UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
NÍVEIS E FONTES DE METIONINA NA NUTRIÇÃO DE
FRANGOS DE CORTE
Genilson Bezerra de Carvalho
Orientador: Prof. Dr. Marcos Barcellos Café
GOIÂNIA
2017
ii
iii
GENILSON BEZERRA DE CARVALHO
NÍVEIS E FONTES DE METIONINA NA NUTRIÇÃO DE
FRANGOS DE CORTE
Tese apresentada para obtenção do título de
Doutor em Zootecnia junto à Escola de
Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal
de Goiás
Área de Concentração:
Produção Animal
Linha de Pesquisa:
Alimentação, metabolismo e forragicultura na
produção e saúde animal
Orientador:
Prof. Dr. Marcos Barcellos Café-UFG
Comitê de orientação:
Prof. Dr. José Henrique Stringhini-UFG
Profa. Dra. Fabyola Barros de Carvalho-UFG
GOIÂNIA
2017
iv
v
vi
A Deus, à minha família, a todos
aqueles que, um dia, foram meus
professores, aos amigos (as)
DEDICO.
vii
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor Deus e Pai pela vida, pela proteção, que esteve comigo em todos os
momentos, dando-me todos os dias coragem, sabedoria e forças ao longo dessa jornada;
Aos meus pais Maria Bezerra de Carvalho e Felix Ferreira de Carvalho pelo
amor, incentivos e por sempre apoia meus estudos. Essa vitória também é de vocês;
A minha Avó Antônia Araujo pelo amor, incentivos e apoio e por está sempre
motivada, alegre e orientando a fazer o que é certo. Essa vitória também é sua.
A meus irmãos Giliard, Juliene, Julierme e Lidiane pela amizade e incentivos e
por mesmo estado distante sempre acreditaram em mim;
A minha esposa, Maiany Gonçalves de Carvalho, pelo amor, paciência,
incentivo, pelas motivações e apoio constante. Sempre inteligente, atenciosa e dedicada;
À UFG pela oportunidade de realização do curso e pela viabilização dessa
pesquisa em especial ao Setor de Avicultura. Sinto muito orgulho de ser discente dessa
instituição de ensino. Fui muito bem recebido na UFG;
Ao meu orientador, professor Dr. Marcos Barcellos Café, pela amizade,
ensinamentos e sugestões, pela confiança, atenção, compreensão, incentivos e conselhos
e pela simplicidade. Sempre tem uma ideia e uma rápida solução. Serei eternamente
grato pelo apoio, oportunidades e por acreditar em mim;
Ao professor Dr. José Henrique Stringhini, pela amizade, ensinamentos,
colaboração e sugestões. Sempre tem uma sugestão;
A professora Dra. Fabyola Barros de Carvalho, pela amizade, carisma,
sugestões e colaboração, e por esta sempre alegre e à disposição;
Ao professor Dr. Emmanuel Arnhold, pela amizade, pelos ensinamentos e apoio
nas análises estatísticas. Sempre atencioso e dedicado em passar o que sabe de forma
clara e objetivo. Sempre disposto a colaborar;
A professora Dra. Danieli Brolo Martins, pela amizade, sugestões, paciência e
dedicação, sempre otimista, motivada e disciplinada;
A professora Dra. Nadja Susana Mogyca Leandro, pela amizade, carisma e
incentivos;
A Dra. Leilane Rocha Barros Dourado e o Dr. João Batista Lopes pela
amizade, ensinamentos, dedicação, incentivos e motivações;
viii
As empresas Evonik Degussa Brasil e São Salvador Alimentos® pela parceria e
financiamento da pesquisa;
Ao Dr. Roberto Moraes Jardim Filho da empresa São Salvador Alimentos®, e
toda sua equipe, pela amizade, respeito, atenção, oportunidade e confiança em mim
depositada na condução do experimento;
Ao Dr. Nei André Arruda Barbosa da empresa Evonik Degussa Brasil, pela
amizade, atenção, respeito e confiança, pelas sugestões e ensinamentos. Não mediu
esforços e estava sempre a disposição para colaborar com a pesquisa;
Aos alunos da pós-graduação e do grupo de pesquisa, Lindolfo Dorcino, Julyana
Machado da Silva Martins, Poliana Carneiro, Pedro Rezende, Januária Silva
Santos, Raiana Almeida Noleto, Ana Flavia Basso, Debora Carvalho, Laura
Drosghic, pela amizade, dedicação e ajuda durante a pesquisa e pelos momentos de
descontração e alegria tanto nas horas de trabalho, bem como nos momentos de lazer.
Aos alunos de graduação Marcella Fernandes, Billy Noronha, Rafael Faria,
Rafael Camargo, Caio Vinicius, Natiele Ferraz de Oliveira, Lais Montel, Geovane
Chagas, Amanda Ribeiro, Larissa Paula Gomides pela amizade, dedicação e ajuda
na condução da pesquisa;
As alunas de residência do Hospital Veterinário Evelyn Oliveira e Thays
Trentin, pela amizade, paciência e dedicação nas análises de sangue;
À Coordenação da Pós Graduação em Zootecnia Dra. Eliane Sayuri Miyagi pelo
respeito e atenção, e o Sr. Hélio Alves e Gerson Luís pelo respeito e atenção;
Aos Laboratoristas Eder Fernandes e Welton pela amizade e sugestões nas
analise de qualidade de cama;
Aos professores do PPGZ, pelos ensinamentos e atenção;
Aos funcionários do Setor de avicultura, Sr. Charles e a Sr.ª Kelly, pela amizade,
respeito, conselhos, ensinamentos, e colaboração no decorrer do experimento;
Aos funcionários e amigos da UFG/EVZ, Rogerio, Felipe, Marcelo, Elias,
Samuel, Gerson e Sr. Antonio Cornélio, dona Neide pela atenção, respeito e ajuda;
A Capes, pelo apoio financeiro concedido através da bolsa de estudo;
As novas amizades que foram construídas durante o curso no PPGZ;
Aos amigos (as) de Antônio Almeida-Piauí, pelos incentivos e motivações;
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.
ix
Onde não há conselhos fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há
bom êxito.
(Provérbio 15:22)
Em todo trabalho há proveito; meras palavras, porém, levam à penúria.
(Provérbio 14:23)
x
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................... 17
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17
2. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 18
2.1. Fontes de metionina ............................................................................................. 18
2.2. Funções da metionina em frangos de corte .......................................................... 20
2.3. Metabolismo da metionina em frangos de corte .................................................. 22
2.4. Exigência de aminoácidos sulfurados para frangos de corte ............................... 24
2.5. Bioeficácia das fontes de metionina usadas na avicultura ................................... 27
2.6. Influência da metionina no desempenho e rendimentos de carcaça de frangos de
corte............................................................................................................................. 29
2.7. Influência da metionina nos órgãos linfoides, digestivos e nas penas de frangos
de corte ........................................................................................................................ 30
2.8. Influência da metionina dietética nos parâmetros sanguíneos de frangos de corte
..................................................................................................................................... 32
2.9. Influência da metionina dietética na qualidade de cama de frangos de corte ...... 33
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 34
CAPÍTULO 2 - Níveis de metionina + cistina digestível para frangos de corte ............ 43
RESUMO........................................................................................................................ 43
ABSTRACT ................................................................................................................... 44
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 45
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 45
RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 49
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 56
CAPÍTULO 3 - Hematologia e bioquímica sérica de frangos de corte submetidos a
diferentes níveis de aminoácidos sulfurados digestíveis ................................................ 59
RESUMO........................................................................................................................ 59
ABSTRACT ................................................................................................................... 60
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 61
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 62
RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 66
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 73
xi
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 74
CAPÍTULO 4 - Umidade, pH, temperatura, concentração de amônia e excreção de
nitrogênio na cama de frango de corte submetidos a dietas com diferentes níveis de
aminoácidos sulfurados .................................................................................................. 80
RESUMO........................................................................................................................ 80
ABSTRACT ................................................................................................................... 80
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 82
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 83
RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 85
CONCLUSÕES .............................................................................................................. 93
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 95
CAPÍTULO 5 - Bioeficácia da Metionina Hidroxi-Análogo de Sal de Cálcio (MHA-
Ca) em Comparação à DL-Metionina em Frangos de Corte .......................................... 99
RESUMO........................................................................................................................ 99
ABSTRACT ................................................................................................................. 100
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 101
MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 101
RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................. 106
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 120
CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 123
ANEXO.........................................................................................................................124
FICHA DE APROVAÇÃO NO CONSELHO DE ÉTICA – CEUA............................124
xii
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1
Figura 1 - Estrutura química da DL-metionina e dos análogos de metionina. ............... 19
Figura 2 - Metabolismo da metionina resumido. ............................................................ 24
CAPÍTULO 4
FIGURA 1 - Excreção de nitrogênio da cama (A), umidade (B) e pH (C) ao 14 dia
criação de frango de corte submetidos a diferentes níveis de metionina+cistina
digestível. ........................................................................................................................ 87
FIGURA 2 - Umidade da cama (A) e pH (B) ao 28 dia de idade de frango de corte,
submetidos a diferentes níveis de metionina+cistina digestivel. .................................... 90
FIGURA 3 - Umidade da cama (A) e pH (B) ao 42 dias de idade de frango de corte
submetidos a diferentes níveis de metionina+cistina digestível ..................................... 92
CAPÍTULO 5
FIGURA 1 - Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio
(MHA-Ca) em relação à DL-Metionina (DLM), com base no ganho de peso (kg), em
frangos de corte, no período de 1 a 21 dias. ................................................................. 110
FIGURA 2 - Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio
(MHA-Ca) em relação à DL-Metionina (DLM), com base na conversão alimentar
(kg/(kg), em frangos de corte, no período de 1 a 21 dias. ............................................ 111
FIGURA 3 - Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio
(MHA-Ca) em relação à DL-Metionina (DLM), com base no ganho de peso em frangos
de corte no período de 22 a 42 dias. ............................................................................. 117
FIGURA 4 - Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio
(MHA-Ca) em relação à DL-Metionina (DLM), com base na conversão alimentar em
frangos de corte no período de 22 a 42 dias. ................................................................ 118
xiii
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1
Tabela 1 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho regular 25
Tabela 2 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho médio .. 26
Tabela 3 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho superior26
Tabela 4 - Recomendações nutricionais de frangos de corte de acordo com a orientação
nutricional das linhagens ................................................................................................ 26
CAPÍTULO 2
Tabela 1 - Composição percentual e valores nutricionais das dietas experimentais ...... 47
Tabela 2 - Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis sobre o desempenho de
frangos de corte aos 7 e 21 dias de idade ....................................................................... 49
Tabela 3 - Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis sobre o desempenho de
frangos de corte aos 35 e 42 dias de idade ..................................................................... 51
Tabela 4 - Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis sobre o desenvolvimento
dos órgãos digestíveis e penas de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade ............... 53
Tabela 5 - Rendimento de carcaça, peito, coxa + sobrecoxa, asas e gordura abdominal
de frangos de corte, aos 42 dias de idade, alimentandos com dietas com diferentes níveis
de metionina + cistina digestíveis ................................................................................... 54
CAPÍTULO 3
Tabela 1 - Composição percentual e valores nutricionais das dietas experimentais ...... 64
Tabela 2 - Efeitos dos diferentes níveis de metionina + cistina digestível na dieta sobre o
eritrograma de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade ............................................. 67
Tabela 3 - Efeitos dos níveis de met+cis digestível na ração sobre os valores absolutos
(/μL) no leucograma de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade ............................... 68
Tabela 4 - Efeitos dos níveis de met+cis digestível na ração sobre os valores absolutos
(/μL) do plaquetograma de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade .......................... 70
Tabela 5 - Níveis séricos de ácido úrico, albumina, AST, PST, colesterol total, HDL,
LDL e triglicérides no soro de frango de corte aos 21 e 42 dias de idade alimentados
com dietas constituidas com diferentes níveis de metionina + cistina digestíveis ......... 73
xiv
CAPÍTULO 4
Tabela 1 - Composição percentual e valores nutricionais das dietas experimentais ...... 84
Tabela 2 - Umidade, temperatura, pH, nitrogênio e concentração de amônia na cama
aos 14 dia de idade de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis
digestível ......................................................................................................................... 86
Tabela 3 - Umidade, temperatura, pH e concentração de amônia na cama aos 28 dia de
idade de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis digestível ............ 90
Tabela 4 - Umidade, temperatura, pH, nitrogênio e concentração de amônia na cama
aos 42 dias de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis digestível ... 92
CAPÍTULO 5
Tabela 1 - Composição das dietas basais (Experimentos I e II) ................................... 103
Tabela 2 - Desempenho de frango de corte, de 1 a 7 e de 1 a 21 dias de idade,
alimentandos com ração suplementadas com diferentes fontes de metionina .............. 107
Tabela 3 - Pesos absolutos e relativos dos órgãos e penas de frangos de corte aos 21 dias
de idade, alimentandos com dietas com diferentes fontes de metionina ...................... 109
Tabela 4 - Desempenho de frango de corte, de 22 a 42 dias de idade, alimentandos com
ração suplementadas com diferentes fontes de metionina ............................................ 113
Tabela 5 - Pesos absolutos e relativos dos órgãos e penas de frangos de corte aos 42 dias
de idade, alimentandos com dietas com diferentes fontes de metionina ...................... 114
Tabela 6 - Rendimento de carcaça e de cortes (%) de frangos aos 42 dias de acordo com
as diferentes fontes de metionina.................................................................................. 116
xv
RESUMO
A metionina é um aminoácido essencial e o primeiro limitante na alimentação de
frangos de corte. Conhecer a bioeficácia das fontes de metionina e as exigências
nutricionais de metionina+cistina, assim como, o seus efeitos em frangos de corte nas
diferentes fases e condições de criações, faz-se necessário. Assim objetivou-se
determinar a bioeficácia relativa da fonte dietética de metionina hidroxi-análoga sal de
cálcio (MHA- Ca), em comparação a DL-Metionina (DL-met) e a exigência de
metionina+cistina (Met+Cis), e também, seu efeito nos parâmetros sanguíneos e
qualidade de cama nas fases inicial e de crescimento de frangos de corte. Para isso,
foram realizados dois experimentos (I e II), nas fases de 1 a 21 dias e 22 a 42 dias de
idade, utilizando, no total, 3528 pintos de um dia, machos, da linhagem (Cobb-500). No
experimento I, com a finalidade de determinar a bioeficácia da MHA-Ca em
comparação com a DL-Met, foram utilizadas 1728 aves distribuídas em nove
tratamentos – (dieta basal – sem metionina sintética, e quatro níveis de metionina (seis
repetições/32 aves). No experimento II, com a finalidade de determinar a exigência de
Met+Cis, assim como, o seu efeito nos parâmetros sanguíneos e na qualidade de cama,
foram utilizadas 1800 aves distribuídas em cincos tratamentos (seis repetições/30 aves)
sendo 900 na fase inicial e o restante na fase de crescimento. Em ambos os
experimentos utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado. Para os
experimentos I e II, as fontes de metionina (MHA-Ca, DL-Met) e (DL-Met),
respectivamente, foram suplementadas numa dieta basal. As médias de bioeficácia para
MHA-Ca para ganho de peso e conversão alimentar foram 65% e 22% na fase de 1 a 21
dias, e 41% e 58% na fase de 22 a 42 dias. O valor de exigência de Met+Cis digestível
estimado para a fase de 1 a 21 e de 22 a 42 dias de idade, foi de 0,764 e 0,716%
correspondente a uma relação Met+Cis/ Lisina de 64% e 68%, respectivamente. Os
níveis de Met+Cis influenciaram os parâmetros sanguíneos (hemoglobina, relação
heterófilo: linfócitos, monócitos, leucócitos totais, hemácia e hematócritos; ácido úrico,
albumina, PST, colesterol total LDL e TG) e de qualidade de cama (pH, umidade e
nitrogênio excretado) de frangos de corte.
Palavras-chave: bioeficácia, cama de frangos, metionina, exigência nutricional, sangue
xvi
ABSTRACT
Methionine is an essential amino acid and the first limiting factor in broiler feed.
Knowing the bioefficacy of methionine sources and the nutritional requirements of
methionine + cystine, as well as their effects on broilers in the different stages and
conditions of breeding, is necessary. The objective of this study was to determine the
relative bioefficacy of the dietary source of methionine hydroxy analogue calcium salt
(MHA-Ca), compared to DL-methionine (DL-met) and methionine + cystine
requirement (M + C). Its effect on blood parameters and bed quality in the initial and
growth stages of broiler chickens. For this, two experiments (I and II), in the 1 to 21
days and 22 to 42 days of age phases, were performed using a total of 3528 male, one-
day-old broilers of the lineage (Cobb-500). In the experiment I, 1728 birds distributed in
9 treatments - (basal diet - without methionine, and four levels of methionine (6
replicates / 32 birds) were used in order to determine the bioefficacy of MHA-Ca
compared to DL-Met In the experiment II, in order to determine the Met + Cis
requirement, as well as its effect on blood parameters and bed quality, 1800 birds were
used in 5 treatments (6 replicates / 30 birds), of which 900 (MHA-Ca, DL-Met) and
(DL-Met), respectively, were used in experiments I and II, respectively, in the initial
phase and the rest in the growth phase. The mean bioavailability for MHA-Ca for
weight gain and feed conversion was 65% and 22% in the 1 to 21 days phase, and 41%
and 58% in the 22 to 42 days phase. Of digestible M + C requirement, estimated for the
1 to 21 and 22 to 42 days of age, was 0.764 and 0.716% corresponding to a Met + Cys /
lysine ratio of 64% and 68%, respectively. The levels of Met + Cys influenced in some
blood parameters (hemoglobin, heterophilic ratio: lymphocytes and monocytes, total
leukocytes, hemocytes and hematocrits, uric acid, albumin, PST, total LDL cholesterol
and TG) and bed quality And excreted nitrogen) of broiler chickens.
Key words: bioefficacy, blood, methionine, litter chicken, nutritional requirement
17
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1. INTRODUÇÃO
O Brasil ocupa importante papel no ranking mundial da produção e exportação
de carne de frango. No ano de 2015, o país assumiu o segundo lugar mundial na
produção de frangos de corte (produção superior a 13,14 milhões de tonelada) e desde
2004 é o primeiro maior exportador (volume de 4.304 mil toneladas) de carne de
frangos1. Inúmeros são os fatores responsáveis para o sucesso da avicultura brasileira,
entre eles a nutrição. Para garantir este ranking na produção de frango, foram destinadas
em 2015, de janeiro a setembro 24,3 milhões de toneladas de ração2.
Com uma vantagem competitiva como um dos principais produtores mundiais
de milho, soja e outras commodities, o futuro do Brasil como principal produtor de
ração animal está assegurado3.
Na alimentação avícola, o milho e o farelo de soja são os ingredientes que
participam na formulação em maior quantidade na ração, por outro lado, apresentam
baixos níveis de aminoácidos que não atendem as exigências nutricionais das aves,
necessitando a inclusão de aminoácidos cristalinos. Dentre os aminoácidos, destacam-se
os sulfurados como a metionina e a cisteína.
A metionina é um aminoácido essencial, sendo considerado o primeiro limitante
nas dietas para aves a base de milho e farelo de soja4,5
. A metionina participa no
metabolismo das proteínas e é precursora da cisteína, que por sua vez é responsável pela
formação de vários componentes corporais importantes como a cistina, o que justifica o
fato de as recomendações nutricionais serem expressas como metionina+cistina6-9
.
A metionina desempenha papel vital em todas as espécies, e é essencial na
nutrição avícola, pois com esse rápido crescimento, as aves necessitam de uma alta
demanda de aminoácido cristalinos10
. O conteúdo de metionina + cistína nas dietas deve
ser adaptado às exigências das aves para manter o equilíbrio adequado no metabolismo,
com o intuito de estimular o crescimento, maximizar o rendimento de carcaça, cortes,
órgãos, reduzir a gordura da carcaça e promover ingestão alimentar adequada para
minimizar as perdas e deposição de nutrientes na cama, assim como, reduzir os custos
de produção11-14
. O potencial genético dos frangos aumentou significativamente e este
melhor desempenho levou a mudanças nas exigências de aminoácidos15
.
18
A metionina é um aminoácido importante para o sistema imunológico em aves,
para o melhor desempenho e empenamento, é doadora de grupo metil, que são
necessários para várias reações metabólicas tais como a síntese de colina e betaína,
etc.16-18,10
. A adição de metionina em quantidade suficiente na dieta melhora a
imunidade das aves contra diferentes doenças19
. Um meio prontamente disponível e
rápido de conhecer o estado de saúde clínico, nutricional e metabólico de animais em
ensaios alimentares pode ser o uso de análises dos componentes sanguíneos20
. Poucos
trabalhos foram realizados e publicados envolvendo os níveis de metionina+cistína
sobre os parâmetros sanguíneos em frango de corte.
As quatro principais fontes comerciais de metionina sintética usadas na
alimentação de frango de corte são a DL-metionina (DL-Met) em pó ou sua forma
líquida como sal de sódio (DL-metionina-Na), a metionina hidroxi-análoga (MHA) em
pó, como sal de cálcio (MHA-Ca) ou na forma líquida como ácido livre (MHA-FA)21
.
O uso dessas fontes tem gerado discussões sobre a bioequivalência dando início a
diversas pesquisas em todo o mundo22,21,23,24
.
Assim, com o presente estudo, objetivou-se determinar a bioeficácia da MHA-
Ca 84% em comparação com a DL-metionina 99% e avaliar as exigências de
metionina+cistina, sobre os parâmetros sanguíneos e a qualidade de cama de frangos de
corte, na fase inicial e crescimento.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Fontes de metionina
Durante uma investigação bacteriológica em 1922, o patologista John Howard
Mueller isolou a partir dos produtos hidrolíticos da caseína, uma fracção de um novo
aminoácido contendo enxofre que era aparentemente requerido pelas bactérias
Streptococcus hemolítico para um crescimento satisfatório25
. Posteriormente o mesmo
aminoácido foi obtido por outros pesquisadores como S. Odake em 1925 que isolou
0,0001 % a partir de hidrolisados de levedura, Barger e Coyne em 1928 que isolou 0,1-
0,3% e Du Vigneaud e Meyer em 1931 que isolou 0,01 a 0,02%, ambos a partir de
hidrolisado de caseinogénio26
. Esses baixos rendimentos e a natureza laboriosa do
19
isolamento da metionina justificaram Barger e Weichselbaum em 1931, ao concluir que
era mais fácil fazer este aminoácido sinteticamente26
.
Em 1928 o novo aminoácido teve sua fórmula química identificada como (ácido
metil-tiol α-aminobutírico) por George Barger, Frederick Philip Coyne que sugeriram a
John Howard Mueller o nome mais curto de metionina em alusão ao agrupamento
característico25
.
As quatro principais fontes comerciais de metionina sintética usadas na
alimentação de frango de corte são a DL-metionina (DL-Met) em pó ou sua forma
líquida como sal de sódio (DL-metionina-Na), a metionina hidroxi-análoga (MHA) em
pó, como sal de cálcio (MHA-Ca) ou na forma líquida como ácido livre (MHA-FA)21
.
Os análogos diferenciam-se da DL-metionina por possuírem uma molécula de
hidroxila (OH), no lugar do grupamento amino (NH3+), localizado no carbono alfa da
molécula8 (Figura 1). São moléculas estruturalmente distintas com diferentes
características fisiológicas até serem convertidas em L-metionina (forma que é
absorvida)27
.
NH3
+
O
CH3
SOH
O
CH3
S
NH3
+O
-Na
+
DL-metionina 99% DL-metionina – Na 40%
O
CH3
S
OH
OH
O
CH3
S
OH
O-Ca
2+
MHA-FA 88% MHA-Ca 84%
Figura 1 - Estrutura química da DL-metionina e dos análogos de metionina.
Fonte: Adaptado31
.
A DL-Met e a DL-Met-Na são uma mistura racêmica entre as formas D-
dextrógiras (50%) e L- levógiras (50%), entretanto, a DL-Met apresenta 99% e a DL-
Met-Na apresenta 40% de atividade de metionina21,28
. Segundo os fabricantes, MHA-
20
FA apresenta 88% e a MHA-Ca 84% de atividade de metionina29
. A DL-Met 99% pó,
possui 99% de metionina e 1% de impurezas e apresenta fórmula molecular
(C5H11NO2S)30,31
. A DL-Met-Na 40% é um líquido transparente âmbar a castanho claro
que contém, por especificação, um mínimo de 40% de DL-Met e 6,2% de sódio e um
máximo de 53,8% de água com fórmula molecular (C5H11NO2S)Na. A MHA-FA 88%
apresenta uma fração de 18% dímeros, 3% trímeros, 65% de monômeros e 2% de
oligômeros superiores e apresenta fórmula molecular (C5H10O3S). A MHA-Ca 84%, pó,
apresenta 1 a 2% de água e impurezas, 12 a 14% de cálcio e 84 a 86% de monômeros
com fórmula molecular (C5H9O3S)2Ca31
.
Industrialmente, as formas DL-Met em pó e o análogo MHA-FA são as
principais fontes mais usadas de metionina12
. A DL-Met em pó foi a primeira forma a
ser produzida a nível comercial Dow Chemical (Danbury, CT) na década de 1940, e em
1950 a Monsanto (St. Louis, MO) começou a produção em larga escala de MHA32
. A
DL-metionina é produzida principalmente por síntese química a partir de
metilmercaptano, acroleína (um aldeído de carbono) derivado de propileno (um
derivado do petróleo) e cianeto de hidrogênio33, 34
.
Na atualidade, os principais produtores de metionina cristalina são Evonik
Degussa (Alemanha), Novus International (Estados Unidos), Adisseo (França) e
Sumitomo (Japão)25
. Em 2013, o mercado mundial atingiu 600 mil toneladas/ano e a
maior parte da metionina produzida foi utilizada para alimentação animal25
.
2.2. Funções da metionina em frangos de corte
A metionina é um aminoácido sulfurado essencial e o primeiro limitante nas
dietas avícolas a base de milho e farelo de soja4, 35, 36
. Destaca-se por desempenhar
notável papel no metabolismo das proteínas16
. Como um aminoácido essencial, a
metionina interage com outros nutrientes envolvidos no metabolismo proteico12.
A metionina participa da biossíntese de muitas substâncias como creatina,
poliaminas, epinefrina e melatonina37,38
. Doadora de grupo metil, que são necessários
para varias reações metabólicas tais como a síntese de colina e betaína16
. Influencia no
metabolismo lipídico, estimulando o catabolismo oxidativo dos ácidos gordos através
do seu papel na síntese de carnitina12,16, 18, 39
.
21
A metionina atua como precursor da glutationa, um importante antioxidante
celular para o organismo dos animais, ajudando assim a proteger as células contra o
estresse oxidativo e é essencial na regulação da divisão celular40-43
.
No início da década de 1950, foi descoberta a importância da metionina na
alimentação animal25
. A adição do aminoácido metionina na nutrição começou em 1977
com o análogo de hidroxila de metionina líquido, seguido por DL-metionina em pó em
19853.
Como uma intervenção nutricional, a metionina cristalina adicionada à dieta tem
sido explorada como método de melhorar os efeitos das espécies reativas ao oxigênio
(ROS) associada à ambiente de elevada temperatura. Isto pode ser devido ao fato de que
a metionina pode ser convertida em cisteína, um componente crítico do sistema de
defesa, atua como antioxidante do corpo que é crítico na desintoxicação de ROS44
.
Também é precursora da sarcosina pela via da transmetilação, com função
importante nas estruturas de várias proteínas (imunoglobulinas, insulina), com o papel
de ligar várias cadeias polipeptídicas via pontes dissulfeto16
.
A metionina é precursora da cisteína (no ciclo da homocisteína num processo
não-reversível). Por isso, a cistina podem ser fornecidos pela metionina, e a metionina +
cistina são consideradas juntas na formulação das dietas como aminoácidos sulfurados e
são os principais ingredientes constituídos de enxofre no corpo da ave12,45,.46
. A cisteína
é um aminoácido não essencial de molécula muito instável em solução, podendo ser
facilmente oxidado em seu dímero a cistina47,48
.
Juntamente com a cisteína, a metionina é fundamental para a síntese de taurina
(ácido 2-aminoetanosulfônico), aminoácido que age como um transmissor neuroinibidor
juntamente com a glicina49
. É responsável pelo fornecimento de enxofre para a síntese
de outros componentes químicos que apresentam enxofre na sua composição49,50
.
Devido ao enxofre, responsável pelas ligações dissulfureto, que estabilizam as proteínas
das estruturas terciárias, a cisteína está presente principalmente em proteínas estruturais
como colágeno ou queratina em pele, cabelo, penas e unhas, respectivamente25
.
A metionina é um aminoácido importante para o sistema imunológico, pois pode
promover a produção de anticorpos e respostas imunes mediadas por células em frangos
de corte50-53
. A metionina hidroxi-análoga ácido livre (MHA-FA) é uma fonte
altamente eficaz de metionina27
e, devido à sua natureza orgânica, pode reduzir o pH do
trato gastrointestinal, suprimir as bactérias patogênicas sensíveis a ácidos, estimular a
absorção de nutrientes e incrementar a resposta imune.
22
2.3. Metabolismo da metionina em frangos de corte
Na nutrição de frango de corte, a proteína é o segundo grupo de composto que é
encontrado em maior quantidade na ração, ficando atrás apenas dos carboidratos. As
proteínas são polímeros compostos de aminoácidos, ligados entre si por ligações
peptídicas54
. Após o processo de digestão das proteínas, um conjunto de aminoácidos
livres tornam-se disponíveis ao organismo, possibilitando a síntese de proteína corporal,
bem como a formação de outras substâncias54
.
No caso da metionina, após absorvido, os isômeros L-metionina e D-metionina,
provenientes da DL-Met, bem como dos análogos MHA, são transportados para o
fígado, local em que ocorre parte do metabolismo da metionina, sendo este responsável
pela conversão da MHA e D-metionina para L-metionina (forma absorvida) 27, 55, 56
.
Normalmente, os aminoácidos, incluindo a metionina, são absorvidos principalmente
pelo intestino delgado12
.
O metabolismo dos aminoácidos é complexo e altamente integrado ao fluxo
contínuo entre as células. O metabolismo da metionina pode ser dividido em três etapas
distintas, denominadas: metilação (a metionina é convertida em homocisteína (HCY)),
remetilação (a homocisteína é convertida em metionina), e transulfuração (a
homocisteína é convertida em cisteína), que são descritas a seguir8, 56,57,58
.
No processo de metilação a enzima metionina-adenosil-transferase catalisa a
transferência da adenosina, proveniente de uma molécula de ATP para a metionina,
transformando-a em S-adenosil-metionina (SAM)8,17
. A metionina é um precursor de S-
adenosilmetionina que é um co-substrato comum que fornece no processo de metilação,
grupos metil (CH3), necessário para vários processos metabólicos, incluindo a metilação
de um produto aceptor (DNA, síntese de RNA, lipídios e proteínas) reação favorecida
pela enzima metil-transferase, formando S-adenosil-homocisteína (SAH)8,10,17
. Para
formar a homocisteína, final do processo, o grupo adenosina deixa a molécula do SAH,
o qual reage com uma molécula de água, com apoio da enzima adenosil-homocisteína-
hidroxilase8.
A homocisteína é um aminoácido contendo enxofre presente no sangue e nos
tecidos, mas não incorporado na proteína, biosintetizado a partir da metionina, que pode
ser remetilada ou pode condensar com serina para formar cistationina pelo processo de
transulfuração59
.
23
A remetilação é um processor em que a homocisteína retorna á metionina via
vitamina B12 e ácido fólico na presença das enzimas metionina-sintase e
metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR) ou via betaína (dependente de colina) na
presença da enzima betaína-homocisteína-metiltransferase (BHMT)8,56,59,60,61
. O grupo
metil fornecido pela BHMT é derivado de betaína, um produto resultante da oxidação
de colina predominantemente no fígado56
.
A transulfuração é o processo em que a homocisteína transformar-se em cisteína
envolvendo reação irreversível entre homocisteína e L-serina, catalisada pela enzima
cistationa β-sintase, que resulta na formação da cistationa8,9,56
. Posteriormente, a enzima
cistationa β-liase promove a transformação da cistationa em cisteína, que é responsável
pela formação de vários componentes corporais importantes, em que, numa base molar,
a metionina é 100% eficiente como um precursor de cisteína 8,9,56,62.
A cistina é formada pelo mecanismo de transulfuração, um processo irreversível,
quando moléculas de cisteína se ligam aos pares por uma ponte dissulfeto, (S-S) durante
a formação da proteína, o que justifica o fato das recomendações nutricionais serem
expressas como metionina+cistina6,8
.
A cisteína é um aminoácido constituinte do tripéptido glutationa (glutamato,
cisteína e glicina-Glu-Cys-Gly, respectivamente) o principal antioxidante da célula
animal e serve também como precursor para a síntese de taurina, piruvato, sulfato e
sulfureto de hidrogénio (H2S)8,43,63
. A cisteína é considerada um aminoácido não
essencial cuja disponibilidade é dependente da ingestão de metionina57,64,65
.
A avaliação contínua do metabolismo dos aminoácidos sulfurados é uma parte
importante do trabalho para a formulação da dieta ideal, possibilitando tomar decisões e
otimizar níveis da dieta, visando minimizar os efeitos de oferta limitada e excessiva de
nutrientes. Abaixo está uma breve descrição do caminho metabólico da metionina, que
explica a variedade de funções desempenhadas por este aminoácido no corpo das aves
(Figura 2).
24
Figura 2 - Metabolismo da metionina resumido.
Fonte: Adaptado: Waterland56
; Nelson e Cox65
2.4. Exigência de aminoácidos sulfurados para frangos de corte
Exigência nutricional pode ser definida como a quantidade de um determinado
nutriente indispensável para atender determinado nível de produção66
. A exigência
nutricional de aminoácidos sulfurados assim como de outros aminoácidos para frango
de corte é influenciada por uma série de fatores, como, idade, sexo, energia, lisina e
proteínas da ração, densidade populacional, condições ambientais da região, estado
sanitário dos animais, digestibilidade dos nutrientes e diferenças de metodologias
utilizadas para a estimativa67
.
Os níveis de metionina adotados para frango de corte há uma década podem não
ser os mesmos requeridos pelas aves atuais, devido principalmente o intenso e contínuo
avanço no melhoramento genético, o que leva à necessidade evidente de atualização das
pesquisas sobre exigências nutricionais.
25
A metionina e a cisteína podem ser consideradas os principais aminoácidos
sulfurados porque são os dois de vinte aminoácidos que são incorporados na proteína49
.
Quando a proteína dos alimentos é hidrolisada, a cistina é produzida, e por essa razão, a
exigência de aminoácidos sulfurados das rações é normalmente expressa como
metionina + cistina47
. O mínimo de 55% dos aminoácidos sulfurados na dieta das aves
deve ser de metionina, uma vez que, a metionina se converte metabolicamente em
cistina67
.
Trabalhos publicados sobre as necessidades de met+cis para frango de corte e as
recomendações feitas pelas principais tabelas de referência nacional e internacional
sugerem níveis bastante diferentes. Nas tabelas 1, 2 e 3 estão apresentadas as exigências
nutricionais de metionina e met+cis digestível e total em frangos de corte nas diversas
fases de criação e potencial genético de acordo com as recomendações de Rostagno et
al.67
.
É sabido que os níveis recomendados pelos produtores das linhagens são
diferentes, e muitas empresas que prestam serviços na área de nutrição e genética
avícola adotam seus próprios níveis de metionina. De acordo com Bunchasak12
, a
diversidade genética influencia a utilização de metionina em frangos de corte e
consequentemente, diferentes linhagens requerem diferentes quantidades de metionina
como apresentado na (Tabela 4).
Ainda existem dúvidas com relação à exigência de aminoácidos sulfurados para
diferentes sexos e linhagens de aves, as quais merecem atenção em pesquisas futuras8.
Tabela 1 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho regular
Idade (dias)
1-7 8-21 22-33 34-42 43-46
Faixa de Peso (Kg) 0,04-0,18 0,21-0,79 0,85-1,68 1,77-2,46 2,55-2,80
Aminoácido Digestível
Metionina % 0,509 0,445 0,418 0,388 0,356
Met+Cis % 0,939 0,822 0,763 0,707 0,650
Aminoácido Total
Metionina % 0,546 0,47 0,438 0,406 0,373
Met+Cis % 1,035 0,906 0,841 0,780 0,717
Fonte: Rostagno et al.67
.
26
Tabela 2 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho médio
Idade (dias)
1-7 8-21 22-33 34-42 43-46
Faixa de Peso (Kg) 0,04-0,18 0,21-0,89 0,96-1,94 2,03-2,83 2,93-3,21
Aminoácido Digestível
Metionina % 0,511 0,458 0,431 0,404 0,374
Met+Cis % 0,944 0,846 0,787 0,737 0,683
Aminoácido Total
Metionina % 0,549 0,492 0,464 0,434 0,402
Met+Cis % 1,040 0,932 0,868 0,813 0,753 Fonte: Rostagno et al.
67.
Tabela 3 - Exigências nutricionais de frangos de corte macho de desempenho superior Idade (dias)
1-7 8-21 22-33 34-42 43-46
Faixa de Peso (Kg) 0,04-0,19 0,22-1,00 1,08-2,12 2,22-3,04 3,14-3,43
Aminoácido Digestível
Metionina % 0,516 0,475 0,452 0,424 0,402
Met+Cis % 0,953 0,876 0,826 0,774 0,734
Aminoácido Total
Metionina % 0,555 0,510 0,486 0,456 0,433
Met+Cis % 1,051 0,966 0,910 0,853 0,810 Fonte: Rostagno et al.
67.
Tabela 4 - Recomendações nutricionais de frangos de corte de acordo com a orientação
nutricional das linhagens
Linhagens
Fases
Recomendações nutricionais (%)
Met+Cis Metionina
Total Digestível Total Digestível
*Ross 3081
Inicial 1,08 0,95 0,56 0,51
Crescimento 0,99 0,87 0,51 0,47
Final1 0,90 0,80 0,47 0,43
Final 2 0,85 0,75 0,44 0,40
**Cobb 5002
Inicial 0,98 0,88 0,50 0,45
Crescimento 0,89 0,80 0,48 0,42
Final 1 0,82 0,74 0,43 0,39
Final 2 0,78 0,70 0,41 0,37 1Inicial (0-10 dias), crescimento (11-24 dias), final 1 (25 – 39) e final 2 (40 - abate).
2Inicial (0-10 dias), crescimento (11-22 dias), final 1 (23 – 42) e final 2 (43-abate).
* = Aviagen68
- Peso vivo 2,50-3,00 kg.
** = Cobb-Vantress69
.
A metionina desempenha um papel vital em todas as espécies, e é essencial na
nutrição avícola, pois com esse rápido crescimento, as aves necessitam de uma alta
demanda de aminoácido10
. O conteúdo de metionina e cisteína nas dietas deve ser
adaptado às exigências das aves para manter o equilíbrio adequado de aminoácido no
corpo, com o intuito de estimular o crescimento, maximizar o rendimento e reduzir a
27
gordura da carcaça e promover ingestão alimentar adequada para minimizar as perdas e
reduzir os custos de produção11,12
.
A suplementação de metionina na dieta, juntamente com a aplicação de um
perfil mais equilibrado de aminoácidos, pode melhorar a eficiência alimentar, a retenção
de nitrogênio (N), e otimizar o rendimento de carne de peito, reduzindo assim a
excreção de N para o ambiente35,70
.
Sabe-se que as exigências nutricionais das linhagens de frangos de corte atuais
de alto rendimento são diferentes daquelas criadas há alguns anos. Dessa forma, a
realização de novas pesquisas, com o objetivo de avaliar as exigências de metionina +
cistina em frango de corte é, extremamente, importante, em virtude do contínuo
melhoramento genético das aves, o surgimento ou a reintrodução de ingredientes usados
nas rações, entre outros.
2.5. Bioeficácia das fontes de metionina usadas na avicultura
Considerando-se as diferenças químicas e físicas entre as fontes de metionina e
que as mesmas estão associadas à diferenças metabólicas e bioquímicas, estudos vêm
sendo desenvolvidos com o intuito de melhor conhecer a bioeficácia destas fontes,
tornando-a necessário para o sucesso da produção de aves. Estas diferenças químicas
resultam em diferenças em como e onde as fontes de metioninas são absorvidas,
metabolizadas, convertidas e utilizadas para fornecer L-metionina para o animal71,72
.
Para utilizar adequadamente os hidroxi-analogos de metionina (MHA-FA e
MHA-Ca), é essencial compreender como eles diferem da DL-Met (fonte padrão), e
como essas diferenças afetam seu papel biológico como fonte de metionina. Uma das
formas de conhecer a eficiencia de um nutriente é conhecer sua bioeficácia.
O termo bioeficácia se refere à eficiência com que um nutriente ingerido no
alimento é absorvido e convertido na sua forma ativa73,74
, como é o caso da DL-
Metionina em L-Metionina. Com o uso das diferentes fontes de metionina, a bioeficácia
é mensurada pelas respostas dos animais, como ganho de peso e conversão alimentar75
.
De acordo com Littel et al.76
, a maneira mais apropriada, para descrever o
desempenho, em relação à suplementação das fontes de um nutriente, seria pela
regressão exponencial simultânea, pois esse modelo determina estimativas imparciais da
bioeficácia entre as substâncias de ensaio e a substância de referência. Ainda de acordo
28
com o mesmo autor, a análise de regressão simultânea padroniza as análises estatísticas,
dando assim maior precisão de dados.
Estudando a bioeficácia de metionina natural (H-Met) em relação a DL -
Metionina com base no desempenho de frango de corte, Hadinia et al.77
concluiram que
a bioeficácia média foi de 63,00% para H-Met e mesmo apresentando eficácia relativa
significativamente inferior a DL-Met, pode ser utilizada como uma nova fonte natural
de metionina na indústria avícola.
Comparando duas fontes de metionina para avaliar a bioficácia em frango de
corte, Drew et al.78
mostraram que, a bioeficácia da MHA-FA, em relação à DL-
metionina, varia de 62 a 100%. Utilizando o modelo slope-ratio, Lemme et al.79
determinaram o valor de 72% para ganho de peso, 51% para conversão alimentar, 48%
para rendimento de carcaça e 60% para porcentagem de peito. Harms et al.80
relataram
que o MHA-Ca tem uma eficiência de 79,1% e 89,3% em comparação a DL-metionina
numa base do produto, mensurada pelas respostas dos animais, quanto a ganho de peso
e eficiência alimentar, respectivamente. Trabalhando com frangos de corte macho,
resultante do cruzamento de machos New Hampshire x fêmeas colombianas, Boebel e
Baker81
encontraram bioeficácia da MHA-Ca de 78% em comparação com a DL-
metionina.
Foi recentemente demonstrado em frangos de corte que a bioeficácia de MHA-
Ca em comparação com DL-Met foi 65,6% em base do produto, quando os pintos de 9 a
12 dias de idade foram alimentados com dieta deficiente em metionina82
.
Ao analisar diversos estudos publicados em revistas científicas sobre a
bioeficácia da MHA-Ca em comparação com a DL-met, Elwert et al.22
concluíram que a
bioeficácia relativa média em frango de corte de 1 a 38 dias de idade da MHA-Ca era
(em muitos casos significativamente) abaixo de 84%, o valor que seria esperado das
características químicas de MHA-Ca. No período 1 a 42 dias de idade, os autores
concluíram que a bioeficácia média era 63% em base do produto. A metionina hidroxi
análogo sal de cálcio (MHA-Ca) foi adicionado à dieta de aves como uma fonte de
metionina por muitos anos80
.
Como visto poucas pesquisas foram realizadas com o hidroxi-analogo de
metionina sal de cálcio (MHA-Ca), e as que foram realizadas foi há muito tempo. Com
a reintrodução da MHA-Ca como fonte de metionina no mercado, a realização de novas
pesquisas, comparando a bioeficácia das fontes existentes com a MHA-Ca é importante
29
para a avicultura moderna, uma vez que, para se obter máxima produtividade, é
necessário atender corretamente as exigências das aves desse importante aminoácido.
2.6. Influência da metionina no desempenho e rendimentos de carcaça de
frangos de corte
Inúmeras pesquisas utilizando diferentes fontes de metionina na alimentação de
frangos de corte foram desenvolvidas nas últimas décadas, mostrando resultados
controversos. Payne et al.83
não observaram diferenças entre os tratamentos com DL-
Met ou MHA-FA e os frangos de corte alimentados com MHA-FA foram 68% tão
eficientes em uma base de produto quanto aqueles alimentados com DL-metionina para
ganho de peso. Visentini et al.84
demonstraram que a suplementação de rações com
MHA-FA (88%) ou com DLM, em base equimolar, não apresentam diferenças
significativas para desempenho zootécnicos de frangos de corte de 1 a 44 dias de idade.
Yodseranee e Bunchasak85
não observaram diferença significativa entre a
suplementação de DLM e MHA no desempenho produtivo de frangos de corte criados
em condições tropicais.
Já Del Vesco et al.86
, ao realizarem um estudo com objetivo de avaliar o efeito
de dietas suplementadas com duas fontes e dois níveis de metionina ((DL-metionina -
0,08%) - (DLmetionina - 0,24%) e (MHA-FA - 0,11%) - (MHA-FA - 0,33%)) e uma
basal, no desempenho de frangos de corte, machos, de 22 a 42 dias de idade, da
linhagem Cobb 500, concluiram que a suplementação de metionina promove melhor
desempenho de frangos de corte, e as aves mais eficientes foram alimentadas com o
segundo nível de suplementação de ambas as fontes.
Ao estudar o efeito de duas fontes de metionina no desempenho de frango de
corte, Halder e Roy87
relataram que não houve diferenças significativas ao utilizar uma
fonte de metionina natural H-Met® e uma sintética DL-Met no mesmo nível de
suplementação na dieta. Utilizando uma fonte de metionina natural (Methiorep®) e uma
sintética DL-Met com mesmos níveis de inclusão na dieta, Itoe et al.88
demonstraram
que frangos de corte alimentados com a metionina natural eram inferiores em ganho de
peso e eficiência de conversão alimentar em relação as suplementadas com DL-Met.
A suplementação de metionina é um fator nutricional que pode aumentar o
desempenho dos animais, tais como ganho de peso, conversão alimentar e rendimento
de cortes nobres89,90
. Pillai et al.56
relataram que o consumo de ração, o ganho de peso e
30
a eficiência alimentar foram maximizados significativamente com a adição de metionina
em dietas de frango de corte, Cobb 500, de 8 a 22 dias de idade.
Ao comparararem duas fontes (DL-metionina e MHA) na alimentação de
frangos de corte, machos, Visentini et al.84
; Ribeiro et al.91
; Bunchasak; Keawarun92
,
não encontraram efeito das fontes de metionina no rendimento de carcaça. Wen et al.4
relataram que dietas suplemetadas com metionina, melhoraram o rendimento muscular
de peito de frangos da linhagem Arbor Acres.
Os efeitos da metionina no desempenho e rendimento de peito de frangos de
corte da linhagem Hubbard, em todo o ciclo de produção foram demonstrados no
trabalho de Ahmed e Abbas93
, que trabalharam com quatros níveis dietéticos de
metionina na ração 0, 100, 120 e 130%, e mostraram que houve efeito significativo para
ganho de peso, melhorando com os níveis 110 e 130% em comparação com o controle.
Mostraram também, que os frangos que receberam níveis de metionina mais elevada de
que as recomendações do NRC apresentaram aumentos significativos do peso absoluto
e relativo do peito e significativa redução da gordura abdominal.
Como visto, a maioria das pesquisas apresentadas foram realizadas com o MHA-
FA e DL-Met, sendo eficientes para proporcionar adequado desempenho e rendimento
de carcaça de frango de corte. Contudo, a realização de novas pesquisas, para avaliar o
efeito de outras fontes de metionina como a MHA-Ca em comparação as fontes mais
utilizadas de metionina sobre o desempenho e rendimento de carcaça é, extremamente,
importante, para a avicultura moderna, para que estes sejam utilizados corretamente na
formulação das rações, com objetivo de obter os melhores resultados, mas também o
menor custo de produção das aves.
2.7. Influência da metionina em órgãos linfoides, digestórios e
empenamento de frangos de corte
A maioria das rações produzidas em todo o mundo para frangos de corte são
formuladas à base de milho e de farelo de soja, que, normalmente, não suprem
completamente as necessidades de aminoácidos, visto os baixos níveis de aminoácidos
essenciais, podendo causar efeitos negativos sobre inúmeros fatores, entre eles, o
desenvolvimento de órgãos linfoides, digestório e empenamentos.
Em caso de excessiva ingestão e absorção de aminoácidos, o excedente é
eliminado na forma de ácido úrico, o que implica custo energético adicional para a
31
ave94
. Quando há consumo excessivo de aminoácidos normalmente ocorre sobrecarrega
das atividades hepáticas e renais nos processos associados à desaminação95
.
Avaliando o efeito de três dietas suplementadas com níveis reduzidos de
metionina (0,4; 0,3 e 0,2%) mais um ração basal suplementada com 0,5% de metionina
em frango de corte de 8 a 22 dias de idade sobre o desenvolvimento de fígado, Carew et
al.96
concluíram que os pesos relativos do fígado não foram alterados em 0,4% de
metionina, mas aumentaram com as deficiências mais graves (0,2 e 0,3%). Deficiência
de metionina causa aumento no tamanho do fígado de aves, provavelmente devido o
aumento no teor de gordura96
.
Deficiência de metionina na dieta pode comprometer o sistema imunológico em
frangos de corte por alterações patológicas ultraestruturais no timo, diminuição das
populações de células T, redução das concentrações séricas de interleucina-2 e
proliferação de células T com aumento na percentagem de células apoptóticas51,97
. A
deficiência dietética de metionina leva ao desenvolvimento deficiente de órgãos
linfoides96
, como a bursa de Fabricius97
.
Estudando o efeito de quatro níveis de metionina (0,37%; 0,50%; 0,55% e
0,58%) na dieta de frango de corte da linhagem Ross 308, Faluyi98
constatou que o peso
relativo da bursa foi influenciado pelos tratamentos dietéticos, em que, o peso relativo
da bursa de aves recebendo dieta com o menor nível de metionina foi maior que aqueles
alimentados com as outras dietas testes. A adição de metionina em quantidade suficiente
na dieta melhora a resposta imune das aves para diferentes doenças19
.
Em relação ao desenvolvimento das penas, a metionina e a cisteína são
aminoácidos importante para o bom empenamento em frango de corte. Estes
aminoácidos estão envolvidos na síntese da queratina das penas, sendo a cisteína o
maior componente da queratina, e a metionina está envolvida na sua conversão em
cisteína87,99,100
. As penas são compostas de beta queratina101
que é uma proteína
insolúvel e apresenta estrutura rígida estável por causa de várias ligações cruzadas de
dissulfureto envolvendo cisteína102
.
A HerboMethione® (metionina à base de plantas) e DL-metionina podem atuar
eficientemente no empenamento, garantindo uma melhor muda de penas, melhor
qualidade e redução de manchas pretas de penas em frangos de corte87
. Testando o
efeito de níveis de substituição da DL-Metionina por MHA-FA, suplementadas em base
equimolar, como fonte de metionina para frangos de corte, machos, da linhagem Ross,
32
de 1 a 44 dias de idades, Visentini et al.84
observaram que a substituição de DLM por
MHA-FA causou pior empenamento das aves.
Poucos estudos foram realizados com o objetivo de avaliar os efeitos de
diferentes doses e fontes de metionina dietéticas no desevolvimento de órgãos linfoides,
digestórios e perfil de empenamento em frango de corte.
2.8. Influência da metionina dietética nos parâmetros sanguíneos de frangos
de corte
Os constituintes sanguíneos refletem as condições de saúde das aves, sendo
essencial sua avaliação nas mais diversas condições em que o frango foi ou está sendo
criado103,104
, pois diversos fatores interferem nos seus resultados, entre eles, a nutrição.
Yodseranee e Bunchasak85
, estudando os efeitos da suplementação de DL-metionina
(DLM) e (MHA-FA) em dietas sobre o perfil sanguíneo de frangos de corte em
condições tropicais, relataram que a concentração de metionina no plasma foi
aumentada pela suplementação de DLM, enquanto as concentrações de taurina e ácido
úrico foram aumentadas pela suplementação com MHA - FA.
Estudando o efeito do excesso de lisina e metionina na dieta de frango de corte,
macho, da linhagem Ross 308, nos parâmetros sanguíneos, Bouyeh e Gevorgyan105
observaram que os dois tratamentos com os níveis mais altos de Lys e Met (30 e 40% >
que as recomendações do NRC) levaram ao aumento significativo no colesterol
plasmático. A suplementação de dietas com metionina proporcionou o aumentou no
HDL sanguíneo e diminuiu o conteudo de triglicerideos séricos em frango de
corte41,106,107
. Baixos níveis de proteínas e aminoácidos na dieta de frango de corte tem
sido associado à diminuição da proteína sérica total e à albumina108
. Estudando o efeito
de diferentes níveis de metionina na dieta de frango de corte da linhagem Ross 308,
Faluyi98
constatou na análise bioquímica das proteínas séricas que apenas a proteína
total, dos metabólitos séricos medidos (albumina, globulina e proteína) foi afetada.
Até agora, os estudos no efeito da suplementação de metionina dietéticas sobre
os parâmetros sanguíneos de frangos de corte são pouco compreendidos e poucos
resultados foram publicados.
33
2.9. Influência da metionina dietética na qualidade de cama de frangos de
corte
Os aminoácidos são componentes das proteínas que influenciam grandemente o
crescimento dos animais e, quando em desequilíbrio na ração, podem ser responsáveis
pela deposição de excesso de nutrientes na cama com potencial para impactar o
ambiente.
O uso de metionina em excesso nas dietas de frango de corte pode levar ao
aumento da excreção de nitrogênio e problemas de poluição associados35
. Fontes
suplementares de Met influenciam significativamente a produção de odor em excretas
de frangos de corte109
. Quando a metionina está em excesso, a desaminação ocorre e o
ácido úrico se forma quando o nitrogênio que está em excesso não é incorporado com
outros aminoácidos ou proteínas sendo excretado na cama35
. Até que o teor de umidade
da cama seja reduzido para um nível adequado, os microrganismos metabolizam os
compostos de nitrogênio da cama e liberam amônia110
. Os fatores relevantes para a
geração de amônia incluem propriedades físicas e químicas da cama (temperatura,
umidade, pH e conteúdo de N2)111
. A amônia causa inúmeros problemas na saúde das
aves e do operador110, 112
.
Além da emissão de amônia, o enxofre também está aumetando quando a
metionina é catabolizada em excesso. Este enxofre pode formar sulfetos e ácido
sulfúrico mesmo na corrente sanguínea da ave35
ou pode, juntamente com o nitrogênio
ser excretado na cama, e, consequentemente poluir o ambiente. Maior excreção de
nitrogênio está relacionada ao maior teor de umidade da excreta113,114
e com isoo maior
umidade na cama.
Pelo exposto acima, pode supor que existe níveis suplementar de metionina nas
dietas de frango de corte que influencia para diminuir e aumentar a quantidade de
nitrogênio, a volatilização de amônia, a umidade e pH da cama de frango de corte. O
melhor conhecimento destes possibilitaria a adoção de melhor estratégia nutricional e
manejo mais adequado da cama para alcançar maior produtividade do frango e diminuir
o impacto ambiental.
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in broiler chickens. J. Anim. Vet. Adv. 2010;9:70-74.
42
109. Chavez C, Coufal CD, Niemeyer PL, Carey JB, Lacey RE, Miller RK, Beier RC.
Impact of dietary supplemental methionine sources on sensory measurement of odor-
related compounds in broiler excreta. Poult. Sci. 2004;83(10):1655-1662.
110. Latshaw JD, Zhao L. Dietary protein effects on hen performance and nitrogen
excretion. Poult. Sci. 2011;90(1):99-106.
111. Miles DM, Brooks JP, McLaughlin MR, Rowe DE. Broiler litter ammonia
emissions near sidewalls, feeders, and waterers. Poult.Sci. 2013;92(7):1693-1698.
112. Ritz CW, Brain DF, Michael PC. Litter quality and broiler performance. Unifersity
of Georgia, College of Agric. And Environ. Bulletin. 2005;6:1267.
113. Namroud NF, Shivazad M, Zaghari M. Effects of fortifying low crude protein diet
with crystalline amino acids on performance, blood ammonia level, and excreta
characteristics of broiler chicks. Poult. Sci. 2008;87(11):2250-2258.
114. Van Der Hoeven-Hangoor E, Paton ND, Van De Linde IB, Verstegen MWA,
Hendriks WH. Moisture content in broiler excreta is influenced by excreta nutrient
contents. J. Anim. Sci. 2013;91(12):5705-5713.
43
CAPÍTULO 2 - NÍVEIS DE METIONINA + CISTINA DIGESTÍVEL PARA
FRANGOS DE CORTE
RESUMO: Objetivou-se determinar as exigências de metionina + cistina (Met+Cis)
digestíveis para frangos de corte machos nas fases iniciais e crescimento. Para isso, dois
experimentos foram realizados com 1.800 pintos, machos, da linhagem Coob 500,
sendo 900 pintos para a fase inicial e 900 para a fase de crescimento. Nas duas fases
adotou-se o delineamento inteiramente casualizado, composto de cinco tratamentos,
com seis repetições de 30 aves. Elaborou-se uma dieta basal (sem metionina) a qual foi
suplementada com DL-metionina 99% em 4 tratamentos com 0,072; 0,168; 0,239;
0,311% para fase inicial e 0,058; 0,134; 0,192; 0,250% na fase de crescimento em
substituição ao amido de milho com a finalidade de alcançar os níveis de Met+Cis
digestível que foram (0,545; 0,616; 0,711; 0,782; e 0,853% na fase inicial) e (0,514;
0,571; 0,647; 0,704 e 0,761% na fase de crescimento). Na fase inicial o maior ganho de
peso e consumo de ração foram obtidos com 0,764 e 0,739% de Met+Cis digestíveis,
respectivamente. Na fase de crescimento observou-se maior ganho de peso e conversão
alimentar para o nível de 0,667 e 0,716%, respectivamente. Recomendam-se para
máximo desempenho de frangos de corte, machos, níveis de Met+Cis digestíveis de
0,764 e 0,716% com uma relação Met+Cis/ Lis de 64% e 68% para a fase inicial e de
crescimento, respectivamente.
Palavras-chve: aves, aminoácidos, desempenho, exigência nutricional, metionina
44
ABSTRACT: The objective of this study was to determine the digestible methionine +
cystine (M + C) requirements for male broilers in the early stages and growth. For this,
two experiments were performed with 1,800 male chicks of the Coob 500 strain, 900
chickens for the initial phase and 900 for the growth phase. In the two phases, a
completely randomized design was used, consisting of five treatments, with six
replicates of 30 birds. A basal diet (without methionine) was supplemented with 99%
DL-methionine (0.072, 0.168, 0.239, 0.311% and 0.058, 0.134, 0.192, 0.250% in the
initial phase and Growth respectively) were substituted for maize starch in order to
achieve the desired digestible (Met + Cis) digestible levels (0.545, 0.616, 0.711, 0.782,
and 0.853%) and (0.514 , 0.571, 0.647, 0.704 and 0.761%) of (M + C) digestible for the
initial phase and growth respectively. In the initial phase, the highest weight gain and
feed intake were obtained with 0.764 and 0.739% of digestible (M + C), respectively. In
the growth phase, greater weight gain and feed conversion were observed at the level of
0.667 and 0.716%, respectively. It is recommended for maximum performance of
broilers, males, digestible (Met + Cis) levels of 0.764 and 0.716% for the initial and
growth phases, respectively.
Keywords: amino acids, methionine, nutritional requirement, performance, poultry
45
INTRODUÇÃO
A metionina é um aminoácido essencial que interage com outros nutrientes
envolvidos no metabolismo protéico 1. É o principal doador do radical metil e se destaca
por desempenhar importante papel no metabolismo de substâncias como creatina,
carnitina, poliaminas, epinefrina, melatonina, fosfolipídios, cistina, entre outras 2,1,3,4,5,6.
A metionina pode ser convertida irreversivelmente em cisteína por
transulfuração, que por sua vez é responsável pela formação de vários componentes
corporais importantes como a cistina, o que justifica o fato das recomendações
nutricionais serem expressas como metionina+cistina7,5,8,9
. A cisteína é considerada
como um aminoácido não essencial, desde que o suprimento de metionina seja
apropriado10
.
A ingestão contínua de ração deficiente ou com excesso de metionina + cistina
induz mudanças na concentração desses aminoácidos nos tecidos corporais. Em tais
circunstâncias, há o comprometimento no desempenho, no rendimento de carcaça,
desenvolvimento de órgãos, na imunidade e no empenamento, podendo ocasionar
também acúmulo de gordura no fígado, variando com o grau e duração da deficiência
ou do excesso, genética, idade, sexo e ambiência que as aves estão submetidas11, 12, 13, 14
.
O potencial genético dos frangos aumentou significativamente e o maior desempenho
levou a mudanças nas exigências de aminoácidos13
.
Assim, objetivou-se com este trabalho, estimar as exigências de metionina +
cistina digestíveis, para frangos de corte machos, de 1 a 21 e 22 a 42 dias de idade e
seus efeitos nos parâmetros de carcaça, órgãos digestíveis e empenamento.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram realizados dois experimentos no Aviário Escola da Universidade Federal
de Goiás em Goiânia, Goiás. Foram alojados 1.800 pintos de corte, machos, com um dia
de idade da linhagem Cobb 500, sendo o experimento I com 900 pintos para a fase
inicial (1 a 21 dias de idade), e o experimento II com 900 pintos para a fase de
crescimento (22 a 42 dias de idade). Os experimentos foram conduzidos no
delineamento inteiramente casualizado, composto de cinco tratamentos (níveis de
metionina + cistina digestíveis) e seis repetições de 30 aves.
46
As aves foram alojadas em 30 boxes individuais moveis medindo 1,80 x 1,60
(2,88m²), montados na área central do galpão comercial com 12m L x 125m C
(1.500m²), galpão do tipo pressão negativa com sete exaustores, sistema de nebulização
e entrada de ar com placa evaporativa. As muretas laterais de alvenaria de 0,40 m e tela
de arame de 2,80 m de altura, pé direito de 3,20 m e orientação leste-oeste. A densidade
de alojamento em cada boxe foi de 12 aves/m² (30 aves/boxe).
Cada boxe continha uma linha com 10 bebedouros do tipo nipple e um
comedouro tubular infantil até o sétimo dia de idade e um adulto dos oito aos 42 dias de
idade. Sendo a relação de comedouro e bebedouros por número de aves de 1:30 e 1:3,
respectivamente. As aves foram vacinadas no incubatório contra a doença de Marek, e
aos 14 dias de idade foram vacinadas contra a doença de Gumboro, via água de bebida.
Em todo o período experimental, as aves receberam ração e água, ad libitum, e foram
criadas, seguindo as recomendações de iluminação, temperatura, umidade e manejo de
acordo com o Guia de Manejo de Cobb-Vantress15
.
Em ambos os experimentos, elaborou-se uma dieta basal (sem metionina) a qual
foi suplementada com DL-metionina 99% (0,072; 0,168; 0,239; 0,311% e 0,058; 0,134;
0,192; 0,250% na fase de 1 a 21 e 22 a 42 dias de criação respectivamente) em
substituição ao amido de milho com a finalidade de alcançar os níveis de metionina +
cistina digestível que foram (0,545; 0,616; 0,711; 0,782; e 0,853%) e (0,514; 0,571;
0,647; 0,704 e 0,761%) de metionina + cistína digestíveis para a fase de 1 a 21 e 22 a 42
dias de criação (Tabela 1).
Em ambas as fases as dietas basais foram formuladas para atender às exigências
nutricionais das aves, seguindo as recomendações nutricionais da empresa fornecedora
da ração, com base nas exigências propostas por Rostagno et al.16
. Para evitar um
possível efeito cumulativo da fonte de aminoácido, as aves utilizadas na fase inicial não
foram às mesmas da fase de crescimento, para evitar respostas residuais na fase
seguinte.
47
Tabela 1. Composição percentual e nutricional das dietas experimentais
Ingredientes (%) Fase inicial Fase de crescimento
Milho (%) 62,99 64,56
Farelo de soja 45.5% (%) 28,38 24,56
Farinha de carne e osso 44% (%) 3,20 2,60
Farinha de vísceras de aves (%) 2,00 2,67
Gordura de aves (%) 1,33 3,81
Calcário calcítico 37% (%) 0,62 0,65
Sal (%) 0,40 0,24
DL-Metionina 99% (%) 0,00 0,00
Biolys 70% (%) 0,40 0,34
L- Treonina 98% (%) 0,10 0,07
Colina 75% (%) 0,06 0,03
Aditivos (%) 0,13 0,13
Suplemento Vitaminico2 (%) 0,05 0,05
Suplemento Mineral1 (%) 0,05 0,05
Inerte (%) 0,29 0,24
Total (%) 100,0 100,0
Composição calculada
Energia Metabolizavel (kcal/kg) 3109 3300
Proteina bruta (%) 21,803 20,21
Cálcio (%) 0,952 0,903
Fosforo disponível (%) 0,451 0,421
Metionina+Cistina digestivel (%) 0,545 0,514
Lisina digestivel (%) 1,190 1,058
Treonina digestível (%) 0,749 0,066
Sodio (%) 0,201 0,190
1Mineral supplement per kg of feed (Mineral mix): Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co, 2 g; I, 1 g;
vehicle up to 500 g.
2Vitamin supplement per kg of feed (Protein mix): Vit. A - 15,000,000 IU; Vit. D3 -
1,500,000 IU; Vit. E - 15,000 IU; Vit. B1 - 2.0 g; Vit. B2 - 4.0 g; Vit B6 - 3.0 g; Vit. B12 - 0.015 g;
Nicotinic acid - 25 g; Pantothenic Acid - 10 g; Vit. K3 - 3.0 g; Folic acid - 1.0 g; Zinc bacitracin - 10 g;
Selenium - 250 mg; vehicle up to 1,000 g.
As rações e as aves foram pesadas no 1o, 7°, 14º e 21
o dias de idade no primeiro
experimento e no 22°, 28º, 35° e 42° dias de idade no segundo experimento, sendo
calculados o peso médio (PM), o ganho de peso (GP), o consumo de ração (CR) e a
conversão alimentar (CA). O ganho de peso foi obtido com a pesagem das aves no
início e final de cada período experimental. O consumo de ração foi determinado
48
subtraindo-se a sobra da quantidade ofertada. A conversão alimentar foi obtida a partir
do consumo médio de ração e do ganho médio de peso das aves, em cada período. Os
valores da conversão alimentar foram corrigidos de acordo com Sakomura &
Rostagno17
.
Aos 21 e 42 dias de idade, uma ave por repetição, seis por tratamento, foram
separadas com base no peso médio da parcela, identificadas e submetidas a um jejum
alimentar de oito horas, com livre acesso a água. As aves foram sacrificadas no
abatedouro experimental da UFG seguindo a seguinte sequência: pesagem da ave viva,
insensibilização, sangria, pesagem pós-sangria, escaldagem, depena, pesagem e retirada
dos órgãos digestórios para obtenção do peso absoluto e avaliação do rendimento de
(coração, fígado sem vesícula biliar e moela em relação ao peso vivo em jejum). Da
moela, foi removida toda a gordura aderida, seu conteúdo e a membrana coilina.
Para avaliar o percentual de penas, as aves foram pesadas antes e depois da
depena, calculando-se o peso relativo de penas por meio da divisão do peso absoluto da
ave depenada pelo peso vivo da ave.
Aos 42 dias de idade também foi retirada a gordura abdominal (GA). Que foi
considerada como o tecido adiposo em torno da cloaca, da moela, do proventrículo, da
Bursa de Fabricius e dos músculos abdominais adjacentes, conforme descrito por
Smith18
. Retiraram-se os pés e a cabeça + pescoço e fez-se a pesagem da carcaça. Por
fim, foram retirados o peito, as coxas + sobrecoxas (C+S) e as asas, que foram pesados
separadamente. Para evitar erros, somente uma pessoa treinada fez a retirada da gordura
e outra, os cortes de peito, coxas + sobrecoxas e asas.
No cálculo do rendimento de carcaça não resfriada, foi considerado o peso da
carcaça eviscerada, (sem os pés, a cabeça + pescoço e gordura abdominal), em relação
ao peso vivo das aves em jejum, assim como, o rendimento dos órgãos digestivos,
gordura abdominal e pena. Para rendimento dos cortes nobres, foi considerado o peito
inteiro (com pele e ossos), pernas (coxa e sobrecoxa com pele e ossos), e asas,
calculados em relação ao peso da carcaça eviscerada.
As variáveis foram submetidas à análise de regressão polinomial.
Homogeneidade das variâncias (Teste de Bartlett) e normalidade dos resíduos (Shapiro -
Wilk) foram considerados. Para às analises foi utilizado o programa R Core Team19
.
49
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A suplementação de aminoácidos sulfurados no período de 1 a 7 dias de idade
não influenciou (p>0,05) os parâmetros de desempenho avaliados (Tabela 2).
Tabela 2. Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis sobre o peso médio (PM),
ganho de peso (GP), consumo de ração (CR) e conversão alimentar (CA) de
frangos de corte aos 7 e 21 dias de idade
Met + Cis (%) PM (kg) GP (kg)
7° dia 21° dia 1 a 7 dias 1 a 21 dias
0,545 0,162 0,806 0,121 0,764
0,616 0,165 0,904 0,124 0,863
0,711 0,167 0,933 0,126 0,891
0,782 0,167 0,941 0,126 0,899
0,853 0,165 0,931 0,124 0,890
CV% 3,27 3,76 4,37 3,97
Regressão ns * ns *
Met+Cis (%) CR (kg/aves) CA (kg/kg)
1-7 dias 1-21 dias 1-7 dias 1-21 dias
0,545 0,148 1,139 1,221 1,453
0,616 0,139 1,256 1,124 1,457
0,711 0,141 1,251 1,117 1,403
0,782 0,147 1,273 1,165 1,391
0,853 0,140 1,237 1,137 1,386
CV% 7,81 3,04 7,66 1,75
Regressão ns * ns *
Variáveis Equação de Regressão R² Efeito
PMF 21 dias Ŷ = -0,6841 + 4,2707x – 2,7936x2 0,96 Quadrático
GPM 21 dias Ŷ = -0,7301 + 4,2845x – 2,8039x2 0,96 Quadrático
CR 21 dias
CA 21 dias
Ŷ = -0,5426 + 4,9233x – 3,3309x2 0,85
Ŷ = 1,5922 – 0,2447x 0,85
Quadrático
Linear
CV%: coeficiente de variação. * e ns significativo e não significativo a 0,05, respectivamente.
No desempenho acumulado aos 21 dias, observou-se efeito quadrático
apresentando maior peso vivo e ganho de peso com 0,764% de metionina + cistina
50
digestíveis, correspondendo à relação metionina + cistina/ lisina de 64%. Goulart et al.5
recomendaram o nível de 0,711% de metionina + cistina digestíveis na dieta para o
maior ganho de peso de frango na fase de 8 a 21 dias de idade. Tavernari et al.20
recomendaram 0,799% de metionina + cistina digestível, para frango na fase de 11 a 21
dias.
Houve efeito quadrático (p<0,05) para consumo de ração aos 21 dias de idade, as
aves aumentaram o consumo até o nível de 0,739% de metionina + cistina digestíveis,
que corresponde a uma relação Met + Cis / Lis de 62%. O grau de imbalanço de
aminoácidos resultam em reações variadas que culminam em ajustes de consumo de
ração e perda de desempenho21
. Goulart et al.5 encontraram efeito linear no consumo de
ração na fase inicial e para cada aumento de 0,06% de metionina+cistina, existe redução
estimada de 19,1 g no consumo. Enquanto Tavernari et al.20
e Nikoofard et al.22
não
encontraram efeitos significativos no consumo de ração de frangos de corte.
Para a conversão alimentar aos 21 dias, observou-se efeito linear decrescente
significativo, ou seja, à medida que aumentou os níveis de metionina + cistina
digestíveis houve melhora na conversão alimentar. Essa melhora ocorreu possivelmente
pela eficiência de utilização dos aminoácidos para síntese proteica e pelo fato da
metionina regular o consumo de ração. Tavernari et al.20
observaram efeito quadrático
para conversão alimentar, determinando exigência de 0,802% de metionina + cistina
para frangos de corte machos de desempenho médio.
51
Tabela 3. Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis sobre o peso médio
(PM), ganho de peso (GP), consumo de ração (CR) e conversão
alimentar (CA) de frangos de corte aos 35 e 42 dias de idade
Met+Cis (%) PM (kg) GP (kg)
35° dia 42° dia 22 a 35 dias 22 a 42 dias
0,514 2,154 2,781 1,055 1,682
0,571 2,232 2,850 1,132 1,750
0,647 2,268 2,911 1,173 1,816
0,704 2,262 2,854 1,161 1,753
0,761 2,266 2,862 1,170 1,766
CV% 2,95 2,58 5,58 4,08
Regressão * * * *
Met+Cis (%) CR (kg/aves) CA (kg/kg)
22-35 dias 22-42 dias 22-35 dias 22-42 dias
0,514 2,174 3,461 2,042 2,021
0,571 2,187 3,467 1,933 1,955
0,647 2,172 3,431 1,857 1,891
0,704 2,162 3,410 1,851 1,907
0,761 2,151 3,393 1,840 1,887
CV% 3,35 2,68 3,20 2,48
Regressão ns ns * *
Variáveis Equação de Regressão R² Efeito
PMF 35 dias Ŷ = 1,9730 + 0,4128x 0,69 Linear
GPM 35 dias Ŷ = 0,8707 + 0,4179x 0,69 Linear
PMF 42 dias Ŷ = 0,8592 – 6,0945x – 4,5704x2 0,78 Quadrático
GPM 42 dias Ŷ = -0,2533 + 6,1339x – 4,5965x2 0,76 Quadrático
CA 35 dias Ŷ = 4,3448 – 6,9992x + 4,8836x2 0,99 Quadrático
CA 42 dias Ŷ = 3,5304 – 4,5863x + 3,2019x2
0,95 Quadrático
CV%: coeficiente de variação. * e ns significativo a 0,05e ns não significativo, respectivamente.
De 22 aos 35 dias de idade não se observaram diferenças significativas (p>0,05)
para o consumo de ração, entretanto, houve efeito linear crescente dos níveis de
metionina + cistina sobre o peso corporal e ganho de peso, ou seja, para cada 0,06% de
inclusão de metionina + cistina existe aumento estimado de 23g de ganho de peso
(Tabela 3). O nível de 0,761% corresponde à relação Met + Cis / Lis de 72%. O valor de
exigência para ganho de peso determinado neste experimento, resulta similar ao valor
estimado por Atencio et al.23
que determinaram, em machos Avian, exigência de
52
0,767% de metionina + cistina digestível e relação Met + Cis / Lis semelhante ao da
presente pesquisa. Tavernari et al.20
observaram efeito linear e determinaram exigência
de 0,790% de metionina +cistina o que corresponde à relação Met + Cis / Lis digestível
de 79,61%.
Para a conversão alimentar constatou-se uma redução até o nível de 0,717% de
metionina + cistina digestíveis, correspondendo a uma relação Met + Cis / Lis digestível
de 68%, relação inferior as encontradas por Tavernari et al.20
e Rostagno et al.16
de 75 e
73%, respectivamente.
De 22 a 42 dias de idade observou-se maior ganho de peso e peso médio para o
nível de 0,667% de metionina + cistina digestíveis, correspondendo a uma relação Met
+ Cis / Lis digestível de 63%. Goulart et al.5 estimaram níveis de 0,748% de metionina
+ cistina digestíveis.
Para conversão alimentar, o valor estimado de exigência de metionina+cistina
foi de 0,716% que corresponde a uma relação Met + Cis / Lis digestível de 68%.
Oliveira Neto et al.11
concluíram que o nível de 0,661% Met + Cis digestível,
correspondente à relação Met + Cis / Lis digestível de 72% proporcionou melhor
conversão alimentar em frangos de corte mantidos em ambiente termoneutro. Goulart et
al.5 estimaram níveis de 0,758% de metionina+cistina digestível, que corresponde a uma
relação Met + Cis / Lis digestível de 76%, para frangos de corte macho, cobb, na fase de
crescimento. De acordo com Darmani Kuhi et al.24
, a resposta de um animal a um
determinado nutriente limitante, geralmente segue a lei dos retornos decrescentes. Isto
significa que ocorre melhora no desempenho de um modo não linear com o aumento da
suplementação dietética do nutriente até o potencial máximo de crescimento do animal,
sob as condições de criação a qual ele é submetido e a maior adição do nutriente não
promover qualquer desempenho de resposta adicional25
.
O consumo de ração das aves alimentadas com as dietas suplementadas com
DL-metionina foram semelhantes (p>0,05) adieta basal. Portanto, não houve efeito dos
níveis de metionina sobre o consumo de ração. Resultado semelhante aos obtidos por
Oliveira Neto et al.11
e Goulart et al. 5 que também não encontraram nenhuma relação
entre os níveis de aminoácidos sulfurados sobre o consumo na fase de crescimento.
O fornecimento de ração deficiente em algum aminoácido promove a redução do
apetite, uma vez, que as aves possuem a capacidade de regular o consumo da ração para
adequar as pequenas deficiências dos aminoácidos e no caso especifico da metionina,
conduz à redução no consumo de ração26,1
.
53
Observou-se ainda que a dieta sem suplementação de DL-metionina (dieta basal)
apresentou o menor ganho de peso e maior conversão alimentar, confirmando o papel
limitante de metionina + cistina, em dietas a base de milho e farelo de soja.
Ao avaliar o empenamento aos 21 dias através do peso relativo das penas, não
foi observada diferença significativa entre as aves nos diferentes tratamentos (Tabela 4).
Isto provavelmente ocorreu pelo fato de que, a variação nos níveis do aminoácido, não
apresentou magnitude suficiente a ponto de alterar os mecanismos de formação de penas
na idade em que as aves se encontravam.
Tabela 4. Efeito dos níveis de metionina + cistina digestíveis no desenvolvimento das
vísceras comestíveis e penas de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade
CV%: coeficiente de variação. * e ns significativo a 0,05 e não significativo, respectivamente.
Os níveis de suplementação de DL-metionina não influenciaram (p>0,05) o peso
e o rendimento do coração e moela em frangos de corte aos 21 dias de idade. Já para o
peso do fígado, houve efeito quadrático (P<0,05) entre os tratamentos. A derivação da
equação resultou no nível máximo de 0,703% de metionina + cistina digestíveis (Tabela
4). Segundo Carew et al.27
, dietas deficientes em aminoácidos afetam diretamente o
crescimento do fígado das aves. Segundo Saki et al.28
, após absorção de aminoácidos a
partir do intestino, há um aumento do metabolismo corporal e do nível de atividade no
Met+Cis (%) Peso absoluto (g) Peso relativo (%)
Penas1 Coração Fígado
2 Moela Penas
3 Coração Fígado Moela
21 dias
0,545 22,333 5,917 29,117 18,267 2,365 0,632 3,093 1,943
0,616 29,667 6,767 33,217 19,667 2,945 0,667 3,290 1,947
0,711 24,667 6,333 32,150 18,917 2,498 0,633 3,223 1,905
0,782 24,333 6,317 33,083 18,778 2,370 0,618 3,223 1,830
0,853 26,000 5,817 29,817 18,350 2,662 0,592 3,047 1,877
CV% 3,87 19,70 12,39 13,96 24,04 16,41 8,95 12,99
Regressão ns ns * ns ns ns ns ns
Met + Cis (%) 42 dias
0,514 93,667 12,416 48,417 35,983 3,403 0,452 1,756 1,305
0,571 108,333 12,366 56,933 36,367 3,733 0,425 1,958 1,252
0,647 108,667 13,267 50,500 33,533 3,748 0,458 1,743 1,155
0,704 115,333 12,933 48,300 37,633 4,052 0,455 1,698 1,322
0,761 104,333 12,983 54,067 35,667 3,618 0,450 1,875 1,240
CV% 10,11 13,55 11,63 11,78 10,03 13,68 11,59 11,20
Regressão * ns ns ns * ns ns ns
Variáveis Equação de Regressão R² Efeito 1Peso (g) penas Ŷ = 94,3773 + 0,4752x - 0,0030x
2 0,83 Quadrático
2Peso (g) Fígado Ŷ = -42,8989 + 216,8658x -154,1649x
2 0,76 Quadrático
3Peso (%) penas Ŷ = 3,3954 + 0,0129x - 0,0001x
2 0,68 Quadrático
54
fígado, levando com isso não só ao aumento da atividade hepática, mas também
aumento do peso do fígado.
Não observou-se influencia (p>0,05) nos pesos absolutos e relativos do coração,
fígado e moela das aves aos 42 dias de idade com o aumento da concentração de
metionina + cistina digestíveis das rações. Entretanto, observou-se efeito quadrático
(p<0,05) sobre o peso e o rendimento de penas, com níveis de 0,660 e 0,662% de
metionina + cistina digestíveis, respectivamente. Segundo Twining et al.29
e Fischer et
al.30
, a proteína é o maior componente das penas das aves (89,97%) e os aminoácidos da
dieta têm um papel importante no processo de formação ou regeneração das mesmas. Os
aminoácidos sulfurados são considerados essenciais e estão envolvidos em maior grau
na síntese da queratina das penas, sendo, que 25% de cistina e 2% de metionina da dieta
são utilizados para a síntese da queratina31- 34
.
Não houve diferenças significativas entre os tratamentos para o rendimento de
peito, asas, dorso e gordura abdominal dos frangos aos 42 dias de idade (Tabela 5).
Todavia, o rendimento da carcaça e coxa + sobrecoxa aumentaram (p<0,05) de forma
linear com a elevação dos aminoácidos sulfurados na ração, indicando, assim, que existe
uma exigência maior para máximo rendimento de carcaça e coxa + sobrecoxa.
Tabela 5. Rendimento de carcaça, peito, C+S, asas e GA de frangos de corte, aos 42
dias de idade, alimentandos com dietas com diferentes níveis de metionina
+ cistina digestíveis
Met+Cis (%) Rendimento (%)
Carcaça Peito C + S Asas Dorso GA
0,514 70,073 40,468 30,272 10,082 19,183 2,302
0,571 70,485 41,960 29.130 10,598 18,315 2,257
0,647 71,388 41,452 29,753 10,618 18,177 2,055
0,704 71,138 41,828 28,912 10,188 19,073 2,158
0,761 71,812 41,817 28,363 10,220 19,598 1,968
CV% 2,17 4,48 4,90 5,06 8,20 21,25
Regressão * ns * ns ns ns
Variáveis Equações de Regressão R² Efeito
Carcaça
C + S
Ŷ = 66,7295 + 6,6466x 0,88
Ŷ = 33,2721 + 6,2342x 0,67
Linear
Linear
CV%: coeficiente de variação.* e ns significativo a 0,05 e não significativo, respectivamente.
Observou-se que o aumento de 0,06% dos níveis, resultou em aumento estimado
de 0,38% no rendimento de carcaça. Goulart et al.5 não encontraram efeito dos níveis de
metionina+cistina digestível em nenhuma das características (peso absoluto e relativo
55
do peito, carcaça, coxa, sobrecoxa, gordura abdominal e dos órgãos (coração, fígado e
moela) avaliados.
Conclui-se que as estimativas encontradas para a exigência de metionina +
cistina digestível para máximo desempenho de frangos de corte, machos, foram de
0,764% com a relação metionina + cistina/ lisina de 64% nafase inicial e 0,716% com
uma relação metionina + cistina/ lisina de 68% na fase de crescimento.
DECLARAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
Este estudo foi realizado em estrita conformidade com as recomendações do
Guia para o Cuidado e Uso de Animais de Laboratório do National Institutes of Health.
O protocolo dos procedimentos com uso de animal experimental foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade Federal do Goiás (Goiás,
Brasil), sob o número 010/2015.
56
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59
CAPITULO 3 - HEMATOLOGIA E BIOQUÍMICA SÉRICA DE FRANGOS DE
CORTE SUBMETIDOS A DIFERENTES NÍVEIS DE AMINOÁCIDOS
SULFURADOS DIGESTÍVEIS
RESUMO: Teve-se como objetivos neste estudo, avaliar o efeito dos níveis de
metionina + cistina (Met+Cis) digestível na dieta sobre os parâmetros hematológicos e
bioquímicos séricos de frangos de corte na fase inicial e de crescimento. Para isso,
utilizou-se 1.800 pintos, machos, da linhagem Coob 500, sendo 900 pintos para a fase
inicial (1 a 21 dias de idade) e mais 900 pintos para a fase de crescimento (22 a 42 dias
de idade), distribuídos em delineamento inteiramente casualizado composto de cinco
tratamentos, com seis repetições de 30 aves. Os tratamentos consistiram em 0,545;
0,616; 0,711; 0,782 e 0,853% e 0,514; 0,571; 0,647; 0,704 e 0,761% de Met+Cis
digestíveis para a fase inicial e de crescimento, respectivamente. Os resultados
demonstraram que níveis de Met+Cis digestível na alimentação de frango de corte,
acarretam alterações em parâmetros hematológicos como: hemoglobina, relação
heterófilo: linfócitos e monócitos, leucócitos totais; hemácia e hematócritos e
bioquímico sérico como: ácido úrico, albumina, colesterol total, proteínas sericas totais
(PST), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e triglicerídeos (TG). Com isso, redução
dos níveis de Met+Cis da dieta é potencialmente capaz de afetar o sistema imune e o
metabolismo aminoacídico em frangos de corte na fase inicial e de crescimento.
Palavras-chave: aves, bioquímica, cistina, metionina, sistema imune
60
ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the effect of digestible
methionine + cystine (Met + Cys) levels on the hematological and serum biochemical
parameters of broiler chickens in the initial and growth stages. For this, 1,800 male
chicks of the Coob 500 strain were used, with 900 chicks for the initial phase (1 to 21
days of age) and 900 chicks for the growth phase (22 to 42 days of age) distributed in a
completely randomized design consisting of five treatments, with six replicates of 30
birds. The treatments consisted of 0.545; 0.616; 0.711; 0.782 and 0.853% and 0.514;
0.571; 0.647; 0.704 and 0.761% digestible Met + Cys for the 1 to 21 and 22 to 42 days
of creation respectively. The results showed that levels of digestible Met + Cys in
broiler feed lead to alterations in some hematological parameters (hemoglobin,
heterophile: lymphocytes and monocytes, total leukocytes, hematocrit and hematocrit)
and serum biochemistry (uric acid, PST, total LDL and TG). Thus, reduction of Met +
Cys levels of the diet is potentially capable of affecting the immune system and the
amino acid metabolism in broiler chicken in the initial and growth phase.
Key words: biochemistry, cysteine, methionine, immune system, poultry
61
INTRODUÇÃO
Os constituintes sanguíneos refletem as condições de saúde das aves, sendo
essencial sua avaliação nas mais diversas condições em que o frango foi ou está sendo
criado, pois diversos fatores interferem nos seus resultados, entre eles, o
metabolismo1,2,3
. Na nutrição de frango de corte a metionina é o primeiro limitante nas
dietas a base de milho e farelo de soja, pois essas são deficientes naquele
aminoácido4,5,6
. Portanto a metionina deve ser suplementada nessas dietas para suprir o
teor de metionina+cistina (Met+Cis) necessário para um ótimo desempenho.
As quatro principais fontes comerciais de metionina sintética usadas na
alimentação de frango de corte são a DL-metionina (DL-Met) em pó ou sua forma
líquida como sal de sódio (DL-metionina-Na), a metionina hidroxi-análoga (MHA) em
pó, como sal de cálcio (MHA-Ca) ou na forma líquida como ácido livre (MHA-FA)7.
Existem vários estudos que têm sido conduzidos para avaliar o desempenho e
determinar as exigências nutricionais de metionina em frangos de corte alimentados
com dietas práticas baseadas em milho e soja7-11
. No entanto, o efeito do nível de
Met+Cis na dieta e das fontes de metionina disponível no mercado sobre a saúde de
frangos ainda não é bem conhecido.
Poucos trabalhos foram publicados envolvendo os níveis de Met+Cis em
frango sobre os parâmetros sanguíneos desde a descoberta da metionina em 1922. A
adição de metionina em quantidade suficiente na dieta melhora a imunidade das aves
contra diferentes doenças12
. YODSERANEE & BUNCHASAK13
, etudando os efeitos
da suplementação de DL-Met e MHA-FA em dietas sobre o perfil sanguíneo de frangos
de corte em condições tropicais, relataram que a concentração de metionina no plasma
foi aumentada pela suplementação de DL-Met, enquanto as concentrações de taurina e
ácidos úrico no plasma foram significativamente aumentadas pela suplementação
MHA-FA.
A suplementação de dietas com metionina propocionou um aumentou no HDL
sanguíneo e diminuiu os triglicerídeos séricos em frangos de corte14,15,16
. Baixos níveis
de proteínas e aminoácidos na dieta de frangos de corte têm sido associados à
diminuição da proteína sérica total e à albumina17
. Estudando o efeito de diferentes
níveis de metionina na dieta de frangos de corte da linhagem Ross 308, FALUYI18
constatou na análise bioquímica das proteínas séricas que apenas a proteína total, dos
62
metabólitos séricos medidos (albumina, globulina e proteína) foi significativamente
diferente. Em aves, a análise do soro pode ser considerada um bom indicativo para se
verificar alterações em seus sistemas fisiológicos19
. A análise do sangue proporciona a
oportunidade de investigar e conhecer a presença de vários metabolitos e outros
constituintes no corpo (sangue transporta nutrientes e materiais para diferentes partes do
corpo) e desempenha um papel vital no estado fisiológico, nutricional e patológico do
animal20-24
.
Um meio prontamente disponível e rápido de conhecer e interpretar o estado de
saúde clínico, nutricional e metabólico de animais em ensaios alimentares pode ser o
uso de análises dos componentes sanguíneos, porque a ingestão de componentes
dietéticos tem efeitos mensuráveis na composição do sangue24
. Assim, objetivou-se
avaliar os parâmetros hematológico e bioquímico sérico em frangos de corte na fase
inicial e de crescimento submetidos à dieta com diferentes níveis de Met+Cis
digestíveis.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Aviário Escola do Departamento de Zootecnia
da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás em Goiânia,
Goiás, Brasil (latitude 16º40’43”S, longitude 49º15’14”W e altitude de 749m) -
DZO/EVZ/UFG, no período de dezembro de 2014 a janeiro de 2015. Foram alojados
1.800 pintos de corte, machos, com um dia de idade da linhagem Cobb 500, sendo o
experimento 1 com 900 pintos para a fase inicial (1 a 21 dias de idade), e o experimento
2 com 900 pintos para a fase de crescimento (22 a 42 dias de idade). Os experimentos
foram conduzidos no delineamento inteiramente casualizado, composto de cinco
tratamentos (níveis de metionina + cistina digestíveis) e seis repetições de 30 aves cada.
As aves foram alojadas em 30 boxes individuais medindo 1,80 x 1,60 (2,88m²),
montados na área central do galpão comercial com 12m L x 125m C (1.500m²), galpão
do tipo pressão negativa com sete exaustores, sistema de nebulização e entrada de ar
com placa evaporativa. As muretas laterais de alvenaria de 0,40 m e tela de arame de
2,80 m de altura, pé direito de 3,20 m e orientação leste-oeste. A densidade de
alojamento em cada boxe foi de 12 aves/m² (30 aves/boxe). Cada boxe continha uma
linha com 10 bebedouros do tipo nipple e um comedouro tubular infantil até o sétimo
63
dia de idade e um adulto dos oito aos 42 dias de idade. A relação de comedouro e
bebedouros foi de 1:30 e 1:3 por número de animais, respectivamente. As aves foram
vacinadas no incubatório contra a doença de Marek, e aos 14 dias de idade foram
vacinadas contra a doença de Gumboro, via água de bebida. A cama utilizada foi de
casca de arroz (primeiro uso).
Em ambos os experimentos, elaborou-se uma dieta basal sem suplementação de
metionina, a qual foi suplementada gradativamente com DL- Metionina 99% (0,072;
0,168; 0,239; 0,311% e 0,058; 0,134; 0,192; 0,250% na fase de 1 a 21 e 22 a 42 dias de
criação respectivamente) em substituição ao amido de milho com a finalidade de
alcançar os níveis de metionina + cistina digestível que foram (0,545; 0,616; 0,711;
0,782; e 0,853%) e (0,514; 0,571; 0,647; 0,704 e 0,761%) de metionina + cistina
digestíveis para a fase de 1 a 21 e 22 a 42 dias de criação. Em ambas as fases (1 a 21 e
22 a 42 dias), as dietas basais foram formuladas para atender às exigências nutricionais
das aves, e seguindo as recomendações nutricionais da empresa fornecedora da ração,
com base nas exigências propostas por ROSTAGNO et al.25
(Tabela 1). Para evitar um
possível efeito cumulativo das fontes de aminoácido, as aves utilizadas na fase inicial
não foram às mesmas da fase de crescimento, para evitar respostas residuais na fase
seguinte.
64
Tabela 1 - Composição percentual e nutricionais das dietas experimentais
Ingredientes (%) Fase inicial Fase de crescimento
(1 a 21 dias) (22 a 42 dias)
Milho (%) 62,99 64,56
Farelo de soja 45.5% (%) 28,38 24,56
Farinha de carne e osso 44% (%) 3,20 2,60
Farinha de vísceras de aves (%) 2,00 2,67
Gordura de aves (%) 1,33 3,81
Sal (%) 0,40 0,24
Calcário calcítico 37% (%) 0,62 0,65
DL-Metionina 99% (%) 0,00 0,00
Biolys 70% (%) 0,40 0,34
L- Treonina 98% (%) 0,10 0,07
Colina 75% (%) 0,06 0,03
Aditivos (%) 0,13 0,13
Suplemento Vitaminico2 (%) 0,05 0,05
Suplemento Mineral1 (%) 0,05 0,05
Inerte (%) 0,29 0,24
Total (%) 100,0 100,0
Composição calculada
Energia metabolizavel (kcal/kg) 3109 3300
Proteina bruta (%) 21,803 21,217
Cálcio (%) 0,952 0,952
Fosforo disponível (%) 0,451 0,421
Metionina digestivel (%) 0,675 0,526
Metionina + Cistina digestivel (%) 0,545 0,514
Lisina digestivel (%) 1,190 1,058
Treonina digestivel (%) 0,749 0,667
Sodio (%) 0,201 0,190
Cloro (%) 1,598 1,399 1Suplemento mineral por kg de ração (Mineral mix): Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co,2 g; I, 1 g; veículo
q.s.p., 500 g. 2Suplemento vitamínico por kg de ração (Protein mix): Vit. A - 15.000.000 Ul, Vit. D3 - 1.500.000 Ul,
Vit. E - 15.000 Ul, Vit. B1 - 2,0 g, Vit. B2 - 4,0 g, Vit B6 - 3,0 g, Vit. B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico (Nicotinic
acid) - 25 g, Ácido pantotênico (Pantothenic acid) - 10 g, Vit. K3 - 3,0 g, Ácido fólico (Folic acid) - 1,0 g, Bacitracina
de zinco (Zinc bacitracin) - 10 g, Selênio (Selenium) - 250 mg, veículo q.s.p. - 1.000 g.
Em todo o período experimental, as aves receberam ração e água, ad libitum, e
foram criadas, seguindo as recomendações de iluminação, temperatura, umidade e
manejo de acordo com o Guia de Manejo de COBB-VANTRESS26
.
Para avaliação hematológica e bioquímica, foram colhidos 8 mL de sangue por
punção cardíaca de cada ave, sendo seis animais por tratamento, totalizando 30 aves,
aos 21 e 42 dias de idade. Do volume sanguíneo total, 0,5 mL foram mantidos em tubos
pediátricos com anticoagulante ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA K2 a 10%)
para realização do hemograma, e 7,5 ml em tubo sem anticoagulante para análises
bioquímicas.
O hemograma foi realizado por técnica manual. A contagem das células foi
realizada em câmara de Neubauer conforme o método de Natt e Herrick e incluiu
65
eritrócitos, leucócitos totais e trombócitos. A diluição empregada foi de 10 µL de
sangue em 1 mL da solução de Natt e Herrick. A contagem de eritrócitos foi realizada
nos cinco quadrantes do retículo central da câmara de Neubauer e multiplicada por
5.000 para se obter a contagem por microlitro de sangue. Os leucócitos e trombócitos
foram contados em todo o retículo central e multiplicados por 1.000 como fator de
correção.
A leitura de hematócrito foi realizada em tubo capilar pelo método do
microhematócrito. A determinação das proteínas plasmáticas totais (PPT) por
refratometria. A hemoglobina foi determinada pelo método da cianometahemoglobina
com kit comercial Hemoglobina (Labtest®, Lagoa Santa/MG).
Os índices hematimétricos de volume corpuscular médio (VCM) e concentração
da hemoglobina corpuscular média (CHCM) foram determinados por meio das
fórmulas: VCM = hematócrito x 10 / valor das hemácias e CHCM = hemoglobina x 100
/ hematócrito. Para a visualização da morfologia celular e diferenciação de leucócitos
em 100 células, foi utilizado o esfregaço sanguíneo corado com panótico rápido
(Laborclin®, Pinhais/PR). Após os resultados de heterófilos e linfócitos, calculou-se a
relação heterófilo/linfócito. As análises hematológicas foram realizadas imediatamente
após a colheita sanguínea.
Como perfil bioquímico, foram mensurados os analitos: albumina (ALB),
proteínas séricas totais (PST), ácido úrico (AU), lipoproteína de alta densidade (HDL),
lipoproteína de baixa densidade (LDL), colesterol total (CHOL) e triglicerídios (TG),
além de aspartato aminotransferase (AST). A dosagem destes foi realizada mediante
espectrofotometria, em analisador automático CM 250 (Wiener®, Rosário, Argentina)
seguindo-se a orientação recomendada pelo fabricante, utilizando kits analíticos
comerciais da (Biotécnica®, Varginha, MG).
O AU, o CHOL e os TG foram mensurados por reação enzimática com leitura
em ponto final, pelo método enzimático Trinder, sendo catalisados pelas enzimas
uricase, esterase oxidase e oxidase, respectivamente. A ALB, a PST e o HDL foram
dosados por reação de ponto final, utilizando, respectivamente, o método do verde de
bromocresol, biureto e precipitação com ácido fosfotungstico e cloreto de magnésio. Por
meio de métodos cinéticos propostos pela International Federation of Clinical
Chemistry and Laboratory Medicine (IFCC), onde o princípio da reação consiste na
oxidação da coenzima NADH, foi determinado a enzima AST. Já o LDL foi
66
determinado pela equação de Friedewald, sendo o resultado da diferença entre o CHOL
e a soma da HDL e VLDL.
Os dados foram submetidos à análise de variância. Para as comparações de
médias utilizou-se teste de Scott_Knott com nível de significância de 5%.
Homogeneidade das variâncias (Teste de Bartlett) e normalidade dos resíduos (Shapiro -
Wilk) foram considerados. Para às analises foi utilizado o programa R Core Team27
.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores de hemácias, hematócrito, VCM, CHCM e PPT no sangue das aves
foram semelhantes entre os tratamentos (Tabela 2). No entanto, a quantidade de
hemoglobina foi significativamente influenciado (p<0,05) pelos tratamentos.
Os resultados do hematócrito são semelhantes aos encontrados por CARDOSO
& TESSARI28
que verificaram variação de 30,6 a 37% do hematócrito em frangos
saudáveis aos 21 dias de idade. Publicações anteriores demostraram que o suplemento
de metionina durante os estágios iniciais do crescimento do frango causa melhora
significativa no hematócrito, contagem de hemácias e parâmetros relacionados21,23
. Os
resultados obtidos neste estudo indicam que a suplementação de Met+Cis digestíveis na
ração não alterou o valor da massa eritrocitária em frangos de três semanas de idade.
Assim as aves dos diferentes tratamentos nesta fase de desenvolvimento tiveram a
mesma capacidade de transferência de oxigênio (Costa29
), o que favorece seu
metabolismo.
Em todos os grupos de aves suplementadas com metionina na fase inicial,
verificou-se redução (p<0,05) nos valores de hemoglobina quando comparado com os
valores obtidos das aves do grupo controle, com exceção do grupo que recebeu 0,711%
de Met+Cis, que apresentou valor semelhante ao controle. A hemoglobina, pigmentos
do eritrócito, de cor vermelha, intervem no transporte de CO2 desde os tecidos ate os
alvéolos pulmonares, mantendo desta maneira o pH do sangue e a entrada de oxigênio
nas células29
.
Aos 42 dias de idade, os níveis adicionais de metionina nas rações influenciaram
(p<0,05) as concentrações de hemácias, hemoglobina e hematócritos. Para os valores de
VCM, CHCM e PPT não se observou diferença entre os tratamentos (Tabela 2).
67
Tabela 2 - Efeitos dos diferentes níveis de metionina + cistína digestivel na dieta sobre
o eritrograma e PPT de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade
Met+ Cis % Hemácias
(x106)
Hemoglobina
(g/dL)
Hematócrito
(%)
VCM
(fL)
CHCM
(%)
PPT
(g/dL)
21 dias
Basal 2,045 7,017 a 31,333 154,082 22,370 2,833
0,616 1,967 6,143b 30,571 158,676 20,193 2,533
0,711 2,417 6,660a 32,000 132,228 20,798 3,000
0,782 2,068 6,233b 30,500 149,283 20,415 2,800
0,853 2,136 5,983b 31,000 140,797 19,393 2,880
CV% 12,42 9,59 6,96 16,07 8,72 9,79
P 0,191 0,044 0,770 0,359 0,092 0,101
42 dias
Basal 2,107 b 7,425b
30,167 b 143,580 24,648 4,000
0,571 2,357 ª 8,340a 33,833a
143,573 24,653 4,200
0,647 2,158 b 7,528b
31,000b 143,226 24,590 4,333
0,704 2,140 b 7,402b
30,600b 142,690 24,700 3,880
0,761 2,498 a 8,810a
35,667 a 143,540 24,616 4,300
CV% 8,99 9,91 9,29 0,35 0,41 10,86
P 0,012 0,015 0,017 0,085 0,615 0,404 Os valores seguidos por letras diferentes na mesma coluna indicam diferenças estatisticamente significativas
pelo teste de Scott_Knott. CV% = coeficiente de variação. Volume corpuscular médio (VCM), Concentração
da hemoglobina corpuscular média (CHCM) e Proteínas Plasmáticas Totais (PPT).
Os níveis suplementares de Met+Cis digestíveis nas rações não influenciaram
(p>0,05) o número total de leucócitos, linfócitos, heterófilos e monócitos das aves aos
21 dias de idade (Tabela 3). Verificou-se diferença (p<0,05) da relação heterófilos:
linfócitos entre os tratamentos. Os linfócitos, neutrófilos e linfócitos são conhecidos por
desempenhar papéis fundamentais no sistema de defesa imunológico do homem e
animais24,30
.
68
Tabela 3 - Efeitos dos níveis de metionina+cistina digestíveis na ração sobre o
leucograma (/μL) de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade
Met+ Cis % Leucócitos
totais (x103)
H/L Linfócitos
Heterófilos
Monócitos
21 dias
Basal 13500,000 1,037 a 6168,333 4788,400 1588,667
0,616 9714,286 0,562 b 5778,571 3214,286 601,428
0,711 13000,000 0,780 a 6944,000 5316,000 590,000
0,782 11666,667 0,462 b 7136,667 3690,000 721,667
0,853 9800,000 0,545 b 7765,000 2798,000 856,667
CV% 31,28 39,78 45,24 44,78 75,88
P 0,315 0,009 0,786 0,138 0,081
42 dias
Basal 23000,00 a 1,192 9188,250 10418,167 273,500
b
0,571 13900,00 b 1,552 5426,833 7778,333 560,667
a
0,647 14600,00 b 1,315 6976,400 8520,333 313,333
b
0,704 14600,00 b 1,836 4358,000 8286,000 150,000
b
0,761 11200,00 b 1,143 5654,167 4757,500 325,000
b
CV% 28,74 48,46 40,05 38,89 36,54
P 0,002 0,437 0,072 0,059 0,002 Os valores seguidos por letras diferentes na mesma coluna indicam diferenças estatisticamente significativas
pelo teste de Scott_Knott. CV% = coeficiente de variação. Heterofilo:Linfocitos (H:L).
Observou-se nesta pesquisa que os níveis de Met+Cis diminuíram a relação H:L
a excessão do grupo 0,711 dos frangos aos 21 dias de idade, que foi igual ao controle. A
metionina apresenta efeitos sobre as respostas imunológicas das aves31
. Um dos
mecanismos propostos para explicar a interferência da metionina no sistema
imunológico é a proliferação de células T, que são sensíveis aos níveis intracelular de
glutationa e cisteína, os compostos que participam também no metabolismo da
metionina32
. Alimentar aves com dietas deficientes em proteínas, ou seja, quadro de
desnutrição protéica diminui a produção de células sanguíneas, levando a hipoplasia da
medula óssea e induzindo alterações estruturais interferindo com a imunidade inata e
adaptativa33-37
. A deficiência de metionina pode causar alterações patológicas e
ultraestruturais do timo, reduzir a população de células T, os teores séricos de
interleucina-2 e a função proliferativa das células T e induzir aumento da porcentagem
de células apoptóticas38
.
Aos 42 dias de idade das aves os níveis de Met+Cis testados influenciaram
(p<0,05) nas concentrações de leucócitos totais e monócitos. Observou-se uma
69
diminuição no número de leucócitos, em todos os tratamentos, quando comparado ao
grupo das aves alimentadas com a ração basal.
Este resultado discorda dos encontrados por NIKOOFARD et al.39
nos quais o
aumento no nível de aminoácidos sulfurados resultou em aumento no heterófilo e
diminuição nos linfócitos. Na presente pesquisa, os resultados mostraram que o
acréscimo de metionina na dieta de frango de 22 a 42 dias de idade pode comprometer o
sistema imune com a diminuição do número de leucócitos totais. Diminuição do número
de leucócitos compromete o sistema imune, assim as aves tornam-se mais suscetíveis às
doenças. De acordo com AL-MAYA21
as alterações em alguns aminoácidos dietéticos
como os aminoácidos sulfurados (Metionina e Cisteína) podem afetar as funções do
sistema imune, porque esses nutrientes ou os seus produtos estão interligados dentro e
entre leucócitos no sistema imunológico sistêmico.
Aos 42 dias de idade das aves os níveis de Met+Cis testados não influenciaram
(p>0,05) na relação H:L, linfócitos e heterofilos. A relação H:L tem sido um indicador
de estresse associado à lesões, ciclos reprodutivos e mudanças sazonais, e parece ser um
indicador mais apurado de estresse porque é menos variável que o número de
heterófilos ou linfócitos sozinhos. Na avicultura industrial, os valores de referências
para a relação H:L de 0,20, 0,50 e 0,80 são característicos de baixo, regular e alto graus
de estresse, respecitavamente40
.
Não houve diferença significativa (p>0,05) entre os tratamentos de um mesmo
experimento e entre experimento sobre o número de trombócitos aos 21 e nem aos 42
dias de idade das aves (Tabela 4). Os trombócitos podem estar relacionandos à
imunidade inata devido a sua capacidade de fagocitose, além da participação na
coagulação sanguínea41
. Também podem participar da remoção de material estranhos do
sangue40
.
Desta forma, diferentes níveis de Met+Cis não interferem nos valores de
trombócitos de frangos de corte mantidos em condições reais de criação.
70
Tabela 4 - Efeitos dos níveis de metionina+cistina digestíveis na ração sobre o
plaquetograma (/μL) de frangos de corte aos 21 e 42 dias de idade
Variável Níveis de Met+ Cis%
Trombócitos
21 dias
Basal 0,616 0,711 0,782 0,853 CV% P
30500 31857 45000 33000 36500 32,88 0,269
42 dias
Basal 0,571 0,647 0,704 0,761 CV% P
39000 36000 37000 43000 42000 22,07 0,505 CV% = coeficiente de variação.
Sinais clínicos de doenças em aves são inespecíficos e tanto as análises
hematológicas como as bioquímicas têm sido reportadas como importantes fontes de
informação para o estado do sistema imune destes animais. De acordo com SCHMIDT
et al.41
, estudos dos parâmetros bioquímicos são essenciais, pois, contribui com o
progresso da medicina aviária, com a realização de pesquisas que permitam a
interpretação adequada das respostas do organismo e do acompanhamento de casos,
para possíveis adoções de medidas visando a uma melhora no diagnóstico e nos índices
zootécnicos.
Houve diferença (P<0,05) nos níveis de ácido úrico, albumina, PST, colesterol
total, LDL e TG no sangue das aves na fase inicial em todos os tratamentos quando
comparados às aves alimentadas com a ração basal (Tabela 5).
71
Tabela 5 - Níveis séricos de ácido úrico, albumina, AST, PST, colesterol total, HDL,
LDL e triglicérides no soro de frango de corte aos 21 e 42 dias de idade
alimentados com dietas constituídas com diferentes níveis de metionina +
cistina digestíveis
Met+
Cis %
Ácido
úrico
(mg/dL-1
)
Albumina
(g/dL-1
)
AST
(UI/L)
PST
(g/dL-1
)
Colesterol
Total
(mg/dL-1
)
HDL
(mg/dL-1
)
LDL
(mg/dL-1
)
TG
(mg/dL-1
)
21 dias
Basal 2,585 b 1,103
b 210,950 2,047
c 104,667
b 89,217 9,040
b 25,000
b
0,616 2,737 b 1,360
a 215,517 2,678
b 117,000
b 100,717 11,083
b 26,000
b
0,711 4,187 a 1,423
a 232,717 2,755
b 127,000
a 104,650 13,020
a 36,667
a
0,782 4,857 a 1,352
a 249,740 3,297
a 136,333
a 113,950 15,350
a 33,400
a
0,853 4,697 a 1,370
a 231,367 3,010
a 126,167
a 106,950 10,400
b 34,500
a
CV% 42,61 7,91 12,61 12,63 13,16 12,77 24,68 11,03
P 0,056 <0,001 0,267 <0,001 0,026 0,043 0,016 <0,001
42 dias
Basal 2,642 1,390 524,867 3,238 c 108,667 91,283 10,450 34,667
0,571 2,282 1,390 509,450 3,377 c 123,000 97,983 16,950 40,333
0,647 2,866 1,458 713,933 4,508 a 121,167 88,317 22,183 48,000
0,704 3,324 1,366 720,440 3,792b 115,400 89,580 16,780 45,200
0,761 3,347 1,447 540,540 4,296 a 130,500 100,700 21,800 37,000
CV% 31,13 7,73 31,51 6,34 11,86 14,06 42,50 20,00
P 0,280 0,275 0,611 0,172 <0,001 0,130 0,425 0,077 0,094 Os valores seguidos por letras diferentes na mesma coluna indicam diferenças estatisticamente significativas teste de
Scott_Knott. CV% = coeficiente de variação. Aspartato aminotransferase (AST), Proteínas Séricas Totais (PST), Lipoproteina de Alta Densidade (HDL), Lipoproteina de Baixa Densidade (LDL) e Triglicerídeos (TG).
O ácido úrico é o produto final do metabolismo do nitrogênio mais importante
nas aves, que aumenta imediatamente após o consumo de alimento com alto teor de
ácidos nucléicos41, 42
. O nível de proteína na dieta afeta a produção de ácido úrico43
.
HERNANDEZ et al.44
relataram que a concentração de ácido úrico no plasma foi
aumentada com o aumento dos níveis de proteína na dieta de frangos de corte na fase
pré-inicial. Portanto, a determinação do conteúdo sérico deste substrato tem sido
amplamente utilizada como indicador da utilização de aminoácidos em frango de
corte42, 45, 46
. Em aves jovens a concentração de ácido úrico tendem a se apresentar
maiores do que em aves adultas47
. WEN et al.5 demonstraram que em aves que
receberam dietas com metionina havia uma maior concentração de ácido úrico no soro.
Os resultados da presente pesquisa mostraram que o ácido úrico se eleva à medida que a
ingestão de Met+Cis aumenta. Isto evidencia que as rações com os maiores níveis de
Met+Cis são capazes de serem absorvidas e metabolizadas pelas aves, aumentando
assim a transformação de nitrogênio ao úrico ácido.
As aves alimentadas com a ração basal apresentaram menores níveis de
albumina no sangue, quando comparadas aos demais tratamentos. As concentrações de
72
colesterol total, LDL e TG das aves alimentadas com a ração basal apresentaram-se
semelhante (p>0,05) aos das aves alimentadas com o segundo nível de suplementação e
mais altos nas aves alimentadas com as rações com os três níveis mais altos de Met+Cis
que foram semelhantes entre si. Notou-se que na dieta basal e no segundo nível de
suplementação de metionina há redução das concentrações de colesterol total, LDL e
TG no sangue das aves. Estes resultados estão de acordo com os de BOUYEH48
que
encontrou efeito para triglicerídeos, colesterol, LDL e HDL em frangos de corte,
machos, da linhagem Ross 308, com 21 dias de idade submetidos a diferentes níveis de
metionina e lisina.
Com os resultados dessa pesquisa, pode-se sugerir que dietas com níveis
deficitários de Met+Cis reduzem as concentrações de colesterol total e (LDL) no
sangue. Isso sugere também que rações deficientes em Met+Cis digestíveis para frangos
de corte podem comprometer o metabolismo dos ácidos graxos não esterificados, como
o LDL (quanto mais baixo valores de LDL melhor) e triglicéridios. Isso, provavelmente,
é porque os aminoácidos sulfurados parecem agir inibindo a enzima
hidroximetilglutaril-CoA redutase, responsável pela síntese de colesterol, diminuindo a
concentração plasmática de colesterol no organismo. A metionina desempenha
importante papel no metabolismo lipídico em aves14
,49
. O aumento significativo do
colesterol total, LDL e triglicéridios no nível mais alto de Met+Cis observado no
presente estudo pode ser uma explicação aceitável a partir dos aspectos acima
mencionados.
Na fase de crescimento, não se observou diferença (p>0,05) para os níveis de
ácido úrico, albumina, AST, colesterol total, LDL, HDL e TG com o aumento da
concentração de Met+Cis digestíveis das rações (Tabela 5). Para a variável ácido úrico,
resultados semelhantes a esse trabalho foram encontrados por RODRIGUEIRO et al.50
que também não observaram efeito significativo dos níveis de Met+Cis sobre a
concentração de ácido úrico no soro de frangos de corte na fase de crescimento.
HERNANDEZ et al.44
relataram que a concentração plasmática de ácido úrico não foi
afetada com o aumento dos níveis de proteína na dieta de frangos de corte na fase
inicial, crescimento e final. Com relação à albumina, o resultado encontrado na presente
pesquisa discorda dos resultados de NIKOOFARD et al.39
, nos quais os autores
demostraram que o parâmetro albumina aumentou significativamente com o aumento
dos níveis de metionina cristalina na dieta de frangos de corte, macho, Ross 308, aos 42
dias.
73
Houve diferença (P<0,05) dos níveis de Met+Cis digestíveis para as PST. Aos
21 dias de idade houve o aumenta escalonado de PST, assim como, nos maioresa níveis
de Met+Cis digestíveis aos 42 dias de idade dos frangos de corte. Este resultado
discorda de AL-MAYAH 21
que não observou nenhuma diferença significativa nos
valores de PST e albumina de frangos de corte com 28 dias de idade recebendo
diferentes níveis de DL-metionina. ZHANG & GUO51
demonstraram que o DL-2-
hidroxi-ácido butanóico 4-metiltio (LMA) na forma líquida, utilizado como uma fonte
de metionina na dieta, não influenciou sobre os níveis séricos de PST em frangos de
corte machos da linhagem Arbor Acres com 21 dias de idade.
A atividade de AST não foi influenciada (p>0,05) pelos tratamentos em
nenhuma das fases avaliadas. Tais valores encontram-se dentro dos valores
considerados normais para aves aos 21 dias de idade que está entre 202-325UI/L 1
. Em
geral, considera-se que valores de AST de 350 UI/L representam elevações moderadas
da enzima e a partir de 800 UI/L, elevações marcadas, que se acompanhadas por
biliverdinúria ou biliverdinemia, são indicativas de dano hepatocelular grave52, 53
.
Percebe-se que ainda há falta de informação relacionando nutrição e parâmetros
sanguíneos na avicultura industrial, em especial, frente a dietas com diferentes níveis de
Met+Cis. Com isso, ainda são necessárias pesquisas adicionais para detalhar os efeitos
das fontes e níveis de metionina, bem como suas associações, sobre as diferentes células
do sistema imune e os parâmetros bioquímicos e suas consequências para os frangos de
corte.
CONCLUSÃO
Os resultados demonstraram que níveis de Met+Cis digestíveis em dietas de
frangos de corte, acarretaram alterações em parâmetros hematológicos (hemoglobina,
relação heterófilo: linfócitos e monócitos, leucócitos totais; hemácia e hematócritos) e
bioquímico sérico (ácido úrico, Albumina, PST, colesterol total LDL e TG). Com isso,
redução dos níveis de Met+Cis na dieta é potencialmente capaz de afetar o sistema
imune e o metabolismo aminoacídico em frango de corte na fase inicial e crescimento.
74
COMITÊ DE ÉTICA E BIOSSEGURANÇA
Esta pesquisa foi realizada em conformidade com as recomendações do Guia
para o Cuidado e Uso de Animais de Laboratório do National Institutes of Health. Este
trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da
Universidade Federal do Goiás (CEUA/UFG, Goiás, Brasil), sob o número 010/2015.
75
REFERÊNCIAS
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enzimas de função hepática em frangos de corte de criação industrial clinicamente
saudáveis. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. 2006;58(4):675-677.
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80
CAPÍTULO 4 - UMIDADE, PH, TEMPERATURA, CONCENTRAÇÃO DE
AMÔNIA E EXCREÇÃO DE NITROGÊNIO NA CAMA DE FRANGOS DE
CORTE SUBMETIDOS A DIETAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE
AMINOÁCIDOS SULFURADOS
RESUMO: Objetivou-se determinar o efeito da suplementação de aminoácido
sulfurado (metionina+cistina) na dieta de frangos de corte criados em condições
comercial brasileira, sobre a concentração do gás amônia, umidade, pH, temperatura e
excreção de nitrogênio na cama nos períodos de 14, 28 e 42 dias de criação. Foram
utilizados 900 pintos, machos, da linhagem Coob 500, distribuídos em delineamento
inteiramente casualizado composto de cinco tratamentos, com seis repetições de 30
aves. Formulou-se uma ração basal (sem metionina) a qual foi suplementada com DL-
metionina (0,072; 0,168; 0,239; 0,311% e 0,058; 0,134; 0,192; 0,250% na fase de 1 a 21
e 22 a 42 dias de criação respectivamente) em substituição ao amido de milho com a
finalidade de alcançar os níveis de metionina + cistina digestível desejável que foram
(0,545; 0,616; 0,711; 0,782; e 0,853%) e (0,514; 0,571; 0,647; 0,704 e 0,761% de
metionina + cistina digestíveis para a fase de 1 a 21 e 22 a 42 dias de criação
respectivamente. Não houve efeito significativo dos niveis de metionina na ração sobre
a temperatura e concentração do gás amônia em nenhumas das fases avaliadas. Para a
umidade e pH da cama houve influência dos tratamentos em todas as fases avaliadas.
Para o nitrogênio, observou-se efeito significativo aos 14 dias, não expressando
diferenças nas demais fases, sugerindo que a excreção de nitrogênio aumenta com o
aumento dos níveis de Met+Cis na dieta até 14 dias.
Palavras-chave: ambiente criatório, aminoácido, avicultura, metionina+cistina
81
ABSTRACT: The objective of this study was to determine the effect of sulfur amino
acid (methionine+cystine) supplementation included in the diet of broiler chickens
raised under Brazilian commercial conditions on the concentration of ammonia gas,
moisture, pH, temperature, and nitrogen excretion in litter on the 14, 28, and 42nd
day of
breeding. A total of 900 male chicks of the Cobb500 line were used, distributed in a
completely randomized design with five treatments, with six replicates of 30 birds. A
basal diet (without methionine) was formulated and was supplemented with DL-
methionine (0.072, 0.168, 0.239, 0.311% and 0.058, 0.134, 0.192, 0.250% for days 1 to
21 and days 22 to 42 of breeding respectively) replacing the corn starch in order to
achieve the desirable digestible methionine + cysteine levels (0.545, 0.616, 0.711, 0.782
and 0.853%) and (0.514; 0.571; 0.647; 0.704 and 0.761% and digestible methionine +
cysteine for 1 to 21 and 22 to 42 days, respectively. There was no significant effect on
the temperature and concentration of ammonia gas in any of the phases evaluated.
Met+Cis supplementation influenced moisture and pH of litter in all the evaluated
phases. For nitrogen, a significant effect was observed at 14 days, not exhibiting effects
during the other phases, suggesting that nitrogen excretion increases with increasing
levels of met+cis in the diet for up to 14 days.
Keywords: amino acid, breeding environment, methionine + cystine, poultry
82
INTRODUÇÃO
A nutrição aminoacídica exige o adequado balanceamento entre os aminoácidos
e, caso contrário, pode se tornar um problema
para a indústria avícola por influenciar a
qualidade do ambiente criatório. O desbalanceamento entre os aminoácidos da dieta
pode ser responsável pela deposição de excesso de nutrientes na cama com potencial
impacto para o ambiente.
Dentre os aminoácidos, a metionina é o primeiro limitante nas dietas avícolas a
base de milho e soja1-3
. Por conter na sua estrutura moléculas de nitrogênio e enxofre,
pode ser convertidos em compostos voláteis causadores de odores nos galpões avícolas,
tais como, mercaptano, sulfureto de hidrogênio e dimetilo, fenol, ácido propiônico,
butanóico, entre outros, por meio da decomposição microbiana da cama4, 5
.
No Brasil, a cama de frango é comumente usada na adubação das pastagens, e
de plantações, como: eucaliptos, cafés, laranjas, hortaliças, entre outros. A aplicação de
cama fornece às plantas nutrientes como fosforo (P), potássio (K) e nitrogênio (N), bem
como outros micro e macronutrientes, sendo que, em média na cama contém 4% N
total6. A excreção pelas aves de N em excesso advindo principalmente dos aminoácidos
dietéticos pode aumentar a volatilização da amônia dos sistemas de produção animal, o
que afeta a qualidade do ar7.
Fatores como umidade, pH e temperatura da cama são os que mais influenciam
as reações de degradação microbiológica aeróbia, que converte o ácido úrico em amônia
e gás carbônico pelo que ocorre com frequência no ambiente criatório das aves8. O
nível de umidade da cama é um fator crítico no manejo dos galpões, e influencia a
incidência e a severidade das lesões na carcaça das aves e equilibra a volatilização do
gás amônia9.
O acúmulo de material fecal e a produção de amônia aumentam o pH da cama,
cujos valores normalmente variam de 7,0 a 8,5 10
. Valores de pH superiores a 7,0
combinados com alta umidade, normalmente estimulam a proliferação bacteriana na
cama e consequentemente aumentam a produção de amônia 11
. Os níveis de amônia
devem ser mantidos abaixo de 10 ppm em todos as fases de criação 12
.
Pela importância das variáveis pH, umidade, temperatura, excreção de
nitrogênio e concentração do gás amônia na cama avícola, se torna essencial avaliar nas
diferentes situações nutricionais que os animais forem submetidos uma vez que,
83
influenciam indiretamente o desempenho e diretamente a qualidade do ambiente
criatório.
Objetivou-se determinar o efeito da suplementação de DL-metionina para
atender os níveis de metionina+cistina digestiveis em dieta de frangos de corte criados
em condições comercias sobre (o pH, umidade, temperatura, concentração de gás
amônia e excreção de nitrogênio na cama) nos períodos de 14º, 28º e 42º dia de criação.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no período de dezembro de 2014 a janeiro de 2015
no Aviário Escola do Departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária e Zootecnia
da Universidade Federal de Goiás em Goiânia, Brasil (latitude 16º40’43”S, longitude
49º15’14”W e altitude de 749m). Foram utilizados 900 pintos, machos, da linhagem
Coob 500, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado composto de cinco
tratamentos, com seis repetições de 30 aves.
As aves foram alojadas em 30 boxes individuais medindo 1,80 x 1,60 (2,88m²),
montados na área central do galpão comercial com 12m L x 125m C (1.500m²), galpão
do tipo pressão negativa com sete exaustores, sistema de nebulização e entrada de ar
com placa evaporativa. As muretas laterais de alvenaria de 0,40 m e tela de arame de
2,80 m de altura, pé direito de 3,20 m e orientação leste-oeste.
Cada boxe continha uma linha com 10 bebedouros do tipo nipple e um
comedouro tubular infantil até o sétimo dia de idade e um adulto dos oito aos 42 dias de
idade. A relação de comedouro e bebedouros por número de aves foi de 1:30 e 1:3,
respectivamente. As aves foram vacinadas no incubatório contra a doença de Marek, e
aos 14 dias de idade foram vacinadas contra a doença de Gumboro, via água de bebida.
Em todo o período experimental, as aves receberam ração e água, ad libitum, e foram
criadas, seguindo as recomendações de iluminação, temperatura, umidade e manejo de
acordo com o Guia de Manejo de Cobb-Vantress 12
.
A ração basal não recebeu adição de DL-Metionina (99%) e consequentemente
apresentou o menor nível de metionina + cistina (%), proveniente somente dos
ingredientes utilizados na ração. Formulou-se uma ração basal (sem metionina) a qual
foi suplementada com DL-metionina (0,072; 0,168; 0,239; 0,311% e 0,058; 0,134;
0,192; 0,250% nas fases de 1 a 21 e 22 a 42 dias de criação, respectivamente) em
84
substituição ao amido de milho com a finalidade de atender os níveis de metionina +
cistina digestível de 0,545; 0,616; 0,711; 0,782; e 0,853%) na fase de 1 a 21e 0,514;
0,571; 0,647; 0,704 e 0,761% de metionina + cistina digestíveis para o período de 22 a
42 dias de criação (Tabela 1).
As rações foram formuladas a base de milho e farelo de soja, seguindo as
recomendações nutricionais da empresa fornecedora que se baseia em Rostagno et al. 13
.
Tabela 1. Composição percentual e valores nutricionais das dietas experimentais
Ingredientes (%) Fase inicial Fase de crescimento
(1 a 21 dias) (22 a 42 dias)
Milho (%) 62,99 64,56
Farelo de soja 45.5% (%) 28,38 24,56
Farinha de carne e osso 44% (%) 3,20 2,60
Farinha de vísceras de aves (%) 2,00 2,67
Gordura de aves (%) 1,33 3,81
Sal (%) 0,40 0,24
Calcário calcitico 37% (%) 0,62 0,65
DL-Metionina 99% (%) 0,00 0,00
Biolys 70% (%) 0,40 0,34
L- Treonina 98% (%) 0,10 0,07
Colina 75% (%) 0,06 0,03
Aditivos (%) 0,13 0,13
Suplemento Vitaminico2 (%) 0,05 0,05
Suplemento Mineral1 (%) 0,05 0,05
Inerte (%) 0,29 0,24
Total (%) 100,0 100,0
Calculated composition
Energia metabolizavel (kcal/kg) 3109 3300
Proteina bruta (%) 21,803 21,217
Cálcio (%) 0,952 0,952
Fosforo disponível (%) 0,451 0,421
Metionina digestivel (%) 0,675 0,526
Metionina + Cistina digestivel (%) 0,545 0,514
Lisina digestivel (%) 1,190 1,058
Treonina digestivel (%) 0,749 0,667
Sodio (%) 0,201 0,190
Cloro (%) 1,598 1,399 1Suplemento mineral por kg de ração (Mineral mix): Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co,2 g; I, 1 g; veículo
q.s.p., 500 g. 2Suplemento vitamínico por kg de ração (Protein mix): Vit. A - 15.000.000 Ul, Vit. D3 - 1.500.000 Ul,
Vit. E - 15.000 Ul, Vit. B1 - 2,0 g, Vit. B2 - 4,0 g, Vit B6 - 3,0 g, Vit. B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico (Nicotinic
acid) - 25 g, Ácido pantotênico (Pantothenic acid) - 10 g, Vit. K3 - 3,0 g, Ácido fólico (Folic acid) - 1,0 g, Bacitracina de zinco (Zinc bacitracin) - 10 g, Selênio (Selenium) - 250 mg, veículo q.s.p. - 1.000 g.
Utilizou-se cama de casca de arroz de primeiro lote, mantida de 8 a 10 cm de
altura. Aos 14, 28 e 42 dias de criação das aves, a cama foi coletada para em seguida
serem avaliadas quanto a umidade, pH, amônia volatilizada e nitrogênio total.
85
A avaliação da temperatura da cama foi realizada in loco com um termômetro de
superfície infravermelho com mira laser (Marca Cen-tech modelo ITEM 69465). Para
determinação dos teores de umidade, pH, gás amônia volatilizada e nitrogênio total,
adotou-se como procedimento a coleta da cama em seis pontos diferentes de cada boxe
separadamente e imediatamente após á avaliação da temperatura, evitando-se as áreas
próximas e abaixo de comedouros e bebedouros.
As avaliações de umidade, pH e amônia foram realizadas no Laboratório de
Nutrição Animal do DZ/EVZ da UFG-Goiânia-GO, imediatamente após as coletas,
evitado com isso, possíveis alterações nos resultados. O pH foi determinado com
pHmetro digital Modelo PM608 ANALION® de acordo com metodologia de Oliveira et
al. 14
.
A amônia volatilizada na cama foi determinada pelo método de Hernandes et
al.15
, utilizando-se a fórmula: A = Vx17x0,05 em que A= quantidade de amônia
volatilizada (mg/100g), V= volume de H2SO4 utilizado na titulação (mL); 17= peso
molecular da amônia e 0,05= normalidade do H2SO4. Para a análise de amônia foram
utilizadas 100 g de amostra.
As amostras da cama após a pré-secagem foram moídas e, posteriormente,
submetidas à determinação de umidade e nitrogênio. A umidade foi determinada pelo
método recomendado pelo Ministério da Agricultura (Brasil 16)
.
O nitrogênio da cama foi determinado pelo método de Dumas (1831), via
aparelho automatizado modelo (Leco) no Laboratório de Análise de Alimentos da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Unesp - Campus de
Jaboticabal-SP.
Foi realizada a análise de variância para avaliar a significância dos efeitos de
tratamentos. Havendo significância, entre os tratamentos, foi aplicada a análise de
regressão polinomial (p<0,05), utilizando o programa R Core Team 17
.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os teores de umidade, temperatura, pH, concentração de amônia e excreção de
nitrogênio total da cama ao 14º dia de criação das aves alimentados com diferentes
níveis de metionina+cisteína digestíveis encontram-se na Tabela 2.
86
Tabela 2. Umidade, temperatura, pH, nitrogênio e concentração de amônia na cama aos 14 dias
de idade de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis digestível
Met+Cis (%) Variáveis
Umidade
(%)
TºCama
ºC pH
Nitrogênio
(g)
Amônia
(ppm)
Basal 9,317 24,467 7,295 1.9050 1.3917
0,616 12,410 24,933 7,222 2.0050 1.4050 0,711 11,978 24,500 7,055 2.4267 1.9850
0,782 12,182 24,767 7,160 2.2033 1.8150
0,853 10,773 24,950 6,995 2.4383 1.6167
CV% 19,50 2,59 3,34 14,57 29,62
Regressão ** ns * * ns
Variáveis Equação de Regressão R² Efeito
Umidade Ŷ = -38.4347+142,3352x-99,3523x2 0,82 Quadrático
pH Ŷ = 7,7447-0,8545x 0,74 Linear
Nitrogênio Ŷ = 1,0363+1,6529x 0,70 Linear
CV%: coeficiente de variação. *, ** e ns efeito linear e quadrático (P<0.05) e não
significativo, respectivamente.
Houve influência (P<0,05) dos níveis de met+cis digestíveis na excreção de
nitrogênio, umidade e pH da cama (Tabela-1; Figuras 1A, B e C, respectivamente).
(A)
1.905 2.005
2.427 2.203
2.438
y = 1.0363+1.6529x
R² = 0.70
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
0.545 0.616 0.687 0.758 0.829 0.9
Teo
r d
e N
itro
gên
io d
a C
am
a %
Níveis de Met+Cis
87
(B)
(C)
Figura 1 - Excreção de nitrogênio da cama (A), umidade (B) e pH (C) ao 14º dia criação de
frango de corte submetidos a diferentes níveis de metionina+cistina digestível.
Na Figura 1A, houve efeito linear entre o teor de Met + Cis digestível e a
excreção de nitrogênio (Ŷ = 1,0363 + 1,6529x, R² = 0,70), mostrando que o aumento no
teor de Met + Cis digestível aumenta a excreção de nitrogênio na cama. A carência de
um aminoácido da dieta pode ter promovido o maior catabolismo de outros
aminoácidos, razão da maior excreção de nitrogênio nesta fase.
Os monogástricos recebem fonte de nitrogênio por meio da dieta contido nas
proteínas e em outros alimentos 18
. Na digestão das aves, as proteínas são reduzidas a
aminoácidos e peptídeos e estes são absorvidos pelo organismo, sendo que desses é
utilizada na síntese de novas proteínas e outra parte é eliminada pelos rins 19
. Assim, a
excreção nas aves relaciona-se principalmente com a eliminação de substâncias
9.316
12.410
11.978
12.181
10.773
Ŷ = -38.4347+142.3352x-99.3523x2
R² = 0.82
8.000
9.000
10.000
11.000
12.000
13.000
14.000
15.000
0.545 0.616 0.687 0.758 0.829 0.9
Um
idad
e d
a C
am
a %
Níveis de Met+Cis
7.295
7.221
7.055
7.160
6.995
y = 7.7447-0.8545x
R² = 0.74
6.950
7.000
7.050
7.100
7.150
7.200
7.250
7.300
7.350
0.545 0.616 0.687 0.758 0.829 0.9
pH
da C
am
a %
Níveis de Met+Cis
88
nitrogenadas (Donsbough et al. 20
), sendo o ácido úrico o principal metabólito eliminado
na urina, na forma de uma pasta esbranquiçada.
O excesso de aminoácidos é desaminado, e o nitrogênio (N) é excretado na
forma de ácido úrico 21
. A carência de aminoácidos por sua vez pode potencializar o
catabolismo de outros aminoácidos 22
. A suplementação em excesso ou insuficiente de
metionina em dietas aumenta a excreção de nitrogênio e as emissões para o meio
ambiente 1. O nitrogênio não metabolizado e excretado resulta na liberação de ácido
úrico que através da degradação microbiana, a amônia é liberada para a atmosfera 23, 24,
25. Assim, a combinação da quantidade de proteína na alimentação de acordo com as
exigências e fases de criação pode reduzir a excreção de nitrogênio nas criações de
frangos de corte 26, 27
.
A análise de regressão revelou efeito quadrático dos níveis de Met+Cis
digestível na umidade da cama (Ŷ = -38,4347+142,3352x-99,3523x2; R² = 0,82). A
umidade aumentou à medida que os níveis de Met+Cis digestível aumentaram,
atingindo o maior teor de umidade com 0,716% de Met+Cis digestivel da dieta, segundo
a equação obtida, atingindo o platô nos níveis seguintes (Figura 1B).
A umidade da cama é uma das maiores preocupações na produção de frangos de
corte em virtude do impacto negativo à saúde, bem-estar e desempenho produtivo das
aves 9, 28-30
. As causas da cama úmida no galpão de frangos são sempre multifatoriais e
em geral, se devem à interação nutrição, manejo e condições da saúde intestinal das
aves 26
. Níveis de sódio, cloro e potássio, o conteúdo e digestibilidade da proteína e os
níveis de fibra na dieta, consumo de água, tipo de bebedouro, ventilação, entre outros,
são fatores notáveis que contribuem para umidade da cama 9, 26
.
O aumento do teor de proteína na dieta aumenta o consumo de água e
consequentemente aumento do teor de água dos dejetos 31, 32
. Esse fenômeno torna-se
mais relevante quando a dieta apresenta níveis de proteína acima ou abaixo do desejado,
que pode resultar em perfil de aminoácido desequilibrado 33, 34
. Nesses casos, o excesso
de aminoácidos não empregados para síntese deverão ser catabolizados e o nitrogênio
excretados como ácido úrico, via excreta e urina Kim et al. 1 e Van der Hoeven-Hangoor
et al. 35
, e consequentemente maior perda de água.
Na excreção nitrogenada, as aves usam enzimas específicas para excretar ácido
úrico, sendo que nesse processo há remoção de água e essa é uma importante adaptação
das aves ao ambiente terrestre 36
, 37
. A maior excreção de nitrogênio está relacionada ao
maior teor de umidade da excreta 34, 35
.
89
Assim, sugere-se nesta pesquisa, que a baixa umidade da cama nos tratamentos
que receberam menores níveis de Met+Cis digestíveis na dieta pode ser atribuída ao
menor volume de ácido úrico excretado.
Observou-se que para os valores do pH (Figura 1C) houve efeito linear negativo
(p<0,05), ou seja, à medida que se aumentou os níveis de metionina+ cistina digestível
da dieta houve uma redução no pH. O maior teor de Met+Cis digestível (0,853%)
apresentou o menor valor de pH (6,99).
Não houve efeito do aumento dos níveis de metionina+ cistina (p>0,05) na
temperatura e concentração de amônia na cama ao 14º dia de idade das aves. A
conversão do nitrogênio na excreta em íon amoníaco está relacionada com a
temperatura, a umidade e pH da cama, e taxa de ventilação do ambiente criatório 38
. O
íon amônio (NH4+) é a forma dominante de nitrogênio no esterco de aves, o qual é
convertido em amônia (NH3+) com a elevação do pH e sob condições de umidade
26.
A concentração de amônia tende a aumentar com o aumento do teor de umidade
da excreta, pois inúmeras espécies de microorganismos dependem da água, e assim, o
aumento da umidade da cama os ativa. Alguns trabalhos mostraram que a quantidade de
água na cama afeta a atividade microbiana (Wadud et al. 39
), as emissões de amoníaco e
odores 40, 41
. A volatilização da amônia é mais comum em condições alcalinas, com
valores de pH em torno de 9, juntamente com altas temperaturas 23
.
Na criação de frangos de corte, o uso de equipamentos para melhorar as
condições internas do galpão como o uso de nebulizadores é iniciado praticamente na
fase final de criação e pelo fato do consumo de água na primeira fase de criação ser
mínimo em relação às fases seguintes é consenso que o uso de água de forma em geral
nas instalações avícolas é menor nas primeiras semanas de vida da ave, assim como, o
volume da excreta (ácido úrico + água) produzido.
Com isso, sugere-se nesta pesquisa que, pelo fato da umidade da cama estar
abaixo do considerado ideal para a maior proliferação de microorganismo, a
concentração de amônia não foi significativa.
Analisado a Tabela 3 e Figura 2A e B, dentre as variáveis avaliadas aos 28 dias
de idade das aves, verificou-se que houve diferença estatística para umidade e pH da
cama.
90
Tabela 3. Umidade, temperatura, pH e concentração de amônia na cama aos 28 dias de idade
de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis digestível
Niveis de met+cis (%) Variáveis
Umidade
(%)
TºCama
(ºC) pH
Amônia
(ppm)
Basal 12,158 27,883 8,320 5,103
0,571 17,083 27,500 8,304 5,088 0,647 17,652 28,050 8,203 4,890
0,704 17,283 27,850 8,098 4,592
0,761 18,163 27,400 8,142 4,268
CV% 21,73 4,16 1,93 30,54
Regressão * ns * ns
Variáveis Equação de Regressão Efeito
Umidade Ŷ = 4,0411+19,4353x (R² = 0,60) Linear
pH Ŷ = 8,7875-0,8994x (R² = 0,84) Linear
CV%: coeficiente de variação. *, ** e ns efeito linear e quadrático (p<0.05) e não
significativo, respectivamente.
(A)
(B)
Figura 2. Umidade da cama (A) e pH (B) ao 28º dia de idade de frango de corte,
submetidos a diferentes níveis de metionina+cistína digestivel.
12.158
17.083 17.651
17.283 18.163
Ŷ = 4.0411+19.4353x
(R² = 0.60)
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
18.000
20.000
0.514 0.585 0.656 0.727 0.798 0.869
Um
idad
e %
Níveis de Met+Cis
8.320 8.304
8.203
8.098
8.142
Ŷ =8.7875-0.8994x
(R² = 0.84)
8.000
8.050
8.100
8.150
8.200
8.250
8.300
8.350
0.514 0.585 0.656 0.727 0.798 0.869
pH
%
Níveis de Met+Cis
91
Observou-se que para os valores de umidade da cama (figura 2A) houve efeito
linear positivo (p<0,05), ou seja, à medida que aumentaram os níveis de metionina+
cistina digestíveis da dieta aumentou o teor de umidade da cama. Sugere-se que aves
suplementadas com os maiores níveis de Met+Cis digestíveis na dieta consumiram mais
água e eliminaram maior volume de ácido úrico e água nas excretas, aumentando assim
a umidade da cama.
Existem evidências de que o consumo de água em monogástricos afeta o
metabolismo nitrogenado destas espécies. Bressani & Braham 42
presumem que em
animais monogástricos a ocorrência de um alto consumo de água, seja ad libitum, seja
por consumo forçado levava a uma redução na retenção de nitrogênio.
Observou-se que para os valores de pH houve efeito linear negativo (p<0,05),
ou seja, à medida que aumentaram os níveis de Met+Cis digestíveis da dieta reduziu o
pH na cama. Observou-se que o pH se manteve alcalino em todos os tratamentos ao 28º
dia de criação. Um dos fatores mais importante que pode afetar a liberação de NH3 é o
pH da cama 43
. A liberação de amônia é pequena quando o pH da cama é ácido, mas é
alta quando o pH está acima de 8,0, pois a decomposição do ácido úrico (C5H4N4O3) é
favorecida em condições de pH alcalino 44, 45
. Íons H+ e pH abaixo de 7,0 resultam em
aumento na proporção NH3/NH
4+ e como o íon amônio não é volátil, há redução das
perdas de nitrogênio por volatilização da amônia.
Quando o pH se eleva, essa razão aumenta, causando maior volatilização 44, 45
.
Valores de pH abaixo de 7,0, além de reduzir a carga bacteriana da cama, reduz a
volatilização da amônia, melhorando as condições ambientais do aviário 26, 46
.
Observou-se neste trabalho, que mesmo com o pH alcalino, favorável ao
desenvolvimento microbiano na cama, não foi expressivo ao ponto de comprometer a
concentração da amônia, e, é provável que o aumento no pH seja devido ao maior
acúmulo de excretas produzidas e o maior teor de umidade na cama que aumentou de
forma gradativa a medida que aumentou a fase de criação das aves e os níveis de
met+cis digestíveis na dieta.
Não houve diferença (p>0,05) para os níveis de amônia e temperatura da cama
entre os diferentes tratamentos aos 28º dias de criação (Tabela 3).
Os teores de nitrogênio, a umidade, o pH, temperatura e o potencial de
volatilização de amônia na cama ao 42º dia de criação são descritos na Tabela 4.
92
Tabela 4 - Umidade, temperatura, pH, nitrogênio e concentração de amônia na cama aos
42º dias de frango de corte, submetidos a diferentes níveis de met+cis
digestível
Niveis de met+cis (%) Variáveis
Umidade
(%)
TºCama
(ºC) pH
Nitrogênio
(g)
Amônia
(ppm)
Basal 0,571
20,667 29,140 8,678 3,950 14,892 20,660 28,367 8,557 3,837 19,057
0,647 19,697 29,083 8,697 3,857 14,013
0,704 23,355 27,967 8,137 3,723 11,802
0,761 27,605 28,700 8,608 3,853 14,992
CV% 18,98 2,44 1,04 6,04 33,00
Regressão ** ns ** ns ns
Variaveis Equação de Regressão R² Efeito
Umidade Ŷ = 111,4610-312,2721x+65,4141x2 0,95 Quadrático
pH Ŷ = 12,0161-10,1599x +7,2250x2 0,13 Quadrático
CV%: coeficiente de variação. *, ** e ns efeito linear e quadrático (p<0.05) e não
significativo, respectivamente.
(A)
(B)
Figura 3. Umidade da cama (A) e pH (B) aos 42 dias de idade de frango de
corte submetidos a diferentes níveis de metionina+cistina digestível
20.667 20.660
19.697
23.355
27.605
Ŷ = 111.4610-312.2721x+265.4141x2
(R² = 0.95) 15.00016.00017.00018.00019.00020.00021.00022.00023.00024.00025.00026.00027.00028.00029.00030.000
0.514 0.585 0.656 0.727 0.798 0.869
Um
idad
e d
a C
am
a %
Níveis de Met+Cis
8.678 8.557
8.697
8.137
8.608
Ŷ = 12.0161-10.1599x +7.2250x2
(R² = 0.13)
1.0002.0003.0004.0005.0006.0007.0008.0009.000
10.00011.00012.00013.00014.000
0.514 0.585 0.656 0.727 0.798 0.869
pH
na c
am
a %
Níveis de Met+Cis
93
Observou-se efeito (p<0,05) quadrático para o (pH) Ŷ=12,0161-
10,1599x+7,2250x2
(R²=0,13) e para a umidade na cama Ŷ=111,4610-
312,2721x+265,4141x2, (R² = 0,95), aos 42 dias de criação, aumentando até o nível de
0,703% e 0,588% de metionina+cistina respectivamente (Tabela 4 e Figuras 3A e B
respectivamente).
Cama com índice de umidade abaixo de 20% resulta em aumento da
concentração de poeira no interior da instalação, afetando o sistema respiratório das
aves, predispondo ao surgimento de infecções. Por outro lado, o excesso de umidade da
cama, ou seja, índice acima de 35% pode causar problemas de saúde e bem estar nas
aves, aumento da incidência de lesões no peito, queimaduras na pele, pododermatites,
condenações e perda da qualidade nas carcaças 47, 11, 12, 48
.
Não houve influencia dos níveis de Met+Cis digestíveis (p>0,05) na excreção
de nitrogênio, concentração de amônia e temperatura da cama ao 42º dia de criação.
No presente estudo, observou-se aumento da temperatura da cama ao longo do
período de avaliação. Este aumento na temperatura da cama está relacionado com o
tempo que as aves gastam deitadas à medida que envelhecem. A concentração de
amônia na cama, não foi afetada (p>0,05) em nenhum dos períodos avaliados, devido
provalvemente, pela qualidade do galpão (pressão negativa). Contudo, a volatilização de
amônia aumentou gradualmente com a idade das aves. Esta concentração aumentada de
amônio na cama provavelmente está relacionada as excreções produzidas com o
aumento da idade da ave, umidade e alcalinidade do pH da cama.
CONCLUSÕES
A temperatura da cama e a concentração do gás amônia não foram
significativamente afetadas em nenhuma das fases avaliadas. Os diferentes tratamentos
exerceram efeitos sobre a umidade da cama e pH em cada fase avaliada. O teor de
nitrogênio foi significativamente afetado até o 14º dia, mas não nos períodos restantes
de criação, sugerindo que a excreção de nitrogênio aumenta com o aumento dos níveis
de met+cis digestíveis na dieta até o 14º dia.
94
DECLARAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
Este estudo foi realizado em estrita conformidade com as recomendações do
Guia para o Cuidado e Uso de Animais de Laboratório do National Institutes of Health.
O protocolo dos procedimentos com uso de animal experimental foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade Federal do Goiás (Goiás,
Brasil), sob o número 010/2015.
95
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99
CAPÍTULO 5 - BIOEFICÁCIA DA METIONINA HIDROXI-
ANÁLOGO DE SAL DE CÁLCIO (MHA-CA) EM COMPARAÇÃO
À DL-METIONINA EM FRANGOS DE CORTE
RESUMO: Dois experimentos foram conduzidos com o objetivo de avaliar a
bioeficácia da metionina hidroxi-análogo sal de cálcio (MHA-Ca 84%) em comparação
com a DL-metionina (DLM 99%) em frangos de corte. Na fase de 1 a 21 dias de idade
(experimento I), e 22 a 42 dias de idade (experimento II), foram utilizados 1.728
frangos de corte, machos, da linhagem comercial Cobb 500® com peso médio inicial de
46g e 1.155g, respectivamente, em cada fase avaliada. Adotou-se um delineamento
inteiramente casualizado, com (9 tratamentos e 6 repetições) de 32 aves por unidade
experimental. Para os dois experimentos, as fontes de metionina foram suplementadas
numa dieta basal (deficiente em Met + Cis). Foi avaliado o peso corporal, o ganho de
peso, o consumo de ração e a conversão alimentar. Os dados foram analisados por
ANOVA e análise de regressão simultânea foi usada para determinar a bioeficácia
baseada no peso corporal e na conversão alimentar em ambos os experimentos. A DLM
quando suplementado em 65% da quantidade de MHA-Ca 84%, promoveu o mesmo
desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte de 1 a 21 e 22 a 42 dias de
idade. Adotando o método de regressão exponencial e usando a DLM 99% como
padrão, as médias de bioeficácia para MHA-Ca para ganho de peso e conversão
alimentar foram 65% e 22% na fase de 1 a 21 dias, e 41% e 58% na fase de 22 a 42 dias.
Palavras-chave: aves, aminoácidos, desempenho, fontes de metionina
100
ABSTRACT: Two trials were conducted for evaluating the bioefficacy (BE) of
methionine hydroxyl analogue calcium salt (MHA-Ca 84%) compared to DL-
methionine (DL-Met 99%) in broiler chicken. From 1 to 21 days (trial I), and 22 to 42
days (trial II), 1,728 male broilers (Cobb 500) with 46 and 1155 grs respectively for
each phase were used. A completely randomized design was used, with (9 treatments
and 6 replications) of 32 birds per experimental unit. For the both trials, the methionine
sources were supplemented in a basal diet (met+cys deficient). Body weight (BW),
weight gain (WG), feed intake, (FI) feed conversion ratio (FCR) were analyzed by
ANOVA, and simultaneous regression analysis were used to determine the bioefficacy
based on body weight and feed conversion. DLM when it supplemented in 65% of the
amount of MHA-Ca 84%, promoted the similar performance and carcass yield of broiler
chickens from 1 to 21 and 22 to 42 days of age. DL-met 99% as standard, the BE means
for MHA-Ca for WG and FCR were 65% and 22% for 21 days, and 41% and 58% for
42 days.
Keywords: amino acids, methionine sources, performance, poultry
101
INTRODUÇÃO
A metionina é um aminoácido sulfurado essencial e primeiro limitante em dietas
para frangos de corte a base de milho e farelo de soja1-5
. Muitos trabalhos comprovam a
participação da metionina no crescimento, como doadora de grupos metil, tendo
importante papel como precursor da glutationa, da taurina e da cisteína, na resposta
imune e na síntese proteíca 6-11.
Uma das principais fontes de metionina cristalina mais
utilizada nas formulações de dietas para frango de corte é a DL-metionina com 99% de
atividade de metionina. Todavia, outros compostos (análogos de metionina) também são
utilizados Elwert et al.12
, como a metionina hidroxi-análoga encontrados na forma
líquida (DL-MHA-FA 88%) e na forma pó (DL-MHA-Ca 84%). A bioeficácia dessas
fontes de metionina tem gerado discussão quando comparada a DL-Met como fonte de
metionina cristalina padrão12-14
.
De acordo com Littell et al.15
, a maneira mais precisa para descrever a
bioeficácia com base nas respostas de desempenho de frangos de corte seria a aplicação
do modelo de regressão exponencial simultânea. Nos trabalhos conduzidos por Payne et
al.1; Elwert et al.
12; Sauer et al.
16; Sangali et al.
17 também utilizaram estes modelos para
determinar a bioeficácia dos análogos de metionina em relação à DL-Met.
Assim, o presente estudo, teve por objetivo determinar a bioeficácia da fonte
MHA-Ca 84% em comparação com a DL-metionina 99%, na fase inicial e de
crescimento de frangos de corte, utilizando as médias de ganho de peso e conversão
alimentar e os métodos de determinação por regressão linear e exponencial simultânea
como sugerido por Littell et al.15
.
MATERIAL E MÉTODOS
Dois experimentos foram conduzidos no período de março a maio de 2015 no
Aviário Escola do Departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária e Zootecnia da
Universidade Federal de Goiás em Goiânia, Brasil (latitude 16º40’43”S, longitude
49º15’14”W e altitude de 749m). Em cada ensaio realizado nas fases de 1 a 21 dias de
idade (experimento I), e de 22 a 42 dias de idade (experimento II), foram utilizados
1.728 frangos de corte, machos, da linhagem comercial Cobb 500® com peso médio
inicial de 46g e 1.155g, respectivamente. As aves de ambos os experimentos foram
102
distribuídas uniformemente em delineamento inteiramente casualizado, com nove
tratamentos e seis repetições de 32 aves por unidade experimental.
As aves foram alojadas em 54 boxes medindo 1,80 x 1,60 (2,88m²) com cama de
casca de arroz, montados na área central do galpão comercial com 12m L x 125m C
(1.500m²), galpão do tipo pressão negativa com sete exaustores, sistema de nebulização
e entrada de ar com placa evaporativa. As muretas laterais de alvenaria de 0,40 m e tela
de arame de 2,80 m de altura, pé direito de 3,20 m e orientação leste-oeste. A densidade
de alojamento em cada boxe foi de 14 aves/m² (32 aves/boxe).
Cada boxe continha uma linha com 10 bebedouros do tipo “nipple” e um
comedouro tubular infantil até o sétimo dia de idade e um adulto dos oito aos 42 dias de
idade. A relação de comedouro e bebedouros por número de aves foram de 1:32 e 1:3,
respectivamente. As aves foram vacinadas no incubatório contra a doença de Marek, e
aos 14 dias de idade foram vacinadas contra a doença de Gumboro, via água de bebida.
Em todo o período experimental, as aves receberam ração e água, ad libitum, e foram
criadas, seguindo as recomendações de iluminação, temperatura, umidade e manejo de
acordo com o Guia de Manejo de Cobb-Vantress18
.
Em ambas as fases, as dietas basais foram formuladas para atender às exigências
nutricionais das aves, e seguindo as recomendações nutricionais da empresa fornecedora
da ração, com base nas exigências propostas por Rostagno et al.19
(Tabela 1). As rações
basais não receberam adição de nenhuma das fontes de metionina, e consequentemente
apresentou o menor nível de metionina + cistina, proveniente somente dos ingredientes
utilizados na ração. As dietas à base de milho e farelo de soja, para ambos os
experimentos, foram isocalóricas e isoprotéicas, variando apenas os níveis de metionina
+ cistina e as fontes de metionina. As fontes de metionina usadas foram: DL-metionina
99% e Metionina Hidroxi-Análogo Sal de Cálcio (MHA-Ca 84%).
Foram elaborados quatro níveis de suplementação de MHA-Ca para atingir 30,
70, 100 e 130% das exigências de Met+Cis desejados. As inclusões de DL-metionina
foram realizadas com 65 partes de cada inclusão de MHA-Ca nos respectivos
tratamentos. Assim, o objetivo foi avaliar a substituição de MHA-Ca por 65 partes de
DLM em diversos níveis de exigências de Met+Cis.
A ração basal (sem metionina) foi suplementada com MHA-Ca (0,137; 0,319;
0,456; 0,593% ) e com DL-metionina (0,089; 0,207; 0,296; 0,385%) na fase de 1 a 21 e
na fase de 22 a 42 dia de idade suplementou com (0,105; 0,246; 0,351; 0,456 e 0,068;
0,160; 0,228; 0,297% de MHA-Ca e DL-metionina, respectivamente).
103
O período experimental foi dividido em duas fases: inicial (1 a 21 dias –
Experimento I) e crescimento (22 a 42 dias de idade – Experimento II), pois o trabalho
possuía a finalidade de avaliar a bioeficácia nas duas diferentes fases de criação. Para
evitar um possível efeito cumulativo das fontes de aminoácido, as aves utilizadas na
fase inicial não foram às mesmas da fase de crescimento, para evitar respostas residuais
na fase seguinte.
A descrição dos tratamentos segue abaixo:
T1- Dieta Basal – isenta de qualquer inclusão de metionina cristalina
T2- T1+ MHA-Ca para atingir 30% da exigência de M+C
T3- T1+ MHA-Ca para atingir 70% da exigência de M+C
T4- T1+ MHA-Ca para atingir 100% da exigência de M+C
T5- T1+ MHA-Ca para atingir 130% da exigência de M+C
T6- T1+ 65% de DLM da inclusão de MHA-Ca do T2
T7- T1+ 65% de DLM da inclusão de MHA-Ca do T3
T8- T1+ 65% de DLM da inclusão de MHA-Ca do T4
T9- T1+ 65% de DLM da inclusão de MHA-Ca do T5
Tabela 1. Composição das dietas basais (Experimentos I e II)
Ingredientes (%) Fase inicial Fase de crescimento
(1 a 21 dias) (22 a 42 dias)
Milho (%) 62,74 68,62
Farelo de soja 45.5% (%) 28,06 18,65
Farinha de carne e osso 44% (%) 2,80 1,80
Farinha de vísceras de aves (%) 4,00 5,00
Gordura de aves (%) 0,20 1,53
Sal (%) 0,34 0,29
Calcário calcítico 37% (%) 0,63 1,00
DL-Metionina 99% (%) 0,00 0,00
Lisina liquida 64% - 0,37
Biolys 70% (%) 0,28 -
L- Treonina 98% (%) 0,11 0,09
Colina 75% (%) 0,07 0,05
Aditivos (%) 0,10 0,27
Enzima 0,07 -
Sulfato de cobre 0,03 -
Promotor de crescimento 0,01 -
L-Valina (%) 0,04 -
Bicarbonato de sódio 0,05 -
Suplemento mineral (%) 0,05 0,05
Suplemento vitamínico (%) 0,05 0,05
104
Inerte - 2,22
Total (%) 100 100
Composição Calculada
Energia metabolizavel (kcal/kg) 3,109 3,300
Proteína bruta (%) 21,803 20,217
Cálcio (%) 0,952 0,903
Metionina digestivel (%) 0,602 0,526
Metionina + Cistina digestivel (%) 0,564 0,527
Lisina digestivel (%) 1,190 1,058
Sodio (%) 0,201 0,190
Cloro (%) 1,598 1,399 1Suplemento mineral por kg de ração (Mineral mix): Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co,2 g; I, 1 g; veículo
q.s.p., 500 g. 2Suplemento vitamínico por kg de ração (Protein mix): Vit. A - 15.000.000 Ul, Vit. D3 - 1.500.000 Ul,
Vit. E - 15.000 Ul, Vit. B1 - 2,0 g, Vit. B2 - 4,0 g, Vit B6 - 3,0 g, Vit. B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico (Nicotinic
acid) - 25 g, Ácido pantotênico (Pantothenic acid) - 10 g, Vit. K3 - 3,0 g, Ácido fólico (Folic acid) - 1,0 g, Bacitracina
de zinco (Zinc bacitracin) - 10 g, Selênio (Selenium) - 250 mg, veículo q.s.p. - 1.000 g.
Foi avaliado o desempenho acumulado aos 7º, 14º e 21º dias de idade no
experimento I e 22º, 28º, 35º e 42º dias de idade no experimento II. Para isso foi
conduzida a pesagem das aves e das rações e registrado o peso das aves mortas
diariamente. As variáveis analisadas foram o peso final, ganho de peso, consumo de
ração e conversão alimentar.
O ganho de peso foi obtido com a pesagem das aves no início e final de cada
período experimental. O consumo de ração foi determinado subtraindo-se a sobra da
quantidade ofertada. A conversão alimentar foi obtida a partir do consumo médio de
ração e do ganho médio de peso das aves, em cada período. A conversão alimentar foi
corrigida considerando-se a mortalidade ocorrida durante a semana, segundo Sakomura
& Rostagno20
.
Aos 21 e 42 dias de idade, duas aves de cada repetição, sendo 12 por tratamento,
foram separadas com base no peso médio da parcela, identificadas e submetidas a um
jejum alimentar de oito horas, com livre acesso a água e posteriormente abatidas.
As aves foram sacrificadas no abatedouro experimental da UFG seguindo a
seguinte sequência: pesagem da ave viva, insensibilização, sangria, pesagem pós-
sangria, escaldagem, depenamento, pesagem e retirada dos órgãos digestivos para
obtenção do peso absoluto e avaliação do rendimento de (coração, fígado sem vesícula
biliar e moela em relação ao peso vivo em jejum). Da moela, foi removida toda a
gordura aderida, seu conteúdo e a membrana coilina.
Os parâmetros avaliados foram: percentual de penas (g/ave), peso da carcaça
(g/ave), rendimento de carcaça e cortes (%) assim como o percentual de gordura
105
abdominal (%). Aos 42 dias de idade foi retirada a gordura abdominal, que foi
considerada como tecido adiposo em torno da cloaca, da moela, do proventrículo, da
bursa de fabricius e dos músculos abdominais adjacentes, conforme descrito por Smith
21. Retiraram-se os pés e a cabeça + pescoço e fez-se a pesagem da carcaça. Por fim,
foram retirados o peito, as coxas + sobrecoxas (C+S) e as asas, que foram pesados
separadamente. Para evitar erros, somente uma pessoa treinada fez a retirada da gordura
e outra, os cortes de peito, (C+S) e asas.
Para determinar o percentual de penas as aves foram pesadas antes e depois da
retirada das penas e, pela diferença, foi determinado o conteúdo das penas (gramas) de
cada ave dentro de cada repetição e por tratamento. Para calcular o rendimento de
penas, foi considerado o peso absoluto das penas, em relação ao peso vivo das aves em
jejum.
Para o cálculo do rendimento de carcaça não resfriada, foi considerado o peso da
carcaça eviscerada, (sem os pés, cabeça + pescoço e gordura abdominal), em relação ao
peso vivo das aves em jejum, assim como, o rendimento dos órgãos digestivos e
gordura abdominal. Para rendimento dos cortes, foi considerado o peito inteiro (com
pele e ossos), pernas (coxa e sobrecoxa com pele e ossos) e asas, calculados em relação
ao peso da carcaça eviscerada.
Os dados foram submetidos à análise de variância. Para as comparações de
médias utilizou-se teste de Tukey com nível de significância de 5%. Homogeneidade
das variâncias (Teste de Bartlett) e normalidade dos resíduos (Shapiro - Wilk) foram
considerados. A bioeficácia relativa das fontes de metionina foi determinada utilizando-
se a DL-metionina 99 % como padrão. Os valores de bioeficácia relativa da MHA-Ca
em relação à DLM, para as variáveis de desempenho foram estimados por meio de
modelo de regressão exponencial simultâneo (para as respostas não-linear) de acordo
com a equação 1, e por modelo de regressão linear simultâneo (para resposta linear) de
acordo com a equação 2, como sugerido por Littell et al. 15
. Para às analises foi utilizado
o programa R Core Team 22
.
Equação 1: y= a + b (1-e (c
1x1 + c
2x2
))
Em que: y= critério de desempenho, a= desempenho obtido com a dieta basal
(intercepto), b = resposta assintótica (diferença entre “a” e assíntota), a + b = assíntota
comum (nível de desempenho máximo), c1, c2 = coeficiente de inclinação para a DLM
e MHA-Ca, respectivamente e x1 e x2 = níveis dietéticos de DLM e MHA-Ca,
106
respectivamente. De acordo com Littell et al.15
, o valor de bioeficácia da MHA-Ca em
relação a DLM é dado pela razão do coeficiente de regressão c2/c1.
Equação 2: y= a + (b1x1 + b2x2)
Em que: y= critério de desempenho, a = desempenho obtido com a dieta basal
(intercepto-y), b1 e b2 = coeficiente de regressão para DLM e MHA-Ca
respectivamente, e x1 e x2 = níveis dietéticos de DLM e MHA-Ca respectivamente. De
acordo com Littell et al.15
, o valor de bioeficácia da MHA-Ca em relação a DLM é dado
pela razão do coeficiente de regressão b2/b1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No alojamento, o peso médio inicial dos pintos na fase inicial foi de 46g. No
período de 1 a 7 dias de idade verificou-se que as aves alimentadas sem as fontes de
metionina (ração basal) apresentaram menor média de peso e ganho de peso (p<0,05)
quando comparado com as dietas suplementadas com qualquer fonte de metionina
(Tabela 2). Com este resultado demonstra-se que rações com deficiência em metionina
resultam em depressão no desempenho de pintos na primeira semana de vida.
107
Tabela 2. Desempenho de frangos de corte, de 1 a 7 e de 1 a 21 dias de idade, alimentados com
ração suplementados com diferentes fontes de metionina
Médias na mesma coluna, seguidas de letras distintas diferem significativamente (p<0,05) pelo teste de Tukey.
CV% = coeficiente de variação.
A suplementação de metionina no período de 1 a 21 dias incrementa o
desempenho produtivo de frangos de corte, quando comparados à dieta basal (Tabela 2).
Frangos alimentados com a ração basal apresentaram (p<0,05) aos 21 dias de idade, o
menor peso e ganho de peso médio, menor consumo de ração e piora na conversão
alimentar quando comparado com a média de cada fonte de metionina.
Fontes de metionina Peso médio (kg) Ganho de peso (kg)
7° dia 21° dia 1 a 7 dias 1 a 21 dias
T1 - Basal 0,158b 0,895
c 0,112
b 0,849
d
T2 - MHA-Ca 30% M+C 0,170a 0,977
ab 0,124
a 0,938
bc
T3 - MHA-Ca 70% M+C 0,170a 0,989
ab 0,124
a 0,943
ac
T4 - MHA-Ca 100% M+C 0,173a 0,994
ab 0,127
a 0,948
ac
T5 - MHA-Ca 130% M+C 0,173a 0,965
b 0,127
a 0,919
c
T6 - 65%DLM do MHA T2 0,175a 0,973
ab 0,128
a 0,936
bc
T7 - 65%DLM do MHA T3 0,171a 0,998
ab 0,125
a 0,952
ac
T8 - 65%DLM do MHA T4 0,177a 1,013
a 0,131
a 0,978
a
T9 - 65%DLM do MHA T5 0,176a 1,010
ab 0,130
a 0,964
ab
CV% 2,26 2,33 3,11 2,04
P <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Consumo de ração (kg/aves) Conversão alimentar (kg/kg)
1-7 dias 1-21 dias 1-7 dias 1-21 dias
T1 - Basal 0,132 1,188
b 1,173
a 1,396
a
T2 - MHA-Ca 30% M+C 0,141 1,260
a 1,141
ab 1,350
b
T3 - MHA-Ca 70% M+C 0,143 1,247
a 1,138
ab 1,320
bd
T4 - MHA-Ca 100% M+C 0,144 1,285
a 1,114
ab 1,343
bc
T5 - MHA-Ca 130% M+C 0,143 1,234
ab 1,148
ab 1,337
bd
T6 - 65%DLM do MHA T2 0,139 1,253
a 1,083
ab 1,333
bd
T7 - 65%DLM do MHA T3 0,140 1,258
a 1,082
ab 1,304
cd
T8 - 65%DLM do MHA T4 0,141 1,259
a 1,076
ab 1,300
d
T9 - 65%DLM do MHA T5 0,137 1,277
a 1,053
b 1,301
cd
CV% 4,79 2,48 5,11 1,60
P 0,107 <0,001 0,008 <0,001
108
O consumo de ração (Tabela 2) não apresentou diferença (p>0,05), para as
fontes de metionina, entretanto a dieta basal e MHA-Ca 130% Met+Cis apresenta
menor (p<0,05) consumo de ração. As deficiências de metionina deprimem a ingestão
de alimento em frango de corte, visto o desequilíbrio de aminoácidos23
. As adições de
ambas as fontes melhoraram (p<0,05), significativamente, a conversão alimentar, o peso
e o ganho de peso em relação à dieta basal. Resultado semelhante aos de Sangali et al.24
,
que também encontraram melhor desempenho com adição de MHA e DLM na dieta em
relação aos frangos alimentados com a dieta basal.
Observou-se que, ao comparar os níveis de suplementação das fontes de
metionina, não houve diferença (p>0,05) para o peso corporal, ganho de peso, consumo
de ração e conversão alimentar, portanto, a DL-metionina na razão 65 partes do MHA-
Ca pode ser utilizada no período de 1 a 21 dias de idade do frango sem comprometer o
desempenho zootécnico. Pode sugerir ainda, que o objetivo da dieta basal, deficiente em
met+cis, foi alcançado, de acordo com Lemme et al.25
, ao sugerirem que essa
deficiência é essencial para detectar diferenças na biodisponibilidade de fontes de
metionina na dieta.
Os dados obtidos para percentual de penas, desenvolvimento de órgãos
digestivos e linfóides de frangos de corte, no período de 1 a 21 dias, alimentados com
dietas, contendo diferentes fontes e níveis de metionina na ração, são apresentados na
Tabela 3. As fontes de metionina não influenciaram (p>0,05) os pesos absolutos e
relativos das pernas e dos órgãos digestórios e linfoides das aves, aos 21 dias de idade.
109
Tabela 3. Pesos absolutos e relativos dos órgãos e penas de frangos de corte aos 21 dias de
idade, alimentados com dietas com diferentes fontes de metionina
Fontes de metionina Peso absoluto (g)
Penas Coração Fígado Moela Bursa Baço
T1 - Basal 63,250 5,538 25,042 16,873 1,208 1,048
T2 - MHA-Ca 30% M+C 64,833 5,497 25,642 18,627 1,245 1,098
T3 - MHA-Ca 70% M+C 69,500 5,390 25,803 16,983 1,483 1,022
T4 - MHA-Ca 100% M+C 68,000 5,672 26,028 19,343 1,682 1,142
T5 - MHA-Ca 130% M+C 70,500 5,338 24,517 18,285 1,655 0,937
T6 - 65%DLM do MHA T2 63,833 5,278 24,948 17,243 1,310 1,007
T7 - 65%DLM do MHA T3 65,000 5,375 24,780 19,022 1,458 0,945
T8 - 65%DLM do MHA T4 66,333 5,552 24,750 18,362 1,798 0,932
T9 - 65%DLM do MHA T5 64,667 5,625 26,695 18,688 1,783 0,965
CV% 12,85 9,52 9,60 7,92 32,73 20,58
P 0,816 0,913 0,827 0,031 0,288 0,629
Peso relativo (%)
T1 - Basal 7,135 0,627 2,828 1,907 0,137 0,118
T2 - MHA-Ca 30% M+C 6,953 0,590 2,755 1,995 0,133 0,117
T3 - MHA-Ca 70% M+C 7,185 0,562 2,687 1,768 0,153 0,107
T4 - MHA-Ca 100% M+C 6,987 0,580 2,668 1,987 0,173 0,117
T5 - MHA-Ca 130% M+C 7,557 0,572 2,622 1,958 0,178 0,100
T6 - 65%DLM do MHA T2 6,867 0,563 2,637 1,840 0,142 0,098
T7 - 65%DLM do MHA T3 6,742 0,557 2,567 1,975 0,152 0,098
T8 - 65%DLM do MHA T4 6,782 0,565 2,522 1,875 0,183 0,095
T9 - 65%DLM do MHA T5 6,528 0,572 2,705 1,888 0,178 0,088
CV% 11,73 8,89 8,45 7,04 33,20 22,10
P 0,607 0,413 0,369 0,080 0,579 0,255 Médias na mesma coluna, seguidas de letras distintas diferem significativamente (p<0,05) pelo teste de Tukey.
CV% = coeficiente de variação.
Os resultados de bioeficácia relativa, para as fontes de metionina, referentes à
fase de 1 a 21 dias de idade, para ganho de peso e conversão alimentar, encontram-se
nas Figuras 1A e 1B e Figura 2A e 2B para regressão exponencial simultânea e linear
múltipla, respectivamente.
110
(A)
(B)
Figura 1. Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio (MHA-Ca) em
relação à DL-Metionina (DLM), com base no ganho de peso (kg), em frangos de
corte, no período de 1 a 21 dias.
A bioeficácia relativa de 1 a 21 dias de idade da fonte MHA-Ca, para ganho de
peso médio (GPM), utilizando regressão exponencial simultânea e regressão linear
múltipla foi 65% e 40% respectivamente, em relação à DL-met.
Para conversão alimentar corrigida (CAc) as análises de regressão exponencial
simultânea e linear múltipla revelou bioeficácia entre a substância de ensaio (MHA-Ca)
111
e a substância de referência (DLM), tendo sido de 22% e 36%, (Figura 2A e 2B),
respectivamente.
(A)
(B)
Figura 2. Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio (MHA-Ca) em
relação à DL-Metionina (DLM), com base na conversão alimentar (kg/(kg), em
frangos de corte, no período de 1 a 21 dias.
Observa-se que os valores de bioeficácia foram apresentados utilizados os dois
modelos de regressão. Mas no presente trabalho, será considerado apenas o modelo de
112
regressão exponencial, pois segundo Littel et al.15
, a maneira mais precisa, para
descrever o desempenho em relação à suplementação das fontes de um nutriente, seria
pela regressão exponencial, uma vez que esse modelo determina estimativas imparciais
da bioeficácia entre as substâncias de ensaio e a substância de referência.
Considerando o modelo ideal para se encontrar a bioeficácia do produto com
base no ganho de peso e conversão alimentar a bioeficácia da MHA-Ca em relação à
DLM no presente estudo foi de 65% e 22%, respectivamente. Estes resultados indicam
que a capacidade do fornecimento real de metionina no período de 1 a 21 dias de idade
por parte da MHA-Ca foi inferior a sua concentração que é de 84%.
Em um estudo de revisão, Elwert et al.12
relataram que a bioeficácia relativa
média em frango de corte de 1 a 38 dias de idade da MHA-Ca em comparação com a
DL-met foi abaixo de 84%, o valor que seria esperado das características químicas de
MHA-Ca.
Ao trabalhar com frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, Van Weerden et al.26
observaram que a atividade biológica de DL-MHA-Ca era aproximadamente 81% da
DL-metionina em base equimolar, que era 67% em base do produto comercial, quando
foram testadas em dietas contendo aminoácidos cristalinos. Em estudos comparando-se
a MHA com a DL-met, para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, Sangali et al.24
observaram que a biodisponibilidade foi de 39% da MHA com base no ganho de peso
em relação à DL-metionina e para conversão alimentar foi de 44% da MHA comparada
ao padrão DL-metionina. Considerando todos os parâmetros estudados, os autores
concluíram que a biodisponibilidade relativa da MHA foi de 42% em relação ao DLM
em base de produto.
Aos 42 dias de idade, o desempenho foi melhorado com a adição de ambas as
fontes de metionina em comparação com a dieta basal. Houve diferença (p<0,05) para o
peso médio final, ganho de peso e conversão alimentar. Já para consumo de ração, não
houve diferença (p>0,05) entre os tratamentos (Tabela 4).
Com o consumo semelhante entre os tratamentos pode-se inferir que a dietas
com menor nível de met+cis digestível (dieta basal), parece não ter provocado à
deficiência nutricional severa ao ponto de influenciar o consumo.
Umas das funções da metionina é estimular positivamente o crescimento por
intermédio dos fatores de crescimento ou pela influência que exerce na síntese e
degradação protéica, com isso, uma dieta deficiente em metionina além de reduzir o
ganho de peso e a eficiência alimentar, estimula o consumo de ração, contribuindo com
113
energia adicional e, consequentemente, ocasionando acréscimo na deposição de gordura
corporal27-30
.
Tabela 4. Desempenho de frangos de corte, de 22 a 42 dias de idade, alimentados com ração
suplementados com diferentes fontes de metionina
Fontes de metionina Peso médio (kg) Ganho de peso (kg)
35° dia 42° dia 22 a 35 dias 22 a 42 dias
T1 - Basal 2,290b 2,930
b 1,135
b 1,774
b
T2 - MHA-Ca 30% M+C 2,378ab
3,070ab
1,224ab
1,915ab
T3 - MHA-Ca 70% M+C 2,392ab
3,088ab
1,239ab
1,922ab
T4 - MHA-Ca 100% M+C 2,427a 3,085
ab 1,274
a 1,931
ab
T5 - MHA-Ca 130% M+C 2,459a 3,125
a 1,305
a 1,971
a
T6 - 65%DLM do MHA T2 2,361ab
3,080ab
1,209ab
1,928ab
T7 - 65%DLM do MHA T3 2,416a 3,115
a 1,259
a 1,957
a
T8 - 65%DLM do MHA T4 2,398a 3,082
ab 1,238
ab 1,923
ab
T9 - 65%DLM do MHA T5 2,449a 3,173
a 1,292
a 2,015
a
CV% 2,22 2,96 4,26 4,89
P <0,001 0,007 <0,001 0,010
Consumo de ração (kg/aves) Conversão alimentar (kg/kg)
22-35 dias 22-42 dias 22-35 dias 22-42 dias
T1 - Basal 2,180 3,543 1,937a 1,972
a
T2 - MHA-Ca 30% M+C 2,175 3,586 1,769bc
1,848b
T3 - MHA-Ca 70% M+C 2,130 3,522 1,719bc
1,769d
T4 - MHA-Ca 100% M+C 2,159 3,540 1,705bc
1,772d
T5 - MHA-Ca 130% M+C 2,170 3,557 1,720bc
1,775 cd
T6 - 65%DLM do MHA T2 2,182 3,550 1,793b 1,837
bc
T7 - 65%DLM do MHA T3 2,171 3,548 1,715bc
1,766d
T8 - 65%DLM do MHA T4 2,118 3,479 1,712bc
1,779 cd
T9 - 65%DLM do MHA T5 2,191 3,575 1,694c 1,765
d
CV% 2,92 2,94 2,94 1,73
P 0,530 0,830 <0,001 <0,001
Médias na mesma coluna, seguidas de letras distintas diferem significativamente (p<0,05) pelo teste de Tukey.
CV% = coeficiente de variação.
114
Observando-se a Tabela 5, pode-se notar que a suplementação das fontes de
metionina não influenciaram (p>0,05) o peso absoluto e relativo de penas, coração,
fígado, moela e baço.
Tabela 5. Pesos absolutos e relativos dos órgãos e penas de frangos de corte aos 42 dias de
idade, alimentandos com dietas com diferentes fontes de metionina
Fontes de metionina Peso absoluto (g)
Penas Coração Fígado Moela Bursa Baço
T1 - Basal 142,000 13,793 54,046 35,168 1,584ab
2,453
T2 - MHA-Ca 30% M+C 172,333 12,888 50,422 36,092 1,408ab
2,480
T3 - MHA-Ca 70% M+C 156,600 12,753 55,367 36,068 1,966a 2,477
T4 - MHA-Ca 100% M+C 161,600 13,935 55,804 35,967 1,000b 2,220
T5 - MHA-Ca 130% M+C 165,000 13,450 53,650 36,340 1,308ab
2,457
T6 - 65%DLM do MHA T2 154,167 13,180 56,373 37,567 2,136a 2,652
T7 - 65%DLM do MHA T3 166,667 13,382 58,768 37,665 1,557ab
2,478
T8 - 65%DLM do MHA T4 169,833 13,082 56,058 35,975 1,738ab
2,628
T9 - 65%DLM do MHA T5 182,333 14,592 54,075 36,602 1,736ab
2,902
CV% 13,65 10,32 8,15 9,29 26,50 22,39
P 0,189 0,422 0,206 0,948 0,006 0,731
Peso relativo (%)
T1 - Basal 5,094 0,482 1,812ab
1,225 0,052 0,077
T2 - MHA-Ca 30% M+C 5,830 0,432 1,563b 1,205 0,048 0,085
T3 - MHA-Ca 70% M+C 5,222 0,422 1,823ab
1,192 0,057 0,082
T4 - MHA-Ca 100% M+C 5,445 0,455 1,732ab
1,168 0,032 0,068
T5 - MHA-Ca 130% M+C 5,330 0,445 1,757ab
1,193 0,042 0,082
T6 - 65%DLM do MHA T2 5,242 0,438 1,872ab
1,242 0,057 0,080
T7 - 65%DLM do MHA T3 5,505 0,437 1,907a 1,222 0,050 0,075
T8 - 65%DLM do MHA T4 5,667 0,430 1,840ab
1,182 0,055 0,077
T9 - 65%DLM do MHA T5 5,725 0,472 1,752ab
1,188 0,062 0,095
CV% 13,06 10,80 10,19 9,01 31,38 27,87
P 0,676 0,421 0,093 0,968 0,117 0,721
Médias na mesma coluna, seguidas de letras distintas diferem significativamente (p<0,05) pelo teste de Tukey.
CV% = coeficiente de variação.
115
Houve influência (p<0,05) somente para o peso absoluto e relativo de bursa de
Fabrício e fígado respectivamente. A metionina está envolvida em
funções imunológicas das aves31
. A bulsa de Fabricius é o órgão linfóide primário, e é
responsável pela criação e manutenção do compartimento de células B em espécies de
aves32,33
. Pesquisa, realizada por Wu et al.31
, mostraram que o peso relativo da bursa em
frangos de corte submetidos a dietas deficientes em metionina foi diminuindo
significativamente.
A maioria dos aminoácidos são degradados no fígado, exceto a leucina,
isoleucina e valina, e no caso dos aminoácidos sulfurados quando em excesso, sofrem a
transaminação nos hepatócitos34
. A presença de aminoácidos excessivos em relação às
necessidades biossintéticas celular ocasiona rápida degradação35
. Esse evento gera uma
série de resíduos que podem ser nocivos ao fígado, comprometendo o seu
desenvolvimento36
.
Os resultados das características de carcaça para a fase de 22 a 42 dias de idade,
encontram-se na Tabela 6. Observou-se que não houve efeito das fontes de metionina
nas características de carcaça (p>0,05), com exceção para peso de asa, por outro lado, a
dieta basal resultou em menor rendimento de carcaça ao comparado com os demais
tratamentos.
116
Tabela 6. Rendimento de carcaça e de cortes (%) de frangos aos 42 dias de acordo com as diferentes fontes de
metionina
Fontes de metionina Peso absoluto (g)
Carcaça Peito C + S Dorso Asas GA
T1 - Basal 2047,667 695,400 676,317 443,467 232,483b 64,542
T2 - MHA-Ca 30% M+C 2145,342 718,058 703,350 474,342 249,592ab
56,750
T3 - MHA-Ca 70% M+C 2176,658 753,325 702,958 475,000 245,375ab
57,558
T4 - MHA-Ca 100% M+C 2213,758 781,025 724,475 457,925 250,333ab
60,142
T5 - MHA-Ca 130% M+C 2173,150 745,208 716,850 457,675 253,608ab
69,375
T6 - 65%DLM do MHA T2 2162,692 734,983 705,442 500,700 239,683ab
65,283
T7 - 65%DLM do MHA T3 2204,967 754,608 712,242 481,192 256,925a 61,058
T8 - 65%DLM do MHA T4 2190,600 778,850 713,542 447,750 250,458ab
60,467
T9 - 65%DLM do MHA T5 2186,983 782,183 714,950 479,108 251,908ab
64,817
CV% 4,23 6,50 4,36 9,16 4,87 18,25
P 0,116 0,041 0,329 0,389 0,033 0,627
Peso relativo (%)
T1 - Basal 71,343 34,002 33,012 21,637 11,353 2,252
T2 - MHA-Ca 30% M+C 71,662 33,463 32,813 22,087 11,637 1,902
T3 - MHA-Ca 70% M+C 71,792 34,618 32,298 21,810 11,270 1,895
T4 - MHA-Ca 100% M+C 71,995 35,255 32,738 20,698 11,303 1,955
T5 - MHA-Ca 130% M+C 71,095 34,250 33,002 21,080 11,670 2,267
T6 - 65%DLM do MHA T2 70,374 33,960 32,712 22,610 11,180 2,162
T7 - 65%DLM do MHA T3 71,463 34,197 31,870 21,818 11,667 1,972
T8 - 65%DLM do MHA T4 71,928 35,508 32,603 21,186 11,440 1,983
T9 - 65%DLM do MHA T5 71,470 35,845 32,215 21,907 11,368 2,102
CV% 1,83 5,30 2,79 5,70 3,75 17,66
P 0,624 0,352 0,494 0,352 0,382 0,480
Médias na mesma coluna, seguidas de letras distintas diferem significativamente (p<0,05) pelo teste de Tukey.
CV% = coeficiente de variação
Os resultados de bioeficácia relativa, para as fontes de metionina referentes à
fase de 22 a 42 dias de idade, para ganho de peso, encontram-se nas Figuras 3A e 3B
para regressão linear múltipla e exponencial simultânea respectivamente.
A análise de regressão linear e exponencial simultânea revelou bioeficácia para o
ganho de peso entre a substância de ensaio (MHA-Ca) e a substância de referência
(DLM) do presente estudo, tendo sido de 54% e 41% (Figura 3A e 3B),
respectivamente.
117
(A)
(B)
Figura 3. Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio (MHA-Ca) em
relação à DL-Metionina (DLM), com base no ganho de peso em frangos de corte no
período de 22 a 42 dias.
Para conversão alimentar as análises de regressão linear e exponencial
simultânea revelaram bioeficácia relativa da MHA-Ca em relação à DLM de 64% e
58% em uma base do produto (Figura 4A e 4B), respectivamente.
118
(A)
(B)
Figura 4. Bioeficácia do ácido DL-2- hidroxi-4 (metilo) butanóico sal de cálcio (MHA-Ca) em
relação à DL-Metionina (DLM), com base na conversão alimentar em frangos de
corte no período de 22 a 42 dias.
Considerando o modelo ideal para se encontrar a bioeficácia do produto com
base no ganho de peso e conversão alimentar a bioeficácia da MHA-Ca em relação à
DLM foi de 41% e 58% respectivamente. Em um estudo de revisão que foi comparando
a MHA - Ca com a DL-met, em frangos de 1 a 42 dias de idade, Elwert et al.12
119
observaram bioeficácia média de 63% em base do produto. Avaliando a bioeficácia da
(MHA) em relação à DL-Met, Sangali et al.17
encontraram bioeficácia para MHA de
52% da DLM, para ganho de peso, e 57% para conversão alimentar.
Em conclusão, ambos os experimentos, o desempenho foi melhorado em todos
os tratamentos, independentemente da fonte de metionina, em relação aos frangos
alimentados com a dieta basal. A DLM quando suplementado em 65% da quantidade de
MHA-Ca 84%, promoveu o mesmo desempenho e rendimento de carcaça de frangos de
corte de 1 a 21 e 22 a 42 dias de idade. Tal fato mostra que a substituição de 100 partes
de MHA-Ca por 65 partes de DL-metionina não compromete o desempenho em
qualquer situação em que as aves foram criadas, ou seja, abaixo ou acima das exigências
de metionina+cistina. Adotando o método de regressão exponencial e usando a DLM
99% como padrão, as médias de bioeficácia para MHA-Ca para ganho de peso e
conversão alimentar foram 65% e 22% na fase de 1 a 21 dias, e 41% e 58% na fase de
22 a 42 dias.
DECLARAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
Este estudo foi realizado em estrita conformidade com as recomendações do
Guia para o Cuidado e Uso de Animais de Laboratório do National Institutes of Health.
O protocolo dos procedimentos com uso de animal experimental foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade Federal do Goiás (Goiás,
Brasil), sob o número 010/2015.
120
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123
CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na nutrição de frangos de corte, existe constantemente a introdução e/ou a
reintrodução de ingredientes essenciais usados nas formulações de rações importantes
para proporcionar os bons resultados zootécnicos que as aves vêm apresentando na
atualidade. A reintrodução da MHA-Ca 84% é exemplo, sendo com isso, fundamental a
realização de estudos sobre a sua eficiência relativa quando adicionando na ração de
frangos de corte, uma vez que, a mesma será substituída pela fonte de metionina mais
convencional e com maior atividade de metionina que existe (DL-Metionina 99%).
A metionina é o aminoácido mais limitante nas rações avícola a base de milho e
farelo de soja, desepenhando inúmeras funções no organimos. Devido ao seu papel
fundamental no crescimento e no sistema imunológico de frangos de corte, trabalhos
devem ser constantemente realizados para avaliar a exigência das aves, em função
principalmente, de alterações ocorridas nas linhagens genéticas ao longo dos anos, mas
também devido a outros fatores como desafios sanitários, ambiência, dentre outros.
As análises hematológicas e bioquímicas serícas podem servir como
ferramentas importantes para auxiliar no monitoramento da sanidade das aves, no
diagnóstico de doenças e também no entendimento da relação entre nutrição x patologia
clínica. Como resultado da precepção desta pesquisa, tem-se que novos desafios podem
ser futuras pesquisas como analisar os valores de homocisteína nosangue de frangos de
corte alimentados com dietas com diferentes níveis de metionina.
Em países de clima quente como o Brasil, que é um dos maiores produtores
de carne de frango no mundo, há poucos estudos sobre a relação entre níveis de
aminoácidos sulfurados e as condições ambientais no interior das instalações, e sabendo
que as emissões de poluentes para a atmosfera e a quantidade de resíduos produzidos,
assim como, o uso de rações desbalanceadas tornou-se um problema sério na indústria
avicola as, pesquisas em prol de avaliar as condições da cama e do ar dos aviários, deve
ser intensificadas, para garatim com isso, alimentos com padrões de qualidade,
produzidos a baixo custo e de forma sustentável.
Embora os efeitos de metionina dietéticas sobre o desempenho e rendimento de
carcaça de frangos de corte tenham sido bem documentados, as informações sobre seus
efeitos nos metabolitos do sangue e na qualidade da cama, assim como, da bioeficácia
das diferentes fontes de metionina sintentica e natural disponível no mercado são
limitados, sendo com isso, um campo abrangente e complexo para futuras pesquisas.
124
ANEXO
FICHA DE APROVAÇÃO NO CONSELHO DE ÉTICA – CEUA
125
126