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C D U Classificao Decimal Universal

Manual terico-prtico para uso dos alunos da disciplina CLASSIFICAO no Departamento de Cincia da Informao e Documentao da Universidade de Braslia, elaborado pelo professor

Odilon Pereira da Silva

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S U M R I O

C D U ...............................................................................................................1 O QUE .............................................................................................................. 6 ORIGEM E DESENVOLVIMENTO....................................................................... 6 CARACTERSTICAS FUNDAMENTAIS..............................................................9 DECIMALIDADE.................................................................................................. 9 UNIVERSALIDADE...........................................................................................10 CARTER HIERRQUICO...............................................................................10 CARTER ANALTICO-SINTTICO.................................................................11 2 ESTRUTURA GERAL.................................................................................... 12 NOTAES PRINCIPAIS.................................................................................. 14 NOTAES AUXILIARES................................................................................17 3 MECNICA DO SISTEMA CDU.....................................................................18 SNTESE............................................................................................................ 19 ORDEM DE CITAO....................................................................................... 21 ORDEM DE ARQUIVAMENTO.......................................................................... 23 LEMBRETES..................................................................................................... 25 4 TABELAS AUXILIARES................................................................................. 28 5 ADMINISTRAO DA CDU...........................................................................56 7 ATUALIZAO DO SISTEMA......................................................................60

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INTRODUO

Tradicionalmente includas entre as disciplinas denominadas tcnicas dos cursos de Biblioteconomia e Documentao, e, mais recentemente, no grupo das chamadas linguagens documentrias (preocupadas todas com a anlise de contedo dos documentos e sua representao atravs de smbolos convencionais), as classificaes vm perdendo terreno e prestgio para a indexao sob suas diversas formas. O advento do computador e sua paulatina conquista dos arraiais da informao aceleraram o processo de obliterao dos sistemas de classificao, visto que essa nova tecnologia mostrou, em seus primrdios, uma inabilidade insupervel para trabalhar com sistemas de conceitos representados por smbolos convencionais, mas de conhecimento e uso restritos, preferindo o manuseio de formas verbais, de elementos retirados da linguagem natural. Era o bvio. E era com o bvio e com dados precisos, com nomes prprios, nmeros, datas, quantidades, etc., que aqueles engenhos maravilhosos sabiam lidar. Os sistemas de classificao, demasiado estruturados, articulados, complexos, engenhosos, superavam a capacidade intelectiva daqueles monstros sagrados da tecnologia moderna. Do esforo de superao das dificuldades encontradas ao tentarem por de parte os sistemas de classificao, nasceram os primeiros ndices automticos, verdadeiras "obras-primas" da criatividade e da inteligncia humanas, que, com nomes adequados era das siglas, das senhas, dos estrangeirismos e dos hermetismos, se denominavam KWIC, KWOC, KWAC, PRECIS, THESAURUS, etc.

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Constituram-se eles em instrumentos valiosos na busca do Santo Graal da "Cincia da Informao", que atende pelo nome, to pomposo quanto contraditrio, de Inteligncia Artificial, em que apenas a caracterstica representada pelo adjunto adnominal verdadeira, pois no foi ainda (s-lo- algum dia?) construdo um artefato com as caractersticas da nica inteligncia conhecida at aqui "sub sole": a humana, natural, prottipo da outra, que no chega a ser-lhe um plido arremedo. Com o passar dos anos; com o desenvolvimento da tecnologia de "softwares" na rea; em decorrncia da crescente familiarizao dos tecnlogos da Informtica com os fenmenos compreendidos no processo da informao, e como conseqncia do desenvolvimento e capacitao dos equipamentos de "hardware" para a manipulao de um volume cada vez mais vasto e complexo de dados, foi possvel um repensar e um refinar dos instrumentos originalmente adotados pelos corifeus da informao automatizada. Aqueles arcabouos de ndices (KWICs, KWOCs, KWACs e quejandos) e os thesauros incipientes foram adquirindo um grau cada vez maior de estruturao e de refinamento, at o ponto de se aproximarem bastante das verdadeiras linguagens, naquilo que elas possuem de particularmente caracterstico: uma morfologia, uma sintaxe, uma semntica, e, at mesmo, uma fontica. Tal repensar e tal redirecionar levaram os instrumentos mximos representativos das linguagens documentrias da era do computador, os tesauros, de volta aos sistemas de classificao, particularmente aos hierrquicos e aos facetados, de ambos sendo selecionadas e adotadas as caractersticas bsicas que vieram emprestar-lhes respeitabilidade e aceitao cada vez mais crescentes, tornando-os, em suas verses mais apuradas, verdadeiras snteses das duas linguagens mais tradicionais da Biblioteconomia: a Indexao e a Classificao. Seria por mero acaso

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que est sendo cunhado mais um neologismo para enriquecer (?) o extenso vocabulrio de timos hbridos (verdadeiros monstrengos) das "Cincias da Informao", atribuindo a essa sntese o nome de "classauros"? H, entretanto (lamentavelmente), que reconhecer a provvel irreversibilidade dos fatos: a indexao e os tesauros se impuseram como instrumentos predominantes para a armazenagem e a recuperao da informao neste mundo ciberntico. Aos sistemas de classificao tradicionais resta seu outro papel, tambm tradicional, e no menos nobre, de instrumento no apenas til, mas at mesmo, talvez, insupervel, por eficiente, no arranjo das colees de documentos de qualquer natureza e em qualquer tipo de suporte. Esta parece-nos uma das razes para que se continue a ministrar cursos

de Classificao Bibliogrfica nas escolas. Esta a razo de se continuar a escrever livros sobre sistemas de classificao do passado. Mas no deve ser desprezado um motivo talvez maior: o conhecimento de algo que faz parte da trajetria de nosso desenvolvimento tcnico-profissional, e que, at hoje, embora com suas funes reduzidas, continua a prestar colaborao inestimvel, nos cinco continentes, tarefa ingente e gloriosa de organizao dos registros do conhecimento e do prprio conhecimento, como parte do esforo humano coletivo de melhorar, de progredir, de recuar fronteiras.

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SISTEMA CDU

O QUE Abreviada e internacionalmente conhecida pela sigla CDU (nos pases de lngua portuguesa), um sistema de conceitos hierarquicamente estruturados em grandes classes, destinado classificao do conhecimento e dos suportes fsicos de seu registro, a que denominamos genericamente documentos: livros, folhetos, revistas, discos, fitas de udio, discos fonogrficos convencionais, discos "laser", etc. Como qualquer sistema, constitui-se de uma estrutura de partes intimamente relacionadas, com funes especficas dentro do todo, contribuindo e interagindo cada uma delas para o objetivo do conjunto. Quatro grandes partes avultam de imediato como constituindo a essncia do Sistema: um conjunto de dez Classes Principais de categorias do conhecimento, a que se acrescentam dois grupos distintos de Subdivises Auxiliares: Comuns e Especiais, mais um ndice Alfabtico relativo aos conceitos compreendidos pelas Tabelas Principais e Auxiliares.

ORIGEM E DESENVOLVIMENTO

A idia de representar o conhecimento a partir de sua diviso em base decimal para criao de uma sistema de classificao bibliogrfica j se encontrava presente no sistema que deu origem CDU, a classificao Decimal de Melvil Dewey (1851-1931), cuja primeira edio data de 1876. O prprio Dewey ter-se-ia inspirado em trabalho do fsico Andr Marie Ampre, que no sculo anterior j empregara notao decimal como cdigo de classificao de documentos.

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O esquema original de Dewey, a princpio muito parco de recursos, foi aos poucos sofrendo alteraes ao mesmo impostas pelos usurios, que j no se restringiam aos muros do Amherst College, de Massachussetts, mas se encontravam espalhados pela vastido do territrio norte-americano e do mundo de cultura inglesa. Sua contribuio para o estabelecimento e a permanncia, at hoje, da predominncia do assunto, ou tema, como critrio maior de organizao do conhecimento e dos livros nas bibliotecas, foi inestimvel. E foi exatamente por perceber-lhe esta virtude, que dois humanistas belgas, Paul Otlet e Henri La Fontaine, decidiram, no final do sculo passado, utiliz-lo como instrumento de arranjo do Repertrio Bibliogrfico Universal (Rpertoire Bibliographique Universel) que vinham planejando e a que deram prosseguimento sob os auspcios do Instituto Internacional de Bibliografia, nome com que nasceu a atual Federao Internacional de Informao e Documentao (FID). Embora j em sua quinta edio em 1894, o sistema de Dewey se encontrava ainda um tanto acanhado para atender s exigncias do ambicioso projeto de Otlet e La Fontaine. Assim, com a permisso de Dewey, puseram-se eles obra de expandi-lo e adequ-lo classificao de um repertrio bibliogrfico, representado quela altura por aproximadamente 400.000 fichas. Terminada a tarefa de expanso, publicaram o trabalho, que resultou numa obra com aproximadamente 33.000 entradas, com ndice alfabtico de 38.000 verbetes, a que deram o nome de Manual do Repertrio Bibliogrfico Universal (Manuel du Rpertoire Bibliographique Universel). Tendo percebido nas duas caractersticas bsicas do sistema Dewey (a linguagem universal dos nmeros arbicos e a capacidade de representao da estrutura hierrquica do conhecimento) sua virtude maior, de imediato procuraram

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incorporar-lhe uma outra caracterstica que enriqueceria profundamente o sistema original, acentuadamente enumerativo, linear, unidimensional: a introduo do conceito de Relao e dos recursos para represent-la atravs da sntese, que permite a formao de notaes compostas para representar conceitos novos no previstos no sistema. A indicao de tais relaes e a criao de verdadeiros subsistemas (ou mini-sistemas) de conceitos secundrios, ou blocos de idias acessrias, permitiram ao novo instrumento combinar num s esquema as caractersticas de hierarquia rgida (de seu antecessor) com as riquezas de detalhamento oferecidos pelo recurso da sntese na ps-coordenao, tanto atravs dos Dois Pontos (influncia Ranganathiana) quanto atravs de quase duas dezenas de smbolos para representar conceitos secundrios consubstanciados nas conhecidas Tabelas Auxiliares (Comuns e Especiais). O Sistema continua em expanso, apesar dos revezes sofridos nas duas ltimas dcadas. Da Primeira Edio Internacional, em francs (1905-1907), com 33.000 entradas, passando pela Segunda (padro internacional, 1927-1933, com mais ou menos 70.000 entradas, j com o nome de Classification Dcimale Universelle), at s mais recentes edies Desenvolvidas, na faixa das 280.000 entradas, o progresso foi enorme. No obstante os percalos com que teve de se defrontar, sucederam-se as edies nacionais nos mais variados idiomas e em nveis diferentes de abrangncia, que vai da edio Completa Condensada, passando pela Mdia, pela Abreviada, pela Especial, e, a partir de 1997, pela nova Padro, baseada no Master Reference File.

CARACTERSTICAS FUNDAMENTAIS

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Como sistema de Classificao (esta, na verdade, sua caracterstica fundamental, quando a queremos individualizar e identificar entre as chamadas linguagens documentrias), a CDU exibe quatro grandes caractersticas estruturais de que derivam outras menos evidentes (mas certamente relevantes): a decimalidade, a universalidade, a estrutura hierrquica e a sntese dos contrrios, representados pelos sistemas rigorosamente enumerativos do passado, seus antecessores, e pelos poliierrquicos e multifacetados, mais recentes, a quem de certa forma precedeu, mas por quem acabou sendo influenciada, via Ranganathan/Classification Research Group. o que nos assegura a prpria FID, quando afirma que "a CDU o resultado de um projeto que visava a transformar uma classificao enumerativa numa classificao facetada".

DECIMALIDADE

O universo do conhecimento foi concebido como uma unidade dividida (arbitrariamente, bvio) em dez grandes classes, ou grupos, cada um por sua vez novamente subdivisvel em outras tantas classes, num processo teoricamente infinito, at se atingir o nvel de detalhamento requerido ou satisfatrio. de notar que o emprego dos algarismos arbicos como notao no exigncia do princpio da decimalidade, mas foram preferidos devido ao carter universal de sua utilizao.

UNIVERSALIDADE

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Significa, em primeiro lugar, que o Sistema tem, em princpio, a pretenso e a capacidade de oferecer conceitos e smbolos para representar a totalidade do conhecimento em determinada fase de sua evoluo, com estrutura e previso de espao para acomodar futuros desenvolvimentos desse conhecimento, tanto em suas manifestaes isoladas quanto nas relaes multiformes que costuma ostentar. universal, tambm, no sentido de que emprega smbolos (numricos e no-numricos) de conhecimento e emprego unvocos em todos os contextos culturais de todos os quadrantes da Terra. Uma linguagem universal, portanto, uma "Koin" dos tempos modernos, um Esperanto da comunicao da informao.

CARTER HIERRQUICO

Como a maioria das classificaes filosficas, cuja influncia histrica inevitavelmente sofreu, reflete a concepo do mundo como uma unidade rigorosamente estruturada em partes necessariamente subordinadas ao todo de que dependem e de cuja natureza participam. a viso da realidade num esquema ou paradigma a que muito mais tarde denominariam sistmica, e que haveria de ter grande voga, transformando-se num dos grandes modismos e maneirismos intelectuais (ou seria pseudo-intelectuais ?) deste sculo.

CARTER ANALTICO-SINTTICO

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Embora no seja esta, dentre as caractersticas bsicas, a mais conspcua, nem a que mais identifica a CDU, pode ser-lhe atribuda, sem favor algum, uma vez que a Classificao Decimal Universal sabiamente concilia e equilibra as exigncias e os rigores dos esquemas hierrquicos com a multifacetao dos sistemas em que os diversos aspectos de um mesmo assunto so tratados com o mesmo cuidado, ou com o cuidado relativo a sua importncia no contexto em que ocorre, em razo dos pontos de vista e interesses divergentes dos usurios da informao nele contida.

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ESTRUTURA GERAL

Na base da estrutura da CDU est a concepo do universo do conhecimento e da informao como uma unidade, um todo constitudo de partes intimamente relacionadas e interdependentes, cada qual representando uma parcela desse conhecimento. Estas parcelas, por sua vez, so suscetveis de novas divises e subdivises, num processo teoricamente infinito, que constitui o carter hierrquico (enumerativo) do sistema. Foi escolhida arbitrariamente uma base decimal, o que fez com que inicialmente fossem dez as classes resultantes da primeira diviso do todo. Mesmo com o desaparecimento da Classe 4, na dcada de sessenta (transportada para a Classe 8, cujo contedo intimamente relacionado com o seu), o sistema continua essencialmente decimal, porque a decimalidade reside no princpio da divisibilidade por dez, e no na diviso atual das partes. Poderemos, assim, dizer que a Classe 4 existe como um subconjunto vazio, dentro do conjunto maior das dez classes principais. So essas dez classes e suas subdivises hierrquicas que constituem a espinha dorsal do Sistema e que respondem por seu carter aparentemente monoltico, rgido e inflexvel. H, entretanto, recursos divisados pelos idealizadores, e desenvolvidos pelos que lhes sucederam, que permitem suavizar com bastante eficcia essa caracterstica supostamente negativa, fazendo com que o sistema assuma as feies hoje aclamadas como positivas pelos sistemas ditos facetados,

multidimensionais ou poliierrquicos.

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Tais recursos constituem os chamados Nmeros Auxiliares, elencados em tabelas tambm denominadas auxiliares, e que so, na verdade, autnticos novos subsistemas representativos de conceitos que denotam detalhes, aspectos, facetas do conhecimento, da informao e de seus suportes fsicos, suscetveis de combinaes variadas entre si e com os conceitos representados pelos nmeros das classes principais. Esses conceitos, essas idias, esses detalhes so representados atravs de smbolos universalmente conhecidos, com as mesmas ou com ligeiramente diferentes funes: os algarismos arbicos, os sinais + (adio), / (barra inclinada), : (dois pontos), = (igual), ( ) parnteses , - (hfen), para mencionar apenas alguns. A esses nmeros e a esse conjunto de smbolos convencionais e letras que se utilizam para representar os assuntos contidos num sistema de classificao denomina-se notao. E exatamente essa notao, revestida das caractersticas de clareza, organizao, abundncia, universalidade e versatilidade, que permite CDU realizar o feito da sntese dos (aparentes) contrrios, ao conciliar os interesses dos a quem encantam as aventuras, o prazer e a dinmica envolvidos na atividade criadora da ps-coordenao, e os dos que se deliciam e se enlevam com a arquitetura majestosa, a ordem, a previso e a proviso dos sistemas hierrquicos. A essas duas partes da estrutura, as tabelas Principal e Auxiliares, vemse juntar, idealmente (e de fato na maioria das edies) o ndice Alfabtico, instrumento auxiliar de localizao dos conceitos nelas representados. Costuma fazer parte (final) do volume nico das edies abreviadas e desenvolvidas, mas tem constitudo volume independente nas edies mdias das diversas lnguas, e agora tambm na edio Padro.

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Qualquer que seja o tipo de edio ou o nmero de volumes, a ordem de apresentao do sistema costuma ser: uma Introduo, seguida das Tabelas Auxiliares (Comuns e Especiais), da Tabela Principal e do (quando existente) ndice Alfabtico.

NOTAES PRINCIPAISAs notaes principais, que representam os conceitos contidos nas dez classes gerais da CDU, so:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Generalidades: o Conhecimento, a Cultura, a Cincia, o Saber, a Escrita, etc. Filosofia. Psicologia Religio. Teologia Cincias Sociais (Vaga no momento) Cincias matemticas, fsicas e naturais. Ecologia Cincias aplicadas. Tecnologia Artes. Divertimentos. Lazer. Esportes Lnguas. Lingstica. Filologia. Literatura Geografia. Biografia. Histria e cincias auxiliares

Seguindo o princpio hierrquico de classificao do geral para o particular, a notao acompanha os diversos nveis de detalhamento dessas classes, atravs do acrscimo de novo dgito decimal at o detalhe desejado, ou o mais prximo existente no Sistema. Assim, um documento sobre o Platonismo, cuja notao precisa em CDU 141.131, pode ser classificado em qualquer dos nveis que precedem o algarismo final, uma vez que todos, com mais ou menos detalhamento no sistema

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hierrquico a que pertencem, se enquadram dentro do mbito da classe 1. Filosofia. Deve-se observar que, para facilidade de percepo visual e de leitura, introduzido um . (ponto) a cada trs dgitos decimais, tanto nos nmeros primitivos (existentes nas Tabelas Principais e Auxiliares), quanto nos derivados atravs do processo de sntese (formao de nmeros compostos e complexos). Nos casos de formao de derivados atravs de subdivises paralelas, poder haver necessidade de introduzir ponto(s) no nmero resultante, ou de deslocar o(s) ponto(s) eventualmente existente(s) para adequ-lo(s) s exigncias do formato CDU.

OBSERVAOQuando um nmero CDU possui menos de trs dgitos e se lhe acrescentam as Subdivises Auxiliares com .00 ou com .0, no h alterao alguma a processar, bastando justapor a Subdiviso Auxiliar ao nmero principal. Exemplos: 7 001.5 Arte Ponto de Vista da pesquisa

7.001.5 Pesquisa sobre Arte 72 .01 Arquitetura Esttica. Teoria

72.01 Esttica em Arquitetura. Teoria da Arquitetura

Da mesma forma que est vaga a Classe 4, o Sistema deliberadamente deixa espaos nas subdivises das atuais nove classes, com vista a futuras expanses ou rearranjos dos assuntos por elas hoje representados. Assim que, para dar apenas alguns exemplos, na Classe 0 no temos hoje a Diviso 04; na Diviso 08 no temos as

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Sesses 083, 085 e 089; e na Sesso 099 temos apenas as primeiras cinco Subdivises.

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NOTAES AUXILIARESSo os seguintes os smbolos (com suas denominaes) empregados pela CDU para compor as notaes das Tabelas Auxiliares e proporcionar a formao de nmeros compostos e complexos, estes e aquelas objeto de descrio detalhada, com exemplos, mais adiante: + / : :: [ ] = (0...) (1/9) (=...) "..." * A/Z .00 -03 e -05 -1/-9 .0 ' ...1/...9 ADIO BARRA INCLINADA DOIS PONTOS DOIS PONTOS DUPLOS COLCHETES IGUAL PARNTESES ZERO PARNTESES UM BARRA NOVE PARNTESES IGUAL ASPAS ASTERISCO A BARRA Z (OU EXTENSO ALFABTICA) PONTO ZERO ZERO HFEN ZERO TRS E HFEN ZERO CINCO HFEN UM A HFEN NOVE PONTO ZERO APSTROFO RETICNCIAS UM BARRA RETICNCIAS NOVE

3 MECNICA DO SISTEMA CDU

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Conhecida e compreendida a estrutura bsica do Sistema CDU: dez classes gerais de assuntos predominantes; quatorze mini-sistemas de assuntos secundrios, queles eventualmente associados nos documentos; e um ndice alfabtico relativo para acesso aos conceitos, representados no Sistema por smbolos convencionais, preponderantemente numricos, resta ao classificador (percorridas, naturalmente, as etapas da anlise documentria) identificar no Sistema, atravs do ndice alfabtico, os smbolos ou conjuntos de smbolos (notaes) que correspondem aos assuntos, temas, tpicos ou conceitos que deseja classificar. Tais assuntos, temas, tpicos ou conceitos, muito provavelmente, na maioria das situaes, encontrar-se-o representados de forma direta e inequvoca nas tabelas, tanto Principal quanto Auxiliares, e sero de tal natureza smplices que no haver como se lhes atribuir ou adicionar quaisquer detalhes, aspectos ou nuances, ou mesmo associ-los a, ou relacion-los com outros assuntos, temas ou tpicos da mesma ordem de importncia. Ser suficiente, nesses casos, transcrever (com ou sem eventuais adaptaes), os smbolos destinados pelo Sistema a sua representao. Ocorre, entretanto, com aprecivel freqncia, que o contedo dos documentos se apresenta de uma forma complexa, multifria, em sua aparente simplicidade, tanto em termos de idias mestras, de conceitos essenciais, quanto no que diz respeito s idias secundrias, aos detalhes, aos aspectos e formas de apresentao e de tratamento, todos eles passveis de interessar a um leitor ou usurio peculiar, para cujo atendimento pode ser fundamental esse tipo de abordagem e de acesso ao documento.

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A CDU recorre, em tais situaes, a trs mecanismos bsicos para solucionar esse problema da multiplicidade de aspectos associados a um assunto principal (ou vrios simultaneamente); da variedade de relaes eventualmente existentes entre eles; do detalhamento em nveis cada vez mais profundos desses mesmos assuntos; da ordenao hierrquica desses mesmos assuntos e detalhes sob a forma de seqncia de smbolos (notaes); e da determinao do lugar de cada documento e/ou ficha nas colees/catlogos que os renem. So eles a Sntese, a Ordem de Citao e a Ordem de Arquivamento, a que se juntam outros recursos menores, que sero vistos com detalhes na apresentao de cada uma das Tabelas Auxiliares, e que podero ser analisados com vagar pelas pessoas interessadas em se aprofundar no conhecimento do Sistema, sobretudo pelas que atingirem a etapa derradeira deste Manual e procederem soluo dos duzentos exerccios, com respostas elucidativas da mecnica CDU empregada em sua formulao.

SNTESE o mecanismo adotado pela CDU para a classificao de assuntos compostos e complexos, atravs da criao, por parte do classificador, das notaes apropriadas a sua representao, utilizando as notaes simples fornecidas pelo Sistema, ou mesmo atravs do apelo a cdigos extra-CDU, por ela autorizados, e apropriados ao tipo de detalhamento desejado. Tal mecanismo se processa de trs formas diferentes, que podem ser reciprocamente complementares, com possibilidade de ocorrncia simultnea na classificao de um mesmo documento, obedecendo a variadas combinaes. So elas:

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a) dois ou mais nmeros principais, de qualquer uma das dez classes, se combinam para representar um conceito novo, mais detalhado do que o veiculado pelos nmeros originais, ou para indicar as relaes (ou ausncia de) existentes entre assuntos representados por nmeros das tabelas principais. Exemplos: 534:781 Bases fsicas da msica (detalhamento do tema msica) 622+669 Indstrias de Minerao e Metalurgia (apenas a ocorrncia desses assuntos num documento, sem afirmar existncia de relao entre os dois) 592/599 Zoologia Sistemtica (forma abreviada de indicar 592+593+...+599)b)

a um ou mais nmeros da Tabela Principal so justapostos outros pertencentes s tabelas Auxiliares para indicar detalhes que elas representam. Exemplos: 53(035)=111 Manual de Fsica em Ingls [061.1(100):54+66]"1980" A Unio Internacional de Qumica Aplicada na Dcada de Oitenta

c) dois ou mais nmeros das Tabelas Auxiliares se combinam entre si para representarem de forma sinttica conceitos secundrios diferentes e/ou mltiplos. Exemplos:

572.9(=414)(81) e 572.9(81=414)

Raa Negra no Brasil

Observao: a Edio Padro no menciona mais a alternativa com o emprego dos dois pontos (=414:81) como elemento sinttico entre os dois tipos de auxiliar, mas apenas a construo 572.9(=414)(81). 025.45=134.3=03.20 Documento sobre Classificao, emPortugus, Traduzido do Ingls.

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Naturalmente, pode (teoricamente) haver notaes to complexas quanto as formadas por dois ou mais conjuntos, constitudos, cada um, de uma notao principal mais suas auxiliares. Um exemplo seria o seguinte tpico: Tese sobre a Raa Negra como Tema na Literatura Brasileira de Fico do Sculo Vinte. A notao CDU ficaria assim:

[572.9(=414):821.134.3(81)-3"19"]043.2)

Tais situaes, entretanto, no constituem a norma, e h sempre a possibilidade de simplificar a notao, sobretudo para fins de localizao fsica do documento na coleo, facilitando a leitura e a compreenso por parte do usurio (onde h livre acesso) e at mesmo dos funcionrios responsveis pela manuteno da ordem sistemtica nos catlogos e no acervo.

ORDEM DE CITAOPara a correta, e, tanto quanto possvel, uniforme representao de uma seqncia de smbolos (notaes principais e auxiliares) na formao de um nmero composto ou complexo, cada sistema de classificao estabelece uma ordem padro de prioridade, denominada Ordem de Citao. Esta ordem reflete a ponderao diferenciada dos conceitos, que, no discurso, se reflete atravs da sintaxe de colocao, fazendo com que os de maior densidade semntica no contexto precedam os demais, cada um ocupando o lugar relativo importncia de sua funo no conjunto.

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A ordem de citao pode ser diferente para cada sistema, e costuma admitir possibilidade de pequenas variaes, para atender a circunstncias especiais. Assim ocorre com a CDU, cuja ordem padro ("default") recomendada a apresentada a seguir, mas com abertura para variaes circunstanciais:

Nmero CDU 1/9 .01/.09 -0/-9 .00 "..." (1/9) (=...) (0...) = Exemplos de excees:

Tabela Principal Auxiliares Especiais com Ponto Zero Auxiliares Especiais com Hfen Ponto de vista Tempo Lugar Raa Forma Lngua

821.134.3(81)-292 Teatro Popular Brasileiro (a manuteno da ordem padro daria como resultado: 821.134.3-292(81), que significaria algo como o Teatro Popular Portugus no Brasil 7.036(469) Arte Moderna em Portugal (que, registrado na forma 7(469)036, que dizer, eventualmente, a mesma coisa). 675(450)"18" e 675"18"(450) representam igual e corretamente o tpico Indstria do

Couro na Itlia no Sculo Dezoito (a nica diferena de nfase: no aspectogeogrfico, no primeiro caso, e no temporal, no segundo).

821.134.3(81)(091).001.5 Pesquisa sobre Histria da Literatura Brasileira ficaria inteiramente alterado, se composto de acordo com a ordem padro. O resultado seria:

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821.134.3(81).001.5(81)(091) Histria da Pesquisa no Brasil sobre Literatura Brasileira

ORDEM DE ARQUIVAMENTO

Enquanto a Ordem de Citao, ou de Classificao, tem como ponto de partida a ponderao de cada conceito, o peso especfico ou o peso semntico de cada um no contexto, e flexvel, de forma que os mais importantes precedam os que no o so, a Ordem de Arquivamento se preocupa com a amplitude maior ou menor dos conceitos na estrutura hierrquica do sistema, sua posio mais acima ou mais abaixo na escala, procedendo do mais genrico para o mais especfico. a ordem empregada no arquivamento de fichas nos catlogos e na ordenao dos documentos na coleo. Em ambos precedem os documentos e fichas com notaes de assuntos mais genricos, mais abrangentes, procedendo-se paulatinamente aos detalhes. Ao contrrio do que ocorre com a ordem de citao sugerida pela CDU, que opcional, a de arquivamento, ou vertical, compulsria, em virtude da necessidade de padronizao, entre todas as bibliotecas e instituies usurias da CDU, do mtodo de arranjo dos catlogos e das colees. Aos nmeros simples da Tabela Principal precedem os compostos por meio dos sinais + (mais) e / (barra inclinada), porque cada um em seu nvel indica um grau maior de abrangncia e de generalidade do que o nmero simples. J a partir dos : (dois pontos) e dos :: (dois pontos duplos) comeam os nveis de detalhamento do nmero simples, que procede atravs dos conceitos representados pelos Auxiliares

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Comuns e pelos Especiais, na ordem em que so apresentados na seo NOTAES AUXILIARES, deste Manual. As notaes daquela lista que denotam LNGUA, FORMA LUGAR, RAA e TEMPO, cujos smbolos respectivos so =..., (0...), (1/9), (=...) e "...", representam os nmeros chamados Auxiliares Comuns Independentes, porque os conceitos por eles representados podem ocorrer independentemente de um assunto principal, ou preced-lo na arrumao dos catlogos. o que se denomina forma invertida de representar os assuntos e de ordenar o catlogo sistemtico, fazendo com que os detalhes assumam a funo e a posio de primeiro ponto de acesso s informaes contidas nos documentos. A diferena bsica entre esse dois grupos que os primeiros podem, quando pertinente e aconselhvel, se justapor a qualquer nmero das classes primrias, enquanto que os outros tm emprego restrito, ocorrendo apenas em algumas partes do Sistema, com instrues precisas para uso tpico e/ou em lugares explicitamente indicados. Exemplos:

=112.2 (0.025.2) (82)

Alemo (idioma) Documentos ilustrados Argentina

(=1.82)Argentino "19" Sculo Vinte DC

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Essas notaes, mais as com asterisco, as alfabticas, as de ponto de vista e as introduzidas pelo -03 e -05 pertencem ao grupo das Subdivises Auxiliares Comuns. As quatro ltimas constituem o grupo das Subdivises Auxiliares Especiais.

LEMBRETESAo lidar com qualquer sistema de classificao, e, de resto, com qualquer estrutura de smbolos representativos da informao ou de seu suporte fsico, no deve o usurio desses recursos perder de vista o fato de que eles so apenas instrumentos, estruturas, esquemas, arqutipos, prottipos, e no fins em si. De que so eles que devem sofrer modificao, ser adaptados, ser traduzidos para atender a circunstncias especiais e satisfazer a necessidades peculiares de certos cenrios informacionais. Da no ser de se esperar, nem fazer sentido, que duas bibliotecas inteiramente diferentes, sobre assuntos distintos, com usurios diversos, e at em pocas distantes, empreguem exatamente os mesmos smbolos CDU, com os mesmos nveis hierrquicos e abundncia de detalhes, apenas porque esse recursos esto disponveis no Sistema. A CDU pode ser comparada a um rico manancial, ou a um rio caudaloso, do qual cada um s precisa haurir o tanto de gua que lhe baste para desalterar-se. Exceder-se sinal de insensatez, podendo acarretar srios danos, em no raras circunstncias conduzindo ao delquio. No pode o classificador em CDU esquecer-se de que o sistema destinado classificao de conceitos abstratos e do conhecimento registrado (quasesinnimo de informao, ou informao potencial) numa variedade de suportes fsicos, em diferentes tipos de nvel, com uma gama quase infinita de preocupaes e

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de pontos de vista que refletem as incontveis formas de abordagem dos temas e os interesses, por vezes conflitantes, dos usurios. O usurio deve constituir preocupao maior do classificador ao atribuir os cdigos do Sistema aos documentos e fichas, pois hoje, quando o acesso universal aos catlogos e s colees se tornou praxe generalizada, pouco adianta aos profissionais se desdobrarem em exibio de conhecimento tcnico e explorao dos recursos do Sistema, se os usurios se vem perdidos numa "selva selvaggia" de smbolos esotricos, acessveis apenas aos bibliotecrios, esses sacerdotes (ou iniciados) dos templos do saber, como j foram um dia (talvez ironicamente) cognominadas as bibliotecas. Em um mundo de crescente especializao que progride num ritmo alucinante, no qual se torna cada vez mais difcil a algum explorar com alguma competncia e profundidade mais de uma rea do saber, constitui uma temeridade o bibliotecrio, mesmo especializado, ousar classificaes detalhadas de assuntos que extrapolam sua competncia. Sobretudo quando se trata de classificao para nmeros de chamada. O risco de disperso de coisas congneres proporcional temeridade do classificador. Ressalvada a competncia em termos de conhecimento especializado dos assuntos identificados no documento durante o processo de anlise, e levadas na devida conta as demais consideraes at aqui tecidas, no h por que recear ou tergiversar diante da perspectiva de ter de atribuir dois, trs ou quantos nmeros paream necessrios para representar os assuntos contidos no documento. No o nmero de assuntos, mas sua pertinncia que deve servir de critrio e nortear o classificador na deciso sobre o que escolher e o que rejeitar.

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No sendo o catlogo sistemtico um instrumento por si s evidente, a no ser para os profissionais da informao, e estando, lamentavelmente, cada vez mais perdendo terreno os sistemas de classificao hierrquica, parece

desaconselhvel continuar insistindo em torn-lo sofisticado. Quanto mais simples, mais til e mais eficiente; mais fcil sua compreenso e utilizao pelos usurios leigos. O ndice alfabtico relativo deve acompanh-lo "pari passu", tornando-se menos complexo e mais transparente.

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4 TABELAS AUXILIARESNas diversas edies da CDU as tabelas dos sinais e subdivises auxiliares esto divididas em dois grandes grupos, identificados pelos algarismos romanos I e II. O grupo I, subdividido de "a" at "k" (exceto o "J") compreende as chamadas Subdivises Auxiliares Comuns, em nmero de dez. O grupo II, reservado s Subdivises Auxiliares Especiais, apresenta os quatro tipos de notaes utilizadas na representao dessas subdivises. Nas edies da CDU as Tabelas Auxiliares precedem as Principais, na ordem em que as apresentamos a seguir (ordem vertical).

SUBDIVISES AUXILIARES COMUNS

TABELA Ia: ADIO E EXTENSO

SINAIS: + (mais) e / (barra) respectivamente.

FUNO: ao contrrio das demais notaes auxiliares, que tm como funo acrescentar detalhes e especificar cada vez mais os conceitos representados pelas notaes principais, as desta Tabela tornam mais genrico e abrangente o composto resultante da unio de elementos por meio destes dois smbolos. Os assuntos tratados no documento no devem apresentar qualquer tipo de relao ou associao de natureza intrnseca, mas apenas justaposio incidental. Por essa razo, na ordem de arquivamento precedem a notao simples de igual valor. Entre os dois sinais, a precedncia do sinal + (mais). Este sinal tem a

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funo de unir dois ou mais nmeros no consecutivos do Sistema CDU para os quais no h notao pronta nas tabelas. Exemplo: 54+66; (81+83). O sinal / (barra) tem a funo de unir o primeiro e o ltimo de uma srie de nmeros consecutivos no Sistema CDU para formar a categoria ou conceito abrangente no indicados nas tabelas. Quando se pretende indicar uma srie consecutiva de divises de um mesmo nmero, basta empregar a barra entre o primeiro e o ltimo elemento da srie consecutiva de subdivises, no sendo necessrio repetir o elemento comum (nmero base das divises). Assim, em vez de 546.32/546.35, basta escrever 546.32/.35 003.02/003.08, basta escrever 003.02/.08 54-1/54-4, basta escrever 54-1/-4 (817.1/817.2), basta escrever (817.1/.2)

TABELA Ib: RELAES

SINAL: : (dois pontos)

FUNO: Subdividir com maiores detalhes um nmero de Tabela Principal. Exemplos: 63:016 63:311 Bibliografia agrcola Estatstica agrcola

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A outra funo deste sinal indicar existncia (mas no natureza ou qualidade) de relaes recprocas entre dois ou mais assuntos representados tanto pelos nmeros Principais quanto pelos Auxiliares de Lugar. Os elementos do composto podem ser invertidos sem alterao do sentido. Exemplos:

17:7 7:17

tica em Relao com a Arte Arte em Relao com a tica

327(81:469) Relaes entre Brasil e Portugal 327(469:81) Relaes entre Portugal e Brasil Aqui parece oportuno introduzir o sinal [ ] (colchetes), utilizado pela CDU com a funo de delimitar subconjuntos ou subgrupamentos, com a mesma funo com que utilizado na lgebra, por exemplo. Tm eles a finalidade de esclarecer, sem perigo de ambigidade, a qual conjunto ou subconjunto se refere determinado elemento de uma notao composta ou complexa. Exemplo: Minerao e Metalurgia na Sucia, cuja classificao analtica (sem margem a ambigidade) seria 622(485)+669(485), normalmente classificado sem repetio da notao do Auxiliar de Lugar. A maneira de indicar de forma sinttica (mas sem ambigidade) que aquela notao pertence a ambos os nmeros utilizando os colchetes. Assim: [622+669](485). O mesmo ocorre, freqentemente, com o emprego dos : (dois pontos). Para classificar o tpico Estatstica da Minerao e da Metalurgia na Sucia basta acrescentar 311 ao nmero formado no exemplo acima. Assim: 311:[622+669](485). Sem os colchetes ficaria a dvida sobre se o (485) tambm se refere ao 311. Da mesma forma que os colchetes, de emprego limitado na CDU so tambm os :: (dois pontos duplos), empregados sempre que se pretende indicar a

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desnecessidade de inverso dos elementos do composto. Ocorre sobretudo nos sistemas automatizados em que a CDU empregada como linguagem de recuperao.

TABELA Ic: AUXILIARES COMUNS DE LNGUA

SINAL: = (igual)

FUNO: tem a finalidade de indicar o idioma em que est redigido o documento cujo assunto representado pela notao principal. , a partir desta edio (e no mais a classe 80... Lingstica) o lugar principal nas tabelas da CDU para enumerao das lnguas, servindo tambm como fonte para a subdiviso da classe 811 Lnguas, da classe 821 Literaturas dos diversos povos, e da tabela auxiliar de raa. Assim, para se formar o nmero principal de qualquer lngua basta preceder seu nmero (encontrado na tabela auxiliar de lngua) do prefixo 811. Para o da literatura,

acrescentar ao nmero encontrado na tabela auxiliar de lngua o prefixo 821. Para se ter o nmero da raa correspondente, suficiente por entre parnteses o nmero encontrado na tabela auxiliar de lngua. Exemplos: =111 Em ingls, tem como derivados: 811.111 A lngua inglesa 821.111 Literatura inglesa (=111) O povo ingls Na eventualidade de se precisar inverter a ordem entre a subdiviso auxiliar de lngua e o assunto principal, para se ter acesso tambm a partir daquela, empregam-se os : (dois pontos) para fazer a unio dos dois compostos de notaes. Assim: 025.4=134.3 Classificao em portugus, fica =134.3:025.4.

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Para dar a informao de que o documento poliglota, pode-se simplesmente utilizar o smbolo =00, ou indicar cada um dos idiomas em questo, na ordem numrica crescente. Exemplo: 025.45CDU=111=112.2=133.1 Edio da CDU em ingls, alemo e francs. possvel indicar que um documento foi traduzido, e, inclusive, de que idioma e para qual idioma. Assim:

131.1-1Alighieri=03 131.1-1Alighieri=03.111 131.1-1Alighieri=03.111=134.3 o portugus, ou, 131.1-1Alighieri=134.3=03.111,

Tradues de Dante Alighieri Traduo de Dante do ingls Traduo de Dante do ingls para

em sua forma alternativa.

Observao: em edies anteriores da CDU havia o recurso de indicar no apenas que o documento era poliglota =00, mas tambm o nmero dos idiomas envolvidos: por ex., =002 queria dizer bilnge; =003, trilngue; 004, tetralnge, etc. Nesta Edio Padro no encontramos mais exemplo algum ou informao sobre o uso desse tipo de notao. Deduzimos que tenha sido abandonado, dada a pouca ou nenhuma utilidade prtica, revelada aos usurios no emprego diuturno do Sistema. Se o documento for original, e essa informao parecer relevante, h como indicar essa circunstncia utilizando o recurso do =02 (e suas subdivises), seguido do smbolo que representa o idioma original. Exemplo:

=02=124 =02=14

Original em latim Original em grego

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Observao: a presente Edio Padro enriqueceu a tabela auxiliar de lngua com uma mini tabela de auxiliares especiais com = ...01/= ...09 e = ...282 para especificar com maiores detalhes os perodos histricos e as variantes das lnguas. Por exemplo: =12401 =12402 =12403 =12404 =12406 Latim antigo Latim clssico Latim vulgar Latim medieval Latim moderno =41201 =41204 =41205 =41207 =41209 Egpcio antigo Egpcio mdio Egpcio novo Egpcio ulterior Copta

Tabela Id: AUXILIARES COMUNS DE FORMA

SINAL: (0...) (parnteses zero)

FUNO: como o prprio nome o indica, servem para representar caractersticas secundrias, formas, modos especiais de apresentao dos documentos ou de tratamento do assunto, em contraposio aos nmeros da Tabela Principal, cuja funo representar os prprios assuntos em sua substncia. Essas caractersticas secundrias formais, embora na maioria dos casos digam respeito a aspectos fsicos do documento, no raro vo mais alm, indicando, por exemplo, nvel de tratamento do assunto, pblico destinatrio, periodicidade da publicao, e, at, autoria.

Como no caso das subdivises Auxiliares Comuns de Lngua, pode ocorrer a necessidade de se organizar o catlogo, ou a coleo, dando destaque ao aspecto Forma, situao em que se adota a inverso com a notao do nmero

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principal. Assim, 7(05) Peridico de Arte pode ser classificado em (05)7, com o mesmo significado e valor, mas permitindo reunir todos os peridicos da coleo, tendo o assunto como segundo critrio de ordenao. As subdivises Auxiliares Comuns de Forma admitem subdiviso, recorrendo-se s subdivises Auxiliares Especiais com .0 (ponto zero), que indicam detalhes comuns a diversos tipos de documentos, como tamanho, formato, presena ou ausncia de ilustraes, mtodo de produo, relao com outros documentos, etc. Assim, a Subdiviso Auxiliar Especial de Forma (0.021.6), que quer dizer Miniaturas, pode se compor com o (031), Enciclopdias, para formar o composto (031.021.6) Miniaturas de Enciclopdias. O zero inicial do (0.021.6) foi substitudo pela forma especfica (031), ao qual se acrescentou a Subdiviso Auxiliar Especial (.021.6). Tambm estas subdivises Auxiliares podem ser empregadas em inverso com a notao principal, e at mesmo independentemente delas. assim que Documentos para Crianas classifica-se simplesmente em (0.053.2), enquanto que Enciclopdia Infantil de Msica pode-se classificar tanto em 78(031.053.2), quanto em (031.053.2)78; Eletrnica para Mulheres pode ser classificado tanto em 621.3(0.053.2), quanto em (0.053.2)621.3. Alm dessas notaes de forma constantes das tabelas, podem-se compor outras, para indicar formas especiais no previstas no Sistema. Basta usar o smbolo da subdiviso Auxiliar Comum de Forma (0:...) acrescentando-se aps os dois pontos o nmero da Tabela Principal que visto sob o aspecto de Forma. Assim:82.31

Romance, fica (0:82-31) para representar o conceito Sob a Forma de Romance

7 Arte, fica (0:7) significando Sob Forma Artstica.

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TABELA Ie: AUXILIARES COMUNS DE LUGAR

SMBOLO: (1/9) (parnteses um a nove)

FUNO: Representar os conceitos de natureza geoespacial associados a um nmero derivado da Tabela Principal. Exemplo:

378(81)

Ensino Superior no Brasil

Estas subdivises Auxiliares podem ser empregadas na forma invertida com a notao principal para dar destaque ao aspecto geogrfico, com ordenao do catlogo e/ou das estantes tendo como primeiro critrio esse aspecto. Assim, podemos ter (81)378 tanto nas estantes quanto nos catlogos, com o mesmo significado do exemplo acima. Podem, eventualmente, ser empregadas independentemente dos nmeros da Tabela Principal, com o mesmo valor e significado de seus correspondentes na Classe 913. Assim, podemos representar o conceito de Brasil tanto com o (81) quanto com o 913(81). Por isso, Balana Comercial do Brasil pode ser classificado em 339.5.053(81) ou em 339.5.053:913(81). Mais exemplos: (81) Brasil

913(81) Geografia do Brasil 94(81) Histria do Brasil

(817.4) Braslia 913(817.4) Geografia de Braslia 94(817.4 ) Histria de Braslia

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As Subdivises Auxiliares Comuns de Lugar admitem composio com as Subdivises Auxiliares Especiais -0/-9, listadas como sufixo do (1) nas Tabelas de Auxiliares Comuns de Lugar das edies da CDU. Qualquer uma dessas Subdivises Auxiliares Especiais pode ser empregada tambm com as notaes de lugar, a partir do (2) at o (9). Quando o detalhe geogrfico se referir a um lugar (pas, regio, continente) especfico, o dgito 1 da tabela geogrfica ser substitudo pelo nmero que representa aquele lugar (pas, regio ou continente) especfico. Assim:

(1-04) significa Fronteiras em Geral. (81) significa Brasil. Para indicar Fronteiras do Brasil, basta substituir o (1) pelo (81), resultando (81-04).

(1-923)

significa Regio Antrtica; (44) significa Frana. Para indicar Antrtida

Francesa basta substituir o (1) pelo (44), resultando (44-923).

(-11) significa Oriental; (215) significa Hemisfrio. Para indicar Hemisfrio Oriental basta substituir o (1) pelo (215), resultando (215-11).

Podem tambm ser empregadas de forma a indicar relaes entre dois ou mais pases ou regies. Exemplo:

339.5(81:82) Relaes Comerciais entre o Brasil e a Argentina possvel associar o conceito de raa ao de pas, ou rea geogrfica (nesse caso, sempre dentro do mesmo conjunto de parnteses). Exemplo:

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(81=411.16) Judeus no Brasil. Na forma alternativa h necessidade do sinal : (dois pontos) para justapor as duas Subdivises Auxiliares Comuns. Assim: (=411.16:81). Na eventualidade de as tabelas sugerirem maior detalhamento de uma notao de lugar, atravs do emprego de palavras do alfabeto, de abreviaturas ou de siglas que representem nomes prprios (Tabela Ih: A/Z), tais elementos complementares do nmero CDU sero justapostos diretamente parte numrica da notao, sem espaos, e dentro dos parnteses. Exemplos: (811.2Rio Branco) Rio Branco, AC (282.281.5So Francisco) Rio So Francisco (817.4BSB) Braslia Podem, ainda, as Subdivises Auxiliares Comuns de Lugar ser empregadas mesocliticamente, isto , ser intercaladas, como infixos, em qualquer nvel das subdivises diretas do nmero principal, com a finalidade de reunir e localizar geograficamente os assuntos representados pelos nmeros que precedem a notao de lugar. Assim, 342.4(81) Constituies Brasileiras pode ser registrado tambm das formas seguintes, com intercalao do Auxiliar: 342(81)4 para reunir as Constituies Brasileiras com o Direito constitucional Brasileiro 34(81)24 para reuni-los com o Direito no Brasil 3(81)424 para reuni-los com Cincias Sociais no Brasil.

Naturalmente esse procedimento s deve ser adotado quando a notao fizer sentido e houver algum tipo de vantagem que supere a de empregar o procedimento padro da CDU.

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A vantagem, por exemplo, de reunir tudo o que diz respeito ao Direito constitucional Brasileiro 342(81), juntamente com todos os seus detalhes, antes de proceder ao Direito Constitucional Argentino 342(82)..., no despertar, certamente, o mesmo interesse e o mesmo entusiasmo sobre os usurios de bibliotecas e centros de documentao e informao com perfis heterogneos.Oservao: O sistema (na presente verso Padro) no discorre a respeito, e os exemplos encontrados nas tabelas no so exatamente modelo de coerncia e de clareza: na verdade, enquanto na classe 7 h exemplos de intercalao da tabela de lugar desprezando o ponto que deveria vir aps o parntese final, na Introduo h, a propsito da intercalao, exemplos com e sem ponto nas mesmas circunstncias. Parece mais lgico que se mantenha o ponto exatamente onde ele seria exigido, caso no se tratasse de intercalao.

TABELA If: AUXILIARES COMUNS DE RAA E NACIONALIDADE

SMBOLO: (=...) (parnteses igual)

FUNO: Representar conceitos relacionados com raas, povos e nacionalidades. So derivados, em princpio, dos nmeros Auxiliares Comuns de Lngua, a que se

acrescentam os parnteses, e devem ser empregados justapostos a um nmero da Tabela Principal. Exemplos:

(=16) (=411.16) (=411.21) 323.12(=411.16) 323.13(=411.16) 327.39(=16)

Povos Eslavos Judeus rabes Anti-Semitismo Sionismo Pan-Eslavismo

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930.85(=411.21)

Histria da Civilizao rabe

Quando os conceitos de raa (em sentido amplo, no em sentido antropolgico), povo ou nacionalidade se referirem aos habitantes de determinada rea geogrfica ou fisiogrfica no indicada nesta tabela, utilizar-se- o smbolo correspondente da Tabela Auxiliar Comum de Lugar (Tabela Ie) precedido de =1. Exemplos:

(=1.100)

Cosmopolitas, formado a partir de (100), que significa ` Universal, internacional

(=1.23)

Montanheses, derivado de (23), que significa Montanhas

(=1.24) (=1.37) (=1.81)

Trogloditas, originrio de (24) Cavernas Romanos (antigos), do geogrfico (37) Roma Antiga Brasileiros, procedente de (81) Brasil

Estes Auxiliares podem, conforme observado anteriormente, se compor com os Auxiliares Comuns de Lugar para relacionar os conceitos de raa, povo ou nao com determinado mbito geofisiogrfico. Assim, (=414)(81) significa Negros no Brasil. Para classificar Negros Brasileiros teramos (=414=1.81).

TABELA Ig: AUXILIARES COMUNS DE TEMPO

SMBOLO: "..." (aspas)

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FUNO: Representar conceitos associados com as mais variadas manifestaes ou percepes do fenmeno Tempo em suas vrias dimenses e medidas, como durao e periodicidade; do tempo universal ao momento presente; da durao em milissegundos computada em milhes de anos. Exemplos:

"41" "456" "313" "742" "362" "321" "383" "512.01" "551.10" "553.1"

Durao de Um Dia Durao em Milhes de Anos Futuro Provisrio. Efmero Tempo de Paz Primavera Feriados Nacionai s A Cada Segundo De Dez em Dez Anos A Cada Milnio

Convm assinalar, de imediato, que os conceitos Temporais representados pelos smbolos desta tabela so os associados com o assunto, o tema ou o tpico do documento, e no com sua data ou poca de publicao. Nesta tabela o . (ponto) utilizado com funo diferente da que desempenha no restante do Sistema: serve para indicar e separar as divises de tempo de magnitudes diferentes. Da sua ocorrncia separando grupos de dois, trs e at quatro algarismos. H, tambm, o caso de grupos de quatro algarismos sem o emprego do . (ponto). Exemplos:

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"0001" "322.01" "336.31" "1991.12.31.12.30" 1991.

Primeiro Ano depois de Cristo Primeiro Ms do Ano Trigsimo Primeiro Dia do Ms Doze horas e Trinta Minutos do Dia 31 de dezembro de

Os elementos so registrados em ordem decrescente de magnitude. Para evitar ambigidade na indicao de datas anteriores e posteriores ao nascimento de Cristo, aconselhvel empregar os sinais - (menos) e + (mais), respectivamente, antes da notao. Exemplos: "-0001" "+1453" O Ano 1 antes de Cristo O Ano 1453 (da Era Crist)

Da mesma forma que as Subdivises Auxiliares Comuns de Lugar, as de Tempo tambm podem ser invertidas com os nmeros principais, e, igualmente, com eles intercalados. Destarte, a notao 342.4"18" Constituies do Sculo Dezenove pode ser escrita das seguintes formas alternativas forma encltica, padro:

"18"342.4 (inverso com o nmero principal) 342"18"4 (intercalao com o nmero principal) 34"18"2.4 (idem) 3"18"42.4 (idem)

Os milnios so representados por um algarismo apenas:

"0"

Primeiro Milnio depois de Cristo

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"1" "2"

Segundo Milnio depois de Cristo Terceiro Milnio depois de Cristo

Os sculos so representados por dois algarismos:

"00" "-19" "+20"

Primeiro Sculo Sculo Vinte Antes de Cristo Sculo 21 da Era Crist

As dcadas so representadas por trs algarismos:

"199" "190"

Dcada de Noventa (ltima do Sculo Vinte) Primeira Dcada do Sculo Vinte

O ano se representa com quatro algarismos, preenchendo-se os espaos vazios com zeros. Assim: "0001" "0099" "0851" Primeiro Ano da Era Crist Ano Noventa e Nove depois de Cristo Ano Oitocentos e Cinqenta e Um depois de Cristo

Perodos de tempo compreendidos entre duas datas-limites podem ser indicadas atravs do uso da / (barra):

"631/634" "0/2" "04/14" "1939/1945"

Idade da Pedra Do Primeiro ao Terceiro Milnio Idade Mdia Segunda Guerra Mundial

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TABELA Ih: NOTAES QUE NO PERTENCEM CDU

So de dois tipos: as que empregam o * (asterisco) e as que adotam palavras do alfabeto, justapostas diretamente notao CDU, sem emprego do asterisco.

1 - SUBDIVISO COM ASTERISCO

SMBOLO: * (asterisco)

FUNO: Informar que a notao ou notaes que se lhe seguem no pertencem ao Sistema CDU. Tais notaes podem consistir de palavras e smbolos (numricos ou no) empregados com a finalidade de especificar detalhes de um assunto que as tabelas no provem, podendo ocorrer junto a notaes da Tabela Principal ou das Auxiliares. Podem ser criadas pelo classificador ou tomadas de emprstimo a alguma tabela pr-existente. Na eventualidade de apelo a tais tabelas ou sistemas, deve-se redigir uma nota explicativa de tal fato. Exemplos:

(81*71.500) Lago Norte, Braslia, DF, onde (81) o geogrfico CDU para indicar Brasil, e 71.500 o cdigo da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos atribudo ao Lago Norte, em Braslia;

523.44*433, em que o elemento anterior ao asterisco CDU e significa Planetas Menores do Sistema Solar, e o que se lhe segue o nmero utilizado pela Unio Astronmica Internacional para representar o Planetide Eros;

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630*27, em que o 630 o nmero CDU para Silvicultura, e 27 o nmero utilizado pelo Oxford System of Decimal Classification for Forestry para Arboricultura Ornamental;

66-97*C100, onde 66-97 o nmero CDU para Temperatura em geral, e C100 o smbolo indicativo de Temperatura de Ebulio da gua.

2 - SUBDIVISO ALFABTICA

SMBOLO: A/Z (A barra Z)

FUNO: Detalhar com palavras (e no nmeros, CDU ou outros) o assunto. As Subdivises Comuns Alfabticas A/Z ocorrem como recurso para detalhamento de assuntos atravs da indicao de nomes prprios (ou suas abreviaturas/siglas) que fazem parte integrante daqueles assuntos. Podem ser acrescentadas diretamente notao, sem a intervenincia de qualquer espao, e, como no caso das notaes com * (asterisco), como detalhamento tanto de notaes da Tabela Principal quanto das Auxiliares. No caso das notaes Auxiliares de Lugar, estas palavras, abreviaturas ou siglas devem ser inscritas dentro dos parnteses. Exemplos:

(817.4Vila Parano) (817.4SHIN QI 02) 001.94OVNI 159.964.26ADLER 271SAL

Vila Parano, Braslia, DF Quadra Interna 2-Lago Norte, Braslia, DFObjetos Voadores no-Identificados. Disco Voadores

Escola Psicanaltica de Adler

65.015.14BSRNorma Britnica de Rendimento

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663.551.5USQUE(410) 821.134.3-1CAMES 929PEDRO II 929.52BRAGANA

Produo de Usque na Gr-Bretanha Poesias de Lus de Cames Biografia de Pedro II Genealogia da Famlia Real dos Bragana

TABELA Ii: AUXILIARES COMUNS DE PONTO DE VISTA

SMBOLO: .00 (ponto zero zero)

FUNO: Indicar aspectos sob os quais um assunto pode ser visto, tanto pelo autor/apresentador do documento quanto pelo grupo a que os mesmos pertencem. Como os Auxiliares da tabela anterior, por sua prpria natureza no podem ser empregados por si ss, mas apenas em composio com um nmero da Tabela Principal. Devem ser empregados com parcimnia, visto que em muitas circunstncias o emprego de dois nmeros principais relacionados pelo sinal : (dois pontos) atende melhor necessidade de detalhamento.

Exemplos:

338.1(81)"20".001.18Prognsticos sobre a Situao Econmica do Brasil no Sculo Vinte e Um 025.4.001.5 027.7.002.25 796.077.003 Pesquisa sobre Sistemas de classificao Bibliogrfica Obsolescncia das Colees de Bibliotecas Universitrias Aspectos Econmico-Financeiros do Amadorismo nos

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Esportes (podia ser classificado em 796.077:330 ou 796.077.000.330) 025.45.004.12 655.254.2.007.62 655.009.12 Caractersticas dos Sistemas de Classificao Decimal Consultoria em Editorao A competio na Indstria e no Comrcio doLivro

Quando, entretanto, os pontos de vista listados na tabela resultarem insatisfatrios para representar determinada maneira de visualizar um problema, pode-se lanar mo de qualquer uma das dez classes principais, utilizando-se seus conceitos sob a forma de pontos de vista. Basta acrescentar ao smbolo .000. (ponto zero zero zero ponto) o nmero da Tabela Principal que se deseja representar sob a forma de ponto de vista. Exemplos: 314.335.000.17 314.355.000.61 575.8.000.28 Controle da Natalidade do Ponto de Vista tico Controle da Natalidade do Ponto de Vista Mdico A Teoria Evolucionista na tica Crist

TABELA Ik: AUXILIARES COMUNS DE MATERIAIS E PESSOAS

1 - DE MATERIAIS

SMBOLO: -03 (hfen zero trs) FUNO: Indicar os elementos constitutivos dos objetos e dos produtos, sobretudo da indstria. Podem ser empregados com qualquer nmero de Tabela Principal em que o material de que algo feito for visto como mero aspecto do assunto principal. Exemplos:

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62-462-036.4 621.3.032.7-034.3 621.643-036.5 645.1-033.6 685.341.3-035.513 904-032.5

Mangueiras de Borracha Cilindros de Cobre Canos de Plstico Forro de Assoalho Utilizando Cermica Calados de Pelica Artefatos Antigos em Pedra

Para indicar composio de dois ou mais materiais utiliza-se o ' (apstrofo) aps a notao do primeiro material mencionado, e apenas os elementos que se seguem ao -03 para representar os outros materiais. Exemplos:

-036.4 Borracha + -036.5 Plstico, na composio fica: -036.4'65: de borracha e plstico

-034.3 Cobre + -034.6 Estanho, fica: -034.3'46: de cobre e estanho, e assim por diante.

2 - DE PESSOAS

SMBOLO: -05 (hfen zero cinco)

FUNO: Indicar tipos de pessoas ou de caractersticas pessoais, como idade; sexo; nacionalidade; parentesco; tendncias; constituio fsica; condies de sade e de trabalho; situao empregatcia e funcional; nvel de renda e de escolaridade; classe social; estado civil, etc.

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Aplicam-se a todos os nmeros da Tabela Principal, exceto ao 264 (que possui subdivises prprias para Pessoas e Materiais) e aos nmeros principais que j encerrem esse conceito em suas subdivises diretas. Exemplos:

331.105.446-058.234.2 342.726-058.56 52-05 618.1-055.2

Sindicatos de Trabalhadores na Indstria Direitos dos Detentos Astrnomos (de ambos os sexos) Mdicas Ginecologistas

616.89-008.442-055.1 Psicopatologia Sexual Masculina [619:614.23]-055.1 621.039-055.1 621.22-055.1 75-056.266 91-055.2 Veterinrios Engenheiros Nucleares Engenheiros Hidrulicos Pintores Aleijados Gegrafas

Detalhes de natureza diversa listados nesta Tabela Auxiliar Comum podem ser combinados entre si, bastando justapor as notaes que os representam. Assim:

De 618.1 Ginecologia + -053.6 Jovem + -055.2 Mulher, resulta 618.1-053.6-055.2, significando Mulheres Jovens na Profisso de Ginecologista

De 62 Engenharia + -055.1 Homem + -057.19 Desempregados, obtm-se 62-055.1057.19 para indicar Engenheiros (do sexo masculino) Desempregados

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, tambm, possvel indicar os papis de Agente ou de Paciente das pessoas representadas pelo Auxiliar Comum -05. O conceito de Agente atravs do -051, e o de Paciente atravs do -052. Exemplos:

324 324-051 324-052 77 77-051 77-052 77-052-055.1 929 929-051 929-052

Eleies Eleitores Eleitos (homens e mulheres) Fotografia Fotgrafos (homens e mulheres) Fotografados (homens e mulheres) Modelos Fotogrficos Masculinos Biografia Bigrafos (homens e mulheres) Biografados (homens e mulheres)

929-051-053.6Bigrafos Jovens

SUBDIVISES AUXILIARES ESPECIAIS

Divididas em quatro categorias, tm a funo de detalhar aspectos de um assunto no cobertos por suas divises principais ou pelas Subdivises Auxiliares Comuns. Sua ocorrncia bastante limitada no Sistema CDU, no podendo, via de regra, ser empregadas fora da classe em que vm listadas, pois seu significado

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restrito a esse contexto especial. Da seu nome. H, entretanto, ocasies em que a Tabela Principal autoriza seu emprstimo de/a outras partes do Sistema.

a) AUXILIARES ESPECIAIS -1/-9: denotam detalhes tais como elementos, tcnicas, componentes, propriedades, estado e gnero dos assuntos representados pelos nmeros principais, etc. Exemplos:

264-1 271-6 52-33 62-1 62-2 62-4 62-8 66-91 82-1 82-3

Livros litrgicos Disciplina das Ordens Monsticas Dimenso dos Astros Caractersticas Gerais das Mquinas Partes e Componentes Gerais das Mquinas Estado, Condio e Forma dos Materiais Mquinas segundo a Fora Motriz Estado Fsico Poesia Fico Literria

Excluem-se daqui as Subdivises Auxiliares com -03 e -05, j vistos, que pertencem ao grupo das Subdivises Comuns, mas nas classes 611, 612, 616, 617 e 618 ocorrem Auxiliares Especiais com -0 e com -00. Embora no mencionados na "Seo II Subdivises Auxiliares Especiais" das edies da CDU, auxiliares com -0 e com -00 ocorrem associados s divises 611, 612, 616, 617 e 618 da CDU. Convm observar, tambm, que, apesar de sua aparncia, -03 e -05 no pertencem s subdivises Auxiliares Especiais, mas s Comuns.

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b) AUXILIARES ESPECIAIS .01/.09: tambm denotam detalhes, muito semelhantes aos dos Auxiliares Comuns -1/-9, mas ocorrem com muito maior freqncia no Sistema, e apresentam maior riqueza de subdivises. Teoria, estudos, processos, atividades, caractersticas, fontes de estudo, tendncias, atitudes, polticas, condies, estruturas, influncias, fundamentos, leis, propriedades, nomenclatura, constituio qumica, estilos, escolas, tcnicas, etc., so alguns dos tipos de detalhes por eles representados, como pode ser verificado na lista abaixo:

303.02 314.02 321.01 329.055 329.058 332.02 34.02 348.01 35.07 37.01 379.8.092 53.02 54.03 57.07

Caractersticas Gerais da Pesquisa nas Cincias Sociais Fontes dos Dados Demogrficos Teoria Geral do Estado Tendncias dos Partidos Polticos Atitudes Poltica da Terra e da Propriedade Condies de Existncia do Direito Fontes do Direito Eclesistico Estrutura da Administrao Pblica Fundamentos da Educao Influncia do Lazer sobre o Indivduo Leis dos Fenmenos Fsicos Propriedades Qumicas Nomenclatura dos Organismos

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7.031 82.08

Arte Pr-histrica Tcnica Literria

Naturalmente, podem ocorrer dois tipos diferentes de Subdiviso Auxiliar Especial na formao de uma notao complexa. Por exemplo: Vlvulas de Descarga em Mquinas de Uso Domstico, 64-332.06, o resultado de 64-332 (subdiviso trazida do 62-1/-9) + 64.06; Assistncia Tcnica a Mquinas (Engenharia Qumica) contra Processos Que Envolvem Radiao, 66-7.085, o resultado de 66-7+66.085.

c) AUXILIARES ESPECIAIS '1/'9

Mais do que uma Subdiviso Auxiliar propriamente dita, como as duas anteriores, esta , antes, um processo de sntese de duas ou mais subdivises diretas de um nmero principal, em que o . (ponto), da segunda subdiviso em diante, substitudo pelo apstrofo, eliminando-se o radical comum. Exemplos:

329.12 329.12'21 546.561

Partido Liberal + 329.21 Partido Monarquista resulta em Partido Liberal-Monarquista Cobre + 546.131 Cloreto resulta em

546.561'131 Cloreto de Cobre

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631.442.4 631.442.4'1

Solos Argilosos + 631.442.1 Solos Arenosos resulta em Solos Argilo-Arenosos

s vezes h instrues para se efetuar a sntese por meio de justaposio da desinncia de um nmero ao radical de outro. Neste caso o apstrofo estar posicionado no local apropriado, e haver orientao sobre o nmero e a origem dos dgitos a empregar como desinncia. Exemplos:

no 637 h a indicao 637'6 e uma Nota mandando subdividir o 637'6 como o 636.

Assim, 637.12'639 Leite de Cabra formado de

637.12 Leite +'6

(apstrofo e dgito indicados no 637) +39 (desinncia retirada do 636.39) Cabra

637.5'62 Carne de Boi formado de 637.5 Carne +'6 (apstrofo e dgito indicados no 637) +2 (desinncia retirada do 636.2) Bovinos

637.4'659.7 Ovos de Patas Domsticas formado de 637.4 Ovos + '6 (apstrofo e dgito indicados no 637.4) +597 (desinncia retirada do 636.597) Patas Domsticas

H, contudo, ocasies em que o apstrofo introduz verdadeira tabela independente de subdivises auxiliares especiais. o que ocorre, por exemplo, no 622, que alm das Subdivises Auxiliares Especiais com -1/-9 (emprestados do 62) e com . 01/.09, possui tambm a srie com ' (apstrofo). Exemplos:

622-1

Caractersticas Gerais das Mquinas Usadas em Minerao

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622-2 622-3 622-5 622-7 622'1 622'11 622'12 622'13 622'17 622.01

Partes e Componentes (dessas Mquinas) Vlvulas, Registros, etc. Funcionamento e Controle das Mquinas Servio, Manuteno e Proteo Estado do Mineral, do Minrio ou da Rocha Jazidas no Estado Natural Minrio Bruto Minrio Esmagado, Triturado Restos de Minrios, Resduos Teoria Geral. Aspectos Geofsicos e de Engenharia da Minerao

622.02 622.03 622.03'116 622.03'117 622.03'118 622.06

Propriedades Fsicas do Mineral, Minrio ou Rocha Carter Geolgico das Jazidas Horizontal. Levemente Inclinado Inclinado Vertical, ou quase Vertical Processos e Tecnologia da Minerao

d) AUXILIARES ESPECIAIS DGITOS FINAIS

As mais recentes dentre as Subdivises Auxiliares Especiais, ainda pouco conhecidas, e, conseqentemente, pouco empregadas, tm funo bastante parecida com a das Subdivises Auxiliares Especiais com Apstrofo: acrescentar, guisa de sntese, certos detalhes comuns ao nmero principal e a suas divises diretas. Constituem, portanto, verdadeiras mini tabelas a serem utilizadas, quando necessrio,

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no aprofundamento dos detalhes do assunto principal e seus derivados. Exemplo o 661.8 Compostos Metlicos em Geral, Sais, Compostos Minerais e xidos. A se encontra a mini tabela ...2/...9, com a informao de que pode ser utilizada com as divises diretas do 661.8. Assim, 661.862.27 Aluminatos o resultado de: 661.862 Componentes de Alumnio (subdiviso do 661.8) + ...27 Sais com um Metal como Parte do nion (da mini tabela encontrada no 661.8)

669.223 Metalurgia de Extrao da Prata o resultado de: 669.22 Prata (subdiviso do 669) + ...3 Metalurgia da Extrao (da mini tabela encontrada no 669)

681.325.541 Contadores Manualmente Controlados resulta de: 681.325.54 Contadores (subdiviso do 681.325) + ...1 Dispositivos de Mesa Controlados Manualmente (da mini tabela encontrada no 681.325).

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5 ADMINISTRAO DA CDUPropriedade intelectual da Federao Internacional de Documentao e Informao (FID), a CDU, por ela administrada tradicionalmente at 1991, passou no ano seguinte a ser administrada por um consrcio formado pela FID e por algumas instituies de diferentes pases atuantes na rea de informao e normalizao. So eles: a Blgica, a Espanha, o Japo, os Pases Baixos e o Reino Unido. , desde ento, esse Consrcio quem coordena as propostas de desenvolvimento do sistema e autoriza os demais pases do mundo, membros da Federao, a publicar edies em suas respectivas lnguas, estabelecendo condies e zelando por seu cumprimento e pelo respeito aos padres estabelecidos pelo mesmo. Em alguns pases, como a Hungria, a Espanha e a Gr-Bretanha, ela foi at mesmo elevada condio de norma nacional, e na Unio Sovitica prescrita como sistema oficial para a classificao da literatura tcnica e cientfica. A formao do Consrcio em 1992 resultou dos esforos empreendidos pela FID ao longo dos ltimos anos no sentido de encontrar parceiros para o que denominaramos Empreendimento CDU, sobretudo em seus aspectos de produo e comercializao. que aps estudos demorados, levados a termo por especialistas de renome internacional e experincia comprovada, convenceu-se a Administrao daquela Federao Internacional de que a CDU ainda valia a pena; de que no s no morrera, como era uma das grandes e poucas alternativas para a organizao (arranjo) de colees de documentos de qualquer natureza, servindo ainda de apoio e inspirao ao desenvolvimento de tesauros, tanto do ponto de vista de contribuio terminolgica, quanto, at mesmo, do de desenho estrutural.

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Foi a partir do surgimento do Consrcio que as atenes da FID, tradicionalmente centradas nas atividades da CDU, puderam ser mais

equilibradamente distribudas entre as inmeras outras frentes de estudo e de trabalho a que se dedica a FID moderna, representando um espectro de

preocupaes que vo desde a teoria da classificao e da informao at s nem sempre bem definidas e compreendidas, mas sempre categoricamente denominadas novas ou modernas tecnologias informao/registro documental). Previamente criao do Consrcio, a FID havia, em 1984, (que, a propsito, no so exclusivas da

acrescentado provisoria e experimentalmente a seu organograma a Diretoria Administrativa da CDU, com a finalidade de preparar os novos processos

administativos que culminariam ulteriormente na formao do Consrcio. A atuao do Consrcio desencadeou um surto, inesperado, at certo ponto

de atividades e de entusiasmo em relao aos aperfeioamentos do

Sistema CDU, na forma de novos projetos, como o Arquivo Mestre,* inteiramente informatizado, e a nova verso Padro Internacional, alm do Tesauro CDU, para mencionar apenas trs dentre esses novos empreendimentos.

*

Para maiores detalhes a respeito do surgimento, finalidade e

estrutura do Arquivo Mestre, ver ltimo item deste Manual.

6 EDIES DA CDU

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O nmero de edies e o nmero de idiomas em que as mesmas se encontram disponveis so um testemunho do passado glorioso da CDU e um convite a acreditar em seu futuro. Nos pases socialistas as diversas edies existentes parecem exibir vigor e crescimento continuados. No Ocidente predominam as edies em ingls, alemo e francs. Outros idiomas latinos, como o espanhol, o portugus e o italiano, produziram edies CDU, mas se encontram muito precariamente representados nos comits da FID. A primeira edio da CDU, inteiramente calcada sobre a quinta edio da Classificao Decimal de Dewey, veio luz em 1905, em francs, com o nome de Manuel du Rpertoire Bibliographique Universel, refletindo sua preocupao imediata e prtica de servir, apenas, de instrumento de sistematizao daquele Catlogo. Compreendia aproximadamente 33.000 entradas. H, presentemente, Edies Desenvolvidas (em doze idiomas, dos quais nove esto em processo de atualizao); abreviadas ( em vinte idiomas) que surgiram como uma alternativa muito bem aceita para aquelas; bem mais recentemente surgiram as Edies Mdias, que j perfazem um total de onze (incluindo-se a a segunda edio em lngua portuguesa, traduzida da Primeira Edio Mdia Internacional Trilnge e publicada pelo Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia em 1987). Finalmente, h as edies denominadas Especiais: cento e dezoito no momento, o que parece sugerir a existncia de uma demanda razovel. Tudo parece indicar que o que a maioria dos usurios quer uma edio universal e uniforme, de um porte consideravelmente menor do que o da Edio Desenvolvida, em dois, trs ou

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no mximo quatro volumes, permitindo, assim, ao usurio, mais facilmente, uma viso de conjunto (sintica) do Sistema. Alm disso, que seja atualizada a intervalos regulares, pr-estabelecidos, (pr-conhecidos) e que contenha ndices melhores do que os que tm sido (quando o tm) produzidos no passado, alm de manuais, guias e roteiros prticos para os usurios do sistema. A elaborao dessa verso mais consentnea com a realidade do mundo hoje e com os requisitos da mdia dos usurios de suas diferentes verses esteve em andamento nos quartis da FID por aproxidamente trs lustros. Tal edio visualizada pelos usurios como a ideal no presente e no futuro prximo foi-lhes brindada pelo Consrio com a publicao, em 1997, da verso inglesa em primeira edio da nova Edio Padro Internacional da CDU, contendo a ntegra do Arquivo Mestre com seus aproximadamente 60.000 registros. vista como um ponto intermedirio entre a Edio Desenvolvida e a Mdia atuais, com a novidade de apresentar, como uma de suas partes integrantes, a par da estrutura sistemtica de hoje, uma outra, complementar, com feio e funo de tesauro. Baseada nessa nova Edio Padro Internacional, primeira em lngua inglesa, acaba de ser publicada uma verso em lngua portuguesa: o primeiro volume (tabelas) em 1998, e o segundo (ndice alfabtico) em 1999. sobre esta ltima que se apiam as informaes e instrues contidas neste Manual. igualmente dela que so retirados os exemplos ilustrativos constantes do Manual, bem como os nmeros e demais smbolos empregados nas questes/exerccios que o acompanham.

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7 ATUALIZAO DO SISTEMA

Para acompanhar o ritmo de desenvolvimento das artes e ofcios, da cincia e da tecnologia, enfim, do conhecimento humano, mais acelerado nas ltimas dcadas, o sistema dispe, desde seus primrdios, de um mecanismo de atualizao satisfatoriamente gil e democrtico, denominado Extensions and Corrections to the UDC. Estas, como conseqncia das transformaes no campo administrativo por que passou toda a CDU, passaram a ter sua feio, funo e estrutura

modificadas recentemente (a partir de seu nmero 15). Alm de no mais serem precedidas das publicaes preliminares denominadas e conhecidas mundialmente como P-Notes (assim mesmo, no original em ingls), comearam a incluir como seu contedo normal, alm das tradicionais alteraes ao Sistema, artigos de fundo e comunicaes de interesse geral versando aspectos relacionados com a estrutura, a histria, a dinmica da CDU, seu papel no mundo de hoje e suas perspectivas para o futuro. Na verdade, as alteraes quanto ao contedo da publicao derivam diretamente dos propsitos do Consrcio de transform-la no principal veculo de comunicao/interao entre os usurios e o Sistema, ao mesmo tempo em que o rgo para troca de experincias, crticas, sugestes e pontos de vista entre os prprios usurios. Assim agindo, a FID, atravs do Consrcio, parece ter assinalado uma vitria notvel em sua luta histrica no sentido de obter o maior envolvimento

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possvel dos usurios do Sistema nos esforos tendentes a seu constante desenvolvimento e atualizao. A necessidade dessa participao foi vista pelo Consrcio como vital num mundo em que o arranjo sistemtico da informao, sobretudo gerencial, se reveste de cada vez maior relevncia, para estreitar o ainda incomodamente largo fosso entre a disponibilidade de e a acessibilidade informao, mesmo que armazenada em colossais bancos de dados. que, provavelmente, os fregueses desses verdadeiros emprios de dados (nem sempre exatamente a glorificao da inteligncia

organizacional) se esto tornando mais esclarecidos, e, por conseqncia, mais crticos e exigentes, comeando a perceber (com desencanto) que esses colossos quase sempre preocupam-se mais com e porfiam por sobrepujar os concorrentes com base muito mais na massa (volume) de informaes do que em sua qualidade: relevncia, facilidade e rapidez de identificao, recuperao, distribuio, e, naturalmente, preo. As Extenses e Correes esto, por conseguinte, como sempre

estiveram (mas agora com maior amplitude de espao) disposio dos usurios, a quem o Consrcio convida enfaticamente a contribuir, por meio de crticas,

sugestes, propostas, projetos, artigos, trabalhos de qualquer natureza que visem ao aperfeioamento do Sistema. Esse novo formato (ainda provisrio, dependendo das sugestes, a primeira intitula-se

sempre bem-vindas) apresenta duas grandes sees: Comentrios & Comunicaes.

onde so publicadas as contribuies acima

mencionadas. A segunda, denominada Tabelas, a que se destina a tratar das eventuais alteraes ao Sistema, organizao das antigas E & C. mantendo muito de perto a aparncia e a

62

A novidade que classes inteiras (e no apenas alteraes parciais) sero publicadas, decorrentes das profundas alteraes por que vem passando o Sistema, com perspectiva de cada vez mais abrangentes revises para os prximos anos. O Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia (IBICT) iniciou, em 1989, publicao de uma traduo da srie original Extensions and Corrections to the UDC (atualmente, e h j alguns anos lamentavelmente

interrompida), cujo texto pode ocorrer em qualquer dos trs, ou, at mesmo, nos trs idiomas oficiais da FID simultaneamente: o alemo, o francs e o ingls. Em virtude de falhas estruturais apresentadas desde as primeiras edies do Sistema, e como decorrncia do enorme desenvolvimento das cincias e das artes nos ltimos anos, tem havido uma presso muito grande, recentemente, para uma reformulao substancial da CDU. H j alguns anos est em andamento essa reformulao, que contempla, nas diversas propostas, a reutilizao da Classe 4, vaga desde a dcada de sessenta. Alteraes menores, no de natureza estrutural, tm ocorrido ao longo dos anos, por fora da necessidade de acompanhar o desenvolvimento contnuo, e em ritmo cada vez mais acelerado, da cincia, da tecnologia, do conhecimento, emfim. Mais recentemente (j na segunda metada desta dcada, ltima do sculo e do milnio), foram processadas as seguintes grandes alteraes em classes completas do Sistema:

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1.

Classe 0: foi criada a diviso 004, destinada a abrigar os conhecimentos e tcnicas relacionados com a informtica, a cincia, a tecnologia da

computao, reservando ao antigo 681.3, apropriadamente, apenas o que diz respeito a equipamentos de processamento de dados. 2. Classe 8: toda a parte relativa lingstica e literatura de lnguas especficas sofreu reviso completa, no apenas quanto distribuio das lnguas e das literaturas por grupos e famlias, mais em consonncia com os ditames da moderna cincia da lingstica, mas tambm quanto atribuio de

inteiramente novos smbolos para representar essa nova realidade. Destarte, no apenas a lngua inglesa passou a ser representada por smbolos que denotam claramente sua derivao do smbolo mais genrico que representa a(s) lngua(s) 81/811 (lngua inglesa: 811.111), mas todas as lnguas passaram a ter como radical (ou prefixo) comum os dgitos 811, ao qual se acrescentam os smbolos prprios que as representam. Assim, a lngua alem passou a grafar-se 811.112.2; a lngua italiana, 811.131.1; a lngua francesa,

811.133.1; a lngua portuguesa, 811.134.3; o latim, 811.124; o grego, 811.14, e assim por diante. Da mesma forma, no apenas a literatura inglesa, mas todas as demais literaturas passaram a ter seus novos nmeros subordinados a um radical comum, o 821,

evidenciando-se, assim, tambm aqui, a estrutura fundamentalmente hierrquica da CDU. Por conseqncia, a literatura inglesa passou a ter 821.111 como sua notao; a literatura alem, 821.112.2; a literatura italiana, 821.131.1; a literatura francesa, 821.133.1; a literatura portuguesa, 821.134.3; a literatura latina, 821.124; a

literatura grega, 821.14, e assim sucessivamente.

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Deve-se notar, ainda, que a par das alteraes acima mencionadas introduzidas na Classe 8, a Literatura geral foi enriquecida com mais uma tabela especial para detalhar os diversos perodos de desenvolvimento das lnguas, bem como suas

eventuais variantes locais (dialetos). Trata-se da tabela auxiliar especial com 0. Assim, por exemplo, 821.1402 empregado para representar Literatura Grega do perodo clssico; 821.1406 a notao detalhada para classificar Literatura grega moderna. 3. Classe 9: diferentemente do que ocorria at s edies anteriores Padro

Internacional, os nmeros na Geografia regional e na Histria de cada lugar, regio, pas ou continente no so mais formados pelo acrscimo dos smbolos 9 e 91 aos retirados da tabela auxiliar de lugar (sem os parnteses), e sim pela simples

justaposio, diretamente, sem alterao alguma, dos nmeros encontrados na tabela de lugar aos smbolos 913 Geografia regional e 94 Histria Geral. Assim, Histria do Egito antigo no ser mais 932, e sim 94(32); Histria da Inglaterra e da Gr-Bretanha no ser mais 942.0, e sim 94(420); semelhantemente, Histria do Brasil no ser mais 981, e sim 94(81); Histria de Braslia no mais ser 981.74, e sim 94(817.4). Da mesma forma, os nmeros referentes geografia dos lugares

mencionados acima passaram a ser: 913(32), e no 913.2 para Geografia do Egito antigo; 913(420), e no 914.20 para Geografia da Inglaterra e da Gr-Bretanha; 913(81), e no 918.1 para Geografia do Brasil; 913(817.4), e no 918.174 para Geografia de Braslia.

65 Observao: embora a tabela principal 94(81) Histria do Brasil proporcione duas alternativas para subdiviso dos perodos de nossa histria, a de tempo e uma especial com .0, h instruo no sentido de que se d preferncia tabela de tempo, em vez da especial, para representar a periodizao da Histria do Brasil.

As tabelas auxiliares de lugar e de tempo so empregadas extensamente nessa nova Classe 9, bem como as de material, de pessoas, de raa e de forma. Para maior tranqilidade e orientao, principalmente dos antigos

usurios da CDU, apresentamos a seguir um esboo de como se apresenta a mesma, no que diz respeito classe 9, nessa nova Edio Padro Internacional: Arqueologia 902 903 908 Pr-Histria. Antiguidades Tempos histricos: remanescentes culturais Estudos abrangentes da Histria, da Geografia, dos Costumes, da Cultura, da Economia, etc., de uma rea 91 Geografia. Explorao da Terra e de pases especficos. Viagens. Geografia regional. Generalidades. Geografia como cincia. Viagens. Explorao Geografia geral. Geografia fsica. Geografia humana. Geografia cultural. Geografia econmica. 910 Representao de uma regio sem emprego de palavras (texto):

66

pinturas, terrestres.

grficos,

diagramas,

perfis, cartogramas,

mapas,

atlas, globos

Geografia regional em geral: do mundo fisiogrfico, do mundo antigo, do mundo moderno. Exemplos: 913(100) 913(21) 913(26) 913(3) 913(315) 913(4/9) do mundo da parte terrestre do globo da parte coberta pelos oceanos e mares do mundo antigo da China e Japo antigos do mundo moderno

Estudos de natureza biogrfica e similares. Indicar a especialidade do biografado ou o assunto a que est afeta a biografia por meio de : (Dois Pontos). Exemplo: 929:235.3 Hagiografia. Biografia de santos (ou vice-versa: 235.3:929). Pode ser o caso, tambm, de combinar o 929 com a tabela de lugar, a de tempo, ou a A/Z. 929.5 929.6 929.7 929.9 Genealogia Herldica Nobreza. Ttulos de nobreza Bandeiras. Estandartes

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93 930 930.1 930.2 930.85 94

Histria Cincia da Histria. Cincias auxiliares da Histria. Historiografia A Histria como cincia. Teoria e filosofia da Histria Metodologia da Histria Histria da Civilizao. Histria da Cultura Histria Geral (e no mais Histria da Europa). A histria de cada

pas ou povo exprime-se por meio da Tabela de lugar, ou, quando for o caso, de tempo e/ou de raa. Exemplos: 94(100) 94(100).../05 94(100) 05/... Histria mundial Histria antiga em geral. Histria dos povos antigos Histria medieval e moderna

94(100) 914/1919 Histria da Primeira Guerra Mundial 94(3) 94(4+7) 94(4) 94(5) 94(6) 94(7) Histria do Mundo Antigo Histria do Ocidente Histria da Europa Histria da sia. Do Oriente Histria da frica Histria das Amricas do Norte e Central

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94(8) 94(9)

Histria da Amrica do Sul Histria da Ocenia, das regies polares e da Australsia

94(=214.58) 94(=411.16)

Histria dos ciganos Histria do povo judeu agora transformada em base para a formao dos

4. Tabela auxiliar de lngua:

nmeros da lingstica, da literatura e da tabela auxiliar de raa, teve seus nmeros inteiramene reformulados para se adequar moderna diviso das lnguas, alm de ter sido enriquecida com uma tabela de subdivises auxiliares especiais, com a mesma finalidade de melhor adequao s exigncias da Lingstica conforme entendida atualmente. 5. Tabela auxiliar de raa: derivada direta e principalmente da tabela auxiliar de lngua, atravs do mero encerramento entre parnteses dos smbolos daquela, teve, como aquela, seus smbolos completamente reformulados nesta Edio Padro.

69

ARQUIVO MESTRE (Base da Edio Padro)Em 1988 a recm-criada Diretoria Administrativa da CDU, em seus esforos tendentes a um gerenciamento moderno para o Sistema, criou um Grupo de Trabalho (Task Force) cujo relatrio final, dois anos depois, preconizava, como primeira recomendao, o surgimento de uma verso padro com aproximadamente 60.000 registros, em ingls, em formato legvel por meios magnticos. Apoiada numa rede semntica, deveria possuir uma estrutura de facetas com muito maior consistncia do que a atual. Essa verdadeira base de dados haveria de proporcionar aos editores da CDU o material adequado preparao de edies em seus idiomas, ao mesmo tempo em que se trasformaria na fonte principal para a reviso das tabelas e publicao das Extenses e Correes. A produo dessa base, que haveria de se tornar a nova verso padro da CDU, foi o pretexto maior para a formao do Consrcio de Editores, tambm ele objeto de recomendao do Grupo de Trabalho, a quem seriam transferidas a

propriedade intelectual sobre a CDU e a responsabilidade por sua manuteno e desenvolvimento.

70

Baseado na primeira verso inglesa da Edio Mdia Internacional publicada pela British Standards Institution em 1985 (FID PUBL. N. 571),

exatamente por encontrar-se disponvel (essa verso BSI) em meios magnticos e possuir o porte aproximado do que recomendara o Grupo de Trabalho (60.000 entradas), haveria de ser enriquecido com as alteraes aprovadas at E &C 14:3, e com entradas extradas de outras edies de porte mdio publicadas aps a Edio Mdia Internacional (a ltima foi a verso francesa, publicada em 1990). Processados todos os textos dos diferentes documentos-fontes, chegaram a uma aproximao do porte/formato recomendado pelo Grupo de Trabalho, em que as quase 60.000 entradas (precisamente 59.550) da nova verso padro esto assim distribudas: TABELAS AUXILIARES COMUNS .................................................................. 6.500 CLASSE 0 ............................................................................................................... 8.500 CLASSE 1 ...................................................................................................................800 CLASSE 2 .................................................................................................................1.000 CLASSE 3 .................................................................................................................7.800 CLASSE 5 ................................................................................................................10.950 CLASSE 6 ................................................................................................................28.000 CLASSE 7 .................................................................................................................2.650 CLASSE 8 ...................................................................................................................600

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CLASSE 9 ...................................................................................................................400 No momento encontra-se disponvel para instituies que lidam com

documentao/informao em trs verses diferentes: a) b) c) base de dados em Micro CDS/ISIS arquivo no formato de intercmbio ISSO 2709, e arquivo de texto em ASCII para armazenagem em processador de texto.

O Arquivo Mestre , a partir de sua criao, a fonte principal/oficial para todas as edies da CDU em qualquer idioma, de qualquer porte e em qualquer tipo de suporte, alm de ser a base para as revises do Sistema, cujo processo dever ganhar um ritmo mais acelerado do que o da atual anualidade de publicao das Extenses e Correes. Embora seja essa a verso oficial/padro, ainda ocorrero

periodicamente revises da verso desenvolvida, visto que alguns editores continuam publicando-a, para atender s necessidades de muitos usurios que por ela iniciaram a organizao de suas colees e enfrentam dificuldades para fazer a transposio.