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NESTA EDIÇÃOConfira a opinião dos nossos colunistas

Dr. Paulo Cesar Naoum Biomédico, professor titular pela Unesp, diretor da Academia de Ciência e Tecnologia e ocupa a cadeira 33 da ARLC.Autor do livro Em nome do DNA, Livraria Médica Paulista, 2010.“Doutores desempregados”, pág. 10

Ligia Maria Mussolino CamargoSócia da empresa Décio Camargo Ltda, professora de Língua Portuguesa. Ocupa a cadeira nº 24 da Academia Santarritense de Letras. “Bem Primordial: Água”, pág. 20

A Opinião aqui manifesta é de plena responsabilidade dos seus autores. Para o leitor, fica a liberdade de contatá-los

diretamente através de seus próprios e-mails.

Editorial

Dr. Yussif Ali Mere JrPresidente da Federação e do Sindicato dosHospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP e SINDHOSP) e do SINDRibeirão.“Não temos tempo nem dinheiro a perder”, pág. 24

Alexandre CalegariMais de 16 anos de experiência em Tecnologia da Informação na área de Medicina Diagnóstica. Graduado em Tecnologia e Processamento de Dados pela UNIRP e pós-graduado em Ad-ministração de Empresas pela FGV, atualmente lidera projetos estratégicos da Shift e a área de Gestão de Produtos.“Gestão do TAT como indicador de desempenho dolaboratório”, pág. 30

Rodrigo MasiniMédico, CEO, Consultor estratégico em tecnologia em saúde, marketing e negócios de saúde, Executive Coach, escritor e palestrante."A necessidade de Blockchain em cuidados de saúde”, pág. 26

Dr. Irineu GrinbergEx-Presidente da SBAC, Diretor de Lab-Farm Consult.“Alertas tecnológicos", pág. 8

Luiz Roberto Del Porto é Farmacêutico Bioquímico (FHO), especialista em Análises Clínicas e Toxicológicas (FCF-USP e UNIMEP) e MBA em Gestão de Empresas de Saúde (FGV). Diretor presidente do Del Porto Medicina Laboratorial e Diagnóstica."Os Laboratórios Clínicos e a Medicina Baseada emEvidências”, pág. 29

Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos Presidente do CRBM - 1ª Região, Diretor da FAAP - Ribeirão Preto-SP"Os biomédicos e a política nacional”, pág. 12

ATUALIZE SEUENDEREÇO DIGITAL

Encaminhe seu e-mail pararecebimento do jornal digital.

[email protected]

Dra. Heloisa da Rocha Picado CopescoMédica. Especializanda em Dermatologia no Hospital dasClínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto daUniversidade de São Paulo - HC - FMRP - USP. “Hiperidrose, o suor excessivo – Perguntas e Respostas”, pág 10

Assim desejamos a todos os verdadeiros profissionais. Excepcionalmente, depois das festas, das comemorações, O Brasil precisa de verdade que acreditemos nos nossos negócios....

Que sejamos os primeiros a acreditar e a divulgar nosso trabalho.Agora o momento é de inovar,reciclar.

É momento de falar sério, mostrar esse trabalho. O país não anda sozinho. A empresa não anda sozinha. Há muitos eventos sérios para acontecer e acontecendo. Com saúde não se brinca. Com o conhecimento não se diverte. Com pesquisa não se fantasia. A partir de todos os meses do ano, o trabalho real não se disfarça.

Júlio Cezar MerlinPresidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas – Regional do Paraná. Professor da Escola de Ciências da Vida e da Escola de Medicina na PUCPR."Uma breve análise laboratorial da anemia por deficiência de ferro sob a ótica dos novos parâmetros reticulocitários do he-mograma”, pág. 14

Mais atenção às açõese aos detalhes

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Sempre trazendo temas relevantes para a ca-deia da saúde no Brasil, a Abramed, Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, participa da Feira Hospitalar 2018 , levando uma palestra que discute as inovações no setor de diagnóstico.

A Associação, que reúne as principais empresas que atuam nas áreas de Análises Clínicas, Anatomia Patológi-ca e Diagnóstico por Imagem, tem como um de seus princi-pais objetivos estimular e debater as boas práticas do mer-cado, a favor do interesse de todos os envolvidos do setor.

Seguindo essa premissa, a Abramed convidou dois especialistas no assunto para apresentar as mais atuais inovações da medicina diagnóstica. O Dr Thiago Júlio, Coordenador Médico de Tecnologia e Inovação, e o Dr. Gustavo Meirelles, Gestor Médico de Radiologia com ênfase em Estratégia e Inovação, pre-tendem mostrar como e onde essas novas tecnologias estão sendo aplicadas, além de expor quais os que benefícios elas geram para a cadeia de saúde.

Palestra

Abramed debate os benefícios das inovações nosetor de diagnóstico para a cadeia da saúde

Pode parecer estranho, mas ser operado por um robô é o que há de mais moderno atualmente na me-dicina. Os primeiros modelos chegaram há 10 anos no Brasil. Hoje, para serem habilitados à realização de ci-rurgias robóticas, os especialistas precisam participar de cursos de formação e se manterem atualizados. Esse rol de exigências traz segurança e confiabilidade à modalidade. Mas, ainda há quem duvide da seguran-ça da cirurgia realizada por meio de um robô, mesmo com essa gama de processos e estudos existentes em torno do tema.

Os médicos Dr. Murilo de Almeida Luz, coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do Hospital e Mater-nidade São Luiz Itaim, e Dr. Fabio Thuler, coordenador do Programa de Cirurgia Ro-bótica do Hospital São Luiz Morumbi, tiram as 10 dúvi-das mais frequentes sobre os procedimentos:

1. Como funciona a cirur-gia robótica?

A cirurgia robótica é reali-zada por meio de pequenas incisões feitas no corpo do paciente, exatamente como acontece em procedimentos realizados por meio de laparoscopia. A diferença é que agora são introduzidos os braços do robô com os ins-trumentos cirúrgicos e a câmera.

2. O robô realiza a cirurgia sozinho?Não. Todos os movimentos são feitos pelo cirurgião,

que controla o robô por meio de um console de coman-do com binoculares, com visão de alta definição em 3D, e “joysticks” para controle dos braços mecânicos que repro-duzem com precisão os movimentos do médico, de uma maneira mais delicada, harmônica e muito estável, elimi-nando qualquer possibilidade de tremor.

3. O procedimento é seguro?Sim, caso o cirurgião faça alguma ação imprevista,

o robô aciona um dispositivo de segurança que trava instantaneamente o equipamento, o que evita qualquer dano ao paciente. Outro ponto importante, se o médico retirar o rosto da tela de controle, o robô também “deixa de funcionar” imediatamente.

4. Qual a diferença entre a cirurgia robótica, a lapa-roscopia e a cirurgia aberta?

Comparado à cirurgia aberta e à cirurgia laparoscópi-

ca, o robô traz grandes avanços, já que até a chegada da plataforma robótica as cirurgias eram realizadas em visão 2D e instrumentos menos articulados, que dificultavam os movimentos mais detalhados do profissional.

5. Toda cirurgia pode ser feita pela plataforma ro-bótica?

Sim. Toda cirurgia que pode ser feita via laparosco-pia também pode ser realizada por meio da plataforma robótica.

6. A cirurgia contempla quais especialidades?As cirurgias robóticas podem ser feitas em quase todas

as especialidades, mas principalmente em oncologia, gi-necologia, urologia, cirurgia torácica, cirurgia geral, cirurgia

do aparelho digestivo e cirurgia bariátrica.

7. Há um perfil de pacien-te que não pode passar pela cirurgia?

Pode-se dizer que todos os pacientes que podem se submeter a uma cirurgia es-tão aptos a realizar cirurgia por meio da plataforma robó-tica.

8. Como funciona a recupe-ração da cirurgia robótica?

O sistema robótico tem possibilitado aos pacientes alternativas positivas para o tratamento, de maior eficiência quando comparada com os métodos tradicionais, cortes menores, menos dor e desconforto no pós-operatório, diminuição da perda de sangue e hemorragias durante a cirurgia, possibilitando ao paciente um retorno mais rápido às atividades do dia a dia.

9. Quais são os benefícios da cirurgia para o médico?A plataforma robótica ganha ainda mais espaço

quando relacionado a procedimentos complexos que exigem muitas horas de dedicação da equipe médica. O robô trouxe ergonomia para o médico, que consegue re-alizar movimentos com os braços robóticos impossíveis de serem reproduzidos por mãos humanas. Além disso, possui visão de alta definição em 3D e braços mecâni-cos que eliminam possibilidades de tremor, que pode-riam surgir em cirurgias com muitas horas de realização.

10. A cirurgia é coberta pelo plano de saúde?Não. Os procedimentos realizados pela plataforma ro-

bótica não são contemplados pelos planos de saúde.Blog do São Luiz com a Saúde: http://blog.saoluiz.com.br/

Robô

10 perguntas e respostas sobre o porquê escolher a cirurgia robótica

Palestra: Inovações na Medicina Diagnóstica e seus benefícios para a cadeia da saúde

Local e horário: Expo Center NorteData: 24 de maio de 2018, às 15h30

Fonte: Abramed

O robô opera sozinho? É seguro? Quais os benefícios? São algumas das dúvidas tiradas pelos especialistas.

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Dr Thiago Júlio e Dr. Gustavo Meirelles

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SINDHOSP (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo) e FEHOESP (Federação dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo), grandes parceiros da Hospitalar, comple-tam, respectivamente, 80 e 15 anos em 2018.

Para saber mais sobre as conquistas dessas instituições e a relação delas com a Hospitalar, conversamos com Dr. Yussif Ali Mere Jr., presidente do SINDHOSP e da FEHOESP. Além de co-mentar o que preparam para a feira deste ano, o médico avaliou a trajetória das entidades e contou um pouco mais sobre as expec-tativas para o futuro do Sindicato e da Federação.

Presidente do SINDHOSP e da FEHOESP fala sobre a relação dessas entidades com a Hospitalar e o que espera da feira deste ano

Dr. Yussif Ali Mere Jr. é formado médico nefrologista e mes-tre em Clínica Médica pela Universidade de São Paulo. Possui MBA em Economia em Gestão de Saúde pelo Centro Paulista de Economia da Saúde da Universidade Federal de São Paulo. Atualmente, é Diretor Executivo do Grupo Lund de Nefrolo-gia e Presidente da FEHOESP, do SINDHOSP e da ABCDT (Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante).

Confira a seguir a entrevista.

HOSPITALAR – O SINDHOSP e a FEHOESP completam, respectivamente, 80 e 15 anos. Você poderia destacar as princi-pais conquistas dessas entidades?

Dr. Yussif Ali Mere Jr. – O SINDHOSP foi criado em 1938, antes mesmo das Consolidações das Leis do Trabalho (CLT) e da oficialização dos sindicatos no país. Ele surgiu por uma ne-cessidade de os empresários, à época, organizarem-se em torno de questões que afligiam o segmento. A partir daí a categoria foi tomando forma e se organizando em federações, até chegar na confederação.

A atuação, desde então, foi importantíssima para que, hoje, a saúde suplementar atue da forma como atua. Por exemplo: gra-ças ao trabalho do SINDHOSP, junto com a FENAESS, a ativida-de da iniciativa privada na área da saúde foi prevista e garantida na Constituição de 1988. A regulação, as regras e as melhorias não teriam sido possíveis se esse ponto fundamental não tives-se sido debatido amplamente na Constituinte. A criação da Fe-deração nos garantiu a representatividade necessária para que tivéssemos assentos em órgãos importantes. Nossa atuação, bastante política, sempre extrapolou a questão das negociações sindicais e acordos coletivos.

Telefone: (19) 3468-9600www.gbo.com

(31) [email protected]

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Dr. Yussif Ali Mere Jr

Fones:11 3090-2451 | 16 3636-8999

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H – Como você avalia a trajetória dessas instituições ao lon-go desses anos?

YAMJ – O Brasil passou por inúmeras transformações ao longo desses anos, e acredito que a atuação do Sindicato e da Federação sempre foram assertivas no que diz respeito a ob-servar o momento e enxergar o que é preciso ser feito. Estamos sempre bastante próximos dos nossos representados, e cres-cemos com as regionais e com a criação dos outros sindicatos. Ganhamos folego no interior do Estado, e proximidade com a realidade de cada local. Por isso, sempre fomos atuantes nos problemas regionais, e considero esse um diferencial.

A parceria com a Hospitalar, que vem desde o primeiro ano de Feira, é outro ponto positivo, o que mostra que nosso interesse sempre foi ampliar o escopo de atuação. Estamos juntos da Hospitalar desde o início, levando os pleitos e as dificuldades da categoria para os assuntos abordados nos congressos científicos, por exemplo. Ao olhar para trás, pos-so dizer que tenho orgulho do que foi construído, mediante o esforço de tantas pessoas, e sempre em parceria com insti-tuições representativas.

H – Quais são as expectativas para os futuros projetos de ambas entidades?

YAMJ – Esse é um ano especial para nós, e muito simbó-lico. Ao mesmo tempo em que completamos 80 anos de SIN-DHOSP e 15 anos de FEHOESP, passamos por um momento de transformação. O fim da contribuição sindical obrigatória co-locou em xeque a atuação sindical, e digo isso no bom sentido. Meu posicionamento, como empresário e como presidente das entidades, sempre foi de que a contribuição tem que ser volun-tária. A categoria precisa ver valor em nossa atuação, e querer contribuir para a manutenção dos nossos serviços. Portanto, acredito que vivemos um momento histórico, que vai obrigar os sindicatos a se reinventarem. A relação com os associados terá que mudar. Mas acredito na nossa perenidade, e na qualidade do trabalho que estamos desenvolvendo.

H – Você poderia contar um pouco mais sobre a relação do SINDHOSP e da FEHOESP com a Hospitalar? YAMJ – Como já mencionei, o SINDHOSP, especialmente, é parceiro da Hospitalar desde o início. Estávamos lá desde a primeira

edição, e sempre acreditamos no projeto e no seu potencial de crescimento. E o ponto alto da feira, para além de seu sucesso comer-cial e de negócios, a meu ver, é esta capacidade que ela tem de promover relacionamentos como nenhuma outra. Há um ponto de convergência ali, mesmo entre players supostamente antagônicos. Torna-se possível dialogar e construir propostas. Acredito que este foi o alicerce da Hospitalar, e é o que a mantém bem-sucedida até hoje. E foi o que nos atraiu para a parceria.

H – O que vocês estão preparando para a edição deste ano da feira? Qual a expectativa para o evento?YAMJ – Temos uma expectativa de reunir um público recorde em nossos Congressos de Gestão, que são o 12º Congresso Bra-

sileiro de Gestão em Laboratórios Clínicos e 13º Congresso Brasileiro de Clínicas em Serviços de Saúde, realizados em 23 e 24 de maio. Para o projeto VIP, esperamos também superar o número de associados presentes à Feira. Estamos trabalhando também em um projeto, chamado Memória Saúde, que culminará na publicação de um material belíssimo, mas este ainda é surpresa e deve acon-tecer após a Feira. Mas planejamos levar parte desta retrospectiva para a Hospitalar também, em um formato comemorativo. Afinal, é ano de celebração. Fonte:Hospitalar

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IRINEU [email protected]

Por algumas décadas tenho acompanhado e tentado sempre ser protago-nista ou observador atento das ações e atitudes da cadeia laboratorial. Come-cei meu trabalho muito jovem acompanhando de muito perto toda a evolução do Laboratório Clínico, do foto-colorímetro às esteiras robotizadas, passando nessa viagem pelo espectrofotômetro, automações e interfaciamentos.

Do microscópio monocular até microscopia à distância, com saborosas escalas na microscopia de fluorescência. Dos fichários dos clientes, manu-ais ou datilografados, até os imensos arquivos guardados na nuvem.

Como profissional de Laboratório, dirigente de entidades e agora con-sultor, tenho a satisfação de observar este ambiente e verificar a evolução do setor laboratorial, a preocupação com a atualização dos equipamen-tos, a busca incessante pela qualidade, maciça participação em ensaios de proficiência, acreditação, criação de grupos de discussões de temas pertinentes e participação em eventos isolados e congressos.

São ações distribuídas por toda a cadeia, desde aquele pequeno la-boratório de poucos milhares de exames mensais até àqueles cuja pro-dução é expressa em milhões.

É de se entusiasmar a observação da quantidade de pequenos e médios laboratórios na busca do crescimento, tanto de forma qualitativa, quanto quantitativa.

Esse incremento à qualidade, aos processos de gestão, associa-dos ao surgimento de novos procedimentos e a todos os benefícios por eles introduzidos ao setor saúde transformaram os exames laboratoriais como os responsáveis por 70% dos diagnósticos clínicos e 90% dos critérios de cura de doenças e altas hospitalares.

Por outro lado, também é impressionante a verificação de um número imenso de startups mergulhadas em pesquisas voltadas ao setor de diag-nóstico, produzindo tecnologias que com certeza irão revolucionar o setor.

Países como China, Japão, Estados Unidos, Israel, Finlândia e até o Brasil estão imersos em importantes pesquisas voltadas ao diagnóstico rápido de precisão e exatidão.

Testes genéticos de predisposição a enfermidades bem como intole-râncias alimentares com a mais alta eficiência já são disponíveis.

Aplicativos (reSET - Pear Therapeutics) monitoram pacientes com trans-torno da utilização do álcool, cocaína, cannabis, benzodiazepínicos e outros, medindo a abstinência e/ou regulando a prescrição de medicamentos.

Alertas tecnológicos

Opinião

Microchips instalados de forma subdérmica em pacientes diabéticos, esportistas de alto rendimento ou atletas profissionais para, com o uso de um aplicativo em smartphone , realizar a monitorização de glicemia, CPK e outros analitos.

Já está quase pronto o projeto do vaso sanitário inteligente ao qual poderá ser colocado um chip com os dados do paciente que, desta forma terá monitorado o volume urinário, bem como alguns constituintes urinários como proteínas, glicose, creatinina, etc. Esse vaso, se colo-cado numa enfermaria hospitalar, poderá monitorar todos os pacientes, pois comportará tantos chips quantos necessários.

Importante ainda uma referência aos testes rápidos imunocromato-graficos ou similares, que vieram para ficar e tem sua utilidade compro-vada, são essenciais em alguns setores, entretanto ainda carentes de regramentos por parte da ANVISA.

Da mesma forma, são aguardadas regulações em relação ao Con-trole de Qualidade interno e externo desses testes.

Referências também devem se feitas aos testes realizados em domicílio (au-totestes). Até o presente estão oficialmente liberados somente para HIV, gesta-ção e glicemia. Nos Estados Unidos esses procedimentos são disponíveis em grande quantidade e diversidade. Existem até estabelecimentos farmacêuticos especializados na venda dos mesmos e que mantém em seus quadros profis-sionais aptos a instruir o cliente na compra, no uso e interpretação dos mesmos. Nesse rol até testes de paternidade são oferecidos aos clientes.

Essas citações constituem apenas um lembrete de como poderá mudar o nosso setor, seguindo uma tendência mundial. O alerta principal seria no sentido de exercer uma vigilância permanente em relação ao surgimento de novos rumos que poderiam modificar radicalmente o setor.

Não existe nenhuma possibilidade de que o laboratório tradicional e con-vencional deixe de existir. Entretanto uma sequência de fatores irão determinar novos direcionamentos, que poderão exigir adaptações a uma nova realidade.

Mais uma vez será necessário frisar a união daqueles laboratórios pequenos e médios, realmente compromissados com os conceitos de qualidade e gestão, para que comunguem seus propósitos e saibam aproveitar novas oportunidades.

Cada vez mais é importante reforçar e insistir que a troca de concor-rência por parceria é que vai garantir a sobrevivência e o crescimento.

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PROF. DR. PAULO CESAR [email protected]

As proliferações descoordenadas de cursos universitários por todo o Brasil estão mostrando as perversidades de seus resultados. Brasileiros com certificados de graduações universitá-rias não estão encontrando empregos para exercerem atividades nas áreas em que graduaram.

A situação atual já era conhecida pontualmente há mais de 30 anos, quando centenas de cursos de direito e de administração foram criados e instalados em diversas cidades. Em direito, por exemplo, advogados com o título de bacharel, porém considerados doutores, foram os primeiros a experimentarem as desilusões do desemprego. Estrategicamente a Ordem dos Advogados do Bra-sil instituiu o “exame da OAB” selecionando minimamente os mais capacitados, uma exigência básica, porém meritória, para profis-sionais desta área conseguirem empregos. Administradores de empresas, por outro lado, tiveram que galgar dezenas de degraus através de cursos de especializações profissionais, com destaques aos MBA, para obterem empregos em empresas de prestígios.

Na minha profissão, a biomedicina, ocorreu também um pro-cesso descontrolado de criação de cursos de graduação. Tal qual os cursos de direito e de administração, grande parte dos de biomedicina carece de estrutura filosófica, científica e tecnológi-ca para formarem seus profissionais. Entretanto há vários outros cursos que estampam este mesmo desenho de decepção profis-sional: psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, história, geografia, etc.

Em 2013, um programa do governo federal do partido dos tra-balhadores conhecido por “Mais médicos”, fundamentado no as-sistencialismo político para cobrir deficiências de médicos para populações pobres ou carentes, desencadeou uma explosão de

aberturas de novos cursos de medicina por todo o país. Sabe-se que grande parte dos novos cursos médicos não possuem condi-ções adequadas para formarem profissionais, pois faltam professo-res especializados, hospitais para aprendizagens e treinamento, além de residências médicas com adequações mínimas. Contin-gentes desses profissionais que começaram a entrar no mercado desde 2017 se avolumarão nos próximos anos, e consequentemen-te haverá médicos com dificuldades de se empregarem.

Mas não é somente o desemprego de profissionais com di-plomas universitários que se juntam aos milhões de desempre-gados do Brasil, há também os mestres e doutores que obtive-ram títulos acadêmicos por meio de anos de desenvolvimento de pesquisas. Atualmente é quase uma conveniência de que cursos de pós-graduações e as bolsas oferecidas pela CAPES, CNPQ e outras instituições de fomentos estaduais, funcionam como pagadoras de salários durante a efetivação dos serviços dos pós-graduandos.

Entretanto no dia seguinte à defesa de suas teses esses profis-sionais se juntam à imensa população de desempregados. Aque-les que se formaram para funções acadêmicas, ao pleitearem va-gas em instituições universitárias públicas, se desiludem pois não há vagas disponíveis para contrata-los.

De outra forma, as instituições privadas contratam o número mínimo destes profissionais para atender as exigências básicas do MEC pagando salários vexatórios. Desta forma, está sendo cada vez mais comum, pessoas com títulos acadêmicos, publica-ções científicas e bom currículo, estarem na insuportável situação de desempregado. O que fazer? Esta é uma boa pergunta para os presidenciáveis da eleição de 2018.

Doutores desempregados

Opinião

O que é hiperidrose?É uma condição que provoca suor excessivo, na qual os pacientes

podem transpirar muito até mesmo em repouso. A sudorese é uma condição normal do nosso corpo e ajuda a manter a temperatura. É normal suar quando se está calor, durante a prática de atividades físi-cas ou em certas situações específicas, como momentos de raiva, ner-vosismo ou medo. Porém, a sudorese excessiva ocorre mesmo sem a presença de qualquer desses fatores.

Por que algumas pessoas suam muito?Isso ocorre porque as glândulas sudoríparas destas pessoas são

hiperfuncionantes. A hiperidrose pode decorrer de diferentes causas, como fatores emocionais, hereditários ou doenças.

Onde pode ocorrer hiperidrose?Diferentes regiões do corpo podem ser acometidas: axilas, palmas

das mãos, rosto, cabeça, plantas dos pés e virilha. Quando há transpi-ração extrema, esta pode ser embaraçosa, desconfortável, indutora de ansiedade e se tornar incapacitante. Pode perturbar todos os aspec-tos da vida de uma pessoa, desde a escolha da carreira e atividades recreativas até relacionamentos, bem-estar emocional e autoimagem.

Quais os tipos de hiperidrose?Há dois tipos de hiperidrose, primária focal e secundária gene-

ralizada: Hiperidrose primária focal: aparece na infância ou ado-lescência, geralmente, nas mãos, pés, axilas, cabeça ou rosto. As pessoas não suam quando dormem ou em repouso. Normalmente,

há mais pessoas na mesma família com o mesmo problema. Ela afeta de 2% a 3% da população, no entanto, menos de 40% dos pa-cientes com essa condição consultam um médico. Hiperidrose se-cundária generalizada: causada por uma condição médica ou pelo efeito colateral de uma medicação. Ao contrário da focal primária, as pessoas com a secundária suam em todas as áreas do corpo ou em regiões incomuns. Outra diferença fundamental entre os dois tipos é que no caso da secundária, as pessoas podem transpirar ex-cessivamente também durante o sono. Ela costuma surgir na fase adulta.

Existe tratamento?Sim, vários. E o dermatologista pode te indicar o melhor, caso

você sue excessivamente. É preciso determinar a causa da condi-ção, diagnosticando alguma doença ou uso de medicação. No caso de hiperidrose primária, além de antitranspirantes, existem alguns tratamentos disponíveis como medicamentos, cirurgias ou aplicação de toxina botulínica tipo A, que pode ser injetada na axila, nas mãos ou nos pés para bloquear, apenas temporariamente, a sudorese.

Se fizer tratamento com toxina botulínica em uma área, outras áreas irão suar mais?

Não. O tratamento com toxina botulínica para hiperidrose não gera suor aumentado em áreas não tratadas após o tratamento de uma única área. Se você gostou desse texto, leia mais pelo site da Sociedade Brasileira de Dermatologia, de onde o mesmo foi inspira-do. Acesse www.sbd.org.br

Hiperidrose, o suor excessivo

DRA. HELOISA DA ROCHA PICADO COPESCO

[email protected]

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MEDICAL MARIJUANA Caroline Heinz acaba de ser

anunciada como a nova Vice-Presidente da HempMeds® Brasil, subsidiária do grupo americano Medical Marijuana, Inc. e primeira empresa autorizada pela Anvisa a importar um produto à base de canabidiol ao Brasil. Seu objetivo será expandir o conhecimento sobre o CBD no país, tanto para médicos quanto pacientes e trabalhar junto às agências reguladoras para facilitar o acesso ao medicamento.

QUALIDADEO Curso de Formação de Auditor Interno da Qualidade –

Norma PALC 2016, DA SBPC/ML, que acontece dias 16 e 18 de maio, no Hotel Pestana São Paulo, será coordenado pela Gestora do PALC, Carla Chaves.

EXAMES SUBSIDIADOS PARA CRIANÇAS CARENTESLâmina subsidia 100% dos exames realizados em crianças

carentes atendidas pela instituição “Pró Criança Cardíaca” que é uma instituição médica sem fins lucrativos que presta total assistência a crianças, desde consultas e exames clínicos até a cirurgia.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL Siemens Healthineers, empresa que investe globalmente

mais de um bilhão de euros por ano em P&D, traz, na 48ª Jornada Paulista de Radiologia, em maio, várias novidades, dentre as quais, o novo MAGNETOM Sola, equipamento de ressonância magnética de 1,5 Tesla, que promete uma mudança de paradigma em prol do conforto do paciente, por meio de um software exclusivo de inteligência artificial. Outro destaque é o novo MAMMOMAT Revelation, uma revolução na maneira de se fazer exames de mamografia, ao agregar as funções da mamografia digital aos recursos da tomossíntese e imagem guiada para biópsia em uma única plataform a. Além da alta qualidade do exame gerado, o novo mamógrafo também permite realizar a mamografia com contraste, beneficiando pacientes que possuem restrições e não são elegíveis para realizar exames de ressonância magnética, como portadoras de marca-passo e pacientes que sofrem de claustrofobia. Por último, o novo sistema de ultrassonografia ACUSON Juniper, lançado mundialmente em março deste ano.

MAIOR PROJETO DE AUTOMAÇÃO LABORATORIAL DO MUNDO

Projeto Enterprise - Siemens Healthineers e Grupo Hermes Pardini - possui soluções inéditas no mercado, como a primeira sala de comando laboratorial e é anunciado como maior projeto de automação laboratorial do mundo.O Enterprise funcionará 24 horas em uma área construída de 3.500 metros quadrados, sendo 2.400 metros quadrados ocupados por mais de uma centena de soluções da Siemens Healthineers, maior fornecedor do projeto, todas conectadas à Atellica Magline™, primeira esteira de alta velocidade (high throughput, na linguagem do mercado) da América Latina

BRAILEFleury oferece resultados dos exames em braile ou em áudio.

Informações em http://bit.ly/FleuryBraile

Os biomédicos mais antigos, aqueles que viveram a maratona infernal que foi a época da regularização da profissão, tem motivos de sobra para ficarem res-sabiados com a composição do congresso nacional.

Com o projeto do governo (MEC, Saúde, Trabalho), em plena ditadura, os biomédicos foram os únicos não contemplados na Câmara dos Deputados, por conta da corrupção e fisiologismo que ocupava aquele espaço. Foram anos de luta, em que os já formados tinham que pagar para que outros profissionais assinassem laudos como responsáveis técnicos pelos exames que, nós biomédicos, fazíamos.

A justiça, por 11 a 0, no STJ, corrigiu os equívocos do congresso nacional, que só não foram maiores por causa da intervenção do então Senador Jarbas Passa-rinho.

O governo se submete a baixaria política. Estamos vivendo um novo período eleitoral novamente conturba-do pela ação de outros políticos também envolvidos em corrupção e desconhecimento da causa pública. Com uma das mais novas profissões da área da saúde, a biomedicina ainda não está consolidada na política na-cional como acontece com outras profissões. Precisa-mos de representatividade.

Temos que ter o bom senso e o desprendimento para conseguirmos o compromisso com candidatos que se comprometam com as nossas demandas e causas. Só assim a classe vai ter direito a participar de concursos públicos e de ocupar cargos de relevância na adminis-tração pública em todos os setores para os quais esti-verem habilitados e capacitados.

Profissionais e acadêmicos da biomedicina devem caminhar juntos com seus órgãos representativos se-jam os conselhos, associações, sindicatos, para toma-rem conhecimento das ações dos parlamentares que podem atuar em prol da categoria. Sem este estimulo, depois não adianta chorar! Além desta preocupação os órgãos da biomedicina estão ocupados em manter a carga horária dos cursos de biomedicina, qualificar os profissionais, promover os títulos de especialista e capacitar profissionais para o mercado de trabalho.

E, na véspera das eleições deste ano faremos acon-tecer o nosso XVI Congresso Brasileiro de Biomedicina, em São Paulo, de 05 a 08 de setembro. É importante que todos participem, prestigiando a categoria e fazen-do crescer sua importância.

Saudações biomédicas.

Os biomédicos e a política nacional

Opinião

DR. DÁCIO EDUARDO LEANDRO [email protected]

Andrea [email protected](21) 2267-1968 / (21) 988 631 997

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A determinação do estado de anemia e suas prováveis causas são dependentes de investigação laboratorial, onde diversos exames com-põem esta prática, entre os quais estão obrigatoriamente o hemograma e a contagem de reticulócitos, pois, são ferramentas de grande impor-tância no rastreio, diagnóstico e monitoramento desta condição clinica.(1)

Entre todas as causas ou tipos de anemias, aquelas por deficiência de ferro são as mais prevalentes, seja ela absoluta ou funcional.

A homeostase do ferro é dependente do sincronismo de absorção, utiliza-ção e do seu estoque. Desequilíbrios na sua homeostasia podem acarretar tanto seu acúmulo como sua deficiência, sendo que esta última interfere de forma direta na síntese de hemoglobina e, por conseguinte, na diminuição da eritropoie-se e instalação do quadro de anemia.(2) Estão envolvidos neste processo, princi-palmente, a ação coordenada de quatro proteínas: a transferrina responsável pelo transporte do ferro, o receptor de trans-ferrina (TfR) incumbido da sua utilização, a ferritina que esta envolvida diretamente na estocagem e a hepcidina que controla a sua captação e oferta.(3) Por este mo-tivo, são considerados biomarcadores laboratoriais tradicionais na avaliação da deficiência do ferro, além da dosagem do ferro sérico, dosagem da transferrina sé-rica, Índice de Saturação da Transferrina (IST) e ferritina sérica, sendo que os três primeiros representam o ferro sistêmico disponível e o último o estoque de ferro atual. A consolidação do uso destes marcadores se dá também pelo fato destes serem executados pela grande maioria dos laboratórios clínicos e, consequentemente, estarem disponíveis para a prática clínica. Por outro lado, estes marcadores estão longe de serem considerados ideais, levando--se em consideração, principalmente, pacientes com doença inflamatória crô-nica, que, diferentemente da anemia por deficiência absoluta de ferro, o fator limitador da hemoglobinização dos eritrócitos e dos reticulócitos é a deficiên-cia funcional do ferro, onde a mobilização deste é impedida, mesmo existindo um estoque de ferro adequado ou, até mesmo elevado.(4) Estão incluídos nesta situação, por exemplo, os portadores de doença renal crônica, onde a anemia é uma complicação clínica comum, associada a sobrecarga de ferro e com grande impacto nos índices de morbidade e mortalidade. O controle da anemia pelo manejo da dose ideal de Agentes Estimuladores de Eritropo-ese (AEE) e da suplementação de ferro, nesta população, é extremamente crítico, onde os biomarcadores acima citados deixam um gap na avaliação adequada da interrelação entre a eritropoese, estoques de ferro, inflamação e resistência ao tratamento, impedindo, muitas vezes, ações mais rápidas de ajustes terapêutico.

Por se tratarem de células precursoras eritróides em estágio de matu-ração que antecede imediatamente a saída dos eritrócitos para a circula-ção periférica, os reticulócitos constituem um sensível marcador, talvez o mais próximo, da eritropoiese em tempo real e a sua contagem tornou-se, tradicionalmente, a maneira mais utilizada para este monitoramento, ex-pressada pela contagem numérica destas células (relativa e absoluta). Porém, mesmo sendo o método manual de contagem dessas células, técnica de fácil execução e possível de ser realizada pela maioria dos laboratórios, traz consigo uma grande variação inter e intra-observadores, inferindo erro estatístico elevado, que pode chegar a 50% ou mais, o que tornou, talvez, esta ferramenta pouco utilizada pela baixa confiabilidade e reprodutibilidade.(2) No entanto, com a implantação de novas tecnologias para equipamentos hematológicos automatizados, como por exemplo, a citometria de fluxo, anticorpos monoclonais ligados a fluorocromos, coran-tes fluorescentes com afinidade a ácidos nucleicos (RNA ribossomal) e a dispersão do raio laser, a contagem de reticulócitos volta a ter um grande interesse e importância clínica, por ser possível se obter uma contagem numérica com menor variabilidade analítica e maior credibilidade, quando comparada com a contagem manual. Além disso, também puderam ser incorporados, no processo de automação do hemograma, novos parâ-metros reticulocitários com relevantes aplicações clínicas, que permitem medir o grau de maturidade que essas células migram para o sangue peri-férico, bem como a sua concentração de hemoglobina. São eles a Fração

Uma breve análise laboratorial da anemia por deficiência de ferrosob a ótica dos novos parâmetros reticulocitários do hemograma

JÚLIO CEZAR [email protected]

ou Índice de Reticulócitos Imaturos e o Equivalente ou Concentração de Hemoglobina nos Reticulócitos, respectivamente.(3, 5, 6, 7)

A Fração de Reticulócitos Imaturos (IRF%), que indica a proporção de reticulócitos mais imaturos no sangue periférico, reflete atividade eritropoi-ética acelerada presente, como ocorre, por exemplo, na terapia com AEE e na suplementação de ferro, tornando-se um bom marcador no monitora-mento de resposta adequada. Permite uma avaliação clínica mais preco-ce, pois, o IRF% se eleva mais cedo, em alguns dias, que o número total de reticulócitos circulantes.(3, 5, 6, 7, 8, 9) De forma análoga, durante o desen-

volvimento dos reticulócitos na medula óssea, onde ocorre a síntese crescen-te de hemoglobina, considera-se que a concentração da hemoglobina durante a vida média dos reticulócitos no san-gue periférico seja constante, exceto em situações que provoquem mudan-ças estruturais nos eritrócitos, como hemólise ou fragmentação.(9)Por este motivo o equivalente ou concentração de hemoglobina nos reticulócitos (CHr e RET-He) pode ser considerado hoje um marcador mais sensível na iden-tificação da deficiência do ferro, pois, permite verificar a quantidade de ferro disponível para a eritropoiese, na me-dula óssea, através dos reticulócitos na

circulação e com um antecedência de pelo menos 3 a 4 dias aos demais marcadores usados atualmente.

Se observamos por estes aspectos, esses parâmetros podem ser utilizados, na prática médica, no monitoramento de pacientes com anemias ferroprivas com suplementação de ferro, em uso ou não de AEE, pressupondo adequação e resposta terapêutica, com maior ante-cedência e permitindo intervenção mais precoce. Trazem ainda como vantagens explícitas, por apresentarem essas informações no hemo-grama como default nos equipamentos que as disponibilizam, ausên-cia da necessidade de solicitação adicional posterior desses exames e, consequentemente diminuição do tempo exigido de espera entre análises para efetivação do diagnóstico ou mesmo controle.(1, 3)

Embora, estes parâmetros não estejam ainda presentes no hemo-grama da maioria dos laboratórios clínicos, acredita-se que, quando disponíveis, sejam de grande utilidade no seu uso. Neste cenário, creio ter os laboratórios clínicos, papel fundamental na divulgação e com-preensão dessas ferramentas, principalmente para o clínico.(9, 10, 11, 12)

REFERÊNCIAS 1. BRAGA, D. Contagem Global Automática: parâmetros analisados, significado clí-

nico e causas de erro. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Farmácia – Universidade do Porto. Porto, agosto de 2014 (Disponível em: <https://sigarra.up.pt/fmup/pt/pub_ge-ral.show_file?pi_gdoc_id=436390> Acesso em 30 de agosto de 2016).

2. GROTTO, H.Z.W. Metabolismo do ferro: uma revisão sobre os principais mecanis-mos envolvidos em sua homeostase. Rev. Bras. Hematol. Hemoter, 2008;30(5):390-397.

3. SILVA, P.H.; ALVES, H.B.; COMAR, S.R.; HENNEBERG, R.; MERLIN, J.C. & STIN-GHEN, S.T. Hematologia Laboratorial: Teoria e Procedimentos. Artmed, Porto Alegre, 2016.

4. THOMAS, C. & THOMAS, L. Biochemical Markers and Hematologic Indices in the Diagnosis of Functional Iron Deficiency. Clinical Chemistry, 2002;48:7:1066-1076.

5. CHUAN, C.L.; LIU, R.S.; WEI, Y. H.; HUANG, T.P. & TARNG, D. C. Early Prediction of Response to Intravenous Iron Supplementation by Reticulocyte Haemoglobin Content and High Fluorescence Reticulocyte Count in Hemodialysis Patients. Nephrol Dial Trans-plant. 2003;18(2):370-7.

6. JOÃO, A.R.; PINTO, S. & COSTA, E. Reticulocytes Subpopulations and Immature Reticulocytes Fraction as Indicators of Increased Erythropoiesis in Patientes with Iron Deficiency Aenemia. Rev Bras Hematol Hemater, 2008;30(3):188-192.

7. WOLLMANN, M.; GERZSON, B.M.C.; SCHWERT. V.; FIGUERA, R.W. & RITZEL, G.O. Reticulocyte Maturity Indices in Iron Deficiency Anemia. Rev Bras Hematol Hema-ter, 2014;36(1):25-28.

8. TATSUMI, N. & IZUMI, T. Reticulocyte maturation index as a useful diagnostic parameter. Sysmex Int, 1991;1:23–28.

9. BUTARELLO, M.; TEMPORIN, V.; CERAVOLO, R.; FARINA, G. & BULIAN, P. The New Reticulocyte Parameter (RET-Y) of the Sysmex XE 2100. Am J Clin Pathol, 2004; 121:489-495.

10. KDIGO Clinical Practice Guidelines and Clinical Practice Recommendations for Ane-mia in Chronic Kidney Disease. Kidney International Suplements. 2006.47(5 Suppl 3):S11-145 .

11. O’MARA, N.B. Anemia in Patients with Renal Chronic Disease. Diabetes Spec-trum, 2008, v21, n1.

12. ALVES, M.T.; VILAÇA, S.S.; CARVALHO, M.G.; FERNANDES, A.P.; DUSSE, L.M.S. & GOMES, K.B. Resistance of dialyzed patients to erythropoietin. Rev Bras He-matol Hemoter, 2015; 37(3): 190-197.

Opinião

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Controle interno da Qualidade - Boas Práticas e Portifólio para usoOs ensaios laboratoriais têm como propósito avaliar as condi-

ções fisiopatológicas, auxiliar em diagnósticos e monitorações tera-pêuticas de pacientes.

O controle de qualidade interno de um laboratório é uma ferramen-ta básica para que estes ensaios apresentem os mais confiáveis re-sultados possíveis. O controle de qualidade interno permite a monito-ração e minimização de erros causados por variabilidades biológicas, variabilidades pré-analíticas de coleta, transportes e até mesmo inter-ferentes por substâncias, como drogas e componentes metabólicos.

O controle de qualidade é de extrema importância ao uso diário de um laboratório. Estes controles existem com concentrações dife-renciadas, para que sejam monitorados tanto amostras dentro dos limites de normalidade, assim como os valores adversos certifican-do que o equipamento a ser utilizado, está em condições adequa-das para o trabalho nestas diversas situações.

As concentrações dos analitos a serem verificados no controle de qualidade, podem variar de acordo com a faixa de trabalho. É de extrema importância que os laboratórios utilizem diariamente ao menos dois níveis de controles extremos, para atender as neces-sidades de desempenho, monitoração das faixas possíveis e vali-dação dos mesmos. Por este motivo alguns ensaios requerem uma quantidade maior de concentrações por conta de reprodutibilidades ou por grandes amplitudes do intervalo de medição. Estas são al-gumas das recomendações que fazem parte das Boas Práticas de Laboratórios Clínicos (BPLC).

Para selecionar o controle de qualidade mais apropriado para cada ensaio, devemos fazer um planejamento de controle interno baseado no desempenho/qualidade do processo, com definições de quais regras de westgard devemos utilizar.

O uso de dois níveis de controles em paralelos ajuda a identificar o tipo de erro presente e pode alertar antecipadamente o laborató-rio de um possível problema em sua rotina. A utilização de dois ní-veis de controles são os suficientes para monitorar o desempenho do sistema analítico, nas linhas de produtos da Biotécnica.

A Biotécnica oferece em seu portfólio, produtos para controle de qualidade com níveis e metodologias adequadas para todos os ensaios analíticos, tais como:

Controle de Qualidade em Bioquímica:- QUANTINORM (BT 13.003.00 ) na apresentação de 1x5 mlPara valores próximos a normalidade das concentrações. - QUANTIALT (BT 13.004.00 ) na apresentação de 1x5 ml, Para valores elevados, próximos às concentrações patológicas. Controle de qualidade em Turbidimetria:- Controle Multi. Médio (BT 21.003.00) na apresentação de 1x1

ml , para provas de Proteínas Específicas.- Controle Reumático Nível 1 e 2 (BT 21.007.00/ BT 21.008.00

) na apresentações de 1x1 ml, para analitos da linha Reumática Turbidimétrica.

Controle de qualidade em Coagulação:- Plasma Controle de Coagulação (BT 36.003.00 ), com dois ní-

veis , nas apresentações de 2x1 ml.Além de controles específicos inclusos nos kits:Controle de CMKB, Controle de Lactato, Controle de Microal-

buminúria, Controle de Proteína Urinária, Controle de PCR Ultra e Controle de HbA1c.

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A saúde no Brasil tem surpreendido pelo lado negativo e pela crise que se aprofunda a cada ano. A diminuição de leitos nos hospitais brasileiros é mais uma marca triste e que agrava o cenário sanitário do país. Redes públicas e privadas estão mergulha-das em problemas estru-turais e de atendimento ao paciente. Em outras pala-vras, a saúde vem sendo tratada como grande parte de seus pacientes, no cor-redor e correndo risco gra-ve de padecer.

De acordo com um le-vantamento realizado pela Federação Brasilei-ra de Hospitais (FBH) de 2010 a 2017 os hospitais

Outra causa é a remuneração paga pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aos hospitais privados e filantrópicos para atender pacientes da rede pública. A tabela de procedimentos do SUS cobre apenas 60% dos custos médicos. E isso refletiu no fecha-mento de 53% dos hospitais entre 2010 e 2017, pois atendiam pacientes do SUS. Não é pouco comum o uso da chamada dupla porta de entrada.

Na prática, trata-se de um mecanismo em que leitos em hospitais com credenciamento pelo SUS são reservados para a rede privada. Ou seja, leitos já escassos na rede pública, são repartidos com o sistema privado, pela necessidade de as instituições receberem um pouco mais pelos seus serviços.

Aparentemente isso só serviria para dar aos clientes dos planos a única coisa que eles não têm nos serviços públicos de saúde: distinção, privilégio, prioridade, facilidade, conforto adicional, mordomias ou outras coisas do gênero, o que custa caro em hospitais privados e pode ser “mais em conta” quando o plano de saúde negocia com hospitais públicos. No entanto, há prejuízo de quem não tem como pagar por tais serviços, aí o direito se considera lesado em princípios como igualdade, dignidade da pessoa humana, saúde, moralidade pública, lega-lidade, impessoalidade e vários outros.

A Judicialização também interfere na administração dos leitos. Tanto que há várias ordens judiciais mandando internar na UTI, mesmo não havendo vagas. Os médicos que trabalham nos hospitais e acabam tendo que fazer escolhas difíceis sobre quem vai ser internado e quem não vai ser.

Em um país melhor, bom seria que não houvesse tantos doen-tes que necessitassem de internações. Bom seria que houvesse mais dinheiro para invés em prevenção e em medidas básicas como saneamento no país. Mas, essa não é a realidade.

A saúde será um dos temas mais debatidos e explorados pe-los candidatos nas próximas eleições - o que seria positivo se as promessas não passassem somente de palavras ao vento. O país precisa de ações concretas e urgentes para estancar os problemas, sem paliativos.

*Sandra Franco é consultora jurídica especializada em direito médi-co e da saúde, doutoranda em Saúde Pública, presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São José dos Campos (SP) e membro do Comitê de Ética para pesquisa em seres humanos da UNESP (SJC) e presidente da Academia Brasileira de Direito Médico e da Saúde - [email protected]

Artigo

Saúde brasileira: menos leitos, menos esperança

Sandra Franco*

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o número de casos de demência triplique até 2050, atingindo mais de 152 milhões pessoas ao redor do globo. Tal aumento deve-se ao envelhecimento populacional e continuará a atingir principalmente países de baixa e média renda. O tema foi abordado com mais profundidade por espe-cialistas em diagnóstico por imagem reunidos em São Paulo/SP, que apresentaram e debateram o que há de mais recente e avançado sobre tratamento e detecção da doença, durante a 48ª Jornada Pau-lista de Radiologia, que aconteceu de 3 a 6 de maio.

Demência é um “termo guarda-chuva” para denominar diversas doenças que afetam progressivamente, em sua maioria, a memó-ria, o comportamento e as habilidades cognitivas. A mais comum é o Alzheimer, aparente em quase 70% dos diagnósticos. A Dra. Claudia da Costa Leite, professora associada do Departamento de

Casos de demência

Brasil ainda enfrenta barreiras para diagnóstico precoceRadiologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foi uma das palestrantes e destaca os problemas para a detecção precoce dessas doenças neurodegenerativas:

“Na doença de Alzheimer, por exemplo, os achados de ressonância magnética (RM) só aparecem em fases tardias. Contudo, procedimen-tos diagnósticos da medicina nuclear são bastante promissores, a par-tir do uso de novo marcador: o Pittsburgh compound B (PIB)”, afirma.

O PIB foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh que visavam fornecer ferramentas para um diagnóstico precoce e definitivo. O Alzheimer é patologicamente caracterizado pela presença de placas amilóides contendo amilóide-beta (Aβ) e emaranhados neurofibrilares. Desta forma, o PIB, que é derivado da tioflavina-T (ThT), molécula capaz de ligar-se a proteínas amiloi-des, é utilizado junto à tomografia por emissão de pósitrons (PET), permitindo detectar a doença pré-clinicamente em pessoas com sintomas leves ou atípicos.

No Brasil, porém, os pacientes ainda não podem contar com acesso a essa tecnologia, como adianta Leite. “Apesar de termos condições iguais às dos países desenvolvidos quando falamos da ressonância magnética, na medicina nuclear, o PIB ainda não é comercializado no País”.

Acesso a mecanismos de diagnóstico é inclusive outra preocu-pação da OMS, já que apenas 14% dos países que fornecem dados sobre demência indicam o número de pessoas que sofrem com o problema. Além disso, estima-se que aproximadamente 90% das pessoas que tenham algum tipo de demência em países de baixa e média renda não saibam desta condição.

privados perderam 10% de seus leitos - 31,4 mil unidades. Com isso, eles têm hoje 264 mil leitos hospitalares. Nesse período, encerraram suas atividades 1.797 hospitais e foram inaugurados 1.367, ou seja, a rede perdeu 430 unidades. Por região, a perda maior foi no Nordeste (19,2%), seguindo-se a Norte (13,3%), a Sudeste (12,9%), a Centro-Oeste (4%) e a Sul (2%).

A crise hospitalar acende mais uma luz vermelha no setor. A diminuição de leitos é reflexo de uma série de fatores que envolvem gestão administrativa, financeira e também ques-tões como a onda de falência e problemas dos planos, ope-radoras e seguradoras de saúde. Segundo a FBH, entre as várias causas que explicam uma perda tão grande está o fato de no Brasil mais da metade dos hospitais privados ter até 50 leitos, a maior parte dos quais situada em cidades do interior. Unidades de pequeno porte não conseguem ter economia de escala e produtividade capazes de torná-las economicamente viáveis.

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Pare por um minuto para pen-sar sobre os hábitos das pessoas próximas a você: elas têm uma alimentação equilibrada, fazem exercícios e vão ao médico com regularidade? A rotina corrida e es-tressante pode acabar motivando práticas menos saudáveis. Como consequência, doenças que antes eram raras em pessoas jovens se tornam mais comuns - entre elas hipertensão. De acordo com o Mi-nistério da Saúde, cerca de 10% da população brasileira entre 25 e 34 anos tem a doença.

Também chamada comumen-te de pressão alta, a hipertensão consiste na elevação da pressão das artérias – vasos que levam o sangue do coração para todo o organismo. Se o nosso corpo fosse uma casa, os encanamentos seriam as artérias e a hi-pertensão poderia ser entendida como um aumento crônico da pressão nesse encanamento.

O perigo é que o processo acontece de forma silenciosa e as pessoas mais desatentas com a saúde acabam descobrin-do o problema quando o caso já está mais avançado “Dados científicos recentes mostram que mais de 10 milhões de vidas a cada ano são perdidas sem necessidade por conta da pres-são alta e apenas metade das pessoas hipertensas sabem que possuem a doença”, alerta o clínico geral da Cia. da Con-sulta Davi Liu.

A situação se torna preocu-pante, sobretudo porque muitos jovens não fazem acompanha-mento médico regular devido a pensamentos do tipo “eu não preciso” ou “eu sou jovem”. “A hipertensão também acomete pessoas mais novas, que po-dem ter infarto, AVC (derrame cerebral) ou doenças cardiovas-culares em fase precoce. Casos mais graves podem inclusive re-sultar em incapacitação ou mor-te”, ressalta Liu.

A correria do dia a dia faz com que as pessoas não parem para pensar nas suas escolhas. Como deixar de perceber o que esco-lhemos para comer, qual o tempo

que dedicamos para mastigar ou qual o período que reservamos para praticar atividade física. As escolhas mais convenientes, mais práticas e mais prazerosas acabam sendo priorizadas devi-do à rotina intensa, mas nem sempre elas são as mais saudáveis.

“Dieta rica em gorduras, estresse, cigarro, obesidade, seden-tarismo, consumo excessivo de sal, são elementos que podem contribuir para a pressão alta”, comenta o médico. Além dos hábitos ruins, existem inúmeros fatores que propiciam o surgi-mento da hipertensão. Ter histórico de familiares com pressão alta ou eventos relacionados à hipertensão, como infarto e AVC, aumentam ainda mais a necessidade de se cuidar.

Site: http://ciadaconsulta.com.br

Doença Silenciosa

Hipertensão, o mal que também acomete jovens adultos

Sangue nas fezes, alterações dos hábitos intestinais, descon-formo abdominal, perda de apetite e diarreia. Esses são alguns dos sinais apresentados por um dos tipos de câncer mais preve-níveis, curáveis e letais, o colorretal. A doença atinge mais de 36 mil pessoas no Brasil anualmente, de acordo com as estimativas do Inca para 2018 – é o segundo mais frequente em mulheres e o terceiro, em homens. Seu rastreamento é indicado a partir dos 50 anos (OMS), mas segundo estudo da Sociedade Americana de Câncer, dobrou o número de casos em jovens adultos.

Obesidade e sedentarismo são algumas das razões pelas quais 30% dos diagnósticos são em quem tem menos de 55 anos. Assim, o documento divulgado pela Sociedade Americana conclui que indivíduos nascidos em 1990 têm quatro vezes mais chance de desenvolver câncer de reto e o dobro de chance de ter o de intestino, se comparado com alguém nascido na década de 1950.

Os fatores de risco em jovens estão ligados justamente ao estilo de vida, como indica outro estudo, publicado no British Me-dical Journal. Segundo ele, a cada 5kg/m2 ganhos no índice de massa corporal (IMC), aumenta 9% o risco de desenvolver cân-cer colorretal em homens.

O Dr. Tomazo Franzini, diretor da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), esclarece que a obesidade está ligada a diversos tumores, especialmente aos que acometem o aparelho digestivo. “Contudo, ela não é a causa em si, mas a consequência de uma série de maus hábitos, de estilo de vida e alimentares”.

O especialista ressalta a necessidade de campanhas edu-cacionais sobre a neoplasia “Precisamos conscientizar a po-pulação - e os próprios médicos - a respeito desse aumento. Em jovens, o diagnóstico costuma ser tardio justamente por falta de informação: sem saber os sintomas e a possibilidade de desenvolver a patologia, tardam a procurar um espe-cialista e, logo, a obterem o diagnóstico e iniciar o trata-mento”, analisa.

Abrangendo tumores que agridem o cólon e o reto, segmentos do intestino grosso, o câncer colorretal é identificado pela colo-noscopia, exame que permite a visualização direta do interior do reto, cólon e parte do íleo terminal. O procedimento é a prin-cipal ferramenta para rastrear a neoplasia, uma vez que pode identificar lesões pré-oncológicas, conhecidas como pólipos, e removê-las durante o próprio procedimento. Ou seja, é capaz de prevenir, diagnosticar e tratar o câncer.

“A colonoscopia é fundamental no enfrentamento do avanço dos casos da doença, por isso, precisamos desmitifica–lo e ampliar o acesso à informação sobre a doença e suas formas de prevenção. Os sinais são sutis e podem ser confundidos com outras doenças, por isso um especialista deve ser procurado sempre que houver quaisquer suspeitas de problemas no aparelho digestivo”, conclui.

Fatores de Risco

Câncer colorretal é cada vez mais frequente em jovens

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LIGIA MARIA MUSSOLINO CAMARGO

Voltando no tempo paramos no dia 12 de abril de 1961, quando o russo Yuri Gagarin realizou o sonho do ser humano desde remotas eras: viajar pela imensidão do cosmo; mais tarde em 20 de julho de 1969, o americano Neil Armstrong chega à Lua, sendo o primeiro homem a pisar na Lua, comandando a missão Apollo 11. A sonda americana hoje dá voltas em Marte.

São prodígios realizados pelo ser humano com esforço, interesse, boa vontade e inteligência; infelizmente esquecemos de cuidar de um bem maior; a água e o que sua falta representaria para a humanidade.

No dia 12 de abril deste ano, coincidentemente, aconteceu na Cidade do Cabo, na África do Sul um fato que comoveu o mundo, dos ditos civili-zados. Nesse dia a cidade ficou totalmente sem água. Isso representou um esforço profundo: um dia todo sem água. Eles quiseram mostrar ao mundo a necessidade de preservar a natureza, especialmente a água. Ela não pode ser desperdiçada, impunemente, é um recurso que tem de ser preservado.

Numa época em que se começa a dar importância à preservação da Natureza e à própria vida no planeta Terra, a ação na Cidade do Cabo é um aviso, um alerta. Há falta de água em grande parte do planeta como na África, no nordeste brasileiro e em muitas outras regiões do mundo. E como sempre quem mais sofre são os países mais pobres e desorganizados.

“Nos últimos 90 anos poluímos muito mais a terra, o mar, a atmosfera

que a soma de todos os séculos passados”.Precisamos educar e reeducar a população nesse sentido, nada é

eterno. A transposição do rio São Francisco é exemplo de um projeto fa-raônico, onde foram gastos bilhões de reais e nem se sabe se o projeto é viável. É uma agressão imensa à Natureza, e certamente isso causará problemas ecológicos, sociais e econômicos.

“O consumo de água no mundo deverá ser multiplicado por sete até 2030”. São índices assustadores, que deveriam nos levar à busca de soluções.

Realizou-se em Brasília de 17 a 23 de março deste ano o “8⁰Fórum Mundial de Água”, organizado pelo Conselho Mundial de Água, o evento contou com a participação de 70 países, naturalmente o assunto é nos-so bem primordial: a água. Quem sabe encontraremos soluções para o problema da falta d’água no planeta. Não podemos mais nos dar ao luxo de ignorar questões do meio ambiente.

Talvez seja pertinente a parábola do “Menino e os peixinhos”: Estava um menino brincando na praia e toda vez que as ondas jogavam na areia muitos e muitos peixinhos, ele orria e devolvia alguns ao mar.

Um senhor que observava o que ele fazia, disse-lhe “por que fazer esse esforço todo é inútil você não conseguirá salvar todos, a maior par-te dos peixinhos morrerão na praia.” O garoto olhou para o peixinho em sua mão e para o homem, e disse:

-“Mas, este na minha mão está salvo”.Se nossas ações para preservar a biodiversidade fossem conjuntas,

conseguiríamos resultados bem mais favoráveis e rápidos.“Águas de Março” canção de Tom Jobim, que fala sobre a beleza da

natureza diz assim, no final:“São as águas de março fechando o verão e a promessa de vida

em meu coração”. Água representa a promessa de vida, a esperança e continuidade da Vida, no Planeta Terra.

“Bem Primordial: Água”

Opinião

“De que adianta irmos ao espaço,Se somos incapazes de preservarNosso bem primordial.”(Flávio Tavares, jornalista, escritor e professor da Universidade Brasília.)

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DB – Diagnósticos do BrasilTel.: (41)3299-3400

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Os perigos da alta ou baixa concentração de potássio no sanguePresente em diversos alimentos, o potássio é um mineral mui-

to importante para o corpo, responsável pela transmissão dos impul-sos nervosos, contração muscular e o bom funcionamento de órgãos como, por exemplo, o coração e os rins. Valores considerados normais de potássio no sangue variam de 3,5 a 5 mililitros por milímetro cúbico de sangue e tanto a sua falta como o seu excesso, podem ocasionar arritmias cardíacas e morte súbita.

Alguns sintomas como a fraqueza muscular, câimbras, constipação, e fa-diga podem indicar a falta de potássio no sangue (hipocalemia). Já níveis elevados desse mineral (hipercalemia) possuem relação direta com a fre-quência cardíaca, afetando também o sistema nervoso e em casos mais gra-ves, pode ocasionar paralisia ou dificuldade para mover membros do corpo.

Diversos fatores contribuem para que haja um desequilíbrio no nível de potássio no sangue e somente uma análise laboratorial é capaz medir com precisão a concentração desse mineral no organismo. Se identificada a hipocalemia ou a hipercalemia, o médico irá indicar para o paciente o tratamento mais adequado, que deverá ser seguido à risca.

Geralmente casos de hipocalemia (quando o nível de potássio é me-nor que 3 mEq/L) são tratados com a reposição do potássio diluído e ad-ministrado de forma lenta e gradual para que não resulte em hipercalemia. Para os casos de hipercalemia (quando o potássio em soro é superior a 5,0 mEq/L) existem diversas metodologias, sendo assim, o tratamento é

realizado de acordo com o quadro clínico de cada paciente. A orientação médica nesse processo é essencial, pois qualquer erro pode ser fatal.

O Diagnósticos do Brasil realiza a análise do nível de potássio através de soro refrigerado, disponibilizando aos seus clientes o ma-terial de coleta e se responsabilizando pelo transporte do material em condições térmicas ideais (2°C a 8°C) até a unidade processadora. O resultado é liberado e enviado direto ao sistema em apenas 1 dia útil, agilizando a entrega do laudo para o laboratório credenciado e, conse-quentemente para o paciente do seu laboratório.

Referências.MINUTO SAUDÁVEL. O que é Hipercalemia, sintomas, tratamen-

to, causas, prevenção e mais. Disponível em: < https://goo.gl/6r5LG3 > Acesso em: 29 de jan. de 2018.

MINUTO SAUDÁVEL. O que é Hipocalemia, sintomas, tratamento, cau-sas, prevenção e mais. Disponível em: < https://goo.gl/333FNr > Acesso em: 29 de jan. de 2018.

IBAP. Relembre a importância da análise do potássio no sangue. Dis-ponível em: < https://goo.gl/6D9jRK> Acesso em: 29 de jan. de 2018.

Na Emergência, o teste D-dímero reduz a necessidade do examede imagem para pacientes com suspeita de TEP/TVP 1

Guidelines da Sociedade Europeia de Cardiologia afirmam que a medição de D-dí-mero combinado com avaliação de probabi-lidade clínica é a primeira avaliação em pa-cientes admitidos na sala de emergência. 2,3

www.roche.com.br

Algorítmo de diagnóstico para exclusão da TVP e TEP com uso

do D-Dímero

D-dímero é um teste de exclusão rápi-do e confiável para suspeita de TVP e TEP (usado em conjunto com o índice de proba-bilidade pré-teste). 4, 5, 6, 7

Teste D-dímero Point of Care

TC, tomografia computadorizada; VP scanner, scanner ventilação/perfusão; CUS, ultrassonografia de compressão nas veias da perna; TEP, tromboembolismo pulmonar; TVP, trombose venosa profunda; VPN, valor preditivo negativo; Probabilidade pré-teste: probabilidade de ter a doença antes dos resultados diag-nósticos serem conhecidos; Pontuação de Well: sistema de pontuação que combina variáveis referentes ao histórico clínico e físico, no qual valores abaixo ou iguais a 4 = TEP improvável e valores acima de 4 = TEP provável9.

Referências:

Um risco de probabilidade baixo a moderado para TEP ao lado de um teste D-dímero negativo mostrou ter valor preditivo 100% negativo (VPN). Igualmente, um VPN a 100% foi demonstrado com um teste D-dímero negativo ao lado de uma pontuação de Well in-dicando que TVP era improvável. 8

Para mais informações: 0800 77 20 295 ou [email protected]

1 Moe, G. W., et al. (2007). Circulation 115(24), 3103-3110.2 Konstantinides, S. V., et al. (2014). Eur Heart J 35(43), 3033–3080.3 Kucher, N., et al. (2003). Eur Heart J 24(4), 366-376. 4 Demp e, C. E., et al. (2006). Thromb Ha-

emost 96(1), 79–83.5 Runyon, M. S., et al. (2008). Emerg Med

J 25(2), 70–75.6 Wells, P. S., et al. (2003) N Engl J Med

349(13), 1227–1235.7 Wells, P. S., et al. (2000). Thromb Hae-

most 83(3), 416–420.8 De Bastos, M. M., et al. (2008). Blood

Coagul Fibrinolysis 19(1), 48-54.9 Terra-Filho M, Menna-Barreto SS e Co-

laboradores. (2010). J Bras Pneumol 36(su-pl.1):S1-S68

Reg. ANVISA: cobas h 232 - 10287410670; Tira Roche CARDIAC proBNP -10287410909; Tira Roche CARDIAC Troponina T –10287410428; Tira Roche CARDIAC Dímero-D – 10287410066; Tira Roche CARDIAC Mioglobina – 10287410440; Tira Roche CARDIAC CKMB – 10287410750

COBAS e LIFE NEEDS ANSWERS são mar-cas da Roche.

©2018 Roche – Março 2018 - IRDL1203 Ro-che Diagnostica Brasil Ltda, São Paulo - SP 05321-010 - Brasil www.roche.com.br

START MAX - Simplicidade nascida da ExperiênciaA Stago lança no Brasil mais um equipamento da linha Max Genera-

tion, O Start Max, um equipamento semi-automático para realização de testes em Hemostasia, que atende tanto laboratórios de pequeno porte, como pode ser utilizado como backup.

Possui Sistema de Detecção Baseado na Viscosidade -mecânico (que não sofre interferência em plasmas com hemólise, icterícia ou lipemia – HIL), que proporciona consistentemente resultados exatos e precisos, com máxima uniformização dos resultados com os outros instrumentos da Geração Max.

Amplo menu de testes de hemostasia: Tempo de Protrombina (TP), Tempo de Tromboplastina Parcialmente ativada (TTPa), Fibrinogênio, Tempo de Trombina (TT), Fatores, Proteína C e S e Anticoagulante Lúpico. Resultados liberados em Seg, INR, %, Ratio, Mg/dl, IU/Ml, g/L

Software único no mercado com uma gestão completa de informações

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de reagentes, resultado de paciente, controle de qualidade (CQ) e dados de calibração, podendo armazenar 50 resultados de pacientes e até 120 valores de CQ por parâmetro, possui menu de CQ completo com gráfico Levy-Jennings e estatísticas de de dois níveis de CQ, realiza armazena-mento de curvas de calibração e permite realizar back up dados através porta USB.

O CQC preocupado em distribuir o que há de melhor no mercado Diag-nóstico em parceria com a Stago disponibiliza um equipamento simples, intuitivo com ferramentas modernas para trazer soluções para o laboratório.

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Os recursos na saúde são um dilema no mundo todo, por vá-rias razões. A medicina avança e encarece, os tratamentos evo-luem, as pessoas vivem e adoecem mais. Haja dinheiro para tanto. Há quem diga que este seja um problema insolúvel. No entanto, se colocarmos uma lupa sobre os gastos e os recur-sos, veremos que é possível mudar e melhorar.

Os eventos adversos em saúde, que podem ser evitados, por exemplo, consomem até R$ 15 bilhões da saúde privada no Brasil por ano. São dados do estudo “Erros acontecem: a força da transparência no enfrentamento dos eventos ad-versos assistenciais em pacientes hospitalizados”, do Instituto de Estudos para a Saúde Suplementar (IESS). Aqui, estamos falando apenas da saúde privada, uma vez que não há ele-mentos nem controle suficientes sobre os erros cometidos no SUS.

Outro problema, este bem brasileiro, são os leitos ociosos. Dados do Banco Mundial indicam que menos de 40% dos leitos hospitalares são ocupados no Brasil, o que custa cerca de R$ 20 bilhões ao ano. Soma-se a isso os hospitais pequenos, com-provadamente ineficientes, que são a maioria no Brasil: 65% dos hospitais do país têm menos de 50 leitos e apenas 13% têm cem leitos ou mais.

As órteses, próteses e materiais especiais são um caso à parte. Estudo encomendado pelo Núcleo de Assessoramento

Econômico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi-sa) à Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estu-dos Tecnológicos (Coppetec) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelou, por exemplo, que uma prótese de quadril pode custar de R$ 2.282 a R$ 19 mil, uma diferença de R$16.718 ou 733%. Apenas um exemplo.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, no mundo todo, perde-se de 20% a 40% dos gastos com saúde em desperdício. Trazendo este número para a realidade brasileira, podemos dizer que as perdas no país custam hoje cerca de R$ 80 bilhões. Dez por cento disso (R$ 8 bilhões) en-tra na conta da corrupção.

Transparência é a palavra-chave para a transformação na saúde. Experiências isoladas, mas bem-sucedidas, mostram--nos o caminho. O programa do Hospital Albert Einstein, que estabeleceu a segunda opinião em cirurgia de coluna, por exemplo, revelou que apenas 41% dos pacientes que tinham in-dicação cirúrgica precisavam de fato da operação. Iniciada em 2011, a ideia se multiplica: em 2016, a Beneficência Portuguesa de São Paulo implantou iniciativa semelhante, com resultados ainda mais impressionantes: em cerca de 60% dos episódios, o procedimento não era o mais indicado aos pacientes.

Ao que me parece, a transparência é a base para a transfor-mação do país inteiro, e não apenas na saúde.

Opinião

Não temos tempo nem dinheiro a perder

DR. YUSSIF ALI MERE JR

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RODRIGO MASINI DE [email protected]

É muito frequente quando uma nova tecnologia chega, gerar uma enorme quantidade de dúvidas e controvérsias. A tecnologia Blockchain tem o potencial de mudar os cuidados de saúde e a forma como nós, provedores, gestores e pacientes, interagimos com nossos serviços de saúde.

Existem várias referências excelentes sobre como essa tecnolo-gia funciona. Em vez de me concentrar na tecnologia, vou analisar alguns dos problemas mais comuns a serem resolvidos em saúde, a interoperabilidade de informações. Posso afirmar, que o Blockchain será capaz de fornecer soluções que transformarão a forma como hoje operamos as informações de saúde.

A necessidade de identidade digital Blockchain está se tornan-do cada vez mais crítica devido ao aumento do volume de tran-sações. O número de transações dependentes da identidade está crescendo devido ao aumento do uso do canal digital e à cres-cente conectividade entre as entidades. Há também um aumento na complexidade da transação, pois estas geralmente envolvem entidades diferentes, sem relacionamentos previamente estabe-lecidos.

Além disso, no mundo em que vivemos, e isso está aumentan-do ao longo do tempo, cada paciente é realmente um conglome-rado de uma enorme variedade de dados. No passado, um único prontuário médico em um hospital pode ter sido adequado. O pa-ciente do futuro é um composto de vários prontuários médicos, de diversos provedores, como um hospital, clínica, consultório, farmácias, dados genômicos, grande conjunto de dados de nos-sos wearables, pesquisas, implantes e IoT. Através do Blockchain, todos esta enorme quantidade de dados estariam associados a uma única identidade.

A identidade do paciente está na raiz de todas as transações de saúde. Um dos problemas mais desafiadores para resolver nos cui-

dados de saúde é estabelecer e manter a identidade dos pacientes e os médicos credenciados para tratá-los.

Uma identidade digital gerenciada sob uma cadeia de blocos com assinaturas digitais e um mecanismo de consenso fornecem uma solução de identidade imutável para cuidados de saúde.

A abordagem de identidade Blockchain aborda identidades únicas que precisam ser representadas digitalmente. O único, refere-se a um indivíduo que normalmente é representado digi-talmente com nome de usuário e senha, e que se desloca para a biométrica e técnicas de autenticação multifactorial, como a impressão digital, a varredura facial e o número de um telefone celular específico.

Essa identidade pode então autorizar a criação e uso do prontu-ário eletrônico do paciente ou do médico devidamente credenciado. A identidade do paciente é capturada em uma assinatura digital e criptograficamente capturada na cadeia de blocos, que se torna a fonte imutável de verdade para a identidade do paciente.

Ainda nessa linha, o Blockchain pode melhorar a segurança, for-necendo um processo de gerenciamento de identidade mais confi-ável. Também pode reduzir o estresse nos pacientes ao comunicar informações de saúde à medida que eles herdam mais responsabi-lidade sob seus próprios cuidados.

Portanto, estes são apenas alguns exemplos de como esta tec-nologia pode melhorar significativamente os cuidados de saúde. A interoperabilidade e o potencial de segurança do Blockchain têm vários casos de uso e podem ser a resposta para um registro de saúde longitudinal seguro e confiável, proporcionando a interope-rabilidade que cada organização de saúde busca alcançar. Muitas organizações agora estão investindo em cadeias de blocos e pres-tadores de serviços que podem ajudá-los a integrar e adotar essas tecnologias.

A necessidade de Blockchain em cuidados de saúde

Opinião

No dia 25 de maio, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) completa 118 anos de contribuições para a ci-ência e saúde no país (veja abaixo o vídeo institucional da unidade).

Para comemorar a data, estão programadas ativida-des ao longo de todo o mês de maio. Além de atividades exclusivas para a comunidade interna, haverá opções abertas à participação do público, de forma gratuita e sem necessidade de inscrições prévias.

Fonte: IOC/Fiocruz

Comemoração

Instituto Oswaldo Cruz celebra 118 anos

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Relacionamento Wama Diagnóstica:Tel: +55 16 3377.9977 SAC: 0800 772 9977

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Wama apresenta o Leitor WF500 deTestes Rápidos Fluorescentes

A Wama Diagnóstica, empresa com mais de 25 anos de experiência no mercado diagnós-tico, apresenta um novo conceito em rotinas de diagnósticos laboratoriais, através do leitor de testes rápidos fluorescentes WF500.

O WF500 proporciona resultados rápidos e quantitativos, utilizando testes de alta sensibili-dade e especificidade.

Tal qualidade de resultados só é alcançada devido ao sistema de autocalibração somado às informações de curvas e equações espe-cíficas para cada parâmetro e para cada lote presentes no cartão SD que acompanha o kit. Com isso, obtêm-se maior precisão e exatidão em cada exame realizado.

O equipamento possui um sistema de vali-dação do teste, baseado no cartão SD, impos-sibilitando troca de informações e liberação de resultados equivocados.

Acompanhado de testes com tempo de rea-ção que variam de 3 a 15 minutos, o WF500 se destaca no mercado através por possuir:

• Memória para armazenar 10.000 resultados;• Cassetes específicos para cada parâmetro

e vinculados ao cartão SD correspondente;• Possibilidade de uso em local sem ener-

gia elétrica utilizando bateria de lítio-ion (acessório);

• Armazenamento de curvas para cada lote;• Sistema Android com tela colorida e touch

screen;• Impressora interna;• Conexões: 2 USBs, rede e leitor de códi-

gos de barras;Além disso, é um equipamento extremamen-

te versátil, sendo adaptável a rotinas de labora-tórios de diferentes portes através dos dois mo-dos de leitura: Modo Interno, que permite realizar um teste por vez com controle interno de tempo de reação e Modo Externo, que permite utilizar o equipamento em grandes rotinas, através de uma leitura muito rápida e de fácil operação.

O leitor WF500 comporta leitor de códigos de barra e conexão a um sistema de impressão através de 2 entradas USB, 1 entrada de Rede e 1 entrada Serial.

O Leitor WF500 é um novo conceito no mercado diagnóstico, unindo testes de rápido resultado com excelente de-sempenho.

Parâmetros Imuno-Rápido Quanti:*Procalcitonina*PCR Ultrassensível*Hemoglobina Glicada Dímero-D*Troponina IApresentação: 10, 20, 25, 30, 40, 50 e 80

testes* Produtos com Registro no Ministério da

Saúde (MS) – ANVISA.Breve:MicroalbuminúriaNT-proBNPhCGFSHVitamina D

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Artigo de Revisão: Linfócitos são os leucócitos que estão ligados a defesa do organismo através da produção de anticorpos. Os Linfócitos produzem Linfocinas que interagem com os outros leu-cócitos – Monócitos, Neutrófilos, Eosinófilos e Basófilos – para que aconteçam os mecanismos de defesa do organismo. Nos Linfócitos a presença de receptores capazes de captar estímulos químicos do meio interno e que estão no organismo, é especialmente uma característica mais especializada do que nos outros tipos de leucócitos. Uma peculia-ridade dos Linfócitos também é a sua sequencia de maturação, porque passam por diversos órgãos, além da medula óssea, tais como: timo, gânglios linfáticos, amídalas, baço, placas de Peyer.

Os Imunologistas classificam os Linfócitos na dependência de sua maturidade, se passaram pelo Timo são os Linfócitos T, se em órgãos semelhantes a bursa de Fabrícius (uma parte da cloaca das aves), chamam-se de Linfócitos B. Estes dois tipos de Linfócitos tem vidas médias diferentes, sendo + 3 dias para os Linfócitos B, enquanto que 4 a 20 anos para os Linfócitos T.

Toda vez que os diversos tipos de Linfócitos sofrem a ação de es-tímulos antigênicos (presença de “algo estranho”), eles se tornam ati-vos, são Linfócitos Reativos, sendo identificados e denominados de Linfócitos Atípicos, que é u’a mistura heterogênea dos diversos tipos de Linfócitos (B e T) que estão na circulação sanguínea. Isto significa que a presença de maior número de tipos identificados como Linfócitos Atípicos, surgem em consequencia da necessidade dos Linfócitos de estarem ativados para responder a alguma resposta antigênica (CUR-VINEL 2010, MESQUITA 2010).

Os Linfócitos apresentam outras peculiaridades que os diferen-ciam dos outros leucócitos (THIEKE 1999, BIMCZOK 2006, MORANDI 2006, SIMON 2002, JAMRA 1983).

a) Os linfócitos além da circulação sangüínea tem a sua própria rede circulatória que é a rede linfática da qual fazem parte os gânglios e os vasos linfáticos. A rede linfática tem comunicações com a rede sangüínea.

b) Para completar a maturação do linfócito T, o Pró-Linfócito circula no sangue indo para o Timo.

c) Os Pró-Linfócitos que estão nos gânglios da circulação linfática, quando há necessidade podem se multiplicar, aumentando o número de Linfócitos circulantes.

d) A maioria dos Linfócitos do organismo não estão somente no sangue, mas sua distribuição estão em diversos órgãos, tais como: gânglios linfáticos = 41.3 %, baço = 15.2 %, timo = 10.9 %, intestino = 4.3 %, sangue = 2.2 % e outros tecidos = 10.9 %.

e) Os Linfócitos estão sempre em trânsito, existindo um tráfego lin-focitário constante entre o sangue e os outros tecidos, isto é a re-circu-lação linfocitária.

f) Existe um tipo especial de Linfócitos que são exterminadores na-turais ou células NK (Natural Killer). Este tipo de linfócito tem papel im-portante no combate das infecções virais e células tumorais, porque são capazes de ter atividade citotóxica contra células tumorais de diferentes linhagens, sem a necessidade do reconhecimento prévio de um antíge-no, isto não é comum nos outros tipos de Linfócitos (ABBAS 2015).

g) Além da re-circulação dos Linfócitos maturos ativados B, T e NK, existem diversos tipos de Linfócitos Imaturos que também estão circu-lando, tais como: Pró-Linfócitos, Plasmócitos em maturação ou Células Plasmáticas. Todos estes tipos de Linfócitos circulantes (maturos ativa-dos e imaturos) através das avaliações (por microscopia ótica e ou por automação) são identificados e denominados e Linfócitos Atípicos.

Nas Infecções Bacterianas e Virais existe a necessidade da ativa-ção antigênica, isto significa a presença das atividades dos Linfócitos Atípicos, por isto nestas condições, e em resultados de Leucogramas, sempre existem valores mais elevados para os Linfócitos Atípicos, ou seja Linfocitoses Atípicas. Nos Leucogramas executados por equipa-mentos automáticos, em consequencia do maior número de leucócitos analisados (em torno de 20.000 leucócitos), em todos os resultados existe a presença de Linfócitos Atípicos, que pode estar corresponden-do a faixa do valor numérico normal e ou a valores aumentados, que então serão sinônimos da presença de Linfocitose Atípica.

Em 1959 Gavosto e Maraini (GAVOSTO 1959, MARAINI 1959) já haviam referido que a diferença entre aqueles com mononucleose in-fecciosa e as pessoas normais é que nesta doença existe maior quan-

tidade de Linfócitos Atípicos. Em 1960 Efrati et Rozenszajn (EFRATI 1960) também referiram que na circulação sanguínea de todas as pes-soas normais existe em torno de 0.5 % de Linfócitos semelhantes aos encontrados na mononucleose infecciosa, pois esta é a patologia que, há muitos anos, se encontra maior quantidade de Linfócitos Atípicos (PAEGLE 1961, GALBRAITH 1963).

Do exposto até aqui se pode deduzir que as referências de Gavos-to, Mariani, Efrati e Vasu (GAVOSTO 1959, MARANI 1959, EFRATI 1960, VASU 2016) estão de acordo com os resultados da avaliação dos Linfócitos Atípicos por automação, porque através desta metodo-logia se avalia maior número de Leucócitos. Se então existia o con-ceito de que a presença de Linfócitos Atípicos somente eram vistos em determinadas situações patológicas, os resultados da automação modificam estes conceitos pois passa-se a observar que:

a) A presença de Linfócitos Atípicos existe normalmente em todos os Leucogramas.

b) Em determinadas condições este valor aumenta, podendo ser uma evidencia de maior necessidade da resposta imunológica.

c) Justifica-se a importância da avaliação /mm3 dos Linfócitos Atípi-cos porque além destes tipos de Leucócitos terem grande importância nas respostas imunológicas, sabe-se também que, os valores aumen-tados dos Linfócitos Atípicos não são exclusividade da mononucleo-se infecciosa, sendo encontrados em outras situações, entre as quais temos: Infecções (citomegalovirus, vírus de Epstein-Barr, toxoplas-ma, rubéola, herpes simples, herpes zoster, influenza, varicela, sífilis, hepatites A e B, febre da dengue hemorrágica), Drogas e Reações tóxicas (acido paraminosalicilico, fenotiazina, chumbo, trinitrotolueno, dapsona), Síndromes Pós-Perfusão, Radiações, Causas Hormo-nais (stress/epinefrina, tireotoxicoses, deficiências de glicocorticoides), Doenças Auto-Imunes, Doenças Idiopáticas (sarcoidose, miastenia grave), Rejeição de Transplante Renal, etc.

Conclui-se lembrando que: é necessário se observar a faixa dos valores para os Linfócitos Atípicos. A interpretação desta informação poderá ser utilizada durante as elaborações dos diagnósticos e prog-nósticos, desde quando a participação do sistema imunológico sempre deve estar presente nas reações de defesa do organismo que são as respostas inflamatórias e imunológicas.

Referências1) Curvinel WM, Mesquita Jr D, Araujo JAP, et al. Artigo de Revisão. Sis-

tema Imunitário – Parte I – Fundamentos da imunidade inata com ênfase nos mecanismos moleculares e celulares da resposta inflamatória.Rev Bras Reu-matol, 50 (4): 434-461, 2010.

2) Mesquita D Jr, Araujo JAP, Catelena TTT, et al. Artigo de Revisão. Siste-ma Imunitário – Parte II – Fundamentos da resposta imunológica mediada por linfócitos T e B. Rev Bras Reumatol. 50 (5): 552-580, 2010.

3) Thieke P & Rothkötter. Quantification of proliferating lymphocyte subsets appearing in the intestinal lymph and the blood. Clin. & Exp. Immun. 117(2): 277-284, august 1999.

4) Morandi B, Bougras G, Muller WA, Ferlazzo G, Muñoz C. NK cells of human secondary lymphoid tissues enhance T cell polarization via IFN-y secre-tion. Eur J Immun. 36 (9), 2394-2400, 2006.

5) Bimczok D and Rothkötter HJ. Lymphocyte migration studies. Vet Res 37, 325-338, 2006.

6) Simon MW. The atypical lymphocyte. International Pediatrics, 18 (1): 20-22, 2003.

7) Jamra M, Lorenzi TF. Leucócitos, leucemias, linfomas, Cap. 12 – Ed. Guanabara Koogan, S.A. Rio de Janeiro, 1983.

8) Abbas A. Imunologia Celular e Molecular, p. 166. Elsevier, 8ª ed. Rio de Janeiro, 2015.

9) Gavosto F, Pileri A and Marain G. Incorporation of thymidine labeler with tritium by circulating cells of infectious mononucleosis. Natures 183:1691, 1959.

10) Maraini G, Pilerí A and Gavosto F. Richerche sull activitá proliferativa degli elementi sanguini circolanti in condizioni normali e patologiche. Boll Soc Ital. Biologia Sperimentale 35: 632, 1959.

11) Efrati P and Rozenszajn L. The morphology of buffy coat in normal hu-man adults. Blood 16: 1012, 1960

12) Paegle RD. Electron microscopic study of leukocytes in infectious mo-nonucleosis. Blood 17:687, 1961.

13) Galbraith P, Mitus WJ, Gollerker, M and Dameshek W. The “infectious mononucleosis cell” a cytochemical study. Blood 22:630, 1963.

14) Vasu S, Caligiuri MA. Lymphocytosis and Lymphocytopenia in Williams Hematology 2016.

Artigo

Linfócitos: quem são os atípicos?

Autora: Maria de Lourdes Pires Nascimento, MD Hematologista, Universidade Federal da Bahia /UFBA [email protected]: Rute Brazil dos Santos Souto Estudante de Medicina, UGR, Universidade de Granada / Espanha.

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LUIZ ROBERTO DEL PORTO [email protected]

O paradigma estabelecido no século passado pelo médico escocês Archibald Leman Cochrane chamado Medicina Baseada em Evidên-cias (MBE), certamente mudou a maneira de se instituir tratamentos médicos em todo o mundo. Isto não se discute. Ocorre que estão os Laboratórios Clínicos preparados para o mesmo?

Para se chegar à uma conclusão plausível, há que se discutir alguns conceitos que ainda estão em voga no nosso país. Da mesma maneira que um Tribunal deve ser instigado através de uma parte interessada, seja o Ministério Público, ou uma parte que se sentir lesada, o Laboratório Clínico é despertado através de uma necessidade médica. As partes in-teressadas são médico e paciente. Laboratórios Clínicos não devem, por sua singular natureza, gerar seus próprios serviços, garantindo, por con-seguinte, preceitos éticos que satisfaçam a Sociedade Civil. Partindo des-ta premissa, como tais empresas devem se portar diante de tal arquétipo?

Segundo a assistente de Pesquisa Científica do Centro Cochrane do Brasil e Doutoranda em Medicina Interna e Terapêutica na UNI-FESP, Regina Paolucci El Dib, a Medicina Baseada em Evidências (MBE) é definida como o elo entre a boa pesquisa científica e a prática clínica, ou seja, a MBE utiliza provas científicas existentes e dispo-níveis no momento, com boa validade interna e externa, para a apli-cação de seus resultados na prática clínica utilizando padrões como efetividade, eficiência, eficácia e segurança. Seguindo este raciocínio, não há lógica no médico que solicita uma dosagem de Vitamina B12 a uma criança com anemia ferropriva, tampouco, naquele que demanda testes sorológicos de triagem para HIV em um paciente já com diag-nóstico fechado da Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida.

Sucede-se que isto intercorre constantemente nos laboratórios e, salvo equívoco, não cabe recusa na realização dos exames nestas situações.

Neste contexto, vemos claramente um desperdício de recursos, one-rando os Sistemas de Saúde público e privado e tornando assim, cada vez mais difícil os tão almejados reajustes nos valores dos exames de Laboratório, algo pleiteado por 10 emtre 10 empresários do setor, uma vez que tais práticas de requisições desnecessárias de exames vêem crescendo exponencialmente, num movimento antagônico à MBE.

As discussões sobre a maneira de remuneração pelos serviços médicos vêem aumentando sobremaneira nos últimos anos, uma vez que a atual fórmula, conhecida como “Fee For Service”, caminha à insustentabilidade.

A saída encontrada em todo o mundo parece ser a chamada “Pay For Performance”, que, em tese, conseguiria reduzir os custos médicos assistenciais. A aplicação da MBE no chamado sistema “Pay For Per-formance” seria a cereja do bolo neste processo, porém, há um espaço imensurável entre teoria e prática.

Voltando à analogia com o sistema judiciário, percebemos que o ca-minho da judicialização nos relacionamentos interpessoais vem dilatan-

Os Laboratórios Clínicos e a Medicina Baseada em Evidências

Opinião

do extraordinariamente, tornando nosso sistema judiciário lento e, mui-tas vezes, ineficaz. Aos Laboratórios Clínicos tais enunciados se valem do mesmo pensamento no que tange à dilatação exponencial, porém, felizmente a grande maioria das empresas do setor tem conseguido me-lhorar sua eficiência e eficácia. Basta que um tema sobre saúde caia nas graças de algum jornalista famoso que, imediatamente, isto se reflita nas requisições médicas, muitas vezes sem qualquer base científica para tal.

Será que são verdadeiramente necessárias tantas dosagens de Vitamina D como fazemos hoje? Não poderíamos substituir a antiga Curva Glicêmica, com seus cinco pontos de dosagem por apenas a coleta da glicemia basal e pós sobrecarga oral? Recentemente este missivista teve uma contenda com um médico, dito “Guru da medicina”, que exigia saber a concentração final da dosagem de Vitamina D de sua paciente, na qual ele havia administrado doses cavalares daquele complexo. Qual a real necessidade de se saber se a concentração de Vitamina D – 25 Hidroxi está em 800 ng/dL ou 1.200 ng/dL?

Segundo a médica Lisa Pryor, em artigo publicado pelo The New York Times e reproduzido aqui no Brasil pela Folha de São Paulo, ““gurus da medicina” são aqueles profissionais eloquentes e influentes, cujas ideias carecem de real embasamento científico. Estes profissio-nais promovem uma confusão entre verdade e fantasia”. Já, o Profes-sor Livre Docente em Cardiologia Luis Cláudio Correa, embasa tal afir-mação ao citar profissionais (ou gurus da medicina) “que argumentam contra vacinação de crianças, citando evidências científicas de que va-cina causa autismo, da mesma maneira, em que há profissionais que argumentam contra rastreamento de câncer de próstata. Ele acredita que as propostas destes “gurus” não prevalecem como modificadoras de condutas. Em sua maioria, atuam em “guetos” sofisticados, venden-do seus tratamentos fantasiosos para uma elite que procura fórmulas platônicas da felicidade”. E é, seguindo este raciocínio, que chegamos à conclusão de que muito do desperdício presente nos sistemas de saúde, se deve às práticas antagônicas à MBE. Lisa Pryor, em seu artigo, corrobora tal afirmação, quando apresenta a solução para os gurus da saúde: a Medicina Baseada em Evidências.

Retomando a discussão sobre os Laboratórios Clínicos, torna-se difícil a implantação do sistema de remuneração “Pay For Performance”, uma vez que há o risco presente de nos depararmos constantemente com médicos incompetentes que, para suprimir suas carências científicas, fazem mão do uso da Propedêutica Armada como alternativa final para seus diagnósticos.

Não resta qualquer ceticismo de que a Medicina Baseada em Evi-dências é um caminho sem volta, e uma importante ferramenta para a consolidação do “Pay For Performance”. Resta-nos descobrir de que maneira os Laboratórios Clínicos modernos irão se encaixar nestes novos paradigmas.

O setor de saúde suplementar está há anos-luz da indústria quando o assunto é controle de desperdício. Enquanto no setor industrial o nível de excelência é tão alto que a busca do desperdício é feito na casa dos decimais, na área da saúde estudos calculam desperdícios de 30 a 50% de recursos financeiros mal utilizados. E não é uma situação vista apenas no Brasil – está relacionada à forma como foi moldado e como funciona o sistema de saúde. Portanto, podemos dizer que é uma culpa compartilha-da por todos os envolvidos.

Nosso modelo de saúde tem vários problemas, como o fato de privile-giar o especialista em detrimento do médico generalista e ser baseado na medicina tecnológica. Os desperdícios em diversas escalas tendem a tor-nar o sistema insustentável em curto prazo. Essa questão é um problema cultural, de difícil solução, mas que precisa ser discutida. Caso contrário, em 20 anos, não teremos mais dinheiro para bancar a saúde.

A culpa é dos médicos. Hoje vemos que a medicina tecnológica se sobrepõe à medicina humanística. Muitas vezes, os pacientes solicitam aos médicos exames desnecessários. Em outras, para ter segurança, o médico deixa de lado a história, o exame clínico e apoia suas decisões e condutas em exames de laboratório desnecessários. A própria tecnologia também contribui nesse cenário. Os pacientes fazem buscas na internet sobre exames e procedimentos, levando solicitações ou exigências aos médicos. O que observamos, entretanto, são índices de normalidade em exames em torno de 90% - que em sua maioria não tinham justificativa para serem solicitados. O desperdício é comprovadamente muito alto.

Artigo/Saúde Suplementar

Desperdício pode acabar com planos de saúde em 20 anosA culpa é do cliente. O pensamento de que médico bom é o que pede

exames é cada vez mais comum, contribuindo para o para o aumento da requisição desnecessária de exames.

Além disso, outro grande problema é em relação ao não compareci-mento às consultas. Trabalhamos hoje com um índice de faltas de 25 a 30%. São consultas às quais o paciente não comparece e não desmarca. O desperdício também ocorre quando são feitas consultas aos especia-listas sendo que em 90% dos casos um médico generalista resolveria o problema.

A culpa é dos hospitais. O modelo de remuneração vigente nos hos-pitais é o de serviço prestado, não considerando a qualidade do serviço. Existem estudos que mostram uma possível solução pela remuneração por excelência e resultado. Alguns países já estão buscando essa mudan-ça realizando pagamentos por pacote. Os hospitais com melhor resultado ganham um valor maior e os que não se importam com o resultado con-sequentemente recebem menos.

A culpa é das operadoras. Nas operadoras falta uma coisa básica, que é a comunicação das informações. Então, o indivíduo comparece em um consultó-rio e o médico solicita diversos exames. Algum tempo depois, outro profissional irá solicitar novamente os mesmos exames. Poucas empresas possuem siste-mas que interligam essas informações. É um exemplo de algo simples de ser implantado e que poderia contribuir para diminuir o desperdício.

*Cadri Massuda é presidente da regional PR/SC da ABRAMGE-Associação Brasileira de Planos de Saúde.

*Cadri Massuda

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O Turn Around Time (TAT) é um indicador quantitativo que demonstra se o laboratório está cumprindo o tempo de retorno acordado com os pacientes, médicos e serviços hospitalares. Permite que o laboratório conheça o tempo gasto em todos os seus processos e é um indicador de desempenho cuja análise ajuda a identificar falhas e gargalos de produtividade dos dife-rentes setores do laboratório.

Conhecer o tempo gasto em cada fase do processo laboratorial auxilia a gestão a tomar ações de melhoria com assertividade, visando maior eficiência e agilidade e, logo, a diminuição do tempo de entrega dos resultados.

Este é um indicador considerado muito importante principalmen-te para laboratórios que atendem hospitais e serviços de urgências. Em alguns casos, os protocolos de atendimento estipulam o prazo de

liberação de alguns exames, onde a análise do TAT permite um con-trole apurado do tempo gasto nos processos pré-analítico, analítico e pós-analítico.

A principal forma que o laboratório pode melhorar o TAT é com a otimização dos seus processos. Desde o recebimento da solicitação médica até à liberação dos resultados. Sistemas de informação labo-ratorial têm um papel fundamental na melhoria desses processos e do workflow de atividades. A automatização contribui para a diminuição dos erros, além de tornar os processos mais produtivos e rápidos.

Os sistemas de informação laboratorial permitem ainda mapear e registrar a performance de todas as atividades que compõem os pro-cessos do laboratório, transformando esses dados em indicadores. Assim, quanto mais informatizado e automatizado forem os processos do laboratório, mais fidedignos serão os dados para a análise do TAT.

Gestão do TAT como indicador de desempenho do laboratório

Opinião

ALEXANDRE CALEGARI

[email protected]

2018

JUNHO45º Congresso Brasileiro de Análises ClínicasData: 17 a 20 de junho de 2018

JULHOConvenção Brasileira de Hospitais (CBH)Data- 26 a 28 - UNIP /São Paulo http://anad.org.br/congresso

12ª Convenção Brasileira de Hospitais 2, 3 e 4 de julho de 2018Goiânia www.abramed.org.br

SETEMBROCongresso Internacional de Genética10 a 14 de Setembro de 2018 - Foz do Iguaçu

52º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial25 a 28 de setembro de 2018Local: Centro de Convenções de Florianópolis

OUTUBROHOSPITALMED-Data 03 a 05 de outubro de 2018Local: Centro de Convenções de Pernambuco-Recife/PEhttp://www.hospitalmed.com.br

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