nhb fundamentos
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Niterói, Nov 2009
Universidade Federal FluminenseEscola de Enfermagem Aurora de Afonso CostaDepartamento de Fundamentos de Enfermagem e Administração
Definição“[...] estados de tensões, conscientes ou
inconscientes, resultantes dos desequilíbrios homeodinâmicos dos fenômenos vitais” (HORTA, 1979, p. 39).
A teoria de Maslow baseia-se no comportamento motivado que pode ser encarado como uma ação que o indivíduo se obriga a tomar para aliviar a tensão (agradável ou desagradável) gerada pela presença da necessidade ou desejo. A ação é intencionalmente voltada para um objeto ou objetivo que aliviará a tensão interior (POTTER; PERRY, 2005)
As NHB por Maslow
O comportamento humano é explicado por Maslow através de cinco níveis de necessidades. Estas necessidades são dispostas em ordem hierárquica, desde as mais primárias e imaturas (tendo em vista o tipo de comportamento que estimulam) até as mais civilizadas e maduras.
Na base da pirâmide, encontra-se o grupo de necessidades que Maslow considera ser o mais básico e reflexivo dos interesses fisiológicos e de sobrevivência. Este é o nível das necessidades fisiológicas, que estimulam comportamentos caracterizados pelo verbo ter.
Embora esta referência seja amplamente utilizada, podemos observar que as necessidades humanas descritas por Maslow podem ser consideradas motivações humanas, ou seja, são as diversas necessidades que fazem com que o homem tenha motivação para agir.
No entanto, é bastante questionável o fato de que exista uma hierarquia de tais necessidades.
É evidente que a necessidade de alimentação, vestuário, abrigo é em grande parte a motivação para o trabalho. No entanto, não é correto afirmar que somente no momento em que estas necessidades estão satisfeitas é que o homem passará a outros patamares da pirâmide.
Não é rara a existência de pessoas que abrem mão das suas necessidades básicas em função de um sonho, de uma auto-realização, pervertendo totalmente o sentido hierárquico da pirâmide.
Um conceito fundamental de MASLOW é de
que nunca há satisfação completa ou
permanente de uma necessidade, pois se
houvesse, conforme a teoria estabelece, não
haveria mais motivação individual.
Satisfação Não Satisfação
Fisiológicas: Remuneração adequada
para a satisfação das necessidades
básicas;
Segurança: Tipo e ambiente de
trabalho bem-estruturados e políticas
estáveis;
Sociais: Interação com colegas,
chefia e subordinados elevada;
Estima: Prestígio na profissão;
Auto-realização: Sucesso na
profissão, prazer no trabalho.
Fisiológicas: Confinamento no
trabalho, remuneração inadequada;
Segurança: Tipo e ambiente de
trabalho mal-estruturados, políticas
da empresa imprevisíveis;
Sociais: Pouco relacionamento com
colegas e chefia
Estima: Salários baixos;
Auto-realização: Insucesso na
profissão
As NHB por Mohana De acordo com Mohana (1963), o homem sempre está tentando
interpretar o que vivencia de inexplicável cientificamente, transcendendo e ultrapassando as linhas que limitam sua experiência neste mundo. Assim, ele pretende viver a realidade apenas com situações que satisfaçam a sua condição de ser vivente. Com base no referido autor, Horta descreve a necessidade psicoespiritual no ser humano, por meio de indagações sobre o porquê e o para quê da vida e qual o sentido da mesma.
A espiritualidade abarca a totalidade do ser humano. Embora muitas pessoas digam não possuir um sistema de crenças reconhecido e organizado, como ter uma religião estabelecida, virtualmente todos os seres humanos são seres espirituais, possuindo determinados princípios individuais. Tais princípios ajustam-se à visão que têm de si mesmos, do mundo e de um deus ou de algum poder superior (RICHARDSON, 2001 apud ALFARO-LEFEVRE, 2005).
A natureza humana inclui um componente espiritual, assim como, componentes fisiológicos, psicológicos e sócio-culturais. Viver plenamente requer saúde espiritual e bem-estar físico e mental. Porém, essa percepção é altamente individualizada e sofre modificações conforme as dimensões de saúde variam.
A realização da saúde espiritual é um objetivo para toda a vida. Os pacientes viverão a experiência de precisar esclarecer valores, reformular filosofias, estreitar relacionamentos, e viver experiências que ajudam a ajustar o propósito da vida (POTTER; PERRY, 2005b).
Prefere-se utilizar na enfermagem a denominação
de JOÃO MOHANA: necessidades de nível
psicobiológico, psicossocial e psicoespiritual; os
dois primeiros níveis são comuns a todos os seres
vivos nos diversos aspectos de sua complexidade
orgânica, mas o terceiro nível, por enquanto e
dentro dos conhecimentos atuais, é característica
única do homem.
NHB x Wanda HortaTeoria das NHB AfetadasInfluências: Abraham Maslow e Pe. João MohanaNHB (Psicobiológicas, Psicossociais, Psicoespirituais) “Enfermagem é ciência e arte de assistir o ser humano
no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência, quando possível, pelo ensino do autocuidado; de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais.”
(HORTA, 1979, p.29)
Processo de Enfermagem1.Histórico de Enfermagem (informações que permitam identificar os problemas
do indivíduo, família, comunidade)
2. Diagnóstico de Enfermagem (análise das informações colhidas no Histórico, permitindo a identificação das Necessidades Básicas Afetadas e do grau de dependência do indivíduo – a)totalmente dependente; b)parcialmente dependente; c)totalmente independente)
3. Plano Assistencial (determinação global da assistência de enfermagem que o indivíduo deve receber diante do diagnóstico estabelecido; essa determinação se dá mediante o modelo FAOSE (fazer, ajudar, orientar, supervisionar, encaminhar)
4. Prescrição de Enfermagem (é o plano de cuidados aonde se detalha o plano assistencial mediante roteiro diário)
5. Evolução de Enfermagem (relato diário das mudanças ocorridas durante a assistência
profissional)
6. Prognóstico de Enfermagem (estimativa da capacidade do indivíduo para atender suas
necessidades básicas alteradas após implantação do Plano Assistencial e dos dados fornecidos pela Enfermagem)
Importância da Enfermagem na avaliação das NHB
Problema de enfermagem: são situações ou condições decorrentes dos desequilíbrios das necessidades básicas do indivíduo, família e comunidade, e que exigem da (o) enfermeira(o) sua assistência profissional.
Por principais características podemos enumerar: são latentes, universais, vitais, flexíveis, constantes, infinitas, cíclicas, inter-relacionadas, dinâmicas, energéticas, hierarquizadas; têm peculiaridades inidividuais; são resultantes da interação meio interno e meio externo, têm bases onto e filogenéticas.
As necessidades são universais, portanto comuns a todos os seres humanos; o que varia de um indivíduo para outro é a sua manifestação e a maneira de satisfazê-la ou atendê-la.
Inúmeros fatores interferem na manifestação e atendimento; entre eles podem-se citar: individualidade, idade, sexo, cultura, escolaridade, fatores sócio-econômicos, o ciclo saúde-enfermidade, o ambiente físico.
Outras concepções de NHBAo contrário de Horta e Paim, para Jean Watson, desde 1979, as necessidades humanas se dimensionam em:
necessidades interpessoais, necessidades intrapessoais, necessidades psicossociais, necessidades psicofísicas e necessidades biofísicas.
Para Erich Fromm existem necessidades exclusivamente humanas por ele denominadas de: necessidade de relacionamento (relação x narcisismo), necessidade de transcendência (tendência criadora x tendência destruidora), necessidade de arraigamento (fraternidade x incesto), necessidade de um sentimento de identidade (individualidade x conformidade gregária), necessidade de uma estrutura de orientação e vinculação (razão x irracionalidade).
Para Y. Saint-Arnaud existem:
necessidades fundamentais (físicas, psicológicas), necessidades estruturantes (no plano físico, no plano afetivo, no plano da criatividade, no plano da significação), necessidades situacionais (ou imediatas).
Atualmente, alguns pesquisadores de Enfermagem englobam a concepção de necessidades culturais, necessidades étnicas, necessidades espirituais,necessidades econômicas – todas vinculadas aos modos de organização de uma determinada sociedade humana.
Referências Bibliográficas ALFARO-LEFEVRE, R. Aplicação do processo de enfermagem: promoção do cuidado
colaborativo. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. BENEDET, S. A.; BUB, B. C. Manual de diagnóstico de enfermagem: uma abordagem
baseada na teoria das necessidades humanas básicas e na classificação de diagnóstico da NANDA. 2. ed. Florianópolis: Bernúcia, 2001.
HOCKENBERRY, M. J.; WINKELSTEIN, W. Wong fundamentos de enfermagem pediátrica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
HORTA, W. A. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU/USP, 1979. LEAL, M. M.; SAITO, M. I. Singularidades do desenvolvimento do adolescente: a
síndrome da adolescência normal. In: MARCONDES, E. et al. Pediatria básica. 9. ed. São Paulo: Sarvier, 2003. p. 666-69.
MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
MOHANA, J. O mundo e eu. Rio de Janeiro: Agir, 1963. POTTER, P. A. ; PERRY, A.G. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Elservier,
2005b. POTTER, P. A.; PERRY, A.G. Grande tratado de enfermagem prática: clínica e prática
hospitalar. 3. ed. São Paulo: Santos, 2005a. SANTOS, H. H. Manual prático para elaboração de projetos, monografias,
dissertações e teses na área de saúde. 2 ed. João Pessoa: Editora Universitária, 2004.
Temos o mundo em nossas mãosBasta acreditar...
Obrigada pela atenção!