“nÃo vejo como divulgar moda sem sair daqui”

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SALVADOR DOMINGO 1/5/2011 8 2 O casamento, ainda Danuza Leão Escritora e cronista Se houvesse um programa de TV tipo perguntas e respostas para falar sobre qualquer de- talhe do casamento de William e Kate, eu me candidataria. Tem sido um tal bombardeio de no- tícias, que me considero uma expert no assunto. As TVs mostraram todos os casamentos, desde o da mãe da atual rainha, como também aqueles de que já havíamos es- quecido. Alguém lembrava do da princesa Margaret com o fo- tógrafo Armstrong Jones? Do da princesa Ann com o capitão Phi- lips? Esses, e todos os outros, acabaram em divórcio, menos o do irmão mais moço do príncipe Charles, Edward, que ninguém nem lembrava que existia. Na última semana, devo ter visto o casamento de Diana umas 250 vezes, e me pergunto se, na época, alguém achou bo- nito seu vestido. Era horrendo, e a noiva, gorduchinha, nem som- bra da mulher radiosa que viria a se tornar. Mas de tudo o que eu vi, o que mais me espantou foi a entre- vista de um namorado de Diana, Charles Ewitt, que merece o tí- tulo de o cafajeste do século. Com o maior cinismo, ele con- tou como o romance havia co- meçado, detalhes da relação amorosa dos dois e até a mãe dele deu o ar de sua graça – ele tinha a quem sair. Os dois falaram de Diana co- mo não se fala de nenhuma mu- lher; nenhuma, muito menos de uma princesa real. Ok, Diana era estilosa e tonta, e ainda casada, confessou, tam- bém pela TV, não só que tinha tido um caso como que, na épo- ca, era apaixonada por ele; em suas próprias palavras, "I ado- red him". Nós, pobres mortais de um país descoberto há ape- nas 511 anos, temos como nor- ma não escrita, mas obedecida pela maioria, que desses assun- tos não se fala publicamente; homens, sobre seus romances, menos ainda, muito menos quando a mulher é casada. Foi demais. Esse Ewitt era um gentleman que frequentava a nobreza, co- brou uma grana para dar a tal entrevista e, não contente, tentou (não sei se conseguiu) vender as cartas que havia re- cebido de Diana por milhões de libras. No festival sobre os Windsor, que rendeu a semana toda, teve também a cena gravada – igual- zinha às de nossos políticos re- cebendo dinheiro – de Sarah Ferguson, aquela ruiva que foi casada com o príncipe Edward, fechando um negócio de 500 mil libras para levar um grupo excuso a conhecer seu ex, o que facilitaria uma tenebrosa tran- sação, quanta baixaria. Kate é simpática; não é bonita – é bonitinha –, e vamos ver em que tipo de mulher vai se trans- formar quando desabrochar. E é sincera: não esconde, em nenhum momento, o quanto es- tá apaixonada, o quanto está feliz. Além da torcida normal, para que sejam muito felizes, vamos torcer também para que a casa real se livre dessa nuvem negra em que viveu anos – chamada, pela rainha, de annus horribillis; que os Windsor passem a se comportar como pessoas nor- mais, que não lavam sua roupa suja em público, nem confessam suas traições pela TV. Para isso deve ajudar, e mui- to, o sangue de Kate, que não é azul, mas vermelho, como o de uma pessoa de carne e os- so; como o de uma pessoa normal. Kate é simpática; não é bonita – é bonitinha –, e vamos ver em que tipo de mulher vai se transformar quando desabrochar PRESENTES PARA ELAS Perfumes clássicos e glamourosos Sua mãe tem personalidade marcante, um gosto diferencia- do e adora compor um visual elegante? Uma sugestão de presente são os perfumes im- portados. Vão, então, algumas dicas. Para as contemporâneas: Play for Her – R$ 173 (30 ml) – ou Dance with Givenchy (R$ 99). Para as mães poderosas: Ange ou Demon Le Secret – R$ 185 (30 ml). Para as român- ticas, é indicado o L’eau Kenzo Amour – R$ 169 (70ml). As ma- mães mais clássicas, certamen- te se identificarão com o J’Ado- re (R$ 410). Rosas francesas para a mamãe A partir de flores cultivadas na França, o Boticário criou as edições do Floratta in Rose Belle e in Rose Amour para o Dia das Mães O Boticário / Divulgação Lindo, leve e solto A Natura acaba de lançar o Natura Plant Liso e Solto, kit composto por produtos que prometem deixar o cabelo mais maleáveis Natura / Divulgação Fragrâncias especiais e hidratantes Desodorantes, loções hidratan- tes e sabonetes tornam mais especiais os momentos de cui- dados das mamães. A Hydratta tornará mais especial o dia de- dicado a elas ao sugerir diver- sas opções de produtos. A lista começa com desodorantes, que oferecem o bem-estar necessá- rio para o dia a dia. Nos for- matos roll-on ou aerosol, as fra- grâncias delicadas e femininas vão cair no gosto das mamães. As versões Proteção Aveluda- da, Proteção Delicada e Prote- ção Envolvente são a pedida. www.hydratta.com.br GINÁSTICA COM MAIS CONFORTO E TECNOLOGIA Quer estimular a malhação da mamãe? A Bicicleta Híbrida Matrix H5X possui assento em 45 graus, encosto e descansos para os braços e TV de LCD 15" como opcional (johnsonhealthtech.com.br) Linha de bikes para mulheres esportivas Sua mãe tem espírito aventu- reiro e gosta de dar umas pe- daladas nos finais de semana? Uma boa dica para presenteá-la no Dia das Mães é a Linha Mo- bilidade de bicicletas Caloi, ideal para a cidade, os passeios em família nos finais de semana e pequenos percursos. Elas têm itens diferenciados como gui- dão mais alto, selim macio e suspensão, para um pedalar mais confortável. Os preços va- riam de R$ 499 a R$ 999. DOCES LEMBRANÇAS PARA A MAIS QUERIDA A Chocolates Lindt lançou no mercado uma caixa dourada com bombons sortidos nos sabores chocolate meio amargo, branco, ao leite e ao leite e pedaços de avelã. Valor sugerido: R$ 57 TELEVISÃO Canal Viva volta a exibir a minissérie Anos Dourados FOLHAPRESS E REDAÇÃO Outro sucesso de Gilberto Braga (autor de Vale Tudo) volta a ser exibido no canal por assinatura Viva. Nesta segunda-feira vai ao ar, às 23 horas, Anos Dourados, que fez muito sucesso em 1986. A minissérie se passa na década de 1950, no Rio de Janeiro, quando o Brasil conquistou a Copa do Mundo, a TV chegou ao país e Juscelino Kubitschek se tornou presidente. Além disso, no universo da cultura, ainda surgiria a bossa nova. Anos Dourados usa esse con- texto para narrar o amor entre os jovens Lurdinha (Malu Ma- der) e Marcos (Felipe Camargo). Os dois precisam lidar com o fato de os pais da moça, o doutor Carneiro (Cláudio Corrêa e Cas- tro) e Celeste (Yara Amaral em excelente interpretação), não aceitarem o relacionamento: o jovem Marcos é filho de pais separados, e a sua mãe, Glória (Betty Faria), tem um caso com um homem casado. A minissérie já foi reapresen- tada em três outras ocasiões. Duas delas na própria Globo: de 4 de outubro a 4 de novembro de 1988, no mesmo horário e na íntegra, em 20 capítulos; e em 1990, em um compacto reali- zado em dez capítulos. A terceira vez em que a minissérie foi re- prisada foi em 2005, pelo canal pago Multishow, como parte das homenagens pelos 40 anos da TV Globo, em dez capítulos novamente. Por quase dez anos, Anos Dourados foi a minissérie de maior média de audiência den- tre as que ocuparam a grade da Rede Globo. O tema de abertura da minissérie marcou época com a música homônima de Tom Jobim que, depois de um tempo, ganhou a linda letra de Chico Buarque. Anos Dourados deu espaço a toda uma geração de então jo- vens atores, que até hoje fazem sucesso na telinha. A minissérie, aliás, é cheia de curiosidades. A ex-mulher de Caetano Velo- so, Paula Lavigne, por exemplo, compõe o elenco. ARMARINHO PEDRO FERNANDES ENTREVISTA Carlos Miele, estilista “NÃO VEJO COMO DIVULGAR MODA SEM SAIR DAQUI” PEDRO FERNANDES Há cerca de oito anos, Carlos Miele deixou as semanas de mo- da brasileiras e aportou na New York Fashion Week. Para ele, di- vulgar seu trabalho no exterior era o meio de entrar no fechado círculo da moda internacional. Hoje, personalidades como Rihanna, Beyoncé e J Lo des- filam seus modelos pelos red carpets do mundo. Esta semana, a segunda loja da marca foi aberta na cidade, no Salvador Shopping, e o estilista falou com exclusividade à coluna. Você está desfilando fora do País há uns oito anos. Sua ins- piração ainda parte daqui? Continuo vendo a vida atra- vés do Brasil, da minha vida brasileira. Nasci aqui e, em- bora tenha algumas influên- cias europeias, por ser des- cendente de italianos, as mi- nhas referências continuam ligadas ao País. Ainda não. Cada vez mais a comunidade da moda está se concentrando em Paris e No- va York. Não vejo como di- vulgar a moda do Brasil sem sair daqui. No mês passado, a Arezzo re- cebeu muitas críticas por conta do uso de pele de animais em uma coleção. Qual a sua po- sição em relação ao uso de pe- les de animais? Se você souber a procedên- cia, acho que não há proble- ma. Um animal de cativeiro é um animal como outro qual- quer, como uma galinha. Não consigo ver a diferença entre uma vaca, um coelho ou uma raposa criados em cativeiro. O cuidado tem que ser com a vida selvagem. Se fala mais em sustentabili- dade, em uso de produtos eco- -friendly. Mas a questão do con- sumo responsável ainda é dei- xada à margem. Por isso sou contra tendên- cias. Acho que a roupa tem que ter durabilidade. Meu guarda-roupa tem calças de décadas, casacos que eram do meu avô. É preciso saber o que comprar. Informações como procedência, respeito ao meio ambiente, se a em- presa não usou mão de obra escrava, têm que ser exigên- cias do consumidor. Divulgação Se você souber a procedência da pele, não há problema. Animal de cativeiro é como outro qualquer Como você consegue equacio- nar a produção de moda para o mercado externo e para o Brasil ao mesmo tempo? O sentido da criação é o mesmo? Tenho percebido que as pes- soas querem cada vez mais mostrar personalidade. As pessoas valorizam isso cada vez mais. E o que vale para o Brasil também vale lá fo- ra. Lá, eles são encantados pela cultura brasileira. Acho que por conta do fato de nos- sa autoestima estar crescen- do. Estamos menos precon- ceituosos com a cultura po- pular, que é tão viva na mú- sica, nas artes visuais, na re- ligião. Ao contrário das ou- tras culturas, que estão viven- do do passado. Ao que você acha que se deve essa mudança de visão? Acho que se deve à economia brasileira, que está muito vi- sada no exterior. O mundo quer vir para cá. Isso mudou a nossa autoestima. Acho que a presença do Lula tam- bém ajudou a elite brasileira, especialmente do sul do País, se render à realidade. Seu mercado principal está lá fora ou aqui? Por enquanto é aqui. Já te- mos lojas na China e nos Estados Unidos. Vendemos para 27 paí- ses, mas queremos expandir pa- ra outros mercados. Você disse à Istoé, em 2003, que o Brasil não estava dentro do circuito internacional. Acha que mudou algo de lá para cá? Dior lança máscara giratória para cílios Dior traz ao Brasil a sua primeira máscara para cílios giratória. Todos os truques dos mais re- nomados maquiadores dos desfiles Dior foram reunidos em um só produto: máscara para cílios 360 Diorshow. Com uma simples rotação do anel deco- rado com a logomarca Dior, o pincel de hélice gira e, sozinho, sem esforço, recria as técnicas conhecidas apenas por profis- sionais. Produto tem preço su- gerido de R$ 160.

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Entrevista com o estilista Carlos Miele, publicada na coluna Armarinho, do Caderno 2+, Jornal A Tarde

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SALVADOR DOMINGO 1/5/20118 2

O casamento, ainda

Danuza LeãoEscritora e cronista

Se houvesse um programa deTV tipo perguntas e respostaspara falar sobre qualquer de-talhe do casamento de Williame Kate, eu me candidataria. Temsido um tal bombardeio de no-tícias, que me considero umaexpert no assunto.

As TVs mostraram todos oscasamentos, desde o da mãe daatual rainha, como tambémaqueles de que já havíamos es-quecido. Alguém lembrava doda princesa Margaret com o fo-tógrafo Armstrong Jones? Do daprincesa Ann com o capitão Phi-lips? Esses, e todos os outros,acabaram em divórcio, menos odo irmão mais moço do príncipeCharles, Edward, que ninguémnem lembrava que existia.

Na última semana, devo tervisto o casamento de Diana

umas 250 vezes, e me perguntose, na época, alguém achou bo-nito seu vestido. Era horrendo, eanoiva,gorduchinha,nemsom-bra da mulher radiosa que viriaa se tornar.

Mas de tudo o que eu vi, o quemais me espantou foi a entre-vistadeumnamoradodeDiana,Charles Ewitt, que merece o tí-tulo de o cafajeste do século.

Com o maior cinismo, ele con-tou como o romance havia co-meçado, detalhes da relaçãoamorosa dos dois e até a mãedele deu o ar de sua graça – eletinha a quem sair.

Os dois falaram de Diana co-mo não se fala de nenhuma mu-lher;nenhuma,muitomenosdeuma princesa real.

Ok, Diana era estilosa e tonta,e ainda casada, confessou, tam-bém pela TV, não só que tinhatido um caso como que, na épo-ca, era apaixonada por ele; emsuas próprias palavras, "I ado-red him". Nós, pobres mortaisde um país descoberto há ape-nas 511 anos, temos como nor-ma não escrita, mas obedecidapela maioria, que desses assun-tos não se fala publicamente;

homens, sobre seus romances,menos ainda, muito menosquando a mulher é casada. Foidemais.

Esse Ewitt era um gentlemanque frequentava a nobreza, co-brou uma grana para dar atal entrevista e, não contente,tentou (não sei se conseguiu)vender as cartas que havia re-cebido de Diana por milhões delibras.

No festival sobre os Windsor,que rendeu a semana toda, tevetambém a cena gravada – igual-zinha às de nossos políticos re-

cebendo dinheiro – de SarahFerguson, aquela ruiva que foicasada com o príncipe Edward,fechando um negócio de 500mil libras para levar um grupoexcuso a conhecer seu ex, o quefacilitaria uma tenebrosa tran-sação, quanta baixaria.

Kateésimpática;nãoébonita– é bonitinha –, e vamos ver emque tipo de mulher vai se trans-formar quando desabrochar.

E é sincera: não esconde, emnenhummomento,oquantoes-tá apaixonada, o quanto estáfeliz.

Além da torcida normal, paraque sejam muito felizes, vamostorcer também para que a casareal se livre dessa nuvem negraem que viveu anos – chamada,pela rainha, de annus horribillis;que os Windsor passem a secomportar como pessoas nor-mais, que não lavam sua roupasujaempúblico,nemconfessamsuas traições pela TV.

Para isso deve ajudar, e mui-to, o sangue de Kate, que nãoé azul, mas vermelho, como ode uma pessoa de carne e os-so; como o de uma pessoanormal.

Kate é simpática;não é bonita –é bonitinha –,e vamos ver emque tipo de mulhervai se transformarquandodesabrochar

PRESENTES PARA ELAS

Perfumes clássicose glamourosos

Sua mãe tem personalidademarcante, um gosto diferencia-do e adora compor um visualelegante? Uma sugestão depresente são os perfumes im-portados. Vão, então, algumasdicas.Paraascontemporâneas:Play for Her – R$ 173 (30 ml) –ou Dance with Givenchy (R$99). Para as mães poderosas:Ange ou Demon Le Secret – R$185 (30 ml). Para as român-ticas, é indicado o L’eau KenzoAmour – R$ 169 (70ml). As ma-mães mais clássicas, certamen-te se identificarão com o J’Ado-re (R$ 410).

Rosas francesas para a mamãeA partir de flores cultivadas na França, o Boticário criou as ediçõesdo Floratta in Rose Belle e in Rose Amour para o Dia das Mães

O Boticário / Divulgação

Lindo, leve e soltoA Natura acaba de lançar o Natura Plant Liso e Solto, kit compostopor produtos que prometem deixar o cabelo mais maleáveis

Natura / Divulgação

Fragrâncias especiaise hidratantes

Desodorantes, loções hidratan-tes e sabonetes tornam maisespeciais os momentos de cui-dados das mamães. A Hydrattatornará mais especial o dia de-dicado a elas ao sugerir diver-sas opções de produtos. A listacomeça com desodorantes, queoferecem o bem-estar necessá-rio para o dia a dia. Nos for-matos roll-on ou aerosol, as fra-grâncias delicadas e femininasvão cair no gosto das mamães.As versões Proteção Aveluda-da, Proteção Delicada e Prote-ção Envolvente são a pedida.www.hydratta.com.br

GINÁSTICA COM MAISCONFORTO E TECNOLOGIA

Quer estimular a malhaçãoda mamãe? A BicicletaHíbrida Matrix H5X possuiassento em 45 graus, encostoe descansos para os braços eTV de LCD 15" como opcional(johnsonhealthtech.com.br)

Linha de bikes para mulheres esportivas

Sua mãe tem espírito aventu-reiro e gosta de dar umas pe-daladas nos finais de semana?Uma boa dica para presenteá-lano Dia das Mães é a Linha Mo-bilidade de bicicletas Caloi,ideal para a cidade, os passeios

emfamílianosfinaisdesemanae pequenos percursos. Elas têmitens diferenciados como gui-dão mais alto, selim macio esuspensão, para um pedalarmais confortável. Os preços va-riam de R$ 499 a R$ 999.

DOCES LEMBRANÇASPARA A MAIS QUERIDA

A Chocolates Lindt lançou nomercado uma caixa douradacom bombons sortidos nossabores chocolate meioamargo, branco, ao leite eao leite e pedaços de avelã.Valor sugerido: R$ 57

TELEVISÃO

Canal Viva volta a exibir aminissérie Anos Dourados

FOLHAPRESS E REDAÇÃO

Outro sucesso de Gilberto Braga(autor de Vale Tudo) volta a serexibido no canal por assinaturaViva. Nesta segunda-feira vai aoar, às 23 horas, Anos Dourados,que fez muito sucesso em 1986.A minissérie se passa na décadade 1950, no Rio de Janeiro,quando o Brasil conquistou aCopa do Mundo, a TV chegou aopaís e Juscelino Kubitschek setornou presidente. Além disso,no universo da cultura, aindasurgiria a bossa nova.

Anos Dourados usa esse con-texto para narrar o amor entreos jovens Lurdinha (Malu Ma-der) e Marcos (Felipe Camargo).Osdoisprecisamlidarcomofatode os pais da moça, o doutorCarneiro (Cláudio Corrêa e Cas-tro) e Celeste (Yara Amaral emexcelente interpretação), nãoaceitarem o relacionamento: ojovem Marcos é filho de paisseparados, e a sua mãe, Glória(Betty Faria), tem um caso comum homem casado.

A minissérie já foi reapresen-

tada em três outras ocasiões.Duas delas na própria Globo: de4 de outubro a 4 de novembrode1988,nomesmohorárioenaíntegra, em 20 capítulos; e em1990, em um compacto reali-zado em dez capítulos. A terceiravez em que a minissérie foi re-prisada foi em 2005, pelo canalpago Multishow, como partedas homenagens pelos 40 anosda TV Globo, em dez capítulosnovamente.

Por quase dez anos, AnosDourados foi a minissérie demaior média de audiência den-tre as que ocuparam a grade daRede Globo. O tema de aberturada minissérie marcou épocacom a música homônima deTom Jobim que, depois de umtempo, ganhou a linda letra deChico Buarque.

Anos Dourados deu espaço atoda uma geração de então jo-vens atores, que até hoje fazemsucesso na telinha. A minissérie,aliás, é cheia de curiosidades.A ex-mulher de Caetano Velo-so, Paula Lavigne, por exemplo,compõe o elenco.

ARMARINHO PEDRO FERNANDES

ENTREVISTA Carlos Miele, estilista

“NÃO VEJO COMO DIVULGARMODA SEM SAIR DAQUI”PEDRO FERNANDES

Há cerca de oito anos, CarlosMieledeixouassemanasdemo-da brasileiras e aportou na NewYork Fashion Week. Para ele, di-vulgar seu trabalho no exteriorera o meio de entrar no fechadocírculo da moda internacional.Hoje, personalidades comoRihanna, Beyoncé e J Lo des-filam seus modelos pelos redcarpetsdomundo.Estasemana,a segunda loja da marca foiaberta na cidade, no SalvadorShopping, e o estilista falou comexclusividade à coluna.

Você está desfilando fora doPaís há uns oito anos. Sua ins-piração ainda parte daqui?

Continuo vendo a vida atra-vés do Brasil, da minha vidabrasileira. Nasci aqui e, em-bora tenha algumas influên-cias europeias, por ser des-cendente de italianos, as mi-nhas referências continuamligadas ao País.

Ainda não. Cada vez mais acomunidade da moda está seconcentrando em Paris e No-va York. Não vejo como di-vulgar a moda do Brasil semsair daqui.

No mês passado, a Arezzo re-cebeu muitas críticas por contado uso de pele de animais emuma coleção. Qual a sua po-sição em relação ao uso de pe-les de animais?

Se você souber a procedên-cia, acho que não há proble-ma. Um animal de cativeiro éum animal como outro qual-quer,comoumagalinha.Nãoconsigo ver a diferença entreuma vaca, um coelho ou umaraposa criados em cativeiro.O cuidado tem que ser com avida selvagem.

Se fala mais em sustentabili-dade, em uso de produtos eco--friendly. Mas a questão do con-sumo responsável ainda é dei-xada à margem.

Por isso sou contra tendên-cias. Acho que a roupa temque ter durabilidade. Meuguarda-roupa tem calças dedécadas, casacos que eramdo meu avô. É preciso sabero que comprar. Informaçõescomo procedência, respeitoao meio ambiente, se a em-presa não usou mão de obraescrava, têm que ser exigên-cias do consumidor.

Divulgação

Se você soubera procedênciada pele, não háproblema. Animalde cativeiro é comooutro qualquer

Como você consegue equacio-nar a produção de moda para omercado externo e para o Brasilao mesmo tempo? O sentido dacriação é o mesmo?

Tenho percebido que as pes-soas querem cada vez maismostrar personalidade. Aspessoas valorizam isso cadavez mais. E o que vale parao Brasil também vale lá fo-ra. Lá, eles são encantadospela cultura brasileira. Achoque por conta do fato de nos-sa autoestima estar crescen-do. Estamos menos precon-ceituosos com a cultura po-

pular, que é tão viva na mú-sica, nas artes visuais, na re-ligião. Ao contrário das ou-tras culturas, que estão viven-do do passado.

Ao que você acha que se deveessa mudança de visão?

Acho que se deve à economiabrasileira, que está muito vi-sada no exterior. O mundoquer vir para cá. Isso mudoua nossa autoestima. Achoque a presença do Lula tam-bém ajudou a elite brasileira,especialmente do sul do País,se render à realidade.

Seu mercado principal está láfora ou aqui?

Por enquanto é aqui. Já te-mos lojas na China e nos EstadosUnidos. Vendemos para 27 paí-ses, mas queremos expandir pa-ra outros mercados.

Você disse à Istoé, em 2003, queo Brasil não estava dentro docircuito internacional. Acha quemudou algo de lá para cá?

Dior lança máscara giratória para cílios

DiortrazaoBrasilasuaprimeiramáscara para cílios giratória.Todos os truques dos mais re-nomados maquiadores dosdesfilesDiorforamreunidosemum só produto: máscara paracílios 360 Diorshow. Com uma

simples rotação do anel deco-rado com a logomarca Dior, opincel de hélice gira e, sozinho,sem esforço, recria as técnicasconhecidas apenas por profis-sionais. Produto tem preço su-gerido de R$ 160.