe foi de 14 aves/m² (32 aves/boxe).

Cada boxe continha uma linha com 10 bebedouros do tipo “nipple” e um

comedouro tubular infantil até o sétimo dia de idade e um adulto dos oito aos 42 dias de

idade. A relação de comedouro e bebedouros por número de aves foram de 1:32 e 1:3,

respectivamente. As aves foram vacinadas no incubatório contra a doença de Marek, e

aos 14 dias de idade foram vacinadas contra a doença de Gumboro, via água de bebida.

Em todo o período experimental, as aves receberam ração e água, ad libitum, e foram

criadas, seguindo as recomendações de iluminação, temperatura, umidade e manejo de

acordo com o Guia de Manejo de Cobb-Vantress18

.

Em ambas as fases, as dietas basais foram formuladas para atender às exigências

nutricionais das aves, e seguindo as recomendações nutricionais da empresa fornecedora

da ração, com base nas exigências propostas por Rostagno et al.19

(Tabela 1). As rações

basais não receberam adição de nenhuma das fontes de metionina, e consequentemente

apresentou o menor nível de metionina + cistina, proveniente somente dos ingredientes

utilizados na ração. As dietas à base de milho e farelo de soja, para ambos os

experimentos, foram isocalóricas e isoprotéicas, variando apenas os níveis de metionina

+ cistina e as fontes de metionina. As fontes de metionina usadas foram: DL-metionina

99% e Metionina Hidroxi-Análogo Sal de Cálcio (MHA-Ca 84%).

Foram elaborados quatro níveis de suplementação de MHA-Ca para atingir 30,

70, 100 e 130% das exigências de Met+Cis desejados. As inclusões de DL-metionina

foram realizadas com 65 partes de cada inclusão de MHA-Ca nos respectivos

tratamentos. Assim, o objetivo foi avaliar a substituição de MHA-Ca por 65 partes de

DLM em diversos níveis de exigências de Met+Cis.

A ração basal (sem metionina) foi suplementada com MHA-Ca (0,137; 0,319;

0,456; 0,593% ) e com DL-metionina (0,089; 0,207; 0,296; 0,385%) na fase de 1 a 21 e

na fase de 22 a 42 dia de idade suplementou com (0,105; 0,246; 0,351; 0,456 e 0,068;

0,160; 0,228; 0,297% de MHA-Ca e DL-metionina, respectivamente).

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O período experimental foi dividido em duas fases: inicial (1 a 21 dias –

Experimento I) e crescimento (22 a 42 dias de idade – Experimento II), pois o trabalho

possuía a finalidade de avaliar a bioeficácia nas duas diferentes fases de criação. Para

evitar um possível efeito cumulativo das fontes de aminoácido, as aves utilizadas na

fase inicial não foram às mesmas da fase de crescimento, para evitar respostas residuais

na fase seguinte.

A descrição dos tratamentos segue abaixo:

T1- Dieta Basal – isenta de qualquer inclusão de metionina cristalina

T2- T1+ MHA-Ca para atingir 30% da exigência de M+C

T3- T1+ MHA-Ca para atingir 70% da exigência de M+C

T4- T1+ MHA-Ca para atingir 100% da exigência de M+C

T5- T1+ MHA-Ca para atingir 130% da exigência de M+C

T6- T1+ 65% de DLM da inclusão de MHA-Ca do T2

T7- T1+ 65% de DLM da inclusão de MHA-Ca do T3

T8- T1+ 65% de DLM da inclusão de MHA-Ca do T4

T9- T1+ 65% de DLM da inclusão de MHA-Ca do T5

Tabela 1. Composição das dietas basais (Experimentos I e II)

Ingredientes (%) Fase inicial Fase de crescimento

(1 a 21 dias) (22 a 42 dias)

Milho (%) 62,74 68,62

Farelo de soja 45.5% (%) 28,06 18,65

Farinha de carne e osso 44% (%) 2,80 1,80

Farinha de vísceras de aves (%) 4,00 5,00

Gordura de aves (%) 0,20 1,53

Sal (%) 0,34 0,29

Calcário calcítico 37% (%) 0,63 1,00

DL-Metionina 99% (%) 0,00 0,00

Lisina liquida 64% - 0,37

Biolys 70% (%) 0,28 -

L- Treonina 98% (%) 0,11 0,09

Colina 75% (%) 0,07 0,05

Aditivos (%) 0,10 0,27

Enzima 0,07 -

Sulfato de cobre 0,03 -

Promotor de crescimento 0,01 -

L-Valina (%) 0,04 -

Bicarbonato de sódio 0,05 -

Suplemento mineral (%) 0,05 0,05

Suplemento vitamínico (%) 0,05 0,05

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Inerte - 2,22

Total (%) 100 100

Composição Calculada

Energia metabolizavel (kcal/kg) 3,109 3,300

Proteína bruta (%) 21,803 20,217

Cálcio (%) 0,952 0,903

Metionina digestivel (%) 0,602 0,526

Metionina + Cistina digestivel (%) 0,564 0,527

Lisina digestivel (%) 1,190 1,058

Sodio (%) 0,201 0,190

Cloro (%) 1,598 1,399 1Suplemento mineral por kg de ração (Mineral mix): Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co,2 g; I, 1 g; veículo

q.s.p., 500 g. 2Suplemento vitamínico por kg de ração (Protein mix): Vit. A - 15.000.000 Ul, Vit. D3 - 1.500.000 Ul,

Vit. E - 15.000 Ul, Vit. B1 - 2,0 g, Vit. B2 - 4,0 g, Vit B6 - 3,0 g, Vit. B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico (Nicotinic

acid) - 25 g, Ácido pantotênico (Pantothenic acid) - 10 g, Vit. K3 - 3,0 g, Ácido fólico (Folic acid) - 1,0 g, Bacitracina

de zinco (Zinc bacitracin) - 10 g, Selênio (Selenium) - 250 mg, veículo q.s.p. - 1.000 g.

Foi avaliado o desempenho acumulado aos 7º, 14º e 21º dias de idade no

experimento I e 22º, 28º, 35º e 42º dias de idade no experimento II. Para isso foi

conduzida a pesagem das aves e das rações e registrado o peso das aves mortas

diariamente. As variáveis analisadas foram o peso final, ganho de peso, consumo de

ração e conversão alimentar.

O ganho de peso foi obtido com a pesagem das aves no início e final de cada

período experimental. O consumo de ração foi determinado subtraindo-se a sobra da

quantidade ofertada. A conversão alimentar foi obtida a partir do consumo médio de

ração e do ganho médio de peso das aves, em cada período. A conversão alimentar foi

corrigida considerando-se a mortalidade ocorrida durante a semana, segundo Sakomura

& Rostagno20

.

Aos 21 e 42 dias de idade, duas aves de cada repetição, sendo 12 por tratamento,

foram separadas com base no peso médio da parcela, identificadas e submetidas a um

jejum alimentar de oito horas, com livre acesso a água e posteriormente abatidas.

As aves foram sacrificadas no abatedouro experimental da UFG seguindo a

seguinte sequência: pesagem da ave viva, insensibilização, sangria, pesagem pós-

sangria, escaldagem, depenamento, pesagem e retirada dos órgãos digestivos para

obtenção do peso absoluto e avaliação do rendimento de (coração, fígado sem vesícula

biliar e moela em relação ao peso vivo em jejum). Da moela, foi removida toda a

gordura aderida, seu conteúdo e a membrana coilina.

Os parâmetros avaliados foram: percentual de penas (g/ave), peso da carcaça

(g/ave), rendimento de carcaça e cortes (%) assim como o percentual de gordura

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abdominal (%). Aos 42 dias de idade foi retirada a gordura abdominal, que foi

considerada como tecido adiposo em torno da cloaca, da moela, do proventrículo, da

bursa de fabricius e dos músculos abdominais adjacentes, conforme descrito por Smith

21. Retiraram-se os pés e a cabeça + pescoço e fez-se a pesagem da carcaça. Por fim,

foram retirados o peito, as coxas + sobrecoxas (C+S) e as asas, que foram pesados

separadamente. Para evitar erros, somente uma pessoa treinada fez a retirada da gordura

e outra, os cortes de peito, (C+S) e asas.

Para determinar o percentual de penas as aves foram pesadas antes e depois da

retirada das penas e, pela diferença, foi determinado o conteúdo das penas (gramas) de

cada ave dentro de cada repetição e por tratamento. Para calcular o rendimento de

penas, foi considerado o peso absoluto das penas, em relação ao peso vivo das aves em

jejum.

Para o cálculo do rendimento de carcaça não resfriada, foi considerado o peso da

carcaça eviscerada, (sem os pés, cabeça + pescoço e gordura abdominal), em relação ao

peso vivo das aves em jejum, assim como, o rendimento dos órgãos digestivos e

gordura abdominal. Para rendimento dos cortes, foi considerado o peito inteiro (com

pele e ossos), pernas (coxa e sobrecoxa com pele e ossos) e asas, calculados em relação

ao peso da carcaça eviscerada.

Os dados foram submetidos à análise de variância. Para as comparações de

médias utilizou-se teste de Tukey com nível de significância de 5%. Homogeneidade

das variâncias (Teste de Bartlett) e normalidade dos resíduos (Shapiro - Wilk) foram

considerados. A bioeficácia relativa das fontes de metionina foi determinada utilizando-

se a DL-metionina 99 % como padrão. Os valores de bioeficácia relativa da MHA-Ca

em relação à DLM, para as variáveis de desempenho foram estimados por meio de

modelo de regressão exponencial simultâneo (para as respostas não-linear) de acordo

com a equação 1, e por modelo de regressão linear simultâneo (para resposta linear) de

acordo com a equação 2, como sugerido por Littell et al. 15

. Para às analises foi utilizado

o programa R Core Team 22

.

Equação 1: y= a + b (1-e (c

1x1 + c

2x2

))

Em que: y= critério de desempenho, a= desempenho obtido com a dieta basal

(intercepto), b = resposta assintótica (diferença entre “a” e assíntota), a + b = assíntota

comum (nível de desempenho máximo), c1, c2 = coeficiente de inclinação para a DLM

e MHA-Ca, respectivamente e x1 e x2 = níveis dietéticos de DLM e MHA-Ca,

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respectivamente. De acordo com Littell et al.15

, o valor de bioeficácia da MHA-Ca em

relação a DLM é dado pela razão do coeficiente de regressão c2/c1.

Equação 2: y= a + (b1x1 + b2x2)

Em que: y= critério de desempenho, a = desempenho obtido com a dieta basal

(intercepto-y), b1 e b2 = coeficiente de regressão para DLM e MHA-Ca

respectivamente, e x1 e x2 = níveis dietéticos de DLM e MHA-Ca respectivamente. De

acordo com Littell et al.15

, o valor de bioeficácia da MHA-Ca em relação a DLM é dado

pela razão do coeficiente de regressão b2/b1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No alojamento, o peso médio inicial dos pintos na fase inicial foi de 46g. No

período de 1 a 7 dias de idade verificou-se que as aves alimentadas sem as fontes de

metionina (ração basal) apresentaram menor média de peso e ganho de peso (p<0,05)

quando comparado com as dietas suplementadas com qualquer fonte de metionina

(Tabela 2). Com este resultado demonstra-se que rações com deficiência em metionina

resultam em depressão no desempenho de pintos na primeira semana de vida.

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Tabela 2. Desempenho de frangos de corte, de 1 a 7 e de 1 a 21 dias de idade, alimentados com

ração suplementados com diferentes fontes de metionina

Médias na mesma coluna, seguidas de letras distintas diferem significativamente (p<0,05) pelo teste de Tukey.

CV% = coeficiente de variação.

A suplementação de metionina no período de 1 a 21 dias incrementa o

desempenho produtivo de frangos de corte, quando comparados à dieta basal (Tabela 2).

Frangos alimentados com a ração basal apresentaram (p<0,05) aos 21 dias de idade, o

menor peso e ganho de peso médio, menor consumo de ração e piora na conversão

alimentar quando comparado com a média de cada fonte de metionina.

Fontes de metionina Peso médio (kg) Ganho de peso (kg)

7° dia 21° dia 1 a 7 dias 1 a 21 dias

T1 - Basal 0,158b 0,895

c 0,112

b 0,849

d

T2 - MHA-Ca 30% M+C 0,170a 0,977

ab 0,124

a 0,938

bc

T3 - MHA-Ca 70% M+C 0,170a 0,989

ab 0,124

a 0,943

ac

T4 - MHA-Ca 100% M+C 0,173a 0,994

ab 0,127

a 0,948

ac

T5 - MHA-Ca 130% M+C 0,173a 0,965

b 0,127

a 0,919

c

T6 - 65%DLM do MHA T2 0,175a 0,973

ab 0,128

a 0,936

bc

T7 - 65%DLM do MHA T3 0,171a 0,998

ab 0,125

a 0,952

ac

T8 - 65%DLM do MHA T4 0,177a 1,013

a 0,131

a 0,978

a

T9 - 65%DLM do MHA T5 0,176a 1,010

ab 0,130

a 0,964

ab

CV% 2,26 2,33 3,11 2,04

P <0,001 <0,001 <0,001 <0,001

Consumo de ração (kg/aves) Conversão alimentar (kg/kg)

1-7 dias 1-21 dias 1-7 dias 1-21 dias

T1 - Basal 0,132 1,188

b 1,173

a 1,396

a

T2 - MHA-Ca 30% M+C 0,141 1,260

a 1,141

ab 1,350

b

T3 - MHA-Ca 70% M+C 0,143 1,247

a 1,138

ab 1,320

bd

T4 - MHA-Ca 100% M+C 0,144 1,285

a 1,114

ab 1,343

bc

T5 - MHA-Ca 130% M+C 0,143 1,234

ab 1,148

ab 1,337

bd

T6 - 65%DLM do MHA T2 0,139 1,253

a 1,083

ab 1,333

bd

T7 - 65%DLM do MHA T3 0,140 1,258

a 1,082

ab 1,304

cd

T8 - 65%DLM do MHA T4 0,141 1,259

a 1,076

ab 1,300

d

T9 - 65%DLM do MHA T5 0,137 1,277

a 1,053

b 1,301

cd

CV% 4,79 2,48 5,11 1,60

P 0,107 <0,001 0,008 <0,001

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O consumo de ração (Tabela 2) não apresentou diferença (p>0,05), para as

fontes de metionina, entretanto a dieta basal e MHA-Ca 130% Met+Cis apresenta

menor (p<0,05) consumo de ração. As deficiências de metionina deprimem a ingestão

de alimento em frango de corte, visto o desequilíbrio de aminoácidos23

. As adições de

ambas as fontes melhoraram (p<0,05), significativamente, a conversão alimentar, o peso

e o ganho de peso em relação à dieta basal. Resultado semelhante aos de Sangali et al.24

,

que também encontraram melhor desempenho com adição de MHA e DLM na dieta em

relação aos frangos alimentados com a dieta basal.

Observou-se que, ao comparar os níveis de suplementação das fontes de

metionina, não houve diferença (p>0,05) para o peso corporal, ganho de peso, consumo

de ração e conversão alimentar, portanto, a DL-metionina na razão 65 partes do MHA-

Ca pode ser utilizada no período de 1 a 21 dias de idade do frango sem comprometer o

desempenho zootécnico. Pode sugerir ainda, que o objetivo da dieta basal, deficiente em

met+cis, foi alcançado, de acordo com Lemme et al.25

, ao sugerirem que essa

deficiência é essencial para detectar diferenças na biodisponibilidade de fontes de

metionina na dieta.

Os dados obtidos para percentual de penas, desenvolvimento de órgãos

digestivos e linfóides de frangos de corte, no período de 1 a 21 dias, alimentados com

dietas, contendo diferentes fontes e níveis de metionina na ração, são apresentados na

Tabela 3. As fontes de metionina não influenciaram (p>0,05) os pesos absolutos e

relativos das pernas e dos órgãos digestórios e linfoides das aves, aos 21 dias de idade.

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Tabela 3. Pesos absolutos e relativos dos órgãos e penas de frangos de corte aos 21 dias de

idade, alimentados com dietas com diferentes fontes de metionina

Fontes de metionina Peso absoluto (g)

Penas Coração Fígado Moela Bursa Baço

T1 - Basal 63,250 5,538 25,042 16,873 1,208 1,048

T2 - MHA-Ca 30% M+C 64,833 5,497 25,642 18,627 1,245 1,098

T3 - MHA-Ca 70% M+C 69,500 5,390 25,803 16,983 1,483 1,022

T4 - MHA-Ca 100% M+C 68,000 5,672 26,028 19,343 1,682 1,142

T5 - MHA-Ca 130% M+C 70,500 5,338 24,517 18,285 1,655 0,937

T6 - 65%DLM do MHA T2 63,833 5,278 24,948 17,243 1,310 1,007

T7 - 65%DLM do MHA T3 65,000 5,375 24,780 19,022 1,458 0,945

T8 - 65%DLM do MHA T4 66,333 5,552 24,750 18,362 1,798 0,932

T9 - 65%DLM do MHA T5 64,667 5,625 26,695 18,688 1,783 0,965

CV% 12,85 9,52 9,60 7,92 32,73 20,58

P 0,816 0,913 0,827 0,031 0,288 0,629

Peso relativo (%)

T1 - Basal 7,135 0,627 2,828 1,907 0,137 0,118

T2 - MHA-Ca 30% M+C 6,953 0,590 2,755 1,995 0,133 0,117

T3 - MHA-Ca 70% M+C 7,185 0,562 2,687 1,768 0,153 0,107

T4 - MHA-Ca 100% M+C 6,987 0,580 2,668 1,987 0,173 0,117

T5 - MHA-Ca 130% M+C 7,557 0,572 2,622 1,958 0,178 0,100

T6 - 65%DLM do MHA T2 6,867 0,563 2,637 1,840 0,142 0,098

T7 - 65%DLM do MHA T3 6,742 0,557 2,567 1,975 0,152 0,098

T8 - 65%DLM do MHA T4 6,782 0,565 2,522 1,875 0,183 0,095

T9 - 65%DLM do MHA T5 6,528 0,572 2,705 1,888 0,178 0,088

CV% 11,73 8,89 8,45 7,04 33,20 22,10

P 0,607 0,413 0,369 0,080 0,579 0,255 Médias na mesma coluna, seguidas de letras distintas diferem significativamente (p<0,05) pelo teste de Tukey.

CV% = coeficiente de variação.

Os resultados de bioeficácia relativa, para as fontes de metionina, referentes à

fase de 1 a 21 dias de idade, para ganho de peso e conversão alimentar, encontram-se

nas Figuras 1A e 1B e Figura 2A e 2B para regressão exponencial simultânea e linear

múltipla, respectivamente.

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110

(A)

(B)

Figura 1. Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio (MHA-Ca) em

relação à DL-Metionina (DLM), com base no ganho de peso (kg), em frangos de

corte, no período de 1 a 21 dias.

A bioeficácia relativa de 1 a 21 dias de idade da fonte MHA-Ca, para ganho de

peso médio (GPM), utilizando regressão exponencial simultânea e regressão linear

múltipla foi 65% e 40% respectivamente, em relação à DL-met.

Para conversão alimentar corrigida (CAc) as análises de regressão exponencial

simultânea e linear múltipla revelou bioeficácia entre a substância de ensaio (MHA-Ca)

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111

e a substância de referência (DLM), tendo sido de 22% e 36%, (Figura 2A e 2B),

respectivamente.

(A)

(B)

Figura 2. Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio (MHA-Ca) em

relação à DL-Metionina (DLM), com base na conversão alimentar (kg/(kg), em

frangos de corte, no período de 1 a 21 dias.

Observa-se que os valores de bioeficácia foram apresentados utilizados os dois

modelos de regressão. Mas no presente trabalho, será considerado apenas o modelo de

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112

regressão exponencial, pois segundo Littel et al.15

, a maneira mais precisa, para

descrever o desempenho em relação à suplementação das fontes de um nutriente, seria

pela regressão exponencial, uma vez que esse modelo determina estimativas imparciais

da bioeficácia entre as substâncias de ensaio e a substância de referência.

Considerando o modelo ideal para se encontrar a bioeficácia do produto com

base no ganho de peso e conversão alimentar a bioeficácia da MHA-Ca em relação à

DLM no presente estudo foi de 65% e 22%, respectivamente. Estes resultados indicam

que a capacidade do fornecimento real de metionina no período de 1 a 21 dias de idade

por parte da MHA-Ca foi inferior a sua concentração que é de 84%.

Em um estudo de revisão, Elwert et al.12

relataram que a bioeficácia relativa

média em frango de corte de 1 a 38 dias de idade da MHA-Ca em comparação com a

DL-met foi abaixo de 84%, o valor que seria esperado das características químicas de

MHA-Ca.

Ao trabalhar com frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, Van Weerden et al.26

observaram que a atividade biológica de DL-MHA-Ca era aproximadamente 81% da

DL-metionina em base equimolar, que era 67% em base do produto comercial, quando

foram testadas em dietas contendo aminoácidos cristalinos. Em estudos comparando-se

a MHA com a DL-met, para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, Sangali et al.24

observaram que a biodisponibilidade foi de 39% da MHA com base no ganho de peso

em relação à DL-metionina e para conversão alimentar foi de 44% da MHA comparada

ao padrão DL-metionina. Considerando todos os parâmetros estudados, os autores

concluíram que a biodisponibilidade relativa da MHA foi de 42% em relação ao DLM

em base de produto.

Aos 42 dias de idade, o desempenho foi melhorado com a adição de ambas as

fontes de metionina em comparação com a dieta basal. Houve diferença (p<0,05) para o

peso médio final, ganho de peso e conversão alimentar. Já para consumo de ração, não

houve diferença (p>0,05) entre os tratamentos (Tabela 4).

Com o consumo semelhante entre os tratamentos pode-se inferir que a dietas

com menor nível de met+cis digestível (dieta basal), parece não ter provocado à

deficiência nutricional severa ao ponto de influenciar o consumo.

Umas das funções da metionina é estimular positivamente o crescimento por

intermédio dos fatores de crescimento ou pela influência que exerce na síntese e

degradação protéica, com isso, uma dieta deficiente em metionina além de reduzir o

ganho de peso e a eficiência alimentar, estimula o consumo de ração, contribuindo com

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113

energia adicional e, consequentemente, ocasionando acréscimo na deposição de gordura

corporal27-30

.

Tabela 4. Desempenho de frangos de corte, de 22 a 42 dias de idade, alimentados com ração

suplementados com diferentes fontes de metionina

Fontes de metionina Peso médio (kg) Ganho de peso (kg)

35° dia 42° dia 22 a 35 dias 22 a 42 dias

T1 - Basal 2,290b 2,930

b 1,135

b 1,774

b

T2 - MHA-Ca 30% M+C 2,378ab

3,070ab

1,224ab

1,915ab

T3 - MHA-Ca 70% M+C 2,392ab

3,088ab

1,239ab

1,922ab

T4 - MHA-Ca 100% M+C 2,427a 3,085

ab 1,274

a 1,931

ab

T5 - MHA-Ca 130% M+C 2,459a 3,125

a 1,305

a 1,971

a

T6 - 65%DLM do MHA T2 2,361ab

3,080ab

1,209ab

1,928ab

T7 - 65%DLM do MHA T3 2,416a 3,115

a 1,259

a 1,957

a

T8 - 65%DLM do MHA T4 2,398a 3,082

ab 1,238

ab 1,923

ab

T9 - 65%DLM do MHA T5 2,449a 3,173

a 1,292

a 2,015

a

CV% 2,22 2,96 4,26 4,89

P <0,001 0,007 <0,001 0,010

Consumo de ração (kg/aves) Conversão alimentar (kg/kg)

22-35 dias 22-42 dias 22-35 dias 22-42 dias

T1 - Basal 2,180 3,543 1,937a 1,972

a

T2 - MHA-Ca 30% M+C 2,175 3,586 1,769bc

1,848b

T3 - MHA-Ca 70% M+C 2,130 3,522 1,719bc

1,769d

T4 - MHA-Ca 100% M+C 2,159 3,540 1,705bc

1,772d

T5 - MHA-Ca 130% M+C 2,170 3,557 1,720bc

1,775 cd

T6 - 65%DLM do MHA T2 2,182 3,550 1,793b 1,837

bc

T7 - 65%DLM do MHA T3 2,171 3,548 1,715bc

1,766d

T8 - 65%DLM do MHA T4 2,118 3,479 1,712bc

1,779 cd

T9 - 65%DLM do MHA T5 2,191 3,575 1,694c 1,765

d

CV% 2,92 2,94 2,94 1,73

P 0,530 0,830 <0,001 <0,001

Médias na mesma coluna, seguidas de letras distintas diferem significativamente (p<0,05) pelo teste de Tukey.

CV% = coeficiente de variação.

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Observando-se a Tabela 5, pode-se notar que a suplementação das fontes de

metionina não influenciaram (p>0,05) o peso absoluto e relativo de penas, coração,

fígado, moela e baço.

Tabela 5. Pesos absolutos e relativos dos órgãos e penas de frangos de corte aos 42 dias de

idade, alimentandos com dietas com diferentes fontes de metionina

Fontes de metionina Peso absoluto (g)

Penas Coração Fígado Moela Bursa Baço

T1 - Basal 142,000 13,793 54,046 35,168 1,584ab

2,453

T2 - MHA-Ca 30% M+C 172,333 12,888 50,422 36,092 1,408ab

2,480

T3 - MHA-Ca 70% M+C 156,600 12,753 55,367 36,068 1,966a 2,477

T4 - MHA-Ca 100% M+C 161,600 13,935 55,804 35,967 1,000b 2,220

T5 - MHA-Ca 130% M+C 165,000 13,450 53,650 36,340 1,308ab

2,457

T6 - 65%DLM do MHA T2 154,167 13,180 56,373 37,567 2,136a 2,652

T7 - 65%DLM do MHA T3 166,667 13,382 58,768 37,665 1,557ab

2,478

T8 - 65%DLM do MHA T4 169,833 13,082 56,058 35,975 1,738ab

2,628

T9 - 65%DLM do MHA T5 182,333 14,592 54,075 36,602 1,736ab

2,902

CV% 13,65 10,32 8,15 9,29 26,50 22,39

P 0,189 0,422 0,206 0,948 0,006 0,731

Peso relativo (%)

T1 - Basal 5,094 0,482 1,812ab

1,225 0,052 0,077

T2 - MHA-Ca 30% M+C 5,830 0,432 1,563b 1,205 0,048 0,085

T3 - MHA-Ca 70% M+C 5,222 0,422 1,823ab

1,192 0,057 0,082

T4 - MHA-Ca 100% M+C 5,445 0,455 1,732ab

1,168 0,032 0,068

T5 - MHA-Ca 130% M+C 5,330 0,445 1,757ab

1,193 0,042 0,082

T6 - 65%DLM do MHA T2 5,242 0,438 1,872ab

1,242 0,057 0,080

T7 - 65%DLM do MHA T3 5,505 0,437 1,907a 1,222 0,050 0,075

T8 - 65%DLM do MHA T4 5,667 0,430 1,840ab

1,182 0,055 0,077

T9 - 65%DLM do MHA T5 5,725 0,472 1,752ab

1,188 0,062 0,095

CV% 13,06 10,80 10,19 9,01 31,38 27,87

P 0,676 0,421 0,093 0,968 0,117 0,721

Médias na mesma coluna, seguidas de letras distintas diferem significativamente (p<0,05) pelo teste de Tukey.

CV% = coeficiente de variação.

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115

Houve influência (p<0,05) somente para o peso absoluto e relativo de bursa de

Fabrício e fígado respectivamente. A metionina está envolvida em

funções imunológicas das aves31

. A bulsa de Fabricius é o órgão linfóide primário, e é

responsável pela criação e manutenção do compartimento de células B em espécies de

aves32,33

. Pesquisa, realizada por Wu et al.31

, mostraram que o peso relativo da bursa em

frangos de corte submetidos a dietas deficientes em metionina foi diminuindo

significativamente.

A maioria dos aminoácidos são degradados no fígado, exceto a leucina,

isoleucina e valina, e no caso dos aminoácidos sulfurados quando em excesso, sofrem a

transaminação nos hepatócitos34

. A presença de aminoácidos excessivos em relação às

necessidades biossintéticas celular ocasiona rápida degradação35

. Esse evento gera uma

série de resíduos que podem ser nocivos ao fígado, comprometendo o seu

desenvolvimento36

.

Os resultados das características de carcaça para a fase de 22 a 42 dias de idade,

encontram-se na Tabela 6. Observou-se que não houve efeito das fontes de metionina

nas características de carcaça (p>0,05), com exceção para peso de asa, por outro lado, a

dieta basal resultou em menor rendimento de carcaça ao comparado com os demais

tratamentos.

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Tabela 6. Rendimento de carcaça e de cortes (%) de frangos aos 42 dias de acordo com as diferentes fontes de

metionina

Fontes de metionina Peso absoluto (g)

Carcaça Peito C + S Dorso Asas GA

T1 - Basal 2047,667 695,400 676,317 443,467 232,483b 64,542

T2 - MHA-Ca 30% M+C 2145,342 718,058 703,350 474,342 249,592ab

56,750

T3 - MHA-Ca 70% M+C 2176,658 753,325 702,958 475,000 245,375ab

57,558

T4 - MHA-Ca 100% M+C 2213,758 781,025 724,475 457,925 250,333ab

60,142

T5 - MHA-Ca 130% M+C 2173,150 745,208 716,850 457,675 253,608ab

69,375

T6 - 65%DLM do MHA T2 2162,692 734,983 705,442 500,700 239,683ab

65,283

T7 - 65%DLM do MHA T3 2204,967 754,608 712,242 481,192 256,925a 61,058

T8 - 65%DLM do MHA T4 2190,600 778,850 713,542 447,750 250,458ab

60,467

T9 - 65%DLM do MHA T5 2186,983 782,183 714,950 479,108 251,908ab

64,817

CV% 4,23 6,50 4,36 9,16 4,87 18,25

P 0,116 0,041 0,329 0,389 0,033 0,627

Peso relativo (%)

T1 - Basal 71,343 34,002 33,012 21,637 11,353 2,252

T2 - MHA-Ca 30% M+C 71,662 33,463 32,813 22,087 11,637 1,902

T3 - MHA-Ca 70% M+C 71,792 34,618 32,298 21,810 11,270 1,895

T4 - MHA-Ca 100% M+C 71,995 35,255 32,738 20,698 11,303 1,955

T5 - MHA-Ca 130% M+C 71,095 34,250 33,002 21,080 11,670 2,267

T6 - 65%DLM do MHA T2 70,374 33,960 32,712 22,610 11,180 2,162

T7 - 65%DLM do MHA T3 71,463 34,197 31,870 21,818 11,667 1,972

T8 - 65%DLM do MHA T4 71,928 35,508 32,603 21,186 11,440 1,983

T9 - 65%DLM do MHA T5 71,470 35,845 32,215 21,907 11,368 2,102

CV% 1,83 5,30 2,79 5,70 3,75 17,66

P 0,624 0,352 0,494 0,352 0,382 0,480

Médias na mesma coluna, seguidas de letras distintas diferem significativamente (p<0,05) pelo teste de Tukey.

CV% = coeficiente de variação

Os resultados de bioeficácia relativa, para as fontes de metionina referentes à

fase de 22 a 42 dias de idade, para ganho de peso, encontram-se nas Figuras 3A e 3B

para regressão linear múltipla e exponencial simultânea respectivamente.

A análise de regressão linear e exponencial simultânea revelou bioeficácia para o

ganho de peso entre a substância de ensaio (MHA-Ca) e a substância de referência

(DLM) do presente estudo, tendo sido de 54% e 41% (Figura 3A e 3B),

respectivamente.

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(A)

(B)

Figura 3. Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio (MHA-Ca) em

relação à DL-Metionina (DLM), com base no ganho de peso em frangos de corte no

período de 22 a 42 dias.

Para conversão alimentar as análises de regressão linear e exponencial

simultânea revelaram bioeficácia relativa da MHA-Ca em relação à DLM de 64% e

58% em uma base do produto (Figura 4A e 4B), respectivamente.

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(A)

(B)

Figura 4. Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio (MHA-Ca) em

relação à DL-Metionina (DLM), com base na conversão alimentar em frangos de

corte no período de 22 a 42 dias.

Considerando o modelo ideal para se encontrar a bioeficácia do produto com

base no ganho de peso e conversão alimentar a bioeficácia da MHA-Ca em relação à

DLM foi de 41% e 58% respectivamente. Em um estudo de revisão que foi comparando

a MHA - Ca com a DL-met, em frangos de 1 a 42 dias de idade, Elwert et al.12

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observaram bioeficácia média de 63% em base do produto. Avaliando a bioeficácia da

(MHA) em relação à DL-Met, Sangali et al.17

encontraram bioeficácia para MHA de

52% da DLM, para ganho de peso, e 57% para conversão alimentar.

Em conclusão, ambos os experimentos, o desempenho foi melhorado em todos

os tratamentos, independentemente da fonte de metionina, em relação aos frangos

alimentados com a dieta basal. A DLM quando suplementado em 65% da quantidade de

MHA-Ca 84%, promoveu o mesmo desempenho e rendimento de carcaça de frangos de

corte de 1 a 21 e 22 a 42 dias de idade. Tal fato mostra que a substituição de 100 partes

de MHA-Ca por 65 partes de DL-metionina não compromete o desempenho em

qualquer situação em que as aves foram criadas, ou seja, abaixo ou acima das exigências

de metionina+cistina. Adotando o método de regressão exponencial e usando a DLM

99% como padrão, as médias de bioeficácia para MHA-Ca para ganho de peso e

conversão alimentar foram 65% e 22% na fase de 1 a 21 dias, e 41% e 58% na fase de

22 a 42 dias.

DECLARAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

Este estudo foi realizado em estrita conformidade com as recomendações do

Guia para o Cuidado e Uso de Animais de Laboratório do National Institutes of Health.

O protocolo dos procedimentos com uso de animal experimental foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade Federal do Goiás (Goiás,

Brasil), sob o número 010/2015.

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CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na nutrição de frangos de corte, existe constantemente a introdução e/ou a

reintrodução de ingredientes essenciais usados nas formulações de rações importantes

para proporcionar os bons resultados zootécnicos que as aves vêm apresentando na

atualidade. A reintrodução da MHA-Ca 84% é exemplo, sendo com isso, fundamental a

realização de estudos sobre a sua eficiência relativa quando adicionando na ração de

frangos de corte, uma vez que, a mesma será substituída pela fonte de metionina mais

convencional e com maior atividade de metionina que existe (DL-Metionina 99%).

A metionina é o aminoácido mais limitante nas rações avícola a base de milho e

farelo de soja, desepenhando inúmeras funções no organimos. Devido ao seu papel

fundamental no crescimento e no sistema imunológico de frangos de corte, trabalhos

devem ser constantemente realizados para avaliar a exigência das aves, em função

principalmente, de alterações ocorridas nas linhagens genéticas ao longo dos anos, mas

também devido a outros fatores como desafios sanitários, ambiência, dentre outros.

As análises hematológicas e bioquímicas serícas podem servir como

ferramentas importantes para auxiliar no monitoramento da sanidade das aves, no

diagnóstico de doenças e também no entendimento da relação entre nutrição x patologia

clínica. Como resultado da precepção desta pesquisa, tem-se que novos desafios podem

ser futuras pesquisas como analisar os valores de homocisteína nosangue de frangos de

corte alimentados com dietas com diferentes níveis de metionina.

Em países de clima quente como o Brasil, que é um dos maiores produtores

de carne de frango no mundo, há poucos estudos sobre a relação entre níveis de

aminoácidos sulfurados e as condições ambientais no interior das instalações, e sabendo

que as emissões de poluentes para a atmosfera e a quantidade de resíduos produzidos,

assim como, o uso de rações desbalanceadas tornou-se um problema sério na indústria

avicola as, pesquisas em prol de avaliar as condições da cama e do ar dos aviários, deve

ser intensificadas, para garatim com isso, alimentos com padrões de qualidade,

produzidos a baixo custo e de forma sustentável.

Embora os efeitos de metionina dietéticas sobre o desempenho e rendimento de

carcaça de frangos de corte tenham sido bem documentados, as informações sobre seus

efeitos nos metabolitos do sangue e na qualidade da cama, assim como, da bioeficácia

das diferentes fontes de metionina sintentica e natural disponível no mercado são

limitados, sendo com isso, um campo abrangente e complexo para futuras pesquisas.

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ANEXO

FICHA DE APROVAÇÃO NO CONSELHO DE ÉTICA – CEUA

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