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Nei Leite Mendonça

CaminheiroSolidário

Caminheiro Solidário

Nei Leite Mendonça

1ª Edição

Goiânia2019

Copyright © 2019 by: Nei Leite Mendonça

CapaRicardo Mendonça Oliveira de Queiroz

DiagramaçãoAlex Dener de Melo Galvão Impressão e AcabamentoGráfica e Editora Aliança Ltda.

Dados Internacionais de Catalogação da Publicação (CIP)

M539c Mendonça, Nei Leite.

Caminheiro Solidário / Nei Leite Mendonça. – 1. ed. – Goiânia : Gráfi ca e Editora Aliança, 2019. 114 p. ; 14x20 cm.

1. Literatura religiosa. 2. Literatura espírita. I. Título.

CDU: 821.134.3(81)-97 133.9

Índice para catálogo sistemático

Literatura espírita..............CDU: 133.9

DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio sem a autorização prévia e por escrito do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei N.º 9610/98) é crime estabelecido pelo artigo 48 do Código Penal.

Impresso no BrasilPrinted in Brazil2019

Caminheiro Solidário / Nei Leite Mendonça. – 1. ed. – Goiânia : Gráfi ca e Editora Aliança, 2019. 114 p. ; 14x20 cm.

SUMÁRIO

Apresentação ..........................................................................7Prefácio ..................................................................................91. A Fé e a Esperança ..........................................................112. A Fé Lógica .....................................................................123. A Morte Não é o Fim ......................................................134. A Submissão às Leis ........................................................155. Acontecimento Inusitado ................................................166. Agruras da Dor ................................................................187. Ajuste dos Débitos ..........................................................198. Aplicativos ......................................................................219. Atração Mental ................................................................2210. Base Sólida ....................................................................2311. Bem Esparso .................................................................2412. Cada Qual Vive em seu Mundo ....................................2513. Casa do Pai ....................................................................2714. Chá de Paciência ...........................................................2815. Ciclos da Vida ...............................................................3016. Circunstâncias da Causa e Efeito ..................................3217. Conhecer-se ...................................................................3318. Conhecimento Doutrinário ............................................3419. Conselhos ......................................................................3520. Conselhos de Manoel ....................................................3721. Corretivo .......................................................................3922. Cruz do Sofrimento .......................................................4023. Cruz Suave ....................................................................4124. Cultivar Pensamentos ....................................................4225. Cultura Espiritual ..........................................................4326. Curso da Vida ................................................................4527. Dependência para o Bem-estar .....................................46

28. Dificuldades Supridas ...................................................4829. Direitos e Deveres .........................................................4930. Energias Reguladoras ....................................................5031. Esquecimento de Promessas .........................................5232. Fatos Aleatórios ............................................................5333. Fatos Ilusionados ..........................................................5434. Fé Religiosa ..................................................................5535. Harmonizar com a Natureza .........................................5636. Heresia ..........................................................................5737. Incursões .......................................................................5838. Inércia ao Dever ............................................................5939. Influência Assimilativa ..................................................6040. Ingresso na Erraticidade ................................................6241. Instinto e Vocação .........................................................6342. Instinto Natural .............................................................6443. Jejum Espiritual ............................................................6544. Justificar a Ignorância ...................................................6745. Leis Imutáveis ...............................................................6846. Liberdade ......................................................................6947. Líder ..............................................................................7048. Lucidez ..........................................................................7149. Nossa Casa ....................................................................7250. Nutrir-se das Virtudes ...................................................7351. O Amor-Caridade ..........................................................7552. O Intrigante ...................................................................7653. Os Viajores ....................................................................7754. Palingenesia ..................................................................7855. Perfeita Criação Divina .................................................7956. Porta Estreita .................................................................8157. Potenciais Virtudes ........................................................83

58. Prazer em Viver .............................................................8459. Preceitos de Jesus ..........................................................8560. Prestação de Contas ......................................................8661. Profanar o Semelhante ..................................................8762. Purgar Débitos ..............................................................8963. Recomendação ..............................................................9064. Refrear-se ......................................................................9165. Resgate Proporcional ....................................................9266. Resignação ....................................................................9367. Retorno ..........................................................................9468. Safar-se ..........................................................................9669. Salvação Espiritual ........................................................9770. Ser Inteligente ...............................................................9871. Soberania Divina ...........................................................9972. Solidificar Conhecimentos ..........................................10073. Sombra da Vida ...........................................................10174. Suprir pelo Merecimento ............................................10275. Teologia Espírita .........................................................10476. Trabalho Aprimorativo ................................................10577. Usufruir dos Conhecimentos .......................................10678. Valorizando a Vida ......................................................10779. Vencer as Dificuldades ................................................10880. Vida Ilusória ................................................................10981. Vida Transitória ...........................................................111Sobre o autor ......................................................................113

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APRESENTAÇÃO

Apresentar uma obra literária, principalmente espírita, é uma grande responsabilidade, pois quem a apresenta está concordando com tudo que o autor expressa. Acresce a isso a anuência pela coerência doutrinária espírita da obra apresentada.

Dentro desses dois quesitos, conteúdo da obra e coerência doutrinária, não tenho a menor dúvida de dizer que esta obra Caminheiro Solidário se inscreve como ensinamentos de Jesus Cristo expressados na Doutrina Espírita.

O Confrade Nei Leite Mendonça transmite esses ensinos de uma maneira simples, sem os requintes linguísticos que possam empanar a leitura compreensível, tal qual falava Jesus aos simples e humildes.

Utilizando a antiga e sempre presente técnica de aprendizagem pela repetição dos conceitos, faz o leitor refletir sobre suas ações neste mundo, que irão fatalmente determinar seu estado bom ou ruim quando voltar para a sua morada verdadeira, após a desencarnação.

Esta obra representa um esforço do confrade Nei em continuar a divulgação da Doutrina Espírita começada nas obras anteriores: Crônicas para Meditação, Luzes para a Vida, O Medianeiro para a Luz e Roteiro para a Vida.

A sua portentosa bagagem espiritual, conquistada pela sua longa vida na Doutrina, confere-lhe essa simplicidade amorável no trato com as pessoas e

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facilidade de expressar em textos as ideias espíritas.A leitura dos oitenta e um capítulos da obra leva o

leitor a refletir nos seguintes pontos básicos da Doutrina Espírita, mas que na verdade é a Doutrina Cristã:

1. O convite amoroso de Jesus expressado na magnífica mensagem estampada por Allan Kardec no Capítulo VI, item 5, de O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Amai-vos e Instruí-vos”.

2. A Lei de Causa e Efeito, como lei da justiça divina moldável pela Misericórdia de Deus se o infrator se envolver no trabalho do bem.

3. As Leis Naturais, que são as Leis de Deus, outorgadas universalmente para a condução da evolução dos seres vivos, começando no Princípio Inteligente.

4. Destaca o autor, dentre as Leis Naturais, aquela inscrita por Kardec no Livro dos Espíritos, como a Lei de Justiça, de Amor e de Caridade, representando a coroação dos ensinos do Mestre Jesus.

Portanto, confrade Nei Leite Mendonça, guarde em seu íntimo a certeza das bênçãos de Jesus nesta e nas próximas vidas, quer seja encarnado ou não, marcando-lhe a fronte com o símbolo cristão de Cavaleiro Paladino da divulgação dos ensinos do Mestre Jesus Cristo, Governador do Planeta Terra.

Joaquim Tomé de SouzaGoiânia, julho de 2019


PREFÁCIO

Graças à cooperação dos amigos do além, produzi-mos esta obra que humildemente submetemos à leitura e crítica do prezado leitor que nos dá o prazer da sua refle-xão.

Abarcamos assuntos variados relativos às prédicas do Mestre Jesus Cristo, esposadas pela Doutrina Espírita. Como se trata de predicados relativos à fé Cristã, pressu-pomos ser do agrado de todos que vão manuseá-lo.

O Mestre, certa feita, argumentou da necessidade do homem “amar e instruir-se”, como contido no capítulo XVI, item 5 do Evangelho Segundo o Espiritismo, sem o que não há verdadeira felicidade. Essa prática consiste em amar a Deus e ao próximo como a si próprio, com base no conhecimento dos ensinamentos cristãos.

Agradecemos aos mestres que nos inspiraram e, bem assim, ao caro leitor que nos prestigia com a leitura deste compêndio.

O Autor.


1 - A FÉ E A ESPERANÇA

Nem todos os espíritos reencarnados neste Planeta estão compromissados com existências pretéritas, como acontece com os grandes missionários de alta condição moral. No entanto, sendo o planeta de provas e expia-ções, todos os que aqui reencarnam sofrem segundo a condição moral de cada pessoa dentro de seu projeto re-encarnatório, cujos desafios terão de vencer para alcan-çar maior evolução.

Muitos se sentem felizes por comungar os conheci-mentos espirituais e as virtudes morais, todavia é maior a responsabilidade do homem que não ignora os preceitos de Jesus no cumprimento dos seus deveres.

As pessoas cônscias dos deveres na formulação dos seus atos respondem a priori junto às Leis que regem a vida, pelo seu bom ou mau comportamento.

É notório que o exemplo da ação salutar é compatí-vel com o progresso moral do ser.

Muitas pessoas se assenhoram dos ensinos de Jesus no cultivo da fé sem a luz do conhecimento para minorar as dificuldades e sofrimentos sem muito sucesso.

A fé e a esperança devem ter como suporte a razão e a lógica que esclarecem e edificam, sendo exigíveis ao homem na solução dos seus problemas, quando meritó-ria.

A fé não aceita milagres que não têm base nas Leis


Naturais ou Divinas, as quais dão cobertura a aconteci-mentos supostamente inexplicáveis.

2 - A FÉ LÓGICA

A fé não se impõe, adquire-se com a experiência da vida, é o resultado da confiança nos bons procedimentos em favor do semelhante como forma de amar a Deus, a si mesmo e ao próximo. A fé necessita de um suporte que é a ação.

A esperança é o complemento da fé lógica, que in-flui na saúde da alma e do corpo e é responsável por uma mente sadia, cujos pensamentos devem ser adequados à Lei do Progresso.

Sumamente vitorioso é o homem que cumpre os preceitos de Jesus Cristo, com fé e esperança na elucida-ção dos conhecimentos que o faz crescer em moral e na cultura da filosofia espírita.

Progredir é o instinto natural do homem, mas, se lastreia somente no âmbito material seus objetivos, deixa acéfalo o seu desenvolvimento moral e espiritual.

O perispírito é um condutor protótipo do corpo físi-co, refletindo-o na vida espiritual conforme a evolução do espírito, motivo pelo qual muitos se julgam encarnados,


pois o perispírito é dotado de visão, odor, visibilidade, temperatura, ponderabilidade, plasticidade, densidade, entre outros atributos, conforme assinala Evandro Bezer-ra ao discutir “Algumas considerações sobre o perispí-rito” na revista O Reformador (nº 2.252, 2016, p. 33). Destaca ainda que o fluido etéreo ou cósmico está para os espíritos em suas necessidades assim como a atmosfera está para os encarnados.

3 - A MORTE NÃO É O FIM

Julgar é o hábito de muitos cidadãos que, nutridos pelas enfermidades da alma, acham-se superiores às de-mais pessoas.

Haja vista o comprometimento consciencial, várias pessoas tornam-se vulneráveis ao sofrimento compulsó-rio pelos deslizes praticados e, assim, sujeitos à Lei de Causa e Efeito.

Ao escolher as diretrizes da vida, o homem tem a obrigação de ajustá-las aos ensinos da Doutrina Espírita para, através da prática da caridade, assimilar conheci-mentos que o tornam livre da ignorância pela luz da ins-trução.

Jesus recomenda “amar e instruir” como condição


indispensável para que o homem seja feliz.Ao ensejo, narramos um fato relativo à opulência

material. Havia um senhor rico, possuidor de uma vasta extensão de terras na qual cultivava cereais; após a co-lheita, depositou todo o produto nos armazéns.

Tratava-se de uma pessoa ignorante, egoísta por na-tureza, que não praticava caridade consigo nem com o semelhante. Não era de má índole, porém indiferente ao progresso moral e aos conhecimentos espirituais.

Este homem não dava valor à vida extrafísica, mo-tivo pelo qual desejava manter uma vida num patamar invejável, desfrutar ao máximo o prazer da vida que as condições físicas lhe permitissem.

Certo dia, acomodado em seu habitat, disse para si mesmo: “Tenho alimento para muitos anos, os pobres que se arrumem, posso descansar em paz e dormir tran-quilo’’. Mal sabia que a morte o espreitava. Sofreu um AVC fulminante que o levou a óbito.

Seu espírito, levado à erraticidade, permaneceu confuso por muito tempo, sofrendo sem saber o que aconteceu; após ter despertado a consciência, foi levado à prestação de contas do empréstimo que Deus lhe con-cedera, mas não teve nada a apresentar. Foi considerado a figueira que não dava fruto, isto é, a pessoa que nada fez moralmente para si mesma e para o próximo.

A morte é a troca da vestimenta rota para uma nova e sadia, segundo a evolução moral das pessoas; a morte


física não é o fim, é o começo de uma nova vida de prazer para quem está com a consciência tranquila pelo dever cumprido, porém é desditosa e sofrida para aquele que não cumpriu as Leis de Deus.

4 - A SUBMISSÃO ÀS LEIS

Todo homem tem, por natureza, a distinção entre o amor vinculado à simpatia e à afeição, atraído que é pela assimilação espiritual, e o amor pelo qual, segundo a Lei Natural, dois corpos heterogêneos dão origem a um único ser mediante o fenômeno da reencarnação, por meio do qual os espíritos progridem.

O progresso é uma das Leis Divinas que incidem não só no orbe terreno, mas em todo Universo, adaptan-do-se segundo a evolução de cada planeta.

Estando submisso às Leis, todo homem tem o dever de evoluir; aquele que não o faz está compulsoriamente obrigado a cursar a escola da vida na qual passa por situ-ações constrangedoras para adquirir as virtudes morais.

É sabido que a alma do homem é um espírito reen-carnado, responsável pelo destino programado.

Quando o homem fala ou pensa é a sua alma que expressa, para o que necessita de um aparelho que é o


cérebro, por onde transmite sua vontade.Há sofrimentos físicos e morais, em que a sua alma

participa como devedora por mau comportamento.O ser humano é composto de alma – ser inteligente;

perispírito – corpo da alma; e corpo físico. Estes se inter-dependem para a sobrevivência do homem. Com a mor-te física, a alma retorna à espiritualidade com seu corpo astral, “perispírito”, que é um protótipo do corpo físico.

Jesus não condicionou a salvação à religiosidade e, sim, à prática da caridade e do amor incondicional, quan-do recomendou “amar-se e instruir-se”.

5 - ACONTECIMENTO INUSITADO

Os acontecimentos que a vida nos reserva dão, às pessoas, vaga noção do que pode ocorrer compulsoria-mente.

Deve-se manter pensamentos vigilantes a fim de evitar assédio de energias impuras e maléficas, que po-dem provocar desajustes psicossomáticos no cidadão in-solente.

Assegurar êxito nas tarefas a que o homem está submisso depende do seu comportamento moral e cum-primento das Leis Naturais ou Divinas, expressão do


pensamento que é a voz da alma, a qual se manifesta via perispírito, servindo-se da mente do homem.

Conta-nos a lenda que em uma cidade do interior reside uma família abastada, com prestígio, pois Rosalvo é político, humilde, virtuoso. Cumpridor das Leis Natu-rais ou Divinas, trata as pessoas com amor e caridade, é um cidadão modelar, digno do cargo que ocupa na admi-nistração pública. Por estes fatos, desfruta da simpatia da coletividade.

De quando em vez, Rosalvo perde a lucidez, sofre desmaios, tornando-se inconsciente, porém volta logo à lucidez. Sofre de enfermidade incurável, morte aparente, chamada catalepsia; certa vez, tendo desmaiado e decor-ridas várias horas, Rosalvo não voltou à lucidez. O cora-ção parou e foi considerado óbito. A emoção foi geral na família, a esposa desfaleceu; foi providenciado o féretro em urna de primeira classe.

Após as providências preliminares para o velório, muitas pessoas acudiram ao local a fim de prestarem ho-menagem ao falecido.

Pela madrugada, quando todos estavam em oração, ouviu-se um gemido na urna. O suposto morto movimen-tou a cabeça, houve uma correria geral e gritos:

– É o fantasma! O único a permanecer no local foi seu filho adotivo.As orações por certo influenciaram a volta à luci-

dez de Rosalvo, uma vez que as energias concentradas e


dirigidas ao suposto morto deram-lhe forças para voltar à consciência, já que ele não havia morrido.

Rosalvo acordou, quis sair da urna, mas não foi possível, pois estava preso às alças da urna.

– O que estão fazendo? Não morri!!! Tirem-me des-ta urna, desejo ir para casa, tenho fome e sede!

O único a atendê-lo foi o seu filho, que lhe deu água e guloseimas.

Acontecimento inusitado nunca ocorrido nesta ci-dade; a população comentava da necessidade de consul-tar outros clínicos, para dirimir dúvidas e evitar sepultar um morto vivo.

Fazer o bem é um dever, é um ato de amor e carida-de prestado por Rosalvo para com o filho; o amor a Deus consiste no amor ao semelhante e a si próprio.

6 - AGRURAS DA DOR

Refutar-se à aceitação dos princípios morais é negar o cumprimento das Leis Naturais, bem assim dos ensinos de Jesus.

Aquele que se porta em sua rota de vida com mau comportamento e atos comprometedores, além de não resgatar os compromissos, aumenta-os; todavia os débi-tos terão de ser quitados, cedo ou tarde.


Deus, que é bom e justo, dá a todo devedor a opor-tunidade de redenção moral espontânea; aquele que não teve evolução na exumação de suas imperfeições fica vulnerável ao sofrimento compulsório.

Todo espírito é obrigado a evoluir até alcançar a pu-reza. Para auxiliar no seu aprimoramento, Deus lhe deu o livre-arbítrio, por meio do qual faz a escolha de sua rota de vida.

As dificuldades, dores e sofrimento constituem as ferramentas de que a Natureza se utiliza para correção dos infratores.

Compete ao homem culpado aceitar as agruras por ele mesmo criadas como forma de correção de suas pró-prias imperfeições.

7 - AJUSTE DOS DÉBITOS

Deus, que é todo Amor e Justiça, onipresente, onis-ciente, onipotente e conhecedor das necessidades dos fi-lhos em ambos os estágios – o encarnado e o desencarna-do –, saberá distribuir benesses a cada pessoa de acordo com o merecimento pelo progresso alcançado.

Todo homem tem ajustes a fazer da sua consciência comprometida em existências pretéritas, que variam se-gundo a sua condição moral.


Compete ao paciente saber conduzir sua cruz com paciência, humildade e resignação para que o sofrimento produza os efeitos esperados; para aquele que não se re-belar, o peso do sofrimento é mais suave.

A todos os devedores Deus concede oportunidade para resgate, por meio do cumprimento de suas leis e dos ensinos de Jesus Cristo; vencido o tempo, se não houve progresso moral torna-se passível cursar novamente a es-cola da vida, com dor e sofrimento compulsório.

Ante as recomendações, é importante ao homem preparar-se, a fim de tornar mais suave a cruz a que todos estão submissos.

Não fosse a necessidade de evoluir, não estaria o homem submisso à Lei de Causa e Efeito, forçado que é pelos débitos do pretérito cujo resgate é compatível com o seu desenvolvimento moral.

Para se ter a luz do conhecimento é necessário exi-mir-se das trevas da ignorância; o homem tem o dever de praticar o bem e instruir-se com os ensinamentos da literatura da Doutrina Espírita.


8 - APLICATIVOS

Subestimar as virtudes que procedem dos ensinos de Jesus Cristo denota ignorância e desconhecimento dos fatos beneméritos que ocorrem na saúde mental e orgâ-nica.

A ignorância do homem e a inércia do progresso produzem a ferrugem mental que inibe o bom comporta-mento, comprometendo a sua consciência.

A pessoa vinculada ao mau comportamento não pode ser feliz, pois trabalha na contramão da vida, assu-mindo débitos a serem pagos com sofrimento.

Compete ao homem cumprir a finalidade da reen-carnação, que é a eliminação de suas imperfeições, e as-sim, obter evolução espiritual e moral mediante o cum-primento das Leis Naturais e Sociais e dos preceitos de Jesus Cristo.

Com o retorno à espiritualidade, aquele que não porta cultura e evolução moral ressente a sua falta para o bem-estar e sofre as consequências da inércia no trato do seu progresso.

A finalidade da reencarnação é cumprir a Justiça Divina; resgatar débitos comprometidos, evoluir moral-mente e adquirir cultura espiritual. Para esse mister, o homem trabalha, estuda, procria, sofre os reveses na vida para adquirir experiência e evolução da alma.

O homem é composto por três aplicativos: corpo


físico, perispírito ou corpo astral do espírito e alma ou espírito; a alma é a responsável pelos atos do homem, pois partem dela os pronunciamentos comportamentais; a alma da pessoa manifesta os desejos, servindo-se do seu perispírito, o qual está ligado aos sistemas orgânicos do corpo físico.

9 - ATRAÇÃO MENTAL

Superar as anormalidades dos sentimentos, que podem afluir nos homens imperfeitos e imprevidentes, atrativos dos espíritos maléficos, é demonstração de vi-gilância mental e pureza de sentimentos que todo ser en-carnado deve almejar.

Para livrar-se do assédio de espíritos imperfeitos, o homem deve comportar-se em harmonia com os ensinos de Jesus Cristo, cumprindo as Leis Naturais ou Divinas, mantendo uma rigorosa vigilância mental.

Os espíritos imperfeitos sentem-se prisioneiros quando lhes abrimos as portas dos sentimentos, com pen-samentos voltados à prática de deslizes que nos compro-metem.

O cérebro do homem é a ferramenta que expressa a mensagem produzida pela vontade de sua alma.

É na erraticidade que os espíritos demonstram o


grau de progresso alcançado, como juiz em causa própria ao julgarem-se pelo tribunal da consciência, que os de-fende ou acusa do mau uso do livre-arbítrio, submissos à Lei de Causa e Efeito.

Como todo o espírito em evolução tem correções a fazer, a reencarnação é indispensável ao seu progresso moral e cultural.

10 - BASE SÓLIDA

A verdadeira felicidade está condicionada ao cum-primento dos ensinos de Jesus Cristo; cumprir as Leis Naturais ou Divinas é um dever de todo ser humano, às quais se submetem todos os seres orgânicos que, incons-cientemente, atendem à Lei do Progresso.

O bem-estar efêmero, “que não tem base sólida”, atinge a maioria da humanidade que está submissa às leis que regem a vida, dando oportunidade de solidificar a almejada felicidade pelo aprimoramento moral.

O sofrimento a que está incursa a pessoa que não cumpre os preceitos morais e as Leis Divinas e Sociais é penoso e conta com o assédio de espíritos imperfeitos na prática de atos que comprometem a consciência.

Todo habitante deste planeta está submisso à Lei de Causa e Efeito, motivo pelo qual deve o homem inteirar-


se dos pensamentos e sentimentos contidos nos ensinos de Jesus Cristo a fim de libertar-se da ignorância, tornan-do-se virtuoso com a prática da Lei de Justiça, Amor e Caridade.

Vale lembrar ao leitor que a influência sobre o espí-rito está condicionada à sua maneira de pensar, aos seus sentimentos e aos seus hábitos; suas ações permitem a as-sistência de espíritos de luz, bem como a de imperfeitos.

Há espíritos que, pressupondo estarem encarnados, ignoram seu atual estado. Outros sentem os reflexos da vida que tinham, resultando em sofrimento. A despeito de minorar esse sofrimento procuram influenciar os en-carnados, transferindo-lhes seus desajustes morais tem-porários, até que os encarnados ou os desencarnados se transformem pela regeneração.

11 - BEM ESPARSO

Faça o bem ao próximo, desejando-lhe tudo aquilo que quer para si mesmo e será feliz.

O bem esparso entre os homens reluz o sentimento solidário de quem o produz e que está situado nos ensinos de Jesus Cristo.

As Leis Naturais ou Divinas estão sintetizadas na Justiça, no Amor e na Caridade, sem os quais não há


bem-estar na coletividade.Para evitar que o espírito sofra na erraticidade, o

homem tem o dever de manter o seu comportamento ile-so de faltas que possam comprometê-lo, alinhar seus sen-timentos às normas prescritas por Jesus Cristo e adquirir e praticar as virtudes que condicionam o bem-estar.

Espírito devedor algum reencarnado no planeta Ter-ra está isento de sofrer em virtude das condições físicas, ambientais e espirituais, por ser o planeta de provas e ex-piações.

Não se deve prejulgar o semelhante, uma vez que toda pessoa tem uma falta, “pecado”, a corrigir.

O progresso se faz presente pela Lei corresponden-te. Quer queira ou não, o homem terá de progredir, pela lei a que está submisso.

12 - CADA QUAL VIVE EM SEU MUNDO

Para que os fatos aparentemente aleatórios que ocorrem no jornadear do curso da vida sejam de real im-portância para o homem, ele deve estar imbuído do “amar e instruir-se” recomendado por Jesus Cristo, inserido no evangelho da Doutrina Espírita.

Cada qual vive e respira, no mundo que lhe é pecu-liar, os reflexos mentais que alimenta, angariando para si


mesmo a influência dos bons e a dos maus espíritos, de conformidade com o comportamento moral do ser.

O perispírito é o corpo astral da alma, envolve todas as células do corpo físico do homem, permitindo pleno controle das atividades das pessoas.

Utilize o tempo disponível em trabalhos elucidati-vos que inspiram progresso, pois a sugestão das trevas surge nas horas vazias.

Não há equilíbrio físico sem harmonia espiritual.A energia magnética, quando inoculada ao paciente

via mediúnica, está associada ao magnetismo do próprio mediador, cujo teor energético está regulado pelo pensa-mento, sentimento, emoção, saúde e hábitos do médium.

Automaticamente transferimos ao próximo nosso estado emocional àqueles que nos ouvem, toda vez que dermos forma aos pensamentos e sentimentos com recur-sos verbais.

É necessário reconhecer que criamos ou renovamos “todos os dias nosso próprio destino através do qual vi-venciamos nossas próprias edificações”.

O problema só é grande para quem é pequeno. Quando você cresce em conhecimentos e moral, as difi-culdades são supridas com fácil solução.

O céu e o inferno a que alude a literatura religiosa não estão aqui ou acolá e, sim, no íntimo de cada pessoa; é o efeito do bom ou mau uso do livre-arbítrio. Na vida do homem nada acontece sem uma justa causa e um fim


útil, inspirando o progresso moral e espiritual do ser.A mensagem Divina flui permanentemente em nos-

sa consciência, sugerindo-nos a prática da solidariedade. Porém, muitas pessoas se entregam a edificações menos dignas no processo evolutivo, criando barreiras e isolan-do-se da inspiração Divina.

13 - CASA DO PAI

A casa do Pai – “Deus” – é o Universo, distribuído em miríade infinita de planetas habitados e em formação, do qual fazemos parte.

O homem, pelas suas imperfeições morais e cul-turais, se julga possuidor de si mesmo e dos bens que acha à sua volta; as pessoas, pelo seu orgulho, egoísmo e vaidade, manipulam a prática do bem a seu critério, sem observância das prédicas de Jesus.

O homem não considera os bens como empréstimo Divino para que dele faça bom uso e, levado pela imper-feição da sua alma, nem sempre utiliza com exatidão os bens que lhe foram confiados.

Deus onipotente disciplina os espíritos, encarnados ou não, ao cumprimento das suas Leis, circunscritas à Lei de Justiça, Amor e Caridade.

Jesus Cristo foi o maior filósofo, médium e mora-


lista a habitar o planeta Terra, do qual é o patrono; legou aos seus apaziguados diretrizes harmônicas que, se cum-pridas, dão ao espírito a libertação da ignorância com a luz do conhecimento.

Todos os seres humanos são espíritos – “almas” – reencarnados que se servem do corpo físico para manifes-tarem suas tendências morais e expressão de sua vontade.

Quando uma pessoa comete um deslize, a respon-sável é a sua alma, uma vez que ela programou o ato insólito e os sentidos o realizam.

Salvaguardar os bons pensamentos e livrar-se de atos ilícitos é dever de todo ser humano.

O corpo humano é constituído de matéria física – “carne” –, perispírito, que é o corpo da alma e a alma em si, que dirige os destinos do homem e é a responsável por seus atos e comportamentos.

Quando da morte física, o espírito ou a alma se des-liga dos despojos carnais e é conduzido pelo perispírito que é o seu corpo, levando na consciência os reflexos do seu comportamento.

14 - CHÁ DE PACIÊNCIA

Narra a lenda que em determinada cidade reside o Senhor José Tavares, cognominado Jota, farmacêutico


probo, homem virtuoso pelas qualidades morais, espírita e vidente, caritativo por natureza e farmacêutico de pro-fissão.

Certo dia veio à farmácia um cidadão queixando-se de muita dor no braço que, apesar de ter tratado, não conseguiu debelar; insistiu no analgésico Sabiá. Jota, que não conhecia esse medicamento, disse:

– Não tenho! O paciente insistiu. Jota curiosamente encontrou o

analgésico Sabiá. – É este que eu quero –, disse o paciente.Jota, que é vidente, notou influência de uma energia

maléfica a atuar no braço do paciente, provocando a dor. Disse ao rapaz:

– Vou indicar um bom remédio, o chá de paciência.O paciente ficou curioso, mas Jota negou-se a nar-

rar o tipo de energia para não o colocar em pânico.Perguntou o enfermo: – Que chá é esse? Jota deu a receita: – Ferva um copo de água e junte o seguinte tem-

pero: 30 gotas de humildade; 30 gotas de paciência; 20 gotas de indulgência; 30 gotas de amor e caridade e 20 gotas de perdão. Faça o chá e tome o chá de paciência.

Despediu-se, alegando estar preocupado em achar os ingredientes do famoso chá.

Decorridos vários dias, volta à farmácia o enfermo


com as mesmas dores. Jota arguiu: – Você tomou o chá? O enfermo diz: – Não, porque não tenho os ingredientes.O farmacêutico, muito gentil, aconselhou o freguês

a fazer uma reflexão de consciência para encontrar os in-gredientes em seu coração.

O enfermo, sem educação, não gostou do conselho e alegou que seu coração não tinha esses predicados.

Jota diz ao doente, então, que são justamente os in-gredientes que faltam em seu coração – os ensinos de Jesus – para aliviar suas dores e ser feliz.

15 - CICLOS DA VIDA

A vida física tem ciclos a serem cumpridos pela natureza, como a infância, a juventude e a velhice. São fases que todo homem tem de passar para adquirir expe-riência e elevação moral e espiritual.

Saber conviver nestes ciclos é uma escola para o ci-dadão que deve preparar-se para uma rota de vida regada de conhecimentos morais e intelectuais, cuja ação gera bem-estar e felicidade.

Como tudo na vida está submisso a fatos indeléveis, a nota a seguir não foge à regra.


Conta-nos a lenda que duas pessoas, velhos amigos, se entretinham em narrar fatos ocorridos na juventude. Antônio portava orgulho e vaidade, com temperamento pretencioso sobre o amigo Zeca, que é de bom caráter, humilde, simples e virtuoso na prática da caridade, con-siderado o benfeitor do bairro.

Antônio quer supremacia sobre o velho Zeca, tenta humilhá-lo por sua simplicidade e modéstia. Zeca, por sua elevação moral, sabe ser indulgente para com o ami-go.

– Você, Zeca, é um homem que não consegue aten-der os seus anseios, é preciso valorizar a vida!

Diz Zeca: – Eu valorizo a vida mais do que você; acredito na

existência da alma e seu destino na vida extrafísica, o que você nega.

Antônio, irado pela acusação, mostrou-se indiferen-te com Zeca, que disse a verdade e não desejava ferir o sentimento orgulhoso de Antônio.

Ambos estavam saudosistas dos tempos de juventu-de, que lhes deixaram profundas lembranças, agastados pela paixão indiscreta.

Certa vez, a convite de um colega de trabalho, participaram de uma festa de aniversário na qual foram apresentados à Maria, bela e esbelta jovem que, por sua gentileza e meiguice, sensibilizou o coração de ambos os jovens que desejavam o seu amor.


Por mais que insistissem, Maria não correspondia à atenção, deixando-os perplexos, gesto que lhes feriu o sentimento.

O importante é que nenhum dos postulantes sabia, entre si, do amor dedicado à Maria.

Hoje, já velhos, Zeca adverte o amigo a abandonar o orgulho e vaidade, e esquecer o passado; acreditar na existência da alma imortal e, bem assim, na vida extrafí-sica, para a qual todos voltamos em épocas predestinadas.

16 - CIRCUNSTÂNCIAS DA CAUSA E EFEITO

O espírito que deseja ter acomodação na erraticida-de deve possuir o devido preparo moral para merecer tal posição.

Acomodar é desfrutar na espiritualidade de uma clínica de bem-estar, pelo desempenho fiel das Leis Na-turais ou Divinas e o cumprimento das prédicas de Jesus Cristo.

Trata-se de aprimorar o íntimo, eliminando as im-perfeições da alma, para alcançar o progresso moral e a luz do conhecimento.

Sem a Luz do conhecimento e do amor caritativo, o espírito que ignora o processo evolutivo torna-se um sofredor na erraticidade, em consequência da incúria à


evolução.O espírito reencarna com a finalidade de saldar

compromissos do pretérito, participar da escola da vida conforme o seu estado evolutivo, estudar para adquirir cultura intelectual e moral, com o cumprimento das Leis naturais ou divinas e os ensinamentos de Jesus.

A felicidade real está subordinada ao cumprimento das Leis de Deus, que condicionam o progresso moral ao cumprimento da Lei de Justiça, Amor e Caridade.

O homem que, pelas imperfeições, furta-se a apri-morar o interior, priorizando comportamento irregular que não condiz com os ensinos de Jesus, está vulnerável a frequentar a escola da vida para que, forçado por cir-cunstâncias de Causa e Efeito, adquira as virtudes morais.

17 - CONHECER-SE

No limiar de uma nova vida na erraticidade, o espí-rito se surpreende com a visão dos seus procedimentos da vida pregressa inseridos na sua consciência.

Como afirma o saudoso André Luiz, a morte física não torna o espírito melhor nem pior e, após o período letárgico, renova-se a vida em outra dimensão, em estado fluídico, conforme o estado evolutivo do espírito.


Todos os atos bons, assim como os maus, ficam ar-quivados no subconsciente do homem e tornam-se pre-sentes com o seu despertar na espiritualidade.

Conhecer-se a si próprio é fazer uma análise de consciência e avaliar se o seu comportamento atende à compatibilidade dos preceitos de Jesus Cristo.

É importante que o homem procure amar ao próxi-mo como a si mesmo, apropriando-se das virtudes morais e da cultura espiritual. Esses ensinamentos praticados lhe dão a luz dos conhecimentos que são o suporte para o retorno feliz à espiritualidade.

As leis naturais ou divinas estão escritas na cons-ciência da cada pessoa que se torna responsável pela sua aplicação e devem tornar-se norma de vida de cada cida-dão (Questão 621 do Livro dos Espíritos).

O homem deve erradicar da sua consciência tudo que o torna infeliz, cumprir as Leis Divinas que regem a vida, aceitar e cumprir a Lei do Progresso para minorar o peso da sua cruz, não importando o conceito religioso.

18 - CONHECIMENTO DOUTRINÁRIO

Todo o homem deve ratificar os ensinos que a dou-trina espírita apregoa com a finalidade de fazer luz do conhecimento aos simpatizantes.


Os conhecimentos doutrinários aliados à prática da Lei do Amor e Caridade, como também das Leis Naturais ou Divinas, constituem o alabastro do progresso espiritu-al do homem.

A luz do conhecimento dá ao espírito, quer nesta ou na vida extrafísica, o suporte que o torna feliz.

O progresso moral é “exigido” de todo o ser huma-no para que se ajuste ao desenvolvimento intelectual na formação da personalidade do homem de bem.

É sabido que todo espírito, que esteja ou não encar-nado, é uma personalidade imortal, cujo progresso se faz permanente; para a felicidade do homem é aconselhável não deter a marcha de sua evolução com a prática de dis-túrbios que ferem o bom comportamento.

O progresso como Lei Natural ou Divina se cumpre sumariamente, quer queira ou não o homem, podendo ele apenas postergar o seu cumprimento.

O Mestre Jesus condicionou o bem-estar do homem ao cumprimento dos seus ensinos expressos no Evange-lho da Doutrina Espírita, os quais constituem um guia seguro para a felicidade do ser.

19 - CONSELHOS

Deus inspira as pessoas à prática do bem, porém há aqueles que, pelo seu instinto de perversão, isolam-se


das emanações divinas, ficando passíveis às advertências compulsórias.

Das virtudes, a que mais deve tocar o sentimento das pessoas é a Lei de Justiça, Amor e Caridade, que sin-tetiza a grandeza da Lei de Deus.

A vida nos preza com recursos que, saneados, nos permitem escolha dos que mais tocam as nossas necessi-dades à saúde e às finanças, com prioridade os de ordem moral e cultura espiritual.

Saber desvencilhar-se dos infortúnios que afligem a vida do homem na sua caminhada evolutiva demonstra progresso alcançado. Evitar contendas, não prejulgar o semelhante; mesmo que alguém o fira, não revide, per-doe, uma vez que pessoa alguma está isenta de faltas a corrigir. Use a indulgência na convivência social.

Não deve o leitor servir-se dos meios de comuni-cação para relatar fatos ocorridos, para os quais houve a participação dos seus pensamentos; fatos construtivos, não importa relatar; entretanto, quando os fatos forem ne-gativos, evite propagar, uma vez que esse procedimento acentua o mal ocorrido.

Para diminuir ocorrências indesejáveis, deve o ho-mem munir-se dos predicados virtuosos na prática do bem, com fé e esperança em Jesus, para superação dos fatos que o atormentam, ciente de que não há efeito sem causa.


20 - CONSELHOS DE MANOEL

A perfeição é a meta que deve ser intensificada por toda pessoa, pois consiste no aprimoramento íntimo, na “apuração do sentimento” dos habitantes deste orbe.

Redimir-se das lacunas promanadas pela ignorância dos conhecimentos dos preceitos evangélicos constitui necessidade indispensável à felicidade do homem.

A ignorância de conhecimentos morais é um dos males da humanidade, com efeitos danosos ao bem-estar das pessoas.

Não desconhece o leitor nutrido pela ignorância das prédicas de Jesus Cristo que isso pode trazer-lhe, à sua vida e à família, preocupações econômicas, de saúde e falta de paz.

Relata a lenda que havia uma família de vida con-fortável, cujos filhos Paulo e André eram estudantes. O pai, Sr. José, era uma pessoa de bom conceito e conside-ração, honesto e trabalhador. Tem de tudo para julgar-se feliz, porém não se sentia assim, pois faltava-lhe contar com a assistência benigna de Jesus Cristo, assim pensa-va, não obstante estar Ele presente em seu lar.

Pelos desafios a superar, José sentia a ausência de algo, inexplicável, que o preocupava!

O tempo passava e a preocupação sempre presente a lhe atormentar a consciência: a de encontrar a Senhora Felicidade, pois a julgava tocável para ser feliz; não acre-


ditava que a felicidade é abstrata – um estado de cons-ciência moral em que a pessoa se sente bem e tranquila.

Para desfecho da tranquilidade do lar, um dos filhos foi acidentado, levado ao hospital em estado preocupan-te. Com essa ocorrência, a paz no lar foi rompida.

Com o filho hospitalizado surgiu a verdadeira preo-cupação de José, que se julgava infeliz, embora não fosse.

Como tudo na vida está regulado por Leis Divinas, a de Causa e Efeito se fez presente pelos pensamentos ne-gativos de José. Para manter a autoestima do amigo José, que estava em decadência, surgiu o Sr. Manoel, velho conselheiro, conhecedor da Doutrina Espírita, que adver-tiu José para que acordasse para a realidade da vida, que seu filho logo voltaria para o lar.

– A felicidade que você procura é subjetiva, abs-trata; é um estado da alma, que toca o nosso sentimento emocional; está em suas mãos ser feliz e você não sente esse estado, pelo fato de seus pensamentos bloquearem a sensibilidade.

Procure harmonizar-se com os ensinos de Jesus Cristo e praticá-los e será feliz. José, inspirado pelos con-selhos do amigo, diz: – Eu era feliz e não sabia”.


21 - CORRETIVO

Eventuais reencarnações se prendem a fatos ocor-ridos em existências anteriores decorrentes de mau com-portamento, obrigando o espírito ao retorno expiatório.

Para correção, o espírito culposo se submete a acei-tar um corpo mutilado ou certas enfermidades de cura difícil ou, ainda, outra forma corretiva.

Todo erro que o homem – “alma” – comete, repre-senta postergar o processo evolutivo em curso. Portanto, antes da prática de qualquer deslize, examine com aten-ção se o comportamento de tal prática não inibe a felici-dade.

A pessoa que pratica faltas graves, que comprome-tem a sua consciência, sofre enquanto encarnado. Toda-via sua alma, presa aos reflexos da vida física, tem sofri-mento acentuado no além.

Deus não quer o sofrimento para seus filhos. Deixa- os que cumpram seus desígnios espontaneamente para a conquista do mérito. Contudo, por ignorância ao cum-primento das leis naturais, movidos pela enfermidade da alma, muitos se perdem na estrada da vida, assumindo compromissos cujo resgate é sofrido na proporção do de-lito praticado.

Os sofrimentos, as dificuldades e os desajustes so-ciais são relativos às imperfeições humanas, cujos dissa-bores terão de ser acertados, para extinção de suas maze-


las e consequente aprimoramento íntimo.Toda pessoa é um espírito ou alma reencarnada em

busca do seu progresso moral, que a torna feliz ou des-venturada conforme a diretriz que der à sua vida.

22 - CRUZ DO SOFRIMENTO

Existem pessoas que são carentes de conhecimen-tos das lides espirituais, não obstante serem de boa índole e caridosos.

As virtudes morais, sendo cumpridas, propiciam ao homem a felicidade, quando aliadas às Leis Divinas e às prédicas de Jesus Cristo.

É na vida extrafísica que o espírito recobra os refle-xos do seu comportamento na vida pregressa.

Quando os atos são apoiados nos ensinos de Jesus – “no amai-vos e instrui-vos” –, a alma adquire méritos que a tornam feliz. Porém, quando a consciência é com-prometida pelo mau comportamento, o espírito vai sofrer pelos deslizes praticados.

É necessário que o homem cumpra bem a tarefa re-encarnatória para livrar-se do sofrimento na área espiri-tual.

Todos os encarnados no orbe terreno sofrem de


conformidade com a sua condição moral, que dita o teor da dor a expiar.

A cruz do sofrimento é mais pesada para o homem que tem maiores compromissos a resgatar e pela falta de humildade, paciência e resignação.

Os pensamentos levianos afluem naquele homem que por descuido não mantém vigilância mental elevada. Há pensamentos que, acoplados ao sentimento, compro-metem a consciência do ser com a prática de atos libidi-nosos.

23 - CRUZ SUAVE

A emoção é um atributo da alma, age como condi-cionante à saúde física, aflorando a sensibilidade do ho-mem para o cultivo das boas ações, que devem estar em consonância com a Lei de Amor e Caridade.

O homem tem o dever de produzir algo de útil para sua felicidade, alimentando pensamentos sadios sob a égide dos ensinos de Jesus Cristo.

O homem sensível à prática do bem é virtuoso, sabe amar a Deus e ao semelhante, tem fé e esperança na su-peração dos problemas que possam surgir no curso de sua vida.


O respeito, a aceitação e o cumprimento às Leis Na-turais a que o homem está submisso cumprem-se aleato-riamente à sua vontade, pois que todo espírito tem neces-sidade de crescer em moral e na cultura do conhecimento da vida no além.

Aquele que menospreza as Leis de Deus e os pre-ceitos de Jesus está vulnerável ao sofrimento compulsó-rio como forma de burilar o seu íntimo das imperfeições morais.

A natureza concede, ao homem culposo e compro-metido, tempo para seu aprimoramento moral, a fim de tornar mais suave o peso de sua cruz. Findo esse tempo, se não houve crescimento moral, a provação e a expiação atingem a sua integralidade, isto é, o sofrimento é inte-gral.

Ante essa assertiva, compete ao homem a sua refor-ma íntima e o cumprimento dos preceitos de Jesus Cristo, a fim de superar os desafios que podem surgir durante a vida.

24 - CULTIVAR PENSAMENTOS

O ambiente social formado pelos homens represen-ta o grau de cultura moral dos seus integrantes, que se destacam pelos atos comportamentais.


Cultivar os pensamentos sob a égide dos princípios morais é dever de toda pessoa que deseja desfrutar da paz e bem-estar.

Com o nosso modo de pensar e falar, impregnamos o ambiente social e doméstico com energias correspon-dentes, uma vez que o semelhante atrai o semelhante.

O pensamento é energia e força; pode dar ao ho-mem o bem-estar, bem como pode destruí-lo, dependen-do da diretriz que der ao pensamento.

É pela energia mental que surge o plasma fluídico, por intermédio do qual o homem corporifica e materiali-za seus ideais, seus desejos e os executa.

Os pensamentos levianos e maledicentes são pró-prios de homens imperfeitos que dão expansão às pai-xões inferiores para a prática de atos libidinosos incita-dos pelas imperfeições da alma. Eles estão submissos à correção compulsória, que eclodirá oportunamente.

25 - CULTURA ESPIRITUAL

Sem que haja evolução moral e cultura espiritual, não pode haver o bem-estar das pessoas que estão sub-missas às Leis que regem a vida.

Todas as pessoas aspiram à felicidade, porém gran-


de parte da humanidade não faz jus a esse estado porque, pela inferioridade moral, se integra a grupos que praticam o mal e deslizes habituais que comprometem a consciên-cia. Quando a morte física ocorre, não tem nada de bom a apresentar na vida extrafísica; são espíritos que tendem às reencarnações dolorosas para resgate de um passado de erros comprometedores.

Se o espírito culpado se arrepender dos erros prati-cados e redimir-se de suas imperfeições, terá na próxima reencarnação uma vida menos sofrida e tumultuosa, po-rém não fica isento de resgatar os seus compromissos do passado.

Já os bons espíritos que têm a luz do conhecimento, agrupam a satisfação e o prazer ao bem-estar, os quais completam o “tempo” com estudo e trabalhos úteis.

Para os espíritos sofredores menos evoluídos que não alcançaram o progresso no estágio terreno, que utili-zaram o tempo nos prazeres físicos e hábitos perniciosos e mau uso do livre-arbítrio, estão reservadas dolorosas consequências na vida extrafísica.

Como tudo na criação de Deus é perfeito, não se de-vem menosprezar as oportunidades das experiências com nossos sofrimentos que requerem o aprimoramento ínti-mo, uma vez que Deus tira da dor o medicamento para a cura da alma.


26 - CURSO DA VIDA

Lucidificar o conceito vida é o mesmo processo que passa o homem para superar os desafios que ocorrem du-rante a vida física a exigir-lhe bom comportamento.

O curso da vida deve ser vinculado aos conheci-mentos que permitam ao homem tratá-la com mais apre-ço, se amando no cumprimento das Leis Divinas.

Não custa ao homem aprimorar atividades para ab-sorção dos meios que permitam manter uma saúde equi-librada, ciente de que o pensamento é fator importante para a saúde psicossomática.

A vida física é boa quando precedida dos concei-tos esposados por Jesus Cristo. No entanto, se despreza-dos os preceitos evangélicos, com vazão a pensamentos enfermiços e às paixões inferiores em forma de suposto bem-estar, torna-se real e sofredora a vida cotidiana do paciente.

A fim de superar os desafios que surgem na estrada da vida, o homem tem a obrigação de suprir-se dos meios indispensáveis à sua felicidade, no aprendizado e práti-ca dos ensinos do Mestre Jesus Cristo, que recomenda “amai-vos e instruí-vos”, sem os quais não há bem-estar.

A Lei do Progresso está inserida na consciência e no íntimo de cada pessoa, a indicar-lhe a urgente e ne-cessária evolução a que está obrigado, a fim de evitar o sofrimento compulsório. Para que isso ocorra, deve mu-


nir-se das virtudes da humildade, paciência, resignação, indulgência e, bem assim, cumprir a Lei do Amor, para conseguir a libertação espiritual.

27- DEPENDÊNCIA PARA O BEM-ESTAR

Querer o bem-estar é o desejo de toda pessoa, po-rém merecer é fator preponderante para tal acontecimen-to. Aquisição das virtudes morais e a prática da Lei do Amor são condições indispensáveis para que o homem seja feliz, não importa o conceito religioso.

As virtudes da humildade, paciência, resignação, indulgência e caridade, quando praticadas, são o susten-táculo para o merecimento do bem-estar.

Por causa das enfermidades da alma, adicionadas às facilidades que tem para o desvio da rota, dificilmente o homem está disposto a assumir as virtudes acima expos-tas.

As pessoas que estimam permanecer sob a égide de suas imperfeições não conseguem ajustar-se ao bem- estar e estão vulneráveis ao sofrimento psicossomático, com dificuldades para adaptarem-se à Lei do Progresso.

Toda pessoa tem a obrigação de progredir moral-mente e adquirir a cultura espiritual, mediante o cumpri-mento das Leis Naturais e das prédicas de Jesus Cristo.


Em conclusão, a finalidade da reencarnação é cumprir a Justiça Divina, por meio da qual progride o homem, me-diante o resgate dos compromissos do pretérito ao cum-prir as Leis Naturais, de Justiça, Amor e Caridade.

A propósito, conta-nos a lenda que dois viajores vivenciaram ato insólito na margem da estrada da vida. Paulo, que se dizia justiceiro, munido de ódio e vingança, aplicava corretivo físico no moribundo José, por ter-lhe tirado alguns pães, que dizia saciar a fome de seus filhos.

Paulo, orgulhoso e egoísta, prejulgava José com pa-lavras indecorosas. José alegava não ter este hábito, só o fez forçado pelas circunstâncias.

O tempo passou. Paulo, por suas imperfeições, não valorizava os ensinamentos de Jesus. José, com trabalho e dedicação, conseguiu normalizar sua vida, progredia muito; pessoa humilde e de bons princípios, assumiu a missão de aliviar os enfermos com passes curadores.

Paulo, ficando velho e pobre, tornou-se enfermo com dores terríveis. Ouviam-se de longe seus apelos de ajuda em virtude dos sofrimentos motivados pelos desli-zes praticados e mau comportamento moral.

Certo dia, José soube da existência de um enfermo que pedia socorro e como sempre foi acudi-lo.

Anunciou sua presença, sendo recebido por uma se-nhora idosa que o convidou a entrar pondo-se, em segui-da, a reclamar da má situação em que se achava.

José, que ouvia os gemidos do enfermo, prontifi-


cou-se a dar-lhe passes curadores, aliviando um pouco as suas dores. Recuperado, Paulo agradeceu a Deus pela ida dessa pessoa à sua casa. José cumpria um dever tendo sido reconhecido por Paulo, que lhe pediu perdão. José, que havia esquecido o passado, o perdoara de coração.

Dizia José a Paulo: – Você deve ter muita paciência, humildade e re-

signação; todos estão submissos à Lei de Causa e Efeito, que disciplina o nosso comportamento. Deve ter fé e es-perança em Deus, porém deve corrigir as suas imperfei-ções para alcançar a validade do socorro.

28 - DIFICULDADES SUPRIDAS

Todas as pessoas têm, por dever, manter um arrimo para apoio nas horas difíceis que ocorrem em sua vida.

Momentos difíceis e dolorosos podem ocorrer com qualquer homem, porém ignora-se a data que isto ocor-rerá.

Para minorar tais ocorrências, o homem tem de se investir das virtudes da humildade, paciência, resigna-ção, indulgência, tolerância, justiça, amor, caridade, etc. não se abstendo de manter a fé e esperança na superação dos problemas.

Para que tudo na vida ocorra harmoniosamente, é


preciso que haja sintonia entre poder e querer; é neces-sário cumprir os preceitos de Jesus Cristo, bem assim as Leis Divinas e as virtudes morais.

A formação do destino está vinculada à boa higiene mental e aos conhecimentos adquiridos, cujo comporta-mento é a síntese dos desejos do ser.

As dificuldades, dores e sofrimentos pelos quais passa o homem estão vinculados à Lei do Progresso, como forma de aprimoramento íntimo.

Cada alma – “homem” – expressa seus sentimentos e emoções segundo sua evolução moral e progresso espi-ritual, cujo pensamento é a manifestação da sua vontade.

29 - DIREITOS E DEVERES

Grande parte das pessoas não dá crédito à existên-cia da alma, não obstante serem espíritos encarnados; só valoriza o concreto, o que é tocável.

Os espíritos são energias abstratas para o encarnado e interferem junto ao homem muito mais do que se pensa, segundo o Capítulo IX (item 459) do Livro dos Espíritos.

O homem, por ignorar a procedência de sua alma, refuta a verdadeira vida, a espiritual.

As pessoas estão integradas no consumismo orgâni-co, menosprezando a vida extrafísica, para qual o espírito


é conduzido, e, sem o reajuste moral, há indício de sofri-mento a ser suportado.

A partir dessas premissas, o homem deve munir-se dos conhecimentos espirituais e morais, e da prática da Lei do Amor e Caridade, cumprir as Leis Naturais ou Di-vinas a que está submisso, a fim de ter paz e felicidade.

Todo o homem tem o dever de aprimorar conhe-cimentos, o que o torna mais lúcido e maiores as suas responsabilidades. Ao ignorante dos ensinos de Jesus Cristo, lhe será exigido responsabilidade segundo o seu comportamento moral e seu grau de conhecimento.

O binômio “Direitos e Deveres” deve nortear o cur-so da vida, do ilustrado ao mais ignorante.

O aprendizado dos ensinos de Jesus Cristo, quando praticados, gera luz para o espírito, que o liberta das tre-vas da ignorância.

30 - ENERGIAS REGULADORAS

Ser feliz é o desejo de todo ser humano, porem há pessoas que não cumprem as leis básicas ou Divinas para merecerem esse benefício.

Manter a vida sem se preocupar com o progresso moral é uma falta injustificável; a evolução é uma lei na-tural e todas as pessoas estão imbuídas desse princípio.


Crescer em virtudes morais é um desafio que todo homem deve ter por meta para merecer a felicidade.

Evoluir internamente é eximir-se das imperfeições da alma, cultivando as virtudes preconizadas por Jesus Cristo a fim de cumprir com maestria a tarefa compro-missada no carma reencarnatório.

Há pessoas que, pelo atraso em sua evolução moral e cultura espiritual, com pensamentos negativos, ficam isolados da assistência benéfica de energias reguladoras de saúde e paz.

O homem não deve permanecer isolado. A convi-vência em coletividade é uma necessidade, por meio da qual ele aprimora a alma com o cultivo da humildade, paciência, indulgência e da tolerância mútua.

Há pessoas que, em plena vida, estão adormecidas em relação aos conhecimentos espirituais e morais. Ne-cessitam ser despertadas para a realidade de sua existên-cia, com a qual assimilarão as virtudes preconizadas por Jesus Cristo, diante das dificuldades e obstáculos a en-frentar.

Jesus Cristo, “o medianeiro de Deus”, exortou à hu-manidade o dever de “Amar e Instruir-se”, sem os quais não há felicidade e luz na estrada da vida.

Para que o espírito não permaneça nas trevas quan-do estiver na erraticidade, o ideal é adquirir a luz do co-nhecimento e a cultura das virtudes morais.


31 - ESQUECIMENTO DE PROMESSAS

Para que as pessoas cumpram os encargos reencar-natórios com êxito, é indispensável valerem-se dos pre-dicados ensinos de Jesus Cristo, cumprir as Leis Divinas e atenderem às virtudes morais.

Com a reencarnação, o espírito traz as metas a se-rem cumpridas, as quais o homem ignora, pois que o en-carnado passa pelo esquecimento das promessas feitas. Assim, o homem resgata os débitos do pretérito sem o saber, cumprindo desta feita a Justiça Divina.

O fenômeno da reencarnação, como o da morte fí-sica, está regulado por Leis Naturais que o disciplinam, para que haja o processo evolutivo indefinido do espírito.

Os espíritos foram criados simples e ignorantes, do-tados de inteligência, por intermédio da qual eles forjam o seu progresso, monitorado pelo seu instinto, como nos ensina o Livro dos Espíritos.

As Leis Divinas ou Naturais são de âmbito Univer-sal, adaptadas segundo a evolução de cada planeta. No orbe terráqueo, elas são aplicadas com maior rigor para a regeneração dos seus habitantes, de acordo com a condi-ção moral de cada pessoa.

As pessoas são enfermas da alma, conforme os vários graus de imperfeição que necessitam de corrigir. Buscam a luz do conhecimento moral e espiritual para,


quando chamados à prestação de contas com a morte fí-sica, terem ingresso feliz na espiritualidade.

32 - FATOS ALEATÓRIOS

O progresso e a experiência são devidos ao esforço despendido do homem em busca da sua libertação eco-nômica, não menosprezando a cultura e a moral nas lidas evangélicas cristãs.

Todos os homens desejam o bem-estar, o qual está na dependência do aprimoramento íntimo alicerçado nas virtudes morais ministrados por Jesus Cristo.

A procura pela felicidade depende do próprio ho-mem, de saber se comportar, mantendo bons pensamen-tos e cumprindo a Lei de Justiça, Amor e Caridade.

Dependendo das circunstâncias, podem ocorrer fatos-surpresa na vida do homem que, sub judice, está vinculado ao carma reencarnatório; todavia, pode trazer satisfação, por tratar-se de fatos alvissareiros.

Os fatos são ocorrências que acontecem na vida do homem, podendo ser bons ou maus. Sua finalidade é contribuir para o progresso moral e espiritual do homem, bem como para a aquisição de novas experiências.


33 - FATOS ILUSIONADOS

Ilusionados pelos prazeres físicos, o homem, ali-mentado pelas enfermidades da alma, se predispõe à ab-sorção plena da satisfação pela vida que tem, sem obser-vância dos inconvenientes que possam surgir no curso da existência, a título de experiência que contribua para evolução moral e cultural do ser.

Saber valorizar os préstimos que Deus concede às almas encarnadas, para alcançar o seu progresso median-te o cumprimento das Leis Divinas e as prédicas de Jesus Cristo, é de suma importância.

A prática das virtudes morais, bem assim dos en-sinos de Jesus Cristo, dá ao homem o suporte indispen-sável para as dificuldades e sofrimentos que ocorrem no curso da vida.

Pelo comportamento do homem, pode-se avaliar o grau de evolução moral, a qual deve estar em sintonia com a Lei do Progresso.

Muitos espíritos encarnados querem safar-se do cumprimento das leis que regulam a vida, sob a alega-ção de que com a morte física tudo se acaba. A morte é uma simples troca de uma vestimenta rota e imprestável por outra nova e duradoura, estimulada pela alma, que é imortal, a qual é a responsável pelos atos e comporta-mento do homem.


34 - FÉ RELIGIOSA

O desejo do cidadão de situar-se acima do seu se-melhante demonstra orgulho e vaidade imensa.

O orgulhoso, pelo temperamento seletivo, cria em torno de si o desejo de supremacia que não lhe garante o bem-estar e, sim, uma felicidade efêmera e transitória, que não tem a cobertura da fé religiosa dos ensinos de Jesus Cristo.

O homem, possuidor das virtudes morais e cultura espiritual, com seu comportamento exemplar, contribui de certa forma para o aprimoramento do próximo.

O homem está submisso à Lei de Causa e Efeito, motivo pelo qual não deve furtar-se ao cumprimento das Leis Divinas ou Naturais e dos ensinos do Mestre Jesus, sob pena de sofrer os efeitos de sua negligência.

Todo homem tem como destino a volta à espirituali-dade; cumpre-lhe preparar sua alma, antes que seja tarde, para o retorno feliz à vida no além.

O sentimento de grandeza impera entre os orgulho-sos que negam a caridade solidária a pretexto de que há tempo para esse mister, sem pensar que pode ocorrer, a qualquer momento, a morte física, e que terá que prestar contas do seu comportamento.

Há várias formas de se praticar a caridade: a mais fácil é a doação material, a mais difícil é o perdão das ofensas, que exige a renúncia do amor próprio.


35 - HARMONIZAR COM A NATUREZA

O destino que o homem forma pelos pensamentos deve estar em harmonia com as Leis Naturais, para que possa desfrutar de uma vida feliz.

O homem que não consegue harmonizar-se com a natureza na constituição do seu destino não será feliz e sujeitar-se-á a sofrer compulsoriamente pela negligência.

O sofrimento, a que todo homem está vulnerável, é condicionado ao grau de sua evolução moral, mesmo os ambientais, e surgem compulsoriamente.

A fim de minorar os padecimentos, é preciso man-ter pensamentos bons e sentimentos nobres, orar com fé e esperança em Deus para que a mente libere hormônios suavizantes, e o sistema nervoso metabolize os hormô-nios junto às células enfermas, não se dispensando a me-dicina tradicional.

Há determinadas enfermidades que fazem parte do currículo reencarnatório, débitos do pretérito, para cujo resgate Deus concede um prazo para adaptação moral do paciente. Findo o prazo, se não houver progresso, o de-vedor sofrerá compulsoriamente o resgate dos compro-missos.

Ao homem que progrediu, moral e espiritualmente, Deus minora os sofrimentos; não o isenta dos débitos, mas concede-lhe a bênção do alívio do mal.


36 - HERESIA

No percurso de vida das pessoas, muitas compro-metem seus destinos, pelas suas imperfeições morais.

Nunca deve o homem relegar a oportunidade de seu aprimoramento íntimo, uma vez que as Leis de Deus in-seridas na consciência ditam a obrigatoriedade do pro-gresso.

As pessoas que se furtam à evolução são obriga-das ao progresso compulsório pela Lei de Causa e Efeito, cujos compromissos compungentes terão de ser resgata-dos para impulsionar o progresso.

O sofrer é próprio das almas comprometidas pelo mau comportamento; só repara quem deve ajustar seus atos às leis que regem a vida e aos ensinos de Jesus.

O Mestre Jesus está sempre presente junto aos ho-mens pela irradiação mental e sábios ensinamentos in-seridos na consciência das pessoas, as quais muitas, insensíveis, se neutralizam das advertências pelas suas imperfeições, valorizando-as em detrimento das prédicas de Jesus Cristo.

Direitos e deveres são binômios que, impelidos pe-las Leis Naturais ou Divinas, levam os homens ao exercí-cio dessas faculdades, segundo a condição moral e as leis a que estão submissos.

Postergar a prática dos ensinos morais sob ação te-merária da proteção Divina, como alguns religiosos o fa-


zem, é uma heresia, pois as forças angelicais não punem seus protegidos; o homem deve temer sim as suas imper-feições, que o fazem infeliz.

37 - INCURSÕES

Esta lenda narra a vida de uma pessoa solitária, dada à prática de hábitos perniciosos, a implorar assistên-cia de energias benéficas, sem analisar o comportamento ambíguo.

Pelas incursões de ordem mental que procedia, au-mentavam os seus desajustes fatigados ao sofrimento moral.

Pelo orgulho e vaidade não reconhecia suas imper-feições, a despeito de implorar bons recursos, não dis-pondo de mérito para tal procedimento.

Cansado dos dissabores e sofrimentos, Antônio de-cidiu convocar vários trabalhadores espirituais. Após di-ligências psíquicas, foi aconselhado a mudar o sistema de vida, extirpando o orgulho e vaidade.

Antônio, vulgo Tonho, após um período de ajusta-mento, rejuvenescido e refeito das crises, decidiu-se por constituir uma família.

Simpatizava com a jovem Paula e, após vários me-ses de relacionamento, pediu-a em casamento, tendo sido aceito. Deste consórcio nasceu um belo e sadio bebê,


com o braço direito atrofiado, tornando-se “canhoto” em cumprimento à Lei de Justiça, de Causa e Efeito.

Tonho em existência anterior era filho adotivo de Manuel, pessoa egoísta e insensível que batia na criança até deixá-la em estado de pré-morte, sendo socorrida pela mãe; até a fase adulta o rapaz foi sempre humilhado pelo pai, que lhe negou uma educação consciente.

Para cumprir a Justiça Divina, Tonho teve como filho legítimo o espírito daquele pai adotivo, o qual foi criado com carinho, educado com zelo, e que, formado em medicina, veio a cuidar do pai já velho e enfermo.

Deus, que deseja a paz e harmonia entre os homens, serviu-se do fenômeno da reencarnação como forma de aproximar os espíritos encarnados e dar fim aos desajus-tes mediante o perdão e a prática do amor ao próximo.

38 - INÉRCIA AO DEVER

É dever dos homens unir-se em torno dos ensinos de Jesus Cristo, a fim de apurar seus íntimos da imper-feição e ignorância que inibem o progresso, tornando o planeta Terra ditoso e regenerado.

Para que haja a redenção dos povos, é necessário que se tornem sensíveis a um só objetivo: manter a paz, o entendimento e a solidariedade, apoiados na preservação das prédicas do Nazareno, a fim de evitar desajustes e


sofrimentos.Não obstante o espírito ter sido criado para progre-

dir e ser feliz, há muitos negligentes à sensibilidade, à pratica da caridade no amor a si mesmo e aos semelhan-tes, uma das maneiras de contribuir para a regeneração planetária.

Os espíritos, quer encarnados ou não, devem cres-cer em moral e cultura de conhecimentos, peculiares a cada estágio em curso; há espíritos delinquentes e ocio-sos que se negam a progredir. Terão de sofrer pela inércia ao cumprimento do dever.

A regeneração do planeta está vinculada à dos seus habitantes, que necessitam moldar os seus instintos à Lei do Progresso.

O cumprimento das tarefas peculiares a cada ser é por ele mesmo programado, segundo a sua condição mo-ral.

39 - INFLUÊNCIA ASSIMILATIVA

As pessoas se portam segundo a condição moral e cultura intelectual que têm; envaidecem pelo êxito das atividades que lhe são peculiares.

Sem valer-se dos predicados morais, as pessoas fi-cam vulneráveis à atração de espíritos inferiores, pelo pensamento invigilante que cultivam eventualmente.


Na erraticidade existem espíritos imperfeitos dis-postos a perturbar a vida do encarnado, muito mais do que se pensa, como explica o Livro dos Espíritos. Para evitar o assédio dessas energias, o homem tem de ater-se aos princípios morais, cumprir as leis de Deus e praticar os ensinos de Jesus Cristo, mantendo pensamentos vigi-lantes.

Ocorre que o pensamento é fonte atrativa. Quando mal direcionado, o espírito sente-se preso à mente do en-fermo constituindo a obsessão possessiva, dita loucura popular.

Conta-nos a lenda que determinada pessoa, dada ao hábito do alcoolismo, ignorava a participação de espíri-tos em sua vida a estimulá-lo no consumo da bebida, pois se sentia bem com o teor alcoólico.

Este homem não tinha tranquilidade, sentia-se im-potente para deter o vício, pois era monitorado por espí-rito enfermo.

Levado a tratamento espiritual, houve a manifesta-ção que diz sentir-se preso ao homem pela sua maneira de pensar e hábitos perniciosos que atendem os seus de-sejos.

A assimilação está inserida na Lei da Semelhança, em que pensamentos ou corpos similares se atraem; to-dos os procedimentos humanos estão sob a égide desta norma. Portanto, é importante precaver-se, desenvolven-do comportamentos e hábitos sadios para se manter as-sessorado por espíritos de Luz.


40 - INGRESSO NA ERRATICIDADE

No percurso da estrada da vida, o homem encontra muitos óbices de difícil transposição que requerem pers-picácia, controle emocional e boa higiene mental a fim de superar os desafios.

As dificuldades e sofrimentos constituem ferramen-tas de que a natureza se serve para impulsionar o progres-so do homem intransigente na maneira de pensar, estimu-lado que é pelas enfermidades da alma.

Pela reencarnação o espírito aplica suas potenciali-dades evolutivas, as quais se manifestam no homem pe-las tendências morais, vocação e instinto, etc...

Contribui para o bom ingresso da alma na espiritu-alidade a maneira como o homem se porta na vida, pra-ticando a Lei do Amor, cumprindo as Leis Naturais e os preceitos de Jesus Cristo; aquele que negligencia essas recomendações sujeitar-se-á a sofrer pelo menosprezo à sua evolução.

Como os pensamentos lideram os atos, é recomen-dável mantê-los sempre bem higienizados, em harmonia com os preceitos de Jesus Cristo, para que o homem se torne feliz.


41 - INSTINTO E VOCAÇÃO

Os espíritos encarnados, os homens, que se valem do instinto para direcionar o curso da existência nem sempre obtêm bons resultados.

O instinto é remanescente de outras vidas, em que o homem na vida atual deixa transparecer o grau de pro-gresso moral.

Das existências pretéritas o homem não se lembra. Serve-se do instinto e da vocação como coadjuvante na atual vida para agilizar o seu progresso.

As almas dos homens são espíritos encarnados tem-porariamente em busca da experiência e da perfeição mo-ral; para merecer o estado de lucidez, as pessoas superam empecilhos e sofrimentos, que constituem argamassa pu-rificadora.

Ser leal aos ensinamentos de Jesus Cristo é o meio eficaz de entrar no Reino do Céu, ou seja, ser feliz.

O Reino do Céu é almejado por todo habitante deste planeta, porém muitos não merecem esta dádiva por esta-rem sofrendo dificuldades e dores em decorrência de não terem atingido a finalidade depurativa, tendo sido negli-gentes e viciosos.

Quanto mais imperfeito e sofredor é o espírito, mais concentradas são suas ligações reflexas com o extinto corpo físico, motivo pelo qual está impedido de usar as suas faculdades pela fisiologia perispiritual.


O espírito que, pelo seu progresso, está livre da vida física é senhor das suas faculdades alusivas à vida na er-raticidade.

O uso das faculdades está em o espírito saber ma-nipular a energia astral “cósmica”, adaptando-a ao fim a que se destina.

A fisiologia dos sentidos integra o perispírito que se presta à manifestação do espírito em ambos estágios.

42 - INSTINTO NATURAL

Todos os seres orgânicos conscientes e inconscien-tes têm o instinto de preservação da vida, motivo pelo qual se defendem das agressões pelo fator medo.

No homem, o instinto de defesa pela vida alia-se ao pensamento atuante em conjunto, pois se trata de re-quisito de ordem ou natureza orgânica, cujo pensamento expressa defesa.

No ser humano, o medo é a representação ideológi-ca do culto ao desconhecido, em que o homem expressa repúdio à morte física, desmantenedora da vida orgânica; a morte física é um fenômeno natural da existência hu-mana, à qual todos estão submissos.

Os vínculos da alma com o corpo somente são des-


feitos com a morte física, é a troca de uma vestimenta rota, por uma nova, que é o perispírito, corpo astral do espírito.

Morrer não é o fim, é o começo de uma nova vida plena de prazeres e felicidade para aquele que tem a cons-ciência tranquila pelo dever cumprido. Contudo, para o espírito faltoso e comprometido, só lhe resta assumir a culpa pelos deslizes praticados e sofrer as consequências.

O fluxo das faltas cometidas tem o agravante de que a prática da falta foi precedida de conhecimentos morais. O espírito submete-se ao castigo proporcional à gravida-de do erro.

Para dirimir dúvidas, o homem deve ter a precaução de analisar com veemência todos os seus procedimentos, se estão apoiados nos ensinos de Jesus Cristo e o cumpri-mento das Leis Divinas, que proclamam a luz do conhe-cimento, tornando-o livre da ignorância.

43 - JEJUM ESPIRITUAL

Sem subterfúgios, as pessoas demonstram o que fazem na vida, com apoio ou não dos ensinos de Jesus Cristo, regulando o bem-estar ou o sofrimento conforme o comportamento.

Os homens se empenham de todas as formas, aten-


dendo a priori suas atividades econômicas, visando a sua felicidade.

Vale lembrar que nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que vem de Deus, conforme ditam os Evangelhos, isto é, o homem não vive a vida neutra, sem o apoio dos ensinos de Jesus Cristo e o cumprimento das Leis de Deus, que tocam ao sentimento, sem os quais não há verdadeira felicidade.

Os homens devem trabalhar para serem indepen-dentes, mas não podem negligenciar a prática dos ensinos de Jesus Cristo, aliando-se às Leis Naturais que regem a vida.

As virtudes morais da humildade, paciência, resig-nação, indulgência e amor são preceitos que o homem deve cultivar com dedicação, uma vez que se referem ao aprimoramento de sua alma, cuja ação se estende à vida espiritual.

Na estrada da vida, iludido com os prazeres físicos, comumente o homem não se lembra do jejum espiritual feito com o pensamento voltado a Jesus Cristo, porém só o faz quando chega o sofrimento.

No curso da vida, as pessoas devem priorizar adqui-rir conhecimentos de ordem moral e cultura espiritual, e praticá-los, valorizando a luz que advém, a qual é suporte para a vida na espiritualidade.


44 - JUSTIFICAR A IGNORÂNCIA

Sem o saber, o homem não consegue direcionar a caminhada a que está submisso. O conhecimento e o cumprimento das Leis de Deus oferecem ao homem uma norma de vida que o permite usufruir o bem-estar.

Nunca o homem deve negligenciar na apuração dos fatos que comprometem a consciência sob a alegação do desconhecimento de tais procedimentos; justificar igno-rância das Leis Divinas jamais, uma vez que elas estão inseridas na consciência de cada um, como nos ensina o Livro dos Espíritos.

As leis naturais dão-lhe diretrizes que o permitem desfrutar de uma felicidade relativa, em função da adap-tação vigente, segundo a Lei de Causa e Efeito.

As pessoas nutridas pelo orgulho, egoísmo e vai-dade dificilmente conseguem ser felizes, uma vez que as enfermidades da alma obstam o progresso espontâneo, havendo necessidade da frequência compulsória na es-cola da vida para aprimoramento íntimo e aquisição de experiências.

Se todos os homens fossem iguais em conhecimen-to e moral, a evolução seria ainda mais prolongada, pois neste planeta os homens progridem moral e intelectual-mente forçados por uma circunstância estimulativa.

A Lei do Progresso atinge a todos os seres e é um


grande incentivo ao desenvolvimento do homem e da moral. Sem moral não pode haver o progresso humano.

45 - LEIS IMUTÁVEIS

Em toda situação em que o homem se encontra, há sempre algo a desejar que satisfaça todos seus anseios.

As pessoas nem sempre estão plenamente bem com a vida que têm, porque as enfermidades da alma impõem diretrizes inspiradas no orgulho, egoísmo e vaidade, a in-terferir no bem-estar dos homens.

O progresso deve ser visado por todo o ser, pois é uma Lei Natural sem a qual haveria paralisia moral na caminhada evolutiva, levando o homem à estagnação compulsória, mediante sofrimentos.

A Lei do Progresso é uma das leis de Deus. É uni-versal e atinge a toda criação. Portanto, o espírito encar-nado, ou não, quer queira ou não aceitar a evolução, é obrigado pelo sofrimento compulsório a crescer em mo-ral e instruir-se em conhecimentos que o tornarão feliz.

As Leis de Deus estão inseridas na consciência do homem que, por ser inteligente, sabe o que deve ou não fazer para o seu próprio bem-estar, conforme a pergunta 621, do Livro dos Espíritos.


As Leis Morais ditam ao homem que deve cumprir a de Justiça, Amor e Caridade e, bem assim, a de Causa e Efeito.

Pela consciência comprometida, o espírito, por si, se julga como juiz em causa própria, forçado que é pelos desajustes morais e mau uso do livre-arbítrio, causando- lhe sofrimentos angustiantes.

46 - LIBERDADE

Valer-se de recursos imediatos a fim de sanar com-portamentos ilícitos é refugiar-se nas ondas do pensamen-to, no qual se encontra paliativo que regula os desajustes.

Na mente humana, a alma formaliza e dirige os des-tinos do homem que, segundo o grau de sua evolução moral, tem o comportamento correspondente, feliz ou não.

O uso do livre-arbítrio está na razão direta do de-senvolvimento da razão, sendo que o seu exercício deve estar em harmonia com o progresso moral.

A liberdade é uma das faculdades do espírito, quer esteja encarnado ou não, o que o condiciona à escolha de uma das rotas a seguir, uma das quais de difícil trans-posição, porém com resultados benéficos para a saúde


psicossomática; a da porta larga “da perdição”, na qual as pessoas expressam suas paixões inferiores, requisitam uma felicidade ilusória, passageira, com consequências danosas para aquele que usa mal a sua liberdade, resul-tando em muito sofrimento.

O uso da razão dá ao homem a liberdade de ação, a qual formaliza os paradigmas que devem nortear o curso da vida, com apoio nos ensinos de Jesus.

Muitas pessoas têm o hábito de prodigalizar o com-portamento do semelhante sem conhecer a sua causa, que pode ser construtiva ou não; compete ao homem que as-sim procede fazer a autoanálise dos seus atos, que devem estar em consonância com os ensinos do Mestre Jesus.

47 - LÍDER

Nas vidas sucessivas, o homem se submete à evolu-ção espiritual e à libertação da ignorância, que interpõem o processo evolutivo.

Todo homem tem por objetivo manter sua indepen-dência econômica. Subentende-se que haja interesse no crescimento moral; mesmo assim, muitas pessoas negli-genciam esse fato, mantendo-se acéfalas e na ociosidade,


o que nada produz de bom para si mesmo; esses homens estão submissos às Leis Naturais, pois guardam em suas consciências algo que deve acontecer compulsoriamente.

O progresso como Lei Natural se faz presente na consciência das pessoas, impulsionando os ociosos no cumprimento das Leis.

Há homens que praticam deslizes pela imperfeição moral que os comprometem, tornando-se vulneráveis ao sofrimento para libertarem-se do ostracismo em que se acham.

Muitas pessoas se envolvem com a vida material necessária, não valorizando a espiritual, que é a líder, pois que são espíritos encarnados em evolução.

Para alcançar plena libertação espiritual, o homem tem de crescer em moral e na cultura espiritual inseridas nos ensinos de Jesus Cristo, no “Amai-vos e Instruí- vos”.

48 - LUCIDEZ

A instrução, como forma de esclarecimento, permi-te ao homem extinguir a ignorância, que impede a luz do conhecimento.

A lucidez é própria de almas esclarecidas e de bons princípios morais, auxiliando-as na rota evolutiva rumo à perfeição.

Todas as pessoas estão submissas à Lei do Progres-


so. Todavia as condições espirituais do orbe dificultam, ao homem, o burilamento íntimo, cujo aperfeiçoamento ocorrerá mesmo a contragosto.

O fenômeno da reencarnação é o instrumento de que a natureza se utiliza para agilizar o progresso moral e espiritual do homem, mediante a aplicação dos ensinos de Jesus Cristo.

Todo homem tem em seu íntimo uma centelha di-vina a projetar a sua luz de acordo com a evolução moral e a cultura espiritual. O homem é representado pela sua alma a guiar-lhe os passos sob a determinação dos pen-samentos.

As pessoas se iludem com relação à sua alma na suposição de estar manipulando o seu destino sozinhas, o qual é regimentado pelo seu espírito a indicar-lhes os seus procedimentos.

Os atos do homem estão vinculados ao grau do pro-gresso moral de sua alma, que se traduz em sua felicidade ou não.

49 - NOSSA CASA

Preparar-se para transladar a alma para a vida no além é procurar eximir-se das imperfeições morais que obstam o progresso espiritual.

Somos todos espíritos imortais em busca do aper-feiçoamento moral, habitando, temporariamente, um cor-


po físico que é nossa casa.Muitas pessoas mantêm os pensamentos e senti-

mentos sob a vigília do bem proceder, cumprindo as Leis de Deus e os ensinamentos de Jesus Cristo inseridos na literatura da Doutrina Espírita.

Valorizar a vida, evitando excessos e hábitos que comprometem a saúde orgânica, permite, dessa forma, melhor manifestação da alma, que serve do cérebro para expressar sua vontade.

Todo homem tem obrigação de se amar e, bem as-sim, ao semelhante, pois essa é a maneira lógica de amar a Deus.

É importante que o homem saiba desvencilhar-se dos fatos insatisfatórios que ocorrem durante a vida. Para que isto ocorra, é necessário munir-se dos predicados das virtudes morais e dos ensinos de Jesus Cristo.

O destino pelo qual passa o homem é por ele mes-mo traçado pelos seus pensamentos atuantes.

50 - NUTRIR-SE DAS VIRTUDES

Nutrir-se dos princípios cristãos para desvencilhar- se dos óbices que o homem encontra na estrada da vida é dever de todos. O esforço e boa vontade em sua remoção são indispensáveis ao bem-estar.


O bem-estar é um estado psíquico a que todo ho-mem aspira, porém muitas pessoas, pelas suas imperfei-ções morais, não fazem jus por merecê-lo.

É necessário que o homem imperfeito se corrija das inclinações maléficas, cursando a escola da vida, para adquirir as virtudes morais, indispensáveis ao bem-estar.

As Leis Naturais ou Divinas estão resumidas na Lei de Justiça, Amor e Caridade, inserida na consciência de cada pessoa, embora muitas pessoas a neguem. Alimen-tadas pelas imperfeições da alma, que as inibem de re-conhecer o seu atraso moral, submissas à Lei de Causa e Efeito, as pessoas terão de sofrer compulsoriamente os efeitos dos deslizes feitos.

As Leis Naturais estão consubstanciadas nos ensi-nos de Jesus Cristo e devem ser uma norma de vida para todas as pessoas sequiosas de bem-estar.

Muitas pessoas necessitam de uma advertência para despertar a consciência e munir-se dos predicados do Cristo, única forma de ser feliz, e independe de conceito religioso.

Para que o homem faça justiça de si mesmo, é ne-cessário que conheça a si próprio, fazendo uma análise do seu comportamento, se atende os preceitos esposados por Jesus.

É na convivência social que o ser adquire as vir-tudes da humildade, paciência, indulgência, sutileza, so-bretudo a justiça, o amor e a caridade.


51 - O AMOR-CARIDADE

A maioria das pessoas que habitam o orbe terreno tem algum conhecimento moral segundo o conceito reli-gioso, capaz de infundir-lhe o bem-estar.

O homem não deve ignorar a lei que dispõe sobre o respeito do direito do próximo, o qual vai até onde inicia o do semelhante. Esta prática insinua o cumprimento do amor que deve imperar na sociedade em geral.

Não confundir o amor caridade com o amor paixão, que dispõe sobre a satisfação material próprio às pessoas que vivem distanciados das prédicas cristãs. O amor-ca-ridade é dever do homem, porém quando espontâneo tem duplo mérito.

A prática do bem é obrigação de todo ser humano para consigo próprio e para com o próximo; quando ne-gligenciada indica falta passível de advertência. As pes-soas necessitam valorizar a vida se amando e, bem assim, ao semelhante, para amar a Deus cumprindo as Leis Di-vinas ou Naturais.

Na estrada da vida há muitas surpresas cujo futuro o homem ignora, motivo pelo qual deve preparar-se em harmonia com os ensinos de Jesus Cristo na aquisição e prática dos seus ensinamentos e das virtudes morais.

O progresso como Lei Natural, sob a qual toda cria-ção de Deus está submissa, deve fazer-se presente no ser humano a fim de impulsionar o seu desenvolvimento mo-


ral e conhecimento relativos à espiritualidade, para al-cançar a luz do conhecimento e sua libertação.

52 - O INTRIGANTE

Nem sempre as aparências demonstram o que está no íntimo do homem. O subconsciente é o reservatório dos laudos secretos dos espíritos encarnados, o que se torna presente ao espírito com o retorno à erraticidade.

Com o comportamento libidinoso o homem com-plica a sua vida, os atos nefastos praticados comprome-tem a consciência.

Para satisfazer a Lei do Progresso, o homem deve procurar espontaneamente ater-se à prática do “amar e instruir-se”, recomendada por Jesus Cristo.

É na erraticidade que o espírito valoriza o seu bom comportamento no estágio pregresso.

A fim de elucidar, conta a lenda a existência, em uma pequena cidade, de uma pessoa dada a críticas mal-dosas, provocando mal-estar na coletividade.

À tarde, na praça, Zerado, como era conhecido, reunia-se com outros simpatizantes a criticar os conter-râneos que, para ele, tinham defeitos; para cada cidadão encontrava uma falta, que satisfazia Zerado comentar.

Com o passar do tempo surgiu na cidade um novo habitante, que curiosamente procurou conhecer Zerado,


sem lograr simpatia.O novo morador, idoso, não é dado a falácias, es-

quivando-se de participar das reuniões de Zerado. Como tudo na vida tem o retorno, o intrigante tinha todos os defeitos os quais acusava os semelhantes.

Com a frequência maldosa das atitudes, Zerado tor-nou-se antipático e malvisto na cidade, ficando isolado e sem assistência dos amigos.

Velho e enfermo não contava com assistência de pessoa alguma; o único a socorrer o moribundo Zerado foi o novo habitante, que argumentava que todos nós te-mos faltas a corrigir, não lhe custava assistir o irmão, se-gundo os preceitos de Jesus Cristo.

Levado a óbito, o espírito de Zerado na erraticida-de, com a consciência comprometida pelas acusações in-fundadas dos seus semelhantes, teve de sofrer pelas suas imperfeições.

53 - OS VIAJORES

Náufragos sucumbem na estrada da vida, levados pelo estado psíquico de enfermidade moral de sua alma.

Os viajores que mal resgatam os compromissos do pretérito sucumbem em novos delitos, dando origem a dores e sofrimentos.

A Lei do Progresso é imutável, a ela todos os ho-


mens estão submissos. Faz-se presente com mais intensi-dade para aquele que não a valoriza, tornando-se vulne-rável a sofrimento compulsório.

Sem que haja adesão espontânea à prática das virtu-des morais, não pode haver bem-estar.

A vida no orbe terreno é plena de atividades sociais com satisfação de prazeres físicos, cuja convivência é ne-cessária ao progresso humano, não desprezando o bom comportamento aliado às virtudes morais.

No retorno à erraticidade, o espírito deve estar mais preparado moralmente e na cultura espiritual, e com mais experiência; entretanto, há os que mal resgatam o preté-rito, voltam a cometer novos delitos e faltas graves, au-mentando seus débitos.

Para que haja harmonia com os bons espíritos, é necessário que o homem tenha pensamentos e sentimen-tos sintonizados no cumprimento dos ensinos de Jesus e mantenha em atividade as virtudes morais.

54 - PALINGENESIA

Gostaríamos de elucidar as diretrizes a percorrer pelo homem para tornar acessíveis os ensinos de Jesus, colocando-os em prática no amor a si e, bem assim, ao semelhante.

A recomendação evangélica está no atendimento


aos preceitos de “Justiça, Amor e Caridade”, em que es-tão inseridas as Leis Naturais ou Divinas, prescritas na consciência de cada pessoa.

Deus, que é onipresente, flui a sua mensagem à nossa consciência, colocando em alerta o nosso coração. Porém, há homens que se entregam a edificações menos dignas, criando obstáculos e isolando-se das inspirações divinas.

O espiritismo estudado à luz da codificação karde-quiana é um tesouro que Deus nos confia, concitando-nos a aprender com sabedoria e a servir com amor. Seus be-nefícios nos fazem sentir honrados, sendo valorizados na vida no Além.

Todo espírito errante está submisso à palingenesia, que é o retorno a um novo corpo, isto é, o fenômeno da reencarnação.

O progresso é uma Lei Natural de que devem se ser-vir todos os homens para alimentar o instinto evolutivo, eliminando imperfeições por meio do cumprimento das Leis e dos ensinos de Jesus.

55 - PERFEITA CRIAÇÃO DIVINA

O orbe terreno é uma escola universitária no qual se aprende a viver em harmonia com as prédicas do Cristo e no cumprimento das Leis Naturais, inseridas na consci-ência de cada pessoa, como explica o Livro dos Espíritos.


Estão inclusas nos ensinos de Jesus as Leis Natu-rais, destacando-se as de Justiça, Amor e Caridade, Ação e Reação, Causa e Efeito, Progresso, etc...

Toda criação de Deus é perfeita e está submissa às Leis naturais que regulam o estágio de vida física e disci-plinam a vida dos espíritos na erraticidade, conforme lhes forem devidas.

Simultaneamente aos conhecimentos que se adqui-rem com o estudo da literatura da Doutrina Espírita, exi-ge-se o cumprimento da ação que dá ao homem o suporte para sua felicidade. Essa ação é a prática dos ensinos de Jesus Cristo.

Sendo perfeita a criação Divina, o homem pela sua ignorância e orgulho não deve se contrapor às Leis Natu-rais, com seus caprichos nefandos, provocando a desor-ganização ambiental, com resultados negativos à saúde física do próprio ser humano.

Muitas pessoas reclamam da falta do bem-estar, o que é natural, pois estão desligados do comportamento ético e moral; não obstante o comportamento irregular, comprazem-se com a expansão do seu orgulho e vaidade.

Para ser feliz o homem deve eximir-se do orgulho, egoísmo e vaidade, praticar a caridade com humildade, amando o semelhante como a si próprio, cumprir as Leis Naturais ou Divinas e as sociais, e granjeará o bem-estar.


56 - PORTA ESTREITA

Todos os atos comportamentais do homem devem ser praticados em consonância com as Leis Naturais ou Divinas e os princípios esposados pelo Messias, para me-recer a glória de ser um dos escolhidos à conquista do bem-estar.

O homem moralizado e com cultura espiritual é re-conhecido pelo seu temperamento e transformação com-portamental; se obstante não for evoluído, se sujeita às intempéries condicionantes do ambiente da natureza.

É pelas incursões em faltas comportamentais, que comprometem a consciência, que o homem se sujeita a sofrer para reajuste dos seus atos; além dos sofrimentos programados espiritualmente, há os de ordem temporal e os correspondentes aos desgastes orgânicos.

Dadas as condições morais do Planeta Terra, que induzem o homem imprevidente dotado de imperfeições morais a seguir a rota pela porta larga da vida, a da perdi-ção, é difícil desvencilhar-se dos inconvenientes lascivos trevosos que maculam a sua alma.

À propósito, narra a lenda que três jovens pales-travam sobre assunto de maior importância para o nosso futuro. O assunto ventilado versava sobre as dificuldades que podem ocorrer no curso da existência.

Os jovens eram Joaquim, Evilázio e Rui, todos com futuro promissor, graças aos cursos superiores que fa-


ziam, cada qual em sua especialidade. Joaquim, o mais velho, municiado pelo orgulho e vaidade, desejava gozar a vida com prazeres sensacionais e emotivos, sem pensar no futuro que o aguardava. Ingressou pela porta larga, a da perdição; pela satisfação enganosa e lúgubre, ele se comprometeu em comportamento irregular, que lhe cus-tará muito sofrimento.

Evilázio era pessoa culta, cumpridora das Leis de Deus e dos princípios editados por Jesus Cristo, temero-so das suas imperfeições, e que sedimentou a vida com respeito e sabedoria. Tendo como norma as virtudes mo-rais, entrou pela porta estreita, a fim de conseguir maior evolução espiritual.

Rui, que não tinha uma personalidade bem defini-da para escolha da rota a seguir, preferiu ficar na inde-cisão, aguardando pelo despertar da consciência; seus pensamentos não definiram sua caminhada. Não tendo interesse na vida social e política, aguardava com calma o desfecho do destino; pelos pensamentos judiciosos que trouxe, contraiu enfermidades graves, obrigando-o a en-trar pela porta estreita.

Das três pessoas, o que melhor se desenvolveu foi Evilázio, que, portador de evolução moral, correspondeu à expectativa dos irmãos do além.

Rui, indiferente ao progresso moral, foi obrigado a redimir-se, vítima de si mesmo, valendo-se dos inimigos íntimos.


Joaquim, tendo disputado a porta larga que oportu-namente lhe trará graves consequências pela falta de uma vigilância mental condizente, procurou com as próprias mãos o infortúnio pelo qual terá de passar.

Compete às pessoas agradecerem a Deus e ao Mes-tre Jesus pelas conquistas alcançadas em prol da evolu-ção espiritual a caminho da Luz do saber.

57 – POTENCIAIS VIRTUDES

As dificuldades que o homem enfrenta na trajetória terrena são úteis ao seu aprimoramento íntimo e às novas experiências de vida.

As enfermidades da alma, “orgulho, egoísmo e vai-dade”, se interpõem à evolução espiritual do ser, neces-sária ao cumprimento das Leis de Deus e aos ensinos de Jesus Cristo, exarados na literatura da Doutrina Espírita.

O homem é criação Divina. Está, portanto, no con-texto de infinitas perfeições, o que permite ao ser humano o desenvolvimento moral e cultura espiritual, conforme o devotamento de cada um.

Muitas pessoas enganam-se a si próprias na supo-sição de serem felizes à custa de hábitos perniciosos e prazeres esdrúxulos; estão iludidas ante a realidade da


vida, com pensamentos e sentimentos em oposição aos que lhes podem garantir a real felicidade.

As pessoas devem saber que a vida não consiste só em direitos, mas obrigações e deveres para consigo pró-prio e para com o próximo, conforme o preceito “Não desejar ao semelhante o que não quer para si mesmo”, como forma de amor e caridade.

Não se condenam as pessoas que se sintam bem, têm prazer e satisfação no curso da vida, desde que haja respeito e cumprimento às Leis de Deus e aos preceitos de Jesus Cristo.

A convivência social é determinante para o aprimo-ramento das pessoas, na qual se aplica o potencial das virtudes morais que induzem ao progresso espiritual.

58 - PRAZER EM VIVER

“Muitos os chamados e poucos os escolhidos” é o lema do convite que Jesus Cristo faz aos trabalhadores de boa vontade, que são os priorizados; os demais, ociosos, se perdem na estrada da vida por negligenciarem trabalho salutar e as oportunidades de evolução.

Os trabalhadores escolhidos são os potencializados nos ensinos do Mestre Jesus que, absorvidos na prática


do amor ao semelhante, esquivam-se à prática do erro, valorizando o bem para conseguir a felicidade.

Felicidade é o termo que define prazer na doação carinhosa do amor que se dá e se recebe, mantendo a paz consorciada com a humildade, tendo boa convivência so-cial, boa saúde, prazer em viver, uma mente sadia apoia-da nas prédicas do Messias, “Jesus Cristo”, cumprindo as Leis de Deus inseridas na consciência. Enfim, a feli-cidade está em nossas mãos, basta ter a sensibilidade de aceitar e cumprir esses preceitos.

Não julgueis o próximo sem antes analisar a própria consciência, pois com a mesma medida vós sereis pena-dos, conforme nos diz o Evangelho da Doutrina Espírita. As pessoas carentes de evolução moral são passíveis de submissão à sua própria consciência, situação que os co-loca no enigma “atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado”, nas palavras sábias de Jesus Cristo.

59 - PRECEITOS DE JESUS

Segundo os preceitos de Jesus, o homem tem obri-gação de eliminar as suas imperfeições da alma para o aprimoramento íntimo; pela negligência desses precei-tos, com expansão das paixões profanas e a invigilân-cia mental, torna-se vulnerável ao mau comportamento,


comprometendo a consciência.A convivência com o próximo é necessária para o

exercício das virtudes morais e aquisição de experiências que colocam o homem em harmonia com os ensinos de Jesus.

Ao afirmar que sem a caridade não há salvação, Je-sus convencionou a necessidade do ser humano de amar e instruir-se; a caridade consiste no amor ao próximo e a si mesmo, é nesta prática que se ama a Deus.

A felicidade efêmera e passageira, custodiada pelo orgulho e vaidade, torna o homem passível de sofrer por deslizes praticados.

Há pessoas que não se conscientizaram da realidade da vida e continuam indiferentes, como que adormecidas ante a Lei do Progresso; trabalham pela independência econômica e sobrevivência em busca do bem-estar, sem se lembrarem de que fora do amor construtivo não há felicidade.

60 - PRESTAÇÃO DE CONTAS

Sem que haja exemplificação moral pelo homem não pode haver bem-estar. As pessoas devem priorizar o cumprimento da Lei Natural ou Divina a fim de alcançar o progresso espiritual e moral, condição indispensável à


felicidade.É comum mantermos a convivência de espíritos

bons ou inferiores em nossa vida, atraídos que são pelos nossos pensamentos, sentimentos e hábitos; portanto, de-vemos ter bom comportamento para contarmos com boa assistência espiritual.

No correr da existência terrena, o homem pode des-frutar de uma vida prazerosa se souber traçar o seu des-tino lastreado em bons pensamentos; se vier a sofrer, sa-berá contornar a situação, pois está imbuído das virtudes morais e dos ensinos de Jesus.

Toda pessoa tem a obrigação de preparar-se com a prática do amor e caridade e dos conhecimentos espiri-tuais, para quando for chamada à prestação de contas ter o que apresentar na erraticidade; aquele que negligencia evoluir está submisso a sofrer no além.

61 - PROFANAR O SEMELHANTE

No porvir de uma nova vida física, o espírito deve adaptar-se ao novo ambiente no qual vai habitar.

No novo habitat o homem ignora o que ocorreu em suas vidas anteriores, não obstante não perca seu conteú-do, pois se trata de uma sequência de reencarnações que


se sucedem.Os bons ou maus comportamentos da existência

pregressa não são lembrados na vida atual do homem, ficando arquivados no inconsciente do ser.

As vagas lembranças são as tendências morais que orientam o progresso espiritual e as vocações.

Não se deve profanar o comportamento do seme-lhante, aconselhá-lo sim, pois é um dever de caridade.

Muitas pessoas imiscuídas no orgulho, egoísmo e vaidade, “enfermidades da alma”, rejeitam conselhos, devendo cursar compulsoriamente a escola da vida para moldar os sentimentos aos ensinos de Jesus Cristo.

O progresso como Lei Natural tem de ser cumprido pelo espírito encarnado ou não.

O importante para o homem é cumprir os preceitos de Jesus, bem assim as Leis Naturais resumidas na de Justiça, Amor e Caridade, e assenhorar-se das virtudes morais a fim de evitar maiores sofrimentos.

Jesus Cristo convidou a todos os doentes à cura de suas enfermidades condicionando-a à aceitação dos seus ensinos, cujo jugo é suave e leve o fardo, o que implica o aprendizado e a prática do mesmo, no “amai-vos e ins-truí-vos”.


62 - PURGAR DÉBITOS

Vencer os desafios que o homem tem pela frente é um tributo de difícil solução necessário ao desenvolvi-mento espiritual e moral do ser, porém não impossível.

Os encargos prerreencarnatórios exigem das pesso-as perícia e perspicácia em seu cumprimento a fim de evitar novos débitos.

Para que as pessoas cumpram bem os seus destinos por elas mesmas traçados, necessitam de um ponto de apoio que lhes dê sustentabilidade, que são os ensinos de Jesus Cristo.

A existência do homem está resumida entre nascer, curtir a vida e perecer o corpo físico, exceto a alma, que é imortal.

Durante a existência física o homem purga os seus débitos do pretérito mediante provação ou expiação.

Não obstante, o homem não se lembrar da vida an-terior, tem uma vaga reminiscência pela vocação e ten-dências morais que desabrocham com o desenvolvimen-to do livre-arbítrio e o uso da razão.

Vencer os obstáculos que o homem projeta pelos pensamentos é um desafio a ajustar com a Lei do Pro-gresso, a qual todos estão submissos.

Os atos dignos do bom comportamento conferem mérito a quem os pratica; já os maus comprometem a alma do ser, com sofrimento.


63 - RECOMENDAÇÃO

Temer acontecimentos imprevistos é falta de con-fiança em Deus que a tudo assiste e deixa a critério das pessoas a análise da ocorrência, devendo servirem-se da inteligência para superar os desafios.

No decorrer da existência fatos ocorrem, todavia é necessário saber contornar a situação a fim de absorver a experiência.

Muitos fatos ocorrem em função dos pensamentos atuantes das pessoas que, ignorando o poder pensante, insistem em mantê-los.

A força do pensamento é constrangedora para quem mantém enfermidades da alma; entretanto, é benfazeja se mantida pelos princípios do amor e caridade.

Não se ignora que o pensamento é força energé-tica criadora do bem-estar, alimentando ideais nobres, lastreados nos ensinos de Jesus Cristo; contudo, é força destruidora da felicidade para o homem que dá vazão a pensamentos negativos e não cumpre as leis que regem a vida.

A recomendação é para que as pessoas se sintam bem e realizadas com a prática da Lei do Amor Univer-sal, Justiça e Caridade. Não importa o conceito religioso que professam, uma vez que Jesus asseverou que “fora da caridade não há salvação”. O cumprimento dessa reco-mendação resulta na volta do espírito à erraticidade, livre


das enfermidades da alma e com a consciência tranquila pelo dever cumprido.

64 - REFREAR-SE

É preciso refrear os instintos maléficos para não ser induzido à prática de atos que ferem os ensinos de Jesus Cristo e comprometem a consciência do leitor.

Como espíritos que somos, devemos vivenciar o curso da existência como almas encarnadas, aplicando as nossas potencialidades à prática do bem.

O fenômeno do nascimento e o da morte física são situações biológicas naturais sedimentadas pela Lei de Progresso.

A morte física não é o fim, é o início de uma nova vida na espiritualidade, onde o espírito está nutrido de um novo corpo que é o perispírito, matriz do corpo físico.

A morte não avisa a sua consumação, vem de sur-presa, motivo pelo qual devemos estar sempre em dia com nosso arquivo mental, bem assim com o arquivo de ordem física, para que, se chamados, estarmos prepara-dos para tal ocorrência.

Não se deve deixar para o futuro o que pode ser feito hoje; muitas pessoas alegam que há tempo para diri-mir imperfeições e continuam aguardando oportunidades


para cumprir os preceitos evangélicos.Ser feliz é o desejo de todo homem, devendo para

tanto aprimorar seu íntimo, “ego”, a fim de merecer esse estado hipotético de felicidade vinculado à lucidez espi-ritual.

65 - RESGATE PROPORCIONAL

Nem sempre as pessoas têm o que desejam no curso da vida; em todas as situações, almejam o que há de me-lhor para si, a despeito de muitas vezes não merecerem.

É necessário ao homem adquirir recursos morais, empreendendo o cumprimento das Leis Naturais e as pré-dicas de Jesus, para após projetar os bens materiais que podem dar-lhe o bem-estar.

Não há prazer na vida à pessoa que não desfruta de saúde física e da alma, pois ambas se dependem, tendo prioridade a saúde da alma que influi na saúde orgânica.

Sabe-se que o pensamento é energia que constrói o bem-estar ou o destrói, dependendo da diretriz que lhe der, apoiado na alma lúcida ou enferma, uma vez que é a alma que pensa.

Os débitos do pretérito têm de ser resgatados, não obstante o enfermo ter sublimado e ter comportamento


exemplar; sofre menos uma vez que Deus comuta parte da pena àquele que merece e alcançou progresso moral.

É dever de toda pessoa evoluir moralmente, aliando os conhecimentos espirituais à cultura intelectual, a fim de progredir.

Sendo Deus amor e justiça, sabe distribuir os com-promissos a serem resgatados pelas pessoas, minorando o sofrimento daquele que mereceu em virtude de ter al-cançado progresso moral condizente, cujos resgates são proporcionais à causa, segundo a Lei.

66 - RESIGNAÇÃO

Conjugar esforços para elevação moral do ser hu-mano é obrigação de toda pessoa. Não pode haver pro-gresso à pessoa que negligenciar o processo educativo do seu aperfeiçoamento.

As pessoas iludidas com as benesses da vida físi-ca não priorizam o aperfeiçoamento íntimo, dando vazão às inclinações de ordem inferior, isto é manter o instinto voltado à prática de deslizes que comprometem a cons-ciência.

Em virtude de o orbe terreno ser de provas e ex-piações, escola e hospital simultâneos, na qual o homem resgata os débitos do pretérito mediante os desajustes or-


gânicos, sofrer sem lastimar tem mérito, uma vez que a resignação é sinal de progresso.

O esforço aliado à vontade de alcançar o bem-estar deve ser a meta de todo cidadão consciente que, para a vitória, deve aliar o estudo à prática das prédicas de Jesus e, bem assim, das Leis Divinas.

O bom ou mau comportamento do homem no curso da vida tem influência marcante na vida no além para o espírito que adquiriu a luz do conhecimento, proporcio-nando-lhe satisfação; porém, aquele que não soube apro-veitar a reencarnação, cometendo faltas e comportamen-to irregular, vai sofrer as consequências.

O sofrimento e as dificuldades por que passa o ho-mem no curso da vida são resgates de seus débitos, con-tribuindo para a experiência e o progresso espiritual para quem sabe vencer os desafios.

67 - RETORNO

A vida na espiritualidade é plena de bem-estar para aquele que tem um grau de progresso compatível com a posição que deseja estudar e trabalhar, a fim de garantir- lhe mais luz.

Para o espírito que alcançou bom grau de evolução moral, o intervalo das reencarnações é mais ou menos


longo conforme a sua vontade. Ele é ciente da necessi-dade de volta à matéria para pôr à prova os seus conhe-cimentos armazenados no subconsciente e que recobra com o retorno à erraticidade.

O homem coloca à prova os conhecimentos e res-gata compromissos servindo-se do instinto, da vocação e das tendências morais, uma vez que o pretérito está blo-queado temporariamente.

Com a morte do corpo físico a alma retorna à es-piritualidade, aliando os conhecimentos e experiências adquiridas às reminiscências pretéritas, continuando a vida na erraticidade. Todavia, o espírito que está com a consciência comprometida pelo mau comportamento re-lembra o passado sinuoso e sofre as consequências; como Juiz em causa própria se condena ou absolve, conforme o mérito consciencial.

Se condenado, o espírito terá de passar por estágios de aprimoramento moral; sendo indispensáveis o arre-pendimento sincero, muita oração e súplica a Jesus Cristo para amenizar o sofrimento. Entretanto, não fica livre do resgate dos compromissos assumidos, que se dará opor-tunamente com nova reencarnação.


68 - SAFAR-SE

Ludibriar é o desejo de algumas pessoas de safar-se da obrigação de palmilhar o curso da vida sob a orienta-ção dos princípios morais.

Desejosas de curtir a vida expondo-se a paixões mil, comprometendo a consciência pelo mau comporta-mento e mau uso do livre-arbítrio, submissos à Lei de Causa e Efeito, é passível de cursarem a escola da vida por meio da qual resgatam os compromissos e adquirem as virtudes morais.

No decorrer da existência terrena, o homem tem por obrigação cumprir as leis que regem a vida e os preceitos de Jesus para desfrutar do bem-estar.

A finalidade da reencarnação é proporcionar aos es-píritos os meios pelos quais eles alcancem o progresso moral e espiritual.

É através da reencarnação que o homem, “alma”, resgata os compromissos do pretérito e elimina os inimi-gos íntimos.

Jesus Cristo deseja que o homem progrida natural-mente, sem sofrer; entretanto, alimentado pelas enfermi-dades da alma só alcança evolução e experiência median-te as dificuldades, dores e sofrimento. São ferramentas de que a natureza se serve para impulsionar o progresso do homem.

Jesus Cristo sintetizou as Leis Naturais ou Divinas


no preceito Justiça, Amor e Caridade, contido no ensina-mento “amar e instruir-se” que, se cumprido, gera felici-dade.

69 - SALVAÇÃO ESPIRITUAL

Sem orar, o homem torna-se um animal incons-ciente; para aquele que é indiferente ao cumprimento das Leis Divinas, Naturais e as Civis, há reveses que tornam a vida dificultosa pelos sofrimentos compulsórios que vi-rão.

As Leis Divinas que regem os espíritos, quer encar-nados ou não, devem ser cumpridas para que o homem possa alcançar o progresso moral e intelectual; a pleni-tude feliz é para aquele que melhor cumpre as Leis de Deus.

A dor e o sofrimento por que passa o homem no curso da vida constituem recurso minorativo do sofri-mento espiritual na erraticidade.

Saber viver em harmonia com os preceitos enun-ciados por Jesus Cristo conduz o homem a uma rota de vida saudável, devendo para isso manter o pensamento em vigília constante na prática da caridade, sem pujança de grandeza e vaidade.

Todos os homens têm uma correção a fazer relativa


a compromissos do pretérito. Têm a obrigação de quitá- los e não contrair novos deslizes.

As pessoas não devem manter-se indiferentes à prá-tica da Lei de Amor e Caridade, pois Jesus a considerou a salvação espiritual.

70 - SER INTELIGENTE

É importante institucionalizar os ensinos de Kardec para despertar o interesse pelo estudo da doutrina espíri-ta.

Com o estudo sistemático da literatura espírita, o homem alcança a libertação da ignorância relativa à vida extrafísica.

Todo conhecimento é importante, sobretudo a práti-ca do bem, sem a qual não há progresso moral.

Não é suficiente ser inteligente para alçar o desen-volvimento mental sem o aprimoramento íntimo para se obter o bem-estar.

Vemos célebres inteligências culturais que curtiram a reencarnação sem o apoio esclarecido dos ensinos de Jesus Cristo e hoje sofrem na espiritualidade, vítimas da inércia dos conhecimentos espirituais.

Muitos há que, sem cultura intelectual, porém hu-mildes, cônscios da responsabilidade, estudam e prati-


cam os ensinos de Jesus, com fé e esperança para supe-rarem os obstáculos que se interpõem à caminhada rumo ao progresso.

Todos os espíritos, encarnados ou não, têm uma ta-refa específica a cumprir, além de trabalhar para o seu aprimoramento moral. As tarefas atribuídas aos espíritos devem estar em consonância com o progresso de cada um.

71 - SOBERANIA DIVINA

A necessidade faz com que a pessoa se utilize dos predicados morais para dirimir-se de fatos indesejáveis que ocorram no cotidiano da vida. Não tem segurança moral o homem que não cumpre as leis de Deus e trans-gride os ensinos de Jesus Cristo.

A falta de conhecimento leva o ser à prática de des-lizes que comprometem a consciência com o apoio dos inimigos íntimos, as “enfermidades da alma”. Não obs-tante o espírito tenha muitas reencarnações, por indife-rença à Lei do Progresso está vulnerável à frequência na escola da vida.

O homem tem por obrigação principal a aquisição de conhecimentos morais, respeitar e cumprir as leis Di-


vinas e Sociais que regem a vida para conquistar a feli-cidade.

O progresso se faz presente, quer queira ou não o homem, pois é uma Lei Natural, a que está submissa toda a criação Divina.

Constrange-nos observar que, sobre o orbe terreno, existem pessoas imperfeitas que negam a própria existên-cia da sua alma, pressupondo que com a morte física tudo se acaba, procurando usufruir o máximo da vida em cur-so; com a morte física, os espíritos dessas pessoas ficam em trevas, presos às reminiscências da vida física em so-frimento, cientes da sua existência. Compete a esses es-píritos reconheceram o erro praticado, arrependerem-se e humilharem-se ante as leis soberanas de Deus.

72 - SOLIDIFICAR CONHECIMENTOS

As pessoas devem solidificar na mente os ensina-mentos de Jesus Cristo e cumpri-los, a fim de galgarem a sonhada felicidade.

O bem-estar está nas mãos e no sentimento das pes-soas, que, por indiferença à gestão benéfica da satisfação, não valorizam a vida. Transgredindo as Leis de Deus e as sociais, com a consciência comprometida, tornam-se


passíveis de sofrimentos tenazes.Saber se comportar ante as dificuldades e sofrimen-

tos na estrada da vida é resultado da experiência e sabe-doria adquiridas no curso da existência.

A meta a ser cumprida é o combate à ignorância dos ensinamentos de Jesus Cristo inseridos na literatura da Doutrina Espírita. O desconhecimento dos preceitos cristãos inibe o progresso moral do homem.

O livre-arbítrio é um direito de toda pessoa, porém não é pleno; há limites impostos pelas leis que devem ser respeitados, cujo descumprimento torna o homem passí-vel de sofrer as consequências pela Lei de Causa e Efeito.

O espírito na erraticidade serve-se do livre-arbí-trio segundo a sua capacidade moral e cultura evolutiva. Aquele que não dispõe destes conhecimentos e mérito tem a sua liberdade comprometida pela consciência exe-crada pela imperfeição moral.

73 - SOMBRA DA VIDA

Refugiar-se na sombra da vida é menosprezar os ensinos que o curso da vida nos dá. São deveres morais que, se cumpridos, constituem a felicidade almejada.

A saúde psicossomática revela o progresso moral


das pessoas situadas no orbe terreno, em busca do aper-feiçoamento íntimo e que cumprem as leis divinas a que estão submissas.

Não pode negar conhecimentos aquele que se ajus-tou às normas das Leis Divinas e que no curso da vida passou por sofrimentos angustiantes.

Reconhece-se que os fatos ocorrem alheios à vonta-de das pessoas, entretanto são resultados dos pensamen-tos e dos sentimentos dos homens por cumprir bem ou mal o comportamento na utilização do livre-arbítrio.

Nunca o homem deve menosprezar os ensinos de Jesus Cristo, pois é a luz do caminho que induz à felici-dade.

Cumprir as Leis Naturais ou Divinas é obrigação do ser humano a fim de obter a libertação da ignorância que inibe o progresso humano.

Deve servir a Deus, utilizando-se do amor a si pró-prio e, bem assim, ao semelhante com a prática da cari-dade.

74 - SUPRIR PELO MERECIMENTO

Morrer não é o fim, é o começo de uma nova vida, plena de prazer para aquele que tem a consciência tran-quila pelo deve cumprido; o espírito não fica inativo,


executa o labor que lhe é peculiar, bem assim no estudo em busca da perfeição.

Os espíritos que transgrediram as Leis Divinas, que valorizaram mais a vida física em detrimento da espiritu-al, que passaram o tempo em lazeres e paixões aviltantes terão na erraticidade muitas dificuldades e sofrimentos.

Trabalhar pela sobrevivência é lei natural; todavia existem pessoas que se perdem na estrada da vida com a prática de atos delituosos, comprometendo a consciência com reencarnações dolorosas para resgate dos débitos do passado, cumprindo a Lei de Causa e Efeito.

A convivência mútua dos homens é uma necessi-dade a fim de aprimorar o seu íntimo na tolerância, pa-ciência, humildade e indulgência que deve manter a so-ciedade.

Congregar esforços para eliminar as enfermidades da alma – “orgulho, egoísmo e vaidade” – é um dever de todo o cidadão de bem.

Evoluir em conhecimentos espirituais e morais é uma rotina desejável de todas as pessoas, cuja ação traz a felicidade e gera a luz na estrada da vida.

Saber se comportar ante as dificuldades e sofrimen-tos que atormentam as pessoas requer humildade e resig-nação, a fim de superar com dignidade os desafios que surgem, exigindo mérito, fé e esperança em Deus, que sabe das necessidades e as atende conforme o mereci-mento de cada pessoa.


75 - TEOLOGIA ESPÍRITA

Substituir os eventuais erros de comportamento exige esforço, boa vontade e denodo pelo faltoso, o qual tem por dever progredir moralmente.

Sem esforço e trabalho não se consegue aprimorar o íntimo na eliminação das enfermidades da alma, impres-cindível ao bem-estar do homem.

Para viver com satisfação é necessária a valoriza-ção da vida, devendo para isso cumprir as Leis de Deus ou Naturais e os ensinos de Jesus Cristo.

O testemunho do que o homem, “alma”, conduz no recôndito de sua consciência, que se torna presente e se revela na vida extrafísica, demonstra o grau de sua baga-gem evolutiva.

O homem não consegue libertar-se da ignorância sem o estudo e cultivo da teologia da ciência e da filoso-fia espírita, indispensáveis a sua evolução.

A luz do conhecimento só se adquire com a liber-tação moral, que são o estudo e a prática dos ensinos de Jesus Cristo, inseridos no “amar e instruir-se”.

Quando o espírito retorna à verdadeira vida, conduz a luz do conhecimento incubada na sua libertação mo-ral, que o torna feliz por ter a consciência tranquila pelo dever cumprido; o mesmo não acontece com o espírito imperfeito e delinquente que, pelo mau comportamento, praticou deslizes comprometedores e sofre as consequên-cias pela Lei de Causa e Efeito.


76 - TRABALHO APRIMORATIVO

Nas vertentes da estrada da vida, que surgem alea-toriamente, os desafios são vencidos com a luz do conhe-cimento, necessária para cumprir bem as tarefas peculia-res a cada pessoa, conseguindo, assim, o aprimoramento íntimo.

As luzes que o homem tem são relativas ao seu pro-gresso moral, correspondem aos conhecimentos das pré-dicas de Jesus Cristo e o cumprimento das Leis Divinas, inseridas na Doutrina Espírita.

Em épocas remotas, o homem, pela ignorância e imperfeição moral, não valorizava a vida, empregando o tempo na prática de deslizes comprometedores, tornan-do-se réu de si próprio, vulnerável a muito sofrimento. Apesar de Deus dar a todas as pessoas a oportunidade de se eximirem das imperfeições morais, pouco se tem feito para o crescimento espiritual e moral.

Quando chega a visita da dor “deferida por Deus”, reclamam sem direito, pois nada fizeram para terem o mérito da vida saudável. Deus e Jesus não querem o so-frimento das pessoas e sim a felicidade e o bem-estar; no entanto, as deixa seguir o destino por elas mesmas programado, para alcançarem o mérito do trabalho apri-morativo.


77 - USUFRUIR DOS CONHECIMENTOS

Sem usufruir dos bens espirituais, o homem leva a vida sem responsabilidade, fere a sensibilidade do próxi-mo, assumindo sofrimento compulsório pelo mau com-portamento.

O homem que não trabalha espontaneamente para alcançar a evolução íntima “da alma” com a prática do bem e o cumprimento das Leis Naturais está submisso à aceitação compulsória do sofrimento que impulsiona os ajustes para o progresso.

Como espírito encarnado, o homem tem o dever de elucidar sua alma mediante o aprendizado e vivência dos ensinos de Jesus Cristo para evoluir.

O que condiciona o homem imperfeito à evolução moral são as dificuldades e os sofrimentos a acontecer no curso da vida. O importante é evoluir, adquirir as virtudes morais e colocá-las em ação e, bem assim, cumprir as leis que regem a vida.

Adquirir conhecimentos espirituais e morais reco-mendados por Jesus Cristo constitui o preparo para uma vida melhor no Além, não postergando o fenômeno de morte física que não avisa. O progresso é da alma (espíri-to), são luzes que procedem dos conhecimentos alusivos às Leis Morais e à vida espiritual que nunca cessa.

Os espíritos têm percepção, sensação, audição e vi-


são generalizadas em todo o seu ser, são atributos que os integram, conforme trata o item 257 do Livro dos Espí-ritos.

78 - VALORIZANDO A VIDA

Com a morte física, há permuta do estágio físico pelo da vida espiritual, na qual o espírito se julga como juiz em causa própria pelo bom ou mau comportamento na vida anterior. Se a consciência não o acusar, será apro-vado; porém, se acusatória, o espírito terá de responder com sofrimentos proporcionais à sua imperfeição.

O homem está subjugado ao cumprimento das Leis Naturais ou Divinas e às Civis, como detentor dos maus instintos relativos às enfermidades da alma.

Para alocar o progresso espiritual, o homem deve cumprir as leis, comportar-se dignamente na vida atual e esforçar-se para a aquisição da luz do conhecimento.

O sofrimento que o homem curte são pedras atira-das na estrada da vida por ele mesmo, pela negligência ao cumprimento das leis, com exceção dos fenômenos ambientais que eventualmente ocorrem e dos desgastes orgânicos naturais.

Proteger a vida valorizando-a, amando a si próprio


e aos semelhantes, é dever de todo homem para cumprir bem os ditames do carma reencarnatório.

Para manutenção da saúde física é indispensável manter bons pensamentos, evitando excessos e hábitos perniciosos que comprometam a consciência e entorpe-çam a mente.

79 - VENCER AS DIFICULDADES

Vencer as dificuldades que surgem na estrada da vida exige dinamismo, perseverança e força de vontade para superar os embargos.

Para se ter uma vida com dotes de supremacia e bem-estar, torna-se necessário assumir os conhecimentos doutrinários ministrados por Jesus Cristo, que aguarda de todo homem o cumprimento de suas prédicas, a fim de tornar-se feliz, que é a vontade do Mestre Jesus.

Todos os habitantes do orbe terreno, com exceção dos missionários diretos de Jesus, são comprometidos com a sua consciência com faltas de vidas pretéritas; conduzem o fardo dos reajustes que são proporcionais à evolução moral de cada pessoa. Deus, que é todo amor e justiça, não quer que seus filhos sofram, mas que sejam


felizes; entretanto, as pessoas sofrem em virtude de faltas cometidas. São compromissos assumidos em função do mau uso do livre-arbítrio.

Muitas pessoas conhecedoras do bem desvirtuam- se na prática do erro, movidas pelas enfermidades da alma, “orgulho, egoísmo e vaidade”.

Embora o sofrimento seja necessário para correção dos desajustes morais, é um medicamento enérgico pro-porcional às imperfeições das pessoas.

Nenhuma pessoa sofre sem necessidade, nem esse sofrimento é superior às suas potencialidades, uma vez que todo ser está submisso à Lei de Causa e Efeito.

80 - VIDA ILUSÓRIA

O barco em que viajamos no oceano da vida é se-guro, todavia submisso aos ajustes da Natureza e pode naufragar a qualquer momento, interceptando o longo percurso.

Assim vive a humanidade, muitos sem o salva-vi-das que lhes garantam sobrevivência, isto é, em plena ig-norância das Leis apoiadas nos ensinos de Jesus Cristo e nas Leis de Deus, que regem a vida.


Essas pessoas, com a morte física, sendo a alma imortal, são levadas à erraticidade com a consciência comprometida pelos desajustes morais e deslizes pratica-dos. Serão punidas pelo Tribunal da Consciência, como juízes em causa própria, com sofrimentos infernais.

Muitas pessoas levam uma vida ilusória, com ex-cessos de prazeres, infringindo a Lei Natural; tornam-se réus de si próprios, passíveis de sofrerem, submissos que estão a Lei de Causa e Efeito.

A vida deve ser desfrutada com prazer e satisfação, porém o que se condena e a deturpa são os abusos e ex-cessos praticados.

Jesus Cristo fez um convite à humanidade – “Vinde a mim, todos vós que sofreis e estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós, e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração, e encontra-reis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo é leve” –, conforme ensina o capítulo VI do Evangelho Segundo o Espiritismo. Jesus condicionou o alívio dos sofredores à aceitação dos seus ensinos e à prática dos mesmos, com o objetivo de adquirir luz para a alma.


81 - VIDA TRANSITÓRIA

Glorificar as virtudes cristãs é fato honorífico na vida das pessoas que praticam o bem.

Muitas pessoas praticam o bem ocasionalmente, in-terceptando o mérito de suas ações com a prática de atos reprováveis.

Cultuar plenamente os meios prescritos pela Lei de Progresso exige do homem boa vontade, denodo, esforço e persistência para vencer os desafios que a vida material impõe.

A vida no orbe terreno é transitória, cujo retorno do espírito à erraticidade requer, do mesmo, maior evolução do que a da vida anterior.

Para satisfazer plenamente seus compromissos, o homem estuda, trabalha, ajusta um lar com a família, tem dificuldades e sofrimentos, cujos desafios terá de superar para galgar o seu progresso espiritual, apoiado no cum-primento das Leis Divinas e nos ensinos de Jesus.

Toda dificuldade e dor que nos surgem no curso da vida têm por fim primordial o de revigorar-nos as forças e aprimorarmos a experiência.

Compete, ao homem, a prática do amor como seme-adura salutar para colheita na vida extrafísica, ciente de que Deus não premia, como não castiga seus filhos, mas exige-lhes o cumprimento de suas Leis.


Sobre o Autor

Natural de Franca (SP), nascido aos 22 de setembro de 1925 em berço espírita, sou filho primogênito de Antônio Fer-reira Leite e Maria Mendonça Leite.

Criado em um sítio a 5 km de Cristais Paulista com meus sete irmãos, completei o curso primário em 1938. Em 1939, fui morar com meu tio e padrinho Sebastião, em Franca (SP), para estudar Contabilidade no Colégio Ateneu Francano.

O curso era noturno. Durante o dia, trabalhava em um armazém de gêneros alimentícios, porém desejava ser bancá-rio.

Nos idos 1942, sofri uma crise de reumatismo locali-zado que me impediu de andar, o que me forçou a deixar os estudos e o trabalho.

Voltando para casa de meus pais em Cristais para trata-mento, obtive melhora. Assim que pude andar, fiz um curso prático de Contabilidade com o Sr. João Caetano.

Em junho de 1943, toda a família mudou-se para Aná-polis (GO), onde consegui um emprego em um escritório de contabilidade. Três meses depois, passei a trabalhar como office boy no Banco Comercial, permaneci ali até março de 1944.

Em 1º de abril de 1944, o grande sonho se realizou! Pas-sei a trabalhar na Casa Bancária da Sociedade Imobiliária de Anápolis Ltda. como encarregado de cadastro, sob a supervi-são do Prof. Alfeu Medeiros, que se tornou um grande amigo.

Com a criação do Banco Imobiliário em 1946, que en-campou a Casa Bancária, o meu ingresso nessa instituição foi


automático, no qual exerci vários cargos de confiança. Con-tando sempre com o apoio do presidente do Banco, Sr. Jonas Duarte, que se tornou também um amigo especial, ali perma-neci até 1955.

Em 10 de novembro de 1947, casei-me com Vicência Pelhus, natural de Ituiutaba (MG), com quem convivi harmo-niosamente durante 66 anos. Tivemos cinco filhos (um faleceu logo após nascer), oito netos e sete bisnetos (até o momento).

Em 1955, o Sr. Jonas Duarte, então governador do Es-tado, cria o Banco do Estado de Goiás (BEG) que encampou o Banco Imobiliário com seus funcionários. Durante a perma-nência no BEG, trabalhei em várias cidades sempre no cargo de gerência, vindo a aposentar-me em 1972.

A doutrina espírita sempre esteve presente em minha vida, desde criança em Cristais quando, ainda pequenino, fre-quentava com meu pai, o centro do Sr. Artur.

Os estudos doutrinários tiveram continuidade quan-do jovem em Anápolis, tendo como referência importante o Dr. Brasil Xavier, que muito contribuiu para a minha forma-ção espírita, outro grande amigo! Seus escritos aprofundados sobre a doutrina espírita eram divulgados por mim na Rádio Carajá, um trabalho importante de propagação do espiritismo naquela cidade. Desde então, os estudos e a prática espírita sempre fizeram parte de minha vida.

Com muita fé e esperança, superei todas as dificuldades da trajetória e aqui, cumpro nova tarefa...

Goiânia, agosto de 2019.

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