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Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS - ParticipaSUS Brasília – DF 2009 MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Série B. Textos Básicos de Saúde 2.ª edição 1.ª reimpressão

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  • Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa no SUS - ParticipaSUS

    Braslia DF2009

    MINISTRIO DA SADESecretaria de Gesto Estratgica e Participativa

    Srie B. Textos Bsicos de Sade

    2. edio1. reimpresso

  • 2008 Ministrio da Sade.Todos os direitos reservados. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que no seja para venda ou qualquer fi m comercial.A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra da rea tcnica.A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade: http://www.saude.gov.br/bvsO contedo desta e de outras obras da Editora do Ministrio da Sade pode ser acessado na pgina: http://www.saude.gov.br/editora

    Srie B. Textos Bsicos de Sade

    Tiragem: 2. edio 1. reimpresso 2009 20.000 exemplares

    Elaborao, distribuio e informaes:MINISTRIO DA SADE Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaEsplanada dos Ministrios, Bloco G, Edifcio Sede, 4. andar, sala 406CEP: 70058-900, Braslia DFTels.: (61) 3315-3616 / 3315-3326 Fax: (61) 3322-8377 / 3321-1935E-mail: [email protected] page: www.saude.gov.br

    Editora MSDocumentao e InformaoSIA, trecho 4, lotes 540/610CEP: 71200-040, Braslia DFTels.: (61) 3233-1774 / 2020Fax: (61) 3233-9558E-mail: [email protected] page: http://www.saude.gov.br/editora

    Equipe Editorial:Normalizao: Heloiza SantosReviso: Mara Soares PamplonaCapa, projeto grfi co e diagramao: Convnio entre Ministrio da Sade e Fundao Universidade de BrasliaImpresso e acabamento: Editora MS

    Impresso no Brasil / Printed in Brazil

    Ficha Catalogrfi ca

    Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa. Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa no SUS - ParticipaSUS / Ministrio da Sade,

    Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa. 2. ed. Braslia : Editora do Ministrio da Sade, 2009.

    44 p. (Srie B. Textos Bsicos de Sade)

    ISBN 978-85-334-1485-3

    1. Polticas pblicas em sade. 2. Gesto participativa. 3. Sistema nico de Sade. I. Ttulo. II. Srie.

    NLM WA 525-546

    Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2009/0262

    Ttulos para indexao:Em ingls: National Policy of Participative and Strategic Administration in the Unifi ed Health System (SUS)Em espanhol: Poltica Nacional de Gestin Estratgica y Participativa en el Sistema nico de Salud (SUS)

  • Sumrio

    Apresentao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    1 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

    2 Princpios e Diretrizes da Poltica Nacional de

    Gesto Estratgica e Participativa no SUS . . . . . . . . . . . . . . . 13

    3 Componentes da Poltica Nacional de Gesto

    Estratgica e Participativa no SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153.1 A Gesto Participativa e o Controle Social no SUS . . . . . . . . 163.2 Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS . . . . . . . . . . 193.3 A Ouvidoria do SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223.4 A Auditoria do SUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

    4 Aes a Serem Desenvolvidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

    5 Atribuies e Responsabilidades das Esferas de Gesto . . . . . . . 315.1 Atribuies e Responsabilidades do Gestor Federal . . . . . . . 315.2 Atribuies e Responsabilidades dos Gestores

    Estaduais e do Distrito Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 345.3 Atribuies e Responsabilidades dos Gestores Municipais. . . 36

    Anexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39Portaria n. 3.027, de 26 de novembro de 2007 . . . . . . . . . . 39

    Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa . . . . . . . . . . . . . 41

  • 5Apresentao

    O presente documento, elaborado pela Secretaria de Gesto Estrat-gica e Participativa (SGEP), objetiva apresentar a referida poltica, que orienta as aes de governo na promoo, na qualifi cao e no aperfei-oamento da gesto estratgica e democrtica das polticas pblicas, no mbito do Sistema nico de Sade (SUS), nas respectivas esferas de gesto.

    A proposta est fundamentada no programa de governo, na propos-ta da equipe de transio, nas deliberaes da 12 Conferncia Nacio-nal de Sade, no Plano Nacional de Sade (PNS) e nas deliberaes do Conselho Nacional de Sade (CNS), bem como nos dispositivos consti-tucionais e legais que regulamentam o SUS.

    O governo federal tem o compromisso de consolidar a Reforma Sa-nitria brasileira, ancorada no conceito ampliado de sade, concebido como qualidade de vida e decorrente da implementao de polticas econmicas e sociais direcionadas ao bem-estar da populao, reafi r-mando as responsabilidades do Estado em relao proteo social, conforme preceitua o artigo 3 da Lei n 8.080, de 1990.

    A Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988 concei-tua a seguridade social como um valor social, confi gurada como um sistema que compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social (artigo 194). Nesse contexto, o SUS surge como estratgia descentralizada para a ateno e o cuidado sade, tendo por base os princpios e as diretrizes de universalidade, eqidade, integralidade e participao da comunidade, indicando que esta deve atuar na formulao e no controle das polticas pblicas de sade.

    Entretanto, para que ocorra a efetiva participao social na gesto da sade, fundamental que se implementem mecanismos de mo-

  • 6bilizao dos diferentes sujeitos relacionados ao SUS, fortalecendo a cidadania plena. Formalmente, todos os estados e municpios tm con-selhos de sade; porm, em muitos casos, so frgeis na efetividade e na efi ccia de suas atuaes, requerendo iniciativas concretas das trs esferas de gesto do SUS e da sociedade civil.

    A administrao federal tem buscado, entre suas prioridades, alcan-ar maior efi cincia, efi ccia e efetividade na gesto do Estado. Todavia, o crescente grau de complexidade da institucionalizao do SUS, con-comitantemente progressiva descentralizao das responsabilidades pela execuo das aes de sade e pelo uso dos recursos fi nanceiros, exige o alcance de maior competncia na execuo dos processos de gesto estratgica e participativa do sistema.

    Com o objetivo de reunir diversas estruturas responsveis pelas fun-es de apoio gesto estratgica e participativa no SUS, a Secretaria de Gesto Participativa, criada em 2003, foi reestruturada pelo Decreto n 5.841, de 13 de julho de 2006, quando passou a ser denominada Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa. Naquela oportunidade, incorporou-se SGEP o Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DenaSUS), foi institudo o Departamento de Monitoramento e Ava-liao da Gesto do SUS, transformou-se o Departamento de Acompa-nhamento da Reforma Sanitria em Departamento de Apoio Gesto Participativa e, por fi m, ampliou-se o Departamento de Ouvidoria-Ge-ral do SUS.

    Por oportuno, destaco que tal processo vem contribuindo para a qualifi cao da administrao pblica, ampliando-se seu comprometi-mento com a gesto participativa.

    Assim, em continuidade a esse movimento, apresento a Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa no SUS (ParticipaSUS), debatida e aprovada no colegiado do Ministrio da Sade, no Conselho Nacional de Sade, e pactuada na Comisso Intergestores Tripartite (CIT).

    JOS GOMES TEMPOROMinistro de Estado da Sade

  • 71 Introduo

    O Estado brasileiro vem enfrentando, energicamente, a lgica da oferta de servios fragmentados, que advm da viso compartimentada das necessidades sociais, difi cultando a apreenso integral das comple-xas dimenses que compem o cotidiano dos indivduos e das coletivi-dades. Tal modalidade de oferta atendia aos interesses corporativistas e produtivistas das mltiplas prestaes de servios, resultando na criao e manuteno do caos na demanda. Confi gurava, desta forma, um desvio do objeto da gesto pblica, constituindo-se em estratgia disfarada de privatizao do Estado, por meio do esvaziamento do compromisso com a construo da eqidade na oferta e utilizao dos servios pblicos.

    A eqidade a ser construda pelas polticas pblicas deve viabilizar a extenso de cobertura de servios com qualidade em nome da universa-lidade, que no deve ser confundida com iniciativas que oferecem ser-vios de baixo custo, precrios e de carter compensatrio e focalizante.

    A emergncia dos movimentos sociais nos anos 70 e 80, associada mobilizao nas universidades e nas organizaes de usurios, ges-tores e trabalhadores da sade, gerou, de modo pluralista e supraparti-drio, as condies sociais e polticas de onde emerge, em meio luta social, a noo da sade como direito, assim como os princpios que viriam a servir de base para a criao do SUS.

    Neste novo contexto histrico, realizou-se, em 1986, a 8a Confern-cia Nacional de Sade, com a participao de mais de cinco mil dele-gados, que aprovaram as bases do que viria a se constituir numa das principais conquistas sociais do perodo, o Sistema nico de Sade, marco da construo democrtica e participativa das polticas pblicas, principal reforma popular e democrtica em curso no Estado brasi-leiro. Esse amplo processo social gerou um fato indito e singular: a apresentao de texto para a Assemblia Nacional Constituinte, que

  • 8consagrava a sade como direito de todos e dever do Estado, por meio de uma emenda popular com mais de cem mil assinaturas. Assim, a participao da sociedade revela-se componente essencial, inerente ao processo da Reforma Sanitria Brasileira e sua marca emblemtica.

    Como conseqncia deste intenso processo, a Constituio Federal de 1988 incluiu a Sade no Captulo da Seguridade Social. Os artigos 196 a 200 introduzem grandes inovaes, como a universalidade do acesso, a integralidade e a eqidade da ateno, a descentralizao na gesto e na execuo das aes de sade, bem como a ampliao de-cisiva da participao da sociedade na discusso, na formulao e no controle da poltica pblica de sade. Com isto, fi cam estabelecidos mecanismos de controle social, pautados pela co-responsabilizao do governo e da sociedade sobre os rumos do SUS. Outro ponto que me-rece destaque que as aes e os servios de sade so defi nidos como de relevncia pblica.

    Em continuidade ao processo de construo do SUS, o texto cons-titucional foi detalhado nas Leis Orgnicas da Sade (LOS), composta pelas Leis no 8.080, de 19 de setembro de 1990, e no 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Entre tantos pontos importantes, esta legislao de-fi niu os mecanismos de participao popular/controle social e as com-petncias das trs esferas de governo.

    As especifi cidades da rea da sade no Brasil fazem com que o de-bate acerca da funo, do vnculo, dos resultados e das fi nalidades da implantao de toda e qualquer ao seja efetivada com base nos prin-cpios e diretrizes do SUS, com nfase na universalidade, eqidade, integralidade, descentralizao, hierarquizao, regionalizao e par-ticipao popular. Tais princpios e diretrizes devem ser discutidos e incorporados na formulao de polticas dessa natureza.

    Nesse contexto, o municpio deve ser valorizado como lcus de pos-sibilidade da construo do modelo de ateno proposto para o SUS, confi gurando-se como espao potencializador de redes de participao social de alta capilaridade. A articulao cooperativa e solidria entre as gestes municipais e a gesto estadual, conformando um modelo regionalizado, representa a possibilidade concreta de construo da ateno integral sade.

  • 9As bases do movimento da Reforma Sanitria, efetivadas na Consti-tuio Federal e na Lei Orgnica da Sade, apontaram o rumo da cons-truo do modelo de ateno sade fundamentado nas necessidades e demandas da populao por aes e servios de promoo, proteo e recuperao da sade. Como a realidade das regies do pas bas-tante diversifi cada, em funo da dinmica sociopoltica e cultural e da amplitude geogrfi ca, as demandas, necessidades e potencialidades podem variar, tornando fundamental a estratgia da descentralizao. A regionalizao cooperativa, contida no Pacto pela Sade, fi rmado pe-las trs esferas do SUS, visa garantir o enfrentamento das iniqidades com integralidade e racionalidade.

    Esta tarefa exige o esforo de desencadear aes de educao em sa-de que operem no sentido de ampliar a vocalizao das necessidades e dos desejos da populao e a escuta dos profi ssionais e dos servios, para que o acolhimento e o cuidado tenham signifi cado para ambos. Ao mesmo tempo, implica tornar visveis as mudanas que vm ocor-rendo no SUS, a partir da concepo das equipes multiprofi ssionais de sade, da intersetorialidade, da integralidade e do acolhimento.

    A integralidade do cuidado sade e a humanizao no SUS repre-sentam campos nos quais possvel a construo da autonomia das pessoas como cidados, como usurios do sistema de sade e como centro de todo o processo de organizao das prticas, pois possibili-tam o encontro entre a necessidade e o desejo da populao, com a l-gica que orienta e preside as respostas institucionais. Por tudo isso, so consideradas polticas estruturantes para a gesto do SUS. Alm disso, o atual governo acolheu as demandas oriundas de diferentes grupos relacionados com aes intersetoriais de incluso social (populaes negra e quilombolas, populaes do campo e da fl oresta, populao de gays, lsbicas, bissexuais, transgneros e travestis GLBTT, ciganos, populao em situao de rua e outros), gerando comits tcnicos que articulam governo e sociedade civil, mas que ainda no contavam com uma adequada estruturao.

    Para a consolidao do SUS, a formulao da poltica de sade deve emergir dos espaos onde acontece a aproximao entre a construo

  • 10

    da gesto descentralizada, o desenvolvimento da ateno integral sa-de e o fortalecimento da participao popular, com poder deliberativo.

    Formular e deliberar juntos signifi ca um avano para o controle so-cial e este o efetivo desafi o apresentado gesto participativa, que re-quer a adoo de prticas e mecanismos inovadores que efetivem a par-ticipao popular. Pressupe, portanto, a ampliao de espaos pblicos e coletivos para o exerccio do dilogo e da pactuao das diferenas.

    Igualmente, de fundamental importncia a criao de alternativas efi cientes de informao e de escuta do cidado usurio e da populao em geral, reformulando o conceito e a dinmica das ouvidorias, trans-formando-as em fontes de informaes privilegiadas para fomentar a gesto do SUS nas trs esferas de governo. Torna-se necessrio, tam-bm, aumentar a divulgao das prestaes de contas e dos relatrios de gesto, favorecendo o acesso e a transparncia no SUS.

    A auditoria no mbito do SUS, nesse novo contexto, vem passando por um processo de mudana de conceitos, normas e procedimentos, substituindo antigas prticas voltadas para a assistncia individual e fo-cadas no erro, reforando a preocupao com o acompanhamento dos servios de sade, das aes preventivas, da qualidade de assistncia e da gesto de anlise dos resultados, contribuindo para a garantia do acesso e da ateno aos usurios cidados e em defesa da vida, pautada na viso do coletivo.

    O Monitoramento, Avaliao e Controle da Gesto do SUS, uma das Metas Presidenciais sob responsabilidade do Ministrio da Sa-de, d concretude a uma lacuna referente qualifi cao da gesto do Sistema, alm de ser um exemplo importante da necessidade de inte-grao entre as reas da Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa SGEP, pois mantm estreita relao com os demais departamentos citados.

    Assim, a gesto estratgica e participativa encontra-se presente nos processos cotidianos do SUS, sendo transversal ao conjunto de seus princpios e diretrizes. A criao da SGEP, com seus quatro departa-mentos: Departamento de Apoio Gesto Participativa, Departamen-to de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS, Departamento

  • 11

    de Ouvidoria-Geral do SUS e Departamento Nacional de Auditoria do SUS resulta desse movimento. Estas estruturas representam reas de atuao complementar, devendo atuar de forma integrada, com maior racionalidade e ganho de efi ccia, evitando duplicidade de aes ou confl ito de competncias.

    A criao da SGEP representa ousada inovao no desenvolvimento dos processos participativos e aperfeioamento da democracia do Es-tado. A SGEP tem a responsabilidade de acelerar e aperfeioar a imple-mentao das prticas de gesto estratgica e participativa nas trs esferas de gesto do SUS.

  • 13

    2 Princpios e Diretrizes da Poltica Nacional de Gesto Estratgica

    e Participativa no SUS

    Alm do estabelecido pela Constituio Federal e pela Lei Orgnica da Sade, a Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa no SUS tem por base os seguintes princpios e diretrizes:

    Reafi rmao dos pressupostos da Reforma Sanitria quanto ao direito universal sade de responsabilidade do Estado, como universalidade, eqidade, integralidade e participao social.Valorizao dos diferentes mecanismos de participao popular e de controle social nos processos de gesto do SUS, especialmente os conselhos e as conferncias de sade, garantindo sua consoli-dao como poltica de incluso social e conquista popular.Promoo da incluso social de populaes especfi cas, visando eqidade no exerccio do direito sade.Afi rmao do protagonismo da populao na luta por sade a partir da ampliao de espaos pblicos de debates e construo de saberes. Integrao e interao das aes de auditoria, ouvidoria, monito- ramento e avaliao com o controle social, entendidos como me-didas para o aprimoramento da gesto do SUS nas trs esferas de governo.Ampliao dos espaos de ausculta da sociedade em relao ao SUS, articulando-os com a gesto do sistema e a formulao de polticas pblicas de sade.Articulao com as demais reas do Ministrio da Sade na im- plantao de mecanismos de avaliao continuada da efi ccia e efetividade da gesto do SUS.

  • 14

    Articulao das aes referentes gesto estratgica e participati- va desenvolvidas pelo Ministrio da Sade com os diversos seto-res, governamentais e no-governamentais, relacionados com os condicionantes e determinantes da sade.Fortalecimento das formas coletivas de participao e soluo de demandas.

  • 15

    3 Componentes da Poltica Nacional de Gesto Estratgica

    e Participativa no SUS

    Gesto participativa uma estratgia transversal, presente nos pro-cessos cotidianos da gesto do SUS, que possibilita a formulao e a deliberao pelo conjunto de atores no processo de controle social. Re-quer a adoo de prticas e mecanismos que efetivem a participao dos profi ssionais de sade e da comunidade.

    A gesto estratgica pressupe a ampliao de espaos pblicos e coletivos para o exerccio do dilogo e da pactuao das diferenas, de forma a construir um conhecimento compartilhado sobre sade, pre-servando a subjetividade e a singularidade presentes na relao de cada indivduo e da coletividade, com a dinmica da vida.

    Esta prtica amplia a vocalizao das necessidades e dos desejos da populao e a escuta dos profi ssionais e dos servios, para que o acolhi-mento e o cuidado tenham signifi cado para ambos.

    As prticas participativas implicam, sempre, na construo de con-sensos, a partir da identifi cao e do reconhecimento dos dissensos, indicando alternativas a partir de diferentes opinies, ensejando resul-tados mais expressivos e duradouros.

    Assim, a gesto estratgica e participativa constitui-se em um con-junto de atividades voltadas ao aprimoramento da gesto do SUS, vi-sando a maior efi ccia, efi cincia e efetividade, por meio de aes que incluem o apoio ao controle social, educao popular, mobilizao social, busca da eqidade, ao monitoramento e avaliao, ouvidoria, auditoria e gesto da tica nos servios pblicos de sade. Nesse sentido, a Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa no SUS compreende os componentes a seguir discriminados.

  • 16

    3.1 A Gesto Participativa e o Controle Social no SUS

    As conquistas populares no Brasil tm apresentado trajetria em-blemtica para a mobilizao social em defesa do direito sade. A d-cada de 80 representou o momento de institucionalizao das prticas inovadoras para o setor, fundamentadas na concepo da sade como produo social e direito, que foram consolidadas na dcada de 90, nas conferncias e nos conselhos de sade.

    A 8 Conferncia Nacional de Sade, realizada em 1986, tornou-se um marco por ter discutido o aprofundamento dos grandes temas que subsidiaram a Assemblia Nacional Constituinte. As ltimas Confe-rncias Nacionais de Sade, da 9 12, reafi rmam como indispens-veis a implementao e o fortalecimento dos mecanismos de controle social existentes.

    A 12 Conferncia Nacional de Sade afi rma a necessidade de Esti-mular e fortalecer a mobilizao social e a participao cidad nos diversos setores organizados da sociedade, com a aplicao dos meios legais dispon-veis, visando efetivar e fortalecer o Controle Social na formulao, regula-o e execuo das polticas pblicas, de acordo com as mudanas desejadas para a construo do SUS que queremos.

    Nesse processo, algumas propostas emanadas das conferncias de-vem ser destacadas e valorizadas como desafi os consolidao e ao fortalecimento do controle social no SUS:

    Garantia de efetiva implantao dos conselhos de sade estaduais e municipais assegurando aos mesmos dotao oramentria prpria.Consolidao do carter deliberativo, fi scalizador e de gesto co- legiada dos conselhos, com composio paritria entre usurios e demais segmentos, devendo o presidente ser eleito entre seus membros.Reafi rmao da participao popular e do controle social na cons- truo de um novo modelo de ateno sade, requerendo o en-volvimento dos movimentos sociais, considerados atores estrat-gicos para a gesto participativa.

  • 17

    Aperfeioamento dos atuais canais de participao social, criao e ampliao de novos canais de interlocuo entre usurios e sis-tema de sade, e de mecanismos de escuta do cidado.

    Uma estratgia em desenvolvimento pela Secretaria est permitin-do a construo do ParticipanetSUS, um sistema composto pelo cadas-tro, perfi l e indicadores de avaliao dos conselhos de sade, que visa identifi car as principais questes relacionadas ao funcionamento dos conselhos de sade em todos os municpios brasileiros. O diagnsti-co construdo evidencia que, apesar dos signifi cativos avanos em sua ao, quanto ao processo de formulao e controle da poltica pblica de sade, os conselhos ainda enfrentam obstculos importantes, como o no-exerccio do seu carter deliberativo na maior parte dos munic-pios e estados; precrias condies operacionais e de infra-estrutura; falta de regularidade de funcionamento; ausncia de outras formas de participao; falta de transparncia nas informaes da gesto pblica; difi culdade e desmobilizao para a formulao de estratgias e polti-cas para a construo do novo modelo de ateno sade; e baixa re-presentatividade e legitimidade de conselheiros nas relaes com seus representados.

    Para fi ns de delineamento do campo de conceituao da gesto par-ticipativa, suas prticas e mecanismos podem ser agrupados de acordo com as instituies, atores e segmentos sociais envolvidos, nos seguin-tes tipos:

    Mecanismos institucionalizados de controle social, representados pe-los conselhos de sade e pelas conferncias de sade, envolvendo o governo, os trabalhadores da sade e a sociedade civil organiza-da, nas trs esferas de governo. Recentemente, vm sendo pro-postos conselhos regionais, bem como conferncias e plenrias regionais.Processos participativos de gesto , integrando a dinmica de dife-rentes instituies e rgos do SUS, nas trs esferas de governo, tais como conselhos gestores/conselhos de gesto participativa, direo colegiada, cmaras setoriais, comits tcnicos, grupos de trabalho, plos de educao permanente em sade e setoriais de sade dos movimentos sociais, entre outros. A estruturao das

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    mesas de negociao como ferramenta para a gesto do trabalho vem-se consolidando como inovadora prtica de gesto participa-tiva das relaes de trabalho, nas trs esferas de governo.Instncias de pactuao entre gestores , como as Comisses Inter-gestores Bipartites (CIB), envolvendo representantes das secreta-rias estaduais e municipais de sade, e a Comisso Intergestores Tripartite (CIT), que conta com representantes do Ministrio da Sade, alm dos representantes das secretarias estaduais e mu-nicipais de sade, constituindo espaos de aes compartilhadas, estratgicas e operacionais da gesto do SUS.Mecanismos de mobilizao social que representam dispositivos para a articulao de movimentos populares na luta pelo SUS e o direito sade, ampliando espaos pblicos (coletivos) de par-ticipao e interlocuo entre trabalhadores de sade, gestores e movimentos populares.Processos de educao popular em sade desenvolvidos no dilogo permanente com movimentos populares, entidades formadoras e grupos sociais no sentido de fortalecer e ampliar a participao social no SUS.Reconstruo do signifi cado da educao em sade que se desenvol-ve nas escolas, nas universidades e nos servios de sade, forta-lecendo o protagonismo na produo de sade e na formao de cidados em defesa do SUS. Aes articuladas entre diferentes setores de governo e a sociedade civil (intersetorialidade) caracterizando o compartilhamento de deci-ses entre instituies governamentais e da sociedade civil, que atuam na produo social da sade.

    Este conceito ampliado de gesto participativa est estreitamente relacionado com as demais reas da Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa: os mecanismos de escuta permanente das opinies e ma-nifestaes da populao, valorizadas nas decises e encaminhamen-tos da gesto cotidiana dos servios e do sistema, representados pelas ouvidorias do SUS; os mecanismos participativos de monitoramento e avaliao da gesto, das aes e dos servios de sade; e as aes de

  • 19

    auditoria que desencadeiam medidas para o aprimoramento da gesto do SUS, de forma efi caz e efetiva, nas trs esferas de governo.

    Assim, o fortalecimento da mobilizao e do controle social pode ser efetivado mediante a criao de outros canais de comunicao entre o cidado e o governo, por meio da promoo da educao popular, da capacitao de lideranas, conselheiros, entidades de classe e mo-vimentos populares articulados, pautando-se sempre no princpio da eqidade em sade e garantindo a ateno s especifi cidades de cada cidado. Deve-se, assim, estimular e fomentar a organizao da socie-dade para o exerccio do efetivo controle social na Sade.

    Todas essas formas que promovem a participao social e caracteri-zam a gesto participativa do SUS tm pela frente a tarefa de se apro-priar da construo de novos modelos de ateno e gesto da sade, regido sob a lgica das necessidades, demandas e direitos de toda a populao.

    O Pacto pela Sade a reafi rmao da importncia da participao e do controle social nos processos de negociao e pactuao. Alm de analisar e aprovar o Termo de Compromisso de Gesto (TCG), cor-respondente a sua esfera, os conselhos de sade tm um papel rele-vante na aprovao ou reviso do respectivo plano de sade, que deve ter coerncia com o TCG. Anualmente, os conselhos de sade faro, juntamente com os gestores, uma avaliao da execuo dos planos de sade, a partir do que foi acordado no Termo de Compromisso.

    3.2 Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

    Diante da complexidade do processo de construo de um modelo de ateno sade voltado qualidade de vida, modelo reiteradamente reforado pelas Conferncias Nacionais de Sade (especialmente 10a, 11a e 12a), as dimenses de monitoramento e avaliao devem, necessa-riamente, buscar articular, alm dos indicadores tradicionais das aes e dos servios de sade, individuais e coletivos, tambm os indicadores da desigualdade e iniqidade, de determinantes da sade, de aes in-tersetoriais, culturais, ambientais e de participao social, entre outros, quantitativos e qualitativos, abertos s dimenses da tica, do confl ito,

  • 20

    da subjetividade e da micropoltica, que sirvam ao trabalho local e aferio e mudana permanente das prticas.

    A preocupao com as aes de monitoramento e avaliao cres-cente desde a criao do Sistema nico de Sade, com diversos movi-mentos visando ao estabelecimento de conceitos, metodologias e pr-ticas. Em 2000, em meio s reformas neoliberais em curso, o tema foi objeto de uma publicao polmica da Organizao Mundial da Sade (OMS), que teve o mrito de gerar um intenso debate que realou ou-tros processos em desenvolvimento na Organizao Pan-Americana da Sade (Opas), uma das unidades regionais da prpria OMS, e em pases como Reino Unido, Canad e Austrlia, atentos a questes como as da eqidade, as dimenses sociais do processo sade-doena e a re-organizao dos servios e ao direito sade.

    No Brasil, merece destaque o projeto PRO-ADESS1 que reuniu pes-quisadores de diversas instituies ligadas Associao Brasileira de Ps-Graduao em Sade Coletiva (Abrasco), produzindo importantes contribuies metodolgicas e conceituais, no sentido de:

    compreender, monitorar e avaliar as inter-relaes e os fatores a) que infl uenciam a efi cincia, a efetividade e a eqidade no de-sempenho do SUS; melhorar a formulao das polticas; b) monitorar as desigualdades no acesso e na qualidade dos servios c) recebidos pelos diferentes grupos sociais no Brasil; e criar instrumentos e processos participativos de monitoramento d) e avaliao destinados aos municpios, aos estados e esfera fede-ral, bem como mecanismos de acesso e difuso da informao e de formao permanente, voltados aos gestores, trabalhadores e usurios, em especial aos membros dos conselhos de sade.

    Para o monitoramento e avaliao de processos e resultados, so fundamentais os indicadores de estrutura, em especial no que se refere a recursos alocados, conduo fi nanceira e seu impacto nas metas e indicadores de sade. O crescente desenvolvimento de aes de coo-perao tcnica e fi nanceira entre Unio, estados e municpios vem

    1 Maiores informaes podero ser obtidas em www.proadess.cict.fi ocruz.br

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    evidenciando a necessidade de novos mecanismos de controle, interno e externo, que ampliem o papel exercido pelos mecanismos de controle social. Sendo assim, o problema da prestao de contas insere-se numa questo maior, envolvendo outros rgos como a Secretaria Federal de Controle, da Controladoria-Geral da Unio (SFC/CGU), demonstran-do a necessidade e a importncia desse componente nas atividades de monitoramento e avaliao.

    Monitoramento pode ser entendido como um sistema que permite observao, medio e avaliao contnua de um processo ou fenme-no. Trata-se de um processo sistemtico e contnuo de acompanha-mento dos indicadores de sade e da execuo das polticas, aes e servios nesta rea visando obteno de informaes em tempo opor-tuno para subsidiar a tomada de deciso, bem como a identifi cao, soluo e reduo de problemas e a correo de rumos.

    Fruto de um intenso debate promovido pelo Ministrio da Sade, entre 2003 e 2005, envolvendo diversos rgos, evidenciou-se a neces-sidade de uma estrutura que assumisse as tarefas de articulao, apoio e difuso das aes de monitoramento e avaliao que se encontram em curso nas diversas secretarias do Ministrio da Sade e demais uni-dades, bem como nas outras esferas do SUS, motivando a criao do Departamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS, inte-grando a Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa.

    Uma das primeiras tarefas do novo departamento est sendo a prepa-rao da publicao Painel de Indicadores do SUS, editada pela SGEP/MS em parceria com a Organizao Pan-Americana da Sade (Opas), que tem como objetivo estimular a participao social e apoiar a formula-o, implementao, monitoramento e avaliao das polticas de sade, rumo consolidao do SUS.

    O acesso aos resultados do processo de monitoramento e avaliao constitui-se em poderoso instrumento de democratizao da infor-mao sobre objetivos, metas e resultados alcanados pelos rgos de sade, ao tornar pblicas e transparentes as avaliaes realizadas, fa-vorecendo o empoderamento e a mobilizao social, que se refl etem em fomento da participao e do controle de aes e servios prestados pelo SUS, na busca da eqidade e da qualidade em sade.

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    Outra ao em desenvolvimento, em articulao com as diferentes reas do MS, a regulamentao do monitoramento do Pacto pela Sa-de. Este deve ser um processo permanente, orientado pelos indicadores, objetivos, metas e responsabilidades que compem os Termos de Com-promisso de Gesto e os cronogramas pactuados, tendo como objetivo o desenvolvimento de aes de apoio para a qualifi cao do processo de gesto. Alm disso, o Pacto pela Sade estabelece diversas atribuies e responsabilidades das trs esferas de gesto, em relao a monitora-mento e avaliao, indicando a necessidade de articulao entre elas.

    Nesse sentido, mecanismos pactuados de monitoramento e avaliao devem ser implantados em todas as unidades federadas, estabelecen-do-se a responsabilizao dos estados e municpios, no mbito do SUS, com vistas ao fortalecimento da capacidade de gesto pblica da sade.

    3.3 A Ouvidoria do SUS

    A Ouvidoria-Geral do SUS foi criada em 2003, tendo como objetivo propor, coordenar e implementar a Poltica Nacional de Ouvidoria em Sade no mbito do SUS, buscando integrar e estimular prticas que ampliem o acesso dos usurios ao processo de avaliao das aes e servios pblicos de sade. Atualmente, as Ouvidorias do SUS surgem como um canal direto de comunicao dos usurios do sistema e da comunidade, para subsidiar a poltica de sade do pas, contribuindo com o controle social.

    A 12 Conferncia Nacional de Sade, realizada em dezembro de 2003, apresentou, entre suas contribuies para a construo da Polti-ca Nacional de Ouvidorias do SUS, as seguintes propostas:

    Criar e implementar, nas trs esferas de governo, um processo de escuta contnua e interlocuo entre usurios do SUS, por inter-mdio de servios telefnicos gratuitos.Desenvolver ampla pesquisa para avaliar a satisfao dos usu- rios e profi ssionais do SUS, quanto aos servios e atendimento no mbito do SUS.Utilizar o instrumento de ouvidoria para fortalecer o controle so- cial e a gesto participativa.

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    As ouvidorias so canais democrticos de comunicao, destina-dos a receber manifestaes dos cidados, incluindo reclamaes, de-nncias, sugestes, elogios e solicitao de informaes. Por meio da mediao e da busca de equilbrio entre os entes envolvidos (cidado, rgos e servios do SUS), papel da Ouvidoria efetuar o encaminha-mento, a orientao, o acompanhamento da demanda e o retorno ao usurio, com o objetivo de propiciar uma resoluo adequada aos pro-blemas apresentados, de acordo com os princpios e diretrizes do SUS. As ouvidorias fortalecem o SUS e a defesa do direito sade da popu-lao por meio do incentivo participao popular e da incluso do cidado no controle social. As ouvidorias so ferramentas estratgicas de promoo da cidadania em sade e produo de informaes que subsidiam as tomadas de deciso.

    O processo de avaliao tem carter permanente e funciona a partir da perspectiva do usurio do SUS, contribuindo efetivamente para o aperfeioamento gradual e constante dos servios pblicos de sade. As experincias de ouvidorias do SUS implantadas na Unio, estados e municpios contribui para a construo do Sistema Nacional de Ou-vidorias, com vistas descentralizao do servio e identifi cao das reais necessidades da populao. imprescindvel o compromisso dos gestores na tarefa de promover e estruturar canais abertos e acessveis de comunicao com a populao.

    A implementao de uma ouvidoria bem estruturada e articulada com as trs esferas de governo em conjunto com a comunidade, que insere o usurio no processo da administrao das aes e servios de sade oferecidos pelo Estado, contribuir para o apontamento e a identifi cao da necessidade de ajustes, criao e/ou extino de meca-nismos de gesto, programas, servios e gerncia das estruturas com-ponentes do SUS. Portanto, a partir do momento em que esse usurio se manifesta, no exerccio de sua cidadania, torna-se necessrio criar meios acessveis de interao entre os gestores e a populao.

    Em 2005, foi dado um passo importante no sentido da construo da Poltica Nacional de Ouvidorias do SUS, com a defi nio de suas diretrizes, de forma pactuada e com ampla participao.

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    A proposio de um Sistema Nacional de Ouvidorias do SUS, estru-turado no interior da Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Partici-pativa no SUS, deve atuar de forma auxiliar e complementar, conside-rando as estruturas j institucionalizadas, tais como os conselhos de sade, as comisses intergestores, as corregedorias e o Sistema Nacio-nal de Auditoria.

    importante registrar que o Departamento de Ouvidoria-Geral do SUS (Doges) incorporou e vem estruturando os servios Disque Sa-de do Ministrio da Sade (Central de Atendimento Telefnico de Dis-cagem Direta Gratuita/DDG), atualmente unifi cados no 0800-61-1997, com o intuito de facilitar o acesso e para melhor atender ao cidado-usurio. Alm disso, o Doges desenvolve parcerias com outros rgos do Ministrio da Sade, como o Instituto Nacional do Cncer (Inca) e a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa), alm de outras es-truturas da esfera federal, como a Secretaria Especial de Polticas para as Mulheres.

    Alm desse atendimento, a Ouvidoria conta com uma rea tcnica especializada que realiza o trabalho de captao, acompanhamento e encaminhamento das demandas e informaes provenientes dos ser-vios 0800; das correspondncias espontneas enviadas pelo cidado-usurio Presidncia da Repblica, ao Gabinete do Ministro e ao pr-prio Doges; de correspondncias eletrnicas (Portal da Sade/MS);do atendimento pessoal e das pesquisas de satisfao do usurio do SUS. Todas essas alternativas de atendimento viabilizam um canal perma-nentemente aberto entre o cidado e o Ministrio da Sade.

    O Departamento de Ouvidoria-Geral do SUS vem propiciando es-paos de discusso para a construo, de forma pactuada, das diretri-zes para a Poltica Nacional de Ouvidoria do SUS, por intermdio da promoo de convnios com vrios estados e municpios, bem como investindo na organizao de mecanismos de integrao das ouvido-rias, incluindo o esboo legal de um sistema nacional de ouvidoria e do desenvolvimento de uma ferramenta informatizada o Ouvidor-SUS destinada a ampliar e otimizar o atendimento das demandas provenientes da populao, trabalhando dessa forma, a perspectiva de descentralizao.

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    A sociedade brasileira passou a adotar, principalmente na busca por seus direitos em sade, uma atitude nitidamente mais crtica e cons-ciente, portanto a Ouvidoria-Geral do SUS um instrumento da de-mocracia participativa que trabalha na perspectiva de contribuir ativa-mente para ampliar a participao dos cidados, de forma a fortalecer as estratgias da gesto participativa, ampliando o processo do controle social, valorizando as opinies geradas pelos usurios do SUS.

    3.4 A Auditoria do SUS

    A auditoria um instrumento de gesto para fortalecer o Sistema nico de Sade (SUS), contribuindo para a alocao e utilizao ade-quada dos recursos, a garantia do acesso e a qualidade da ateno sade oferecida aos cidados.

    Conceitualmente, a auditoria o conjunto de tcnicas que visa ava-liar a gesto pblica, de forma preventiva e operacional, sob os aspectos da aplicao dos recursos, dos processos, das atividades, do desempe-nho e dos resultados mediante a confrontao entre uma situao en-contrada e um determinado critrio tcnico, operacional ou legal.

    O Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), rgo central do Sistema Nacional de Auditoria (SNA), tem-se caracterizado como um rgo relevante de controle interno no mbito do SUS, a par-tir de mudanas conceituais, normativas e operacionais, em consonn-cia com seus princpios e diretrizes, alterando a lgica da produo/faturamento para a lgica da ateno aos usurios cidados e em defe-sa da vida, incorporando a preocupao com o acompanhamento das aes e anlise dos resultados.

    A nova concepo de sade, pautada em princpios inerentes ao campo dos direitos humanos e sociais, exige dos tcnicos e gestores da rea, mudanas no sentido de apropriar novos conhecimentos, apri-morar e desenvolver novas tcnicas, defi nindo padres na forma de pensar e fazer auditoria.

    A Lei Orgnica da Sade (Lei n 8.080/1990), em seu art. 16, inciso XIX, atribui direo nacional do SUS competncia para estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliao tcnica e fi -

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    nanceira do SUS, em todo o territrio nacional, em cooperao tcnica com os estados, municpios e o Distrito Federal.

    A Lei n 8.689/1993, que instituiu o Sistema Nacional de Auditoria (SNA), defi ne, no art. 6, como competncia precpua do SNA, a avalia-o tcnico-cientfi ca, contbil, fi nanceira e patrimonial do SUS. Desta-ca que a concretizao do SNA dever se dar de forma descentralizada por meio dos rgos estaduais, municipais e da representao do Mi-nistrio da Sade em cada estado da Federao, expressando assim a sua dimenso tcnica e poltica.

    O SNA, alm de exercer as atividades de controle das aes e ser-vios de sade, para verifi car a sua conformidade com os padres es-tabelecidos ou detectar situaes que exijam maior aprofundamento, deve proceder avaliao da estrutura, dos processos aplicados e dos resultados alcanados, para aferir sua adequao aos critrios e par-metros exigidos de efi cincia, efi ccia e efetividade, bem como realizar auditoria da regularidade dos procedimentos praticados por pessoas naturais e jurdicas, mediante exame analtico e pericial, como estabe-lece o Decreto n 1.651, de 28 de setembro de 1995.

    Ao receber a demanda e/ou aps avaliar a necessidade de realizar a ao, gerada uma tarefa no Sistema de Auditoria (Sisaud), norteando a atividade a ser desencadeada. Aps esse procedimento, programa-se a ao, defi ne-se o perodo de execuo e designa-se a equipe respon-svel, cabendo a esta a emisso do correspondente relatrio, que ser o produto da anlise e do cruzamento de dados gerados pelos diversos sistemas de informaes do MS e de outras fontes e da verifi cao in loco da realidade concreta.

    Cabe ao Denasus, alm da realizao de auditorias, o fortalecimento dos componentes estaduais e municipais do Sistema Nacional de Au-ditoria (SNA) do SUS, visando unifi car os processos e prticas de tra-balho para os trs entes federativos, bem como contribuir para o aper-feioamento organizacional, normativo e de recursos humanos dos rgos que compem o SNA. Isto ocorre por meio de mecanismos que busquem maior interao e troca de informaes entre seus compo-nentes, possibilitando um diagnstico mais preciso das necessidades

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    de desenvolvimento e aes de capacitao de recursos humanos para a assuno das responsabilidades em cada nvel de gesto.

    Finalmente, o SNA deve atuar orientado, tambm, pelos resultados do monitoramento implementado pelas reas fi nalsticas; pelos indi-cadores de avaliao; pelos pontos relevantes e fatores de riscos evi-denciados por auditorias anteriores; pelas demandas originadas dos conselhos de sade, movimentos sociais, do cidado, de outros rgos de controle e pelas prioridades governamentais, retroalimentando a gesto do SUS.

    Assim, as aes de auditoria esto voltadas para o diagnstico e a transparncia, estimulando e apoiando o controle social, possibilitan-do o acesso da sociedade s informaes e resultados das aes do SNA e consolidando a auditoria como instrumento de gesto.

    Integra o Sistema Nacional de Auditoria uma Comisso Corregedo-ra Tripartite composta por representantes da direo nacional do SUS, do Conass e do Conasems, conforme disposto no Decreto n. 1.651, de 28 de setembro de 1995, cujas competncias foram defi nidas pelo res-pectivo decreto e pela Portaria n 2.123, de 30 de agosto de 2007.

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    4 Aes a Serem Desenvolvidas

    Neste item so apresentadas as aes a serem desenvolvidas no m-bito da Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa no SUS.

    1. Implementao da Poltica de Promoo da Sade com a Promo-o da Eqidade em Sade de Populaes em Condies de Vulnerabi-lidade e Iniqidade:

    Combate s iniqidades em sade que atingem diferentes a) grupos sociais, como as populaes negra, do campo e da fl oresta, GLBTT gays, lsbicas, bissexuais, transexuais, travestis e, em situao de rua, cigana, entre outras;Promoo de espaos de discusso e de fomento ao com-b) bate s iniqidades em sade nos nveis loco-regionais;Sensibilizao e capacitao de diferentes atores para c) promoo da eqidade em sade, para o controle social e para a educao em sade;Ampliao do acesso s populaes negra, do campo e da d) fl oresta, GLTTB em situao de rua, cigana, entre outras, aos servios e aes de sade em articulao com os ges-tores;Promoo de educao em sade e controle social.e)

    2. Brasil Quilombola:Promoo da eqidade na ateno sade da populao a) quilombola;Estabelecimento do recorte racial na poltica da sade, nos b) aspectos relacionados organizao e ao desenvolvimen-to institucional e suas variantes nos programas do SUS;Ateno sade das populaes quilombolas.c)

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    3. Aprimoramento das Instncias e Processos de Participao Social no SUS:

    Realizao da Conferncia Nacional de Sade;a) Capacitao contnua de conselheiros de sade;b) Criao de uma rede de cooperao e intercmbio de in-c) formao entre conselheiros de sade, alm da divulga-o de iniciativas inovadoras e bem sucedidas destes con-selhos;Aperfeioamento dos processos de mobilizao social e d) busca de novos canais de escuta da populao;Implantao de conselhos de gesto participativa nos es-e) tabelecimentos de sade federais e municipais;Intersetorialidade adotada como prtica de gesto; f) A disseminao de experincias bem sucedidas de gesto g) participativa em sade dever ser consolidada em uma rede de intercmbio e cooperao entre instituies;Implantao de ouvidorias no SUS e implementao de h) prticas de ausculta dos usurios, profi ssionais e gestores.

    4. Gesto da Poltica de SadeImplementao de prticas de gesto estratgica com aes de audi-

    toria do SUS e de monitoramento e avaliao da gesto do SUS.

    5. Consolidao do Processo de Reforma Sanitria no PasRealizao de conferncias temticas e divulgao dos resultados,

    em parceria com o CNS.

    6. Fortalecimento da Gesto do Trabalho no SUSPromoo de conhecimento sobre o SUS, sua organiza-a) o, acesso, responsabilidades de gesto e direitos dos usurios;Implementao da educao permanente para o controle b) social no SUS.

    7. Qualifi cao e Humanizao na Gesto do SUSOrganizao de instncias que possibilitem a ausculta sistemtica

    de profi ssionais de sade.

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    5 Atribuies e Responsabilidades das Esferas de Gesto

    As atribuies e responsabilidades dos gestores federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais, no mbito da Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa no SUS, tm como base o Pacto pela Sade.

    5.1 Atribuies e Responsabilidades do Gestor Federal

    Na esfera federal, o rgo responsvel pela coordenao da Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa no SUS a Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa (SGEP), com seus quatro departa-mentos: Departamento de Apoio Gesto Participativa, Departamen-to de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS, Departamento de Ouvidoria-Geral do SUS e Departamento Nacional de Auditoria do SUS. So atribuies do SGEP:

    Acompanhar e apoiar os municpios, os estados e o Distrito Fede-1. ral na elaborao dos respectivos componentes da Poltica Nacio-nal de Gesto Estratgica e Participativa no SUS.Propor, coordenar e apoiar a implementao da Poltica Nacional 2. de Gesto Participativa, bem como o processo de mobilizao so-cial e institucional em defesa do SUS.Apoiar administrativa e fi nanceiramente a Secretaria Executiva 3. do Conselho Nacional de Sade.Apoiar os conselhos estaduais e municipais de sade, que deve-4. ro ser organizados em conformidade com a legislao vigente;Promover, em parceria com o CNS, a realizao de conferncias 5. nacionais de sade, bem como colaborar na organizao das con-ferncias estaduais e municipais de sade, inclusive com apoio tcnico e fi nanceiro.

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    Viabilizar, administrativa e fi nanceiramente, a participao dos 6. conselheiros nacionais nas conferncias nacionais de sade e na plenria nacional dos conselhos de sade.Apoiar o processo de a educao permanente dos conselheiros 7. nacionais, estaduais, municipais e dos conselheiros de gesto participativa.Promover aes de informao e conhecimento acerca do SUS, 8. junto populao em geral.Apoiar os processos de educao popular em sade, com vistas ao 9. fortalecimento da participao social do SUS.Apoiar o fortalecimento dos movimentos sociais, aproximando-10. os da organizao das prticas da sade e com as instncias de controle social da sade.Desenvolver aes educativas que possam interferir no processo 11. sade-doena da populao e na melhoria da qualidade de vida.Fomentar pesquisa na rea de gesto estratgica e participativa.12. Colaborar com as demais reas do Ministrio da Sade, em arti-13. culao com os estados, Distrito Federal e municpios, na identi-fi cao das iniqidades, oportunidades e recursos.Promover a eqidade na ateno sade, considerando as dife-14. renas individuais e de grupos populacionais, por meio da ade-quao da oferta s necessidades como princpio de justia social e ampliao do acesso de populaes em situao de desigualda-de, respeitadas as diversidades locais, apoiando os comits nacio-nais de eqidade em sade.Contribuir para a constituio e o fortalecimento do processo de 15. regionalizao solidria e cooperativa, assumindo os compromis-sos pactuados.Cooperar tcnica e fi nanceiramente com as regies de sade, por 16. meio dos estados e/ou municpios, priorizando as regies mais vulnerveis, promovendo a eqidade inter-regional e interestadual.Apoiar o funcionamento dos colegiados de gesto regionais, in-17. clusive os das regies de sade fronteirias.Garantir a participao dos trabalhadores da sade e dos usurios 18. na formulao, no gerenciamento, na implementao e avaliao

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    do processo permanente de planejamento participativo e inte-grado, de base local e ascendente, construindo, nesse processo, o plano nacional de sade a ser apresentado e submetido apro-vao do Conselho Nacional de Sade e pactuao na Comisso Intergestores Tripartite.Incentivar a participao da sociedade na construo das polticas 19. intersetoriais, inclusive quanto ao fi nanciamento dos mesmos, bem com de sua execuo objetivando impactar de forma positiva nos determinantes sociais da sade.Disponibilizar o resultado das aes da SGEP ao CNS.20. Colaborar na elaborao do relatrio de gesto anual do Minist-21. rio da Sade, a ser apresentado e submetido aprovao do Con-selho Nacional de Sade. Acompanhar o gerenciamento dos sistemas de informao, bem 22. como colaborar na divulgao de informaes e anlises.Cooperar tecnicamente com os estados, o Distrito Federal e os 23. municpios para a qualifi cao das atividades de monitoramento, avaliao e auditoria dos servios vinculados ao SUS.Apoiar a Poltica Nacional do HumanizaSUS.24. Desenvolver, a partir da identifi cao de necessidades, um pro-25. cesso de monitoramento e avaliao, articulando as aes desen-volvidas pelas diferentes reas do Ministrio da Sade, especial-mente as relativas:

    aplicao dos recursos fi nanceiros transferidos fundo a a) fundo e por convnio aos fundos de sade dos estados, do Distrito Federal e dos municpios;ao cumprimento pelos estados, Distrito Federal e muni-b) cpios dos planos de sade, dos relatrios de gesto, da operao dos fundos de sade, dos pactos de indicadores e metas, da constituio dos servios de regulao, con-trole avaliao e auditoria e da realizao da programao pactuada e integrada da ateno sade; implementao e operacionalizao das centrais de re-c) gulao interestaduais, garantindo o acesso s referncias pactuadas;

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    ao acompanhamento da ateno bsica, nas demais esfe-d) ras de gesto;s aes de vigilncia em sade, incluindo a permanente e) avaliao dos sistemas de vigilncia epidemiolgica e am-biental em sade;ao desempenho das redes regionais e de referncias inte-f) restaduais.

    Coordenar a implantao do componente nacional do Sistema 26. Nacional de Auditoria do SUS, bem como apoiar a implantao dos componentes estaduais e municipais.Avaliar e auditar os sistemas de sade estaduais e municipais.27. Formular e pactuar a poltica nacional de ouvidoria e implemen-28. tar o componente nacional, com vistas ao fortalecimento da ges-to estratgica do SUS.Criar um fl uxo de relao entre o controle social e a ouvidoria.29. Apoiar o desenvolvimento e a pactuao de polticas de gesto do 30. trabalho considerando os princpios da humanizao, da partici-pao e da democratizao das relaes de trabalho.Colaborar no fortalecimento da Mesa Nacional de Negociao 31. Permanente do SUS como um espao de negociao entre traba-lhadores e gestores e contribuir para o desenvolvimento de espa-os de negociao no mbito estadual, regional e/ou municipal.Articular esta Poltica da SGEP ParticipaSUS, com as demais po-32. lticas do Ministrio da Sade, inclusive com a de Comunicao.

    5.2 Atribuies e Responsabilidades dos Gestores Estaduais e do Distrito Federal

    Desenvolver processo de monitoramento e avaliao abrangendo 1. as diversas reas da SES, acompanhar e apoiar as SMS do res-pectivo estado no desenvolvimento de aes de monitoramento e avaliao e monitorar os municpios e os consrcios intermuni-cipais de sade.Desenvolver aes educativas que possam interferir no processo 2. sade-doena da populao e na melhoria da qualidade de vida.

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    Apoiar a realizao de pesquisa na rea de gesto estratgica e 3. participativa.Promover atividades de educao e comunicao e apoiar as de-4. senvolvidas pelos municpios.Apoiar os processos de educao popular em sade, com vistas ao 5. fortalecimento da participao social do SUS, bem como a educa-o permanente dos conselheiros de sade. Promover aes de informao e conhecimento acerca do SUS, 6. junto populao em geral.Garantir a participao dos trabalhadores da sade e dos usurios 7. na formulao e avaliao do processo permanente de planeja-mento participativo, construindo nesse processo o Plano Estadu-al de Sade, submetendo-o aprovao do Conselho Estadual de Sade e pactuao na Comisso Intergestores Bipartite.Submeter o relatrio de gesto anual aprovao do Conselho 8. Estadual de Sade.Participar dos colegiados de gesto regionais, cumprindo suas 9. obrigaes tcnicas e fi nanceiras.Promover a eqidade na ateno sade, considerando as dife-10. renas individuais e de grupos populacionais, por meio da ade-quao da oferta s necessidades como princpio de justia social e ampliao do acesso de populaes em situao de desigualda-de, respeitadas as diversidades locais.Gerir os sistemas de informao epidemiolgica e sanitria de sua 11. competncia, bem como assegurar a divulgao de informaes e anlises, operar os sistemas de informao e alimentar regular-mente os bancos de dados nacionais, assumindo a responsabili-dade pela gesto, no nvel estadual, dos sistemas de informao e manter atualizado o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade (CNES).Coordenar a implantao do componente Estadual de Auditoria 12. do SUS, bem como apoiar a implantao dos componentes mu-nicipais.Implementar a auditoria sobre toda a produo de servios de 13. sade, pblicos e privados, sob sua gesto, em articulao com as

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    aes de controle, avaliao e regulao assistencial, bem como auditar os sistemas municipais de sade e realizar auditoria as-sistencial da produo de servios de sade, pblicos e privados, sob sua gesto.Apoiar o processo de mobilizao social e institucional em defesa 14. do SUS.Apoiar administrativa e fi nanceiramente a Secretaria Executiva 15. do Conselho Estadual de Sade.Viabilizar a participao dos conselheiros estaduais nas confern-16. cias estaduais de sade e na plenria estadual dos conselhos de sade, bem como os delegados da respectiva UF eleitos para par-ticipar das conferncias nacionais de sade.Promover, em parceria com o CES, a realizao das conferncias 17. estaduais de sade, bem como colaborar na organizao das con-ferncias municipais de sade.Estimular o processo de discusso e de organizao do controle 18. social no espao regional.Implementar ouvidoria estadual, com vistas ao fortalecimento da 19. gesto estratgica do SUS, conforme diretrizes nacionais.Apoiar a Poltica Nacional do HumanizaSUS.20.

    5.3 Atribuies e Responsabilidades dos Gestores Municipais

    Desenvolver processo de monitoramento e avaliao, abrangendo 1. as diversas reas da SMS.Desenvolver aes educativas que possam interferir no processo 2. sade-doena da populao e na melhoria da qualidade de vida.Apoiar a realizao de pesquisa na rea de gesto estratgica e 3. participativa.Assumir responsabilidade pela coordenao e execuo das ativi-4. dades de educao e comunicao, no mbito local.Promover aes de informao e conhecimento acerca do SUS, 5. junto populao em geral. Apoiar os processos de educao popular em sade, com vistas ao 6. fortalecimento da participao social no SUS, bem como a educao

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    permanente dos conselheiros municipais e dos conselhos de gesto participativa. Garantir a participao dos trabalhadores da sade e dos usurios 7. na formulao, no gerenciamento, na implementao e avaliao do processo permanente de planejamento participativo, cons-truindo nesse processo o plano municipal de sade e submeten-do-o aprovao do conselho municipal de sade.Submeter o relatrio de gesto anual aprovao do conselho 8. municipal de sade.Participar dos colegiados de gesto regionais, cumprindo suas 9. obrigaes tcnicas e fi nanceiras.Promover a eqidade na ateno sade, considerando as dife-10. renas individuais e de grupos populacionais, por meio da ade-quao da oferta s necessidades como princpio de justia social e ampliao do acesso de populaes em situao de desigualda-de, respeitadas as diversidades locais.Gerir os sistemas de informao epidemiolgica e sanitria de 11. sua competncia, bem como assegurar a divulgao de informa-es e anlises, operar os sistemas de informao e alimentar re-gularmente os bancos de dados nacionais, assumindo a respon-sabilidade pela gesto, no nvel local, dos sistemas de informao e manter atualizado o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade (CNES).Coordenar a implantao do componente Municipal de Auditoria 12. do SUS.Implementar a auditoria sobre toda a produo de servios de 13. sade, pblicos e privados, sob sua gesto, tomando como refe-rncia as aes previstas no plano municipal de sade e em arti-culao com as aes de controle, avaliao e regulao assisten-cial, e realizar auditoria assistencial da produo de servios de, sade, pblicos e privados, sob sua gesto.Apoiar o processo de mobilizao social e institucional em defesa 14. do SUS.Apoiar administrativa e fi nanceiramente a Secretaria-Executiva 15. do Conselho Municipal de Sade(CMS).Viabilizar, administrativa e fi nanceiramente, a participao dos 16. conselheiros municipais nas conferncias municipais e estaduais de sade.

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    Promover, em parceria com o CMS, a realizao das conferncias 17. municipais de sade.Estimular o processo de discusso e de organizao do controle 18. social no espao regional.Implementar ouvidoria municipal, com vistas ao fortalecimento 19. da gesto estratgica do SUS, em consonncia com as diretrizes nacionais.Apoiar a Poltica Nacional do HumanizaSUS.20.

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    AnexoPortaria n. 3.027, de 26 de

    novembro de 2007.

    Aprova a Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa no SUS ParticipaSUS.

    O MINISTRO DE ESTADO DA SADE, no uso das atribuies que lhe confere o inciso II do pargrafo nico do art. 87 da Constituio Federal, e

    Considerando a aprovao da Poltica Nacional de Gesto Estratgi-ca e Participativa no SUS ParticipaSUS formulada pela Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa e aprovada pelo Conselho Nacio-nal de Sade na 175 Reunio Ordinria do CNS, de 11 e 12 de junho de 2007; e

    Considerando pactuao na reunio da Comisso Intergestores Tri-partite realizada no dia 25 de outubro de 2007, resolve:

    Art. 1 Aprovar a Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participa-tiva no SUS ParticipaSUS.

    Art. 2 A Poltica Nacional de que trata o art. 1 estar disponvel no portal do Ministrio da Sade , mais especifi ca-mente na rea da Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa.

    Art. 3 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao.

    JOS GOMES TEMPORO

  • 41

    Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa

    Secretrio de Gesto Estratgica e Participativa:Antonio Alves de Souza

    Chefe de GabineteMaria Natividade Gomes da Silva Teixeira Santana

    Organizao:Ana Maria Costa Andr Luis Bonifcio de Carvalho Carlos Saraiva e SaraivaJos Luiz Riani Costa

    Colaborao:Fernando Rodrigues CunhaIsabel dos Reis Silva OliveiraVerbena MeloZenite da Graa Bogea Freitas

  • EDITORA MSCoordenao-Geral de Documentao e Informao/SAA/SE

    MINISTRIO DA SADESIA, trecho 4, lotes 540/610 CEP: 71200-040

    Telefone: (61) 3233-2020 Fax: (61) 3233-9558E-mail: [email protected]

    Home page: http://www.saude.gov.br/editoraBraslia DF, fevereiro de 2009

    OS 0262/2009

    Apresentao 51 Introduo 72 Princpios e Diretrizes da Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa no SUS 133 Componentes da Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa no SUS 153.1 A Gesto Participativa e o Controle Social no SUS 163.2 Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS 193.3 A Ouvidoria do SUS 223.4 A Auditoria do SUS 25

    4 Aes a Serem Desenvolvidas 295 Atribuies e Responsabilidades das Esferas de Gesto 315.1 Atribuies e Responsabilidades do Gestor Federal 315.2 Atribuies e Responsabilidades dos Gestores Estaduais e do Distrito Federal 345.3 Atribuies e Responsabilidades dos Gestores Municipais 36

    Anexo 39Portaria n. 3.027, de 26 de novembro de 2007 39

    Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa 41