neto valente e carlos marreiros discordam de … · numa fase inicial, a gerência oferece ainda...

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5020 • Quinta-feira, 16 de Junho de 2016 10 PATACAS 27 0 C/30 0 C • HOJE Fonte SMG A NOITE DA NOSSA DESILUSÃO Págs. 8 a 10 FOTO ARQUIVO Chang Hexi vai sair do Secretariado do Fórum Ao fim de quase sete anos, Chang Hexi vai deixar de exercer funções de Secretário-Geral do Secretariado Permanente do Fórum Macau, sou- be o JORNAL TRIBUNA DE MA- CAU de fonte segura. A saída do cargo deverá ser concretizada antes da Quinta Conferência Ministerial do Fórum, cuja realização está pre- vista para o final de Outubro ou iní- cio de Novembro. O JTM tentou on- tem confirmar esta notícia junto do Secretário-Geral Chang Hexi, que, no entanto, se mostrou indisponí- vel para prestar declarações. Com vasta experiência ao serviço do Mi- nistério do Comércio da República Popular da China, Chang Hexi es- tudou Português na Faculdade de Letras de Lisboa e assumiu funções no Fórum em Novembro de 2009 depois de ter desempenhado vários cargos nas Embaixadas da Repúbli- ca Popular da China nos Países de Língua Oficial Portuguesa, nomea- damente em Moçambique, Angola e Guiné-Bissau. Thai Smile cancela rota de Banguecoque para a RAEM Pág. 2 Cinemateca ganha mais espaço Pág. 3 Pág. 5 Novo Macau lança consulta sobre subsídios públicos Pág. 4 Língua portuguesa é o “único caminho” para Timor-Leste Pág. 11 Vagas de “croupiers” para a Melco geram confusão na Taipa Última Reconstruída no México história familiar de Leon Trotsky Pág. 14 “Não tenho nada contra o Governo abrir um [cartório] na Zona Norte, estou é contra fecharem um no centro da ci- dade (…) Se faz falta um cartório na Zona Norte, que se abram mais cartórios”, defendeu Jorge Neto Valente, en- quanto Carlos Marreiros adianta mesmo que “o Governo gasta centenas de milhões de patacas por ano a arrendar edifícios sem categoria nenhuma para instalar serviços e agora vai retirar o arrendamento de um edifício tão presti- giado? É um grande erro e levanta suspeitas”. Saída do cartório abre polémica NETO VALENTE E CARLOS MARREIROS DISCORDAM DE DECISÃO DO GOVERNO Consumo de drogas no universo feminino em debate no mês de Novembro Pág. 7

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5020 • Quinta-feira, 16 de Junho de 2016 10 PATACAS

270C/300C• • • HOJE

Fonte SMG

A NOITE DA NOSSA DESILUSÃO Págs. 8 a 10

FOTO

ARQ

UIVO

Chang Hexivai sair doSecretariadodo FórumAo fim de quase sete anos, Chang Hexi vai deixar de exercer funções de Secretário-Geral do Secretariado Permanente do Fórum Macau, sou-be o JORNAL TRIBUNA DE MA-CAU de fonte segura. A saída do cargo deverá ser concretizada antes da Quinta Conferência Ministerial do Fórum, cuja realização está pre-vista para o final de Outubro ou iní-cio de Novembro. O JTM tentou on-tem confirmar esta notícia junto do Secretário-Geral Chang Hexi, que, no entanto, se mostrou indisponí-vel para prestar declarações. Com vasta experiência ao serviço do Mi-nistério do Comércio da República Popular da China, Chang Hexi es-tudou Português na Faculdade de Letras de Lisboa e assumiu funções no Fórum em Novembro de 2009 depois de ter desempenhado vários cargos nas Embaixadas da Repúbli-ca Popular da China nos Países de Língua Oficial Portuguesa, nomea-damente em Moçambique, Angola e Guiné-Bissau.

Thai Smile cancelarota de Banguecoquepara a RAEM

Pág. 2

Cinemateca ganhamais espaço Pág. 3

Pág. 5

Novo Macau lançaconsulta sobresubsídios públicos

Pág. 4

Língua portuguesa éo “único caminho”para Timor-Leste

Pág. 11

Vagas de “croupiers”para a Melco geram confusão na Taipa

Última

Reconstruída no Méxicohistória familiarde Leon Trotsky

Pág. 14

“Não tenho nada contra o Governo abrir um [cartório] na Zona Norte, estou é contra fecharem um no centro da ci-dade (…) Se faz falta um cartório na Zona Norte, que se abram mais cartórios”, defendeu Jorge Neto Valente, en-quanto Carlos Marreiros adianta mesmo que “o Governo

gasta centenas de milhões de patacas por ano a arrendar edifícios sem categoria nenhuma para instalar serviços e agora vai retirar o arrendamento de um edifício tão presti-giado? É um grande erro e levanta suspeitas”.

Saída do cartórioabre polémica

NETO VALENTE E CARLOS MARREIROS DISCORDAM DE DECISÃO DO GOVERNO

Consumo de drogas no universo femininoem debate no mês de Novembro Pág. 7

02 JTM | LOCAL Quinta-feira, 16 de Junho de 2016

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Fátima Almeida, Helder Fernando, Raquel Carvalho, Pedro André Santos e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres e Tiago Alcântara • Secretário da Redacção : Alexsandro Sampaio • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

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ARQ

UIVOA Thai Smile vai suspender os voos entre Macau e Banguecoque a

partir de Setembro, deixando assim de operar a primeira rota da sua ainda curta história

Depois de vários avanços e re-cuos, a Thai Smile, subsidiária do grupo Thai Airways, deci-

diu cancelar as ligações aéreas entre Macau e o aeroporto de Suvarna-bhumi, em Banguecoque. A medida, desvendada por sites de marcação de viagens aéreas, terá efeitos práticos a partir do próximo dia 1 de Setembro.

Embora ainda não seja conhecida uma posição pública da Thai Smile sobre a matéria, no site da transpor-tadora já não estão disponíveis voos a partir daquela data, constatou ontem o JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Depois de ter chegado a realizar duas ligações diárias entre Macau e Banguecoque, a companhia passou a operar apenas um voo no final de Março de 2015, utilizando um Airbus A320.

Em Abril do ano passado, a com-panhia já tinha admitido a possibili-

THAI SMILE CANCELA ROTA EM SETEMBRO

Menos sorrisos nos voos para Banguecoque

dade de suspender as ligações entre a capital tailandesa e Macau, devido à baixa taxa de ocupação. “O plano ori-ginal é suspender temporariamente a rota entre 16 de Maio e 30 de Setem-bro, mas o nosso departamento co-mercial registou recentemente alguns progressos no número de passageiros, e ainda estamos a ponderar”, disse na altura Woranate Laprabang, CEO da companhia, citado pelo “Business Daily”.

Woranate Laprabang explicou que a taxa de ocupação de passageiros rondava os 50%, aquém dos 65% a 70% previstos pela empresa em Outu-bro de 2014, quando a frequência de voos diários aumentou para dois.

Macau sai assim do “radar” da Thai Smile, depois de ter acolhido o primeiro voo da história da transpor-tadora a 1 de Julho de 2012, dia em que iniciou operações com uma frota

de quatro aeronaves. Para além de destinos domésticos,

a companhia tailandesa voa actual-mente para Macau, Changsha (China

Continental), Siem Reap (Camboja), Rangum (Myanmar) e Penang (Malá-sia).

S.T.

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Associações protestam contra deputado quedefendeu importação de “croupiers”A “Forefront of Macau Gaming” e a Associa-ção dos Empregados das Empresas de Jogo de Macau entregaram ontem na Sede do Governo uma petição com mais de 10.000 assinaturas, que dizem terem sido recolhidas num curto prazo de tempo, em sinal de protesto contra o facto do deputado Cheang Chi Keong ter defen-dido a importação de “croupiers”. Na petição, e embora o Governo tenha vindo a reiterar que o cargo de “croupiers” continuará a ser exclusi-vo de residentes, as associações advertem que a opinião de Cheang Chi Keong já causou pânico e muita insatisfação na sociedade. Garantindo que há abusos na importação de mão-de-obra, Cloee Chao, secretária-geral da Associação dos Empregados das Empresas de Jogo, defendeu que, além de manter a política de reservar os lugares de “croupiers” para os residentes, o Go-verno deve reduzir o número de trabalhadores não residentes para assegurar o direito ao em-prego dos funcionários locais. Na perspectiva das associações, a importação de um grande número de trabalhadores é uma consequência de trocas de interesses. Na sexta-feira, a “Power of the Macau Gaming” também entregou uma petição ao Executivo a solicitar a manutenção da actual política. V.C

GARANTEM AS TRANSPORTADORAS

Corredor exclusivo aumenta pontualidade de autocarrosAs três companhias de autocarros elogiaram a criação do corredor exclusivo para transportes públicos, frisando que a pontualidade nos trajectos tem aumentado

O Governo estreou há mais de um mês, a título experimen-tal, um corredor exclusivo

para transportes públicos entre a Barra e a Doca Lam Mau aos fins-de--semana, uma medida que mereceu ontem aplausos dos vice-gerentes das três operadores de autocarros no pro-grama matinal da “Ou Mun Tin Toi”.

A nova estratégia contribuiu para aumentar a pontualidade dos auto-carros, realçou Lei Kai Kin, da Trans-mac, assegurando que no caso da sua empresa atingiu mesmo os 100% aos domingos.

Por sua vez, o vice-gerente da Nova Era, Kuok Tong Cheong, salien-tou o impacto positivo da medida na melhoria do trânsito, algo que poderá ser ainda mais notório no futuro.

Chiang Peng Chan, da TCM, tam-bém manifestou apoio, apesar dos autocarros da companhia registarem uma baixa taxa de circulação no cor-redor exclusivo. O mesmo responsá-vel aproveitou, aliás, para exortar as autoridades a abrir mais faixas deste género nas zonas novas da cidade e nas ilhas.

Por outro lado, durante o progra-ma, o vice-gerente da TCM afirmou que, desde Novembro de 2015, a em-

Corredor exclusivo entrou em funcionamento no início de Maio

presa elevou por duas vezes as remu-nerações, traduzindo um aumento de 11%. Desse modo, um motorista pode receber agora 21 mil patacas por mês logo que entre para os quadros da TCM, assegurou Chiang, desta-

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DSA

T cando ainda um aumento no número de condutores jovens, que “inserem nova sangue à equipa”.

Para o responsável da Nova Era, a subida no número de passagei-ros tem acentuado a necessidade de recrutamento de condutores a tem-po parcial. Além disso, Kuok Tong Cheong sugeriu o prolongamento de 65 para 67 anos da idade máxima au-torizada para estes motoristas.

Na perspectiva do vice-gerente da Transmac, a situação do sistema de transportes tem melhorado, sendo hoje mais fácil apanhar um autocarro, embora admita que a frequência das carreiras deve aumentar.

Entretanto, a Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau rea-lizou ontem uma reunião interna, com o intuito de discutir eventuais medidas para aperfeiçoar o corredor exclusivo para transportes públicos.

Dando ênfase ao impacto nos negócios das lojas das imediações, o vice-presidente da associação apelou ao Executivo para reforçar a coorde-nação com esses comerciantes. Para além disso, Kou Ngon Seng espera que as autoridades melhorem a di-vulgação de informações sobre as carreiras e respectivas alterações. R.C.

Quinta-feira, 16 de Junho de 2016 JTM | LOCAL 03

NOVOS ESPAÇOS DEVEM ABRIR AO PÚBLICO EM 2017

Cinemateca Paixão vai ser ampliada

O Instituto Cultural (IC) pretende integrar os edifícios na Travessa

da Paixão, nº 9 e nº 11, na Ci-nemateca Paixão, avançou o organismo ao JORNAL TRI-BUNA DE MACAU. Os novos espaços, segundo explicou um porta-voz do IC, serão utiliza-dos para “exposições relativa-mente a diferentes temas da indústria cinematográfica”.

Com a inclusão dos dois imóveis no domínio da Cine-mateca, serão criadas infra--estruturas como “uma sala de multimédia, que poderá servir também como sala de reu-niões, palestras, seminários, entre outros”.

Actualmente está ainda a ser preparada uma exposição de equipamento tradicional de projecção de filmes, estando o Instituto Cultural a proceder “a trabalhos de ‘layout’ inte-rior dos espaços acima referi-dos”.

Nesse sentido, o organismo prevê que seja possível abrir os novos espaços “gradualmen-te” ao público após o início do

Com o objectivo de criar novos espaços de exposição, dois edifícios situados ao lado da Cinemateca Paixão vão ser anexados ao projecto implementado pelo Instituto Cultural. A informação foi avançada ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU pelo organismo, que defende que as infra-estruturas a serem inauguradas no próximo ano podem ajudar a “aumentar a coesão” da indústria do cinema

Inês Almeida

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Pouco mais de um mês depois do anúncio do lançamento do projecto “Village Mall”, num centro comercial da Rua do Campo, cerca de um terço dos estúdios já foram ocupados. Os promotores da iniciativa, orçada em mais de 10 milhões de patacas, esperam ter os espaços totalmente preenchidos em Agosto, mês previsto para a inauguração oficial

Os promotores da “Village Mall”, projecto criativo que está a ser desenvolvido no Centro Co-

mercial Broadway, na Rua do Campo, esperam registar ocupação total até Agosto, mês apontado para a inaugu-ração oficial.

De acordo com Lei Hon Cheong, responsável do complexo que abrange uma área total de 4.000 metros quadra-

PROJECTO INSTALADO EM CENTRO COMERCIAL NA RUA DO CAMPO

“Vila criativa” espera ocupação total até Agosto

dos, actualmente, um terço dos cerca de 100 estúdios disponibilizados já está ocupado por artistas locais.

No final de Maio, com o intuito de atrair criativos locais, o “Village Mall” lançou um concurso para oferecer três estúdios às melhores propostas com isenção do pagamento de rendas du-rante o período de um ano. Pelo menos

numa fase inicial, a gerência oferece ainda descontos de 30% sobre o valor total das rendas, que oscila entre 5.000 e 10.000 patacas.

De acordo com o jornal “Ou Mun”, Lei Hon Cheong, que também é artista, justificou as medidas com o facto das rendas elevadas constituírem um gran-de obstáculo ao desenvolvimento da

a título experimental em Se-tembro do ano passado. Na al-tura o IC lançou um programa de cedência temporária dos es-paço ao qual se podem candi-datar “membros da indústria cinematográfica, cineastas e associações de cinema”.

Em Janeiro começou a se-gunda fase de funcionamen-to experimental do espaço. Durante este período ficam à

disposição dos interessados a bilheteira do átrio da entrada e a sala de projecção, mediante reservas, para a realização de seminários e “workshops” de cinema.

Na altura, o JORNAL TRI-BUNA DE MACAU falou com duas associações do sector que avaliaram positivamente o projecto. A Ying E Chi, uma associação sem fins lucrativos

dedicada à arte, organizou no espaço um festival de filmes independentes. Um respon-sável da associação destacou que a Cinemateca Paixão “é um bom sítio para realizadores locais de filmes independen-tes mostrarem o seu trabalho e também para criar uma casa importante em Macau que mostre filmes, que seja um marco cultural de projecção”.

funcionamento oficial da Ci-nemateca Paixão, ou seja, “na primeira metade de 2017”, sem ser fornecida uma data mais concreta.

O IC recorda que o estabe-lecimento da Cinemateca Pai-xão tem como objectivo “pro-mover a cultura do cinema de Macau, cultivando o ambiente da apreciação do cinema local e proporcionando escolhas di-versificadas de filmes”.

Com essa estratégia em mente, a criação dos novos es-paços de exposição e da sala multimédia pretendem “forne-cer um espaço de intercâmbio e uso para o sector cinemato-gráfico, de modo a aumentar a coesão da indústria”.

A Planta de Condições Urbanísticas dos edifícios a anexar à Cinemateca Paixão chegou à mesa do Conselho do Planeamento Urbanístico no início deste mês. Durante a reunião, a representante do IC limitou-se a dizer que os imóveis iriam dar origem a mais um espaço “dedicado à criatividade e à cultural”, sem adiantar pormenores sobre o projecto.

A Cinemateca Paixão abriu

Após duas fases experimentais, a Cinemateca entrará em funcionamento oficial na primeira metade de 2017

Viviana Chan

indústria criativa num território onde também se sente a falta de espaços ade-quados para exposição e venda ao pú-blico.

Nesse contexto, e fruto de um in-vestimento superior a 10 milhões de patacas, o “Village Mall” pretende por isso oferecer espaços que reúnam di-ferentes tipos de produtos criativos. O complexo deverá acolher workshops, produção de filmes, música, artesanato, pintura e até espaços de restauração e lazer.

Apontando o “Village Mall” como o primeiro centro comercial temático em Macau, Lei Hon Cheong esclareceu ain-da que os espaços oferecidos também poderão ser aproveitados para ensaios de dança, estúdios de audição ou foto-grafia, entre outras vertentes.

Segundo o mesmo responsável, a ideia deste projecto nasceu há seis anos, mas na altura apenas foi possível ins-talá-lo num edifício industrial, devido aos elevados custos. Hoje, a situação melhorou, com a descida nos valores das rendas, facto que favorece natural-mente o desenvolvimento das indús-trias criativas.

Apesar de tudo, Lei Hon Cheong considera que o sector criativo precisa de se aproximar mais dos consumido-res para poder sustentar o seu próprio desenvolvimento.

Quinta-feira, 16 de Junho de 201604 JTM | LOCAL

Scott Chiang acusado de desobediência em manifestaçãoO presidente da Associação Novo Macau está a ser investigado pelo Corpo de Polícia de Segurança Pú-blica (PSP) por alegada desobediên-cia às autoridades durante um pro-testo contra o líder do Governo. Scott Chiang revelou ontem ter sido con-tactado pela polícia, a par de outros membros da associação, para que se deslocasse à esquadra com o fim de ser interrogado sobre a manifestação de 15 de Junho. O activista informou que o vai fazer. Questionado pela Lusa, o CPSP confirmou o pedido e indicou que o activista é “acusado de agravação de desobediência à po-lícia”. Segundo as autoridades, após a manifestação, a polícia entregou um relatório ao Ministério Público, que ordenou “mais averiguações”. A manifestação de 15 de Maio pedia a demissão de Chui Sai On, depois de se tornar público que a Fundação Macau doou 100 milhões de yuan à Universidade de Jinan. Durante o protesto, que segundo a associação juntou mais de 3.000 pessoas, os par-ticipantes estiveram parados duran-te uns minutos na avenida onde se localiza a sede do Governo, uma vez que a rua foi bloqueada pela polícia, em cumprimento de uma decisão do Tribunal de Última Instância, que não permitiu que os manifestantes seguissem pela estrada. Em segui-da, um grupo mais pequeno seguiu Scott Chiang até à Colina da Penha, para deixar na caixa do correio da residência oficial do chefe do Exe-cutivo uma carta com as reivindi-cações, deparando-se com a estrada cortada. A manifestação terminou com os participantes a transforma-rem as reivindicações impressas em pequenos aviões de papel que foram lançados, por cima do muro, para o interior de Santa Sancha.

JTM/Lusa

NOVO MACAU LANÇA INQUÉRITO SOBRE SUBSÍDIOS PÚBLICOS

“Que a Fundação seja devolvida a toda a Macau”Até 30 de Julho, a Associação Novo Macau vai recolher propostas do público sobre mudanças no funcionamento da Fundação Macau. A iniciativa é justificada pela necessidade de evitar abusos do erário público

A Associação Novo Macau vai lançar um inquérito à popula-ção centrado numa reforma à

Fundação Macau, na sequência de um controverso donativo a uma universida-de da China. A associação vai recolher propostas do público até 30 de Julho. “A questão central é o dinheiro público, o abuso que é feito dele e como o impedir no futuro, para que a Fundação seja de-volvida a toda a Macau”, afirmou Scott Chiang, presidente da associação.

Em 2014 a Novo Macau lançou uma iniciativa semelhante sobre a eleição do líder do Governo, que foi considerada “ilegal” pelo Executivo - em grande par-te por ter sido apelidada de “referendo” –, e que levou à detenção temporária de cinco activistas.

Desta vez, o processo será diferente: além de lhe chamar “consulta pública”, a associação vai começar por recolher sugestões de propostas de mudanças na Fundação, bem como sobre o método de votação (idade mínima, que dados pes-soais registar, locais de voto, etc). As pro-postas recolhidas serão então submetidas a uma votação.

A iniciativa surge depois de ter vin-do a público, em Maio, que a Fundação Macau doou 100 milhões de yuan à Uni-versidade de Jinan. Na altura, a Novo Macau convocou uma manifestação, em que diz terem comparecido mais de 3.000 pessoas, para pedir a demissão do Chefe do Executivo, que preside ao Conselho de Curadores da Fundação e é, em si-multâneo, vice-presidente do Conselho--Geral da Universidade de Jinan.

Chui Sai On negou qualquer conflito

de interesses, mas ainda assim o Comis-sariado contra a Corrupção solicitou à Fundação informações sobre o caso.

Salientando que, nesta fase, o im-portante “não é o que a Novo Macau pensa ou quer, mas o que os verdadei-ros donos do dinheiro pensam sobre como ele deve ser gasto”, Scott Chiang esclarece que a posição da associação é que tanto as candidaturas como os relatórios de execução dos subsídios deviam ser divulgados. Actualmente, a Fundação Macau publica com regulari-dade apenas os montantes e os benefi-ciários dos seus apoios financeiros.

“Tudo o que vemos é uma fatia mui-to fina do processo. Todos sabemos que muito se passa debaixo da mesa. Por que é que esta organização recebe uma gran-de quantidade de dinheiro e outra fica a arder? Deve ser por ter boas relações. Nem todos são bandidos, alguns usam o dinheiro para fazer coisas boas por

Macau, mas neste momento partilham o mau nome com os outros. Precisamos urgentemente de uma reforma para um processo mais aberto”, disse.

Por sua vez, numa interpelação oral, Ng Kuok Cheong, deputado e membro da Novo Macau defendeu que metade da verba destinada à Fundação Macau deveria ser canalizada para o Fundo de Segurança Social, alertando para a opa-cidade na atribuição de financiamentos por aquela entidade.

“Todos os anos a Fundação Macau recebe 1,6 por cento das receitas brutas do jogo. Este excesso de recursos não le-vou a abusos na atribuição de financia-mentos?”, interrogou o deputado eleito por sufrágio universal, que entende que o Governo deve ajustar, “quanto antes”, os contratos com as operadoras de jogo para destinar metade dessa percenta-gem ao Fundo de Segurança Social, por forma a garantir a sua sustentabilidade.

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“JTM” - 16 de Junho de 2016

Cumprimento de Obrigações Pecuniárias nº PC1-16-0144-COP Juízo de Pequenas Causas Cíveis

Autor: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, nº 22.Réu/Ré: SER NELSON BAYLON CARUNCHO, de sexo masculino, com a última residência conhecida em Macau, na Rua Central da Areia Preta, edifício La Cite, Bloco 3, 4º andar “B”, Macau, ora ausente em parte incerta.

FAZ-SE SABER que pelo Juízo de Pequenas Causas Cíveis do Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da data da publicação do anúncio, para citar o(a) Réu/Ré SER NELSON BAYLON CARUNCHO, querendo, no prazo de QUINZE (15) DIAS, findo o dos éditos, contestar a acção supra identificada, na qual pede que se julgue procedente e provada e em consequência condena o(a) Réu/Ré a pagar as dívidas, as despesas e os juros de mora na quantia de MOP$14.267,46 (Catorze Mil Duzentas e Sessenta e Sete Patacas e Quarenta e Seis Avos), a que acrescem os juros que se forem vencendo, à taxa de juros convencionais, após a propositura da acção e até integral pagamento, o respectivo imposto de selo que sobre os mesmos incide e, ainda, as custas e condigna procuradoria, sob pena de não o fazendo no referido prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.

Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial, que se encontra nesta Secretaria do Juízo de Pequenas Causas Cíveis, poderão ser levantados nas horas normais de expedintes.

Fica advertido(a) de que não é obrigatório(a) a constituição de mandatário judicial.

R.A.E.M., 07 de Junho de 2016.

A Juiz,Lou Silva, Lap Hong

O Escrivão Judicial Auxiliar,Ng Pui Hong

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO DE PEQUENAS CAUSAS CÍVEIS

ANÚNCIO Direcção dos Serviços de Finanças

EDITAL

IMPOSTO COMPLEMENTAR DE RENDIMENTOS

Faço saber, face ao disposto no nº 1 do artigo 43º do Regulamento

do Imposto Complementar de Rendimentos, aprovado pela Lei nº 21/78/M, de 9 de Setembro, que ao exame dos dos contribuintes referidos no nº 3 do artigo 4º, do mesmo Regulamento, com as alterações introduzidas pela Lei nº 6/83/M, de 2 de Julho, estarão patentes os respectivos rendimentos colectáveis atribuídos pela Comissão de Fixação.

Poderão os contribuintes, de 16 a 30 de Junho do corrente ano, reclamar para a Comissão de Reveisão, caso não se conformem com o rendimento fixado, não terminando, porém, o prazo, sem que hajam decorridos vinte dias sobre a data do registo dos avisospostais enviados aos contribuintes.

Aos 1 de Junho de 2016.

O Director dos Serviços,Iong Kong Leong

Quinta-feira, 16 de Junho de 2016 JTM | LOCAL 05

CARLOS MARREIROS ENTENDE QUE DECISÃO DO GOVERNO LEVANTA SUSPEITAS

Neto Valente quer tribunal no lugar do cartório

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UIVO

Recordando que a Asso-ciação dos Advogados de Macau (AAM) entre-

gou um parecer ao Governo no qual recomendava a abertura de mais cartórios públicos, Jorge Neto Valente lamentou a trans-ferência do 1º Cartório Notarial do edifício da Santa Casa da Mi-sericórdia para a Zona Norte da península.

“Não tenho nada contra o Governo abrir um [cartório] na Zona Norte, estou é contra fe-charem um no centro da cidade, num sítio que é muito conve-niente para toda a gente. Se faz falta um cartório na Zona Norte, que se abram mais cartórios”, defendeu o presidente da AAM, em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

A localização é a questão mais importante a ter em conta para Neto Valente, que lamenta que “desperdicem esta oportu-nidade do Centro Histórico e de um edifício que está em belíssi-mo estado e que é muito conve-niente para toda a gente”.

“É um espaço amplo o sufi-ciente, está lá instalado com dig-nidade, e lá devia continuar”, reforçou. “Tenho ouvido muitas queixas em relação a outras lo-calizações, mas em relação ao cartório do centro não”, frisou.

Carlos Marreiros mostra ter a mesma opinião. “O que está bem não deve ser mudado. Se é preciso acrescentar mais espa-ços para servir o público, acres-centa-se. Mexer no que está bem é que é uma atitude errada”, su-blinhou o ex-Provedor da Santa Casa da Misericórdia.

Por esta localização ser a ideal para este serviço, Neto Valente considera que, com a saída do 1º Cartório Notarial daquele local, ali podia sediar--se outra instalação pública. “O Governo tem serviços, como os

O presidente da Associação dos Advogados de Macau lamenta a decisão do Governo de retirar o 1º Cartório Notarial do edifício da Santa Casa da Misericórdia, destacando que nenhuma outra localização é tão conveniente e instando o Executivo a “contribuir para uma causa justa”. Por outro lado, Carlos Marreiros considera a atitude do Governo “suspeita”

Inês Almeida

42% contra opção pelas aves refrigeradas

O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) conduziu nos últimos dois

meses de 2015 uma consulta pública sobre a “substituição do abastecimen-to de aves de capoeira vivas por aves de capoeira refrigeradas”, para a qual foram inquiridos 1.026 cidadãos e 187 responsáveis de estabelecimentos.

Segundo o IACM, 24% dos inqui-ridos são favoráveis àquela medida, 33% expressaram indiferença e 42%

estão “expressamente contra”. A consulta concluiu que 67% con-

somem mais aves acabadas de abater. Por outro lado, apenas cerca de 27% diz ter uma posição desfavorável em relação a essa prática. Apenas 27% compram sempre aves refrigeradas.

As conclusões mostram que cerca de 80% dos inquiridos se mostraram indiferentes quanto ao tipo de carne de aves a utilizar nos estabelecimen-tos de comida. Ao mesmo tempo, 70%

A consulta pública sobre a substituição de aves vivas por refrigeradas concluiu que 42% dos inquiridos estão contra a medida proposta pelo Governo

tribunais, tão mal instalados, que se abrissem um tribunal ali não fazia mal nenhum”, sugeriu o advogado, destacando que com as localizações actuais se está “a dar um mau exemplo ao meter os tribunais em edifícios que são absolutamente impró-prios para” essa utilização. “Se não querem lá pôr um cartório, ponham uma instalação públi-ca, um tribunal, por exemplo,

porque há tribunais muito mal instalados”.

Questionado sobre a ca-pacidade do rés-do-chão da Santa Casa para albergar um tribunal, Neto Valente refere que o espaço “é susceptível de ser arranjado”. “Temos edifí-cios comerciais e de escritórios transformados em tribunais que não dignificam em nada o modo como é administrada

a justiça. Aquele é um edifício digno e histórico e em boas condições”, defendeu.

Austeridade é “pura falácia”O tópico da renda paga pelo

1º Cartório foi também men-cionada por ambos, com Neto Valente a considerá-la “um pro-blema comercial que o Governo pode negociar”. “Não vou dizer que o Governo estraga muito di-

nheiro em coisas que não devia, não é isso que está em causa, mas posso dizer que há tanto gastos em outras actividades que a sociedade não reconhece como tão meritórias, que o Go-verno também podia contribuir de alguma maneira para uma causa justa e boa”.

Já o arquitecto, considera que a acção do Executivo pode dar azo a desconfiança. “O Go-verno gasta centenas de milhões de patacas por ano a arrendar edifícios sem categoria nenhu-ma para instalar serviços e ago-ra vai retirar o arrendamento de um edifício tão prestigiado? É um grande erro e levanta sus-peitas”, acusou.

“Se eu arrendo um espaço num palacete para uns servi-ços e depois acabo o contrato, não porque alguma coisa esteja mal, mas utilizando argumen-tos mais ou menos surrealistas como a austeridade, mas con-tinuo a arrendar edifícios que não valem nada, isso levanta suspeitas. O que pensará a po-pulação?”, questionou Carlos Marreiros.

O antecessor de António José de Freitas vai mais longe afir-mando que “dizer que Macau atravessa um período de auste-ridade é uma pura falácia”.

“A Santa Casa é uma insti-tuição que sempre esteve do lado da população, no mais abrangente sentido, e é repe-tidamente elogiada pelas au-toridades chinesas e locais por ser impecável ao longo dos 450 anos de história e não recebe subsídios directos do Gover-no”, declarou. Por isso, “neste momento, retirar os serviços do Cartório significa um gran-de rombo nas finanças da Santa Casa. Isso é eticamente acei-tável? A minha resposta é que não”, frisou Marreiros, fazendo referência sobretudo ao traba-lho desenvolvido após a trans-ferência de soberania.

dos estabelecimentos disseram já re-correr a carne congelada ou refrigera-da.

O estudo abordou ainda os fac-tores que os cidadãos mais levam em conta quando compram carne de aves. Nesse âmbito, 80% deram maior importância à segurança e higiene dos produtos. 70% frisaram o “conforto e a higiene” como factores determinan-tes. A par disso, para entre 50% a 70%, a “indicação expressa da data de fa-

brico”, a “facilidade de comprar” e a “desnecessidade de contactar com aves de capoeira vivas” também são relevantes.

O referido relatório reflectiu que, embora a política não obtenha um apoio maioritário dos cidadãos e do sector, tendo em conta a saúde públi-ca a longo prazo e os riscos de gripe das aves, os cidadãos inquiridos que não se opuseram esta medida ainda representam a maioria.

O Governo gasta centenasde milhões de patacas por

ano a arrendar edifícios sem categoria nenhuma para

instalar serviços e agora vai retirar o arrendamento de um

edifício tão prestigiado?É um grande erro e levanta

suspeitasCarlos Marreiros

Não tenho nada contra oGoverno abrir um [cartório]

na Zona Norte, estou é contra fecharem um no centro da

cidade, num sítio que é muito conveniente para toda a

gente. Se faz falta um cartório na Zona Norte, que se abram

mais cartóriosJorge Neto Valente

Quinta-feira, 16 de Junho de 201606 JTM | LOCAL

CURSO SERÁ CONDUZIDO POR JORGE SANTOS ALVES

“Memória dos Portugueses” na Casa Garden

A Delegação de Macau da Fundação Oriente (FO) organiza, entre 11 e 15

de Julho um curso de forma-ção avançada com o título “Os Olhos da Ásia: História e Me-mória dos Portugueses”, orien-tado pelo professor Jorge Santos Alves, da Universidade Católica Portuguesa. O curso terá lugar no Auditório da Casa Garden e é gratuito, com um limite máxi-mo de 20 inscrições.

Uma nota da FO refere que o curso destina-se a todos os interessados na presença por-tuguesa na Ásia e nas relações “histórico-culturais entre a Ásia e Portugal, desde o século XVI até à actualidade”. A formação é composta por cinco sessões de duas horas.

A acção propõe-se a promo-ver uma leitura crítica da “mais actual bibliografia e das suas principais linhas temáticas e conceptuais relativas à imagem de Portugal e dos portugueses na Ásia”, a “mostrar o jogo de contraste/complementaridade entre os documentos textuais e visuais asiáticos relativos a Por-tugal e aos portugueses”, entre

A Fundação Oriente vai organizar um curso sobre a presença portuguesa na Ásia. Identificar linhas de continuidade e a mudança da imagem de Portugal e dos portugueses nas histórias nacionais e memórias colectivas é um dos objectivos do curso orientado pelo professor Jorge Santos Alves, da Universidade Católica, e durante o qual se falará também de Amália e Cristiano Ronaldo

FOTO

FUND

AÇÃO

ORI

ENTE

os séculos XVI e XXI. Além disso, através deste

curso será possível “identifi-car as linhas de continuidade e mudança da imagem dos por-tugueses (em contraste com outros ocidentais) nas histórias

nacionais e nas memórias co-lectivas dos grandes complexos geoculturais asiáticos”, sobretu-do Índia, Ásia do Sueste, China e Japão.

Paralelamente, pretende-se “mostrar as vantagens práticas

da projecção da história e da me-mória de Portugal nas moder-nas sociedades asiáticas”, quer seja no ramo da diplomacia, dos negócios, da cooperação acadé-mica, do intercâmbio cultural ou do turismo, refere a Delega-ção da FO, sublinhando ainda a importância de “promover a permanente articulação entre o passado e os desenvolvimentos actuais do mundo asiático”.

Segundo o programa ontem divulgado, o curso vai abrir a 11 de Julho com uma introdução sobre “A Ásia marítima e os por-tugueses – conflitos e parcerias/História e Memória”, seguindo--se o tema “A capital de Portu-gal – Goa, Macau, Madrid ou Lisboa?”.

Nas sessões dos dias seguin-tes serão abordados temas como “A cor da pele - os ‘homens brancos’, herdeiros dos chine-ses no Índico”, “Os estereótipos sociais – o caso dos fidalgos-ca-valeiros e dos toureiros na Indo-nésia”, “Os ídolos: de Amália a Cristiano Ronaldo” e “Os objec-tos e as mercadorias: o exotismo português na Ásia”.

Jorge Santos Alves é profes-

sor auxiliar da Faculdade de Ciências Humanas da Univer-sidade Católica Portuguesa em Lisboa e coordenador do Ins-tituto de Estudos Asiáticos. O docente coordena o Consórcio de Estudos Asiáticos, que in-clui programas de licenciatura e mestrado nessas áreas, e tam-bém é investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Cul-tura. Entre 2003 e 2010 foi pro-fessor convidado da Universi-dade de Macau, onde leccionou entre 1990 e 1996.

Os seus interesses, quer no ensino, quer na investigação, são principalmente orientados para a história da Ásia do Sueste Pré--Colonial, História da China e de Macau e relações luso-chinesas.

É autor de publicações como “Portugal e Indonésia. História do Relacionamento Político e Diplomático (1509-1974)”, “Ma-cau. O Primeiro Século de um Porto Internacional” e “Gover-nadores de Macau”, com Antó-nio Vasconcelos de Saldanha.

Fora do campo académico, é vice-presidente da Associação Luso-Indonésia para a Amizade e Cooperação.

Curso será orientado pelo professor Jorge Santos Alves

Quinta-feira, 16 de Junho de 2016 JTM | LOCAL 07

Recluso faleceu apósindisposição súbitaUm recluso oriundo da China Continental que estava a cumprir uma pena de 6 anos e 8 meses em Coloane por tráfico e consumo de drogas faleceu ontem de madrugada, após ter apresentado “subitamente difi-culdades de respiração e contracções es-pasmódicas”, anunciou o Estabelecimento Prisional de Macau. Segundo a Direcção dos Serviços Correccionais (DSC), o reclu-so, de 57 anos, foi socorrido de imediato pelo pessoal dos Serviços Clínicos da pri-são e transportado para o Conde de São Januário, mas acabaria por falecer. A DSC já instaurou um processo de investigação interna e garantiu que vai prestar o apoio necessário aos familiares da vítima.

Reiniciado concurso públicosobre ETAR da PenínsulaFoi agendado para 22 de Junho o acto pú-blico de abertura das propostas ao concur-so público para a prestação de serviços de “Operação e Manutenção da Estação de Tratamento de Águas Residuais da Penín-sula de Macau”, que estava inicialmente previsto para o dia 7 deste mês mas aca-bou por ser suspenso devido a procedi-mentos preventivos interpostos pela CESL Ásia, uma das empresas concorrentes. Sem adiantar pormenores, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental indicou que a nova data foi fixada “após o acom-panhamento pela Administração Pública dos respectivos procedimentos judiciais”.

Posto de Seac Pai Vancom mais cinco consultórios Os Serviços de Saúde vão iniciar obras para a instalação de cinco novos consultó-rios no Posto de Saúde Provisório de Seac Pai Van, após terem recebido do Instituto de Habitação a afectação de uma nova área com cerca de 93 metros quadrados. Segun-do os Serviços de Saúde, as obras serão concluídas no prazo de dois meses por for-ma a disponibilizar, o mais rapidamente possível, melhores condições para a pres-tação de cuidados de saúde aos residentes daquela zona.

Reservas de sangue chegam para os hospitaisAs reservas de sangue existentes actual-mente no território permitem satisfazer, a 100 por cento, as necessidades das unida-des hospitalares, asseguraram os Serviços de Saúde. O Centro de Transfusões de San-gue registou na terça-feira, Dia Mundial do Dador de Sangue, 101 doações, um nú-mero considerado “satisfatório”. Em 2015 foram registados 12.794 dadores de san-gue, tendo sido recebidas 13.223 unidades. Actualmente apenas cerca de 2,44% dos cidadãos aptos para doar sangue o fazem. Ainda assim, este valor representa um au-mento de 0,2% face a 2014.

Valor das reservas cambiaisvoltou a descer em MaioAs reservas cambiais da RAEM cifraram--se em 150,5 mil milhões de patacas no fi-nal de Maio, recuando 0,8% face aos dados rectificados do mês anterior, que atingiram 151,7 mil milhões, indicam estimativas preliminares da Autoridade Monetária. Segundo os mesmos dados, a taxa de câm-bio efectiva da pataca registou subidas de 0,47 e 1,59 pontos, respectivamente, relati-vamente ao mês anterior e a Maio de 2015.

No início de Novembro, vai realizar-se em Macau a conferência da Federa-

ção Internacional de Organizações Não-Governamentais de Prevenção da Droga e Abuso de Substâncias (sigla inglesa, IFNGO), evento no qual o actual presidente da Asso-ciação de Reabilitação de Toxico-dependentes de Macau (ARTM), Augusto Nogueira, irá tomar pos-se como presidente da IFNGO. Ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, avançou que o tema da conferência é “Compreender a adição, preven-ção, tratamento e políticas de redu-ção de danos”.

“Iremos abordar desde serviços para jovens e outros consumidores, como programas de distribuição de seringas, a intervenção policial e os serviços para mulheres”, afirmou Au-gusto Nogueira, indicando que este tópico conta com o apoio do Clube In-ternacional das Mulheres de Macau.

De acordo com o presidente da ARTM, “normalmente as mulheres têm outras carências e são mais usa-das que os homens, por exemplo no tráfico de droga, porque se uma de-las entrar numa loja se calhar não chama tanta atenção”.

Por outro lado, “as mulheres mais facilmente vendem o corpo para comprar droga”, enquanto nos homens tal é mais difícil, salientou.

Para Augusto Nogueira exis-tem ainda outras condicionantes na vida do dia a dia, porque os ho-mens conseguem mais facilmente reabilitar-se e ter uma família, uma vida normal do que as mulheres.

“É uma área que normalmente não se fala muito”, destacou.

Para além desta vertente, a con-ferência irá ainda abordar novas substâncias e outras adições anexas à droga como o jogo e o álcool e o

modo como afectam as famílias. Até ao momento, está confirma-

da a presença de cerca de seis ora-dores, incluindo João Gulão, presi-dente do Observatório Europeu da Droga, e entidades da Ásia, Austrá-lia e Reino Unido.

Augusto Nogueira encontrou-se com o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, para apresentar o evento e convidar o governante a ser patrono da confe-rência. Convite este que foi aceite.

Novo centro da ARTMpode receber vítimas

de violência doméstica No mesmo encontro, a ARTM

agradeceu o apoio na criação do novo Centro de Reabilitação de To-xicodependentes da ARTM em Ká Hó. “Esperamos começar as mu-danças no fim do mês para a inau-guração oficial ser em Setembro, mas ainda não temos a certeza”, disse Augusto Nogueira, esclare-cendo que são necessárias rectifica-ções por parte das Obras Públicas.

Segundo indicou, o local irá re-ceber 50 homens e 20 mulheres. “Esperemos não ficar cheios porque é mau sinal, mas o que nos compete é dar às pessoas que nos ajudam os melhores serviços”, declarou.

No novo centro vão trabalhar os cerca de 26 funcionários actuais, mas é necessário contratar mais pessoas. “Estamos à espera que seja aprovada a contratação de mais pessoas, pelo Instituto de Acção So-cial. São principalmente assistentes sociais, monitores de actividades”, disse, acrescentando que têm clara-mente de dominar o Chinês.

“Devido ao espaço ser amplo, debatemos com algumas institui-ções e oferecemos ajuda e espaço para o caso delas quererem ajudar mas não terem espaço, por exemplo em casos de violência doméstica, pessoas recém-libertadas ou inter-

nadas na psiquiatria, mas que já po-dem sair e ser encaminhadas para um regime menos compulsivo”, ex-plicou a este jornal.

Segundo avançou, ainda não foi formalizada nenhuma cooperação e, até ao momento, apenas o Cen-tro do Bom Pastor recusou a oferta. “Por motivos de logística da insti-tuição, nada de especial”, justificou.

Contactada pelo JORNAL TRI-BUNA DE MACAU, a Irmã Juliana Devoy, directora do Centro do Bom Pastor, clarificou que a oferta foi examinada por carinho a Augusto Nogueira e ao trabalho feito pela ARTM. “Queríamos estar abertos à possibilidade, mas depois de visitar-mos o sítio e conferenciarmos com o comité consultivo, concluímos que não era uma boa opção”, disse.

“Na realidade, não temos assim tantos casos que não consigamos acomodar, porque há alguns anos o Instituto de Acção Social (IAS) deu--nos uma extensão. É uma casa a cerca de 10 minutos que pertence a uma comunidade cristã e o IAS alu-ga”, disse Juliana Devoy.

Indicando que é possível re-solver os casos internamente, por serem maioritariamente de curto prazo, a Irmã esclareceu que po-dem ser de violência doméstica ou por exemplo mulheres que saem da prisão e precisam de ajuda até vol-tarem para os seus países.

“A nossa força está no facto de sermos pequenos, flexíveis e cria-tivos e isto permite-nos lidar bem com componente administrativa. Também não podemos ter mais fun-cionários, embora os que temos são suficientes”, afirmou Juliana Devoy, acrescentando que, considerando todos os factores, seria “um fardo”.

Agradecendo a proposta, subli-nhou que o centro “apoia muito o que a ARTM está a fazer, mas sente que a extensão não se adequa por-que seria algo acima dos recursos”.

Macau vai receber em Novembro uma conferência internacional de organizações não governamentais de luta contra a droga, levando a debate a questão do consumo por parte de mulheres. Augusto Nogueira, que vai tomar posse como presidente da Federação Internacional no mesmo evento, explica que as mulheres têm outras necessidades e é um tema normalmente menos falado. Por outro lado, realçou que o novo centro de reabilitação de toxicodependentes visa ajudar outras associações, podendo receber vítimas de violência doméstica ou doentes psiquiátricos

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL EM NOVEMBRO

Drogas no feminino em debate

FOTO

GCS • • • BREVES

Conferência internacional foi um dos temas abordados por Augusto Nogueira no encontro com Alexis Tam

Liane Ferreira

08 JTM | DOSSIER Quinta-feira, 16 de Junho de 2016

• • •PORTUGAL RUMO AO EUROPEU DE FRANÇA

Apesar da hora tardia, muitos fo-ram os adeptos da selecção por-tuguesa que ficaram acordados

para ver o jogo de arranque no Europeu de Futebol. Aqueles que não o fizeram acordaram para um resultado desani-mador, segundo contaram ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU. Porém o sen-timento de desilusão é partilhado por todos.

Claramente insatisfeito com o em-pate, Tomás Ramos de Deus conside-ra que “as escolhas não foram boas, o desempenho também não foi bom e as substituições foram tardias e não foram as mais acertadas. “Alguns jogadores poderiam ter começado a jogar logo de início e outros deviam ter sido substi-tuídos mais cedo”, destaca.

Salientando que num grupo tão fá-cil, a selecção islandesa ter conseguido

COMO A COMUNIDADE VIU O JOGO

“Tiros de pólvora seca” desiludem no arranqueNo rescaldo do primeiro jogo da selecção das Quinas no Euro 2016, o sentimento foi de desilusão e surpresa no território, perante o empate de ontem. Ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, os adeptos locais lamentam que se tenham de voltar a fazer contas e a contar com pressão de última hora para incentivar a equipa a dar o tudo por tudo para passar à fase seguinte. Apesar disso, ainda reina a esperança

Liane Ferreira*

Tomás Ramos de Deus“Espero que deixem a arrogância de parte,

que deixem de pensar que somos muito bons”

“ganhar pontos a uma selecção como a portuguesa é vergonhoso”, nota que a prestação de Portugal parecia de “ti-ros de pólvora seca”, porque rematou muito, atacou muito, mas “objectivo do jogo não foi cumprido e isso não vale de nada”.

“Espero que deixem a arrogância de parte, que deixem de pensar que somos muito bons. É verdade que te-mos o Cristiano Ronaldo e uma grande equipa, mas tem de haver humildade, jogar para ganhar e finalizar, porque há outras selecções mais fortes e temos de ficar no nosso canto”, afirmou.

Na sua opinião, “sem dúvida que é preciso uma mudança de atitude” para o encontro com a Áustria no fim de se-mana e tal passa por não “ver Cristiano Ronaldo como o salvador da pátria”. Para além disso, o próprio jogador não pode pensar que tem de fazer tudo so-zinho.

No mesmo sentido, Conceição Clara

admitiu que também ficou “muito tris-te” com o resultado. “É sempre contra os mais fracos que têm estes resulta-dos. No fim de semana vou ver o jogo, este horário das três da manhã é muito aborrecido”, disse, frisando que é “pre-ciso acontecer uma coisa destas, para toda a gente cair em cima deles e eles acordarem”.

Referindo que não pode dizer se a equipa jogou bem ou mal, indica no en-tanto que um ditado em chinês parece aplicar-se à selecção e fala sobre “su-bestimar o inimigo”.

Esta é também a opinião de Manuel Silvério. “Portugal teve a sorte de ca-lhar num grupo de equipas mais fracas, mas houve um excesso para não dizer exagero em termos de confiança, acha-vam que tinham a vitória na mão”.

Apesar de não ter visto o jogo, con-sidera que o “primeiro jogo é sempre o mais difícil e o primeiro problema foi talvez a confiança, até porque eles têm

que se lembrar que ao longo de 90 mi-nutos têm de mostrar resultados”.

Para Manuel Silvério, “há uma onda de pressão em todos”, tanto jogadores como dirigentes, porque as expectati-vas são grandes. “Depois já sabemos como é com Portugal, são dos tais mo-mentos em que o país se sente unido. À volta dessa expectativa do futebol, há muitas emoções, por vezes exageradas, e isso não ajuda quem vai jogar porque há sempre um resultado, há quem ga-nhe e há quem perca, mas o que aconte-ceu foi pena”, declarou.

“Não está nada perdido. Os dois res-tantes jogos não são, teoricamente, difí-ceis. É possível passar à fase seguinte. Agora, o desempenho tem de ser cons-tante, permanente. Isto é o que espero da selecção”, afirmou Manuel Silvério, aconselhando a equipa a focar-se em “jogar à bola” com as habilidades de to-dos os jogadores.

Paula Carion foi uma das adeptas que ficou acordada para ver o jogo. No-tando que não foi a melhor exibição da equipa, disse que como foi só o primei-ro jogo, acredita que ainda há hipóteses de recuperarem.

“O Cristiano Ronaldo não foi o me-lhor ontem”, frisou, acrescentando que espera ver uma “melhor prestação no

Conceição Clara“É sempre contra os mais fracos

que têm estes resultados.”

Manuel Silvério“Não está nada perdido. Os dois restantes

jogos não são, teoricamente, difíceis.É possível passar à fase seguinte.”

Filipa Guadalupe“É normal eles ganharem ou perderem

no primeiro jogo, por isso vamos acreditarque vão dar a volta”

Diana Soeiro“Mais do que tristeza há uma sentimento de desalento e indignação por ser contra uma

selecção teoricamente mais fraca”

Sou Ka Hou“No próximo jogo contra a Áustria, Portugal

pode ganhar, mas não por muitos golos. Acredito que vai passar da fase de grupos”

Quinta-feira, 16 de Junho de 2016 JTM | DOSSIER 09

• • •PORTUGAL RUMO AO EUROPEU DE FRANÇA

COMO A COMUNIDADE VIU O JOGO

“Tiros de pólvora seca” desiludem no arranquepróximo jogo, porque só têm um ponto e têm de ganhar”.

Sofrer até aoúltimo momento

Lei Kuok Keong, subdirector da associação Forefront of the Macao Ga-ming, admite que não viu o jogo devido à hora tardia, no entanto quando viu o resultado, ficou “muito surpreendido”.

“É possível que a selecção não tenha treinado suficientemente nos jogos de preparação. Outra possibilidade é Por-tugal ter desvalorizado o adversário. Além disso, os jogadores obviamente não estão em bom estado físico”, afir-mou Lei Kuok Keong, salientando que o “mais importante é ajustar a emoção e atitude”.

Destacando que “Portugal teve na mão todas as vantagens, a posse de bola chegou aos 72%, mas desperdiçou de-masiadas oportunidades”, o subdirec-tor nota que o resultado não é o ideal, mas o problema é geral na equipa e não deve ser culpado nenhum jogador em específico.

“Na minha opinião, assim que Por-tugal ultrapasse obstáculos mentais, vai sobressair do grupo”, declarou, confiante na vitória contra a Áustria.

Filipa Guadalupe começa por con-

fessar que ficou triste com o resultado, mas vê a situação como um “bom pres-ságio”.

“É normal eles ganharem ou perde-rem no primeiro jogo, por isso vamos acreditar que vão dar a volta”, remata.

No mesmo sentido, Diana Soeiro ad-mite que mais do que tristeza há uma sentimento de desalento e indignação por ser contra uma selecção teorica-mente mais fraca.

Na sua perspectiva, “guardamos sempre o melhor para o fim, é uma coi-sa muito portuguesa”, por isso ainda há esperanças de que o resultado seja mais positivo contra a Áustria.

Surpresa foi o que sentiu Sou Ka Hou da Associação Novo Macau quan-do acordou e viu o empate pela ma-nhã. “Quando vi o resultado, fiquei surpreendido, mas pensei um pouco e comecei a achar que já não é uma coisa estranha e lembrei-me daquela derrota perante a Grécia, em 2004”.

“Acho que o facto de Portugal não conseguir ganhar é motivado princi-palmente pela estratégia da Islândia de completa defesa. No próximo jogo contra a Áustria, Portugal pode ganhar, mas não por muitos golos. Acredito que vai passar da fase de grupos”, dis-se, destacando que o modo de ataque

deve ser diversificado para atingir bons resultados.

Por seu lado, Pedro Lobo é categóri-co de que nos “próximos jogos a única coisa a fazer é vencer, não há outra hi-pótese”.

“Mais uma vez voltamos à máquina de calcular. Hoje ouvi declarações a di-zer que não interessa como começa, in-teressa é como acaba, o problema é que quando não começa bem, normalmente não acaba bem”, declarou, salientando que esta situação cria receios. “Podía-mos ter jogado de uma maneira muito mais defensiva e voltamos ao empate e a começar a depender muito mais dos outros, o que é muito mau”, salientou.

A seu ver, talvez seja necessário “jo-gar de forma mais agressiva”, porque se “queremos manter as aspirações para passar à fase seguinte temos de ganhar e não podemos estar à espera”.

“Claro que vai ser um jogo muito mais complicado porque a Áustria já tem algum historial nos campeonatos e por isso não há-de ser um jogo fácil, mas não temos outra hipótese senão ganhar”, declarou Pedro Lobo, indican-do que em princípio vai ver o próximo jogo.

“Vi a primeira metade do jogo, acho que Portugal não ganhou por causa da

falta de capacidade de agarrar oportu-nidades, como Nani e Ronaldo tiveram muitas boas posições para fazer remate mas não aproveitaram bem”, disse Lei Ka Him, professor de Educação Física da Escola Secundária Pui Va.

Na sua opinião, “o Euro 2016 conta com equipas cujas capacidades são mui-to similares e os resultados não depen-dem dos rankings internacionais, mas do estado de toda a equipa no campo”.

Para o confronto com a Áustria pre-vê uma vitória por 2-1 para Portugal.

Também a assistir o confronto esteve Roy Choi, editor da Macau Concealers, que considera que a selecção subes-timou o inimigo. Com Cristiano Ro-naldo a falhar muitos golos, salientou que a defesa também foi “a fraqueza” da equipa, porque a Islândia teve uma oportunidade na segunda parte e em-patou.

“Portugal deve reforçar o ataque e a posse da bola no meio campo. Para além disso, Ricardo Quaresma deve fazer parte do onze inicial no próximo jogo”, afirmou, destacando que é difí-cil prever se Portugal vai passar para a próxima fase. No entanto, é imperativo ganhar o próximo jogo.

*com I.A./R.C./V.C.

Manuel Silvério“Não está nada perdido. Os dois restantes

jogos não são, teoricamente, difíceis.É possível passar à fase seguinte.”

Paula Carion“O Cristiano Ronaldo não foi o melhor, mas

espero ver melhor prestação no próximo jogo, porque só têm um ponto e têm de ganhar”

Lei Kuok Keong“Portugal teve todas as vantagens, a posse de bola chegou aos 72%, mas desperdiçou

demasiadas oportunidades”

Sou Ka Hou“No próximo jogo contra a Áustria, Portugal

pode ganhar, mas não por muitos golos. Acredito que vai passar da fase de grupos”

Pedro Lobo“Mais uma vez voltamos à máquina de

calcular. (...) o problema é que quando não começa bem, normalmente não acaba bem”

Lei Ka Him“O Euro 2016 conta com equipas cujas

capacidades são muito similares e os resultados não dependem dos rankings internacionais”

Quinta-feira, 16 de Junho de 201610 JTM | DOSSIER

Portugal gelou depois de bom primeiro tempo

Não foi a entrada sonhada, lon-ge disso, com um empate que é uma desilusão, mas foi o possí-

vel na entrada em cena em Saint-Étienne, perante uma Islândia defensiva mas que foi feliz. O 1-1 final não faz justiça à pri-meira parte portuguesa, mas a segunda foi fraca e deixou em claro as indecisões da equipa técnica portuguesa quando foi preciso mexer tacticamente.

O empate deixou a equipa numa si-tuação delicada, depois de a Hungria ter derrotado a Áustria, claramente melhor equipa, com melhor ranking. Mas, parafraseando Fernando Santos, em circunstância contrária agora, “é preciso calminha”, porque as coisas são como são e os quatro melhores ter-ceiros também se apuram. Não se lou-va quem bem começa, mas quem bem acaba e baixar as expectativas pode nem ser negativo para aquilo que se via por aí de “estar no papo” tudo e mais alguma coisa.

Mas claro que a noite foi decepcionan-te em vários aspectos e não só no resul-tado. Depois de a Islândia ter empatado aos 50’, num lance em que Vieirinha não faz a cobertura a Bjarnason e este marca de primeiro um centro da direita, Fernan-do Santos demorou a decidir, depois de ter levado as mãos à cabeça – com razão, porque sofreu golo numa jogada em que a defesa estava bem posicionada. Mas o treinador só aos 70’ se decidiu a mexer na equipa – longos 20 minutos depois –, saindo João Moutinho e entrando Renato Sanches.

Moutinho não estava brilhante, mas é o comando do jogo; depois entrou Qua-resma e finalmente Éder, nos últimos mi-nutos. Percebe-se que Fernando Santos não tem um ponta-de-lança de raiz para estes jogos, mas é evidente que faz mui-ta falta um n.º 9 que seja fiável. Fernan-

Selecção nacional deixou-se empatar depois de Nani ter feito um golo. A equipa e o seleccionador demoraram a reagir e na parte final Cristiano Ronaldo falhou a oportunidade de resolver o jogo

Manuel Queiroz

do Santos mexeu tarde porque a equipa sentiu muito o golo islandês, começou a falhar passes, a bater no muro contrário e a dar espaços ao adversário. Nani tinha sido titular e marcou o 1-0, numa joga-da colectiva pela direita com Vieirinha e André Gomes, que fez o passe para o primeiro poste. Nani festejou o golo de forma exuberante.

Portugal não começou bem, deixou Gylfy Sigurdsson ter a primeira grande oportunidade, mas rapidamente tomou conta das operações e chegava ao inter-valo com 66% de posse de bola, 12-2 em remates e, mais importante, com vanta-gem no marcador com o golo de Nani. Demorou uns dez minutos a aquecer, mas depois conseguiu dominar em toda a linha, criar oportunidades, jogar de for-ma harmoniosa, definir distâncias, técni-cas e táticas, de modo a estabelecer uma hierarquia evidente.

De resto, a equipa mostrava varieda-

de de soluções: Cristiano Ronaldo apa-recia na esquerda e cruzava para Nani cabecear ao segundo poste e Haldorsson defender miraculosamente com o pé es-querdo (22’); antes, Vieirinha tinha apa-recido em drible da direita para o meio e o remate de pé esquerdo foi defendido com dificuldade; passe longo de Pepe, CR adianta-se ao defesa, tenta o remate de primeira, mas não acerta na bola (26’); e depois o golo de Nani, logo à saída da meia hora de jogo.

Havia um controlo absoluto do jogo por essa altura, nada que fizesse prever tantas dificuldades no segundo tempo. Um golo faz toda a diferença no futebol e nestas grandes competições. E a equi-pa só se voltou a ver com uma ou outra aceleração de Quaresma, e um centro de Nani que Cristiano Ronaldo cabeceou mal, em óptima posição – uma daquelas que não costuma falhar. Não foi, de resto, uma grande noite do n.º 7, como acontece

quase sempre em fases finais. Para além daquela boa jogada, no centro para Nani ainda com 0-0, foi bem marcado e, apesar de uma linguagem corporal positiva, e de sorrisos, não mostrou estar na melhor forma. O que é bom, num certo sentido, porque é preciso que acabe melhor, lá para 10 de Julho.

Esperava-se mais. A Islândia defen-deu-se – já ganhou à Holanda com 27% de posse de bola, agora até teve 34% se-gundo o site oficial da UEFA, com 25-4 em remates. Teve mesmo assim duas oportunidades de golo e foi solidária, mas Portugal podia ter feito calmamente o segundo golo no primeiro tempo. Não fez, Portugal tem sempre dificuldades na concretização, mesmo com CR7, e perde-mos dois pontos. Não chega jogar a pri-meira parte, mas ficou claro que a defesa é essencial e Portugal não foi competente nesse sector.

JTM/DN

• • •PORTUGAL RUMO AO EURO 2016

“ESTÁDIO DO IPOR” ESTEVE COMPOSTO. Mesmo à hora tardia a que se iniciou o Portugal-Islândia houve mais de uma dezena de fãs portugueses a estarem presentes no “estádio” televisivo que o IPOR montou para apoio à selecção. Para a próxima haverá mais gente, estamos convictos...

Quinta-feira, 16 de Junho de 2016 JTM | ACTUAL 11

CHINA

Fala-se de “progressos” nos direitos humanosA China alcançou “progressos extraordinários” na implementação do seu segundo plano para os direitos humanos, incluindo avanços na liberdade religiosa e proteção social em regiões afetadas por “extremistas religiosos e separatistas”, considerou o hoje Governo chinês

EUAA ex-secretária de Estado norte-ameri-cana Hillary Clinton venceu o último es-crutínio das primárias democratas, em Washington DC, com 78,7% dos votos, de acordo com os resultados prelimina-res. Na semana passada, a candidata já tinha atingido o número de delegados necessários para ser designada candida-ta na convenção do partido democrata, em Filadélfia, entre 25 e 28 de Julho.

CHINAA China reagiu com uma “oposição fir-me” ao anúncio do encontro fechado à imprensa, entre o presidente norte-ame-ricano, Barack Obama, e o Dalai Lama, a realizar na Casa Branca, mas não na Sala Oval. O porta-voz da diplomacia chinesa, Lu Kang, disse que Pequim “tomou nota” da reunião e que já enviou um protesto oficial a Washington, em que expressa uma “oposição firme” ao encontro, con-siderando que, a realizar-se, “enviará um mau sinal às forças separatistas que de-fendem a independência do Tibete.

JAPÃO-IUma escola secundária da região japo-nesa de Fukushima registou um nível de radiação quatro vezes superior ao permitido devido ao armazenamento de cerca de 20 metros cúbicos de árvores e plantas contaminadas com isótopos ra-dioactivos contaminados pelo acidente nuclear, informou ontem o diário Asahi. As instalações da escola, na localidade de Iizaka, situam-se a cerca de 68 quiló-metros da central muclear de Fukushima Daiichi.

JAPÃO-IIO governador de Tóquio demitiu-se on-tem depois de ter sido acusado de gas-tos exorbitantes que envolvem dinheiros públicos, informou a estação de rádio e televisão pública NHK. Yoichi Masuzoe, que chegou ao cargo em 2014 com o apoio do Partido Liberal Democrata, no governo, esteve envolvido na prepara-ção dos Jogos Olímpicos de 2020.

IRÃOUma funcionária com cidadania iraniana e britânica da Fundação Thomson Reu-ters, Nazanin Zaghari-Ratcliffe, detida desde 3 de Abril no Irão, foi acusada de tentar “derrubar o regime”, por integrar “empresas e instituições estrangeiras cujo objectivo é preparar e executar pro-jetos mediáticos e cibernéticos para sutil-mente derrubar o sagrado regime da Re-pública Islâmica”, afirma um comunicado da Guarda Revolucionária.

ITÁLIAUm dia depois de passar por uma cirur-gia de substituição da válvula aórtica, o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Ber-lusconi está acordado e lúcido revelou o seu irmão, que o visitou na manhã de on-tem. Berlusconi, de 79 anos, passou por uma intervenção cirúrgica após ter sido diagnosticado com “insuficiência severa da aorta”.

UZBEQUISTÃOO Uzbequistão anunciou o encerramen-to provisório de suas fronteiras com Quir-guistão, Tadjiquistão, Cazaquistão e Tur-comenistão, até o próximo dia 25. Este fecho coincide com a realização da cúpu-la da Organização para Cooperação de Xangai, que será realizada em Tashkent nos próximos dias 23 e 24, segundo in-formações da agência russa “Interfax”.

VOLTA AOMUND

A língua de Camões passou de língua estrangeira a língua nacional, de língua de domi-

nação estrangeira para língua de afir-mação nacional”, disse Alkatiri, numa conferência em Díli. “O caminho é só um: fazer do português a língua de ensino, da ciência e do domínio da tec-nologia, a par do desenvolvimento do tétum. Só assim continuaremos a afir-mar a nossa diferença na região e no mundo”, sublinhou.

Mari Alkatiri falava na abertura em Díli da “3.ª conferência internacional sobre o futuro da língua portuguesa no sistema mundial”, que reúne especialis-tas de vários países e marca a recta final da presidência de Timor-Leste da Comu-nidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O ex-chefe do Governo disse que o português e o tétum são línguas “sempre necessárias no reforço de identidade e da soberania nacionais”.

Ao mesmo tempo, e pela integração no espaço mais amplo da CPLP, a língua portuguesa permite a Timor-Leste “ter um papel na região e no mundo e portas abertas para outros continentes”.

Alkatiri recordou a história de Timor--Leste, que deixou um mosaico linguís-tico e étnico unido por vários aspectos, incluindo o português e o tétum. “Somos o que somos hoje fruto desta interacção, entre línguas de diferentes origens e es-truturas, religiões que afirmam a fé de diferentes maneiras, formas diferentes de explicar os fenómenos do mundo dos mistérios e do sobrenatural”, disse.

“Estas diferenças geraram uma nova energia, a energia libertadora da afirma-ção dos direitos e de afirmação de uma fronteira identitária física, por um lado, e uma fronteira mais ampla, mais multi-cultural, destacando tudo o que a história deixou em povos de diferentes latitudes

Quase todos os trabalhadores religiosos na China são abrangidos pelo sistema de segurança social, com 96,5% a beneficiar de seguro de saúde e 89,6% a des-

contar para o sistema de pensões, aponta um relatório difundi-do pelo Departamento de Informação do Conselho de Estado chinês sobre a evolução dos direitos humanos no país entre 2012 e 2015.

“A liberdade de crença religiosa está completamente garan-tida e os direitos e interesses das minorias étnicas foram efecti-vamente protegidas na China”, proclama o documento.

Ao contrário dos governos e opinião pública dos países mais ricos, que enfatizam a importância da liberdade e di-reitos políticos individuais, Pequim defende “o direito ao desenvolvimento” como “o mais importante dos direitos humanos”.

O mesmo relatório detalha que, entre 2011 e 2015, o Estado chinês gastou 200 milhões de yuan na renovação e ampliação de instalações religiosas no Tibete, uma das regiões chinesas

TIMOR

Língua portuguesa éo “único caminho” O ensino do português é o “único caminho” para o reforço da soberania e afirmação nacional de Timor-Leste na região e no mundo, afirmou ontem o ex-primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri

mais vulneráveis ao separatismo.Em Xinjiang, região do noroeste da China palco de frequen-

tes conflitos étnicos entre chineses da minoria étnica muçul-mana Uigur e a maioria Han, 70% dos gastos públicos foram destinados às áreas da educação, emprego, segurança social e ambiente, destaca.

O documento revela ainda que, nos últimos três anos, o nú-mero de habitantes das zonas rurais que viviam abaixo da linha de pobreza - menos de 2.300 yuan por ano - diminuiu 43,1 mi-lhões, para 55,8 milhões, o que corresponde a 4% da população.

A questão dos direitos humanos continua a ser uma fonte de tensão entre a China e os governos dos países mais desen-volvidos, sobretudo na Europa e América do Norte.

Segundo um relatório recente da organização de defesa dos direitos humanos Chinese Human Rights Defenders (CHRD), o número de presos políticos no país quase triplicou desde que o actual Presidente Xi Jinping, ascendeu ao poder, em 2013.

JTM/Lusa

e continentes”, recordou.Timor-Leste, disse, é hoje “mosaico

de línguas e dialectos, de etnias e de ca-sas sagradas” onde o português ajudou a fortalecer o tétum, a primeira consoli-dando-se como língua da administração e ensino e a segunda “mais utilizada para facilitar a compreensão de mensagens menos elaboradas”.

Valor económico Na mesma reunião, o ministro da

Educação António da Conceição defen-deu que a língua portuguesa deve ser promovida pelo seu valor económico, explicando as vantagens da sua aprendi-zagem para o desenvolvimento dos paí-ses lusófonos.

“Temos de encontrar estratégias que permitam aos cidadãos entenderem as vantagens de aprender português e o benefício concreto do seu uso nos vários

domínios da sociedade e no exercício da cidadania”, disse o minstro adiantando que “a língua portuguesa deve afirmar--se não apenas como factor identitário e cultural, mas como factor de cidadania e desenvolvimento social, económico e hu-mano”, afirmou.

Também Georgina de Melo, directo-ra-geral da CPLP, destacou que o portu-guês é “cada vez mais um instrumento de comunicação internacional” e uma “língua de negócios face ao potencial das economias” lusófonas em vários setores, “como o das energias renováveis e con-vencionais”.

Daí que, referiu, seja importante con-solidar as estratégias em curso em vários sectores para potenciar a divulgação e projecção internacional da língua portu-guesa, incluindo em áreas como o audio-visual, o trabalho junto da sociedade civil e outros.

O ex-Primeiro Ministro Mario Alkatiri nãotem dúvidas sobre a importância da Língua portuguesa

Quinta-feira, 16 de Junho de 201612 JTM | OPINIÃO

MAIS INGLESES QUEREM SAIRAs sondagens estão a avolumar o número de ingle-

ses que preferem sair da União Europeia. De acordo com a sondagem YouGov- publicada pelo The Times -o número de britânicos que preferem dizer adeus à União Europeia (46%) está a crescer face àqueles que apoiam a permanência (39%).Recorde-se que o refe-rendo está marcado para o dia 23 de Junho. Uma de-cisão, seja qual ela for, que vai ter ondas de choque políticas, económicas e diplomáticas não só no Reino Unido, mas também nos países da União Europeia.

SANÇÕES A PORTUGAL E ESPANHAAs sanções a Portugal e Espanha por causa da

ultrapassagem do défice vão ser discutidas no final desta semana. Durante um debate na comissão de As-suntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bru-xelas, Dijsselbloem, presidente do fórum de ministros da zona euro (Eurogrupo), mas que compareceu na assembleia na condição de presidente do Conselho Ecofin para fazer um balanço da presidência holan-desa da UE no primeiro semestre do ano, voltou a ex-pressar reservas relativamente à opção da Comissão Europeia, a 18 de Maio passado, de adiar para Julho decisões sobre os Procedimentos por Défice Excessivo (PDE) a Portugal e Espanha, reiterando que a mesma suscitou “algumas preocupações”.

PSD QUER INQUÉRITO AO CASO CGDDepois de tudo o que tem vindo a público nos úl-

timos dias sobre a Caixa Geral de Depósitos, o PSD já admite apresentar proposta de inquérito parlamentar. O deputado do PSD Duarte Pacheco exigiu publica-mente explicações ao Governo sobre as necessidades de capitalização da CGD e não excluiu a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito. Uma po-sição que também foi defendida pelo ex-líder do PSD

De Lisboaainda se vê o Mundo

Luís Marques Mendes na SIC. O decreto que vai per-mitir o desbloquear do aumento dos salários dos ad-ministradores da CGD foi aprovado na última reunião do Conselho de Ministros. Entretanto, o secretário de Estado-adjunto do Tesouro e das Finanças reafirmou que o processo de recapitalização da Caixa ainda está “numa fase preliminar” e sem “um montante de injec-ção de capital fechado».

COSTA TAMBÉM SUGEREEMIGRAÇÃO A PROFESSORES

Mais de quatro anos depois do antigo primeiro--ministro Pedro Passos Coelho ter sido acusado de mandar os professores para a emigração, também An-tónio Costa sugere emigração aos docentes durante a sua visita a França. Ao ter aconselhado os professores de Português desempregados a “encontrar trabalho” em França, Costa desencadeou a crítica da oposição. “O PS tem dois pesos e duas medidas e apresenta uma incoerência muito profunda e demagógica”, acusa João Almeida do CDS-PP. Já Nilza de Sena lembrou que “em circunstâncias idênticas, o anterior primeiro--ministro foi abusivamente maltratado, interpretado e descontextualizado”.

PORTUGAL NÃO CRIA EMPREGOPortugal não criou emprego nos primeiros três

meses do ano. O país apresenta uma evolução de 0% na comparação com o trimestre anterior, o último de 2015, o que é um dos piores resultados entre os países europeus, apenas batido pela Polónia, Grécia, Letónia e Holanda, que destroem emprego face ao anterior tri-mestre. A média dos 28 países europeus e dos 19 paí-ses da Zona Euro aponta para uma criação de empre-go de 0,3% no primeiro trimestre deste ano. Entre os países que mais criaram emprego estão três países da Europa de Leste: a República Checa, que sobe 1,5%, a Lituânia (1,3%) e a Hungria (1%).

NATO COM QUATROBATALHÕES ROBUSTOS

A NATO vai deslocar quatro batalhões “robustos” para os três países bálticos e para a Polónia em respos-ta às ações da Rússia e Ucrânia, anunciou esta semana o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stolten-berg. Com esta decisão, a NATO quer enviar “um si-nal claro” de que “está pronta para defender todos os seus aliados” em caso de agressão externa, declarou Stoltenberg, que apresentará o programa numa reu-nião de ministros da Defesa da Aliança.

* Jornalista. Ex-assessora de Passos Coelhonos XIX e XX governos constitucionais.

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Quinta-feira, 16 de Junho de 2016 JTM | OPINIÃO 13

Dito

“Joga-se muito bom futebol para as condições de treino que temos.”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

16/06/1996

BOMBAS NOS MCDONALD’SCOM CHEIRO A AVISODois engenhos artesanais mas vio-lentos explodiram na madrugada de domingo junto de dois dos res-taurantes da cadeia “McDonald’s”, provocando apenas estragos mate-riais. As bombas deflagraram com poucos minutos de intervalo (às 2,45 e 2,50 da manhã) à porta dos estabe-lecimentos da Av. Horta e Costa e da Venceslau de Morais, causando na-tural alarme na zona, dada a violên-cia do estampido. A PJ tomou conta da ocorrência, não sendo difícil de adivinhar que o atentado funciona como “aviso”, muito provavelmente dirigido aos proprietários locais da-quela rede, que já têm sido alvo de outras “sugestões” do género, tendo mesmo envolvido, há alguns anos, uma tentativa de rapto. A dificulda-de maior deste tipo de investigação costuma residir no facto de ninguém querer explicar muito bem as razões dos “avisos” e de quem tem (ou sente ter) motivos para os fazer. Em última análise, teremos que nos satisfazer com o facto deste tipo de actuação procurar não fazer vítimas inocen-tes. O incidente, aliás, não impediu que ambos os restaurantes abrissem normalmente as suas portas e conti-nuem a registar a afluência habitual.

ROCHA VIEIRA AMANHÃNO CONSELHO DE ESTADORocha Vieira estará amanhã na reu-nião do Conselho de Estado, onde não lhe será difícil defender a pro-posta enviada pela AL à Assembleia da República para alteração do Es-tatuto Orgânico de Macau. Aliás, à saída do Território o Governador afirmou-se confiante de que o “pro-cesso se desenrole de maneira rápida e consensual”, dado tratar-se de “um processo constitucional e normal” no sentido de “Macau poder entrar na última fase da localização judiciária”. Uma proposta que lhe será também fácil de defender, visto ter sido efec-tuada em sintonia pelos dois órgãos de governo próprio do Território. Na altura e naturalmente, o Governa-dor informará os conselheiros sobre a forma como se está a desenrolar o processo de transição e as principais dificuldades a ultrapassar. O mesmo tema dominará as reuniões com o Presidente da República e membros do governo, tendo em vista que “o processo de transição é um processo que tem etapas, tem prazos que têm de ser cumpridos, tem metas a atin-gir, de acordo com os objectivos que estão traçados” sendo importante” que aquilo que tem de ser decidido entre os dois países no GLC possa ser decidido, bem decidido e a tempo”.

In “JM”

Gravata ou não- eis a questão

Henrique Nunes, treinador do Benficaao “Hoje Macau”

A mialgia do CR7 ganhou à do Quaresma

E se falássemos de algo que atra-palha ainda mais, no verão? Gravatas por exemplo. Na mi-

nha infância elas foram o maior sím-bolo do homem enforcado. Talvez por isso, quando ganhei carta de alforria e voz grossa legislei para mim pró-prio: jamais me submeterei ao sufoco de uma gravata. Era o tempo das ce-rejas e nessa época de livre contesta-ção à normalidade e a todo o tipo de imposições sociais, a gravata era um dos símbolos dessa repressão. Vini-cius sentia o mesmo, mas dizia-o com a sua autoridade de poeta: “detesto tudo o que oprime o homem, inclusi-ve gravata”.

Há coisa de um, dois meses, alguns estarão recordados, foi notícia Fran-cisco Louçã ter aparecido de gravata na reunião do Conselho de Estado — ele que nunca a usara, nem mesmo nos seus tempos de deputado. Uns dois anos antes, todos nos lembramos, era da Grécia que vinham os comentá-rios admirados por a generalidade do governo liderado por Alexis Tsipras

andar desengravatado.Em Atenas, os ministros entendiam

que a sua função não seria mais bem exercida com um nó de tecido italia-no a enfeitar o pescoço. Ao contrário do candidato em campanha eleitoral caricaturado pelo poeta da favela, Be-zerra da Silva — “ele subiu o morro sem gravata” — Tsipras, Varoufakis & Cª mantinham e mantêm o ar descon-traído e informal que é deles, sem ne-cessidade de ajustar o guarda-roupa à interpretação do novo papel político.

Esta forma de estar começa, de res-to, a ser bem vista e a ter outros se-guidores. Aquilo que inicialmente era visto como uma certa excentricidade ou, até, como uma atitude de afronta ao formalismo dos cargos e das reu-niões bem atapetadas de Bruxelas, já tem críticas favoráveis nos sítios cer-tos.

Um desses sítios são as páginas do influente New YorK Times, onde a jor-nalista de moda, Vanessa Friedman, dedicava recentemente o seu espaço e atenção à tendência atual de vários políticos acharem desnecessário o uso de gravata. Claro que tal observação era caucionada pelo facto de o presi-dente Obama — sublinha a jornalista — sempre que pode, andar de colari-nho aberto e sem gravata a atrapalhar.

Evidentemente, nota ainda, Va-nessa Friedman, que a generalidade

dos homens políticos não dispensa a gravata, como o actual candidato Do-nald Trump, a que poderíamos juntar outros nomes bem conhecidos e po-derosos, para dar ainda mais razão a Rubem Alves, quando escreve que “o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata”, num texto fantás-tico chamado, “Saúde mental”.

Também há aqueles que vêem na gravata o símbolo da respeitabilidade e seriedade do cargo, independente-mente da sua competência e honesti-dade. Esses compõem o nó com cui-dado e olham-se com regularidade ao espelho, mesmo sendo, como Manuel Bandeira versajava no seu auto-retra-to, “provinciano que nunca soube es-colher bem uma gravata”.

Em “O meu pé de laranja lima”, Zézé manifesta a certa altura que seu desejo maior, quando for grande, “é ser sábio, poeta e usar gravata de laço”. Porque, explica ele, sempre que o tio Edmundo lhe mostrava uma foto de revista, não havia nela poeta sem gravata de laço.

Se eu tivesse tido um tio que me mostrasse umas revistas assim, talvez a minha infância tivesse sido mais fe-liz e benevolente para com as grava-tas.

* Professor de Jornalismo da Universida-de de Coimbra e ex-residente em Macau

FERREIRAFERNANDES*

Um lesionado pode esconder outro.Estávamos preocupados com a mialgia de Qua-

resma e apanhámos com o óbito anunciado de Cris-tiano Ronaldo. A mialgia ainda pode passar, mas receia-se que o fim do CR7, do CR7 de saudoso passado, seja defi-nitivo.

Ontem, que era morgue notava-se até nas bancadas: o ar compungido dos adeptos portugueses cumpria a tradição lusa nas cerimónias fúnebres.

Também os islandeses pareciam num funeral, mas, nos vikings - sobretudo quando o funeral é dos outros -, saúda--se com gritos e uma pira queima o morto para que ele não reencontre o caminho do mundo dos vivos.

Podem ficar descansados em relação à selecção portu-guesa, dificilmente ela ressuscitará neste Euro.

Portugal entrou com duas esperanças, Danilo e João Mário, que de trás para a frente dominariam o meio-cam-po, a nossa área tradicional. Falharam ambos: o primeiro todo o jogo, o segundo na primeira parte, quando devía-mos ter resolvido a partida contra a mais fraca seleção vis-ta neste Euro.

Cumpriram só dois jogadores: Nani, talvez porque pre-cisava de reconquistar o lugar (nada como uma hipótese de despedimento para reagirmos), e Raphael Guerreiro, que fez jus ao nome.

São tramados os nomes no futebol. Logo no anúncio das equipas devíamos ter desconfiado: eles, os 11, desde o guarda-redes Halldórsson, ao avançado Bodvarsson, passando pelo capitão Gunnarsson, eram todos son, isto é, filhos de.

Aos portugueses, os filhos de, se não nos ganham, em-patam-nos

*JTM/DN

JOÃOFIGUEIRA*

CHOVER NO MOLHADO

• • • CARTOON • • •

JTM/DN

JOSÉ BANDEIRA

Quinta-feira, 16 de Junho de 201614 JTM | LAZER

• • • CULTURA

História familiar de Trotsky reconstruídaAssassinatos, fuzilamentos, deportações e suicídios fazem parte da história familiar de Leon Trotsky que os seus descendentes mexicanos tentam agora reconstruir com a ajuda dos parentes que sobreviveram à repressão na Rússia

Meu pai é neto de Leon Trotsky. Chegou ao México antes de meu bisavô ser assassinado

por Ramón Mercader em 1940”, afir-mou à Agência Efe, Patricia Volkow Fernández, bisneta do líder bolchevi-que, que teve que se exilar no México (1936) para fugir da ira estalinista.

A mexicana fez estas afirmações ao jornalista Ignacio Ortega num hotel moscovita pouco após conhecer Zi-naida Volkova, irmã de seu pai, Vse-volod, numa tentativa de sarar feridas e reconstruir a árvore genealógica de Trotsky (1879-1940). “É minha tia!”, re-petia emocionada junto com Zinaida esta médica de profissão que não du-vidou em atravessar o Atlântico para se reunir com uma das poucas sobrevi-ventes da saga familiar que ainda per-manece neste país.

Os Volkow mexicanos mantiveram viva a chama da lembrança de Trotsky, tanto que as quatro filhas de Vsevolod viveram ainda meninas, na casa onde o fundador do Exército Vermelho foi bru-talmente assassinado.

“Milhares de pessoas sofreram a repressão política na União Soviética. Mas a família de meu pai é uma das mais atingidas (...) e de maneira muito cruel”, ressaltou.

A peripécia de seu pai, de 90 anos, e de sua tia, que tem agora 81, é um tes-temunho da ignomínia estalinista mas também da força inquebrantável dos laços familiares.

Vsevolod deixou Moscovo com menos de quatro anos na companhia de sua mãe, Zinaida - um dos quatro filhos de Trotsky de duas mulheres di-ferentes -, com destino a Berlim, onde devia reunir-se com a irmã. No entanto, a irmã morre de tuberculose e Zinaida “suicida-se, embora isto não seja muito claro”, de modo que é enviado a Paris, onde fica sob os cuidados de seu tio Lev.

Em breve, porém, torna a ficar ou-

tra vez só, já que Lev morre em estra-nhas circunstâncias, por isso, quando Trotsky recebe asilo político no México, reúne-se com seu avô, que morreria um ano e meio depois.

Quase meio século mais tarde, aproveitando a abertura da perestroi-ka (reestruturação), Vsevolod decide viajar para Moscovo para ver sua irmã, Alexandra, mas esta morreu três me-ses depois, sem ele saber que ainda ti-nha outra irmã. O caso é que Vsevolod

• • • ROTEIRO

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TORRE DE MACAUTeenage Mutant Ninja Turtles: Out of the Shadows (3D)14:30 • 16:30 • 19:30 • 21:30

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Warcraft: The Beginning13:20 • 15:10 •17:30 • 19:50 • 22:40

The Jungle Book15:30 • 17:30

Alice Through The Looking Glass14:20 • 16:30 • 18:40 • 19:00 • 21:00 • 23:10

The Nice Guys18:45

02:50CANAL MACAU

UEFA EUROAlemanha VS Polónia

31 FOX SPORTS 212:30 FIH Hockey Champions Trophy (Men’s) Australia vs Belgium 14:00 US Open Championship Official Films 2015 15:00 MLB Express Chicago Cubs vs Washington Nationals 15:30 Gillette World Sport 16:00 FIH Hockey Champions Trophy (Men’s) Great Britain vs Germany 17:30 Badminton Unlimited 18:00 US Open Cham-pionship Official Films 2015 19:00 MLB’s Best 19:30 PGA Tour Highlights 2016 Fedex St. Jude Classic 20:30 MLB Express Houston Astros vs St. Louis Cardinals 21:00 FIH Hockey Champions Trophy (Men’s) Australia vs Belgium 22:30 MLB’s Best 23:00 (LIVE) FIH Hockey Champions Trophy (Men’s) Australia vs India 40 FOX MOVIES12:45 Finding Nemo 14:30 Tomorrowland 16:45 Taken 3 18:40 The Amazing Spider-Man 21:00 Avengers: Age Of Ultron 23:25 Hollow Man 2

41 HBO12:00 Magic In The Moonlight 13:35 Unbroken 15:50 Mamma Mia! 17:45 The Boxtrolls 19:20 The Purge: Anarchy 21:00 Dracula Untold 22:35 Silicon Valley 23:05 Veep 23:35 Red Riding Hood

50 DISCOVERY12:30 Aircrash Confidential 13:25 Mythbusters 14:20 Gadget Man 15:15 Marooned With Ed Stafford 16:10 Abalone Wars 17:05 How Do They Do It? 18:00 Maroo-ned With Ed Stafford 19:00 Alaska: Battle On The Bay

20:00 Abalone Wars 3 21:00 Fast N’ Loud 22:00 Kindig Customs 23:00 Killing Fields: The Case Continues 00:00 Abalone Wars 3 00:55 Fast N’ Loud

54 HISTORY13:00 Programmed To Kill: Dengue Fever 14:00 Billion Dollar Wreck 15:00 10 Things You Don’t Know About 16:00 Inside Alcatraz: Legends Of The Rock 17:00 The Curse Of Oak Island 18:00 Alone 19:00 Forged In Fire 20:00 Alaska Off-Road Warriors 21:00 Alone 22:00 Power & Ice 23:00 Mountain Men 00:00 Alone

62 AXN12:55 Totally Insane Guinness World Records 13:55 Supernatural 14:50 American Ninja Warrior 15:45 Alias 16:35 The Voice 18:15 Hawaii Five-0 19:10 Ebuzz 19:40 Twelve Monkeys 22:00 Blue Bloods 22:55 American Ninja Warrior 23:50 Blue Bloods 00:45 Dig

82 RTPI13:00 Jornal da Tarde 13:51 Filhos da Nação 14:25 Pela Sua Saúde 14:51 Arq 3 15:06 Visita Guiada 15:43 Foto-box 16:00 Casamentos de Santo António 2016 20:00 Telejornal 21:12 Marchas Populares 2016 01:27 Futsal: Campeonato Nacional Futsal 2015/2016 03:10 Consigo 03:35 Visita Guiada 04:12 Diga Doutor 04:54 O Outro Lado 05:44 Hora dos Portugueses (Fim de Semana)

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achou que seu pai, Platón Volkov, tinha morrido em 1928, quando foi detido, mas a realidade é que viveu sete anos mais e pouco antes de morrer teve ou-tra filha, Zinaida (1935). “Eu não sabia nada dos meus pais. Só me disseram que tinham morrido. E em 1956 quando começou a reabilitação de quem tinha sofrido a repressão minha tia me con-tou que meu pai era genro de Trotsky”, relatou ela à Efe.

Zinaida, a quem advertiram que não

contasse nunca a ninguém, foi educada por sua tia, já que sua mãe “foi incluída nas purgas estalinistas 1937”.

“E nunca soube nada mais da mi-nha família e como Zinaida, a filha de Trotsky, se suicidou ao lado de uma criança, nunca soube que tinha um ir-mão”, afirmou Vsevolod.

Vsevolod disse que se tentou in-formar sobre Trotsky e quando teve a oportunidade de ler o seu diário per-cebeu que o revolucionário “reformou muitas de suas ideias durante seu exílio no México”. “Na vida há de tudo, não pode ser tudo bom. No seu diário diz que amava muito a sua família e a Rús-sia”, destacou.

Vsevolod só se atreveu a reve-lar o seu parentesco quando o jornal “Moskovskie Novosti” publicou pela primeira vez em 1989 uma história sobre Trotsky no 50º aniversário do assassinato, após o que foi à redacção e escreveu um artigo sobre sua vida. Pouco depois, já nos anos 90, Zinaida e Vsevolod entraram finalmente em con-tacto, mas para Patricia Volkow não era suficiente, já que assegura que seu pai «jamais falou da sua história” e não os deixou estudar na Rússia ou que se fi-liassem ao Partido Trotskista.

“Nesta família derramou-se muito sangue; já não há mais que verter», dis-se-lhe, mas agora, por outro lado, “está emocionado”.

Por isso, a bisneta de Trotsky não perde a esperança de que seu pai viaje este ano a Moscovo para se reunir com Zinaida.

“A visita me deu muito mais do que esperava. Trotsky marcou-nos a todos. Alguém que lutou toda a vida para melhorar as condições do povo. Ele ensinou-nos o sentido da verdade”, afirmou. Por sua vez, a sua tia octoge-nária, que não tem descendência, já não se sente só: “Encontrei uma família”.

JTM com agências internacionais

Quinta-feira, 16 de Junho de 2016 JTM | LAZER 15

• • • INSÓLITO

Matou 300 pessoas e agora é estrela no YouTube

John Jairo Velásquez Vásquez matou 300 pessoas e terá sido o cérebro de 200 atentados com carros bom-ba, sempre a mando de Pablo Escobar, o líder do Car-

tel de Medellín. Agora é uma estrela no YouTube, rede social em que tem um canal que consegue ter mais de 40 mil visualizações por cada vídeo que tem publicado nos últimos meses.

Conhecido nos tempos áureos como Popeye, Velás-quez, que esteve preso 22 anos, decidiu apostar nas re-des sociais para, segundo diz, se penitenciar da vida de violência e homicídios que levou. De tal forma leva esta “nova vida” a sério que até já é conhecido como Popeye Arrependido

Aos 54 anos, o antigo assassino de um dos cartéis mais temidos do mundo, diz, em declarações ao The New York Times, querer “ter uma opinião”. “Sou um ac-tivista. Sou contra os governos venezuelano e colombia-no. Sou contra Donald Trump devido ao seu ódio contra os latinos. Só quero que ouçam a minha opinião”, frisou aos jornalistas Christopher Mele e Sandra E. Garcia.

E as suas opiniões parecem interessar a muitos: os vídeos têm mais de 117 mil subscritores e 9,5 milhões de visualizações. Mas a verdade é que esta forma de estar do homem que foi preso por ser uma das pessoas que planeou a morte de um candidato presidencial colom-biano em 1989 – Luis Carlos Galán, do Partido Liberal Colombiano – não agrada a muitos colombianos, princi-palmente os familiares das suas vítimas.

O filho de uma delas – um homem que morreu num avião em Bogotá (Colômbia) com mais 106 pessoas, em 1989 – disse recentemente ao The Guardian que a po-pularidade do ex-assassino está a ofuscar o mal que fez nas décadas de 80 e 90 do século passado. Gonzalo Rojas salientou que Vásquez nunca mostrou remorsos pelas

• • • E AINDA

suas atitudes anteriores.Há ainda quem lhe chame “um auto promotor as-

tuto” que capitaliza as suas acções, alegando que agora está reformado desta cultura de narcotraficante.

A estas acusações Velásquez responde dizendo que se sentiu “renascido” após ficar em liberdade condicio-nal, em Agosto de 2014. Foi depois de sair da prisão que surgiu uma página no Facebook – Pope El Guerrero e até uma conta no Twitter. Ambas estão sem actividade des-de Agosto de 2015. Ao contrário dos vídeos no YouTube, que têm surgido com regularidade. O mais recente tem um mês e mais de 40 mil visualizações.

Quando, no início do ano, criou o canal na rede social John Velásquez explicou que estava a mostrar a sua rein-tegração. “Ser um assassino não é normal”, sublinhou, acrescentando que agora “respeito a vida e a sociedade”.

O sucesso de Velásquez é explicado por Vicent Gawronski, professor de ciência política no Alabama, com o facto de os assassinos bem-sucedidos serem “glo-rificados”, por exemplo em séries e filmes. E dá os exem-plos de Scarface, Os Sopranos ou Narcos.

Resposta aos familiaresNessas declarações, o antigo assassino responde a

perguntas que vai recebendo de familiares de vítimas dos ataques do Cartel de Medellín. “Foi a guerra [no combate ao tráfico por parte das autoridades] que ma-tou o seu [respondendo a um familiar de um polícia morto] irmão, que estava defendendo um país, uma instituição. E fomos assassinos pagos pelos cartéis”, defendeu-se.

A sua ligação a Pablo Escobar [foi o líder do Cartel de Medellín e desde 1975 que esteve ligado ao tráfico de droga, tendo morrido em 1993, aos 44 anos] é um dos factores que faz que seja famoso. Aliás, escreveu um li-vro sobre o ex-patrão com o título O Verdadeiro Pablo: Sangue, Traição e Morte, em 2006.

Em Outubro, num dos seus vídeos Velásquez refe-riu-se a essa ligação, garantindo que nunca iria dizer mal de Escobar: “Para mim, Escobar era um terrorista, um traficante de drogas, um sequestrador, mas tam-bém era meu amigo, ele tratou-me sempre com bon-dade e respeito. Era o tipo de homem que te olhava nos olhos e tu fazias o que ele dizia. Toda a gente sabe o que ele era, mas para mim sempre foi bom. Eu amei Pablo. Ele nunca me ficou a dever dinheiro por ne-nhum dos meus trabalhos.”

JTM/DN

Nos anos 80 e 90 do século passado esteve envolvido em alguns dos mais sangrentos casos do Cartel de Medellín. Cumpriu 20 anos de prisão e agora aposta nas redes sociais para falar e “ser ouvido”. Pois, diz, é um “activista”

Carlos Ferro

Barbara Palvin eleita estreante do ano da Sports Illustrated Swimsuit IssueBarbara Palvin foi eleita «estreante do ano» da edição de 2016 da Sports Illustrated Swimsuit Issue. A modelo húngara de 22 anos bateu a competição de nomes como Ashley Graham, Sofia Resing, Tanya Mityushina e Bo Krsmanovic. Barbara Palvin sucede a Kelly Rohrbach e conseguiu a distinção dois anos após a modelo portuguesa Sara Sampaio ter sido a «rookie» do ano da revista.

Juliana Paes admite ter colocado silicone no peitoJuliana Paes admitiu ter colocado implantes de silicone nos peitos. A actriz brasileira fez a revelação no programa «De Cara», da FM O DIA. A actriz de 37 anos disse que colocou os implantes após o nascimento do seu filho mais novo, António. «Coloquei [silicone] porque eu fui aquela mulher que resolveu ter filho de uma vez. Eu não pausei entre uma barriga e outra. Tive o Pedro e, um ano e meio depois, engravidei do António meio sem querer. Eu amamentei muito os dois. Fui uma vaca leiteira. Depois que parei de amamentar, a mama desinchou muito. Então você perde gordura, aí sua autoestima vai lá para baixo», disse.

Bianca Baltiseduz na GQ italianaBianca Balti mostra toda a sua beleza e sensualidade no número de Julho da GQ italiana. A modelo italiana de 32 anos posou para Vincent Peters numa série de imagens sensuais. Bianca Balti já trabalhou para marcas como Roberto Cavalli, Donna Karan, Dolce & Gabbana, Missoni, Guess, Victoria’s Secret e Karl Lagerfeld. Em 2014, a supermodelo italiana posou nua para a Playboy norte-americana.

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IPIM

16 JTM | ÚLTIMA Quinta-feira, 16 de Junho de 2016 • Fecho da Edição • 22:00 horas

Recrutamento de “croupiers”gera confusão na TaipaA Melco Crown Entertainment promoveu ontem uma acção de recrutamento de “croupiers” que acabou por gerar grande confusão na Taipa, com longas filas que começaram a formar--se a partir das 07:00. De acordo com Ieong Man Teng, membro da associação “Forefront of Ma-cau Gaming”, apesar de ter sido colocado um aviso na porta in-dicando que as vagas já estavam esgotadas, muitos candidatos que não conseguiram oportuni-dades rejeitaram deixar o local, sublinhando que tinham entre-vistas marcadas para a tarde. Durante o período de impasse, centenas de pessoas insistiram em ficar à espera junto ao edifício onde se realizaram as entrevistas de emprego.

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TRAI

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Seminário promovido pelo IPIM mostrou “futuro dourado” de TimorMais de 50 representantes dos sectores comercial, imo-biliário, jurídico e logísti-co participaram ontem na RAEM no seminário “Ti-mor-Leste – Semeia Hoje o seu Futuro Dourado”, uma iniciativa do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) para destacar o papel do território como plaafor-ma de serviços para a coope-ração económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa. Danilo Henriques, delegado de Timor-Leste junto do Secretariado Permanente do Fórum Macau, foi o orador principal do seminário, aproveitando o evento para promover o ambiente de negócios e as oportunidades de negócio no seu país.

Organização do “Macau TrailHiker” espera atrair 2.000 participantesA sétima edição do “Sands China Macau Eco TrailHiker” vai de-correr a 29 de Outubro, anunciou ontem a or-ganização que espera contar com cerca de 2.000 participantes para as corridas de 10km e 30km. De acordo com os promotores desta inicia-tiva, que é patrocinada pela Sands China pelo sexto ano consecutivo e visa sensibilizar para a protecção ambiental, mais de 9.200 pessoas associaram-se às edições anteriores, o que permitiu angariar mais de 1,8 milhões de patacas para instituições de solidariedade social de Macau. Este ano, as verbas angariadas reverterão para o Rotário Clube de Macau e “Richmond Fellowship of Macau”.

Coreia do Norte pode ter produzido21 ou mais armas nucleares A Coreia do Norte pode ter produzido seis ou mais armas nucleares nos últi-mos 18 meses, possivelmente elevan-do o seu arsenal a mais de 21 bombas, informou o Instituto para a Ciência e Segurança Internacional dos EUA, que baseou as estimativas nas quantidades de plutónio e urânio altamente enri-quecido que a Coreia do Norte terá produzido no seu complexo nuclear de Yongbyon. O relatório daquele instituto surge depois do chefe da Agência Internacional para a Energia Atómica (IAEA), Yukiya Amano, ter dito na semana passada que a Coreia do Norte pode ter reactivado a central em Yon-gbyon para o reprocessamento de plutónio para uso em armas nucleares. No final de 2014, o Instituto para a Ciência e Segurança Internacional estimou o arsenal nuclear norte-coreano em entre 10 e 16 armas. Desde então, o regime de Pyongyang adicionou entre quatro e seis armas nucleares ao seu arsenal para um total de entre 13 e 21 ou mais, disse o instituto.

No Brasil já se vende sorvete com droga A Polícia Civil de Minas Gerais divulgou a conclu-são da primeira parte de uma investigação sobre a venda de sorvete com liamba em vários pontos de Belo Horizonte. Um homem foi preso no dia 4 de Junho acusado de re-vender uma mistura de chocolate com extracto de maconha concentrada, acondicionada em casqui-nhas de sorvete. A droga imita um sorvete de verda-de, e já é conhecida como “chocolate jamaicano”. As primeiras investigações mostram que a droga estava a ser vendida próximo de esco-las, faculdades, teatros e festas na capital mineira. O detido que já tinha antecedentes criminais por venda de droga, já está em liberdade pois os seus advogados conseguiram a li-bertação devido a uma ordem judicial. A investigação pros-segue para tentar apurar se os eventuais consumidores do produto sabiam que estavam a comprar sorvete com drogas.

PARQUE DISNEY ABRE HOJE EM XANGAI. Abre hoje oficialmente em Xangai o 6º parque temático da Walt Disney no mundo e o seu primeiro na parte continental da China. Des-de há cinco dias que se vêm realizando ensaios dos diversos sectores, com centenas de espectadores a assistirem