nhb - locomoção e mecânica corporal

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0 FACULDADE METROPOLITANA DA AMAZÔNIA CURSO DE ENFERMAGEM DISCIPLINA: SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS RELACIONADA A LOCOMOÇÃO E MECÂNICA CORPORAL AUTORES: ADELAIDE BAIA ANNE CRISTINA MAURÍCIO ESTEVES SIMINE BRITO BELEM, PARÁ, BRASIL 2009

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descrição da locomoção, mecânica corporal e evolução da postura humana

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Page 1: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

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FACULDADE METROPOLITANA DA AMAZÔNIA

CURSO DE ENFERMAGEM

DISCIPLINA: SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA

NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS RELACIONADA A LOCOMOÇÃ O E

MECÂNICA CORPORAL

AUTORES: ADELAIDE BAIA

ANNE CRISTINA

MAURÍCIO ESTEVES

SIMINE BRITO

BELEM, PARÁ, BRASIL

2009

Page 2: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

1

NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS RELACIONADA A LOCOMOÇÃ O E

MECÂNICA CORPORAL

AUTORES: ADELAIDE BAIA

ANNE CRISTINA

MAURÍCIO ESTEVES

SIMINE BRITO

Trabalho apresentado ao Curso de

Graduação em Enfermagem do Centro

de Ciências Biológicas e Humanas e

Educação da FAMAZ, como requisito

parcial e avaliação à obtenção de nota

na disciplina Semiologia e

Semiotécnica.

Orientadora: Profª Lúcia Medeiros.

BELÉM, PARÁ, BRASIL

2009

Page 3: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

2

FACULDADE METROPOLITANA DA AMAZÔNIA

CURSO DE ENFERMAGEM

DISCIPLINA: SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA

NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS RELACIONADA A LOCOMOÇÃ O E

MECÂNICA CORPORAL

AUTORES: ADELAIDE BAIA

ANNE CRISTINA

MAURÍCIO ESTEVES

SIMINE BRITO

Trabalho apresentado ao Curso de

Graduação em Enfermagem do Centro

de Ciências Biológicas e Humanas e

Educação da FAMAZ, como requisito

parcial e avaliação à obtenção de nota

na disciplina Semiologia e

Semiotécnica.

Orientadora: Profª Lúcia Medeiros.

BELÉM, PARÁ, BRASIL

2009

Page 4: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

3

AUTORES: ADELAIDE BAIA

ANNE CRISTINA

MAURÍCIO ESTEVES

SIMINE BRITO

NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS RELACIONADA A LOCOMOÇÃ O E

MECÂNICA CORPORAL

Trabalho apresentado ao Curso de

Graduação em Enfermagem do Centro

de Ciências Biológicas e Humanas e

Educação da FAMAZ, como requisito

parcial e avaliação à obtenção de nota

(__________) na disciplina Semiologia

e Semiotécnica.

Orientadora: Profª Lúcia Medeiros.

Ass.: __________________________________________________________

1º Exam.: Lúcia Medeiros – Msc.– Faculdade Metropolitana da Amazônia

Belém, Pará, Brasil

2009

Page 5: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

4

DEDICATÓRIA

A DEUS PELA FORÇA

AOS MEUS PAIS PELO CARINHO

A MINHA FILHA PELA ALEGRIA DE TE-LA

Page 6: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

5

AGRADECIMENTOS

AO MEU ORIENTADOR

AOS COLEGAS DA TURMA

Page 7: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

6

EPIGRAFE

VIVER, E NÃO TER A

VERGONHA DE SER FELIZ,

CANTAR E CANTAR A BELEZA

DE SER UM ETERNO APRENDIZ.

GONZAGUINHA

Page 8: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

7

RESUMO

Neste trabalho foram avaliados parâmetros das necessidades

humanas básicas(NHB) através de referências bibliográficas relacionadas a

locomoção e mecânica corporal, presente no transporte de paciente, mudança

de decúbito, movimentação ativa e passiva, manutenção da postura correta.

Mostra as informações para a implementação das ações junto ao paciente e

validação do estudo.

PALAVRAS-CHAVE: transporte de paciente, locomoção e mudança de decúbito.

Page 9: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

8

ABSTRACT

In this work were evaluated parameters of the basic human needs

(NHB) through references related to body mechanics and locomotion, in the

transport of patients, change of decubitus, active and passive movement,

maintaining the correct posture. Displays information for the implementation of

actions with the patient and the validation study.

KEY-WORDS: transport of patients, locomotion and change of decubitus.

.

Page 10: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

9

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................11

CAPITULO 1 – Locomoção e mecânica corporal..............................................12

CAPITULO 2 – Transporte de Paciente............................................................14

2.1 – Auxiliar o cliente a levantar de cadeira ou Poltrona.............................14

2.2 – Auxiliar o cliente a deambular..............................................................15

2.3 – Transferir o cliente do leito para uma poltrona ou cadeira de rodas....16

2.4 – Transferir paciente do leito para uma maca.........................................18

CAPITULO 3 – Movimentação ativa e passiva do cliente no leito....................20

3.1 – Movimentação do cliente no leito..............................................................20

3.1.1 – Colocar ou retirar comadres..................................................................21

3.1.2 – Trazer o cliente para um dos lados da cama.........................................21

3.1.3 – Colocar o paciente em decúbito lateral..................................................22

3.1.4 – Paciente, em posição supina, para a cabeceira da cama.................... 24

3.1.5 – Paciente em posição sentada, para a cabeceira da cama....................27

3.1.6 – Sentar o paciente no leito......................................................................29

3.1.7 – sentar o paciente na beira da cama.......................................................31

CAPITULO 4 – Mudança de decúbito...............................................................33

CAPITULO 5 – Manutenção da postura correta................................................35

5.1 – Postura Normal.........................................................................................35

5.2 – Postura Estática........................................................................................36

Page 11: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

10

5.3 – Postura Sentada.......................................................................................37

5.4 – Postura deitada ou decúbito.....................................................................38

5.5 – Postura Dinâmica......................................................................................38

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................39

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................40

Page 12: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

11

INTRODUÇÃO

O ser humano tem necessidades básicas que precisam ser

atendidas para seu completo bem-estar, dentre elas estão compreendidas a

locomoção e mecânica corporal que se relacionam a movimentação ativa e

passiva, mudança de decúbito, postura correta e transporte de paciente.

A enfermagem entende que para atua na NHB, precisa conhece o

paciente a nível psicobiologico, psicossocial e ter o conhecimento cientifico

para intervir e aplicar seu plano de ação. Por exemplo a mudança de decúbito

erroneamente do paciente crítico provocaria a diminuição ou ausência de

oxigenação nos fenômenos de oxi-redução das atividades vitais. Ou, a

mudança de decúbito acertadamente proporcionando conforto e ativação da

circulação do paciente evitando ulcerações.

Assim as NHBS demonstram que o corpo é uma máquina muito

adaptável, num certo limite, que a Ciência tem muito que investigar.

Page 13: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

12

CAPITULO 1 - LOCOMOÇÃO E MECÂNICA CORPORAL

A locomoção é composta por movimentos integrados e complexos

dos segmentos de um corpo humano definido fisicamente como um complexo

sistema de segmentos articulados em equilíbrio estático e dinâmico, onde o

movimento é causado por forças internas e externas atuando fora do eixo

articular, provocando deslocamentos angulares dos segmentos e por forças

externas ao corpo(7).

A locomoção humana difere da maior parte da locomoção animal por

ser bípede, impondo maior participação dos sistemas descendentes,

controladores da postura, durante a marcha(7).

Entre os mamíferos, o modo de locomoção terrestre bípede a

passos largos é único da linha evolutiva humana e pode ter sido a mudança

chave que tornou possível a evolução de outras características distintamente

humanas. O pé é considerado a parte mais tipicamente humana da anatomia

do homem, constituindo o sinal principal e distinto que separa o homem de

outros animais(7).

Na marcha humana, o peso é transmitido desde o osso Tálus, a toda

parte de sustentação periférica do pé. Os ossos são mantidos juntos pelos

ligamentos e as meias cápsulas são impedidas de se aplainarem através dos

ligamentos, da aponevrose plantar, dos tendões dos músculos extrínsecos e

intrínsecos do pé. Esses ossos se modificaram através da evolução para a

postura bípede tornando-se ao mesmo tempo flexíveis para o movimento e

mais fortes para desenvolver sua tarefa de sustentação(7).

Os metatarsos, para que alcançasse maior equilíbrio,

encompridaram- se e o ligamento plantar se responsabilizou em permanecer

constantemente retesado contribuindo dessa maneira com a formação do arco

plantar dos pés(7).

O calcâneo e a articulação do tornozelo são considerados as mais

belas adaptações para suportar todo peso do corpo humano(7).

Page 14: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

13

Pisar sobre uma superfície estimula os receptores de pressão

situados nas plantas dos pés, causando uma contração reflexa dos membros

extensores. Isto é conhecido como Reflexo de Contração dos extensores cuja

utilidade é evidente na locomoção e postura ereta, contribuindo para a

manutenção desta(7).

Na posição ereta, o peso distribui-se uniformemente entre o dorso

do pé e o calcanhar. Sob a tensão de sustentação de peso, o pé se alonga e se

alarga ligeiramente(7).

A postura vertical do Homem está ligada ao fato de ser bípede.

Mesmo os primatas arborícolas podem adquirir mais ou menos esta posição.

A marcha pode ser definida como sendo um meio de locomoção

realizado por intermédio de movimentos alternados das pernas. Ocorre na

posição ereta e por tanto exige a manutenção da postura em pé e o controle da

projeção do centro de gravidade (Woolacot, 2001). A deambulação é um

conjunto da integração harmônica de vários sistemas envolvidos: neurológico,

vestibular, somatosensorial e musculoesquelético. Doenças e lesões nesses

sistemas, bem como os processos de envelhecimento fisiológico podem trazer

alterações na marcha(5).

Independência para marcha e equilíbrio desejáveis, são fatores

inerentes de uma boa capacidade funcional. Estes fatores se entrelaçam de tal

forma que os instrumentos de medida de capacidade funcional existentes

abordam marcha e equilíbrio(5).

Todo ser humano tem necessidade de se mover e de manter uma

boa postura – “Exercer o movimento e a locomoção pela contração dos

músculos comandados pelo sistema nervoso”(5).

Page 15: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

14

CAPITULO 2 – TRANSPORTE DE PACIENTE

O transporte de pacientes deve ser realizado com a ajuda de

elementos auxiliares, tais como cintos e pranchas de transferência, discos

giratórios e auxílios mecânicos(2).

São procedimentos que envolvem a movimentação e o transporte de

pacientes, considerados os mais penosos e perigosos para os trabalhadores da

saúde. Estudiosos da questão defendem que o ensino desses procedimentos

deve ser complementado com uma avaliação do local de trabalho e com

alternativas para torná-los menos prejudiciais. Um cuidadoso planejamento,

antes de se iniciarem esses procedimentos, é essencial e imprescindível(2).

2.1 – AUXILIAR O CLIENTE A LEVANTAR DE CADEIRA OU P OLTRONA

Nesse procedimento, é muito importante selecionar cadeiras ou

poltronas de acordo com as necessidades de cada pessoa, levando em

consideração a promoção de conforto e independência. Não se deve esquecer

também os equipamentos auxiliares, como andadores e bengalas(2).

Quando o paciente necessita de ajuda, deve-se usar um cinto de

transferência e proceder da seguinte maneira (Figuras 1a e 1b):

• Colocar o cliente para a frente da cadeira, puxando-o alternadamente

pelo quadril

• Permanecer ao lado da cadeira, olhando do mesmo lado que o paciente

• O cliente deve colocar uma mão no braço mais distante da cadeira e a

outra é apoiada pela mão do trabalhador de enfermagem. Com o outro

braço, o trabalhador circunda a cintura do paciente, segurando no cinto

de transferência

• Levantar de uma forma coordenada, com movimentos de balanço.

Page 16: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

15

Dependendo das condições do cliente, pode ser necessária a

participação de uma outra pessoa, do outro lado da cadeira

Figura 1a Figura 1b

2.2 – AUXILIAR O CLIENTE A DEAMBULAR

É importante fazer uma avaliação cuidadosa para verificar se o

cliente tem condições de deambular. A pessoa deve permanecer bem próxima

do paciente, do lado em que ele apresenta alguma deficiência, colocando um

braço em volta da cintura e o outro apoiando a mão. O ideal, nestes casos, é

utilizar um cinto especial, colocado na cintura do paciente (Figura 2) (2).

Page 17: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

16

Figura 2

2.3 – TRANSFERIR O CLIENTE DO LEITO PARA UMA POLTRO NA OU

CADEIRA DE RODAS

O paciente pode executar essa transferência de uma forma

independente ou com uma pequena ajuda, utilizando uma tábua de

transferência, da seguinte maneira (Figuras 3a e 3b) (2):

• Posicionar a cadeira próxima à cama. Elas devem ter a mesma altura

• Travar a cadeira e o leito, remover o braço da cadeira e elevar o apoio

dos pés

• Posicionar a tábua apoiada seguramente entre a cama e a cadeira

Page 18: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

17

Figura 3a Figura 3b

Um outro modo é usar o cinto de transferência, seguindo-se os

passos(Figuras 4a, 4b, 4c e 4d)(2):

• Colocar a cadeira ao lado da cama, com as costas para o pé da cama

• Travar as rodas e levantar o apoio para os pés

• Sentar o cliente na beira da cama

• Calçar o cliente com sapato ou chinelo antiderrapante

• Segurar o cliente pela cintura, auxiliando-o a levantar-se, virar-se e

sentar-se na cadeira

Page 19: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

18

2.4 – TRANSFERIR PACIENTE DO LEITO PARA UMA MACA

Não existe maneira segura para realizar uma transferência manual

do leito para uma maca. Existem equipamentos que devem ser utilizados,

como as pranchas e os plásticos resistentes de transferências nesse caso, o

paciente deve ser virado para que se acomode o material sob ele. Volta-se o

paciente para a posição supina, puxando-o para a maca com a ajuda do

material ou do lençol (Figuras 5a e 5b). Devem participar desse procedimento

Figura 20a

Figura 4b

Figura 4a

Figura 4c Figura 4d

Page 20: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

19

quantas pessoas forem necessárias, dependendo das condições e do peso do

cliente. Nunca esquecer de travar as rodas da cama e do leito e de ajustar sua

altura(2).

Figura 5a figura 5b

Page 21: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

20

CAPÍTULO 3 - MOVIMENTAÇÃO ATIVA E PASSIVA DO CLIENT E NO LEITO

Conceitualmente a movimentação ativa, tem inicio entre o primeiro e

terceiro dia após-operatório depois, a movimentação passiva é ativada

completa ou parcial dos movimentos anteriores dependendo do grau de estado

físico do paciente e respeitando seu limite.

A movimentação ativa e passiva propõe objetivo de reabilitação não

só dos segmentos acometidos, mas também do indivíduo como um todo,

porém neste caso específico patológico independe somente das técnicas

fisioterapêuticas, pois depende da reinervação para que o músculo volte ao seu

potencial de atividades. A fisioterapia neste caso assume(6)

A falta de movimentação pode prejudicar as suas AVD´s e requer

colaboração também do cliente/paciente para trabalhar durante o programa.

Afim, de obter recuperação funcional mais rápida movimentação passiva total.

3.1 – MOVIMENTAÇÃO DO CLIENTE NO LEITO

Lembrar que o paciente deve ser estimulado a movimentar-se de

uma forma independente, sempre que não existir contra-indicações nesse

sentido. Outro ponto que não pode ser esquecido é procurar ter à disposição

camas e colchões apropriados, dependendo das condições e necessidades do

cliente. O ideal são camas com altura regulável, que possam ser ajustadas,

dependendo do procedimento que será realizado(2).

Durante a movimentação, deve-se, sempre que possível, utilizar

elementos auxiliares, tais como: barra tipo trapézio no leito, plástico

antiderrapante para os pés, plástico facilitador de movimentos, entre outros(2).

Neste tópico serão apresentados separadamente os principais

motivos que levam os trabalhadores de saúde a movimentar os clientes no

leito(2):

Page 22: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

21

3.1.1 – COLOCAR OU RETIRAR COMADRES

Quando o paciente pode auxiliar, deve-se utilizar o trapézio, no leito,

e solicitar que eleve o quadril, evitando-se assim, a necessidade de erguê-lo

ver fig. 6(2).

Figura 6

3.1.2 – TRAZER O CLIENTE PARA UM DOS LADOS DA CAMA

Lembrar que a movimentação no leito deve ser realizada,

preferencialmente, por duas pessoas, seguindo-se os seguintes passos ver fig.

7(2).

Page 23: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

22

Figura 7

• As duas pessoas devem ficar do mesmo lado da cama, de frente para o

paciente

• Permanecer com uma das pernas em frente da outra, com os joelhos e

quadris fletidos, trazendo os braços ao nível da cama:

• A primeira pessoa coloca um dos braços sob a cabeça e, o outro, na

região lombar

• A segunda pessoa coloca um dos braços também sob a região lombar e,

o outro, na região posterior da coxa

• Trazer o paciente, de um modo coordenado, para este lado da cama

Se for necessário mover o paciente sem ajuda, deve-se fazê-lo em

etapas, utilizando-se o peso do corpo como um contrapeso e plásticos

facilitadores de movimentos.

3.1.3 – COLOCAR O PACIENTE EM DECÚBITO LATERAL

Quando o paciente não é obeso, podem-se seguir as seguintes

fases (Figura 8) (2):

Page 24: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

23

• Permanecer do lado para o qual você vai virar a pessoa

• Cruzar seu braço e sua perna no sentido em que ele vai ser virado,

flexionando o joelho. Observar o posicionamento do outro braço

• Fazer o paciente virar a cabeça em sua direção

• Rolar a pessoa gentilmente, utilizando seu ombro e joelho como

alavancas

Figura 8

Uma outra forma de realizar esse procedimento é usando-se

plásticos deslizantes e resistentes, da seguinte forma (Figura 9) (2):

• Virar o paciente e colocar o plástico sob seu corpo. Voltar o paciente e

puxar o plástico

• Ficar no lado oposto ao que o paciente será virado

• Puxar o plástico, movendo o paciente em sua direção e para a beira da

cama. Manter as costas eretas e utilizar o peso do seu corpo

• Elevar o plástico, fazendo o paciente virar cuidadosamente. Manter, no

lado oposto da cama, uma grade de proteção

Page 25: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

24

Figura 9

3.1.4 – MOVIMENTAR O PACIENTE, EM POSIÇÃO SUPINA, P ARA A

CABECEIRA DA CAMA.

Se o paciente tem condições físicas, ele pode mover-se sozinho,

com a ajuda de um trapézio. O cliente flexiona os joelhos e dá um impulso,

tendo como apoio um plástico antiderrapante sob seus pés (Figura 10b) ou

uma pessoa segurando – os (Figura 10a). Pode-se também colocar um plástico

deslizante sob as costas e a cabeça do paciente(2)

Page 26: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

25

Uma outra maneira de movimentação independente é colocar um

plástico deslizante sob o corpo do paciente e pedir que ele realize o mesmo

impulso com os pés (Figura 11) (2).

Figura 11

Quando o paciente não pode colaborar, uma alternativa é seguir os

seguintes passos (Figura 12) (2):

• Deixar a cama em posição horizontal

• Colocar um travesseiro na cabeceira da cama

Figura 10b

Figura 10c

Figura 10a

Page 27: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

26

• Colocar um lençol ou plástico deslizante sob o corpo do paciente

• Permanecer duas pessoas, uma de cada lado do leito, e olhando em

direção dos pés da cama

• Segurar firmemente no lençol ou plástico e, num movimento ritmado,

movimentar o paciente.

Figura 12

Se a altura da cama for regulável, pode-se proceder da seguinte maneira

(Figura 13) (2):

• Abaixar a altura da cama de tal forma que os trabalhadores de

enfermagem possam colocar um joelho na cama e manter a outra perna

firmemente no chão

• Segurar o plástico e, de uma forma coordenada, sentar sobre seus

calcanhares, movendo ao mesmo tempo o cliente

Page 28: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

27

Figura 13

3.1.5 – MOVIMENTAR PACIENTE EM POSIÇÃO SENTADA PARA A

CABECEIRA DA CAMA

O paciente deve ser encorajado a movimentar-se sozinho, com a

ajuda de um plástico facilitador de movimentos. Neste caso, o paciente fica

sentado sobre o plástico, podendo deslizar com o auxílio de blocos de mão

antiderrapantes (Figura 14) (2).

Figura 14

Page 29: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

28

Ele pode, também, receber a ajuda de uma pessoa, que segura seus

pés, estando suas pernas flexionadas. Neste caso, o cliente apóia uma mão de

cada lado do corpo e ele próprio dá um impulso, ao endireitar as pernas (Figura

15) (2).

Figura 15

Quando o paciente não pode colaborar, duas pessoas devem

realizar o procedimento. Deve-se também usar um plástico deslizante e

procede-se da seguinte maneira (Figuras 16a e 16b) (2):

• As duas pessoas devem ficar uma de cada lado do leito, olhando na

mesma direção

• Abaixar a altura da cama, de uma forma tal que os trabalhadores de

enfermagem possam colocar um joelho na cama, mantendo a outra

perna firmemente no chão

• Segurar a mão do paciente com uma das mãos e agarrar no local

apropriado do plástico com a outra

• Usando movimento coordenado, sentar sobre os calcanhares, movendo,

ao mesmo, tempo o cliente. Repetir o procedimento, se for necessário

Page 30: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

29

3.1.6 – SENTAR O PACIENTE NO LEITO

O cliente deve ser encorajado a sentar-se sozinho, ficando de lado e

levantando-se com a ajuda dos braços. Podem-se, também, utilizar materiais

simples, como uma corda com nós ou uma escada de cordas que, fixadas nos

pés da cama, permitem que o cliente sente sem ajuda (Figura 17) (2).

Quando o cliente é auxiliado por outra pessoa, pode-se fazer da

seguinte forma (Figuras 18a e 18b) (2):

• A pessoa fica de frente para o paciente, colocando um dos seus joelhos

ao nível do quadril do paciente e sentando-se sobre seu próprio

tornozelo

• Segurar no cotovelo do paciente, que também apóia no cotovelo da

pessoa. O paciente deve se sentar apoiando-se na pessoa.

Figura: 16a

Figura 16b

Fig. 17

Page 31: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

30

Figura 18a figura 18b

Se o paciente não consegue auxiliar, uma outra alternativa é realizar

o procedimento com duas pessoas, da seguinte maneira (Figura 19) (2):

• Permanecer uma pessoa de cada lado da cama, olhando em direção da

cabeceira

• Ficar ajoelhada, mantendo o joelho ao nível do quadril do cliente

• Segurar nos cotovelos e trazer o paciente para frente, enquanto senta

em seus calcanhares. Pode-se usar, como um auxílio nessa manobra,

uma toalha resistente, que é colocada nas costas do paciente

Figura 19

Page 32: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

31

Uma outra alternativa é levantar o paciente, apoiando no cotovelo,

como descrito anteriormente, estando o cliente sobre um plástico deslizante.

Depois, mover os seus membros inferiores para fora do leito (Figura 20) (2).

Figura 20

3.1.7 – SENTAR O PACIENTE NA BEIRA DA CAMA

No caso do cliente estar deitado, seguir os seguintes passos (Figura

21) (2):

• Colocar o paciente em decúbito lateral, sobre um plástico deslizante, e

de frente para o lado em que vai se sentar

• Elevar a cabeceira da cama

• Uma pessoa apóia a região dorsal e o ombro do paciente e a outra

segura os membros inferiores

• De uma forma coordenada, elevar e girar o paciente até ele ficar sentado

Page 33: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

32

Figura 21

Page 34: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

33

CAPITULO 4 - MUDANÇA DE DECÚBITO

As mudanças de decúbito promover conforto ventilatório e maior

integridade da pele que comumente resultam em lesões denominadas úlceras

de pressão (U.P.), escaras ou úlceras de decúbito, tem sido relatadas como

sendo objeto de preocupação da enfermagem desde o seu início com Florence

Nightingale, porém o problema continua sendo bastante comum em pacientes

cuidados nos hospitais e domicílios(3).

As úlceras de pressão são um agravo à saúde de pessoas já

debilitadas por doenças crônico-degenerativas e/ou déficit motor/sensório,

determinado por condições neurológicas agudas ou crônicas. São “áreas

localizadas de hipóxia tecidual que tendem a se desenvolver quando tecidos

moles são comprimidos entre uma proeminência óssea e uma superfície

externa, por um período prolongado visualizado na figura 22(4).

Figura 22: demonstração da compressão das proeminências ósseas aos tecidos subjacentes

devido à falta de mudança de decúbito.

As escaras, apesar de normalmente não serem dolorosas, afetam de

forma trágica a qualidade de vida do paciente e o estado de espírito do

cuidador. Alguns pacientes referem dor local e prurido. Nesses casos a

presença de infecção secundária pode ser a causa(9).

Page 35: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

34

Quando se instala, a infecção pode causar osteomielite e septicemia

colocando em risco a vida do paciente. E as áreas mais afetas podem ser

observada na figura 23(9).

Figura 23 – áreas mais afetas pelas úlceras de decúbito.

A NHB na mudança de decúbito e mobilização dos pacientes

acamados têm efeitos agudos e profundos nas funções cardiopulmonar e

cardiovascular. Essas intervenções têm um papel importante na melhora do

transporte de oxigênio, e na prevenção dos efeitos negativos da mobilidade

restrita e do posicionamento em decúbito supino, comum em pacientes de UTI,

principalmente, nas funções cardiopulmonar e cardiovascular(7).

As mudanças de decúbito interferem significativamente na PaO2 de

pacientes em UTI com suporte ventilatório, podendo interferir na melhora

clínica da integridade da pele e na alteração dos valores de FiO2 para o

desmame da ventilação mecânica(7).

Page 36: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

35

CAPITULO 5 – MANUTENÇÃO DA POSTURA CORRETA

A postura humana depende da coluna vertebral e está ligada à

evolução da espécie. O tronco passou a ser o instrumento de equilíbrio. Á

medida que o tronco se elevava, as extremidades passavam a ter uma função

definida: os membros inferiores para a locomoção e os membros superiores

para a preensão e a oponência(1).

Entretanto, nesta passagem para a vertical, a bacia, que é o alicerce

da coluna vertebral, não conseguiu horizontalizar-se com o solo, mantendo

uma obliqüidade que obrigou a formação das curvas de compensação, vistas

do plano sagital (lardose e cifose). No plano frontal,ela se manteve ereta. A

menor ou maior obliqüidade pélvica é que vai dar os diferentes tipos posturais

observados no homem(1).

5.1- POSTURA NORMAL

A postura sofre influência hereditária, profissional, e é diferente nas

várias faixas etárias(figura 24), além de estar na dependência do estado

psicológico, ou do humor (euforia ou depresão)(1).

O centro da gravidade do corpo está um pouco atrás e abaixo do

umbigo. Portanto, a tendência do corpo é cair para a frente. Forçando o

trabalho dos músculos posteriores, chamados de antigravitários. Os músculos

anteriores, especialmente os abdominais, agem em favor da gravidade, daí sua

menor função e consequentemente maior flacidez, com facilidade em adquirir

protrusão abdominal. Daí a razão de iniciar a correção postural com exercícios

abdominais (fig. 25)(1).

Page 37: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

36

Fig. 24 – postura humana. A.pessoa jovem.

B. pessoa idosa com modificação nas

curvaturas da coluna.

5.2- POSTURA ESTÁTICA

Postura militar ou atlética é aquela assumida pelos militares e atletas

quando estão na posição de sentido ou alerta. O centro da gravidade é

projetada para a frente, com grandes sobrecarga dos músculos posteriores dos

membros inferiores, especialmente do tríceps sural. A sobrecarga pode ser tão

grande, com exigência de maior volume sanguineo, que poderá ocasionar

lipotimia, comum nas paradas militares ou atléticas. Esta postura favorece a

lordose(1).

Sapatos de salto alto comumente utilizados pelas mulheres, além de

maléficos para a postura, também o são para os pés, pois projetam o centro

de gravidade para a frente e sobrecarregam o arco metatársico, com

deformidades sérias na posição dos pés(fig. 26)(1).

Fig. 25 – A. domínio dos músculos que

diminuem a obliqüidade, reduzindo as

curvaturas da coluna. B. Aumento da

obliqüidade pélvica com acentuação das

curvaturas da coluna.

Page 38: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

37

5. 3 – POSTURA SENTADA

Pesquisas em laboratório foram desenvolvidas no sentido de

encontrar uma cadeira ideal. Entretanto, as diferenças de estaturas tornam esta

tarefa difícil. A cadeira ideal é a que tem o espaldar adaptado a curvas da

coluna e uma altura suficiente para deixar livre a região posterior da coxa e os

pés totalmente apoiados no solo (fig. 27) (1).

Fig. 26 – postura atlética e

postura com sapato de salto

alto, verificando-se, em ambas

aumento da lordose lombar.

Fig. 27 – postura sentada. (cadeira ideal é a que mantém as curvaturas normais da coluna).

Page 39: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

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5.4 – POSTURA DEITADA OU EM DECÚBITO

Deve-se e pode-se deitar na posição em que se quiser, menos de

bruços, ou seja, decúbito ventral. Esta posição faz aumentar a lordose lombar e

o pescoço é mantido em rotação lateral. As posições deitadas corretas são:

decúbito dorsal ou sobre o dorso e decúbito lateral também chamada de

posição fetal. O colchão deve ser firme e deve-se fazer uso de travesseiro(1).

5.5 – POSTURA DINÂMICA

É a postura assumida no trabalho e na vida cotidiana. A maior causa

de incapacidade para o trabalho por problemas relacionados com a coluna

vertebral é produto de má postura. Devemos lembrar o papel da coluna

vertebral e tomar cuidados para poupá-la. Do ponto de vista mecânico e clínico,

deve-se evitar a flexão do tronco sobre os joelhos em extensão, pois nesta

posição o braço da resistência é três vezes maior que o da potência. Assim

procedendo, a carga sobre os discos vertebrais inferiores pode leva a lesões,

ocasionando, a curto prazo, hérnia discal e, a longo prazo, degeneração,

causadora de artrose(1).

Á coluna devem-se dispensar os maiores cuidados quando se

carregam objetos mais pesados. Nestes casos, a carga deve ser distribuída

equilibradamente nas duas mãos. Nunca se deve elevar um peso acima da

cintura e, quando os carregar, é necessário colocá-los sempre ao nível do

umbigo, pois próximo a ele está o centro de gravidade do corpo(1).

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CONSIDERAÇÕSE FINAIS

Conhecer, desenvolver e aplicar as diversas formas de

conhecimento direcionada a locomoção e mecânica corporal, e seu contato

direto com pacientes, familiares, torna-se importante para compreendermos

melhor como ocorre às necessidades humanas básicas.

A evolução postural do ser humano também foi sofrendo adaptações

em relação ao tempo para uma melhor locomoção, equilíbrio e postura

corporal.

No entanto, fica claro a grande importância em se realizar novas

pesquisas e elaborações de manuais como o deste estudo, a fim de dar

possibilidades aos cuidadores de se atualizarem e encontrarem material

tecnológico e treinamento, que os instruam a se adaptarem as dificuldades do

dia-a-dia relacionadas às NHBS.

Page 41: NHB - Locomoção e Mecânica Corporal

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BIBLIOGRAFIA

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acesso em 28 jun, 2009.