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}[N1FORMATVO ABPMC Pei - iódico de comimicacao da Assoiiaçao Brasileir.a de Psicoterapia e Medicina CompoxtameritaL NO 9 Junho/96 NOVO TELEFONE DA ABPMC: (011) 251-3806 EDITORIAL Conforme prometemos em nossa primeira correspondéncia a voces, estarnos envtarrdo-lties o primeiro boletim informativo da ABPMC em 1 - 996. A espera -fol longa, mas compensadora. 'Eie traz informes sobre vrios -eventos cientificos -que ocorreráo em nossa area neste ano, e fornece vários contatos corn outras instituiçöes que vém abordando ternas de nosso interesse. Além disso, traz também o já tradicional texto que acompanha Os nossos boletins, colaboraçao de Hélio José Guilhardi e André Luis Jonas, da nossa Comisso de Publicaçoes. Este boletim apresenta ainda parte do programa da Reuniào Anual da SBPC, na qual nossas atividades estarão sendo apresentadas. Esses dados encontram-se disponiveis na coluna ao lado. Adicionalmente, este boletim traz todas as informaçoes disponiveis a respeito do nosso V Encontro, que está crescendo. Deste crescimento decorrern vantagens e desvantagens: de urn lado, estamos esperando por volta de 1000 inscritos para assistirern e debaterem Os trabalhos de 120 profissionais convidados para fazerem o Encontro acontecer. Esperam-se muitas comunicaçoes de pesquisa e painéis de análises funcionais de casos clinicos. Por outro lado, será maior a dUvida da escoiha que serernos obrigados a fazer, já que teremos, neste DIRETORIA Presidente: Roberto Alves Banaco Vice-Presidente: Maria Luisa Guedes Primeira Secretária: Regina Christina Wielenska Segunda Secretéria: Maly Delitti Terceiro Secretário: Nelson de Campos Nolasco Primeira Tesoureira: SOnia Beatriz Meyer Segundo Tesoureiro: Antonio Souza e Silva Ex-Presidentes: Bernard Range Hélio José Guilhardi ano, mais eventos concorrendo entre si. No entanto, a competéncia profissional de nossos convidados e 0 interesse crescente da comunidade -de psicOlogos e medicos em absorverem e usufruirem o deseavolvimento da .abordagem certificam-nos que esse próximo Encontro, assim como- Os seus precedentes, será urn enorme sucesso. Roberto Alves Banaco Presidente da ABPMC ABPMC NA SBPC A .ABPMC teve aceitas vârias propostas para a 48a Reuniâo Anual da SBPC, a ser realizada na PUC-SP, entre os dias 07 e 12 de julho de 1996. Nossa participação será a seguinte: Mini curso: TERAPIA COMPORTAMENTAL para iniciantes, de 6 horas de duração, ministrado pela Prof3 Dr 3 Rachel Rodrigues Kerbauy (IPUSP), Prof. Dr. Roberto Alves Banaco (PUC-SP) e Prof 3 Maly Delitti (PUC-SP). De 09 a 12/07/96, das 8:00 as 9:30 hs na sala lB-lU. Conferência TREINO DE COMUNICAçAO FORMAL OU INFORMAL COM CRIANAS AUTISTAS? TESTANDO A EFICACIA DE PROCEDIMENTOS, pela prof3 Dr 3 Margarida Hofmann Windholz (IPUSP), no dia 11/07/96 das 12:00 as 13:00 no AuditOrio 4. Simposio: PREENCHENDO A DISTANCIA ENTRE 0 LABORATORIO E A PSICOTERAPIA, corn a participação da Prof3 Dr 3 Rachel Rodrigues Kerbauy (IPUSP), Prof 3 Dr 3 Maria Martha Hubner (Un. Mackenzie) Maly Delitti (PUC-SP), e Dr. Márcio Bernick (AMBAN-IPHCFMUSP), dia 08/07/96 das 15:00 as 17:30 hs, na sala lB- i. Simpósio: COMPORTAMENTO PROBLEMA E ALTERAAO DAS CONDIcÔEs AMBIENTAIS, corn a participacão da Prola. Dr 3 Vera Adami Raposo do Amaral (PUCCAMP), Regina Christina Wielenska (GRUDA-IPHCFMUSP) Sônia Regina Fiorirn Enurno (UFES) e Maria Luisa Guedes (PUC-SP), dia 09/07/96, das 15:00 as 17:30 hs, sala 2D-1. Mesa Redonda: APRENDENDO SOBRE EMOçOES, corn a participação de Vera Regina Lignelli Otero (ORTEC), Bernard Pirnentel Range (UFRJ), Fatima Cristina de Souza Cornte

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}[N1FORMATVO ABPMC

Pei-iódico de comimicacao da Assoiiaçao Brasileir.a de Psicoterapia e Medicina CompoxtameritaL

NO 9 Junho/96

NOVO TELEFONE DA ABPMC: (011) 251-3806

EDITORIAL

Conforme prometemos em nossa primeira correspondéncia a voces, estarnos envtarrdo-lties o primeiro boletim informativo da ABPMC em 1-996. A espera -fol longa, mas compensadora. 'Eie traz informes sobre vrios -eventos cientificos -que ocorreráo em nossa area neste ano, e fornece vários contatos corn outras instituiçöes que vém abordando ternas de nosso interesse. Além disso, traz também o já tradicional texto que acompanha Os nossos boletins, colaboraçao de Hélio José Guilhardi e André Luis Jonas, da nossa Comisso de Publicaçoes. Este boletim apresenta ainda parte do programa da Reuniào Anual da SBPC, na qual nossas atividades estarão sendo apresentadas. Esses dados encontram-se disponiveis na coluna ao lado. Adicionalmente, este boletim traz todas as informaçoes disponiveis a respeito do nosso V Encontro, que está crescendo. Deste crescimento decorrern vantagens e desvantagens: de urn lado, estamos esperando por volta de 1000 inscritos para assistirern e debaterem Os trabalhos de 120 profissionais convidados para fazerem o Encontro acontecer. Esperam-se muitas comunicaçoes de pesquisa e painéis de análises funcionais de casos clinicos. Por outro lado, será maior a dUvida da escoiha que serernos obrigados a fazer, já que teremos, neste

DIRETORIA

Presidente: Roberto Alves Banaco Vice-Presidente: Maria Luisa Guedes

Primeira Secretária: Regina Christina Wielenska Segunda Secretéria: Maly Delitti

Terceiro Secretário: Nelson de Campos Nolasco Primeira Tesoureira: SOnia Beatriz Meyer

Segundo Tesoureiro: Antonio Souza e Silva

Ex-Presidentes: Bernard Range Hélio José Guilhardi

ano, mais eventos concorrendo entre si. No entanto, a competéncia profissional de nossos convidados e 0 interesse crescente da comunidade -de psicOlogos e medicos em absorverem e usufruirem o deseavolvimento da .abordagem certificam-nos que esse próximo Encontro, assim como- Os seus precedentes, será urn enorme sucesso.

Roberto Alves Banaco Presidente da ABPMC

ABPMC NA SBPC

A .ABPMC teve aceitas vârias propostas para a 48a Reuniâo Anual da SBPC, a ser realizada na PUC-SP, entre os dias 07 e 12 de julho de 1996. Nossa participação será a seguinte:

Mini curso: TERAPIA COMPORTAMENTAL para iniciantes, de 6 horas de duração, ministrado pela Prof3 Dr3 Rachel Rodrigues Kerbauy (IPUSP), Prof. Dr. Roberto Alves Banaco (PUC-SP) e Prof3 Maly Delitti (PUC-SP). De 09 a 12/07/96, das 8:00 as 9:30 hs na sala lB-lU. Conferência TREINO DE COMUNICAçAO FORMAL OU INFORMAL COM CRIANAS AUTISTAS? TESTANDO A EFICACIA DE PROCEDIMENTOS, pela prof3 Dr3 Margarida Hofmann Windholz (IPUSP), no dia 11/07/96 das 12:00 as 13:00 no AuditOrio 4. Simposio: PREENCHENDO A DISTANCIA ENTRE 0 LABORATORIO E A PSICOTERAPIA, corn a participação da Prof3 Dr3 Rachel Rodrigues Kerbauy (IPUSP), Prof3 Dr3 Maria Martha Hubner (Un. Mackenzie) Maly Delitti (PUC-SP), e Dr. Márcio Bernick (AMBAN-IPHCFMUSP), dia 08/07/96 das 15:00 as 17:30 hs, na sala lB- i. Simpósio: COMPORTAMENTO PROBLEMA E ALTERAAO DAS CONDIcÔEs AMBIENTAIS, corn a participacão da Prola. Dr3 Vera Adami Raposo do Amaral (PUCCAMP), Regina Christina Wielenska (GRUDA-IPHCFMUSP) Sônia Regina Fiorirn Enurno (UFES) e Maria Luisa Guedes (PUC-SP), dia 09/07/96, das 15:00 as 17:30 hs, sala 2D-1. Mesa Redonda: APRENDENDO SOBRE EMOçOES, corn a participação de Vera Regina Lignelli Otero (ORTEC), Bernard Pirnentel Range (UFRJ), Fatima Cristina de Souza Cornte

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boletim informativo ABPMC

LJEL)e Prof.Dr. José Alberto del Porto (UEP-EPM), dia 10/07/96, Jas 15:00 as 17:30hs, AuditOrio 3.

'1aiores informaçóes podem ser obtidas através do telefone 011)259-2766, fax (011)606-1002 )u E-mail: [email protected]. ) endereço da SBPC é

Rua Maria Antonia; 294, 40 andar, São Paulo- SP - CEP 01222-010.

/ ENCONTRO - DATA E LOCALIzAçA0

) V Encontro Brasileiro de Psicoterapia e Medicina omportamental está sendo programado pela diretoria e jã está uase totalmente planejado. Serã realizado em Aguas de Lindóia e 1& a- 22 de- setembro de 1996, no Hotel Monte Real Resort. loteis prOximos. a ele, de preços mais acessiveis também estão endo contatados, para garantir a participação de todos os teressados. lnformamos abaixo o valor da diana de alguns

otéis. em. Aguas de LindOia para que você possa se programar ara 0 evento:

Monte Real Resort (****) (SEDE DO EVENTO) Reservas = (011) 5584-7652 ou 5786639 Personal Eventos. Diana: R$ 63,00 por pessoa em apartamento duplo (PensSo Completa) Hotel Guarany (****) Reservas = (011) 606-9602 Diária= R$ 48,00 por pessoa em ap. duplo (Pensão Corn pleta). Hotel do Lago (***) eservas = (0800) 15-1421 (011) 284-5776: Diana = R$ 46,0) por pessoa em ap. duplo ( Pensao Corn pleta) - Grande Hotel Panorama (* * *) Reservas = 101 1) 258-0633. Diana: R$ 49,00 + 10% taxa de serviço por pessoa em ap. duplo (Pensão Corn pleta). Grande Hotel Mantovanj (* * *) ) eservas = (019) 894-1800. Diana: R$ 49,00 por pessoa em ap. duplo ( Pensão Corn pleta). Hotel Bela Vista () Reservas = (019) 894-1102. Diana: R$ 35,00 por pessoa em ap. duplo (pensão corn pleta). Hotel Opala (Econàmico). Reservas = (019) 894-1112. Diana: R$ 35,00 por pessoa em ap. duplo (Pensão Cornpleta).

Hotel Shalon ( Econômico) Reservas = (019) 894-1112. Diana: R$ 30,00 por pessoa em ap. duplo (pensao corn pleta).

Hotel Cacique ( Econômico) Reservas = (019) 894-1214. Diana: R$ 15,00 por pessoa em ap. duplo (c/ café da manhã).

Passagens Aéreas, Transfer., lnformaçöes dos Hotéis: VIAJA BRASIL TURISMO. Tel. (011) 885-34.88 Telefax 885-1368. Contatos = Cynthia ou Rosana.

3ortunamente enviaremos aos associados urn pequeno pa que oriente a chegada a cidade de Aguas de Lindóia.

V ENCONTRO - CON VIDADOS

Para o V Encontro ja forarn contatados 120 profissionais brasileiros de todas as regiöes do pals (e confirmadas as suas participacôes). Também já estâo confirmadas as presences dos Professores Drs. Richard Mallot e Vicente E. Caballo. Mallot e urn grande pesquisador na area de Comportamento Verbal, especialmente de Comportamento Governado por Regras, atualmente na Western Michigan University, E.U.A. Caballo é urn psicOlogo clinico e Organizador do. "Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do Comportamento' cujo lancamento será realizado durante o V Encontro. Dr. Caballo é do Departamento de Personalidad, Evaluacion y Tratamiento PsicolOgico, da Universidad de Granada, Espanha. Os trabalhos dos professores estrangeiros serão traduzidos simultaneamente e Os interessados poderão alugar o equipamento para seguir as apresentacoes através da traduçao. Será possivel também caso seja a preferència do participante seguir Os apresentadores em suas linguas nativas (ingles e espanhol).

V ENCONTRO - COMUNICAcOES DE CASOS CLNICOS, PESQUISAS E PAINEIS

Os interessados em comunicarem oralmente seus trabalhos (podem ser apresentados estudos de casos clinicos reflexOes teOricas, projetos e resultados de pesquisas, teses etc.) durante O V Encontro deveráo enviar ate 15 de agosto de 1996 urn resurno contendo norne dos autores instituiçao de trabalho ou estudo (sem usar siglas). 0 resurno deve conter uma descriçao do problema investigado, do método utilizado (sujeitos, materiais, procedimentos), dos resultados principais e conclusôes. Nâo inclua tabelas, gráficos, agradecimentos, etc. Mencione apenas, quando for o caso, em nota de rodapé a agenda financiadora (CNPq, FAPESP, etc.). 0 resurno deverà conter no máxirno 200 palavras e deverã ser eniviado para a Comissão Cientifica da ABPMC, que poderà aceitar ou rejeitar o trabalho a partir da avaliação do resurno. Para aceitaçâo do resurno pelo menos urn dos autores deverá estar inscrito no V Encontro, e cada inscrição permite a apresentaçao de no máximo dois trabalhos. Pelo correio, envie seu trabalho em disquete 3,5' (necessariamente) e em duas cópias impresses para

Nelson de Cam pos Nolasco Av.D.Joaquim Silvério, 163-A Belo Horizonte - MG CEP 30535-620 Vocé pode tambérn enviar seu trabalho através de E-mail: [email protected] 0 teletone da Comissão Cientifica é: (031)277-7682 ou fone/fax (031) 375-6758.

Haverá também a possibilidade de apresentar seu trabalho através de painel, caso ele seja adequado ao tema "Casos clInicos: A Psicoterapia Funcional AnalItica (FAP) e a Anãlise Contextual corn o procedimentos terapéut,cos". A coordenação dessa forma de apresentação esta a cargo de Mania Zilah Brandão, da Universidade Estadual de Londrina, que vem estudando e aplicando esses procedimentos

N° 9, junho/96______

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boletim informativo ABPMC

terapêuticos ha pelo menos seis anos. 0 endereco para o envio das propostas, da mesma forma incilcada acima para as corn unicacöes é Av. Higienopolis, 32 - sala 902 - Londrina - PR CEP 86020-040 0 fone/fax para contato em Londrina é (043)324-4740.

ABAC

A Associaçâo Brasileira de Análise do Comportamento (ABAC) contatou-nOS para consultar se terlamos interesse em incorporarmos Os arquivOs, materials e publicacaes daquela Associaçào aos nossos. 0 ex-presidente da ABAC, prof. Dr. Silvio Paulo Botomé foi convidado para participar do V Encontro, e para fazer a consulta diretamente a Assembléia de associados. Gostariamos que vocés refletissem sobre o assunto ate 16.

ABPMC NA INTERNET

A ABPMC está em negociacäo corn a DarkStar BBS para incluirmos uma conferéncia que trate de assuntos de interesse de nossos associados. Para a organizacão dessa conferência, precisamos que os interessados em terem seus textos publicados dessa forma enviem-nos seus trabalhos em disquetes de 3,5', de preferência em formato Word for Windows 6.0, acompanhados de autorização da publicacão por escrito.

INFORMES

o A diretoria recebeu o boletim oficial da Associacão Brasileira para o Estudo da Impoténcia (ABEl), que esté a disposicão de nossos associados para consulta. 0 telefone da ABEl e (011) 864-1805.

Informamos aos nossos associados também o recebimento do boletim lnformativo da Equipe PsicolOgica do Instituto H.Ellis, que da rnesma forma está a disposicão dos interessados. No boletim encontra-se intense programacão do lnstituto a respeito do trabalho corn a sexualidade humana. 0 telefone do lnstituto H.Ellis e (011)262-1333.

0 presidente da ABPMC foi convidado para participar da Cornissão CieritIfica do I Congresso Brasileiro de Psicoterapias. A sugestão enviada para esse evento foi 0 seguinte tema: Redefinindo Os Limites da cliriica: Acornpanhamento Terapêutico,

Hospital-Dia e Contextos Naturais", já que este tema discute nossa pratica terapêutica e colabora para 0 desenvolvirnento des Psicoterapias.

Temas que serão abordados no V Encontro:

or—omportamento Governado por Regras e Auto-gerenciamento or—ontrole do desempenho por mudanca cultural oTreino de Habilidades Sociais .Psicologia Comportamental: quais são Os seus dorninios? (Educacão, Saüde, Pesquisa, Comunidade e Psicoterapia); A Teoria do Reforco se aplica a pacientes psiquiátricos? HistOria da Terapia Comportamental no Brasil II

.Aplicacoes e Problernas da Medicine Comportamental

.Comportamento Adjuntivo: cornpreensão de distUrbios de comportamento .'ndice de Leitura usando o modelo de equivaléncia .Casos clInicos: diferentes possibilidades de Análise FuncionI Critérios de encaminhamento e atuacão rnultiprofissional Eventos privados: o sujeito e parte de seu ambiente?

.Psicoterapias para problemas especificos

.Psicopedagogia Comportamental Bioféedback

.Conexionismo Estresse, Depressâo, Ansiedade Sindrome do Stress pOs-traurnático

oDrogadicção: explicacOes e prevenção de recaida Saáde: prevencão e terapia

.A Análise Funcional no contexto terapéutico Acomp. Terapéutico, Hospital-Die e Contextos Naturais Cognitivismo ou Construtivismo?

.Operaçoes estabelecedoras Orientacao Familiar e Terapia Conjugal Forrnaçao em Terapia Comportamental em Clinicas-Escola.

.Comportamento Verbal e Prática Clinica Perspectiva Comportamental do Desenvolvimento Humano Metacontingencias Qualidade na Empresa Comportamentos Encobertos Educaçâo Especial

.Selecão por consequências Aquisiçâo de Conceito

.Reforçamento Negativo e Punição

.Diagnostico Comportamental Cognitivo Auto-controle Auto-regras

.0 Contrato em Terapia Comportamental Análise do Comportarnento aplicada ao Esporte

*Terapia Racional Emotiva .Operacionismo

NO 9, junho/96______ 3

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boletim informativo ABPMC

PSICOLOGIA PODE SER UMA CIENCIA DA ENTE ?(*)

B. F. Skinner - Harvard University

Muitos psicólogos, assim como Os filôsofos antes deles, curaram dentro de Si mesmos explicaçães de seu

mportarnento. Eles tern sentido sentimentos e observado cessos mentais através da introSpecçâo. Entretanto a rospecção nunca foi muito satisfatOria. Os filôsofos tern onhecido suas inadequaçoes, mas insistern que, de qualquer neira, trata-se do ünico rnétodo de auto-conhecimento.

.icôlogos jé tentaram aperfeicoã-lo, utilizando observadores inados e técnicas de se expor sem nenhuma censure, em ação as quais William James tinha pouco respeito. rospecção ja nao é muito mais usada. Os pSicôlogos gnitivistas podem ver representaçães e podem ate argumentar e são as ünicas coisas que podem ser vistas, mas não afirmam e podem ver a si mesmos processando-as. Em vez disso, sim como os psicanalistas, que enfrentam 0 mesmo problema m os processos que não podem ser vistos porque são :onscientes, eles tiveram que se voltar para a teoria. Entretanto, )rias necessitarn de confirmaçäo, e para isso muitos recorreram iência do cérebro, onde pode-se dizer que os processos são

aminados (inspected) e não introspeccionados (introspected). a mente 6 "0 que o cérebro fez", o cérebro pode ser estudado

mo se pode fazer corn qualquer outro orgão. Eventualmente, tao, a ciência do cerebra deveria nos dizer o que significa nstruir uma representacão da realidade, guardar uma )resentaçáo na memória, converter uma intenção em acão, ntir alegria ou tristeza, chegar a uma conclusâo lOgica e assim r diante.

Mas o cérebro origina a comportamento assim como se que a rnente ou self o faz? 0 cérebro e parte do corpo e o que fez é parte do que o corpo fez. 0 que o cérebro fez e parte do

e precise ser explicado. De onde o corpo e a cérebro vem e por e ele muda sutilrnente de momento a momento? Não podemos contrar resposta a questOes desta natureza na relação entre 0 rpo e 0 cérebro em si mesma, observada, quer pela rospecçao, quer corn instrumentos da psicologia.

0 comportamento do organismo como um todo e Dduto de trés tipos de variaçáo e seleçao. A primeira - a seleçäo tural - e responsável pela evoluçao da especie e, rlsequentemente, pela comportamento da espécie. Todos Os as de varieção e seleçao tern certas faihas, e uma delas é Pecielmente critica para a seleção natural: eta prepara a écie sornente para urn futuro que se esserneihe com o

ssado que a selecionou. 0 comportamento da espécie so é az num rnundo que se assemelhe bastante ao mundo em que

SKINNER, B. F. Can psychology be a science of mind? lerican Psychologist, 45 (11): 1206-1210, 1990. Tradução do gmat: Hélio José Guilhardi e André Luis Jonas, 1992.

a espécie evoluiu.

Essa faiha foi corrigida pela evolução de urn Segundo tipo de variacão e selecão - a condicionarnento operante - através do qual, variaçöes no comportamento do individuo são selecionadas por aspectos do meio ambiente que não são estãveis a suficiente para terem urn papel na evolução. No condicionarnento operante, a comportamento é reforcado, no sentido de ter sido fortalecido ou ter se tornado mais provãvel de ocorrer, por certos tipas de consequências, que adquiriram, inicialmente, a poder de reforçar através da seleção natural.

Urna segunda faiha na variação e selecão é fundamental para o condicionamento operante: a seleção deve esperar pela variaçâo. 0 processa, conseqUentemente, é em geral lento. Isto nãa foi urn problema para a selecaa natural porque a evotução poderia lever milhOes de arios, mas urn repertôria de comportamento operante tern que ser construido durante a espaço de uma vida. 0 condicionarnento operante tern que solucionar a "problema da primeira ocorréncia": como e por que as respostas ocorrem antes delas serern reforçadas?

0 problema foi parcialrnente solucionado pela evolução de processos através dos quais as individuas tirarn proveita de comportamentos ja adquiridos por outros. lrnitação é urn exemplo. Eta, freqQenternente, coloca a imitador em cantata corn as consequéncias reforcadoras respansáveis pela comportamento irnitado. 0 comportamento do imitador é'imprimido" no sentido de ter sido produzido pela primeira vez e, usualrnente, quando ha possibilidade de ser reforçado.

Neste ponto a espécie humane parece ter dedo urn passo evolucionãrio peculiar. Outras espécies imitam mas, se dão modelo de comportamento a ser irnitada, isso ocorre apenas como produto de seleção natural. A consequéncia para oferecer a madelo (modeling) - que seria a comportamento do imitador - é muito remota para servir como reforçador operante. Apenas na espécie humane o comportamento do imitador reforça dar a rnadelo (modeling).

As espécies experimentaram uma outra mudanca evolucionâria Unica quando sua musculatura vocal ficou sob controle operante e quando o comportamento vocal corneçou a ser modelado e rnantida por sues consequências reforçadaras. As pessoas puderam, então, iniciar (prime) o comportamento de outras dizendo-Ihes a que fazer, bern como mostrando-Ihes como fazer (presumiveirnente, flume etapa posterior, cansequencias reforçadoras ternporãrias foram acrescentadas para tarnar mais pravável que o comportamento se mantivesse fortalecido, ate que a cansequência para a quat ele foi iniciado pudesse vir a atuar. Neste sentido, ensinar e adicionar refarçamentos temporãrios).

Conselho pode ser Util em mais de uma ocasiãa, e ele é, então, frequentemente dada ou ensinado, de tat farrna que é passado de pessoa para pessaa ou de geraçâo para geracâa. Mãximas ("great sayings") e provérbios ("sayings put forth") são exemplos. Eles descrevern mais propriarnente contingencies gerais de refarçarnenta - urn tostão (assim como rnuitas outras coisas) poupado é urn tostão (assim como muitas outras coisas) ganho. Regras são dizeres transmitidos por grupos, usualmente

N° 9, junho/96 -

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boletim informativo ABPMC

corn consequéncias reforçadoras mais fortes. As leis dos governos e religiôes descrevem as contingencias de reforcamento (usualmente negativo) mantidas por estas instituiçoes. Elas tern o efeito de avisos: pela obediência a lee uma pessoa se esquiva de comportar-se de maneiras que poderiam ser punidas. As leis da fisica e quIrnica ('regras de ação eficaz") descrevem as contingencias de reforcamento rnantidas pelo ambiente fisico.

Dar modelos (modeling), dizer (telling) e ensinar, são as funcoes dos meios sociais chamados culturas. Diferentes culturas surgem de diferentes contingéncias de variacão e seleçao e diferern pela amplitude, através da qual, ajudam seus membros a solucionar seus problemas. Mernbros que os solucionam tern mais probabilidade de sobreviver, e corn eles sobrevivern as práticas da cultura. Em outras palavras, as culturas evoluem, numa terceira forma de variação e seleçao. Culturas que modelam e rnantém comportamento operante.são exciusivamente humanas. Sociedades animais tern caracteristicas muito semelhantes, mas somente como produto de contingências de sobrevivência). A evolução cultural não é urn processo biologico mas, como urn tipo de variação e seleçao, tern as mesmas faihas. 0 fato que uma cultura prepara urn grupo somente para urn mundo que se assemeihe ao mundo no qual a cultura evoluiu é a fonte da nossa preocupação atual corn uma Terra habitável no futuro.

0 processo de variaçao e selecão tern uma terceira imperfeição: variaçoes ocorrem ao acaso e as contingéncias de selecão são acidentais. 0 que evoluiu não é uma ünica espécie em vagaroso desenvolvirnento, mas milhôes de espécies difererites competindo entre si por urn lugar no mundo. 0 produto do condicionamento operante não é urn repertOrio Unico e coerente, mas milhares de repertOrios rnenores, que se confrontarn e cujos conflitos de algurna maneira terão de ser resolvidos. A evolucao de rneios soclais produziu não uma Unica cultura, mas rnuitas que, frequentemente, se conflitarn.

Embora o controle operante da musculatura vocal seja exciusivo da espécie humaria, ele e raramente ou nunca citado como seu traço caracteristico. 0 que se cita mais frequentemerite e a presença ou auséncia de "consciéncia" ou "inteligéncia consciente". 0 papel desempenhado pelo cérebro/rnente tern sempre sido urn problerna na comparação das espécies. Descartes excluiu o "homern" do seu rnodelo mecánico de urn organismo, e Wallace, distintamente de Darwin, não acreditava que a evolução pudesse explicar a mente hurnana. Cientistas do cérebro expressararn reservas sirnilares. Teóricos da evoluçao sugeriram que a "inteligência consciente" e urn traco evolutivo, mas eles nunca mostrararn como uma variacão não fIsica poderia surgir para ser selecionada por contingencias fisicas de sobrevivéncia. (A sugestao simplesmente desloca a aborrecida distinção fIsico-metafisico para urn passo adiante a perder de vista). Tern sido dito que, provavelmente, jarnais saberernos como a mente consciente evoluiu porque nada iria sobreviver para os paleontologistas descobrirern,. mas o controle operante da musculatura vocal e o motrar (showing), dizer (telling) e ensinar

(teaching) que o acompanharn sobreviveram e e possIvel que eles expliquem a introspecçâo e tambérn o que é "visto" corn sua ajuda.

A raiz "specf' (intro-spect-ion) sugere visão. Dizemos que nós "olhamos para" e "vemos" o que está acontecendo dentro de nós mesmos, mas nenhum olho interno jarnais foi descoberto. Podernos evitar especificar urn tipo de orgão dizendo: obsetve (observar, notar, perceber, mencionar, cornentar), notice (notar, perceber, reparar, citar), note (anotar, notar, prestar atenção, observar) ao invés de veja (see), e é significativo que observe, notice e note, e, menos cornumente, remark (observar, notar, reparar), significarn tanto ver (see) como dizer (say). Depende muito do que significa sentir qualquer parte do mundo corn qualquer tipo de orgão. As teorias de input-output, bern como os rnodelos estirnulo-resposta ou de processamento de informacão, fazern uma nitida distincão entre sentir e fazer. Diz-se que sentimos o mundo antes de agir sobre ele. Entretanto, a análise experimental do comportamento atribuiu urn papel muito diferente para o estirnulo. Urna resposta operante tern mais probabilidade de ocorrer na presença de urn estimulo que estava presente quando ela foi reforçada. Sensing ( sentir) é tanto urn produto de selecão e variacão quanto doing (fazer). E uma parte de fazer. Por razâes similares, a seleção natural explica a prontidão corn a qual certos animais respondem instantaneamente a caracteristicas do rneio que tern sido cruciais para a sobrevivéncia de suas espécies, como a aparéncia, o som ou cheiro da comida, ou a oportunidade sexual, ou uma ameaça de perigo, incluindo 0 perigo do que não lhe é familiar. Os animais, presurnivelmente, "recebern" todos os estimulos que os atingern, mas é possivel que respondam somente aqueles que tenharn tido urn papel nas contingéncias de selecão (Não podernos saber se animais não verbais véern estimulos que nunca tiveram este papel, porque teriarnos que montar contingéncias que incluIssem tais estimulos a f Cm de descobrir isso). Nós prOprios podernos ver coisas em relaçâo as quais nOs não tivernos nenhurna acão prática (vemos coisas que estão fora de alcance, por exemplo), mas, possivelmente, somente porque tenharnos falado a respeito delas. Ver coisas sem se engajar em uma ação é estar aware (ciente) delas. (A raiz da palavra aware é também encontrada na palavra wary (atento, alerta, precavido, prudente); nOs estamos atentos as coisas que tenharn sido parte de contingéncias negativas de seleçao). A palavra consciente (conscious), usada mais freqUenternente que ciente (aware), significa co-conhecirnento (latirn: con-science) ou "conhecerido corn outros", uma alusão as contingéncias verbais necessárias para estar consciente.

Tudo isso é particularrnente importante quando o que vemos está dentro de nosso corpo, o tipo de visão para 0 qual nOs usualmente reservarnos a palavra introspeccao. Mas 0 que realmente vemos? Psicólogos que estão preocupados corn a natureza metafisica da vida mental, freqUentemente, dizem que 0 que vemos através da introspecção deve ser o cérebro, mas isto é irnprovável. Nâo ternos nervos sensorlais indo ate importantes partes do cérebro; urn cirurgião pode operar urn cérebro sern anestesia. Nenhurna contingéncia de seleçao teria promovido a evolução de tais nervos antes do advento do comportamento verbal, e isto aconteceu tardiarnente na evolução da espécie. E muito mais provavel que 0 que vemos através da introspecção sejam os estágios iniciais do nosso comportamento, os estagios

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ue ocorrem antes do comportamento comecar a agir sobre 0

Sentir (sensing) é tal estágio: nOs vemos coisas antes ue respondamos a elas de alguma outra forma e vemos que as stamos vendo quando não estamos fazendo nada além. As ontingéncias necessárias são supridas pelas pessoas que nos erguntam se vemos coisas. 0 principio da acão e urn outro stagio inicial. Isto não suscita nerihuma questao sobre a isponibilidade de nervos sensoriais porque deveriamos ser apazes de vet os estagios iniciais corn os mesmos nervos ecessários para a acao completa. (E também possivel que em ertos mornentos não estejamos introspeccionandó de forma Iguma, mas respondendo a uma situacâo externa, como se "eu stou indo para.....significasse "em situaçoes como esta eu sualmente fui ... ..

Diz-se que os gregos teriam descoberto a mente, mas e 'tais provável que tenham sido os prirneiros a falar mais xtensamente sobre 0 que viram dentro deles mesmos e, assirn, onstruiram as contingéncias necessárias para a introspecçao. )s "Diálogos" da academia de Platão devem ter criado ontingências sob as quais mais e mais dos estágios iniciais do omportamento poderiam ser vistos. Deve ter sido urn mundo nigmatico. Vemos urn mundo püblico ao nosso redor, mas 3rnb6m o sentimos, 0 escutamos, sentimos seu goSto e 0 heiramos. A ünica coisa que podemos fazer corn o mundo iterno é "ye-b". Não e surpreendente que os gregos o tenharn hamado de metafisico.

bnfelizmente, o que eles viram ocorreu nos exatos tempo local de modo a ser confundido corn uma cause do que tinham

?ito, e portanto, foi fácil supor que eles tinham descoberto urn self u mente que deu origem a acao. Se o que eles viram foi implesmente uma parte inicial do que eles tinham feito, então, izer que esta parte inicial e uma causa do resto que fizerarn é 0 iesmo que dizer que 0 movimento de erguer o taco feito por urn )gador de golfe e a causa da pancada que movimenta a bole. As artes iniciais do comportamento afetam as partes seguintes, mas o comportamento como urn todo que é o produto de variacao e

eleçao.

Tab enábise de introspecção e da "consciència" trospeccionada necessita de uma consideração cuidedosa, corn erteza, mas todo esforco deve ser feito para preserva-la porque Ia ebimina qualquer necessidade de recorrer a urn tipo especial e conhecirnento ou a urn tipo especial de substáncia conhecida. be permanece dentro do mundo da fisica e da quimica e das iências de variaçâo e sebeçao. Ela afasta qualquer sugestao de ma quebra nos processos de variacão e sebecao.

Dues ciêncies estebelecidas, cede uma corn urn objeto e estudo cleremente definido, tern relação corn o comportamento umano. Uma delas e a fisiologie do corpo corn urn cérebro - uma uestão de orgãos, tecidos, célules e as mudanças elétricas e ulmices que ocorrem dentro debas. A outra e urn grupo de trés iêncies interessadas na variação e sebeção que determinam a ondiçao daquele corpo e cérebro em qualquer mornento: a eieçao natural do comportamento das espécies (etologia), 0 ondicionamento operante do comportamento do indivIduo

(análise do comportamento) e a evobucão dos meios sociais que geram comportamento operante e expandem rnuito sua amplitude (uma parte da antropobogia). As três poderiarn ester relacionadas da seguinte forma: a fisiobogia estuda o produto enquanto que as cièncias de selecao e variacao estudam a produçao. 0 corpo trabaiha como o fez por causa das leis da fisica e aulmica, e faz o que fez por causa de sua exposição as contingéncias de variacao e seleçâo. A fisiologia nos conta como o corpo funciona; as ciências de variação e seleçao nos conte porque é urn corpo que trabaiha daquela maneira.

As duas ciências observam princIpios causais muito diferentes. 0 corpo corn urn cérebro obedece as leis da fisica e quimica. Ela não tern liberdade e não fez escolhas. Nenhurna outra visão do "homern como máquina' (neste caso uma máquina bioqulmica) esteve tao bern apoiada. Alguns cientistas do cérebro defendem que o cérebro deve possuir caracteristicas estruturais que possibilitam a liberdade de escolha, a criatividade e assim por diante, mas argumentando assirn estão de fato falando sobre 0 que o cérebro fez e não sobre sua estrutura. Tern sido dito também que a variação e selecâo podem ocorrer no cérebro, mas embora o cérebro, como qualquer outra parte do corpo, sofra variaçOes, as contingencias de seleção estão no rneio.

Quanto mais sabemos sobre a relaçao entre 0 corpo e o cérebro como uma méquina quimica, menos ela se torna interessante como base para o comportamento. Se ha liberdade, ela deve ser achada na aleatoriedade das variacöes. Se novas formas de comportamento são criadas, elas são criadas pela selecão. As faihas na variação e selecão são fontes de problemas fascinantes. NOs devemos nos adapter a novas situacôes, resolver conflitos e achar soluçães rápidas. Urna estrutura bioquirnica regida por leis não fez nada do genero.

SirnulacOes de computador do comportamento humano são máquinas ebetrônicas planejadas para se comportar como a máquina bioqulmica do corpo se comporta. Nós sabemos como elas são prograrnadas e construidas e, portanto, não fazemos questoes a respeito de sua origem. Pot esta rnesrna razão, as sirnubaçôes não apresentarn urn interesse especial para os anelistas do comportamento. As coisas interessantes da vida vern dos caprichos da variaçao e selecao na construção da máquina.

A anábise do comportamento é a Unica das trés ciências de variação e sebeção a ser estudada extensarnente no baboratório. Os etobogistas observam o comportamento em campo e reconstroern a evobuçao a partir de evidéncias que sobreviveram dos tempos rernotos. A etobogia é apoiada por uma ciéncia de aboratOrio, a genética, mas ninguem ate hoje produziu uma nova espécie corn urn repertório de comportamento ineto em condicOes de laboratOrio. A evobução de uma culture é tembém principabmente uma questao de inferéncias da história. E a vebocidade que fez a diferença; somente o condicionarnento operante ocorre suficienternente rápido para ser observado do corneço ao fim. Peba mesma razão, é a (mica des trés ciéncias a ser bastante usada para propOsitos praticos na vida diana.

Portanto, é difIcib entender porque o condicionarnento operante não tern chamado mais atenção. 0 papeb da sebeçâo e vanieção no comportamento do indivIduo é em gerab

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simplesmente ignorado. A sociobiologia, por exemplo, pula do socio- para a bio-, passando sabre o elo individual. Muitos dos psicologos que estudaram a compartamento tambem negligenciaram a variação e seleção. A Iei do eleito de Thorndike chegou perto, mas seu experimenta sugere que as variaçöes eram tentativas e as consequéncias erros. Watson, Lashley e Hull apelaram para a formaçao de hábitos e estirnulo e resposta. 0 propôsito de Tolman, coma orientacão para uma meta ou a utilidade subjetiva esperada, projetou COpias das consequéncias passadas no futuro, coma atraçôes que pareciam empurrar a comportarnento.

A anãlise do comportamento é a mais jovem das trés ciências (teorias da seleção natural e da evolu(;ão das culturas datam do mejo do século XIX, e a análise do compartamento somente do fim do primeiro terco do século XX), mas a imaturidade não explica por que ela é negligenciada. Uma explicaçao melhor poderia ser a de que a seu campo de estudo foi ocupado por muito tempo pela teoria extraardinariamente intrigante da mente ou self interno coma agente causal.

Nãofalamos as linguagens da ciência do cerebra e da análise do compartamento na nossa vida diana. Não podemos ver o cerebra e sabemos muito pouco a nespeito da histOnja de vaniaçao e seleçáo responsáveis por uma dada manifestaçao de campartamento. Em vez dissa, usamas uma linguagem que existe desde muito antes da existéncia de qualquer tipo de filôsofos ou cientistas. E aprapniadamente chamada de vernáculo. A palavra significa, coma sua raiz significava para Os ramanos, a linguagem doméstica, utilizada na vida diana. Tadas nós a falamas. E a linguagem dos jornais, revistas, livros, radio e televisão. Quando falamos do compartarnento do individuo, é a linguagem dos cientistas comportamentais que utilizamos: psicOlogos, sociólogos, antropôlogos, cientistas politicos e econamistas. William James escneveu Os PrincIpios de Psicologia de forma vernacular. Os behavioristas falam-na em sua vida diana (e as jovens behavioristas devem aprender a faz6-lo sem constrangimento).

0 vernãculo se refere a muitos sentimentos e estados da mente. Em ingles, nós dizemos que fazemas a que nôs ternos vantade de fazer (we feel like doing), ou 0 que nôs precisamos fazer (we need to do) a firn de satisfa.zer nossos desejos. Nôs dizemos que estamos famintos e estamos pensando em arranjar algurna coisa para corner. E fácil supor que as referéncias dizern respeito a uma mente iniciadora mas, camo vimos, as alusôes üteis se referern as contingéncias anteriores de seleçãa, ou aos primeiros elos (beginnings) de acao. A partir da frase 'eu estau farninto" inferimos que uma pessoa não come ha algum tempo e, provavelmente ira corner quando a alimento estiver disponivel. Par "estamos pensando em arranjar alguma coisa para corner" inferirnos uma probabilidade de fazer algo que tame a alirnento disponivel.

Através do usa do vernãculo corn suas alusOes a histôria pessoal e prababilidade de ação, a psicologia emergiu coma uma profissão eficaz , essenciab e altamente respeitada. A tentativa para atribuir as referéncjas aparentes a uma mente iniciadora e

converter o vemnáculo em linguagem de uma ciéncia foi, no entanta, urn equIvoco. Watson e outros antigos behavioristas pensavam que a equivaco estava em utilizar a introspecçaa. Cam que eficiéncia as sentimentos paderiam ser sentidos ou as processos rnentais serem vistas? Antecipando a positivismo lOgico eles argumentaram que urn evento vista apenas por uma pessoa não tern lugar na ciência. Entretanto, a problema não era a introspecçao. Era a mente ou self iniciador ao qual a introspecçao parecia canseguin acesso.

No cantata face a face corn outra pessoa, referéncias a urn self iniciadon são inevitáveis. Ha urn "vocé" e urn 'eu". "Eu" vejo a que "vocé" faz e ouco a que "voce" diz, e "vocé" ye a que 'eu' faco e auve a que "eu digo. NOs não vemos as histOrias de seleção nespansáveis pela que e feito e, portanto, infenimos uma origern interna, mas a usa bern sucedido do vernácuba na pratica da psicobogia não aferece apoio para a seu usa em uma ciência. Nurna análise cientifica, histOrias de vaniação e selecão desernpenham a papel do iniciadon. Não ha lugar numa análise cientifica do compartarnento para uma mente ou self.

0 que, então, deveremos fazer corn a fato de que por cern anos, as psicObogos tentanam canstruin justamente tal ciéncia da mente? 0 que fazer corn as bnilhantes analises que tern sido feitas de inteligéncia, ou corn as neivindicaçôes do valor do conceito de utilidade subjetiva espenada ou corn as equacOes que foram escnitas para descrever a espaço psicalOgico? Tero sida panes de uma procura por alguma coisa que não existe? Parece que assim e, mas não está tudo perdido. A inteligéncia, nunca introspeccionável, e, cbaramente, uma inferéncia de amostnas de compartamento em testes de inteligéncia, e uma análise de diferentes tipas de inteligéncia é uma análise de diferentes tipos de cornpartamento. A expectativa, outno tipa de "visão" (spectian) não pode, passivelmente, significan estar vendo a futuro e deve ser o praduto de contingéncias passadas de neforçarnento. Utilidade significa apbicável ou de usa, a ato ou meias de fazer algurna coisa de tal forma que seja seguido por cansequências. 0 espaço psicológico é urn espaço neal que entra no controle das cantingéncias de reforçarnento; a ponto é ate que grau urn estimulo presente quanda uma nesposta e neforçada, generaliza-se de tal forma que estImulos similares que naa estavarn presentes exercem cantrole. Em surna, émbora sem intençao, as pslcôbogos tern analisado contingéncias de reforçamento, exatarnente aquelas responsáveis pelo comportarnento, equivocadarnente atnibuido a urn originador interno.

Mas que dizer sabre os ilustres filOsofos que atravessararn as séculos e tentaram seguin a detenrninaçao do aráculo de Delpho e conhecem a si mesmos através da introspeccão? Ha uma justificativa similar ou tern eles perseguido uma meta ilusOria ou indefinivel? Dizem isto pameceria urn tanto quanta arrogante se nâo houvesse urn panalebo esclarecedon. Igualmente, homens e rnulhemes ibustres procuraram por muito tempo e corn grande dedicaçao por urn autmo Criador, (escrito corn a letra "C" maiUscula) cujos feitas relatados tern sido tarnbérn questionados peba ciência. Darwin assinalou a diferença. Vale para a origem do camportamento aquibo que vale para a anigem das espécies. Apôs quase urn sécubo e rneio a evolução ainda não e totalmente compreendida. Ela é vigarosarnente cantestada pelas defensores de urn criador. E, coma nesultado disso e ainda impassivef ensinar biologia de maneira adequada

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rn muitas escolas americanas. Uma ciéncia da criacâo tern sido roposta para ser ensinada no seu lugar. 0 papel da seleção e ariaçâo no comportamento do individuo sofre a mesma posicão. A ciência cognitiva é a ciência da criacao da psicologia, a medida que luta para manter a posição de uma mente ou self.

A história da psicologia e instrutiva. Ela corneçou ha cern nos atrás corn a busca introspectiva da mente. Watson atacou a trospec(;ão em seu manifesto behaviorista de 1913, e por esta

)U outlas razôes a introspeccao foi, essencialmente, abandonada. )s behavioristas voltaram-se para o estudo do comportamento m Si mesmo, puro; e Os psicologos nâo behavioristas voltaram-.e para o comportamento de professores, estudantes, terapeutas, lientes, criancas em desenvolvimento, pessoas em grupos e issim por diante.

Psicologos cognitivistas tentaram restabelecer o status uO. Eles declarararn: o behavioriSmo está morto. Eles, ossivelmente, não queriam dizer que Os psicOlogos não mais stavam estudando comportamento de animals em taboratários, le professores de terapeutas, de estudantes, de clientes, etc. 0 iue eles esperavam que estivesse morto era a proposta da ;eleçâo por consequencias para a explicação do comportamento. k mente, ou na falta dela, o cérebro deveria ser recolocado na sua )osicão correta.

Por causa da sua similaridade corn o vernáculo, a )sicologia cognitivista foi facilmente entendida, e a tao falada evolução cognitiva foi bern sucedida por urn tempo. Isto deve ter celerado a velocidade corn a qual Os analistas do :omportarnento retirararn-se das instituicOes psicologicas, undaram suas próprias associaçôes, programaram seus práprios ongressos, publicaram seus proprios periOdicos. Eles foram cusados de construir seu prôprio gueto, mas estavam ;implesmente aceitando o fato de que tinharn pouco a ganhar om o estudo da mente criativa.

A psicologia cognitiva foi posta como a companheira :ientIfica de uma profissao e como o suporte cientIfico nas areas a educacao, da cllnica, do desenvolvimento, do social, e de

nuitos outros campos da psicologia. A ajuda que Ihes deu não foi otável. Uma versão refinada do vernáculo para o estudo da vida nental näo e mais ütil do que a versão leiga, principalmente, uando a teoria começa a substituir a introspecção. Muito mais itil serià a análise do comportamento. Ela poderia ajudar de duas naneiras: pela clarificação das contingéricias de reforcamento as luais o vernáculo se refere, e por tornar possivel o delineamento le ambientes meihores: ambientes pessoals que poderiam ;olucionar os problemas existenciais e ambientes maiores ou ulturas nas quais haveria menos problemas. Uma melhor ompreensao da variação e seleção significará uma prouissão nelhor sucedid, mas se a análise do comportamento será thamada de psicologia e urn problema para 0 futuro decidir.

Este artigo foi completado no dia 17 de Agosto de 1990, a noite antes do Dr. Skinner morrer. Serviu como base para

suas idéias básicas apresentadas na 98. Convencão Anual da Associacäo Psicologica Americana. em Boston, e foi escrito para ser publicado no American Psychologist.

SOCIOS 'SUMDOS

Encontrarn-se no arquivo de enderecos da ABPMC, o registro de algumas pessoas que já tiveram contato corn nossos eventos, mas esses endereços estão desatualizados, impedindo nossa comunicacao corn elas. Se algum associado tiver informaçôes a respeito das pessoas listadas abaixo, por favor entre em contato corn nossa Secretaria para podermos atualizar nosso cadastro.

Ana Regina Godoi Espindola - Campinas - SP Carla Rodrigues Zanin - Fernandópolis - SP Carlos Eduardo Costa - Londrina - PR Cloves A. de Arnissis Arnorim - Curitiba - PR Erika Moraes Sproesser - Campinas - SP Luciana Spina de Carvaiho e Silva - Campinas - SP Luciene Silveira Afonso - Belérn - PA Magda Cristina do Prado Smangorzevs - Rio de Janeiro - RJ Maisa Alves de Souza - Campinas - SP Mariângela Y ian - Campinas - SP Patricia Picon - . ' Alegre - RS Rose ivieire Mendes ca.. Fiorentino - Jundial - SP Selmara Pereira - Alfenas 'G Vanessa Ferreira de Alvareng Paulo - SP

AGENDA PARA 1996

04 a 07 de julho, no Maksoud Plaza, em São Paulo, vai acontecer a BRIEF THERAPY CONFERENCE", organizada pela Workshopsy. Informaçoes pelo telefone (019)231-9955.

07 a 12 de juiho, na PontifIcia Universidade Catôlica de São Paulo, 481 Reunião Anual da SBPC. lnforrnaçoes pelo telefone (011) 259-2766.

30 de juiho - prazo para o pagamento das anuidades da ABPMC no preço atual.

15 de agosto é 0 prazo máximo para recebimento das propostas de comunicaçöes e painéis a serem apresentados durante o V Encontro.

18 a 22 de setembro, em Aguas de Lindóia, o V Encontro Brasileiro de Psicoterapia e Med icina Corn portamental.

23 a 27 de outubro, em Ribeirão Preto, está programada a 26 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia. Informaçoes pelo telefone (016) 625-9366 ou 635-4530.

07 a 11 de novembro, em Belém do Pará, ocorrerá 0 I Congresso Brasileiro de Psicoterapias, organizado pela Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento das Psicoterapias. lnformacôes pelo telefone (09 1)241-2323.

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