navios mercantes

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Disciplina: ECV5126 – Portos de Mar, Rios e Canais II Universidade Federal de Santa Catarina Departamento de Engenharia Civil Professores: Sílvio dos Santos, Ms. AULA N° 2: OS NAVIOS MERCANTES QUANTO AS SUAS FINALIDADES Texto extraído da bibliografia básica, livro: “O Transporte Marítimo Internacional” SANTOS, José Clayton dos, 2 a edição. São Paulo: Ed. Aduaneiras, 1982. Como todo veículo, os navios são construídos com o objetivo de atender às necessidades específicas do transporte de determinadas mercadorias. Assim, temos navios próprios para o transporte de mercadorias: embaladas (unitizadas ou fracionárias), e a granel (sólidos ou líquidos). Exemplificamos a seguir os principais tipos de navios, ressaltando suas peculiaridades: CARGUEIROS São navios construídos para o transporte de carga geral. Normalmente, seus porões são divididos horizontalmente, formando o que poderíamos chamar de

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Navios Mercantes

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Page 1: Navios Mercantes

Disciplina: ECV5126 – Portos de Mar, Rios e Canais IIUniversidade Federal de Santa CatarinaDepartamento de Engenharia Civil

Professores: Sílvio dos Santos, Ms.

AULA N° 2:

OS NAVIOS MERCANTES QUANTO AS SUAS FINALIDADES

Texto extraído da bibliografia básica, livro: “O Transporte Marítimo Internacional”SANTOS, José Clayton dos, 2a edição. São Paulo: Ed. Aduaneiras, 1982.

Como todo veículo, os navios são construídos com o objetivo de atender às

necessidades específicas do transporte de determinadas mercadorias. Assim, temos navios

próprios para o transporte de mercadorias: embaladas (unitizadas ou fracionárias), e a

granel (sólidos ou líquidos). Exemplificamos a seguir os principais tipos de navios,

ressaltando suas peculiaridades:

CARGUEIROS

São navios construídos para o transporte de carga geral. Normalmente, seus porões

são divididos horizontalmente, formando o que poderíamos chamar de prateleiras

(conveses), onde diversos tipos de cargas podem ser estivados ou acomodados para o

transporte. A fim de diferenciá-los dos navios destinados ao transporte de mercadorias

específicas, são também chamados de navios convencionais.

Geralmente esses navios operam como “liners”, isto é, oferecem um serviço

regular, conferenciado ou não e, por isso, necessitam ter velocidade condizente com suas

operações.

MISTOS

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Também chamados Paquetes, são navios para o transporte de carga e passageiros.

Atualmente, com a concorrência do transporte aéreo no transporte de passageiros, a

tendência desse tipo de navio é desaparecer.

GRANELEIROS

São navios destinados ao transporte exclusivo de granéis sólidos. Seus porões,

além de não terem divisões, são providos de cantos arredondados para facilitar a estiva da

carga (Self Trimming). A maioria desses navios opera como “tramp”, isto é, não mantém

linhas regulares. Pelo fato de serem destinados ao transporte de mercadoria de baixo valor,

os graneleiros são construídos de forma a proporcionar um baixo custo operacional e, em

decorrência disso, sua velocidade é bem inferior à dos navios convencionais.

Além disso, eles não necessitam de cábreas ou guindastes de maior porte, uma vez

que, sempre operam em portos dotados de aparelhagem de carga e descarga (shiploaders,

sugadores, etc.).

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TANQUES

São navios exclusivos para o transporte de granéis líquidos. Dentro dessa

categoria, estão os Petroleiros. Uma das peculiaridades desses navios é o fato de possuírem

equipamentos para bombear a carga a bordo e vice-versa.

Com o fechamento do canal de Suez, que restringia aos navios uma capacidade de

50 mil TPB, as viagens do Oriente Médio Para a Europa, passaram a ser feitas através da

circunavegação da África, aumentando a distância e conseqüentemente os fretes. Por isso,

os armadores começaram a encomendar navios de grande porte, chamados VLCC (Very

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Large Crude Carriers), com a finalidade de minimizar o curto operacional e proporcionar

um frete mais competitivo.

Atualmente, existem os ULCC (Ultra Large Crude Carriers), como o M.T. Globtic

Tokyo, com uma capacidade de 477 mil TPB.

MÍNERO-PETROLEIROS (ORE OIL)

São navios que podem transportar tanto minério como petróleo. Alguns possuem

tanques e porões separados; outros possuem tanques conversíveis que após o transporte do

petróleo, são lavados e utilizados como porões, acomodando o minério a granel.

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GRANELEIRO-PETROLEIROS (ORE BULK OIL OBO)

São navios próprios para o transporte de petróleo e, alternativas, para mercadoria a

granel, como por exemplo, cereais.

o Jahre Viking só consegue fazer curvas em um raio de 3.7 km! Na

velocidade máxima, para se imobilizar este navio precisa de 10 km! Comprimento:

458.4 metros (mais de 4 campos de futebol) Largura: 68.9 metros (equivalente a

um edifício de 23 andares) Calado (Profundidade do Casco Submerso): 24.5

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metros (equivalente a um edifício de 8 andares), o dobro de um super-

transatlântico. Peso Carregado: 564,763 toneladas (mais de 5 vezes o peso de um

porta-aviões classe Nimitz) Capacidade de Carga: 674,297 metros cúbicos ou

4.240,865 barris de petróleo (+ de 18 mil caminhões cisterna) Valor estimado da

Carga: US$ 122 milhões. Espessura do Casco: 3.5 cm. Propulsão: Turbinas a

Vapor (50 mil HP), 1 hélice de 9 metros de diâmetro (equivalente a um edifício de

3 andares) girando a 85 RPM. Velocidade Máxima: 29 Km/h. Tripulação: 40

elementos

LASH (Lighter Aboard Ship) ou Navios Porto-Barcaças

São navios versáteis para qualquer tipo de carga geral. Suas barcaças, com

capacidade de até 400 t ou 600 m³, podem acomodar inúmeras mercadorias: embaladas,

unitizadas, fracionárias, ou até mesmo granel sólido. A grande vantagem do LASH é

possuir guindastes com capacidade para embarcar ou desembarcar suas barcaças, sem

depender dos equipamentos portuários, por isso, eles nunca enfrentam congestionamentos

portuários. Além disso, as barcaças são movimentadas por rebocadores, não enfrentando

problemas de restrição de calado (profundidade).

LASH

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ROLL ON ROLL OFF (RO-RO)

São navios próprios para o transporte de veículos, especialmente, automóveis. Sua

característica principal é a de possuir rampas que são acesso direto do cais ao porão ou

convés. Dessa forma, os veículos podem ser embarcados utilizando-se dos seus próprios

movimentos, evitando assim, demoras, e proporcionando economia nas despesas de

embarque. Existem RO-RO com capacidade para até 3.000 automóveis. Certos RO-RO são

próprios para o transporte de carretas ou trailers (bogies).

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PORTA-CONTAINERS (Cellular Ship)

São navios destinados, exclusivamente, ao transporte de containeres. Seus porões

são dotados de espaços celulares, onde os containeres são “encaixados” perfeitamente,

minimizando o tempo de operação. Quase sempre são operados por guindastes portuários

(portainers), de grande capacidade e velocidade. Existem Porta-Containers com capacidade

de até 6.000 TEU (Twenty Feet or Equivalent).

Menos de 1.000 TEU

3.000 TEU

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6.000 TEU

11.000 TEU

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O Emma Maersk é o maior navio de transporte de contêineres do mundo. Com

397 metros de comprimento, 170.000 toneladas, ele pode abrigar 11 mil

contêineres ao mesmo tempo. O nome é uma homenagem à falecida esposa

do fundador da empresa. O motor Wärtsilä RT é um dos maiores do mundo:

pesando 130 toneladas, ele possui 14 cilindros e é capaz de gerar mais de 110

mil HP de potência. O navio costuma fazer a rota China - Europa, lotado de

eletrônicos.

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SEA BEE

Foram os mais modernos e sofisticados navios mercantes, pois, além de acomodar

barcaças de até 800 t, podiam também se converter em navio Graneleiro ou Porta-

Container. Entretanto com a construção de novos portos e navios porta contêineres de

maior porte essa modalidade de embarcação foi praticamente abandonada.

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SEABEE